UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ENSINO DE FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE FÍSICA
RENATO DALZOTTO
ELABORAÇÃO DE UM CADERNO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS PARA O ESTUDO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA
PONTA GROSSA 2016
RENATO DALZOTTO
ELABORAÇÃO DE UM CADERNO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS PARA
O ESTUDO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Polo 35 do MNPEF, no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio da Costa Saab Coorientador: Prof. Dr. André Maurício Brinatti
PONTA GROSSA 2016
Dedico esta dissertação a todos os meus familiares, pelo apoio prestado em
todos os momentos da minha vida.
Agradecimentos A Deus, por todas as conquistas que tem me possibilitado alcançar. Aos meus professores orientadores, Sérgio da Costa Saab e André Maurício Brinatti, pelas orientações prestadas, desde o curso de graduação até esse momento. A todos os professores do Departamento de Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que a vários anos vem mostrando grande dedicação ao ensino da Física. A todos os colaboradores e alunos do SENAI em Ponta Grossa, por abrir as portas para que esse trabalho pudesse ter sido realizado. Aos meus familiares, pelo apoio e compreensão durante a fase de elaboração desse projeto.
RESUMO ELABORAÇÃO DE UM CADERNO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS PARA
O ESTUDO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA
Renato Dalzotto
Orientador: Prof. Dr. Sérgio da Costa Saab
Coorientador: Prof. Dr. André Maurício Brinatti
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Polo 35 do MNPEF, no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física
O funcionamento de circuitos elétricos básicos é um tema importante para o ensino da Física, pois grande parte da tecnologia atual está baseada no funcionamento desses circuitos. Esse trabalho tem o objetivo de propor atividades práticas para o estudo de circuitos elétricos de corrente contínua. As atividades foram aplicadas com alunos de uma escola de educação profissional, visando o desenvolvimento de capacidades básicas, tais como: interpretação de diagramas elétricos, utilização do multímetro digital, reconhecimento de componentes e a compreensão do funcionamento dos circuitos. Nem sempre existe nas escolas um laboratório adequado para a realização dessas atividades. Pensando nisso, esse trabalho propõem a construção de um painel didático que possa ser utilizado em sala de aula. Nesse painel, foram fixados uma fonte de tensão e componentes diversos. Para a fonte de tensão, foi proposto o reaproveitamento de fontes de computador. Atualmente, há muitos computadores que já estão fora de uso ou obsoletos, o reaproveitamento dessas fontes pode ser uma alternativa de baixo custo para a construção de materiais didáticos. O planejamento das tarefas teve como objetivo favorecer a aprendizagem significativa, para isso, foi adotada como referência a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel. Todas as tarefas e instruções foram reunidas em um caderno de atividades que ficará à disposição para uso dos professores.
Palavras-chave: Ensino de Física, Aprendizagem Significativa, Painel Didático.
Ponta Grossa Setembro de 2016
ABSTRACT
PREPARATION OF A BOOK OF EXPERIMENTAL EXERCISES FOR THE
STUDY OF ELECTRICAL CIRCUITS OF DIRECT CURRENT
Renato Dalzotto
Supervisor(s): Sérgio da Costa Saab André Maurício Brinatti
Abstract of master’s thesis submitted to Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Polo 35 do MNPEF, no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), in partial fulfillment of the requirements for the degree Mestre em Ensino de Física. The operation of basic electrical circuits is an important issue for the teaching of physics, as much of the current technology is based on the operation of these circuits. This project aims to propose practical activities for the study of electrical circuits of direct current. The activities were applied with students from a vocational education school, for the development of basic skills, such as electric diagrams interpretation, use of digital multimeter, components recognition and circuits operation understanding. Not always available in schools a suitable laboratory to perform these activities. Thinking about it, this paper proposes the construction of a didactic panel that can be used in the classroom. In this panel, was set a voltage source and components. For the supply voltage was proposed the reuse of computer sources. Currently, there are many computers that are already out of use or obsolete, the reuse of these sources can be a low cost alternative for teaching materials construction. The planning of tasks aimed to foster meaningful learning, for that, the Theory of Meaningful Learning of David Ausubel was adopted as reference. All tasks and instructions were gathered in an activity book that will be available for teachers use.
Keywords: Physics education, meaningful Learning, teaching Panel
Ponta Grossa Setembro de 2016
Sumário Capítulo 1 - Introdução ..................................................................................................... 8
Capitulo 2 – Descrição do problema .............................................................................. 10 Capitulo 3 - Referencial Teórico .................................................................................... 14
3.1 Teoria da Aprendizagem Significativa ................................................................. 14 3.2 Produção de material didático para o estudo de circuitos elétricos ...................... 22 3.3 Circuitos elétricos ................................................................................................. 27
3.3.1 Equação dos geradores .................................................................................. 27 3.3.2 Resistência equivalente das associações de resistores ................................... 28
Resistores em série ............................................................................................. 29 Resistores em paralelo ........................................................................................ 30
Diodos (noções básicas): ........................................................................................ 32
Diodo com polarização direta ............................................................................. 36 Diodo com polarização reversa .......................................................................... 36
Capacitores ............................................................................................................. 37
Capacitores em série ........................................................................................... 40 Capacitores em paralelo...................................................................................... 42 Tempo de carga e descarga dos capacitores ....................................................... 43
Capitulo 4 – Materiais e Métodos .................................................................................. 47
4.1 Descrição do local onde o projeto foi desenvolvido............................................. 47 4.2 Planejamento das atividades ................................................................................. 49
4.3 Montagem do painel didático ............................................................................... 51 4.4 Uso da fonte de computador como fonte didática ................................................ 57
Capítulo 5 - Resultados e discussões .............................................................................. 60
5.1 Associação de resistores ....................................................................................... 60
5.1.1 Associação de lâmpadas em série .................................................................. 60 5.1.2 Associação de lâmpadas em paralelo ............................................................ 67 5.1.3 Associação de lâmpadas no circuito misto .................................................... 71
5.2 Conceito da resistência elétrica ............................................................................ 75 5.3 Resistência Equivalente ........................................................................................ 76
5.3.1 Resistência equivalente da associação em série ............................................ 77 5.3.2 Resistência equivalente da associação em paralelo ....................................... 79
5.4 Conhecendo o diodo ............................................................................................. 81 5.4.1 Introdução ao diodo ....................................................................................... 81 5.4.2 Comportamento do diodo ao variar a tensão ................................................. 84
5.5 Capacitores ........................................................................................................... 88 5.5.1 Introdução ao capacitor ................................................................................. 89
5.5.2 Noção de capacitância ................................................................................... 91
5.5.3 Associação de capacitores ............................................................................. 94
5.6 Localizar os erros.................................................................................................. 96 Capitulo 6 – Conclusões ................................................................................................. 99 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 102 Apêndice A – Lista de componentes ............................................................................ 106 Apêndice B – Simbologia ............................................................................................. 108
Apêndice C – “Layout” do painel didático .................................................................. 109 Apêndice D – Medidas do painel didático ................................................................... 110 Anexo A – Caderno de atividades ................................................................................ 112
8
Capítulo 1 - Introdução
Um circuito elétrico é formado cada vez que um equipamento elétrico é conectado
em uma tomada ou bateria. Dentro dos equipamentos eletrônicos também existem muitos
circuitos elétricos, sabendo disso, é possível concluir que a maioria das pessoas utilizam
os circuitos elétricos do início ao fim do dia. Por exemplo, uma pessoa é despertada pelo
relógio do telefone celular, em seguida acende a luz e liga a cafeteira elétrica para fazer
café, durante o dia, realiza outras atividades, tais como: ligar a televisão, utilizar o
computador, acionar a chave de ignição do automóvel, usar o chuveiro, e outras. Assim,
podemos facilmente constatar que o uso da energia elétrica está incorporada na rotina da
maioria das pessoas.
Para compreender corretamente o funcionamento dos circuitos elétricos é
necessário conhecer as grandezas elétricas e suas unidades de medida, esse conhecimento
pode ser útil em várias situações do dia a dia. Por exemplo, no momento de comprar um
aparelho elétrico, a pessoa precisa saber se a tensão elétrica deve ser de 127 ou 220 volts,
ou ainda, se esse equipamento precisará de uma tomada com capacidade de corrente de
10 ou 20 ampères. O conhecimento básico sobre os circuitos elétricos também pode
ajudar a evitar os perigos causados pelo uso errado da energia elétrica. Devido a isso, o
estudo dos circuitos elétricos é um tema bastante importante no ensino da Física. Em
cursos de formação profissional, o estudo dos circuitos elétricos se torna ainda mais
importante, pois é a base para a formação de muitos profissionais, tais como: engenheiros,
físicos, eletrotécnicos, técnicos em eletrônica, e outros.
O uso frequente dos equipamentos eletroeletrônicos não é suficiente para que as
pessoas estejam familiarizadas com os conceitos envolvidos. Ao estudar os circuitos
elétricos, os estudantes se deparam com algumas dificuldades, é comum a confusão entre
as unidades de medida, como volts e watts, ou ainda confusão entre as grandezas tensão
e corrente elétrica. Na escola, se o ensino for excessivamente abstrato, os estudantes
podem ficar desmotivados ou não conseguem estabelecer relações do tema em estudo
com seus conhecimentos prévios. Quando o tema circuitos elétricos é estudado somente
na teoria, os alunos não tem a oportunidade de conhecer os componentes e observar o
funcionamento dos circuitos. Nesse caso, os educandos recebem várias informações, mas
9
não utilizam essas informações para analisar um circuito elétrico real. A experimentação
é algo que deveria fazer parte do processo de ensino-aprendizagem.
É indispensável que a experimentação esteja sempre presente ao longo de todo
o processo de desenvolvimento das competências em Física, privilegiando-se
o fazer, manusear, operar, agir, em diferentes formas e níveis. É dessa forma
que se pode garantir a construção do conhecimento pelo próprio aluno,
desenvolvendo sua curiosidade e o hábito de sempre indagar, evitando a
aquisição do conhecimento científico como uma verdade estabelecida e
inquestionável. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA, 2002, p. 37).
Ao propor atividades práticas com circuitos elétricos, os professores poderão
encontrar algumas dificuldades, uma delas é a falta de tempo, pois algumas atividades
demandam um tempo maior do que os cinquenta minutos previstos para uma aula de
Física. Outro problema é que nem sempre os professores tem a sua disposição os recursos
necessários, tais como: fonte de alimentação, componentes, protoboard, e outros. Uma
maneira de amenizar esse problema é fazer o uso dos simuladores computacionais.
Existem excelentes programas de computador que simulam os circuitos elétricos,
conforme foi relatado no trabalho de Moreira L.; Moreira M. e dos Santos (2014), e
também no trabalho de Moraes e Teixeira (2005). Para a montagem de circuitos reais,
uma prática bastante comum é o uso de painéis didáticos, essa pratica é bastante comum
em cursos de formação profissional e também foi a estratégia adotada pelos autores:
Moreira L.; Moreira M. e dos Santos (2014), Moraes e Teixeira (2005), Silva (2011) e
também Chiquito e et al. (2006).
Conforme Moreira M.A. (2015): “A Física hoje é teoria, experimentação e
computação”. Sendo assim, é necessário oferecer subsídios para o planejamento de aulas
em que os alunos possam montar, ligar e testar os circuitos básicos, para que a partir da
experiência, os educandos possam atribuir significado aos conceitos que estão estudando.
Com esse projeto, a intenção é oferecer mais uma opção para as atividades práticas com
circuitos elétricos, também serão relatados algumas experiências realizadas em turmas de
cursos técnicos. Como alternativa de material didático, será proposto a construção de um
painel didático, para fornecer tensão aos circuitos, será proposto o reaproveitamento de
fontes de computadores em desuso.
Nesse trabalho, também serão destacados alguns conceitos da Teoria da
Aprendizagem Significativa de David Ausubel.
10
Capitulo 2 – Descrição do problema
Ao trabalhar na escola com o tema “circuitos elétricos”, o processo de ensino-
aprendizagem deve possibilitar que o aluno seja capaz de: compreender o funcionamento
dos circuitos, reconhecer as funções de cada componente no circuito, identificar e calcular
o valor das grandezas envolvidas. Nos cursos de formação profissional, o educando deve
adquirir algumas capacidades específicas, como exemplos: realizar medidas com o
multímetro, efetuar ligações seguindo diagramas, identificar defeitos e projetar circuitos.
Devido a experiência pessoal na educação profissional, foi possível perceber que surgem
muitas dúvidas e dificuldades durante o processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo,
há estudantes que apresentam dificuldade em conceituar as grandezas elétricas, em alguns
casos há confusão entre os conceitos, principalmente tensão e corrente elétrica. Essas
dificuldades também são relatadas por Moreira L.P. (2014a):
Trabalhando muitos anos como professor de Física e, em especial, com o
conteúdo de Eletromagnetismo, foi possível perceber as dificuldades que os
alunos encontram em entender e articular os conceitos envolvidos nesse
conteúdo disciplinar. A confusão na percepção de diferenças principalmente
entre tensão e corrente elétrica é muito grande. As concepções que os alunos
carregam dificultam novos entendimentos e eles acabam “vendo o que pensam
e não o que deve ser visto”. Pode-se dizer também que a linguagem do dia a
dia não colabora para a aquisição de novos conceitos científicos. (MOREIRA,
L.P., 2014a, p. 19).
Durante as aulas práticas também ocorrem duvidas na interpretação da simbologia
e dos diagramas. Aqui será relatado um caso como exemplo, os discentes estavam
utilizando um circuito integrado (CI) para efetuar a montagem de um circuito eletrônico
digital. Ao efetuar as ligações, os estudantes ligaram entre si todos os terminais, ou seja,
colocaram em curto-circuito todos os pinos do circuito integrado. Foi questionado os
alunos se aquelas ligações estavam corretas, e todos eles afirmaram que não havia erro.
Na verdade, havia uma falha que certamente comprometeria todo o circuito. Nesse caso,
ficou evidente que os alunos ainda não haviam compreendido como era o funcionamento
do circuito e também não estava interpretando corretamente a simbologia. Dificuldades
na interpretação da simbologia também são relatadas por Moreira L.P. (2014a):
O item que mais chamou a atenção foi à utilização do símbolo de interruptor,
que teve de ser trocado por uma simulação. Os estudantes inicialmente não
entendiam o símbolo estático e não percebiam que a simbologia também
poderia representar o dispositivo na posição fechada. Isso foi algo que se
11
mostrou da mesma forma durante todas as etapas. (MOREIRA, L.P., 2014a, p.
55).
Para a formação profissional é de grande importância o uso correto do multímetro
para fazer medidas elétricas e analisar o funcionamento dos circuitos. Durante a
experiência pessoal com educação profissional, foi possível perceber algumas dúvidas
que os estudantes apresentam ao utilizar o multímetro. Frequentemente eles fazem
confusão entre corrente contínua e corrente alternada, selecionam a escala de forma
incorreta, inserem as pontas de prova na posição errada, etc. Uma dificuldade comum
ocorre no momento de medir a corrente elétrica, alguns alunos não lembram que o
amperímetro deve ser conectado em série com os componentes do circuito e colocam o
amperímetro em paralelo ocasionando curto circuito.
Quando o aprendiz não aprende corretamente os conceitos e procedimentos
básicos, todo o aprendizado fica comprometido. Na formação profissional há um sério
agravante, as atividades feitas de forma errada podem causar acidentes com choque e arco
elétrico. Por isso, é importante pensar nas possíveis causas para os problemas
apresentados. Alguns problemas de aprendizagem podem ser causados quando o processo
de ensino ocorre de maneira excessivamente abstrata.
O estudo da eletricidade é repleto de conceitos abstratos e de difícil
compreensão, tais como: campo elétrico, diferença de potencial, corrente
elétrica, entre outros. Um longo caminho é trilhado até que os estudantes
tenham conhecimento suficiente para entender o funcionamento dos circuitos
elétricos básicos, compostos de resistores associados em série, paralelo ou em
associação mista. O conteúdo é extenso e seu estudo é árduo, provocando
desinteresse de muitos alunos. (SILVA, 2011, p. 16).
Durante experiência profissional ministrando aulas de Física para o ensino médio,
foi possível perceber que nem sempre os alunos tem a oportunidade de conhecer os
componentes e os circuitos na sua forma real. Por exemplo: o estudante precisa calcular
um valor de capacitância, mas nunca viu um capacitor, outras vezes ele calcula a
resistência equivalente de uma associação de resistores, mas não conhece o aspecto físico
de um resistor. É necessário planejar situações em que o aprendiz possa identificar os
componentes, montar e testar o funcionamento dos circuitos elétricos. Assim, o aluno terá
condições de comparar a teoria com o circuito real.
12
Via de regra, os estudantes do Ensino Médio somente conseguem verificar
experimentalmente algumas leis físicas básicas quando ingressam na
universidade ou se fazem parte de um colégio/curso técnico. Por exemplo, é
familiar à maioria dos estudantes das últimas séries do Ensino Médio a
expressão U = RI, a famosa Lei de Ohm. Mas quantos deles já verificaram a
existência desta proporcionalidade entre corrente e voltagem para sistemas
ditos ôhmicos ou lineares? (CHIQUITO et.al., 2006, p. 76).
Na tabela 01 mostrada a seguir, há um resumo das principais dificuldades
apontadas nesse capítulo.
Temas de estudo Dificuldades no processo de ensino-
aprendizagem
Grandezas elétricas
Os estudantes fazem confusão entre as
grandezas elétricas e suas unidades de
medida.
Componentes de um circuito elétrico Os alunos não conhecem os componentes
na sua forma real.
Simbologia Falhas na interpretação da simbologia.
Diagramas elétricos Erros ao efetuar as ligações seguindo
diagrama elétrico.
Medidas elétricas Uso incorreto do multímetro para efetuar
medidas elétricas.
Tabela 1. Dificuldades no processo de ensino-aprendizagem de circuitos elétricos.
Para superar as dificuldades relacionadas na tabela 1, percebe-se que as atividades
práticas desempenham um papel muito importante. Muitas das capacidades somente
serão desenvolvidas se o educando tiver oportunidade de: montar, ligar, testar, aprender
com os erros, ver a teoria sendo colocada em pratica.
A experimentação, no ensino de Física, é importante metodologia de ensino
que contribui para formular e estabelecer relações entre conceitos,
proporcionando melhor interação entre professor e estudantes, e isso propicia
o desenvolvimento cognitivo e social no ambiente escolar; (PARANÁ, 2008,
p. 56).
Mas, é conhecido o fato de que muitas escolas não possuem recursos e ambientes
adequados para promover atividades práticas. Como superar essas dificuldades? De que
forma o professor poderá favorecer o aprendizado dos alunos? Como planejar uma
13
atividade prática de maneira segura e que possa ser realizada na sala de aula? Como
adequar as atividades ao tempo disponível? Na tentativa de responder a essas
inquietações, algumas referências foram estudadas para dar embasamento a esse projeto.
Essas referências serão apresentadas sucintamente no capítulo a seguir.
14
Capitulo 3 - Referencial Teórico
Desde o início desse projeto, foi percebido que as atividades práticas
desempenham uma função importante durante o estudo de circuitos elétricos. Para o
planejamento dessas atividades, alguns trabalhos de outros autores foram adotados como
exemplos. Nesses trabalhos, que serão apresentados nesse capítulo, os autores propõem a
construção de kits didáticos e também o uso de simuladores para o estudo de circuitos
elétricos.
As atividades práticas devem criar um contexto favorável para que os alunos
compreendam corretamente os conceitos envolvidos. É importante evitar aquela tarefa
que o aluno apenas siga o roteiro sem pensar no que está fazendo. Pensando nisso, foi
adotado como referência a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel. Essa
teoria de aprendizagem será apresentada sucintamente a seguir.
3.1 Teoria da Aprendizagem Significativa
A teoria da Aprendizagem Significativa foi desenvolvida inicialmente pelo norte
americano David Paul Ausubel (1918 – 2008) que foi um médico especializado em
psiquiatria. Mais tarde, outros autores também contribuíram para o desenvolvimento
dessa teoria, com destaque para Joseph Novak, que foi um dos colaboradores de Ausubel.
No Brasil, o grande divulgador dessa teoria é o físico Dr. Marco Antônio Moreira que é
professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A Teoria desenvolvida por Ausubel se enquadra como uma teoria cognitivista. De
acordo com Moreira e Ostermann (1999, p. 8) a linha cognitivista “trata principalmente
dos processos mentais, se ocupa da atribuição de significados, da compreensão,
transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na cognição”. A teoria da
Aprendizagem Significativa tenta explicar como ocorre o aprendizado do aluno, ou seja,
quais são os processos mentais envolvidos. Entre os conceitos essenciais estão:
aprendizagem significativa e aprendizagem mecânica, conhecimentos prévios
(subsunçores), estrutura cognitiva, organizador prévio e material potencialmente
significativo. A seguir, serão explicados sucintamente cada um desses conceitos.
15
Aprendizagem Significativa e Aprendizagem Mecânica
Para compreender melhor o conceito de aprendizagem mecânica, um exemplo
seria o caso de um estudante que decora enunciados de leis, equações e macetes para
resolver problemas na prova. Mas, não entende o real significado dos conceitos e não
consegue aplicar esse conhecimento em outros problemas semelhantes. Nesse exemplo,
há uma evidência de aprendizagem mecânica.
Contrastando com a aprendizagem significativa, Ausubel define aprendizagem
mecânica, ou automática, como sendo a aprendizagem de novas informações
com pouca ou nenhuma interação com conceitos ou proposições relevantes
existentes na estrutura cognitiva. Neste caso, a nova informação é armazenada
de maneira literal e arbitrária. (MOREIRA; OSTERMANN, 1999, p. 62).
Quando acontece somente aprendizagem mecânica, o conteúdo estudado não
produz mudanças significativas no conjunto de conhecimentos do aluno. Pouca coisa se
aproveita e o sujeito esquece facilmente aquilo que estudou. Para evitar que isso aconteça,
o processo de ensino-aprendizagem deve ser planejado para promover uma
aprendizagem significativa, que é o conceito central da teoria de Ausubel.
É importante reiterar que a aprendizagem significativa se caracteriza pela
interação entre conhecimentos prévios e conhecimentos novos, e que essa
interação é não-literal e não-arbitrária. Nesse processo, os novos
conhecimentos adquirem significado para o sujeito e os conhecimentos prévios
adquirem novos significados ou maior estabilidade cognitiva. (MOREIRA,
M.A., 2012, p. 6).
A aprendizagem significativa acontece quando o estudante adquire uma
informação nova e consegue relacionar essa informação com seus conhecimentos prévios.
Ou seja, a nova informação será “ancorada” a outros conceitos que o aluno já teria
aprendido anteriormente. Esse conhecimento prévio do sujeito é chamado de subsunçor
ou ideia âncora.
O subsunçor é, portanto, um conhecimento estabelecido na estrutura cognitiva
do sujeito que aprende e que permite, por interação, dar significado a outros
conhecimentos. Não é conveniente “coisificá-lo”, “materializá-lo” como um
conceito, por exemplo. O subsunçor pode ser também uma concepção, um
construto, uma proposição, uma representação, um modelo, enfim um
conhecimento prévio especificamente relevante para a aprendizagem
significativa de determinados novos conhecimentos. (MOREIRA, M.A., 2012,
p. 8).
16
Um exemplo de aprendizagem significativa poderia acontecer da seguinte
maneira: suponha que uma turma compreendeu corretamente a definição de corrente
elétrica, esse seria um conhecimento prévio, ou seja, um subsunçor. Em uma outra aula,
o professor relembra esse conceito junto com os alunos e mostra em um simulador que a
corrente elétrica pode ser contínua ou alternada. Nesse exemplo, o conhecimento prévio
que os alunos tinham a respeito da corrente elétrica, serviu como “âncora” para os
conceitos de corrente contínua e corrente alternada. Dessa maneira, teria ocorrido uma
interação do conhecimento novo com o conhecimento prévio. Observe que a
aprendizagem significativa promove mudança também nos conhecimentos prévios dos
estudantes, nesse exemplo, o subsunçor corrente elétrica passou a ser um conceito mais
bem elaborado, diferenciando-se do conceito que os estudantes tinham anteriormente.
A importância dos conhecimentos prévios (ou subsunçores)
A Teoria da Aprendizagem Significativa coloca em destaque a importância dos
conhecimentos prévios dos alunos para a aprendizagem de novos conceitos. De acordo
com Ausubel (1978) citado por Moreira e Ostermann (1999, p. 45): “Se tivesse que
reduzir toda a psicologia educacional a um só princípio, diria o seguinte: o fator isolado
mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Averigue
isso e ensine-o de acordo”.
O conhecimento prévio é, na visão de Ausubel, a variável isolada mais
importante para a aprendizagem significativa de novos conhecimentos. Isto é,
se fosse possível isolar uma única variável como sendo a que mais influencia
novas aprendizagens, esta variável seria o conhecimento prévio, os
subsunçores já existentes na estrutura cognitiva do sujeito que aprende.
(MOREIRA, M.A., 2012, p. 10-11).
O conjunto de conhecimentos que o indivíduo possui e a maneira como esses
conhecimentos estão organizados fazem parte da estrutura cognitiva desse indivíduo.
Essa estrutura poderá servir como ponto de partida para aquisição de novos
conhecimentos.
[...] ao falar em “aquilo que o aprendiz já sabe” Ausubel está se referindo à
“estrutura cognitiva”, ou seja, ao conteúdo total e organização das ideias do
indivíduo, ou, no contexto da aprendizagem de um determinado assunto, o
conteúdo e organização de suas ideias nessa área particular de conhecimentos.
(MOREIRA; OSTERMANN, 1999, p. 45).
17
Condições para a Aprendizagem Significativa
Se o estudante não tiver subsunçores adequados, as novas informações recebidas
poderão não fazer sentido algum, levando-o a uma aprendizagem mecânica. Como
exemplo poderia ser imaginada a seguinte situação: uma pessoa que não tem
conhecimentos básicos de eletrônica se inscreve para fazer um curso de eletrônica
avançada. Já na primeira aula, o professor começa a falar palavras como: multiplexador,
demultiplexador, tiristor, diodo, transistor, etc. Esse aluno teria uma dificuldade enorme
para compreender o assunto, pois não teria os conhecimentos prévios adequados, a sua
estrutura cognitiva não estaria preparada para o conhecimento avançado de eletrônica.
Nesse exemplo, pode se afirmar que o conteúdo de “eletrônica avançada” não seria um
material potencialmente significativo para o estudante.
A Teoria de Ausubel destaca duas condições essenciais para possibilitar a
aprendizagem significativa, conforme informa Moreira M.A. (2012, p. 11): “1) o material
de aprendizagem deve ser potencialmente significativo e 2) o aprendiz deve apresentar
uma predisposição para aprender”.
Mas, o que é um material potencialmente significativo? É um material de
aprendizagem (livros, aulas, vídeos, palestras, aplicativos, ...), que pode ser relacionável
aos conhecimentos prévios do aluno. Isso significa que o conteúdo ministrado precisa ter
uma sequência lógica. De acordo com Moreira M.A. (2012, p. 11 - 12), “o material deve
ser relacionável à estrutura cognitiva e o aprendiz deve ter o conhecimento prévio
necessário para fazer esse relacionamento de forma não-arbitrária e não- literal”.
E quando o estudante ainda não possui os conhecimentos prévios necessários, o
que o professor pode fazer? Nesse caso, é recomendável o uso dos organizadores prévios.
Um organizador prévio é um material introdutório que deve servir de “ponte” entre o
que o aluno já sabe e o que ele deverá saber.
Organizador prévio é um recurso instrucional apresentado em um nível mais
alto de abstração, generalidade e inclusividade em relação ao material de
aprendizagem. Não é uma visão geral, um sumário ou um resumo que
geralmente estão no mesmo nível de abstração do material a ser aprendido.
Pode ser um enunciado, uma pergunta, uma situação-problema, uma
demonstração, um filme, uma leitura introdutória, uma simulação. Pode ser
18
também uma aula que precede um conjunto de outras aulas. As possibilidades
são muitas, mas a condição é que preceda a apresentação do material de
aprendizagem e que seja mais abrangente, mais geral e inclusivo do que este.
(MOREIRA, M.A., 2012, p. 14)
Um organizador prévio fornece informações que servirão para construir
conhecimentos prévios (subsunçores) adequados para a “ancoragem” de novos conceitos.
Por exemplo, informações coletadas em uma aula prática poderiam ser utilizadas como
organizadores prévios. Supondo que o aluno liga três lâmpadas em série e observa que as
essas lâmpadas apresentaram um brilho menos intenso do que as mesmas lâmpadas
ligadas em paralelo. O aluno verifica também que na ligação em série, se retirar uma
lâmpada, as outras lâmpadas param de funcionar. Essas observações ajudam a construir
conhecimentos prévios para que o educando tenha condições de posteriormente se
aprofundar no estudo teórico das associações em série. Ou seja, o aprendiz terá
informações prévias para organizar as novas ideias. A seguir, mais alguns exemplos de
organizadores prévios:
Por exemplo, antes de introduzir o conceito de campo eletromagnético, o
professor deve retomar o conceito de campo em um nível mais alto de
abstração e inclusividade e, também, “resgatar” o conceito de campo
gravitacional anteriormente aprendido. Outros exemplos: antes de trabalhar o
conceito de emulsão, pode-se discutir com os alunos a maneira de preparar
maionese; antes de falar em taxonomia, pode-se classificar de várias maneiras
um conjunto de botões de diferentes cores, tamanhos, materiais, finalidades.
(MOREIRA, M.A., 2012, p. 15).
Ao trabalhar com organizadores prévios, pode ocorrer uma diferenciação
progressiva dos conceitos estudados, ou seja, o aluno adquire uma visão do todo e depois
vai compreendendo os detalhes. O princípio da diferenciação progressiva também foi
abordado por Moreira M.A. (2009a):
Segundo esse princípio, proposto por David Ausubel, em 1968, na obra
Educational psychology: A cognitive view, é mais fácil para o ser humano
aprender um corpo organizado de conhecimentos se tiver uma visão inicial do
todo, isto é, dos principais conceitos, proposições (leis, por exemplo), modelos,
equações (se for o caso) desse corpo de conhecimentos. Ou seja, uma visão
inicial do todo antes de passar às partes. Essa visão inicial, introdutória, não é
completa, não entra em detalhes, não usa representações complicadas. É algo
para ser progressivamente diferenciado, elaborado, tornado significativo,
através de exemplos, aplicações, novas formas de representação, sempre tendo
o todo como referência. (MOREIRA, M.A., 2009a, p. 7).
19
Como avaliar se houve Aprendizagem Significativa?
Nem sempre é fácil avaliar se a aprendizagem foi significativa ou mecânica. É
importante que fique claro para o professor alguns aspectos que podem gerar
interpretações equivocadas. Em primeiro lugar, aprendizagem significativa não é
aquela que o estudante nunca esquece. Por exemplo, uma pessoa poderia lembrar
durante toda a vida de um macete ensinado no cursinho pré-vestibular, e isso não seria
necessariamente um exemplo de aprendizagem significativa. Quando ocorre
aprendizagem significativa, a pessoa também poderá esquecer, mas fica um “resíduo”
desse conhecimento que facilitará uma futura “reaprendizagem”.
Quando não usamos um conhecimento por muito tempo, se a aprendizagem foi
significativa temos a sensação (boa, tranquilizante) de que, se necessário,
podemos reaprender esse conhecimento sem grandes dificuldades, em um
tempo relativamente curto. Se a aprendizagem foi mecânica a sensação (ruim,
de perda de tempo no passado) é a de que esse conhecimento nunca foi
aprendido, e não tem sentido falar em reaprendizagem. (MOREIRA, M.A.
2012, p. 20).
Outro aspecto importante é que não se pode afirmar que uma aprendizagem foi
mecânica apenas porque houve memorização. Na verdade, a memorização também faz
parte do processo de aprendizagem significativa, pois é necessário memorizar
informações básica, tais como: o nome de unidades de medida, o nome das grandezas
físicas, as letras do alfabeto. A memorização é necessária em muitas situações, até para
contar de um a cem é preciso acessar informações na memória, ou seja, sem memorizar
alguma informação, a aprendizagem significativa também seria inviabilizada.
Mas, quais são os aspectos essenciais de uma aprendizagem significativa?
Conforme Moreira M.A., (2012, p. 6), “é importante reiterar que a aprendizagem
significativa se caracteriza pela interação entre conhecimentos prévios e conhecimentos
novos, e que essa interação é não-literal e não-arbitrária”. Portanto, o professor deve
verificar se houve interação dos conhecimentos novos com os conhecimentos prévios
do aluno.
Para exemplificar, pode ser imaginada a seguinte situação: um professor pede que
os alunos expliquem pelo menos uma característica de uma associação de lâmpadas em
série. Um dos alunos responde exatamente como está no livro, nesse caso, não tem como
20
afirmar se realmente houve aprendizagem significativa. Outro aluno, responde de maneira
diferente do que está no livro e faz uma comparação com a associação em paralelo
estudada em aulas anteriores: “Na associação em série, eu percebi que uma lâmpada
depende da outra, mas na aula passada, eu lembro que isso não acontecia na associação
em paralelo, naquele circuito as lâmpadas funcionavam de maneira independente”.
Nesse exemplo hipotético, o conhecimento novo (associação em série) interagiu como o
conhecimento prévio (associação em paralelo). A partir daí, o conhecimento prévio do
aluno teria ficado mais complexo, teria ocorrido uma mudança na estrutura cognitiva do
educando.
Outra estratégia para identificar a aprendizagem significativa, é o planejamento
de situações de aprendizagem em que o estudante seja exposto a contextos
diferentes. Dessa forma pode ser verificado se o aprendiz consegue transferir o
conhecimento para uma situação nova, pois na aprendizagem exclusivamente mecânica,
o aluno consegue resolver apenas problemas já conhecidos.
No início, a vantagem da aprendizagem significativa sobre a mecânica é a
compreensão, o significado, a capacidade de transferência a situações novas
(na aprendizagem mecânica o sujeito é capaz de lidar apenas com situações
conhecidas, rotineiras). Mais tarde, a vantagem está na maior retenção e na
possibilidade de reaprendizagem (que praticamente não existe quando a
aprendizagem é mecânica) em muito menos tempo do que a aprendizagem
original. (MOREIRA, M.A., 2012, p. 20)
Nesse contexto, percebe-se que é indispensável a criatividade por parte do
professor. É necessário formular questões com enunciados diferentes, propor a solução
de situações-problema, criar novas situações de aprendizagem evitando a “simulação da
aprendizagem significativa”.
“[...] ao se procurar evidências de compreensão significativa, a melhor maneira
de evitar a “simulação da aprendizagem significativa” é formular questões e
problemas de uma maneira nova e não familiar, que requeira máxima
transformação do conhecimento adquirido”. “Testes de compreensão devem
no mínimo, ser escritos de maneira diferente e apresentados em um contexto,
de certa forma, diferente daquele originalmente encontrado no material
instrucional”. (MOREIRA; OSTERMANN, 1999, p. 52)
Cabe destacar também que aprendizagem significativa nem sempre é sinônimo
de aprendizagem correta. Uma pessoa pode apresentar erros conceituais e isso pode ser
significativo para o sujeito. Por exemplo, uma criança tem o conhecimento prévio que no
21
verão os dias são mais quentes que durante o inverno. Supondo que outra pessoa repasse
uma informação errada: durante o inverno a Terra estaria mais longe do Sol. A criança
poderia concluir: “no inverno faz frio porque a Terra está mais longe do Sol”. Ou seja,
teria ocorrido interação entre a informação nova (errada) com o conhecimento prévio da
criança, seria um exemplo de aprendizagem significativa, porém teria levado a criança a
um erro conceitual. Percebe-se também que um conhecimento prévio equivocado pode
ser um bloqueio para a aprendizagem correta de novos conceitos.
As conhecidas concepções alternativas, tão pesquisadas na área de ensino de
ciências, geralmente são aprendizagens significativas (e, por isso, tão
resistentes à mudança conceitual). Por exemplo, se uma pessoa acredita que no
verão estamos mais próximos do sol e no inverno mais distante, explicando
assim as estações do ano, isso pode ser significativo para ela embora não seja
a explicação cientificamente aceita. (MOREIRA, M.A., 2012, p. 11).
A aprendizagem puramente mecânica dificulta muito o desenvolvimento de
atividades importantes para a humanidade, como exemplos: a criação artística, as
descobertas científicas, as inovações tecnológicas, solução de problemas do dia a dia, etc.
Com isso, se perde grande parte do valoroso conhecimento disponibilizado pela escola.
Muitas vezes, a aprendizagem mecânica leva a uma grande perda de tempo. Por
isso, é de grande importância a constante busca de novas estratégias para que os alunos
realmente possam entender aquilo que estão estudando. Somente dessa maneira é que a
escola estará contribuído para a formação de cidadãos mais criativos e capazes de
promover seu próprio desenvolvimento e ajudar na construção de um país melhor. Esse
trabalho tem o objetivo de contribuir nesse sentido, mas de forma alguma tem a pretensão
de ensinar tudo a respeito dessa Teoria. Há muitos outros conceitos a respeito da Teoria
da Aprendizagem Significativa que fogem do escopo desse projeto, mas o leitor poderá
encontrar mais informações na lista de referências desse trabalho.
22
3.2 Produção de material didático para o estudo de circuitos elétricos
Para fazer experiências com circuitos elétricos são necessários diversos recursos,
tais como: fios condutores, fonte de alimentação, multímetro, ferramentas diversas e
componentes (resistores, capacitores, chaves, e outros). Ao pensar nisso, imediatamente
surgem algumas dúvidas: como adquirir esses materiais? Qual é o custo? É seguro utilizar
esses recursos com os alunos? Como viabilizar essas atividades nas aulas de Física? A
seguir, serão apresentados alguns exemplos de materiais didáticos que outros autores já
produziram para o estudo dos circuitos elétricos.
Há empresas especializadas em produtos educacionais que comercializam painéis
didáticos para o estudo de circuitos elétricos e eletrônicos. Nesses painéis, os
componentes são montados em uma placa, geralmente de acrílico, metal ou de madeira,
e as conexões são feitas de maneira rápida utilizando conectores tipo pino banana. Dessa
maneira, não é necessário cortar os condutores e as conexões podem ser feitas sem a
necessidade de ferramentas. Esse recurso é largamente utilizado em cursos de formação
profissional. Um exemplo pode ser visualizado na foto da figura 01.
Figura 1: Foto de um painel didático do SENAI (PR). Fonte: O autor.
23
Esse painel didático foi montado por alunos e professores do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) em Ponta Grossa (PR), e é utilizado em aulas práticas
de eletricidade industrial nos cursos técnicos e profissionalizantes. No lado esquerdo da
foto são mostrados os componentes elétricos de uso industrial, o lado direito da foto
mostra a placa de acrílico com terminais tipo plugue banana (conector fêmea). Com o uso
desses terminais, as conexões são realizadas rapidamente sem a necessidade de
ferramentas e os condutores elétricos são reaproveitados evitando desperdício de
material.
Hipermídia para o estudo de Circuitos Elétricos
Esse painéis didáticos não são utilizados exclusivamente para educação
profissional, existem propostas semelhantes para aplicação em aulas de Física no ensino
médio. Um exemplo pode ser encontrado no trabalho de Moreira L.; Moreira M. e dos
Santos (2014), disponível no endereço eletrônico
http://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n33_Moreira/index2.html. Nesse trabalho há um roteiro
com treze atividades para o estudo de circuitos série, paralelo e misto. As atividades foram
organizadas em ordem crescente de dificuldade, começando pelo circuito simples e
avançando para circuitos mais complexos. As tarefas foram planejadas para que os alunos
utilizem os seguintes recursos: software Modellus, software PhET e o painel de circuitos.
Dessa maneira, foram intercaladas atividades de simulação com atividades práticas,
possibilitando que os estudantes montem circuitos virtuais e verifiquem o funcionamento
em uma situação real.
O material instrucional contemplando o estudo de circuitos elétricos
apresentado a seguir pretende fornecer ferramentas para que os estudantes
visualizem e entendam de forma prática todas as grandezas que estão
envolvidas neste estudo. Esse material pretende auxiliar o aluno na
compreensão dos fenômenos dessa área, buscando que os conceitos sejam
compreendidos a partir da interação com softwares como o Modellus e o PhET
e ainda do manuseio de componentes, em um painel especialmente construído
para este estudo. (MOREIRA, L.; MOREIRA, M.; DOS SANTOS, 2014).
Para as atividades práticas, os autores utilizaram nesse trabalho um “painel de
circuitos” contendo os seguintes componentes: multímetro, fonte de alimentação,
interruptor e diversos conectores tipo plugue banana para fixar e ligar os componentes.
Além do roteiro de atividades, também foram disponibilizados “online” a foto do painel
24
de circuitos, uma lista de problemas e os arquivos e links para instalação dos softwares
Modellus e PhET.
Uma proposta para o ensino de eletrodinâmica no nível médio
Outra proposta semelhante pode ser encontrada no trabalho de Moraes e Teixeira
(2005) que resultou em um “texto de apoio ao professor de Física” disponibilizado no
endereço eletrônico http://www.if.ufrgs.br/tapf/v17n1_Moraes_Teixeira.pdf. Nesse
trabalho, as autoras propõem que as atividades com simulador sejam complementadas
com atividades práticas. Primeiramente os estudantes devem utilizar o simulador e depois
montar os circuitos na prática. O simulador utilizado foi o Edison AC/DC (Design
Software – Educare Informática). No decorrer das experiências, os alunos foram
estimulados a comparar os resultados no simulador com os resultados da atividade
prática.
Compare os resultados obtidos nas simulações com os resultados dos
experimentos reais equivalentes. Os resultados foram todos semelhantes? Se
houve alguma diferença explique os motivos.
Compare a prática virtual, através de um software de simulação, com a prática
através de experimentos reais, para o estudo dos circuitos elétricos. Comente
sobre as vantagens e as desvantagens de cada um dos dois tipos de atividade.
(MORAES; TEIXEIRA, 2006, p. 58).
Para as atividades práticas, os componentes foram montados em pequenas caixas
e as conexões eram feitas por meio de cabos com plugues tipo banana. A autora informa
que os materiais foram adquiridos e montados pelos próprios alunos (MORAES, 2005, p.
55). O kit didático favoreceu a compreensão dos fenômenos físicos envolvidos.
Entretanto, foram relatadas algumas dificuldades por causa da queima de lâmpadas e
devido ao multímetro que foi danificado e não pode ser prontamente substituído,
(MORAES, 2005, p. 56). Nesse mesmo trabalho, foram disponibilizados diversos
exercícios, testes, questões de vestibulares e textos, o que resultou em um guia completo
para o estudo da eletrodinâmica.
Entendendo o funcionamento dos circuitos elétricos
Montar componentes em um painel para realizar experiências com circuitos
elétricos é uma estratégia que foi utilizada também por Silva (2011) em um trabalho
disponível em
25
http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol12/Num1/circuitos.pdf e intitulado como “Quais
lâmpadas acendem? Entendendo o funcionamento dos circuitos elétricos.” O autor
propôs a construção de um painel utilizando uma placa perfurada feita com fibra de
madeira (Eucatex). Nesse painel foram fixados os seguintes componentes: lâmpadas
incandescentes, interruptor simples, tomadas de sobrepor, um disjuntor monopolar, e os
fios de ligação (Silva, 2011, p. 17).
Nessa proposta, inicialmente os alunos fazem o estudo teórico dos conceitos da
eletrodinâmica e depois utilizam o painel para aplicar os conhecimentos adquiridos com
a teoria. Na primeira atividade os discentes fazem uma experiência com a associação em
paralelo utilizando lâmpadas com diferentes valores de potencias. De acordo com Silva
(2001, p. 17) foram utilizadas três lâmpadas com potencias respectivamente iguais a 7 W,
15 W e 60 W. Nesse momento o aprendiz comprova que as lâmpadas de maior potência
emitem luz com mais intensidade e também verificam que as lâmpadas funcionam de
maneira independente.
Nas atividades experimentais que serão propostas, as lâmpadas incandescentes
farão o papel dos resistores, e a intensidade de luz emitida dará a percepção
visual da potência dissipada em cada lâmpada. Com isso, será possível rever e
comprovar os conteúdos previamente ensinados. (SILVA, 2011, p. 16).
Ao ligar as lâmpadas em série, os estudantes poderão ter uma surpresa, as
lâmpadas de maior potência passam a emitir menos luz do que as lâmpadas com potência
mais baixa. Esse fato proporciona a oportunidade para que o professor faça
questionamentos, os aprendizes terão que recorrer a teoria para explicar o fenômeno. O
que ocorre é que a corrente elétrica será a mesma para todas as lâmpadas, sendo limitada
pela resistência equivalente do circuito, e as lâmpadas de potência maior passam a
funcionar com corrente inferior ao normal. Pode até acontecer que uma das lâmpadas não
emita luz. Na associação mista, há um caráter lúdico, antes de energizar o circuito, os
estudantes tem o desafio de prever quais lâmpadas deverão acender.
Esse é o foco central dos experimentos: motivar os alunos para que, de forma
lúdica, semelhante a um jogo, eles utilizem seus conhecimentos teóricos para
determinarem, antecipadamente, quais lâmpadas acenderão numa determinada
ligação mista. (SILVA, 2011, p. 17).
26
Essas experiências criam um contexto bem interessante para que o professor possa
relembrar a teoria e fazer questionamentos. A partir de algo visível, (o brilho das
lâmpadas), o aluno terá a oportunidade de tirar conclusões a respeito do funcionamento
do circuito. De acordo com Silva (2011, p. 16): “O objetivo dessa atividade é dar aos
estudantes alguma percepção concreta, embora indireta, dos conceitos físicos sobre
eletricidade, tais como: corrente; potencial; e resistência”.
Um Sistema Simples para a verificação da Lei de Ohm
Para comprovar a Lei de Ohm, a montagem do circuito em um painel de madeira
foi a estratégia adotada por Chiquito e et al. (2006, p. 76 - 78) no trabalho publicado na
Revista Física na Escola e disponível em
http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/v13a15.pdf. No painel de madeira foram
fixados os seguintes componentes: dois multímetros, uma bateria de 9V, um
potenciômetro, um interruptor e um par de clipes que serviram como suporte para
conectar os resistores que seriam testados.
Para obter uma fonte de tensão variável, os autores utilizaram uma bateria de 9 V
ligada a um potenciômetro que atuava como um divisor resistivo de tensão. Para que os
estudantes pudessem visualizar ao mesmo tempo os valores de tensão e corrente, foi
proposto o uso simultâneo de dois multímetros analógicos. Enquanto um deles estava
funcionando como voltímetro, o outro atuava na função de amperímetro. Foi bastante
criativa a proposta para fixar os resistores a serem testados. A sugestão dos autores é o
uso de clipes para prender os resistores, foram utilizados percevejos para prender os clipes
no painel de madeira, (Chiquito e et al., 2006, p. 76 - 78). Para fazer o experimento, além
dos resistores, foi sugerido também o uso de diodos, pedaços de plásticos e canudinhos
de refrigerante.
Deve-se pedir aos estudantes que variem a voltagem para cada um destes
elementos, anotando a voltagem e a corrente em uma tabela. A partir desta
tabela pode-se verificar a proporcionalidade entre I e U (que é a própria
resistência R = U/I) ponto a ponto, ou a não-linearidade no caso do plástico e
do diodo. Melhor ainda é colocar os dados em uma folha de papel milimetrado
com eixos de corrente e voltagem e verificar que U = RI é uma função linear
ou de primeiro grau [...]. (Chiquito e et al., 2006, p. 77)
27
Com esse kit didático bastante simples, vários conceitos podem ser trabalhados,
tais como: condutores e isolantes, resistores, associação de resistores, resistores com
comportamento não linear, estudo do diodo e outros. A proposta possibilita também a
coleta de dados para a plotagem de gráficos e uma análise mais detalhada sobre o
comportamento das grandezas tensão, corrente e resistência elétrica.
Analisando as referências citadas até aqui, percebe-se que nas propostas desses
autores, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer os componentes, interpretar a
simbologia, realizar medidas, montar e testar os circuitos. Assim, o conteúdo não foi
trabalhado apenas de maneira abstrata, os alunos puderam comprovar a teoria mediante a
experimentação. Com o uso dessas estratégias, as aulas se tornam mais dinâmicas, e os
estudantes tem a oportunidade de participar ativamente das aulas.
3.3 Circuitos elétricos
Para esse projeto, foram propostas atividades práticas com associação de
resistores, capacitores, diodo e LED. A seguir serão apresentados os conceitos básicos
que deram suporte as atividades. Esses textos foram incluídos no caderno de atividades
como textos de apoio.
3.3.1 Equação dos geradores
A diferença de potencial entre os terminais de uma pilha ou bateria pode variar
dependendo da intensidade da corrente elétrica fornecida ao circuito, isso acontece devido
as perdas que ocorrem no interior da pilha ou bateria. O gerador eletroquímico pode ser
representado pelo esquema da figura 2:
Figura 2: Representação de um gerador (adaptado de SAAB et. al., 2006, p. 17). Fonte: O autor.
28
Esse gerador converte energia química em energia elétrica produzindo uma força
eletromotriz “ε”. Porém, no interior do gerador ocorrem perdas devido a sua resistência
internar (r). A diferença de potencial elétrico (V) entre os terminais externos do gerador
será igual a:
𝑽 = 𝜺 − 𝒊𝒓 (01)
As perdas internas são calculadas por “𝒊𝒓”. A resistência interna aumenta à
medida que a pilha ou bateria vai chegando ao fim de sua vida útil.
Durante a vida de uma pilha, a força eletromotriz permanece praticamente
inalterada, ao passo que sua resistência interna cresce. Pilhas velhas e inúteis
são reconhecidas não por sua força eletromotriz (que pode ainda ser
praticamente a mesma de uma nova), mas pela redução na corrente de curto-
circuito, causada pelo crescimento da sua resistência interna. (SILVEIRA,
AXT, 2003, p. 398).
Essas perda internas também podem ocorrer com fontes eletrônicas de baixa
qualidade. Para verificar se realmente a fonte está em boas condições, a diferença de
potencial deverá ser medida quando a fonte estiver fornecendo corrente a um circuito. Se
não houver fluxo de corrente, não ocorrerá perdas na resistência interna e, somente nesse
caso, a força eletromotriz e a diferença de potencial terão o mesmo valor.
Apesar de força eletromotriz e diferença de potencial terem a mesma unidade de
medida, na verdade são conceitos diferentes, conforme informa Lang e Axt (2003, p. 392
– 393), “[...] a diferença de potencial elétrico expressa o trabalho por unidade de carga
realizado por um campo eletrostático, enquanto a força eletromotriz exprime o trabalho
por unidade de carga realizado por um campo não-eletrostático [...]”.
3.3.2 Resistência equivalente das associações de resistores
As equações para associação de resistores estão descritas em inúmeros livros de
Física do ensino superior e do ensino médio. As demonstrações a seguir, foram baseadas
na obra de Sears; Zemansky e Young (1894, p. 620 – 623) e também no trabalho de
Markus (2011, p. 54 - 57).
29
Resistores em série
Uma associação com dois resistores ligados em série está sendo representada na
figura 3.
Figura 3: Representação de um circuito com resistores em série. Fonte: O autor.
Na associação em série, a corrente (i) é a mesma em todo o circuito. A tensão total
(V) fornecida pela fonte é igual à soma das quedas de tensão ao logo do circuito.
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 (02)
Aplicando a Lei de Ohm para calcular as tensões, a equação fica como:
𝑅𝑒𝑞𝑖 = 𝑅1𝑖 + 𝑅2𝑖 (03)
Colocamos i em evidência:
𝑅𝑒𝑞𝑖 = 𝑖 (𝑅1 + 𝑅2) (04)
Dividindo ambos os membros da equação por “i”, chegamos à conclusão que:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 (05)
Essa equação pode ser aplicada para qualquer quantidade de resistores na
associação em série, assumindo a forma geral:
𝑹𝒆𝒒 = 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑 + ⋯ + 𝑹𝒏 (06)
30
Resistores em paralelo
Na figura 4 está sendo representado uma associação com três resistores ligados
em paralelo.
Figura 4: Circuito com resistores associados em paralelo. Fonte: O autor.
Equação Geral
Em uma associação de resistores em paralelo, a diferença de potencial é a mesma
para todos os resistores. A corrente total (i) que entra na associação é a soma das correntes
em cada resistor, (MARKUS, 2011, p. 56):
𝑖 = 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3 (07)
Aplicando a Lei de Ohm para calcular cada uma das correntes, a equação assumirá
a forma:
𝑉
𝑅𝑒𝑞=
𝑉
𝑅1+
𝑉
𝑅2+
𝑉
𝑅3 (08)
Colocando V em evidência, temos:
𝑉
𝑅𝑒𝑞= 𝑉(
1
𝑅1+
1
𝑅2+
1
𝑅3) (09)
Dividindo os dois membros por V, temos:
31
1
𝑅𝑒𝑞=
1
𝑅1+
1
𝑅2+
1
𝑅3 (10)
Para dois ou mais resistores associados em paralelo, a equação assume a forma
geral:
𝟏
𝐑𝐞𝐪=
𝟏
𝐑𝟏+
𝟏
𝐑𝟐+
𝟏
𝐑𝟑+ ⋯ +
𝟏
𝐑𝐧 (11)
Equação para resistores com o mesmo valor de resistência
Se a associação for formada somente por resistores com o mesmo valor de
resistência (R), essa equação poderá ser simplificada. Supondo que há três resistores, R1,
R2 e R3 com o mesmo valor, vamos substituir os valores por “R”. Fica como:
1
Req=
1
R+
1
𝑅+
1
𝑅 (12)
Frações de mesmo denominador podem ser somadas diretamente:
1
Req=
3
R (13)
Isolando Req na equação, temos:
𝑅𝑒𝑞 =R
3 (14)
Para quaisquer número de resistores, chegaremos ao resultado:
𝑹𝒆𝒒 =𝐑
𝐧 (15)
Onde, “n” é a quantidade de resistores de resistência “R” na associação.
32
Equação para dois resistores com valores diferentes de resistência
Para uma associação de resistores em paralelo, formada por dois resistores de
resistências diferentes, a equação também poderá ser simplificada. Tomando como ponto
de partida a equação geral:
1
𝑅𝑒𝑞=
1
𝑅1+
1
𝑅2 (16)
No segundo membro da equação, devemos extrair o mínimo múltiplo comum
entre os denominadores e fazer a soma das frações, assim temos:
1
𝑅𝑒𝑞=
𝑅2+𝑅1
𝑅1𝑅2 (17)
Isolando Req, podemos concluir que:
𝑹𝒆𝒒 =𝑹𝟏𝑹𝟐
𝑹𝟏+𝑹𝟐 (18)
Diodos (noções básicas):
Os diodos são dispositivos semicondutores que tem seu funcionamento explicado
pela mecânica quântica. É possível encontrar informações básicas a respeito desses
componentes em livros técnicos de eletrônica e de formação profissional. As informações
sobre os diodos que serão repassadas a seguir, estão baseadas principalmente na leitura
dos trabalhos de Halliday; Resnick e Walker (1983, p. 227 – 240) e também de Marques;
Cruz e Choueri (1998). A figura 05 mostra o aspecto real e o símbolo do diodo.
Figura 5: (a) Foto de um diodo retificador. (b) Simbologia. Fonte: o autor.
33
Os diodos permitem o fluxo de elétrons em apenas um sentido. Uma das
aplicações desse dispositivo ocorre no processo de conversão de corrente alternada para
corrente contínua nas fontes eletrônicas, nesse caso, o dispositivo recebe o nome de diodo
retificador. A maioria dos diodos retificadores são fabricados com silício (Si), mas
também existem diodos fabricados com germânio (Ge), a seguir será apresentado uma
breve explicação sobre a estrutura dos semicondutores de silício que são os mais
utilizados. Nos cristais de silício, os átomos formam ligações covalentes, nesse tipo de
ligação ocorre o compartilhamento de elétrons da camada de valência. A figura 06 mostra
uma representação bidimensional da estrutura cristalina do silício. Para facilitar o
entendimento, foi representada somente a camada de valência dos átomos, sendo omitida
as camadas anteriores. Cada elétron da camada de valência está ligado a dois átomos,
dessa maneira não há elétrons livres para a condução de corrente elétrica.
Figura 6: Estrutura cristalina do silício. Fonte: adaptado de Cruz e Choueri, 2008, p. 20.
Para que esses materiais possam adquirir algumas características especiais, são
introduzidos no seu interior outros elementos, chamados de “impurezas”. Esse processo
de acrescentar “impurezas” no material é chamado de “dopagem” e pode formar
semicondutores tipo N ou tipo P.
Semicondutor tipo N:
Esse material possui elétrons livres em sua estrutura, devido a isso tende a ser um
doador de elétrons. Para formar o material tipo N, a estrutura cristalina do silício recebe
34
outros átomos que possuem cinco elétrons na camada de valência, por exemplo: átomos
de fósforo. Um desses elétrons não encontra um átomo vizinho para se ligar e se torna um
elétron livre que poderá se movimentar pelo interior do material. A figura 07 mostra uma
representação bidimensional da estrutura cristalina do material tipo N. Para facilitar o
entendimento, foi representada somente a camada de valência dos átomos, sendo omitida
as camadas anteriores.
Figura 7: Estrutura cristalina do semicondutor tipo N. Fonte: adaptado de Cruz e Choueri, 2008, p. 22.
Semicondutor tipo P:
Para formar o material tipo P, a estrutura cristalina do silício recebe outros átomos
que possuem três elétrons na camada de valência, por exemplo: átomos de alumínio.
Assim, fica faltando um elétron para completar as ligações químicas entre o alumínio e o
silício. Essa falta do elétron gera uma lacuna no interior do material, por isso, o
semicondutor tipo P tende a ser um receptor de elétrons. A figura 08 mostra uma
representação bidimensional da estrutura cristalina de um material tipo P. Para facilitar o
entendimento, está sendo representada somente a camada de valência dos átomos, sendo
omitida as camadas anteriores.
35
Figura 8: Estrutura cristalina do semicondutor tipo P. Fonte: adaptado de Cruz e Choueri, 2008, p. 21.
Os diodos são formados por uma junção de duas camadas de material semicondutor:
uma camada tipo N e outra tipo P. O terminal anodo é ligado a uma camada tipo P e o
terminal catodo é ligado a uma camada tipo N.
Entre as características do diodo, podemos destacar:
Corrente Direta Máxima (IFmáx): é o valor máximo de corrente que o diodo pode
conduzir continuamente, acima desse valor, o diodo pode sofrer danos por aquecimento
excessivo.
Tensão reversa máxima (VRmáx): é o valor máximo de tensão que o diodo pode suportar
quando está na polarização reversa.
Diodo Emissor de Luz (LED)
O diodo emissor de luz é um tipo especial de diodo, também é conhecido como
LED que é a sigla que vem do idioma inglês, cujo significado é Light Emitting Diode.
Na sua fabricação são usados elementos como o gálio (Ga), arsênio (As) e o fósforo (P).
Durante a condução de corrente, uma certa quantidade de elétrons passa para um nível
mais baixo de energia, e libera energia na forma de fótons. No diodo retificador, essa
energia é liberada principalmente na forma de calor.
36
Diodo com polarização direta
Nesse texto, não serão abordados os processos que ocorrem no interior do
componente, serão analisados somente o comportamento do diodo nos circuitos elétricos.
Na figura 9, está sendo representado um circuito com o diodo na polarização direta.
Figura 9: circuito elétrico mostrando um diodo com polarização direta. Fonte: O autor.
O diodo está diretamente polarizado quando seu terminal anodo (A) tem potencial
mais positivo do que o terminal catodo (K). Na polarização direta, o comportamento é
semelhante a uma chave fechada, ou seja, a corrente elétrica fluirá normalmente. Observe
que a seta no símbolo do diodo coincide com o sentido convencional da corrente elétrica.
Os diodos em condução causam uma pequena queda de tensão, que é de
aproximadamente 0,7 V nos diodos de silício e 0,3 V nos diodos de Germânio. Uma
característica interessante é que essa diferença de potencial se mantém praticamente
constante dentro da faixa de funcionamento desse componente.
Diodo com polarização reversa
Na figura 10, está sendo representado um circuito com o diodo na polarização
reversa. A polarização reversa acorre quando o terminal catodo (K) tem potencial mais
positivo do que o terminal anodo (A). Nesse caso, o diodo tem comportamento
semelhante a um interruptor aberto, ou seja, impede a passagem da corrente elétrica. Na
prática, existirá uma corrente de fuga cujo valor tem influência da temperatura. Em
circuitos eletrônicos mais sensíveis, a corrente de fuga pode ter algum efeito, mas na
37
maioria das aplicações, a corrente de fuga é desprezível ficando na faixa dos
microampères.
Figura 10: circuito elétrico mostrando um diodo com polarização reversa. Fonte: O autor.
Capacitores
O capacitor é constituído por placas condutoras separadas por um material isolante
(dielétrico), conforme representado na figura 11.
Ao ligarmos o capacitor a uma fonte de tensão contínua, uma das placas do
capacitor adquire um potencial positivo e a outra placa fica com potencial negativo, essa
representação está na figura 12. O processo de carga ocorre devido a retirada de elétrons
Figura 11: Representação de um capacitor de placas paralelas. Fonte: adaptado de
University of Colorado Boulder (PhET Interactive Simulations).
38
da placa ligada ao terminal positivo da bateria e ao fornecimento de elétrons a placa
conectada ao terminal negativo da bateria. Como resultado, a placa superior (figura 12)
carrega positivamente e a placa inferior carrega negativamente. O processo ocorre até o
momento que a tensão entre as placas se iguale a tensão na bateria. Nesse instante, cada
placa terá as mesmas quantidades de cargas elétricas, mas com sinais contrários.
Entre as placas do capacitor, forma-se um campo elétrico que é representado
utilizando linhas de força como pode ser visto na figura 13. As linhas de força são
representadas saindo da placa positiva e entrando na placa negativa. A diferença de
potencial entre as placas se mantem mesmo após o capacitor ter sido desligado da fonte.
Isso ocorre porque os elétrons na placa negativa ficam “presos” devido à presença desse
campo elétrico, dessa forma há armazenamento de energia eletrostática no capacitor.
Figura 13: Representação do campo elétrico do capacitor de placas paralelas. Fonte: adaptado de University of
Colorado Boulder (PhET Interactive Simulations).
Figura 12: Representação de um capacitor carregado. Fonte: adaptado de University of Colorado Boulder
(PhET Interactive Simulations).
39
A capacidade que o dispositivo possui de armazenar cargas elétricas é definida
pela sua capacitância. No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de medida de
capacitância é o farad (F). Quanto maior for à capacitância, maior será a capacidade do
capacitor armazenar cargas. A capacitância de um capacitor pode ser calculada pela
seguinte equação:
𝐶 = 𝑄
𝑉 (19)
Onde C é a capacitância em farad (F), Q é a carga acumulada em coulomb (C), e
V é a diferença de potencial em volts (V). Portanto, 01 farad corresponde a 01 coulomb
por volt. A capacitância depende de alguns aspectos construtivos do capacitor: área das
placas, distância entre as placas e do tipo do dielétrico utilizado para isolar uma placa da
outra. Placas com áreas maiores terão mais espaço para armazenar cargas, então, se
aumentarmos a área das placas, consequentemente aumentamos a capacitância. Quanto
maior for à capacidade de isolação do material dielétrico, maior será a capacitância, pois
as fugas de corrente serão reduzidas. Outro fator importante será a distância entre as
placas, observa-se que para placas mais próximas, a capacitância é maior do que para
placas mais distantes.
Tensão de trabalho
A tensão de trabalho é a tensão máxima que o capacitor pode suportar entre seus
terminais. Nunca se deve ultrapassar esse valor, pois o capacitor poderá ser danificado ou
entrar em curto circuito.
Simbologia:
Para representar alguns tipos de capacitores, podem ser utilizados os símbolos da
figura 14.
Figura 14: Simbologia para capacitores. Fonte: o autor.
40
Os capacitores fixos são aqueles que apresentam um valor fixo de capacitância.
Os capacitores ajustáveis permitem mudanças no seu valor de capacitância, são
instalados em pontos de calibração de circuitos eletrônicos, com acesso somente durante
a manutenção do equipamento. Os capacitores variáveis permitem a variação de
capacitância pelo usuário do equipamento eletrônico. Um exemplo do uso de capacitores
variáveis são os aparelhos de rádio antigos, onde esses capacitores serviam para fazer a
sintonia das estações transmissoras.
Os capacitores polarizados possuem um terminal que deve ser ligado ao
potencial positivo da fonte e outro terminal que deve ser conectado ao potencial negativo.
Se ocorrer uma ligação errada, o capacitor pode ser danificado ou até mesmo estourar,
trazendo riscos às pessoas. Um exemplo de capacitor polarizado é o capacitor
eletrolítico, muito utilizado em fontes de alimentação. Os capacitores despolarizados
não possuem polaridade fixa, ou seja, qualquer um dos seus terminais pode ser ligado ao
positivo ou ao negativo da fonte de alimentação.
Capacitores em série
Assim como no caso dos resistores, as equações para associação de capacitores
também já estão descritas em inúmeros livros de Física do ensino superior e do ensino
médio. As demonstrações a seguir, foram baseadas na obra de Sears; Zemansky e Young
(1894, p. 573 – 578) e também no trabalho de Markus (2011, p. 91 - 102). Na figura 15,
está sendo representado um circuito com dois capacitores associados em série.
Figura 15: circuito elétrico contendo dois capacitores em série. Fonte: O autor.
A placa positiva de C2 e a placa negativa de C1 possuem a mesma quantidade de
carga elétrica porque estão ligadas entre si. Mas, como já foi visto anteriormente, em cada
41
capacitor as placas tem a mesma quantidade de carga, mas com sinais trocados. Portanto,
podemos concluir que na associação em série, todas as placas terão a mesma quantidade
de carga (em módulo).
A capacitância equivalente da associação pode ser determinada pela equação:
𝐶𝑒𝑞 = 𝑄
𝑉 (20)
Os capacitores possuem capacitâncias C1 e C2, respectivamente iguais a:
𝐶1 = 𝑄
𝑉1 (21)
𝐶2 = 𝑄
𝑉2 (22)
Em cada uma dessas equações, isolamos “V” para calcular a diferença de
potencial em cada um dos componentes do circuito e chegamos as seguintes equações:
𝑉 = 𝑄
𝐶𝑒𝑞 (23)
𝑉1 = 𝑄
𝐶1 (24)
𝑉2 = 𝑄
𝐶2 (25)
Como se trata de uma associação em série, a tensão da fonte é distribuída entre os
capacitores, de modo que:
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 (26)
Substituindo V, V1 e V2, respectivamente pelas equações 23, 24 e 25, fica:
42
𝑄
𝐶𝑒𝑞=
𝑄
𝐶1+
𝑄
𝐶2 (27)
Dividindo os dois membros da equação por Q, chegamos à conclusão de que:
1
𝐶𝑒𝑞=
1
𝐶1+
1
𝐶2 (28)
Para associação de vários capacitores em série, a equação ficará como:
𝟏
𝑪𝒆𝒒=
𝟏
𝑪𝟏+
𝟏
𝑪𝟐+
𝟏
𝑪𝟑+ ⋯ +
𝟏
𝑪𝒏 (29)
Capacitores em paralelo
Na figura 16 está sendo representado um circuito com dois capacitores ligados em
paralelo.
Figura 16: capacitores em paralelo. Fonte: O autor.
Para capacitores em paralelo, a diferença de potencial será a mesma em todos os
elementos da associação.
𝑉 = 𝑉1 = 𝑉2 (30)
A carga total “q” da associação é a soma das cargas em cada capacitor:
𝑞 = 𝑞1 + 𝑞2 (31)
43
Isolando “q” na equação da capacitância (equação 19), verificamos que a carga
“q” de um capacitor deve ser igual a:
𝑞 = 𝐶𝑉 (32)
Substituindo a equação 32 na equação 31, fica:
𝐶𝑒𝑞𝑉 = 𝐶1𝑉 + 𝐶2𝑉 (33)
Dividindo por “V” os dois membros da equação 33, podemos concluir que:
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 (34)
Para associação de vários capacitores em paralelo, a equação ficará como:
𝑪𝒆𝒒 = 𝑪𝟏 + 𝑪𝟐 + 𝑪𝟑 + ⋯ + 𝑪𝒏 (35)
Tempo de carga e descarga dos capacitores
A figura 17 representa um circuito contendo um capacitor ligado em série com um
resistor, ao fechar a chave S1, tem início o processo de carga do capacitor.
Figura 17: Circuito RC em corrente contínua. Fonte: O autor.
Suponha que inicialmente o capacitor está descarregado e a tensão nas suas placas
é igual a zero. No instante que a chave for fechada, a diferença de potencial no resistor
será igual a diferença de potencial disponível na fonte. Nesse momento inicial, o capacitor
44
se comporta como se fosse um curto circuito absorvendo a máxima corrente possível. A
corrente nesse momento é dada por:
𝑖 = 𝑉
𝑅 (36)
Mas, à medida que o capacitor vai sendo carregado, a diferença de potencial entre
suas placas vai aumentando até ficar igual a tensão fornecida pela fonte, nesse momento
cessa o fluxo de corrente. É possível concluir que no instante inicial o capacitor se
comporta como se fosse uma chave fechada, e depois de totalmente carregado, o capacitor
se comporta como uma chave aberta. O tempo que o capacitor demora para carregar
depende da capacitância e também do resistor que está sendo utilizado.
Fazendo a multiplicação RC, obtém-se uma constante de tempo, representada pela
letra grega τ (tau).
𝝉 = 𝑹𝑪 (37)
Durante o processo de carga do capacitor, observa-se que depois de cinco
constantes de tempo, o capacitor estará 99% carregado (Markus, 2011, p. 100). Se
utilizarmos o mesmo resistor para descarregar o capacitor, conforme esquema da figura
18, observaremos que o tempo de carga é igual ao tempo de descarga.
Figura 18: circuito de descarga do capacitor. Fonte: O autor.
45
Portanto, podemos calcular o tempo aproximado de carga e descarga do capacitor pela
equação 38:
𝒕 = 𝟓𝑹𝑪 (38)
Onde:
t = tempo de carga e descarga, em segundos (s);
R = resistência do resistor em ohm (Ω);
C= capacitância em farad (F).
Durante o processo de carga do capacitor, a diferença de potencial entre os terminais do
mesmo tem uma variação exponencial, conforme mostra o gráfico da figura 19 a seguir:
Figura 19: Processo de carga de um capacitor. Fonte: O autor.
Esse gráfico foi gerado considerando um circuito com um capacitor de 0,0022F ligado
em série com um resistor de 1200Ω. É possível verificar que nos primeiros instantes o
processo de carga é mais rápido, e depois se torna mais lento. Em cada instante de tempo,
a diferença de potencial nos terminais do capacitor pode ser calculada pela equação 39 a
seguir:
𝑽𝒄(𝒕) = 𝑬(𝟏 − 𝒆−𝒕
𝝉⁄ ) (39)
Onde:
Vc (t) → Diferença de potencial entre terminais do capacitor no instante de tempo “t”.
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20 25
Ten
são
no
cap
acit
or
(vo
lts)
Tempo de carga do capacitor (segundos)
46
E → Diferença de potencial entre os terminais da fonte de alimentação (em volts).
e → algarismo neperiano, aproximadamente 2,72.
t → instante de tempo em segundos.
𝝉 → constante de tempo, (𝜏 = 𝑅𝐶).
Durante o processo de descarga do capacitor, a diferença de potencial também apresenta
uma variação exponencial, conforme mostra o gráfico da figura 20 a seguir:
Figura 20: processo de descarga do capacitor. Fonte: O autor.
É possível verificar que nos primeiros instantes, o processo de descarga é mais rápido e
depois se torna mais lento. Em cada instante de tempo, a diferença de potencial nos
terminais do capacitor pode ser calculada pela equação 40 a seguir:
𝑽𝒄(𝒕) = 𝑬𝒆−𝒕
𝝉⁄ (40)
Maiores detalhes podem ser encontrados nas obras de Sears; Zemansky e Young (1984,
p. 573 – 578) e também no trabalho de Markus (2011, p. 91 - 102).
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20 25
Ten
são
no
cap
acit
or
(vo
lts)
Tempo de descarga do capacitor (segundos)
47
Capitulo 4 – Materiais e Métodos
Após a identificação dos problemas vivenciados ao trabalhar com o tema
“circuitos elétricos”, foi feito o planejamento de atividades práticas para aplicação com
os estudantes. Para viabilizar a aplicação dessas atividades, foi necessário montar cinco
painéis didáticos contendo componentes diversos. Todas as atividades foram
desenvolvidas para o estudo de circuitos de corrente contínua. Para alimentar os circuitos,
foram utilizadas fontes de computador que haviam sido retiradas de computadores
obsoletos ou que já estavam danificados.
Durante a aplicação das atividades, foi realizado um estudo qualitativo dos
resultados com a intenção de identificar as dificuldades dos alunos e também as
oportunidades de melhoria. O objetivo principal não foi fazer o uso de estatísticas, mas
um trabalho descritivo e interpretativo. A interpretação dos dados foi realizada com base
na observação do comportamento dos educandos e também de seus desempenhos ao
resolver as atividades propostas.
O pesquisador qualitativo também transforma dados e eventualmente faz uso
de sumários, classificações e tabelas, mas a estatística que usa é
predominantemente descritiva. Ele não está preocupado em fazer inferências
estatísticas, seu enfoque é descritivo e interpretativo ao invés de explanatório
ou preditivo. Interpretação dos dados é o aspecto crucial do domínio
metodológico da pesquisa qualitativa. Interpretação do ponto de vista de
significados. Significados do pesquisador e significados dos sujeitos.
(MOREIRA, M.A., 2009b, p. 27).
4.1 Descrição do local onde o projeto foi desenvolvido
O projeto foi desenvolvido e aplicado em uma escola do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) no município de Ponta Grossa, estado do Paraná. Os
conceitos da Física estão inseridos nos planos de curso da maioria dos cursos técnicos,
pois a tecnologia atual está fortemente relacionada com a Física. Os circuitos elétricos
básicos são estudados especialmente nos seguintes cursos técnicos: Eletrotécnica,
Automação Industrial, Eletromecânica e Manutenção Automotiva.
48
As tarefas relacionadas e esse projeto foram aplicadas em quatro turmas diferentes.
Participaram das atividades as seguintes turmas:
Curso Técnico em Automação Industrial: Terceiro período vespertino, primeiro
período vespertino e primeiro período noturno.
Curso Técnico em Manutenção Automotiva: primeiro período noturno.
Considerando as quatro turmas, um total de setenta e quatro estudantes participaram
das atividades. A faixa etária é ampla, estavam presentes adolescentes e alunos adultos.
Nas turmas da noite havia uma grande concentração de adultos que frequentam os cursos
buscando uma promoção em seus empregos, ou uma recolocação no mercado de trabalho.
Os alunos adolescentes estavam em maior quantidade no turno da tarde, mas também
estavam presentes nos cursos noturnos. Entre os adolescentes, existiam alunos oriundos
da rede pública e também do Colégio SESI.
As aulas foram ministradas nos laboratórios de eletrônica da escola. Nesses ambientes
existiam vários recursos disponíveis, tais como: multímetros, fontes de alimentação,
protoboards1, ferramentas e diversos componentes. Normalmente, os circuitos
eletrônicos são montados em protoboard, mas nesse projeto foi utilizado o painel de
circuitos que será descrito a seguir. Os ambientes da escola proporcionaram um excelente
local para que as atividades transcorressem da melhor maneira possível. A foto da figura
21, mostra o laboratório onde foram ministradas a maioria das aulas.
Figura 21: Local de realização das atividades. Fonte: O autor.
1 O protoboard também é conhecido como placa de ensaio ou matriz de contato. Essa placa possui vários
furos pequenos onde são encaixados os componentes eletrônicos. O protoboard é frequentemente utilizado
para fins didáticos, pois permite a montagem de circuitos eletrônicos para testes.
49
4.2 Planejamento das atividades
A experiência profissional mostrou que todo o aprendizado fica comprometido
quando o estudante não entende os conceitos e procedimentos básicos. Devido a isso, as
atividades ficaram mais focadas nos conceitos e procedimentos básicos envolvendo
circuitos elétricos de corrente contínua. As atividades foram idealizadas para alguns
temas específicos, tais como; associação em série, associação em paralelo, capacitores,
diodo, LED, multímetro, etc. O planejamento das tarefas foi motivado pelas dificuldades
vivenciadas ao trabalhar com circuitos elétricos em outras turmas anteriores. Essas
dificuldades já foram apontadas na tabela 01 desse trabalho e serão citadas novamente na
tabela 02 (a seguir), junto com as atividades propostas para resolver o problema.
Dificuldades no processo de ensino-
aprendizagem Atividades propostas
Os alunos não conhecem os componentes
na sua forma real.
Propor atividades para que os estudantes
tenham que trabalhar com os componentes
reais, efetuando ligações, fazendo leitura
dos valores nominais, efetuando testes,
etc.
Falhas na interpretação da simbologia.
Erros ao efetuar as ligações seguindo o
diagrama elétrico.
Solicitar que os estudantes utilizem a
simbologia padronizada para fazer
desenhos representando os circuitos
elétricos.
Fixar junto aos componentes uma etiqueta
com o respectivo símbolo para que o
educando possa associar o símbolo ao
componente.
Planejar diversas situações para que os
aprendizes façam ligações de acordo com
o diagrama.
50
Os estudantes fazem confusão entre as
grandezas elétricas e suas unidades de
medida.
Orientar os estudantes para que sempre
indiquem as unidades de medida junto aos
resultados de cálculos ou medições.
Uso incorreto do multímetro para efetuar
medidas elétricas.
Propor atividades solicitando medições de
tensão e corrente em circuitos elétricos.
Propor atividades solicitando a medição
da resistência elétrica em resistores e
outros componentes.
Planejar atividades específicas para o
estudo do multímetro.
Tabela 2: Possíveis soluções para as dificuldades relacionadas aos circuitos elétricos.
Ao fazer o planejamento, um dos critérios foi o de evitar aquela atitude de
professor narrador, conforme Moreira M.A. (2015): “O modelo da narrativa é aquele no
qual o professor repete (no quadro de giz ou com slides Power Point) o que está no livro,
o aluno anota tudo o que pode (ou pede os arquivos eletrônicos), decora e repete nas
provas”. Para evitar esse tipo de aula, houve um planejamento focado nas atividades
dos alunos e não em slides Power Point ou textos a serem repassados para os alunos. O
objetivo foi dar a oportunidade para que os educandos pudessem realizar aquelas
atividades que são fundamentais para os profissionais que interagem com os circuitos
elétricos, tais como: fazer medidas com o multímetro, efetuar ligações interpretando a
simbologia, testar e explicar o funcionamento de circuitos elétricos básicos, encontrar
defeitos, interagir com os colegas, etc.
O planejamento foi feito para que a maior parte do tempo fosse ocupado pelas
atividades dos alunos, evitando aquele tipo de aula em que o educando fica apenas
ouvindo e copiando os conteúdos. As atividades foram planejadas para ter a seguinte
sequência: no início havia uma breve introdução feita pelo professor, logo em seguida os
alunos realizavam atividades em grupo, e no final havia a correção dessas atividades. Em
algumas ocasiões foi solicitado que cada grupo apresentasse os resultados a toda turma.
51
As estratégias utilizadas no planejamento estavam parecidas com a proposta de
Moreira, M.A. (2015):
[...] O aluno deve participar ativamente, aprender ativamente (active learning).
O professor deve dar aulas curtas, miniaulas, e, logo após, propor tarefas
(problemas, questões, mapas conceituais, atividades computacionais, ...) a
serem resolvidas em pequenos grupos (três ou quatro alunos; mínimo dois) e
cujos resultados são apresentados ao grande grupo ou apenas ao professor que
os revisa, devolve com comentários e permite que sejam refeitos. À segunda
versão o docente pode atribuir uma nota ou conceito que será computado para
fins de avaliação formativa. (MOREIRA, M.A., 2015).
Outro objetivo das atividades propostas foi o favorecimento do trabalho em grupo
e a interação entre alunos e dos alunos com o professor. Esperava-se também que os
experimentos criassem um contexto favorável para as explicações posteriores do
professor. Ou seja, o objetivo é que o experimento fosse o ponto de partida para o
aprofundamento teórico dos conceitos. As informações que o aluno obtém na atividade
pratica deveriam servir para ajudá-lo a organizar melhor suas ideias. Para viabilizar a
aplicação das atividades propostas, foi necessário construir um painel didático que será
apresentado a seguir.
Para organizar a sequência das atividades, foi tomado com referência à Teoria da
Aprendizagem Significativa. Sabendo que o conhecimento prévio do aluno tem grande
influência na aprendizagem, foi elaborado uma sequência para que cada atividade
fornecesse os conhecimentos prévios para a atividade subsequente. A intenção era que a
explicação do professor tivesse como ponto de partida a análise das atividades e as
dúvidas dos alunos.
4.3 Montagem do painel didático
A ideia original era montar um painel didático que pudesse ser utilizado no
laboratório, mas também em salas de aula, inclusive no ensino médio. Pensando nisso, a
opção foi construir um painel que pudesse ser facilmente transportado de um local para
outro. Para a montagem do painel foram utilizadas placas de MDF2 com espessura de
9mm. Para garantir um bom acabamento, as placas foram recortadas com uma ferramenta
2 MDF é uma placa feita de fibra de madeira que é utilizada na fabricação de móveis, a sigla MDF significa
Medium Density Fiberboard que em tradução livre fica como placa de fibra de media densidade.
52
elétrica conhecida como “serra tico-tico”. Uma outra ferramenta conhecida como serra
copo foi utilizada para fazer os furos. Como não havia naquele momento essas
ferramentas especiais, foi necessário pedir ajuda de um marceneiro. Nessa etapa não
houve a participação dos alunos. Os painéis já prontos são apresentados na foto da figura
22.
Figura 22: Etapas da construção do painel de circuitos. Fonte: O autor.
Em seguida, foi preparado um painel para servir como modelo. Esse painel é
apresentado na foto da figura 23. Foram fixados no painel os seguintes componentes:
fusível, interruptor, lâmpadas automotivas, resistores diversos, capacitores eletrolíticos,
diodo retificador e diodo emissor de luz (LED). No apêndice A desse trabalho, o leitor
poderá encontrar a lista completa dos componentes. É perfeitamente possível abaixar o
custo desse projeto, pode ser utilizado uma placa perfurada ou compensado no lugar do
MDF, também é possível utilizar lâmpadas de menor potência e componentes mais
baratos. O layout do painel está disponível no apêndice C desse trabalho, e as medidas
para a montagem e fixação dos componentes estão no anexo D.
53
Figura 23: Painel didático (modelo). Fonte: O autor.
Ao transportar e manusear componentes pequenos, existe o risco de perder ou
danificar esses componentes. Para evitar esse problema, os componentes foram fixados
no painel. Outra vantagem de fixar os componentes no painel é que assim evita-se perda
de tempo ao fazer as atividades. Isso é importante, especialmente quando o professor tem
aulas de 50 minutos, onde uma perda de tempo pode comprometer o andamento das
atividades. Os componentes foram soldados aos terminais de ligação conforme mostra a
foto da figura 24.
Figura 24: detalhe da fixação dos componentes. Fonte: O autor.
Na figura 24 é possível notar que os conectores utilizados no painel possibilitam
o uso de cabos com plugue tipo banana. Assim, as conexões entre os dispositivos do
painel podem ser feitas sem o uso de ferramentas, não sendo necessário cortar os
condutores. Isso é uma grande vantagem, porque os cabos podem ser reutilizados
54
evitando gastos desnecessários. Um dos cabos que foi utilizado pode ser visto na foto da
figura 25.
Figura 25: cabos com plugue tipo pino banana. Fonte: O autor.
As lâmpadas utilizadas são do tipo automotiva, com tensão nominal de 12 V e
potência de 10 W. Essa lâmpada deve ser encaixada em um soquete (receptáculo) especial
conforme a foto da figura 26. As lâmpadas foram utilizadas nas atividades principalmente
para o estudo de associação de resistores.
Figura 26: Lâmpada automotiva e receptáculo. Fonte: O autor.
Todo circuito elétrico deve possuir um elemento de proteção contra curto circuito
e sobrecarga, o disjuntor é o elemento de proteção mais utilizado nas instalações elétricas
prediais. Os fusíveis são frequentemente utilizados para proteção interna de equipamentos
eletrônicos e também nas instalações elétricas automotivas. Por isso, um fusível foi
55
incluído no kit didático para que desde o início os estudantes compreendam a sua
importância. O fusível utilizado nesse projeto é conhecido como fusível de vidro e requer
uma base para sua instalação no circuito. Para comprar esse componente, é necessário
especificar a corrente elétrica nominal e também o tamanho da peça. Os fusíveis de vidro
são vendidos em dois tamanhos diferentes, o fusível de vidro pequeno tem dimensões de
aproximadamente 5 mm x 20 mm, e o fusível de vidro “grande” possui dimensões de
aproximadamente 6 mm x 30 mm. No kit didático foi usado o fusível de vidro pequeno
que aparece na foto da figura 27.
Figura 27: Porta fusível e fusível de vidro. Fonte: O autor.
Após a conclusão de um painel como modelo, os alunos ficaram responsáveis por
fazer mais quatro kits didáticos. Esse trabalho foi realizado com os estudantes do terceiro
período do curso técnico em automação industrial. Para fixar os componentes, foram
utilizadas ferramentas como alicates, chaves de fenda, ferro de solda, sugador de solda.
Essa etapa possibilitou um excelente aprendizado para os discentes. Foi dada uma atenção
especial com a segurança, pois o uso incorreto dessas ferramentas pode causar acidentes,
algumas ferramentas podem causar cortes e o ferro de solda pode ocasionar queimaduras.
Por isso, a montagem desse painel em sala de aula, requer uma atenção especial por parte
do professor que deverá orientar os alunos para que usem as ferramentas de forma correta.
Na figura 28, podem ser vistos os painéis didáticos montados com a ajuda dos alunos.
56
Figura 28: Painéis didáticos para o estudo dos circuitos elétricos. Fonte: O autor.
A interpretação correta da simbologia é muito importante para o estudo dos
circuitos elétricos. Pensando nisso, próximo a cada componente foi colada uma etiqueta
com o respectivo símbolo, conforme mostrado na figura 29. No apêndice B está a lista
com o simbologia utilizada. Dessa maneira, cada vez que o aprendiz efetua uma ligação,
ele associa o símbolo ao componente.
Figura 29: Simbologia utilizada no painel didático. Fonte: O autor.
Com os componentes desse kit, é possível fazer muitas experiências. Porém, ainda
estava faltando algo essencial: a fonte de alimentação. A seguir será apresentada uma
alternativa para que o painel didático fique completo.
57
4.4 Uso da fonte de computador como fonte didática
Para fins didáticos, é perfeitamente possível utilizar baterias ou associação de
pilhas para alimentar os circuitos elétricos. Entretanto, as pilhas e baterias tem uma vida
útil curta, e a troca desses componentes acrescenta um custo razoável ao projeto. Outro
problema é que devido a sua resistência interna, a tensão de saída não se mantem
constante quando a pilha ou bateria fornece corrente ao circuito. Outra alternativa é
comprar fontes eletrônicas, mas as fontes de qualidade apresentam um custo elevado,
então essa alternativa nem sempre é viável.
A alternativa proposta nesse projeto é o reaproveitamento das fontes de
alimentação das CPUs3 de computadores que estão fora de uso. Devido ao rápido avanço
da tecnologia, muitos computadores já se tornaram obsoletos. Nesses equipamentos há
diversos componentes que podem ser utilizados para fins didáticos. Além da fonte de
alimentação, podem ser reaproveitados outros componentes, tais como: imãs, o cooler de
resfriamento do processador, pequenos motores elétricos, cabos, dissipadores de calor, e
outros. É um grande desperdício jogar no lixo esse tipo de equipamento, o
reaproveitamento dessas fontes além de reduzir custos também é algo muito positivo para
o meio ambiente! Na foto da figura 30, pode ser visto a CPU já aberta para a retirada da
fonte.
Figura 30: Imagem da CPU de computador com destaque para a fonte ATX. Fonte: O autor.
3 CPU: É a sigla para Central Processing Unit, que na tradução livre fica como Unidade Central de
Processamento.
58
A fonte da CPU é conhecida como fonte ATX, existem muitos vídeos na Internet
com sugestões para o uso dessa fonte, um exemplo é o vídeo “Monte uma fonte com
várias tensões gastando pouco!”, esse vídeo foi publicado no canal Mundo da Elétrica e
disponibilizado no endereço eletrônico
https://www.youtube.com/watch?v=IK1F5AB2FXA. Também é possível encontrar
informações sobre essa fonte em páginas especializadas em eletrônica e informática,
como exemplo, na página Clube do Hardware, disponível em:
http://www.clubedohardware.com.br/artigos/anatomia-das-fontes-de-alimentacao-
chaveadas/1218. A foto a seguir (figura 31) mostra a fonte que foi retirada de uma CPU
que não estava mais sendo utilizada.
Figura 31: Fonte ATX. Fonte: O autor.
Esse tipo de fonte recebe a tensão alternada disponível nas tomadas e transfere
para a saída diversos valores de tensão contínua. Vários fios coloridos são
disponibilizados na saída da fonte. Para cada cor, há uma tensão diferente conforme
mostrado na tabela 3, esses diferentes valores de tensão foram utilizados posteriormente
nas atividades práticas.
Cor Tensão
Preto GND (0V)
Alaranjado + 3,3 V
Vermelho + 5,0 V
Amarelo + 12,0 V
Branco - 5,0 V
Azul -12,0 V Tabela 3: Tensões de saída da Fonte Modelo ATX.
59
A fonte ATX é uma fonte do tipo chaveada tendo seu funcionamento baseado em
circuitos eletrônicos, uma de suas vantagens é o fato de ser mais leve do que as fontes
comuns (UAB, 2012). No uso dessa fonte, alguns cuidados devem ser tomados. O
manuseio incorreto da fonte pode ocasionar choque elétrico. Os componentes internos
são capazes de armazenar energia mesmo com a fonte já desligada da tomada. Portanto,
recomenda-se nunca abrir a fonte. Caso seja necessário abrir, deve ser solicitado ajuda de
um profissional experiente em manutenção de equipamentos eletrônicos.
Antes de ligar a fonte, é necessário ajustar a tensão de entrada de acordo com a
tensão disponível no local, na parte traseira da fonte tem uma chave onde pode ser
selecionado as tensões de 110 V ou 220 V. Os fabricantes informam em uma etiqueta
colada na fonte os valores de potência e corrente de saída. Esses valores devem ser
respeitados para que o equipamento funcione adequadamente. Todas essas informações
foram repassadas aos estudantes do terceiro período do curso Técnico em Automação.
Em uma tarde, eles retiram as fontes de algumas CPUs disponibilizadas pela escola e
testaram para verificar se estava funcionando. Em seguida, os discentes instalaram a fonte
no kit didático. Não foi necessário abrir a fonte, os fios coloridos foram conectados
diretamente aos terminais disponíveis no painel didático de acordo com a foto a seguir
(figura 32).
Figura 32: Foto da fonte ATX instalada no painel de circuitos. Fonte: O autor.
Essa fonte junto com o painel didático viabilizou a execução das atividades que
serão analisadas no capítulo 05.
60
Capítulo 5 - Resultados e discussões
Os resultados desse trabalho serão apresentados por meio da análise das principais
atividades que foram realizadas. Nessas analises serão apresentadas tabelas com os
índices de acerto para algumas das tarefas. Porém, é importante deixar claro que o
objetivo é apresentar uma análise qualitativa do trabalho realizado.
Foram desenvolvidas atividades com um total de 74 alunos em quatro turmas
diferentes. Para um melhor aproveitamento, algumas turmas foram separadas, (turma A
e turma B). Não foram realizadas as mesmas atividades em todas as turmas. Por exemplo,
as atividades com o diodo foram aplicadas somente em uma turmas. Para resolver os
exercícios, os estudantes se organizaram em grupos que variavam de três a cinco alunos.
As atividades consistiram basicamente em montar, testar e entender o funcionamento de
circuitos.
Na maioria das turmas, foi realizada uma introdução teórica antes da aula prática.
A exceção foi nas atividades com o diodo e o LED que os alunos ainda não conheciam
esses dispositivos. Eles também não conheciam o capacitor na sua forma real, mas já
tinham recebido algumas informações teóricas a respeito desse componente.
5.1 Associação de resistores
Para o iniciar o estudo das associações de resistores, primeiramente os alunos
realizaram atividades práticas com lâmpadas. Essa escolha foi feita porque com as
lâmpadas fica mais fácil demostrar as diferenças entre associação em série e associação
em paralelo. Para se familiarizar com o material, todas as turmas fizeram como primeira
atividade a montagem de um circuito simples no painel e em seguida realizaram a
montagem do circuito representado na figura 33.
5.1.1 Associação de lâmpadas em série
Objetivos dos alunos: identificar as principais características de uma associação
em série.
Quantidade de alunos: 74 (atividade aplicada em cinco turmas).
61
Como é o funcionamento de uma associação em série?
Para analisar o funcionamento de uma associação em série, você deverá efetuar as
ligações conforme esquema abaixo e em seguida fazer os testes que serão solicitados:
a) Se uma única lâmpada for retirada do seu
receptáculo, será que a outra permanecerá
funcionando? Faça o teste e explique abaixo o que
aconteceu:
Nessa questão os alunos perceberam que na associação em série uma lâmpada
depende da outra para funcionar. Logo após o teste do circuito, foi solicitado que os
estudantes completassem a resposta explicando porque uma lâmpada depende da outra
para funcionar. Foi considerado a resposta como incompleta para aqueles que
responderam apenas que a outra lâmpada apagou sem explicar o motivo. Do total de
alunos, 88,9% apresentaram uma resposta considerada satisfatória conforme apresentado
na tabela 4.
Resultados
Se uma única lâmpada for retirada do seu receptáculo, será que a outra continuará funcionando?
Faça o teste e explique o que aconteceu.
Automação
vespertino 3A
17/11/2015
Automotiva
noturno 1A
22/02/106
Automotiva
noturno 1B
23/02/2016
Automação
noturno 1A
12/04/2016
Automação
noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 12 18 14 12 18
Respostas corretas 10 16 14 10 16
Respostas corretas (%) 83,3% 88,9% 100% 83,3% 88,9%
Respostas incompletas 2 2 0 0 1
Respostas erradas ou em
branco 0 0
0 2
1
Tabela 4: Associação de lâmpadas em série. Resultados da atividade (a).
Segue algumas das respostas que foram consideradas corretas:
Figura 33: Associação de lâmpadas em série. Fonte: O autor.
62
“Não, pois como estão ligados em série se uma lâmpada é retirada é como se cortasse o
fio”.
“Não funcionarão porque como o circuito é em série, todas devem estar interligadas
para uma funcionar”.
Na resposta a seguir, o estudante percebeu que na associação em série as lâmpadas
emitiram luz com menor intensidade.
“Ao fazer a ligação as luzes ficaram baixas, ao retirar uma das lâmpadas o caminho em
que os elétrons percorrem é interrompido e não há como ligar a outra lâmpada”.
A estrutura atômica é um conhecimento prévio (subsunçor) importante para a
correta compreensão dos fenômenos elétricos. Porém, na resposta a seguir há uma
evidencia que esse subsunçor ainda não estava bem desenvolvido na “estrutura cognitiva”
do aluno, pois aparentemente ele confundiu elétron com átomo:
“Não, pois as duas lâmpadas estão em série e assim como uma serie desligada a outra
será desligada também e assim os átomos não passam para a outra”.
Na atividade seguinte, os discentes usaram o multímetro digital para medir a
tensão elétrica em diferentes pontos do circuito.
b) Como que a tensão elétrica da fonte ficará distribuída entre os
componentes da associação em série? Realize as medições a seguir para análise.
Tensão ente os polos da fonte de alimentação: ________________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: ___________________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: ___________________________.
A fonte era de 12 V e cada lâmpada recebeu aproximadamente 6 volts porque
eram lâmpadas com as mesmas especificações. No momento de efetuar as medidas,
naturalmente apareceram pequenas diferenças que não foram considerados erros.
63
Considerando todos os estudantes, o índice de acerto foi de 94,1%. As repostas erradas
ou em branco são referentes a alunos que naquele momento não souberam utilizar o
multímetro de forma adequada. Durante a execução dessa tarefa, foi possível identificar
as dificuldades dos alunos ao usar o multímetro para medir tensão, tais como: confundir
tensão contínua com tensão alternada, não saber selecionar a escala correta, errar a
posição das pontas de prova, etc. Os resultados são apresentados na tabela 5.
Resultados
Medidas de Tensão elétrica nas lâmpadas e na fonte:
Automação
vespertino 3A
17/11/2015
Automotiva
noturno 1A
22/02/106
Automotiva
noturno 1B
23/02/2016
Automação
noturno 1A
12/04/2016
Automação
noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 12 18 14 12 18
Respostas corretas 10 18 13 12 17
Respostas corretas (%) 83,3% 100% 92,9% 100% 94,4%
Respostas erradas ou em
branco 2 0
1 0
1
Tabela 5: Associação de lâmpadas em série. Resultados da atividade (b).
Na terceira questão, os alunos utilizaram o multímetro para medir a intensidade
de corrente elétrica em cada ponto do circuito representado na figura 34, conforme o
enunciado abaixo:
c) Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação em
série? Realize as medições a seguir para análise:
Corrente elétrica medida no condutor 1 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 2 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 3 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 4 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 5 = ______.
Figura 34: Associação em série. Fonte: O autor.
64
Como se trata de uma associação em série, a corrente elétrica tem a mesma
intensidade em todos os pontos do circuito. Pequenas diferenças não foram considerados
erros. As respostas parcialmente corretas foram aquelas em que os alunos não acertaram
todas as medidas ou inverteram as unidades de medida. Considerando todos os estudantes,
o índice de acerto foi de 89,12%. Durante a execução dessa tarefa, foi possível identificar
as dificuldades dos alunos ao usar o multímetro para medir corrente elétrica, tais como:
confundir corrente contínua com corrente alternada, inserir equivocadamente o
amperímetro em paralelo com o componente, não saber selecionar a escala correta, errar
a posição das pontas de prova, etc. Ficou evidente que é importante proporcionar mais
oportunidades para que os estudantes utilizem o multímetro e possam superar as
dificuldades apresentadas. Os resultados são apresentados na tabela 6.
Resultados
Medidas de corrente elétrica nos pontos solicitados.
Automação
vespertino 3A
17/11/2015
Automotiva
noturno 1A
22/02/106
Automotiva
noturno 1B
23/02/2016
Automação
noturno 1A
12/04/2016
Automação
noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 12 18 14 12 18
Respostas corretas 7 18 13 12 17
Respostas corretas (%) 58,3% 100% 92,9% 100% 94,4%
Respostas parcialmente
corretas 0 0
1 0
0
Respostas erradas ou em
branco 5 0
0 0
1
Tabela 6: Associação de lâmpadas em série. Resultados da atividade (c).
Na próxima questão foi solicitado para que os estudantes fizessem uma análise
das experiências realizadas e tentassem apontar pelo menos três características de uma
associação de resistores em série. Considerando todos os estudantes, 74,38%
conseguiram apontar corretamente pelo menos três características de uma associação em
série. Os resultados sã apresentados na tabela 7.
d) Analisando as experiências que você acabou de fazer, cite três
características de uma associação em série:
65
Resultados
Analisando as experiências que você acabou de fazer, cite três características de uma associação
em série.
Automação
vespertino 3A
17/11/2015
Automotiva
noturno 1A
22/02/106
Automotiva
noturno 1B
23/02/2016
Automação
noturno 1A
12/04/2016
Automação
noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 12 18 14 12 18
Respostas corretas 5 12 12 12 14
Respostas corretas (%) 41,7% 66,7% 85,7% 100% 77,8%
Respostas parcialmente
corretas 5 6
2 0
3
Respostas erradas ou em
branco 2 0
0 0
1
Tabela 7: Associação de lâmpadas em série. Resultados da atividade (c).
Foram consideradas corretas as respostas que apresentaram pelo menos três
características de uma associação em série. Foram consideradas parcialmente corretas as
respostas em que o aluno apontou apenas uma ou duas características. Um exemplo de
resposta considerada correta foi transcrita a seguir:
“A corrente é a mesma em qualquer lugar do circuito. Se interromper uma ligação o
circuito não funcionará. A tensão se divide conforme o número de lâmpadas”.
Houve algumas respostas confusas, alguns estudantes perceberam o que
aconteceu, mas, ao escrever não conseguiram se expressar corretamente. Além dos erros
técnicos, também ocorreram erros na escrita. Ficou evidente a importância de planejar
mais situações de aprendizagem que proporcione aos discentes a oportunidade de ler,
interpretar textos e se expressar de diferentes maneiras. Segue algumas das respostas
consideradas “confusas”:
“A lâmpada L2 não tem força para ligar n. o L1 não conter. A corrente que é 12 V passa
e divide-se em duas e elas não são iguais. E a corrente é a mesma em todos os
condutores”.
66
“Se uma lâmpada foi retirada do seu receptáculo em circuito de duas lâmpadas, ela não
continuarão funcionando, a corrente não chega integralmente não chega intera porque
as lâmpadas os divide, em todos os condutores a corrente é a mesma”.
“[...] as frequências são diferentes entre duas lâmpadas.”
Nessas respostas, ficou claro que alguns desses educandos ainda não tinham os
conhecimentos prévios (subsunçores) adequados, apesar de já terem estudado esse
assunto anteriormente. Houve confusão entre tensão e corrente e também entre tensão e
frequência. Alguns alunos confundem o conceito de circuito aberto e circuito fechado,
um exemplo disso está na resposta a seguir:
“A corrente será a mesma, se tirar a lâmpada vai fechar o circuito e a tensão da fonte
sempre será a mesma e a tensão das lâmpadas é a metade da tensão da fonte de
alimentação e retornando o fusível e interrompendo o circuito.”
Curiosamente, as maiores dificuldades ocorreram na turma do terceiro período
que deveria estar mais adiantada. Nessa turma, apenas 41,7% dos estudantes conseguiram
explicar satisfatoriamente três características de uma associação em série. Apareceram
erros ao indicar as unidades de medida e cinco alunos não souberam medir corrente. Esses
aprendizes já tinham visto esse assunto no ano anterior, mas pelas dificuldades
apresentadas ficou evidente que tiveram aprendizagem predominantemente mecânica. Na
foto da figura 35, ficou registrado um dos momentos da atividade com as lâmpadas.
67
Figura 35: Foto da atividade com lâmpadas associadas em série. Fonte: O autor.
5.1.2 Associação de lâmpadas em paralelo
Objetivos dos alunos: identificar as principais características de uma associação
em paralelo.
Quantidade de alunos: 41 (atividade aplicada em três turmas).
Depois que os discentes observaram o funcionamento das lâmpadas em série, eles
fizeram atividades com lâmpadas ligadas em paralelo, de acordo com o esquema da figura
36. O objetivo era que eles percebessem as diferenças entre os dois circuitos.
a) Como é o funcionamento de uma associação em paralelo?
Para analisar o funcionamento de uma associação em paralelo, você deverá
efetuar as ligações conforme esquema abaixo e em seguida fazer os testes que
serão solicitados:
a) Se uma única lâmpada for retirada do
seu receptáculo, será que a outra permanecerá
funcionando? Faça o teste e explique abaixo o
que aconteceu:
Figura 36: Associação de lâmpadas em paralelo. Fonte: o autor.
68
Nessa questão os estudantes perceberam que na associação em paralelo as
lâmpadas funcionam de maneira independente. Logo após o teste do circuito, foi
solicitado que os alunos completassem a resposta explicando porque as lâmpadas
funcionam de maneira independente. Do total de alunos, 90,8% apresentaram uma
resposta satisfatória. Os resultados são apresentados na tabela 08.
Resultados
Se uma única lâmpada for retirada do seu receptáculo, será que a outra permanecerá
funcionando? Faça o teste e explique abaixo o que aconteceu:
Automotiva noturno 1B
23/02/2016
Automação noturno 1A
12/04/2016
Automação noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 14 12 15
Respostas corretas 12 12 13
Respostas corretas (%) 85,7% 100% 86,7%
Respostas parcialmente
corretas
1 0
0
Respostas erradas ou em
branco
1 0
0
Tabela 8: Associação de lâmpadas em paralelo. Resultados da atividade (a).
Algumas das respostas foram transcritas a seguir:
“Sim, porque a corrente se divide.”
“Sim, porque uma funciona de forma independente da outra”.
“A outra lâmpada funciona porque o circuito não é interrompido apenas uma parte.”
Na atividade seguinte, os discentes usaram o multímetro digital para medir a tensão
elétrica em diferentes elementos do circuito.
b) Como que a tensão elétrica da fonte fica distribuída entre os componentes
da associação em paralelo? Realize as medições a seguir para análise.
Tensão ente os polos da fonte de alimentação: _______________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: __________________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: __________________________.
69
Sendo uma associação em paralelo, todas as lâmpadas ficaram com mesma tensão
da fonte. Pequenas diferenças não foram considerados erros, o índice de acerto foi de
100%. Quando os estudantes mediram tensão na associação em série, o índice de acerto
foi de 94,1%, esses resultados (tabela 09) mostraram que houve evolução de uma
atividade para outra.
Resultados
Como que a tensão elétrica da fonte fica distribuída entre os componentes da
associação em paralelo? Realize as medições a seguir para análise.
Automotiva noturno 1B
23/02/2016
Automação noturno 1A
12/04/2016
Automação noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 14 12 15
Respostas corretas 14 12 15
Respostas corretas (%) 100% 100% 100%
Respostas parcialmente
corretas
0 0
0
Respostas erradas ou em
branco
0 0
0
Tabela 9: Associação de lâmpadas em paralelo. Resultados da atividade (b).
Na próxima questão foi solicitado para que os estudantes medissem a corrente em
cada ponto do circuito. A intenção dessa tarefa foi mostrar que na associação em paralelo
a corrente se divide entre os componentes do circuito. Foram inseridos números no
diagrama (figura 37), para mostrar os pontos onde deveriam ser realizadas as medições
de corrente elétrica.
c) Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação em
paralelo? Realize as medições a seguir para análise:
70
Corrente elétrica medida no condutor 1 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 2 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 3 = ______.
Corrente elétrica medida no condutor 4 = ______.
Figura 37: Associação em paralelo (c). Fonte: O autor.
Nesse circuito a corrente em cada lâmpada era de aproximadamente 0,7A e a soma
das correntes era de aproximadamente 1,4A, pequenas diferenças não foram considerados
erros. Nessa etapa o índice de acerto foi de 100%, conforme mostrado na tabela 10.
Nessas atividades percebe-se evolução com o uso do multímetro, entretanto, foi
necessário o acompanhamento do professor para evitar danos ao multímetro.
Resultados
Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação em paralelo? Realize as
medições a seguir para análise:
Automotiva noturno 1B
23/02/2016
Automação noturno 1A
12/04/2016
Automação noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 14 12 15
Respostas corretas 14 12 15
Respostas corretas (%) 100% 100% 100%
Respostas erradas ou em
branco
0 0
0
Tabela 10: Associação de lâmpadas em paralelo. Resultados da atividade (c).
Na próxima questão foi solicitado que os estudantes fizessem uma análise das
experiências realizadas e tentassem apontar pelo menos três características de uma
associação de resistores em paralelo. Os resultados estão na tabela 11.
d) Analisando as experiências que você acabou de fazer, cite três
características de uma associação em paralelo:
71
Resultados
Analisando as experiências que você acabou de fazer, cite três características de uma associação
em paralelo:
Automotiva noturno 1B
23/02/2016
Automação noturno 1A
12/04/2016
Automação noturno 1B
14/04/2016
Total de alunos 14 12 15
Respostas corretas 14 7 8
Respostas corretas (%) 100% 58,3% 53,3%
Respostas parcialmente
corretas
0 5
7
Respostas erradas ou em
branco
0 0
0
Tabela 11: Associação de lâmpadas em paralelo. Resultados da atividade (d).
Foram consideradas corretas as respostas em que os estudantes conseguiram citar
pelo menos três características de uma associação em paralelo. Nas respostas
parcialmente corretas, os alunos apontaram somente uma ou duas características da
associação em paralelo. Algumas das respostas foram transcritas a seguir.
“A tensão é a mesma, a corrente se divide retirando-se um dos circuitos em um paralelo
o outro ainda funciona”.
“A corrente se divide ao meio em cada nó e se restaura ao terminar. A tensão continua
a mesma. Quando um componente é retirado o circuito continua funcionando”.
“A tensão (V) se mantém. A corrente (I) pode mudar. Se uma das lâmpadas queimar em
paralelo, as outras irão continuar acesas, pois elas são independentes.”
5.1.3 Associação de lâmpadas no circuito misto
Objetivos dos alunos: identificar as principais características de um circuito misto.
Quantidade de alunos: 25 (atividade aplicada em duas turmas)
Os alunos associaram lâmpadas em um circuito misto, de acordo com o diagrama da
figura 38, e fizeram testes para verificar de que forma uma lâmpada interfere no
72
funcionamento das outras. A primeira atividade foi realizada conforme enunciado a
seguir:
Como é o funcionamento de uma associação mista?
Para analisar o funcionamento de uma associação mista, você deverá efetuar as
ligações conforme esquema abaixo e em seguida fazer os testes que serão
solicitados:
a) Se uma única lâmpada for retirada do seu
receptáculo, será que as outras permanecerão
funcionando? Primeiro observe o circuito
funcionando com todas as lâmpadas. Em seguida
retire cada uma das lâmpadas do seu receptáculo e
explique o que acontece com as outras lâmpadas.
Anote se as demais lâmpadas apagaram ou tiveram
variação no brilho.
Figura 38: Circuito misto (a). Fonte: O autor.
Na foto a seguir (figura 39), ficou registrado um dos momentos da realização dessa
atividade.
Figura 39: Atividade com circuito misto. Fonte: O autor.
Algumas das respostas foram transcritas a seguir:
73
“Ao retirar L1 todas as lâmpadas apagam.”
“Ao retirar L1, o circuito não funciona pois L2 e L3, são dependentes de L1”.
“Ao retirar L2, o circuito se torna série”.
“Ao retirar L3, o circuito passa a ser série”.
Alguns alunos também perceberam que ao retirar L2 ou L3, o brilho das demais
lâmpadas passa a ser de mesma intensidade.
“Ao retirar L2: L1 e L3 a intensidade se igualam (brilho da lâmpada)”.
“Ao retirar L3: L1 e L2 se igualam a intensidade”.
Na atividade seguinte, os discentes mediram a tensão das lâmpadas com o circuito
em funcionamento.
b) Como que a tensão elétrica da fonte fica distribuída entre os
componentes da associação mista? Realize as medições a seguir para análise.
Tensão ente os polos da fonte de alimentação: _____________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: ________________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: ________________________.
Tensão entre os terminais da lâmpada L3: ________________________.
A seguir, está o resultado de uma das medições realizadas:
Tensão entre os polos da fonte de alimentação: 11,57 V
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: 9,44 V
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: 2,02 V
Tensão entre os terminais da lâmpada L3: 2,01 V
Na atividade seguinte, os aprendizes mediram a intensidade de corrente em cada ponto
do circuito. Foram acrescentados números no diagrama da figura 40, para orientar os
estudantes em quais pontos seriam feitas as medições de corrente elétrica.
74
c) Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação
mista? Realize as medições a seguir para análise:
Corrente elétrica medida no condutor 1 = ___.
Corrente elétrica medida no condutor 2 = ___.
Corrente elétrica medida no condutor 3 = ___.
Corrente elétrica medida no condutor 4 = ___.
Figura 40: Circuito misto (c). Fonte: O autor.
A seguir, está o resultado de uma das medições realizadas:
Corrente elétrica medida no condutor 1: 0,62 A
Corrente elétrica medida no condutor 2: 0,31 A
Corrente elétrica medida no condutor 3: 0,31 A
Corrente elétrica medida no condutor 4: 0,62 A
Pequenas diferenças em relação ao valor esperado não foram considerados
como erros. Em seguida, os estudantes responderam as seguintes perguntas:
d) Qual das lâmpadas está suportando a corrente total do circuito?
e) Qual das lâmpadas está ligada em série com as demais?
f) Quais lâmpadas estão ligadas em paralelo entre si?
Todas as equipes identificaram corretamente que a Lâmpada L1 estava ligada em
série com as demais e que as lâmpadas L2 e L3 estavam em paralelo entre si. Essa
atividade permitiu a cada aluno verificar que ambas associações (série e paralelo), fazem
parte do circuito misto. Ficou evidente nessa atividade que os conhecimentos prévios dos
alunos serviram de “ancora” para a compreensão dos conceitos relacionados ao circuito
misto.
75
5.2 Conceito da resistência elétrica
Objetivos dos alunos: adquirir as primeiras noções de resistência elétrica.
Quantidade de alunos: 22 alunos.
Essa atividade foi aplicada no primeiro período do curso técnico em Automação
Industrial. Participaram 22 alunos no total. Para que os estudantes compreendessem
melhor o conceito da resistência elétrica, foi realizado a montagem do circuito conforme
figura 41, e realizado a seguinte experiência:
Descubra qual é o resistor que permite que a lâmpada acenda:
Figura 41: Atividade com resistor. Fonte: O autor.
a) Dos resistores que estão à sua disposição, qual deve ser usado no circuito
para que a lâmpada tenha o maior brilho possível? Monte o circuito e faça o
teste com cada um dos resistores.
b) Explique porque a lâmpada acendeu somente com o resistor ______ ou
com os resistores _____________.
Os estudantes tinham a sua disposição resistores com diferentes valores de
resistência elétrica: 10Ω, 100Ω, 220Ω, 500Ω e 1200Ω. Usando um resistor de cada vez,
foi ligado cada resistor em série com uma lâmpada automotiva (12V/10W). A lâmpada
emitiu luz somente quando foi utilizado o resistor (R1) de 10 Ω. Os educandos tentaram
explicar porque a lâmpada acendeu somente com o resistor de 10 Ω. Algumas das
respostas foram transcritas a seguir:
76
“Acendeu apenas com R1, pois ele é o que apresenta menor resistência, fazendo com que
a corrente passe com maior facilidade”.
“Por que resistores mais fortes não permitem a energia chegar a lâmpada”.
“Tem menos resistência e mais corrente, por isso foi o único que acendeu a lâmpada”.
“Por que o resistor R1 tem a menor resistência”.
“Por que o resistor 1 oferece resistência muito baixa, já os resistores 2, 3, 4, 5 e 6
oferecem maior resistência, o que impossibilita o funcionamento da lâmpada.”
“Por que apresenta uma menor resistência em relação aos outros.”
Pelas respostas, percebe-se que os educandos conseguiram compreender as
primeiras noções a respeito da resistência elétrica. Essas primeira noção de resistência
elétrica poderá ser utilizada para a “ancoragem” de novos conhecimentos. A montagem
do circuito no painel didático está sendo mostrada na foto da figura 42.
Figura 42: Atividade (conceito da resistência). Fonte: O autor.
5.3 Resistência Equivalente
Objetivos dos alunos: Medir e calcular a resistência equivalente de associações de
resistores.
Quantidade de alunos: 22 alunos.
77
Essas atividades foram aplicadas no primeiro período do curso técnico em Automação
Industrial. Participaram 22 alunos no total. A resistência equivalente foi determinada de
duas maneiras, primeiro foi medido a resistência da associação com um multímetro
digital. Em seguida, os educandos realizaram cálculos para confirmar os resultados, nesse
momento, foram relembradas quais são as equações que podem ser utilizadas.
5.3.1 Resistência equivalente da associação em série
Selecione seis resistores e realize a medida das resistências anotando o resultado na
tabela a seguir:
R1 R2 R3 R4 R5 R6
Na primeira atividade as equipes mediram a resistência de cada um dos resistores
do painel de circuitos. Essa informação foi necessária para a atividade seguinte e também
foi uma maneira de fazer os estudantes resgatarem seus conhecimentos prévios a respeito
do uso do multímetro para medir resistência. Na tabela 12 que está seguir, segue o
resultado de uma das equipes.
R1 R2 R3 R4 R5 R6
Valor
nominal
10 Ω 100 Ω 100 Ω 220 Ω 500 Ω 1,2 kΩ
Valor
medido
11,7 Ω 100,7 Ω 101,8 Ω 227 Ω 516 Ω 1176 Ω
Tabela 12: Medição de resistência elétrica.
Ao medir resistência elétrica houve oportunidade de repassar informações
importantes aos educandos: nunca medir resistência em componentes energizados, não
tocar com as mãos nas pontas de prova para não interferir no resultado, selecionar a escala
que resulte em uma maior precisão na medida. No geral, os estudantes conseguiram medir
adequadamente a resistência elétrica de cada resistor.
78
Em seguida, os discentes montaram uma associação em série seguindo o diagrama
da figura 43 e de acordo com o enunciado a seguir:
Utilizando os resistores que você selecionou, monte o circuito da figura ao lado.
Com o multímetro, determine a resistência
equivalente entre os pontos solicitados:
a) RAB = ____________
b) RAC = ____________
c) RAD = ____________
d) RAE = ____________
e) RAF = ____________
f) RAG = ____________
Em seguida foi solicitado cálculos para confirmar as medidas conforme enunciado
a seguir:
Vamos confirmar os resultados. Para isso é necessário calcular o valor teórico das
resistências equivalentes. Descubra qual é a equação para cada caso. A primeira
equação foi dada como exemplo:
a) RAC = R1 + R2 = ______________________________________________
b) RAD = _______________________________________________________.
c) RAE = _______________________________________________________.
d) RAF = _______________________________________________________.
e) RAG = _______________________________________________________.
f) RAB = _______________________________________________________.
Os alunos não encontram dificuldades para relembrar as equações e fazer os
cálculos. A foto a seguir (figura 44) foi registrada no momento da realização da atividade.
Figura 43: Associação de resistores em série. Fonte: O autor.
79
Figura 44: Foto atividade com resistores.
5.3.2 Resistência equivalente da associação em paralelo
Foi utilizado a mesma sequência para o estudo das associações em paralelo:
montar o circuito, medir a resistência equivalente com o multímetro e depois fazer
cálculos para confirmar as medidas. Na foto a seguir (figura 45) pode ser verificado o
procedimento para uma das medições.
Figura 45: Medição de resistência equivalente. Fonte: O autor.
80
Não foram dadas as equações, foi proposto que os alunos relembrassem ou
fizessem uma pesquisa para obter a equação mais apropriada para cada circuito, conforme
o enunciado a seguir:
Como podemos determinar a resistência equivalente de uma associação de
resistores em paralelo?
Para as associações em paralelo, a resistência equivalente também pode ser
determinada por meio de cálculos ou com o uso do multímetro. Para cada uma das
associações a seguir, utilize os dois métodos, primeiro faça a medição com o
multímetro, e depois confirme o resultado utilizando cálculos. Faça uma pesquisa
para descobrir qual é a equação mais apropriada para cada circuito.
A primeira associação foi montada com dois resistores de mesmo valor (100 Ω)
de acordo com o diagrama da figura 46.
Figura 46: Resistência equivalente associação em paralelo (a).
Todas as equipes conseguiram medir e calcular corretamente a resistência
equivalente dessa associação, porém os discentes conheciam somente uma equação:
𝑹𝒆𝒒 =𝑹𝟐× 𝑹𝟑
𝑹𝟐+ 𝑹𝟑 (41)
Foi aproveitado a oportunidade e demonstrado para os estudantes a outra equação
alternativa, já definida na equação 15 desse trabalho.
Nos exercício seguintes, foi realizado o mesmo procedimento, os alunos mediram
com o multímetro a resistência equivalente e em seguida deveriam descobrir qual é a
equação mais apropriada para cada circuito da figura 47.
81
Figura 47: Resistência equivalente associação em paralelo (b) e (c).
Todas as equipes conseguiram medir e calcular corretamente o valor da resistência
equivalente de cada associação. Em cada uma dessas associações, foi demostrado para os
alunos a equação mais apropriada para cada caso. Essa tarefa permitiu a comparação dos
valores medidos com os valores calculados. Também possibilitou a visualização do
circuito na sua forma real dando aos educandos a oportunidade de reconhecer os
componentes. O equacionamento teve como ponto de partida a tarefa prática realizada
pelos grupos, ou seja, para o estudo teórico foi possível tomar como ponto de partida os
subsunçores adquiridos durante a experiência prática.
5.4 Conhecendo o diodo
As atividades a seguir foram aplicadas no primeiro período do curso técnico em
automação industrial. Os executantes da tarefa ainda não conheciam o diodo, foi a
primeira atividade deles com esse componente.
5.4.1 Introdução ao diodo
Objetivos dos alunos: verificar o comportamento do diodo com polarização direta
e com polarização reversa.
Quantidade de alunos: 23 (atividade aplicada em uma turma).
82
No primeiro momento da aula foi feito uma breve introdução. Foi utilizada a figura
48 para mostrar o aspecto físico do diodo, o símbolo e o nome dos seus terminais.
Figura 48: Atividade com diodo (introdução)
Em seguida, os estudantes montaram o circuito representado na figura 49 e
realizaram as seguintes atividades:
Diodo com polarização direta.
a) Acrescente no desenho ao
lado uma seta indicando qual
seria o sentido convencional
da corrente elétrica na
lâmpada.
b) Monte o circuito e faça o teste
verificando se a lâmpada
acende.
Nessa primeira atividade, os estudantes montaram o circuito e verificaram que a
lâmpada acendeu normalmente (figura 50a). Em seguida, eles inverteram a posição do
diodo (figura 50b e 51).
Figura 49: Circuito com diodo. Fonte: O autor.
83
Figura 50: (a) Diodo com polarização direta. (b) Diodo com polarização reversa. Fonte: O autor.
Diodo com polarização reversa
a) Acrescente no desenho ao
lado uma seta indicando qual
seria o sentido convencional
da corrente elétrica na
lâmpada.
b) Monte o circuito e faça o teste
verificando se a lâmpada
acende.
Nesse momento, foi verificado que a lâmpada não acendeu quando o diodo foi
ligado “invertido”. Em seguida, os educandos responderam as seguintes perguntas:
Suas conclusões:
a) Qual foi o comportamento do diodo na polarização direta?
b) Qual foi o comportamento do diodo na polarização reversa?
c) Há algo em comum entre o símbolo do diodo e o sentido convencional da
corrente elétrica?
Figura 51: Diodo com polarização reversa. Fonte: O autor.
84
Todos os executantes da atividade notaram que a lâmpada não funcionou com o
diodo na polarização reversa. Também perceberam que a seta no símbolo do diodo
coincide com o sentido convencional da corrente elétrica quando o diodo está em
condução. Algumas das respostas foram:
“O triângulo do símbolo deve se encontrar no sentido da corrente.”
“Corrente entra pelo anodo e sai pelo catodo, caso contrário, não passará”.
“Para onde seus polos estão direcionados vai ser o sentido da corrente”.
“Sim, estão no mesmo sentido quando é possível a passagem da corrente. Quando estão
opostos a corrente não passa”.
Somente dois estudantes deixaram em branco a última questão. Ficou evidente
que observando o comportamento do diodo, os discentes conseguiram entender bem que
o diodo permite o fluxo de corrente em apenas um sentido. Também conseguiram atribuir
um significado ao símbolo desse componente.
5.4.2 Comportamento do diodo ao variar a tensão
Objetivos dos alunos: explicar o comportamento do diodo durante as variações de
tensão no circuito.
Quantidade de alunos: 23 (atividade aplicada em uma turma).
Nessa atividade foi necessário medir a tensão no diodo e no resistor, por isso, a
primeira questão foi planejada para que os estudantes resgatassem seus conhecimentos
prévios de como efetuar a ligação do voltímetro e sua simbologia. Baseando-se no
diagrama da figura 52, foi solicitado a seguinte tarefa:
No desenho abaixo, acrescente um voltímetro V1 que deverá indicar a tensão entre
os terminais do diodo. Represente também um voltímetro V2 que mostrará a tensão
entre os terminais do resistor.
85
Figura 52: Circuito com diodo e resistor. Fonte: O autor.
No geral, a turma demostrou dificuldade em representar corretamente as ligações dos
voltímetros conforme indicam os resultados na tabela 13 a seguir:
Resultados
No desenho abaixo, acrescente um voltímetro V1 que deverá indicar a tensão entre os terminais do
diodo. Represente também um voltímetro V2 que mostrará a tensão entre os terminais do resistor.
Automação vespertino 1A e 1B
05/05/2016
Total de respostas entregues 11
Respostas em branco 05
Faltou representar os pontos
de ligação
04
Símbolo incorreto 02
Desenho 100% correto 0
Tabela 13: Resultados da representação dos voltímetros no circuito.
Esses resultados mostraram que nessa turma seria necessário trabalhar novamente
com a simbologia e representação de circuitos elétricos. Na segunda questão, o objetivo
foi medir as tensões no diodo (ver figura 53) e no resistor com diferentes tensões de
alimentação.
86
Vamos verificar qual é o comportamento do diodo ao variar a tensão de alimentação.
No lugar dos voltímetros V1 e V2, utilize o multímetro devidamente preparado para
medir tensão. Faça as medições usando as saídas da fonte de: (3,3 V), (5 V) e (12
V). Anote os resultados na tabela a seguir:
Tensão de alimentação
(V)
Tensão no diodo (V1) Tensão no Resistor
(V2)
Figura 53: Medindo a tensão no diodo. Fonte: O autor.
As equipes conseguiram realizar corretamente as medições. Na tabela 14 estão os
resultados de uma das equipes:
87
Tensão de alimentação Tensão no diodo (V1) Tensão no Resistor (V2)
11,62 V 0,78 V 10,76 V
5,06 V 0,74 V 4,28 V
3,22 V 0,72 V 2,47 V
Tabela 14: Tensões medidas no circuito com diodo e resistor.
Nessa tabela é possível verificar que no diodo a tensão apresentou uma pequena
variação permanecendo próximo a 0,7 V, essa é uma das características do diodo em
condução. Já no resistor, a tensão variou proporcionalmente com a tensão da fonte. Esses
resultados foram utilizados para que os estudantes respondessem a seguinte questão:
Compare as tensões no diodo com as tensões no resistor. Explique como foi o
comportamento desses componentes ao variar a tensão de alimentação.
Todas as equipes responderam de maneira satisfatória. Algumas das respostas
foram transcritas a seguir:
“A tensão no diodo houve uma pequena variação, já no resistor a variação foi maior”.
“O diodo praticamente não alterou sua tensão, porém o resistor “segurou” a maior parte
dela”.
“A tensão no diodo sempre permanece a mesma, independente da tensão de alimentação,
já no resistor a tensão se altera proporcionalmente com a tensão de alimentação”.
A próxima pergunta, teve o objetivo de fazer uma síntese identificando pelo
menos duas características do diodo com base em todas nas atividades realizadas.
Analise as experiências realizadas nessa atividade e cite abaixo pelo menos duas
características do diodo:
O objetivo esperado era que os estudantes identificassem o diodo como um
componente que permite o fluxo de corrente em apenas um sentido e que mantém
aproximadamente constante a tensão entre seus terminais dentro da sua faixa de
88
utilização. Algumas das respostas foram transcritas a seguir. Ficou evidente que os
discentes adquiriram conhecimentos prévios (subsunçores) que servirão de base para os
estudos posteriores dos circuitos com diodo.
“O diodo tem dois terminais e, se invertido, serve para conter energia”.
“O diodo colocado do contrário segura a energia, existe o catodo e o anodo que fazem
parte do diodo.”
Das onze respostas entregues, somente quatro foram consideradas completas,
conforme mostrado na tabela 15. Cabe lembrar que os estudantes estavam utilizando o
diodo pela primeira vez. Os educandos observam os fenômenos, mas no momento de
escrever a resposta nem sempre conseguem explicar corretamente. Mas, o objetivo da
tarefa é ajudar o aluno no processo de aprendizagem, as respostas dos alunos foram
utilizadas como ponto de partida para as intervenções do professor.
Analise as experiências realizadas nessa atividade e cite abaixo pelo menos duas características do
diodo:
Automação vespertino 1A e 1B
05/05/2016
Total de respostas entregues 11
Respostas em branco 01
Identificaram corretamente
uma característica do diodo.
06
Identificaram corretamente
duas características do
diodo.
04
Tabela 15: Resultados da atividade com o diodo.
5.5 Capacitores
Objetivos dos alunos: Reconhecer o capacitor como um componente capaz de
armazenar energia. Compreender o conceito da capacitância. Compreender as
diferenças da associação em série e associação em paralelo.
Quantidade de alunos: 23 (uma turma)
89
5.5.1 Introdução ao capacitor
Foi a primeira vez que os alunos realizaram atividades práticas com capacitores,
antes disso eles tiveram apenas uma aula teórica sobre capacitores com outro professor.
Essa atividade foi planejada para que os estudantes percebessem que o capacitor é capaz
de armazenar cargas elétricas. Os alunos fizeram uma comparação entre dois circuitos.
Primeiro eles ligaram um circuito simples com LED (figura 54) e observaram o
funcionamento conforme o enunciado a seguir.
Monte o circuito abaixo. Em seguida ligue e desligue o interruptor S1 observando
o brilho do LED.
Figura 54: Circuito com LED. Fonte: O autor.
Em seguida os discentes incluíram um capacitor no circuito (figura 55) e repetiram
o teste. Com o capacitor, o LED permanecia aceso por alguns segundos após o
desligamento do interruptor.
Agora, vamos acrescentar ao circuito o capacitor C2. ATENÇÃO: Esse
capacitor possui polaridade, cuidado para não inverter os terminais positivo (+) e
negativo (-).
90
Figura 55: Circuito com LED e capacitor. Fonte: O autor.
Observação: Foi incluído um resistor (R1) de 10Ω para evitar um pico de corrente
ao acionar a chave S1. Sem esse resistor, a fonte estava desligando por sobrecarga, o
motivo é que nos instantes iniciais o capacitor descarregado se comporta como um curto
circuito. Isso ocorre em um intervalo de tempo muito curto, mas já era suficiente para
atuar a proteção da fonte.
Após acrescentar o capacitor ao circuito, os educandos receberam as seguintes
orientações:
Ligue a chave S1 e aguarde 10 segundos.
Desligue a chave S1 e fique observando o brilho do LED.
Compare o funcionamento do circuito 01 com o circuito 02. Qual foi a
mudança que o capacitor provocou no circuito?
Os aprendizes observaram que no circuito 2 o LED permaneceu aceso um tempo
após o desligamento da chave. Algumas das respostas dos alunos foram copiadas a seguir:
“O LED ficou aceso por alguns segundos depois de abrir a chave com o capacitor”.
“O LED demorou para apagar quando desligamos a chave porque o capacitor segurou
a tensão e foi liberando lentamente”.
“O capacitor mantém o LED ligado mesmo após desligar o circuito, graças ao fato de
armazenar energia temporariamente”.
91
Somente uma das equipes respondeu de maneira equivocada, responderam que o
LED seria o responsável por “guardar” a tensão. Isso mostra que o estudante pode ter uma
interpretação equivocada do fenômeno, nesse caso, cabe ao professor fazer perguntas para
ajudar o aluno corrigir a resposta. As perguntas que poderiam ser realizadas pelo
professor: O LED é capaz de armazenar energia? Por que no circuito 01 o LED não
“guardou” a tensão? Qual seria a influência do capacitor? O capacitor é capaz de
armazenar energia? Na foto a seguir (figura 56), é possível ver um dos momentos da
atividade proposta.
Figura 56: Foto da atividade com capacitores. Fonte: O autor.
5.5.2 Noção de capacitância
Essa atividade foi planejada para que os estudantes tivessem as primeiras noções
sobre o significado da capacitância. Na primeira questão, os discentes fizeram a leitura
dos valores marcados no encapsulamento do capacitor conforme enunciado a seguir:
Primeiramente, leia os valores anotados nos capacitores e complete as informações
abaixo:
a) O Capacitor C1 possui tensão nominal de _____ V e capacitância
igual a _______ μF.
92
b) O Capacitor C2 possui tensão nominal de _____ V e capacitância
igual a _______ μF.
Em seguida, as equipes montaram um circuito e cronometraram o tempo que cada
capacitor foi capaz de manter um LED aceso. Para cronometrar os tempos, os estudantes
utilizaram o cronômetro disponível nos seus aparelhos de telefone celular. O diagrama da
figura 57 representa o circuito utilizado para fazer a experiência.
Figura 57: Circuito para comparação dos capacitores. Fonte: O autor.
Ao cronometrar o tempo, ocorrem diferenças nos resultados de cada aluno, porque
cada um demora um certo tempo para acionar o cronômetro. Na tentativa de diminuir a
chance de erro, foi solicitado que cada estudante realizasse uma medida e considerassem
como resultado a média aritmética das medidas. As orientações foram repassadas
conforme enunciado a seguir:
Tente cronometrar o tempo que cada capacitor consegue manter o LED aceso. Ligue
a chave S1 e espere um tempo para que o capacitor fique totalmente carregado. Você
deve disparar o cronômetro no mesmo instante em que desligar a chave S1. Anote
o tempo em que o LED permaneceu aceso. Para reduzir a chance de erro, cada aluno
deve fazer uma medida e o resultado final será a média aritmética das medições.
Registre os resultados na tabela abaixo:
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
93
Segue como exemplo os resultados de uma das equipes (tabela 16):
Capacitor C1: 470 uF
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
3,31 s 2,65 s 2,88 s 3,20 s 2,83 s 2,97
Capacitor C2: 2200 uF
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
12,28 s 11,97 s 10,38 s 11,30 s 14,74 s 12,13 s Tabela 16: tempos de descarga dos capacitores.
Ao término dessa atividade, os discentes responderam a seguinte pergunta na folha
de exercícios: “Compare os resultados [...] e explique de que maneira a capacitância
interfere no tempo de descarga do capacitor”. Algumas das respostas foram transcritas
a seguir:
“Quanto maior o valor da capacitância, maior o tempo que irá demorar para apagar”.
“O capacitor de maior capacitância armazena mais energia e faz com que o LED
permaneça aceso por mais tempo”.
“Quanto maior a capacitância, mais energia o capacitor irá armazenar, o que resulta
em um desligamento mais lento do LED”.
A próxima pergunta que os estudantes responderam foi: “Com base nessa
experiência, tente explicar o que você entendeu a respeito da capacitância”. Algumas
das respostas foram reproduzidas a seguir:
“Que quanto maior a capacitância, mais tarde que a tensão irá zerar quando a chave
desligar.”
“Capacitância é a capacidade de armazenar energia”.
“Quanto maior o farad do capacitor, mais energia vai armazenar e mais tempo demora
para apagar o LED.
Verificando as respostas, ficou evidente que os estudantes conseguiram obter
conhecimentos prévios (subsunçores) que poderão ser utilizados como ponto de partida
94
para novos conhecimentos. Espera-se que ao utilizar equações que envolvam
capacitância, os discentes possam compreender o significado do que estão fazendo.
5.5.3 Associação de capacitores
Para comparar uma associação de capacitores em série (figura 59) com uma
associação em paralelo (figura 58), os educandos mediram o tempo de descarga de cada
uma das associações. Eles ainda não tinham estudado esse assunto. No início da aula, foi
feita a seguinte pergunta: Ao associar capacitores em série ou em paralelo, o que acontece
com o valor total da capacitância do circuito? Para realizar a experiência, as equipes
montaram os circuitos a seguir.
Para cronometrar os tempos de descarga de cada associação, foi utilizado o
cronômetro disponível nos aparelhos de telefone celular dos alunos. Segue como exemplo
o resultado de uma das equipes (tabela 17):
Figura 58: Associação de capacitores em paralelo. Fonte: O autor.
Figura 59: Associação de capacitores em série.
95
Associação em paralelo
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
17,58 s 18,07 s 16,83 s 16,56 s --------- 17,26 s
Associação em série
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
03,21 s 03,21 s 2,88 s 2,89 s --------- 3,04 s Tabela 17: tempos de descarga das associações de capacitores.
Para finalizar a experiência, foi feita a seguinte pergunta: Qual associação
apresenta o maior valor de capacitância? Algumas das respostas foram copiadas a
seguir:
“Na paralela, pois soma as capacitâncias segurando por mais tempo a tensão”.
“Paralelo, pois armazena mais energia por mais tempo”.
“Associação em paralelo.”
Verificando as respostas, ficou evidente que os estudantes conseguiram obter
conhecimentos prévios (subsunçores) que poderão ser utilizados como ponto de partida
para novos estudos com associação de capacitores. Também foi possível verificar que as
experiências ajudaram aos alunos na compreensão dos conceitos. Na foto a seguir (figura
60), ficou registrado um dos momentos dessa atividade.
Figura 60: Foto da atividade com associação de capacitores. Fonte: O autor.
96
5.6 Localizar os erros
Objetivos dos alunos: identificar erros em circuitos elétricos.
Quantidade de alunos: 22 alunos.
Essa atividade foi aplicada no primeiro período do curso técnico em Automação
Industrial. Participaram 22 alunos no total. Foi passado para as equipes uma situação-
problema com o seguinte enunciado:
“Um estudante realizou uma experiência associando lâmpadas em circuitos série,
paralelo e misto. Porém, ele cometeu alguns erros nos circuitos representados a
seguir. Monte cada um desses circuitos, teste e identifique o erro (se houver). Em
cada associação, todas as lâmpadas deveriam acender, nem sempre as lâmpadas
apresentarão o mesmo brilho”.
O primeiro erro que deveria ser identificado está na figura 61:
Figura 61: Localizando os erros (a). Fonte: O autor.
As equipes ligaram o circuito conforme o esquema e identificaram o erro, em
seguida representaram novamente o esquema com as devidas correções e por último
testaram o circuito corrigido. A seguir são apresentadas algumas das respostas para essa
questão:
97
“O erro estava na segunda lâmpada, onde o aluno colocou um curto circuito.”
“Não acendeu a L2 porque existe um curto circuito entre L2 e L3”.
“Ocorreu um curto circuito entre L1 e L3 e não acendeu L2.”
Tomando como ponto de partida as observações dos alunos, foi explicado que a
ligação errada estava criando um “desvio” para o fluxo de corrente elétrica. Quando a
corrente elétrica encontra um “desvio” os técnicos costumam afirmar que há um curto
circuito.
Outro erro que as equipes localizaram está no diagrama representado na figura 62:
Figura 62: Localizando os erros (b). Fonte: O autor.
Algumas das respostas foram transcritas abaixo:
“L3 não acendeu pois não estava ligado ao circuito, a energia que entra em L3 não
retornava para a fonte.”
“Não há saída de energia na lâmpada L3, não completando o circuito.”
“A lâmpada L3 ligada em paralelo não está conectada.”
“A L3 não está conectada com o circuito pelo polo negativo.”
“Não há ligação em um dos lados da lâmpada.”
98
A foto a seguir (figura 63) foi registrada no momento em que uma das equipes
estava realizando a tarefa.
Figura 63: Foto da atividade localize os erros. Fonte: O autor.
99
Capitulo 6 – Conclusões
Professor, que tipo de componente é esse? Como faz para ligar o LED? Para que
serve o capacitor? Essas foram algumas das perguntas que os alunos fizeram durante as
aulas. A presença dos componentes no painel didático, já foi suficiente para que alguns
estudantes fizessem perguntas a respeito de temas que o professor mestrando ainda não
havia explicado. Isso foi muito positivo, porque permitiu ao professor iniciar uma
explicação a partir das perguntas e dúvidas dos educandos. Ou seja, a pergunta não foi
feita pelo professor, mas pelo próprio aluno.
Durante as atividades experimentais, os estudantes assimilaram as ideias mais
gerais, que se tornaram ideias “ancora” para novos conceitos. Por exemplo, na atividade
com capacitores, os discentes conheceram o componente, compreenderam as suas
características básicas e também fizeram a comparação entre associação de capacitores
em série com a associação de capacitores em paralelo. A partir daí, os aprendizes
incorporaram na estrutura cognitiva um conjunto de conhecimentos prévios que poderão
facilitar aprendizagens futuras. As atividades abordaram os conceitos fundamentais
preparando o aluno para o aprofundamento teórico. Essa forma de abordagem está
coerente com o princípio da diferenciação progressiva (ver capítulo 3), que permite ao
aluno, adquirir conforme informa Moreira M.A. (2009a, p. 7): “uma visão inicial do todo
antes de passar as partes.” Por exemplo, nas primeiras atividades com associação de
resistores, os alunos utilizaram lâmpadas para conseguir visualizar as principais
características dos circuitos em série, paralelo e misto. Em uma outra atividade, os
educandos montaram diversas associações com resistores e mediram com o multímetro o
valor da resistência equivalente de cada uma delas. Logo em seguida, utilizaram cálculos
para verificar se as medições estavam coerentes. Essa sequência permitiu que os alunos
tivessem contato primeiramente com as ideias principais, e depois com os detalhes, ou
seja, o tema foi se tornando cada vez mais diferenciado. Dessa maneira, os conhecimentos
novos foram se incorporando aos “subsunçores” e modificando a estrutura cognitiva dos
educandos, como preconiza a Teoria da Aprendizagem Significativa.
Em vários momentos foi possível perceber a participação ativa dos alunos. Eles
demonstravam uma satisfação ao realizar corretamente as ligações e visualizar as
100
lâmpadas funcionando. É gratificante perceber que, em uma época com tanta tecnologia
à disposição, as coisas simples ainda chamam a atenção dos jovens. As tarefas propostas
também favoreceram o trabalho em equipe. Durante a montagem do painel didático, foi
observado que a divisão de tarefas ocorreu naturalmente nos grupos. Em todas as aulas,
foi constatado que alguns estudantes ajudavam a responder as dúvidas de seus colegas.
Outro fator positivo foi o uso do cronômetro do telefone celular, para medir o tempo de
descarga dos capacitores, um aparelho que muitas vezes “atrapalha” a aula, também pode
ser utilizado em muitas atividades.
Durante a execução dos procedimentos experimentais, os aprendizes
demonstraram dúvidas em muitos momentos. Foram frequentes as dúvidas ao realizar
medidas com o multímetro e também ao interpretar os diagramas. Entretanto,
considerando a inexperiência dos estudantes, é perfeitamente normal que essas dúvidas
apareçam. As atividades servem justamente para isso, dar a oportunidade ao aluno de ter
dúvidas e saná-las. O uso do material didático cumpriu muito bem esse papel, pois em
todas as aulas os estudantes tiveram oportunidade de fazer tarefas, tais como: efetuar e
registrar medidas elétricas com o multímetro, efetuar ligações, interpretar diagramas e
analisar o funcionamento de circuitos. Como se tratava de turmas de curso técnico, essas
capacidades são básicas e as atividades criaram um contexto favorável para o
desenvolvimento dessas capacidades.
Analisando algumas respostas apresentadas pelos alunos, ficou claro a
importância dos conhecimentos prévios para o bom aproveitamento das atividades
práticas. Quando o estudante não tem os conhecimentos prévios adequados, ele pode ter
uma interpretação errada ou incompleta dos fenômenos observados. Alguns exemplos
ocorreram na atividade com associação de lâmpadas em série, houve respostas confusas,
tais como: “a corrente é de 12 V” e “as frequências são diferentes entre duas lâmpadas”.
Ou seja, somente o experimento em si, não fez com que os estudantes interpretassem
corretamente os fenômenos, é necessário ter os conhecimentos prévios adequados para a
interpretação correta. E isso deve ser construído com leitura e interpretação de textos,
resolução de exercícios, e outras atividades. O estudo teórico é muito importante e não
pode ser desvalorizado.
101
Em algumas tarefas, os discentes fizeram desenhos representado os diagramas, e
nesse momento, foram observadas algumas dificuldades: os aprendizes esquecem de
representar os pontos de conexão (nós), ou não utilizam a simbologia corretamente.
Percebe-se a necessidade de criar mais exercícios para que os aluno possam representar
os circuitos, esse procedimento pode ajudar na interpretação de diagramas.
Há confusão entre circuito aberto e circuito fechado, porque em outros contextos,
a palavra “fechado” pode ser sinônimo de obstruído. Porém, quando alguém fala em
circuito elétrico fechado, está querendo dizer que existe continuidade elétrica. Quando o
circuito elétrico está aberto, significa que não há continuidade. Portanto, é importante
deixar isso bem claro para os alunos, para não causar interpretações equivocadas.
É necessário que o professor insista para que os alunos representem corretamente
as unidades de medida em todos os resultados, seja de cálculos ou das medições.
Conforme já foi relatado nesse trabalho, foi frequente os erros ao representar as unidades.
Houve confusão entre as unidade de tensão, corrente e frequência elétrica. A experiência
profissional também mostrou que algumas pessoas confundem volts com watts.
Cabe destacar mais uma vez, que a segurança deve estar sempre em primeiro lugar
durante as atividades com circuitos elétricos. O professor deve estar atento para que os
alunos evitem brincadeiras com energia elétrica e também com ferramentas. Ao abordar
o tema circuitos elétricos, é importante incluir no planejamento o estudo do choque
elétrico e das suas possíveis consequências para o corpo humano.
Esse trabalho teve o objetivo de oferecer subsídios para aulas práticas com
circuitos elétricos nas aulas de Física. Com o painel didático que foi proposto, é possível
executar muitas outras atividades, que poderão ser incluídos em trabalhos futuros. Ou
seja, o tema não está encerrado com esse trabalho, muitas outras atividades poderiam ser
propostas, especialmente em relação ao reaproveitamento das fontes de computador.
Porém, se os alunos realizarem todas as desse projeto, será possível construir um conjunto
respeitável de conhecimentos sobre os circuitos elétricos. Com esse trabalho, esperamos
estar colaborando para o ensino desse nobre ramo da ciência chamado de... FÍSICA!
102
Referências Bibliográficas
BONJORNO, Regina Azenha; et.al. Física Completa: volume único. São Paulo: FTD,
2001.
CAPUANO, Francisco Gabriel; MARINO, Maria Aparecida. Laboratório de
eletricidade e eletrônica. 24º ed. São Paulo: Érica, 2007.
CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais: Caderno
de Atividades. 2. Edição revisada e atualizada. São Paulo: Érica, 2001. (Coleção Estude
e Use. Série Eletricidade).
CHIQUITO, Adenilson J. et. al. Um Sistema Simples para Verificação da Lei de Ohm.
Revista Física na Escola, v.7, n.2, pág. 76-78, 2006. Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/v13a15.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2015.
CIPELLI, Antonio Marco; MARKUS, Otávio; SANDRINI, Waldir. Teoria e
Desenvolvimento de Projetos de Circuitos Eletrônicos. 23. ed. São Paulo: Erica,
2007.
CLUBE DO HARDWARE. Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas.
Disponível em: <http://www.clubedohardware.com.br/artigos/anatomia-das-fontes-de-
alimentacao-chaveadas/1218>. Acesso em: 26 ago. 2015.
CRUZ, Eduardo Cesar Alvez; CHOUERI, Salomão Jr. Eletrônica Aplicada. 2. ed. São
Paulo: Érica, 2008.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Física 3. 4. Ed. Rio de Janeiro: LTC Editora.
1983.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física 4:
Ótica e Física Moderna. Tradução de Denise Helena da Silva Sotero. 4. Ed. Rio de
Janeiro: LTC Editora. 1983. p. 227 – 240.
MARKUS, Otavio. Circuitos Elétricos: corrente contínua e corrente alternada: teoria e
exercícios. 9. ed. rev. São Paulo: Érica, 2011.
MARQUES, A. E.; CRUZ, E.C; CHOUERI, S. Dispositivos Semicondutores: Diodos
e Transistores. 4. ed. São Paulo: Érica, 1998. (Coleção estude e use. Série Eletrônica
Analógica).
MORAES, Maria Beatriz dos Santos A.; TEIXEIRA, Rejane M. Ribeiro. Circuitos
elétricos: novas e velhas tecnologias como facilitadoras de uma aprendizagem
significativa no nível médio. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, Programa de
Pós-Graduação em Ensino de Física, 2006. 88p. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/tapf/v17n1_Moraes_Teixeira.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2015.
MORAES, Maria Beatriz dos Santos A. Uma proposta para o Ensino da
Eletrodinâmica no Nível Médio. 2005, 193f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante
em Ensino de Física) – Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
103
Porto Alegre, 2005. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000525245&loc=2006&l=52f66ad9
edecf610>. Acesso em: 18 abr. 2015.
MOREIRA, Luís Paulo. Estudo de Circuitos Elétricos: Utilizando simulação
computacional para preparar o uso de circuitos reais. 2014a, 221f. Dissertação
(Mestrado Profissional em Ensino de Física) – Instituto de Física, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: <
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/96988 >. Acesso em: 22 jun. 2016.
MOREIRA, Luís Paulo; MOREIRA, Marco Antônio. DOS SANTOS, Flavia Maria
Teixeira. Estudo de circuitos elétricos. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física,
2014b. Disponível em: <http://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n33_Moreira/index2.html>.
Acesso em: 15 jan. 2015.
MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem Significativa, organizadores prévios,
mapas conceituais, diagramas V e unidades de ensino potencialmente
significativas. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2012. 87 p. Disponível em:
<http://paginas.uepa.br/erasnorte2013/images/sampledata/figuras/aprend_%20signif_%
20org_prev_mapas_conc_diagr_v_e_ueps.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2016.
MOREIRA, Marco Antônio. Breve introdução à Física e ao Eletromagnetismo. Porto
Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2009a. 63 p.; il. (Textos de apoio ao professor de
física; v. 20, n. 6). Disponível
em:<http://www.if.ufrgs.br/public/tapf/v20n6_moreira.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2015.
MOREIRA, Marco Antônio. Orientações sobre o currículo do MNPEF. Mestrado
Nacional Profissional em Ensino de Física, 2015. Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/~mnpef/index.php/cpg/orientacoes-sobre-o-curriculo>.
Acesso em: 24 jun. 2016.
MOREIRA, Marco Antônio. Subsídios Metodológicos para o Professor Pesquisador
em Ensino de Ciências. 1º ed. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2009b. 73 p.
Disponível em: < http://www.if.ufrgs.br/~moreira/Subsidios10.pdf>. Acesso em: 22 abr.
2015.
MOREIRA, Marco Antônio; OSTERMANN, Fernanda. Teorias Construtivistas. Porto
alegre: Instituto de Física – UFRGS, 1999. 56p.:il. (Textos de apoio ao professor de
Física; n.10). Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/public/tapf/n10_moreira_ostermann.pdf>. Acesso em: 15 jan.
2015.
MUNDO DA ELÉTRICA. Monte uma fonte com várias tensões gastando pouco!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IK1F5AB2FXA>. Acesso em 26
ago. 2015.
PARANÁ. Secretaria da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica:
Física. Paraná: 2008. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_fis.pdf>. Acesso
em: 22 jun. 2016.
104
SAAB, Sérgio da Costa et al. Apostila de Física Experimental II. Ponta Grossa:
DEFIS UEPG, 2006. Disponível em:
<http://www.fisica.uepg.br/Public/Documentos/1332880141_Apostila_de_F%C3%ADs
ica_Experimental_II.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2015.
SEARS, Francis; ZEMANSKY, Mark W.; YOUNG, Hugh D. Física 3: Eletricidade e
Magnetismo. Tradução de Jean Pierre von der Weid. Rio de Janeiro: LTC, 1984.
SENAI. Departamento Nacional. Curso Básico de Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade: Riscos Elétricos. SENAI. DN. Brasília, 2007.
SENAI/PR. Eletrônica Básica para eletricista: fascículos de 01 a 60 – teoria e prática.
(Série Eletrônica Básica para Eletricista). Curitiba, Diretoria Técnica – Divisão de
Ensino, 1992.
SILVA, Mauro Costa. Quais lâmpadas acendem? Entendendo o funcionamento dos
circuitos elétricos. Revista Física na Escola, v.12, n.1, pág. 16-19, 2011. Disponível
em: < http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol12/Num1/circuitos.pdf>. Acesso em: 18 abr.
2015.
SILVEIRA, Fernando Lang; AXT, Rolando. Associação de pilhas em paralelo: onde e
quando a usamos? Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.20, n.3: p. 391-399, dez.
2003. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/Associa_pilhas_paralelo.pdf>. Acesso em: 03
mar. 2016.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA. PCN+ - Ensino Médio, Orientações
Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC-
SEMTEC, 2002). Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/arquivos/PCN_FIS.pdf>. Acesso em: 22 abr.2015.
TOOLEY, Mike. Circuitos Eletrônicos: fundamentos e aplicações. Tradução de Luiz
Cláudio de Queiroz Faria. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
UAB - Universidade Aberta do Brasil. Tecnologias em Sistemas para Internet a
distância. Fonte de energia: Hardware de Computadores. 2012. Disponível em:
<http://uab.ifsul.edu.br/tsiad/conteudo/modulo1/hco/hco_uh/fonte.pdf>. Acesso em 22
ago. 2015.
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Biblioteca Central Prof. Faris Michaele.
Manual de normalização bibliográfica para trabalhos científicos. 3. ed. rev. atual.
Ponta Grossa: UEPG, 2012. 141 p. il. Disponível em:
<http://ri.uepg.br:8080/riuepg/bitstream/handle/123456789/441/LIVRO_ManualNormal
iza%C3%A7%C3%A3o%283-ed-rev.-atual-2012%29.pdf?sequence=7>. Acesso em: 20
jan. 2015.
105
University of Colorado Boulder. PhET Interactive Simulations: Capacitor. Disponível
em: < https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/capacitor-lab>. Acesso em: 22 mar.
2016.
University of Colorado Boulder. PhET Interactive Simulations: Kit de Construção de
Circuito (AC+DC), Laboratório Virtual. Disponível em:
<https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/circuit-construction-kit-ac-virtual-
lab>. Acesso em: 22 mar. 2016.
VARIOS AUTORES. Física, 1° ano: Ensino Médio: livro do professor. 1.ed. São
Paulo: Editora PD, 2010. (Coleção Quanta Física, v.1).
106
Apêndice A – Lista de componentes
Para a montagem de uma unidade do painel didático e a realização das tarefas foram
utilizados os componentes relacionados na tabela 18.
QTD. Componente
02 Interruptor 5A (chave alavanca de 2 posições)
01 Suporte para fusível de vidro 5x20mm PCI
01 Fusível de vidro, 5A, tamanho 5x20mm
03 Soquete de 1 polo para lâmpada modelo 67
03 Lâmpada automotiva de 01 polo, modelo 67, tensão de 12 V, potência
10W.
01 Resistor de Fio10 Ω ± 5%, potência de 10W
01 Resistor de 100 Ω ± 5%, potência de 5W
01 Resistor de 100 Ω ± 5%, potência de 2W
01 Resistor de 220Ω ± 5%, potência de 2W
01 Resistor de 510Ω ± 5%, potência de 2W
01 Resistor de 1k2 ± 5%, potência de 1/4W
01 Capacitor eletrolítico radial 470uF/25V
01 Capacitor eletrolítico radial 2200uF/25V
01 Diodo retificador 1N4007
01 Diodo Emissor de Luz (LED), 5 mm, cor vermelha
34 Borne para pino banana, 4mm, cor preto
01 Borne para pino banana, 4mm, cor vermelho
01 Borne para pino banana, 4mm, cor laranja
01 Borne para pino banana, 4mm, cor amarelo
01 Borne para pino banana, 4mm, cor branca
01 Borne para pino banana, 4mm, cor azul
30 Pino banana 4mm, cor preta
4,0m Cabo flexível 1,0 mm2
01 Placa de compensado ou MDF, espessura de 9 mm, dimensões sugeridas
conforme apêndice D.
10 Parafuso auto atarrachante 3mm x 20mm
107
01 Multímetro digital com escalas de tensão e corrente contínua,
continuidade e resistência elétrica.
01 Fonte de tensão modelo ATX, reaproveitada de computadores antigos ou
fonte didática com entrada 127 e 220 V AC e saída variável de 0 a 12V.
Tabela 18: Lista de componentes.
Para a montagem do painel, são necessários ferramentas básicas, tais como: chave
de fenda, alicate universal, alicate de corte, ferro de soldar de 30 watts. Para a fixação da
fonte no painel, poderá ser utilizado fita auto adesiva dupla face. Para soldar os
componentes, é necessário adquirir estanho, para uma boa qualidade de solda, pode ser
utilizado estanho 0,8 mm, proporção de 60/40.
108
Apêndice B – Simbologia
Os símbolos utilizados no caderno de atividades estão relacionados na tabela 19 a
seguir:
Componente Símbolo
Terminal de ligação (borne)
Fusível
Interruptor Simples
Lâmpada
Resistor
Capacitor eletrolítico
Diodo retificador
LED
Tabela 19: Simbologia utilizada no painel didático.
109
Apêndice C – “Layout” do painel didático
A parte superior do painel didático é mostrado na foto da figura 64, o “layout é mostrado
na figura 65.
FOTO DA PARTE SUPERIOR DO PAINEL DIDÁTICO
Figura 64: Foto da parte superior do painel didático.
“LAYOUT” DO PAINEL DIDÁTICO
Figura 65: Layout do painel didático (desenho fora de escala).
110
Apêndice D – Medidas do painel didático
A figura 66 indica as medidas que deverão ser observadas ao fazer a furação para a
fixação dos componentes.
PLACA SUPERIOR
Figura 66: medidas do painel com a posição dos furos, (desenho fora de escala).
Observações: para encaixar o soquete das lâmpadas, foram feitos furos com
largura de 25mm. Para encaixar os bornes e os interruptores, foi feito um furo passante
de 6mm e um furo superficial de 10mm, os detalhes da furação são representados na
figura 67. As dimensões das placas são mostradas na figura 68 (fundo do painel didático)
e na figura 69 (laterais do painel didático).
Figura 67: (a) Largura dos furos. (b) Foto da furação. (c) Terminal encaixado no furo.
111
PLACA INFERIOR
Figura 68: medidas da placa inferior (desenho fora de escala).
PLACA LATERAL
Figura 69: medidas das placas laterais (desenho fora de escala).
112
Anexo A – Caderno de atividades
RENATO DALZOTTO
MONTAGEM DE UM PAINEL DIDÁTICO E ATIVIDADES
EXPERIMENTAIS EM CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA
PONTA GROSSA
2016
113
RENATO DALZOTTO
MONTAGEM DE UM PAINEL DIDÁTICO E ATIVIDADES
EXPERIMENTAIS EM CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA
Produto didático apresentado ao Programa de
Pós-Graduação em Ensino da Universidade
Estadual de Ponta Grossa, Polo 35 do Mestrado
Nacional Profissional em Ensino de Física
(MNPEF), como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Mestre em Ensino de
Física.
Orientador:
Prof. Dr. Sérgio da Costa Saab
Coorientador:
Prof. Dr. André Maurício Brinatti
PONTA GROSSA
2016
114
Aos professores:
Esse material didático tem o objetivo de oferecer sugestões de atividades práticas
para o estudo de circuitos elétricos de corrente contínua. Os temas abordados são: circuito
simples, associação de resistores, associação de capacitores, diodo retificador, LED e uso
do multímetro.
A partir das atividades propostas, o aluno terá oportunidade de obter o domínio de
procedimentos básicos, tais como: reconhecer os componentes, interpretar diagramas
elétricos, fazer ligações, realizar medições com o multímetro e analisar o funcionamento
dos circuitos.
Sugerimos que cada atividade prática sirva como ponto de partida para o estudo
teórico. Por exemplo, após a montagem e observação de um circuito simples, o aluno
poderá estudar quais são as grandezas elétricas relacionadas ao funcionamento do
circuito. Outro exemplo, a atividade com associação de lâmpadas em série e paralelo,
poderá servir como ponto de partida para o estudo das Leis de Kirchhoff. A ideia é que a
atividade prática possa gerar perguntas, e a partir dessas perguntas, o professor possa
avançar cada vez mais no conteúdo.
Para viabilizar as atividades, nesse caderno será proposto a construção de um
painel didático contendo componentes simples. Para reduzir ainda mais o custo, foram
incluídas instruções para reutilizar fontes de computadores fora de uso, transformando-as
em fontes didáticas.
Esse caderno dá ênfase nas atividades do aluno, não é um livro didático que possui
“conteúdos”. Para ter acesso aos “conteúdos”, os estudantes deverão consultar outras
fontes. Cabe a cada professor identificar os pré-requisitos que o aluno precisa ter para
executar cada atividade proposta.
Não é obrigatório realizar todas as atividades, o professor pode escolher a
atividade que achar mais significativa para a turma conforme o tempo disponível e o nível
de conhecimento dos alunos.
115
MONTAGEM DE UM PAINEL DIDÁTICO E ATIVIDADES
EXPERIMENTAIS EM CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA
1. Segurança no uso da energia elétrica em atividades escolares ...................................117
2. Construindo um painel didático .................................................................................118
Como transformar uma fonte de computador em fonte didática .......................119
3. Introdução aos circuitos elétricos ..............................................................................120
Simbologia ........................................................................................................120
Atividade prática: montagem de um circuito elétrico simples ..........................121
4. Conhecendo o multímetro .........................................................................................122
Multímetro analógico ........................................................................................122
Multímetro digital .............................................................................................123
Atividade prática: teste de continuidade ............................................................126
Para saber mais: .................................................................................................126
5. Como medir a tensão elétrica? ...................................................................................128
Voltímetro: ........................................................................................................128
Atividade Prática: uso do multímetro para medir tensão elétrica .....................129
Como testar uma fonte de tensão? ....................................................................130
6. Como medir a corrente elétrica? ...............................................................................131
Amperímetro .....................................................................................................131
Atividade Prática: uso do multímetro para medir corrente elétrica.....................132
7. Associação de lâmpadas em série...............................................................................133
8. Associação de lâmpadas em paralelo .........................................................................135
9. Associação de lâmpadas em um circuito misto..........................................................137
Encontre o erro...................................................................................................139
10. Resistores.................................................................................................................142
Código de Cores ................................................................................................143
Como testar um resistor? ...................................................................................144
Atividade prática ...............................................................................................144
11. Resistência equivalente em associação de resistores ...............................................146
Resistência equivalente na associação em série ................................................146
Resistência equivalente na associação em paralelo............................................147
Cálculos e medidas nas associações de resistores..............................................149
12. Diodo retificador......................................................................................................152
116
Introdução ao Diodo...........................................................................................152
Comportamento do diodo ao variar a tensão de alimentação..............................154
13. Diodo Emissor de Luz (LED)...................................................................................155
14. Estudo dos capacitores.............................................................................................158
15. Associação de capacitores........................................................................................163
Texto de apoio 1: Equação dos geradores.......................................................................165
Texto de apoio 2: Resistência equivalente das associações de resistores........................166
Resistores em série ............................................................................................166
Resistores em paralelo........................................................................................167
Texto de apoio 3: Diodos (noções básicas) ....................................................................169
Diodo com polarização direta ............................................................................172
Diodo com polarização reversa .........................................................................173
Texto de apoio 4: Capacitores .......................................................................................174
Capacitores em série ..........................................................................................177
Capacitores em paralelo .....................................................................................179
Tempo de carga e descarga dos capacitores ......................................................180
Apêndice A: Lista de componentes ...............................................................................184
Apêndice B: Instruções para a montagem do painel didático .......................................186
Apêndice C: Instruções para o uso da fonte de computador como fonte didática ...........193
Referências ....................................................................................................................196
117
1. Segurança no uso da energia elétrica em atividades
escolares
São bem conhecidos os benefícios do uso da energia elétrica no nosso dia a dia.
Entretanto, se for mal utilizada, a energia elétrica pode apresentar sérios perigos. No
Brasil, todos os anos ocorrem centenas de acidentes com energia elétrica. Muitos desses
acidentes são fatais e também acontecem com crianças e adolescentes. Inclusive, grande
parte desses acidentes ocorrem com tensões de uso doméstico como 127 e 220 volts. Por
isso, a segurança deve estar sempre em destaque durante as atividades escolares com
circuitos elétricos. Nas atividade escolares, devem ser utilizados somente circuitos de
extra baixa tensão, como aquelas que são fornecidas por pilhas e baterias. Nunca se deve
alimentar os circuitos didáticos com a energia que vem diretamente da tomada sem antes
fazer o uso de fontes de segurança. Nas experiências didáticas, professores e alunos
devem tomar algumas precauções, tais como:
Utilizar somente extra baixa tensão fornecida por fontes seguras, nesse caderno
de atividades, as tarefas foram planejadas para utilizar tensão máxima de 12 volts.
Para conectar os fios e cabos, o circuito deve estar desligado da fonte. Nunca tocar
diretamente com as mãos nos materiais condutores.
Inspecionar a isolação dos fios e cabos utilizados nas atividades. Se houver dano,
fazer a troca.
Utilizar calçados fechados e calça comprida, não é nada prudente manusear
componentes elétricos energizados estando com chinelos e bermudas ou descalço.
A umidade aumenta o risco de choque elétrico, mantenha o corpo e as mãos secas
quando estiver trabalhando com circuitos elétricos.
Nunca fazer brincadeiras com energia elétrica, pois um choque elétrico pode
provocar a morte de uma pessoa.
Tome cuidado ao utilizar ferramentas cortantes, tais como chave de fenda e
alicate.
Essas são recomendações básicas que devem ser complementadas pela leitura das
normas oficiais e orientações encontradas nos livros didáticos.
Nunca esqueça: em qualquer atividade, a segurança deve
estar em primeiro lugar.
118
2. Construindo um painel didático
As atividades desse caderno foram planejadas para serem realizadas no painel
didático que será apresentado a seguir. Esse recurso pode ser utilizado em sala de aula e
é facilmente transportável de um lugar para outro, os componentes ficam fixos no painel,
assim não ocorre o extravio dos mesmos. As conexões são realizadas por meio de cabos
com plugue banana, dessa maneira não se perde tempo, o que é uma grande vantagem
para aulas de curta duração. Como não é necessário cortar os cabos, é possível reutiliza-
los em todas as aulas, evitando desperdício de material e custos extras, além de ser um
grande ganho para o meio ambiente. Caso não seja possível montar esse painel, todas as
tarefas podem ser adaptadas para realização em protoboard ou placas de circuito
impresso. O painel didático pode ser visto na figura 70:
Figura 70: Painel didático. Fonte: O autor.
No apêndice A está a lista dos componentes e materiais necessários. As
instruções para a montagem, dimensões e layout, podem ser consultadas no apêndice B.
Após a montagem desse painel, muitas atividades poderão ser realizadas. Para o estudo
das associações em série, paralelo e circuito misto, poderão ser utilizadas as lâmpadas e
os resistores. Também poderão ser realizadas atividades de estudo do diodo, LED e
capacitores. Outra tarefa importante que pode ser realizada nesse painel didático é o uso
do multímetro para realizar medições de tensão, corrente e resistência elétrica.
119
Como transformar uma fonte de computador em fonte didática
Caso não tenha na escola uma fonte didática, a alternativa sugerida é o uso de
fontes de computador como fonte didática. Essas fontes podem ser retiradas de
computadores obsoletos ou que já estão fora de uso. Com isso é possível obter tensões de
3,3 V, 5 V, 12 V. A fonte também tem saídas com tensão negativa de – 12V e – 5V. As
instruções para o uso dessa fonte estão no apêndice C desse caderno de atividades. A
figura 71 mostra a fonte já retirada da CPU e a figura 72 mostra a fonte adaptada ao painel
didático.
Figura 71: Fonte de computador. Fonte: O autor.
Figura 72: Fonte ATX adaptada ao painel didático. Fonte: O autor.
120
3. Introdução aos circuitos elétricos
Figura 73: Circuito elétrico simples. Fonte: O autor.
Cada vez que você utiliza um equipamento elétrico ou eletrônico, está fazendo
o uso de circuitos elétricos, um exemplo pode ser observado na figura acima. Esse circuito
está sendo alimentado por um gerador eletroquímico conhecido como bateria elétrica, que
é um tipo de gerador que transforma energia química em energia elétrica. Existem muitos
outros tipos de geradores. Por exemplo, os geradores das usinas hidrelétricas transformam
energia mecânica em energia elétrica. Ocorrem transformações de energia, sempre que
um circuito elétrico está funcionando, nesse exemplo, a lâmpada é o receptor que converte
a energia elétrica em energia luminosa e térmica. Para que essas transformações ocorram,
é necessário que o receptor seja ligado a bateria por meio de fios condutores elétricos.
Existem muitos outros tipos de receptores, por exemplo, os motores elétricos são
receptores que convertem energia elétrica em energia mecânica.
Simbologia
Para representar os componentes de um circuito elétrico devemos fazer uso de
símbolos padronizados. Alguns desses símbolos estão representados a seguir na tabela
20, os demais serão apresentados gradativamente a cada atividade.
121
Componente Símbolo
Terminal de ligação (borne)
Fusível
Interruptor Simples
Lâmpada
Resistor
Capacitor eletrolítico
Diodo retificador
LED
Tabela 20: Simbologia utilizada nesse caderno de atividades.
Atividade prática: montagem de um circuito elétrico simples
1.1 Execute as ligações representadas no diagrama da figura 74 e teste o
funcionamento do circuito. Atenção: leia as recomendações de segurança com
energia elétrica no capitulo 01 desse caderno de atividades. Para realizar essa
tarefa, sugerimos o uso do painel didático (ver apêndice B).
Figura 74: circuito elétrico simples. Fonte: O autor.
122
4. Conhecendo o multímetro
Leia Atentamente as informações a seguir:
Identificar defeitos em componentes elétricos, verificar se um circuito está
energizado, conferir se a fonte está fornecendo a tensão correta, são exemplos de
atividades que requerem o uso de instrumentos de medição. Em circuitos elétricos o
instrumento mais utilizado é o multímetro que também é conhecido como multiteste. É
um equipamento que tem múltiplas funções, pode ser utilizado para medir: tensão elétrica,
corrente elétrica, resistência elétrica e continuidade. Pode incluir outras funções
adicionais dependendo da marca, do modelo e preço.
Multímetro analógico
No multímetro analógico, mostrado na figura 75, um ponteiro se movimenta
em frente a uma escala que indica o valor medido. Esses multímetros são mais
apropriados para uso em bancada porque são mais sensíveis a vibrações e a movimentos
bruscos.
Figura 75: (a) multímetro analógico sendo utilizado para medir tensão alternada. (b) Detalhe da escala.
Fonte: o autor.
Atenção: O uso errado desses instrumentos pode causar a queima de
equipamentos ou até mesmo choque elétrico e curto circuito. Por isso, siga
rigorosamente as normas de segurança com eletricidade e as orientações do
dos fabricantes de cada instrumento.
123
Multímetro digital
A figura 76 mostra um multímetro digital,
esses instrumentos tem seu funcionamento baseado
em circuitos eletrônicos. A leitura é mais simples e o
valor da medida é disponibilizado em um mostrador
(display) que pode ser visto na figura 77. São menos
sensíveis a vibrações e a movimentação, por isso são
adequados para uso em diversos lugares. Existem
muitas marcas e modelos.
Nesse caderno de atividades, propomos o uso
preferencial do multímetro digital devido a sua
simplicidade e melhor precisão nas medidas.
Mostrador (display)
No display é possível visualizar o resultado da medição, as unidades de medida, códigos
de erro como “bateria descarregada” e outras informações adicionais.
Chave seletora: Movimentando a chave seletora é possível
escolher a função do multímetro e selecionar a
escala adequada. A chave seletora deve ser
movimentada lentamente para evitar desgaste.
Antes do uso, sempre conferir se a chave seletora
está na posição correta. Nunca se deve ultrapassar
os valores máximos da escala. Na foto ao lado
(figura 78), o valor máximo de tensão é 600 V.
Figura 76: foto de um multímetro
digital. Fonte: o autor.
Figura 78: Chave seletora. Fonte: o
autor.
Figura 77: mostrador de um multímetro digital.
Fonte: o autor.
124
Pontas de prova
As pontas de prova (figura 79) fazem a ligação do
multímetro com o componente ou circuito onde
será feita a medição. Utilize pontas de prova
originais conforme especificado pelo fabricante.
Uma ponta de prova danificada pode causar
choque elétrico ou erros na medição. Antes do
uso, faça um teste de continuidade para verificar
se as pontas de prova não estão interrompidas e
também verifique se a isolação não está
danificada.
Bornes
Borne é um ponto de ligação, ou seja, é um local
preparado para realizar conexões elétricas.
Existem vários tipos de bornes. Em alguns
componentes, os bornes possuem parafusos para
apertar o fio condutor. No multímetro, a conexão é
realizada por encaixe de forma rápida, sem
necessidade do uso de ferramentas. Nos bornes do multímetro, são conectadas as pontas
de prova, conforme pode ser verificado na figura 80.
Figura 80: (a) foto dos bornes de um multímetro digital. (b) Pontas de prova inseridas nos bornes do
multímetro. Fonte: o autor.
Na figura anterior os bornes são:
COM: é o borne comum a todas as medições, recebe a ponta de prova na cor preta.
V/mA/Ω: nesse borne você deverá inserir a ponta de prova vermelha para realizar
medições de tensão, corrente elétrica até 200mA, continuidade e resistência elétrica.
Figura 79: Foto das pontas de prova de
um multímetro. Fonte: o autor.
125
10A: Nesse borne deve ser conectada a ponta de prova vermelha para medição de
correntes acima de 200mA e no máxima até 10A.
Bateria
A bateria de 9 volts alimenta os circuitos eletrônicos do multímetro, (ver figura
81). Tem multímetros que utilizam pilhas. Se a bateria estiver descarregada, pode ocorrer
erro na medição. Antes do uso é necessário verificar no mostrador se não há indicação de
bateria descarregada.
Fusível O fusível oferece proteção contra curto circuito durante erros de medição. Se for
necessário substituir o fusível, troque por outro que tenha as especificações iguais ao do
fusível original. Em alguns modelos, é necessário abrir o multímetro para efetuar a troca
conforme mostra a figura 82.
Figura 81: foto da parte traseira do multímetro mostrando o compartimento da bateria. Fonte: o autor.
Figura 82: foto do multímetro aberto onde pode ser visualizado o fusível interno. Fonte: o autor.
126
Atividade prática: teste de continuidade
O teste de continuidade é muito útil para verificar se um condutor está interrompido
e também para testar as pontas de prova do multímetro. Para esse teste, o multímetro
utiliza a tensão disponibilizada pela bateria interna. Portanto, o teste de continuidade
NÃO pode ser realizado em condutores energizados.
a) Prepare o multímetro para o teste de continuidade, posicionando a chave seletora
com a seta voltada para o símbolo conforme indicado na figura 83:
b) Teste as pontas de prova fazendo o contato entre as pontas. Sempre que houver
continuidade, o aparelho emite um sinal sonoro (beep).
c) Explique de maneira podemos utilizar o teste de continuidade para verificar se um
interruptor simples está funcionando adequadamente. Faça o teste usando o
interruptor do painel didático ou outro interruptor que estiver a sua disposição.
Importante: esse teste não pode ser realizado em componentes energizados.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Para saber mais:
a) Leia o manual de instruções de um multímetro digital. Em seguida, complete a
tabela a seguir, explicando qual é a função de cada uma das partes do multímetro.
A primeira linha foi preenchida como exemplo.
Figura 83: (a) Símbolo do teste de continuidade. (b) foto do multímetro preparado para o teste
de continuidade. Fonte: o autor.
127
Figura 84: Partes do multímetro
digital. Fonte: O autor.
1 – Display: indica o valor que está sendo medido,
mostra códigos de erro e outras mensagens adicionais.
2 – Tecla “hold”:
3 – Chave seletora:
4 – Borne para entrada de 10A:
5 – Borne “comum”:
6 – Borne V/mA/Ω:
3.1 – A foto da figura 84, mostra que a chave seletora está posicionada para medir
tensão alternada até 200V. Para não danificar o multímetro, a escala escolhida
deve ser maior que o valor a ser medido. Porém, a medida poderá perder precisão
se se for utilizado uma escala muito acima do valor a ser medido. Observe o
multímetro que você está usando e indique na tabela a seguir, qual seria a escala
mais apropriada para realizar as medições solicitadas. A primeira linha foi
preenchida como exemplo.
Posição da Chave
Seletora
Posição da ponta
de prova
vermelha
Posição da
ponta de prova
preta
Medir tensão em uma
bateria automotiva. 20V Borne V/mA/Ω
Borne COM
Medir a tensão em
uma pilha elétrica.
Medir corrente
contínua com valor
estimado em 5A.
Medir a resistência
de um resistor de
500Ω.
Medir tensão em uma
tomada que pode ser
de 127 ou 220V ~
Medir tensão de
380V~ na saída de
um transformador.
128
5. Como medir a tensão elétrica?
Leia atentamente as informações a seguir:
Voltímetro:
O voltímetro é o instrumento que tem a função de medir tensão elétrica. É muito
importante verificar qual é a tensão máxima que o instrumento pode medir, se esse valor
não for respeitado, o voltímetro será danificado. Por exemplo, na figura 85, a tensão
máxima é de 30 volts para ambos os voltímetros. Também é necessário observar se o
voltímetro é para tensão alternada (CA) ou para tensão contínua (CC).
Figura 85: Voltímetro analógico (foto). Fonte: o autor.
Simbologia:
Veja a seguir alguns símbolos importantes:
Símbolo genérico para o
voltímetro.
Tensão contínua (CC) Tensão alternada (CA)
Ligação do voltímetro
O voltímetro deve ser conectado em
paralelo com o componente onde será feita a
medição. Nos voltímetros de corrente contínua, a
ligação deverá ser realizada de acordo com a
polaridade dos seus terminais (positivo e negativo).
Veja o esquema representado na figura 86, nesse caso
o voltímetro está medindo a diferença de potencial
entre os terminais da lâmpada.
Figura 86: Esquema de ligação do
voltímetro. Fonte: o autor.
129
Atividade Prática: uso do multímetro para medir tensão elétrica
a) Demonstração do professor: Solicitar ao professor uma demonstração do uso do
multímetro para medir tensão.
b) Refaça o desenho representado na figura 87, incluindo as ligações do voltímetro
para medir a tensão entre os terminais da lâmpada (L1):
c) Efetue as ligações do circuito representado acima e faça as medições a seguir:
Tensão na lâmpada com a chave (S1) aberta = _____________________.
Tensão na lâmpada com a chave (S2) fechada = ____________________.
d) Uma das maneiras de testar uma fonte é medir a sua tensão de saída e verificar se
corresponde ao valor indicado pelo fabricante. Faça o teste registrando o resultado
na tabela a seguir. Escolha sempre a escala que possibilitar maior precisão na
medida. Observação: os valores abaixo são referentes as saídas da fonte utilizada
no painel didático (ver apêndice C). Caso tenha uma fonte diferente, escolha
outros valores de tensão para fazer o exercício.
Saída da Fonte Escala utilizada Valor medido
3,3 V
5 V
12 V
-5 V
- 12 V
e) Com a orientação do professor, medir a tensão elétrica disponível em uma tomada
de energia elétrica.
ATENÇÃO: as tomadas apresentam tensões perigosas que podem causar choques,
acidentes graves a até a morte de uma pessoa. Nas tomadas temos tensão alternada, os
valores mais comuns são 127V e 220V.
Figura 87: Circuito simples. Fonte: O autor.
130
Como testar uma fonte de tensão?
As fontes de tensão CC de boa qualidade devem manter a tensão com um valor
constante. As fontes de baixa qualidade podem apresentar queda de tensão quando estão
fornecendo energia. O mesmo pode acontecer com baterias automotivas, principalmente
quando já estão no final de sua vida útil. Vamos testar a fonte de 12 V que está disponível
no painel didático. Para isso você precisa montar os circuitos abaixo e para cada caso
medir a tensão na saída fonte (Vcc):
Figura 88: Circuito simples e simbologia. Fonte: O autor
a) Tensão na fonte com a lâmpada
apagada =
________________
b) Tensão na fonte com a lâmpada acesa
= __________________________
c) Tensão na fonte com duas
lâmpadas ligadas em paralelo =
_________________________
Figura 89: Associação com duas lâmpadas em
paralelo. Fonte: O autor.
d) Tensão na fonte com três lâmpadas
ligadas em paralelo =
______________________
Figura 90: Associação com três lâmpadas em
paralelo. Fonte: O autor.
e) Quais conclusões você pode tirar? A fonte apresentou desempenho satisfatório?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
LEITURA COMPLEMENTAR:
TEXTO DE APOIO 01 – Equação dos geradores.
131
6. Como medir a corrente elétrica?
Amperímetro
O amperímetro é o instrumento que tem a função de medir corrente elétrica. É
muito importante verificar qual é a corrente máxima que o instrumento pode medir, se
esse valor não for respeitado, o amperímetro será danificado. Por exemplo, na figura 91,
a corrente máxima é de 05 amperes para ambos os amperímetros. Também é necessário
observar se o amperímetro é para corrente alternada (CA) ou para corrente contínua (CC).
Simbologia:
Veja a seguir alguns símbolos importantes:
Símbolo genérico para o
amperímetro.
Corrente contínua (CC) Corrente alternada (CA)
Ligação do amperímetro
O amperímetro deve ser conectado em série com
o componente onde será feita a medição. Nunca conectar o
amperímetro em paralelo, ou diretamente na fonte, caso
contrário poderá ocorrer um curto circuito. Nos amperímetros
de corrente contínua, a ligação deverá ser realizada de acordo
com a polaridade (positivo e negativo) dos seus terminais.
Veja o esquema representado na figura 92, nesse caso o
amperímetro estaria indicando a corrente elétrica que circula
através do filamento da lâmpada.
Figura 91: Amperímetros analógicos (foto). Fonte: O autor.
Figura 92: Esquema de ligação do
amperímetro. Fonte: o autor.
132
Atividade Prática: uso do multímetro para medir corrente elétrica
a) Demonstração do professor:
Solicitar ao professor uma demonstração do uso do multímetro para medir
corrente elétrica.
b) Refaça o desenho representado na figura 93, incluindo as ligações do amperímetro
para medir a corrente elétrica que circula no filamento da lâmpada (L1):
Figura 93: Circuito elétrico simples. Fonte: O autor.
c) O multímetro tem capacidade para medir a corrente do circuito? Para descobrir é
necessário efetuar os cálculos. Sabendo a potência (P) em Watts e a tensão
nominal da lâmpada (U) em Volts, é possível calcular a corrente utilizando a
equação abaixo:
𝑖 = 𝑃
𝑈
Corrente elétrica (calculado) = _________________________________
Escala a ser selecionada no multímetro = _________________________
d) Monte o circuito, faça a medição e anote abaixo o valor medido:
Corrente medida = _____________________________________
e) O resultado corresponde ao valor calculado? Quais são as causas das pequenas
diferenças que podem aparecer entre o valor real e o valor calculado?
133
7. Associação de lâmpadas em série
Você já percebeu que em alguns enfeites de Natal, a queima de uma lâmpada faz
com que várias outras também deixem de funcionar? Nesse tipo de ligação as lâmpadas
são ligadas em série. As associações em série são muito utilizadas em circuitos
eletrônicos. Nessa atividade você deverá verificar quais são as características desse tipo
de associação.
Como é o funcionamento de uma associação em série?
Para analisar o funcionamento de uma associação em série, você deverá efetuar as
ligações conforme esquema representado na figura 94, e em seguida fazer os testes que
serão solicitados:
a) Se uma única lâmpada for retirada do seu receptáculo, será que a outra
permanecerá funcionando? Faça o teste e explique abaixo o que aconteceu:
b) Como que a tensão elétrica da fonte fica distribuída entre os componentes da
associação em série? Com as lâmpadas ligadas, realize as medições solicitadas a
seguir.
Tensão ente os polos da fonte de alimentação: _____________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: _________________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: _________________________
Figura 94: Associação em série. Fonte: O autor.
134
c) Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação em série?
Realize as medições solicitadas no circuito representado na figura 95.
Corrente elétrica medida no condutor 1 = _________
Corrente elétrica medida no condutor 2 = _________
Corrente elétrica medida no condutor 3 = _________
Corrente elétrica medida no condutor 4 = _________
Corrente elétrica medida no condutor 5 = _________
d) Analisando as experiências que você acabou de fazer, cite três características de uma
associação em série:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Figura 95: Associação em série (c). Fonte: O autor.
135
8. Associação de lâmpadas em paralelo
Você já notou que em alguns lugares um único interruptor liga várias lâmpadas
ao mesmo tempo? Talvez na sala de aula ou na sua casa tenha uma situação assim.
Geralmente, nesse tipo de ligação as lâmpadas são ligadas em paralelo. Nessa atividade
você deverá verificar quais são as características desse tipo de associação.
Como é o funcionamento de uma associação em paralelo?
Para analisar o funcionamento de uma associação em paralelo, você deverá
efetuar as ligações conforme o esquema da figura 96, e em seguida fazer os testes que
serão solicitados:
a) Se uma única lâmpada for retirada do seu receptáculo, será que a outra
permanecerá funcionando? Faça o teste e explique abaixo o que aconteceu:
b) Como que a tensão elétrica da fonte fica distribuída entre os componentes da
associação em paralelo? Realize as medições a seguir para análise.
Tensão ente os polos da fonte de alimentação: _______________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: __________________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: __________________________
Figura 96: Associação em paralelo. Fonte: O autor.
136
c) Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação em
paralelo? Realize as medições de corrente no circuito representado na figura 97:
Corrente elétrica medida no condutor 1 = ___________________.
Corrente elétrica medida no condutor 2 = ___________________.
Corrente elétrica medida no condutor 3 = ___________________.
Corrente elétrica medida no condutor 4 = ___________________.
d) Analisando as experiências que você acabou de fazer, cite três características de
uma associação em paralelo:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Figura 97: Associação em paralelo. Fonte: O autor.
137
9. Associação de lâmpadas em um circuito misto
Para analisar o funcionamento de uma associação mista, você deverá efetuar as
ligações conforme o esquema da figura 98, e em seguida fazer os testes que serão
solicitados:
a) Se uma única lâmpada for retirada do seu receptáculo, será que as outras
permanecerão funcionando? Primeiro observe o circuito funcionando com
todas as lâmpadas. Em seguida retire uma lâmpada por vez deixando em
funcionamento as outras duas lâmpadas. Explique o que acontece com as
outras lâmpadas, anote se apagaram ou tiveram variação no brilho.
Ao retirar L1:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Ao retirar L2:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Ao retirar L3:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Figura 98: Circuito Misto. Fonte: O autor.
138
b) Como que a tensão elétrica da fonte fica distribuída entre os componentes da
associação mista? Com todas as lâmpadas funcionando, realize as medições a seguir
para análise.
Tensão ente os polos da fonte de alimentação: ____________________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L1: _______________________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L2: _______________________________
Tensão entre os terminais da lâmpada L3: _______________________________
c) Como é o comportamento da corrente elétrica em uma associação mista? Realize
as medições de corrente solicitadas no circuito da figura 99:
Corrente elétrica medida no condutor 1 = ___________________
Corrente elétrica medida no condutor 2 = ___________________
Corrente elétrica medida no condutor 3 = ___________________
Corrente elétrica medida no condutor 4 = ___________________
d) Qual das lâmpadas está suportando a corrente total do circuito?
e) Qual das lâmpadas está ligada em série com as demais?
f) Quais lâmpadas estão ligadas em paralelo entre si?
Figura 99: Circuito Misto. Fonte: O autor.
139
Encontre o erro
Um estudante realizou uma experiência associando lâmpadas em circuitos série,
paralelo e misto. Porém, ele cometeu alguns erros conforme está representado nos
diagramas a seguir. Monte cada um desses circuitos da mesma maneira que está no
diagrama (figuras 100 até 104), teste e identifique o erro (se houver). Em cada associação,
todas as lâmpadas deveriam acender, nem sempre as lâmpadas apresentarão o mesmo
brilho.
Circuito 01
Refaça o desenho com as correções (se houver):
Explique onde estava o erro (se houver):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Circuito 02
Refaça o desenho com as correções (se houver):
Explique onde estava o erro (se houver):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Figura 100: Encontre o erro (circuito 01). Fonte: O autor.
Figura 101: Encontre o erro (circuito 02). Fonte: O autor.
140
Circuito 03
Refaça o desenho com as correções (se
houver):
Explique onde estava o erro (se houver):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Circuito 04
Refaça o desenho com as correções (se
houver):
Explique onde estava o erro (se houver):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Figura 102: Encontre o erro (circuito 03). Fonte: O autor.
Figura 103: Encontre o erro (circuito 04). Fonte: O autor.
141
Circuito 05
Refaça o desenho com as
correções (se houver):
Explique onde estava o erro (se houver):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Figura 104: Encontre o erro (circuito 05). Fonte: O autor.
142
10. Resistores
Os resistores são componentes fabricados com valores
específicos de resistência elétrica. São utilizados com o
objetivo de limitar o valor da corrente elétrica ou causar
quedas de tensão nos circuitos. A energia é dissipada no
resistor sob a forma de calor. Existem muitos tipos de
resistores, os da foto ao lado (figura 105) são resistores
de valor fixo, mas existem também resistores variáveis.
SIMBOLOGIA:
Para representar esses componentes são utilizados símbolos padronizados a seguir:
Figura 106: Símbolos para resistores com resistência fixa. Fonte: O autor.
CARACTERÍSTICAS DOS RESISTORES:
Figura 107: Resistor de potência. Fonte: O autor.
Na figura 107, podemos observar as características de fabricação de um resistor. Os
valores de fábrica são denominados de valores nominais. Nesse exemplo, o resistor foi
fabricado com potência nominal de 20W e resistência de 680 Ω, com tolerância de ±10%.
Figura 105: resistores. Fonte: O autor.
143
Código de Cores
Para resistores de pequeno tamanho não é viável escrever essas informações no
próprio resistor, nesse caso é utilizado um código de cores. Um exemplo está na figura
108, no corpo do resistor tem faixas coloridas e cada cor representa uma informação.
Figura 108: Código de cores p/ resistores de 4 faixas. Fonte: O autor.
A primeira faixa é aquela que está mais próxima da extremidade do resistor. Para as duas
primeiras faixas, cada cor representa um algarismo. A terceira faixa representa o fator de
multiplicação e a quarta faixa é o percentual de tolerância. Nos resistores com cinco
faixas, cada uma das três primeiras faixas representam um algarismo. A quarta faixa
representa o fator de multiplicação e a quinta faixa é o percentual de tolerância.
1ª e 2ª faixas 3ª faixa 4ª faixa (tolerância)
Preto 0 Multiplique por:
Marrom 1 Prata 0,01 Vermelho ± 2%
Vermelho 2 Ouro 0,1 Ouro ± 5%
Laranja 3 Preto 1 Prata ± 10%
Amarelo 4 Marrom 10 Nenhuma ± 20%
Verde 5 Vermelho 100
Azul 6 Laranja 1000
Violeta 7 Amarelo 10000
Cinza 8 Verde 100000
Branco 9 Azul 1000000 Tabela 21: Código de cores. Fonte: Tooley, 2007, p. 22.
Exemplos:
Resistor de 680 Ω ± 20%: azul, cinza, marrom.
Resistor de 22.000 Ω ± 10%: vermelho, vermelho, laranja e prata.
Resistor de 1,2 Ω ± 2%: marrom, vermelho, ouro e vermelho.
144
Como testar um resistor?
Para verificar se um resistor está em boas condições, meça a sua resistência com
um multímetro. Depois compare o valor medido com o seu valor de fabricação. Se o valor
medido estiver dentro do seu percentual de tolerância, pode se afirmar que o resistor está
em boas condições. Por exemplo, para um resistor de 100 Ω com tolerância de ± 10%, a
sua resistência deverá estar entre 90 a 110 Ω.
Atividade prática
10.1– Selecione seis resistores, (use os resistores do painel didático), anote as cores e
determine qual é o valor da resistência nominal com o percentual de tolerância.
Resistor Cores Resistência
nominal
R1
R2
R3
R4
R5
R6
10.2– Agora, faça o teste para verificar se o resistor está de acordo com a
especificação. O procedimento deverá ser registrado na tabela a seguir. Para a
pergunta “O resistor está de acordo com a especificação?”, marque SIM se a
resistência estiver dentro da tolerância e NÃO caso esteja fora da tolerância. A
primeira linha foi preenchida com um exemplo.
ATENÇÃO:
Para medir resistência elétrica com o multímetro, os componentes devem ser
previamente desligados da fonte de alimentação.
Quando medir resistência, não colocar as mãos sobre os terminais do componente
que está sendo medido, porque a resistência elétrica do corpo humano poderá causar
erros no resultado final.
145
Resistência
nominal
Faixa de valores
possíveis para a
resistência
Resistência
medida com o
multímetro.
O resistor está de
acordo com a
especificação? (SIM ou
NÃO)
100 Ω ±10% 90 a 110Ω 85Ω NÃO
10.3- Descubra qual é o resistor que permite que a lâmpada acenda:
a) Dos resistores que estão à sua disposição, qual deve ser usado no circuito para que a
lâmpada tenha o maior brilho possível? Monte o circuito da figura 109 e faça o teste
com cada um dos resistores.
Figura 109: Resistor e lâmpada em série. Fonte: O autor.
b) Explique porque a lâmpada acendeu somente com o resistor ______ ou com os
resistores _____________.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
146
11. Resistência equivalente em associação de resistores
Resistência equivalente na associação em série
Como podemos determinar a resistência equivalente de uma associação de
resistores em série?
11.1- Selecione seis resistores (use os resistores do painel didático) e realize a medida
das resistências anotando o resultado na tabela a seguir.
R1 R2 R3 R4 R5 R6
11.2 Utilizando os resistores que você selecionou,
monte o circuito da figura 110, esse circuito não será
ligado na fonte.
11.3 Com o multímetro, determine a resistência
equivalente entre os pontos solicitados:
g) RAB = ____________
h) RAC = ____________
i) RAD = ____________
j) RAE = ____________
k) RAF = ____________
l) RAG = ____________
11.4– Vamos confirmar os resultados. Para isso é necessário calcular o valor teórico
das resistências equivalentes. Descubra qual é a equação para cada caso. A
primeira equação foi dada como exemplo:
g) RAC = R1 + R2 = _________________________________________________
h) RAD = __________________________________________________________
i) RAE = __________________________________________________________
j) RAF = __________________________________________________________
k) RAG = __________________________________________________________
l) RAB = __________________________________________________________
Figura 110: Associação de
resistores em série.
147
Resistência equivalente na associação em paralelo
Como podemos determinar a resistência equivalente de uma associação de resistores
em paralelo?
LEITURA COMPLEMENTAR:
Texto de apoio 02: Resistência equivalente das associações de resistores.
11.5 - Para as associações em paralelo, a resistência equivalente também pode ser
determinada por meio de cálculos ou com o uso do multímetro. Para cada uma das
associações a seguir, utilize os dois métodos, primeiro faça a medição com o multímetro,
e depois confirme o resultado utilizando cálculos. Faça uma pesquisa para descobrir qual
é a equação mais apropriada para cada circuito.
a) Dois resistores com o mesmo valor de resistência:
R2 e R3 = 100Ω
Valor medido → REQ = _____________.
Cálculos:
b) Dois resistores com resistências diferentes:
R1 = 10 Ω
R5 = 510 Ω
Valor medido → REQ = _____________
Cálculos:
Figura 111: Dois resistores
iguais em paralelo. Fonte: o
autor.
Figura 112: Dois resistores diferentes
em paralelo. Fonte: O autor.
148
c) Três resistores com resistências diferentes:
R3 = 100 Ω
R4 = 220 Ω
R5 = 510 Ω
Valor medido → REQ = _____________
Cálculos:
d) Quatro resistores com resistências diferentes:
R3 = 100 Ω
R4 = 220 Ω
R5 = 510 Ω
R6 = 1200 Ω
Valor medido → REQ = _____________.
Cálculos:
Figura 114: quatro
resistores em paralelo.
Fonte: o autor.
Figura 113: Três
resistores em paralelo.
Fonte: O autor.
149
Cálculos e medidas nas associações de resistores
Ao efetuar medidas em circuitos elétricos, é importante verificar se o resultado
está coerente com o valor esperado. Erros na medição ou na interpretação dos resultados
podem levar a resultados absurdos, como exemplos: valores muito acima ou muito abaixo
do possível. Os erros podem acontecer devido a defeitos no multímetro, defeitos nos
componentes, erro na seleção da escala do multímetro, entre outros.
Monte os circuitos abaixo, ligue-os e verifique com o multímetro as tensões
solicitadas. Em seguida, utilize cálculos para verificar se as medidas estão corretas.
a) Associação 01
V(fonte)= ________
VR1 = _________
VR2 = ________
b) Associação 02
V(fonte)= _______
VR1 = _________
VR5 = _________
Figura 116: Associação 02. Fonte: o
autor.
Figura 115: Associação 1. Fonte: O
autor.
150
c) Associação 03
V(fonte)= _______
VR1 = _________
VR4 = _________
VR5 = _________
d) Associação 04
V(fonte)= _______
VR1 = _________
VR4 = _________
VR5 = _________
Figura 117: Associação 03. Fonte: o
autor.
Figura 118: Associação 04. Fonte: o
autor.
151
e) Associação 05:
Observação: os pontos A e B não possuem
conexão com o circuito.
V(fonte)= _______
VR1 = _________
VAB = _________
VR5 = _________
f) Associação 06
V(fonte)= _______
VR4 = _________
VR1 = _________
VR5 = _________
Figura 119: Associação 5. Fonte: O
autor.
Figura 120: Associação 06. Fonte: o autor.
152
12. Diodo retificador
Introdução ao Diodo
Nessa atividade, você vai conhecer um componente de grande importância na
eletrônica: o diodo retificador. A figura 121 revela o aspecto físico e a simbologia usada
para representar esse componente.
Figura 121: Diodo retificador: aspecto físico e simbologia. Fonte: o autor.
Qual é o comportamento do diodo no circuito? Para responder essa questão, vamos
fazer testes inserindo o diodo em um circuito.
12.1Diodo com polarização direta.
a) Acrescente no desenho ao lado uma seta indicando qual seria o sentido
convencional da corrente elétrica na lâmpada.
b) Monte o circuito e faça o teste verificando se a lâmpada acende.
Figura 122: diodo com polarização direta. Fonte: o autor.
153
12.2 - Diodo com polarização reversa
a) Acrescente no desenho ao lado uma seta indicando qual seria o sentido
convencional da corrente elétrica na lâmpada.
b) Monte o circuito e faça o teste verificando se a lâmpada acende.
12.3 - Suas conclusões:
a) Qual foi o comportamento do diodo na polarização direta?
b) Qual foi o comportamento do diodo na polarização reversa?
c) Há algo em comum entre o símbolo do diodo e o sentido convencional da
corrente elétrica?
Figura 123: diodo com polarização reversa. Fonte: o autor.
154
Comportamento do diodo ao variar a tensão de alimentação
12.4- No desenho abaixo (figura 124), acrescente um voltímetro V1 que deverá a
diferença de potencial entre os terminais do diodo. Represente também um
voltímetro V2 que mostrará a tensão entre os terminais do resistor.
Figura 124: estudo do diodo. Fonte: O autor.
12.5– Vamos verificar qual é o comportamento do diodo ao variar a tensão de
alimentação. No lugar dos voltímetros V1 e V2, utilize o multímetro devidamente
preparado para medir tensão. Faça as medições usando as saídas da fonte de: (3,3
V), (5 V) e (12 V). Anote os resultados na tabela a seguir:
Tensão de alimentação
(V)
Tensão no diodo (V1) Tensão no Resistor
(V2)
12.6– Compare as tensões no diodo com as tensões no resistor. Explique como foi o
comportamento desses componentes ao variar a tensão de alimentação.
12.7– Analise as experiências realizadas nessa atividade e cite abaixo pelo menos
duas características do diodo:
LEITURA COMPLEMENTAR:
Texto de apoio 03: Diodos (noções básicas).
155
13. Diodo Emissor de Luz (LED)
Figura 125: Diodo Emissor de Luz - aspecto físico. Fonte: O autor.
O diodo emissor de luz é mais conhecido como LED que é a sigla para Light Emitting
Diode. São fabricados em várias cores e tamanhos. Antigamente era de uso exclusivo para
sinalização, por exemplo, para mostrar que um equipamento está ligado. Atualmente, há
LEDs próprios também para iluminação de ambientes, e a tendência é que as “lâmpadas
a LED” ganhem cada vez mais espaço. Os seus terminais também recebem os nomes de
anodo (A) e catodo (K). Olhando o LED por baixo, vemos uma parte reta no seu corpo
chamada de chanfro, essa parte identifica o terminal catodo conforme representado na
figura 126.
Figura 126: Símbolo do LED. Fonte: O autor.
Para funcionar corretamente, o LED precisa ser ligado com polarização direta. É
necessário verificar com o fabricante quais são valores nominais de tensão e corrente. Os
LEDs de sinalização funcionam normalmente com tensões inferiores a 2 V e com corrente
próximo a 20 mA.
156
ATIVIDADES
13.1– Um estudante necessita ligar um LED, conforme mostra o diagrama da figura
127. Será utilizada uma fonte de 12 volts. O LED deverá funcionar com
corrente de 20 mA e tensão de 1,8 V.
Ajude o estudante a especificar
corretamente o resistor, fazendo
os cálculos:
a) Resistência nominal do
resistor:
b) Potência dissipada no
resistor:
13.2– Após efetuar os calculos, monte o circuito e realize o teste, (utilize o painel
didático). Caso não tenha um resistor com o valor calculado anteriormente,
projete uma associação de resistores que tenha resistência equivalente mais
próxima possível do valor desejado.
13.3- Será que o circuito ficou dentro das especificações? Para ter certeza, precisamos
medir os valores de tensão e corrente do LED. Refaça o desenho, acrescentando
um voltímetro e amperímetro que deverão registrar respectivamente os valores
de tensão e corrente no LED.
13.4- Utilizando um multímetro, faça as medições solicitadas a seguir e registre o
resultado abaixo:
a) Tensão no LED: _______________
b) Corrente no LED: ______________
c) Tensão da fonte: _______________
d) Tensão no Resistor: ____________
Figura 127: exercício com LED. Fonte: O autor.
157
13.5- Desafio:
Utilizando os componentes disponíveis no painel didático, projete o circuito para
ligar o LED na fonte de 5 volts e também na fonte de 3,3 V. Considere que o LED deverá
funcionar com tensão de 1,8 V e corrente de 20 mA. Você deverá calcular o resistor mais
apropriado. Se não tiver o resistor, será necessário montar uma associação que tenha
resistência equivalente o mais próximo possível da resistência desejada.
a) Projeto do curcuito com a fonte de 5 V.
b) Projeto do circuito com a fonte de 3,3.
158
14. Estudo dos capacitores
Existem muitos tipos de capacitores. Na foto da figura 128, pode ser visto um
capacitor eletrolítico. Atenção, esse tipo de capacitor possui polaridade, ou seja, tem
terminais positivo e negativo, por isso deve ser usado somente com tensão contínua. O
capacitor eletrolítico pode estourar se for ligado com os terminais invertidos, sempre
confira se as ligações estão corretas antes de ligar o circuito. Outro detalhe importante é
que nunca se deve ultrapassar a tensão máxima marcada no corpo do capacitor, o
capacitor mostrado na figura 128 tem tensão máxima de 63 V. Outra característica
importante dos capacitores é o valor de capacitância, o capacitor da figura 128 possui
capacitância de 470 microfarads.
Figura 128: Capacitor eletrolítico. Fonte: O autor.
ATIVIDADES
14.1 - Qual é a função básica de um capacitor?
É comum encontrar capacitores em circuitos eletrônicos, mas quais são os efeitos que
esse componente pode provocar em um circuito elétrico simples? Para responder essa
pergunta, vamos verificar o funcionamento de um circuito em dois momentos: sem o
capacitor e após a ligação do capacitor.
Observação: em todas as experiências com capacitor, será sugerido o uso do resistor
R1 de 10 Ω para evitar o pico de corrente no momento de ligar o circuito.
159
a) Monte o circuito abaixo (figura 129). Em seguida ligue e desligue o interruptor
S1 observando o brilho do LED.
Figura 129: Circuito sem o capacitor. Fonte: O autor.
b) Agora, vamos acrescentar ao circuito o capacitor C2, de acordo com o diagrama da
figura 130. ATENÇÃO: Esse capacitor possui polaridade, cuidado para não inverter
os terminais positivo (+) e negativo (-). No painel didático, o valor sugerido para C2
é 2200uF/25V.
Figura 130: Circuito com capacitor. Fonte: O autor.
Ligue a chave S1 e aguarde 10 segundos.
Desligue a chave S1 e fique observando o brilho do LED.
Compare o funcionamento do circuito 01 com o circuito 02. Qual foi a mudança
que o capacitor provocou no circuito?
14.2- Ao comparar capacitores, como podemos saber qual deles tem maior
capacidade para armazenar cargas elétricas?
a) Primeiramente, leia os valores anotados nos capacitores e complete as informações
abaixo:
O Capacitor C1 possui tensão nominal de _____ V e capacitância igual a
_______ μF.
O Capacitor C2 possui tensão nominal de _____ V e capacitância igual a
_______ μF.
160
b) Vamos comparar o desempenho dos dois capacitores, para isso será necessário
montar o circuito da figura 131 a seguir, utilize o capacitor C2.
Figura 131: Circuito com capacitor C2. Fonte: O autor.
c) Tente cronometrar o tempo que cada capacitor consegue manter o LED aceso. Ligue
a chave S1 e espere um tempo para que o capacitor fique totalmente carregado. Você
deve disparar o cronômetro no mesmo instante em que desligar a chave S1. Anote o
tempo em que o LED permaneceu aceso. Para reduzir a chance de erro, cada aluno
deve fazer uma medida e o resultado final será a média aritmética das medições.
Registre os resultados na tabela abaixo:
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
d) Troque o capacitor C2 pelo capacitor C1 e repita as medidas de tempo. Registre os
resultados na tabela a seguir:
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
e) Compare os resultados obtidos nos itens (c) e (d) e explique de que maneira a
capacitância interfere no tempo de descarga do capacitor:
f) Com base nessa experiência, tente explicar o que você entendeu a respeito da
capacitância:
161
14.3 - Além da capacitância, o que mais interfere no tempo de descarga de um
capacitor?
Vamos cronometrar o tempo de descarga de um capacitor e analisar a influência do
resistor que está sendo utilizado no circuito.
a) Monte o circuito, conforme o diagrama da figura 132:
b) Refaça o desenho, acrescentando ao circuito um voltímetro, que deverá indicar a
tensão elétrica nos terminais do capacitor.
c) No lugar do voltímetro, você deverá utilizar o multímetro devidamente preparado
para medir tensão. Em seguida ligue a chave S1 e espere um tempo para que o
capacitor fique totalmente carregado.
d) Tempo de descarga do capacitor
Agora, vamos cronometrar o tempo de descarga do capacitor. Desligue a chave S1 e ao
mesmo tempo dispare o cronômetro. Anote qual é o tempo necessário para que o capacitor
seja descarregado. Ao descarregar o capacitor, pode ser que a tensão não chegue
exatamente à zero. Portanto, considere o capacitor descarregado quando a tensão for
menor que 0,1V.
Figura 132: Circuito para medição do tempo de descarga do capacitor. Fonte: O autor.
162
Anote os tempos medidos na tabela a seguir. Para reduzir a chance de erro, cada aluno
deve fazer uma medida e o resultado final será a média aritmética das medições.
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
e) Troque o resistor do circuito por outro com resistência de 510 Ω (nesse caso é o
resistor R5 do painel didático). Repita as medidas de tempo e registre os resultados
na tabela a seguir:
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
f) Compare os resultados obtidos nos itens (d) e (e) e explique de que maneira o valor
da resistência do resistor interfere no tempo de descarga do capacitor:
163
Associação de capacitores
15.1– Ao associar capacitores em série ou em paralelo, o que acontece com o valor
total da capacitância do circuito? Monte o circuito representado na figura 133 e
resolva as questões a seguir:
a) Nesse circuito, qual é o tipo de associação formada pelos capacitores?
b) Com um cronômetro, verifique o tempo de descarga da associação de capacitores.
Para reduzir a chance de erro, cada aluno deverá registrar uma medida na tabela
abaixo. O resultado final será a média aritmética das medidas.
15.2 - Monte o circuito abaixo (figura 134) e resolva as questões a seguir:
a) Nesse circuito, qual é o tipo de associação formada pelos capacitores?
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
Figura 133: Associação de capacitores (circuito 01). Fonte: O autor.
Figura 134: Associação de capacitores (circuito 02). Fonte: O autor.
164
b) Com um cronômetro, verifique o tempo de descarga dessa associação de capacitores.
Para reduzir a chance de erro, cada aluno deverá registrar uma medida na tabela
abaixo. O resultado final será a média aritmética das medidas.
15.3– Comparando as associações de capacitores em série e em paralelo, qual
associação apresenta o maior valor de capacitância?
Para saber mais
Faça a leitura do texto de apoio 04 (Capacitores), e anote a seguir as equações que
podem ser utilizadas para o cálculo da capacitância equivalente nas seguintes
associações:
a) Associação de capacitores em série
b) Associação de capacitores em paralelo
Aluno 01 Aluno 02 Aluno 03 Aluno 04 Aluno 05 Média
165
Texto de apoio 1: Equação dos geradores
A diferença de potencial entre os terminais de uma pilha ou bateria, pode variar
dependendo da intensidade da corrente elétrica fornecida ao circuito, isso acontece por
causa das perdas que ocorrem no interior da pilha ou bateria. O gerador eletroquímico
pode ser representado pelo esquema da figura 135:
Figura 135: Representação de um gerador (adaptado de SAAB et. al., 2006, p. 17). Fonte: O autor.
Esse gerador converte energia química em energia elétrica produzindo uma força
eletromotriz “ε”. Porém, no interior do gerador ocorrem perdas devido a sua resistência
internar (r). A diferença de potencial elétrico (V) entre os terminais externos do gerador
será igual a:
𝑽 = 𝜺 − 𝒊𝒓 (42)
As perdas internas são calculadas por 𝒊𝒓. A resistência interna aumenta à medida que a
pilha ou bateria vai chegando ao fim de sua vida útil.
Durante a vida de uma pilha, a força eletromotriz permanece praticamente
inalterada, ao passo que sua resistência interna cresce. Pilhas velhas e inúteis
são reconhecidas não por sua força eletromotriz (que pode ainda ser
praticamente a mesma de uma nova), mas pela redução na corrente de curto-
circuito, causada pelo crescimento da sua resistência interna. (SILVEIRA,
AXT, 2003, p. 398).
Essas perda internas também podem ocorrer com fontes eletrônicas de baixa qualidade.
Para verificar se realmente a fonte está em boas condições, a diferença de potencial deverá
ser medida quando a fonte estiver fornecendo corrente a um circuito. Se não houver fluxo
de corrente, não ocorrerá perdas na resistência interna e, somente nesse caso, a força
eletromotriz e a diferença de potencial terão o mesmo valor.
Apesar de força eletromotriz e diferença de potencial terem a mesma unidade de medida,
na verdade são conceitos diferentes, conforme informa Lang e Axt (2003, p. 392 – 393),
“[...] a diferença de potencial elétrico expressa o trabalho por unidade de carga realizado
166
por um campo eletrostático, enquanto a força eletromotriz exprime o trabalho por unidade
de carga realizado por um campo não-eletrostático [...]”.
Texto de apoio 2: Resistência equivalente das associações de resistores Resistores em série
Uma associação com dois resistores ligados em série está sendo representada na
figura 136.
Figura 136: Representação de um circuito com resistores em série. Fonte: O autor.
Em uma associação em série, a corrente (i) é a mesma em todo o circuito. A tensão
total (V) fornecida pela fonte é igual à soma das quedas de tensão ao logo do circuito.
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 (43)
Aplicando a Lei de Ohm para calcular as tensões, a equação fica como:
𝑅𝑒𝑞𝑖 = 𝑅1𝑖 + 𝑅2𝑖 (44)
Colocamos i em evidência:
𝑅𝑒𝑞𝑖 = 𝑖 (𝑅1 + 𝑅2) (45)
Dividindo ambos os membros da equação por “i”, chegamos à conclusão que:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 (46)
Essa equação pode ser aplicada para qualquer quantidade de resistores na
associação em série, assumindo a forma geral:
𝑹𝒆𝒒 = 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑 + ⋯ + 𝑹𝒏 (47)
167
Resistores em paralelo
Na figura 137 está sendo representado uma associação com três resistores ligados
em paralelo.
Figura 137: Circuito com resistores associados em paralelo. Fonte: O autor.
Equação Geral
Em uma associação de resistores em paralelo, a diferença de potencial é a mesma
para todos os resistores. A corrente total (i) que entra na associação é a soma das correntes
em cada resistor, (MARKUS, 2011, p. 56):
𝑖 = 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3 (48)
Aplicando a Lei de Ohm para calcular cada uma das correntes, a equação assumirá
a forma:
𝑉
𝑅𝑒𝑞=
𝑉
𝑅1+
𝑉
𝑅2+
𝑉
𝑅3 (49)
Colocando V em evidência, fica:
𝑉
𝑅𝑒𝑞= 𝑉(
1
𝑅1+
1
𝑅2+
1
𝑅3) (50)
Dividindo os dois membros por V, fica:
1
𝑅𝑒𝑞=
1
𝑅1+
1
𝑅2+
1
𝑅3 (51)
Para dois ou mais resistores associados em paralelo, a equação assume a forma
geral:
𝟏
𝐑𝐞𝐪=
𝟏
𝐑𝟏+
𝟏
𝐑𝟐+
𝟏
𝐑𝟑+ ⋯ +
𝟏
𝐑𝐧 (52)
168
Equação para resistores com o mesmo valor de resistência
Se a associação for formada somente por resistores com o mesmo valor de resistência (R),
essa equação poderá ser simplificada. Supondo que há três resistores, R1, R2 e R3 com o
mesmo valor, vamos substituir os valores por “R”. Fica como:
1
Req=
1
R+
1
𝑅+
1
𝑅 (53)
Frações de mesmo denominador podem ser somadas diretamente:
1
Req=
3
R (54)
Isolando REQ na equação, fica:
𝑅𝑒𝑞 =R
3 (55)
Para quaisquer número de resistores, chegaremos ao resultado:
𝑹𝒆𝒒 =𝐑
𝐧 (56)
Onde, “R” é o valor da resistência em ohm e “n” é a quantidade de resistores na
associação.
Equação para dois resistores com valores diferentes de resistência
Para uma associação de resistores em paralelo, formada por dois resistores diferentes, a
equação também poderá ser simplificada. Tomando como ponto de partida a equação
geral:
1
𝑅𝑒𝑞=
1
𝑅1+
1
𝑅2 (57)
169
No segundo membro da equação, devemos extrair o mínimo múltiplo comum
entre os denominadores e fazer a soma das frações, ficará como:
1
𝑅𝑒𝑞=
𝑅2+𝑅1
𝑅1𝑅2 (58)
Isolando Req, podemos concluir que:
𝑹𝒆𝒒 =𝑹𝟏𝑹𝟐
𝑹𝟏+𝑹𝟐 (59)
Texto de apoio 3: Diodos (noções básicas)
Os diodos são dispositivos semicondutores que tem seu funcionamento explicado
pela mecânica quântica. É possível encontrar informações básicas a respeito desses
componentes em livros técnicos de eletrônica e de formação profissional. As informações
sobre os diodos que serão repassadas a seguir, estão baseadas principalmente na leitura
dos trabalhos de Halliday; Resnick e Walker (1983, p. 227 – 240) e também de Marques;
Cruz e Choueri (1998). A figura 138 mostra o aspecto real e o símbolo do diodo:
Figura 138: (a) Foto de um diodo retificador. (b) Simbologia. Fonte: o autor.
Os diodos permitem o fluxo de elétrons em apenas um sentido. Uma das
aplicações desse dispositivo ocorre no processo de conversão de corrente alternada para
corrente contínua nas fontes eletrônicas, nesse caso, o dispositivo recebe o nome de diodo
retificador. A maioria dos diodos retificadores são fabricados com silício (Si), mas
também existem diodos fabricados com germânio (Ge). Nos cristais de silício, os átomos
formam ligações covalentes, nesse tipo de ligação ocorre o compartilhamento de elétrons
da camada de valência. A figura 139 mostra uma representação bidimensional da estrutura
cristalina do silício. Para facilitar o entendimento, foi representada somente a camada de
170
valência dos átomos, sendo omitida as camadas anteriores. Cada elétron da camada de
valência está ligado a dois átomos, dessa maneira não há elétrons livres para a condução
de corrente elétrica.
Figura 139: Estrutura cristalina do silício. Fonte: adaptado de Cruz e Choueri, 2008, p. 20.
Para que esses materiais possam adquirir algumas características especiais, são
introduzidos no seu interior outros elementos, chamados de “impurezas”. Esse processo
de acrescentar “impurezas” no material é chamado de “dopagem” e pode formar
semicondutores tipo N ou tipo P.
Semicondutor tipo N:
Esse material possui elétrons livres em sua estrutura, devido a isso tende a ser um
doador de elétrons. Para formar o material tipo N, a estrutura cristalina do silício recebe
outros átomos que possuem cinco elétrons na camada de valência, por exemplo: átomos
de fósforo. Um desses elétrons não encontra um átomo vizinho para se ligar e se torna um
elétron livre que poderá se movimentar pelo interior do material. A figura 140 mostra
uma representação bidimensional da estrutura cristalina do material tipo N. Para facilitar
o entendimento, foi representada somente a camada de valência dos átomos, sendo
omitida as camadas anteriores.
171
Figura 140: Estrutura cristalina do semicondutor tipo N. Fonte: adaptado de Cruz e Choueri, 2008, p. 22.
Semicondutor tipo P:
Para formar o material tipo P, a estrutura cristalina do silício recebe outros átomos
que possuem três elétrons na camada de valência, por exemplo: átomos de alumínio.
Assim, fica faltando um elétron para completar as ligações químicas entre o alumínio e o
silício. Essa falta do elétron gera uma lacuna no interior do material, por isso, o
semicondutor tipo P tende a ser um receptor de elétrons. A figura 141 mostra uma
representação bidimensional da estrutura cristalina de um material tipo P. Para facilitar o
entendimento, está sendo representada somente a camada de valência dos átomos, sendo
omitida as camadas anteriores.
Figura 141: Estrutura cristalina do semicondutor tipo P. Fonte: adaptado de Cruz e Choueri, 2008, p. 21.
Os diodos são formados por uma junção de duas camadas de material semicondutor:
uma camada tipo N e outra tipo P. O terminal anodo é ligado a uma camada tipo P e o
terminal catodo é ligado a uma camada tipo N.
172
Entre as características do diodo, podemos destacar:
Corrente Direta Máxima (IFmáx): é o valor máximo de corrente que o diodo pode
conduzir continuamente, acima desse valor, o diodo pode sofrer danos por aquecimento
excessivo.
Tensão reversa máxima (VRmáx): é o valor máximo de tensão que o diodo pode suportar
quando está na polarização reversa.
Diodo Emissor de Luz (LED)
O diodo emissor de luz é um tipo especial de diodo, também é conhecido como
LED que é a sigla que vem do idioma inglês, cujo significado é Light Emitting Diode.
Na sua fabricação são usados elementos como o gálio (Ga), arsênio (As) e o fósforo (P).
Durante a condução de corrente, uma certa quantidade de elétrons passa para um nível
mais baixo de energia, e libera energia na forma de fótons. No diodo retificador, essa
energia é liberada principalmente na forma de calor.
Diodo com polarização direta
Nesse texto, não serão abordados os processos que ocorrem no interior do
componente, serão analisados somente o comportamento do diodo nos circuitos elétricos.
Na figura 142, está sendo representado um circuito com o diodo na polarização direta.
Figura 142: circuito elétrico mostrando um diodo com polarização direta. Fonte: O autor.
O diodo está diretamente polarizado quando seu terminal anodo (A) tem potencial
mais positivo do que o terminal catodo (K). Na polarização direta, o comportamento é
173
semelhante a uma chave fechada, ou seja, a corrente elétrica fluirá normalmente. Observe
que a seta no símbolo do diodo coincide com o sentido convencional da corrente elétrica.
Os diodos em condução causam uma pequena queda de tensão, que é de
aproximadamente 0,7 V nos diodos de silício e 0,3 V nos diodos de Germânio. Uma
característica interessante é que essa diferença de potencial se mantém praticamente
constante dentro da faixa de funcionamento desse componente.
Diodo com polarização reversa
Na figura 143, está sendo representado um circuito com o diodo na polarização
reversa.
Figura 143: circuito elétrico mostrando um diodo com polarização reversa. Fonte: O autor.
A polarização reversa acorre quando o terminal catodo (K) tem potencial mais
positivo do que o terminal anodo (A). Nesse caso, o diodo tem comportamento
semelhante a um interruptor aberto, ou seja, impede a passagem da corrente elétrica. Na
prática, existirá uma corrente de fuga cujo valor tem influência da temperatura. Em
circuitos eletrônicos mais sensíveis, a corrente de fuga pode ter algum efeito, mas na
maioria das aplicações, a corrente de fuga é desprezível ficando na faixa dos
microampères.
174
Texto de apoio 4: Capacitores
O capacitor é constituído por placas condutoras separadas por um material isolante
(dielétrico), conforme representado na figura 144.
Ao ligarmos o capacitor a uma fonte de tensão contínua, uma das placas do
capacitor adquire um potencial positivo e a outra placa fica com potencial negativo, essa
representação está na figura 145. O processo de carga ocorre devido a retirada de elétrons
da placa ligada ao terminal positivo da bateria e ao fornecimento de elétrons a placa
conectada ao terminal negativo da bateria. Como resultado, a placa superior (figura 145)
carrega positivamente e a placa inferior carrega negativamente. O processo ocorre até o
momento que a tensão entre as placas se iguale a tensão na bateria. Nesse instante, cada
placa terá as mesmas quantidades de cargas elétricas, mas com sinais contrários.
Figura 144: Representação de um capacitor de placas paralelas. Fonte: adaptado de
University of Colorado Boulder (PhET Interactive Simulations).
175
Entre as placas do capacitor, forma-se um campo elétrico que é representado
utilizando linhas de força como pode ser visto na figura 146. As linhas de força são
representadas saindo da placa positiva e entrando na placa negativa. A diferença de
potencial entre as placas se mantem mesmo após o capacitor ter sido desligado da fonte.
Isso ocorre porque os elétrons na placa negativa ficam “presos” devido à presença desse
campo elétrico, dessa forma há armazenamento de energia eletrostática no capacitor.
A capacidade que o dispositivo possui de armazenar cargas elétricas é definida
pela sua capacitância. No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de medida de
capacitância é o farad (F). Quanto maior for à capacitância, maior será a capacidade do
Figura 146: Representação do campo elétrico do capacitor de placas paralelas. Fonte: adaptado de University of
Colorado Boulder (PhET Interactive Simulations).
Figura 145: Representação de um capacitor carregado. Fonte: adaptado de University of Colorado
Boulder (PhET Interactive Simulations).
176
capacitor armazenar cargas. A capacitância de um capacitor pode ser calculada pela
seguinte equação:
𝐶 = 𝑄
𝑉 (60)
Onde C é a capacitância em farad (F), Q é a carga acumulada em coulomb (C), e
V é a diferença de potencial em volts (V). Portanto, 01 farad corresponde a 01 coulomb
por volt. A capacitância depende de alguns aspectos construtivos do capacitor: área das
placas, distância entre as placas e do tipo do dielétrico utilizado para isolar uma placa da
outra. Placas com áreas maiores terão mais espaço para armazenar cargas, então, se
aumentarmos a área das placas, consequentemente aumentamos a capacitância. Quanto
maior for à capacidade de isolação do material dielétrico, maior será a capacitância, pois
as fugas de corrente serão reduzidas. Outro fator importante será a distância entre as
placas, observa-se que para placas mais próximas, a capacitância é maior do que para
placas mais distantes.
Tensão de trabalho
A tensão de trabalho é a tensão máxima que o capacitor pode suportar entre seus
terminais. Nunca se deve ultrapassar esse valor, pois o capacitor poderá ser danificado ou
entrar em curto circuito.
Simbologia:
Para representar alguns tipos de capacitores, podem ser utilizados os símbolos da
figura 147.
Figura 147: Simbologia para capacitores. Fonte: o autor.
177
Os capacitores fixos são aqueles que apresentam um valor fixo de capacitância.
Os capacitores ajustáveis permitem mudanças no seu valor de capacitância, são
instalados em pontos de calibração de circuitos eletrônicos, com acesso somente durante
a manutenção do equipamento. Os capacitores variáveis permitem a variação de
capacitância pelo usuário do equipamento eletrônico. Um exemplo do uso de capacitores
variáveis são os aparelhos de rádio antigos, onde esses capacitores serviam para fazer a
sintonia das estações transmissoras.
Os capacitores polarizados possuem um terminal que deve ser ligado ao
potencial positivo da fonte e outro terminal que deve ser conectado ao potencial negativo.
Se ocorrer uma ligação errada, o capacitor pode ser danificado ou até mesmo estourar,
trazendo riscos às pessoas. Um exemplo de capacitor polarizado é o capacitor
eletrolítico, muito utilizado em fontes de alimentação. Os capacitores despolarizados
não possuem polaridade fixa, ou seja, qualquer um dos seus terminais pode ser ligado ao
positivo ou ao negativo da fonte de alimentação.
Capacitores em série
Assim como no caso dos resistores, as equações para associação de capacitores
também já estão descritas em inúmeros livros de Física do ensino superior e do ensino
médio. As demonstrações a seguir, foram baseadas na obra de Sears; Zemansky e Young
(1894, p. 573 – 578) e também no trabalho de Markus (2011, p. 91 - 102). Na figura 148,
está sendo representado um circuito com dois capacitores associados em série.
Figura 148: circuito elétrico contendo dois capacitores em série. Fonte: O autor.
A placa positiva de C2 e a placa negativa de C1 possuem a mesma quantidade de
carga elétrica porque estão ligadas entre si. Mas, como já foi visto anteriormente, em cada
capacitor as placas tem a mesma quantidade de carga, mas com sinais trocados. Portanto,
178
podemos concluir que na associação em série, todas as placas terão a mesma quantidade
de carga (em módulo).
A capacitância equivalente da associação pode ser determinada pela equação:
𝐶𝑒𝑞 = 𝑄
𝑉 (61)
Os capacitores possuem capacitâncias C1 e C2, respectivamente iguais a:
𝐶1 = 𝑄
𝑉1 (62)
𝐶2 = 𝑄
𝑉2 (63)
Em cada uma dessas equações, isolamos “V” para calcular a diferença de
potencial em cada um dos componentes do circuito e chegamos as seguintes equações:
𝑉 = 𝑄
𝐶𝑒𝑞 (64)
𝑉1 = 𝑄
𝐶1 (65)
𝑉2 = 𝑄
𝐶2 (66)
Como se trata de uma associação em série, a tensão da fonte é distribuída entre os
capacitores, de modo que:
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 (67)
Substituindo V, V1 e V2, respectivamente pelas equações 23, 24 e 25, fica:
𝑄
𝐶𝑒𝑞=
𝑄
𝐶1+
𝑄
𝐶2 (68)
179
Dividindo os dois membros da equação por Q, chegamos à conclusão de que:
1
𝐶𝑒𝑞=
1
𝐶1+
1
𝐶2 (69)
Para associação de vários capacitores em série, a equação ficará como:
𝟏
𝑪𝒆𝒒=
𝟏
𝑪𝟏+
𝟏
𝑪𝟐+
𝟏
𝑪𝟑+ ⋯ +
𝟏
𝑪𝒏 (70)
Capacitores em paralelo
Na figura 149 está sendo representado um circuito com dois capacitores ligados
em paralelo.
Figura 149: capacitores em paralelo. Fonte: O autor.
Para capacitores em paralelo, a diferença de potencial será a mesma em todos os
elementos da associação.
𝑉 = 𝑉1 = 𝑉2 (71)
A carga total “q” da associação é a soma das cargas em cada capacitor:
𝑞 = 𝑞1 + 𝑞2 (72)
180
Isolando “q” na equação da capacitância (equação 19), verificamos que a carga
“q” de um capacitor deve ser igual a:
𝑞 = 𝐶𝑉 (73)
Substituindo a equação 32 na equação 31, fica:
𝐶𝑒𝑞𝑉 = 𝐶1𝑉 + 𝐶2𝑉 (74)
Dividindo por “V” os dois membros da equação 33, podemos concluir que:
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 (75)
Para associação de vários capacitores em paralelo, a equação ficará como:
𝑪𝒆𝒒 = 𝑪𝟏 + 𝑪𝟐 + 𝑪𝟑 + ⋯ + 𝑪𝒏 (76)
Tempo de carga e descarga dos capacitores
A figura 150 representa um circuito contendo um capacitor ligado em série com
um resistor, ao fechar a chave S1, tem início o processo de carga do capacitor.
Figura 150: Circuito RC em corrente contínua. Fonte: O autor.
Suponha que inicialmente o capacitor está descarregado e a tensão nas suas placas
é igual a zero. No instante que a chave for fechada, a diferença de potencial no resistor
será igual a diferença de potencial disponível na fonte. Nesse momento inicial, o capacitor
181
se comporta como se fosse um curto circuito absorvendo a máxima corrente possível. A
corrente nesse momento é dada por:
𝑖 = 𝑉
𝑅 (77)
Mas, à medida que o capacitor vai sendo carregado, a diferença de potencial entre
suas placas vai aumentando até ficar igual a tensão fornecida pela fonte, nesse momento
cessa o fluxo de corrente. É possível concluir que no instante inicial o capacitor se
comporta como se fosse uma chave fechada, e depois de totalmente carregado, o capacitor
se comporta como uma chave aberta. O tempo que o capacitor demora para carregar
depende da capacitância e também do resistor que está sendo utilizado.
Fazendo a multiplicação RC, obtém-se uma constante de tempo, representada pela
letra grega τ (tau).
𝝉 = 𝑹𝑪 (78)
Durante o processo de carga do capacitor, observa-se que depois de cinco
constantes de tempo, o capacitor estará 99% carregado (Markus, 2011, p. 100). Se
utilizarmos o mesmo resistor para descarregar o capacitor, conforme esquema da figura
151, observaremos que o tempo de carga é igual ao tempo de descarga.
Figura 151: circuito de descarga do capacitor. Fonte: O autor.
182
Portanto, podemos calcular o tempo aproximado de carga e descarga do capacitor pela
equação 38:
𝒕 = 𝟓𝑹𝑪 (78)
Onde:
t = tempo de carga e descarga, em segundos (s);
R = resistência do resistor em ohm (Ω);
C= capacitância em farad (F).
Durante o processo de carga do capacitor, a diferença de potencial entre os terminais do
mesmo tem uma variação exponencial, conforme mostra o gráfico da figura 152 a seguir:
Figura 152: Processo de carga de um capacitor. Fonte: O autor.
Esse gráfico foi gerado considerando um circuito com um capacitor de 0,0022F ligado
em série com um resistor de 1200Ω. É possível verificar que nos primeiros instantes o
processo de carga é mais rápido, e depois se torna mais lento. Em cada instante de tempo,
a diferença de potencial nos terminais do capacitor pode ser calculada pela equação 79 a
seguir:
𝑽𝒄(𝒕) = 𝑬(𝟏 − 𝒆−𝒕
𝝉⁄ ) (79)
Onde:
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20 25
Ten
são
no
cap
acit
or
(vo
lts)
Tempo de carga do capacitor (segundos)
183
Vc (t) → Diferença de potencial entre terminais do capacitor no instante de tempo “t”.
E → Diferença de potencial entre os terminais da fonte de alimentação (em volts).
e → algarismo neperiano, aproximadamente 2,72.
t → instante de tempo em segundos.
𝝉 → constante de tempo, (𝜏 = 𝑅𝐶).
Durante o processo de descarga do capacitor, a diferença de potencial também apresenta
uma variação exponencial, conforme mostra o gráfico da figura 153 a seguir:
Figura 153: processo de descarga do capacitor. Fonte: O autor.
É possível verificar que nos primeiros instantes, o processo de descarga é mais rápido e
depois se torna mais lento. Em cada instante de tempo, a diferença de potencial nos
terminais do capacitor pode ser calculada pela equação 80 a seguir:
𝑽𝒄(𝒕) = 𝑬𝒆−𝒕
𝝉⁄ (80)
Maiores detalhes podem ser encontrados nas obras de Sears; Zemansky e Young (1984,
p. 573 – 578) e também no trabalho de Markus (2011, p. 91 - 102).
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15 20 25
Ten
são
no
cap
acit
or
(vo
lts)
Tempo de descarga do capacitor (segundos)
184
Apêndice A: Lista de componentes
Para a montagem de uma unidade do painel didático e a realização das tarefas são
necessários os componentes relacionados na tabela 22.
QTD. Componente
02 Interruptor 5A (chave alavanca de 2 posições)
01 Suporte para fusível de vidro 5x20mm PCI
01 Fusível de vidro, 5A, tamanho 5x20mm
03 Soquete de 1 polo para lâmpada modelo 67
03 Lâmpada automotiva de 01 polo, modelo 67, tensão de 12 V, potência
10W.
01 Resistor de Fio10 Ω ± 5%, potência de 10W
01 Resistor de 100 Ω ± 5%, potência de 5W
01 Resistor de 100 Ω ± 5%, potência de 2W
01 Resistor de 220Ω ± 5%, potência de 2W
01 Resistor de 510Ω ± 5%, potência de 2W
01 Resistor de 1k2 ± 5%, potência de 1/4W
01 Capacitor eletrolítico radial 470uF/25V
01 Capacitor eletrolítico radial 2200uF/25V
01 Diodo retificador 1N4007
01 Diodo Emissor de Luz (LED), 5 mm, cor vermelha
34 Borne para pino banana, 4mm, cor preto
01 Borne para pino banana, 4mm, cor vermelho
01 Borne para pino banana, 4mm, cor laranja
01 Borne para pino banana, 4mm, cor amarelo
01 Borne para pino banana, 4mm, cor branca
01 Borne para pino banana, 4mm, cor azul
30 Pino banana 4mm, cor preta
4,0m Cabo flexível 1,0 mm2
01 Placa de compensado ou MDF, espessura de 9 mm, dimensões sugeridas
conforme apêndice B.
10 Parafuso auto atarrachante 3mm x 20mm
185
01 Multímetro digital com escalas de tensão e corrente contínua,
continuidade e resistência elétrica.
01 Fonte de tensão modelo ATX, reaproveitada de computadores antigos ou
fonte didática com entrada 127 e 220 V AC e saída variável de 0 a 12V.
Tabela 22: Lista de componentes do kit didático.
186
Apêndice B: Instruções para a montagem do painel didático
A seguir serão disponibilizadas algumas instruções para a montagem de um painel
didático, conforme o modelo da foto abaixo (figura 154). Nesse painel, devem ser fixados
os componentes que constam na tabela do apêndice A.
Figura 154: Painel didático. Fonte: O autor.
Na primeira etapa, devem ser providenciadas placas feitas com material isolante elétrico,
podem ser utilizadas placas de compensado ou MDF4. Mas atenção, esses materiais não
são adequados para tensões elétricas mais elevadas. Nesse projeto, a tensão de saída da
fonte deve ser no máximo igual a 24 volts. É necessário recortar quatro placas, duas para
as laterais, uma para a tampa inferior, e outra que ficará na parte superior onde serão
fixados os componentes. Nas figuras a seguir (155 até 157), serão apresentados os
desenhos com as medidas de cada placa.
Figura 155: Dimensões da placa superior (fora de escala). Fonte: O autor.
4 MDF é uma placa feita de fibra de madeira que é utilizada na fabricação de móveis, a sigla MDF significa
Medium Density Fiberboard que em tradução livre fica como placa de fibra de media densidade.
187
Figura 156: dimensões da placa inferior (fora de escala). Fonte: O autor.
Figura 157: dimensões da placa lateral (fora de escala). Fonte: O autor.
O layout representado na figura 158, mostra a posição dos componentes na placa
superior.
188
Figura 158: layout do painel didático (fora de escala). Fonte: O autor.
Observações: para encaixar o soquete das lâmpadas, foram feitos furos com largura de
25 mm. Mas atenção, se for utilizar outro tipo de lâmpada, verifique a medida antes de
fazer a furação. Para encaixar os bornes e os interruptores, foi feito um furo passante de
6mm e um furo parcial de 10mm conforme mostra a figuras 159:
Figura 159: (a) Largura dos furos. (b) Foto da furação. (c) Terminal encaixado no furo.
No desenho a seguir (figura 160), cada furo está sendo representado por um círculo. As
distâncias foram indicadas em milímetros. Um boa dica é fazer o desenho em uma
cartolina em tamanho real, e em seguida, colar a cartolina em cima da placa para marcar
a posição dos furos.
189
Figura 160: medidas do painel com a posição dos furos, (desenho fora de escala). Fonte: O autor.
Após fazer as furações, fixar os terminais e soldar os componentes conforme mostrado
na foto da figura 161.
Figura 161: detalhe da fixação dos componentes. Fonte: O autor.
Os interruptores e as lâmpadas devem ser ligadas aos conectores por meio de cabos
condutores, detalhes da ligação podem ser vistos na figura 162 e 163.
190
Figura 162: detalhes da ligação do interruptor (visto por baixo do painel). Fonte: O autor.
Figura 163: Detalhes do painel didático (fusível, interruptor e soquetes das lâmpadas). Fonte: O autor.
O fusível utilizado no painel didático é conhecido como fusível de vidro, é muito comum
em equipamentos eletrônicos. São fornecidos em dois tamanhos, o fusível pequeno tem
dimensões de 5 x 20mm, o fusível grande tem dimensões de 6 x 30mm. É necessário uma
base para a fixação do fusível, conforme mostra a figura 164, essa base deve ser fixada
ao painel com um pequeno parafuso inserido no centro.
191
Figura 164: Fusível de vidro e base. Fonte: O autor.
Para fazer as ligações, deve ser preparado cabos com plugue banana conforme a foto a
seguir (figura 165):
Figura 165: cabo com plugue banana. Fonte: O autor.
Para facilitar a interpretação dos diagramas, uma sugestão é colar abaixo de cada
componente uma etiqueta com a simbologia. A foto a seguir (figura 166), mostra uma
fonte já pronta e sendo utilizada para a ligação de um circuito simples.
192
Figura 166: painel de circuitos. Fonte: O autor.
Como fonte de tensão, é possível reutilizar fontes modelo ATX, que são aquelas
encontradas nas CPUs de computadores. As orientações para adaptação da fonte serão
repassadas no apêndice C.
193
Apêndice C: Instruções para o uso da fonte de computador como fonte
didática
É muito importante lembrar que, antes de executar esse trabalho, é necessário garantir
que o computador já está desligado da tomada de energia. Dentro do computador e
também dentro da fonte, existem componentes que armazenam energia elétrica. Não
toque nos condutores e não abra a fonte. Se for necessário abrir a fonte, pedir ajuda de
um profissional especializado em eletrônica. Na foto (figura 167) é possível visualizar
uma CPU aberta e a localização da fonte.
Figura 167: CPU de computador com destaque para a fonte ATX. Fonte: O autor.
Na traseira da fonte, tem uma chave que serve para justar a tensão de entrada da fonte
(figura 168). Posicione essa chave conforme a tensão disponível no local de uso.
Figura 168: seleção da tensão de entrada da fonte. Fonte: O autor.
194
Na saída da fonte são disponibilizados vários fios coloridos, como mostra a foto a seguir
(figura 169).
Figura 169: Fonte modelo ATX. Fonte: O autor.
Para cada cor, há uma tensão diferente, confira os valores de tensão marcados na própria
fonte, geralmente os valores estão conforme a tabela abaixo:
Cor Tensão
Preto GND (0V)
Alaranjado 3,3V
Vermelho 5,0V
Amarelo 12,0V
Branco -5V
Azul -12V
Tabela 23: Tensões de saída da Fonte Modelo ATX
Os fios coloridos devem ser ligados diretamente nos terminais do painel didático,
conforme pode ser verificado na foto a seguir (figura 170). Para que a fonte funcione, é
necessário ligar o fio verde com um dos fios na cor preta. Observe na foto que os fios de
cor verde e preto são ligados diretamente em um dos interruptores do painel. Esse
interruptor será usado para ligar ou desligar a fonte. Os fios que ficarem sobrando devem
ser mantidos isolados, porque ficarão com tensão quando a fonte for ligada.
195
Figura 170: Fonte ATX adaptada ao painel didático. Fonte: O autor.
As tensões podem ficar disponíveis na parte superior do painel didático, como mostra a
figura 171.
Figura 171: terminais de alimentação dos circuitos (vista superior). Fonte: O autor.
196
Referências Bibliográficas
BONJORNO, Regina Azenha; et.al. Física Completa: volume único. São Paulo: FTD,
2001.
CAPUANO, Francisco Gabriel; MARINO, Maria Aparecida. Laboratório de
eletricidade e eletrônica. 24º ed. São Paulo: Érica, 2007.
CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais: Caderno
de Atividades. 2. Edição revisada e atualizada. São Paulo: Érica, 2001. (Coleção Estude
e Use. Série Eletricidade).
CHIQUITO, Adenilson J. et. al. Um Sistema Simples para Verificação da Lei de Ohm.
Revista Física na Escola, v.7, n.2, pág. 76-78, 2006. Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/v13a15.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2015.
CIPELLI, Antonio Marco; MARKUS, Otávio; SANDRINI, Waldir. Teoria e
Desenvolvimento de Projetos de Circuitos Eletrônicos. 23. ed. São Paulo: Erica,
2007.
CLUBE DO HARDWARE. Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas.
Disponível em: <http://www.clubedohardware.com.br/artigos/anatomia-das-fontes-de-
alimentacao-chaveadas/1218>. Acesso em: 26 ago. 2015.
CRUZ, Eduardo Cesar Alvez; CHOUERI, Salomão Jr. Eletrônica Aplicada. 2. ed. São
Paulo: Érica, 2008.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Física 3. 4. Ed. Rio de Janeiro: LTC Editora.
1983.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física 4:
Ótica e Física Moderna. Tradução de Denise Helena da Silva Sotero. 4. Ed. Rio de
Janeiro: LTC Editora. 1983. p. 227 – 240.
MARKUS, Otavio. Circuitos Elétricos: corrente contínua e corrente alternada: teoria e
exercícios. 9. ed. rev. São Paulo: Érica, 2011.
MARQUES, A. E.; CRUZ, E.C; CHOUERI, S. Dispositivos Semicondutores: Diodos
e Transistores. 4. ed. São Paulo: Érica, 1998. (Coleção estude e use. Série Eletrônica
Analógica).
MORAES, Maria Beatriz dos Santos A.; TEIXEIRA, Rejane M. Ribeiro. Circuitos
elétricos: novas e velhas tecnologias como facilitadoras de uma aprendizagem
significativa no nível médio. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, Programa de
Pós-Graduação em Ensino de Física, 2006. 88p. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/tapf/v17n1_Moraes_Teixeira.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2015.
MORAES, Maria Beatriz dos Santos A. Uma proposta para o Ensino da
Eletrodinâmica no Nível Médio. 2005, 193f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante
197
em Ensino de Física) – Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2005. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000525245&loc=2006&l=52f66ad9
edecf610>. Acesso em: 18 abr. 2015.
MOREIRA, Luís Paulo. Estudo de Circuitos Elétricos: Utilizando simulação
computacional para preparar o uso de circuitos reais. 2014a, 221f. Dissertação
(Mestrado Profissional em Ensino de Física) – Instituto de Física, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: <
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/96988 >. Acesso em: 22 jun. 2016.
MOREIRA, Luís Paulo; MOREIRA, Marco Antônio. DOS SANTOS, Flavia Maria
Teixeira. Estudo de circuitos elétricos. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física,
2014b. Disponível em: <http://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n33_Moreira/index2.html>.
Acesso em: 15 jan. 2015.
MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem Significativa, organizadores prévios,
mapas conceituais, diagramas V e unidades de ensino potencialmente
significativas. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2012. 87 p. Disponível em:
<http://paginas.uepa.br/erasnorte2013/images/sampledata/figuras/aprend_%20signif_%
20org_prev_mapas_conc_diagr_v_e_ueps.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2016.
MOREIRA, Marco Antônio. Breve introdução à Física e ao Eletromagnetismo. Porto
Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2009a. 63 p.; il. (Textos de apoio ao professor de
física; v. 20, n. 6). Disponível
em:<http://www.if.ufrgs.br/public/tapf/v20n6_moreira.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2015.
MOREIRA, Marco Antônio. Orientações sobre o currículo do MNPEF. Mestrado
Nacional Profissional em Ensino de Física, 2015. Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/~mnpef/index.php/cpg/orientacoes-sobre-o-curriculo>.
Acesso em: 24 jun. 2016.
MOREIRA, Marco Antônio. Subsídios Metodológicos para o Professor Pesquisador
em Ensino de Ciências. 1º ed. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2009b. 73 p.
Disponível em: < http://www.if.ufrgs.br/~moreira/Subsidios10.pdf>. Acesso em: 22 abr.
2015.
MOREIRA, Marco Antônio; OSTERMANN, Fernanda. Teorias Construtivistas. Porto
alegre: Instituto de Física – UFRGS, 1999. 56p.:il. (Textos de apoio ao professor de
Física; n.10). Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/public/tapf/n10_moreira_ostermann.pdf>. Acesso em: 15 jan.
2015.
MUNDO DA ELÉTRICA. Monte uma fonte com várias tensões gastando pouco!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IK1F5AB2FXA>. Acesso em 26
ago. 2015.
PARANÁ. Secretaria da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica:
Física. Paraná: 2008. Disponível em:
198
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_fis.pdf>. Acesso
em: 22 jun. 2016.
SAAB, Sérgio da Costa et al. Apostila de Física Experimental II. Ponta Grossa:
DEFIS UEPG, 2006. Disponível em:
<http://www.fisica.uepg.br/Public/Documentos/1332880141_Apostila_de_F%C3%ADs
ica_Experimental_II.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2015.
SEARS, Francis; ZEMANSKY, Mark W.; YOUNG, Hugh D. Física 3: Eletricidade e
Magnetismo. Tradução de Jean Pierre von der Weid. Rio de Janeiro: LTC, 1984.
SENAI. Departamento Nacional. Curso Básico de Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade: Riscos Elétricos. SENAI. DN. Brasília, 2007.
SENAI/PR. Eletrônica Básica para eletricista: fascículos de 01 a 60 – teoria e prática.
(Série Eletrônica Básica para Eletricista). Curitiba, Diretoria Técnica – Divisão de
Ensino, 1992.
SILVA, Mauro Costa. Quais lâmpadas acendem? Entendendo o funcionamento dos
circuitos elétricos. Revista Física na Escola, v.12, n.1, pág. 16-19, 2011. Disponível
em: < http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol12/Num1/circuitos.pdf>. Acesso em: 18 abr.
2015.
SILVEIRA, Fernando Lang; AXT, Rolando. Associação de pilhas em paralelo: onde e
quando a usamos? Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.20, n.3: p. 391-399, dez.
2003. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/Associa_pilhas_paralelo.pdf>. Acesso em: 03
mar. 2016.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA. PCN+ - Ensino Médio, Orientações
Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC-
SEMTEC, 2002). Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/arquivos/PCN_FIS.pdf>. Acesso em: 22 abr.2015.
TOOLEY, Mike. Circuitos Eletrônicos: fundamentos e aplicações. Tradução de Luiz
Cláudio de Queiroz Faria. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
UAB - Universidade Aberta do Brasil. Tecnologias em Sistemas para Internet a
distância. Fonte de energia: Hardware de Computadores. 2012. Disponível em:
<http://uab.ifsul.edu.br/tsiad/conteudo/modulo1/hco/hco_uh/fonte.pdf>. Acesso em 22
ago. 2015.
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Biblioteca Central Prof. Faris Michaele.
Manual de normalização bibliográfica para trabalhos científicos. 3. ed. rev. atual.
Ponta Grossa: UEPG, 2012. 141 p. il. Disponível em:
<http://ri.uepg.br:8080/riuepg/bitstream/handle/123456789/441/LIVRO_ManualNormal
iza%C3%A7%C3%A3o%283-ed-rev.-atual-2012%29.pdf?sequence=7>. Acesso em: 20
jan. 2015.
199
University of Colorado Boulder. PhET Interactive Simulations: Capacitor. Disponível
em: < https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/capacitor-lab>. Acesso em: 22 mar.
2016.
University of Colorado Boulder. PhET Interactive Simulations: Kit de Construção de
Circuito (AC+DC), Laboratório Virtual. Disponível em:
<https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/circuit-construction-kit-ac-virtual-
lab>. Acesso em: 22 mar. 2016.
VARIOS AUTORES. Física, 1° ano: Ensino Médio: livro do professor. 1.ed. São
Paulo: Editora PD, 2010. (Coleção Quanta Física, v.1).
Top Related