UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULIDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE METEOROLOGIA
Cadeira: Sensoriamento remoto
Tema:
Satélite Envisat
Docente:
Dr. Mavume, Alberto
Discente:
Nhamirre, Nelson Jorge
Maputo, Setembro de 2014
O satélite Envisat – Sensoriamento remoto
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Índice
Resumo .......................................................................................................................................3
Introdução ...................................................................................................................................4
Objectivos ...................................................................................................................................5
Revisão bibliográfica ..................................................................................................................5
Serie ERS ................................................................................................................................5
Envisat ....................................................................................................................................6
Principais características do ENVISAT e ERS1/2........................................................................8
Instrumentos a bordo do Envisat .................................................................................................8
ASAR (Advanced Synthetic Aperture Radar) ........................................................................ 10
AATSR (Advanced Along Track Scanning Radiometer)........................................................ 10
DORIS (Doppler Orbitography and Radiopositioning Integrated by Satellite) ........................ 10
LRR (Laser RetroReflector)................................................................................................... 11
MERIS (MEdium Resolution Imaging Spectrometer) ............................................................ 11
RA-2 (Radar Altimeter 2) ...................................................................................................... 11
MWR (MicroWave Radiometer)............................................................................................ 12
GOMOS (Global Ozone Monitoring by Occultation of Stars) ................................................ 12
MIPAS (Michelson Interferometer for Passive Atmospheric Sounding) ................................. 12
SCIAMACHY (SCanning Imaging AbsorptionSpectr…) ...................................................... 12
Principais Aplicações ................................................................................................................ 13
Conclusão ................................................................................................................................. 17
Referências bibliográficas ......................................................................................................... 18
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Resumo
O Envisat é o maior satélite para observação da Terra construído até o momento, foi lançado em
Março de 2002 pela Agência Espacial Europeia (ESA). O Envisat é um satélite de orbita
heliossíncrona, isto é, de orbita polar, que fornece medidas da atmosfera, oceanos e gelo.
O Envisat está posicionado numa órbita elíptica heliossíncrona com uma inclinação de 98,5°, a
uma altitude média de 785 km e uma distância intertraço ao Equador de aproximadamente 80
km, sendo constituído por 10 instrumentos que permitem uma análise rigorosa da atmosfera,
continentes, oceanos e gelo do planeta.
Sua vida útil projectada foi de apenas cinco anos, mas ele continuou aperando ate 2012,
praticamente o dobro do tempo projectado.
Foi em Abril de 2012, poucas semanas depois de celebrar o seu décimo ano de serviço, Envisat
deixou de enviar dados para a Terra. ESA declarou o fim da missão de Envisat em 09 de maio de
2012.
O satélite Envisat – Sensoriamento remoto
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1. Introdução
Em Março de 2002, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou o Envisat, um satélite de
observação espacial avançada de órbita polar, que fornece medições da atmosfera, oceano, terra e
gelo.
O satélite Envisat tem uma carga útil ambiciosa e inovadora, que vai garantir a continuidade das
medições dos satélites da ESA ERS. Os dados do Envisat apoiam a investigação científica da
terra e permite a monitorização da evolução das mudanças ambientais e climáticas. Além disso,
os dados facilitam o desenvolvimento de aplicações operacionais e comerciais.
O principal objectivo do programa Envisat é dotar a Europa de uma capacidade melhorada para a
observação de sensoriamento remoto da Terra a partir do espaço, com o objectivo de aumentar
ainda mais a capacidade dos Estados participantes a tomar parte no estudo e monitoramento da
Terra e seu ambiente. (ESA, 2011)
Seus objectivos principais são:
Para garantir a continuidade das observações que começou com os satélites ERS,
incluindo os dados obtidos a partir de observações de radar;
Para reforçar a missão ERS, nomeadamente o oceano e a missão de gelo;
Para estender o alcance de parâmetros observados para atender a necessidade de
aumentar o conhecimento dos factores determinantes para o ambiente;
Para fazer uma contribuição significativa para estudos ambientais, nomeadamente na área
da química atmosférica e estudos oceano (incluindo biologia marinha).
Estes são acoplados com dois objectivos secundários ligados:
Para permitir a monitorização e gestão dos recursos da Terra mais eficaz;
Para entender melhor os processos da geosfera.
A missão pretende continuar e aperfeiçoar as medidas iniciadas pela ERS-1 e ERS-2, e ter em
conta as exigências relacionadas com o estudo global e monitoramento do meio ambiente. (ESA,
2011)
O satélite Envisat – Sensoriamento remoto
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2. OBJECTIVOS
Geral
Descrever o satélite Envisat
Específico
Descrever as características do satélite Envisat;
Enumerar e descrever os instrumentos a bordo do Envisat;
Enumerar as aplicações dos dados do Envisat.
METODOLOGIA
Pesquisa bibliográfica, através da colecta de dados bibliográficos encontrados em livros, revistas,
dissertações, teses, sites de busca on-line, respeitando as normas solicitadas, o que me deu o
embasamento teórico para a interpretação do tema exposto.
3. Revisão bibliográfica
3.1. Serie ERS
Os satélites ERS (European Remote Sensing) têm como principal missão a observação da
Terra, em particular sua atmosfera e oceano, incluindo a produção de imagens na faixa de
micro-ondas (banda C). Foram as primeiras plataformas concebidas e desenvolvidas pela ESA
(European Space Agency), carregando diversos instrumentos, incluindo um altímetro de radar de
mono-frequência funcionando na banda Ku (13,6 GHz).
ERS-1 foi o primeiro satélite da ESA, lançado em Julho de 1991, desligado em Junho de 1996 e
retirado de órbita em Março do ano 2000. Esse satélite possuía uma órbita elíptica
heliossíncrona, com altitude média de 785 km e inclinação de 98,5°. Para possibilitar essa
missão, a órbita do ERS-1 teve que habilitar os instrumentos para o mapeamento ao longo de
trajectórias predeterminadas, desenhadas para dar uma cobertura óptima para um dado número
de órbitas.
O ERS-2 foi lançado em Abril de 1995 como o sucessor do ERS-1, com o qual foi usado em
paralelo durante o período entre agosto de 1995 e Junho de 1996, em órbitas idênticas, com
tempo de revisita de 35 dias, tendo, porém, um dia de intervalo. O satélite ERS-2 levou a bordo
os mesmos cinco instrumentos do ERS-1 e mais dois, que são o GOME (global ozone
monitoring experiment) voltado para o monitoramento da camada de ozono, e o MWR
(Microwave Radiometer) cuja principal função é medir o vapor de água presente na atmosfera e
a água presente nas nuvens. (ESA, 2011)
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A partir de 22 de Junho de 2003, o gravador existente a bordo do ERS-2 utilizado para o registo
dos dados do altímetro passou por vários defeitos. Consequentemente, os dados do altímetro
deixaram de estar disponíveis, com excepção dos períodos em que o satélite estava no campo de
visibilidade das estações em terra da ESA sobre a Europa, Atlântico Norte, Árctico e oeste da
América do Norte. Então, os dados passaram a ser adquiridos pelo ENVISAT, satélite sucessor
aos ERS, que já operava desde Março de 2002 (COSTI, 2012). Segundo ESA Guide data access
2011 o satélite ERS-2 continuou oferecendo observações da superfície terrestre até 2011 com
objectivos voltados, principalmente, para estudos oceânicos e de geleiras nas várias áreas de
ciências naturais.
3.2. Envisat
O Envisat (ENVIronmental SATellite), é o maior satélite para observação da Terra construído
até o momento, foi lançado em Março de 2002 pela Agência Espacial Europeia (ESA). O Envisat
é um satélite de orbita heliossíncrona, isto é, de orbita polar, que fornece medidas da atmosfera,
oceanos e gelo.
Figura 1: Configuração de lançamento (https://earth.esa.int/c/document_library/get_file)
O Envisat está posicionado na mesma órbita do satélite ERS-2, em uma órbita elíptica
heliossíncrona com uma inclinação de 98,5°, a uma altitude média de 785 km e uma distância
intertraço ao Equador (distância entre os traços medida sobre a linha do Equador) de
aproximadamente 80 km, sendo constituído por 10 instrumentos (Tabela 2) que permitem uma
análise rigorosa da atmosfera, continentes, oceanos e gelo do planeta (Wehr e Attema, 2001),
incluindo um altímetro de radar (RA-2 ou Advanced Radar Altimeter).
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O Envisat fornece importantes dados de observação da Terra não apenas a cientistas, mas
também a diversos serviços operacionais tais como o mapeamento dos gelos marítimos ou a
monitorização de derramamentos de petróleo.
Com o aumento da procura por parte dos cientistas, foi aumentando gradualmente a quantidade
de dados disponíveis nos primeiros cinco anos. As instalações em terra foram melhorando ao
longo dos anos para acelerar a distribuição de dados e a sua qualidade.
Em 2004, foram apresentados os primeiros resultados científicos no Simpósio do Envisat, em
Salzburg, Áustria. Cerca de 1000 participantes tornaram claro que o Envisat é uma das principais
ferramentas para os cientistas que estudam a Terra. Três anos mais tarde, outro simpósio
dedicado ao Envisat incluiu as primeiras medições globais de gases com efeito de estufa,
demonstrando o aumento crescente da concentração de dióxido de carbono e a variação sazonal
do metano.
Para garantir uma vida útil três anos adicionais, o satélite Envisat mudou-se para uma nova órbita
mais baixa em 22 de Outubro de 2010. A partir de 02 Novembro de 2010, para o Envisat
extensão órbita, as mudanças de faixa solo e, consequentemente, as repetidas mudanças de ciclo:
30 dias com 431 órbitas por ciclo, em vez de 35 dias, 501 órbitas por ciclo.
Em abril de 2012, poucas semanas depois de celebrar o seu décimo ano de serviço, Envisat
deixou de enviar dados para a Terra. ESA declarou o fim da missão de Envisat em 09 de maio de
2012.
A Tabela 1 mostra de forma resumida, o período de vida útil dos três satélites.
Tabela 1: Vida útil dos satélites ERS-1, ERS-2 e Envisat
Satélite 1970 1980 1990 2000 2010
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
ERS-1
ERS- 2
ENVISAT
Lançamento/Operação
Operação
Operação/Término
Falha no Lançamento
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4. Principais características do ENVISAT e ERS1/2
Tabela 2: Principais características do Envisat e ERS’s
Nome ERS-1 ERS-2 ENVISAT
Período da missão Jul/1991-mai/1996 Abr/1995-jun/2003 Mar/2002-Abr/2012
Altitude da órbita 785 785 785
Inclinação da órbita 98,5 98,5 98,5
Distância intertraço ao
equador (km)
20-80 80 80
Período de revisita (dias) 3,35 e 168 35 35
Precisão de medida 3 3 3
Peso (kg) 8211
Instrumentos AMI, ATSR, LRR,
PRARE e RA
AMI, ATSR, LRR,
PRARE, RA, GOME e
MWR
AATSR, ASAR, DORIS,
GOMOS, LRR,
MERIS,MIPAS, MWR,
RA-2, e SCIAMACHY
Potência (Watt) 6,5
5. Instrumentos a bordo do Envisat
Um sistema complexo como o ambiente da Terra com sua atmosfera e os oceanos interagem em
uma ampla gama de escalas temporais e espaciais é realisticamente impossível controlar
totalmente ou medir dentro de restrições práticas. A fim de dar um contributo útil, os objectivos
gerais da missão Envisat têm de ser cuidadosamente definido e um conjunto específico de
multidisciplinares, instrumentos complementares de carga seleccionados pelo Conselho do
Programa de Observação da Terra, apoiado por grupos de aconselhamento científico (SAG).
A carga consiste de um conjunto de instrumentos para medir a atmosfera e os instrumentos para
a medição da superfície através da atmosfera. Este conjunto de instrumentos opera numa ampla
faixa do espectro electromagnético, desde ondas centímetros ao ultravioleta.
Figura 2: Bandas de operação dos sensores e as regiões de absorção pelos
diferentes gases atmosféricos
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O ENVISAT operou com dez instrumentos, divididos entre dois instrumentos de radar, três
espectrómetros de diferentes tipos e características de medição, dois radiómetros diferentes
(grandes e banda estreita), o primeiro interferómetro spaceborne de alta resolução para a
observação a longo prazo, e dois instrumentos para medições de alcance:
Interferómetro de Michelson para Passive atmosférica Sounding (MIPAS);
Monitoramento de Ozono global por Ocultação de Estrelas (GOMOS);
Digitalização Espectrómetro de Absorção de imagem para Cartografia Atmosférica
(SCIAMACHY);
Medium Resolution Imaging Spectrometer (MERIS);
Rastreio de Trajectórias Avançado Radiometer (AATSR);
Radar Avançado de Abertura Sintética (ASAR);
Radar Altimeter 2 (RA-2);
Microwave Radiometer (MWR);
Doppler Orbitography e Radiopositioning Integrado por Satélite (DORIS);
Laser reflector (LRR).
Figura 3: Carga útil do Envisat (http://www.esa.int/export/esaLA/index.html)
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5.1. ASAR (Advanced Synthetic Aperture Radar)
O sensor ASAR é um instrumento radar que operou na Banda C. Trata-se de uma versão mais
sofisticada do sensor SAR a bordo dos satélites ERS-1 e ERS-2. O objectivo do ASAR é obter
uma representação de alta resolução da reflectividade de tiras de terreno através de
um feixe de radar, podendo obter representações associada aos estudos sobre a terra, oceano e
gelo, como por exemplo: características da vegetação, agricultura e florestas; topografia;
geologia; parâmetros hidrológicos; ventos próximos à superfície dos oceanos; dinâmica costeira
e poluição; deslocamento de blocos de gelo no oceano.
Tabela 3: Principais características do sensor ASAR
Sensor Bandas
Espectrais Frequência
Compr. de
Onda
Ângulo de
Visada Polarização
Resolução
Espacial
Resolução
Temporal Área Imageada
ASAR Banda C 5.331 GHz s.d. s.d. VV, HH, VV/HH,
HV/HH, ou VH/VV
30 m
150 m (Wide Swath
mode)
1000 m (Global
Monitoring mode)
3 dias
100 km ou
5 km ou
400 km, varia de
acordo com o objetivo
s.d. = sem dados/informações
5.2. AATSR (Advanced Along Track Scanning Radiometer)
O principal objectivo deste instrumento é garantir a continuidade dos dados obtidos através dos
instrumentos ATSR-1 e ATSR-2 presentes, respectivamente, nos satélites ERS-1 e ERS-2,
relativos à leitura precisa do nível de temperatura da superfície dos mares.
Além desta função, ele também colectou parâmetros relativos à atmosfera, como vapor de água e
balanço de radiação; relativos às terras emersas, como temperatura, vegetação, agricultura,
geologia, parâmetros hidrológicos, queimadas e topografia; e relativos ao gelo, como distribuição
temperatura.
Tabela 4: Principais características do sensor AATSR
Sensor Bandas
Espectrais Resolução Espectral
Resolução
Espacial
Resolução
Radiométrica
Resolução
Temporal
Área
Imageada
AATSR
VIS- NIR 0,555µm; 0,659µm;
0,865µm
1 km s.d. s.d. 500 Km SWIR 1,6 µm
MWIR 3,7 µm
TIR 10,85 µm ou 12 µm
5.3. DORIS (Doppler Orbitography and Radiopositioning Integrated by Satellite)
O DORIS é um instrumento radar utilizado para determinar, com precisão centimétrica, a
localização exacta do satélite ENVISAT. O sistema de posicionamento é baseado em uma rede
densa de emissores terrestres. Os dados desse sensor também podem ser aplicados na geração de
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modelos tridimensionais do terreno, tanto na superfície, oceanos e gelo. Outras versões desse
instrumento também foram lançadas a bordo do SPOT-2 e TOPEX-Poseidon.
As medições deste instrumento podem também ser usados para o estudo da dinâmica dos solos
terrestres, para monitorizar glaciares, deslizamento de terras e vulcões, e ainda para melhorar o
modelo do campo gravitacional terrestre e da ionosfera.
5.4. LRR (Laser RetroReflector)
O LRR é um sensor ativo, que foi desenhado para possibilitar o cálculo e determinação da órbita
precisa do satélite ENVISAT. Ele é composto por refletores de laseres de alta potência que
podem enviar, das bases em terra e do satélite, sinais que permitem o cálculo dessas distâncias.
Esses parâmetros são fundamentais para verificar a estabilidade e o posicionamento do sistema.
Seus dados também podem ser utilizados para mapeamentos topográficos, tanto em terra, oceano
e gelo.
5.5. MERIS (MEdium Resolution Imaging Spectrometer)
O MERIS é um sensor óptico com 15 faixas espectrais, nas regiões do visível e infravermelho
próximo. Sua principal função é medir a radiação solar refletida pelo planeta. Também é capaz
de obter parâmetros sobre as nuvens (principalmente altura e coluna de vapor), a carga de
aerosóis sobre os continentes e o status da vegetação e sua distribuição (biomassa, índices de
vegetação).
Tabela 5: Principais características do sensor MERIS
Sensor Bandas Espectrais Resolução
Espectral Resolução Espacial
Resolução
Radiométrica
Resolução
Temporal
Área
Imageada
MERIS 15 bandas espectrais
programáveis 390nm até 1040nm
Oceano: 1040m x 1200m
ou
Terra e costa: 260m x
300 m
s.d. 3 dias 1150km
s.d. = sem dados/informações
5.6. RA-2 (Radar Altimeter 2)
O sensor activo RA-2 possui alta precisão quando direccionado para o nadir. Foi desenhado para
obter dados sobre a topografia dos oceanos, aprimoramento do geóide marinho, monitoramento
dos blocos de gelo. Ele também efectua medidas da velocidade do vento e a altura das ondas,
sendo estes dados usados para ajudar na previsão meteorológica. Além de actuar em terra, em
estudos geológicos, topografia e parâmetros hidrológicos. Opera em duas bandas (Ku – na
frequência de 13.575Ghz) e (C – na frequência de 3.2GHz).
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5.7. MWR (MicroWave Radiometer)
Trata-se de um radiómetro de microondas (frequência de 23,8GHz e 36,5GHz), cujo objectivo
principal foi medir a quantidade de vapor de água presente na atmosfera e a água presente nas
nuvens. Os dados colectados por ele servem como informação adicional para correcção dos
dados fornecidos pelo RA-2, que sofrem influência do vapor de água e da água em estado líquido
contidos na atmosfera. Além disso, o MWR pode ser utilizado para determinar a emissividade do
solo, balanço de energia, temperatura na superfície do oceano, parâmetros hidrológicos e
mapeamento do gelo oceânico.
5.8. GOMOS (Global Ozone Monitoring by Occultation of Stars)
O GOMOS é um sensor óptico cuja principal função é auxiliar no monitoramento dos níveis de
ozono na atmosfera. Ele também é utilizado para determinar perfis de outros gases, como por
exemplo aerossóis, Dióxido de Azoto (NO2) e Trióxido de Azoto (NO3), além de vapor d’água,
turbulência, temperatura e pressão na atmosfera. O GOMOS tem a capacidade de efectuar
medições de dia ou de noite, Consegue obter uma cobertura global com uma medição típica de
mais de 600 perfis por dia.
Tabela 6: Principais características do sensor GOMOS
Sensor Bandas
Espectrais Resolução Espectral
Resolução
Espacial
Resolução
Radiométrica
Resolução
Temporal
Área
Imageada
GOMOS
UV-Vis 248nm - 371nm e 38nm -
693nm
1,7 Km vertical s.d. s.d. Não se aplica NIR 750nm - 776nm e 915nm -
956nm
Photometers 644nm -705nm e 466nm -
528nm
5.9. MIPAS (Michelson Interferometer for Passive Atmospheric Sounding)
O MIPAS é um espectrómetro de Transformada de Fourier que mede com alta-resolução o
espectro de emissão dos gases que circundam a Terra. Opera na região dos infravermelhos nos
intervalos de 4,15µm - 14,6µm, onde muitos dos principais gases constituintes da atmosfera têm
emissões significativas.
Este instrumento permite um estudo aprofundado da composição química e da dinâmica da
atmosfera média, e uma monitorização dos níves de ozono e CFC's da estratosfera.
5.10. SCIAMACHY (SCanning Imaging AbsorptionSpectroMeterfor Atmospheric C
HartographY)
Este instrumento é um espectrómetro de imagem cuja missão principal é a medição global de
gases na troposfera e na estratosfera, o que é feito através da captação da radiação transmitida,
deflectida e reflectida pela atmosfera, na faixa do espectro entre os 240nm e os 2400nm.
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As medições obtidas permitem a investigação de vários fenómenos que influenciam a
composição química da atmosfera como são o caso da poluição, queima de biomassa, fogos
florestais, emissões industriais e erupções vulcânicas.
O espectrómetro imageador foi criado para medir os gases na troposfera e estratosfera de forma
global. Os dados colectados por ele permitem a investigação de parâmetros que exercem
influência sobre a composição química da atmosfera, como, a poluição, queimadas e erupções
vulcânicas. Trata-se de um sensor desenhado para obter dados sobre mudanças da atmosfera
tanto pela acção das actividades humanas quanto aquelas ocasionadas pela evolução natural dos
ecossistemas.
Tabela 7: Principais características do sensor SCIAMACHY
Sensor Bandas
Espectrais
Resolução
Espectral
Resolução
Espacial
Resolução
Radiométrica
Resolução
Temporal Área Imageada
SCIAMACHY UV-SWIR
240nm - 314nm
Limb vertical:
3 Km x 132 km
e
Nadir horizontal:
32 Km x 215 km
s.d. 3 dias 1000 km
309nm - 3405nm
394nm - 620nm
604nm - 805nm
785nm - 1050nm
1000nm - 1750nm
1940nm -2040nm
2265nm - 2380nm
s.d. = sem dados/informações
6. Principais Aplicações
Monitoramento da temperatura na superfície do oceano
Figura 4: Temperatura da superfície do mar (http://www.esa.int/Images)
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Temperatura global mensal média da superfície do mar (TSM) anomalias relativas a um 1961-
1990 climatologia de satélites (ATSR: ao longo da trajetória de digitalização Radiómetros) e
registros in-situ (HadSST3). Linhas pretas: o HadSST3 conjunto de 100 membros. As linhas
vermelhas: baseado em ATSR nocturno temperatura de subsuperfície de 0,2 m de profundidade
(SST 0.2m ) estima do ATSR reprocessamento para projecção climática (ARC). Retrievals com
base em três canais espectrais (D3, linha contínua) são mais precisas que as recuperações com
base em apenas dois (D2, linha pontilhada). Contribuições das três missões diferentes ATSR
para a curva mostrada são indicadas na parte inferior. Os registros in-situ e de satélite foram
colocados dentro de 5×5° caixas de grade mensais: apenas aqueles em que ambos os conjuntos
de dados teve de dados para o mesmo mês foram usados na comparação. (Adaptado de Merchant
et al. 2012.)(ESA,2014).
Desastres naturais
Figura 6: Mapeamento de inundação com radar do Envisat (ESA, 2014) http://www.esa.int/Images
Esta imagem mostra uma faixa de 100×500 km da área de inundação no Paquistão. A imagem
foi gerada a partir de Envisat através do sensor ASAR. As áreas mostradas em azul estão
inundadas.
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Recursos Hidrológicos
Figura 5: Lagos e montanhas do oeste de Uganda (http://www.esa.int/Images)
No canto superior direito é o Lago George. Com o equador a passar bem no meio, este corpo de
água é reconhecida como Zona Húmida de importância Internacional pela Convenção de
Ramsar, um tratado intergovernamental para o uso sustentável das áreas húmidas.
Suas águas fluem para o Canal Kazinga - conhecida por sua alta concentração de hipopótamos e
crocodilos do Nilo - e então vazio no lago Edward no canto inferior esquerdo.
As cores nos dois lagos e canais de ligação indicam mudanças no nível da água entre as
aquisições. Em ambos os lados do canal, grandes crateras e crateras lagos pontilham os campos
vulcânicos.
No topo da imagem, podemos ver o sopé das Montanhas Rwenzori na fronteira entre o Uganda
ea República Democrática do Congo (oeste).
Seu pico mais alto no topo 5100 m, a cadeia de montanhas é o lar de inúmeras geleiras,
cachoeiras e lagos. No entanto, as alterações climáticas tem afectado negativamente as geleiras,
e, posteriormente, da vegetação e da biodiversidade das montanhas.
Ao sul das montanhas, o rosa claro, as áreas roxas e verdes mostram que as mudanças na
superfície da terra ocorreu entre os três varreduras do radar que compõem esta imagem
composta. Essas mudanças são principalmente na vegetação como a terra aqui é coberta com
parcelas agrícolas. Existe até uma linha bem definida, onde as actividades agrícolas acabar e
começa a terra protegida.
Esta imagem foi criada pela combinação de três aquisições de radar do Envisat em 14 de Junho
de 2007, 14 de Fevereiro de 2008 e 03 de Julho de 2008 sobre a mesma área e que é destaque
na Terra de vídeo programa espacial.
Outras aplicações:
Monitoramento de variáveis da atmosfera (temperatura, pressão, vapor d’água, etc.);
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Detecção e mapeamento do gelo e neve;
Avaliação da poluição;
Estudos sobre poluição costeira;
Vigilância e detecção de navios;
Cartografia temática e topografia;
Monitoramento agrícola e de recursos florestais;
Prospecção de recursos minerais;
Desastres naturais.
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7. Conclusão
O Envisat foi lançado em Março de 2002 pela Agência Espacial Europeia (ESA). O Envisat é um
satélite de orbita heliossíncrona, isto é, de orbita polar, que fornece medidas da atmosfera,
oceanos e gelo.
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Referências bibliográficas
COSTI, 2012. Avaliação de dados altimétricos de níveis de água adquiridos pelo satélite
Envisat na bacia amazónica. Pág. 21-33, Brasil. Disponível em www. Acessado a 21 de agosto
de 2014
ESA, 2011, ENVISAT ANDERS MISSIONS, Data Access Guide, Frascati, Italy disponível
em: http://earth.esa.int/contactus
EUROPEAN SPACE AGENCY, ESA. Earthnet: ENVISAT. Disponível
em:<http://envisat.esa.int> . Acesso em: 23 de agosto 2014.
EUROPEAN SPACE AGENCY. ESA .Spacecraft Operations: envisat operations. Disponível
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agosto 2014
THE SATELLITE ENCYCLOPEDIA. The satellite encyclopedia. Disponível
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Wehr, T., Attema, E. (2001). Geophysical validation of ENVISAT data products. Advances
in Space Research, 28 (1), 83-91
EUROPEAN SPACE AGENCY. ESA,2004. Espaço em Imagens. Disponível em:
<http://www.esa.int/Images> Acessado a 25 de Outubro 2014
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