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Page 1: Revista São Domingos nº7

sãodomingosP O R D E N T R O E P O R F O R A revista municipal N

º 7

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2011

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Uma aposta sem reservasEDUCAÇÃO

Município faz 17 anosSÃO DOMINGOS

Estádio Municipal vai avançarDESPORTO

CARNAVAL 2011 A folia veio para ficar

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sum

ário 05 Destaque

Câmara comemora 17.º Aniversáriocom Sessão Solene e várias actividades desportivas e culturais

10 EntrevistaO Presidente da Câmara Municipal,Fernando Jorge Borges, faz o balanço da sua gestão à frente daautarquia

15 EducaçãoUma aposta ganha. Plantar agorapara colher mais tarde. A Câmaranão tem mãos a medir no apoio aosector

20 DesafiosÁgua domiciliária é meta. De Ribeirão Chiqueiro a Água deGato, de Nora a Praia Baixo não vaifaltar água nas torneiras

23 HabitaçãoViver com decência. São Domingostem um deficit habitacional queultrapassa o milhar. A Câmara vaifazendo a sua parte…

26 DesportoEusébio e o Benfica visitaram São Domingos. Foi em Setembro do ano passado e toda a cidadeencheu-se de vermelho

28 CulturaO Carnaval veio para ficar. Oitogrupos carnavalescos trouxeramcor, folia e alegria à Várzea deIgreja

Ficha TécnicaPropriedade: Câmara Municipal de São DomingosC.P. n.º 6 - São Domingos, Santiago, CABO VERDETel.: 268 12 40 • Fax: 268 11 60 • E-mail: [email protected]ção: Gabinete de Comunicação e Imagem da CMSDRedacção, Fotografia, Design, Paginação e Impressão:SIM - Soluções Inteligentes para Media Achada de Santo António, Cidade da PraiaTel.: 262 38 17 • E-mail: [email protected] de distribuição gratuita Tiragem: 1.000 exemplares

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Dezassete anos depois da criação do concelho de São Domingos,aproveito o regresso da nossa revista (que agora se quer semes-tral) para vos transmitir uma mensagem de confiança e de espe-rança.

De confiança, porque continuamos juntos nesta caminhada, ultrapassandobarreiras, vencendo os desafios que, paulatinamente, vão aparecendo, rumoao desenvolvimento.De confiança, porque esta equipa não baixou e nem vai baixar os braçosperante as adversidades. Pelo contrário, continuamos firmes, a dar luta semtréguas para vencermos juntos esta batalha.São Domingos de hoje não tem nada a ver com o concelho que vimos nascerem 1994. Os avanços na Educação, no Ordenamento do Território, no Des-porto, na Cultura, no Desenvolvimento Social e na melhoria da qualidade devida dos munícipes, é real. Continuamos a transportar mais de mil e quinhen-tos alunos, diariamente, combatendo o abandono escolar, construindo, aomesmo tempo, os alicerces para que os nossos recursos humanos sejamamanhã a base de um futuro risonho.Estamos a construir e a requalificar habitações degradadas, cientes do deficithabitacional que existe no nosso município. Somos o único município com umPDM aprovado e homologado pelo Governo, o PUD do Espaço Central de SãoDomingos vai nos próximos dias passar pela consulta pública. O municípiocontinua a organizar-se.Continuamos a combater a pobreza. Vamos usar a nossa voz, lá onde for ne-cessário, para que esta luta não seja travada sozinha. Hoje, temos jovens apraticar várias modalidades desportivas; este ano, vamos arrancar com a cons-trução do Estádio Municipal de São Domingos (uma das grandes obras destaautarquia).Vencemos o isolamento, construímos estradas e caminhos, levámos o desen-volvimento a várias localidades (de S. Nicolau Tolentino e N. Sra. da Luz), ape-sar das dificuldades.Utilizo igualmente estas páginas para vos transmitir uma mensagem de espe-rança. Esperança num futuro risonho, de mãos dadas com esta equipa. Esta-mos aqui de peito aberto, espírito abnegado, ku pé finkadu na tchom e man-gas arregaçadas, porque São Domingos está em primeiro lugar. A hora é deluta, de união, de djunta-mon.

editorialEstamos aqui de peito aberto,espíritoabnegado, ku péfinkadu na tchome mangasarregaçadas,porque São Domingosestá em primeirolugar. A hora é deluta, de união, de djunta-mon

Fernando Jorge BorgesPresidente da Câmara Municipal de São Domingos

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equipa camarária

1 Fernando Jorge BorgesPresidente

2 Rui Manuel da Veiga PereiraVereador (Educação, Cultura e Condição Feminina)

3 Maria Olívia Tavares Lima Lopes Cabral Vereadora (Juventude, Desportos e Formação Profissional)

4 Francisco Rocha MoreiraVereador (Administração, Finanças e Património)

5 Moisés Pereira SemedoVereador (Água, Agricultura, Pecuária, Pesca, Saneamento e Espaços Verdes)

6 Emanuel Jesus Correia LopesVereador (Ordenamento do Território e Obras)

7 Francisco MorenoVereador (Promoção Social, Desenvolvimento Sócio-Económico)

8 Luís Filipe MendonçaSecretário Municipal

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destaque

O nosso Município

fez 17 anosCom o Salão Nobre repleto de convidadose ilustres visitantes, foi ocasião para o presidente daAssembleia Municipal, Bernardo da Fonseca,agradecer aos sãodominguenses e à equipacamarária, liderada por Fernando Jorge Borges, osresultados alcançados ao longo destes anos.“São Domingos está diferente”, começou por dizerFonseca, “graças ao contributo de muita gente”,crente de que ainda é possível fazer mais. “Bastaum esforço conjunto”, não só por parte dopresidente e dos vereadores, mas também dosdeputados e de todos os munícipes, porque “chegouo momento de deixar as querelas políticas para tráse pensarmos, todos juntos, no desenvolvimento doconcelho”, rematou, em tom de desafio. É que São Domingos tem andado nos últimos tempospelos seus próprios pés. E a todos os níveis.

“SÃO DOMINGOS ESTÁ DIFERENTE”.

O CONCELHO COMEMOROU ESTE ANO

O 17.º ANIVERSÁRIO DA SUA CRIAÇÃO,

COM UM LEQUE DE ACTIVIDADES QUE

TERMINOU COM SESSÃO SOLENE NOS

PAÇOS DO CONCELHO, A 13 DE MARÇO

1994-2011

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destaque

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipalcomeçou por enaltecer a data de 13 de Marçoque, em seu entender é, sem sombra de dúvida,uma data histórica, pois constitui um grandeorgulho para todos os filhos do concelho de SãoDomingos, de Loura a Móia-Móia. “Foi num dia como hoje, há 17 anos, que eu emais quatro corajosos, assumimos a pesadaresponsabilidade de instalar o município de SãoDomingos, um concelho paupérrimo, na alturadesprovido de qualquer recurso”, disse o edil,recordando que “a tarefa não foi nada fácil, poisas expectativas eram enormes e os recursos nãoabundavam”.

“Foi num dia como hoje, há 17

anos, que eu e mais quatro

corajosos, assumimos a pesada

responsabilidade de instalar o

município de São Domingos, um

concelho paupérrimo, na altura

desprovido de qualquer recurso”

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“Devo realçar, enquanto presidente da CâmaraMunicipal, que São Domingos teve, nestes 17anos, um desenvolvimento considerável nos maisdiversos sectores de actividade, com melhoriasconsideráveis nas condições de vida da nossapopulação, embora reconheça a existência aindade muita pobreza e muitas dificuldades sociais”,concluiu.

Mas, com determinação, dedicação, trabalho ecolaboração de todos foi possível vencer: instalou-se o município, projectou-se o concelhorumo ao desenvolvimento. “Hoje, dezassete anosdepois, podemos afirmar, sem hesitação, que omunicípio de São Domingos ganhou e muito”,assegurou o presidente.Para Fernando Jorge Borges, o povo de SãoDomingos tem motivos de sobra para se sentirorgulhoso do percurso feito e deve depositar,convictamente, confiança num futuro risonho. O concelho tem tudo para triunfar nos próximostempos. Basta ver o progresso alcançado emtodos os sectores nos últimos anos.

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1 Fernando Jorge Borges fala aos presentes

2 Convidados, enquantotoca o Hino Nacional

3 A Mesa que presidiu àSessão Solene

4 Bernardo da Fonseca,Presidente da AssembleiaMunicipal

5 Convidados

6 Convidados

7 F. J. Borges e César Pires(Vereador de Barcelos) trocam prendas

8 Aleixo Sousa Pires recebeprenda de São Domingos

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destaque

Há mais de dez anos sem um contrato programacom o governo, Fernando Jorge e sua equipanunca baixaram os braços. Muito pelo contrário,sempre tiveram em conta as dificuldades por quepassam as populações, conhecem bem as suasnecessidades e, por isso, continuam empenhadosem vencer os desafios. Na ocasião, usaram também da palavra opresidente da Câmara Distrital de Cantagalo (S. Tomé e Príncipe), Aleixo Rodrigues de Sousa Pirese o vereador do Turismo e Artesanato da CâmaraMunicipal de Barcelos (Portugal), César Pires.O autarca português fez questão de realçar asexcelentes relações entre as duas câmarasgeminadas, e prometeu o reforço dessacooperação ao nível da Educação e da Cultura,como aliás tem vindo a acontecer ao longo dosanos.

Há mais de dez anos sem um

contrato programa com o governo,

Fernando Jorge e sua equipa nunca

baixaram os braços. Muito pelo

contrário

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Em relação ao hipismo, modalidade cada vez commais adeptos em São Domingos, a vitória para“Zurique”, um cavalo que vai deixando a suamarca por todas as pistas onde tem corrido, comoaconteceu também nas Festas de S. Filipe, na ilhado Fogo.No Dia do Município houve ainda tempo parauma exposição de produtos “Made in SãoDomingos”, na qual participaram expositores deoutros concelhos da ilha, e ainda projecção defilmes temáticos, na Praça Pedra-Pedra, commuita afluência de público.Mais um aniversário, quase duas décadas de ummunicípio que emerge na senda dodesenvolvimento, e necessariamente maioresdesafios para uma câmara que se pauta portrabalho abnegado, pensando sempre nosmunícipes. �

Das várias actividades programadas para assinalara data destaca-se o Mini-Festival de Música, asprovas de atletismo, ciclismo, hipismo, natação efragata, bem como um torneiro de futsal.Na prova de natação, que decorreu em PraiaBaixo, o grande vencedor foi Elizandro LopesMonteiro, seguido de Ivanildo Jesus Correia eGomes e Gelson Jorge Tavares. Na mesma praia, elogo a seguir, realizou-se a fragata, ganha porFaustino Mendes Tavares. Emílio Martins foisegundo e José Inácio Lopes Fernandes ocupou ooutro lugar no pódio. Em ambas as modalidades aCâmara Municipal decidiu atribuir um prémio de10, 8 e 6 mil escudos, respectivamente, para ostrês primeiros classificados.

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1 Bordados da Carmo

2 Shi mostra como se faz

3 Doces da Diva

4 Ponches da Xinda

5 Rendas da Loide

6 São Domingos acolheumostra de artesanato

7 F. J. Borges cumprimentauma artesã de Santa Cruz

8 Vários expositoresestiveram em São Domingos

9 Presidente de S. Miguelconversa com um artesão

10 Uma linda peça de artesanato

11 Os três campeões denatação

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entrevista

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O Município de São Domingos acaba de comemorar 17anos de existência. Como se sabe, o senhor esteve àfrente da Comissão Instaladora e, hoje, continua a ser opresidente eleito por esta população. Que balanço lheapraz fazer?O Concelho de São Domingos teve um desenvolvimentosocial e económico notável nos mais diversos sectores deactividade e com melhorias consideráveis nas condições devida da nossa população.

Quer destacar alguns?Temos mais infra-estruturas escolares, espalhadas por todo oconcelho, e mais alunos nas escolas; quase todas aslocalidades estão electrificadas, o que não acontecia em1994, quando foi criado o município; hoje, mais de milfamílias têm água canalizada domiciliária e muitas mais têmtelefone em suas casas, quebrando o isolamento de outrora.Penso que temos um São Domingos diferente e para melhor.

O que falta fazer?Falta, ainda, um caminho longo a percorrer… Mas falta,sobretudo, que o governo dê as mãos a esta câmara paracriarmos mais emprego e contribuir para debelar a pobrezano concelho. É preciso pensar nas pessoas. O poder pelopoder não serve para nada.

O abastecimento de água tem sido, juntamente com aEducação, a pedra de toque da sua gestão. Qual a receitapara o sucesso?A primeira receita, para qualquer gestor, tem de ser,obviamente, o conhecimento da realidade e o seu espaço deactuação. Foi necessário fazer um diagnóstico fiel da situação

recursos humanosNuma altura em que o município acaba

de completar 17 anos, o presidente da

Câmara Municipal de São Domingos,

Fernando Jorge Borges, faz o balanço;

fala das realizações e dos desafios; lança

o repto ao governo para pôr fim à

discriminação desta autarquia, para

juntos poderem vencer o maior desafio

que afecta os cabo-verdianos: a pobreza

Fernando Jorge Borges A chavedo nosso sucesso

está nos

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entrevista

do município, naquela altura (1994), foi preciso elaborar osinstrumentos de gestão dos “Projectos Especializados”,procurar meios materiais e de financiamento e, ainda,encontrar a melhor forma de execução dos projectosconsiderados mais prioritários, nomeadamente, no domínioda valorização dos recursos humanos, abastecimento de água,energia e comunicação, terminando com o isolamento demuitas localidades.

Como tem sido aproveitada a água para a agricultura?Existe algum programa de sensibilização dosagricultores para a utilização de novas tecnologias derega?O Serviço Autónomo de Água e Saneamento de SãoDomingos tem distribuído, ao longo dos últimos dez anos, aágua para rega, privilegiando, sobretudo, a tecnologiamoderna de irrigação, ou seja: a rega gota a gota. Os furos deprodução de água para se fazer a rega estão equipados combomba eléctrica e funcionaram durante 11 horas por dia,salvo aos Domingos e feriados. Temos consciência de que aquantidade de água explorada tem sido manifestamenteinsuficiente para os campos dos agricultores, mas temos feitoum esforço no sentido de alterar essa situação. Pelos dadosde exploração que temos, os caudais nos furos nãoaumentaram apesar de o ano passado ter sido bom emmatéria de pluviosidade.

São Domingos tem-se destacado no que respeita àdistribuição de água potável…Exactamente. Quando criámos o Serviço Autónomo de Águae Saneamento, precisamente para levarmos água à casa daspessoas, muita gente torceu o nariz. Agora, os resultadosestão aí: localidades como Nora, Ribeirão Chiqueiro, Várzeade Igreja, Caiada, Água de Gato, Milho Branco, Praia Baixo,Praia Formosa, entre outras, têm água canalizada 24 horaspor dia. Tem sido assim a nossa resposta. Com o trabalhoempenhado dos funcionários desta casa temos contribuídopara melhorar a qualidade de vida das pessoas. E não vamosparar por aqui. Até ao final deste mandato, contamoscontemplar cerca de 80 por cento da população com águadomiciliária.

E em relação à Educação… quantos alunos são apoiadospelo município?A Câmara Municipal de São Domingos transporta, em média,mais de mil e quinhentos alunos por dia, do EnsinoSecundário e Superior. O transporte é feito por uma frota denove autocarros – tendo necessidade de, às vezes, recorrer a“hiaces” -, de praticamente todas as localidades do concelho,para o Liceu Fulgêncio Tavares e para as Universidades naPraia.

Atribuições do Governo que pesam no orçamentocamarário…Todos sabem que temos andado pelos próprios pés, há pelomenos 10 anos. A nossa aposta na Educação é simples deexplicar: pensamos que a chave do nosso sucesso está nosrecursos humanos, mas também graças à dedicação dosórgãos municipais e dos nossos funcionários, ignorando, purae simplesmente, as investidas do actual governo em hostilizare dificultar, intencionalmente, o processo de desenvolvimentosocioeconómico do município de São Domingos.

Está a dizer que o relacionamento institucional com oGoverno é mau?Estou a dizer que o relacionamento com o poder central é omínimo, estribado apenas naquilo que a Lei estabelece deforma clara, não porque assim o queiramos, mas porqueassim decidiu o governo.

O Governo tem, atempadamente, transferido o Fundo deFinanciamento Municipal?Não há problema de maior. Esse fundo tem sido transferidoregularmente, segundo manda a Lei vigente.

Qual é a taxa actual de desemprego no concelho?Presumo que ronde os 40 por cento.

É muito elevada. Como pensa contornar a brutalidadedeste número?Para vencermos esta batalha o Governo deve assumir as suasresponsabilidades, abrindo frentes de trabalho para as famíliaspobres. Mas que o faça regularmente. Aquando das eleiçõeslegislativas, através do Ministério da Agricultura e deassociações amigas (para onde é canalizado todo o dinheiro),abriram algumas frentes. Depois tiveram dificuldade em pagaràs pessoas. São lógicas de poder inadmissíveis, que servempara iludir e enganar as pessoas.

Até ao final deste mandato, contamos contemplar

cerca de 80 por cento da população com água domiciliária

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Há quanto tempo não assina um contrato programa como Executivo? Há mais de oito anos que não assinamos, com o Governo, umcontrato que dê emprego público, pois essa prerrogativapassou a ser reservada, sobretudo às associaçõescomunitárias, remetendo-se às câmaras municipais o papel demeras “observadoras”. É uma lógica inadmissível.

Nos anos 90 a situação parece ter sido diferente,quantos empregos conseguiam criar com essescontratos? Nessa altura, conseguíamos criar mais de 800 postos detrabalho, mensalmente, e durante cerca de sete ou oitomeses por ano.

Tem ideia de quantas famílias eram beneficiadas?Eram praticamente 800 famílias. Porque tínhamos umapolítica de empregar pelo menos uma pessoa do agregadofamiliar em todo o município.

Já implementaram o sistema SIM, através do NOSI.Participaram de alguma forma na elaboração do PlanoUrbanístico Detalhado do Espaço Central de SãoDomingos…Pois é. Mas não se consegue implementar mais intervençõesdo Governo, apesar dos mais de dez anos que leva no poder.Será que São Domingos não faz parte do País? Será que oscidadãos deste concelho não são cabo-verdianos? Veja,estamos neste momento a preparar toda a engenhariafinanceira para levarmos adiante o nosso estádio municipal...Existem câmaras às quais o Governo deu dinheiro para aconstrução de estádios municipais… Por conseguinte, aCâmara Municipal de São Domingos espera a sua quota-parte. É altura de haver mais seriedade das pessoas no tratamento das questões que têm a ver com a governaçãodo país.

Como é a relação com os deputados municipais daoposição? Acha que estão a prestar um bom serviço àcomunidade?Não é boa, há uma grande deslealdade da oposição, pois,grosso modo, os deputados do PAICV estão preocupados emdenegrir a imagem da Câmara Municipal de São Domingosjunto da população, do Governo e das ONG´S, manipulandoe efabulando descaradamente.Estão mais preocupados em fazer politiquices. Em vez deestarem ao lado da população, defendendo os seus interesses,estão preocupados em tentar torpedear esta câmara e estaequipa.

Para vencermos esta

batalha, o Governo deve

assumir as suas

responsabilidades, abrindo

frentes de trabalho para as

famílias pobres

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Sinto-me feliz pelo

contributo dado, até então,

no processo de

desenvolvimento da nossa

terra, embora gostasse de

poder ter dado muito mais.

E gostaria de deixar uma

mensagem de muita

confiança e esperança, pois

o nosso município está no

bom caminho, rumo ao

desenvolvimento

sustentado e sustentável.

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entrevista

Como estamos ao nível da cooperação? A cooperação internacional e descentralizada temdesempenhado junto da Câmara Municipal um papeldeterminante, sobretudo a luxemburguesa. A cooperaçãofunciona lindamente, dentro das reais possibilidadesinstitucionais existentes, tendo o município de São Domingosbeneficiado - e muito - com esses acordos.

As geminações servem para alguma coisa? Como se sabe, o nosso município tem geminações communicípios portugueses, franceses e, muito recentemente,com o município de Cantagalo de S. Tomé e Príncipe. Apesardas dificuldades em Portugal, continuamos a beneficiar dessacooperação, principalmente com as câmaras de Barcelos eLagoa, onde temos neste momento vários bolseiros a estudar,existindo toda a abertura para enviarmos mais no próximoano.

Para quando o arranque das obras do Estádio Municipalde Nora?Se tudo correr bem e conforme o programado, a primeira faseda construção deverá acontecer no início do próximosemestre.

Já não devia ter iniciado? Como disse, estamos a contar com o nosso esforço etrabalho. É preciso mobilizar recursos financeiros, recorrendo,em parte, a empréstimos bancários para a realização dasobras. Vai ser um grande projecto e com enorme benefíciopara os desportistas e jovens de São Domingos.

Em termos de realizações deste mandato que terminaem 2012, o que falta fazer?Para além da construção do Estádio Municipal de Nora, faltaconcluir o Projecto de adução e distribuição de água potávelao domicílio, concluir o projecto de electrificação total doconcelho, elaboração do projecto de rede de esgotos, aconstrução de mais infra-estruturas desportivas, aumentar onúmero de casas a serem reabilitadas, concluir outros planosurbanísticos de nível inferior ao PDM, à semelhança do queaconteceu com o PUD-ECSD, e concluir os projectos dereordenamento espacial, sobretudo nas zonas urbanas.

Ao fim destes anos à frente do município, qual o seuestado de espírito?Sinto-me feliz pelo contributo dado, até então, no processode desenvolvimento da nossa terra, embora gostasse depoder ter dado muito mais. E gostaria de deixar umamensagem de muita confiança e esperança, pois o nossomunicípio está no bom caminho, rumo ao desenvolvimentosustentado e sustentável.

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educação

Uma aposta

AO LONGO DOS ANOS, A CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO DOMINGOS VAI AFIRMAN-

DO O SEU FIRME PROPÓSITO EM FAZER DO INVESTIMENTO NA EDUCAÇÃO UM FAC-

TOR DE SUSTENTABILIDADE SOCIAL E HUMANA. NESTE SENTIDO, UM GRANDE ES-

FORÇO VEM SENDO FEITO NA MELHORIA DAS OFERTAS E APOIOS PARA A APRENDI-

ZAGEM PROFISSIONAL E NO SECUNDÁRIO, QUER INTERNAMENTE QUER NO EXTERIOR

ganha

As câmaras municipaissão responsáveis pelaeducação pré-escolar,pela construção e ma-

nutenção dos jardins infantis,ao mesmo tempo que garantemos salários das monitoras e aalimentação das crianças. Mas, colmatando as lacunas deresponsabilidade do poder cen-tral, fazemos mais do que isso.Continuamos a transportar dia-riamente mais de 1500 alunosdo ensino básico e secundário, emais de 70 do ensino superior.O que representa cerca de 65por cento do total do investi-mento da câmara em com-bustíveis. E isto representa umapoupança na ordem dos 30 milcontos/ano para as famílias do

concelho, no seu conjunto. Só em atribuição de bolsas deestudo para o ensino superior etransporte dos alunos, a Câma-ra de São Domingos gastoumais de 4 mil contos, no anopassado. Em 2010 foram 78 osbolseiros apoiados por esta au-tarquia, nas Universidades JeanPiaget, UniCV, Instituto Supe-rior de Ciências Jurídicas e So-ciais, Universidade de Santiago,Única, entre outras Instituiçõesde ensino da ilha de Santiago.

Níveis de aproveitamentoescolar positivosDurante a preparação do anolectivo 2010/11, os bolseirosforam convidados para fazer obalanço, numa reunião que

decorreu no Salão Nobre dosPaços do Concelho. Momentopara o presidente da autarquiamanifestar o seu contentamen-to pelo aproveitamento dosalunos (mais de 90 por cento)que frequentaram o ensinosuperior na época passada,ocasião aproveitada pelo edilpara reafirmar a aposta em con-tinuar a fazer da Educação umadas prioridades da gestão mu-nicipal. Na altura, Fernando JorgeBorges pediu aos bolseiros quecontinuem a valorizar o esforçoda câmara, pois a procura devagas dos candidatos a bolsasde estudo é enorme. Recorde-seque a autarquia tem suportado– sozinha - os encargos com a

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educação

educação no concelho, sendoque o Governo tem abdicadodas suas responsabilidades nes-ta área.

Câmara em intensa actividadeE importa destacar, ainda, arealização de inúmeros progra-mas e actividades de animação,quer promovidos directamentepela Câmara Municipal, atravésdo pré-escolar, quer desenvolvi-dos a partir da iniciativa das es-colas, com destaque para asmais importantes:• Celebração do 25º Aniversáriodo início das actividades do Pré-Escolar e da criação do JardimInfantil de Água de Gato;• Estabelecimento de protocolo

de cooperação com a FICASE(Fundação Cabo-verdiana deAcção Social Escolar) no âmbitodo Programa das RefeiçõesQuentes;• Organização das festas de Na-tal, Carnaval, 1 de Junho e Fina-lista do Pré-Escolar;• Concessão de mais vinte bol-sas de estudo, sendo dez para oEnsino Superior e dez para aformação técnico-profissionalem instituições de ensino nopaís;• Realização de sessões de Tea-tro Infantil em diversos jardins-de-infância;• Co-realização, com a Delegaçãodo Ministério da Educação, deSessões de Teatro Infantil;

• Realização de palestras e ses-sões de formação interna sobretemas de carácter social e peda-gógico;• Mobilização de esforços tendoem vista o aumento de vagas ede bolsas de estudo, diversifi-cando, os países acolhedores.

Como se pode constatar, apesardas dificuldades, a Câmara Mu-nicipal não está de braçoscruzados. Estamos cientes dasnossas limitações e, por isso, aaposta é nos nossos filhos. Aformação e qualificação dosjovens de São Domingos con-tinuará a merecer uma atençãomuito especial por parte daautarquia. �

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SETE JOVENS de seis localidades diferentesde São Domingos, encontram-se emPortugal a frequentar os cursos profissionaisna Escola de Tecnologia e Gestão de Barcelos-concelho “irmão”.Os contemplados, oriundos de Pau de Saco,Ribeirão Chiqueiro, Cabeça D’Horta, MilhoBranco, Lagoa e Chaminé estão a receber for-mação nas áreas de Design de Moda, DesignGráfico, Gestão e Restauração.Dentro da política de formação da C. M. de São Domingos, os formandos beneficiam deuma bolsa de estudo, alojamento e alimen-tação, enquadrado no protocolo entre asduas instituições.Esta acção de formação só foi possível graçasao acordo de geminação que a Câmara de São Domingos tem com a sua congénere deBarcelos, desde Agosto de 1997, onde já seencontravam dois estudantes deste conce-lho, e um outro aluno no Instituto Politécni-co de Cávado do Ave. �

Só em atribuição de bolsas de

estudo para o ensino superior e

transporte dos alunos, a Câmara

de São Domingos gastou mais de

4 mil contos, no ano passado.

Em 2010 foram 78 os bolseiros

apoiados por esta autarquia

1 Liceu Fulgêncio Tavares

2 Encontro CâmaraMunicipal/Bolseiros

3 São mais de mil e quinhentos alunos transportados diariamente

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Encontro com as monitoras do concelho

Elas fazem curso técnico-profissional em Barcelos

Alfa e Ariana estudam línguas e gestão em Portugal

Jovens de São Domingosfrequentam cursosprofissionais

em Barcelos

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mosaico

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1 Banda Municipal

2 Uma flor de São Domingos

3 Praça Pedra-Pedra

4 Liceu de São Domingos

5 Centro de Saúde

6 No horizonte, a ilha do Maio

7 Pico d’Antónia, o maior dailha

8 Igreja de São Domingos

9 Esquadra da Polícia

10 Centro da Juventude

11 Praia Baixo, uma praiasegura

12 A caminho de Rui Vaz

13 Árvores centenárias emCaiada/Mitra

14 Ao fundo, o BCA de SãoDomingos

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desafios

Juliana Sena, uma senhora

de 90 anos, moradora em

Caiada, era uma pessoa

feliz quando viu a água sair

da torneira, pela primeira

vez em sua casa

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Água domiciliária

para todosé o nosso desafio

A CÂMARA MUNICIPAL PRETENDE CONTEMPLAR, PELO MENOS, 80

POR CENTO DA POPULAÇÃO DE SÃO DOMINGOS COM ÁGUA CANALIZA-

DA ATÉ AO FINAL DO MANDATO. ESTÁ, POR ISSO, A FAZER A “REVO-

LUÇÃO DA ÁGUA” PARA QUE CHEGUE A TODAS AS LOCALIDADES

Já lá vai o tempo das filasnos chafarizes e das latas deágua na cabeça. Este cená-rio conheceu uma mudança

profunda no nosso concelho,com os vários projectos da Câ-mara Municipal executados peloSAAS-SD (Serviço Autónomo deÁgua e Saneamento de São Do-mingos) em parceria com a Lux-Development, a Bornefonden eos escritórios do Sistema dasNações Unidas em Cabo Verde,nomeadamente, no que diz res-peito à adução e distribuição deágua domiciliária com váriaslocalidades a serem contempla-das durante 24 horas.Com estes projectos, a CâmaraMunicipal tem como principalobjectivo melhorar o abasteci-mento de água potável às popula-ções, nos mais diversos povoados.

Neste momento já estão realiza-das cerca de 1082 ligações, emzonas como Água de Gato, Baía,Boavista, Nora, Praia Baixo, Ri-beirão Chiqueiro, Fontes Almei-da, Várzea da Igreja, Caiada, Ca-beça de Horta, Pinha, Tenda,Chãzinha, Covão Lourenço, Fi-gueira Branca, Praia Formosa eLém-Pereira.Segundo o presidente FernandoJorge Borges, este projecto daequipa camarária e dos ServiçosAutónomos de Água e Sanea-mento nasceu em 1998 e poucosacreditavam nele. “Só que o so-nho tornou-se realidade”, disse oedil à população de Caiada,aquando da inauguração.Foi uma autêntica revolução navida de muita gente, de adultos,jovens e crianças, outrora obriga-dos a deslocarem-se quilómetros

à procura de uma lata de água. Éa “revolução da água”.

Água em casa aos 90 anosJuliana Sena, uma senhora de 90anos, moradora em Caiada, erauma pessoa feliz quando viu aágua sair da torneira, pela pri-meira vez em sua casa. Só nessalocalidade foi um investimentode 30 mil contos, co-financiadopela Lux-Development. Uma daspreocupações dos responsáveisda câmara e das organizaçõesinternacionais parceiras domunicípio é que a água seja bemutilizada, racionando e conser-vando-a, para as gerações fu-turas.O representante da Bornefondenem Cabo Verde, Jorgen Frandsen,foi parco em palavras, mas muitosignificativas para a população

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desafios

de Nora: “tirem proveito da água,porque ela vai contribuir paralevar mais saúde à população”.Só nessa localidade foram, aotodo, 60 casas e 400 pessoas quepassaram a beneficiar deste “pro-jecto ambicioso” – segundoFernando Jorge Borges.As populações beneficiadas, porsua vez, reconhecem o gesto e otrabalho da Câmara Municipal,tendo várias mulheres e chefesde família manifestado o seucontentamento por verem me-lhoradas as suas condições devida.A acção da câmara tem sido con-tínua, sempre na busca de me-lhores soluções para as popula-ções. A título de exemplo, só noano passado, o SAAS-SD explo-rou 13 furos de abastecimentode água em todo o município,dos quais 10 explorados para arega e três para o abastecimento

de água potável para uso e con-sumo doméstico.

Exploração de água para regae consumoNo mesmo período, foram explo-rados 167.972m3 de água pararega nas localidades de N.ª Sr.ª daLuz, nas Ribeiras de Achada Ba-leia, Cancelo, Gaspar, Telha, Dobee Baía. Os furos de produção deágua para rega, todos equipadoscom bomba eléctrica e a funcio-narem durante 11 horas por dia,salvo aos domingos e feriados. Para a exploração de água deabastecimento para o consumo euso doméstico, o serviço dispôsde três furos, sendo dois em Ri-beirão Chiqueiro, equipados combombas eléctricas automáticas,funcionando 24 horas por dia (senão falhar a energia eléctrica). Na rede pública de aprovisiona-mento de água às populações das

diversas comunidades onde exis-tam rede adutora e de distribui-ção, foram consumidos nos dom-icílios das famílias, 61.937m3 deágua potável, em 2010, e a taxade cobertura das ligações domi-ciliárias no município era de 38por cento no final do ano, sendoque o consumo per capita é esti-mado em 32 litros/pessoa/dia.A Câmara Municipal pretende con-templar, pelo menos, 80 por centoda população com água canalizadaaté ao final do mandato. Está, porisso, a fazer a “Revolução da Água”,alargando a distribuição a Rui Vaz,Lora, Mato Afonso, Banana, e ou-tras localidades de N.ª Sr.ª da Luzainda não contempladas.Com esta política, São Domingoscontinua na linha da frente entreos municípios com melhor siste-ma de distribuição de água do-miciliária e de qualidade em Ca-bo Verde. �

Foi uma autêntica revolução

na vida de muitos adultos,

jovens e crianças, outrora

obrigados a deslocarem-se

quilómetros à procura de

uma lata de água.

É a “Revolução da Água” em

São Domingos

Este projecto da

equipa camarária e

dos Serviços

Autónomos de Água e

Saneamento nasceu

em 1998 e poucos

acreditavam nele.

“Só que o nosso sonho

tornou-se realidade”

Page 23: Revista São Domingos nº7

23

habitação

Queremos vivercom dignidade

SÃO DOMINGOS PRECISA, NESTE MOMENTO, DE UMA INTERVENÇÃO IMEDIATA

NAS CASAS DE PELO MENOS 1100 FAMÍLIAS. A CÂMARA MUNICIPAL TEM FEITO A

SUA PARTE, NA MEDIDA DO POSSÍVEL. ESPERAMOS QUE O GOVERNO FAÇA A SUA

Oanúncio do programa“Casa para Todos”,que fez tanto alaridoem 2010 (ano pré-

eleitoral), veio pôr a nu as fragili-dades vividas pelas famílias cabo-verdianas, de Santo Antão àBrava.A câmara tem vindo a defenderum “Programa de EmergênciaHabitacional”, visando enfrentara precariedade em que se encon-tram muitas casas. Só depoisdevemos avançar com novas edi-ficações. Até porque o Governo

sabe que, no caso deste concelho,praticamente não existem ter-renos municipais. Não obstante amaioria dos terrenos serem priva-dos, o Governo, no âmbito doprograma “Casa para Todos”,propõe construir cerca de 325habitações.Apesar das boas intenções, opresidente da câmara consideraque este número é insuficientepara as necessidades reais domunicípio, pois, como é do co-nhecimento de todos, a popu-lação de São Domingos vive

“numa situação dramática” emtermos habitacionais. Em Setembro do ano passado,depois de um levantamento feitono terreno, chegou-se à con-clusão que o concelho necessita,com urgência, de intervençãoimediata nas casas de pelo menos1100 famílias. E dessas, “cerca de600 encontravam-se em situaçãoclamorosa e dramática”, refere oedil de São Domingos. “São casosprioritários, porque muitas dessascasas estão prestes a ruir, colo-cando várias vidas em perigo”,

Page 24: Revista São Domingos nº7

24

habitação

alerta Fernando Jorge Borges,pedindo bom senso ao Governopara a resolução deste problema.Com a agravante de as chuvasvirem aí e ser urgente pensar-senessas famílias. A Câmara Municipal não podefazer tudo sozinha. Mais de 600famílias já foram beneficiadas nosúltimos anos pela autarquia e,anualmente, são quase 70 onúmero de intervenções em casasdegradadas. “O que nós estamosa exigir é que haja uma concer-tação estratégica entre o Go-verno e as câmaras municipaispara que possamos definir as pri-oridades”, justifica FernandoJorge. O problema, na óptica doautarca, é que muitas vezes tra-balha-se pensando no protago-nismo, “esquecendo que é precisoestarmos juntos (Câmara e Go-verno) para trabalhar e venceresse desafio”.A prioridade tem sido as inter-venções em habitações degra-dadas, para ajudar as famílias quenão têm posses. “Estão na situa-ção de desemprego e não têmmeios para fazer a reparação desuas casas”, refere ainda o autar-ca, acrescentando que corremsérios riscos de desabamento aqualquer momento.

Várias famílias beneficiadas Em 2010, houve um impulsosignificativo, na construção ereabilitação de 34 moradiasdegradadas de famílias carenci-adas do concelho, absorvendouma boa fatia do investimento doorçamento camarário.Os pedidos de habitação social,materiais de construção parareabilitação ou construção demoradia própria e ligação domicil-iária à rede de água, estão no topoda lista das solicitações. E aCâmara Municipal não tem viradoas costas ao problema. Só no anopassado, foram investidos mais de2300 contos na reparação demoradias, substituição de tectos(fibrocimento por betão), apoioem cimento, vergas, brita, areia…beneficiando famílias de Loura,Lém-Pereira, Massa Pé, JoãoGarrido, Portal e Castelo Grande.

Madalena recebe casa em JoãoGarridoPor altura do 17.º aniversário domunicípio, a Câmara de São Do-mingos entregou uma habitaçãosocial (um T3), construída de raiz,com equipamentos de cozinha ecasa de banho, à família de MariaMadalena Correia - uma senhorade 47 anos, mãe de quatro filhos -,na localidade de João Garrido. A história de Madalena é como ade muitas outras cabo-verdianasque deixam a terra natal à procu-ra de vida melhor. Madalena nemfoi para muito longe, a cidade daPraia fora o seu destino. Onzeanos depois, e com problemas desaúde, decide voltar a João Gar-rido, porque a vida lhe fora ma-drasta na capital. Entretanto, nãofoi tão bem recebida no regresso:problemas familiares obrigaram-

-na a viver debaixo de uma árvore.Quando a Câmara Municipal deuconta desta situação, o vereadorEmanuel Lopes encarregou-se deresolver esse caso urgente. Oúnico problema seria encontrarum terreno para construir a casada família Correia, já que os ter-renos naquela localidade sãoquase todos privados. As irmãs deMadalena deram uma ajuda, econvenceram a mãe a ceder oterreno onde a Câmara acaboupor construir. E, em pouco tempoconcluiu-se a casa de Madalena:são 3 quartos, uma cozinha euma casa de banho. Quando, em Março, FernandoJorge entregou as chaves da novacasa, Madalena Correia ficou sempalavras. Foi preciso a irmã e ofilho agradecerem o gesto “ines-quecível” da Câmara de São Do-mingos. “Serei eternamente gratopor este gesto. Os senhores nãoimaginam como tem sido a nossavida”, disse o filho entre lágrimas.

Outras casas estão a ser concluídasMas esta é mais uma, entre mui-tas casas que a Câmara de SãoDomingos vem construindo e en-tregue às famílias do concelho.Algumas construídas de raiz e ou-tras que a autarquia tem vindo arecuperar. Como fez com asfamílias de Rita dos Reis e Lúcia,em Lém Pereira, ambas beneficia-das com casa própria, em No-vembro. O que a população de São Do-mingos pode estar certa é que anossa equipa não vai baixar osbraços. Várias habitações encon-tram-se, neste momento, em fasede conclusão e outras prontas ainaugurar. �

Casa da Lúcia Casa da Madalena Casa da Rita

Mais de 600 famílias jáforam beneficiadas nos

últimos anos pelaautarquia e, anualmente,

são quase 70, o número deintervenções em casas

degradas

Page 25: Revista São Domingos nº7

25

perfil

De seu nome próprioAntónio da Costa deSá Cachada, nasceu a27 de Janeiro de 1928,

em Vila Cova – Barcelos, Portu-gal, onde também viveu toda asua infância e viria a fazer o exa-me do 2º Grau em 19 de Julhode 1940, tendo recebido oitodias depois, isto é, em 27 de Ju-lho de 1940, a confirmação. Ter-minado que foi o ensino primá-rio, o filho de Severino Ribeiro deSá Cachada e de Josefina Rosada Costa, teria de continuar osestudos. Esta oportunidade surgiu, aindaem Portugal, com o seu ingressonos Seminários da Congregaçãodo Espírito Santo de Silva, emBarcelos; Viana de Castelo; Go-dim em Régua; Fraião (Braga);Torre d’Aguilha (Carcavelos) on-de frequentou os estudos se-cundários. Foi também em Torred’Aguilha (Carcavelos), que em26 de Julho de 1953, foi ordena-do Diácono e Padre a 27 de Se-tembro de 1953, tendo celebra-do a Missa Nova em Vila Cova a4 de Outubro de 1953.O Padre António não parou naMissa Nova. Fez a consagraçãoao Apostolado em 4 de Julho de1954 e, no mesmo dia, recebeunomeação para Cabo Verde, on-de desembarcaria na Cidade daPraia a 3 de Outubro do mesmoano e no dia seguinte enviado

para a Paróquia de Santa Catari-na, onde foi nomeado VigárioCooperador a 25 de Novembrode 1954. Entre 1957 e 1958 esteve interi-namente nas Paróquias de SantoAmaro Abade (Tarrafal) e deNossa Senhora da Luz (Ilha doMaio), regressando a Santa Ca-tarina em Outubro de 1958, on-de esteve até 1968.A vinte e oito de Agosto de 1967foi nomeado Assistente Regionalda Acção Católica, para, a 28 deOutubro de 1968 ser nomeadoPároco de São Nicolau Tolentino– São Domingos, onde permane-ceu até à sua morte, a 31 de Ju-lho de 2009. Também foi em São Domingosque celebrou as Bodas de Pratada Ordenação Sacerdotal a 27de Setembro de 1978, numa ce-rimónia presidida pelo Bispo deCabo Verde, D. Paulino Évora, omesmo Bispo que estaria pre-sente de novo na 2ª Cerimóniada Comemoração das Bodas deOuro Sacerdotais a 27 de Se-tembro de 2003, uma vez que aprimeira foi em Vila Cova a 24de Agosto de 2003, numa ceri-mónia também grandiosa quecontou com a presença de paro-quianos de São Nicolau Tolenti-no que se deslocaram para oefeito a Portugal.Em São Nicolau Tolentino, na ce-rimónia de comemoração das

Bodas de Ouro de Ordenação Sa-cerdotal o Bispo D. Paulino Évorachamou atenção para o facto de“o Padre António ter sido servidora Deus desde os seus primeirostempos sem pedir na-da em troca, dos quaiscinquenta e um emCabo Verde”.O Bispo realçou ain-da que mais forteainda está a tornar acaminhada do PadreAntónio quando “ve-jo alguns seguidores,como são os casosdos quatro jovensque foram ordenadosnos últimos três anosem São Domingos,paróquia do padreAntónio e que tam-bém hoje estão acumprir missões”. Por seu turno, o Pa-dre António referiu oseguinte, na altura:“o espirito de missãoque Deus me confi-ou, ainda continuaforte hoje como hácinquenta anos. Asforças não hão-defaltar para podertransmitir a outros,tudo que aprendi com todos,principalmente com a popu-lação de São Domingos nestesúltimos 35 anos”. �

O Bispo D. Paulino

Évora chamou

atenção para o

facto de “o Padre

António ter sido

servidor a Deus

desde os seus

primeiros tempos

sem pedir nada

em troca, dos

quais cinquenta e

um em Cabo

Verde”

Padre

AntónioUma justa homenagem56 ANOS DEDICADOS À VIDA SACERDOTAL, 51 A CABO VERDE E 41 A SÃO DOMINGOS

Page 26: Revista São Domingos nº7

26

desporto

São Domingos semprefoi um concelho dedesportistas. Os Gar-ridos, equipa que out-

rora passeava a sua classe noscampeonatos, na Praia, contin-ua ainda hoje a representar onosso município, agora nasegunda divisão. Mas, paraalém dos Garridos, tínhamos aAndorinha; e São Domingosteve um futebolista interna-cional. Era uma autêntico dorde cabeça para os defesas, ofalecido, Rubom. Sensível a esses factos, a Câ-mara Municipal continua aten-ta e vem reforçando a apostana prática do desporto, não sócom a construção de infra-es-truturas (como é o caso do Es-tádio Municipal, ver pág. 27)

mas promovendo a práticadesportiva nas diversas modal-idades.No ano passado, a autarquiaconcedeu materiais despor-tivos (equipamentos, bolas deFutsal, Basquetebol, Andebol eFutebol de 11) às equipas doconcelho para a realização deactividades desportivas; pro-moveu intercâmbios com ou-tros Municípios, designada-mente São Miguel, Santa Cata-rina e Tarrafal.Em Parceria com a RI Sports,aquando da deslocação daequipa de Futsal do Benfica –na altura campeões europeusda modalidade -, e Eusébio (o“Pantera Negra”) a Cabo Ver-de, realizámos uma pequenademonstração e um convívio

entre os jogadores encarnadose uma equipa de crianças, noPolivalente de São Domingos.A equipa do Benfica foi antesrecebida com pompa e circuns-tância nos Paços do Concelho.Realizamos torneios de fute-bol, futsal masculino e femini-no, por ocasião das festas reli-giosas e estabelecemos umaparceria com a Federação Ca-bo-verdiana de Basquetebolnas sessões de formação; paraalém de termos patrocinadotorneios de futebol e futsal lo-cais e realizado campeonatosde futebol de onze, envolvendoas equipas não federadas doconcelho.Como acontece anualmente, aCâmara Municipal tem vindo aincentivar a prática de várias

modalidades por ocasião dasfestas do município com a rea-lização de corridas de atle-tismo, ciclis-mo, natação,fragata e, ulti-mamente, dehipismo.Tudo isso por-que damosvalor ao des-porto, agoracom resulta-dos palpáveisa nível dasmodalidadesde salão. Ho-je, existe umnúmero considerável de jovensa praticarem o futebolinho ouo futsal. Mas a aposta ganhafoi no andebol.

EM SÃO DOMINGOS TODOS GOSTAM DE PRATICAR DESPORTO E HÁ CADA

VEZ MAIS JOVENS A PROCURAR A SUA MODALIDADE DE ELEIÇÃO. MUITOS

ESCOLHEM O FUTEBOL, MAS AS MODALIDADES DE SALÃO VÃO DANDO CARTAS.

POR ISSO MESMO, A CÂMARA MUNICIPAL E A RI SPORTS TROUXERAM OS

CAMPEÕES EUROPEUS DE FUTSAL E O “PANTERA NEGRA” A SÃO DOMINGOS

Hoje, existe um

número

considerável de

jovens a

praticarem o

futebolinho ou

o futsal. Mas a

aposta ganha

foi no andebol

Eusébio e Futsal do Bvisitaram São Domingos

Page 27: Revista São Domingos nº7

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Depois de tanto esperar pelos apoiosdo Governo para a construção do EstádioMunicipal de São Domingos, a CâmaraMunicipal decidiu avançar com o projecto,já aprovado pela Assembleia Municipal e“que irá revolucionar a actividade despor-tiva no município”, considera o Presidenteda Câmara, Fernando Jorge Borges.Trata-se de um complexo desportivo mo-derno, a ser edificado em Nora, compostopor um campo de futebol com relvado sin-tético e dimensões creditadas pela FIFA,uma pista de atletismo de 400 metros,bancadas com 10 filas para uma assistên-cia de 1960 espectadores e um edifício deapoio integrado na bancada.Ao nível do rés-do-chão vai haver dois es-paços distintos servidos por dois grupos devestiários, balneários, cabine dos árbitroscom apoios sanitários e duches diferencia-dos por sexo, um sanitário à entrada, arre-cadação de material desportivo, arrecada-ção de limpeza, compartimento para equi-pamento mecânico de aquecimento deáguas e ainda serviços de apoio. No piso

superior teremos o camarote com um pe-queno bar de apoio e instalações sanitáriaspara ambos os sexos.Na zona de apoio vai ter três balneários(para duas equipas e a de arbitragem), qua-tro instalações sanitárias para indivíduosde ambos os sexos, duas salas multiusos,sala de convívio com bar de apoio, duas bi-lheteiras, átrio de entrada ou “foyer”, zonasde arrecadação/arrumos, gabinetes e áreastécnicas.Toda a engenharia financeira para a cons-trução do estádio está a ser montada e nafase final, com algumas instituições finan-ceiras, para que dentro de muito poucotempo as obras possam arrancar, para afelicidade dos nossos jovens, dos desportis-tas, mas também da actual equipa ca-marária que há muito tempo almejava terum estádio municipal com relva sintética epista de atletismo, contribuindo destaforma para que São Domingos continue adeixar a sua marca no desporto santia-guense, principalmente nas modalidadesde futebol, atletismo e andebol. �

São Domingos vai terEstádio Municipalem 2012A CÂMARA MUNICIPAL JÁ TEM O AVAL DOS DEPUTADOS E O

ESTÁDIO MUNICIPAL VAI SER UMA REALIDADE. ESPERAMOS

ARRANCAR A OBRA, AINDA NO DECORRER DO PRIMEIRO SEMESTRE,

PARA QUE OS NOSSOS ATLETAS TENHAM UM ESTÁDIO MODERNO,

CUJAS OBRAS DEVERÃO FICAR CONCLUÍDAS NO PRÓXIMO ANO

Dois anos depois de terem par-ticipado pela primeira vez nocampeonato regional de San-tiago Sul, a equipa de Andebolfeminino de São Domingos eracampeã de Santiago, durantedois anos consecutivos, noescalão Júnior. Consolidada que foi a modali-dade de andebol era necessárioapostar noutras: o basquetebolfoi outra modalidade a ganharos seus adeptos e a colher fru-tos. Hoje é raro, em São Domingos,ir ao polivalente e não encon-trar jovens de todas as idades apraticar o andebol, o basquete-bol, o futebolinho. Parece quejá é hora doutras modalidadesdarem o pontapé de saída.Quais serão? �

enfica

Page 28: Revista São Domingos nº7

28

cultura

CarnavMaior Carnaval de sempre em São Do

Fidjus di Barcigrexa A POPULAÇÃO DE SÃO DOMINGOS FOI UNÂNIME: “ESTE É O

MELHOR CARNAVAL DE TODOS OS TEMPOS”. VÁRZEA DE IGRE-

JA VIVEU MOMENTOS DE FESTA, DE ALEGRIA, DE LIBERDADE E

FOLIA. FOI UMA AMOSTRA DE QUE, COM ORGANIZAÇÃO, É

POSSÍVEL TERMOS UM BOM CARNAVAL NA ILHA DE SANTIAGO

Page 29: Revista São Domingos nº7

29

al 2011mingos

foram justos vencedores

Organizado pelo Pelouro deEducação, Cultura e CondiçãoFeminina da Câmara Municipalde São Domingos, oito grupos

carnavalescos levaram folia, alegria ecoreografias várias para a rua principal dacidade, onde estavam ordeiramente o públicoe o júri (composto por seis elementos) queiam avaliando os concorrentes, um por um,classificando os trajes, a música, apontualidade, a coreografia e os figurantes.Unanimidade também na escolha dovencedor: “Fidjus di Barcigrexa” (tinha AntoniDenti D’Oro como figurante), arrecadandoum prémio simbólico de 60 mil escudos,seguido do “Agrupamento dos Escuteiros”(40 mil) e que levou mensagem de alegria,esperança e vida, principalmente nos tempos

conturbados que se vivem hoje um poucopor todo o Cabo Verde. O terceiro lugar foipara “África em Marcha” (prémio de 35 milescudos), um grupo de jovens de CuteloBranco que para o ano já promete mais folia.Até porque, agradado como estava comaquilo que viu, Fernando Jorge Borges,promete ajudar, dentro das possibilidades daautarquia, para que haja um Carnaval dearromba em São Domingos, em 2012.O júri foi composto por Rui Pereira(presidente), Filomena Barreto, HermíniaCarvalho, Edilson Veiga Ramos, Manuel deJesus Barros e Cláudia Marlene SoaresTeixeira.

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30

cultura

Agradado como

estava com aquilo

que viu, Fernando

Jorge Borges promete

ajudar, dentro das

possibilidades da

autarquia, para um

Carnaval de arromba

em São Domingos,

em 2012

Carnav

Page 31: Revista São Domingos nº7

31

al 2011

Page 32: Revista São Domingos nº7

32

notícias

A18 de Fevereiro, oPUD-ECSD foi discu-tido com os eleitosmunicipais e alguns

responsáveis de vários depar-tamentos do Estado, con-forme manda a lei.O referido plano, de acordocom a sua concepção, visa umcrescimento espacial ordena-do e sustentável, conformedefinido pelo Plano DirectorMunicipal (PDM) de São Do-mingos (já aprovado e ho-mologado pelo Governo), epretende definir as linhas ori-entadoras e estratégicas deintervenção nas zonas consti-tuintes do Espaço Central, co-mo a Cidade de São Domin-gos (Várzea Igreja), as locali-dades de Nora, Pó de Saco

(Variante), Ribeirão Chiqueiro,Milho Branco e Praia Formosa. O plano absorve, portanto, doPDM de São Domingos todasas classes de espaço, áreas edi-ficáveis e não edificáveis queprevê, por exemplo, a criaçãode uma Via Marginal Turística(VMT), com ligação à via exis-tente em Ponta de São Fran-cisco/Ribeirão Chiqueiro, comduas variantes urbanas: (V1) -de São Domingos que deverádesviar o tráfego do atravessa-mento do centro da Vila, deNora /Água de Gato via exist-ente a João Teves; e (V2) - queinicia em Ribeirão Chiqueiropassa por Limão / Milho Bran-co para conectar com o traça-do existente de Pedra Badejo.Em relação aos equipamentos,

o PDM propõe para todo omunicípio de São Domingos, oseguinte:• Educação: 15 escolas de en-sino pré-escolar, 5 escolas bá-sicas Integradas, 1 escola se-cundária, 2 escolas de for-mação profissional na zona daVariante e uma biblioteca;• Desporto: 20 campos de jo-gos grandes e 15 pequenosem pontos estratégicos domunicípio, uma pista de atle-tismo, 1 pavilhão de desportoe 1 piscina coberta;• Segurança Pública e de ApoioSocial: 1 quartel de bombeiros,1 centro de emergência a loca-lizar na zona de equipamentossociais de Variante, 5 centrossócio-comunitários em pontosestratégicos do município, 4

mercados e 2 matadourosmunicipais na cidade de SãoDomingos e Milho Branco;• Infra-estruturas básicas desaneamento e abastecimen-to de água: construção de 3ETAR 1 industrial e 2 urbanos,1 aterro sanitário; criação deredes gerais de águas e esgo-tos, infra-estruturas eléctricas,de forma a servir todos osaglomerados do concelho.

Nessa base, a área de interven-ção do PUD- ECSD, integrandotanto uma parte da freguesiade Nossa Senhora da Luz comouma parte da de S. NicolauTolentino, deverá ser de aprox-imadamente 1.059 hectares.Actualmente, o uso do solo doECSD reparte-se por cerca de

DEPOIS DE UM LIGEIRO CONTRATEMPO NA ELABORAÇÃO DO PLANO DE

DESENVOLVIMENTO URBANO (PUD) DO ESPAÇO CENTRAL DE SÃO

DOMINGOS, ESTE IMPORTANTE INSTRUMENTO DE GESTÃO AUTÁRQUICA

ENCONTRA-SE NUMA FASE AVANÇADA PARA A SUA APROVAÇÃO. DESDE A

SEGUNDA QUINZENA DE MAIO ESTÁ À DISPOSIÇÃO PARA CONSULTA PÚBLICA

PUD do Espaço Central

em consultapública

Passos certos no Ordenamento do Território

Page 33: Revista São Domingos nº7

33

121ha (11,48 por cento daárea do PDU ECSD) para usourbano, cerca de 485ha (45,76por cento) para uso agrícola,113ha (10,66 por cento), des-tinado ao uso florestal e340ha (32,1 por cento) parauso agro-silvo-pastoril, con-forme a Planta de Uso doSolo.Em geral, pode-se observarque os solos dos leitos dasribeiras e encostas são vo-cacionados para a prática daagricultura de regadio comaproveitamento máximo atra-vés de técnicas ancestrais dearmação de terrenos por so-calcos, sendo o restantedireccionado para o uso flo-restal, agro-silvo-pastoril ehabitação.

Situação ActualDo ponto de vista físico, a áreado plano caracteriza-se princi-palmente por um conjunto deachadas e vales das ribeiras,nomeadamente, da Ribeira deSão Domingos e da Ribeira dePraia Formosa, estando identi-ficados 13 construções, im-portantes não só pelos seustraços arquitectónicos comotambém pelo seu valor histó-rico, como sendo patrimóniocultural. No domínio da Educação, no-tam-se avanços significativos,tanto ao nível da construçãode novos equipamentos, co-mo na qualificação dos recur-sos humanos, nomeadamentecom a construção de um esta-belecimento de Ensino Secun-

dário (o Liceu Fulgêncio Ta-vares) e a existência em quasetodas localidades de pelomenos, uma escola do EBI eum jardim de infância.No Ensino Secundário, os da-dos analisados ao longo destetrabalho apontam carências,sobretudo a nível de formaçãoprofissional. É preciso dina-mizar e dar um novo impulsoà formação técnico-profissio-nal dos jovens, de forma a terum município competitivo anível regional e nacional.Em relação à rede de infra-es-truturas, os dados analisadosindicam que, o acesso à águapotável, à energia e aos meiosde telecomunicações temvindo a aumentar, ao longodos últimos anos, segundo os

dados do Instituto Nacionalde Estatística (QUIBB 2007)e, hoje o concelho de São Do-mingos é um dos concelhoscom maior percentagem defamílias com água canalizadaem suas casas, na ilha de San-tiago e a nível do arquipélago.Concluindo, pode-se dizerque o Espaço Central de SãoDomingos tem vindo a teralguns avanços nomeada-mente no domínio das infra-estruturas, da Educação,Saúde, do Abastecimento deAgua, Energia e outros. Noentanto, apesar desses avan-ços, ainda persistem pro-blemas que se colocam comalguma acuidade, sobretudono que concerne ao sectorsocioeconómico. �

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34

notícias

A população de Praia Baixo,na freguesia de N. Sra da Luzpassou a beneficiar desde omês de Abril de uma unidadede saúde completamente re-modelada, o que lhes vai per-mitir ter atendimento médiconaquela vila piscatória, em vezda população ter de deslocar--se ao Centro de Saúde de SãoDomingos para fazer as con-sultas de rotina.A referida Unidade Sanitáriade Base (USB), inaugurada porFernando Jorge Borges, temuma sala de consultas e outrapara internamento, equipadacom uma cama, e contouainda com a presença com odelegado de saúde local, JoséRui Moreira.Com esta nova infra-estrutura(a décima no concelho), oPresidente da Câmara defen-

de que já é tempo de o Go-verno tomar a decisão de con-templar a freguesia de N. Srada Luz com um médico per-manente. Quem ficou satisfeita comesta USB foi a população localque vai partir de agora poupartempo, dinheiro e vai tercuidados médicos periodica-mente, conforme promessade José Rui Moreira. Ummédico vai deslocar-se men-salmente àquela populaçãopara consultas, numa locali-dade onde estão identificadosvários casos de pessoas dia-béticas e com hipertensão, e oproblema de gravidez precoceentre as jovens.Esta obra da Câmara Municipalde São Domingos foi co-finan-ciada pela Bornefonden e cus-tou mais de 1700 contos. �

Praia Baixotem nova UnidadeSanitária de Base

O Presidente da Câmara Municipal de São Domingosesteve em Portugal, no inicio do mês de Maio,respondendo a um convite do seu homólogo deBarcelos, para participar nas festividades de mais umaniversário daquele que é considerado o maiormunicípio português, mas também, nas Festas dasCruzes, realizadas naquela autarquia portuguesa. Durante a sua estada em Portugal, Fernando JorgeBorges aproveitou a oportunidade para discutir como Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, CostaGomes, o reforço no relacionamento institucionalentre as duas autarquias, prevendo-se, para já, oreforço nas relações de geminação existente entre osdois municípios.Com a Câmara de Barcelos e a direcção da EscolaProfissional de Tecnologia e Gestão (ETG) ficou ocompromisso e toda a abertura para, nos próximosanos, ser aumentado o número de bolsas naquelainstituição de ensino, daquela cidade do norte dePortugal.O Presidente da Câmara de São Domingos encon-trou-se igualmente com os estudantes cabo-ver-dianos (de São Domingos, Santa Cruz e dos Mostei-ros) que se encontram a frequentar cursos profission-ais naquela cidade, para ouvir as suas preocupações edar alguns esclarecimentos e aconselhamentos.Durante a sua estada em Portugal, Fernando JorgeBorges recebeu com agrado a promessa de que SãoDomingos poderá contar, nos próximos tempos, comuma ambulância, oferta do Rotary Clube de Barcelos,e de um camião cisterna para os bombeiros, entrevários outros equipamentos, para o reforço doServiço de Protecção Civil de São Domingos, atravésda ONG CIC- Portugal, uma associação para acooperação, intercâmbio e cultura. �

São Domingosestreita relaçõescom Barcelos

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CCoonnttaaccttee--nnooss:: Telefone: +238 262 38 17 •• E-mail: [email protected]

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