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“O livro que fechou a menina Marília

Tanto queria saber o que continha o livro que fechou a menina Marília. Com certeza estava lá o texto que dizia: vinde vós novos poetas passear vossos versos de amor, dor, desespero e esperança de novo manar literário. “O livro que fechou a menina Marília fechou o livro escolar como quem encerra as duas partes do mundo. As mãos pequenas alisaram a capa com tristeza de despedida. A menina sabia que, junto do livro, se cerravam as portas do tempo.

- Mas, pai, não dá para prosseguir mais um ano?

- Está a ver o que dá a escola? Agora, já pensa que tem escolha…

- Mas o professor pediu…

O pai ergueu a mão como se as palavras não bastassem para exprimir a sua indignação. O que mão dele dizia era simples: Marília que ficasse calada, no lugar de silencio que lhe competia. Depois, ainda azedou:

- Esse professor pediu para falar comigo? Que abusos são esses, o que quer este homem da minha filha?

- Ele não quer de mim, ele quer de si, pai. O professor acha que eu devia continuar os estudos. Quer dizer pedir que o senhor não me mande interromper a escola.

- Pois esse professor vai ver. Vou denunciá-lo na administração. E você é muito burra, não vê as intenções que este homem tem consigo?

Marília completou o livro pousado na mesa. E de repente, lhe pareceu que as mãos do livro são que a tinham fechado a ela. Para sempre…” Sobre o quintal do pensamento moribundo do seu pai, que não percebia as intenções do professor. E nem o desejo da própria Marília.

Julgou e condenou o professor que queria simplesmente ajudar a Marília a seguir os seus sonhos, alias sonho de todos os estudantes, quando sente o gosto pelos estudos, quando a qualidade que os professores demonstram nas salas de aulas.

Os incentivos de todos que amam as línguas, as artes e sobre tudo se desliguem das drogas. Talvez voltara na percepção do pai da Marília, pois outro dia disse:

- Não vês que na verdade o professor não tem nenhuma intenção de ajudar-te se não for aproveitar da sua inocência de mocidade ingénua que és?

- Te ilude com os livros de romance enquanto desenha um para enganar a sua cabecinha que acredita nas ilusões dos contos de fadas.

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- Não vês a sorte que teve a Susana? Ela pouco estudou te tem simplesmente a sétima classe sabe ler e escrever e foi lobolada pelo um mineiro das minas da Africa do Sul e ainda sabe falar zulu. Não digo que os teus estudos não lhe renderão nada mas, é preciso ter sorte para ter uma ocupação de rendimento fora de vender tomate e cacana (folha duma trepadeira silvestre) e mboa (folha de abóbora) como muita que concluíram o nível médio.

- Minha Marília temo muito por ti…

- Teme muito, pai? Se teme, deixe-me seguir os meus sonhos ajude me as construir. Não há pior coisa que almejar algo e não poder realizar por falta de ajuda de que nos trouxe a casa.

Aquilo parecia uma troca de acusações de pai e filha, mas o carinho e desejo dos dois não o separava de tal maneira o pai acabou cedendo só para ver a alegria da sua filha que tanto chorava no colo dos amigos nos escombros das avenidas. E a pois ter lido uma crónica do poeta Sanjo Muchanga sobre a “ A Mulher Inexperiente da Rua de Bagamoyo” temeu que a sua filha depois se jogasse nesse maré de sofrimento que a referida mulher passou.

Diante da injustiça do seu pai, a Marília derramou a lágrimas de angustia porque queria continuar as aulas e seu pai não aceitava, tendo alegados tantas coisas absurda quanto o pensamento fecundos do machismo que nele existia mas valeu a existências da Marília que grisou o seu belíssimo rosto de ódio e angustia do seu pai.

Que lhe injuriava sem dó, ao em vez de lhe apoiar e lhe dar a força que precisara para glorificar o nome da família, e encher-se de orgulho ao lado dos seus amigos que chamara de ignorante por falta de altitude para com a sua filha que é orgulho da escola pela sua inteligência.

Mas algo foi interessante, a pois a Marília secar o mar de lágrima que criá-la, saiu para o grito suave da praia para arrefecer a sua alma fustigada que em pensamentos se questionava… dizendo:

- Mas quem disse ao pai que ter o domínio da ciência e criatividade é desejar ser escrava de sexo? Não sabe que isso pode ser muito bom para mim e para ele?

- Já sei, vou correr atrás das artes. Talvez isso me trará um rendimento, já que ouvi a intenção do sagrado escritor Mia Couto que o seu prémio Camões que ganhara pretende incentivar e ajudar os jovens com talento literário, por não me diferenciar deste vou alinhar.

Pensava alto a Marília, que embora escreva coisas que nem ela perceba se é poema, conto, crónica ou seja lá que género literário, mas como os amigos lhe encorajava a escrever por ter uma belíssima paixão pelos os livros e tentava ensaiar as declamações e quase se saía bem, assim pensou.

Marília sem se aperceber da presença de Mia Couto ao seu lado, lhe enxugou as lágrimas com um texto bastante encorajadoras, que ela jamais um dia leu e pegou com as suas mãos que

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posteriormente fechou por não saber que para ser escritor? É preciso ser leitor, pois não há escritor que não seja leitor, vice-versa.

Quando no canal televisivo viu os jovens empenhados com a literatura, tentou se juntar sem consultar o seu pai que não lhe dá a força, mas obedeceu a sua paixão pela arte literária que tanto mexia nos seus mais perfeitos sentimentos.

Como qualquer apaixonado, fez das suas fantasias a poesia, e seu consolo a crónica da hipocrisia da sua politica. Ler e ter, o que sua alma espelha no mar do seu amar as líricas como amou a Noémia de Sousa ao reluzente da lua. Enquanto sua remota inspiração obedece seus ataques de pavor de ferir outras sensibilidades.

Mas não desiste mesmo acorrentada nos contos de Ungulane ba ka Khosa, e nas poesias de José Craverinha, com os ares de suspiros magoados pela vida nua e crua que testemunharam vivendo. Sem dar adeus ao “últimos voo de flamingo”, que mingua minha inspiração com incerteza de nada ser …

Vai entender porque a menina Marília fechou o livro… senão tentar criar especulações desnorteadas, de quem afogou seus amores nas brancas folhas daquele livro. Criar dentre mil versos, para acalmar suas lágrimas de dor crescidas na biblioteca, aos versos meus de Rui de Noronha (inverso) e ao compilo das prosas imaginarias da sua mente fecunda.

Entender que aquela inspiração é vagabunda, é dar glória aos gritos abafados, fraseando outras fantasias líricas de mágoas profundas. Esbranquiçar outro quer das paixões ilusionistas desta minha prosa vaidosa.

Negar é amar por completo o que lhe fere a alma, com o derramo das suas lágrimas oceânicas, de amores meus perdidos nos escombros das avenidas daquelas vergonices da Mafalala, o ninho dos poetas do meu país.

Paredes degradados teto esburacado, ruas encovados com os cheiros nauseabundos que pressionem minha outra inspiração artística. Atormento estampado com os gritos dos velhos murros da casa que fora de José Craverinha.

Quem conheceu Mafalala, conheceu os suaves poemas de Rui Knofli e os delírios das poesias sentimentais de Craverinha com os ares puros da sua Maria. Que tomou no seu peito o mais eterno mundo quando sua beleza na terra entregou.

Devia coincidir os meus veludos pensamentos líricos com magicas poéticas da “perpétua saudade” de Luís Vaz de Camões, aquele que desvirginou muitas mentes poéticas, ou talvez as ridículas cartas de amor de Fernando Pessoa que motivaram os meus, quando pela primeira vez me apaixonei pela sua literatura inspirada em ti criatura.

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Musa e deusa de sonhos meus roubados nas alvoradas frias, aos trémulos e calafrios do jardim Tunduru, quando por ti esperava-te tão docilmente naquele banco sem encoste e nem confortam para essa minha dor de amar sem ser amado. Mas que fazer é a doença de todo o poeta sonhador e sofredor de amores vagabundos.

Igrejas como instrumentos…

A igreja zione dizem que é a primeira em Africa e antigamente ela curava muitas pessoas sem valores monetários, até usava cinzas, sal e água, e tudo que os profetas daquela doutrina diziam acontecia. Mas hoje onde anda? Será que ainda tem o mesmo poder de outrora? Ou faz tudo para obter dinheiro e outros prestígios?

O engraçado é que só vamos fazer perguntas atrás de perguntas e nada de respostas vão ter. Vejamos só, o que irão ver ou ter como respostas desta doutrina é que já não é a mesma à da outrora. Nessa doutrina assisti uma coisa que ate hoje não tive resposta, isto e, o bixopo uma certa vez antes de entrar na igreja assisti-lhe a tomar o vinho e dentro do templo ele desencorajou o consumo de bebidas dizendo que é o primeiro pecado que leva a morte de certas pessoa.

A Igreja Velha Apostólica, de onde vem? Como veio a Moçambique? O que fez ou faz? Será a mesma de quando chegou a Moçambique? E agora, o que atravessa?

Estas são perguntas que os crentes devem saber melhor responder do que eu. Mas vou tentar ilustrar segundo a minha visão critica, face aos actuais acontecimentos que inquieta até muitos crentes que viram suas almas casadas a teoria apostólica do primeiro servo desta doutrina, a quê as outras igrejas consideram-no como o verdadeiro Deus apostólico de Moçambique.

Não que não gosto da teologia do actual. Mas é que a velocidade de actuais acontecimentos abalam a minha crença nesta doutrina que aceitei receber o baptismo das água e até o do espírito santo, algo que desde criança me recusava, por me considerar o mais pecador desta infame terra mundana.

O meu ponto de vista, não é para fulminar a crença que vós tendes desta doutrina. Porque as perguntas que fiz a prior visam saber o que é a Igreja Velha Apostólica e o que dizem os crentes face as mudanças da teologia desta doutrina. Quem foram os seus mentores aqui em Moçambique e quem são os seus seguidores. Mas também interessa saber que em Moçambique mais para sul ou seja, no sul, a maior parte do povo é cristã diferente da região norte, onde são na sua maioria islâmicos.

Mas vejam só, até o ano 2012 a doutrina apostólica já havia conquistado o seu maior espaço lá, usando a politica dos homens ou melhor o princípio bíblico. Tendo dado na graça de

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Deus um hospital em forma dos homens ao povo de Nampula, que o próprio lá o testemunha. Já vi que levantei muita dúvida com certeza no vosso seio, mas como muito de vós sabeis que andei em muitas doutrinas, certamente devem imaginar o conhecimento que adquiri sobre as teorias e objectivos de todas elas e também dos servos de Deus.

Sendo o principal dos objectivos educar, ensinar o amor ao próximo e não preconceitos de cor, raça, ideologia, sabedoria, diferenças sociais e económicas. Mas há também, certas doutrinas e servos de Deus que tem o objectivo de enriquecer a custa da igreja, manipulando o povo em beneficio do Estado, tal como vimos na história e na filosofia, ao referir-se a igreja como um dos instrumentos do Estado para a dominação e manipulação do povo.

Mais uma vez pergunto: será que a doutrina apostólica também faz o que diz a história e a filosofia? Não me parece, porque já vi muitos jovens e famílias daquela doutrina bem-educadas e com amor uns aos outros, mas também vi alguns calejados de pecados. E infelizmente a doutrina apostólica é também o instrumento do Estado moçambicano como muitas outras doutrinas para atrasar e manipular o povo no conformismo bíblico e político.

Uma coisa é certa, se eu nasci defeituoso, por mais que me tente endireitar, vou deixar de ser defeituoso. Porque as marcas de que nasci defeituoso serão vivas até que desta vida minha alma abandonar. Porque a história de cada um? Segundo o meu ponto de vista, é desenhada desde o berço, isso ninguém muda nem a ciência e nem a orientação da igreja. Por favor, não vamos confundir o que almejamos quando assistimos novelas, filmes e lemos textos de ficção e tentamos imitar e interpretarmos de uma maneira muito erradamente.

O engraçado de tudo, é que há jovens em todas as doutrinas, que tem pais servos mas que não ligam para a igreja à semelhança dos pais e são esses os, tais referidos calejados e piores dos ditos marginais e filhos mundanos. Mas o mais engraçado, é que quando chega os domingos da ceia, vão tomar a ceia ainda que a ressaca lhes cobrem o rosto e mesmo o sacerdote ver o tamanho do pecado diante dos seus olhos, nada faz e nada diz sobre isso, porque são filhos dos servos.

Daí que vem essa comparação do filho do polícia que se considera também policia, só porque o pai é polícia. E é exactamente isso que acontece nas igrejas, pelo menos aqui em Moçambique e não só na igreja mas também no aparelho do Estado.

A mim me apoquenta muito, os servos que desencorajam a pratica do adultério, o uso de drogas, as brigas dentro das casas mas enquanto que na verdade, são os que mais praticam isso avista dos próprios discípulos. E mais: se o princípio bíblico diz que nasçais, multiplicais-vos, e enchais a terra. Como é que a doutrina católica a mãe de todas as doutrinas cristãs, diz que só pode ser servos os que não tenham esposa? E se a Virgem Maria que glorifica deu à luz á Jesus, Tiago e mais filhos, porque ainda continua virgem? E se Deus está no céu porque se ajoelham a uma estatua, a semelhança de quem se diz ser Jesus e Maria se na verdade ninguém os viu?

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Ainda que eu seja pecador e anti-religiosa. Mas nada explica a obrigatoriedade de ouvir a dita evangelização nos autocarros, televisão, rádios que o povo se informa sobre o seu dia a dia e se transporta para os seus destino, pagando o bilhete de passagem não para ouvir o evangelizo no momento do cansaço rotativo e do stress do trabalho. Tudo o que aqui disse, não precisa da profecia para ver, basta ter visão.

Como prova isso são os servos que usam os crentes como seus escravos e empregados para satisfazerem suas vontades humanas, e nem lhes paga nada, porque Deus há-de lhe dar a abençoam e sorte. Isso não está certo, está muito errado. Porque nem a própria bíblia diz que há quem viverá a custa do suor dos outros? Mas sim, diz que cada um viverá do suor do seu trabalho.

Na doutrina apostólica muitos dizem que há muitas coisas que mudaram, até as outras doutrinas dizem isso. Na verdade, não sei se a visão que trago vai satisfazer a dúvida de muitos. Mas vou tentar me arriscar dizendo: que Moçambique, antes estava em guerra armada e hoje não. Os músicos moçambicanos tocavam a viola do latão e hoje não.

Os escribas escreviam com penas de aves e os escritores dactilografavam e hoje não. Isto é, os tempos passaram e as coisas mudaram, assim como acontece com o homem, que nasce criança e depois torna-se adulto com o passar do tempo.

Mas também é certo lembrar, os tempos passados, só não podemos pensar que um dia voltarão. Porque não teria nascido Moséis, Elias, Noé, Jesus e outros que nasceram nos tempos sagrados e lutaram pelo o bem e não acabaram com o mal da terra. E nem mesmo a lição que Deus nos deu, de acabar com a nação Sodómo e Gomóro mudou pecador da terra.

Importa saber que, enquanto existir no seio das pessoas, o pensamento de como e onde posso saber que isso aconteceu? Quem viu e quais as provas de que isso mesmo aconteceu? Porque mesmo tal como o filme de Jesus é uma ficção cinematográfica a semelhança da existência de vampiros que levantam certas duvidas.

Isto é, porque é que Deus não se manifesta como na outrora? Ou porque não fala connosco como falou com Moséis, Noé e Adão e Eva? Porque acredito que quando me deito e sonho de madrugada. Só deliro, logo ao romper do sol esqueço-me do que sonhei, aí não terei falado com Deus mas apenas sonhei…

Já agora que leram até aqui vós condenais-me pela minha ideologia porque feri vossas sensibilidades. Mas a minha intenção não era para vos ferir. Mas sim, ilustrar a visão que vós dais aos homens. Não que não acredito também na existência de Deus? Mas também ninguém sabe onde vive. Isto é, alguns dizem que Deus esta no céu e outros dizem que ele esta no seio do homem. E o diabo, onde está?

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Concordo com a teoria que diz que Deus está no seio do homem, pois, segundo a filosofia que diz que: quando atravessa a estrada distraído e de repete aparecer um carro à alta velocidade e teu amigo próximo ou uma pessoa qualquer de chamar atenção naquele momento ele é o teu Deus.

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