Lição nº 34 e 35
Sumário:Da Prosperidade Enganadora à Grande Depressão de 1929.As consequências da crise.As respostas à crise: do New Deal ao intervencionismo europeu.
03/12/2014
O declínio da Europa e ascensão dos EUA
Com o esforço da I Guerra Mundial e as enormes perdas sofridas, a Europa entra em declínio, passando de credora a devedora em relação aos EUA.
Como o território dos EUA não foi afetado pela guerra, passa a ser o principal fornecedor da Europa, beneficiando de um enorme crescimento económico.
O declínio da Europa e ascensão dos EUAO crescimento da produção americana deveu-se a dois fatores: um grande aumento da procura e a adoção de um novo sistema de organização do trabalho.
Surge então o Fordismo, implementado nas fábricas de Henry Ford. O fordismo baseava-se nos seguintes princípios: Aplicação do taylorismo e do trabalho em cadeia Estandardização
A prosperidade dos Estados UnidosComo o nível de vida da população começou a melhorar, a sua capacidade de consumo também aumentou.
Fatores como: Aumento dos salários; Vendas a crédito; Aumento da publicidade (mass media);
Levaram a que os EUA criassem uma sociedade do consumo.
A Europa, ainda que em menor grau, também gozou destes gloriosos anos.
Prosperidade?? Sim ou Não?Esta época ficou conhecida como “Os loucos anos
20”: a busca desenfreada de prazeres e de divertimentos era uma constante, havia uma fúria de viver.
“Não se preocupe com o futuro, viva o presente”
“Compre agora, pague depois”
Com o crédito fácil, e rendimento disponível, os americanos procuravam novas formas de ficar ainda mais ricos.
Síntese1. Como evoluíram, económica e socialmente, a Europa e os EUA nos
anos seguintes ao final da I Grande Guerra?
Fim da Guerra: a Europa entra em declínio e os EUA ascendem. EUA: aumento acelerado da produção, através de novas formas
de organização do trabalho (fordismo taylorismo, trabalho em cadeia e estandardização).
O nível de vida da população melhora, quer nos EUA, quer na Europa, ficando este período conhecido como “Os loucos anos 20”. Surge a sociedade de consumo.
Prosperidade EnganadoraEm meados de 1929, tudo parecia ainda ir bem na economia
americana.
A agricultura e a indústria atingiam níveis de produção elevadíssimos e, na Bolsa de Nova Iorque, as ações alcançavam as cotações mais altas de sempre, havendo cada vez mais pessoas a investir nelas.
Doc. 1 - Evolução Média dos preços nos EUA Doc. 2 - Evolução média
da produção industrial nos EUA
Início da crise de 1929Um dos problemas fundamentais foi a
superprodução: a produção agrícola e industrial crescia mais rápido do que o consumo dos bens, não se conseguindo escoar os stocks (levando à baixa deflação).
Em Outubro de 1929, já era notória a baixa nos lucros de muitas empresas agrícolas e industriais americanas, o que levou os grandes acionistas a querer vender as suas ações.
A crise de 1929Todos os acionistas procuraram fazer o mesmo. E a 24
de Outubro, 12 milhões de ações foram postas à venda, sem encontrar um único comprador. Foi o crash da Bolsa .
Este dia ficou conhecido como a Quinta-Feira Negra.
Síntese
2. Qual o acontecimento que despoletou a Grande Depressão?
A Economia americana parecia estar bem, as ações alcançavam cotações elevadas, havendo cada vez mais investidores.
Surge o problema da superprodução, que conduz à deflação. Deu-se uma quebra de lucros para as empresas.
Esta quebra dos lucros leva os acionistas a querer vender as suas ações: dá-se o crash da bolsa.
A crise de 1929A par da crise financeira, agrava-se a crise de
superprodução, pois a maior parte dos produtos não tinha compradores. Assim, as empresas fecham e o desemprego aumentou.
Gerou-se um “ciclo vicioso”.
Crise de 1929 (consequências sociais)Milhares de pessoas de todas as
classes tinham as suas poupanças nos bancos. Estes homens ficam arruinados, sem dinheiro, sem emprego.
Crise de 1929 (consequências sociais)
Crise de 1929 (consequências sociais)A população americana ficou na miséria, sem
subsídios nem indemnizações.
Síntese3. Quais os reflexos da crise bolsista nos EUA?
Muitos bancos vão à falência, arrastando consigo as empresas que dependiam do crédito bancário.
A falência das empresas arrasta ao desemprego. O consumo diminui porque as pessoas não têm dinheiro. As pessoas ficam na miséria, sujeitando-se a qualquer condição de
trabalho. Ficou conhecida como a Grande Depressão.
“A crise da Bolsa não passou de «um elo de cadeia» que desagregou as economias ocidentais” Kindlerberger (citado por Pierre León, 1982, p. 279)
A grande depressãoA crise, que se pensava ser passageira,
transformou-se numa grande depressão, não só pela sua gravidade, como pela sua duração e pela dimensão geográfica que iria atingir.
Doc. 3 - A mundialização da crise
A mundialização da criseA rapidez com que a crise se alargou dos EUA ao
resto do mundo deveu-se, essencialmente, a dois fatores: Retirada dos capitais americanos investidos na
Europa; Contração do comércio mundial
Síntese4. De que forma a crise americana se reflete no resto do mundo?
Os EUA retiraram os capitais investidos na Europa, provocando a falência dos bancos europeus e com eles a ruína das inúmeras empresas que precisavam dos seus empréstimos.
Os países ocidentais, atingidos pela crise, vão reduzir ao máximo as suas importações : dá-se a mundialização da crise. As primeiras nações afetadas serão as colónias europeias. Em pouco tempo, outras nações serão atingidas.
O New Deal
Os EUA, cenário do despoletar da crise, foram o primeiro país a iniciar uma política de intervencionismo económico.
O presidente Franklin Roosevelt iniciou, a partir de 1933, o New Deal.
Os objetivos eram: Resolver o problema do desemprego; Aumentar o poder de compra da população; Relançar o consumo; Relançar a produção.
Franklin Roosevelt
New Deal (medidas) Financiamento de grandes obras públicas (estradas,
barragens, escolas, etc.); Surgem assim, novos empregos; Limitação da semana de trabalho a 40 horas; Concessões de subsídios às empresas que admitissem
novos trabalhadores; Definição do salário mínimo; Subsídio de desemprego.
O intervencionismo na EuropaNa Europa os países mais afetados pela crise económica,
aplicaram medidas semelhantes à dos EUA
Inglaterra
Os partidos (conservador, trabalhista e liberal) formaram um governo de «União Nacional», tomando medidas como:
• Regulamentação da produção;• Concessão de créditos bonificados à
agricultura e indústria;• Concessão de subsídios;• Incitamento à compra de produtos
britânicos e coloniais;• Férias pagas e descanso semanal.
França
Os partidos (comunista, socialista e radical), formaram a Frente Popular, que ganhou as eleições em 1936. Este governo tomou medidas como:
• Criação de mais emprego;• Aumento dos salários;• Redução do horário de trabalho para 40
horas;• Férias pagas durante 15 dias;• Fixação dos preços de alguns produtos
essenciais, como os cereais;• Nacionalização de algumas empresas.
O intervencionismo na Europa
Espanha
Os partidos de esquerda formaram uma coligação que se dominou de Frente Popular, que ganhou as eleições em 1936 e iniciou uma política de reformas:
• Legalizou o direito à greve;• Legislou a favor do aumento dos salários;• Promoveu a ocupação de terras não
cultivadas e de fábricas mal geridas;• Realizou a separação entre a igreja e o
estado.
Alemanha
1932 – O Partido Nazi (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) ganha as eleições na Alemanha;1933 – Hitler é nomeado chanceler;1934 – Hitler acumula o cargo de chanceler e de Presidente da República e o chefe da Alemanha (Führer)
As medidas implementadas foram:
• Aumento das construções de obras públicas;• Aumento da produção na indústria
metalúrgica (futura indústria de guerra).
Síntese5 – Quais as formas encontradas para a sua solução?
A solução passou por iniciar uma política de intervencionismo económico: o New Deal. Algumas das medidas foram o financiamento de obras públicas, o que criou de novo o emprego (para estimular o consumo), ao mesmo tempo que as condições laborais também melhoraram.
Dado o sucesso da política americana, rapidamente outros países europeus seguiram os mesmos passos: Inglaterra, França, Espanha e Alemanha.
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