Hollande: os compromissos na luta da mudança climática são
insuficientes
O presidente francês, François Hollande, disse nesta terça-feira (25) que há 56 países
que já enviaram suas contribuições para reduzir as emissões poluentes visando a
cúpula sobre a mudança climática do final do ano, mas ressaltou que os resultados
obtidos até agora “não são suficientes”.
Hollande, que explicou que esses 56 países que apresentaram seus programas para
reduzir os gases do efeito estufa representam mais de 60% das emissões, pediu aos
outros que também reconheçam seus compromissos.
O presidente francês anunciou que trabalha, junto com seu colega peruano, Ollanta
Humala, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para organizar uma reunião de
chefes de Estado e de governo sobre este tema no final de setembro, coincidindo com
a Assembleia Geral das Nações Unidas realizada em Nova York.
O objetivo dessa reunião, precisou, não seria substituir as negociações que estão
sendo realizadas, mas “fixar o nível de ambição global e obter os meios para alcançá-
la”.
Hollande disse que são “indispensáveis” os US$ 100 bilhões que foram estimados que
farão falta para 2020 para as adaptações ao aquecimento global.
O líder francês insistiu que a “solidariedade” será necessária para não haver oposições
entre o Norte e o Sul, algo que no passado impediu o avanço em um compromisso
internacional.
Visando a preparação da cúpula sobre a mudança climática programada para
dezembro em Paris, Hollande viajará para Pequim no início de novembro e depois a
Seul.
Arpa apoia mais 6 unidades de conservação
Mais seis unidades de conservação (UCs) passam a receber o apoio do Programa de
Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). A adesão foi aprovada pelo Comitê Gestor do
Programa Arpa, em reunião ocorrida na manhã de segunda-feira (24). Com isso, são
111 áreas e 59,2 milhões de hectares protegidos na Amazônia brasileira, o que
representa 98,6% da meta de conservação de 60 milhões de hectares prevista para ser
alcançada em 2019.
As novas UCs ocupam área de 860 mil hectares e se localizam no Pará (Reserva
Extrativista – Resex – Marinha Cuinarana; Resex Marinha Mestre Lucindo; e Resex
Marinha Mocapajuba); no Amazonas (Estação Ecológica Jutaí Solimões e Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Matupiri); e em Rondônia (Resex do Rio Pacaas Novos).
Outras três UCs tiveram sua criação pré-aprovada pelo Programa Arpa, faltando
apenas parecer do Departamento de Areas Protegidas do Ministério do Meio
Ambiente (DAP/MMA) sobre questões técnicas e a validação final do próprio Comitê.
Estas novas unidades ficam em Roraima, também numa extensão de 860 mil hectares.
Compromisso - A seleção das novas unidades de conservação acontece após a
publicação do Decreto nº 8.505, em 20 de agosto de 2015, que destaca e afirma o
compromisso do governo federal com o programa, segundo o coordenador do
Arpa,Thiago Barros. “O texto amplia o escopo das atividades de manutenção das UCs
de usos sustentável e também explicita que a União vai desenvolver mecanismos e
planejar o aporte de recursos para atender às necessidades de implantação das UCs
federais que integram o programa”, explica.
O Decreto nº 8.505/2015 também altera a composição do comitê do programa, que
passará a ser integrado por representantes dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA),
Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) e Fazenda (MF), do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgãos gestores estaduais, doadores
privados e sociedade civil.
Thiago Barros lembrou que o MMA poderá designar outros representantes do governo
federal pra integrar esse comitê, de modo a assegurar a transparência e o controle
social do Programa. O decreto entrará em vigor no dia 20 de novembro e, segundo o
coordenador do Arpa, corrige falhas do Decreto nº 4.326/2002, que criou a iniciativa.
‘Torre Eiffel’ da Amazônia vai estudar mudanças climáticas
Estrutura criada para entender fenômenos associados ao efeito estufa é a maior do
mundo.
São Sebastião do Uatumá. Em meio à densa floresta amazônica brasileira, emerge uma
imponente estrutura metálica branca e laranja. É uma torre de 325 metros, um a mais
que a Torre Eiffel, e será o maior laboratório do mundo para estudar mudanças
climáticas.
O Observatório de Torre Alta da Amazônia (Atto, em inglês) se localiza em meio à
reserva ecológica de Uatumá, a 350 km de Manaus. Para chegar até ali, é preciso
percorrer durante horas estradas de terra e navegar por um rio.
Na zona não há cobertura para celulares ou internet, apenas um horizonte verde de
floresta sem fim. “O fato de estar distante das cidades e, portanto, da influência
humana garante a coleta de dados relativamente não adulterados”, explicou Meinrat
Andrae, diretor do instituto alemão Max Planck, que impulsiona o projeto juntamente
com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e outros centros
especializados.
Com 3.000 km de leste a oeste, a floresta amazônica é a maior floresta tropical
homogênea do mundo. Devido a sua extensão, os processos climáticos e atmosféricos
que ocorrem ali podem influenciar outras regiões do planeta.
“Com esta torre vamos entender melhor qual é o papel da Amazônia nestas regiões
florestais, seu efeito no clima local, mas também global”, declarou o professor Antonio
Ocimar Manzi, coordenador do projeto do lado brasileiro.
Ninguém se salva do calor nesta floresta, evidente nos rostos e nas camisas suadas de
todos no acampamento. E, para desfrutar de uma brisa refrescante, basta apenas subir
à torre... Desaconselhável para pessoas com vertigem.
Um arnês (cadeirinha de escalada) é obrigatório para subir. São mais de 1.000 degraus
até o topo. Na via liberada para a imprensa, o limite permitido foi de 150 metros, que
já permitia ter uma ideia de que realmente se está no meio do nada.
Este observatório climático, o mais alto do mundo, foi inaugurado no último sábado,
mas ainda não está em operação. Até agora foram realizados alguns testes-piloto, mas
no restante do ano serão instalados os instrumentos para iniciar um longo caminho de
estudos planejados para 30 anos.
As florestas tropicais contribuem para o controle climático do planeta por seu
potencial de ganhar e perder grandes quantidades de carbono. Mas, com o aumento
de 1,5 vez na emissão de gases durante a segunda metade do século XX, os cientistas
se perguntam o que a floresta está fazendo com esse excesso de CO2.
A torre poderá medir a interação entre a floresta e a atmosfera em uma área
atmosférica de 1.000 km², jamais alcançada antes. Uatumá já tem duas torres
menores, de 50 m e 80 m de altura. Agora, as três torres trabalharão juntas. “Um
estudo de longo prazo determinará quais serão os efeitos que as mudanças climáticas
vão ter sobre estes ecossistemas aqui”, explicou Manzi.
Mais verde
Desmatamento. O Brasil teve queda de 15% no desmatamento na Amazônia no último
ano, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Emissões de CO2 estão abaixo da meta
São Paulo. O Brasil reduziu suas emissões de carbono e tem se mantido estável nos
últimos anos, de modo a já atingir a meta definida para 2020, abaixo dos 2 bilhões de
toneladas. Mas nem tudo foi proposital.
A meta foi estabelecida pelo Brasil antes da cúpula de Copenhague de 2009, com base
em dados de 2002, quando as emissões estavam acima das atuais.
Com expectativas de forte crescimento econômico para os próximos anos, o Brasil
projetou que em 2020 teria cerca de 3 bilhões de toneladas em emissões. Mas não
contava com o resfriamento de sua economia nem com a forte queda do
desmatamento na Amazônia, fator que constitui a principal causa da diminuição das
emissões a partir do ano de 2004.
Ainda que o Brasil esteja dentro de sua meta, é prevista uma tendência de aumento
das emissões, sobretudo porque a queda do desmatamento estancou e, inclusive,
voltou a aumentar, segundo o estudo “Análises das Emissões de Gás de Efeito Estufa
no Brasil (1970 - 2013)”, realizado pelo Observatório do Clima. Segundo o estudo, o
Brasil reduziu emissões de 1,83 bilhão de toneladas para 1,558 bilhão de toneladas de
gás carbônico entre 1990 e 2013.
Estrutura é inspirada em obra da Sibéria
São Sebastião do Uatumá. A ideia surgiu em um café, diz Jurgen Kesselmeier,
coordenador alemão do projeto. “Estávamos debatendo em nosso instituto (o Max
Planck), e Andrae disse que seria perfeito ter algo como a torre Zotto na Sibéria na
região amazônica. Disse a ele: ‘Excelente, mas quem vai pagar por isso?’”, lembrou.
O observatório de Zotino (Zotto) funciona desde 2003 e estuda as concentrações de
gás carbono, metano e outros gases de efeito estufa na taiga (floresta boreal) da
Sibéria.
O Atto custou R$ 26 milhões (US$ 7,4 milhões ao câmbio atual) e foi financiado em
partes iguais pelos governos de Brasil e Alemanha. Suas 15 mil peças foram
construídas no Sul do Brasil, e, para transferi-las por mais de 4.500 km por terra e
barco, foram necessários 15 dias. Pesa 142 toneladas e está sustentado por longos
cabos de aço que também lhe dão estabilidade.
Kesselmeier disse ser um curioso, como todos os cientistas, e mal pode esperar para
devorar essas medições diárias, que também servirão para dar recomendações às
autoridades com base científica sobre mudanças climáticas.
O relógio começará em breve sua contagem regressiva: 30 anos, 11 mil dias ou 254 mil
horas. Esse trabalho ininterrupto permitirá conhecer melhor a Amazônia e o clima.
São Paulo já vive um novo padrão climático: a seca e as ondas de calor se
tornarão frequentes
Embora as estatísticas mostrem que chove 30% a mais do que 40 anos atrás, a lentidão
para criar novos sistemas de abastecimento cobra seu preço em um momento de
consumo crescente.
A crise hídrica de São Paulo ganhou notoriedade quando técnicos do Departamento de
Águas e Energia Elétrica afirmaram que a realização dos jogos da Copa do Mundo no
Brasil na cidade estaria ameaçada pela possibilidade de um racionamento generalizado
de água devido à falta de chuvas no Cantareira. No dia 12 de julho, um sábado de
inverno, ainda durante o evento, o volume útil do sistema, como é chamada a porção
de água acima das comportas das represas, esgotou-se. Com quebras de recorde de
calor consecutivas durante o ano e o consumo em alta, o que restava dos 1,46 trilhão
de litros de capacidade do principal reservatório para abastecimento da cidade parecia
evaporar. Para o presidente da ANA, o planejamento da Sabesp ficou longe de
acompanhar o consumo crescente dos paulistanos, de 175 litros diários per capita -
segunda maior média do país, perdendo apenas para os 200 litros diários dos cariocas,
e 65 litros acima do recomendado pela ONU.
Segundo dados da agência governamental, o Brasil possui 12% da água doce disponível
região Norte do país, onde vivem 7% da população. Três por cento ficam no Nordeste,
com 27% da população. Por sua vez, o urbanizado Sudeste, onde estão São Paulo e
40% dos brasileiros, possui apenas 6% da água. "O preço da dependência do Cantareira
se fez sentir como nunca antes e isso era previsível. Entre 2004 e 2013, o consumo de
água nos 33 municípios da região metropolitana abastecidos pela Sabesp aumentou
26%, enquanto a produção cresceu apenas 9%. A cidade já vivia em estresse hídrico e
as mudanças climáticas aceleraram o processo que levou à crise", explica Adreu.
Para o climatologista Carlos Afonso Nobre, diretor do Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), extremos climáticos como
a seca e ondas de calor tendem a se tornar frequentes daqui para a frente. "A razão
mais próxima para entender o que aconteceu em São Paulo são os bloqueios
atmosféricos que configuram os veranicos, períodos mais secos nos verões. Esses
fenômenos clássicos da meteorologia são causados por sistemas de alta pressão
estacionários no Atlântico, que bloqueiam a entrada de massas de ar frio do Ártico e
impedem a precipitação no continente. Ocasionalmente, o fenômeno também pode
estar relacionado com o bloqueio gerado pela ilha de calor da mancha urbana", explica
Nobre. "Houve na história algumas centenas de bloqueios antes desses com durações
de cinco a sete dias, o mais longo com menos de 20 dias. O que surpreendeu no
registro dos bloqueios mais recentes é que não havia nenhum caso em 40 anos de um
que tenha durado 48 dias, como nos primeiros meses de 2014, e um de 26 dias, em
fevereiro de 2015", conta.
De acordo como o cientista, membro do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC), não é possível afirmar com precisão científica se a falta de chuvas no
verão de 2014 tem relações em São Paulo com o aquecimento global causado pela
ação antrópica. Porém é certo dizer que já vivemos um novo padrão climático. A
volatilidade do clima, tanto para a seca quanto para mais chuvas, tende a se tornar
mais intensa e os eventos como os veranicos mais longos. Mas não está chovendo
menos em São Paulo então? "Sim, no período que desencadeou a crise choveu menos
na região do Cantareira, mas essa é uma falsa percepção diante das estatísticas. O
histórico mostra que tem chovido 30% mais na cidade nos últimos 40 anos. O que
estamos vendo é um efeito da mudança climática em uma cidade que está de 3 a 4ºC
mais quente na média. Para entender isso, temos de considerar que esta é uma cidade
diferente de 1960, quando as enchentes já eram notícia. Hoje, elas tendem a ser mais
frequentes por causa da urbanização, da mesma forma que as secas serão", fala
Nobre.
Para Tim Barnett, geofísico e pesquisador do Departamento de Estudos do Clima do
Scripps Institution of Oceanography, em San Diego, Estados Unidos, contudo, não resta
dúvida de que a seca paulista e a que assola o estado americano da Califórnia nos
últimos quatro anos estão conectadas pela ação do homem. Segundo ele, cada uma
das três últimas décadas tem sido mais quente que a anterior no planeta, coincidindo
com um momento em que há um boom demográfico e de industrialização nos países
em desenvolvimento, caso do Brasil. "Estamos consumindo mais, construindo mais e
gerando mais gases de efeito estufa, que aquecem o planeta e impactam o ciclo
hidrológico natural e o movimento de massas de ar. Onde antes havia florestas, temos
edifícios e casas. Pavimentamos córregos e rios para a passagem de automóveis,
acelerando o processo de desertificação urbana, mudando o transporte da umidade
pelo ar e a absorção de água pelos aquíferos subterrâneos", diz. "Além disso, não há
como tirar a digital da cena do crime, os efeitos do aquecimento global são revelados
nos padrões de chuva de São Paulo, por exemplo, e nas calotas de gelo das montanhas
californianas, que em 2015 são as menores já registradas. Cidades inteiras estão
ameaçadas. No longo prazo, a única solução é controlar o crescimento urbano e
desenvolver uma interação mais sustentável com os rios e reservatórios urbanos",
explica Barnett.
Sistema Urubu agora registra soluções para atropelamento de fauna
O Sistema Urubu, aplicativo criado para agregar dados sobre atropelamento de animais no
país, agora também permitirá o envio de fotos e dados sobre soluções e estruturas que
reduzem o problema.
Desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da
Universidade Federal de Lavras, o Sistema Urubu foi criado para agregar dados sobre
esse problema ambiental silencioso e pouco estudado. De acordo com estimativa do
próprio centro, cerca de 450 milhões de animais silvestres vertebrados são
atropelados anualmente, um número difícil de acreditar, mas que é considerado
conservador pelos especialistas.
Agora, o aplicativo também vai mapear infraestruturas e soluções como passagens
subterrâneas e aéreas, pontes, placas de sinalização de risco de animais na pista e a
presença de radares nas estradas, todos mecanismos que auxiliam na prevenção de
atropelamentos de fauna.
Como participar
Serão registradas somente fotos encaminhadas pelo Urubu Mobile, aplicativo de
celular e tablet com sistema Android. Qualquer usuário pode baixar gratuitamente o
aplicativo. Ao avistar um animal atropelado ou essas estruturas e sinalizações que
auxiliam na diminuição do atropelamento nas estradas, o usuário deve utilizar o
aplicativo para fotografá-lo e inserir no sistema as coordenada geográfica. A data e
hora do registro são automaticamente anexados à foto e vão para o banco de dados
do CBEE.
Veja abaixo, uma lista de dicas para usar o aplicativo Urubu para sua nova função.
Fotos em passagens subterrâneas:
Devem ser obtidas de forma
perpendicular à rodovia, ou
seja, é necessário que a
infraestrutura seja fotografada
da margem para a rodovia;
Sempre que possível as fotos
devem permitir a inferência de
tamanho da passagem, por
exemplo, com alguém próximo
a entrada;
Sempre que possível, havendo
água dentro da passagem,
incluir a água na fotografia;
No caso de pontes, pode ser
impossível obter fotos
perpendiculares à rodovia.
Neste caso, sugere-se que a
foto procure demonstrar se
existe passagem seca sob a
ponte;
Se houver água e a foto não
mostrar, descrever isso no
campo disponível.
Fotos de passagens aéreas:
As fotos podem ser obtidas
diretamente da rodovia;
Sempre que possível, registrar a
foto incluindo toda a extensão
da passagem (de um lado ao
outro da rodovia).
Fotos de placas de sinalização:
Placas de sinalização de risco de
animais na pista ou aquelas
destinadas à conscientização do
motorista são amplamente
utilizadas nas rodovias. Conhecer
os pontos onde elas estão
instaladas auxiliará o CBEE na
avaliação da eficiência da
presença desta medida.
Fotos de redutores eletrônicos de velocidade:
Não desejamos receber fotos de
redutores em áreas urbanas,
mas sempre que você identificar
um redutor eletrônico em
estradas e rodovias pode
fotografá-los, principalmente os
redutores eletrônicos fixos.
Fotos de dutos:
Os dutos (culverts) construídos
para canalizar pequenos rios
também podem ser
fotografados. Ainda não
conhecemos todas as espécies
de animais que podem fazer
uso destes sistemas, mas
algumas já foram descritas.
As fotos enviadas serão analisadas pelos especialistas do Centro Brasileiro de Estudos
em Ecologia de Estradas (CBEE) e servirão de base para estudos mais aprofundados
sobre a ocorrência de atropelamentos de fauna tanto em rodovias quanto em
ferrovias brasileiras.
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