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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA (CAV)
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA
EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
VARIAÇÃO TEMPORAL NA DIETA DE SPEOTYTO CUNICULARIA
(AVES: STRIGIDAE), NA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
(PERNAMBUCO, BRASIL).
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, DEZEMBRO DE 2010.
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA
EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
VARIAÇÃO TEMPORAL NA DIETA DE SPEOTYTO CUNICULARIA
(AVES: STRIGIDAE), NA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
(PERNAMBUCO, BRASIL).
PROJETO APRESENTADO AO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM
CIENCIAS BIOLÓGICAS COMO REQUISITO
PARA INCREMENTO DE CARGA HORÁRIA
COMPLEMENTAR.
AUTOR: CRISTIANO DE SANTANA CARVALHO.
ORIENTADORA:PROF.DRªANGELICA M.K. UEJIMA.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, DEZEMBRO DE 2010.
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Catalogação na fonte
Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV
C331v Carvalho, Cristiano de Santana
Variação temporal na dieta de Speotyto Cunicularia (Aves: Strigidae),
na cidade de Vitória de Santo Antão (Pernambuco, Brasil) / Cristiano de Santana
Carvalho. - Vitória de Santo Antão: O Autor, 2010.
24 folhas: il.; tab.; figuras.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. CAV.
Ciências Biológicas, 2010.
Inclui bibliografia.
1. Zoologia. 2. Aves – Dieta. 3. Speotyto Cunicularia. I. Título.
CDD (21.ed.) 590
BIBCAV/UFPE-030/2010
4
FOLHA DE APROVAÇÂO
VARIAÇÃO TEMPORAL NA DIETA DE SPEOTYTO CUNICULARIA
(AVES: STRIGIDAE), NA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
(PERNAMBUCO, BRASIL).
BANCA EXAMINADORA
Prof.Drª Angelica Maria Kazue Uegima
Prof.Drª Daniela Castiglioni
Prof.Drª Simone Rabelo da Cunha
Prof.MSc. Emanuel Souto da Mota Silveira
Vitória de Santo Antão_____de Dezembro de 2010
5
Dedico este trabalho a todos os
estudantes de escola pública que
lutam com garra em busca de seus
sonhos. Aos meus familiares e a
minha namorada Maria por sempre
me apoiarem tanto nos momentos
bons quanto nas adversidades. A
minha orientadora Angelica por
acreditar em mim.
6
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos por propiciarem a mim nestes quatro anos em convivemos
momentos de extrema felicidade.
Aos meus Pais por sempre me apoiarem em minhas decisões e por investirem na
minha educação.
Ao professor Gilmar Farias por tudo que me ensinou e por ter acreditado em mim.
A minha orientadora e amiga Angelica por ter me ajudado a crescer
intelectualmente e por ter acreditado em mim em todos os momentos.
A minha namorada Maria pelo seu companheirismo, por todo amor e carinho que
me propicia e por estar comigo nos momentos bons e ruins da minha vida.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Freqüência absoluta de Vertebrados consumidos por S. cunicularia ao
longo do ano e de acordo com as estações chuvosa e seca, na cidade de Vitória de
Santo Antão, Pernambuco. (VNI: vertebrados não
identificados)........................................................................................................... 17.
Tabela 2: Freqüência absoluta de invertebrados presentes na dieta de S.cunicularia
ao longo do ano e entre as estações Chuvosa e Seca no município de Vitoria de
Santo Antão, Pernambuco. (INI: insetos não identificados)......................................18.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Indivíduos de Speotyto cunicularia forrageando (a esquerda); a direita uma
pelota e as estruturas provenientes da triagem desta................................................12
Figura 2: Indivíduos de Speotyto cunicularia refugiados na toca..............................12
Figura 3: Localização de Vitória de Santo Antão no estado de Pernambuco..........14
Figura 4: Variação dos itens alimentares consumidos por Speotyto cunicularia de
acordo com os meses do ano e as estações chuvosa e seca no município de Vitoria
de Santo Antão, Pernambuco....................................................................................18
Figura 5: Variação mensal e entre as estações chuvosa e seca dos invertebrados
consumidos por Speotyto cunicularia no município de Vitoria de Santo Antão,
Pernambuco...............................................................................................................19
8
Sumário
1. RESUMO .......................................................................................................................................... 8
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 9
3. OBJETIVO GERAL .................................................................................................................... 11
3.1objetivos específicos .............................................................................................................. 13
4. HIPÓTESES .................................................................................................................................... 5
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................................... 6
6. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................................14
6.1. área de estudo........................................................................................................................14
6.2 métodos......................................................................................................................................14
8. RESULTADOS ...........................................................................................................................15
9. DISCUSSÃO ...............................................................................................................................19
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................21
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................22
9
Variação temporal na dieta de Speotyto cunicularia (Aves: Strigidae)
na cidade de Vitória de Santo Antão (Pernambuco, Brasil).
Resumo
A coruja buraqueira (Speotyto cunicularia) é endêmica do continente
americano, estando distribuída do sul do Canadá ao sul de Chile e Argentina. Possui
hábitos diurnos e crepusculares e habita áreas com vegetação rasteira, como
campos naturais, savanas e restingas, além de ambientes modificados como
pastagens e também áreas urbanas representados por parques, terrenos e
aeroportos. A espécie possui dieta generalista composta principalmente por anfíbios,
répteis, aves, pequenos mamíferos (representados principalmente por roedores) e
insetos, dentre estes, a ordem Coleoptera é o item mais abundante. Os objetivos
deste trabalho foram identificar os itens consumidos por Speotyto cunicularia e
verificar se estes variam ao longo dos meses e de acordo com as estações chuvosa
e seca. O estudo foi desenvolvido na região urbana da cidade de Vitória de Santo
Antão, Zona da Mata do Estado de Pernambuco, entre outubro de 2009 e outubro de
2010. Os dados foram obtidos através da coleta de regurgitos provenientes de três
indivíduos que ocupavam três tocas próximas entre si, em uma área formada por
uma vegetação rasteira, na qual estavam contidos alguns formigueiros, um pequeno
lago e um Rio. Os resultados mostraram que a dieta de S. cunicularia, não variou ao
longo dos meses, mas houve diferença significativa entre as estações, sendo
consumidos mais itens alimentares durante a estação seca. A dieta desta coruja
consistiu de vertebrados e invertebrados, dentre os primeiros a ordem Anura foi a
mais representativa, já entre os invertebrados, os insetos foram o grupo
predominante, com destaque para a Família Formicidae que foi o item mais
abundante e a Ordem Coleoptera, a qual foi a mais diversa. O fato de Anura entre os
vertebrados e Formicidae entre os invertebrados serem os grupos mais abundantes
entre os itens consumidos por S. cunicularia deve estar relacionado às
características do habitat ocupado por Speotyto cunicularia neste estudo.
Palavras chave: Speotyto cunicularia, Dieta e Variação temporal.
10
Introdução
A coruja buraqueira (Speotyto cunicularia) é endêmica do continente
americano, estando distribuída do sul do Canadá ao sul de Chile e Argentina
(NABTE et al., 2008; SANCHES, 2004; SICK, 1997; STARFFOD E FERREIRA, 1996
apud TEIXEIRA E MELO, 2000; YORK et al., 2002). Possui hábitos diurnos e
crepusculares (SICK, 1997) e habita áreas com vegetação rasteira, como campos
naturais, savanas e restingas, além de ambientes modificados como pastagens e
também áreas urbanas representados por parques, terrenos e aeroportos (BRAGA,
2006; JACOBUCCI, 2007).
O sítio de nidificação dessa espécie é escolhido pela disponibilidade de
buracos e presas, textura do solo e possibilidade de ser predada (RODRIGUES-
ESTRELLA E ORTEGA-RUBIO, 1996 apud TEIXEIRA E MELO, 2000). Speotyto
cunicularia pode utilizar como ninho tocas abandonadas por outros animais como
tatus ou pode cavar sua própria toca, que consiste em um túnel terminando em uma
câmara de ovipostura, forrada de capim, esterco ou resíduos encontrados em
ambientes urbanos, como papel (MILSSAP E BEAR, 2000 apud JACOBUCCI,
2007). Speotyto cunicularia põe até quatro ovos, cujo período de incubação é de
aproximadamente 24 dias (SICK, 1997).
A espécie possui dieta generalista composta por anfíbios (GARCIA et al.,
2008), répteis, aves, pequenos mamíferos, que são representados principalmente
por roedores (BELLOCQ, 1987; WILLIFORD et al., 2009) e insetos, dentre estes, a
Ordem Coleoptera geralmente é o item mais abundante (BASTIAN et al., 2008;
CONTRERAS et al., 1994; JACOBUCCI, 2007; MESERVE et al., 1987; MOTTA-
JUNIOR, 2006; MOTTA-JUNIOR E ALHO, 2000; NABTE et al., 2008; TEIXEIRA E
MELO 2000;VIEIRA E TEIXEIRA, 2008; WILEY, 1998; YORK et al., 2002; ZÍLIO,
2006). Porem, Zílio (2006) encontrou peixes e o molusco bivalve Perna perna
presentes na dieta desta coruja e York et al (2002) encontrou como item mais
abundante os representantes da Ordem Ortoptera. A predominância de insetos em
sua dieta pode ser justificada por ser um item alimentar de fácil manipulação e
bastante abundante. Outro fator que explicaria a predominante presença de insetos,
principalmente coleóptera e de roedores na dieta desta coruja é o fato destes grupos
11
de organismos possuírem o pico de atividade crepuscular e noturno, coincidindo
com o maior período de forrageamento de S. cunicularia (TEIXEIRA E MELO, 2000).
Esta coruja, como a maioria das espécies de aves de rapina, possui o hábito
de regurgitar algumas partes dos itens consumidos que são de difícil digestão, tais
como mandíbula, pêlos e queratina, além de pedaços do exoesqueleto de
artrópodes (TEIXEIRA E MELO, 2000). Assim, é possível identificar praticamente
todos os itens consumidos por ela, analisando o conteúdo das pelotas regurgitadas,
não sendo necessário sacrificar o animal para analisar sua dieta.
A variação temporal na abundância dos indivíduos de uma população ocorre
de acordo com algumas vaiáveis, tais como, temperatura, estações chuvosa e seca,
disponibilidade de recursos alimentares e predação (FORATTINI, 2004). Este fato
nos ajuda a entender o porquê da ocorrência de variação temporal nos itens
alimentares de muitos animais. Em um estudo realizado por Motta-junior e Alho
(2000), foi encontrada variação temporal na alimentação de S.cunicularia, para a
maioria dos grupos de insetos consumidos, porem não houve variação temporal
para o consumo de roedores, os quais representaram a maioria dos vertebrados
consumidos. Contreras et al.(1994), também identificaram variação temporal na
dieta da coruja buraqueira, já Bastian et al. (2008), e Teixeira e Melo (2008), não
encontraram variação temporal na dieta desta coruja.
Segundo dados do INPE (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS
ESPACIAIS, 2010) a estação chuvosa ocorre na região de floresta atlântica
nordestina entre os meses de Abril e setembro e a estação seca ocorre nos meses
de Outubro a Março.
Ainda não há trabalhos publicados referentes à alimentação e variação
temporal dos itens consumidos por S. cunicularia no Estado de Pernambuco, assim,
este trabalho disponibilizará as primeiras informações referentes a estes parâmetros
alimentares da referida espécie para este Estado.
12
Revisão Bibliográfica
Segundo Pough et al. (2008), a Classe Aves é formada por 22 ordens,
divididas em 197 famílias e 9631 espécies. Dentre as ordens, Passeriformes é a
mais abundante, sendo formado por 5681 espécies, o que representa
aproximadamente 59% de todas as espécies de aves existentes. O grupo Aves
apresenta ampla distribuição geográfica, estando distribuída por todos os
continentes. Este grupo tem como característica diagnóstica a presença de penas e
é um dos únicos grupos de organismos vivos que tem a capacidade de voar, assim
como morcegos e insetos (RUPPERT, 2005)
As aves estão presentes nos vários ecossistemas brasileiros e, de acordo,
com o tipo de ambiente onde vivem podem ser agrupadas em quatro categorias.
Aves silvícolas (vivem em ambientes de mata fechada). Aves aquáticas (vivem em
ambientes de água doce ou salobra, como rios, lagos e banhados). Aves marinhas,
as quais dependem do mar para obter alimento ou das ilhas para se reproduzirem e
aves limnícolas (aves que freqüentam córregos de água como manguezais e
lagunas, alimentando-se de pequenos organismos retirados do fundo lodoso com o
bico (SICK, 1997).
De acordo com o hábito alimentar, podemos agrupar as aves em: frugívoras,
alimentando-se de frutos. Granívoras, que se alimentam de grãos e sementes.
Insetívoras, a qual a principal fonte de alimento é insetos. Nectarívoras, aquelas que
usam como a principal fonte alimentar o néctar das flores. Carnívoras, Aves que se
alimentam de carne de animais vivos. Piscívoras, os grupos que tem como fonte
alimentar principal, peixes. Necrófagas, que se alimentam de carne de animais
mortos e onívoras, Aves que possuem hábitos generalistas apresentando uma
alimentação bastante diversificada (SICK, 1997).
As corujas são Aves pertencentes à ordem Strigiformes, possuindo
duas famílias, Tytonidae que é representada por apenas uma espécie (Tyto alba) e a
família Strigidae, a qual é formada por 185 espécies, dentre estas, Speotyto
cunicularia (Pough 2008). As corujas possuem distribuição cosmopolita, ocorrendo
até em regiões polares. Possuem hábitos noturnos, com exceção de Speotyto
cunicularia e Asio flameus que apresentam hábitos diurnos. (SIGRIST, 2007; SICK,
1997). São predadores noturnos vorazes em sua grande maioria, possuindo uma
adaptação na plumagem, que é extremamente macia, propic
silencioso, ideal para a vida crepuscular
que tanto poderiam trair a coruja em sua caçada quanto atrapalhar a orientação
acústica da própria Ave.
localizar suas presas (SIGRIST
Figura 1: Indivíduos de
uma pelota e as estruturas provenientes da triagem desta.
Figura 2: Indivíduos de
adaptação na plumagem, que é extremamente macia, propic
silencioso, ideal para a vida crepuscular-noturna, já que elimina efeitos ultra
que tanto poderiam trair a coruja em sua caçada quanto atrapalhar a orientação
acústica da própria Ave. Elas dispõem de excelente audição e boa visão para
SIGRIST, 2007).
Indivíduos de Speotyto cunicularia forrageando (a esquerda
e as estruturas provenientes da triagem desta.
: Indivíduos de Speotyto cunicularia refugiados na toca.
13
adaptação na plumagem, que é extremamente macia, propiciando um vôo
noturna, já que elimina efeitos ultra-sônicos
que tanto poderiam trair a coruja em sua caçada quanto atrapalhar a orientação
ispõem de excelente audição e boa visão para
a esquerda); a direita
refugiados na toca.
14
A coruja buraqueira, Speotyto cunicularia possui uma plumagem
freqüentemente cor de terra, um tamanho de aproximadamente 23 centímetros
(Figura 1). O seu canto é caracterizado por um grito forte e rouco. Os filhotes
ameaçam intrusos com um chocalhar que se assemelha bastante ao barulho emitido
pelo guizo da cascavel, o que pode amedrontar um predador. Um indivíduo pode
ocupar varias tocas, refugiando-se em uma delas quando aparece um predador
maior (Figura 2). (SICK, 1997).
Objetivo Geral
Verificar quais são os organismos consumidos por Speotyto cunicularia,
analisando se há ocorrência de variação temporal destes itens.
Objetivos Específicos
1: verificar quais organismos compõem a dieta de S. cunicularia.
2: analisar a influência das estações chuvosa e seca na dieta de S.cunicularia.
3: Avaliar a variação temporal da dieta ao longo do ano.
Hipóteses
Espera-se que a dieta de Speotyto cunicularia seja composta tanto por
vertebrados, quanto por invertebrados, havendo um maior consumo de insetos,
dentre estes a ordem Coleoptera será o grupo mais consumido.
Haverá uma variação dos itens consumidos por Speotyto cunicularia ao longo
do ano e de acordo com as estações chuvosa e seca.
15
Materiais e métodos
Área de estudo:
O município de Vitória do Santo Antão, 8°7’35’’S, 35º18’27’’W, está situado na
Região da Zona da Mata Sul (SECTMA 2002) do Estado de Pernambuco (figura 3).
Possui uma área de 372km² e população de 121.269 habitantes sendo 99.344
habitantes vivendo na zona urbana.
Figura 3: Localização de Vitória de Santo Antão no estado de Pernambuco.
O estudo foi desenvolvido na região urbana da cidade, em uma paisagem
formada por vegetação rasteira, composta principalmente por gramíneas, poaceas,
ciperáceas e alguns locais sem vegetação, além disto, havia a presença de um
pequeno lago que estava localizado a aproximadamente 40 metros das tocas
ocupadas por Speotyto cunicularia e do Rio Tapacurá que se localiza a
aproximadamente 60 metros da área de coleta. Também havia alguns formigueiros
bem próximos as tocas.
Métodos:
O estudo foi realizado entre Outubro de 2008 e Outubro de 2009,
sendo desenvolvido por meio da analise dos regurgitos de três indivíduos de
16
Speotyto cunicularia que ocupavam três tocas com aproximadamente 30 metros de
distância entre si. As pelotas foram coletadas semanalmente durante os 13 meses.
As pelotas de todos os indivíduos foram coletadas próximas as tocas e
armazenadas juntas em pequenos potes plásticos, a partir daí, a análise dos
regurgitos foi realizada pela lavagem destes em água corrente com o auxílio de uma
peneira e uma pinça, em seguida foram armazenadas em um recipiente com papel
toalha para secagem e posteriormente ocorreu a triagem dos itens consumidos.
Prosseguido com a identificação destes itens através da analise de mandíbula,
pêlos, penas e estruturas ósseas (vertebrados) e através da analise de élitros,
pernas, antenas e tagmas (artrópodes). Os grupos encontrados foram quantificados
da seguinte forma: cada vertebrado foi considerado um indivíduo contando-se os
pares simétricos de mandíbula e quando não existiam os pares simétricos, cada
hemi-mandíbula foi considerada como sendo um indivíduo. Nas coletas em que
apareceram ossos, mas não apareceram estruturas ósseas que caracterizassem
algum grupo de vertebrado, estes itens foram contabilizados como sendo de um
individuo de vertebrado não identificado (VNI). Os insetos foram quantificados a
partir de pares de élitros e cabeças. Os insetos que não puderam ser agrupados em
nenhuma ordem desta classe, foram contabilizados como sendo insetos não
identificados (INI). Todos os grupos foram classificados no menor nível taxonômico
possível, com a ajuda de especialistas em cada grupo e comparando-os com os
organismos armazenados no laboratório de zoologia da UFPE.
Para verificar se ocorre variação temporal significativa dos itens consumidos
por S. cunicularia e se estes itens diferem entre as estações chuvosa e seca foi
utilizado o teste estatístico GLM (Modelo linear generalizado). Logaririmizou-se as
freqüências de observação para garantir a homogeneidade entre as variantes.
Resultados
Em 13 meses de coleta de dados, foram encontrados 246 regurgitos, nos
quais estavam presentes como itens consumidos por Speotyto cunicularia, tanto
vertebrados quanto invertebrados. Os vertebrados foram representados por 71
indivíduos, pertencentes a quatro classes. Já os invertebrados tiveram 2288
indivíduos consumidos pertencentes ao filo arthropoda que consistiam quase que
17
exclusivamente da Classe Insecta, com destaque para a Família Formicidae (com
988 ocorrências na estação chuvosa, e 747 na estação seca) e para a Ordem
Coleoptera (com 173 ocorrências na estação chuvosa e 247 na estação seca).
Tabela 1: Freqüência absoluta de Vertebrados consumidos por S. cunicularia
ao longo do ano e de acordo com as estações chuvosa e seca, na cidade de Vitória
de Santo Antão, Pernambuco.(VNI: vertebrados não identificados).
Ano Mês Estação Reptilia Rodentia Anura Aves Didelphi- Morphia
Chiroptera VNI Total
2008 Outubro Seca 0 0 0 0 0 0 4 4
2008 Novembro Seca 0 1 0 0 0 0 3 4
2008 Dezembro Seca 3 1 2 0 0 0 1 7
2009 Janeiro Seca 2 0 2 0 0 0 1 5
2009 Fevereiro Seca 1 4 4 1 1 0 1 12
2009 Março Seca 2 1 2 1 0 0 1 7
2009 Abril Chuvosa 0 0 1 0 0 0 1 2
2009 Maio Chuvosa 2 1 1 0 1 0 2 7
2009 Junho Chuvosa 0 0 2 0 0 1 0 3
2009 Julho Chuvosa 1 0 3 0 0 0 1 5
2009 Agosto Chuvosa 2 0 0 0 0 0 3 5
2009 Setembro Chuvosa 1 0 0 1 0 0 1 3
2009 Outubro Seca 1 4 2 0 0 0 0 7
Total
15 13 19 03 02 01 19 71
Os vertebrados foram representados pelas classes Mammallia, Reptilia, Aves
e Amphibia e pelo grupo de VNI (vertebrados não identificados). A classe Mamallia
teve como representantes as ordens Chiroptera (um indivíduo) pertencente à família
Vespertilionidae, Didelphimorphia com dois indivíduos (Didelphidae) e Rodentia que
foi à ordem mais abundante com 12 indivíduos, pertencentes às famílias Cricetidade
(10 indivíduos) e Muridae (2 indivíduos).(tabela 1).
A Classe Amphibia teve representantes apenas da Ordem Anura e foi o grupo
de vertebrados mais abundante. A classe Reptilia foi representada apenas pela
Ordem Squamata (Iguania), sendo o segundo grupo de vertebrado mais abundante.
A Classe Aves apareceu três vezes na coleta, sendo um indivíduo pertencente à
ordens Passeriformes.(tabela 1).
18
Tabela 2: Freqüência absoluta de invertebrados presentes na dieta de
S.cunicularia ao longo do ano e entre as estações Chuvosa e Seca no município de
Vitoria de Santo Antão, Pernambuco. (INI: insetos não identificados).
Ano
Mês Estação Formicidae Ortoptera Araneae Coleoptera INI Total
2008 Outubro Seca 192 2 0 24 4 222
2008 Novembro Seca 75 6 0 23 30 134
2008 Dezembro Seca 129 2 0 16 22 169
2009 Janeiro Seca 106 2 0 21 21 150
2009 Fevereiro Seca 33 2 0 46 8 89
2009 Março Seca 122 0 0 51 7 180
2009 Abril Chuvosa 61 0 0 13 0 74
2009 Maio Chuvosa 355 0 1 61 0 417
2009 Junho Chuvosa 122 0 0 22 0 144
2009 Julho Chuvosa 249 0 0 35 0 284
2009 Agosto Chuvosa 141 1 0 21 4 167
2009 Setembro Chuvosa 60 0 0 21 1 82
2009 Outubro Seca 90 1 0 76 9 176
Total 1735 16 1 430 106 2288
Os invertebrados foram representados por Araneae, a qual apareceu apenas
uma vez durante os meses de coleta e os demais itens desse grupo consistiam em
insetos, os quais tiveram como representantes a Família Formicidae, e as Ordens
Coleoptera e Ortoptera, alem destes houve a ocorrência do grupo insetos não
identificados (INI), este ultimo consistia em duas morfoespécies aparentemente
pertencentes a mesma ordem.
Em relação a quantidade de insetos consumidos, Formicidae foi o item mais
abundante com 1735 (77%) indivíduos pertencentes a 30 morfoespécies. Coleoptera
foi o segundo item mais abundante, o qual foi representado por 375 (16,7%)
indivíduos, além disto, este grupo foi o mais diverso com 75 morfoespécies. O
terceiro grupo mais abundante foi INI, sendo representado por 128 (5,7%) indivíduos
e duas morfoespécies, Ortoptera apareceu apenas 12 (0,54%) vezes , sendo entre
os insetos o quarto grupo mais abundante e o terceiro mais diverso, o qual tinha
como representantes três morfoespécies (Tabela 2).
19
Não ocorreu diferença significativa dos itens consumidos por Speotyto
cunicularia ao longo do ano. Porem houve diferença significativa em relação às
estações chuvosa e seca (Gl= 5; F= 48.25 e P< 0,001)(Tabela 1). A ordem Ortoptera
foi mais abundante durante a estação seca e INI foi mais abundante durante a
estação chuvosa (figura 3). Os demais itens não variaram durante as estações.
Figura 4: Variação dos itens alimentares consumidos por Speotyto cunicularia de
acordo com os meses do ano e as estações chuvosa e seca no município de Vitoria
de Santo Antão, Pernambuco.
Dentre os vertebrados, Rodentia esteve presente em todos os meses da
estação seca e em apenas dois meses da estação chuvosa. Anura esteve presente
em quase todos os meses do trabalho, estando presente tanto na estação seca
quanto na chuvosa. Didelphimorphia esteve presente nos meses de Fevereiro e
Maio, aparecendo uma vez em cada estação. Chiroptera foi registrado apenas no
período chuvoso. Squamata foi representado entre os meses de Dezembro de 2009
e Março de 2010, em Maio de 2010 e entre Julho e Outubro de 2010, em ambas as
estações. O grupo Aves ocorreu nos meses de fevereiro, Março e Setembro de 2010
(Figura 4).
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
Se
ca
Se
ca
Se
ca
Se
ca
Se
ca
Se
ca
Ch
uvo
sa
Ch
uvo
sa
Ch
uvo
sa
Ch
uvo
sa
Ch
uvo
sa
Ch
uvo
sa
Se
ca
OutubroNovembroDezembroJaneiroFevereiroMarço Abril Maio Junho Julho AgostoSetembroOutubro
2008 2008 2008 2009 2009 2009 2009 2009 2009 2009 2009 2009 2009
quantidade de itens consumidos
Reptilia Rodentia
Anura Aves
Didelphimorphia Chiroptera
VNI
20
Figura 5: Variação mensal e entre as estações chuvosa e seca dos
invertebrados consumidos por Speotyto cunicularia no município de Vitoria de Santo
Antão, Pernambuco.
Entre os invertebrados, Formicidae e Coleoptera estiveram presentes durante
os 13 meses de coleta, sendo mais abundantes durante a estação chuvosa.
Araneae esteve presente no mês de maio (estação chuvosa), Ortoptera apareceu de
Outubro de 2009 a fevereiro de 2010 e nos meses de Agosto e Outubro de 2010. INI
foram representados na dieta de Speotyto cunicularia de Outubro de 2009 a Março
de 2010 e de Agosto a Outubro de 2010. Ambos foram bem mais abundantes
durante a estação seca (Figura 5).
Discussão
O fato de estarem presentes na dieta de Speotyto cunicularia todos os grupos
de vertebrados terrestres e os invertebrados consistirem quase que exclusivamente
da Classe Insecta, reforçam os resultados encontrados por (CONTRERAS et al.,
1994; MESERVE et al., 1987; MOTTA-JUNIOR 2006; MOTTA-JUNIOR & ALHO,
2000; NABTE et al., 2008; TEIXEIRA E MELO, 2000;VIEIRA E TEIXEIRA 2008;
WILEY 1998; YORK et al. 2002; ZÍLIO 2006) que afirmaram que a dieta de S.
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Formicidae Ortoptera
Araneae Coleoptera
INI
21
cunicularia é composta por Anfíbios, repteis, aves, mamíferos e insetos, sendo este
grupo predominante na alimentação desta espécie.
A baixa freqüência de vertebrados na dieta de S. cunicularia pode estar
associada a menor disponibilidade destes itens no ambiente em relação aos
invertebrados. A abundância de insetos no ambiente deve ter possibilitado a captura
de um aporte energético satisfatório, frente à não utilização de vertebrados que deve
ser um recurso teoricamente de maior exigência energética para sua captura e
manipulação. Além disso, a manipulação de presas por esta coruja como a retirada
das penas de aves, e o consumo de apenas algumas partes das presas são
comportamentos que levam dificuldade da detecção de vertebrados nas pelotas
(Zílio, 2006).
Speotyto cunicularia possui uma dieta generalista, ou seja, dentre os
possíveis itens que podem ser utilizados em sua alimentação predomina o que
ocorre em maior abundância no seu habitat (BASTIAN et al. 2008, NABTE et al.,
2008, SANCHES, 2004; TEIXEIRA E MELO, 2000, YORK et al., 2002). Este fato
pode ser utilizado como explicação para a abundância da Família Formicidae dentre
os itens consumidos, já que nas proximidades das tocas onde foram coletados os
regurgitos, há a ocorrência de alguns formigueiros.
Segundo Ruppert et al (2005), a Classe Insecta é a mais diversa em número
de espécies, possuindo por volta de 1.000.000 de representantes. Dentro desta
Classe, a Ordem Coleóptera é a mais representativa em diversidade, este fato é
corroborado nos resultados encontrados no trabalho, pois Coleoptera foi muito mais
diverso que os outros grupos de organismos consumidos, mesmo sendo muito
menos abundante que a Família Formicidae.
Um fato que pode explicar a maior ocorrência da Ordem Anura entre os
grupos de vertebrados consumidos deve estar relacionado às características do
ambiente habitado pela coruja buraqueira neste estudo. Como já foi mencionado,
nas proximidades das tocas onde foram coletados os regurgitos, há a presença de
um pequeno lago e do rio Tapacurá. Anuros são animais que habitam locais úmidos
(POUGH, 2008), assim este grupo de vertebrados deveria ser mais abundante nas
22
proximidades das tocas destas corujas que os outros grupos de vertebrados
consumidos.
Segundo Reis et al (2006), a família Cricetidae é a mais diversificada dentre
as famílias de roedores do Brasil, com 117 espécies em 36 gêneros, todos
agrupados em uma única Subfamília neotropical, Sigmodontinae. Sendo S.
cunicularia uma ave generalista, a grande diversidade deste grupo de roedores
talvez explique o porquê de esta família ter sido bem mais representativa que a
família Muridae.
A variação dos recursos consumidos entre as estações seca e chuvosa deve
ter ocorrido devido a uma alteração na disponibilidade destas presas, como a
espécie possui hábito generalista deve ter ocorrido o consumo destes itens de
acordo com a variação de disponibilidade no ambiente. Uma ilustração disso é o
consumo de roedores mais marcado na estação seca, provavelmente é um período
de redução da disponibilidade de insetos e assim, energeticamente deve ser mais
eficiente investir energia na captura e manipulação de presas maiores nesta época.
O consumo de morcego, que não é um item comum pra esta espécie de
coruja, pode ter sido facilitado pelo tamanho, pois se trata de uma espécie de
pequeno porte. Além disso, o consumo de um item isolado ao longo de vários
meses, pode retratar oportunismo do predador, então, sugere-se que além de hábito
generalista, Speotyto cunicularia possa ser oportunista.
Considerações finais
Os resultados aqui apresentados corroboram vários aspectos retratados em
literatura sobre a dieta de Speotyto cunicularia. Na região de estudo, esta espécie
sugere ter hábito alimentar generalista, mostrado pelos resultados expostos,
especialmente pela variação dos itens alimentares de acordo com a estação do ano.
A variação de itens consumidos ao longo de diferentes estações não é uma
estratégia que espécies especialistas podem executar. Assim, provavelmente a
variação temporal observada na dieta de Speotyto cunicularia neste estudo seja
conseqüência de seu hábito generalista, consumindo o item que estiver disponível,
dentro da sua habilidade de caça. O trabalho também mostra resultados que
23
sugerem hábito alimentar oportunista, mas para confirmar esta possibilidade, devem
ser realizados estudos ao longo de prazos maiores na região.
Este trabalho disponibilizará as primeiras informações referentes a
alimentação de S. cunicularia, tanto para o estado de Pernambuco quanto para o
Nordeste, assim, os resultados deste trabalho iniciam o conhecimento da dinâmica
biológica da região e pode colaborar dessa forma com a elaboração de propostas
efetivas de conservação futuramente.
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