Outubro
Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
2014
Sementes��de Esperança
2 Sementes de Esperança | Outubro 14
Intenção Geral
Paz nos países em conflito
Para que o Senhor conceda a paz às regiões do mundo mais afectadas pela guerra e pela violência.
> Rezar pela paz, construir a paz, fazer tudo para que haja mais paz é uma obrigação quotidiana. Paz em nós, na família, nas instituições, nas paróquias, nos países em conflito. O Papa Francisco tem sido, quase cada dia, um mensageiro e um construtor da paz. Unidos ao Papa sejamos nós também construtores de paz. As guerras são violentas e criminosas. Destroem vidas, culturas, famílias, casas. Semeiam fome, morte, destruição, mais ódio e mais violência. E o mundo de hoje está semeado de guerras, é um barril de pólvora, de ódio, de morte violenta. Rezemos pela paz. Saibamos construi-la. O Evangelho afirma: “Felizes os construtores da paz”. Paz que é fruto do amor, da justiça, da ajuda fraterna. Paz que acaba com a violência, os raptos, as destruições de vidas e de casas, de famílias. Sejamos presença orante junto dos países em conflito.
Dário Pedroso, s.j.
Intenção MissionáriaDia Mundial das MissõesPara que o Dia Mundial das Missões desperte em cada cristão a paixão e o zelo por levar o Evangelho a todo o mundo.
INTENÇÃO NACIONALPor todos os casais, e muito especialmente pelos casais católicos, para que neste mês em que se reúne em Roma o sínodo dos Bispos sobre a Família e os seus desafios hoje, se sintam responsabilizados pelo serviço e abertura à vida, e sejam generosos na sua entrega, sabendo que os filhos são um dom de Deus, que não prejudica nem a saúde nem a bolsa.
A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé.
Para�ajudar�estes�Cristãos�perseguidos�e�necessitados�criámos�uma�grande�corrente�de�oração�e�distri-buímos�gratuitamente�esta�Folha�de�Oração,�precisamente�porque�queremos�que�este�movimento�de�oração�seja�cada�vez�maior.�Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não�deite�fora�esta�Folha�de�Oração.�Depois�de�a�ler,�partilhe-a�com�alguém�ou�coloque-a�na�sua�paróquia.
Intenções de Oração do Santo Padre
3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
A�situação�da�natalidade�em�Portugal�e�no�mundo�é�um�problema�que�a�ninguém�deve�deixar� indiferente,�não�só�porque�deste�modo�o�futuro�da�humanidade�está�altamente� comprometido,� mesmo� do� ponto� de� vista�da� sustentabilidade� do� estado� social,� mas� sobretudo�porque� é� o� índice� mais� grave� do� egoísmo� e� da� falta�de� esperança� do� homem� actual.� Não� é� uma� questão�financeira,�e�por�mais�subsídios�que�o�Estado�possa�dar�aos�casais,�por�mais�medidas�que�se�adoptem�para�que�as�mulheres�possam�conciliar�a�maternidade�com�a�vida�profissional,�a�questão�permanece�sem�solução,�pois�na�raiz�desta�não�abertura�à�vida�está�uma�atitude�perante�a� vida,� de� profundo� egoísmo,� tanto� mais� que� os� que�fazem�depender�a�maternidade/paternidade�das�condi-ções�económicas�ideais�são�em�geral�os�mais�abastados.�
Eu�estou�pessoalmente�convencido�que�a�não�aber-tura� à� vida� traduz�uma�profunda� falta� de� fé� e� é�uma�das� expressões� mais� fortes� da� descristianização� e� da�paganização�geral�da�nossa�sociedade.�Conheço�casais�que�arriscam�tanto�nos�bens�como�na�abertura�à�vida�e�fazem-no�como�expressão�da�sua�fé,�para�corresponder�à�vontade�de�Deus,�tal�como�a�podemos�encontrar�na�Sagrada�Escritura.�De�facto,�desde�o�princípio�da�huma-nidade,�ao�criar�o�homem�e�a�mulher,�Deus�confiou-lhes�a�missão�de�serem�Seus�colaboradores�na�criação,�con-tribuindo,�com�a�sua�fecundidade,�para�povoar�a�terra�e�o�céu.�Por�isso,�a�maternidade/paternidade�é�um�dom�e�ao�mesmo�tempo�uma�missão�confiada�por�Deus�ao�homem� e� à� mulher,� e� por� isso,� se� não� estão� abertos�à� vida� ou� se� limitam� a� natalidade� de� qualquer� jeito,�pela� contracepção�e�pelo�aborto,�estão�a�perverter-se�e�a�usar�daquela�liberdade�–�a�pretensão�insinuada�pela�serpente,�para�que�o�homem�e�a�mulher�se�tornassem como Deus� –� que� acaba� por� destruir� o� homem� e� a�mulher.�A�limitação�divina�a�respeito�de�comer�o�fruto�da�árvore�do�bem�e�do�mal�e�da�árvore�da�vida�tinha�e�tem�como�finalidade�proteger�o�homem�e�a�mulher�da�sua�própria�destruição.� Porque�quando�o�homem� tem�a�pretensão�de�ser como Deus,�de�ser�ele�a�dispor�de�
si,� do� bem� e� do� mal,� o� resultado� não� é� a� libertação,�mas�sim�a�sua�destruição,�como�podemos�amplamente�comprovar�no�que�hoje�está�a�acontecer,�em�que�assis-timos� ao� desrespeito� pela� lei divina� e� por� isso� é� que�há�tantas�desgraças,�por�isso�é�que�as�depressões�são�verdadeiramente�a�doença�do�século!
Já� tem� sido� dito� que� a� sociedade� portuguesa� está�organizada�de�um�modo�que�não�tem�lugar�nem�para�as�crianças�nem�para�os�idosos.�Pobre�sociedade�esta,�pois� isso� significa� que� está� fechada� à� sabedoria,� de�que�os�anciãos�são�um�depósito�e�uma�memória,�e�à�esperança,�que�é�o�sinal�mais�expressivo�das�crianças.�Já� foi� dito,� ainda� muito� recentemente,� que� nas� casas�portuguesas� já� há� mais� cães� do� que� crianças!� Se� não�fossem�alguns�movimentos�eclesiais,�como�as�Equipas�de� Nossa� Senhora,� os� Neocatecúmenos,� a� Comunhão�e� Libertação,�a�Opus�Dei,�entre�outros,�o� fermento�do�futuro�estaria�totalmente�corrompido.�Ainda�este�Verão�um�casal�jovem�que�tem�cinco�filhos�e�que�os�passeava�algures� no�Algarve,� foi� objecto� de� comentários� pouco�respeitosos,� por� parecer� já� aos� olhos� de� alguns� como�coisa�de�outro�mundo,�que�«já�não� se�usa»,� como�há�tempos�alguém�me�dizia!
A�Igreja�insiste�na�obrigação�moral�de�estarmos�todos�abertos�e�disponíveis�para�a�vida,�tanto�os�casais�como�os� que,� por� vocação� e� por� causa� do� Reino� de� Deus,�assumem� como� regra� de� vida� os� conselhos� evangéli-cos�da�pobreza,�da�obediência�e�da�castidade.�Porque�criados�à�imagem�e�semelhança�de�Deus�temos�inscrita�no�nosso�corpo�e� impressa�na�nossa�alma�a�marca�da�esponsalidade,� como�gostava�de�dizer�S.� João�Paulo� II�nas�suas�catequeses�sobre�a�teologia�do�corpo.�Assim,�os� casais� fecundos� mostram� aos� que� fazem� voto� de�castidade,�que�este�modo�de�ser�deve�ser�fecundo;�por�outro� lado,�os�que�professam�o�voto�de�castidade�por�causa�do�Reino�de�Deus,�recordam�aos�casais�que�o�seu�amor� fecundo� deve� ser� casto.� Há� assim� uma� relação�muito�íntima�e�profunda�entre�castidade e fecundidade.
�P.�José�Jacinto�Ferreira�de�Farias,�scjAssistente Espiritual da Fundação AIS
A FAMÍLIA E A SUA MISSÃO AO SERVIÇO DA VIDA
Reflectir
4 Sementes de Esperança | Outubro 14
Nada�melhor�do�que�visitar�um�país�para�o�conhecer.�Excepto�a�Coreia�do�Norte.�“Quando�lá�vamos�não�se�vê�nada”�queixa-se�o�Padre�Éric�(nome�fictício�por�razões�de�segurança),�de� regresso� de� uma� das� suas� enésimas�viagens�humanitárias�à�península.�Ou�talvez�sim.�“Vemos�o�que�as�autoridades�civis�nos�
deixam� ver.”� Isto� é,� a� capital,� Pyongyang,�com�alguns�grandes�edifícios�modernos�e�os�seus�dois�ou�três�raros�belos�Mercedes.�E,�de�acordo� com� a� vossa� sensibilidade� religiosa,�vemos�também�algumas�igrejas�ou�templos.�Para�que�o�nosso�espírito�imagine�uma�Coreia�do�Norte�“não�tão�fechada�quanto�isso”.
Coreia do Norte
As poucas notícias que conseguem passar o muro de propaganda de um dos últimos bastiões comunistas do mundo são extremamente inquie-tantes: trabalhos forçados, liberdades fundamentais inexistentes, misé-ria com um pano de fundo de ameaça nuclear. Um país com 22 milhões de habitantes, dos quais metade vive abaixo do limiar de pobreza e onde os Cristãos não têm o direito de viver.
COREIA DO NORTE O GRITO SURDO DO NORTE DA PENÍNSULA
Superfície120.538 Km2
CapitalPyongyang
População24 milhões de habitantes
Religião
Dados desconhecidos
Língua Oficial
Coreano
5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Coreia do Norte
A Coreia do Norte não
evolui há sessenta
anos em muitos
aspectos, ao contrário
do sul da península.
O HORROR INSTITUCIONALIZADOO�facto�é�que,�infelizmente,�a�realidade�é�
completamente�diferente.�A�Coreia�do�Norte,�separada�do�Sul�há�mais�de�sessenta�anos,�vive� sob� um� regime� comunista� totalitário.�Com�20%�do�seu�PIB�atribuído�à�defesa,�é�o�país�mais�militarizado�do�mundo.�O�único�culto� autorizado�é� o� dirigido� a� Kim� II� Sung�(falecido� em� 1994,� mas� consagrado� como�“presidente�eterno”�pela�Constituição)�e�aos�seus�descendentes,�um�dos�quais�é�o�actual�Kim� Jong-un.� A� chegada� ao� poder� deste�jovem� dirigente,� nos� finais� de� 2011,� susci-tou�alguma�esperança�de�abertura,�que� foi�rapidamente�dissipada�quando,� no� final� de�2013,�mandou�executar�o�seu�tio�e�mentor�Jang� Song-thaek,� número� dois� do� regime,�depois�de�vários�meses�de�uma�campanha�de�purgas.�Do�ponto�de�vista�nuclear,�o�país�multiplica� os� actos� de� provocação.� Apesar�da� advertência� de�uma�moratória� sobre� as�suas�actividades,�Pyongyang�fez�um�ensaio,�em� Fevereiro� de� 2013.� Depois,� anunciou� a�quebra�dos�acordos�da�não-agressão�com�a�Coreia�do�Sul,�declarando�nulo�e�inexistente�o�armistício�que�pôs� fim�à�guerra�de�1953�(ver�quadro).�A�situação�é�dramática�no�que�
se� refere� aos� direitos� humanos.� Em� 17� de�Fevereiro� de�2014,� após� um�ano�de� inves-tigação,� a�ONU�entregou� o� seu� relatório.� A�conclusão� é� implacável:� a� Coreia� do� Norte�é� culpada�de� crimes� contra�a�humanidade.�Fomes� planeadas,� execuções,� torturas,� tra-balhos�forçados�“em�condições�desumanas”.�A�lista�é�longa�e�confirma�os�alertas�das�ONG.�Em�2011,�a�Amnistia�Internacional�calculava�em�200.000�o�número�de�trabalhadores�que�viviam�nos�campos�e�cujo�número�não�pára�de�crescer,�de�há�dez�anos�para� cá.�Muitos�norte-coreanos�tentam�fugir�via�China,�mas�a�fronteira�está�fechada.�Os�que�conseguiram�escapar� testemunham,� traumatizados,� os�horrores� denunciados� pelas� associações.� A�abertura�ao�mundo�exterior�é�praticamente�inexistente,�a�Internet�totalmente�controlada�pelo�regime�e�as�redes�sociais�são�proibidas.�A� liberdade� religiosa,� assim�como� todas�as�outras�liberdades�fundamentais,�não�existe.�Não�atravessou�o�paralelo�38.�
OraçãoPara que a situação dramática que se vive na Coreia do Norte se modifique e o povo possa viver em liberdade humana, social e religiosa, nós Te pedimos Senhor!
6 Sementes de Esperança | Outubro 14
Coreia do Norte
O INFERNO DOS CRISTÃOSDos� cristãos� que� ficaram� isolados� da�
Coreia� do� Sul� não� se� sabe� quase� nada,� a�não� ser� que� vivem� um� inferno,� apesar� de�uma�bela�propaganda�para�demonstrar,�aos�poucos�estrangeiros�que�por�lá�passam,�que�há� liberdade� de� culto� e� para� beneficiar� da�ajuda�internacional.�Foi�por�essa�razão�que,�nos� anos� oitenta,� o� regime� mandou� cons-truir�uma� igreja�católica.�Contudo,�não� tem�pároco,�porque�foram�todos�mortos�durante�ou�depois�da�guerra�da�Coreia.�Também�não�há�Missa,�mas�uma�“celebração�dominical”�com�alguns�participantes.�“Mas,�não�nos�dei-xemos�enganar”,�explica�o�Pe.�Éric�“porque�os�‘católicos’�aí�presentes�são,�na�realidade,�pagos� pelo� regime� para� fingirem� que� o�são.”�Há�também�duas� igrejas�protestantes�e� uma� ortodoxa� construída� em� 2007.� Por�detrás� desta� farsa� “é� muito� difícil� calcular�o� número�de� fiéis”,� explica� o� Pe.� Lee� Eun-hyung,� secretário-geral� da� comissão� epis-copal�para�a�reconciliação�do�povo�Coreano.�As� autoridades� falam� em� 3.000� católicos.�Um�número�que�não�se�pode�verificar.�“Há�documentos�antigos�segundo�os�quais�antes�da�divisão�do�país�viviam�no�Norte�cerca�de�
50.000� católicos”,� prossegue� o� Pe.� Lee.� De�tal�maneira�que�Pyongyang�era�denominada�“Jerusalém�do�Leste”!�“Podemos�supor�que�após�estes�longos�anos�de�perseguição�cerca�de� 10.000� pessoas� tenham� conservado� a�lembrança�da�sua�fé�católica.”�Mas�esclare-ce:�“Provavelmente,�estes�supostos�católicos�praticam�secretamente�a�sua�fé.”�Nos�fins�de�2013,�a�Igreja�da�Ásia�informou�que�cerca�de�uma�centena�de�norte-coreanos�teriam�sido�publicamente� fuzilados,� acusados�de�diver-sos� “crimes”,� como� ver� vídeos� não� autori-zados,�utilizar�o� telemóvel�e,� alguns�deles,�transportarem� uma� bíblia.� “Realizadas� em�larga� escala,� nos� estádios� para� onde� havia�sido� convocada� a� população,� as� execuções�públicas� tiveram� lugar,� simultaneamente,�em� sete� cidades� do� país,� de� modo� a� mar-car�os�espíritos�por�muito� tempo”,� informa�a� agência.� Pyongyang,� a� capital,� teria� sido�poupada�devido�à�presença�dos�poucos�jor-nalistas� e� diplomatas� estrangeiros.� Parece�que�os�Cristãos�de�hoje�vivem�este�martírio�como� uma� trágica� repetição� do� dos� seus�antepassados,�que�chegaram�alguns�séculos�antes�a�um�país�totalmente�fechado�sobre�si�próprio�e�foram�perseguidos.�
O Pe. Lee
Eun-Hyunh
(à direita)
trabalha pela
reconciliação.
O Governo, com a construção de igrejas, pretende fazer crer que existe liberdade religiosa. Na fotografia, uma igreja protestante.
7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Coreia do Norte
MÁRTIRES DE ONTEM…Foi�no�séc.�XVII.�A�Coreia�era,�então,�súb-
dita�da�China.�Cobiçada�pelos�seus�vizinhos�japoneses,�tentara�fechar-se�totalmente�aos�estrangeiros.�O�que�lhe�valeu�o�nome�de�“rei-no�eremita”.�Contudo,�foi�neste�período�que�o� Catolicismo� chegou� à� Coreia.� Intelectuais�descobriram-no� na� corte� de� Pequim� e�trouxeram-no�para�o�seu�país.�O�seu�desen-volvimento,�no�final�do�séc.�XVIII,�desenca-deará� uma� perseguição� sistemática� contra�os�fiéis.�Em�1866,�o�Governo�chegou�mesmo�a� ordenar� que� se� erguesse� em� Pyongyang�uma�coluna�para�anunciar�“a�destruição�total�da� religião�perversa�dos�Cristãos”.�Contam-se�mais�de�7.500�vítimas�desta�época�entre�os�quais�o�Padre�André�Kim�Taegon,�primeiro�padre�coreano�que�viria�a�ser�canonizado�por�João�Paulo�II�juntamente�com�mais�103�már-tires.�Mais�de�150�anos�depois,�a�Igreja�não�esquece.�E,�consciente�da�situação�actual,�o�Papa� Francisco� anunciou� a� próxima� beatifi-cação� de� 124� mártires� deste� período.� Um�gesto�forte�para�homenagear�os�mártires�de�ontem,�“cujo�sangue�é�semente�de�cristãos”,�segundo�o�adágio�de�Tertuliano,�e�apoiar�os�mártires�de�hoje.
OraçãoPara que os Cristãos coreanos se sintam apoiados na fé por cada um de nós, que constituímos o Corpo Místico de Cristo, nós Te pedimos Senhor!
MUDANÇA… É POSSÍVELEm�resposta�à�pergunta�se�é�possível�uma�
revolta� da� população,� o� Pe.� Éric� tem� pouca�esperança.�É�proibida�toda�e�qualquer�manifes-tação,�“toda�a�gente�é�vigiada�e�denunciam-se�uns�aos�outros”� sendo�a�denúncia,�na�maior�parte�dos�casos,�uma�questão�de�sobrevivência.
Pelo� lado� internacional,� o� relatório� do�inquérito�da�ONU�sobre�os�direitos�humanos�na�Coreia�do�Norte� regista�que� “a� comuni-dade�internacional�aceita�a�responsabilidade�de� proteger� o� povo� Norte-Coreano”� e,� na�sua� conclusão,� pede�que� se� faça�um�apelo�ao�tribunal�penal� internacional�para�que�os�responsáveis� dos� crimes� prestem� contas.�Alguns�meses�antes,�o� secretário-geral�das�Nações�Unidas,�Ban�Ki-Moon,�tinha�pedido�a�Pyongyang�para�“tomar�medidas� imediatas�com�o�fim�de�acabar�com�as�preocupações”�da�comunidade�internacional.�Resta�saber�se�isto�mudará�algo.
Imagem de
Nossa Senhora
na fronteira das
duas Coreias.
A capital,
Pyongyang,
dá a ilusão da
Coreia ser um
país aberto.
8 Sementes de Esperança | Outubro 14
Coreia do Norte
No�momento�presente,�só�o�factor�econó-mico� poderia� sensibilizar� um� pouco� o� regi-me.�No� início�de� Janeiro,� Seul�e�Pyongyang�concordaram�em�autorizar�a�ligação�de�vinte�computadores�à�rede�mundial.�É�um�primeiro�passo…� Depois� de� um� período� de� experi-mentação,� o� acesso� à� Internet� poderia� ser�proposto�a�outras�empresas�que,�até�agora,�são�obrigadas�a�comunicar�por�fax�ou�telefo-ne.�Uma�gota�de�água�numérica�que�pode�ser�um�sinal�de�esperança.
Finalmente,� a� Igreja� Católica� continua�com�os�seus�apelos�à�paz.�No�passado�mês�de� Agosto,� o� Papa� Francisco� realizou� uma�visita�pastoral�à�Coreia�do�Sul,�durante�a�qual�beatificou� os� mártires� coreanos.� No� último�passado�dia�13�de� Janeiro,� aquando�do�50º�aniversário�das�relações�diplomáticas�com�a�República�da�Coreia,�o�Santo�Padre�declarou�com�firmeza:�“Peço�a�Deus�o�dom�da�recon-ciliação� na� península,� com� a� esperança� de�que,� para�bem�de� todo�o�povo� Coreano,� as�partes�envolvidas�não�se�cansem�de�procurar�pontos� de� encontro� e� possíveis� soluções.”�Um�desejo�de�unificação�para�o�qual�a�Igreja�da�Coreia�do�Sul,�vincadamente�missionária,�trabalha� sem� descanso.� Por� altura� do� 60º�aniversário�da�divisão�das�duas�Coreias,�a�4�de�Novembro�de�2013,�mais�de�800�cristãos�foram�até� Imjingak,�cidade�fronteiriça�entre�as�duas�Coreias,�numa�peregrinação�pela�paz�e�a� reconciliação�na�península.�Que�as�suas�orações�sejam�ouvidas.
OraçãoPara que a luz da esperança não deixe de brilhar no coração dos Cristãos coreanos, nós Te pedimos Senhor!
A guerra das duas CoreiasApós�quarenta�anos�de�controlo�pelo�Japão�(1907-
1945),� a� Coreia� foi� separada� pelo� paralelo� 38�
em�duas� zonas:� soviética� a� norte� e� americana� a�
sul.�A�guerra�de�1953,�que� tinha�como�objectivo�
a� reunificação�do�país�pelas�armas,�na� realidade�
apenas�provocou�milhares�de�mortos.�Actualmente,�
após� várias� tentativas� de� reconciliação,� as� duas�
Coreias� continuam� separadas.� À� medida� que� os�
anos� passam,� as� divergências� aprofundam-se,�
a� vontade�de�unificação�vai� desaparecendo�e�os�
jovens�do�sul�já�não�conhecem�ninguém�no�norte.
Reencontros familiares comoventesDesde� 1953� que� numerosas� famílias� estão�
separadas� pelo� paralelo� 38� sem� se� poderem� ver�
ou�comunicar.�Os�primeiros�encontros�deram-se�em�
1985�e,�depois,�de�maneira�episódica,�dependendo�
das�relações�diplomáticas.�Em�finais�de�Fevereiro,�foi�
possível�o�encontro�para�algumas�pessoas�tiradas�à�
sorte.�Estima-se�que�cerca�de�71.000�pessoas�–�das�
quais� metade� com� mais� de� 80� anos� –� aguardam�
para�reencontrar�as�suas�famílias.
9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Oração
A Fundação AIS convoca os seus benfeitores e amigos para a campanha de oração “1 milhão de terços pelo Iraque”. A questão da perseguição aos Cristãos no Iraque e noutros países do Médio Oriente tem vindo a mobilizar cada vez mais sectores da sociedade portuguesa, sensibilizados pelos apelos e campanhas que a Fundação AIS e outras instituições têm vindo a realizar.
MANTENHA ESTA CORRENTE DE ORAÇÃO VIVA. REZEMOS O TERÇO TODOS OS DIAS!
A BATALHA DE LEPANTO E A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
“O�grande�reformador�S.�Pio�V,�um�antigo�dominicano,�criou�também�o�último�grande�momento�da�antiga�Cristandade,�a�unidade�dos�reinos�cristãos�à�volta�do�Papa.�Os�turcos�otomanos,�depois�do�cerco�e�queda�de�Constantinopla�em�1453,�o� fim�oficial�da� Idade�Média,�e�das�conquistas�de�Suleiman,�o�Magnífico�(1494-1566,�sultão�desde�1520),�estavam�às�portas�da�Europa.�Dividida�nas�terríveis�guerras�entre�católicos�e�protestantes,�a�velha�Europa�não�estava�em�condições�de� resistir.�O perigo era enorme.�Além�de�apelar�às�nações�católicas�para�defender�a�Cristandade,�o�Papa�estabeleceu�que�o�Santo Rosário fosse rezado por todos os cristãos, pedindo a ajuda da Mãe de Deus, nessa hora decisiva.�Em�resposta,�houve�um�intenso movimento de oração por toda a Europa.�Finalmente,�a�7�de�Outubro�de�1571�a�frota�ocidental,�comandada�por�D.�João�de�Áustria�(1545-1578),�teve�uma�retumbante�vitória�na�batalha�naval�de�Lepanto,�ao�largo�da�Grécia.�Conta-se�que�nesse�mesmo�dia,�a�meio�de�uma�reunião�com�os�cardeais,�o�Papa�levantou-se,�abriu�a�janela�e�disse�“Interrompamos�o�nosso�trabalho;�a�nossa�grande�tarefa�neste�momento�é�a�de�agradecer�a�Deus�pela�vitória�que�ele�acabou�de�dar�ao�exército�cristão”.�A�ameaça�fora�vencida.�Este�foi�o�último�grande�feito�da�Cristandade.�Mas o Papa sabia bem quem tinha ganho a batalha.�Para�louvar�a�Vitoriosa,�ele�instituiu�a�festa litúrgica de acção de graças a Nossa Senhora das Vitórias no�primeiro�domingo�de�Outubro.�Hoje�ainda�se�celebra�essa�festa,�com�o�nome�de�Nossa�Senhora�do�Rosário,�no�memorável�dia�7�de�Outubro.
«Rezar o Terço todos os dias» é a única coisa que a Senhora referiu em todas as suas seis aparições.”
João�César�das�Neves�-�Professor�UCP
UM MILHÃO DE TERÇOS PELO IRAQUE“Não nos esqueçam. Por favor, rezem por nós!”
D.�Louis�Sako,�Patriarca�dos�Católicos�Caldeus,�Iraque
10 Sementes de Esperança | Outubro 14
Meditação
SANTA TERESINHA E OS SANTOS ANJOSSanta�Teresinha�de�Lisieux�tinha�uma�devoção�particular�aos�Santos�Anjos,�que�combina�muito�bem�com�o�seu�pequeno�caminho.� Não� foi� o� próprio� Senhor� que� aliou� a� presença� e�o�cuidado�dos�Santos�Anjos�à� infância�espiritual�ao�ensinar:�“Guardai-vos� de�menosprezar� um� só�destes� pequenos,� por-que�Eu�vos�digo�que�os�seus�Anjos�no�Céu�contemplam�sem�cessar�a�Face�de�Meu�Pai�que�está�nos�Céus”�(Mt�18,10)?�Ao�examinarmos�o�que�Santa�Teresinha�diz�sobre�os�Anjos,�não�devemos�esperar�um�tratado�detalhado,�é�mais�uma�“melo-dia”�que�nasce�do�seu�coração.�Os�Santos�Anjos�faziam�parte�da�sua�vida�desde�a�mais�tenra�infância.
Teresinha�cresceu�numa�família�que�venerava�muito�os�Santos�Anjos.�Em�diversas�ocasiões�seus�pais�falavam�espontaneamente�sobre�eles.�Também�Paulina,�sua�irmã�mais�velha,�assegurava-lhe�diariamente�que�os�Anjos�estariam�com�ela�para�vigiar�e�protegê-la.�Procurava�a�orientação�e�a�proteção�do�Anjo�da�Guarda�na�sua�vida�pessoal�para�não�cair�em�pecado.�Confiando�na�íntima�amizade�com�seu�Anjo,�Teresinha�não�temia�pedir-lhe�grandes�graças.�Da�mesma�forma,�ela�podia�mandar�o�seu�Anjo�ao�santo�Sacrifício�da�Missa�que�seu�irmão�espiritual,�Pe.�Roulland,�missionário�na�China,�celebrava�para�ela:�“No�dia�25�de�dezembro,�não�deixarei�de�enviar�o�meu�Anjo�a�fim�de�que�coloque�as�minhas�intenções�junto�à�hóstia�que�será�consagrada�por�vós”�(Carta�201,�1o�de�novembro�de�1896).
Teresinha�não�se�contentava�só�com�a�ajuda�dos�Anjos,�desejava�também�a�sua�amizade�e�uma�participação�muito�íntima�na�grandeza�do�seu�amor�a�Deus.�Santa�Teresinha�não�somente�aproveitou�a�intercessão�e�o�auxílio�dos�Anjos,�mas�até�chegou�a�‘exigir’�uma�participação�na�santidade�deles�a�fim�de�que�pudesse�crescer�nela.�Suplicava�também�a�seu�Anjo�da�Guarda:�“Ó�belo�Anjo�da�pátria,�dai-me�o�vosso�zelo!�Não�tenho�nada�a�não�ser�os�meus�sacrifícios�e�a�minha�pobreza.�Com�a�vossa�bem-aventurança,�oferecei-os�à�Santíssima�Trindade!”�(Poesia�46:�“A�meu�Anjo�da�Guarda”).
Vejamos�o�pequeno�caminho�de�Santa�Teresinha�na�luz�dos�Anjos!�Os�Anjos�constituem�um�ele-mento�importante�da�sua�vida�interior.�Eles�eram�seus�companheiros�e�irmãos,�sua�luz,�sua�força�e� sua�proteção�no� caminho�espiritual.� Podia� contar� com�eles,� os� servos� fiéis� de�nosso� Senhor�Jesus�Cristo.�A�eles,�Teresinha�tinha-se�consagrado�quando�era�criança,�e�a�eles�se�confiava�como�filha�espiritual�quando�já�adulta.�Santa�Teresinha�é�uma�estrela�que�nos�guia�porque,�se�não�nos�tornarmos�como�crianças�-�e�essa�é�a�essência�do�pequeno�caminho�-�nunca�chegaremos�a�uma�relação�verdadeiramente� íntima�com�os�Santos�Anjos.�Só�nesse�caminho�poderemos�cumprir�a�nossa�missão�no�serviço�de�Cristo�e�da�Sua�Igreja�em�união�com�os�Santos�Anjos.
in�Opus Sanctorum Angelorum
11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Agenda
VISITA DO PATRIARCA GREGORIUS III A PORTUGAL30�de�Outubro�a�3�de�Novembro
Gregorius III, Patriarca Greco-Melquita da Antioquia e de todo o Médio Oriente, Alexandria e Jerusalém.
Gregorius III estará entre nós para dar o seu testemunho.
2 de Novembro | Missa transmitida pela TVI às11h.
Para�mais�informações�acerca�do�programa�de�eventos�em�que�Gregorius�III�participará�em�Portugal,�esteja�atento�à�Agenda�no�site�da�Fundação�AIS:�www.fundacao-ais.pt.
A Fundação AIS convidou o Patriarca Gregorius III para falar desta situação dramática que se vive actualmente no Médio Oriente. COMPAREÇA!
Destaque
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SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Fundação AIS Catarina Martins de BettencourtP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix LunguL’Église dans le monde –�AIS�França© Fundação AIS; © AED; © DR
Vitral de Franz Mayer, Catedral da Assunção, Irlanda 11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign352561/122182-3928
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1 de Outubro�-�Festa�de�Santa�Teresa�do�Menino�Jesus,�doutora�da�Igreja
REZAR O ROSÁRIO COM SANTA TERESA DO MENINO JESUS Com Santa Teresinha do Menino Jesus também nós queremos meditar os mistérios do Rosário pela paz no mundo, em especial no Iraque.
“Oh! Que grande é o poder da oração!”Santa Teresinha
64�páginasEdições�Carmelo
Terço de Santa TeresinhaTerço�em�honra�de�Santa�Teresinha�do�Menino�Jesus.�As�contas�são�de�madeira�com�um�aroma�delicado�a� rosas.� Medalha� de� Nª.� Sra.� de�Fátima� e� contas� dos� Pai-Nossos�em�formato�de�rosa.
Vela das RosasNa�sua�oração�a�Santa�Teresinha�acenda�esta�vela�em�formato�de�rosas,�com�um�agradável�perfume�floral.�
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