Sistemas agroflorestais dirigidos pela
sucessão natural: alterações nos
parâmetros do solo
Fabiana Mongeli Peneireiro
Eng. Agrônoma / MSc em Ciências Florestais
Pesquisa de MestradoEstudo de caso: comparação entre
área de SAF sucessional e capoeira
Fazenda Olhos d’Água
Ernst Götsch - Bahia
Fabiana Mongeli Peneireiro
Eng. Agrônoma / MSc em Ciências Florestais – ESALQ/USP
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Ribeiro Rodrigues – ESALQ/USP
Fazenda “Fugidos da Terra Seca” – havia 3
cursos d’água
Hoje com o nome de Fazenda “Olhos
d’Água” – são 17 cursos d’água
Gravuras da Mochila do Educador Agroflorestal – Arboreto/PZ/UFAC, inspirado nos trabalhos de Ernst Götcsh
3 meses
Gravuras da Mochila do Educador Agroflorestal – Arboreto/PZ/UFAC, inspirado nos trabalhos de Ernst Götcsh
1 ano e meio
Gravuras da Mochila do Educador Agroflorestal – Arboreto/PZ/UFAC, inspirado nos trabalhos de Ernst Götcsh
5 anos
Gravuras da Mochila do Educador Agroflorestal – Arboreto/PZ/UFAC, inspirado nos trabalhos de Ernst Götcsh
18 anos
Gravuras da Mochila do Educador Agroflorestal – Arboreto/PZ/UFAC, inspirado nos trabalhos de Ernst Götcsh
40 anos
Índice de Valor de
Importância (IVI)
A12 (SAF)A0 (Capoeira)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
índice de valor de importância (IVI)
Tibouchina luetzelbergii
Henriettea succosa
Nectandra sp.1
Vernonia diffusa
Emmotum nitens
Syagrus pseudo-cocos
Miconia mirabilis
Mabea fistulifera
Bactris sp.
Tapirira guianensis
es
pé
cie
s
Dens. Re.
Dom. Re.
Freq. Re.
0 10 20 30 40 50
índice de valor de importância (IVI)
Inga thibaudiana
Senna multijuga
Tapirira guianensis
Nectandra leucantha
Aegyphyla selowiana
Himatanthus sucuuba
Cordia sp
Inga blanchetaiana
Cestrum laevigatum
Didymopanax morototoni
es
pé
cie
s
Dens.Re.
Dom.Re.
Freq.Re.
As áreas de SAF e Capoeira: são diferentes florística e estruturalmente após 12 anos;
Observou-se um avanço sucessional na área de SAF se comparado com a Capoeira: Mimosaceae e Lauraceae X Melastomataceae;
A área de SAF apresentou maior diversidade, com maior eqüabilidade que a de Capoeira
Conclusões - VEGETAÇÃO
Parâmetros Capoeira SAF Teste estatístico
profundidade média CV média CV significância
pH – H2O 0-5 5,28 4,859 5,592 2,577 **
5-20 5,052 5,364 5,392 4,477 **
40-60 5,068 3,208 5,096 3,944 ns
M.O 0-5 190,4 3,042 170,88 29,922 ns
5-20 44,84 10,434 42,72 15,550 ns
40-60 23,44 22,944 22,04 19,092 ns
P (ppm) 0-5 4 35,355 29,04 29,345 **
5-20 2,96 44,135 12,92 30,547 **
40-60 2,24 59,449 2,68 31,808 ns
K (mmolc) 0-5 1,736 30,476 1,604 31,610 ns
5-20 0,872 37,821 0,780 36,073 ns
40-60 0,256 43,790 0,324 44,797 ns
Ca (mmolc) 0-5 54,6 34,569 110 21,547 **
5-20 13,12 53,095 45,28 35,494 **
40-60 3,68 32,076 9,92 50,815 **
Mg (mmolc) 0-5 17,04 28,824 82 10,414 **
5-20 6,32 37,588 27,12 36,274 **
40-60 1,52 63,331 5,76 40,493 **
Al (mmolc) 0-5 3,72 75,840 0 0 **
5-20 9,28 41,090 1,48 110,540 **
40-60 9,96 27,000 5,16 43,930 *
SB (mmolc) 0-5 73,376 31,860 194,804 15,563 **
5-20 20,312 45,211 73,180 33,547 **
40-60 5,456 35,442 16,004 43,808 **
FÓSFORO TOTAL
P205 total %
Profundidade (cm) A0 A12
0 – 5 0.06 0.13
5 – 20 0.03 0.08
40 – 60 0.12 0.05
Macrofauna edáfica
TABELA IV.2: Principais formas de vida da macrofauna edáfica encontradas nas duas
áreas estudadas (A12 – SAF e A0 – Capoeira), com respectivos números de
indivíduos encontrados; município de Ituberá, Bahia, Brasil.
SAF (A12) Capoeira (A0) Guilda
Minhocuçu *
Rhinodrillus sp. 4 0
Saprófago
Minhocas:
Pheretima hawaiana
Pontoscolex coretrurus
9
54
0
201
Saprófago
Diplópodas 46 (5 pequenos) 34 (22 pequenos) Saprófago
Chilópodas 7 28 Predador
Aracnida 11 78 Predador
Quanto mais avançado o sistema na sucessão, maior a ocorrência de espécies saprofíticas,
quanto menos avançado na sucessão, o predomínio é de espécies predadoras
Coprólito (excremento) do minhocuçu: rico em nutrientes e
condições para desenvolvimento de microorganismos
Análise química de coprólito de
minhocuçu
TABELA IV.3: Análise de coprólito de minhocuçu encontrado na área manejada com SAF
(A12), município de Ituberá, Bahia, Brasil.
Parâmetros Valores
pH CaCl2 6.6
Umidade total 49.83 %
Matéria orgânica total 23.44%
Carbono orgânico 12.56%
Nitrogênio total 0.64%
Fósforo (P2O5) total 0.18%
Potássio (K2O) total 0.28%
Cálcio total 0.58%
Magnésio total 0.20%
Enxofre total 0.14%
Relação C/N 20/1
Conclusões
• A vegetação das duas áreas estudadas A0 – Capoeira e A12 – SAF
mostraram-se diferentes florística e estruturalmente depois de 12 anos, ao se
efetuar manejo em uma (A12) e ter deixado em pousio a outra (A0);
• A área de SAF apresentou maior diversidade, embora tenha apresentado
menor número absoluto de espécies, se comparada com a A0 (Capoeira); as
espécies da área de SAF mostraram-se eqüitativamente contribuindo para a
diversidade (mostrando um alto grau de eqüabilidade), enquanto que, na área
de Capoeira, houve predomínio de algumas espécies, principalmente da
família Melastomataceae, característica de áreas degradadas ou em início de
sucessão;
• Observou-se um avanço sucessional na A12 (SAF) se comparado com A0
(Capoeira), indicado pela predominância de indivíduos das famílias botânicas
Mimosaceae, Lauraceae e Caesalpiniaceae (encabeçando em ordem
decrescente, respectivamente, a lista quanto ao número de indivíduos) e de
saprófagos na macrofauna do solo;
Conclusões (continuação)
• O SAF de alta diversidade e dirigido pela sucessão natural testado
mostrou-se muito eficiente para a recuperação de solos degradados;
• O manejo adotado nesse SAF contribuiu para uma ciclagem e uso mais
eficientes dos nutrientes, acarretando aumento dos teores de nutrientes
disponíveis no solo;
• A prática da poda do componente vegetal nesse SAF, favorecendo o
bombeamento de nutrientes e disponibilizando matéria orgânica fresca, de
alta qualidade, foi responsável pela elevação dos níveis de nutrientes na
serapilheira e nas camadas superficiais do solo, principalmente de fósforo,
pela ativação da atividade da biota edáfica;
• A adição de cálcio e magnésio pela calagem, nutrientes estes que
permanecem no sistema pela ciclagem biogeoquímica intensa
proporcionada pela prática de manejo, pode ter contribuído decisivamente
para o aumento da fertilidade do solo, com aumento do pH, disponibilização
de P, aumento do V% e condicionamento de intensa atividade da biota
edáfica.
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