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FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Secretário de Estado respondeu ao convite de Nathalie de Oliveira

Edition nº 342 | Série II, du 19 septembre 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

03

Rotunda Comendador Armando Lopes foi inaugurada em LeiriaPresidente da República esteve no ato de inauguração 06

Portugal assina Protocolocom município de MetzD

R

Rosa Mota é a madrinha da ediçãodeste ano da Corrida de solidariedadeda Santa Casa da Misericórdia de Paris 13

Rosa Mota

Diálogos. Os Secretários de Estado JoséLuís Carneiro e Isabel Onetovêm a Paris explicar as mudanças no recenseamentoeleitoral e processos de votação

04

Medias. A associação Plataforma vairealizar em Paris um encontroeuropeu dos órgãos de comunicação social portugueses espalhados pela Europa

04

Literatura. O escritor Nuno Gomes Garcia vai apresentar na Gulbenkian de Paris a versãofrancesa do livro “O SoldadoSabino” traduzido por Dominique Stoenesco

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13 Albi. Entrevista com António Pereira, que foi reconduzidona função de Presidente daAssociação Desportiva e Cultural dos Portugueses de Albi

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02 OPINIÃO

Pergunta dos leitores

Pergunta:Caro Diretor,Já tinha saudades do LusoJornal.Leio-vos na internet, mas não hánada como o papel. […]Gostava de ter mais informaçõessobre as novas formas de recen-seamento e gostava de saber oque vai mudar no sistema de vota-ção já nas próximas eleições. Eu lio que vocês já escreveram, masnão compreendi tudo. Pensei quevocês dessem mais informações.[…] Se vocês não falarem destascoisas, onde podemos ir procurara informação sobre o funciona-mento do novo recenseamento edo novo sistema de votos? […]

Manuel Jacinto(Colmar)

Resposta:Caro leitor,Obrigado por nos ter escrito. Todosos anos o jornal costuma parar du-rante o verão. Há 14 anos que talacontece. Também necessitámosde férias, não é?Além do mais, uma grande partedos nossos leitores vão de férias.Por isso, não seria interessantepara os nossos anunciantes, esta-rem a anunciar num jornal que émenos lido durante o verão.Mas guardámos ativo, durantetodo o verão, o LusoJornal Digitale desta forma fomos acompa-nhando os nossos leitores, mesmoquando eles estão de férias.Tem toda a razão em dizer que onovo método automático de recen-seamento para os Portugueses re-sidentes no estrangeiro e asalterações à Lei eleitoral, são infor-mações importantes e temos de astratar. Fica aqui a promessa que ofaremos. Tal como disse, se nãofor o LusoJornal a tratar estes as-suntos, quem mais o fará?Aliás, o Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas vem aParis no próximo dia 29 de setem-bro, para explicar o que efetiva-mente mudou. Vamos acompanhar este assunto.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornalEnvie as suas perguntas para: [email protected]

Nasci num país onde o desporto, e ofutebol em particular, pertence à cul-tura popular. Desagrade aos intelec-tuais que apontam o futebol comoresponsável do empobrecimento cultu-ral do povo, que só vê numa bola deborracha maltratada pelas chuteiras deatletas sem raciocínio, uma razão deexistir.Mal saí do berço, já o meu avô me ten-tava convencer que para ser um bompai de família tinha que ser benfi-quista.Do outro lado havia o meu tio que dizia“não te deixes influenciar”, escolhe oteu clube como bom entenderes.Não tinha muitas coisas para escolher,podia ser padre, ir dar o meu contributopara as guerras coloniais ou ser jogadorde futebol, seguindo o exemplo domeu pai.Mas o meu sonho era ser forcado nogrupo da minha terra, enfrentar os tou-ros olhos nos olhos.Gostava muito de râguebi, e não fa-lhava um único jogo do Torneio das 5Nações, que já nessa altura era trans-mitido pela RTP.Estava sempre a favor da Seleção fran-cesa que jogava no mítico estádioOlympique Yves-du-Manoir, em Colom-bes.Mal sabia eu que em breve iria morarperto dali.O meu avô dizia: “em vez de ver jogaresses maricas que jogam à bola com

as mãos, devias era de ir ver os jogosdo Benfica”.O meu tio dizia: “O teu avô não per-cebe nada de desporto. O Sporting foio primeiro clube Campeão nacional derâguebi, e as camisolas listadas foramherdadas do Racing de Paris”. Estavatudo dito. A partir desse dia jurei queseria sempre adepto do Sporting Clubede Portugal, e não de um clube bair-rista.Em 1998, quando a França ganhou o

Campeonato do Mundo, apercebi-meque finalmente não era assim tão in-culto. Até os intelectuais do mundo in-teiro exultaram de ver o primeiro paíseuro-africano a levantar um troféu tãoimportante para a paz social francesae europeia.Nos dias de hoje, já tenho idade parater juízo e ser avô, orgulhoso de ver aSeleção lusitana ser Campeã da Eu-ropa com a maioria dos jogadores for-mados no Sporting.

O meu orgulho de sportinguista cres-ceu ainda mais quando os sócios doSporting destituíram um Presidentepor ser malcriado.O meu orgulho de português, é belis-cado, quando vejo o clube dos bonspais de família serem acusados peloMinistério Publico de corrupção.Desculpa avô, lá onde tu estiveres,tenho sempre pela frente aquele tourocom cornos moles, que não me dãovontade de pegar.

O que fica bem, e o bem que fica malOpinião de Manuel André, animador de rádio em Albi

Eduardo Lourenço admite que IRS “talvez ajude” jovens emigrantes a regressarO ensaísta Eduardo Lourenço con-siderou que a proposta de reduçãode 50% no IRS, avançada pelo Pri-meiro Ministro, não é suficiente,mas “talvez ajude um pouco” os jo-vens emigrantes a regressarem aPortugal.“Suficiente não é. Talvez ajude umpouco. Suficiente… não quero queos jovens se movam unicamente poresse género de incentivos, masenfim, podia ser pior”, disseEduardo Lourenço à Lusa.Na opinião de Eduardo Lourenço, oque deveria fazer com que os jovensemigrantes regressassem a Portugalseria “a necessidade objetiva queeles têm de encontrar um sítio, napátria, em que eles reconquistem oseu direito de ser português atempo pleno e inteiro”.“Eles estão exilados, de algummodo, não é? São uma espécie deexílio. Esperemos que realmente asinstâncias oficiais acabem comesses exílios desse género”, con-cluiu o ensaísta.Na ‘rentrée’ do PS, António Costa,

Secretário-geral do Partido e Pri-meiro Ministro, anunciou que o Or-çamento do Estado de 2019 terá

“incentivos fortes” para fazer re-gressar a Portugal quem emigrouentre 2011 e 2015, desde benefí-

cios fiscais a deduções dos custosdo regresso, como a redução de50% no IRS.

Ainda sobre a proposta do Primeiro Ministro António Costa

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LusoJornal / Manuel André

Lusa / Inácio Rosa

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Le 19 septembre 2018

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COMUNIDADE 03

Portugal assinou Protocolo de cooperação com a cidade de Metz

O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas assinou na quinta-feira da semana passada, dia 13 desetembro, um Protocolo de coopera-ção tripartido com a Mairie de Metz ecom a Associação Cultural Portuguesadaquela cidade.José Luís Carneiro deslocou-se a Metzacompanhado pelo Cônsul Geral dePortugal em Strasbourg, Miguel Rita,a convite de Nathalie de Oliveira,Maire Adjointe.Este é o quarto Acordo que o Governoportuguês assina com autarquias fran-cesas, depois de Pontault-Combault,perto de Paris, de Cenon (Bordeaux),e de Soufflenheim (Strasbourg). Masno total, José Luís Carneiro já assinou8 acordos, quatro dos quais noutrospaíses.“Neste Acordo, a autarquia de Metzreconhece, pela primeira vez, a contri-buição dos Portugueses para a vida dacidade” explica Nathalie de Oliveira,visivelmente contente com o decorrerda cerimónia que teve lugar no antigoCloître des Récollets.Por seu lado, o Maire Dominique Groselogiou Portugal e os Portugueses. Diz-se “fascinado” com a Revolução do

25 de Abril, e admira “a forma comoo Governo atual está a governar Portu-gal”.Depois evocou a Europa e “os valoresde partilha que os Portugueses trans-mitem às gerações mais novas” e aler-tou para “o período do populismo, doracismo, que nos chega dos países deleste. Isto é perigoso, não me vou calare confio-vos esta Europa”.

José Luís Carneiro aproveitou para ex-plicar à cerca de uma centena de Por-tugueses que estavam na sala, quaisas principais alterações na Lei do Re-censeamento eleitoral e também nopróprio processo eleitoral. Estavampresentes elementos o grupo folclóricode Metz, trajados a rigor, do grupo debombos, para além de membros daassociação desportiva Os Conquista-

dores.Antes da assinatura do Protocolo, aDelegação portuguesa foi recebidapelo Préfet da região que, segundo oSecretário de Estado, teceu “rasgadoselogios” aos Portugueses.José Luís Carneiro visitou também oCentro Pompidou-Metz, onde foi rece-bido em português pelo próprio Diretore onde evocou a possibilidade de aí

programar eventos portugueses. “Noquadro das nossas ações à volta do Diade Portugal, gostávamos de encontrara possibilidade de programar eventosaqui” disse o Secretário de Estado e oDiretor do Museu mostrou-se aberto aesta possibilidade.José Luís Carneiro visitou também ocentro de inovação artística e digital“Blida”, um organismo que mostroumuito interesse em ter intercâmbioscom estruturas portuguesas. Nesta or-ganização trabalha também a lusodes-cendente Camille Pereira.Durante a sua estadia em Metz, o Se-cretário de Estado esteve acompa-nhado pelo seu Adjunto Miguel Silva,pelo Cônsul Geral de Portugal emStrasbourg, Miguel Rita, e pelo Téc-nico daquele Consulado, Henrique Au-gusto.Sempre na companhia de Nathalie deOliveira, reuniram com os dirigentesda Associação Cultural Portuguesa deMetz, que pretendem desenvolvermais ações culturais e visitaram a as-sociação Os Conquistadores.Nathalie de Oliveira ficou agora de darseguimento às muitas “pistas de tra-balho” que foram evocadas duranteesta visita oficial de um governanteportuguês.

José Luís Carneiro convidado por Nathalie de Oliveira

Por Carlos Pereira

Le 19 septembre 2018

Baião e Cormeilles-en-Parisis assinaram um Protocolo de Geminação

As localidades de Baião e de Cormeil-les-en-Parisis (95) assinaram um Pro-tocolo de Geminação, na presença dosrespetivos autarcas, do Deputadoeleito pelo círculo eleitoral da Europa,Paulo Pisco, e do Cônsul Geral de Por-tugal em Paris, António Moniz.“Tudo aconteceu muito rápido. A partirdo momento em que identificámosum bom parceiro, somos pragmáticose passámos à ação” disse ao LusoJor-nal o Presidente da Câmara Municipalde Baião, Paulo Pereira, que chefiou adelegação daquele conselho que sedeslocou a França.Cormeilles-en-Parisis começou pormostrar interesse numa geminaçãocom Portugal em 2015 e para encon-trar uma vila portuguesa interessada,muito contribuiu a implicação do es-critor Manuel do Nascimento que re-side precisamente em Cormeilles.Nos finais de 2017 tudo se acelerou.Uma delegação de Cormeilles-en-Pa-risis deslocou-se a Portugal no iníciodeste ano. Em abril foi a vez de umadelegação de Baião se deslocar aFrança. Uma primeira cerimónia deassinatura do Protocolo de Geminaçãoteve lugar em Baião no fim do mês deagosto e agora o documento foi assi-nado em França.“A Comunidade portuguesa foi impli-cada e ajudou-nos muito, assim comoo Consulado de Portugal em Paris quenos ajudou a encontrar a ‘chave’. Tive-mos sorte, encontrámos as pessoascertas” disse ao LusoJornal o MaireYannick Boëdec.Todo o fim de semana foi dedicado aPortugal. A Associação Franco-Portu-

guesa local animou um stand de apre-sentação de Baião durante o Fórumdas associações e à noite organizouuma noitada de rusgas, com as tocatasde 9 grupos de folclore portuguesas daregião parisiense, que só terminou porvolta das três da madrugada.No domingo teve lugar a cerimóniaprotocolar. A mesa estava coberta coma bandeira de Portugal, o que impres-sionou bastante o Presidente PauloPereira. “Foi como se fosse um convitepara nos sentimos como em casa”disse ao LusoJornal.Yannick Boëdec evocou a beleza deBaião e do vale do rio Douro e apeloupara que os habitantes de Cormeillesvão descobrir a região. Depois lembrouas relações históricas de Portugal, co-meçando no primeiro rei de Portugal,D. Afonso Henriques, que era filho doDuque de Bourgogne, até às disputas

no Brasil e às invasões de Napoleão.“Entre primos pode haver desavenças,mas os nossos dois países sempreforam amigos” disse no seu discurso.Lembrou ainda a forte presença por-tuguesa na cidade e disse que “haviamais bandeiras portuguesas do quefrancesas” durante o Europeu de fute-bol. “Mas não me peçam para comen-tar o resultado” disse com ironia.Por seu lado, o Presidente Paulo Pe-reira apresentou um vídeo sobre Baiãoe referiu que “há um conjunto de se-melhanças ou paralelismos que facili-tou esta Geminação. Cormeilles estáem relação a Paris, como Baião estáem relação ao Porto. Há um conjuntode pessoas que procuram Cormeillesporque a cidade tem uma visão de de-senvolvimento do seu território eaposta em elementos do seu territórioque para nós também são importan-

tes” disse Paulo Pereira no seu dis-curso. “Desde os mais jovens aos maisvelhos, a valorização das pessoas é im-portante. Pode haver muitas obras,mas se não houverem pessoas, pes-soas que se sintam bem, então não sepode falar de desenvolvimento. Temde haver aposta no ensino, na forma-ção, aposta nos jovens, nos velhos, nodesporto, na área ambiental, na formacomo se lida com os espaços verdes,há um conjunto de aspetos muitovasto que as pessoas que aqui vivemvalorizam, e são aspetos que nós pró-prios valorizamos muito”.Os dois autarcas concordaram que“esta assinatura não é um fim, é o iní-cio de uma relação que só agora co-meça” disse Yannick Boëdec. “Somospragmáticos e queremos que esta ge-minação funcione” completou PauloPereira.

“Eu próprio olhei para a geminaçãosem saber se valia a pena. Mas vi logoque era importante. Esta é a gemina-ção que faz sentido para Baião” con-fessou o Presidente da Câmaralembrando que o atual Secretário deEstado das Comunidades Portuguesasé de Baião, foi Presidente da Câmaraantes dele, e “eu falei com ele antesde vir para cá e lembrou-me que gos-tava de assinar um Protocolo entre aMairie de Cormeilles-en-Parisis, o Con-sulado Geral de Portugal em Paris e aassociação portuguesa local”.Pragmatismo foi a palavra mais utili-zada pelos dois autarcas. Ambos que-rem que a geminação funcione edisseram que já estão em curso ideias“que serão anunciadas a seu tempo”para que “haja realmente uma gemi-nação entre as duas cidades”.Mickael Martins, o Presidente da As-sociação Franco-Portuguesa de Cor-meilles-en-Parisis ocupou-se daorganização da tarde. Enquanto umgrupo de tocadores de concertina co-meçava um espetáculo na Sala deFestas, três grupos de folclore portu-gueses desfilaram até à Mairie, onde“recuperaram” os dois autarcas e asrespetivas delegações e “levaram-nos”a pé, pelas principais artérias da ci-dade até à sala de espetáculos ondeatuaram os grupos de folclore.O Protocolo de Geminação está agoradefinitivamente assinado entre asduas localidades e os dois autarcasprometeram “ações concretas”. Mic-kael Martins desvendou ao LusoJornalque já está em preparação, para osdias 15 e 16 de junho de 2019, umaSemana do Artesanato, com artesãosde Baião.

Por Mário Cantarinha

LusoJornal / Carlos Pereira

LusoJornal / Mário Cantarinha

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“Catamaran”com pavilhãofrancêsapreendido ao largo dos Açores com840 quilos de cocaínaUm “catamaran” com pavilhão fran-cês com 840 quilos de cocaína abordo foi localizado a 150 quilómetrosdo grupo central dos Açores, e adroga foi apreendida pela Polícia Ju-diciária (PJ).A embarcação de recreio, em fibra eque tinha a bordo dois homens eduas mulheres, foi encaminhadapara na marina da cidade da Horta,na ilha do Faial, onde foi alvo debusca.A cocaína, avaliada em quase 36 mi-lhões de euros, estava dissimuladaem cinco compartimentos da embar-cação que partira das Caraíbas comdestino à Europa.Artur Vaz, diretor da Unidade Nacio-nal de Combate ao Tráfico de Estupe-facientes (UNCTE) realçou que estaimportante apreensão ao largo do ar-quipélago dos Açores teve a colabo-ração da Força Aérea e da Marinhaportuguesa e do MAOC-N (MaritimeAnalysis and Operations Centre - Nar-cotics) uma agência internacionalcom sede em Lisboa que coordena ocombate ao tráfico de droga em setepaíses europeus.

Notas falsasde 50 eurosprovenientesde Françapassadas emPortugalO Ministério Público do Porto acusatrês residentes em França, um deleslusodescendente, de passarem emPortugal notas de 50 euros que sa-biam serem falsas, num caso comjulgamento marcado para março de2019.No processo há mais dois arguidos,um primo e um amigo do lusodes-cendente, ambos residentes emPóvoa de Lanhoso, distrito de Braga,acusados de colaborarem no crimede passagem de moeda falsa.Os três residentes em França entra-ram em Portugal no início de 2015para um período de férias, trazendoconsigo, cada um, notas contrafeitasde 50 euros “correspondentes a umaquantia de 400 euros em valorreal/verdadeiro”.Em fase de inquérito, os três princi-pais arguidos, referindo-se à formacomo obtiveram as notas, “foramunânimes em afirmar que as adqui-riram em Marseille, já contrafeitas, aindivíduos que não identificaram, ne-gando terem sido os próprios a pro-ceder à falsificação das mesmas”. Oobjetivo seria “irem aos saldos” emPortugal, ou seja, pagarem todos osgastos em férias.

04 COMUNIDADE

José Luís Carneiro vem a Paris falar de recenseamento automático e de eleiçõesO Cônsul-Geral de Portugal em Parisconvida a Comunidade portuguesapara a sessão “Diálogos com as Co-munidades” que se irá realizar no dia29 de setembro, às 18h45, no Con-sulado Geral de Portugal em Paris -Salão Eça de Queiroz - na presença eintervenções do Secretário de Estadodas Comunidades Portuguesas, JoséLuís Carneiro, e da Secretária de Es-tado Adjunta e da Administração In-terna, Isabel Oneto.O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas tem organizadosessões de esclarecimento como esta,dirigidas às Comunidades portugue-sas em diferentes países europeus,acerca das recentes alterações às leiseleitorais, aprovadas em julho pela As-sembleia da República.José Luís Carneiro lembra que “du-rante muito tempo” persistiu “a ideiade que tecnicamente não era exequí-vel o recenseamento automático” dosemigrantes portugueses, motivo peloqual não foi possível concretizar antes“aquele que era o propósito dos cida-dãos nacionais”.O recenseamento “passa a ser auto-mático, porque automaticamentequem tem Cartão de cidadão está re-censeado, mas não é obrigatório, por-que ao serem notificados destaautomaticidade, os cidadãos têm apossibilidade de dizer que não que-rem”, sublinha.Segundo o Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, “a admi-nistração eleitoral tem 90 dias após apublicação da lei [aconteceu a 14 de

agosto de 2018] para notificar os Por-tugueses no estrangeiro”.“Convém estarem todos atentos àcaixa do correio, porque vão ser noti-ficados pela administração eleitoral.Não se pronunciando, passam auto-maticamente a estar inscritos na basede recenseamento eleitoral. Caso nãopretendam estar inscritos automatica-mente, comunicam ao Posto consularou à Embaixada que querem suspen-der essa inscrição da base de recen-seamento”, esclareceu.Esta alteração poderá vir a resultar em

um milhão de novos recenseamentosde Portugueses no estrangeiro, e, con-sequentemente, num ‘boom’ de novoseleitores, já que, segundo números doMinistério dos Negócios Estrangeiros,até 12 de setembro estavam recen-seados fora do país 314 mil portugue-ses.Com a nova lei eleitoral, “os Portugue-ses vão poder votar presencialmentenos Postos e nas Secções consularesdas Embaixadas para a Assembleia daRepública, mas também vão podercontinuar a votar por correspondência,

agora sem o pagamento do custo doporte postal”, frisou ainda.José Luís Carneiro aponta também apossibilidade de cidadãos com duplanacionalidade poderem ser candida-tos à Assembleia da República e oalargamento das mesas de voto naeleição para a Presidência da Repú-blica como duas alterações significa-tivas contidas na lei n.º 47/2018.É para falar destes temas que JoséLuís Carneiro vem ao Consulado Geralde Portugal em Paris, no próximo dia29 de setembro.

Diálogos com as Comunidades

Média portugueses da emigração na Europa vão reunir-se em Paris

Os média portugueses da emigraçãona Europa vão juntar-se, a 29 de se-tembro, em Paris, num encontro orga-nizado pela Plataforma - Associaçãodos Órgãos de Comunicação SocialPortugueses no Estrangeiro para de-bater as dificuldades do setor.O objetivo é ainda continuar o mapea-mento dos órgãos de comunicação so-cial portugueses espalhados pelomundo e partilhar estratégias, deacordo com Carlos Pereira, Presidenteda Plataforma e Diretor do LusoJornal,editado em França e na Bélgica.“Estes órgãos de comunicação social,em geral, não são vistos com os mes-mos olhos em Portugal que um órgãode comunicação social sediado emPortugal. Nós não podemos concorrera projetos de apoio aos órgãos de co-municação social por estarmos fora.Porém, estamos a fazer um serviçopúblico ao levar informações que sónós abordamos sobre a emigração”,afirmou.Carlos Pereira sublinhou que “não hálista nenhuma” dos órgãos de comu-nicação social portugueses no estran-geiro e que a associação está a fazeresse trabalho para reforçar os médiada diáspora e promover colaboraçõesentre eles.O responsável acrescentou que a Pla-

taforma já fez “uma lista bastantecompleta” dos órgãos de comunica-ção social portugueses na Europa,algo que vai ser apresentado no en-contro de Paris, e a ideia é fazer omesmo no resto do mundo.No próximo ano, vai haver encontrosna América do Norte, na América doSul e em África e, no final de 2019ou início de 2020, deverá haver umareunião em Lisboa que junte os órgãosde comunicação social portugueses

espalhados pelo mundo.O arranque dos encontros vai ser a 29de setembro, no Consulado-Geral dePortugal em Paris, na presença do Se-cretário de Estado das ComunidadesPortuguesas, José Luís Carneiro.No programa, consta uma reunião detrabalho, de manhã, sobre “os princi-pais problemas dos órgãos de comu-nicação social portugueses naEuropa” e os “objetivos da Plata-forma” e outra reunião de trabalho

com José Luís Carneiro.Ao final da tarde, vai haver um debatesobre os “novos desafios de comuni-car para a diáspora”, com a participa-ção de Carlos Pereira, Luís Costa,Diretor-adjunto de programas da RTPcom o pelouro da RTP Internacional eAfonso Camões, Diretor do Jornal deNotícias.A Plataforma - Associação dos Órgãosde Comunicação Social Portuguesesno Estrangeiro foi oficializada e apre-sentada ao público em março de2015 e está sediada na AssociaçãoPortuguesa de Imprensa, em Lisboa.A sua criação pretende “defender osinteresses dos órgãos de comunicaçãosocial portugueses no estrangeiro,assim como dos seus jornalistas e co-laboradores”, listar e criar elos de li-gação entre eles e representá-los juntodo Governo e das instituições que tra-balham na área.Os órgãos de comunicação que jáfazem parte desta associação são oLusoJornal (França/Bélgica), a Tribunade Macau (Macau), a Gazeta Lusó-fona (Suíça), Portugal Post (Alema-nha), Rádio WJFD (Estados Unidos),Mundo Lusíada (Brasil), TV Portu-guesa Montreal (Canadá), O Século(África do Sul), Bom dia (Luxem-burgo), As Notícias (Reino Unido), De-cisão (Luxemburgo), Luso Americano(Estados Unidos), entre outros.

Por Carina Branco, Lusa

Le 19 septembre 2018

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AGRAFr organiza o 2° Encontro de cientistasPortuguesesem França

Após o sucesso da 1ª edição noano passado, a AGRAFr - Associa-ção dos graduados portuguesesem França, vai organizar no pró-ximo dia 29 de setembro, no Con-sulado Geral de Portugal em Paris,o 2° Encontro de Cientistas Portu-gueses em França.“Pensado para cientistas de todasas áreas e outros curiosos (sim, asciências da vida ainda têm muitoespaço: ajudem-nos a equilibraresta situação, participando!)” osorganizadores garantem que“serão abordadas questões relati-vas ao contacto com Portugal, ocientista na sociedade e o finan-ciamento da investigação (acadé-mica e outra) atual e do futuro”.O primeiro debate tem por tema“Portugal e a diáspora: uma siner-gia em movimento?” e são interve-nientes Ivo Gomperts Boneca,Investigador principal no InstitutoPasteur (França) e Maria Mota, Di-retora executiva do Instituto deMedicina Molecular (Portugal).O segundo debate, sobre “O cien-tista na sociedade”, tem como in-tervenientes Sandro Alves, Diretordo departamento de investigaçãopré-clínica da Brainvectis (França),Ana Antunes, Responsável pelaanimação científica e comunicaçãona MabDesign (França) e IreneCosta, Investigadora na Universi-dade Paris-Diderot (França).Finalmente, para o terceiro de-bate, sobre “Financiamento da in-vestigação: presente e futuro”, osorganizadores anunciam as inter-venções de Rui Munhá, Gestor deciência e tecnologia na Fundaçãopara a ciência e tecnologia FCT(Portugal), Carina Santos, Gestorade investigação transacional naAction on Hearing Loss (Inglaterra)e Richard Tavares, Gestor de ciên-cia e tecnologia na Agência nacio-nal para a investigação ANR(França)O evento é gratuito, com inscriçãoobrigatória até dia 25 de setembro.

Consulado Geral de Portugal em Paris6 rue George Berger75017 Paris

ENSINO 05

lusojornal.com

Jornadas Portas Abertas apresentamnovas instalações do ILCP

O Instituto de língua e cultura por-tuguesa (ILCP) de Lyon agendoutrês Jornadas Portas Abertas, parainformação e inscrições dos alunospara o ano letivo 2018/2019.Nos sábados 8 e 15 de setembrodecorreram as duas primeirasdatas, e no dia 22 de setembroterá lugar a última destas três jor-nadas. No dia 29 de setembro vãocomeçar as aulas para os alunos daprimária ao 12° ano, e tambémpara os adultos. Todos vão desco-brir as novas instalações do Insti-tuto.Neste sábado dia 15 decorreu tam-bém um atelier de culinária portu-guesa animado pelo professor JoséManuel. “Foi o segundo atelierdeste programa ‘Descoberta da cu-linária portuguesa’ pois houve jáum primeiro em 15 de julho, onde

participaram sobretudo os alunosdos cursos de adultos” explicou aoLusoJornal Rosa Maria Queiroz, Di-retora pedagógica do Instituto.

As datas e horários do início deaulas podem ser consultadas nosite internet do ILCP, ou por tele-fone e mail, junto de Margarida

Despacha, do Secretariado do Ins-tituto.“Este ano estamos em novos lo-cais, na ‘Ecole de l’Elegance’ quese situa entre a rue de la Républi-que, junto da FNAC, e a rue BelleCordière. Os acessos são fáceis portransportes públicos e mesmo decarro” assegurou Rosa Maria Quei-roz.O grupo de professores para esteano letivo é composto por CarlaMariana, José Manuel, Ana Sousa,Rosa Maria e Helenilda Rochedix.As aulas dos sábados terão lugardas 9h00 às 12h15 e durante asemana das 18h00 às 20h30.

Instituto de Língua e Cultura Portuguesa (ILCP)83 rue de la République69002 LyonInfos: [email protected]

Por Jorge Campos

Projeto “Conto Contigo” leva contos emportuguês a crianças em França

O projeto “Conto Contigo”, que desde2015 tem promovido sessões de lei-tura em português na região de Parispara crianças em idade pré-escolar,quer estender-se a mais cidades pararesponder a uma “necessidade” naComunidade portuguesa em França.A fundadora da iniciativa, Maria JoãoPita, contou à Lusa que a ideia surgiuquando procurou, em 2014, estrutu-ras para transmitir ao seu filho, de trêsanos, a língua portuguesa, de formalúdica e informal.A arquiteta aliou-se então aos mem-bros da Associação dos DiplomadosPortugueses de França (AGRAFr) ecriou um projeto itinerante de sessõesde leitura em língua portuguesa parameninos dos três aos seis anos, masque é aberto a “todos que se interes-sem em passar um momento informalà volta de um livro em português”.“O facto de o projeto rodar desde2015 é uma prova que há realmenteuma necessidade. Há pessoas queprecisam deste contexto informal de

encontro e o projeto vem responder aesta geração dos anos 80 que está emFrança e que precisa também, com osseus referenciais e as suas ferramen-tas, de criar coisas. O Conto Contigo ésó mais um grãozinho a contribuirpara a dinâmica da comunidade por-tuguesa em França”, afirmou a portu-guesa, de 37 anos, que também viveuna Alemanha e na Holanda.A ideia é juntar entre 15 a 20 pes-soas, ainda que tenha já havido“muito mais gente, quase 70 pes-soas”, à volta dos contadores de his-tórias, um ou mais voluntários daAGRAFr que integram a equipa de“mais ou menos quatro a oito pessoaspor ano” do “Conto Contigo”.As sessões de leitura são essencial-mente em Paris, mas já houve encon-tros nas cidades de Nantes,Pontault-Combault, Cormeilles-en-Pa-risis, entre outras. O objetivo é levaros contos em português a mais locali-dades, nomeadamente Lyon onde aAGRAFr criou um novo polo.“A ideia é fazer com que as pessoasse liguem ao livro de uma maneira lú-

dica e o explorem sem grande medo.Além disso, queremos trazer algunsautores e ilustradores novos, ao ladode outros mais antigos. No fim da ses-são damos um objeto-memória, umacoisa pequenina para que haja um fiopara lá da sessão para as pessoas po-derem continuar a falar, usar e explo-rar”, continuou Maria João Pita,explicando que há, ainda, um “cestodo livro que tenta incitar à troca edeambulação de livros juvenis”.Em Paris, as leituras têm tido váriospalcos efémeros, como cafés cultu-rais, residências universitárias, esco-las, o Consulado Geral de Portugal,jardins e até igrejas.A última sessão, intitulada “Avós: Avoz do amor” aconteceu, na semanapassada, no espaço transdisciplinar‘Volumes’, no 19º bairro de Paris, e olivro escolhido foi “Avós”, de ChemaHeras, com ilustração de Rosa Osuna.“Há uma estrutura do projeto queajuda a equipa a poder desenvolver,com o apoio de alguém ligado à pe-dagogia e ao ensino, a escolha de umencadeamento de temas e dos livros

que animam as sessões. Esta espéciede árvore do projeto é feita no iníciode cada ano”, continuou.Também já se leu “Uma biblioteca éuma casa onde cabe toda a gente”, deMafalda Milhões, “A Menina Bonitado Laço de Fita”, de Ana Maria Ma-chado, “Herbário”, de Jorge de SousaBraga com desenhos de Cristina Vala-das, “Este Livro está a chamar-te.(Não ouves?)”, de Isabel Minhós Mar-tins e Madalena Matoso, ou “A Ilha”,de João Gomes de Abreu, entre mui-tos outros livros.“Já tivemos pessoas mais velhas quevêm ouvir e crianças de todas as ida-des. É frequente haver crianças quenão entendem completamente, mas onosso objetivo é deixarem a sessãocom mais umas palavras e sonsnovos. Na base o projeto é estruturadopara crianças dos 3 aos 6 que estão aadquirir a linguagem e elas saem delá tendo passado um bom momento”,concluiu a fundadora do “Conto Con-tigo”, sublinhando que conta comtodos os que queiram juntar-se “àroda dos textos em português”.

Por Carina Branco, Lusa

Cap Magellan et Império vont donner 12 Bourses d’étudesPour la 4ème édition consécutive,l’association Cap Magellan et ImpérioAssurances et Capitalisation SA s’as-socient pour l’octroi de 12 Boursesd’études aux jeunes «les plus méri-tants issus de la Communauté portu-gaise ou aux jeunes apprenant lalangue portugaise, et résidant enFrance qui soient en Terminale ou enBac+1 au cours de l’année 2017-2018».Ce projet vise à récompenser le par-cours des jeunes lusodescendants lesplus méritants, toutes sectionsconfondues, par la remise d’un

chèque de 1.600 euros à chacun dessélectionnés. Ces 12 bourses d’étudesont financées par Império Assu-rances.Les candidatures sont ouvertes auxjeunes lusodescendants ou auxjeunes lusophiles qui étudient le por-tugais, âgés de 15 à 20 ans, et quiremplissent toutes les conditions sui-vantes: - résider en France métropo-litaine, - avoir eu leur Baccalauréaten France, avec mention Bien ou Trèsbien, - être, pendant l’année scolaire2017-2018, étudiant en Terminaleou en 1ère année de l’enseignement

supérieur, - ne bénéficier d’aucuneautre bourse au titre de concours pri-vés ou publics, hormis une boursed’études nationale (décernée parl’Etat sur critères de revenus), - nepas faire partie de la famille (parentsou enfants) des collaborateurs, oudes organisateurs de l’évènement(Cap Magellan et Império) ou despersonnes qui y sont associées.«Les critères les plus valorisés lorsdes décisions du jury sont bien sûrles résultats obtenus au Baccalau-réat, ainsi que le niveau de portugaiset les liens tissés avec la langue et la

culture lusophone. S’ajoute à ceux-làle milieu social, afin de permettreune égalité des chances, en privilé-giant ceux dont le milieu social est leplus modeste. Ce programme viseprincipalement à aider les étudiantsles plus motivés et les plus méritantsdans la poursuite de leurs études» ditune note de Cap Magellan envoyéeaux rédactions.

Candidatures jusqu’au 30 septembreFormulaires de candidature et listedes pièces obligatoires à fournir:www.capmagellan.com

Em Lyon

Le 19 septembre 2018

LusoJornal / Jorge Campos

Leia onlinelusojornal.com

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Portugal Business Club de Lyon retomou os almoços mensais

Na sexta-feira dia 14 de setembro, oPortugal Business Club (PBC) deLyon (69), organizou o seu almoçomensal para dar início aos encontrosdo pós-férias grandes. O espaço“Baila Comigo DZ” foi o quadro esco-lhido para este almoço que reuniu vá-rios membros do PBC e algunsconvidados.“Neste encontro favorecemos a apre-sentação de cada membro aos outrosmembros, o que foi muito apreciado.Uma maneira de fazermos conheci-mentos mais amplos entre os mem-bros e os convidados” explicou aoLusoJornal Gil Martins, o Presidentedo PBC.“Estou muito contente de estar hojeaqui e onde me apercebi que existeum bom ambiente e que será umgrupo interessante a frequentar no fu-turo. Fui convidado para apresentar oque faço na vida, quem sou, e assimcomo os meus objetivos profissionais,o que fiz com agrado e agradecimen-tos” disse Jean Philippe fundador da“Lipstick”.Entre os demais convidados estavampresentes Tristan Frejaville de “Amourde Café” e a fotógrafa Maria HelenaVaz, fundadora de LNV.A este encontro vão seguir-se maistrês até ao final de ano: a 12 de outu-bro, a 9 de novembro e a 14 de de-zembro, “onde vários temas serãoabordados, como é habitual nos nos-sos almoços do PBC” confirma GilMartins.

Exportaçõesde mobiliário e colchoariapara Françaaumentam 9%até julhoAs exportações portuguesas de mo-biliário e de colchoaria aumentaram4% até julho, em termos homólogos,somando 1.100 milhões de euros, in-formou a Associação Portuguesa dasIndústrias de Mobiliário e Afins(APIMA).Segundo a associação, o mercadofrancês, com 370 milhões de eurosem vendas, destaca-se como o prin-cipal destino das exportações dosetor, tendo crescido 9% face a 2017e alcançado uma quota de 34% dototal de exportações.

06 EMPRESAS

Presidente da República inaugurou a rotundaComendador Armando Lopes em Leiria

O Comendador Armando Lopes, donoda rádio Alfa, em Paris, passou a teruma rotunda com o seu nome em Lei-ria. A rotunda foi inaugurada no sá-bado passado pelo Presidente daRepública, Marcelo Rebelo de Sousae pelo Presidente da Câmara Municipalde Leiria, Raul Castro, na presença doSecretário de Estado da internaciona-lização, Eurico Brilhante Dias e da Di-retora do Gabinete do Empreendedorda Diáspora, Luisa Pais. Estavam pre-sentes muitos amigos do empresário,como por exemplo o Presidente da Câ-mara de comércio e indústria franco-portuguesa, Carlos Vinhas Pereira,Mapril Batista das Ambulâncias LesDauphins, Mário Martins da METI,José Oliveira da SPAP, o casal Carlos eAntónia Gonçalves da Pastelaria Cane-las, entre muitos outros.Armando Lopes já tem uma rotundaem Créteil, inaugurada também peloPresidente da República, pelo Pri-meiro Ministro António Costa, pelo Mi-nistro da Defesa Azevedo Lopes e peloSecretário de Estado das Comunida-des Portuguesas, José Luís Carneiro,no dia 11 de junho de 2016, quandofoi comemorado em Paris o Dia dePortugal, de Camões e das Comunida-des Portuguesas.A inauguração da rotunda teve lugarlogo depois da inauguração do edifício

da Moagem, uma obra que está a serfeita pelas empresas de ArmandoLopes.“Este é um processo de 10 anos”disse ao LusoJornal Fernando Lopes,filho do empresário. “Foi necessárioter a aceitação do IPAR porque este éum edifício histórico, é um monu-mento”.Fernando Lopes diz também que oprojeto teve de ser alterado à medidaque eram feitas novas descobertas naobra. “As pessoas do IPAR vieram cáe teceram comentários muito positi-

vos”.O edifício já foi convento, prisão, es-critórios da administração da Câmaramunicipal, até ser vendido, no iníciode 1900 para aí ser instalada umamoagem. Armando Lopes comprou oedifício quando estava já em ruínaspara o reabilitar. Foram construídos 25apartamentos, 13 lojas “e um átriomágico de convívio”.Nem todos os apartamentos estão ven-didos “até porque muita gente estavaà espera para ver o resultado final” ex-plica Fernando Lopes. Os apartamen-

tos variam entre 70 e 500 metros qua-drados, com preços acima da médiapraticada na cidade.“Estamos com um patamar de stan-ding bastante elevado por se tratar deum monumento, e porque tem acaba-mentos de excelência: chão radiantehidráulico, ar condicionado em todasas divisões, cozinha completamenteequipada com chão em soalho, con-trolo de acesso com vídeo-porteiro, nocondomínio há vigilante 24 horas pordia e parqueamento para residen-tes,…”

Dono da Rádio Alfa inaugurou edifício da Moagem

Por Carlos Pereira

Ryanair: 24 horas de atraso para os passageirosdo voo Dole-Porto

Foram momentos complicados aque-les que passaram os 180 passageirosda Ryanair que na passada quinta-feira, pelas 15h25, deveriam partirpara o Porto a partir do AeroportoDole.Por volta das 15h30 da sexta-feira, oAirbus finalmente descolou comvinte e quatro horas de atraso!De acordo com Jean-Jacques Berto,Diretor do Aeroporto de Dole, o pro-blema foi uma falha do computadorde bordo, impedindo a unidade dedescolar. “Tivemos que mandar virnovas placas, em seguida, duashoras para reconfigurar a aeronave”diz o Diretor do Aeroporto. “Em se-guida, 1h30 para embarcar passagei-ros”.Mas tudo começou mal na quinta-

feira, uma vez que o avião vindo doPorto chegou já com 2 horas deatraso, ao que sabemos já derivado aproblemas no avião.As mensagens iam caindo infor-mando dos atrasos sucessivos, massem dar razão dos mesmos.A partir de 5 a 6 horas de atraso jáalgumas pessoas renunciavam ao vooobrigando os funcionários do aero-porto a ir recuperar as bagagens aoporão.Por volta das 22h30, uma nova men-sagem informou que o voo só se rea-lizaria pelas 12h00 do dia seguinte,depois de mais de 8 horas trancadosna sala de embarque, com o aero-porto a informar que os passageirosdeveriam recuperar suas bagagensentretanto descarregadas do porão.A hora de apresentação no aeroportoficou marcada para as 10h00, para

um novo processo de embarque.Se as pessoas que se deslocaramcom o seu próprio veículo, assimcomo aqueles que puderam chamarfamiliares para regressar a casa, nãotiveram problemas, o certo é que uns45 passageiros se encontraram blo-queados no aeroporto sem transportedevido à hora tardia.A Direção do pequeno Aeroporto deDole, tudo fez para que estes passa-geiros pudessem dormir numa cama,mas a pequena cidade de Dole nãodispõe de unidades suficientes paraacolher situações como esta. A únicasolução veio do hotel Ibis, na cidadede Dijon, a mais de 50 km. Os táxistambém vieram de Dijon.É finalmente para o hotel Ibis deDijon, a mais de 50 km, que os pas-sageiros foram levados por carrinhase táxis, já depois da meia-noite. Re-

gressaram pelo mesmo caminho namanhã de sexta feira, pouco antesdas 10h00, com a nova promessa daRyanair descolar pelas 13h00. “Nósnão temos queixas sobre o Aero-porto”, diziam os passageiros “masnão temos informações. É meio-dia eo aparelho ainda não se mexeu. Nósainda não sabemos o que está a pas-sar” contestavam os passageiros.Pouco antes do meio-dia, um rumorque circula entre os passageiros foiconfirmado: um técnico especial-mente enviado pela Ryanair chegounum jato particular de Londres. Umahora depois, o problema ainda não foiresolvido. Finalmente, levou quaseduas horas para resolver o problemae seguir para o embarque.O avião descolou com 24 horas deatraso, com mais de 50 passageirosque renunciaram à viagem.

Por Chico Correia

Le 19 septembre 2018

Por Jorge Campos

LusoJornal / Jorge Campos

LusoJornal / Chico Correia LusoJornal / Chico Correia

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EMPRESAS 07

lusojornal.com

Secretária de Estado Ana Teresa Lehmann visitou “com orgulho” a Maison&Objet em Paris

A Secretária de Estado da Indústria dePortugal, Ana Teresa Lehmann visitoua feira Maison&Objet, que decorreuentre 9 e 11 de setembro, no Parquede Exposições de Paris-Nord Ville-pinte, com uma forte participaçãoportuguesa.Ana Teresa Lehmann falou em “orgu-lho” quando se referiu à participaçãoportuguesa no certame. “Quero des-tacar o grande orgulho que tenho, naforma como Portugal se apresentaneste certame, quer em número deempresas, mas sobretudo com a qua-lidade com que se apresentam” disseao LusoJornal. “Temos uma enormevariedade de stands diferentes, mascom um traço comum que as une queé a qualidade, o valor acrescentadodos produtos e é isso que a indústriaportuguesa quer ser, uma indústriaqualificada, de alto valor acrescen-tado, com design incorporado e queombreia com as melhores representa-ções que se mostram aqui”.Esta é uma feira de referência a nívelmundial, que se realiza em Paris,duas vezes por ano. “É uma feira tra-dicionalmente importante para as em-presas portuguesas porque é umafeira de projeção mundial, não é ape-nas para o mercado francês, mas parao mercado mundial, para os países deleste, africanos, árabes, etc., e poroutro lado é um espaço de apresenta-ção de novos produtos e novas ideias”disse ao LusoJornal António Silva, Ad-ministrador da AICEP, que acompa-nhou a Secretária de Estado na visitaao certame. “Mesmo sabendo que aedição de janeiro é maior, porque temmais presenças, esta não deixa de seruma grande feira como aliás se vêcom a presença que mais de 70 em-presas portuguesas”.Ana Teresa Lehmann visitou uma boaparte das empresas portuguesas quemarcam presença na Maison&Objet,acompanhada pelo Embaixador dePortugal em França, Jorge Torres Pe-reira, pelo Administrador da AICEP,António Silva, pelo Delegado daAICEP em França, Rui Paulo Almas,com o técnico da AICEP Paris JorgeRuivo, e pelo Presidente da Câmara

de comércio e indústria franco-portu-guesa, Carlos Vinhas Pereira.Segundo a AICEP Paris, 89 mar-cas/empresas nacionais estão pre-sentes, das quais um grandenúmero integrando projetos conjun-tos de internacionalização, cofinan-ciados pelo Programa Portugal 2020,e apresentados pelas associações em-presarias APIMA (Associação Portu-guesa das Indústrias de Mobiliário eAfins), AIPI (Associação dos Indus-triais Portugueses de Iluminação) eAssociação Selectiva Moda.A Secretária de Estado destacou a“diversidade grande de produtos e deempresas”, parava para conversarcom os representantes das marcas,questionava sobre as experiências in-ternacionais e sobre os produtos apre-sentados. “Isto mostra muito bem oque é a indústria portuguesa de hoje,que é uma indústria de futuro, umaindústria que sabe inovar com base nasua tradição. A tradição industrial dePortugal é um ativo estratégicoimenso, que numa era de globalizaçãolhes permite diferenciar, aliando amodernidade a esses ingredientes queno fundo são a nossa tradição indus-trial que está aqui nesta feira a darcartas” explicou ao LusoJornal, acres-centando que “tenho muito orgulhode ver uma representação tão qualifi-cada num certame que é uma refe-rência a nível internacional”.

O interesse da participação de Portu-gal na feira é “evidente” para Ana Te-resa Lehmann. “Esta feira atraiclientes de todo o mundo e hoje emdia qualquer empresa portuguesa temde se projetar nos mercados interna-cionais”. Depois acrescentou que “asempresas estão cá para vender efazem-no muito bem. Apresentam-secom enorme dignidade, com muitobom gosto e isso não passa desperce-bido aos clientes porque nos standsque temos visitados vemos umenorme interesse”.O interesse crescente das empresasportuguesas por este certame pareceevidente. Em todos os stands visitadosa opinião era unânime. Segundo o Ad-ministrador da AICEP, o aumento sis-temático de expositores portugueses“deve-se a um maior esforço de apoioàs empresas para a internacionaliza-ção, mas deve-se também à consciên-cia que as empresas têm danecessidade de exportar, de se inter-nacionalizar, de alargar a sua presençano mundo”. António Silva conhecebem esta feira porque foi durantemuitos anos o Diretor da AICEP emParis. “Muitas empresas vêm por suaconta e depois há aquelas que têmacesso a programas. São cada vezmais, tanto as que vêm com o apoiodos programas, como as que vêm porsi mesmas, por causa da necessidadeque há de exportar e de se internacio-

nalizar, alargando os mercados”.A Secretária de Estado confirma:“Portugal ajuda muito estas empre-sas” e destaca o trabalho das associa-ções empresariais. “As associaçõesque estão neste certame estão a serapoiadas por instrumentos que a po-lítica pública portuguesa disponibilizano âmbito do Portugal 2020, dos pro-jetos ligados à internacionalização,quer sejam projetos ligados às asso-ciações, projetos conjuntos, sistemasde incentivos à internacionalização.Mas também as empresas individuaissão beneficiárias deste tipo de apoios”explicou numa entrevista ao LusoJor-nal. “Portugal tem - e os empresáriosconhecem isso - um leque de apoios,de instrumentos de financiamento,muito relevantes, muito diversificado,que podem beneficiar empresas indi-viduais como representações coleti-vas, como conjuntos de empresas eassociações”.O próprio Diretor da Maison&Objetdizia à Secretária de Estado portu-guesa que “Portugal é das represen-tações mais influentes” na feira e paraAna Teresa Lehmann “as pessoas re-conhecem que houve aqui uma evo-lução muito positiva, tambémfomentada pelo excelente trabalhoque as empresas, naturalmente - quesão o ator principal -, têm feito, as as-sociações empresariais também têmtido um conjunto de projetos agrega-

dores e que consolidam também umarepresentação muito interessante etambém não esquecendo os apoiosque as políticas públicas disponibili-zam e que financiam significativa-mente estas operações. Há aqui, noverdadeiro sentido da palavra, umaverdadeira parceria público-privadaem que de facto o ator principal sãoas empresas, são elas que criam ri-queza todos os dias, mas nós tam-bém estamos aqui sempre para asapoiar”.Algumas das empresas presentes nocertame seguiram um modelo clás-sico de internacionalização: primeirocomeçaram por vender em Portugale depois foram à procura de clientesfora do país. “Há mercados muitoexigentes e mercados com grandecapacidade aquisitiva, e as empre-sas têm que se especializar e têm dealguma forma de responder ao que ocliente deseja. E se esse cliente estáem qualquer país, na Rússia, naChina, no Médio Oriente, e está dis-posto a pagar essa qualidade, poismuito bem. O que nós queremos éempresas exportadoras, empresasque se projetem no mercado interna-cional. O nosso mercado é muito pe-queno. Têm de olhar para fora”.Mas Ana Teresa Lehmann tambémencontrou na Maison&Objet empre-sas portuguesas muito recentes e jácom perfil para exportar. “Temosoutro modelo agora, que se vê sobre-tudo na nova geração, que é o mo-delo da empresa que nasce global.Tivemos a oportunidade de visitar al-gumas aqui. São empresas quedesde o primeiro dia começaram aexportar, vendem em Portugal, mastambém vendem fora. E isso é muitobom porque mostra que hoje em diahá também um conjunto de tecnolo-gias de apoio através de comércioeletrónico, que permite que o consu-midor tome conhecimento de umcerto número de empresas a longadistância” disse ao LusoJornal.No entanto, a governante confirmouque “todos os empresários nosdizem que é fundamental estaremnestes grandes certames. Estas sãoas grandes montras e é aqui que osgrandes clientes vêm”.

Por Carlos Pereira

A feira tem duas edições, em janeiro e em setembro

Le 19 septembre 2018

Portugueses fazem balanço positivo da Maison&Objetmas esperavam mais afluência

As empresas portuguesas presentes nafeira Maison&Objet, em Paris, fazemum balanço positivo da participação,mas esperavam mais afluência de vi-sitantes.Ricardo Sebastião, Diretor executivoda Associação dos Industriais Portu-gueses de Iluminação (AIPI) queapoiou 10 empresas, disse à Lusa que“houve alguma expectativa criada”face à reformulação dos espaços expo-sitivos nesta segunda edição anual dafeira, mas “manteve-se tudo mais oumenos na mesma”.“Esperar-se-ia que realmente houvessemaior afluência, maiores ordens de

compra, mas manteve-se, o que não émuito mau, porque a feira já de si émuito boa. A reformulação do conceitomanteve a afluência a níveis seme-lhantes a edições anteriores. É umconceito que, muito provavelmente,terá ainda de amadurecer em próxi-mas edições”, afirmou Ricardo Sebas-tião.O responsável da AIPI acrescentouque, como há duas edições anuais dafeira, alguns expositores do setor indi-caram que “se esta edição não trouxeruma mais-valia, valerá mais manterema participação na edição de janeiro eeventualmente deixarem a de setem-bro para fazerem outro mercado”.Miguel Pereira, responsável pelo de-

partamento de internacionalização daAssociação Portuguesa das Indústriasde Mobiliário e Afins (APIMA) - queapoiou 16 empresas - disse que houveuma “mudança bastante radical no‘layout’, circulação na feira e coloca-ção de empresas”, mas que “as em-presas sentiram que isto pode resultare só em janeiro se pode ter um feed-back mais fiável”.“Temos empresas que dizem que ape-sar do fluxo de pessoas ser reduzidorelativamente a outras edições, as queaparecem têm real interesse e é pos-sível fazer negócios. Temos outras queapontam o fluxo de pessoas reduzidocomo uma das principais lacunasdesta edição”, explicou o represen-

tante da APIMA.Miguel Pereira sublinhou também quea procura de marcas portuguesas con-tinua, que “as pessoas continuam aver, reconhecer e procurar as empresasportuguesas” que “investem na ima-gem, no stand, nas próprias peças eem todas as edições primam por lan-çar produtos novos”.Do lado da Associação Selectiva Moda,que apoiou nove empresas nas áreasdo têxteis-lar, decoração de interiores,acessórios de cozinha e cerâmicas, “obalanço é positivo”, de acordo comSofia Botelho, representante da asso-ciação.“Houve menos visitantes que a ediçãode setembro do ano passado, mas cor-

reu bem no geral. O novo ‘layout’ emalgumas áreas é muito confuso e ospróprios clientes queixam-se. A feira jáse apercebeu e disse que ia fazer acer-tos para janeiro”, afirmou a responsá-vel.Sofia Botelho acrescentou que amarca de lanifícios da Serra da Estrela,Burel Mountain Originals, venceu oprémio para o ‘stand’ com a melhorcenografia e que ainda que Portugalesteja agora “muito na moda”, “o re-conhecimento nos têxteis-lar vem dehá muitos anos, não é novidade”.Esta edição da Maison&Objet contoucom 89 marcas portuguesas e foi visi-tada pela Secretária de Estado da In-dústria, Ana Teresa Lehmann.

Por Carina Branco, Lusa

LusoJornal / Carlos Pereira

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08 CULTURA

Obra de António Lobo Antunes vai ser publicada na francesa PléiadeA obra completa de António Lobo An-tunes vai ser publicada na Pléiade,uma prestigiada coleção francesa per-tencente à editora Gallimard, que inte-gra raros autores vivos e apenas umportuguês, Fernando Pessoa, disse àLusa a editora do escritor.A Pléiade é uma casa editorial fran-cesa, fundada em 1931, que “reúneas maiores obras do património literárioe filosófico francês e estrangeiro”, se-gundo a informação constante do ‘site’oficial desta editora.A notícia da escolha de António LoboAntunes para integrar esta coleçãoconsiderada de luxo e restrita, da qualfaziam parte, até agora, apenas três au-tores vivos - Mário Vargas Llosa, MilanKundera e Philippe Jaccottet - e umúnico português - Fernando Pessoa -foi recebida na semana passada pelaeditora portuguesa de António LoboAntunes.Em declarações à Lusa, Maria da Pie-dade, contou que recebeu, “há instan-tes, um telefonema da editora francesade António Lobo Antunes” e da agenteque trata dos direitos para as publica-ções internacionais da obra do autor.“Para a editora é muito importante.Não há notícia melhor”, ainda para

mais quando se avizinha a publicação,dentro de um mês, do mais recentelivro de Lobo Antunes, “A última portaantes da noite”, disse.“A entrada na Pléiade é o que de me-lhor há em termos de literatura inter-nacional, em termos de prestígiointernacional, só o Nobel se equipara”,considerou.Maria da Piedade destacou ainda quea extensão da obra de Lobo Antunesimplica um “trabalho longuíssimo derevisão”, pelo que a sua escolha pelaeditora francesa se reveste ainda demaior importância, porque, para esco-

lher uma obra tão trabalhosa, temmesmo de ser considerada extraordi-nária. “É preciso um grande empenha-mento da Gallimard para publicar aobra do Lobo Antunes, porque é umaobra muito vasta. São 30 livros”, de-clarou.António Lobo Antunes confessou queeste era o seu maior sonho e conside-rou tratar-se do “maior reconheci-mento” que um escritor pode ter. “Istoera o meu maior sonho desde a ado-lescência, porque é o maior reconhe-cimento que um escritor pode ter”,disse António Lobo Antunes, em decla-

rações à Lusa.“Dedico aos meus amigos, aos meusleitores e ao meu ‘irmão’ José CardosoPires, porque sei a felicidade que eleestá a sentir neste momento”, acres-centou o autor.O Ministro da Cultura também consi-derou um “justo e merecido reconhe-cimento” a integração da obra deAntónio Lobo Antunes, “um dos maio-res escritores portugueses de todos ostempos”, no catálogo da coleção fran-cesa Pléiade.Num comunicado divulgado pelo Mi-nistério da Cultura, Luís Filipe de Cas-tro Mendes “felicita vivamente oescritor António Lobo Antunes pela in-tegração da sua obra na prestigiada co-leção francesa Pléiade, e consideraque este é um justo e merecido reco-nhecimento a um dos maiores escrito-res portugueses de todos os tempos”.Para o ministro, “este é um momentoímpar e particularmente feliz para a li-teratura portuguesa”. “A distinção in-ternacional agora atribuída a LoboAntunes é expressão maior da gran-deza e do significado da sua vasta obraliterária, da qual estamos profunda-mente orgulhosos”, lê-se no comuni-cado.

Autor confessor ser o seu maior sonho

Livro “O Soldado Sabino” vai ser apresentadona Gulbenkian de Paris

A edição francesa do livro “O SoldadoSabino”, uma alegoria sobre “a formacomo a guerra canibaliza o ser hu-mano”, do escritor português NunoGomes Garcia, vai ser apresentado a04 de outubro na Gulbenkian deParis.“Sabino, ou les tribulations d’un sol-dat portugais dans la Grande Guerre”,traduzido por Dominique Stoenesco,é o primeiro romance publicado emFrança do escritor que, em 2014, foifinalista do Prémio Leya com a obra“O Dia em Que o Sol Se Apagou”.O livro vai ser apresentado pela histo-riadora Marie-Christine Volovitch-Ta-vares, especialista da história daemigração portuguesa para França.Editado em Portugal, em 2012, aobra tem como protagonista o soldadoSabino que narra, na primeira pessoa,a sua passagem pelo norte de Mo-çambique e pelas trincheiras da Flan-dres durante a Primeira GuerraMundial. “O Sabino é uma alegoriasobre a forma como a guerra caniba-liza o ser humano. O personagem pro-tagonista do livro é um canibal e aminha ideia era tentar fazer uma me-táfora a propósito da guerra, uma es-pécie de alegoria, porque a guerra émesmo isso: a guerra é, de certaforma, a canibalização do ser hu-mano”, disse à Lusa Nuno GomesGarcia.Através do soldado Sabino - um auto-didata dotado de um humor mordaz ede uma lucidez pragmática - o autordescreve os horrores da PrimeiraGrande Guerra, mostra as trincheirasportuguesas como “as mais repug-nantes da Flandres” e não poupa o

Corpo Expedicionário Português, nemos que foram consagrados como he-róis, nomeadamente o soldado Mi-lhões.“Os pobres soldados portugueses vêmessencialmente do Norte e das aldeiasdo interior, muitos deles nunca viramo mar, muitos deles nunca entraramnum barco, muitos deles nunca viramuma máquina e, de repente, veem-sena guerra mais industrial que a huma-nidade alguma vez conheceu”, expli-cou o escritor, sublinhando que foi“irresistível aproveitar esse contraste”.O livro nasceu de uma vontade de rea-gir contra “uma certa heroificação dosparticipantes da guerra” e contra a ex-pressão “os soldados que lutarampela liberdade” que foi inclusiva-mente usada, nas comemorações dos100 anos da Batalha de La Lys, a 9de abril deste ano, “tanto pelo Presi-dente Macron, como pelo PresidenteMarcelo Rebelo de Sousa”.“É uma expressão francamente ridí-cula. É uma instrumentalização da

história porque aqueles soldados nãolutaram por liberdade nenhuma por-que a Grande Guerra foi, de certaforma, um confronto imperialistaentre os grandes impérios. A partici-pação de Portugal na Grande Guerranão serviu, de todo, os interesses dopovo português, muito menos o inte-resse daqueles soldados”, considerouo autor.Nuno Gomes Garcia acrescentou quea Primeira Guerra Mundial foi o“canto de cisne do antigo regime”, ouseja, resultou “do desespero” das eli-tes aristocráticas dos impérios austro-húngaro, alemão, russo, britânico“que perceberam que o seu tempo es-tava a chegar ao fim” e “não se preo-cuparam nada em ter assassinadomilhões de soldados de todas e maisdiversas nacionalidades”.A tradução do romance histórico, pu-blicado pelas edições Petra, chegouàs livrarias francesas em junho pas-sado, no ano em que se celebra o cen-tenário do fim da Primeira Guerra

Mundial e dois meses depois das co-memorações oficiais da Batalha de LaLys, nas quais participaram os presi-dentes português e francês, MarceloRebelo de Sousa e Emmanuel Ma-cron, e o Primeiro-Ministro português,António Costa.Apesar de o livro ser uma ficção, NunoGomes Garcia contou que teve críticasde emigrantes portugueses em Françaque consideraram que ele “faltou aorespeito à memória dos soldados”,algo que interpretou pelo facto de “aPrimeira Guerra Mundial estar maispresente na memória dos portuguesesde França do que nos que vivem emPortugal”.“A literatura tem de provocar” e NunoGomes Garcia - que mora em Françahá oito anos - também não poupou aemigração portuguesa no conto “OSobrinho”, integrado no livro “Ho-mens que sofrem de sonhos”, umconjunto de contos sobre a emigração,publicado em março deste ano. “Euacho que a literatura tem de ser crua,tremendista e com algum humor. Esteconto é um mundo de vegetais que re-flete a tragédia da emigração e de gru-pos da emigração de origensdiferentes que se desprezam entre si.Às vezes os portugueses falam comose fossem menos emigrantes que osoutros”, concluiu.Nascido em Matosinhos e licenciadoem História e Arqueologia, NunoGomes Garcia, de 40 anos, é, ainda,autor de “O Homem Domesticado”(2017), uma distopia num regime to-talitário comandado por mulheres eem que os homens são machos do-mesticados que lavam, cozinham,obedecem e saem à rua cobertos dacabeça aos pés.

Por Carina Branco, Lusa

Le 19 septembre 2018

Lusa / Mário Cruz

«Contretemps /Contratempo»,de Pedro Mexia

En juilletd e r n i e r,P e d r oMexia étaitinvité auF e s t i v a lVoix Vivesen Médi-terranée, àSète, pourla présen-tation deson recueil

de poèmes «Contretemps / Contra-tempo», publié par les éditions AlManar, et que nous avons eu le plai-sir de traduire. Le présent volume estune sélection de poèmes tirés de sonpremier livre de poésie, «Contra-tempo».Né à Lisboa en 1972, après desétudes de Droit, Pedro Mexia a com-mencé à écrire dans des revues etdes journaux, puis il a été Directeur-adjoint de la Cinémathèque portu-gaise. Actuellement il est leConseiller culturel du Président de laRépublique du Portugal. Ses publi-cations, au nombre d’une vingtaine,réunissent poésie, traductions etpièces de théâtre. Il a également faitpartie du jury du Prix Camões qui ré-compense les auteurs de langueportugaise.La poésie de Pedro Mexia se carac-térise par une écriture fragmentée etsynthétique, donnant ainsi l’impres-sion d’une grande simplicité. Sesthèmes préférés côtoient souvent,avec clairvoyance et aussi une cer-taine mélancolie, un monde enruines ou bien déjà disparu. On voitdans plusieurs de ses poèmes émer-ger des vestiges de la mémoire, dessouvenirs de son enfance, des té-moignages divers: des maisons, desautomobiles, des photos, ainsi quedes chansons, des films ou des livres(souvent liés à la culture anglo-saxonne).Il s’agit donc d’une écriture tournée laplupart du temps vers les élémentsmatériels - trouvés parfois dans un dé-potoir! - mais non dépourvue d’unegrande curiosité et sensibilité pour lesrelations humaines, comme dans cesvers du poème «Funerais» («Funé-railles»): «Seguimos em cortejo/ com-pondo as gravatas,/ o vento nãopercebe que morreu gente./ Dez pes-soas acompanham o padre,/ os outrosjá não se lembram/ das orações,/ dezpessoas pensam/ no que têm pelafrente,/ os outros acompanham ocaixão». («Nous avançons avec le cor-tège/ tout en resserrant le nœud denos cravates,/ le vent ignore quequelqu’un est mort./ Dix personnessuivent le curé,/ les autres ne se sou-viennent plus/ des prières,/ dix per-sonnes pensent/ à leur lendemain,/ lesautres suivent le cercueil»).

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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Rencontre-conférencesur FernandoPessoa à laMairie du 7ème arrondissementde ParisL’association Cultures en dialogue or-ganise une rencontre-conférence inti-tulée «Fernando Pessoa, l’avant-gardeintranquille», le jeudi 20 septembreprochain, de 18h30 à 20h00, à la Mai-rie du 7ème arrondissement de Paris.Cette rencontre-conférence grandpublic consacrée au poète et écrivainportugais offre l’occasion de revenirsur sa vie et son œuvre. «Protagonistedes modernités littéraires», FernandoPessoa reste une figure majeure de lalittérature européenne.Organisée en partenariat avec la Mai-rie du 7ème arrondissement de Paris,elle sera animée par le journaliste Car-los Pereira, Directeur de LusoJornalet réunira Marie-Hélène Piwnik, pro-fesseur émérite et traductrice de l’au-teur, ainsi que Régis Salado,professeur à l’Université Paris-Diderotet spécialiste de Fernando Pessoa.L’organisation annonce égalementdes lectures de textes de FernandoPessoa, en français et en portugais,par des lycéens de classe bilingues.«Cultures en dialogue» présidée parMarie-Adeline Tavares, a organisé ré-cemment une rencontre sur EugénioTavares à la Fondation Calouste Gul-benkian.L’entrée est libre et gratuite.

Pascal Rambertescreveu para atores portuguesesna peça “Teatro”A convite do Diretor artístico do teatronacional, Tiago Rodrigues, o encena-dor francês Pascal Rambert criou apeça “Teatro”, uma ficção sobre apreparação e o ensaio de uma peçade teatro e que está embebida narealidade portuguesa, porque a cria-ção partiu de um encontro com ato-res portugueses.“Teatro” é protagonizado por BeatrizBatarda, Rui Mendes, Cirila Bossuet,João Grosso e Lúcia Maria, além deum elenco infantil com Ásia BorralhoGalante, Maria Abreu e Sara Barbosa.As cenas desenrolam-se num palcodescarnado e com parcos adereços,concentrando atenções na interpre-tação, quase sempre tensa, dos ato-res. “Escrevo para atores. Comecei atrabalhar no texto há um ano, masnão tinha ideias pré-concebidas. Omeu trabalho é chegar aqui a Portu-gal ou Espanha, Japão, América, Mé-xico, Moscovo, vejo atores e começoa escrever para eles”, explicou PascalRambert aos jornalistas, no final deum ensaio de imprensa.

CULTURA 09

lusojornal.com

Grupo “Fado Clandestino” vai lançar discocom fados em português e francês

O grupo “Fado Clandestino”, com-posto por uma cantora francesa e doismúsicos portugueses, vai lançar umEP em setembro, em França, no qualrevisita o fado tradicional, com poe-mas franceses e portugueses e “arran-jos livres de convenções”.Lizzie, Filipe de Sousa e Nuno Este-vens vão apresentar o seu primeiro‘EP’ a 28 de setembro, num concertono Théâtre Comédie Nation, em Paris,dois anos depois de terem criado oprojeto musical e de terem feito váriasatuações em França.O projeto chama-se “Fado Clandes-tino” porque há “uma reapropriaçãodo fado tradicional” que resulta da“ida e volta” entre as culturas portu-guesa e francesa, criando “um fadosem fronteiras”, disse à Lusa LizzieLevée, que assina apenas como Liz-zie.“Aquela ideia de clandestinidade re-flete mesmo o nosso lugar no meio doFado e do ponto de vista musical por-que o que fazemos sai das conven-ções e sai sobretudo das convençõesdo meio do Fado em França. Estefado não podia também ter nascidoem Portugal porque tem muito a vercom a nossa realidade francesa e, por-tanto, é um tipo de fado que erra entreduas terras e que se quer libertar dasconvenções”, descreveu a cantora.O grupo tem vários fados cantados emfrancês, como “Albatroz”, de CharlesBaudelaire, que é cantado ao ritmo do‘Fado Alexandrino de Joaquim Cam-pos’ para “mostrar o que o fado traz auma outra língua que não o portuguêse como é que um fado fica influen-ciado pela língua em que é cantado”.Em francês cantam, ainda, “Les Yeuxd'Elsa”, baseado num poema deLouis Aragon, e “La Prière”, inspiradonuma música do cantor Georges Bras-

sens, mas Lizzie considera que a ori-ginalidade do grupo se exprime maisnos poemas, nos arranjos e nos pontosde vista do que no facto de cantarfados em francês.“Quando tocamos o ‘Fado da Sina’,exprimimos um ponto de vista, não to-camos aquilo de forma muito tradicio-nal. Eu acho, por exemplo, que o‘Fado da Sina’ é um fado um poucosádico que tem a ver com aquela ma-neira de querer fazer sofrer o outro. E,portanto, acho que aquela ideia temuma coisa um pouco rock e tentámospor naqueles arranjos uma coisa quedá um pouco de medo. Agora, não fa-zemos rock’n roll com aquilo”, expli-cou.O nome da banda é, também, o nomede um tema escrito e cantado por Liz-zie - com uma ponta de sotaque fran-cês - e musicado para o ‘FadoMargaridas’.“Fado Clandestino é um poema quefala do exílio. Não é um poema quefala de amor, nem um poema que falade Lisboa. É um poema que fala doexílio, portanto, já é um ponto de

vista: eu, enquanto francesa, sobre ahistória dos Portugueses e aquilo queme toca na história dos Portugueses”,descreveu a cantora, sublinhando que“para cantar o fado é preciso ser lu-sófono” e não apenas português.O EP, que foi editado graças à plata-forma de financiamento participativoUlule, apresenta ainda o ‘fado cravo’“Maldição”, “cujo arranjo é ritmica-mente diferente” e duas guitarradascompostas por Filipe de Sousa e NunoEstevens, “Terra e Mar” e “AlémFado”.Aos 33 anos, a francesa que não temraízes portuguesas e que cresceu aouvir Edith Piaf, Barbara e JacquesBrel, fala do fado como “uma paixão”que descobriu, por acaso, “aos 16, 17anos” num documentário sobre Lis-boa em que ouviu Mariza pela pri-meira vez. “Uns meses mais tarde,ouvi Mariza a cantar ‘Oh gente daminha terra’ na televisão e fiquei tãoperturbada que me apaixonei pela lín-gua portuguesa, pela cultura e pelofado. Quis aprender português, tenhoum mestrado de português e fui fazer

Erasmus em Lisboa. A minha maneirade entrar na língua portuguesa era aouvir fado”, contou.Em 2015, no seu primeiro disco,“Navigante”, Lizzie apresentava umuniverso entre a canção francesa, amúsica ‘folk’ norte-americana e ofado, com uma instrumentação a con-jugar contrabaixo, bandolim ‘country’,um clarinete, um violino e a guitarraportuguesa de Filipe de Sousa.Foi precisamente Filipe de Sousa, omúsico que tem acompanhado váriasgerações de fadistas em Paris, que aintroduziu nas noites de Fado Vadiona capital francesa, onde conheceutambém Nuno Estevens, outro portu-guês que trocou várias casas de fadoem Lisboa por Paris. Os três criaram“Fado Clandestino” em 2016.Depois do concerto de lançamento doEP “Fado Clandestino”, a 28 de se-tembro, em Paris, o grupo vai subiraos palcos do Festival des Langues etdes Cultures a 29 de setembro, emAvon, nos arredores de Paris, e do Fes-tival InterFado, na cidade espanholade Lérida, a 26 de outubro.

Por Carina Branco, Lusa

Fado: Au revoir, Nuno Estevens!

Venu à Paris poussé par la crise éco-nomique sévère que connaissait lePortugal il y a six ans, Nuno Estevensest reparti au Portugal au début de cemois. Il y entame avec Carolina, ren-contrée depuis, et leur petit Artur, néici voici quelques mois, un nouveauchapitre de sa vie, installés dans leurnouvel appartement de la Mouraria, leberceau du fado.Une bonne nouvelle pour le fado lis-boète, et une grosse perte pour le fadoparisien. Pour Nuno Estevens, la sau-dade de Lisboa l’a emporté sur cellequ’il manifestait aussi pour Paris dansles derniers mois de son séjour ici.C’est que Nuno Estevens aura marquédurablement, au cours de ces six an-nées, la vie du fado dans notre pays.Par sa présence sur la scène fadisted’abord: les derniers mois du fado aurestaurant l’Arganier, tenant la violaaux côtés de la guitarra de ManuelCorgas et de voix de Sousa Santos.Toujours à la viola lors des nuits fa-distes animées du regretté Lusofoliesde João Heitor et pendant cinq an-

nées lors des nuits déjantées du Coindu fado, aux côtés de la guitarra de Fi-lipe de Sousa. Filipe qui sera son par-tenaire musical le plus fréquent, dansles apéros-fado de la Chapelle desLombards, dans les spectacles SudExpress, et lors des soirées fado duPortologia dont il fut, aux côtés du pa-tron du lieu, Julien dos Santos, legrand ordonnateur. Et bien d’autres

soirées encore. Partout, son inventivitérythmique, son ouverture à la nou-veauté et sa gentillesse naturelles ontété reconnues.Plus encore, Nuno Estevens fut dès ledébut dans l’aventure couronnée desuccès de l’Académie de fado, où ilenseigna la viola jusqu’en juin dernier,où il enseigna tant à des enfants qu’àdes adultes. Deux de ceux qui bénéfi-

cièrent de son enseignement ou deses conseils commencent d’ailleurs àapparaître dans les elencos des soi-rées de fado, João Filipe et le françaisDominique Oguic.Toujours disponible pour qui souhai-tait des conseils ou des répétitions,Nuno Estevens a accompagné de prèsl’arrivée et l’ascension de jeunes in-terprètes, notamment la française (bi-lingue) Lizzie et Tânia Caetano, deuxdes plus prometteuses fadistes de lanouvelle génération en France.C’est d’ailleurs avec Filipe de Sousaet Lizzie que nous retrouverons, briè-vement, Nuno Estevens, pour le lan-cement du CD de leur projetcommun, Fado Clandestino, lors dedeux concerts, le 28 septembre, auThéâtre Comédie Nation, à Paris, et le29 lors de la journée consacrée auPortugal lors du Festival des Langues,à Avon (77).Une revoyure qui en présage d’autres?Nous l’espérons évidemment, tantnous manque à la fois le musicien etl’ami. En attendant, tous nos souhaitsde succès et de bonheurs lisboètes àNuno, Carolina et Artur!

Par Jean-Luc Gonneau

Um projeto de Lizzie Levée

Le 19 septembre 2018

LusoJornal / Carlos Pereira

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10 CULTURA

Artista Hervé Di Rosa vai expor em Roubaix obras realizadas na fábrica Viúva Lamego

O artista francês Hervé Di Rosa, quevive em Lisboa há cinco anos, vaiexpor em Roubaix, no norte deFrança, mais de 30 obras realizadasna fábrica de azulejos Viúva Lamego,incluindo 15 painéis inéditos.A exposição “Hervé Di Rosa - L’Oeu-vre au Monde” vai decorrer de 20 deoutubro a 20 de janeiro, no museuLa Piscine, e vai contar com mais deuma centena de peças criadas desde1993, em várias cidades do mundo,onde trabalhou e viveu com artesãoslocais.O ponto central vai ser a obra reali-zada na Fábrica de Cerâmica daViúva Lamego, em Sintra, onde o ar-tista aprendeu a pintar sobre azulejoe onde conta ficar, pelo menos, nospróximos três anos, para trabalhar acerâmica em volume.Nas cerâmicas portuguesas, encon-tra-se o universo habitual de HervéDi Rosa: uma iconografia popularinspirada na arte urbana e na bandadesenhada, cruzada com elementosinspirados na própria cidade de Lis-boa.“Encontramos as minhas figuras,mas tudo muda porque o que me in-teressa é distorcer e mestiçar. Aminha arte é a coisa mais mestiçadado mundo e quero ver a mão deoutra pessoa no meu trabalho. A ce-râmica não só me transformou, comome deu um novo alfabeto de formas,de matérias e de cores”, descreveuHervé Di Rosa, numa apresentação,esta quinta-feira da semana pas-sada, na Embaixada de Portugal emParis.“Transformado”, o artista tenta, por

sua vez, transformar os tradicionaisazulejos e “fazer outra coisa” comeles, como “experimentar cores quepouco se utilizam” ou “misturar tonsque não se deve”, assim como pintarfiguras pouco habituais como robôse monstros.Para Sylvette Botella-Gaudichon, Co-missária da exposição, trata-se deum artista que “quebra os códigos”da arte e do artesanato, e que reali-zou em Lisboa “a parte mais conse-guida” da sua viagem pelo mundo,na qual tem vindo a utilizar as técni-cas locais nas suas obras.Desde o início dos anos de 1990,Hervé Di Rosa viveu em Sófia (Bul-gária), Kumasi (Gana), Porto-Novo(Benim), Addis-Abeba (Etiópia),ilhas Reunião e Maurícias, Patrimó-

nio e Paris (França), Binh-Duong,(Vietname), Durban, (África do Sul),La Habana, (Cuba), Cidade do Mé-xico (México), Foumban (Camarão),Miami Beach (Estados Unidos), Lit-tle Haïti (Estados Unidos), Túnis (Tu-nísia), Telavive (Israel), Sevilha(Espanha) e Lisboa.A exposição “L’Oeuvre au Monde”vai apresentar mais de 30 peças rea-lizadas em Portugal, incluindo 15painéis que vão ser expostos pelaprimeira vez, e “acima de cempeças” realizadas nas etapas prece-dentes da sua viagem, acrescentoua Comissária à Lusa.“Mostramos tudo o que foi feito emLisboa e excertos das 18 etapas pre-cedentes. A cenografia vai ser explo-siva nas cores, mas é uma obra que

é séria, que interroga sobre o mundocruel, inquietante e com esperança.Ele tem uma visão muito contempo-rânea e atenta ao que se passa nomundo, mesmo quando pinta umainvasão de robôs”, acrescentou Syl-vette Botella-Gaudichon.O artista já tinha mostrado, emParis, algumas peças que fez naViúva Lamego, nomeadamente nasexposições “Plus Jamais Seul. HervéDi Rosa et les arts modestes”, naMaison Rouge (2016), “Hervé DiRosa à la Viúva Lamego” na galeriaLouis Carré&Cie (2017) e na insta-lação de louças numa sala do Insti-tut Pasteur no final do ano passado.Com Hervé Di Rosa, a fábrica criadaem 1849 mantém a aposta na cola-boração com artistas contemporâ-

neos, depois de Manuel Cargaleiro,Álvaro Siza Vieira, Joana Vasconce-los, Bela Silva, Erró e Maria AnaVasco Costa, entre muitos outros.O Diretor-geral da Viúva Lamego,Gonçalo Conceição, disse à Lusa quea ligação “a artistas como Hervé DiRosa” fomenta “a curiosidade” de“um conjunto de artistas de reco-nhecimento mundial” e que esperaque o futuro da fábrica continue poresse caminho. “A ligação aos artistastraz desafios permanentes e os de-safios permanentes obrigam-nos -dentro daquilo que consideramos serazulejaria tradicional - a nos reinven-tarmos diariamente. O sucesso dafábrica passa seguramente por estarelação, por nos mantermos abertosaos artistas”, explicou.Hervé Di Rosa foi um dos co-funda-dores do movimento “FigurationLibre” nos anos 80, expôs ao lado deRobert Combas, Keith Haring eJean-Michel Basquiat, criou o con-ceito de “artes modestas” que valo-rizam objetos banais e marginais,porque “tudo é arte”, e fundou, em2000, o Musée International desArts Modestes (MIAM), em Sète, nosul de França, onde as exposiçõesquestionam em permanência asfronteiras da arte contemporânea.Apesar de ainda não ter exposto emPortugal, desde 1981, a sua obra foialvo de mais de 200 exposições in-dividuais, como, por exemplo, noMusée du Quai Branly e no Muséed'Art Moderne de la Ville de Paris, nacapital francesa, na Bienal de ArteContemporânea de Lyon, no MuseoNacional de Artes Decorativas, emMadrid, e no Groninger Museum, naHolanda.

Artista francês vive em Lisboa há 5 anos

Por Carina Branco, Lusa

Le 19 septembre 2018

Salva portuguesa do século XVI premiada na Bienal de Paris

Uma salva portuguesa de cobre esmal-tado e dourado do século XVI comarmas reais, apresentada pela GaleriaSão Roque, ganhou o prémio de “Ob-jeto de Exceção” da Bienal de Paris,uma das mais conhecidas feiras deantiquários do mundo.O ‘Prix de La Commission Biennale deParis 2018 de l’Objet d’Exception’ foirecebido com “um grande orgulho euma grande vitória”, disse à LusaMário Roque, Diretor da São RoqueAntiguidades e Galeria de Arte, de Lis-boa, a única galeria portuguesa pre-sente na bienal parisiense. “Tem sidoum sucesso e foi um sucesso de talmaneira que obtivemos o prémio damelhor peça da bienal deste ano. Éuma salva do século XVI em esmaltecom as armas reais portuguesas.Nunca na história da arte portuguesahouve uma peça nossa e que tenha aver com a nossa história que vá parauma feira internacional e que tenhasido premiada. Eu acho que para aarte portuguesa é uma grande vitória”,afirmou.Esta é a segunda vez que a galeria SãoRoque participa na Bienal de Paris,

que decorreu no Grand Palais até 16de setembro.No ‘stand’ da galeria, entre as cerca de70 peças de arte portuguesa dos sé-culos XVI e XVII ligada à expansão ma-rítima estão, por exemplo, um cofreindo-português de Guzerate, em ma-drepérola, tartaruga e montagens deprata, uma caixa de marfim e pratasino-portuguesa e uma caixa do Pegucom um verso da carta de Ceuta deCamões, todas do século XVI.No ano passado, a galeria lisboeta játinha apresentado cerca de 70 peçase este ano decidiu fazer a mesmaaposta face ao “sucesso e entu-siasmo” da edição anterior em que foiconsiderada “dos melhores ‘stands’pela comunicação social” e despertouo interesse para “uma arte que é talvezum bocadinho desconhecida” emFrança.Este ano, a arte da expansão portu-guesa começa a ser mais conhecida,uma “vitória” para Mário Roque quedestaca que a sua participação nãotem um objetivo “só comercial” por-que a aposta é “divulgar a arte portu-guesa”.“Tem sido uma grande vitória e umgrande orgulho para nós. É que os

franceses, pela primeira vez, começama reconhecer a arte portuguesa”,acrescentou, sublinhando que a con-tribuir para esse reconhecimento es-teve o catálogo que editou, no anopassado, para a bienal, com quase400 páginas sobre a história da arteportuguesa do século XV ao séculoXVIII, ilustrado com obras que estive-ram em exposição.Este ano, a galeria voltou a editar umcatálogo com cerca de 100 peças - 70

das quais em exposição - e que foi in-titulado “Portugal, O Primeiro ImpérioGlobal”, no qual é ilustrada a históriadas Descobertas e se argumenta quePortugal “foi o primeiro império a fazera globalização do mundo todo”.Mário Roque editou, ainda, o livro“Lisboa na Origem da Chinoiserie. AFaiança Portuguesa do Século XVII”,sobre a coleção de faianças da sua ga-leria, porque estas peças portuguesas“foram as primeiras ‘chinoiseries’ na

Europa”, algo que “até em Portugal amaior parte das pessoas não sabe”.“As ‘chinoiserie’s são os objetos quesão feitos na Europa com motivos chi-neses. Nós tínhamos o gosto por tudoo que vinha do Oriente e os nossosoleiros começaram a fazer, baseadosnos desenhos chineses, as suas peças.O sucesso foi tanto que começaram aexportar para toda a Europa. A maiorparte dessas faianças chegavam aHamburgo e depois eram distribuídaspela Europa”, contou o galerista.O galerista acrescentou que tem bata-lhado por este reconhecimento, para oqual diz ter contribuído a exposiçãoque fez, há dois anos, na Galeria Men-des, em Paris, intitulada “Un siècle enblanc et bleu - Les arts du feu dans lePortugal du XVIIe siècle”.Em março, a galeria vai apresentar“sete a oito peças” de faiança portu-guesa numa exposição sobre porce-lana chinesa dessa época no MuséeGuimet, em Paris.Os catálogos “Portugal, O Primeiro Im-pério Global” e “Lisboa na Origem daChinoiserie. A Faiança Portuguesa doSéculo XVII” foram apresentados naEmbaixada de Portugal, em Paris, naquinta-feira da semana passada.

Por Carina Branco, Lusa

Lusa / Carina Branco

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CULTURA 11

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L’Ambassade du Portugal a ouvert ses portes pour laJournée du patrimoine

Pour la toute première fois, l’Ambas-sade du Portugal à Paris, a ouvert sesportes dans le cadre de la 35ème édi-tion des Journées européennes du pa-trimoine en Île-de-France.L’Ambassadeur Jorge Torres Pereira aété l’invité de Michel Cadot, Préfet dela région Île-de-France, lors de la pré-sentation de l’édition de 2018 desJournées, à l’hôtel de Noirmoutier,aux côtés de l’Ambassadeur de l’Au-triche, Michel Linhart et du Présidentde la Cité universitaire internationalede Paris, Jean-Marc Sauvé.«Je suis très heureux de m’associer àl’initiative des Journées du Patri-moine, adoptée déjà dans un grandnombre de pays, dont le Portugal.Nos Journées là-bas auront lieu le 20et 21 septembre» a dit dans son in-tervention l’Ambassadeur du Portu-gal.Jorge Torres Pereira a parlé de la vul-nérabilité du patrimoine. «J’accentuel’expression vulnérable, parce quec’est là une importante dimension deces Journées. Pas seulement donnerà voir nos richesses patrimoniales,mais surtout attirer l’attention sur lafragilité, la vulnérabilité de beaucoupde joyaux de notre patrimoine, quel’on croit au départ être simplementlocale, mais quand on les perd, onvoit très rapidement que c’est uneperte pour tous et que se pose la

question de la santé-même de notrehéritage universel». Le Diplomateportugais a ensuite donné l’exemplede l’incendie, il y a quelques jours, duMusée National de Rio de Janeiro,«un vrai crime de lèse-patrimoine -des mémoires et des traces disparuesà jamais».Jorge Torres Pereira va, «pour la pre-mière fois et pour quelques heures»,ouvrir les portes des salons d’apparatde l’Ambassade de Portugal à Paris,un bel hôtel particulier au XVIème,rue de Noisiel, connu aussi commeHôtel de Levy. «On veut essayer dedémontrer, nous aussi, l’importancedu patrimoine comme catalisateur demémoires, comme levier d’associa-tions, comme matière de spéculation

culturelle ou d’inspiration à la créa-tion. Comme instrument de Culture,quoi».Ceux qui ont visité l’Ambassade duPortugal samedi dernier ont décou-vert «un cabinet indo-portugais duXVIII en marqueterie, ou une broderiecouvre-lit en soie, orientale - qui sonttrès intéressantes pour éclairer cer-taines spécificités de notre Mémoirecollective de portugais voyageurs etcurieux d’autres cultures». Mais il yavait également «un buste en plâtreselon le model de Marianne et le par-tage d’un espace avec un Maitre dela littérature française, Marcel Proust,qui échangea des lettres avec le pro-priétaire de la maison, son cousin ger-main, et aura pu parcourir ces salons

qu’on ouvre au public le 15»…Emile Menier, fils d’un industriel dela chocolaterie de Noisiel, «acheta10.615 mètres carrés, d’une topogra-phie assez irrégulière d’ailleurs, me-nant à bout le plan d’ouvrir deuxnouvelles rues, Noisiel et Charles La-moureux. On croit qu’Émile Menieravait initialement l’intention d’y bâtirson hôtel parisien, mais finalement ill’a fait ailleurs, par l’architecte HenriParent. L’Hôtel Menier, justement, au5 avenue Van Dick» explique l’Am-bassadeur du Portugal. «Ce désiste-ment (désinvestissement dirait-onaujourd’hui) a permis à Monsieur Ra-phael-Georges Levy (d’une familleliée á la haute finance) d’acquérir unepartie du terrain en question pour yconstruire son Hôtel a lui. Le plan estdu 13 juillet 1906 et c’est tout àl’honneur du talent de l’architecteLouis Parent (neveu d’Henri Parent)d’avoir trouvée cette solution simpleet élégante au défi de la forme du ter-rain: la distribution du rez de chaus-sée place la salle à manger à la têtedes salons, distribués en deux gale-ries, qui y mènent. La sœur de Ra-phael-Georges Levy, Mathilde, épousaDaniel Meyer qui était cousin (du côtéde sa maman) d’un certain MarcelProust…»«Éclate la guerre de 1914. Lévy re-fuse d’évacuer Paris et transformeson hôtel particulier en hôpital mili-taire, se réservant pour sa femme et

lui-même deux modestes chambres.De 1914 à 1919, cet hôpital soi-gnera, selon ses vœux, de simplessoldats et ce à ses frais. Il sera aidédans cette tâche par le chanoine Cor-nette, fondateur des Scouts deFrance» explique Jorge Torres Pereira.«En 1936, le 1er janvier, l’État por-tugais achète l’immeuble au prix de2.400.000 francs anciens pour y ins-taller et la Résidence de l’Ambassa-deur et la Chancellerie».Pendant la II Guerre l’immeuble a étéabandonné. «L’état décida alors deconfier au plus illustre architecte por-tugais de l’époque, Raul Lino (Direc-teur Général des MonumentsNationaux) la mission de redonner lagloire requise pour la Résidence d’unAmbassadeur à Paris. Nous avons sesrapports, notamment d’août 1946,qui rend compte des acquisitions quiont été faites dans le marché de meu-bles d’antiquités de Paris, ‘abondan-tissime’ dans ses mots».Les Journées européennes du patri-moine ont eu lieu les 15 et 16 sep-tembre prochains dans le cadre del’Année européenne du patrimoineculturel 2018 avec pour thème «L’Artdu partage».En Île-de-France, plus de 1 500 siteset édifices ont participé à la manifes-tation: hôtels particuliers, sites indus-triels, édifices religieux, lieux depouvoir et emblématiques, créationsd’architectes...

Por Carlos Pereira

Le week-end dernier

Le 19 septembre 2018

Centro Pompidou em Paris vai incorporar duas obrasde Rui Chafes

O Centro Pompidou, em Paris, vai terduas obras de Rui Chafes que vão serapresentadas no dia em que o escul-tor inaugura, na delegação francesada Fundação Calouste Gulbenkian,uma exposição com obras de AlbertoGiacometti.A 01 de outubro, as esculturas “CarneInvisível” e “Carne Misteriosa”(2013) vão ser apresentadas e expos-tas no seio da coleção permanente doMusée National d’Art Moderne, nasala 32, graças a uma doação anó-nima que leva, pela primeira vez,obras de Rui Chafes para o Pompidou.As obras tinham sido mostradas emParis, em 2017, na Galerie Mendes,no âmbito do projeto Lusoscopia doInstituto Camões em França, quandoo galerista Philippe Mendes deu aoescultor português ‘carta branca’ paraexpor trabalhos no meio de pinturasdos séculos XVI e XVII.Também a 01 de outubro, a Gulben-kian de Paris vai inaugurar, a exposi-ção “Gris, Vide, Cris”, com obras deRui Chafes e Alberto Giacometti queestará patente ao público de 03 deoutubro a 16 de dezembro.A mostra pretende “proporcionar umencontro” entre o artista suíço, quemorreu em 1966, e o artista portu-guês, que nasceu em 1966, e vaicontar com 11 esculturas e quatro de-senhos de Alberto Giacometti, tendotodas as esculturas de Rui Chafes -

exceto uma - sido concebidas paraeste projeto.“Achei que havia muitos pontos deencontro, sobretudo imateriais, entrea obra de Giacometti e de Rui Chafes.É uma ideia não de um diálogo mas,sobretudo, proporcionar um encon-tro”, disse à Lusa Helena de Freitas,a Comissária da exposição.O projeto desenvolveu-se a partir deuma pesquisa sobre o léxico comumaos artistas, como a intemporalidade,

a desmaterialização e o vazio que sãoconceitos “que eles desenvolvem deuma forma material muito diferenteem tempos diferentes”, o que podetransformar o projeto em algo “lumi-noso”, de acordo com a Curadora que,em 2016, comissariou a retrospetivade Amadeo de Souza Cardoso, noGrand Palais, em Paris.“Digamos que há um território decumplicidade e esse território é atémais imaterial do que material, ou

seja, o Rui Chafes não foi escolhidopor fazer obras parecidas com as doGiacometti porque, de facto, até épossível pensar, em termos de realiza-ção material, em situações de con-traste”, continuou Helena de Freitas.No seu livro “O Silêncio de?” (1998),Rui Chafes escreveu que, “junta-mente com Joseph Beuys, A. Giaco-metti é talvez o grande escultor dopós-guerra” que tomou “o caminho danegação, da redução, da austeridade

e ascetismo” e que criou “um espaçocalcinado”, abrindo caminho para a“moderna escultura: a escultura daconsciência”.Nascido em Lisboa, Rui Chafes fez ocurso de Escultura na Faculdade deBelas-Artes de Lisboa, entre 1984 e1989, e estudou na KunstakademieDüsseldorf, de 1990 a 1992, comGerhard Merz, tendo sido galardoadocom o Prémio Pessoa, em 2015, ecom o Prémio de Escultura Robert-Ja-cobsen, na Alemanha, em 2004.Em 1995, Rui Chafes representouPortugal, juntamente com José PedroCroft e Pedro Cabrita Reis, na 46ª Bie-nal de Arte de Veneza, e, em 2004,participou na 26ª Bienal de S. Paulo,com um projeto conjunto com VeraMantero, tendo, ainda, em 2013, sidoum dos artistas internacionais convi-dados para expor no Pavilhão da Re-pública de Cuba, na 55ª Bienal deVeneza.O seu trabalho tem sido exposto emPortugal e no estrangeiro, desde mea-dos dos anos oitenta e, em 2014,apresentou a exposição antológica “Opeso do paraíso”, no Centro de ArteModerna da Fundação Calouste Gul-benkian, em Lisboa.O artista, que tem muitas obras colo-cadas em espaços públicos interna-cionais de forma permanente,instalou, em 2008, uma escultura emChampigny-sur-Marne, nos arredoresde Paris, em homenagem à emigraçãoportuguesa.

Por Carina Branco, Lusa

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«Miguel Torga:le dialogueinassouvi.Essai d’analyse deson écrituredramatique»présenté à laGulbenkian de Paris

Présenté par Graça dos Santos etCarlos Mendes de Sousa, le livre «Mi-guel Torga: le dialogue inassouvi.Essai d’analyse de son écriture dra-matique» établit un bilan critique del’œuvre théâtrale de Miguel Torga.Pour mieux “casser” les a priori con-cernant ce théâtre encore peu étudié.Graça dos Santos revient sur l’écriturede l’auteur portugais en utilisant laméthode de lecture de Michel Vina-ver. Après une approche au ralenti,au plus près de la parole théâtrale,une mise en perspective contextuali-satrice permet d’enrichir le dialogueinassouvi autour d’une dramaturgiede nouveau révélée.Carlos Mendes de Sousa est Profes-seur à l’Universidade do Minho où ildirige le PLP, Groupe de recherchesPoéticas em Língua Portuguesa. Il tra-vaille en particulier sur l’étude de la lit-térature brésilienne et de la poésieportugaise moderne et contempo-raine. En 2007, il a été le Commis-saire de l’exposition consacrée aucentenaire de la naissance de MiguelTorga, dont est issu le livre MiguelTorga o chão e o verbo.Graça dos Santos est Professeure àl’Université Paris Nanterre où elle di-rige le CRILUS (EA 369 Études Ro-manes). Axées sur le rapport au corpsphysique et au corps social, ses re-cherches abordent notamment la dic-tature salazariste et la censure authéâtre. Comédienne et metteuse enscène, elle développe un travail axésur les connexions entre théâtre etenseignement des langues.Le cycle «La langue portugaise encultures» est proposé par Graça dosSantos, dans le cadre du Cycle de sé-minaires du Centre de recherches in-terdisciplinaires sur le mondelusophone - CRILUS et la chaire Lin-dley Cintra/université Paris Nanterre.

Le jeudi 20 septembre, 18h30Fondation Calouste Gulbenkian - Délégation en France39 boulevard de la Tour Maubourg75007 ParisInfos: 01.53.85.93.83

12 CULTURA

Recital piano-voz de homenagem a António Fragoso na Casa de Portugal

Dia 22 de setembro, na Casa de Por-tugal André de Gouveia, na Cidade In-ternacional Universitária de Paris, às18h30, terá lugar um recital de home-nagem ao compositor António Fragosopela soprano Lara Martins e o pianistaJoão Paulo Santos.Este recital realiza-se no quadro dascomemorações do centenário da mortedo célebre compositor. António Fragosonasceu em 17 de junho de 1897, nafreguesia da Pocariça, no concelho deCantanhede, onde viria a falecer pre-cocemente, com a idade de 21 anos,dia 13 de outubro de 1918, vítima dagripe pneumónica que se alastrou naaltura um pouco por toda a Europa.Desde muito cedo, por volta dos seisanos de idade António Fragoso de-monstrou a sua vocação para a músicaquando começou a aprender a ler pau-tas e a tocar piano com o seu tio, mé-dico em Cantanhede, António dosSantos Tovim.Entre 1907 e 1914 concluiu na ci-dade do Porto o curso geral dos liceuse os dois primeiros anos do Curso Su-perior de Comércio continuando aaprofundar os seus estudos de pianosob a orientação do Professor ErnestoMaia. Aos 16 anos publicou e deu aprimeira audição da sua primeira com-posição - “Toadas da Minha Aldeia”,reconhecida pela generalidade da crí-tica musical da altura. Apesar de al-guma resistência por parte dos pais,matriculou-se no Conservatório Nacio-

nal de Música de Lisboa que frequen-tou até 1918, ano em que obteve o di-ploma do Curso Superior de Piano coma classificação máxima, 20 valores.O seu percurso é celebrado em Portu-gal e internacionalmente não somentecomo um grande talento enquanto pia-nista, mas também como compositor.Deixou mais de cem obras musicais,algumas das quais serão interpretadasneste recital piano-voz por João PauloSantos e Lara Martins.O pianista João Paulo Santos, galar-doado com o Prémio «Acarte 2000»pela forma como dirigiu The EnglishCat (Henze), tem uma intensa ativi-

dade como chefe de orquestra e diretormusical de cena do Teatro Nacional deSão Carlos.Nascido em Lisboa em 1959, concluiuo curso superior de Piano no Conserva-tório Nacional na classe de AdrianoJordão. Na qualidade de bolseiro daFundação Calouste Gulbenkian aper-feiçoou-se em Paris com Aldo Ciccolini(1979-84). A sua carreira atravessa osúltimos 34 anos da história do TeatroNacional de São Carlos onde principioucomo co-repetidor (1976), função quemanteve durante a sua permanênciaem Paris.Colabora com compositores portugue-

ses como António Chagas Rosa, Antó-nio Pinho Vargas, Eurico Carrapatoso eClotilde Rosa. Na qualidade de pia-nista apresenta-se a solo, em grupos decâmara e em duo e milita pela recupe-ração e reposição do património musi-cal nacional sendo responsável pelasáreas de investigação, edição e inter-pretação de obras dos séculos XIX e XX. A soprano Lara Martins foi vencedorado IX Concurso de Interpretação do Es-toril e como bolseira da Fundação Ca-louste Gulbenkian, terminou os seusestudos na Guildhall School of Musicand Drama sob a orientação de LauraSarti, onde se graduou com um FirstClass Honours.Em ópera já interpretou vários papéise fez uma digressão pelo Reino Unidoe pela República da Irlanda. Gravou aovivo para a RAI, Antena 2 e RTP, eentre os galardões que já conquistoudestacam-se o prémio «Donizetti» doConcurso de Canto «Jaumme Aragall»em Espanha, o prémio «Anne Wyburd»da Guildhall School of Music andDrama, o segundo prémio do ConcursoInternacional de Canto Vozes Ibéricase, mais recentemente, o primeiro pré-mio do Concurso de Interpretação deMúsica do Estoril.Este recital conta com o apoio do Ins-tituto Camões IP e a Embaixada dePortugal em Paris.

Casa de Portugal André de Gouveia7-P boulevard Jourdan75014 ParisInfos: 01.40.79.02.40

Pelo centenário da morte do célebre compositor português

Por Luisa Semedo

Le Festival Culturel du Sud du Brésil revient à ParisLe Brésil, l’Europe et la lusophonie réu-nis dans un seul événement. Le Festi-val Culturel du Sud du Brésil revient àParis pour sa 6ème édition du 19 au23 septembre. Au programme: Mu-sique et danses brésiliennes, portu-gaises et italiennes, barbecue, film,conférences, activités pour les enfants,stands, et bien plus encore!«La culture brésilienne est une mo-saïque de différents peuples et groupesethniques. L'Association Sol do Sulmet en avant la région Sud du Brésilmontrant l’influence de la colonisationeuropéenne dans la construction del’identité culturelle et économique decette région» dit une note d’informa-tion des organisateurs.«Très peu connu à l’étranger, le Sud duBrésil qui se différencie des autres ré-gions brésilienne par la multiplicité descultures dont il est issu, par la variétéde ses paysages, par un climat tempéréet par une cuisine de terroir où laviande rouge occupe une part prépon-dérante, c’est une région qui a tant àoffrir et mérite d’être divulguée dans lemonde».Cette année, parmi de nombreux par-ticipants, les organisateurs vont ac-cueillir le musicien et chanteur RenatoFagundes, fils du célèbre Dorotéu Fa-gundes, Fernando Schimanoski, vain-queur de l’émission «BBQ Brasil -Churrasco na Brasa» et Cristina Ro-drigues, Primeira Prenda de l’Etat de

Santa Catarina.Le Festival du Rio grande do Sul deParis est un événement annuel et pion-nier, idéalisé et organisé par l’Associa-tion Sol do Sul, depuis 2013, et a pourobjectif de «présenter un Brésil diffé-rent».Le mercredi 19 septembre, à 17h30,aura lieu à l’Ambassade du Brésil àParis, l’ouverture officielle du Festivalavec la projection de l’épisode 4 de lacomédie musicale «Obá Obá Obá» deBenjamin Rassat, suivie d’une dé-monstration de la musique et desdanses gauchas.

Le jeudi 20, à 18h30, aura lieu auCercle des Délégués permanentes del’UNESCO, le lancement du livre d’artphotographique «Águas» de JoelLopes, suivi d’une séance de dédicace.Il y aura également une conférence sur«L’Histoire du traditionalisme dans leSud du Brésil et l’histoire et les bien-faits de l’or vert brésilien: l’herbe àmaté» par Cristina Rodrigues, Profes-seur d’histoire et 1ère Prenda Veteranade l’Etat de Santa Catarina/BR; «L’in-fluence européenne dans les dansestraditionnelles gauchas et la musicalitédans le Sud du Brésil» par Anderson

Pereira, Instructeur de danses et mu-siques traditionnelle gaúchas et «Gas-tronomie régionale du Sud du Brésil»par Fernando Schimanoski, Chef cui-sinier et vainqueur du reality-show«BBQ Brasil - Churrasco na Brasa».Le samedi 22 septembre, de 14h00 à20h00 sur le Parvis de la Mairie du14ème arrondissement de Paris, il yaura lecture d’un conte pour les en-fants et une série d’artistes défilerontle long de l’après-midi, tels Renato Fa-gundes (Musique gaucha), Sono SoloCanzonette (Chorale féminine ita-lienne), Garrão de Potro (Danses gau-chas: Fandango sapateado), TiagoApolinário (Musique gauchas), Tuga’sBand (groupe de musique de jeunesportugais), Antônio Carlos Careca etLuiza Botolli (Musique gaucha),…Il y aura des stands avec des livres, deinformations touristiques, une présen-tation de maquette des stades, les dra-peaux et uniformes officiels de deuxgrands clubs de football du Rio Grandedo Sul - Grêmio Foot-Ball Porto Ale-grense et Sport Club Internacional -des jeux pour enfants, promotion etvente de produits du Rio Grande do Sul- vins, herbe à maté,… et restaurationde spécialités brésiliennes.Finalement, le dimanche 23 septem-bre, clôture du Festival avec un grandmoment de partage, autour d’un suc-culent barbecue typiquement gaucho.Ambiance familiale.

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ASSOCIAÇÕES 13

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António Pereira reeleito à frente da Associação Desportivae Cultural dos Portugueses de Albi

A Associação Desportiva e Cultural dosPortugueses de Albi foi a eleições noinício do mês de julho, elegendo porum período de quatro anos os seusnovos corpos gerentes, mantendo àfrente da coletividade o Presidente An-tónio Pereira, enquadrado por umaequipa de 15 pessoas, entre Conselhode Administração e Mesa da Assem-bleia: Rosa e José Gonçalves, ValériePereira, Catherine e Jacques Landelle,Palmira e Augusto Correia, FrancelinaBorges, Conceição e João Alves, Ce-leste e Joaquim Pinto, Andreia Gil,Rosie e Daniel Francisco.Seguiram-se as férias e o regresso àsatividades tiveram lugar no mês de se-tembro, com um concurso de belote,e no âmbito da festa das associaçõeslocais, foi organizado uma jornada“Portas Abertas” na sala da associa-ção, com o objetivo de informar e pro-mover as inscrições para o novo anoletivo das aulas em língua portuguesa.O LusoJornal foi ao encontro do Presi-dente António Pereira, para conhecermelhor as diversas atividades propos-tas pela associação albigeoise.

Cinco anos depois das primeiras aulasprotagonizadas pela associação, achaque os objetivos iniciais foram atingi-dos?O nosso objetivo é ter sempre mais alu-nos. As aulas começaram em janeirode 2013, este será o nosso sexto anoletivo. As inscrições ainda não acaba-ram e atualmente estamos a preverentre 15 a 20 alunos repartidos emduas turmas. As aulas são na nossasala, os alunos iniciantes têm 1 horade aulas na terça-feira e os alunos quetransitaram dos anos anteriores, tem1h30 de aulas na quarta-feira.

Em geral, qual é o perfil dos alunosque frequentam as aulas?Os lusodescendentes são minoritários.A maioria dos alunos têm uma esposaou um marido de origem portuguesa,e desejam aprender a nossa língua. Ul-timamente têm-se apresentado muitosalunos - ou potenciais alunos - com avontade de aprender o português, naintenção de se instalarem definitiva-

mente em Portugal.

Há vários anos que o vosso grupo deMarchas populares de Santo António,tem participado no Carnaval de Albi,considerado como o segundo mais po-pular do sul de França, vai ser o casoem 2019?As Marchas populares de Lisboa evo-luíram e modernizaram-se, mas onosso grupo envelheceu, os nossos tra-jes também e não houve substitutosmais jovens. A nossa participação con-tinua, mas de uma maneira diferente.A organização do Carnaval de Albi pôsà nossa disposição um carro alegóricoque começámos a animar em 2018.Em 2019 vamos novamente partici-par, animando um carro alegórico como tema do Carnaval, mas com músi-cas, coreografias e roupas tipicamenteportuguesas. Uma maneira de promo-ver a nossa associação e as cores dePortugal.

As associações portuguesas em Françasão bastante conhecidas pelas festasque organizam, também é o vossocaso?Claro. Essas festas são essenciais paramanter bem vivas as tradições portu-guesas e proporcionar aos nossos ami-gos franceses um momento de convíviojunto da nossa Comunidade. Sem es-quecer que é necessário ter receitaspara pagar a renda da sala e financiaras outras atividades. Organizamos umafesta mensalmente na nossa sala, ex-ceto em outubro que são duas, àsquais se juntam os concursos de car-tas, três sábados por mês. Até este anoorganizávamos duas grandes festasanuais em salas alugadas. Uma paracomemorar o 25 de Abril e outra nomês de junho, para comemorar o Diade Portugal, de Camões e das Comu-nidades Portuguesas. Em 2019 vaihaver mudanças. Tal como no grupodas Marchas, os colaboradores enve-lheceram e essas grandes festas ne-

cessitam de muito trabalho e muito es-forço, mesmo se a motivação não sealterou, o cansaço vem ao de cima.Falta juventude para dar um apoio econtinuidade às nossas atividades.Portanto em 2019 vamos organizaruma única grande festa em abril. Dequalquer maneira, a nossa sala, si-tuada no 56 route de Teillet, em Albi,está aberta aos sábados e domingos àtarde, com bar aberto e sempre um pe-tisco para saborear.

Depois da extinção da equipa de fut-sal, esta época a vossa equipa de fute-bol, o Sporting FC, vai estar ausentedos relvados d’Occitanie. Acabou odesporto na associação?São duas razões diferentes. No futsalconseguimos em poucos anos ascen-der ao mais alto nível regional, comalguns títulos à mistura. Com a limi-tação da dupla licença - futsal/futebol- alguns atletas não podiam jogar. Aisso vieram-se juntar os problemas de

disponibilidade devido aos horáriosdos jogos e às deslocações, e acaba-mos por extinguir a disciplina em2016. Depois de uma década de au-sência, a equipa de futebol renasceuem 2014. Subimos de divisão, ga-nhámos duas Taças regionais e osproblemas começaram a surgir no iní-cio deste ano. Sem explicações, oTreinador que tinha transitado do fut-sal, abandonou o clube. Fiz-lhe intei-ramente confiança para constituir umgrupo de futebolistas à sua maneira,e por fim fui traído! Por razões que ul-trapassam o meu entender, o ex-Trei-nador convenceu a maioria dosatletas a abandonar o clube. Portantoera difícil constituir, à última hora,um efetivo para disputar o Campeo-nato esta época. Vai servir-me delição! No entanto não vou abandonaro projeto desportivo, para o ano oudaqui por dois anos vai haver nova-mente futebol.

Na composição das equipas, haviapoucos nomes portugueses. É umaopção?Vêm para o clube os jogadores inte-ressados, sem distinção de origens ounacionalidades. No entanto é verdadeque a implicação dos portugueses oulusodescendentes da região tarnaisenas equipas associativas é bastantelimitada. Os nossos vizinhos do Ben-fica de Graulhet não escapam à regra.Explicação racional não tenho. Sem-pre tentei trazer para o clube umamaioria de jogadores portugueses oulusodescendentes, com pouco su-cesso. Talvez tenham vergonha de re-presentar uma coletividadeportuguesa, ou então têm condiçõespara representar as equipas france-sas, que nós não podemos oferecer.

Eclética, a Associação Desportiva eCultural dos Portugueses de Albi, temna Fundação Nossa Senhora de Fá-tima a sua ramificação cultual, orga-nizando eventos religiosos duas vezespor ano.A última iniciativa da associação foia de organizar une Noite de Fados,bienal. A próxima está agendada parao dia 6 de outubro, com os “Ana-Maria Trio”.

Por Manuel André

Rosa Mota na “Corrida para a Misericórdia de Paris”em Jouy-en-JosasRosa Mota é a convidada de honra daquinta edição da corrida “Correr paraa Misericórdia de Paris”, organizadapela Santa Casa da Misericórdia deParis, no dia 7 de outubro, no Do-maine de la Cour Roland, em Jouy-en-Josas (78).A Corrida Solidária é um momento deconvivialidade num parque naturalque permite fazer desporto por umaboa causa. As inscrições já começa-ram e podem ser feitas no site internetdaquela instituição de solidariedade.A Misericórdia de Paris, criada em1994, é uma associação ao serviçodos mais necessitados, particular-mente daqueles que são de origem ou

de expressão portuguesa. As suas prin-cipais atividades são “Permanênciassociais telefónicas 24h/24 e presen-ciais na sua sede; aconselhamento ju-rídico e administrativo, psicológico;apoio material nomeadamente atravésda distribuição de produtos alimentí-cios; ajuda aos detidos; oferta de se-pultura e de cerimónias fúnebrescondignas aos portugueses que fale-cem em França ao abandono ou aindaatividades de reflexão sobre as ques-tões da precariedade e solidão”.É para levar a cabo estas atividades deauxílio aos mais carenciados que a Mi-sericórdia de Paris organiza várioseventos de índole caritativo, como um

Jantar Solidário, uma campanha derecolha alimentar e a iniciativa «Correrpara a Misericórdia de Paris» que esteano terá como madrinha a ex-atletacampeã olímpica Rosa Mota.O preço da inscrição individual é de20 euros, mas a organização explicaque estão à disposição das associa-ções, clubes e empresas “pacotes degrupo” com inscrição de 10 partici-pantes e uma caderneta com 50 bi-lhetes de tombola para ganhar viagensa Portugal e um jantar no RestauranteSaudade.

Inscrições emwww.cpmdp.com/inscriptions/

A coletividade ficou sem as modalidades de futsal e de futebol

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LusoJornal / Manuel André

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Futebol: Danilson daCruz, umcabo-verdianoem Nancy

Danilson da Cruz, médio de 32 anos,representa este ano o Nancy, clubeda segunda divisão francesa. No en-tanto este atleta é bem conhecido naregião parisiense porque jogou noCréteil/Lusitanos e no Red Star.Na temporada passada, o franco-ca-boverdiano subiu à primeira divisãocom o Reims. No entanto preferiuvirar-se para um outro projeto e ficarna Ligue 2, juntando-se ao Nancy.

Quais foram as razões que o levarama trocar o Reims pelo Nancy?Eu queria sair para um clube estran-geiro. Esse era o meu desejo porqueacho que tinha visto tudo o que tinhapara ver na segunda divisão francesa.A minha ambição não passava porjogar na Ligue 1 com o Reims e oclube sabia disso. Houve entendi-mento e podia sair sem problemas.Até ao 11 de julho queria encontrarum novo desafio, foi nesse momentoque as chamadas do Treinador doNancy foram numerosas. Fui sedu-zido pelo projeto e decidi aceitar, so-bretudo que o meu projeto para sairpara o estrangeiro não avançou. Osclubes estrangeiros estavam com astransferências um pouco paradas porcausa do Mundial. Mas estou muitofeliz com a minha decisão porqueadoro este tipo de desafios. O Nancyé um clube que merece estar na pri-meira divisão e espero que duranteestes dois anos vamos conseguir al-cançar esse objetivo.

Foi complicado integrar esta equipa?A adaptação foi fácil. O grupo de jo-gadores que compõe a equipa émuito bom. Já tive a braçadeira deCapitão porque o Treinador pediu-me, mas com ou sem braçadeira, vouser sempre igual dentro das quatro li-nhas. Admito, no entanto, que mostraa confiança que o Técnico depositaem mim. O que eu quero sobretudoé que os resultados apareçam. Já co-meça a ser complicado e urgente.

Danilson, sente que vai ser uma tem-porada complicada?Não podemos pensar que a tempo-rada vai correr mal ou vai ser compli-cado. Temos é de pensar no próximojogo é tentar mudar o rumo dos acon-tecimentos, vencendo jogos.

Passou pelo Créteil/Lusitanos, qual foia sua relação quando soube que oclube desceu do National para o Na-tional 2?No fim da temporada passada estavaeufórico com a subida do Reims àprimeira divisão e a subida do RedStar à segunda divisão. Mas tenho deadmitir que fiquei triste com a descidado Créteil/Lusitanos porque Créteil éa minha cidade, aliás ainda tenho umapartamento lá e a minha família,bem como os meus amigos moramlá.

14 DESPORTO

Une reprise fracassante pour le SportingClub de Paris

Pour la reprise du Championnat deD1, le Sporting Club de Paris recevaitsamedi dernier le club nordiste de Bé-thune Futsal. Malheureusement poureux, les Parisiens n’ont pas réussi leurentrée en matière à cause d’unmanque de réussite mais aussi àcause de Thomas Magnien, le gardienadverse.C’est un Sporting Club de Paris new-look qui est apparu sur le parquet dugymnase Carpentier. Des change-ments sont intervenus à l’intersaisonavec l’arrivée d’un nouvel entraîneur -Sito Rivera - et de 4 nouveaux joueurs- De Sá Andrade, Saadaoui, Zoubir etDlimsi - et le départ des 2 sud-améri-cains - Mendes et Schusterman. LeSporting a également perdu l’un deses derniers joueurs emblématiques,présent au club depuis 10 ans, Jona-than Chaulet qui a rejoint le Torcy Fut-sal qui évolue en D2.Après avoir bien préparé cette nou-velle saison avec un stage d’une se-maine à Pocé-sur-Cisse début août et

enregistré 4 victoires lors des 5matchs amicaux, le staff et les diri-geants pouvaient être légitimementconfiants pour ce premier match deChampionnat. Mais dans le sport,c’est la vérité du terrain qui compte…Les Parisiens ne pouvaient pas plusmal commencer ce match. En effet,quasiment sur le coup d’envoi, Ber-nardou intercepte, dans le rond cen-tral, une passe mal ajustée de CamaraRevuelta et vient battre Teffaf, le gar-dien parisien… on joue depuis 8 se-condes (0-1).Après ce coup de massue, les Pari-

siens assaillent le but adverse maistombent sur un gardien nordiste enétat de grâce. Leurs efforts sont enfinrécompensés à la 12ème minute parune belle réalisation de Dlimsi (1-1).Le Sporting Club de Paris ne relâchepas son emprise, ne laissant que trèspeu de ballons aux Béthunois qui dé-fendent bien leur but. Les Parisiensmultiplient les tirs (de loin ou de près)qui sont renvoyés systématiquementpar Magnien ou son poteau. Mais à43 secondes de la fin de cette pre-mière mi-temps, Béthune bénéficied’un tir à 10 mètres qu’Oliveira ne

manque pas de transformer (1-2).La seconde mi-temps est la copieconforme de la première partie de larencontre: les Parisiens attaquent etles Béthunois défendent bec et onglesleur avance.Les visiteurs sont proches du KO.Mais, soit par manque de chance (2poteaux), manque de réussite ou àcause du gardien adverse, les Pari-siens n’arrivent pas à recoller auscore. Et, comme souvent, quand uneéquipe domine mais n’arrive pas àmarquer, elle se fait punir. C’est ce quis’est passé samedi avec un but encontre, marqué encore une fois parBernardou (34 min) qui reprend unballon renvoyé par Teffaf sur un pre-mier tir nordiste (1-3).Le Sporting Club de décide alorsd’évoluer en power-play sans plus deréussite et plus rien ne sera marquédans ce match.Cette première sortie des Parisienslaisse un goût amer aux observateurscar ce résultat ne reflète pas lecontenu du match et le bon compor-tement des joueurs. Le staff a 2 se-maines pour panser les plaies etpréparer la prochaine rencontre qui sedéroulera le 29 septembre.Sans nul doute, c’est avec la rage queles Parisiens se rendront donc à Beau-caire le 29 septembre pour faire unbon résultat et récupérer les pointsperdus à domicile.

Futsal

Par RDAN

Cantora luso-brasileira Fátima Fonsecacantou em Lyon

A cantora lusodescendente FátimaFonseca, que vive em S. Paulo, noBrasil, esteve em digressão duranteos meses de julho e agosto em Por-tugal, e veio no fim de semana pas-sado, dias 15 e 16 de setembro, atéLyon, a convite da equipa do pro-grama Raízes, da Rádio Plurielle.“Gostei muito de vir até Lyon eagradeço a todos os que tornaramisto possível, pois foi para mim umagrande surpresa e será uma boa re-cordação ao descobrir o públicofrancês e a cidade de Lyon, assimcomo parte da Comunidade portu-guesa que aqui reside” disse Fá-tima Fonseca. “Agradeço a toda aequipa, Carlos, Patrícia, Jean Phi-lipe e Fernando todo este apoio eacolhimento. Não posso esquecerde agradecer a família Nogueira daRádio Luso Europeu, Jorge Camposda Rádio Sem Fronteiras que sem-pre me têm acompanhado e divul-gado, e que estiveram todos naminha companhia”.Na sexta-feira dia 14, Fátima Fon-seca apresentou o seu repertório norestaurante “Les Bons Sauvages”,nas margens do rio Saône, onde en-cantou o público presente com asua maravilhosa mistura musicalentre o fado clássico, a bossa nova,e outros ritmos como o samba.É autora, compositora e intérprete.As letras dos seus fados abordam ostemas do amor e também o mundo

da emigração. A artista é filha deemigrantes que nos anos sessentapartiram de Sátão e Armamar, esta-belecendo-se na cidade de S.Paulo, no Brasil, onde Fátima Fon-seca nasceu, assim como mais doisirmãos.“Eu comecei a ouvir e a cantar fado,um pouco para matar saudades,quando estudava em Londres, evivia isto com uns amigos, mas ra-pidamente escrevi as letras, paraestas músicas que tinham umpouco de fado, de samba e bossanova. Estava tudo reunido, para queum brasileiro e um português pu-desse matar saudades ao ouvir estes

meus temas, e é o que faz o su-cesso das minhas interpretaçõespelo mundo onde há portugueses. Aminha mãe também cantava fado efoi ela que me transmitiu esta paixãoque eu hoje vivo. Ela tinha como se-gundo nome ‘Amália Rodrigues’” dizFátima Fonseca ao LusoJornal.“Hoje tenho já várias peças gravadasem CD e tenho também um projeto afinalizar para o decorrer de 2019,assim como um espetáculo. Este anofui muito acarinhada em Portugal,não só pela televisão e rádio portu-guesa, mas também pelo público, nosmeus espetáculos de norte a sul dopaís. Para o ano que vem, em 2019,

a agenda está já bem repleta. Esperopoder voltar até França da qual muitogostei” concluiu Fátima Fonseca aoLusoJornal.A cantora visitou Lyon na companhiada jornalista e animadora PatríciaGuerreiro, e esteve no domingo, dia16 de setembro, em entrevista naRádio Plurielle, no programa “Raí-zes”, o programa semanal das 12h00às 14h00 que informa a Comunidadeportuguesa na região do grande Lyon.Estiveram também na sua companhiadesejando-lhe boas vindas os canto-res lusófonos da região de Lyon, Na-zaré Lima, Fernando Calheiros e a suafilha Adriana.

Por Jorge Campos

Le 19 septembre 2018

Por Marco Martins

LusoJornal / Jorge Campos

José Lopes, Presidente do Sporting Club de Paris

Sporting Club de Paris 1-3Béthune FutsalButeurs : Sporting Club de Paris:Dlimsi; Béthune Futsal: Bernardou(2) et Oliveira

Page 15: Rosa Mota Rotunda Comendador Armando Lopes foi inaugurada ... · esses maricas que jogam à bola com as mãos, devias era de ir ver os jogos do Benfica”. O meu tio dizia: “O teu

DESPORTO 15Le 19 septembre 2018

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Boa notícia

Quem é omaior?No Evangelho do próximo domingo,dia 23, encontramos os discípulos adiscutirem «uns com os outros sobrequal deles era o maior»… e Jesus ex-plica-lhes que «quem quiser ser o pri-meiro, será o último de todos e oservo de todos».Esta afirmação é uma autêntica revo-lução! Ensina-nos que a única gran-deza é a de quem, com humildade esimplicidade, faz da própria vida umserviço aos irmãos! Na comunidadecristã, distinções baseadas no di-nheiro, na beleza, na cultura ou naposição social não têm qualquer sen-tido. Jesus Cristo deseja uma Igrejade irmãos iguais em dignidade, aquem a comunidade confia serviçosdiversos em vista do bem de todos.Quando é que somos os “maiores”…?Quando é grande a nossa vontade deservir e de partilhar com os outros osdons que Deus nos concedeu. Jesus completa a sua “lição” com umgesto: toma uma criança, coloca-a nomeio do grupo, abraça-a e convida osdiscípulos (e nós também) a acolher-mos as “crianças”, pois quem as aco-lhe, acolhe o próprio Jesus e acolheo Pai. Na sociedade palestina deentão, as crianças não tinham direitose não contavam do ponto de vistalegal (pelo menos enquanto não tives-sem feito o “bar mitzvah”, a cerimó-nia que definia a pertença de umrapaz à comunidade do Povo deDeus). Eram, portanto, um símbolodos débeis, dos indefesos, dos mar-ginalizados. No contexto da conversaque Jesus está a ter com os discípu-los, este gesto confirma a sua men-sagem: somos os “maiores”, nãoquando temos poder ou autoridadesobre os outros, mas quando abraça-mos, quando amamos, quando ser-vimos os pequenos, os pobres, osmarginalizados e todos aqueles queo mundo rejeita e abandona.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse Saint Jean Baptiste de Neuilly158 avenue Charles de Gaulle92200 Neuilly-sur-SeineDomingo às 9h30

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Colaboradoras do Banque BCP correram na “Parisienne”

Cerca de 30.000 mulheres partici-param na Parisienne, uma corridaanual em plenas ruas de Paris, ondeapenas podem participar mulheres,para recolha de fundos para a inves-tigação e em particular para o com-bate ao cancro da mama.Como acontece há já 8 anos, as co-laboradoras do Banque BCP tambémparticipam nesta prova. Cerca de 60mulheres que trabalham no bancopercorreram os quase 7 quilómetrosdo percurso, desde os jardins do Tro-cadero, até ao Champs de Mars, aospés da Tour Eiffel. As mais rápidasdemoram cerca de 20 minutos, en-quanto as “menos desportivas” ne-cessitaram de quase duas horas paracortar a meta.“Confesso que não sou muito des-portiva e treino muito pouco. Masnós não estamos aqui para chegarem primeiro lugar. O que conta éparticipar, a correr ou a andar,quando estamos um bocadinho can-sadas, andamos. O principal é real-mente a causa” diz ao LusoJornalAna Isabel, uma das colaboradorasdo banco.Pelo terceiro ano consecutivo, AnaIsabel corre com a filha Inês. “Aminha mãe nunca faz desporto e porisso, esta é a oportunidade para elacorrer, e também é uma oportuni-dade de fazermos uma atividade jun-tas” conta ao LusoJornal.As “atletas” juntam-se na Tour Eif-fel, atravessam a ponte até aos jar-dins do Trocadero, seguem pelo caisaté ao Grand Palais, correm pelosChamps Elysées até à praça da Con-corde, voltam a atravessar a ponteaté à Assembleia Nacional, fazemduas vezes a esplanada dos Invali-des, regressam ao cais, até à metano Champs de Mars.“É uma causa muito importante.Para nós é muito importante estar-mos aqui e participar nesta luta” dizSophie, ao LusoJornal. “É um en-contro anual e é muito importanteestarmos aqui presentes com outras

30.000 mulheres que também que-rem lutar contra o cancro da mama”.“É pela causa e pelo espírito destacorrida, porque há muitas mulheresjuntas. Importante vermos que aspessoas vão todas juntas numamesma direção. É uma causa impor-tante na vida de uma mulher” acres-centa por seu lado Inês.“Aderi logo e há 8 anos que faço acorrida porque penso que a causa éabsolutamente fantástica. Nós sen-timo-nos úteis à nossa maneira equeremos realmente que a investiga-ção consiga fazer avanços” concluiAna Isabel.Apesar de muitas das mulheres cor-rerem a título individual, a maiorparte das participantes são inscritaspelas suas empresas. “Esta manifes-tação é magnífica porque junta maisde 400 empresas. Esta é a manifes-tação desportiva inter-empresas maisimportante de França. Jogámos co-letivamente, não se corre para ga-nhar individualmente, corremos paraparticipar em equipa” disse ao Lu-soJornal Jean-Philippe Diehl, Presi-

dente do Diretório do Banque BCPque todos os anos marca presença,com os demais Administradores dobanco, para motivar a participaçãodas colaboradoras.Tal como acontece todos os anos, oBanque BCP tem um stand no “vil-lage” da Parisienne, onde junta, de-pois da corrida, as participantes e oshomens que as acompanham.“No primeiro ano tivemos umagrande participação e depois umpouquinho menos, mas temos umnúcleo duro de mulheres que corresempre e que nos pede para que nãose acabe com esta corrida” conta aoLusoJornal Isabel Macedo do Depar-tamento de Comunicação do banco,também participante na corrida.O banco tem agências em Paris etambém em várias outras cidadesfrancesas. Este ano participaramcorredoras das agências de Bor-deaux, de Strasbourg, de Dijon,…“Para além de corrermos para umacausa nobre, esta é também umaoportunidade de estarmos juntas,porque não é caso durante o ano

todo, falamos ao telefone, mas nãonos conhecemos. Por isso, este é ummomento agradável”.“Para além da participação das mu-lheres do Banque BCP, com a em-presa Centralepose, nosso cliente eparceiro, entregamos 10.000 eurosde donativo para contribuir para a in-vestigação contra o cancro damama” anuncia Jean-Philippe Diehl.“É uma doença que nos afeta atodos nós e decidimos apoiar estainiciativa” conta Artur Machado daCentralpose ao LusoJornal. Artur Ma-chado também tem marcado pre-sença todos os anos para motivar asparticipantes do Banque BCP.Todos os anos o banco organiza umevento para a entrega do donativo eo Presidente da Fondation pour laRecherche Médicale, Denis LeSquer, desloca-se propositadamentepara recolher a contribuição franco-portuguesa. Aliás Denis Le Squerpassou pelo stand do Banque BCPpara agradecer a contribuição e parafelicitar a participação das mulheresdo banco que concluíram o desafio.

Por Carlos Pereira

Em “luta” contra o Cancro da mama

https://lusojornal.com

RIGOR NA INFORMAÇÃO

LusoJornal / Duarte Pereira

Page 16: Rosa Mota Rotunda Comendador Armando Lopes foi inaugurada ... · esses maricas que jogam à bola com as mãos, devias era de ir ver os jogos do Benfica”. O meu tio dizia: “O teu

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