UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
TESE DE DOUTORADO
Aplicações de Reagentes Quirais de Enxofre em
Catálise Assimétrica e na
Síntese Estereosseletiva de Cetonas Cíclicas
Substituídas
Rosanne Pinto de Albuquerque Melo
Recife- PE
Setembro, 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ROSANNE PINTO DE ALBUQUERQUE MELO
Aplicações de Reagentes Quirais de Enxofre em Catálise
Assimétrica e na Síntese Estereosseletiva de Cetonas
Cíclicas Substituídas
Tese de doutorado apresentada ao curso de Pós-
Graduação em Química do Departamento de Química
Fundamental da Universidade Federal de Pernambuco,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção
do título de Doutor em Ciências.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Menezes
Co-Orientadora: Profa Dra. Ivani Malvestiti
Recife- PE
Setembro, 2007
v
Aos meus pais, Ronaldo e Nivalda,
e ao meu esposo, João Augusto.
Esta vitória dedico a vocês
com todo o meu carinho!!
Amo Vocês!!
vi
Agradecimentos
Obrigada Senhor por mais uma conquista!!
Por sempre fazer presença viva em minha vida, por ser a minha preciosa fortaleza em
todos os meus momentos!!
Ao término de mais uma longa jornada da minha vida, quero muito agradecer aos
meus pais, Ronaldo e Nivalda, meus tesouros valiosos!! A minha base de vida,
exemplos de seres humanos, por todo o carinho e confiança que depositaram em mim
ao longo destes quatro anos!! Amo ser a sua filha, jamais esquecerei tudo que fizeram e
fazem por mim!!; Ao meu querido esposo João Augusto, por sempre estar ao meu lado,
com suas palavras de incentivo, força, confiança e não me deixar abater quando a
distância, com todos, era insuportável!!. Por todo o seu empenho e esforço em viajar
horas para me ver. Agradeço muito a DEUS por você existir em minha vida!!; Jamais
vou esquecer o carinho e as orações da minha preciosa Tia Val, que sempre sorria com
um ar de choro todas às vezes que tínhamos que nos despedir para mais uma nova
viagem!! Muito obrigada por fazer parte da minha família!!!; As minhas queridas
Roseanne, Roseneyde, Sônia e Rosely, por serem simplesmente as minhas irmãs. Não
poderia ter melhores amigas, companheiras e irmãs!! Obrigada pelo ânimo e incentivo
que sempre me deram e continuam me dando!!; As minhas pequenas anjinhas Luana e
Ana Carolina por derramarem alegria em nossas vidas; a toda a minha família, tios,
tias, primos e cunhados pela torcida!!; E a D. Marlene pela preocupação e atenção que
sempre me foi dada. Obrigada minha querida!!
Ao professor Paulo Henrique pela orientação, incentivo, por nunca ter medido
esforços em esclarecer diversas dúvidas e acima de tudo pela amizade e atenção ao
longo desses anos.
O meu sincero agradecimento à família Anjos :Deby, Fernanda, D.Iracema e S.
Fernando por todo o carinho, acolhida e incentivo!! Vocês são muito especiais, uns
anjinhos que DEUS colocou em minha vida!! Não é à toa que a família é Anjos!!
(rsrsrs).
vii
A professora Ivani Malvestiti por toda ajuda, atenção e amizade.
À professora M. C. Carreño e Maria Ribagorda da Universidade Autónoma de
Madrid, pela orientação dada em meu estágio de doutorado sanduíche e à maravilhosa
acolhida em seu laboratório. ¡Muchas Gracias!
Aos meu amigos: Jeane, Valdenice, Patrícia Lima, Tupolevck, Glória, Rutinha,
Fernando Brederodes, Lourenço, Aderivaldo, Clécio, Virgínia, Andréa Monteiro pelo
carinho!! E especialmente a Dimas, Válber, Mary, Paula Tereza, Juliana Manso,
Maryene e Fernando Hallwass pela maravilhosa torcida e incentivo. Obrigada!!
Aos meus amigos da Espanha, que me receberam tão bem, pelo cuidado, carinho e por
fazerem da dor da saudade, momentos descontraídos e alegres. Espero revê-los!!
A todos da Central Analítica do Departamento de Química Fundamental da
Universidade Federal de Pernambuco e do Servicio Interdepartamental de Investigación
(SIDI) da Universidad Autónoma de Madrid, pelas análises realizadas e pela amizade.
Aos secretários da pós-graduação-Patrícia e Maurílio –por toda ajuda e atenção.
E não poderia deixar de agradecer ao CNPq e à CAPES pela bolsa concedida, que
com certeza tudo seria mais difícil sem seus apoios financeiros!! Valeu!!
Enfim, ao longo desses quatro anos, passaram pessoas maravilhosas que jamais as
esquecerei. Se fosse para citar seus nomes, com certeza gastaria várias e várias folhas,
porém, as tenho guardadas com todo o carinho em minha mente, jamais esquecerei da
ajuda, dos momentos felizes e compartilhados!! Pessoas que mesmo distante, me
apoiaram, oraram e me incentivaram!! O meu sincero agradecimento!!
viii
A sabedoria é o melhor guia e a fé,
a melhor companheira !!
(Sakyamuni)
ix
Sumário Página
Lista de Figuras xi
Lista de Tabelas xiii
Abreviaturas xiv
Resumo xvi
Abstract xvii
Capítulo 1 1
Introdução 2
1.1-Reagentes Quirais de Enxofre 8
1.1.1- Sulfóxidos Quirais (15) 9
1.2-Reações de adição de cuprato quiral 16
1.3-Adição de organozinco a aldeídos 20
1.4-Síntese enantiosseletiva de cicloexanonas e cicloexenonas polisubstituídas 27
1.4.1- Iminas Quirais 28
1.4.2- Hidrazonas Quirais 31
1.4.3- p-toluilsulfinilmetil-p-quinol (67) 33
Capítulo 2 39
Objetivos 40
Capítulo 3 41
Resultados e Discussão 42
3.1-Adição enantiosseletiva de ligantes a cetonas α,β-insaturadas, mediadas
por organocupratos
42
3.2-Adição enantiosseletiva de alilzinco a aldeídos 48
3.3-Estudo da adição estereosseletiva de grupos arilas a (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) e síntese assimétrica de aril-
cicloexanonas e aril-cicloexenonas substituídas, utilizando o composto 67
como precursor sintético
58
x
Capítulo 4 87
Conclusões 88
Capítulo 5 90
Perspectivas 91
Capítulo 6 92
Parte Experimental 93
6.1-Generalidades 93
6.2-Análises Cromatográficas 93
6.3-Análises Espectroscópicas 93
6.3.1-Ressonância Magnética Nuclear (RMN) 93
6.3.2-Espectrometria de Massas 94
6.3.3-Ponto de Fusão 94
6.3.4-Excessos Enantioméricos 95
6.3.5-Rotações Específicas ([α]D20) 95
6.3.6- Difração de raios- X 95
6.4-Procedimento Experimental 95
Capítulo 7 113
Referências Bibliográficas 114
Capítulo 8 122
Anexos 123
8.1-Espectros de RMN 1H e RMN 13C dos compostos sintetizados 123
8.2-Espectros selecionados de RMN 19F 144
8.3-Dados de raios-X 147
Capítulo 9 181
9-Informações Complementares 182
xi
Lista de Figuras
Página
Figura 1: Exemplos de enantiômeros 2
Figura 2: Ligante quiral dissimétrico 3
Figura 3: Ligante quiral sintetizado a partir do (R,R)-ácido tartárico 7
Figura 4: Reagentes quirais de enxofre 8
Figura 5: Anguciclinonas obtidas a partir de sulfinilquinonas enantiopuras 15
Figura 6: Compostos organoselenoquirais 26
Figura 7: Ligantes quirais derivados da (R)-cisteína 26
Figura 8: Produtos naturais que apresentam anéis de cicloexenona 27
Figura 9: Hidrazinas enantiomericamente puras, desenvolvidas por Enders 32
Figura 10: Estado de transição na adição de AlMe3 sobre (SS)-p-quinol 70 36
Figura 11: Estruturas das Rubiginonas A2 e C2 37
Figura 12: Adição do grupo butila à cetona α,β- insaturada mais impedida 45
Figura 13: Ligantes Quirais 48
Figura 14: Compostos arílicos utilizados em reações de adição ao (SR)-p-
quinol
60
Figura 15: Possíveis diastereoisômeros obtidos em reações de adição ao p-
quinol
62
Figura 16: Sulfonas geradas a partir de oxidação com m-CPBA dos possíveis
diastereoisômeros formados em reações de adição ao p-quinol
62
Figura 17: Espectros comparativos de RMN 1H de sulfóxido e sulfona em
CDCl3
64
Figura 18: Determinação da estrutura de 116 por difração de raios-X 66
Figura 19: Produtos de adição de grupos arilas a (SR)-p-quinol (67) 70
Figura 20: Constituintes da família Amaryllidaceae 70
Figura 21: Determinação da estrutura de 122 por difração de raios-X 74
Figura 22: Determinação dos centros estereoquímicos do α,β-epóxi carbinol
130
78
xii
Figura 23: Determinação dos centros estereoquímicos da α,β-epóxi-amina
134
80
Figura 24: Espectro de RMN 1H do composto 19 em CDCl3 123
Figura 25: Espectro de RMN 1H do composto 20 em CDCl3 123
Figura 26: Espectro de RMN 1H do composto 88 em DMSO-d6 124
Figura 27: Espectro de RMN 13C do composto 88 em DMSO-d6 124
Figura 28: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 67 em CDCl3 125
Figura 29: Espectros de RMN 1H do composto 89 em CDCl3 126
Figura 30: Espectro de RMN 1H do composto 90 em CDCl3 126
Figura 31: Espectro de RMN 1H e RMN 13C do composto 113 em CDCl3 127
Figura 32: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 114 em CDCl3 128
Figura 33: Espectros de RMN 1H do composto 115 em CDCl3 129
Figura 34: Espectros de RMN 1H do composto 116 em CDCl3 129
Figura 35: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 117 em CDCl3 130
Figura 36: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 118 em CDCl3 131
Figura 37: Espectro de RMN 1H e RMN 13C do composto 119 em CDCl3 132
Figura 38: Espectro de RMN 1H e RMN 13C do composto 121 em CDCl3 133
Figura 39: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 122 em CDCl3 134
Figura 40: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 123 em CDCl3 135
Figura 41: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 127 em CDCl3 136
Figura 42: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 128 em CDCl3 137
Figura 43: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 129 em CDCl3 138
Figura 44: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 130 em CDCl3 139
Figura 45: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 134 em CDCl3 140
Figura 46: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 136 em CDCl3 141
Figura 47: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 145 em CDCl3 142
Figura 48: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 146 em CDCl3 143
xiii
Lista de Tabelas
Página
Tabela 1: Reações de cupratos mistos em presença de ácidos de Lewis 20
Tabela 2: Adição de alilzinco a benzaldeído, utilizando 0,5 mol% dos L* 49
Tabela 3: Determinação do ee de álcoois homoalílicos, variando a quantidade do
L*
51
Tabela 4: Determinação do ee de álcoois homoalílicos com a variação do
solvente
53
Tabela 5: Determinação do ee de álcoois homoalílicos, utilizando 0,5 mol% do
L* 89 e THF como solvente
53
Tabela 6: Resultados das reações de adição de grupos arilas ao (SR)-p-quinol
(67)
66
xiv
Abreviaturas Ax axial
(BOC)2O Di-ter-butildicarbonato
n-BuLi n-Butil lítio
DAIB 3- exo- (dimetilamino) isoborneol
DBU 1,8-Diazabiciclo [5.4.0] undec-7-eno
DCC Diciclohexilcarbodiimida
de Excesso diastereoisomérico
DAIB Dimetilaminoisoborneol
DET Dietil tartarato
DME Dimetóxietano
DIBAL Diisobutilalumínio
DIBAL-H Hidreto de diisobutilalumínio
DIPA Diisopropilamina
DIPEA Diisopropiletilamina
DMAP 4- N,N- dimetilaminopiridina
DIPAMP 1,2-di[(2-metóxifenil)fenilfosfino]etano
ee Excesso Enantiomérico
eq equatorial
GC Cromatografia Gasosa
HMPA Hexametilfosforamida
HPLC Cromatografia Líquida de Alta Eficência
L* Ligante quiral
LDA Diisopropilamida de lítio
LiHMDS Bis (trimetilsilil) amida de lítio
L-selectride Tri-sec-butilborohidreto de lítio
m- CPBA m- ácido cloroperbenzóico
MSH O- Mesitilsulfonilhidroxilamina
MsLi Mesitil Lítio
xv
MTPA Ácido α- métoxi-α-(trifluorometil)fenil acético
NaHMDS bis (trimetilsilil) amida de sódio
NBS N-Bromosuccinamida
NMO N-óxido-4-metilmorfolina
p-Tol p-Toluila
Py Piridina
RQS Reagentes Quirais de Enxofre
RR Ligante não- transferível
RT Ligante Transferível
SEP Substâncias Enantiomericamente Puras
TBDMS ter-butildimetilsilício
TBDMSOTf Trifluorometanosulfonato de ter-butildimetilsilício
TBHP ter-butilhidroperóxido
TFA Ácido Trifluoroacético
THF Tetraidrofurano
TMS Trimetilsilício
TMSCl Cloreto de Trimetilsilício
Triton B Hidróxido de benziltrimetilamônio
xvi
Resumo
Neste trabalho são descritas novas metodologias para a utilização de compostos
quirais de enxofre, uma vez que é conhecido seu potencial em transmitir quiralidade para
outros centros.
Primeiramente, realizou-se um estudo de transferência enantiosseletiva de ligantes a
cetonas α,β-insaturadas - em uma adição do tipo Michael - mediadas por organocupratos de
ordem superior utilizando-se o (SR)-metil-p-toluilsulfóxido como ligante não transferível.
As reações, no entanto, não se mostraram estereosseletivas.
Em outra parte do trabalho foi realizado um estudo da adição enantiosseletiva de
brometo de alilzinco a aldeídos utilizando compostos quirais de enxofre como indutores de
quiralidade. Diversos parâmetros como a quantidade de ligante utilizada nas reações,
temperatura reacional e solvente, foram analisados e os álcoois homoalílicos desejados
foram obtidos em bons rendimentos e em moderados excessos enantioméricos. Estes
resultados podem ser considerados bastante significativos para este tipo de reação, visto
que a quantidade de ligante quiral empregado nas reações (0,5 mol%) é uma das menores
encontradas na literatura.
A última parte deste trabalho descreve o estudo metodológico da adição de grupos
arilas ao (SR)-4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona. Os produtos de
adição 1,4 foram obtidos em excelentes excessos diastereoméricos quando grupos arila
foram utilizados em reações de adição ao p-quinol.
Posteriormente, a metodologia desenvolvida, foi aplicada na síntese estereosseletiva
de fenil-cicloexanonas e fenil-cicloexenonas substituídas, uma vez que estes fragmentos
estão presentes em esqueletos de diversos produtos naturais, como os constituintes da
família Amaryllidaceae. A estratégia sintética utilizada, mostrou-se bastante versátil, uma
vez que foram sintetizados de maneira estereosseletiva, derivados funcionalizados de
hexanonas cíclicas em bons rendimentos e bons excessos diastereoisoméricos.
Palavras-Chave: Reagentes Quirais de Enxofre, Catálise assimétrica, Síntese
Estereosseletiva.
xvii
Abstract
This thesis describes the development of new methodologies for the use of chiral
sulfur compounds, exploring their ability to transfer chiral information.
The first methodology was based on the stereoselective transfer of ligands to α,β-
unsaturated ketones mediated by organocuprates in a Michael addition reaction using (SR)-
methyl-p-tolyl-sulfoxide as a non-transferable ligand. The addition reaction, however, is
not stereoselective.
The second part describes the enantioselective addition of allylzinc bromide to
aldehydes catalyzed by chiral sulfur compounds acting as Lewis bases. Several parameters
like the amount of catalyst, temperature, and solvent were studied. The homoallylic
alcohols were obtained in good yields, but in modest enantiomeric excesses.
The last part of this thesis describes the study of the addition of aryl groups to (SR)-4-
hydroxy-4-[(p-tolylsulfinyl)methyl]-2,5-cyclohexanedione. The 1,4 addition products were
obtained in excellent diastereomeric excesses when aryl groups were used in the addition
reactions to p-quinol.
The methodology was also applied for the stereoselective synthesis of substituted
aryl-cyclohexanones and aryl-cyclohexenones, units present in the skeleton of several
natural products such as the constituents of Amaryllidaceae family The strategy used was
very versatile, once the cyclohexanone derivates were obtained in good yields and good
diastereomeric excesses.
Keywords: Chiral Sulfur Compounds, Asymmetric Catalysis, Stereoselective Synthesis
Melo, R. P. A. Introdução
1
CAPÍTULO 1-
INTRODUÇÃO
Melo, R. P. A. Introdução
2
1 Introdução
Nos últimos anos, o interesse e a necessidade por compostos enantiomericamente
puros têm aumentado bastante. Isto se deve, à ação diferenciada de dois enantiômeros sobre
os organismos vivos, levando a diferentes sabores, odores, toxicidades e ações biológicas.1
Pode- se citar alguns exemplos clássicos como o (R)-limoneno que apresenta odor de
laranja enquanto o (S)- limoneno apresenta odor de limão; o (S,S)-aspartame possui sabor
doce, já seu enantiômero apresenta sabor amargo. Dentre os fármacos, pode-se destacar a
(S)-cetamina que é um anestésico sendo a forma (R)-cetamina um alucinógeno; o (S)-
warfarin é um fármaco com grande atividade anticoagulante, já o seu enantiômero possui
baixa atividade coagulante (Figura 1).
Figura 1: Exemplos de Enantiômeros
Esta enantiodiferenciação é baseada nas diferentes propriedades físicas dos
diastereoisômeros formados a partir da interação entre os enantiômeros de um substrato e
os receptores biológicos, que são macromoléculas quirais.2
Atualmente a “Food and Drug Administration”- USA (FDA) e outros órgãos
semelhentes da comunidade Européia e do Japão têm novos protocolos que devem ser
seguidos para a liberação de uma droga, em especial se a sua estrutura for quiral. O uso de
uma mistura racêmica para novos medicamentos só é permitido se todos os ensaios clínicos
1 Thall, E. J. Chem. Ed. 1996, 481. 2 Pinheiro, F.; Ferreira, V. F. Química Nova 1998, 21, 312.
HH
(R)-Limoneno (S)-Limoneno
NHO2C
H2N
CO2CH3O
(S,S)- Aspartame
O CO2CH3
H2N
HO2C N
(R,R)- Aspartame
CH3NH H
O
S
(S)- Cetamina
O
HCH3NH
R
(R)- Cetamina
O O
OH Ph
H
CH2COMe
S
(S)- Warfarin
CH2COMe
H
PhOH
OO
R
(R)- Warfarin
HH
(R)-Limoneno (S)-Limoneno
NHO2C
H2N
CO2CH3O
(S,S)- Aspartame
O CO2CH3
H2N
HO2C N
(R,R)- Aspartame
CH3NH H
O
S
(S)- Cetamina
O
HCH3NH
R
(R)- Cetamina
O O
OH Ph
H
CH2COMe
S
(S)- Warfarin
CH2COMe
H
PhOH
OO
R
(R)- Warfarin
Melo, R. P. A. Introdução
3
e toxicológicos forem realizados com cada enantiômero isoladamente e comparados com
aqueles envolvendo a mistura racêmica. O efeito destes novos protocolos foi imediatamente
refletido no tempo e no custo para a liberação de uma nova droga quiral, e nas buscas por
abordagens sintéticas mais eficientes e abrangentes.
Muitas Substâncias Enantiomericamente Puras (SEP) não são disponíveis em
quantidades suficientes para atender a demanda industrial, e muitas SEP de interesse
econômico não são naturais.3 Assim no início da década de 70, a síntese assimétrica, em
substituição à resolução de racematos, ganhou destaque como método para o acesso a SEP,
onde a união de estratégias e métodos químicos permite efetuar o controle tridimensional
de um determinado centro quiral, possibilitando também a criação de novos centros quirais
durante as etapas de uma síntese.
Durante décadas a questão de quiralidade e, conseqüentemente, da pureza
enantiomérica foi um fator negligenciado pela comunidade científica (caso da talidomida) e
pela indústria farmacêutica, visto que os métodos de síntese assimétrica, disponíveis até
então não eram suficientes e os custos para a resolução dos racematos eram altos e
oneravam substancialmente a produção industrial. Atualmente, um grande número de
substâncias, são preparadas industrialmente através da síntese assimétrica, como exemplo,
pode-se citar a L- Dopa que é um fármaco produzido através da hidrogenação com
catalisadores de Rh ou de Ru utilizando a difosfina (R,R)-DIPAMP (Figura 2) como ligante
quiral dissimétrico.4 Essa tendência deverá ser incrementada em um futuro próximo, em
função da crescente intenção dos químicos orgânicos sintéticos em efetuar versões
enantiosseletivas das reações orgânicas de modo a mimetizar a ação das enzimas.5
Figura 2: Ligante quiral dissimétrico
3 Wainer, I. W. Drug Stereochemistry: Analytical Methods and Pharmacology, Marcel Dekker Inc.; NY; 1993. 4 Schmidt, T.; Baumann, W.; Drexler, H-J.; Arrieta, A.; Heller, D. Organometallics 2005, 24, 3842. 5 Wong, C. Pure & Appl. Chem. 1995, 67, 1609.
Melo, R. P. A. Introdução
4
Em síntese assimétrica, um composto enantiomenricamente puro pode ser obtido
através do uso de substratos quirais; auxiliares quirais; reagentes quirais e catalisadores
quirais.
� Uso de substratos quirais
Esta foi a primeira metodologia empregada na literatura em síntese assimétrica sendo,
por isso, um método de primeira geração.2 De fato, essa abordagem foi bastante
popularizada por Hannesian no início da década de 80 durante a síntese total de vários
produtos naturais. 6 Esta metodologia possibilita a formação de novos centros
estereogênicos a partir de matérias- primas quirais (1) através de reações diastereosseletivas
(Esquema 1). O uso de substratos quirais é uma abordagem bastante interessante
economicamente para a síntese de moléculas- alvo específicas, pois a pureza óptica dos
intermediários quirais é assegurada pela quiralidade do substrato.
Esquema 1
� Auxiliares Quirais
O emprego de auxiliares quirais é um método de segunda geração em síntese
assimétrica e foi desenvolvido em meados da década de 80. Esta metodologia permite a
formação de centros quirais a partir de matérias- primas aquirais (3) através de reações
diastereosseletivas (Esquema 2). Para o uso em síntese assimétrica, um bom auxiliar quiral
deve apresentar certas características: a adição e a remoção do auxiliar devem ser efetuadas
por reações simples e em elevados rendimentos químicos; a etapa de transferência de
quiralidade deve ocorrer em elevadas diastereosseletividades e, finalmente, auxiliares
quirais enantioméricos devem conduzir, após a remoção do auxiliar, aos produtos
correspondentes em estereosseletividades semelhantes.
6 Hannesian, S. Total Synthesis of Natural Products: The Chiron Approach, Pergamon, Oxford, 1983.
OsO4 (cat)
N
O
Me O
+
-
OHOH
1 2
(-)-α-pineno (+)-pinenodiol
93%, 100% d.e.
OsO4 (cat)
N
O
Me O
+
-
OHOH
1 2
(-)-α-pineno (+)-pinenodiol
OsO4 (cat)
N
O
Me O
+
-
OHOH
1 2
(-)-α-pineno (+)-pinenodiol
93%, 100% d.e.
Melo, R. P. A. Introdução
5
Esquema 2
� Reagentes Quirais
Embora a utilização de auxiliares quirais seja bastante empregada em síntese
assimétrica, a necessidade de duas etapas adicionais (a adição e a remoção do auxiliar
quiral) é uma característica pouco atraente do método. Isso pode ser evitado pelo emprego
de reagentes quirais, que é um método de terceira geração. Nessa abordagem, um substrato
pró-quiral (6) é diretamente convertido a um produto quiral (8) pelo uso de um reagente
quiral- R-alpino-borano (7)- através de reações enantiosseletivas, conforme o exemplo
descrito no esquema 3.
Esquema 3
3
4
5
3
4
5
6
7
8
RL=Ph; RS= CH3
85%, 100% ee
6
7
8
RL=Ph; RS= CH3
85%, 100% ee
Melo, R. P. A. Introdução
6
� Catalisadores Quirais
A utilização de catalisadores quirais é uma abordagem de quarta geração em síntese
assimétrica que vem sendo objeto de intensos esforços.2 Nessa abordagem, um substrato
pró-quiral (9) é diretamente convertido a um produto quiral (11) pelo uso de um reagente
aquiral na presença de um catalisador quiral (10) (Esquema 4), os quais podem ser
divididos em duas classes: sintéticos (por exemplo, organometálicos) e biológicos
(microorganismos e enzimas).
Esquema 4
Uma nova classe e crescente tendência dessa abordagem consiste no emprego de
ligantes quirais de baixas purezas ópticas, em quantidades catalíticas, levando a produtos de
altas purezas enantioméricas, isso é denominado de amplificação cinética de quiralidade.8
Por exemplo, o uso do (-)-DAIB (10) em 14% de excesso enantiomérico (e.e). leva à 11 em
98% ee.7
Em catálise assimétrica, somente uma pequena quantidade do ligante quiral (0,05
equivalentes em relação ao reagente aquiral)2 é empregada, o que faz dessa abordagem um
refinamento final em termos de síntese assimétrica. Contudo, em certos casos, uma maior
quantidade do ligante quiral é necessária, seja para alcançar uma velocidade de conversão
razoável ou para compensar perdas devido a reações laterais, de fato, algumas vezes o
ligante quiral chega a ser utilizado em quantidades estequiométricas com o reagente
aquiral,8 conforme foi descrito por Seebach e Weber,9 na adição de EtMgBr à acetofenona
na presença de um equivalente de um diol como ligante quiral, uma vez que os reagentes de
Grignard (EtMgBr) e os compostos organolítio (EtLi) adicionam-se rapidamente à
7 Noyori, R.; Kitamura, M.; Angew. Chem. Int. Ed. Engl. 1991, 30, 49. 8 Noyori, R. Asymmetric Catalysis in Organic Synthesis; John Wiley & Sons, Inc., N. Y. 1994. 9 Seebach,D.; Weber, B. Angew. Chem. Int. Ed. Engl. 1992, 31, 84
9
10
119
10
11
14% ee
Melo, R. P. A. Introdução
7
carbonila, com isso um ligante quiral não pode ser usado em escala catalítica, pois o
excesso desse organometálico reagiria com a carbonila pró-quiral levando ao álcool como
uma mistura racêmica. Isso, evidentemente, causaria uma diminuição do excesso
enantiomérico (ee) do álcool ao se usar o ligante quiral em escala catalítica.
Também é bastante descrito na literatura o uso de ligantes quirais dissimétricos (eixo
C2) em diversas reações sob catálise quiral. Por exemplo, a adição de organozinco a
aldeídos pró-quirais é feita em altas purezas ópticas (>90% ee) na presença de um ligante
(Figura 3), derivado do ácido tartárico complexado com Ti(OiPr)4.10
Figura 3: Ligante quiral sintetizado a partir do (R,R)-ácido tartárico Algumas dificuldades maiores se impõem quanto ao uso de catalisadores quirais em
síntese assimétrica: uma é devida ao número até hoje restrito de reações estudadas.8 Outra
diz respeito aos custos dos ligantes quirais, especialmente quando esses são empregados em
quantidades estequiométricas. De fato, muitas dessas substâncias ou não são comerciais ou
são de custo muito elevado. Outra dificuldade é que, na maioria das reações até hoje
estudadas, não se conhecem os ciclos catalíticos, isto dificulta enormemente a compreensão
do curso estereoquímico da reação, bem como a previsão das configurações absolutas dos
produtos. Em contrapartida, a possibilidade de uso de ligantes quirais em quantidades
catalíticas é bastante atraente para os processos industriais em larga escala, onde o fator
custo é crítico.
O desenvolvimento de novos sistemas catalíticos é até agora baseado principalmente
em experimentação e erro, e o conhecimento do que constitui um catalisador seletivo e
ativo é extremamente importante. A mais importante tarefa deste campo de pesquisa é
provavelmente aumentar a compreensão de como a quiralidade é transferida do catalisador
10 Seebach, D.; Behrendt, L.; Felix, D. Angew. Chem. Int. Ed. Engl. 1991, 30, 1008.
Melo, R. P. A. Introdução
8
para o produto e como aplicar este conhecimento no desenvolvimento de novos sistemas
catalíticos.
Dentro da classe de catalisadores utilizados em síntese assimétrica, merecem grande
destaque os reagentes quirais de enxofre por apresentar grande potencial em transmitir
quiralidade para outros centros e alta estabilidade configuracional, em virtude do grupo
sulfinila, sendo capaz de reagir através de uma conformação rígida.11
1.1- Reagentes Quirais de Enxofre
Os reagentes quirais de enxofre (RQS) têm recebido muita atenção desde a década de
60. Inicialmente estes compostos serviam como moléculas modelo em estudos de
mecanismo e estereoquímica na substituição nucleofílica no centro do enxofre, mais tarde,
notou- se que eles apresentam grande valor em síntese assimétrica, onde muitas reações
podem ser eficientemente estereocontroladas por auxiliares quirais de enxofre que podem
ser removidos sob condições suaves por redução ou métodos de eliminação. Um grande
número de procedimentos para a síntese de compostos de enxofre enantiomericamente
puros tem sido desenvolvido, especialmente de estruturas de enxofre tri e
tetracoordenada.12
Os RQS são resultados de grande impacto na literatura, onde nas últimas três décadas
mais de 40 diferentes classes12 foram descritas na literatura química e inúmeras sínteses
assimétricas mediadas por estes compostos são aplicadas em laboratórios acadêmicos e
industriais para a obtenção de materiais quirais em produtos naturais, fármacos e
agroquímicos. Como exemplos de RQS, têm-se as sulfoximinas (12), sulfiniminas (13),
sulfinamidas (14) e sulfóxidos (15) (Figura 4).
R1
S
R2
O..
R1
S
R2
NHO
R1
S
N R2
R3O
R1
S
NR2R3
O
..
..
12 13 14 15
R1, R2, R3= Alquila, Arila
Figura 4: Reagentes quirais de enxofre
11 Carreño, M. C. Chem. Rev. 1995, 95, 1717. 12 Mikolajczk, M.; Drabowicz, J.; Kielbasinski, P. Chiral Sulfur Reagents, CRC Press, N. Y. 1997.
Melo, R. P. A. Introdução
9
Pode-se destacar os sulfóxidos quirais (15), como um dos RQS bastante utilizado em
síntese assimétrica.
1.1.1- Sulfóxidos Quirais (15)
A utilização de sulfóxidos enantiomericamente puros em síntese
assimétrica vem recebendo atenção crescente por parte da comunidade
científica, devido aos excelentes resultados que este grupo funcional
tem proporcionado na obtenção de moléculas opticamente ativas. Nas
últimas décadas, o grupo sulfinila tem sido empregado em diversos
tipos de reações, com resultados que se podem qualificar como
excelentes. A publicação de diversos artigos de revisão dedicados a este grupo de
compostos, constitui uma prova inequívoca da sua enorme importância.13 As razões desse
crescente interesse no uso dos sulfóxidos se devem, basicamente, a três motivos:
� Elevada estabilidade óptica;
� Eficiência na transferência de informação quiral; 13(a) Solladié, G. Synthesis 1981, 185. (b) Mikolajczyk, M.; Drabowicz, J. Top. Stereochem. 1982, 13, 333. (c) Posner, G. H. en Asymmetric Synthesis; vol 2; Ed. J. D. Morrison, Academic Press, Inc.: London, 1983, capítulo 8, p. 225-241. (d) Barbachyn, M. R.; Johnson, C. R. en Asymmetric Synthesis; vol 4; Ed. J. D. Morrison; Academic Press, Inc.: London, 1983; capítulo 2, p. 227-261. (e) Kresze, G. en Methoden der
Organischen Chemie (Houben-Weyl); Ed. D. Klamann, Georg Thieme Verlag: Stuttgart, 1985; p. 669-886. (f) Andersen, K. K. en The Chemistry of Sulfones and Sulfoxides; Eds. S. Patai, Z. Rappoport, C. J. M. Stirling; John Wiley & Sons: New York, 1988, capítulo 3, p. 55-94. (g) Posner, G. H. en The Chemistry of Sulfones
and Sulfoxides; Eds. S. Patai, Z. Rappoport C. J. M. Stirling; John Wiley & Sons: New York, 1988, capítulo 16, p. 823-849. (h) Solladié, G. en Comprehensive Organic Synthesis, vol 6; Eds. B. M. Trost, I. Fleming; Pergamon Press: Oxford, 1991; capítulo 3 p. 133-164. (i) Walker, A. J. Tetrahedron: Asymmetry 1992, 3, 961. (j) Solladié, G.; Carreño, M. C. en Organosulphur Chemistry. Synthetic Aspects; Ed. P. C. B. Page; Academic Press: New York, 1995; capítulo 1, p. 1-57. (k) Carreño, M. C. Chem. Rev. 1995, 95, 1717. (l) García Ruano, J. L.; Carretero, J. C.; Carreño, M. C.; Martín Cabrejas, L. M.; Urbano, A. Pure Appl. Chem. 1996, 68, 925. (m) Aversa, M. C.; Barattucci, A.; Bonaccorsi, P.; Giannetto, P. Tetrahedron: Asymmetry 1997, 8, 1339. (n) Allin, S. M.; Shuttleworth, S. J.; Page, P. C. B. Organosulfur Chem. 1998, 2, 97. (o) Fernández de la Pradilla, R.; Viso, A.; Recent Res. Dev. Org. Chem. 1998, 2, 343. (p) Baird, C. P.; Rayner, C. M. J. Chem. Soc., Perkin
Trans. 1 1998, 1973. (q) García Ruano, J. L.; Cid, M. B. Top. Curr. Chem. 1999, 204, 1. (r) Solladié, G. Enantiomer 1999, 4, 183. (s) Arai,Y. Rev. Heteroat. Chem. 1999, 21, 65. (t) Carretero,J. C.; Gómez Arrayas, R.; Díaz Buezo, N.; Garrido, J. L.; Alonso, I.; Adrio, J. Phosphorus, Sulfur, Silicon Relat. Elem. 1999, 153-
154, 259. (u) Procter, D. J. J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1 2001, 4, 335. (v) Wang, C-C.; Huang, H-C.; Reitz, D. B. Org. Prep. Proced. Int. 2002, 34, 271. (w) Solladié, G. Heteroat. Chem. 2002, 13, 443. (x) García Ruano, J. L.; Martín Castro, A. M.; Rodríguez Ramos, J. H. Heteroat. Chem. 2002, 13, 453. (y) Rodríguez,M.; Adrio, J.; Carretero, J. C. Eur. J. Org. Chem. 2002, 2881. (z) Delouvrie, B.; Fensterbank, L.; Nájera, F.; Malacria, M. Eur. J. Org. Chem. 2002, 21, 3507. (aa) Aversa, M. C.; Barattucci, A.; Bonaccorsi, P.; Giannetto, P. ARKIVOC 2002, 11, 79. (ab) Hanquet, G.; Colobert, F.; Lanners, S.; Solladié, G. ARKIVOC 2003, 7, 328. (ac) Fernández, I.; Khiar, N. Chem. Rev. 2003, 103, 3651. (ad) Westwell, A. D.; Rayner, C. M. Organosulfur Chem. 1998, 2, 157
R1
S
R2
O..
15
R1, R2= Alquila, Arila
Melo, R. P. A. Introdução
10
� Acessibilidade em ambas às formas enantioméricas.
Os sulfóxidos quirais apresentam uma estrutura piramidal e os parâmetros de ativação
para inversão piramidal de inúmeras séries de sulfóxidos têm sido determinados.14 Os
valores mostram que em muitos casos, a estereomutação térmica do súlfoxido (Esquema 5)
ocorre na faixa de 200°C, por isso, apresentam uma notável estabilidade óptica.10
Esquema 5
Vários métodos químicos como a resolução óptica, oxidação assimétrica e síntese
assimétrica, têm sido desenvolvidos para a síntese de sulfóxidos quirais em vários estados
de pureza óptica. Os mais utilizados, são os métodos baseados em oxidação assimétrica de
sulfetos pró- quirais e síntese assimétrica.
O primeiro exemplo de oxidação assimétrica de sulfeto para sulfóxido foi descrito por
Kagan et al.15 e Modena et al.
16 , usando reagente de Sharpless [Ti(OiPr)4/(+)- DET/t-
BuOOH] modificado. O desenvolvimento desta metodologia, substituindo o oxidante por
hidroperóxido de cumeno, mostrou um aumento na pureza óptica do sulfóxido resultante.
Nestas condições o sulfóxido de arila- metila foi obtido em 89- 90% ee. A metodologia de
Kagan et al.15 tem sido aplicada na síntese em larga escala de um sulfóxido biologicamente
ativo - RP 73163,17 sendo obtido com rendimento de 81% e >99% ee (Esquema 6).
14 Rayner, D. R.; Gordon, A. J.; Mislow, K. J. Am. Chem. Soc. 1968, 90, 4854. 15 Pitchen, P.; Dunach, E.; Deshmukh, N. N.; Kagan, H. B. J. Am. Chem. Soc. 1984, 106, 8188. 16 Di Fúria, F.; Modena, G.; Seraglia, R. Synthesis 1984, 325. 17 Pitchen, P.; France, C. J.; McFarlane, I. M.; Newton, C. G.; Thompson, D. M. Tetrahedron Lett. 1994, 35, 485.
..
R1, R2= Alquila, Arila
O
..R2
R1
S
O
R2
R1
S
Melo, R. P. A. Introdução
11
Esquema 6
(a) Ti(OiPr)4 (0,5 eq), d-DET (1 eq), PhC(CH3)2OOH, CH2Cl2, -20ºC (75%)
A metodologia mais utilizada para a síntese de sulfóxidos quirais é a síntese de
Andersen18 que está baseada na substituição nucleofílica do diastereoisômero puro (SS)-p-
toluenosulfinato de mentila (19) (Esquema 7) com reagentes de Grignard, o qual ocorre
com completa inversão de configuração no átomo de enxofre. Este método clássico tem
sido extensivamente usado para preparar sulfóxidos opticamente ativos de alquila-arila ou
diarila e o uso de outros nucleófilos organometálicos, permitem a síntese de uma variedade
de sulfóxidos enantiomericamente puros.
Esquema 7
SO-Na+
O
p-Tol
a,bS
OMent
O
p-Tol..
SOMent
O
p-Tol..
+
SOMent
O
p-Tol..
c
dS
R
O
p-Tol ..
Mentol +
H3C
O
p-Tol=
OMent=
18
1920
18 Andersen, K. K. Tetrahedron Lett. 1962, 3, 93.
(a) SOCl2, éter, 25ºC; (b) (-)- Mentol, Py, éter, t.a.; (c) cristalização acetona/HCl conc (2 gotas)/-20ºC;
(d) RMgX (R= Alquila, Arila)
N
N
S
CH3
OCH3 OCH3
CH3
N
N
S
O
37 38
ON
N
S
OCH3
N
Na
RP 73163ee> 98%
N
N
S
CH3
OCH3 OCH3
CH3
N
N
S
O
37 38
ON
N
S
OCH3
N
Na
RP 73163ee> 98%
16 17
Melo, R. P. A. Introdução
12
Os sulfóxidos quirais também podem ser obtidos a partir da oxidação enantiosseletiva
de um sulfeto pró-quiral (21) mediada por microorganismos (Saccharomyces cereviseae)
(Esquema 8), sendo um dos métodos mais direto para a síntese de sulfóxidos com elevados
ee (22). Os resultados promissores obtidos a partir desta sulfoxidação, sugerem um grande
interesse em isolar microorganismos e usá-los na oxidação enantiosseletiva de sulfetos.19
Esquema 8
A versatilidade sintética dos sulfóxidos facilita manipulações posteriores sobre os
compostos resultantes, característica esta, que não é permitida por outros auxiliares quirais.
Entre as numerosas reações que os sulfóxidos apresentam eficazes, podem-se destacar as
reduções de β-cetossulfóxidos (23) que permitem um acesso estereocontrolado a metil-
carbinóis (24 e 25) com excelente indução assimética, depois da eliminação redutora do
grupo sulfinila, utililizando Ni (Raney) (Esquema 9).
Esquema 9
Esta metodologia permite a síntese dos dois carbinóis (24 e 25) com configuração
absoluta oposta, elegendo apenas o sistema de redução adequado (DIBAL-H ou DIBAL-
19 Fernández, I.; Khiar, N. Chem. Rev. 2003, 103, 3651.
RS
p-Tol
O O
DIBAL-H
RS
p-Tol
OHO
HNi-Ra
R CH3
OHH
RS
p-Tol
HO
HO Ni-RaR CH3
HHODIBAL-H
ZnCl2
23
24
25
C9H19S
OCH3
O
( )5
Saccharomyces cereviseae
NRC 2335 C9H19S
OCH3
O
( )5
O..
44 4590%, 96% ee
21 22
Melo, R. P. A. Introdução
13
H/ZnCl2). Esta rota pode ser aplicada em sínteses de produtos naturais que apresentam esse
tipo de função tanto em esqueletos acíclicos20 como macrocíclicos.21
Outros tipos de adições nucleofílicas sobre β-cetossulfóxidos, como a reação com
trimetil alumínio22 ou cianeto de dietil alumínio23 e carbânions estabilizados de lítio,24 leva
à formação de carbinóis terciários altamente funcionalizados de forma estereosseletiva.
Como exemplo de aplicação destas reações em síntese de produtos de interesse biológico,
se encontra a obtenção de metilcarbinóis cíclicos22b 27 (Esquema 10), que é um
componente volátil presente em algumas plantas.
Esquema 10
Recentemente, o grupo sulfinila está sendo utilizado com êxito em reações
assimétricas catalisadas por metais de transição.13ac Podem-se destacar as reações de Heck
assimétricas 25 (Esquema 11) e reações de Pauson-Khand13y (Esquema 12), como os
melhores resultados obtidos nesse campo.
20 (a) Solladié, G.; Almario, A.; Colobert, F. Synlett 1992, 167. (b) Solladié, G.; Huser, N. Tetrahedron:
Asymmetry 1994, 5, 255. 21 (a) Solladié, G.; Rubio, A.; Carreño, M. C.; García Ruano, J. L. Tetrahedron: Asymmetry 1990, 1, 187. (b) Solladié, G.; Maestro, M. C.; Rubio, A.; Pedregal, C.; Carreño, M. C.; García Ruano, J. L. J. Org. Chem. 1991, 56, 2317 (c) Solladié, G.; Gerber, C. Synlett 1992, 449. 22 (a) Carreño, M. C., García Ruano, J. L.; Maestro, M. C.; Pérez González, M.; Bueno, A. B.; Fischer, J. Tetrahedron 1993, 49, 11009. (b) Bueno, A. B.; Carreño, M. C.; García Ruano, J. L. Tetrahedron Lett. 1995, 36, 3737. 23 (a) García Ruano, J. L.; Martín Castro, A. M.; Rodríguez, J. H. Tetrahedron Lett. 1991, 32, 3195. (b) García Ruano, J. L.; Martín Castro, A. M.; Rodríguez, J. H. J. Org. Chem. 1992, 57, 7235. (c) Escribano, A.; García Ruano, J. L.; Martín Castro, A. M.; Rodríguez, J. H. Tetrahedron 1994, 50, 7565. (d) García Ruano, J. L.; Martín Castro, A. M.; Rodríguez Ramos, J. H.; Rubio Flamarique, A. C. Tetrahedron: Asymmetry 1997, 8, 3503. (e) Cifuentes García, M.; García Ruano, J. L.; Martín Castro, A. M.; Rodríguez Ramos, J. H. Tetrahedron: Asymmetry 1998, 9, 859. 24 García Ruano, J. L.; Barros, D.; Maestro, M. C.; Martín Castro, A. M.; Reithby, P. R. Tetrahedron:
Asymmetry 2000, 11, 4385. 25 (a) Díaz, N. Carretero, J. C. J. Am. Chem. Soc. 1998, 120, 7129. (b) Díaz, N.; García, O.; Carretero, J. C. Org. Lett. 2000, 2, 1451. (c) Alonso, I.; Carretero, J. C. J. Org. Chem. 2001, 60, 4453.
O
O
O
SOpTolZnBr2 (2 equiv)
AlMe3
CH2Cl2, t.a
(85%)
HO Me
O O
SOpTolDowex
H2O
(81%)
HO Me
O
(e.d. 88%) 2726
Melo, R. P. A. Introdução
14
Esquema 11
No primeiro caso, o grupo 2-(N,N-dimetilamino)-fenilsulfinila do 4,5-dihidrofurano
28, permite duas reações de Heck sucessivas para originar, depois de desulfinilar e
hidrogenar, o cis-2,4-difeniltetraidrofurano 29 enantiomericamente puro (Esquema 11). Já
nas reações de Pauson-Khand, o processo intramolecular sobre terc-butilsulfinileninos (30),
tem mostrado como um excelente procedimento para sintetizar cetonas cíclicas
enantiomericamente puras (31) em apenas duas etapas reacionais (Esquema 12).
Esquema 12
Outro tipo de reação que utiliza com êxito o grupo sulfinila, são as reações de
cicloadição de derivados quirais de quinona enantiomericamente pura, com um
cicloexeneno substituído (Esquema 13). A reação entre a (SS)-2-p-toluilsulfinil-1,4-
naftoquinona (+)-32 e vinilcicloexeno 33 adequadamente substituído leva à quinona
tetracíclica 34, através de um processo de cicloadição e eliminação do sulfóxido.
S
O
tBuCo2(CO)8
NMOCH2Cl2
O
HH S
O
tBuZn (ativado)
THF/NH4Cl satO
H
ee > 96%30 31
O
S
OMe2N
PhI, Pd(OAc)2
AgCO3, dppp DMF, 100 ºC O
S
OMe2N
Ph
PhI, Pd(OAc)2
AgCO3, dppp DMF, 100 ºC
O
S
OMe2N
Ph
Ph
Ni(Raney), H2
EtOH, t.a.
O Ph
Ph
ee > 96%
28
29
Melo, R. P. A. Introdução
15
Esquema 13
Esta metodologia foi aplicada com êxito, na síntese de diversos antibióticos do grupo
das anguciclinonas, especificamente a (+)-rubiginona B2 e a (+)-ocromicinona,26 assim
como a (-)-8-desoxitetrangomicina,27 (Figura 5).
Figura 5: Anguciclinonas obtidas a partir de sulfinilquinonas enantiopuras
Como foi possível observar, os reagentes quirais de enxofre apresentam uma vasta
aplicabilidade, uma vez que participam de inúmeras reações sintéticas com obtenção de
produtos enantiomericamente puros. E é devido à importância destes derivados, que os
mesmos foram utilizados nesta tese de doutorado como indutores quirais em reações bem
diferenciadas do tipo: “Reações de adição de cupratos quirais”; “Reações de adição de
organozinco a aldeídos” e “Síntese estereosseletiva de cicloexanonas e cicloexenonas
polisubstituídas”, haja vista a finalidade de obter produtos opticamente ativos e que
apresentem atividade biológica.
A seguir, será abordada cada reação onde os derivados sulfinilas foram utilizados
como indutores quirais.
26 Carreño, M. C.;Urbano, A.; Di Vitta C Chem. Commun. 1999, 817. 27 Carreño, M. C.;Urbano, A.; Di Vitta C Chem. Eur. J. 2000, 6, 906.
O
O
CH3O
OR
(+)-Rubiginona B2 (R = Me)(+)-Ocromicinona (R = H)
O
O
CH3O
(-)-8-Desoxitetrangomicina
OH
O
O
S
TBSO CH3
O
p-Tol
CH2Cl2 t.a, 3 dias
O
O
CH3TBSO
DBU, CH2Cl2
t.a, 24 h
O
O
CH3TBSO
( )-cis- 33
3432
Melo, R. P. A. Introdução
16
1.2- Reações de adição de cuprato quiral
Os reagentes de organocobre têm se destacado muito dentro do cenário da química
orgânica, devido a sua habilidade em participar de várias reações, que levam à formação de
novas ligações carbono-carbono,28 sendo a reação de adição conjugada a cetonas α,β-
insaturadas, usualmente denominada de Reações de Michael, uma das mais versáteis.29,30
Dentre todos os reagentes organometálicos de metais de transição, os derivados de cobre
são com certeza, os mais utilizados pelos químicos orgânicos sintéticos.31
O primeiro reagente de organocobre foi preparado em 1923 por M. René Reich,32 que
tratou CuI com PhMgBr para obter PhCu. Gilman et al.33 também prepararam PhCu a partir
de CuI, e em adição prepararam MeCu a partir de CuI, CuCl e CuSCN.34 Quando os
organocupratos foram introduzidos em metodologias sintéticas por House e Whitesides35 e
Corey e Posner,36 adotou-se o CuI como precursores de rotina.37 House mais tarde utilizou
CuBr.SMe238
e Lipshutz et al. adotaram CuCN como sais de Cu (I) utilizados em reações de
organocobre.39
Dentre os reagentes de cobre, destacam-se os cupratos de ordem inferior e os cupratos
de ordem superior. O que distingue basicamente estes dois tipos de reagentes é a natureza
mono- e dianiônica de seus “clusters” que está associado ao número de adição de
equivalentes do organolítio ao sal de cobre correspondente, 39 onde um equivalente do
organolítio é necessário para a formação da espécie de ordem inferior e a adição de outro
equivalente gera a espécie de ordem superior (Esquema 14). Os estudos mais recentes na
área de organocupratos têm se concentrado em cupratos de ordem superior, devido a sua
maior reatividade frente a uma série de substratos.
28 Ogle, C. A.; Human, J. B. Tetrahedron: Asymmetry 2003, 14, 3281. 29 Alexakis, A.; Benhaim, C. Eur J. Org. Chem. 2002, 3221. 30 Ahn, K. H.; Klassen, R. B.; Lippard, S. J. Organometallics 1990, 9, 3178. 31Collman, J. P.; Hegedus, L. S. Principles and Applications of Organotransition Metal Chemistry, University Science Books, Mill Valley, CA, 1980. 32 Reich, M. R. Comptes rendus 1923, 177, 322. 33 Gilman, H.; Straley, J. M. Recueil Trav. Chim. Pays- Bas 1936, 55, 821. 34 Gilman, H.; Jones, R. G.; Woods, L. A. J. Org. Chem. 1952, 17, 1630. 35 House, H. O.; Respess, W. L.; Whitesides, G. M. J. Org. Chem. 1966, 31, 3128. 36 Corey, E. J.; Posner, G. H. J. Am. Chem. Soc. 1967, 89, 3911; 1968, 90, 5615. 37 Bertz, S. H.; Gibson, C. P.; Dabbagh, G. Tetrahedron Lett., 1987, 28, 4251. 38 House, H. O.; Chu, C. Y.; Wilkins, J. M.; Umen, M. J. J. Org. Chem. 1975, 40, 1460. 39 Lipshutz, B. H. Synlett, 1990, 119.
Melo, R. P. A. Introdução
17
Esquema 14
A maioria das reações envolvendo organocupratos consome apenas um dos
grupamentos R pertencente ao complexo de cobre, enquanto que o outro ligante residual R
tende a ser hidrolisado na extração e, portanto, perdido. Quando o grupo R ligado ao cobre
é de difícil obtenção ou é caro, esse “desperdício” contribui para que o processo como um
todo seja pouco atrativo.
Com o intuito de solucionar este problema, foram desenvolvidos ligantes não-
transferíveis ou residuais (RR) que permanecem ligados ao cobre, enquanto que ligantes
transferíveis (RT) são transferidos seletivamente.40 Dessa maneira, evita-se que ligantes
“valiosos” sejam perdidos e aumenta-se a eficiência total da reação com organocupratos.
Dentre os ligantes residuais (RR), os mais utilizados são os grupamentos tienila, imidazoíla
e íon acetileto.41
Os sais de Cu (I) promovem a adição conjugada de reagentes organometálicos a
cetonas α,β- insaturadas, que é umas das reações mais importantes na formação de novas
ligações carbono-carbono.28 O primeiro exemplo desse tipo de reação foi descrito por
Kharasch e Tawney42 em 1941, e envolvia a adição de MeMgBr a isofrona em presença de
quantidades catalíticas de CuCl, desde então, vários outros exemplos foram publicados.43
A escolha do reagente de cobre é uma das variáveis que deve ser considerada ao
efetuar uma reação de Michael, pois estes reagentes apresentam reatividades diferentes e
podem fornecer subprodutos indesejáveis ao final da reação, tais como produtos de adição
1,2. A escolha do solvente também pode ser crítica, THF geralmente torna a reação de
adição 1,4 lenta, devido à capacidade do THF em ocupar um dos sítios de coordenação do
cobre. A alternativa mais indicada como solvente é o éter etílico, que é uma base de Lewis
fraca e, portanto, propicia um aumento na reatividade do cuprato. A escolha de um
40 Lipshutz, B. H.; Sengupta, S. Org. React. 1992, 41, 135. 41 Malmberg, H.; Nilsson, M. Tetrahedron Lett. 1982, 23, 3823. 42 Kharasch, M. S.; Tawney, P. O. J. Am. Chem. Soc. 1941, 63, 2308. 43 Caprio, V. Letters in Org. Chem. 2006, 3, 339.
CuX + RLi RCu(X)Li R2Cu(X)Li2RLi
Cuprato de ordem
inferior
Cuprato de ordem
superior
CuX + RLi RCu(X)Li R2Cu(X)Li2RLi
Cuprato de ordem
inferior
Cuprato de ordem
superior
CuX + RLi RCu(X)Li R2Cu(X)Li2RLi
Cuprato de ordem
inferior
Cuprato de ordem
superior
X= I, Br, CN
Melo, R. P. A. Introdução
18
determinado aditivo, compatível com o cuprato em questão, também pode ser decisivo no
aumento da reatividade ou na estabilização do cuprato.
Os cupratos de ordem inferior são geralmente os reagentes escolhidos para realizar
adições 1,4 a enonas.40 Entretanto, quando o substrato possui uma estrutura que dificulte
sua reação de Michael com esses cupratos, os reagentes de ordem superior quase sempre
aparecem como a melhor alternativa a ser seguida.39 Por serem mais reativos que seus
análogos “inferiores”, os cupratos de ordem superior são capazes de reagir com enonas β,β-
disubstituídas em THF, e fornecer altos rendimentos da cetona alquilada.39
Uma reação interessante é a reação da cetona cíclica (35) com alquilcupratos. Quando
exposta a cupratos de ordem inferior, como por exemplo RCu(X)Li, observou-se formação
apreciável dos adutos de adição 1,2 (37). Quando 35 reagiu com nPr2Cu(CN)Li2 (cuprato
de ordem superior) em éter, o produto de adição 1,4 (38) foi obtido exclusivamente em
85% de rendimento44 (Esquema 15).
Esquema 15
O
RCu(X)Li
O
R
HOR
2 : 98
36 37
35
O
35
nPr2Cu(CN)Li2, Et2O
-25ºC, 2h, (85%)O
38
Diversos experimentos foram realizados a fim de verificar quais grupos se
comportariam como RR e quais se comportariam como RT em reação com enonas.
Verificou-se que os grupos metila e 2-tienila são os melhores RR para a reação de
Michael.45
Ambos os grupos metila e 2-tienila, conferem ao cuprato misto excelente seletividade
quanto à transferência de RT. Entretanto ambos apresentam alguns problemas. O cuprato
misto contendo o grupo metila como RR sempre fornece o produto de adição 1,4 em altos
44 Lipshutz, B. H.; Wilhelm, R. S.; Kozlowski, J. J. Org. Chem. 1984, 49, 3938. 45 Hooz, J.; Layton, R. B. Can. J. Chem. 1970, 48, 1626.
Melo, R. P. A. Introdução
19
rendimentos, embora algumas vezes observe-se a transferência de RR para o substrato. Já o
cuprato misto contento o ligante 2-tienila apresenta-se bem mais seletivo, virtualmente não
ocorre transferência de RR neste caso. O problema com RT(2-Th)Cu(CN)Li2 (39) é a
diminuição de reatividade, por exemplo, quando o cuprato RT(2-Th)Cu(CN)Li2 reage com
cetonas α,β-insaturadas, observa-se a formação dos produtos de adição 1,4 de RT (40) e,
surpreendentemente, adição 1,2 de 2- tienila (41)46 (Esquema 16).
Esquema 16
S Cu(CN)Li2RT
O
O
RT
HOS
+
39 40 41
Felizmente existem maneiras de contornar este problema e de obter altos rendimentos
de adição 1,4 de RT. Os cupratos de ordem superior, assim como os reagentes neutros de
organocobre, são compatíveis com alguns ácidos de Lewis. Essa associação freqüentemente
leva a um aumento de reatividade da espécie de cobre frente a uma série de eletrófilos.
Com base nesse fato, um estudo sistemático foi realizado a fim de verificar quais ácidos de
Lewis seriam compatíveis com os cianocupratos de ordem superior. Estabeleceu-se como
reação padrão aquela entre vinil(2-Th)Cu(CN)Li2 com isoferona em uma mistura THF/ éter
a –78°C (Tabela 1). Dentre os ácidos de Lewis testados nessas condições, apenas o
BF3.Et2O apresentou resultados satisfatórios (Tabela 1).47
46 Lipshutz, B. H.; Kozlowski, J. A.; Parker, D. A.; Ngyuen, S. L; McCarthy, K. E. J. Organomet. Chem. 1985, 285, 437. 47 Lipshutz, B. H.; Parker, D. A.; Kozlowski, J. A.; Ngyuen, S. L. Tetrahedron Lett. 1984, 25, 5959.
Melo, R. P. A. Introdução
20
Tabela 1: Reações de cupratos mistos em presença de ácidos de Lewis
Muitos dos ácidos de Lewis testados foram totalmente incompatíveis com o cuprato,
decompondo-o imediatamente.
Embora existam diversos estudos relacionados com investigações mecanísticas de
reagentes de organocobre,48 pouco se sabe ao certo sobre os mecanismos de reação dessa
classe de compostos. A diversidade de espécies de cobre existentes, assim como as
inúmeras variáveis na preparação desses reagentes (solvente, concentração, temperatura,
presença de aditivos) dificultam sobremaneira a homogeneização dos resultados.
1.3- Adição de organozinco a aldeídos
Uma das reações mais importantes em síntese assimétrica é a adição enantiosseletiva
de reagentes organometálicos a aldeídos, gerando álcoois secundários opticamente ativos.
Estes álcoois merecem grande destaque, pois estão presentes em muitos compostos naturais
com atividade biológica e materiais como os cristais líquidos. São também importantes
48 Posner, G. H. Org. React. 1975, 22, 253.
Ácido de Lewis Rendimento (%)
Nenhum <5
AlF3 0
AlCl2Et 12
AlClEt2 8
BF3.Et2O 98
B(OCH3)3 1
LiBr 0
LiClO4 0
SnCl4 0
TiCl4 0
Ti(OiPr)4 0
ZnCl2 0
THF/ Et2O, -78°C, 1h
Cu(2-Th)(CN)Li2
O O
Melo, R. P. A. Introdução
21
intermediários sintéticos para várias funcionalidades, como haletos, aminas, éster, éter,
entre outros.49
Os dois métodos mais importantes para a síntese destes álcoois são a alquilação
enantiosseletiva de aldeídos, isto é, adição de reagentes organometálicos a aldeídos50 e a
redução enantiosseletiva de cetonas. A primeira reação pode ser, ao mesmo tempo,
responsável pela formação de álcoois opticamente ativos, bem como a construção do
esqueleto carbônico do álcool (formação de ligação carbono-carbono). Nas últimas três
décadas, um número considerável de reações de alquilação de compostos carbonílicos
altamente enantiosseletivas foram desenvolvidas pela combinação apropriada de reagentes
organometálicos e ligantes quirais (L*). Com isso, muitas reações seletivas têm usado L*
em quantidades estequiométricas ou em excesso, mas o objetivo maior tem sido a obtenção
de uma indução asimétrica, utilizando-se quantidades catalíticas.51
O estudo para a utilização de novos L* em quantidade catalítica tem sido bastante
intenso nos últimos anos, sendo um desafio constante para os químicos orgânicos sintéticos.
A estratégia adotada para levar a síntese destes L* deve envolver menor número de etapas
sintéticas, matérias- primas de baixo custo e de boa disponibilidade e utilizar reações
estereosseletivas, ou seja, que levem ao produto final em elevados excessos enantioméricos
(ee´s).
Mukaiyama et al.52 , 53
descreveram a adição enantiosseletiva de alquillítio e
dialquilmagnésio a aldeídos na presença de um sal de lítio de um álcool diamino quiral (42)
derivado da (S)-prolina, em bons rendimentos (Esquema 17).
49 Soai, K.; Niwa, S. Chem. Rev. 1992, 92, 833. 50 Review: Solladié, G. In Asymmetric Synthesis; Morrison, J. D., Ed.; Academic Press: New York, 1983; Vol. 2A, Chapter 6. 51 Rodrigues, O. E. D. Organoselênio em síntese assimétrica: Reações multicomponentes e catálise em adição
de dietilzinco em aldeídos, Tese de Doutorado, Santa Maria, 2003. 52 Mukaiyama, T.; Soai, K.; Kobayashi, S. Chem. Lett. 1978, 219. 53 Soai, K.; Mukaiyama, T. Bull. Chem. Soc. Jpn. 1979, 52, 3371.
Melo, R. P. A. Introdução
22
Esquema 17
Outros L* inéditos com elevada enantiosseletividade têm sido descritos para adição
de organolítio, reagentes de Grignard e organotitânio a aldeídos.54 Em muitos casos, o L*
pode ser recuperado e reaproveitado. Estes métodos requerem uma certa quantidade do L*
para obter uma elevada enantiosseletividade, porque estes reagentes organometálicos, até
mesmo sem a influência do L*, reagem com aldeídos formando álcoois racêmicos.
Portanto, adição enantiosseletiva de reagente organometálico a aldeídos representa um
grande desafio.
Os ligantes quirais que apresentam em sua estrutura átomos doadores de elétrons tais
como nitrogênio e oxigênio, coordenam com o metal do reagente organometálico formando
um complexo quiral, onde sua nucleofilicidade e basicidade são algumas vezes mais fortes
do que aquelas do reagente organometálico original.46
Recentemente, a alilação de compostos carbonílicos mediados por índio tem sido um
dos métodos mais utilizados para preparar álcoois homoalílicos,55, 56devido seu uso versátil
em síntese de compostos com atividade biológica. As reações promovidas por índio são
mais atrativas frente a outros metais, devido aos compostos de organoíndio serem menos
sensíveis ao ar e a umidade, e significativamente menos tóxicos.
54 Mazaleyrat, J. P.; Cram, D. J. J. Am. Chem. Soc. 1981, 103, 4585. 55 Loh, T-P.; Zhou, J-R.; Yin, Z. Org. Lett., 1999, 1, 1855. 56 Hirayama, L. C.; Gamsey, S.; Knueppel, D.; Steiner, D.; DeLaTorre, K.; Singaram, B. Tetrahedron Lett. 2005, 46, 2315.
N
CH3
N
HO
L*
42
PhCHO
BuLi
Et2Mg
PhSCH2Li
Ph
HO
Ph
HO
PhSPh
HO
43 77%, 95%ee
44 74%, 92%ee
45 83%, 68%ee
42
42
42
Melo, R. P. A. Introdução
23
Loh et al.55 descreveram a alilação de aldeídos em THF mediada por In, utilizando 46
e 47 como ligantes quirais (Esquema 18). A reação foi conduzida por 2 horas a –78°C e o
álcool homoalílico foi obtido em bons rendimentos e bons ee’s.
Esquema 18
O grupamento alila presente no álcool homoalílico, também pode ser proveniente de
adições enantiosseletivas de alilsilanas57, alilestananas58 e alilboranas59 a aldeídos. Como
exemplo, podemos citar a elevada enantiosseletividade, descrita por Lu et al.60
, em reação
de adição de aliltributilestanana (48) (Esquema 19) a aldeídos, utilizando 20 mol% do
ligante quiral 49, levando ao álcool homoalílico 50 em 81% de rendimento e 92 % ee.
57 (a) Hosomi, A.; Sakurai, H. Tetrahedron Lett. 1976, 16, 1295. (b) Aoki, K.; Shimada, T.; Hayashi, T. Tetrahedron: Asymmetry 2004, 15,1771. 58 (a) Mukaiyama, T.; Harada, T. Chem. Lett. 1981, 1527. (b) Shimada, Y.; Katsuki, T. Chem. Lett. 2005, 34, 786. 59 (a) Kramer, G. W.; Brown, H. C. J. Org. Chem. 1977, 42, 2292. (b) Yamamoto, Y.; Hara, S.; Suzuki, A. Synlett 1996, 883. 60 Lu, J.; Ji, S-J.; Teo, Y-C.; Loh, T-P. Org. Lett., 2005, 7, 159.
70 a 75% ee
70 a 90%
*Br In, PhCHO
OH
Ph
6970
N
NHO
H
HHO
N
N
THF
70 a 75% ee
70 a 90%
*Br In, PhCHO
OH
Ph
6970
N
NHO
H
HHO
N
N
70 a 75% ee
70 a 90%
*Br In, PhCHO
OH
Ph
6970
N
NHO
H
HHO
N
N
70 a 75% ee
70 a 90%
*Br In, PhCHO
OH
Ph
6970
N
NHO
H
HHO
N
N
THF
46 47
Melo, R. P. A. Introdução
24
Esquema 19
Em síntese orgânica “moderna”, Et2Zn, que foi o primeiro composto organometálico
descoberto por Frankland,61 é freqüentemente utilizado em reações de adição a aldeídos. O
método preparativo de dialquilzinco e haletos de alquilzinco é bem descrito62 e a utilização
de reagentes de organozinco em síntese orgânica inclui reação de Simons-Smith, reação de
Reformatsky e a polimerização de oxiranas.63
Este tipo de reação de adição de Et2Zn a aldeídos, geralmente é lenta quando
comparada com as reações de alquillítio e reagentes de Grignard e também reações laterais,
tais como reduções, usualmente ocorrem. 64 Recentemente, alguns métodos têm sido
desenvolvidos para acentuar a nucleofilicidade do Et2Zn e muitos compostos opticamente
ativos têm sido desenvolvidos usando várias espécies de compostos quirais como
catalisadores para a adição enantiosseletiva do reagente organozinco a aldeídos (Esquema
20).
61 Frankland, E. Justus Liebigs Ann. Chem. 1849, 71, 171. 62 Nutzel, K. In Methoden der Organischen Chemie; Müller, E., Ed; Georg Thieme Verlag: Stuttgart, 1973; Vol. 13, p. 2a. 63 Carruthers, W. In Comprehensive Organometallic Chemistry; Wilkinson, G., Ed.; Pergamon Press; Oxford, 1982; Chapter 49. 64 Mark, B.; Henry-Basch, E.; Freon, P. C. R. Acad. Sci., Ser. C 1967, 264, 1967.
73
72
Ph
Ph
Ph
PhN
N
OO
N
-60°C, 30h71*R
OH
CH2Cl2, TMSCl
In(OTf)3 - 72SnBu3PhCHO +
81 %
92% ee
73
72
Ph
Ph
Ph
PhN
N
OO
N
-60°C, 30h71*R
OH
CH2Cl2, TMSCl
In(OTf)3 - 72SnBu3PhCHO +
81 %
92% ee
49
48 50
4949
Melo, R. P. A. Introdução
25
Esquema 20
A adição nucleofílica de Et2Zn à benzaldeído foi descrita por Mukaiyama et al. 65, 66
na presença de β-amino álcool (42) derivado da (S)-prolina e foi observado que 42 catalisou
a reação de formação da ligação C-C, levando ao composto 51 em 76% de rendimento e
0% ee (Esquema 21).
Esquema 21
N
CH3
N
HO
L*
42
Apesar de não haver indução assimétrica, foi observado nesta reação (Esquema 21), a
formação da ligação C-C a partir de Et2Zn e aldeído usando um β-amino álcool (42),
sugerindo a possibilidade de indução assimétrica com um β-amino álcool apropriado.
Alguns anos depois, Oguni e Omi usaram (S)-leucinol (um β-amino álcool primário) como
catalisador, e obtiveram 51 em 49% ee.67
Para as reações de adições enantiosseletivas de Et2Zn a aldeídos, é comum a
utilização de compostos organoselênio como indutores quirais. Wirth et al.68
desenvolveram uma metodologia para obtenção de compostos organoselenoquirais do tipo
52, derivados de benzilamina (Figura 6).
65 Sato, T.; Soai, K,; Mukaiyama, T. Chem. Lett. 1978, 491. 66 Mukaiyama, T.; Soai, K.; Sato, T.; Shimizu, H.; Suzuki, K. J. Am. Chem. Soc. 1979, 101, 1455. 67 Oguni, N.; Omi, T. Tetrahedron Lett. 1984, 25, 2823. 68 (a) Wirth, T. Tetrahedron Lett. 1995, 43, 7849. (b) Wirth, T.; Kulicke, K. J.; Fragale, G. Helv. Chim. Acta. 1996, 79, 1957. (c) Wirth, T.; Santi, C. Tetrahedron: Asymmetry, 1999, 10, 1019.
*L*
X= R2, haletos, -CH 2CO2 (t-Bu)OH
R2R1
R1CHO + R 2ZnX
74
Ph
-78- 0°C, 3h
65
OH
PhCHO + Et2Zn
74
Ph
-78- 0°C, 3h
65
OH
PhCHO + Et2Zn42
51
Melo, R. P. A. Introdução
26
Figura 6: Compostos organoselenoquirais
Estes compostos organoselenoquirais demonstraram ser catalisadores eficientes para
a adição de Et2Zn a aldeídos, levando à obtenção de álcoois secundários quirais com
rendimentos na faixa de 1- 98% e excessos enantioméricos entre 8- 98%, usando 1 mol%
de catalisador.
Estudos também mostram que β-amino tióis e β-amino disulfetos são reagentes
eficientes em indução assimétrica 69 . Braga et al.70 , 71 desenvolveram novas classes de
ligantes de sulfetos e disulfetos de aziridinas quirais- A e B- e disulfeto de oxazolidina
quiral -C- (Figura 7), sintetizados a partir da (R)-cisteína em poucas etapas sintéticas, e
utlizados em quantidade catalítica (2 mol%) em reações enantiosseletivas de Et2Zn a
aldeídos, levando à álcoois secundários quirais de configuração S em bons rendimentos e
elevados ee’s.
Figura 7: Ligantes quirais derivados da (R)-cisteína
69 Pu, L.; Yu, H. –B. Chem. Rev. 2001, 757. 70 Braga, A. L.; Milani, P.; Paixão, M. W.; Zeni, G.; Rodrigues, O. E. D.; Alves, E. F. Chem. Commun. 2004, 2488. 71 Braga, A. L.; Appelt, H. R.; Schneider, P. H.; Silveira, C. C.; Wessjohann, L. A. Tetrahedron: Asymmetry 1999, 10, 1733.
A B
C
Se)2
R
R=Me2N, Et2N, OEt
52
Melo, R. P. A. Introdução
27
1.4 Síntese enantiosseletiva de cicloexanonas e cicloexenonas polisubstituídas
Estas moléculas são de grande interesse, uma vez que, fazem parte de diversos
esqueletos de produtos naturais 72 e além disso, constituem intermediários sintéticos
utilizados na síntese de diversos produtos naturais. Algumas estruturas desse tipo de
compostos que apresentam sistemas de cicloexenona diferentemente funcionalizados, estão
descritos na Figura 8. O cassiol, a jesterona e a nisamicina possuem um esqueleto
monocíclico, enquanto o fragmento de cicloexenona no epoxiquinol B e a risilida B fazem
parte de uma estrutura policíclica mais complexa.73
Figura 8: Produtos naturais que apresentam anéis de cicloexenona
72 Magdziak, D.; Meek, S. J.; Pettus, T. R. R. Chem. Rev. 2004, 104, 1383. 73 (+)-Cassiol: (a) Trost, B. M., Li, Y. J. Am. Chem. Soc. 1996, 118, 6625-6633. Jesterona: (b) Hu, Y.; Li, C. Kulkarni, B. A.; Strobel, G.; Lobkovsky, E.; Torczynski, R. M.; Porko, J. A. Jr. Org. Lett. 2001, 3, 1649. Nisamicina: (c) Wipf, P.; Coish, P. D. G. J. Org. Chem. 1999, 64, 5053. Epoxiquinol B: (d) Shoji, M.; Yamaguchi, J.; Kakeya, H.; Osada, H.; Hayashi, Y. Angew. Chem. Int. Ed. 2002, 41, 3192 (-)-Risirilida B: (e) Yamamoto, K.; Hentemann, M. F.; Allen, J. G.; Danishefsky, S. J. Chem. Eur. J. 2003, 9, 3242
O
HO
(+)-Cassiol
Epoxiquinol B
OH
OHOH
CO2H
O
(-)-Risirilida B
O
O
HOO
OH
HN
O
HO
OH
O
NisamicinaJesterona
O
OH
O
O
O
MeHMe
OHO
O
Melo, R. P. A. Introdução
28
Diversos métodos para a obtenção de hexanonas e hexenonas enantiopuras são
descritos na literatura. Os exemplos ilustrativos das distintas metodologias comentados a
seguir, estão direcionados aos derivados de cetonas cíclicas, uma vez que se relacionam
diretamente à síntese enantiopura de hexanonas e hexenonas cíclicas, sendo um dos
objetivos desta tese.
1.4.1- Iminas Quirais
As iminas quirais têm sido muito utilizadas em sínteses de cicloexanonas
enantiopuras. O primeiro exemplo descrito na literatura em que uma imina quiral permitiu a
funcionalização enantiosseletiva de uma cicloexanona se deve a Horeau e Mea-Jacheet74
(Esquema 22). O derivado utilizado corresponde à imina 54 que resulta da reação entre a
cicloexanona e a (-)-isobornilamina 53.
Esquema 22
Ainda que a indução assimétrica obtida na reação de alquilação do azaenolato 55
gerado a partir de 54 por tratamento com brometo de isopropil magnésio não foi elevada,
esse trabalho estabeleceu as bases do uso destes substratos em síntese assimétrica. As
baixas induções assimétricas obtidas, 75 poderiam ser devido a existência de várias
conformações no equilíbrio dos azaenolatos intermediários. No esquema 23 é possível
observar que a estrutura das metaloenaminas intermediárias (A ou B) não permite fixar
adequadamente uma única conformação reativa para alquilação.
74 Mea-Jacheet, D.; Horeau, A. Bull. Soc. Chim. Fr. 1968, 4571. 75 Kitomoto, M.; Hiroi, K.; Terashima, S.;Yamada, S. Chem. Pharm. Bull. 1974, 22, 459.
O NH2N
R*N
R* MgBrO
1. MeI
THF
MgBr
72% eet.a., 16 hbenzeno
refluxo, 5 h
(86%)
R* = (58%)
THF54 55
2. H3O+
53
R*
Melo, R. P. A. Introdução
29
Esquema 23
Para superar este problema, Meyer et al.76 e Whitesell et al.
77 desenvolveram iminas
quirais derivadas de aminas que apresentam outro centro básico em sua estrutura com qual
o átomo metálico da base utilizada, pode coordenar-se. O uso de (R)-2-amino-3-fenil-1-
metoxipropano (56- Esquema 24), para a formação da imina da cicloexanona, permitiu a
formação de um azaenolato, onde a coordenação do lítio ao grupo metoxila levou a uma
nova estrutura cíclica, onde as duas faces do azaenolato se encontram diferenciadas.
Esquema 24
Devido às interações estéricas entre os grupos cicloexeno e fenila, a conformação B
do azaenolato se encontra desfavorecida, existindo majoritariamente a metaloenamina de
conformação A. Além disso, a entrada do eletrófilo sobre esta espécie intermediária, se
76 (a) Meyers, A. I.; Williams, D. R.; Druelinger, M. J. Am. Chem. Soc. 1976, 98, 3032. (b) Meyers, A. I.; Williams, D.R. J. Org. Chem. 1978, 43, 3245. (c) Meyers, A. I.; Williams, D. R.; Erickson, G. W.; White, S.; Druelinger, M. J. Am. Chem. Soc. 1981, 103, 3081. (d)Meyers, A. I.; Williams, D. R.; White, S.; Erickson, G. W. J. Am. Chem. Soc. 1981, 103, 3088. 77 Whitesell, J. K.; Whitesell, M. A. J. Org. Chem. 1977, 42, 377.
N R*
MgBr
R X
A B
N
R*
R
BrMg
X
N
NMeOH
Ph
Li
X R LiMeO
H
Ph
O OR R
A B
C D
NMeO
Ph
RLi
56
Melo, R. P. A. Introdução
30
encontra assistida mediante sua coordenação com o átomo de lítio, favorecendo sua
aproximação pela face do sistema estéricamente menos impedida. Este ataque conduz a
formação de α-alquil cicloexanona C como produto majoritário (Esquema 24).
Recentemente, Nakamura et. al, 78 utilizaram azaenolatos de zinco derivados de iminas
quirais, que tem permitido realizar reações com alquenos como eletrófilos, no lugar de
haletos de alquila empregados tradicionalmente nas reações de alquilação. A desprotonação
da imina 57 mediante uma base volumosa como o MsLi e adição subseqüente de ZnCl2,
gera o azaenolato de zinco correspondente. Depois de acrescentar MeLi ocorre uma
substituição do cloro pelo grupo metila, aumentando dessa forma, sua reatividade. Uma
adição posterior de etileno e hidrólise leva a síntese de (R)-2-etilcicloexanona 58
ópticamente pura (Esquema 25).
Esquema 25
N
OMe
1. MsLi
NZnMe
OMe
NZn
OMe
Me
O
H3O+
ee > 99%
57
58
NZn
OMe
Cl
2. ZnCl2
CH2 CH2
Li
MsLi
MeLi
Os estudos de alquilação de azaenolatos α-alcoxisubstituídos realizados pelo grupo de
d’Angelo79 mostraram que os processos de alquilação sobre os derivados α-alcóxicetonas
racêmicas e aminas ópticamente puras se produzem com resolução dinâmica do composto
racêmico. As iminas do tipo 59 (Esquema 26), se encontram em equilíbrio com suas 78 Nakamura, M.; Hatakeyama, T.; Hara, K.; Nakamura, E. J. Am. Chem. Soc. 2003, 125, 6362. 79 (a) d’Angelo, J.; Keller, L.; Dumas, F. Eur. J. Org. Chem. 2003, 2488. (b) Takahashi, M.; Dodo, K.; Hashimoto, Y.; Shirai, R. Tetrahedron Lett. 2000, 41, 2111.
Melo, R. P. A. Introdução
31
enaminas correspondentes 60 que tendem a formar-se de maneira que a dupla ligação se
encontre mais substituída. Reações tipo Adição de Michael da enamina sobre um composto
carbonílico α,β-insaturado, gerará um centro quiral quaternário com elevada
estereosseletividade formando a dicetona 61 (Esquema 26).
Esquema 26
NOBn
O OOBn
O
NOBn
HH
MePh
H
MePh
59 60 61
1.4.2- Hidrazonas Quirais
A transformação de uma cetona na correspondente hidrazona com hidrazinas quirais,
tem levado a obtenção de cetonas quirais cíclicas em excelentes resultados. Esta
metodologia, fundamentalmente desenvolvida por Enders,80 implica na desprotonação de
uma hidrazona como 62 com uma base; captura do ânion gerado por um eletrófilo e
posterior hidrólise ou hidrogenólise da hidrazona, obtendo-se as correspondentes
cicloexenonas opticamente puras (Esquema 27).
Esquema 27
As hidrazonas que proporcionaram melhores resultados, foram descritas por Enders
como as que se obtém a partir de (R) e (S)-(N-amino-2-metoximetil pirrolidina) (SAMP e
80 (a) Enders, D. Asymmetric Synthesis, vol 3; Ed. J. D. Morrison; Academic Press, Inc.: London, 1983; p. 275-335. (b) Enders, D., Klatt,M. en Encyclopedia of Reagents for Organic Synthesis; Ed. L. A. Paquette; Wiley & Sons: New York, 1995; p. 3368-3370. (c) Enders, D. en Stereoselective Synthesis; Eds. E. Ottow, K. Schöllklpf, B.-G. Schulz; Springer, Berlin, 1994; p. 63-90. (d) Enders, D.; Kownatka, D.; Hundertmark, T.; Prokopenko, O. F.; Runsink, J. Synthesis 1997, 649 (e) Job, A.; Janeck, C. F.; Bettray, W., Peters R.; Enders D. Tetrahedron 2002, 58, 2253.
ON
NH2
OCH3
NN
OCH3
1. LDAO
R
3. Hidrólise
2. RX
62
Melo, R. P. A. Introdução
32
RAMP). Essas hidrazonas são acessíveis a partir dos enantiômeros do aminoácido prolina.
Essas estruturas e outras análogas são mostradas na figura 9.
Figura 9: Hidrazinas enantiomericamente puras, desenvolvidas por Enders
A elevada estereosseletividade que se obtém com essas hidrazinas, deve-se a
existência do substituinte metoxila na posição β, facilitando a formação de um aza- enolato
duplamente associado. Esta associação, fixa a conformação do azaenolato, permitindo uma
diferenciação efetiva das faces diastereotópicas do sistema.
Little 81 utilizou essa metodologia na síntese de (-)-C10-desmetil arteannuina B
(Esquema 28). Primeiramente, preparou-se a hidrazona derivada de SAMP e da 3-metil-2-
cicloexenona. O ânion gerado por tratamento com LDA a partir da hidrazona 63 apresenta a
estrutura indicada no esquema 28. O ataque do iodeto 64 produz-se pela face superior,
estericamente menos impedida, formando a hidrazona 65.
81 Little, R. D.; Schwaebe, M. J. Org. Chem. 1996, 61, 3240.
NNH2
OCH3
NNH2
H3CONNH2
OCH3
CH3CH3
NNH2
OCH3
CH3
CH3
NNH2
OCH3
PhPh N
NH2
OCH3
SAMP RAMP SADP
SAEP SAPP RAMBO
Melo, R. P. A. Introdução
33
Esquema 28
O
SAMP, benzeno
NN
MeOOMe
OO
1. O3, CH2Cl2
2. TFA CH2Cl2 / H2O t.a., 2h
3O
O
O
H
(-)-C10-Desmetil arteannuina B6566
(97%)
-78 ºC t.a.(86%)
(98%)
refluxo, 72h NN
OMe
LDA, LiCl, THF
NN
OMe
Li −95 ºC, 4h
63
(78%)
−95 ºC 0ºC, 30 min64
( )3
OMe
(MeO)2CH(CH2)3I
A ruptura oxidativa da dupla ligação carbono-nitrogênio permite recuperar
posteriormente o auxiliar quiral. A hidrólise do grupo acetal de 65 conduziu à cicloexenona
quiral enantiopura 66, intermediário chave na síntese do produto natural (-)-C10-desmetil
arteannuina B (Esquema 28).
1.4.3-p-toluilsulfinilmetil-p-quinol (67)
O p-quinol de estrutura (SR)-4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-
cicloexadienona (67) é um novo derivado sulfinila que tem mostrado
excelente capacidade para dirigir a aproximação de organometálicos em
processos de adição conjugada.82, 83
Quando os reagentes utilizados para a reação de adição 1,4 são de alumínio,
o p-quinol 67 que possui um fragmento de cicloexadienona pró-quiral, dá
lugar a um único diastereoisômero resultante da adição conjugada exclusiva pela dupla
ligação pro-S do p-quinol (Esquema 29) com aproximação do organoalumínio pela face da
82 Carreño, M. C.; González, M. P.; M.; Ribagorda, M.; Fischer, J. J. Org. Chem. 1996, 61, 6758. 83 Carreño, M. C.; González, M. P.; Ribagorda, M.; Houk, K. N. J. Org. Chem. 1998 63, 3687.
67
HOS
O
O p-Tol..(SR)
Melo, R. P. A. Introdução
34
enona que contém o grupo -OH, obtendo dessa forma o [4S,5S,(SR)]-4-hidróxi-5-metil-4-
[(p-toluilsulfinil)metil]-2-cicloexenona 68 como único diastereoisômero.
Esquema 29
A adição de uma quantidade estequiométrica do organoalumínio sobre 67 não
provoca reação, uma vez que ocorre a formação do alcóxido de alumínio, que é uma
espécie não reativa, no qual o átomo metálico se encontra associado com o oxigênio
sulfinílico (Esquema 30). A estrutura da espécie formada corresponde a um espirano 69,
onde o anel de seis membros formado pelo alcóxido de alumínio adota uma conformação
tipo cadeira, e o grupo p-Tol se encontra na posição equatorial mais favorável. Nesta
espécie, a dupla ligação pro-R se encontra bloqueada pelo grupo metila axial do alumínio,
que deve impedir a aproximação de qualquer nucleófilo a esta posição. Dessa forma,
somente a dupla ligação pro-S fica exposta ao ataque de nucleófilos. A adição de outra
quantidade de AlMe3, atua como ácido de Lewis, coordenando- se ao grupo carbonila e
ativando a reação. A adição 1,4 começa quando se acrescenta o terceiro equivalente de
AlMe3, que é assistida pela associação do alumínio ao oxigênio do alcóxido. O excesso de
reativo de alumínio facilita o processo de adição, dando lugar a uma reação muito mais
rápida, onde se completa, praticamente, de forma instantânea (Esquema 30).82, 83
pro-S
O
HOS
O pTol
AlMe3 (4 equiv)
O
HOS
OpTol
CH2Cl2 Me
(76%)
100 101
−78 ºC, 4h(R) (R)
(S)2
3
67 68
Melo, R. P. A. Introdução
35
Esquema 30
OO
AlOS
Me
MeAlMe3
AlMeMe
p-Tol
Me
O
HOS
AlMe3
1 equiv
AlMe3
2 equiv
67
OO
AlOS
Me
Mep-Tol
Op-Tol
(R)pro-R
pro-S
69
4
Essa reação é reproduzida sem dificuldades quando temos, como material de partida,
o composto 70, que apresenta configuração absoluta S no átomo de enxofre. Neste caso, a
dupla ligação que reage, corresponde à posição conjugada pro-R, formando [4R,5R,(SS)]-4-
hidróxi-5-metil-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2-cicloexenona 71 em 76% de rendimento
(Esquema 31).
Esquema 31
A formação do diastereoisômero 71 pode ser explicada através de uma espécie reativa
como a indicada na figura 10. No estado de transição análogo ao proposto no esquema 30,
observa-se que o primeiro equivalente de AlMe3 reage com o grupo hidroxila formando um
alcóxido de alumínio, que é capaz de associar- se ao oxigênio sulfinílico, formando um
ciclo de seis membros. Neste intermediário, a dupla ligação pro-S se encontra bloqueada
pelo grupo metila equatorial do alcóxido de alumínio, para uma adição conjugada de AlMe3
(Figura 10). A adição de outro quivalente de AlMe3 provoca a formação de uma espécie
associada ao grupo carbonila ativando o processo de adição conjugada. Um terceiro
equivalente do organoalumínio, se adiciona à dupla ligação pro-R assistido pelo oxigênio
do grupo alcóxido e um quarto equivalente permite acelerar o processo.
O
HOS
Op-Tol
AlMe3 (4 equiv)
O
HOS
O p-Tol
CH2Cl2
(76%)
(SS-70) 71
−78 ºC, 4hMe
(S) (S)
(R)
2
34
Melo, R. P. A. Introdução
36
Figura 10: Estado de transição na adição de AlMe3 sobre (SS)-p-quinol 70
O estudo metodológico destas reações tem mostrado que os reagentes de alumínio
diferentemente substituídos com grupos alquila, vinila e alquinila, apresentam sempre o
mesmo comportamento como mostrado nos esquemas 29 e 31.
São inúmeras as aplicações sintéticas das reações de adição 1,4, uma vez que os
produtos obtidos, apresentam um fragmento de cicloexenona que permite funcionalizar as
três posições (C-1, C-2, C-3) do anel no produto de adição conjugada. Por sua vez, o grupo
β-hidróxi-p-toluilsulfinila da posição 4 (67 Esquema 30 e 70 Esquema 31), também pode se
transformar em outros grupos funcionais. Por isso, os compostos derivados de adição 1,4
em (SR) (67) e (SS)-4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (70) podem
ser aplicados na síntese de diferentes derivados de cicloexanona, cicloexenona e
cicloexenodiona, assim como distintos compostos com sistemas de cicloexano
polihidroxisubstituídos, cujas estruturas se encontram amplamente distribuídas em
esqueletos de diversos grupos de produtos naturais.84
O p-quinol (67) também pode ser utilizado na síntese total enantiosseletiva de
rubiginonas A2 e C2,85, 86 que são metabólitos secundários da família das anguciclinas87
isolados do Streptomyces griseorubiginosus,88 que apresentam propriedades biológicas de
grande importância. Estes produtos naturais apresentam uma estrutura tetracíclica angular
84 Carreño, M. C.; García-Cerrada, S.; Urbano, A. J. Am. Chem. Soc. 2001, 123, 7929. 85 Carreño, M. C.; Somoza, A.; Ribagorda, M.; Urbano, A. Chem. Eur. J. 2007, 13, 879. 86 Carreño, M. C.; Somoza, A.; Ribagorda, M.; Urbano, A. Angew. Chem. Int. Ed. 2002, 41, 2755. 87 (a) Rohr, J.; Thiericke, R. Nat. Prod. Rep. 1992, 9, 103. (b) Krohn, K.; Rohr, J. Top. Curr. Chem. 1997, 188, 128. 88 (a) W. Rickards, R.; Wu, J.-P. J. Antibiot. 1985, 38, 513. (b) Oka, M.; Kamei, H.; Hamagishi,Y.; Tomita, K.; Miyaki, T.; Konishi, M.; Oki, T. J. Antibiot. 1990, 43, 967. (c) Ogasawara, M.; Hasegawa, M; Hamagishi, Y.; Kamel, H., Oki, T. J. Antibiot. 1992, 45, 129. (d) Puder, C.; Zeeck, A.; Beil, W. J. Antibiot. 2000, 53, 329.
O O
Al
Me3Al
AlMe Me
Me
SO
Me
Me
p-Tol
pro-R
pro-S
Melo, R. P. A. Introdução
37
com uma função quinona no anel C e diferentes substituições no anel A, com uma
estereoquímica determinada (Figura 11).
Figura 11: Estruturas das Rubiginonas A2 e C2
Estes compostos podem ser sintetizadas a partir de uma reação de Diels- Alder85 entre
um dieno homoquiral 72, que apresentaria os grupos do anel A com a configuração
absoluta adequada, e um derivado da juglona (5-hidróxi-1,4-naftoquinona) 73 como um
dienófilo quiral. O sistema do dieno pode ser obtido a partir de modificações sintéticas
simples do p-quinol (70) de acordo com o esquema 32 que mostra a retrossíntese de
Rubiginonas A2 e C2.86
Esquema 32
OMe
O
O
CH3O
OR
Rubiginona A2: R=HRubiginona C2: R=COiPr
1
4
3
A
BCD
MeO
O
O
OR
O
O
SOpTolPO Me
OR
MeO
MeO
PO Me
O
O
OHSOp-Tol
PO
OHSO2pTol
Me
1: Rubiginone A2 (R = H)
2: Rubiginone C2 (R = COi-Pr)
( )-73
1 3
4
72
70
(S)
6a
12a
3
Br 74 75
+1 3
4
8
2
5
A
BCD
Melo, R. P. A. Introdução
38
O composto 67 também pode ser utilizado na síntese enantiosseletiva de (-)-
Diidroepiepoformina (76) e (+)-Epiepoformina (77), que são produtos naturais derivados de
epóxidos cicloexenonas. 89 Estes produtos foram obtidos em poucas etapas reacionais,
moderados rendimentos e elevado excesso enantiomérico90 (Esquema 33).
Esquema 33
OH
Me
O
O
OH
Me
O
O
O
HOSOp-Tol
54%96% ee
61%96% ee
(R)
67
76 77
O sucesso do derivado sulfinila p-quinol, deve-se ao fragmento β-hidróxi-sulfóxido,
que confere ao composto uma estrutura rígida, devido à formação de ligação entre o próton
hidroxílico e o oxigênio sulfinílico,83 permitindo com isso, inúmeras transformações
estereosseletivas como redução do grupo carbonila, epoxidação do grupo enona,
dihidroxilações e entre outras. Também esse fragmento β-hidróxi-sulfóxido, atua como um
grupo protetor de cetonas quirais, como mostra o esquema 34.
Esquema 34
89 Carreño, M.C.; Merino, E.; Ribagorda, M.; Somoza, A.; Urbano, A. Org. Lett. 2005, 7, 1419. 90 Carreño, M. C.; Merino, E.; Ribagorda, M.; Somoza, A.; Urbano, A. Chem. Eur. J. 2007, 13, 1064.
O
HOSOp-Tol
OH
R1
OR2
Melo, R. P. A. Objetivos
39
CAPÍTULO 2-
OBJETIVOS
Melo, R. P. A. Objetivos
40
2 Objetivos
Um dos grandes desafios dos químicos orgânicos tem sido a síntese de compostos
orgânicos com completo controle de sua estereoquímica. Consideráveis esforços vêm sendo
empregados para o desenvolvimento de reações estereosseletivas e para entender os
mecanismos de controle estereoquímico.
Dentro do contexto de síntese assimétrica, este trabalho, tem como objetivo geral,
desenvolver novas metodologias em síntese assimétrica, utilizando grupos sulfinilas
quirais, uma vez que é conhecido seu potencial em transmitir quiralidade para outros
centros.
Como objetivos específicos, tem-se:
• Estudar a transferência enantiosseletiva de grupamentos à cetonas pró-quirais
α,β-insaturadas, utilizando reagentes de organocobre, uma vez que são
compostos bastante versáteis, e analisar a reatividade dos organocupratos
frente a utilização de um ácido de Lewis (BF3.Me2O), obtendo com isso,
compostos carbonílicos β-substituídos, que apresentam grande importância,
uma vez que podem ser “synthons” versáteis em síntese orgânica.
• Realizar adições enantiosseletivas de alilzinco a aldeídos, promovidas por
grupos sulfinilas quirais, para obter álcoois secundários opticamente ativos,
que merecem destaque diante da sua grande importância.
• Estudar a adição estereosseletiva de grupos arilas a (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) e utilizá-lo como precursor em
síntese assimétrica de cicloexanonas e cicloexenonas polisubstituídas, cujas
estruturas se encontram amplamente distribuídas nos esqueletos de distintos
grupos de produtos naturais.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
41
CAPÍTULO 3-
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
42
3 Resultados e Discussão
Inicialmente serão discutidos os resultados obtidos na primeira parte do projeto-“
Estudo da adição enantiosseletiva de ligantes a cetonas α,β-insaturadas, mediadas por
organocupratos”, em seguida serão abordados os resultados referentes à segunda parte
desta tese de doutorado, que tem como tema- “Adição enantiosseletiva de alilzinco a
aldeídos”. Esses dois tópicos foram desenvolvidos no Departamento de Química
Fundamental na Universidade Federal de Pernambuco.
Como último tópico, serão discutidos os resultados obtidos durante o estágio de
doutorado sanduíche realizado no Departamento de Química Orgânica da Universidade
Autónoma de Madrid/ Espanha sob a orientação da Profª Dra M. C. Carreño, cujo título é
“Estudo da adição estereosseletiva de grupos arilas a (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) e síntese assimétrica de aril-cicloexanonas e
aril-cicloexenonas substituídas, utilizando o composto 67 como precursor sintético”.
3.1- Adição enantiosseletiva de ligantes a cetonas α,β- insaturadas, mediadas por
organocupratos
Dentre as diversas metodologias existentes na literatura para a formação de novas
ligações C-C, a reação de adição conjugada de um organocuprato a cetonas α,β-
insaturadas é uma das mais versáteis. Estes reagentes podem ser empregados para a síntese
de compostos contendo diversas funcionalidades e as transformações mediadas pelos
organocupratos, são caracterizadas por sua elevada régio-, estéreo- e quimiosseletividade.91
Dentre estes reagentes, destacam-se os homocupratos de ordem superior, usualmente
gerados pela adição de dois equivalentes do reagente organometálico apropriado, ao sal de
cobre correspondente. Na utilização de homocupratos clássicos [R2CuLi ou R2Cu(CN)Li2],
podem ser utilizados heterocupratos contendo um ligante não transferível (RR) e um ligante
transferível (RT) que podem ser adicionados seletivamente, e muitas vezes um dos ligantes
é sacrificado.
91 Jonhson, C. R.; Dhanoa, D. S. J. Org. Chem. 1987, 52, 1887.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
43
Os ligantes escolhidos para estudar a transferência enantiosseletiva a cetonas pró-
quirais, foram os grupamentos alquila e sulfóxidos quirais que são compostos bastante
utilizados em síntese assimétrica, devido a sua elevada indução de quiralidade, analisando
dessa forma, qual destes ligantes se comportaria como ligante não- transferível (RR).
Cabe ressaltar, que o estudo realizado é bastante inovador, pois não existe nenhuma
metodologia descrita na literatura, utilizando sulfóxidos quirais em adição enantiosseletiva
de organocupratos.
A junção de metodologias envolvendo a utilização de sulfóxidos quirais para a
formação assimétrica de novas ligações C-C, bem como a versatilidade dos reagentes de
organocobre, nos levou à preparação de heterocupratos contendo um grupamento sulfóxido.
Nossa metodologia teve início com a síntese do (SR)-metil-p-toluil sulfóxido (20)
preparado de acordo com a metodologia descrita por Andersen,18 em 90% de rendimento
(Esquema 7, pg.11). Com a obtenção de 20 enantiomericamente puro, iniciou-se estudos
para a reação de formação do carbânion na posição α ao grupamento sulfóxido. Para isso,
inicialmente utilizou-se LDA como base, posteriormente, observou-se que a simples adição
de n-BuLi a 0°C também levava a formação do ânion desejado 78 (Esquema 35).
Esquema 35
p-TolS
CH3
O
..
Base
p-TolS
O
..
Li Base: LDA, THF, -78ºC n-BuLi, THF, 0ºC
20 78
A utilização de n-BuLi evita a preparação prévia do LDA e a reação de obtenção de
78 ocorre com retenção de configuração do grupamento sulfóxido, uma vez que é
conhecido na literatura,11 que a formação de carbânions a partir de sulfóxidos quirais ocorre
com retenção de configuração.
Em seguida, realizou-se reações para a síntese dos cupratos de ordem inferior (79) e
superior (80), gerados através da adição de um ou dois equivalentes do composto de
organolítio apropriado. O carbânion α-lítiosulfinila 78 foi tratado com diferentes sais de
cobre, como CuCN, CuBr. Me2S, CuI, CuCN. 2LiCl em solventes como THF e tolueno,
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
44
sendo a melhor condição encontrada quando o sistema CuI/THF foi utilizado (Esquema
36).
Esquema 36
CuI/THF
p-TolS
O
..
Li
78 79 80
-78ºC p-TolS
O
..
CuLi-78ºC p-Tol
S
O
..
CuBuLi2n-BuLi
cuprato de ordem inferior
cuprato de ordem superior
Ao cuprato de ordem superior (80), adicionou-se uma cetona α,β- insaturada,
observando somente a transferência do grupo butila à 2- cicloexenona, levando ao produto
de adição de Michael 81 em 80% de rendimento e em um período de 3 horas (Esquema 37).
Esquema 37
O
+
-78ºC, 3h
THF
O
Bu
80 81
80%, 0% ee
p-TolS
O
..
CuBuLi2
Nesta reação, observou-se que o grupamento sulfóxido se comporta como um ligante
não-transferível, estando de acordo com a literatura, uma vez que é conhecido, que
carbânions estabilizados por heteroátomos devem ser menos facilmente transferidos em
reações de cupratos do que ânions alquila e arila, este fato foi evidenciado por Jonhson et
al.91que mostrou o comportamento do ânion MeSOCH2- como ligante não- transferível em
reações não estereosseletivas com organocobre (Esquema 38).
Esquema 38
MeS
O
CuBu(CN)Li2
O
-78ºC
THF+Bu
O
34%
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
45
Adicionalmente, realizou-se um estudo da reatividade dos organocupratos preparados
na presença de um ácido de Lewis (BF3.Me2O). O aumento da reatividade das espécies de
organocobre diante de um ácido de Lewis, já é conhecido na literatura,47 uma vez que estes
se ligam ao cuprato gerando uma espécie mais reativa do que o substrato inicial. Com isso,
observou-se a formação do produto de interesse 81 em menores tempos reacionais (1 hora)
quando comparado com a metodologia realizada sem a adição de BF3.Me2O, e o mesmo
não alterou o comportamento de ligante não- transferível do grupamento sulfóxido
(Esquema 39).
Esquema 39
p-Tol
S
O
..
CuBuLi2 O , -78ºC1)
2) BF3.Me2O, -78ºC, THF
O
Bu
80 81
85%, 0% ee
O composto 81 foi analisado por HPLC e não foi observado ee. Haja vista este
resultado, resolveu-se utilizar outras cetonas α,β-insaturadas mais impedidas, com o intuito
de analisar se o grupo butila seria transferido de maneira enantiosseletiva, uma vez que
estas cetonas apresentam faces mais impedidas, tendo então o grupo butila uma certa
preferência de adição em uma das faces, como mostrado abaixo (Figura 12).
Figura 12: Adição do grupo butila à cetona α,β- insaturada mais impedida
A transferência do grupo butila presente em organocupratos de ordem superior (80),
foi observada também nas cetonas α,β-insaturadas mais impedidas, levando aos produtos
Bu
Bu
H
O
R
Bu
Bu
H
O
RR
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
46
de adição de Michael (82-85) em bons rendimentos (Esquema 40) que foram confirmados
de acordo com dados espectroscopicos descritos na literatura.
Os compostos carbonílicos β-substituídos obtidos, gerados através de adições
conjugadas 1,4 com reagentes organometálicos, tem grande importância, uma vez que
podem ser “synthons” versáteis em síntese orgânica.
Esquema 40
p-TolS
O
..
CuBuLi2
,THF, -78ºC1)
2) BF3.Me2O
80
O
O
O
O
O
Bu
1)
2) BF3.Me2O
1)
2) BF3.Me2O
1)
2) BF3.Me2O
,THF, -78ºC
,THF, -78ºC
,THF, -78ºC
O
Bu
O
Bu
OBu
82, 70%
83, 40%
84, 80%
85, 90%
Os produtos de adição de Michael (82-85), foram analisados em HPLC e as reações
não se mostraram estereosseletivas.
Estes resultados podem ser explicados pelo fato de que os compostos de organocobre,
em solução, podem existir como um equilíbrio de várias espécies, e a perda da
enantiosseletividade pode ser inevitável se este processo de equilíbrio produz alguma
espécie aquiral mais reativa do que a espécie de cobre. O caminho para solucionar este
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
47
problema, seria o desenvolvimento de um reagente quiral com elevada reatividade para
reprimir as reações mediadas por espécies não-quirais.92
São conhecidos casos que foram obtidos moderados ee’s em reações de adição
conjugada assimétrica. Como exemplo, tem-se a adição assimétrica do reagente de
Grignard à 2- cicloexenona, obtendo de 4 a 14% ee do produto de adição 1,4 na presença de
um complexo de cobre aminotroponeimina,93 este resultado foi otimizado (74% ee) com
adição de HMPA ou haletos de silício. A desvantagem deste método é a utilização do
reagente HMPA, haja vista sua grande toxicidade.
Um outro ligante que se mostrou bastante eficiente em reações conjugadas
enantiosseletivas foi 86 que apresenta um átomo de fósforo entre o binaftol e uma amina
quiral, sendo usado em adições conjugadas, catalisada por cobre, de reagente dialquilzinco
para uma grande variedade de enonas cíclicas, levando ao produto 87 em 90% ee (Esquema
41).
Esquema 41
Vários complexos de cobre têm sido usados para indução assimétrica em reações de
adição conjugada, resultados moderados de ee’s foram obtidos em muitos casos quando
THF foi usado como solvente e HMPA como aditivo.
92 Lin, G- Q.; Li, Y- M.; chan, A. S. C. Principles and Applications of Asymmetric Synthesis, Wiley-Interscience, 2001. 93 Villacorta, G. M.; Rao, C. P.; Lippard, S. J. J. Am. Chem. Soc. 1988, 110, 3175.
90% ee
120
119
119
R2Zn
R
O
Me
Me
Ph
Ph
N O
O P
O
86
87
86
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
48
Como não foi possível observar ee nas reações desenvolvidas, iniciou- se um estudo
de reação enantiosseletiva de alilzinco a aldeídos, utilizando compostos quirais de enxofre
como indutores de quiralidade.
3.2- Adição enantiosseletiva de alilzinco a aldeídos
As reações de transferência de grupo alila, fornecem excelentes rotas
estereosseletivas para converter aldeídos nos álcoois correspondentes. Desse modo, as
adições enantiosseletivas de alilsilanos, alilestananas e alilboranas têm sido extensivamente
estudadas.60
Nesta segunda parte da tese, descreve-se a adição assimétrica de alilzinco a aldeídos,
mediada por ligantes quirais de enxofre (Figura 13), sintetizados em nosso grupo de
pesquisa.
19 20 88
89* 90*
Figura 13: Ligantes Quirais
Primeiramente foi feito um estudo para observar a versatilidade destes ligantes quirais
no que diz respeito à indução de quiralidade, utilizando quantidades catalíticas (0,5 mol%).
A metodologia teve início com a formação do alilzinco (91), sendo necessária uma
prévia ativação do zinco com 1,2- dibromoetano e TMSCl, uma vez que a inserção do zinco
* ALVES, J. Tese doutorado, DQF-UFPE, 2006.
p-Tol
S
O
OMent....
CH3S
O
p-Tol
..p-Tol NH2
S
O
..
p-TolS
O
N
..
NS
O
N p-Tol
H
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
49
em ligações halogênio- carbono além de depender das condições reacionais como solvente,
concentração e temperatura, depende também da ativação do zinco.94 Em seguida, foi
adicionada uma quantidade catalítica do ligante quiral (L*) em THF a –78°C, e a mistura
foi agitada nesta temperatura por 15 minutos para a formação do complexo “ alilzinco- L*
”, seguido da adição do benzaldeído a –78°C (Esquema 42). A reação mostrou-se bastante
eficiente, uma vez que o álcool 92 foi obtido à temperatura ambiente e em baixo tempo
reacional (15 minutos).
Esquema 42
Para a reação utilizando benzaldeído, THF como solvente e 0,5 mol% dos L*
sintetizados, foram observados bons rendimentos e moderados ee’s do álcool homoalílico
obtido. Estes resultados, encontram-se descritos na Tabela 2.
Tabela 2: Adição de alilzinco a benzaldeído, utilizando 0,5 mol% dos L*
Exemplo L* Rendimento(%)a ee (%)b (conf.)c
1
(19)
80
24 (S)
94 Knochel, P.; Singer, R. D. Chem Rev. 1993, 93, 2117.
p-Tol
S
O
OMent..
124 123
*
OH
2) Benzaldeído, -78°C → t.a.
1) L* (0,5 mol%), THF, -78ºC ZnBr
91 92
Br
Zn/ THF 1) Et2Br2/TMSCl
2) , -78°C
ZnBr 1) L* (0,5 mol%), THF, -78°C
2) Benzaldeído, -78°C →t.a.
O H
*
123 124 91 92
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
50
2
(20)
82
15 (S)
3
(88)
75
17 (S)
4
5
(89)
(90)
87
65
41 (S)
20 (S)
a Rendimento do produto 92 obtido após purificação em cromatografia em coluna b Determinado por transformação do álcool 92 no éster de Mosher correspondente, seguido de RMN 19F. c Configuração assinalada por comparação com os valores de rotação óptica, descritos na literatura.
Uma baixa estereosseletividade foi observada com ligantes monodentados e um
aumento significativo foi encontrado quando ligante bidentado foi utilizado. Esta drástica
diminuição na enantiosseletividade poderia ser atribuída à inabilidade do sulfóxido atuar
como ligante com o átomo de zinco, enquanto que ligantes bidentados mais rígidos (N, O)
teriam maior habilidade em se ligar com o átomo de zinco, formando o complexo alilzinco-
L* mais estável, e com isso uma transferência enantiosseletiva mais eficiente ocorreria para
o produto.
..p-Tol NH2
S
O
..
p-TolS
O
N
..
NS
O
N p-Tol
H
..CH3
S
O
p-Tol
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
51
De acordo com os resultados descritos na Tabela 2, é possível observar também que o
álcool homoalílico 92 foi obtido em maior ee (41%), quando o L* 89 foi utilizado como
indutor de quiralidade na reação de adição enantiosseletiva de alilzinco a benzaldeído.
Adicionalmente, foi realizado um estudo na quantidade de L* utilizado, com o intuito
de analisar se aumentando a quantidade do L* na reação, aumentaria o ee do álcool
homoalílico. Realizou–se então, uma reação “teste”, trabalhando com 2 mol% do L* e foi
possível observar que a quantidade do L* não influenciou de maneira significativa o ee do
produto obtido. (Esquema 43).
Esquema 43
ZnBr1) 20 (2,0 mol%), THF, -78ºC
2) Benzaldeído, -78ºC t.a.
OH
*
91 92
SCH3
O
p-Tol..
20
Estes resultados, encontram-se descritos na Tabela 3.
Tabela 3: Determinação do ee de álcoois homoalílicos, variando a quantidade do L*
Ligante L* (mol%) Rendimento(%)a ee (%)b
(20)
0,5
2,0
82
86
15
20
a Rendimento do produto 92 obtido após purificação em cromatografia em coluna. b Determinado por transformação do álcool 92 no éster de Mosher correspondente, seguido de RMN 19F.
..CH3
S
O
p-Tol
ZnBr 1) L*, THF, -78°C
2) Benzaldeído,
-78°C → t.a.
OH
*
123 124 91 92
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
52
Como o aumento do ee não foi significativo, optou-se portanto, em continuar os
nossos estudos utilizando 0,5 mol% de L*, haja vista as dificuldades e o custo para a
obtenção dos ligantes quirais.
Uma outra condição estudada, foi a temperatura da reação, onde foi possível observar
que a adição do aldeído ao alilzinco a temperatura ambiente e a 0°C não levou a formação
dos álcoois de interesse, uma vez que foi possível observar a formação de um precipitado
branco, onde provavelmente sais de zinco tenham sido formados.
Após estes resultados, onde a utilização de uma maior quantidade do L* não
aumentou significativamente o ee do álcool homoalílico e o mesmo não é formado a
temperatura ambiente e a 0°C, resolveu-se mudar o solvente para tolueno visando observar
se haveria variação no ee obtido. Dessa forma, o organozinco foi gerado na presença de
uma pequena quantidade de THF e depois o L*, em tolueno, foi adicionado a –78°C
seguido da adição do benzaldeído nesta mesma temperatura. Para esta reação, foi escolhido
o L* 89 já que apresentou maior ee nas reações em THF (Tabela 2 pg. 49) e foi possível
observar, uma diminuição no ee do álcool homoalílico 92 de quase 50% conforme mostra o
esquema 44.
Esquema 44
NS
O
p-Tol
..
ZnBr1) 89 (0,5 mol%), THF, -78ºC
2) Benzaldeído, -78ºC t.a.
OH
*
91 92
89
25% ee
Este fato pode ser explicado, por uma provável diminuição da solubilidade do
complexo alilzinco- L* com a conseqüente diminuição da polaridade do solvente, e uma
vez este complexo estando pouco solúvel, não ocorreria uma eficiente transferência
enantiosseletiva para o produto promovida por este complexo. Estes resultados, encontram-
se descritos na Tabela 4.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
53
Tabela 4: Determinação do ee de álcoois homoalílicos com a variação do solvente.
Ligante Solvente Rendimento (%)a ee (%)b
(89)
THF
Tolueno
87
82
41
25
a Rendimento do produto 92 obtido após purificação em cromatografia em coluna b Determinado por transformação do álcool 92 no éster de Mosher correspondente, seguido de RMN19F.
Depois destes estudos envolvendo as variáveis: quantidade do L*; temperatura
reacional e solvente nas reações de adição enantiosseletiva do organozinco a benzaldeído,
ampliou-se as análises para outros aldeídos utilizando THF como solvente e 0,5 mol% do
L* 89, uma vez que este apresentou maior indução de quiralidade quando o benzaldeído foi
utilizado. Estes resultados, encontram-se descritos na Tabela 5.
Tabela 5: Determinação do ee de álcoois homoalílicos, utilizando 0,5 mol% do L*
89 e THF como solvente.
NS
O
p-Tol
..
ZnBr1) 89 (0,5 mol%), THF, -78ºC
2) Aldeído, THF, -78ºC t.a. R
OH
*
91 93 a- k
89
ZnBr 1) L*, THF, -78°C
2) Benzaldeído,
-78°C → t.a.
OH
*
123 124
S
O
N p-Tol
..
91 92
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
54
Composto R Aldeído Rendimento (%)A
ee (%)B(conf.)C
93a
C6H5CH2CH2
80
26 (S)
93b
2-MeO-C6H4
68
42 (S)
93c
4-Cl- C6H4
86
17 (S)
93d
2-Nafitila
78
21 (S)
93e
2-CN- C6H4
O
H
CN
80
20 (S)
93f
3-CN- C6H4
80
7 (S)
93g
4-CN- C6H4
O
H
NC
85
10 (S)
93h
2-NO2- C6H4
O
H
NO2
-
-
O
H
OMe
H
O
Cl
O
H
H
O
O
H
CN
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
55
93i
4-NO2- C6H4
O
H
O2N
-
-
93j
C3H7
H
O
70
0
93k
C6H13
H
O
( )4
75
0
a Rendimento do álccol obtido após purificação em cromatografia em coluna. b Determinado por transformação do álcool obtido no éster de Mosher correspondente, seguido de RMN19F. c Configuração assinalada por comparação com os valores de rotação óptica, descritos na literatura.
De acordo com os dados descritos na tabela 5, foi possível observar que resultados
diferenciados foram obtidos com os diversos aldeídos utilizados, provavelmente, devido a
efeitos eletrônicos.95
Os aldeídos para-substituídos (93c e 93g) apresentaram reatividades similiares,
levando aos produtos em bons rendimentos e baixos ee’s. Reatividade similar, porém alta
seletividade, foi observado com os aldeídos orto-substituídos (93b e 93e). Não foi
observada enantiosseletividade quando aldeídos alifáticos foram utilizados (93j e 93k),
apesar de terem apresentados bons rendimentos. Para os aldeídos orto- e para-
nitrobenzaldeído (93h e 93i) nenhuma reação foi evidenciada.96
Os álcoois homoalílicos sintetizados nesta segunda parte da tese, foram confirmados
de acordo com dados espectroscópicos descritos na literatura. 97 , 98 , 99 Estes produtos
apresentaram bons rendimentos e moderados ee’s. Os resultados obtidos, podem ser
considerados bastante significativos para este tipo de catálise, visto que a quantidade de L*
empregado nas reações (0,5 mol%) ser uma das menores encontradas na literatura, além de
que, os L* que foram utilizados são inovadores neste tipo de adição enantiosseletiva de
alilzinco a aldeídos.
95 Zhang, H.; Xue, F.; Mak, T. C. W.; Chan, K. S. J. Org. Chem. 1996, 61, 8002. 96 Melo, R. P. A.; Menezes, P. H.; Vale, J. A.; Zeni, G. Tetrahedron Lett. 2006, 47, 1829. 97 Hirayama, L. C.; Gamsey, S.; Knueppel, D.; Steiner, D.; DeLaTorre, K.; Singaram, B. Tetrahedron Lett.
2005, 46, 2315. 98Aggarwal, V. k.; Vennall, G. P. Synthesis, 1998, 1822. 99 Davis, A. P. Jaspars, M. J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1 1992, 2111.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
56
Um dos exemplos descrito na literatura,100 é a utilização de sulfóxidos quirais (20) em
alilação assimétrica de aldeídos com aliltriclorosilano 94 (Esquema 45). Nesta reação, foi
utilizado um excesso de 20 (1,5 eq) e a reação foi conduzida a –78°C por um período de 65
horas, para obter 70% de rendimento e 51% ee do produto.
Esquema 45
20
Dessa forma, é possível observar que a metodologia desenvolvida neste trabalho para
a síntese de álcoois homoalílicos opticamente ativos, é mais viável, tanto na quantidade
catalítica do L* utilizado (0,5 mol%), quanto no tempo reacional (15 minutos).
Encontrou-se grandes dificuldades em determinar os ee’s dos álcoois homoalílicos
sintetizados, uma vez que não foi possível obter separações no GC quiral, apesar de
inúmeras condições serem testadas. Resolveu-se então diminuir a polaridade dos álcoois
com o intuito de observar a separação dos enantiômeros através de Cromatografia Gasosa,
sendo feito primeiramente reações dos álcoois sintetizados com TMS obtendo o composto
95, onde não foi observada mais uma vez a separação dos enantiômeros, uma segunda
tentativa foi fazer o acetato a partir dos álcoois homoalílicos gerando o composto 96 que
também não foi observado ee (Esquema 46).
Esquema 46
R
OH
*R
OTMS
* R
OAc
*
(a) (b)
(a) TMS-Imidazol, t.a.; (b) Py, Anidrido acético, t.a.
95 96
100 Massa, A.; Malkov, A. V.; Kocovsky, P.; Scettri, A. Tetrahedron Lett., 2003, 44, 7179.
..CH3
S
O
p-Tol
SiCl31) 20, CH2Cl2, -78ºC
2) PhCHO (0,5 mol)
OH
94 92
+ DIPEA *
(0,93 mol) 70%, 51% ee
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
57
Em uma terceira tentativa, realizou-se a derivatização dos álcoois sintetizados com o
ácido de Mosher (97)-(R)-MTPA (ácido α-métoxi-α-(trifluorometil)fenil acético), apesar
de ser uma reação bastante demorada (48 horas), conseguiu-se determinar os ee’s de todos
álcoois homoalílicos através de RMN 19F (Esquema 47).
Esquema 47
Adicionalmente, utilizou-se haleto de alila substituído (99) em reações de adição
enantiosseletiva a aldeídos, com o intuito de observar tanto a estereosseletividade quanto a
regiosseletividade da reação. Foi possível observar que a reação foi bastante regiosseletiva,
uma vez que foi obtido apenas o γ-regioisômero (100- Esquema 48). A reação foi contudo,
menos diastereosseletiva, uma vez que, obteve-se 89% de uma mistura inseparável 6:4 dos
diastereoisômeros syn e anti.
Composto R Rendimento (%) ee (%) (conf.)
98a C6H5CH2CH2 80 26 (S)
98b 2-MeO-C6H4 68 42 (S)
98c 4-Cl-C6H4 86 17 (S)
98d 2-Nafitila 78 21 (S)
98e 2-CN-C6H4 80 20 (S)
98f 3-CN-C6H4 80 7 (S)
98g 4-CN-C6H4 85 10 (S)
98h 2-NO2-C6H4 - -
98i 4-NO2-C6H4 - -
98j C3H7 70 0
98k C6H13 75 0
97, CH2Cl2,0ºC
DCC/ DMAPR
OH
* R
OMTPA
*
F3C CO2H
Ph
MeO
R
(R)-MTPA
97
48h98 a-k
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
58
Esquema 48
Br 1) Zn, THF, -78ºC
2) 89 (0,5 mol%), THF, -78ºC
3) Benzaldeído, -78ºC
OH
99 100
89%syn: anti (6:4)
NS
O
p-Tol
..
89
3.3- Estudo da adição estereosseletiva de grupos arilas a (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) e síntese assimétrica de aril-cicloexanonas e
aril-cicloexenonas substituídas, utilizando o composto 67 como precursor sintético.
A terceira parte que compreende esta tese de doutorado, pode ser dividida nos
seguintes tópicos:
i) Síntese do (SR)-4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona 67,
precursor chave para a obtenção de cicloexanonas e cicloexenonas substituídas;
ii) Estudo metodológico de adição de grupos arilas ao (SR)-p-quinol 67, uma vez que
até o momento não era conhecido o seu comportamento frente a este tipo de adição;
iii) Síntese estereosseletiva de aril-cicloexanonas e aril-cicloexenonas substituídas.
Os estudos foram iniciados com a síntese do composto (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona 67 de forma enantiomericamente pura. O método
para obter (SR)-p-quinol 67 está baseado na seqüência de reações indicada no Esquema 49.
O substrato de partida corresponde ao monoacetal dimetílico da p-benzoquinona 101. A
adição do carbânion α-lítiosulfinila 78 gerado por reação do (SR)-metil-p-toluilsulfóxido
(20) com n-BuLi a 0ºC, sobre 101 forma o produto 102 e uma posterior hidrólise do grupo
acetal com solução de ácido oxálico 5% leva ao p-quinol de configuração absoluta R no
sulfóxido, em 85% de rendimento global.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
59
Esquema 49
H3CO OCH3
O
101
n- BuLi, 0ºC
H3CSO
p-Tol
:
(SR)
SO
p-Tol
:Li
HOS
p-Tol
(SR)-67
..
O
(SR)-78
[α]D20 = +135
(c= 1,1 em CHCl3)
20
+ THF, -78ºC
HOS
p-Tol..
OCH3H3CO
Ác. Oxálico (5%)
THF/H204:1t.a.
85%
102
O O
A síntese dos monoacetais de p-benzoquinona, pode ser conseguida através de
metodologias distintas. O monoacetal dimetílico da p-benzoquinona 101, utilizado neste
trabalho, foi obtido a partir da oxidação eletroquímica de 1,4-dimetóxibenzeno101 em uma
solução de metanol utilizando potássio como eletrólito e um anodo de platina, seguido da
hidrólise controlada102 do bisacetal metílico 103, obtendo 101 com 80% de rendimento
(Esquema 50).
Esquema 50
O mecanismo desta oxidação anódica ainda não está perfeitamente comprovado.
Alguns autores sugerem que se inicia com a abstração de um elétron do 1,4-
dimetóxibenzeno para gerar um cátion radical A (Esquema 51), que sofre posteriormente o
ataque do metanol, gerando o radical B, que por sua vez, perde um elétron gerando o
101 (a) Henton, D. R., Anderson, K.; Manning, M. J.; Swenton, J. S. J. Org. Chem. 1980, 45, 3422. (b) Henton, D. R.; McCreery, R. L.; Swenton, J. S. J. Org. Chem. 1980, 45, 369. 102 Buchanan, G. L., Raphael, R. A.; Taylor, R. J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1 1973, 373.
OMe
OMe
, 1,5V, 1A
MeOH, KOH
OMeMeO
MeO OMe
H2O / acetona
O
MeO OMe0 ºC, 17h
(90%)
t.a., 4dias
(80%)
101
E
103
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
60
intermediário de Wheland103 C que dá lugar ao bisacetal da benzoquinona por adição de
metanol.104 Outros autores sugerem que o cátion radical A é atacado por uma radical
metoxila,105 que se gera também na cuba eletroquímica, para alcançar o intermediário de
Wheland C (Esquema 51).
Esquema 51
Uma vez sintetizado o (SR)-p-quinol 67, iniciou-se um estudo inovador em reações
de adição de grupos arilas ao p-quinol, na presença de AlMe2Cl, onde utilizou-se sete
compostos arílicos como indicado na figura 14 e estudou-se para cada reação, o tipo de
solvente e a temperatura de formação do aril-complexo, gerado entre AlMe2Cl e ArLi.
Figura 14: Compostos arílicos utilizados em reações de adição ao (SR)-p-quinol
103 Laali, K. K. Chem. Rev. 1996, 96, 1873. 104 Weinber, N. L.; Belleau, B. Tetrahedron 1973, 29, 279. 105 Nilsson, A.; Palmquist, U.; Pettersson, T.; Ronlan, A. J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1 1978, 708.
OMe
OMe
-e
OMe
OMe
MeOH
-H +
OMe
OMe
MeO
MeO-e
MeO
OMe
OMe
MeO
MeO OMe
OMeMeO
MeOH
-H++
A B
C
-e
.
Li
N
Br
N
Br
ClS
N
OO
Br
S LiO
104 105 106 107
108 109 110
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
61
Os estudos foram iniciados com a utilização do composto 104 (Figura 14), onde
primeiramente gerou-se o complexo AlMe2Ph 111 (Esquema 52) a partir da adição a 0ºC de
5 equivalentes de AlMe2Cl sobre 5 equivalentes de PhLi, e em seguida adicionou-se o
(SR)-p-quinol 67 ao complexo formado, obtendo dessa forma produto de adição 1,4 do
grupo fenila ao p-quinol (67) em tempo reacional bastante promissor, como mostra o
esquema 52.
Esquema 52
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
Ph
67, 1hPhLi (5 eq) + AlMe2Cl (5 eq) AlMe2Ph
45
111
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
67
Foi possível observar neste tipo de reação, a excelente seletividade na transferência
do grupo arila, uma vez que, em todos os casos estudados não foi evidenciado a
transferência do grupo metila, presente no complexo 111, ao p-quinol 67.
Como a adição de grupo arila ao p-quinol até então não havia sido estudada, era
necessário saber de fato onde estava ocorrendo à adição deste grupo, se estava obtendo
apenas um produto de adição 1,4 como procede à adição de grupos alquilas, alquenilas e
alquinilas82, 83 ao p-quinol, ou se teria a presença de vários diastereoisômeros, uma vez que
a presença do fragmento de cicloexadienona pró-quiral no composto 67 determina que se
podem formar até quatro diastereoisômeros neste tipo de reação, resultantes do ataque
sobre as duas posições conjugadas diastereotópicas e por cada uma das faces da enona
(Figura 15).
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
62
Figura 15: Possíveis diastereoisômeros obtidos em reações de adição ao p-quinol.
Através de RMN 1H do produto formado na reação descrita no esquema 52, foi
possível observar a formação de dois produtos de adição 1,4, devido aos sinais
característicos do próton da posição 2 (δ: 6,05- 6,19 ppm), sendo um majoritário. Com o
intuito de saber quais produtos estavam sendo obtidos, realizou-se uma oxidação do grupo
sulfóxido a sulfona na presença de m-CPBA, com o intuito de eliminar o centro quiral do
sulfóxido (Figura 16).
Figura 16: Sulfonas geradas a partir de oxidação com m-CPBA dos possíveis
diastereoisômeros formados em reações de adição ao p-quinol
Dessa forma, caso estivesse sendo formado os produtos de adição tipo E e G ou F e
H (Figura 16), haveria enantiômeros e conseqüentemente seria observado ao invés de dois
sinais, apenas um sinal referente ao próton da posição 2, com isso, a adição do grupo arila
estaria ocorrendo pelas duas posições conjugadas do fragmento da dienona e pela mesma
face (E e G ou F e H). Caso ainda fosse observado por RMN 1H a presença de dois sinais
HO
O
SO2p-Tol
XR R
HO
O
XS R
HO
O
XS
S5 5 5
HO
O
XRS
5
SO2p-Tol SO2p-Tol SO2p-Tol
E F G H
X= alquila, alquenila, alquinila, arila
2 2 22
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
XR R
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
XS R
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
XS
S
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
XRS5 5 5 5
2 2 2 2
A B C D
X= alquila, alquenila, alquinila, arila
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
63
referentes ao próton da posição 2, seria porque a adição do grupo estaria ocorrendo pela
mesma posição conjugada da dienona, porém em faces opostas, ou seja, estariam sendo
formados os diastereoisômeros tipo E e F ou G e H.
Observou-se que o RMN 1H da sulfona resultante da oxidação do sulfóxido com m-
CPBA apresentou apenas um sinal característico ao próton da posição 2. Nesse caso, pode-
se concluir que o produto de adição de grupo arila se dá pelas duas posições conjugadas do
fragmento da dienona e pela mesma face.
Este resultado pode ser visualizado nos espectros de RMN 1H descritos na figura 17.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
64
Figura 17: Espectros comparativos de RMN 1H de sulfóxido e sulfona em CDCl3.
7.
38
44
7.
35
65
7.
32
25
7.
31
85
7.
27
82
7.
26
00
7.
23
34
6.
14
17
6.
10
81
4.
27
44
3.
41
86
3.
40
62
3.
37
90
3.
36
65
3.
26
23
3.
22
27
3.
20
72
3.
16
72
2.
91
68
2.
87
18
2.
72
35
2.
67
85
2.
55
88
2.
54
64
2.
50
37
2.
49
12
2.
34
64
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
94.0
48
5.9
524
6.1
986
6.1
650
6.1
015
6.0
679
(ppm)
5.75.85.96.06.16.26.36.46.5
7.
65
04
7.
62
28
7.
43
76
7.
40
33
7.
27
02
7.
24
73
7.
23
59
7.
22
52
7.
18
78
6.
05
78
6.
02
38
3.
69
24
3.
42
48
3.
41
24
3.
38
35
3.
37
10
3.
26
95
3.
22
18
3.
17
94
3.
16
53
3.
15
36
3.
12
40
3.
10
58
2.
50
88
2.
49
64
2.
45
34
2.
44
09
2.
36
46
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
6.
05
78
6.
02
38
( p p m)
5 . 75 . 85 . 96 . 06 . 16 . 26 . 3
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
Ph
H2
HO
O
SO2p-Tol
Ph
H2
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
65
Desse modo, nas reações de adição de PhLi ao p-quinol, obteve-se em 98% de
rendimento e 96% de excesso diastereoisomérico os produtos inseparáveis 112 e 113, sendo
este o produto majoritário, com adição do grupo fenila pela posição pro-S do p-quinol
(Esquema 53). Esta reação ocorre com formação de dois novos centros quirais no produto
final, uma total diastereosseletividade π-facial e uma dessimetrização do fragmento pró-
quiral da dienona.
Esquema 53
(SR)-67
pro-S
(4R,5R,SR)-113
HOS
O
p-Tol
de > 94%
CH2Cl2, 0 ºC
98 % HOS
O
p-Tol
Ph
PhLi (4 equiv)
AlMe2Cl (4 equiv)
(4S,5S,SR)-112
HOS
O
p-Tol
+
Ph
.. ....O O O
4 4
O grupo fenila adicionado, é dirigido exclusivamente pela mesma face superior em
que se encontra o grupo -OH da posição 4 (Esquema 53). Este fato foi comprovado por
difração de raios-X que será mostrado no próximo tópico (Síntese estereosseletiva de ari-
cicloexanonas e aril-cicloexenonas substituídas).
O grupo –OH livre no p-quinol, demonstrou ser um grupo de extrema importância,
pois além de orientar a adição de grupos arilas, ele dirige adições conjugadas 1,4. Este fato
foi evidenciado utilizando (SR)-4-metóxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona
(114), onde em certas condições reacionais (PhLi, AlMe2Cl, 0ºC) gera apenas produtos de
adição 1,2 (115 e 116) em 70 e 12% de rendimento respectivamente, como mostra o
esquema 54.
Esquema 54
MeOSOp-Tol
O
(SR)-114
AlMe2Cl (5 equiv)
CH2Cl2, 0ºC
PhLi (5 equiv)
MeOSOp-Tol
(SR)-115
Ph OH
MeOSOp-Tol
HO Ph
+
(SR)-116
70% 12%
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
66
A estereoquímica do carbinol minoritário 116 foi estabelecida por difração de raios-X
(Figura 18), onde a estereoquímica syn do grupo fenila adicionado, é dirigida pelo grupo -
OCH3. Já o produto de adição 1,2 majoritário 115, resulta do ataque do grupo fenila do
reagente dimetil-fenil alumínio pela face oposta ao substituinte –OMe.
Figura 18: Determinação da estrutura de 116 por difração de raios-X.
Os resultados obtidos em reações de adição de grupos arilas ao p-quinol, estão
descritos na tabela 6, onde foi utilizado 5 equivalentes de AlMe2Cl e do composto arílico
(ArLi) respectivamente. O excesso desses reagentes se faz necessário conforme comentado
anteriormente (página 34).
Tabela 6: Resultados das reações de adição de grupos arilas ao (SR)-p-quinol (67)
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
Ar
67, 1hArLi (5 eq) + AlMe2Cl (5 eq) AlMe2Ar
45
111
MeOSOp-Tol
Ph OH
(SR)-116
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
67
Compostos
Arílicos
Condições Reacionais Resultados Rendimento
(%)
de
AlMe2Cl (0ºC), THF Material de Partida (67) - Li
104
AlMe2Cl (0ºC), CH2Cl2 Produto de adição 1,4
(113)*
98 94:6
n-BuLi (-78ºC), AlMe2Cl (-
78ºC), THF
Material de Partida (67) -
OO
Br
105
n-BuLi (-78ºC), AlMe2Cl
(0ºC), THF
Produto de adição 1,4
(117)*
60
80:20
THF, n-BuLi (t.a.) 1 noite,
AlMe2Cl (0ºC)
Material de Partida (67) -
O
106
THF, n-BuLi (-78ºC) 30 min,
AlMe2Cl (0ºC)
Produto de adição 1,4
(118)*
75 85:15
DME, CH2Cl2,CH3CN, CHCl3,
Et2O
AlMe2Cl (0ºC)
Material de Partida (67) -
S Li
107 THF, AlMe2Cl (0ºC) Produto de adição 1,4
(119)*
90 80:20
S
N
108
THF
n-BuLi (-78ºC), 30 min
n-BuLi (t.a.), 1 noite
n-BuLi (-78ºC), 4 h
sec-BuLi (-78ºC), 30 min
AlMe2Cl (0ºC
Material de Partida (67)
-
n-BuLi (-78ºC), THF, AlMe2Cl
(0ºC)
Produto de adição 1,4 (120)*
20
60:40 N
Br
109
n-BuLi (-78ºC), CH2Cl2,
AlMe2Cl (0ºC)
Material de Partida (67) -
N
Br
Cl
110
n-BuLi (-78ºC), CH2Cl2,
AlMe2Cl (0ºC)
n-BuLi (-78ºC), THF, AlMe2Cl
(0ºC)
Material de Partida (67)
-
* Os produtos obtidos da reação de adição de grupos arilas a (SR)-p-quinol estão mostrados na figura 19 pg. 70.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
68
Nas reações onde se obteve os produtos de adição almejados, o tempo reacional após
a adição do p-quinol ao aril-complexo, foi bastante promissor (1 hora) e estas reações
apresentaram uma eficiente diastereosseletividade e uma excelente seletividade na
transferência do grupo arila.
São inúmeras as aplicações sintéticas das reações de adição 1,4, uma vez que os
produtos obtidos, apresentam um fragmento de cicloexenona que permite funcionalizar as
três posições (C-1, C-2, C-3) do anel no produto de adição conjugada. Por sua vez, o grupo
β-hidróxi-p-toluilsulfinila da posição 4, além de atuar como um grupo protetor de cetonas
quirais, ele confere ao p-quinol (67) uma estrutura rígida devido à formação de ponte de
hidrogênio entre o próton hidroxílico e o oxigênio sulfinílico,83 permitindo com isso,
inúmeras transformações estereosseletivas. Por isso, os compostos derivados de adição 1,4
em (SR)-67 podem ser aplicados na síntese de diferentes derivados de cicloexanona,
cicloexenona e cicloexenodiona, assim como distintos compostos com sistemas de
cicloexano polisubstituídos, cujas estruturas se encontram amplamente distribuídas em
esqueletos de diversos grupos de produtos naturais.
Diante dos resultados obtidos (Tabela 6), é possível observar o distinto
comportamento dos compostos arílicos frente ao solvente utilizado, bem como, da
temperatura de formação do aril-complexo. E em nenhum caso, produtos de adição 1,2
foram observados, estando condizente com o que foi abordado anteriormente, no que diz
respeito à grande importância do grupo -OH da posição 4 do p-quinol (67) dirigir adições
conjugadas 1,4.
Para o composto arílico 105 quando a temperatura reacional para obter o aril-
complexo é realizada a -78ºC, obteve-se apenas material de partida, entretanto, produtos de
adição 1,4 (117) (Figura 19) em 60% de rendimento e um bom excesso diastereoisomérico
(80:20) são observados quando a temperatura reacional para obtenção do complexo é de
0ºC. O que leva a crer que o complexo não seja gerado a uma temperatura de -78ºC.
As condições reacionais para a formação do ânion de lítio quando se fazia necessário,
foi um fator de extrema importância. Para o composto 106, o ânion foi obtido quando foi
utilizado n-BuLi a -78ºC por um período de 30 minutos e conseqüentemente produtos de
adição 1,4 (118) (Figura 19) foram obtidos em 75% de rendimento e elevada
diastereosseletividade (85:15). O mesmo não foi observado para o compsoto arílico 108,
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
69
onde não se obteve sucesso em todos os ensaios realizados, e conseqüentemente apenas
material de partida (67) foi observado em todas as tentativas realizadas, ou até mesmo,
pode ter ocorrido à formação do ânion e este ser instável nas condições utilizadas,
decompondo em seguida.
Nas reações realizadas utilizando 107, o fator crítico foi o solvente utilizado, uma vez
que produtos de adição 1,4 (119) (Figura 19) foram obtidos em alto rendimento (90%) e
bom excesso diastereoisomérico (80:20), apenas quando THF foi utilizado. Já na presença
de outros solventes (DME, CH2Cl2,CH3CN, CHCl3, Et2O) obteve-se apenas material de
partida. Esse fato pode ser associado à inabilidade desses solventes em gerar o aril-
complexo, ou até mesmo, ser uma meio instável para o complexo formado, decompondo-o
em seguida.
Dificuldades também foram observadas no intercâmbio Bromo-Lítio para os
compostos arílicos 109 e 110. No primeiro obteve-se baixa reatividade reacional e produtos
de adição 1,4 (120) (Figura 19) foram obtidos em baixo excesso diastereoisomérico (60:40).
Já para o composto 110, apesar dos distintos ensaios realizados, produtos de adição 1,4 não
foram obtidos.
Excelentes resultados foram evidenciados quando o composto 104 foi utilizado, onde
produtos de adição 1,4 (113) (Figura 19) foram obtidos em 98% de rendimento e em
elevado excesso diastereoisomérico (96:4) utilizando CH2Cl2 como solvente. Devido a este
resultado bastante promissor, ampliaram-se os estudos para a síntese estereosseletiva de
aril-cicloexanonas e aril-cicloexenonas substituída, utilizando o grupo fenila como
substituinte.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
70
Figura 19: Produtos de adição de grupos arilas a (SR)-p-quinol (67).
A síntese de cetonas cíclicas aril substituídas é de grande interesse devido à presença
de análogos deste fragmento em produtos naturais, tais como os constituintes da família
Amaryllidaceae (Figura 20) que devido a suas atividades biológicas,106,107 tem estimulado
diversos estudos almejando a síntese destes compostos.
Figura 20: Constituintes da família Amaryllidaceae
As etapas reacionais que foram realizadas para a síntese assimétrica de fenil-
cicloexanonas e fenil-cicloexenonas substituídas, correspondem a:
� Adição de PhLi e AlMe2Cl ao p-quinol 67;
� Oxidação do grupo sulfóxido a sulfona; 106 Hudlicky, T.; Rinner, U.; Gordon, H.; Pettit, G. R. Angew. Chem. Int. Ed. 2004, 43, 5342. 107 Hudlicky, T.; Rinner, U.; Gonzalez, D.; Akgun, H.; Schilling, S.; Siengalewicz, P.; Martinot, T. A.; Pettit, G. R. J. Org. Chem. 2002, 67, 8726.
OH
OH
NH
O
O
OH
O
HO
R
R = OH, PancratistatinaR= H, 7-Deoxypancratistatina
10b
4a
119
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
S
117
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
OO
118
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
OHO
O
SO p-Tol
:
(SR)
45
45
45 45
113
120
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
N
45
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
71
� Redução estereosseletiva do grupo carbonila;
� Proteção do grupo hidroxila secundário;
� Eliminação do grupo mesotona MeSO2p-Tol (metil-p-toluilsulfona).
Estas etapas, encontram-se descritas no esquema 55.
Esquema 55
SO2p-Tol
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
HO
O
Ph
Oxidação
SO2p-Tol
HO
OH
Ph
OP
PhO
Eliminação
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
Ph
PhLi, AlMe2Cl
Redução67 113
Proteção
SO2p-Tol
HO
OP
Ph
P= TBDMS
Uma vez obtido o produto de adição 1,4 do grupo fenila ao p-quinol em 98% de
rendimento e elevado excesso diastereoisomérico (pg. 65), realizou-se a oxidação do grupo
sulfóxido a sulfona utilizando m-CPBA.
A reação de oxidação de sulfóxido a sulfona foi bastante promissora, uma vez que a
sulfona 121 foi obtida em elevado rendimento (98%) e em curto tempo reacional como
indicado no esquema 56.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
72
Esquema 56
SO2p-Tol
m-CPBA
1 h, 98%
CH2Cl2, 0 ºC
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
PhHO
O
Ph
113 121
Optou-se em realizar primeiramente esta etapa sintética, uma vez que como na rota
mostrada no esquema 55, o grupo sulfóxido seria eliminado com o intuito de recuperar o
grupo carbonila, e devido ao fato do mesmo não ser um bom grupo de saída por se tratar de
um ânion muito nucleófilo e básico e além disso ser pouco estabilizado (esquema 57),
decidiu-se realizar a oxidação do sulfóxido a sulfona, já que dessa maneira o ânion gerado
na eliminação, um sulfonil carbânion, estaria mais estabilizado, favorecendo dessa maneira
o processo de eliminação e conseqüentemente a síntese de cetonas cíclicas aril-substituídas.
Além de que, as sulfonas de p-quinol por serem sólidas, são mais fáceis de manipular do
que o óleo 113.
Esquema 57
O
HOS
Op-Tol
Ph
(4R,5R,SR)-113
O
PhO
O
OS
Op-Tol
Ph
-CH2SOp-Tol
Base
Após a obtenção da sulfona 121, iniciou-se estudos de redução estereosseletiva do
grupo carbonila desta sulfona. Utilizou-se primeiramente o DIBAL-H (hidreto de
diisobutilalumínio) como agente redutor e obteve-se uma mistura 85:15 dos carbinóis
epímeros 122 e 123, sendo isolado 122 em 73% de rendimento (esquema 58). Como foram
obtidos dois carbinóis epímeros, a busca por condições que permitissem obter apenas um
epímero de forma estereosseletiva era de extrema importância.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
73
Uma melhor estreosseletividade do processo de redução, foi obtida utilizando as
condições de Luche108 (NaBH4 e CeCl3) formando exclusivamente o carbinol 122 em 95%
de rendimento.
Esquema 58
HOSO2p-Tol
O
PhHO
SO2p-Tol
OH
Ph
123
O
HO
Ph
HOSO2p-Tol
OH
Ph
122
[H-]: DIBALH/THF 85 (73%) 15 (9%)[H-]: NaBH4, CeCl3/MeOH 100 (95%) 0
+
(4R,5R)-121
O
[H-]eqp-TolO2S
HO
Ph
p-TolO2S
[H-]eq
A B[H-]ax
[H-]ax
repulsão
[H-]
-78 ºC
R S6 6
Já é conhecido na literatura 109 o ataque de hidretos poucos volumosos como o
DIBAL-H e NaBH4, ser preferencialmente na posição axial em sistemas rígidos de
cicloexenonas, dessa forma, considerando a estrutura 121, conformação A (esquema 58),
com os substituintes CH2SO2p-Tol e Ph em posições pseudoequatorial, poderia ser mais
estável do que a conformação B. Se A é o confôrmero reativo, o ataque axial de hidretos
menos volumosos como NaBH4 explicaria a formação majoritária do 1,4-cis-diol 122, onde
sua configuração (1R,4R,6R) foi estabelecida por difração de raios-X como mostra a figura
21.
108 Luche, J, -L; Rodriguez-Hahn, L.; Crabbé, P. J. C. S. Chem. Commun. 1978, 601. 109 (a) Gung, B. Tetrahedron 1996, 52, 5263. (b) Wu, Y.-D.; Houk, K. N.; Trost, B. M. J. Am. Chem. Soc. 1987, 109, 5560.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
74
Figura 21: Determinação da estrutura de 122 por difração de raios-X
Uma vez realizado a redução estereosseletiva do grupo carbonila, iniciaram-se os
ensaios de retrocondensação86, 89, 90 que consiste em eliminar o grupo sulfona presente em
122. Primeiramente foi utilizado Cs2CO3 como base e CH3CN como solvente (Esquema 59)
e foi possível detectar como produto bruto da reação a formação da metil p-toluilsulfona
(125) e a presença do produto aromatizado de fenilhidroquinona 126. A solubilidade de 124
em meio aquoso e além disso, sua tendência em se aromatizar podem ser a origem das
dificuldades encontradas.
R
HO
PhHO
SO2pTol122
H
H
R
R
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
75
Esquema 59
OH
PhHO
SO2pTolO
O
Ph+ MeSO2p-Tol
122
124
125
OH
PhO
SO2pTol
Cs2CO3
OH
OH
Ph
126
CH3CN
Com o intuito de superar os problemas encontrados na eliminação do grupo sulfona,
decidiu-se transformar o substrato de partida 122 em 127, que apresenta o grupo hidroxila
protegido com TBDMS. Dessa forma, o tratamento de 122 com TBDMSOTf na presença
de 2,3-lutidina, levou a formação do derivado 127 em 78% de rendimento (Esquema 60).
Esquema 60
OH
HOSO2p-Tol
Ph
OTBDMS
HOSO2p-Tol
Ph
0 ºC, 1 hCH2Cl2
TBDMSOTf
2,6-lutidina
78%
122 127
Depois da proteção do grupo –OH de 122 com TBDMSOTf, iniciou-se o processo de
eliminação da metil p-toluilsulfona presente em 127 utilizando excesso de Cs2CO3 (2,5 eq.)
e CH3CN e mais uma vez observou-se apenas a formação de CH3SO2p-Tol (125).
Felizmente com a utilização de Cs2CO3 e CH2Cl2 como solvente, foi possível obter a
cicloexenona (4R,6R)-128 sob condições reacionais suaves e em excelente rendimento
(91%) (Esquema 61).
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
76
Esquema 61
OTBDMS
Ph
127
MeSO2p-TolHO
SO2p-Tol
OTBDMS
PhO
(4R,6R)-128
91%Cs2CO3
CH2Cl2, t.a.1
OTBDMS
PhO
SO2pTol
12h
Nesta reação, obteve-se o grupo carbonila no C-1 através do processo chamado
“retrocondensação”.86 O interesse em encontrar condições que permitissem realizar esta
eliminação em meios suaves era enorme, uma vez que, o fragmento β-hidróxi-sulfóxido
estaria se comportando como um grupo protetor de cetonas quirais.
O processo global de arilação, oxidação, redução e retrocondensação a partir do (SR)-
4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67), consiste em um método
muito útil e eficiente para a síntese de cetonas quirais cíclicas polissubstituídas, como
mostra o resumo esquematizado no esquema 62.
Esquema 62
OTBDMS
HOSO2p-Tol
Ph
OTBDMS
PhO
Cs2CO3
CH2Cl2
127
128
1. m-CPBA
2. NaBH4/CeCl3/MeOH
3. TBDMSOTf
MeSO2p-Tol
O
HOS
O p-Tol
PhLi, AlMe2Cl (4 equiv)
O
HOS
Op-Tol
CH2Cl2 Ph
67 113
0 ºC, 1h
2,6-Lutidina
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
77
Pode-se considerar o composto 128 como o intermediário chave para a síntese de
epóxi-, polihidróxi- e amino- derivados de cicloexanonas, uma vez que análogos destes
compostos fazem parte de esqueletos de diversos produtos naturais, como por exemplo, os
constituintes da família Amaryllidaceae. Dessa forma, com o intuito de obter estes análogos,
prosseguiu-se reações sintéticas realizando transformações estereosseletivas na
cicloexenona (4R,6R)-128 que teve início com a etapa de epoxidação.
A epoxidação na cetona α,β-insaturada 128 utilizando um agente oxidante volumoso
como ter-butilhidroperóxido (TBHP) e hidróxido de benziltrimetilamônio (TritonB, 40%
em metanol)110 como base. Sob estas condições, o epóxido (2S,3R,4R,6R)-129 foi obtido
em 96% de rendimento (Esquema 63) e em pequeno tempo reacional (1 h), onde o grupo
protetor volumoso TBDMS presente em C-4 no carbinol 128 foi essencial para obter uma
epoxidação anti a este grupo.
Esquema 63
OTBDMS
PhO
OTBHP, Triton B
THF, - 78 ºC
96%
S
R
OTBDMS
PhO
(4R,6R)-128
1
1 h
(2S,3R,4R,6R)-129
A posterior redução da α,β-epóxi cetona 129 sob condições de Luche,108, 111 (NaBH4 e
CeCl3) levou a formação de uma mistura de carbinóis (1R,2R,3S,4R,6R)-130 e do epímero
(1S)-131 em 70 % de rendimento e um excesso diastereoisomérico de 73:27 (Esquema 64).
Esquema 64
OTBDMS
Ph
130
O
O
OTBDMS
PhOH
ONaBH4, CeCl3
70%
MeOH
131
OTBDMS
PhOH
OR S
S
R+
(73:27)
6 6
(2S,3R,4R,6R)-129
110 Barros, M. T.; Matias, P. M.; Maycock, Ch. D.; Ventura, M. R.; Org. Lett. 2003, 5, 4321. 111 Li, K.; Hamann, L. G.; Koreda, M. Tetrahedron Lett. 1992, 33, 6569.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
78
A estereoquímica do carbinol foi deduzida a partir de valores de constante de
acoplamento (J) vicinal do hidrogênio em C-6, como mostra a figura 22.
Figura 22: Determinação dos centros estereoquímicos do α,β-epóxi carbinol 130
O hidrogênio em C-1 (δ = 3.93 ppm) aparece como dd com constante de
acoplamento J correspondente a 10 Hz (H-1/H-6 ax-ax) e 3,8 Hz (H-1/H-2 ax-eq). Além
disso, o hidrogênio de C-6 (δ = 2.88 ppm) aparece como ddd com J de 12,6; 10 e 2,4 Hz, o
qual corresponde ao H6/H5 ax-ax, H-6/H-1 ax-ax e H-1/H-5 ax-eq respectivamente (Figura
22).
Finalmente, a metodologia sintética foi ampliada para amino- análogos, onde tentou-
se introduzir um grupo amino vicinal ao substituinte fenila através de aminação redutora e
posteriormente uma possível ciclização de Bischler- Napieralski112 levaria a um análogo do
produto natural da família Amaryllidaceae, como demonstrado no esquema 65.
Esquema 65
112 Kim, S.; Ko, H.; Kin, E.; Kim, D. Org. Lett. 2002, 4, 1343.
OH
OH
NH
O
O
OH
O
HO
R
R = OH, Pancratistatina
R = H , 7- Deoxypancratistatina
10b
4a
130
OTBDMS
PhOH
OR6
HO
H
OTBDMS
Ph
O
H
H
H
Hax
Hec
J = 10 Hz
J = 3.8 Hz
3.93 ppm
1
2
6
H-6 δ: 2.88 (ddd, J6ax,5ax = 12.6, J6ax, 1ax =10 and J6ax, 5eq =2.4 Hz)
H-1 δ: 3.93 (dd, J 1ax,6ax= 10 and J 1ax,2eq=3.8 Hz)
5
e e
Heq
OTBDMS
N
O
O
O
HNH
OTBDMS
O
O
OTBDMS
O
O
S
R
129
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
79
Primeiramente, tratou-se a (2S,3R)-α,β-epóxi cetona 129 com acetato de amônio na
presença de cianoborohidreto de sódio obtendo 132 após 24 horas de reação (Esquema 66).
O bruto da reação foi purificado através de cromatografia em coluna e não foi possível
isolar o α,β-epóxi-amino (132). Em uma segunda tentativa, protegeu-se o grupo amino em
132 com (BOC)2O (Di-ter-butildicarbonato) e observou-se a formação do produto 133 por
RMN 1H, porém mais uma vez não foi possível isolar 133 de maneira pura.
Esquema 66
OTBDMS
Ph
H2N
O
(BOC)2O, CH2Cl2, t.a.
OTBDMS
N
O
O
O
H
OTBDMS
O
O
OTBDMS
Ph
NH2
O
H3CCOONH4, NaBH3CN, MeOH, t.a.
AcOPh
Ph
129 132
132
133
Após estes resultados, resolveu-se mudar as condições reacionais, tratando a α,β-
epóxi cetona 129 com benzilamina na presença de Na(OAc)3BH (Esquema 67) e dessa
forma, conseguiu-se primeiramente isolar a amina (1R,2R,3S,4R,6R)-134 em baixo
rendimento químico (15%), e uma posterior otimização da reação, onde trabalhou-se em
maior escala reacional, obteve-se a amina 134 em 60% de rendimento.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
80
Esquema 67
ClCH2CH2Cl, 0 ºC
OTBDMS
O
O
129
Na(OAc)3BHS
RPhCH2NH2
R
HOAc
OTBDMS
HN
O
60%
134
2
3
6
A amina 134 sintetizada, apresenta um carbono com grupo amino como substituinte
em C-1 e a mesma estereoquímica relativa, em C-6, do centro arila C-10b do produto
natural da família Amaryllidaceae (figura 20, pg. 70).
A determinação da configuração relativa de 134 (H1/H6 em um arranjo trans) foi
baseada na configuração absoluta de C-6 (configuração 6R estabelecida por difração de
raios-X do composto 122) e por análise do espectro de RMN 1H (figura 23). Neste caso, H-
1 aparece como um multipleto na região 3,28-3,23 ppm juntamente com os prótons de C-6
e C-3. Entretanto, o hidrogênio do epóxido em C-2 aparece em 3,45 ppm como um tripleto,
com constante de acoplamento J de 4,3 Hz, que corresponde a uma disposição equatorial-
axial com H-1 e H-3, como indica a figura 23.
Figura 23: Determinação dos centros estereoquímicos da α,β-epóxi-amina 134
Os estudos realizados no p-quinol fenil substituído, mostram o grande potencial da
estratégia sintética utilizada, em obter diversos derivados funcionalizados de hexanonas
cíclicas, que são versáteis synthons em síntese de produtos naturais, estando também
presentes em esqueletos de diversos produtos naturais.
NH
H
OTBDMS
Ph
O
H
H
H
H
H
Ph
J = 4.3 Hz
H-2 δ: 3.40 (t, J 2 eq, 1ax= J2eq,3ax= 4.3 Hz)
J = 4.3 Hz
1
2
6
3
OTBDMS
HN
O
134
16
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
81
Adicionalmente, ampliou-se a metodologia sintética na síntese de cicloexenonas
cíclicas, utlizando o p-quinol fenil substituído (113). Dessa forma, iniciou-se com a síntese
da cicloexadienona (4R)-135 através da adição estereosseletiva de PhLi e AlMe2Cl ao p–
quinol (67), de acordo com metodologia já citada, seguido da captura do enolato
intermediário com NBS formando o α-bromocetona 135 em 60% de rendimento. Depois da
eliminação de HBr na presença de carbonato de lítio e brometo de lítio, a cicloexadienona
fenil substituída 136 foi obtida em 71% de rendimento químico (Esquema 68).
Esquema 68
O
HOPh
60%
i) PhLi, AlMe2Cl, 0ºC, 1h
ii) NBS, THF, 0ºC, 1h
Br
O
HOPh
Li2CO3, LiBr, DMF, 100ºC
71%
O
HOS
O p-Tol
67
SO p-Tol S
O p-Tol
1h
135 136
Uma vez sintetizado 136, prosseguiu-se com as seguintes etapas reacionais:
� Oxidação do grupo sulfóxido a sulfona;
� Redução estereosseletiva do grupo carbonila;
� Proteção do grupo hidroxila secundário;
� Eliminação do grupo mesotona- MeSO2pTol (metil-p-toluilsulfona).
A etapa de oxidação do grupo sulfóxido com m-CPBA forneceu a sulfona 137 em
91% de rendimento e em baixo tempo reacional. Em seguida, procedeu-se a redução
estereosseletiva do grupo carbonila utilizando DIBAL-H e L-selectride como agentes
redutores, conforme esquematizado no esquema 69.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
82
Esquema 69
91%
m-CPBA, CH2Cl2, -78ºC
O
HOPh
SO p-Tol
136
1h
O
HOPh
SO2p-Tol
137
HOSO2p-Tol
OH
Ph
139
HOSO2p-Tol
OH
Ph
138
[H-]: DIBAL-H 65 (60%) 35 (23%)[H-]: L-Selectride 100 (85%) 0
+[H-]
THF, -78 ºC6 6
Observou-se nesta redução que o DIBAL-H proporcionou uma mistura 65:35 dos
carbinóis epímeros 138 e 139, sendo isolado 138 em 60% de rendimento. Entretanto, com a
utilização do hidreto volumoso L-selectride, obteve-se apenas a formação do carbinol 138
em 85% de rendimento. Uma posterior proteção do grupo hidroxila secundário de 138 com
TBDMSOTf levou a formação do derivado 140 em 78% de rendimento (Esquema 70).
Esquema 70
OH
HOSO2p-Tol
Ph
OTBDMS
HOSO2p-Tol
Ph
0 ºC, 1 h
CH2Cl2
TBDMSOTf
2,6-Lutidina
78%
138 140
Após a síntese do composto 140, iniciou-se os ensaios de eliminação do grupo
sulfona, que pode ser considerada a etapa crítica no processo de síntese de hexenonas
cíclicas. Em todos os ensaios realizados, obteve-se o produto aromatizado 141 e
conseqüentemente a formação da metil p-toluilsulfona (125) (Esquema 71).
Esquema 71
OTBDMS
HOSO2p-Tol
Ph
140
Cs2CO3, CH2Cl2
t.a. 12h
OH
OTBDMS
Ph+ MeSO2pTol
141
125
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
83
Decidiu-se portanto, alterar a rota sintética realizando primeiramente, reações de
epoxidação no produto oxidado 137, com o intuito de eliminar problemas de aromatização
na etapa de eliminação do grupo sulfona.
Em um primeiro ensaio, utilizou-se H2O2 como agente oxidante e TritonB como
base a uma temperatura de 0ºC e obteve-se os produto inseparáveis 142 e 144 em 30% de
rendimento, sendo 142 o produto duplamente oxidado majoritário (Esquema 72) e com a
utilização de TBHP e Triton B a 0ºC, observou-se a formação dos produtos 143 e 144 em
baixo rendimento químico (Esquema 72).
Esquema 72
O
HO
SO2p-Tol
PhO+
O
HO
PhO
HO
O
HO
PhOO
TBHP, Tritón B
0ºC
H2O2, Tritón B0ºC,
O
HO
PhO
30%
25%15%
SO2p-Tol
SO2p-Tol SO2p-Tol
142
143 144
HOSO2p-Tol
O
Ph
137
144
1h
1h
+
Em um terceiro ensaio, utilizou-se as mesmas condições citadas anteriormente
(TBHP e Triton B), porém mudando a temperatura reacional, e foi possível obter a α,β-
epóxi cetona 144 como único diastereoisômero em 85% de rendimento (Esquema 73). Esta
epoxidação estereosseletiva no sistema enona de 137, ocorre na dupla ligação mais
eletrofílica não substituída e a estereoquímica syn está dirigida exclusivamente pela mesma
face superior em que se encontra o grupo –OH.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
84
Esquema 73
TBHP, Tritón B
-78ºC t.a., 1h
O
HO
PhO
85% SO2p-Tol
HOSO2p-Tol
O
Ph
137144
Uma vez obtido o epóxido 144 em elevada diastereosseletividade e bom rendimento
químico, iniciou-se a redução estereosseletiva do grupo carbonila utilizando o agente
redutor L-selectride, obtendo apenas o carbinol 145 em 80% de rendimento (Esquema 74).
Esquema 74
O
HO
PhO
SO2p-Tol
144
OH
HO
PhO
SO2p-Tol
145
L-selectride, THF
-78ºC, 1h
80%
A diastereosseletividade do processo de redução poderia ser explicada através do
ataque equatorial de hidretos volumosos como L-selectride na conformação B mais estável
da α,β-epóxi cetona 144, uma vez que na conformação A, prováveis interações ocorram
entre o grupo fenila em C-3 e o substituinte em equatorial p-(toluilsulfonil)metil em C-4. O
ataque preferencial de hidretos volumosos em posições equatoriais já é conhecido na
literatura.113
Uma vez sintetizado o α,β-epóxi carbinol 145, iniciaram-se os ensaios de eliminação
do grupo metil p-toluilsulfona utilizando Cs2CO3 e CH2Cl2 como solvente. Nestas
113 (a) Wigfield, D. C. Tetrahedron 1979, 35, 449 (b) Brown, H. C.; Krishnamurthy, S. J. Am. Chem. Soc.
1972, 94, 7159.
OO
SO2p-Tol SO2p-Tol
B
OHO
Ph
[H-]eq
OHO
Ph
A
3
4
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
85
condições foi possível observar somente a presença de metil p-toluilsulfona (125)
(Esquema 75). Em uma segunda tentativa, realizou-se a proteção do grupo –OH secundário
utilizando TBDMSOTf e 2,6-lutidina obtendo 146 em 82% de rendimento e então
procedeu-se a etapa de eliminação do grupo sulfona na presença de Cs2CO3 e CH2Cl2 e
mais uma vez, obteve-se como produto bruto da reação o composto metil p-toluilsulfona
(125) e traços de produto aromatizado 147 foi observado (Esquema 75).
Esquema 75
OH
HO
PhO
SO2p-Tol145
Cs2CO3
CH2Cl2, t.a.12h
H3CS
O O
p-Tol
125
OTBDMS
HO
SO2p-Tol
Ph
0 ºC, 1 h
CH2Cl2
TBDMSOTf2,6-Lutidina
82%
146
OH
OTBDMS
Ph+ MeSO2pTol
147
125
OCs2CO3
CH2Cl2, t.a.12h
OH
1
4
1
4
Em diversas tentativas utilizando outras bases [(Ba(OH)2, NaH, tBuOK)] não foi
possível recuperar o grupo carbonila mascarado em C-1, pois nestes ensaios, observou-se a
presença de metil p-toluilsulfona (125) como produto final.
É provável que a inviabilidade destas reações, deva- se ao fato de que, uma vez
ocorrido o processo de retrocondensação, tem-se a formação da enona 148 (Esquema 76)
que apresenta o próton em C-4 com caráter ácido bastante elevado, e provavelmente sofrerá
em meio básico o processo de eliminação, levando a formação do difenol 149 que talvez
não tenha sido isolado por estar na fase aquosa na forma de difenolato ou ter sofrido
decomposição, oxidando-se a quinona.
Melo, R. P. A. Resultados e Discussão
86
Esquema 76
OH
HO
PhO
SO2p-Tol
1
4
145
OTBDMS
HO
PhO
SO2p-Tol
1
4
146
Cs2CO3
OR
Ph
O
O
H4
148
B-
OR
Ph
O
O
OR
Ph
O
O
OR
Ph
OH
OH
MeSO2p-Tol
149
Realizando uma pesquisa bibliogáfica, foi possível observar que a instabilidade de
epoxiquinóis em meio básico já é relatado na literatura.114 Dessa forma, a rota sintética
proposta, baseada na adição estereosseletiva de organoalumínio a p-quinol em combinação
com o processo de retrocondensação de metil p-toluilsulfona para recuperar o grupo
carbonila, não pode ser aplicada quando a estrutura final é sensível a meios básicos. Porém,
foi possível realizar inúmeras transformações estereosseletivas no p-quinol (67) que
possibilitou sintetizar sob condições suaves e em baixo tempo reacional, diversos derivados
funcionalizados de hexanonas cíclicas, que são importantes por serem synthons versáteis
em síntese orgânica e serem encontrados em esqueletos de diversos produtos naturais.
114 Miller, M. W.; Johnson, C. R. J. Org. Chem. 1997, 62, 1582
Melo, R. P. A. Conclusões
87
CAPÍTULO 4-
CONCLUSÕES
Melo, R. P. A. Conclusões
88
4 Conclusões
1ª Parte: Adição enantiosseletiva de ligantes a cetonas α,β-insaturadas, mediadas
por organocupratos.
• Não foram obtidos excessos enantioméricos nos produtos carbonílicos β-
substituídos, uma vez que os compostos de organocobre em solução, podem
existir como um equilíbrio de várias espécies, ocorrendo a perda da
enantiosseletividade quando este processo produz uma espécie aquiral mais
reativa do que a espécie de cobre;
• Apesar das reações envolvendo cupratos não se mostrarem estereosseletivas, a
metodologia desenvolvida é inovadora, pois não existem dados na literatura
que utilizem sulfóxidos quirais como ligantes em heterocupratos;
• O sulfóxido quiral apresentou um comportamento de ligante não-transferível
nas reações de transferência enantiosseletiva de organocupratos a cetonas α,β-
insaturadas.
2ª Parte: Adição enantiosseletiva de alilzinco a aldeídos.
• Os resultados obtidos nas adições enantiosseletivas de alilzinco a aldeídos
foram bastante significativos, uma vez que a quantidade de L* empregada nas
reações (0,5 mol%) ser uma das menores encontradas na literatura. Estas
reações também foram bastante eficientes, uma vez que os álcoois foram
obtidos em ee´s moderados, bons rendimentos e tempos reacionais curtos;
• Os ligantes quirais utilizados no desenvolvimento deste trabalho são
inovadores para o tipo de adição enantiosseletiva realizada.
Melo, R. P. A. Conclusões
89
3ª Parte: Estudo da adição estereosseletiva de grupos arilas a (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) e síntese assimétrica de aril-
cicloexanonas e aril-cicloexenonas substituídas, utilizando o composto 67
como precursor sintético.
• A reação de adição de grupos arilas a p-quinol (67), apresentou uma excelente
seletividade no que diz respeito a transferência desse grupo, e essa reação
ocorreu com a formação de dois novos centros quirais no produto final, uma
elevada diastereosseletividade π-facial e uma dessimetrização do fragmento
pró-quiral da dienona;
• Ο grupo β-hidróxi-sulfóxido, além de conferir ao p-quinol uma estrutura
rígida, ele atua como um grupo protetor de cetonas quirais.
• A etapa de retrocondensação (eliminação do fragmento β-hidróxi-sulfóxido)
consistiu na etapa chave para a síntese de aril-cicloexanonas e aril-
cicloexenonas substituídas;
• O processo de retrocondensação de metil p-toluilsulfona para recuperar o
grupo carbonila, não pode ser aplicado quando a estrutura final é sensível a
meios básicos;
• Os estudos realizados no fenil-p-quinol (113), mostraram o grande potencial
da estratégia sintética utilizada, em obter diversos derivados funcionalizados
de hexanonas cíclicas que estão presentes em esqueletos de produtos naturais,
sendo também versáteis synthons em síntese destes compostos.
O
HOSOp-Tol
OH
R1
OR2
Melo, R. P. A. Perspectivas
90
CAPÍTULO 5-
PERSPECTIVAS
Melo, R. P. A. Perspectivas
91
5 Perspectivas
• Realizar um estudo computacional do mecanismo da transferência
enantiosseletiva do complexo alilzinco-L* para o produto, nas reações de
adição enantiosseletiva de alilzinco a aldeídos.
• Utilizar ligantes quirais mais impedidos em adições enatiosseletivas de
alilzinco a aldeídos, com o intuito de observar se há aumento na
estereosseletividade da reação.
• Realizar reações estereosseletivas de redução do grupo carbonila e
dihidroxilações na cetona α,β-insaturada 128 e abertura de epóxido no α,β-
epóxi-carbinol 130 com o intuito de obter ciclitóis, que são moléculas
encontradas em esqueletos de produtos naturais.
OTBDMS
PhO
(4R,6R)-128
1
130
OTBDMS
PhOH
OR6
• Realizar a ciclização de Bischler-Napieralski nos produtos de aminação
redutora, obtendo com isso, uma amida análoga ao produto natural
Pancratistatina.
Melo, R. P. A. Parte Experimental
92
CAPÍTULO 6-
PARTE EXPERIMENTAL
Melo, R. P. A. Parte Experimental
93
6- Parte Experimental
6.1-Generalidades
Os solventes foram purificados e secos antes de serem utilizados, conforme técnicas
usuais.115 Todos os aldeídos utilizados foram destilados antes de sua utilização e os outros
reagentes foram diretamente utlizados.
O THF foi refluxado sobre sódio metálico, utilizando como indicador a benzofenona,
imediatamente antes do uso.
Para concentrar as soluções ou eliminar solventes, utilizou-se um rotoevaporador
Buchi Rotovapor R-114 conectado a uma bomba de vácuo KNF Neuberger.
Obteve-se a temperatura equivalente a –78°C necessária em determinadas sínteses,
através da mistura de gelo seco e acetona comercial.
6.2-Análises Cromatográficas
As reações foram acompanhadas por cromatografia de camada fina com placas
comercialmente de Polygram sílica-gel sobre suporte de plástico UV252 40x80 mm e folha
de alumínio 20x20 cm de sílica-gel 60 F254 Merck. Para a revelação das placas, utilizou- se
uma lâmpada de UV, solução de vanilina e solução de KMnO4.
As colunas cromatográficas foram preparadas com sílica-gel 60 230- 400 mesh
ASTM Merck eluídas sob pressão. O eluente utilizado é indicado em cada caso, bem como
as proporções relativas dos solventes.
6.3- Análises Espectroscópicas
6.3.1- Ressonância Magnética Nuclear (RMN)
Os espectros de RMN 1H e RMN 13C foram realizados a temperatura ambiente
utilizando CDCl3 como solvente (caso contrário se especifica o solvente utilizado). 115 Perrin, D.; Armarego, W. “Purificacion of Laboratory Chemicals”, 3ª edição. Pergamon Press, New York, 1982.
Melo, R. P. A. Parte Experimental
94
Os espectros de RMN referentes aos dois primeiros tópicos da tese foram
determinados em um espectrômetro Varian Unity Plus 300 MHz para hidrogênio e 75,4
MHz para carbono 13 no Departamento de Química Fundamental da Universidade Federal
de Pernambuco. Já os espectros de RMN realizados no terceiro tópico foram determinados
em um aparelho Brucker AC-300 e AC-500 MHz no Departamento de Química Orgânica da
Universidade Autônoma de Madrid.
Os deslocamentos químicos estão expressos por partes por milhão (ppm) e na
descrição dos sinais atribuídos nos espectro de RMN 1H, utilizou-se como abreviações d
(dubleto), dd (duplo dubleto), ddd (duplo dubleto de dubleto), dt (duplo tripleto), m
(multipleto) e s (singleto).
6.3.2- Espectometria de Massas
Os espectros de massa realizados para os dois primeiros tópicos desta tese foram
realizados em um espectrômetro Finningan GCQ Mat tipo quadrupolo íon- trap,
acoplado a um cromatógrafo a gás e os espectros de cromatografia gasosa foram
realizados em um cromatógrafo a gás HP5890 Series II com detector de ionização de
chamas (FID) e detector de condutividade térmica (TCD).
Já para os resultados obtidos no terceiro tópico da tese, os espectros de massas (EM)
foram realizados em um espectrômetro VG AutoSpec utilizando técnicas de impacto
eletrônico, FAB ou ESI. Os resultados obtidos estão expressos em função da relação
massa/carga (m/z) para os picos mais importantes e os valores entre parêntesis (%)
correspondem às intensidades relativas em relação ao pico base (100%). Os espectros de
massas de alta resolução (EMAR) foram realizados em um espectometro VG AutoSpec
utilizando técnicas de impacto eletrônico a 70 ev, FAB ou ESI como modo de ionização.
6.3.3- Ponto de Fusão
Os pontos de fusão foram determinados em um aparelho GallemKamp em tubos
capilares abertos.
Melo, R. P. A. Parte Experimental
95
6.3.4-Excessos Enantioméricos
Os excessos enantioméricos dos álcoois foram obtidos através de Cromatografia
Gasosa de coluna 20% Permetilada β-ciclodextrina (30mx0,32mmx0,25µm) da HP; Injetor
220°C; Detector 200°C.
6.3.5- Rotações Específicas ([αααα]D20)
Os valores de rotação óptica foram medidos a temperatura ambiente em um
polarímetro Perkin-Elmer 241C. Em cada caso, se indica o solvente e a concentração
utilizada.
6.3.6- Difração de raios- X
Os raios-X foram realizados em um difratômetro Bruker SMART 6K CCD, 3
círculos.
6.4- Procedimento Experimental
6.4.1- Síntese dos Ligantes Quirais de Enxofre
(1R,2S,5R,SS)-p-toluenosulfinato de mentila (19)
Em um balão de três bocas equipado com dois funis de adição e sob
argônio, adicionou-se 50 mL de Et2O seco e sal de sódio do ácido p-
tolueno-sulfínico (18 g; 0,08 mol) previamente seco sob vácuo a 50°C
durante 12 horas. Resfriou-se o balão a 0°C e adicionou-se gota a gota um
excesso de SOCl2 e agitou-se durante 1 hora. Removeu-se o excesso de SOCl2 através de
uma destilação azeotrópica com benzeno sob vácuo. Diluiu-se o resíduo obtido com 50 mL
de Et2O seco e adicionou-se a 0°C piridina (14 mL) e (1R,2S,5R)- (-)- Mentol (15,6 g; 0,1
mol) e agitou-se à temperatura ambiente durante 2 horas. Após este período, acrescentou-se
à reação 50 mL de água e de éter, separou-se as fases e lavou-se a fase orgânica com HCl
(20%), e em seguida secou-se com MgSO4 anidro, filtrou-se e concentrou-se. Fornecendo
um sólido amarelado que recristalizou-se em acetona e 2-3 gotas de HCl concentrado.
Obteve-se um sólido branco em 90% de rendimento e 98% de:
p-Tol
S
O
OMent..
Melo, R. P. A. Parte Experimental
96
P.f.: 110-111ºC; [αααα]D20 = -200 (c = 2 em acetona). Literatura: [α]D
20 = -202 (c = 2 em
acetona); RMN 1H (300 MHZ, CDCl3): δ 7.59 e 7.32 (sistema AA’BB’, 4H, p-Tol), 4.12 (dt, 1H,
J= 4.5; 10.8 Hz), 2.41 (s, 3H), 2.0- 2.3 (m, 3H), 1.15- 1.70 (m, 5H), 0.95 (d, 3H, J= 6.6 Hz), 0.85 (d,
3H, J= 7.2 Hz), 0,71 (d, 3H, J= 6.9 Hz); EM (IE) m/z (%):294 [M]+, 139, 83 (100%), 55.
(SR)-metil-p-toluilsulfóxido (20)
Em um balão de duas bocas e sob argônio, preparou-se o reagente de
Grignard a partir de magnésio (0,19 g; 8 mmol) em 10 mL de Et2O seco e
MeI (0,37 mL; 6 mmol). Em seguida, canulou-se a –78°C para um outro
balão contendo 19 (1,47 g; 5 mmol) dissolvido em Et2O seco. Agitou-se a
temperatura ambiente por 4 horas. Extraiu-se a reação com soluções saturadas de NH4Cl e
NaCl, separou-se as fases e secou-se a fase orgânica com MgSO4 anidro, filtrou-se e
concentrou-se. Purificou-se o produto obtido através de cromatografia em coluna (eluente
AcOEt: Cicloexano 1:9), obtendo-se 20 como um sólido branco em 90% de rendimento:
P. f. = 75-76ºC; [αααα]D20 = + 145 (c = 2, acetona). Literatura: [α]D
20 = +146 (c = 2, acetona);
RMN 1H (300 MHZ, CDCl3): δ 7.54 e 7.35 (sistema AA’BB’, 4H, p-Tol), 2.41 (s, 3H), 2.71 (s,
3H); EM (IE) m/z (%): 154 [M]+ 139 (100), 108 (38), 91 (19), 77 (28).
(SS)-p-toluenosulfinamida (88)
Em um balão de duas bocas e sob argônio, dissolveu-se 19 (1,2 g; 4,22
mmol) em 10 mL de THF seco e adicionou-se gota a gota a –78°C uma
solução de NaHMDS (4 g; 21 mmol) em THF seco(10 mL). Agitou-se a
temperatura ambiente durante 4 horas. Após este tempo, adicionou-se
solução saturada de NH4Cl, extraiu-se a fase orgânica com AcOEt e em seguida secou-se
com MgSO4 anidro, filtrou-se e concentrou-se. Obtendo-se um sólido laranja em 40% de
rendimento:
Recristalizado em CH2Cl2 e n-hexano; P.f. 112- 114°C; RMN 1H (300 MHZ, DMSO-d6):
δ 7.33 e 7.52 (sistema AA’BB’, 4H, p-Tol), 6.17 (s, 2H), 2.36 (s, 3H); RMN 13C (75.4
MHZ, DMSO-d6): δ 145.19, 139.96; 129.14; 125.38; 20.77.
..p-Tol NH2
S
O
..CH3
S
O
p-Tol
Melo, R. P. A. Parte Experimental
97
(SR)-2-(p-toluilsulfinilmetil)piridina (89)*
Em um balão de duas bocas e sob argônio preparou-se LDA (8
mmol) a partir de DIPA e n-Buli e adicionou-se 2-picolina (0,42
mL; 4 mmol) dissolvida em THF seco a –78°C e agitou-se durante
30 minutos. Em seguida adicionou-se 19 (1,17g; 4 mmol)
dissolvido em THF seco a –78°C e deixou-se atingir a temperatura ambiente . Adicionou-se
H2O e extraiu-se a reação com AcOEt, separou-se as fases e secou-se a fase orgânica com
MgSO4 anidro, filtrou-se e concentrou-se. Purificou-se o produto obtido através de
cromatografia em coluna (eluente AcOEt: Cicloexano 1:1), obtendo-se 89 como um sólido
laranja em 54% de rendimento:
P.f. 97- 99°C; RMN 1H (300 MHZ, CDCl3): 8.54 (m, 1H), 7.67 (dt, 1H, J= 2,1; 7,8 Hz),
7.41 (d, 2H, J= 8,4 Hz), 7.25 (d, 2H, J= 9.3 Hz), 7.21- 7.27 (2H), 4.18 (d, 1H, J= 12.3 Hz),
4.25 (d, 1 H, J= 12.3 Hz), 2.39 (s, 3H).
(SR)-4-metil-N-(piridin-2-il)benzossulfinimida (90)*
Em um balão de duas bocas e sob argônio adicionou-se t- BuOK
(0,56g; 5 mmol) em THF seco e resfriou-se a –78°C, em seguida
adicionou-se 2- aminopiridina (0,23g; 2,5 mmol) previamente
recristalizada em éter diisopropílico, agitou-se a reação durante 15
minutos a –78°C e em seguida acrescentou-se 19 (0,73g; 2,5 mmol) dissolvido em THF
seco a –78°C. Deixou-se atingir a temperatura ambiente .Adicionou-se H2O e extraiu-se a
reação com AcOEt, separou-se as fases e secou-se a fase orgânica com MgSO4 anidro,
filtrou-se e concentrou-se. Purificou-se o produto obtido através de cromatografia em
coluna (eluente AcOEt: Cicloexano 1:1), obtendo-se 90 como um um sólido branco em
60% de rendimento:
P.f. 162-164°C; RMN 1H (300 MHZ, CDCl3): δ 8.33 (m, 1H), 7.80 (d, 2H, J= 8.7 Hz),
7.68 (dt, 1H, J= 1.8; 7.0; 9.0), 7.43 (dt, 1H, J= 0.9; 0.9; 1.0 Hz), 7.25 (d, 2H, J= 8.7 Hz),
6.82 (dt, 1H, J= 1.0; 6.0; 7.0 Hz), 2.38 (s, 3H).
* ALVES, J. Tese de doutorado, DQF/ UFPE, 2006.
..
p-TolS
O
N
..
NS
O
N p-Tol
H
Melo, R. P. A. Parte Experimental
98
6.4.2- Procedimento geral para a síntese de cetonas ββββ-substituídas (81- 85)
Em um balão de uma boca e sob atmosfera de argônio, dissolveu-se 20 (100
mg; 0,65 mmol) em THF seco e adicionou-se n-BuLi (0,97 mmol) gota a gota
a 0°C, agitou-se durante 15 minutos nesta temperatura. Canulou-se a –78°C
para um balão de duas bocas contendo uma suspensão de CuI (123,7 mg; 0,65
mmol) em THF seco e agitou-se a 0°C por 15 minutos. Em seguida, adicionou-se 0,97
mmol de n-BuLi a –78°C e agitou-se a 0°C por 15 minutos. Após este tempo, adicionou-se
a cetona α,β- insaturada (0,65 mmol) em THF a –78°C, seguido da adição de BF3.Me2O
(96 µL; 1,04 mmol) e agitou-se a temperatura ambiente durante 1 hora. Extraiu-se o
conteúdo da reação com AcOEt e lavou-se a fase orgânica com uma solução aquosa
saturada de NH4Cl e solução de NH4OH e em seguida secou-se com MgSO4 anidro, filtrou-
se e concentrou-se. Purificou-se os produtos através de cromatografia em coluna (eluente
AcOEt: cicloexano 1:2).
6.4.3- Procedimento geral para a síntese de álcoois homoalílicos (92, 93 a-k)
Adicionou-se algumas gotas de 1,2-dibromoetano a um balão de duas bocas contendo
zinco em pó (100 mg; 1,5 mmol) em THF seco (5 mL), aqueceu-se três vezes esta
suspensão com o auxílio de uma pistola. Em seguida, adicionou-se 3-4 gotas de TMSCl e
agitou-se durante 10 minutos. A este balão, acrescentou-se sob argônio e a –78°C, brometo
de alila (0,14 mL; 1,35 mmol) e agitou-se por alguns minutos. Em seguida, adicionou-se a
–78°C o ligante quiral (0,5 mol%) em THF seco e agitou-se durante 5-7 minutos nesta
temperatura. Após este tempo, acrescentou-se à reação o aldeído (1,2 mmol) e agitou-se
durante 15 minutos à temperatura ambiente seguido da adição de uma solução aquosa de
HCl (1M). Extraiu-se o conteúdo da reação com AcOEt, separou-se as fases e secou-se a
fase orgânica com MgSO4 anidro, filtrou-se e concentrou-se. Purificou-se os produtos
através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt: hexano 1:3). Os dados dos produtos
obtidos estão de acordo com a literatura. 97- 99
O
R
Melo, R. P. A. Parte Experimental
99
6.4.4- Procedimento geral para a síntese de ésteres de Mosher (98 a- k)
Em um balão de duas bocas sob atmosfera de argônio contendo CH2Cl2 seco,
adicionou-se quantidades catalíticas de DCC e DMAP, e em seguida acrescentou-se (R)-
MTPA (16,4 mg; 0,07 mmol) a 0°C e agitou-se durante 30 minutos nesta temperatura. A
este balão, adicionou-se a 0°C e sob argônio o álcool homoalílico (1,1 eq) dissolvido em
CH2Cl2 seco e agitou-se a temperatura ambiente. Após 48 horas, filtrou-se o conteúdo da
reação através de uma coluna de vidro contendo SiO2 e concentrou-se.
6.4.5- Síntese dos materiais de partida
(SR)-4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67)
Adicionou-se n-BuLi 2M em hexano (36 mL, 72 mmol) a 0ºC, à uma
solução de (SR)-metil-p-toluilsulfóxido 20 (10 g, 65 mmol) em THF
(100mL). Depois de agitar 40 min a esta temperatura, acrescentou-se uma
solução de 4,4-dimetóxi-2,5-cicloexadienona 101 (10 g, 65 mmol) em THF
(40 mL) e agitou-se durante 2 horas a -78ºC. Após este tempo, hidrolisou-se
o produto obtido com solução saturada de NH4Cl (40 mL) e extraiu-se a fase orgânica com
acetato de etila, elimando o solvente a pressão reduzida. Em seguida, dissolveu-se o
produto em THF (40 mL) e adicionou-se uma solução de ácido oxálico (0.6 g, 6.65 mmol)
em água (20 mL). Depois de 2 horas de agitação, hidrolisou-se a reação com solução
saturada de NaHCO3, extraiu-se a fase orgânica com acetato de etila, secou-se sobre
MgSO4 e purificou-se o resíduo através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt/
hexano 3:1) levando ao composto (SR)-67 como um sólido branco em 85% de rendimento:
P.f.: 142-143 ºC; [αααα]D20 = +135 (c = 1.1 em CHCl3); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): 7,47
(sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.29 (sistema BB’, 2H, p-Tol), 7.22-7.17 (m, 1H), 6.90 (dd, J=
3.2 e 10.2 Hz, 1H), 6.22 (dd, J= 1.8 e 10.2 Hz, 1H), 6.11 (dd, J= 1.8 e 10.1 Hz, 1H), 4.74 (s,
1H), 3.09 e 2.76 (sistema AB, J= 13.2 Hz, 2H, CH2p-Tol), 2.36 (s, 3H); RMN 13C (75
MHz, CDCl3): 184.65; 148.33; 148.28; 142.70; 139.88; 130.30 (2C); 128.59; 128.10;
123.91 (2C); 69.32; 65.01; 21.46.
O
HO
S p-TolO
Melo, R. P. A. Parte Experimental
100
4,4-dimetóxi-2,5-cicloexadienona (101)
Obteve-se o monoacetal dimetílico da p-benzoquinona 101 a partir do
bisacetal metílico 103 dissolvido em acetona e em seguida adicionou-se água
até conseguir uma proporção 10:1 água/acetona. Agitou-se a mistura a 30 ºC,
seguindo o andamento da reação através de RMN 1H. Uma vez consumido
todo material de partida, extraiu-se a fase orgânica com éter, lavou-se com uma solução
saturada de NaCl e secou-se sobre MgSO4, eliminando o solvente a pressão reduzida.
Purificou-se o resíduo obtido por destilação a pressão reduzida (93ºC/ 4mmHg), obtendo-se
o composto 101 em forma de um líquido amarelo em 80% de rendimento:
RMN 1H (300 MHz, CDCl3): 6,47 (AA’, 2H), 6,11 (BB’, 2H), 3,04 (s, 6H).
1,1,4,4-tetrametóxi-2,5-cicloexadieno (103)
Sintetizou-se o composto 103 a partir de 1,4-dimetóxibenzeno (20 g) em uma
cela eletroquímica, com um potenciostato AMEL mod. 549, mantendo a
diferença de potencial em 2V e com uma intensidade de corrente de 1A.
Utilizando MeOH como solvente a 0 ºC, acrescentou-se hidróxido de potássio
sólido até observar uma intensidade de corrente de 100A. Esta corrente é mantida constante
até não observar material de partida por cromatografia em camada delgada (eluente: éter
etílico/hexano 1:4). Uma vez terminada a reação, elimina-se o solvente a pressão reduzida.
Obteve-se o produto 103 por cristalização em pentano quente em 90% de rendimento como
um sólido branco:
P.f. 43-45ºC; RMN 1H (300 MHz, CDCl3): 5.95 (s, 4H), 3.20 (s, 12H).
(SR)-4-metóxi-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2,5-cicloexadienona (114)
Adicionou-se n-BuLi 2M em hexano (36 mL, 72 mmol) a 0ºC, à uma
solução de (SR)-metil-p-toluilsulfóxido 20 (10 g, 65 mmol) em THF
(100mL). Depois de agitar 40 min a esta temperatura, acrescentou-se uma
solução de 4,4-dimetóxi-2,5-cicloexadienona 101 (10 g, 65 mmol) em THF
(40 mL) e agitou-se durante 2 horas a -78ºC. Após este tempo, hidrolisou-se o conteúdo
reacional com solução saturada de NH4Cl (40 mL) e extraiu-se a fase orgânica com acetato
de etila, eliminando o solvente a pressão reduzida. Em seguida, dissolveu-se o produto em
MeO OMe
MeO OMe
MeOSOp-Tol
O
MeO OMe
O
Melo, R. P. A. Parte Experimental
101
THF (40 mL) e adicionou-se uma solução de NaH (1.3 eq.). Após 30 min de agitação,
adicionou-se uma solução de MeI (4 eq.) e agitou-se a solução durante 90 min. Em seguida,
extraiu-se a fase orgânica com acetato de etila, lavou-se com solução saturada de NaCl e
secou-se sobre MgSO4. Em seguida, dissolveu-se o resíduo em THF (40 mL) e adicionou-
se uma solução de ácido oxálico (0.05 eq) em água (20 mL). Depois de 2 horas de agitação,
hidrolisou-se a reação com solução aquosa saturada de NaHCO3, extraiu-se a fase orgânica
com acetato de etila, secou-se sobre MgSO4 e purificou-se o resíduo através de
cromatografia em coluna (eluente AcOEt/ hexano 3:1) levando ao composto (SR)-114
como um sólido branco em 82% de rendimento:
P.f. 90- 92ºC; [αααα]]]]D 20 = +329 (c= 1.03 em CHCl3); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): 7.54-
7.52 (sistema AA’ 2H, p-Tol), 7.37- 7.32 (m, 3H), 6.69 (dd, 1H, J= 3.2 e 10.2), 6.46- 6.37
(m, 2H), 3.35 (s, 3H), 3.02 e 2.96 (sistema AB, J= 13.4, 2H, CH2p-Tol), 2.42 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ= 184.4, 148.2, 148.1, 141.9, 140.9, 132.2, 131.4, 130.1 (2C),
123.9 (2C), 73.5, 68.2, 53.4, 21.4.
6.4.6- Procedimento para adição de grupos arilas a (SR)-p-quinol (67)
(4R,5R,SR)-4-Hidróxi-5-fenil-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2-cicloexenona (113)
Adicionou-se AlMe2Cl (1.92 mL, 1.92 mmol 1 M em hexano) a 0ºC, à
uma solução de fenillítio (0.96 mL, 1.92 mmol, 2 M em nBu2O) em
hexano, e agitou-se a temperatura ambiente durante 30 min. Em
seguida dilui-se a reação com CH2Cl2 adicionando-se gota a gota (SR)-
4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) (100 mg,
0.38 mmol) em CH2Cl2 a 0ºC e agitou-se a temperatura ambiente durante 30 min. Após este
tempo, adicionou-se à reação, solução saturada de tartarato de sódio e potássio. Extraiu-se a
fase orgânica com CH2Cl2, secou-se sobre MgSO4, filtrou-se e concentrou-se sob vácuo.
Purificou-se o produto obtido através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt/ hexano
3:1), obtendo-se uma mistura inseparável 94:6 de (4R,5R,SR) e (4S,5S,SR) 113 como um
óleo amarelado em 98% de rendimento:
[αααα]]]]D20 = + 191 (c = 0.55 em CHCl3); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ = 7.38- 7.36 (sistema
AA’, 2H, p-Tol), 7,32-7.22 (m, 8H, Ph, H-3 e sistema BB’ de p-Tol), 6,12 (d, J = 10.2 Hz,
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
45
Melo, R. P. A. Parte Experimental
102
1H, H-2), 4.27 (s, OH), 3.39 (dd, parte X do sistema ABX, J = 11.9 e 3.6 Hz, 1H, H-5),
3.21 (dd, parte A do sistema ABX, J = 11.9 e 16.4 Hz, 1H, H-6), 2.89 e 2.70 (sistema AB, J
= 13.6 Hz, 2H, CH2p-Tol), 2.52 (dd, parte B do sistema ABX, J = 16.4 e 3.6 Hz, 1H, H-6),
2.35 (s, 3H). RMN 13C: δ = 198.8, 148,6, 142.4, 139.5, 138.1, 130.3 (2C), 129.6 (2C),
129.4, 128.5 (2C), 127.8, 123.9 (2C), 70.7, 64.3, 50.1, 40.4, 21.4; EM (IE) m/z (%): 340 (8)
[M]+, 324 (98), 306 (19), 236 (100); EMAR Calculado para C20H20O3S 340.1133,
encontrado 340.1131 [M]+.
(4R,5R,SR)-4-hidróxi-5-metilenodióxi-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2-cicloexenona (117)
Adicionou-se n-BuLi (0,67 mL, 1,6 mmol, 2.4M em hexano) a -78ºC
à uma solução de 4-bromo-1,2-(metilenodióxi)-benzeno (0,19 mL,
1,5 mmol) em THF, e agitou-se a reação a esta temperatura durante
30 minutos. Em seguida, acrescentou-se AlMe2Cl (1,53 mL, 1,53
mmol, 1M em hexano) a 0º. Agitou-se a reação a temperatura
ambiente durante 30 min e em seguida adicionou-se gota a gota (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) (80 mg, 0,31 mmol) em THF a 0ºC e agitou-
se a reação a temperatura ambiente durante 1 hora. Após este tempo, adicionou-se à reação,
uma solução aquosa saturada de tartarato de sódio e potássio. Extraiu-se a fase orgânica
com acetato de etila, secou-se sobre MgSO4, filtrou-se e concentrou-se sob vácuo.
Purificou-se o produto obtido através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt/ hexano
3:1), obtendo-se uma mistura inseparável 80:20 de (4R,5R,SR) e (4S,5S,SR) 117 como um
sólido amarelo em 60% de rendimento:
P.f. 76-78ºC; [αααα]]]]D 20= +141 (c 1.0, acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ= 7.38- 7.37
(sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.25- 7.21 (m, 3H, sistema BB’ de p-Tol e H-3,), 6.07 (d, 1H, H-
2, J= 9.9 Hz, 1º diastereoisômero), 5.98 (d, 1H, H-2’, J= 9.9 Hz, 2º diastereoisômero), 5.86
(s, 2H, 1º diastereoisômero), 4.38 (s, 1H, OH, 1º diastereoisômero), 3.27 (dd, 1H, H-5,
parte X do sistema ABX, J= 3.3 e 12.2 Hz, 1º diastereoisômero), 3.15- 3.02 (m, 1H, H-6,
parte A do sistema ABX, 1º diastereoisômero), 2.89 e 2.66 (sistema AB, J= 13.3 Hz, 2H,
CH2p-Tol, 1º diastereoisômero), 2.45 (dd, 1H, H-6, parte B do sistema ABX, J= 3.3 e 16.5
Hz, 1º diastereoisômero), 2.33 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ= 198.9, 148.7,
147.8, 147.1, 142.4, 139.5, 132.1, 130.3 (2C), 129.3, 123.9 (2C), 122.9, 109.7, 108.0, 101.1,
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
OO
45
Melo, R. P. A. Parte Experimental
103
70.7, 64.4, 49.7, 40.8, 21.4; EM (IE) m/z (%): 384 (4) [M]+, 368 (100), 350 (6); EMAR
Calculado para C21H20O5S 384,1031, encontrado 384,1034 [M]+.
(4R,5S,SR)-4-hidróxi-5-(benzofuran-2-il)-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2-cicloexenona (118)
Adicionou-se n-BuLi (0,67 mL, 1,6 mmol, 2,4M em hexano) a -
78ºC à uma solução de 2,3-benzofurano (0,17 mL, 1,5 mmol) em
THF, e agitou-se o conteúdo reacional a esta temperatura durante
30 min. Em seguida, acrescentou-se AlMe2Cl (1,53 mL, 1,53
mmol, 1M em hexano) a 0ºC. Agitou-se a reação a temperatura
ambiente durante 30 min e em seguida adicionou-se gota a gota (SR)-4-hidróxi-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) (80mg, 0,31 mmol) em THF a 0ºC e agitou-se
a temperatura ambiente durante 1 hora. Após este tempo, adicionou-se à reação, solução
saturada de tartarato de sódio e potássio. Extraiu-se a fase orgânica com acetato de etila,
secou-se sobre MgSO4, filtrou-se e concentrou-se sob vácuo. Purificou-se o produto obtido
por cromatografia em coluna (eluente AcOEt/ hexano 3:1), obtendo-se uma mistura
inseparável 85:15 de (4R,5S,SR) e (4S,5R,SR) 118 como um sólido branco em 75% de
rendimento:
P.f. 168-170ºC; [αααα]]]]D 20= +88 (c 1.4, acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ= 7.31- 7.28
(sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.18- 7.15 (m, 3H, sistema BB’ de p-Tol e H-3), 7.10- 6.92 (m,
4H), 6.47 (s, 1H, 2º diastereoisômero), 6.42 (s, 1H, 1º diastereoisômero), 5.92 (d, 1H, H-2,
J= 10.25 Hz, 1º diastereoisômero), 5.84 (d, 1H, H-2’, J= 10.2 Hz, 2º diastereoisômero),
4.26 (s, 1H, OH, 1º diastereoisômero), 3.74 (dd, 1H, H-5, parte X do sistema ABX, J= 4.4 e
9.6 Hz, 1º diastereoisômero), 3.59 (dd, 1H, H-5’, J= 4.2 e 10.4 Hz, parte X do sistema ABX,
2º diastereoisômero), 3.02 e 2.79 (sistema AB, J= 13.6 Hz, 2H, CH2p-Tol, 1º
diastereoisômero), 2.92 (dd, 1H, H-6, parte A so sistema ABX, J= 4.4 e 17.1 Hz, 1º
diastereoisômero), 2.54 (dd, 1H, H-6’, parte B do sistema ABX, J= 4.5 e 17.1, 2º
diastereoisômero), 2.18 (s, 3H, 1º diastereoisômero); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ=
196.8, 155.2, 154.5, 148.9, 142.4, 139.9, 130.3 (2C), 129.6, 128.1, 124.4, 124.3 (2C), 123.1,
121.0, 111.1, 106.1, 70.9, 65.1, 43.8, 38.5, 21.4; EM (IE) m/z (%): 364(100) [M-O]+, 346
(31), 240 (83); EMAR Calculado para C22H20O3S 364,1133, encontrado 364,0476 [M-O]+.
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
O
45
Melo, R. P. A. Parte Experimental
104
(4R,5S,SR)-4-Hidróxi-5-(tiofen-2-il)-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2-cicloexenona (119)
Adicionou-se AlMe2Cl (2.0 mL, 2.0 mmol, 1M em hexano) a 0ºC, à
uma solução de 2-tienillítio (2.0 mL, 2.0 mmol, 1M em THF), e agitou-
se a reação a temperatura ambiente durante 30 min e em seguida
adicionou-se gota a gota (SR)-4-hidróxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-
cicloexadienona (67) (100 mg, 0.38 mmol) em THF a 0ºC, agitou-se a
temperatura ambiente durante 30 min e após este tempo, adicionou-se à reação, solução
saturada de tartarato de sódio e potássio. Extraiu-se a fase orgânica com acetato de etila,
secou-se sobre MgSO4, filtrou-se e concentrou-se sob vácuo. Purificou-se o produto obtido
através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt/ hexano 3:1), obtendo-se uma mistura
inseparável 80:20 de (4R,5S,SR) e (4S,5R,SR) 119 como um óleo esverdeado em 90% de
rendimento:
[αααα]]]]D 20= +86 (c 0.64, acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ= 7.41- 7.36 (sistema AA’,
2H, p-Tol, 1º diastereoisômero), 7.41- 7.18 (m, 3H, sistema BB’ de p-Tol e H-3, 1º
diastereoisômero), 6.91- 6.88 (m, 3H, 1º diastereoisômero), 6.07 (d, 1H, H-2, J= 10.1 Hz,
1º diastereoisômero), 6.01 (d, 1H, H-2’, J= 10.1 Hz, 2º diastereoisômero), 4.75 (s, 1H, OH,
2º diastereoisômero), 4.73 (s, 1H, OH, 1º diastereoisômero), 3.91 (dd, 1H, H-5, parte X do
sistema ABX, J= 4.1 e 11.2 Hz, 1º diastereoisômero), 3.80 (dd, 1H, H-5’, parte X do
sistema ABX, J= 4.0 e 11.8 Hz, 2º diastereoisômero), 3.11 (dd, 1H, H-6, parte A do sistema
ABX, J= 11.2 e 16.8 Hz, 1º diastereoisômero), 3.03 e 2.17 (sistema AB, 2H, J= 13.4 Hz,
CH2p-Tol, 1º diastereoisômero), 2.61 (dd, 1H, H-6, parte B do sistema ABX, J= 4.1 e 16.8
Hz, 1º diastereoisômero), 2.33 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ= 197.7, 149.4,
142.2, 140.6, 139.8, 130.2 (2C), 129.4, 127.1, 126.4, 125.8, 123.9 (2C), 70.1, 64.8, 45.5,
42.1, 21.4; EM (FAB) m/z (%): 347 (74) [M+1]+ , 219 (30), 189 (94); EMAR (FAB):
Calculado para C18H19O3S2 347,0697, encontrado 347,0787 [M+1]+.
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
S
45
Melo, R. P. A. Parte Experimental
105
6.4.7- Procedimento de adição de PhLi a (SR)-4-metóxi-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2,5-
cicloexadienona (114).
(SR)-1-hidróxi-4-metóxi-1-fenil-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2,5-cicloexadienona (115 e
116)
Adicionou-se AlMe2Cl (1.92 mL, 1.92 mmol, 1M em
hexano) à uma solução de PhLi (0.96 mL, 1.92 mmol, 2
M em n-Bu2O) em hexano (5 mL) a 0 ºC, agitou-se o
conteúdo reacional a temperatura ambiente durante 30
min e em seguida, diluiu-se a reação com CH2Cl2. e
acrescentou-se uma solução de (SR)-4-metóxi-4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-
cicloexadienona (114) (92.5mg, 0.34 mmol) em CH2Cl2 a 0 ºC. Agitou-se a reação a
temperatura ambiente durante 30 min, seguida da adição de solução saturada de tartarato de
sódio e potássio. Extraiu-se a reação com CH2Cl2, secou-se a fase orgânica sobre MgSO4,
filtrou-se e concentrou-se a vácuo. Purificou-se o produto obtido através de cromatografia
em coluna (eluente AcOEt/hexano 3:1), obtendo os compostos separáveis 115 e 116 como
sólidos brancos em 70% e 12% de rendimento respectivamente:
Composto 115: P.f. 129-130 ºC; [αααα]]]]D20= +215 (c 0.5 em acetona); RMN 1H (300 MHz,
CDCl3): δ= 7.46- 7.43 (sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.37- 7.35 (d, J = 7.1 Hz, 2H), 7.27-7.17
(m, 5H), 6.15 (s largo, 2H), 6.13 (d, J = 10 Hz, 1H), 5.62 (d, J = 10 Hz, 1H), 3.22 (s, 3H),
2.89 (s, 2H, CH2p-Tol), 2.32 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ = 143.7, 141.8, 141.4,
137.3, 136.4, 129.9 (2C), 128.6 (2C), 128.1, 127.6, 125.4 (2C), 124.0 (2C), 71.8, 70.3, 69.3,
52.1, 28.9, 21.4; EM (FAB) m/z (%): 355 (12) [M+1]+, 337 (30); EMAR (FAB):
Calculado para C21H23O3S 355.1290, encontrado 355.1365 [M+1]+.
Composto 116: Recristalizado em AcOEt e Hexano. P.f 130-132 ºC; [αααα]]]]D 20= + 193 (c 0.2
em acetona). RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ = 7.43-7.20 (m, 9H, sistema AA’, BB’ de p-
Tol e Ph), 6.37 (dd, J = 9.9 e 2.2 Hz, 1H,), 6.03 (dd, J = 10.2 e 2.6 Hz, 1H), 5.73 (dd, 1H, J
= 10.1 e 2.6 Hz), 4.50 (s, 1H), 3.15 e 2.78 (sistema AB, J = 13.2 Hz, 2H, CH2p-Tol), 3.20
(s, 3H), 2.34 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ = 144.2, 141.8, 140.2, 140.1, 137.3,
130.4, 130.1 (2C), 128.3 (2C), 127.7, 125.3 (2C), 124.0 (2C), 71.8, 68.2, 66.0, 51.5, 29.7,
MeOSOp-Tol
115
Ph OH
MeOSOp-Tol
HO Ph
116
Melo, R. P. A. Parte Experimental
106
21.4; EM (IE) m/z (%): 354(7) [M]+, 336 (8), 320 (100); EMAR (EI) Calculado para
C21H22O3S 354.1290, encontrado 354.1427 [M]+.
6.4.8- Procedimento para a síntese de hexanonas e hexenonas cíclicas
(4R,5R)-4-Hidróxi-5-fenil-4-[[[[(p-toluilsulfonil)metil]]]]-2-cicloexenona (121)
Adicionou-se gota a gota uma solução de m-CPBA (1.5 equiv) em
CH2Cl2 (0.5 M) a 0 ºC, à uma solução de (4R,5R,SR)-113 (2.0 g, 5.9
mmol) em CH2Cl2 (0.5 M). Depois de agitar a 0 ºC durante 1 h,
hidrolisou-se a reação com solução saturada de Na2SO3 e extraiu-se a
fase orgânica com CH2Cl2, lavando-a com solução saturada de NaHCO3.
Purificou-se o resíduo através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt/Hexano 1:1),
isolando o composto 121 como um sólido amarelo em 98% de rendimento.
P.f. 58-60 ºC; [αααα]]]]D20 = + 4 (c 1.08 em acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ = 7.65 e
7.62 (sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.42 (d, J = 10.3 Hz, 1H, H-3), 7.27- 7.21 (m, 7H, Ph e
sistema BB’ de p-Tol), 6.04 (d, J = 10.3 Hz, 1H, H-2), 3.70 (s, 1H), 3.40 (dd, parte X do
sistema ABX, J = 12.4 e 3.7 Hz, 1H, H-5), 3.24 e 3.13 (sistema AB, J = 14.3 Hz, 2H,
CH2p-Tol), 3.19- 3.12 (m, 1H, H-6), 2.47 (dd, parte B do sistema ABX, J = 16.6 e 3.7 Hz,
1H, H-6’), 2.36 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ = 198.5, 147.5, 145.4, 137.9, 137.5,
130.1 (2C), 129.6 (2C), 129.5, 128.7 (2C), 127.9, 127.6 (2C), 70.3, 62.5, 49.8, 40.5, 21.6;
EM (FAB) m/z (%): 357 (13) [M+1]+, 341 (16), 307 (84); EMAR (FAB) Calculado para
C20H20O4S 357.1082, encontrado 357.1076 [M+1]+.
(1R,4R,6R)-6-fenil-[[[[(p-toluilsulfonil)metil]]]]-2-cicloexeno-1,4-diol (122)
Adicionou-se CeCl3.7H2O (1 eq.) a temperatura ambiente, à uma
solução de (4R,5R)-121 (190 mg, 0.54 mmol) em MeOH (0.05 M), e
agitou-se durante 10 min, em seguida acrescentou-se NaBH4 (1.66 eq) a
-78ºC e agitou-se a esta temperatura durante 2 horas. Após este tempo,
hidrolisou-se a reação com solução saturada de NaHCO3 e a fase
HOSO2p-Tol
OH
Ph
46
HOSO2p-Tol
O
45Ph
Melo, R. P. A. Parte Experimental
107
orgânica extraída com acetato de etila. Purificou-se o resíduo através de cromatografia em
coluna (eluente AcOEt/hexano 3:1), e isolou-se o composto 122 como um sólido branco em
95% de rendimento:
Recristalizado em pentano e acetato de etila; P.f 52-54ºC; [αααα]]]]D20 = + 9 (c 1 em acetona);
RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ = 7.64 e 7.62 (sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.26- 7.19 (m, 7H,
Ph e sistema BB’ de p-Tol), 6.14 (dd, J = 10.1 e 1.9 Hz, 1H, H-2), 5.88 (dt, J = 10.1 e 1.7
Hz, 1H, H-3), 4.40- 4.28 (m, 1H, H-4), 3.17 e 3.11 (sistema AB, J = 14.1 Hz, 2H, CH2p-
Tol), 3.06 (dd, parte X do sistema ABX, J = 12.2 e 2.4 Hz, 1H, H-6), 2.77 (s, 1H, OH),
2.36 (s, 3H), 2.23-2.11 (m, 1H, H-5), 2.03- 1.98 (m, 1H, H-5’), 1.70 (d largo, J = 6.4 Hz,
1H, OH); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ = 144.9, 139.4, 138.0, 134.9, 130.1, 129.9 (2C),
129.8 (2C), 128.4 (2C), 127.7 (2C), 127.4, 69.9, 67.9, 63.2, 47.5, 34.6, 21.6; EM (FAB)
m/z (%): 359 (21) [M+1]+, 341 (100), 323 (48); EMAR (FAB) Calculado para C20H22O4S
359.1239, encontrado 359.0802 [M+1]+.
(1R,4S,6R)-6-Fenil-1-[[[[(p-toluilsulfonil)metil]]]]-2-ciclohexeno-1,4-diol (123)
Adicionou-se DIBAL-H (1 M em hexano, 2 mL, 4 equiv) gota a gota a -
78ºC, à uma solução de (4R,5R)-121 (176 mg, 0.49 mmol) em THF (0.1
M), e agitou-se a esta temperatura durante 1 h. Destruiu-se o excesso de
DIBAL-H com metanol e tratou-se a mistura com solução saturada de
tartarato de sódio e potássio, extraiu-se a fase orgânica com acetato de
etila e secou-se sobre MgSO4. Purificou-se os produtos (1R,4R,6R)-122 e (1R,4S,6R )-123
(85:15) através de cromatografia em coluna (eluente CH2Cl2/acetona 5:1). Isolou-se
(1R,4R,6R)-122 e (1R,4S,6R)-123 como sólidos brancos em 73% e 9% de rendimento
respectivamente:
(1R,4S,6R)-123: P.f 73-75 ºC; [αααα]]]]D20 = -18 (c 1.09 em acetona); RMN 1H (300 MHz,
CDCl3): δ = 7.65 e 7.62 (sistema AA’, 2H, p-Tol), 7.33- 7.23 (m, 7H, Ph e sistema BB’ de
p-Tol), 6.37 (d, J = 9.9 Hz, 1H, H-2), 6.06 (ddd, J = 9.9, 4.9 e 1.0 Hz, 1H, H-3), 4.32- 4.39
(m, 1H, H-4), 3.42 (dd, parte X do sistema ABX, J = 13.0 e 2.5 Hz, 1H, H-6), 3.32 e 3.23
(sistema AB, J = 14.2 Hz, 2H, CH2p-Tol), 2.93 (s, OH), 2.54 (dt, parte A do sistema ABX,
J = 13.5 e 3.9 Hz, 1H, H-5), 2.43 (s, 3H), 1.83 (d largo, parte B do sistema ABX, J = 13.7
Hz, 1H, H-5’), 1.74 (d largo, J = 5.5 Hz, 1H, OH); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ =144.8,
HOSO2p-Tol
OH
Ph
46
Melo, R. P. A. Parte Experimental
108
139.5, 138.2, 132.1, 130.7, 129.9 (4C), 128.4 (2C), 127.6 (2C), 127.3, 70.0, 63.8, 63.4, 43.9,
33.6, 21.6; EM (IE) m/z (%): 340 (3) [M-18]+, 288 (7), 254 (25), 167 (57), 99 (100);
EMAR (IE) Calculado para C20H22O4S 340.1133, encontrado 340.1129 [M-18]+.
(1R,4R,6R)-4-[[[[(ter-butildimetilsilil)oxi]]]]-6-fenil-1-[[[[(p-toluilsulfonil)metil]]]]-2-cicloexenol
(127)
Adicionou-se 2,6-lutidina (81 µL, 0.7 mmol, 2.5 equiv) e TBDMSOTf
(114 µL, 0.5 mmol, 1.8 equiv) à uma solução de (1R,4R,6R)-122 (100
mg, 0.28 mmol, 1 equiv) em CH2Cl2 (0.5 M) a 0 ºC. Após 4 horas de
reação, tratou-se a mistura com solução aquosa saturada de NH4Cl e
extraiu-se a fase orgânica com AcOEt. Purificou-se o resíduo através de cromatografia em
coluna (eluente AcOEt /hexano 1:3) e isolou-se o composto 127 como um óleo amarelo em
78% de rendimento:
[αααα]]]]D20 = + 9.2 (c 1.02 em acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ = 7.64 e 7.62 (sistema
AA’, 2H, p-Tol), 7.32- 7.18 (m, 7H, Ph e sistema BB’ de p-Tol), 6.04 (d, J = 10.2 Hz, 1H,
H-2), 5.79 (d, J = 10.2 Hz, 1H, H-3), 5.21 (s, 1H), 4.37-4.32 (m, 1H, H-4), 3.18-3.07 (m,
3H, H-6 e CH2p-Tol), 2.35 (s, 3H), 2.27- 2.15 (m, 1H, H-5), 1.85- 1.81 (m, 1H, H-5’), 0.82
(s, 9H), 0.02 (s, 3H), -0.001 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ = 144.7, 139.8, 138.2,
129.9 (2C), 129.8 (2C), 129.2, 128.3 (2C), 127.7 (2C), 127.3, 69.9, 68.6, 63.2, 47.2, 34.9,
25.8 (3C), 21.6, 18.1, -4.5, -4.7; EM (FAB) m/z (%): 473 (9) [M+1]+, 455 (100); EMAR
(FAB) Calculado para C26H36O4SSi 473.2104, encontrado 473.2070 [M+1]+.
(4R,6R)-4-[[[[(ter-Butildimetilsilil)oxi]]]]-6-fenil-2-cicloexenona (128)
Adicionou-se Cs2CO3 (287 mg, 0.88 mmol, 4 equiv) a temperatura
ambiente, à uma solução de (1R,4R,6R)-127 (100 mg, 0.22 mmol, 1 equiv)
em CH2Cl2 (0.3 M). Após 24h de reação, tratou-se a mistura com H2O,
extraiu-se a fase orgânica com CH2Cl2 e secou-se sobre MgSO4.
Purificou-se o resíduo através de cromatografia em coluna (eluente AcOEt/hexano 1:6) e
isolou-se o composto 128 como um óleo branco em 91% de rendimento:
[αααα]]]]D20 = + 13 (c 1.4 em CHCl3); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ = 7.25- 7.13 (m, 3H),
7.04- 7.01 (m, 2H) 6.76 (d, J = 10.2 Hz, 1H, H-3), 5.93 (dd, J = 10.2 e 2.3 Hz, 1H, H-2),
HOSO2p-Tol
OTBDMS
Ph
46
OTBDMS
Ph
46
O
Melo, R. P. A. Parte Experimental
109
4.65- 4.60 (m, 1H, H-4), 3.42 (dd, parte X do sistema ABX, J = 13.3 e 5.1 Hz, 1H, H-6),
2.37- 2.17 (m, 2H, H-5 e H-5’), 0.80 (s, 9H), 0.03 (s, 3H), 0.00 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz,
CDCl3): δ = 198.2, 154.2, 138.7, 128.8, 128.6 (2C), 128.5 (2C), 127.2, 68.3, 52.2, 41.4,
25.7 (3C), 18.1, -4.5, -4.8; EM (IE) m/z (%): 302 (1) [M]+, 245 (13), 170 (35), 75 (100);
EMAR (IE) Calculado para C18H26O2Si 302.1702, encontrado 302.1702 [M]+.
(2S,3R,4R,6R)-4-[[[[(ter-butildimetilsilil)oxi]]]]-2,3-epóxi-6-fenil-1-cicloexanona (129)
Adicionou-se a -78ºC uma solução de ter-butilhidroperóxido (TBHP) (5-6
M em decano, 1.8 equiv) e 3 gotas de TritonB (40% solução em MeOH)
à uma solução de (4R,6R)-128 (40 mg, 0.13 mmol, 1 equiv) em THF (0.2
M). Agitou-se a mistura a temperatura ambiente durante 1 h e em seguida
tratou-se a mistura com solução saturada de Na2SO3, extraiu-se a fase orgânica com AcOEt
e purificou-se o resíduo por cromatografia em coluna (eluente AcOEt/hexano 1:5), isolando
o compsoto 129 como um óleo amarelo em 96% de rendimento:
[αααα]]]]D20= + 2 (c 1.0 em acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ= 7.34- 7.09 (m, 5H), 4.60-
4.57 (m, 1H, H-4), 3.65 (dd, parte X do sistema ABX, J = 12.5 e 6.2 Hz, 1H, H-6), 3.58-
3.56 (m, 1H, H-3), 3.40 (d, J= 3.6 Hz, 1H, H-2), 2.44- 2.29 (m, 1H, H-5), 2.01-1.93 (m, 1H,
H-5’), 0.94 (s, 9H), 0.16 (s, 3H), 0.15 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3): δ = 204.1,
139.2, 128.7 (2C), 128.5 (2C), 127.1, 65.4, 56.8, 54.9, 48.5, 33.0, 25.7 (3C), 18.0, -4.7, -4.8;
EM (ESI) m/z (%): 341 (23), 271 (30), 150 (100), 91 (13); EMAR (ESI) Calculado para
C18H26O3Si [M+Na] 341.1543, encontrado 341.1535.
(1R,2R,3S,4R,6S)-4-[(ter-butildimetilsilil)oxi]-2,3-epóxi-6-fenil-cicloexanol (130)
Adicionou-se Cloreto de Cério (III) heptahidratado (23 mg, 0.06 mmol) a
uma solução de cetona 129 (17.8 mg, 0.056 mmol) em MeOH (1.1 mL,
0.05 M). Agitou-se a suspensão a temperatura ambiente durante 10 min e
em seguida acrescentou-se NaBH4 (4.3 mg, 0.1 mmol) a -78ºC e agitou-se
a reação durante 4h a esta temperatura. Em seguida, hidrolisou-se o conteúdo da reação
com solução saturada de NaHCO3 e extraiu-se a fase orgânica com AcOEt. Purificou-se a
mistura obtida 130 e 131 (73:27) através de cromatografia em coluna (eluente
AcOEt/Hexano 1:6), obtendo-se um óleo em 70% de rendimento:
OTBDMS
O
O
Ph 2
3
OTBDMS
OH
O
Ph 2
3
Melo, R. P. A. Parte Experimental
110
[α]D20 = + 34.5 (c 0.2 em CHCl3);
RMN 1H (300 MHz, CDCl3): δ: 7.37- 7.20 (m, 5H),
4.34 (d, J = 2.3 Hz, 1H, H-4), 3.93 (dd, J = 10 e 3.8 Hz, 1H, H-1), 3.32 (d, J = 3.6 Hz, 1H,
H-3), 3.17 (s largo, 1H, H-2), 2.88 (ddd, J = 12.6, 10.0 e 2.4 Hz, 1H, H-6), 1.86-1.77 (m,
1H, H-5), 1.58-1.50 (m, 1H, H-5’), 0.93 (s, 9H), 0.12 (s, 3H), 0.08 (s, 3H); RMN 13C (75
MHz, CDCl3): δ: 142.9, 128.9 (2C), 127.7 (2C), 127.1, 71.2, 65.7, 57.3, 55.1, 41.8, 32.5,
25.8 (3C), 18.1, -4.8, -4.9; EM (IE) m/z (%): 263 (1) [M-tBu], 245 (29), 171 (52), 143 (34),
129 (27), 115 (16), 91 (18), 75 (100); EMAR (IE) Calculado para C14H28O3Si 263.1103,
encontrado 263.1094 [M+-tBu].
(1R,2R,3S,4R,6S)-N-benzil-4-[(ter-butildimetilsilil)oxi]-2,3-epóxi-6-fenil-cicloexilamina
(134)
Dissolveu-se uma mistura de benzilamina (6 µL, 0.05 mmol) e α,β-
epóxi cetona 129 (15.4 mg, 0.05 mmol) em 1,2-dicloroetano (220 µL,
0.22 M) e em seguida adicionou-se a 0ºC triacetóxiborohidreto de
sódio (16.2 mg, 0.07 mmol) e AcOH ( 3 µL, 0.04 mmol). Agitou-se a
mistura a temperatura ambiente e sob atmosfera de nitrogênio durante
24h. Em seguida acrescentou-se NH4Cl, extraiu-se a fase orgânica
com acetato de etila e secou-a sobre MgSO4. Purificou-se o resíduo obtido através de
cromatografia em coluna (AcOEt/Hexano 1:6), isolando 134 como um óleo amarelo em
60% de rendimento:
[α]D20 = +39 (c 0.29 em CHCl3); RMN 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 7.35- 7.30 (m, 2H), 7.25-
7.17 (m, 6H), 6.99- 6.96 (m, 2H), 4.44 (dd, J = 2.8 e 2.4 Hz, 1H, H-4), 3.67-3.54 (sistema
AB, J = 13.9 Hz, 2H, CH2Ph), 3.45 (t, J = 4.3 Hz, 1H, H-2), 3.28-3.23 (m, 3H, H-6, H-1 e
H-3), 2.23 (ddd, J = 13.2 e 2.8 Hz, 1H, H-5), 1.59-1.54 (m, 2H, H-5’, NH), 0.92 (s, 9H),
0.14 (s, 3H), 0.08 (s, 3H); RMN 13C (125 MHz, CDCl3) δ: 142.5, 137.0, 128.6, 128.4 (2C),
128.3, 128.2 (2C), 128.1 (2C), 127.8 (2C), 66.5, 56.2, 52.8, 52.7, 51.6, 37.4, 28.2, 25.8
(3C), 18.1, -4.8, -4.7; EM m/z (IE) 409 (1), [M+], 389 (19), 352 (7), 289 (5), 259 (7), 209
(24), 191 (20), 162(12), 106(22), 91 (100), 73(44); EMAR (IE) Calculado para
C25H35NO2Si 409.2437, encontrado 409.2419 [M]+.
OTBDMS
HN
O2
3
Melo, R. P. A. Parte Experimental
111
(SR)-4-hidróxi-4-[[[[(p-toluilsulfinil)metil]]]]-2,5-cicloexadienona (136)
Adicionou-se a 0ºC, AlMe2Cl (39.0 mL, 39.0 mmol 1 M em hexano) à
uma solução de fenillítio (19.0 mL, 39.0 mmol, 2 M em nBu2O) em
hexano e agitou-se a temperatura ambiente durante 30 min. Em seguida
dilui-se a reação com CH2Cl2, adicionou-se gota a gota (SR)-4-hidróxi-
4-[(p-toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (67) (2.0 g, 7.64 mmol)
em CH2Cl2 a 0ºC e agitou-se a temperatura ambiente durante 30 min.
Após este tempo, diluiu-se a reação com THF (46.0 mL) e adicionou-se a 0ºC NBS (23.0
mmol, 3 eq.) em THF. Depois de 1 h de reação, destuiu-se o excesso do organoalumínio
com MeOH e solução de tartarato de sódio e potássio e extraiu-se a fase orgânica com
acetato de etila, obtendo-se o bromo derivado 135, que diluiu-se em DMF (0.15M),
acrescentou-se LiBr (2 g, 23 mmol, 3 eq.), Li2CO3 (1.8 g, 24 mmol, 3.1 eq) e refluxou-se a
reação durante 1 h a 100ºC. Após este tempo, esperou-se a reação atingir a temperatura
ambiente e extraiu-se a fase orgânica com éter, e purificou-se o resíduo através de
cromatografia em coluna (eluente CH2Cl2/ Acetona 5:1), obtendo 136 como um óleo
amarelo em 71% de rendimento:
[α]D20 = -22 (c 0.42 em acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 7.63 e 7.60 (sistema AA’,
2H, p-Tol), 7.45 (d, J= 10.2 Hz, 1H, H-5), 7.33- 7.19 (m, 7H, Ph e sistema BB’ de p-Tol),
6.36 (d, J= 10.1 Hz, 1H, H-6), 6.26 (s, 1H, H-2), 4.96 (s, OH), 3.12 e 2.65 (sistema AB, 2H,
J= 13.3 Hz, CH2p-Tol), 2.31 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 185.4, 157.7, 149.1,
142.6, 139.5, 136.5, 130.3 (2C), 129.6, 128.9 (2C), 128.5 (2C), 128.2, 127.6, 123.7 (2C),
71.8, 65.1, 21.4.
(1S,2R,3R,4R)-2,3-epóxi-6-fenil-1-[[[[(p-toluilsulfonil)metil]]]]-5-cicloexen-1,4-diol (145)
Adicionou-se a 78ºC, L-selectride (0.31 mL, 0,31 mmol, 1M em THF) a
uma balão contendo o α,β-epóxi cetona 144 (26 mg, 0.07 mmol)
dissolvido em THF (0.8 M), agitou-se a esta temperatura durante 1h e
em seguida tratou-se seqüencialmente o conteúdo da reação com H2O,
MeOH, NaOH (5%) e H2O2 (30%). Extraiu-se a fase orgânica com
acetato de etila e purificou-se o resíduo através de cromatografia em coluna (eluente
AcOEt/Hexano 2:3), obtendo 145 como um óleo amarelo em 80% de rendimento:
O
HOPh
SO p-Tol
OH
HO
PhO
SO2p-Tol
2
3
Melo, R. P. A. Parte Experimental
112
[α]D20 = -23 (c 1.3 em acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 7.62 e 7.60 (sistema AA’,
2H, p-Tol), 7.31- 7.18 (m, 7H, Ph e sistema BB’ de p-Tol), 5.55 (t, J=2.42 Hz, 1H, H-5),
4.62- 4.64 (m, 1H, H-4), 3.91 (d, J= 4.3 Hz, 1H, H-2), 3.78- 3.75 (m, 1H, H-3), 3.33 (s, 2H,
CH2p-Tol), 2.36 (s, 3H), 1,96 (s, OH); RMN 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 145.1, 137.7, 137.6,
137.5, 129.9 (2C), 129.7 (2C), 128.8 128.0 (2C), 127.9, 127.6 (2C), 70.6, 65.9, 61.7, 59.2,
56.9, 21.6; EM (FAB) m/z (%): 373 (25) [M+1]+, 282(9), 199 (62), 167 (100); EMAR
(FAB) Calculado para C20H21O5S 373.1110, encontrado 373,1109 [M+1]+.
(1S,2R,3R,4R)-4-[(ter-Butildimetilsilil)oxi]-2,3-epóxi-6-fenil-1-[[[[(p-toluilsulfonil)metil]]]]-
5-cicloexen-1-ol (146)
Adicionou-se seqüencialmente a 0ºC, 2,6-lutidina (33µL, 0.28 mmol) e
TBDMSOTf (51 µL, 0.22 mmol) à uma solução de 145 (38 mg, 0.11
mmol) em CH2Cl2, e agitou-se a esta temperatura durante 1h. Após este
tempo, tratou-se o conteúdo da reação com NH4Cl e extraiu-se a fase
orgânica com CH2Cl2. Purificou-se o resíduo através de cromatografia
em coluna (eluente AcOEt/Hexano 1:3), obtendo 146 como um óleo claro em 82% de
rendimento:
[α]D20 = -10 (c 0.3 em acetona); RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 7.71 e 7.68 (sistema AA’,
2H, p-Tol), 7.39- 7.29 (m, 7H, Ph e sistema BB’ de p-Tol), 5.52-5.51 (m, 1H, H-5), 4.85-
4.83 (m, 1H, H-4), 3.89 (d, J= 4.24 Hz, 1H, H-2), 3.72-3.69 (m, 1H, H-3), 3.40 (s, 2H,
CH2p-Tol), 2,43 (s, 3H), 0.94 (s, 9H), 0.19 (s, 3H), 0.18 (s, 3H); RMN 13C (75 MHz,
CDCl3) δ: 145.07, 137.96,137,68, 136.97, 129.95 (2C), 129.91 (2C), 129.76, 127.90 (2C),
127.73, 127.61 (2C), 70.60, 66.95, 61.53, 58.36, 57.04, 25.83 (2C), 21.61, 18.26, -4.46, -
4.59; EM (FAB) m/z (%): 487 (18) [M+1]+, 154 (67), 73 (100); EMAR (FAB) Calculado
para C26H35O5SSi 487.1974, encontrado 487.1974 [M+1]+.
OTBDMS
HO
SO2p-Tol
Ph
O1
4
Melo, R. P. A. Referências Bibliográficas
113
CAPÍTULO 7-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Melo, R. P. A. Referências Bibliográficas
114
7- Referências Bibliográficas
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Pergamon Press, New York, 1982.
Melo, R. P. A. Anexos
122
CAPÍTULO 8-
ANEXOS
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
123
8.1- Espectros de RMN 1H e RMN 13C dos compostos sintetizados
Figura 24: Espectro de RMN 1H do composto 19 em CDCl3
Figura 25: Espectro de RMN 1H do composto 20 em CDCl3
SOMent
O
p-Tol..
19
SCH3
O
p-Tol ..
20
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
124
Figura 26: Espectro de RMN 1H do composto 88 em DMSO-d6
Figura 27: Espectro de RMN 13C do composto 88 em DMSO-d6
C5
C1
H3C..
NH2
S
O
1
23
4
2'3'
5
C4
C2 C2’
C3 C3’
..p-Tol NH2
S
O
88
H3C
..NH2
S
O
1
23
4
2'3'
5
88
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
125
Figura 28: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 67 em CDCl3
18
4.
64
48
14
8.
33
57
14
8.
28
47
14
2.
70
21
13
9.
88
16
13
0.
39
25
12
8.
59
97
12
8.
10
41
12
3.
91
34
77
.4
22
97
7.
00
02
76
.5
77
5
69
.3
25
9
65
.0
11
3
21
.4
65
2
( p p m)
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
7.4
884
7.4
611
7.3
058
7.2
793
6.9
284
6.9
176
6.8
944
6.8
836
6.2
447
6.2
386
6.2
107
6.2
047
6.1
290
6.1
230
6.0
954
6.0
890
4.7
455
3.1
139
3.0
699
2.7
976
2.7
855
2.7
415
2.3
623
(ppm)
1.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.0
(SR)-67
HOS
O
p-Tol..
O
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
126
Figura 29: Espectro de RMN 1H do composto 89 em CDCl3
Figura 30: Espectro de RMN 1H do composto 90 em CDCl3
..
p-TolS
O
N 89
..
NS
O
N p-Tol
H
90
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
127
Figura 31: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 113 em CDCl3
7.
38
44
7.
35
65
7.
32
25
7.
31
85
7.
27
82
7.
26
00
7.
23
34
6.
14
17
6.
10
81
4.
27
44
3.
41
86
3.
40
62
3.
37
90
3.
36
65
3.
26
23
3.
22
27
3.
20
72
3.
16
72
2.
91
68
2.
87
18
2.
72
35
2.
67
85
2.
55
88
2.
54
64
2.
50
37
2.
49
12
2.
34
64
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
19
8.
82
72
14
8.
62
70
14
2.
37
39
13
9.
55
34
13
8.
14
68
13
0.
28
30
12
9.
62
71
12
9.
36
47
12
8.
54
84
12
7.
80
51
12
3.
91
32
77
.4
22
77
7.
00
00
76
.5
77
37
0.
73
96
64
.3
33
4
50
.0
48
8
40
.4
21
2
21
.3
99
4
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
45
113
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
128
Figura 32: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 114 em CDCl3
184.4
553
148.1
608
148.1
025
141.9
295
140.9
311
132.2
072
131.4
712
130.1
447
123.9
717
77.4
375
77.0
148
76.5
921
73.4
801
68.2
254
53.4
379
21.3
923
(ppm)
020406080100120140160180200
7.5
458
7.5
186
7.3
512
7.3
378
7.3
173
7.3
075
7.2
679
6.7
203
6.7
095
6.6
863
6.6
763
6.4
605
6.4
541
6.4
262
6.4
198
6.4
151
6.4
087
6.3
815
6.3
747
3.3
260
3.0
309
2.9
862
2.9
741
2.9
290
2.4
094
(ppm)
0.01.02.03.04.05.06.07.08.0
MeOSOp-Tol
O
(SR)-114
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
129
Figura 33: Espectro de RMN 1H do composto 115 em CDCl3
Figura 34: Espectro de RMN 1H do composto 116 em CDCl3
7.
46
20
7.
43
50
7.
37
53
7.
35
15
7.
27
68
7.
27
30
7.
25
17
7.
24
98
7.
23
85
7.
22
91
7.
22
53
7.
21
09
7.
20
27
7.
19
83
7.
19
40
7.
18
83
7.
18
70
7.
17
64
6.
15
45
6.
11
63
6.
11
25
5.
64
30
5.
63
99
5.
60
72
3.
22
46
2.
89
20
2.
32
64
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 01 0 . 0
7.
43
15
7.
27
08
7.
18
92
6.
39
71
6.
39
02
6.
36
38
6.
35
63
6.
17
24
6.
16
49
6.
13
85
6.
13
16
6.
05
00
6.
04
18
6.
01
61
6.
00
86
5.
75
50
5.
74
68
5.
72
11
5.
71
30
4.
50
78
3.
20
36
3.
17
34
3.
12
95
2.
79
87
2.
75
48
2.
34
68
( p p m )
0 . 51 . 01 . 52 . 02 . 53 . 03 . 54 . 04 . 55 . 05 . 56 . 06 . 57 . 07 . 58 . 08 . 59 . 0
115
MeOSOp-Tol
HO Ph
MeOSOp-Tol
Ph OH
116
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
130
Figura 35: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 117 em CDCl3
6.0
902
6.0
565
5.9
954
5.9
611
5.8
690
2.9
164
2.8
713
2.6
851
2.6
401
(ppm)
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.0
19
8.
92
94
14
8.
70
01
14
7.
85
47
14
7.
14
05
14
2.
41
05
13
9.
48
80
13
2.
01
78
13
0.
32
69
12
9.
32
85
12
3.
94
26
12
2.
96
60
10
9.
76
73
10
8.
00
36
10
1.
11
64
77
.4
66
6
77
.0
36
6
76
.6
13
9
70
.6
88
7
64
.3
70
0
49
.7
06
4
40
.7
64
0
21
.4
28
7
( p p m)
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
117
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
OO
45
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
131
Figura 36: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 118 em CDCl3
196.7
940
155.2
229
154.5
524
148.9
625
142.3
887
139.8
743
130.3
196
129.5
835
128.0
749
124.3
434
123.9
645
123.0
462
121.0
419
111.0
937
106.1
379
77.4
302
77.0
075
76.5
848
70.8
637
65.1
279
43.8
614
38.4
974
21.4
287
(ppm)
020406080100120140160180200
6.
42
42
5.
93
46
5.
90
04
5.
85
76
5.
82
35
3.
76
27
3.
74
80
3.
73
08
3.
71
64
3.
61
84
3.
60
43
3.
58
36
3.
56
95
( p p m)
0 . 00 . 51 . 01 . 52 . 02 . 53 . 03 . 54 . 04 . 55 . 05 . 56 . 06 . 57 . 07 . 58 . 0
118
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
O
45
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
132
Figura 37: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 119 em CDCl3
6.
09
10
6.
05
70
6.
02
65
5.
99
25
3.
93
70
3.
92
33
3.
89
97
3.
88
59
3.
82
91
3.
81
57
3.
78
98
3.
77
64
( p p m)
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
197.7
269
149.3
779
142.2
138
140.6
541
139.8
670
130.2
395
129.3
868
127.0
765
126.4
060
125.8
375
123.8
989
77.4
958
77.0
731
76.6
504
70.0
838
64.8
000
45.4
866
42.1
123
21.3
996
(ppm)
020406080100120140160180200
119
HO
O
SO p-Tol
:
(SR)
S
45
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
133
Figura 38: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 121 em CDCl3
7.
65
04
7.
62
28
7.
43
76
7.
40
33
7.
27
02
7.
24
73
7.
23
59
7.
22
52
7.
18
78
6.
05
78
6.
02
38
3.
69
24
3.
42
48
3.
41
24
3.
38
35
3.
37
10
3.
26
95
3.
22
18
3.
17
94
3.
16
53
3.
15
36
3.
12
40
3.
10
58
2.
50
88
2.
49
64
2.
45
34
2.
44
09
2.
36
46
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
19
8.
47
01
14
7.
46
10
14
5.
40
57
13
7.
92
09
13
7.
57
84
13
0.
11
54
12
9.
59
06
12
9.
51
78
12
8.
66
51
12
7.
93
62
12
7.
57
91
77
.4
22
77
7.
00
00
76
.5
77
37
0.
35
33
62
.5
33
2
49
.7
64
5
40
.5
30
5
21
.6
25
3
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
HOSO2p-Tol
O
121
45Ph
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
134
Figura 39: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 122 em CDCl3
7.
64
00
7.
61
25
7.
26
39
7.
25
72
7.
24
54
7.
21
92
7.
18
56
6.
16
24
6.
15
60
6.
12
88
6.
12
24
5.
89
82
5.
89
28
5.
85
92
4.
33
65
4.
32
54
3.
18
73
3.
14
02
3.
12
44
3.
08
94
3.
08
07
3.
07
77
3.
04
54
3.
03
73
2.
77
08
2.
35
33
2.
23
46
2.
20
04
2.
19
33
2.
15
90
2.
14
96
2.
11
57
2.
02
93
2.
02
15
2.
01
55
2.
00
94
2.
00
34
1.
99
60
1.
98
83
1.
98
25
1.
97
45
1.
96
81
1.
96
34
1.
71
73
1.
69
48
( p p m )
0 . 51 . 01 . 52 . 02 . 53 . 03 . 54 . 04 . 55 . 05 . 56 . 06 . 57 . 07 . 58 . 08 . 59 . 09 . 5
14
4.
87
39
13
9.
42
97
13
8.
00
13
13
4.
88
20
13
0.
10
10
12
9.
88
96
12
9.
79
49
12
8.
41
02
12
7.
67
41
12
7.
39
71
77
.4
30
27
7.
00
02
76
.5
77
56
9.
95
99
67
.9
55
76
3.
16
75
47
.5
05
4
34
.6
20
1
21
.6
10
9
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
HOSO2p-Tol
OH
Ph
122
R
6
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
135
Figura 40: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 123 em CDCl3
7.
72
66
7.
69
93
7.
33
06
7.
32
25
7.
31
34
7.
30
37
7.
26
00
6.
39
08
6.
35
78
6.
09
16
6.
08
82
6.
07
51
6.
05
87
6.
04
18
4.
35
01
3.
44
99
3.
44
15
3.
40
69
3.
39
81
3.
34
44
3.
29
70
3.
25
02
3.
20
25
2.
93
09
2.
59
04
2.
57
73
2.
54
57
2.
53
23
2.
50
07
2.
48
69
2.
43
41
1.
88
86
1.
84
22
1.
75
91
1.
74
07
( p p m )
1 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
HOSO2p-Tol
OH
Ph
123
S6
14
4.
88
83
13
9.
55
34
13
8.
21
97
13
2.
09
04
13
0.
70
57
12
9.
94
05
12
8.
47
56
12
7.
64
47
12
7.
34
59
77
.4
22
77
7.
00
00
76
.5
77
37
0.
02
53
63
.8
15
96
3.
40
05
43
.9
34
1
33
.6
79
8
21
.6
10
7
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
136
Figura 41: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 127 em CDCl3
7.
64
42
7.
61
77
7.
31
95
7.
31
45
7.
29
26
7.
27
92
7.
27
11
7.
24
35
7.
21
66
7.
21
29
7.
19
34
7.
18
47
7.
16
42
6.
06
13
6.
02
77
5.
80
99
5.
77
60
5.
21
29
4.
35
34
4.
34
71
4.
33
97
3.
18
17
3.
14
57
3.
13
43
3.
11
92
3.
07
18
2.
34
91
2.
26
77
2.
23
28
2.
22
57
2.
19
14
2.
14
74
1.
88
25
1.
87
44
1.
86
87
1.
86
40
1.
84
65
1.
84
15
1.
83
31
1.
82
70
0.
82
87
0.
82
54
0.
02
13
0.
00
02
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
14
4.
71
36
13
9.
79
41
13
8.
19
07
13
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21
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9.
91
15
12
9.
81
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12
9.
19
00
12
8.
30
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12
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68
87
12
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26
59
77
.4
22
97
7.
00
02
76
.5
77
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69
.9
23
56
8.
56
06
63
.2
18
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47
.2
57
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34
.8
97
1
25
.8
30
7
21
.5
74
5
18
.1
41
8
-4
.5
31
3-
4.
72
08
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
OTBDMS
Ph
127
HOSO2p-Tol
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
137
19
8.
23
37
15
4.
21
75
13
8.
74
78
12
8.
82
74
12
8.
60
92
12
8.
57
29
12
7.
18
37
77
.4
21
87
7.
00
00
76
.5
78
2
68
.3
52
4
52
.1
99
1
41
.3
76
8
25
.7
32
6
18
.0
95
9
-4
.5
59
5-
4.
79
22
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
Figura 42: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 128 em CDCl3
7.
25
28
7.
22
98
7.
21
00
7.
20
52
7.
13
01
7.
04
78
7.
04
23
7.
01
97
6.
78
68
6.
78
17
6.
77
57
6.
74
76
6.
74
18
5.
95
40
5.
94
63
5.
92
01
5.
91
25
4.
65
39
4.
63
51
4.
62
80
4.
62
17
4.
60
28
3.
45
51
3.
43
81
3.
41
07
3.
39
34
2.
37
18
2.
17
73
0.
80
41
0.
78
31
0.
03
10
0.
00
00
( p p m )
0 . 00 . 51 . 01 . 52 . 02 . 53 . 03 . 54 . 04 . 55 . 05 . 56 . 06 . 57 . 07 . 58 . 08 . 59 . 09 . 5
OTBDMS
PhO
128
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
138
20
4.
06
00
13
9.
20
36
12
8.
73
07
12
8.
58
49
12
7.
12
00
77
.4
22
77
7.
00
00
76
.5
77
3
65
.3
90
1
56
.8
55
85
4.
96
09
48
.5
40
1
33
.0
53
0
25
.7
72
22
5.
68
48
25
.6
41
11
8.
06
15
-4
.7
28
3-
4.
76
47
-4
.8
01
2-
4.
84
49
( p p m )
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
Figura 43: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 129 em CDCl3
7.
33
06
7.
32
55
7.
30
57
7.
27
98
7.
26
00
7.
18
03
7.
15
75
4.
60
29
4.
59
34
4.
58
44
4.
57
46
3.
68
72
3.
66
64
3.
64
52
3.
62
47
3.
58
54
3.
57
46
3.
56
45
3.
55
41
3.
41
83
3.
40
55
2.
39
51
2.
38
77
2.
34
81
2.
30
67
2.
29
90
2.
01
23
2.
00
52
1.
99
51
1.
96
89
1.
95
81
1.
94
84
1.
93
76
0.
93
76
0.
93
09
0.
15
98
0.
14
57
( p p m )
0 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 0
4.
58
44
4.
57
46
3.
68
72
3.
66
64
3.
64
52
3.
62
47
3.
58
54
3.
57
46
3.
56
45
3.
55
41
3.
41
83
3.
40
55
2.
39
51
2.
38
77
2.
34
81
2.
30
67
2.
29
90
2.
01
23
2.
00
52
1.
99
51
1.
96
89
1.
95
81
1.
94
84
1.
93
76
( p p m )
2 . 02 . 42 . 83 . 23 . 64 . 04 . 4
OTBDMS
PhO
O
129
R
S
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
139
Figura 44: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 130 em CDCl3
( p p m)
02 04 06 08 01 0 01 2 01 4 01 6 01 8 02 0 0
( p p m )
- 0 . 50 . 00 . 51 . 01 . 52 . 02 . 53 . 03 . 54 . 04 . 55 . 05 . 56 . 06 . 57 . 07 . 58 . 08 . 59 . 0
( p p m )
3 . 84 . 04 . 24 . 4
( p p m )
3 . 2 03 . 3 03 . 4 0
( p p m )
2 . 8 02 . 8 52 . 9 02 . 9 5
158
OTBDMS
PhOH
O
130
OTBDMS
PhOH
O
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
140
Figura 45: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 134em CDCl3
7.3
64
87
.34
94
7.2
91
77
.24
94
7.2
33
67
.22
72
7.0
34
17
.03
11
7.0
17
8
4.4
94
24
.48
95
3.7
24
13
.69
64
3.5
93
43
.56
56
3.4
53
73
.44
55
3.4
37
03
.28
53
3.2
78
53
.25
50
3.2
44
33
.23
79
2.2
77
72
.27
22
2.2
51
22
.24
61
2.2
26
02
.22
00
1.5
91
51
.57
05
1.5
40
20
.92
36
0.1
49
30
.08
86
( p p m)
- 1 . 00 . 01 . 02 . 03 . 04 . 05 . 06 . 07 . 08 . 09 . 01 0 . 01 1 . 0
3.4
53
73
.44
55
3.4
37
0
( p p m)
3 . 4 4
OTBDMS
HN
162
( p p m )
01 02 03 04 05 06 07 08 09 01 0 01 1 01 2 01 3 01 4 01 5 01 6 0
OTBDMS
HN
134
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
141
Figura 46: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 136 em CDCl3
185.3
882
157.6
790
149.1
228
142.6
583
139.4
662
136.5
364
130.3
415
129.6
419
128.9
932
128.5
559
128.1
842
127.6
449
123.7
531
77.4
375
77.0
148
76.5
921
71.8
913
65.0
405
21.4
433
(ppm)
020406080100120140160180200
7.6
271
7.6
005
7.4
654
7.4
318
7.3
306
7.2
543
7.2
143
7.1
921
6.3
733
6.3
397
6.2
577
4.9
696
3.1
393
3.0
950
2.6
778
2.6
334
2.3
084
(ppm)
1.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.0
O
HOPh
SO p-Tol
136
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
142
Figura 47: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 145 em CDCl3
145.1
290
137.7
680
137.6
369
137.5
931
129.9
625
129.7
147
128.8
329
127.9
802
127.9
000
127.6
231
70.5
794
65.8
640
61.6
734
59.1
736
56.9
216
21.5
964
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150160
(ppm)
2.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.08.5
(ppm)
5.525.545.565.585.60(ppm)
3.723.763.803.843.883.923.96
OH
HO
PhO
SO2p-Tol
173
1
46 OH
HO
PhO
SO2p-Tol
145
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 1H e RMN 13C
143
Figura 48: Espectros de RMN 1H e RMN 13C do composto 146 em CDCl3
(ppm)
0.01.02.03.04.05.06.07.08.09.0
145.0
780
137.9
648
137.6
806
136.9
736
129.9
480
129.9
115
129.7
585
127.9
000
127.7
324
127.6
085
77.4
083
76.9
856
76.5
629
70.6
013
66.9
500
61.5
349
58.3
646
57.0
382
25.8
380
21.6
109
18.2
584
-4.4
584
-4.5
896
(ppm)
020406080100120140160
OTBDMS
HO
SO2p-Tol
Ph
146
O1
4
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 19F
144
8.2- Espectros selecionados de RMN 19F
Álcool Ligante Solvente ee (%)
THF
41
Álcool Ligante Solvente ee (%)
Tolueno
25
..
p-TolS
O
N
*
OH
..
p-TolS
O
N*
OH
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 19F
145
Álcool Ligante Solvente ee (%)
THF
26
Álcool Ligante Solvente ee (%)
THF
21
..
p-TolS
O
N
OH
*
..
p-TolS
O
N
OH
*
Melo, R. P. A. Espectros de RMN 19F
146
Álcool Ligante Solvente ee (%)
THF
17
p-TolS
O
CH 3..
*
OH
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
147
8.3- Dados de raios-X
8.3.1- Dados de raios-X correspondente a (SR)-1-hidróxi-4-metóxi-1-fenil-4-[(p-
toluilsulfinil)metil]-2,5-cicloexadienona (116) cristalizado em acetato de etila e hexano.
Tabela 1: Dados do cristal e refinamento da estrutura do composto 116.
Identification code crist2_m
Empirical formula C21 H22 O3 S
Formula weight 354.45
Temperature 100(2) K
Wavelength 1.54178 Å
Crystal system Monoclinic
Space group P2(1)
Unit cell dimensions a = 7.36750(10) Å α= 90°.
b = 32.5836(6) Å β= 101.6190(10)°.
c = 7.58820(10) Å γ = 90°.
Volume 1784.29(5) Å3
Z 4
Density (calculated) 1.319 Mg/m3
Absorption coefficient 1.745 mm-1
MeOSOp-Tol
Ph OH
116
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
148
F(000) 752
Crystal size 0.15 x 0.06 x 0.04 mm3
Theta range for data collection 2.71 to 67.68°.
Index ranges -7<=h<=8, -35<=k<=39, -9<=l<=9
Reflections collected 9412
Independent reflections 5024 [R(int) = 0.0466]
Completeness to theta = 67.68° 92.7 %
Absorption correction Semi-empirical from equivalents
Refinement method Full-matrix least-squares on F2
Data / restraints / parameters 5024 / 2 / 623
Goodness-of-fit on F2 1.025
Final R indices [I>2sigma(I)] R1 = 0.0743, wR2 = 0.1870
R indices (all data) R1 = 0.0804, wR2 = 0.1941
Absolute structure parameter -0.01(3)
Largest diff. peak and hole 0.648 and -0.445 e.Å-3
Rutina.
Tabela 2: Coordenadas (x104) e parâmetros equivalentes de deslocamento isotrópico (Å2x 103)
correspondente ao composto 116.
________________________________________________________________________________
x y z U(eq)
________________________________________________________________________________
S(1) 6567(2) 928(1) 1660(2) 26(1)
S(2) 3904(2) 2647(1) 4059(2) 26(1)
O(1) 6387(6) 1101(1) -207(6) 33(1)
O(2) 5770(5) -274(1) 921(5) 24(1)
O(3) 9139(6) 861(1) -2001(6) 28(1)
O(4) 1865(6) 2563(1) 3608(6) 33(1)
O(5) 4318(6) 3867(1) 4145(5) 26(1)
O(6) 130(6) 2799(1) 6409(6) 30(1)
C(1) 4851(8) 1162(2) 2675(8) 25(1)
C(2) 5251(9) 1228(2) 4510(9) 28(1)
C(3) 3901(9) 1379(2) 5370(9) 31(1)
C(4) 2153(9) 1483(2) 4377(8) 29(1)
C(5) 1782(9) 1423(2) 2526(9) 31(1)
C(6) 3114(9) 1264(2) 1657(8) 29(1)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
149
C(7) 686(10) 1648(2) 5319(11) 34(2)
C(8) 5474(8) 421(2) 1413(8) 26(1)
C(9) 6444(8) 112(2) 398(7) 21(1)
C(10) 8500(8) 141(2) 1011(7) 23(1)
C(11) 9636(8) 277(2) -23(8) 24(1)
C(12) 8979(8) 422(2) -1940(7) 24(1)
C(13) 6981(8) 304(2) -2647(7) 23(1)
C(14) 5851(8) 176(2) -1606(7) 21(1)
C(15) 6423(9) -619(2) 44(9) 32(1)
C(16) 10191(8) 242(2) -3151(7) 22(1)
C(17) 10499(8) -179(2) -3189(8) 27(1)
C(18) 11564(8) -345(2) -4352(8) 26(1)
C(19) 12325(8) -88(2) -5460(7) 25(1)
C(20) 12061(8) 329(2) -5408(8) 24(1)
C(21) 10994(8) 492(2) -4265(8) 23(1)
C(22) 4937(9) 2428(2) 2343(8) 28(1)
C(23) 3903(8) 2356(2) 643(8) 26(1)
C(24) 4786(9) 2211(2) -692(8) 30(1)
C(25) 6697(9) 2148(2) -336(8) 29(1)
C(26) 7697(9) 2216(2) 1395(9) 31(1)
C(27) 6804(9) 2355(2) 2741(8) 29(1)
C(28) 7646(10) 1998(2) -1803(10) 35(2)
C(29) 4206(8) 3180(2) 3389(8) 22(1)
C(30) 3403(8) 3498(2) 4536(7) 22(1)
C(31) 1347(8) 3540(2) 3865(7) 22(1)
C(32) 108(8) 3432(2) 4810(8) 23(1)
C(33) 604(8) 3226(2) 6651(7) 23(1)
C(34) 2640(8) 3261(2) 7416(7) 23(1)
C(35) 3895(7) 3387(2) 6477(7) 21(1)
C(36) 3880(9) 4215(2) 5143(9) 30(1)
C(37) -520(7) 3402(2) 7953(7) 22(1)
C(38) -799(9) 3818(2) 8066(8) 27(1)
C(39) -1793(9) 3980(2) 9270(8) 29(1)
C(40) -2541(8) 3721(2) 10387(8) 26(1)
C(41) -2255(8) 3301(2) 10297(8) 26(1)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
150
C(42) -1251(8) 3142(2) 9099(7) 24(1)
Tabela 3: Comprimentos de ligação [Å] e ângulos [°] para o composto 116.
_____________________________________________________
S(1)-O(1) 1.506(5)
S(1)-C(1) 1.780(6)
S(1)-C(8) 1.831(7)
S(2)-O(4) 1.497(5)
S(2)-C(22) 1.784(6)
S(2)-C(29) 1.835(6)
O(2)-C(9) 1.438(7)
O(2)-C(15) 1.439(8)
O(3)-C(12) 1.437(7)
O(3)-H(3A) 0.82(10)
O(5)-C(36) 1.434(8)
O(5)-C(30) 1.438(7)
O(6)-C(33) 1.438(7)
O(6)-H(6A) 0.76(9)
C(1)-C(2) 1.381(9)
C(1)-C(6) 1.395(9)
C(2)-C(3) 1.385(9)
C(2)-H(2) 0.82(8)
C(3)-C(4) 1.397(9)
C(3)-H(3) 0.9500
C(4)-C(5) 1.390(9)
C(4)-C(7) 1.510(9)
C(5)-C(6) 1.388(9)
C(5)-H(5) 1.06(9)
C(6)-H(6) 0.97(7)
C(7)-H(7A) 0.89(8)
C(7)-H(7B) 0.98(8)
C(7)-H(7C) 1.06(8)
C(8)-C(9) 1.528(8)
C(8)-H(8A) 0.92(9)
C(8)-H(8B) 0.95(6)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
151
C(9)-C(10) 1.495(8)
C(9)-C(14) 1.509(7)
C(10)-C(11) 1.333(9)
C(10)-H(10) 0.94(6)
C(11)-C(12) 1.513(8)
C(11)-H(11) 0.96(6)
C(12)-C(13) 1.511(8)
C(12)-C(16) 1.521(8)
C(13)-C(14) 1.326(8)
C(13)-H(13) 0.97(6)
C(14)-H(14) 1.01(6)
C(15)-H(15A) 1.07(9)
C(15)-H(15B) 1.05(7)
C(15)-H(15C) 1.02(8)
C(16)-C(21) 1.389(8)
C(16)-C(17) 1.391(9)
C(17)-C(18) 1.402(9)
C(17)-H(17) 1.02(8)
C(18)-C(19) 1.383(9)
C(18)-H(18) 0.94(2)
C(19)-C(20) 1.374(9)
C(19)-H(19) 0.92(8)
C(20)-C(21) 1.389(9)
C(20)-H(20) 1.09(8)
C(21)-H(21) 0.88(6)
C(22)-C(27) 1.368(9)
C(22)-C(23) 1.380(9)
C(23)-C(24) 1.392(9)
C(23)-H(23) 0.99(7)
C(24)-C(25) 1.395(9)
C(24)-H(24) 1.08(8)
C(25)-C(26) 1.389(10)
C(25)-C(28) 1.510(9)
C(26)-C(27) 1.396(9)
C(26)-H(26) 0.83(8)
C(27)-H(27) 0.96(6)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
152
C(28)-H(28A) 1.03(8)
C(28)-H(28B) 0.89(11)
C(28)-H(28C) 0.86(11)
C(29)-C(30) 1.546(8)
C(29)-H(29A) 0.94(6)
C(29)-H(29B) 0.97(6)
C(30)-C(35) 1.489(7)
C(30)-C(31) 1.503(8)
C(31)-C(32) 1.317(9)
C(31)-H(31) 1.00(7)
C(32)-C(33) 1.526(8)
C(32)-H(32) 0.92(7)
C(33)-C(34) 1.500(8)
C(33)-C(37) 1.522(8)
C(34)-C(35) 1.340(8)
C(34)-H(34) 0.95(6)
C(35)-H(35) 0.98(6)
C(36)-H(36A) 1.03(6)
C(36)-H(36B) 0.92(7)
C(36)-H(36C) 1.04(6)
C(37)-C(38) 1.376(9)
C(37)-C(42) 1.398(8)
C(38)-C(39) 1.385(9)
C(38)-H(38) 0.94(8)
C(39)-C(40) 1.386(9)
C(39)-H(39) 0.97(6)
C(40)-C(41) 1.390(9)
C(40)-H(40) 1.08(7)
C(41)-C(42) 1.383(9)
C(41)-H(41) 0.94(7)
C(42)-H(42) 0.96(6)
O(1)-S(1)-C(1) 108.1(3)
O(1)-S(1)-C(8) 106.8(3)
C(1)-S(1)-C(8) 95.5(3)
O(4)-S(2)-C(22) 108.4(3)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
153
O(4)-S(2)-C(29) 106.4(3)
C(22)-S(2)-C(29) 94.7(3)
C(9)-O(2)-C(15) 112.9(4)
C(12)-O(3)-H(3A) 108(7)
C(36)-O(5)-C(30) 112.7(4)
C(33)-O(6)-H(6A) 105(7)
C(2)-C(1)-C(6) 120.5(6)
C(2)-C(1)-S(1) 118.5(5)
C(6)-C(1)-S(1) 121.0(5)
C(1)-C(2)-C(3) 120.2(6)
C(1)-C(2)-H(2) 123(5)
C(3)-C(2)-H(2) 117(5)
C(2)-C(3)-C(4) 120.2(6)
C(2)-C(3)-H(3) 119.9
C(4)-C(3)-H(3) 119.9
C(5)-C(4)-C(3) 118.9(6)
C(5)-C(4)-C(7) 121.0(6)
C(3)-C(4)-C(7) 120.0(6)
C(6)-C(5)-C(4) 121.2(6)
C(6)-C(5)-H(5) 119(5)
C(4)-C(5)-H(5) 119(5)
C(5)-C(6)-C(1) 118.9(6)
C(5)-C(6)-H(6) 117(4)
C(1)-C(6)-H(6) 124(4)
C(4)-C(7)-H(7A) 111(5)
C(4)-C(7)-H(7B) 108(5)
H(7A)-C(7)-H(7B) 113(7)
C(4)-C(7)-H(7C) 114(4)
H(7A)-C(7)-H(7C) 98(6)
H(7B)-C(7)-H(7C) 113(6)
C(9)-C(8)-S(1) 113.8(4)
C(9)-C(8)-H(8A) 106(5)
S(1)-C(8)-H(8A) 110(5)
C(9)-C(8)-H(8B) 108(3)
S(1)-C(8)-H(8B) 104(3)
H(8A)-C(8)-H(8B) 115(6)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
154
O(2)-C(9)-C(10) 110.8(4)
O(2)-C(9)-C(14) 110.6(4)
C(10)-C(9)-C(14) 112.0(4)
O(2)-C(9)-C(8) 102.3(4)
C(10)-C(9)-C(8) 110.4(5)
C(14)-C(9)-C(8) 110.3(5)
C(11)-C(10)-C(9) 123.7(5)
C(11)-C(10)-H(10) 122(4)
C(9)-C(10)-H(10) 114(4)
C(10)-C(11)-C(12) 123.5(5)
C(10)-C(11)-H(11) 124(3)
C(12)-C(11)-H(11) 113(3)
O(3)-C(12)-C(13) 108.8(5)
O(3)-C(12)-C(11) 109.2(5)
C(13)-C(12)-C(11) 111.2(5)
O(3)-C(12)-C(16) 107.6(4)
C(13)-C(12)-C(16) 109.7(5)
C(11)-C(12)-C(16) 110.3(5)
C(14)-C(13)-C(12) 123.6(5)
C(14)-C(13)-H(13) 124(3)
C(12)-C(13)-H(13) 112(3)
C(13)-C(14)-C(9) 123.6(5)
C(13)-C(14)-H(14) 120(3)
C(9)-C(14)-H(14) 116(3)
O(2)-C(15)-H(15A) 108(5)
O(2)-C(15)-H(15B) 111(4)
H(15A)-C(15)-H(15B) 112(6)
O(2)-C(15)-H(15C) 108(4)
H(15A)-C(15)-H(15C) 104(6)
H(15B)-C(15)-H(15C) 113(6)
C(21)-C(16)-C(17) 118.3(6)
C(21)-C(16)-C(12) 121.0(5)
C(17)-C(16)-C(12) 120.7(5)
C(16)-C(17)-C(18) 120.6(6)
C(16)-C(17)-H(17) 117(4)
C(18)-C(17)-H(17) 122(4)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
155
C(19)-C(18)-C(17) 119.7(6)
C(19)-C(18)-H(18) 119(3)
C(17)-C(18)-H(18) 121(3)
C(20)-C(19)-C(18) 120.2(6)
C(20)-C(19)-H(19) 121(5)
C(18)-C(19)-H(19) 119(5)
C(19)-C(20)-C(21) 119.9(5)
C(19)-C(20)-H(20) 125(4)
C(21)-C(20)-H(20) 115(4)
C(20)-C(21)-C(16) 121.3(6)
C(20)-C(21)-H(21) 125(4)
C(16)-C(21)-H(21) 114(4)
C(27)-C(22)-C(23) 121.2(6)
C(27)-C(22)-S(2) 117.8(5)
C(23)-C(22)-S(2) 120.9(5)
C(22)-C(23)-C(24) 119.2(6)
C(22)-C(23)-H(23) 119(4)
C(24)-C(23)-H(23) 122(4)
C(23)-C(24)-C(25) 120.7(6)
C(23)-C(24)-H(24) 121(4)
C(25)-C(24)-H(24) 118(4)
C(26)-C(25)-C(24) 118.8(6)
C(26)-C(25)-C(28) 120.9(6)
C(24)-C(25)-C(28) 120.3(6)
C(25)-C(26)-C(27) 120.4(6)
C(25)-C(26)-H(26) 123(5)
C(27)-C(26)-H(26) 116(5)
C(22)-C(27)-C(26) 119.7(6)
C(22)-C(27)-H(27) 120(4)
C(26)-C(27)-H(27) 120(4)
C(25)-C(28)-H(28A) 113(4)
C(25)-C(28)-H(28B) 119(7)
H(28A)-C(28)-H(28B) 97(8)
C(25)-C(28)-H(28C) 110(7)
H(28A)-C(28)-H(28C) 117(8)
H(28B)-C(28)-H(28C) 100(9)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
156
C(30)-C(29)-S(2) 113.4(4)
C(30)-C(29)-H(29A) 109(3)
S(2)-C(29)-H(29A) 105(3)
C(30)-C(29)-H(29B) 114(4)
S(2)-C(29)-H(29B) 106(4)
H(29A)-C(29)-H(29B) 108(5)
O(5)-C(30)-C(35) 112.2(4)
O(5)-C(30)-C(31) 109.7(5)
C(35)-C(30)-C(31) 112.6(5)
O(5)-C(30)-C(29) 101.3(4)
C(35)-C(30)-C(29) 110.4(5)
C(31)-C(30)-C(29) 110.1(4)
C(32)-C(31)-C(30) 123.6(5)
C(32)-C(31)-H(31) 119(4)
C(30)-C(31)-H(31) 117(4)
C(31)-C(32)-C(33) 123.4(5)
C(31)-C(32)-H(32) 123(4)
C(33)-C(32)-H(32) 113(4)
O(6)-C(33)-C(34) 108.7(5)
O(6)-C(33)-C(37) 107.3(4)
C(34)-C(33)-C(37) 110.7(4)
O(6)-C(33)-C(32) 107.5(5)
C(34)-C(33)-C(32) 111.0(5)
C(37)-C(33)-C(32) 111.6(5)
C(35)-C(34)-C(33) 124.1(5)
C(35)-C(34)-H(34) 118(4)
C(33)-C(34)-H(34) 118(4)
C(34)-C(35)-C(30) 123.0(5)
C(34)-C(35)-H(35) 122(3)
C(30)-C(35)-H(35) 115(3)
O(5)-C(36)-H(36A) 108(3)
O(5)-C(36)-H(36B) 114(4)
H(36A)-C(36)-H(36B) 104(5)
O(5)-C(36)-H(36C) 108(4)
H(36A)-C(36)-H(36C) 119(5)
H(36B)-C(36)-H(36C) 104(5)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
157
C(38)-C(37)-C(42) 118.5(5)
C(38)-C(37)-C(33) 121.3(5)
C(42)-C(37)-C(33) 120.2(5)
C(37)-C(38)-C(39) 121.5(6)
C(37)-C(38)-H(38) 122(4)
C(39)-C(38)-H(38) 117(4)
C(38)-C(39)-C(40) 120.0(6)
C(38)-C(39)-H(39) 118(4)
C(40)-C(39)-H(39) 122(3)
C(39)-C(40)-C(41) 119.1(6)
C(39)-C(40)-H(40) 121(4)
C(41)-C(40)-H(40) 120(4)
C(42)-C(41)-C(40) 120.5(6)
C(42)-C(41)-H(41) 116(4)
C(40)-C(41)-H(41) 123(4)
C(41)-C(42)-C(37) 120.4(6)
C(41)-C(42)-H(42) 116(3)
C(37)-C(42)-H(42) 123(3)
_____________________________________________________________
Transformações Simétricas usadas para gerar átomos quivalentes
Tabele 4: Parâmetros de deslocamento anisotrópico (Å2x 103) para o composto 116. O fator exponencial do
deslocamento anisotrópico é dado pela expressão: -2π2[ h2 a*2U11 + ... + 2 h k a* b* U12 ]
______________________________________________________________________________
U11 U22 U33 U23 U13 U12
______________________________________________________________________________
S(1) 26(1) 22(1) 32(1) -4(1) 13(1) -3(1)
S(2) 35(1) 21(1) 27(1) 1(1) 15(1) 2(1)
O(1) 45(2) 21(2) 39(2) 2(2) 27(2) 2(2)
O(2) 27(2) 22(2) 27(2) 2(2) 12(2) -1(2)
O(3) 36(2) 17(2) 37(2) 1(2) 20(2) -2(2)
O(4) 38(2) 21(2) 45(2) -5(2) 24(2) -6(2)
O(5) 29(2) 24(2) 27(2) -1(2) 12(2) -6(2)
O(6) 37(2) 24(2) 36(2) -6(2) 20(2) -7(2)
C(1) 31(3) 15(3) 32(3) -3(2) 16(2) -2(2)
C(2) 30(3) 20(3) 36(3) 1(3) 13(3) -3(2)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
158
C(3) 39(3) 24(3) 34(3) -3(3) 18(3) -6(2)
C(4) 35(3) 18(3) 38(3) 9(3) 17(3) 2(2)
C(5) 34(3) 19(3) 42(3) 6(3) 15(3) 5(2)
C(6) 38(3) 22(3) 30(3) 1(3) 14(3) 3(2)
C(7) 45(4) 16(3) 47(4) 7(3) 26(3) 4(3)
C(8) 23(3) 33(4) 22(3) 0(3) 8(2) -3(2)
C(9) 23(3) 17(3) 23(2) -1(2) 8(2) -1(2)
C(10) 27(3) 25(3) 19(2) -3(2) 7(2) 1(2)
C(11) 21(3) 23(3) 28(3) -4(2) 3(2) -6(2)
C(12) 23(3) 28(3) 23(3) -2(2) 9(2) -3(2)
C(13) 28(3) 20(3) 21(3) 0(2) 6(2) 2(2)
C(14) 25(3) 13(3) 24(3) -4(2) 7(2) -1(2)
C(15) 38(4) 24(3) 36(3) -1(3) 16(3) -4(2)
C(16) 20(3) 24(3) 22(2) -1(2) 5(2) -3(2)
C(17) 26(3) 30(3) 26(3) 1(3) 8(2) -2(2)
C(18) 26(3) 23(3) 30(3) -2(3) 6(2) 1(2)
C(19) 19(3) 36(4) 22(2) -4(3) 6(2) 2(2)
C(20) 22(3) 29(3) 21(2) 0(2) 5(2) -2(2)
C(21) 25(3) 18(3) 26(3) -2(3) 6(2) -2(2)
C(22) 37(3) 17(3) 33(3) 0(3) 17(3) 0(2)
C(23) 31(3) 16(3) 35(3) 0(3) 16(3) -1(2)
C(24) 44(3) 19(3) 30(3) -7(3) 15(3) -4(2)
C(25) 46(4) 10(3) 34(3) 0(3) 19(3) 0(2)
C(26) 29(3) 28(3) 40(3) 2(3) 15(3) 4(2)
C(27) 31(3) 28(3) 31(3) 2(3) 11(3) 3(2)
C(28) 42(4) 28(4) 42(4) -5(3) 25(3) -2(3)
C(29) 25(3) 18(3) 27(3) 3(2) 13(2) -5(2)
C(30) 26(3) 17(3) 23(3) -5(2) 7(2) -6(2)
C(31) 25(3) 23(3) 18(2) -1(2) 2(2) -3(2)
C(32) 20(3) 27(3) 23(3) -3(2) 3(2) -1(2)
C(33) 30(3) 17(3) 24(2) 0(2) 11(2) -3(2)
C(34) 31(3) 18(3) 21(2) 2(2) 8(2) 5(2)
C(35) 19(3) 21(3) 23(2) -2(2) 3(2) -3(2)
C(36) 39(3) 19(3) 34(3) -1(3) 15(3) -3(2)
C(37) 18(2) 26(3) 23(2) -1(2) 6(2) 0(2)
C(38) 32(3) 26(3) 25(3) 0(3) 7(3) -2(2)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
159
C(39) 31(3) 27(4) 27(3) -5(3) 4(3) 6(2)
C(40) 20(3) 36(4) 23(2) -2(3) 4(2) 5(2)
C(41) 22(3) 35(4) 23(3) 2(3) 6(2) -2(2)
C(42) 29(3) 22(3) 21(3) 3(2) 7(2) -1(2)
Tabela 5: Coordenadas (x104) e parâmetros de deslocamento anisotrópico (Å2x 103) dos átomos de
hidrogênio correspondente ao composto 116.
________________________________________________________________________________
x y z U(eq)
________________________________________________________________________________
H(3) 4164 1412 6640 37
H(2) 6250(110) 1170(20) 5150(100) 32(19)
H(3A) 8330(140) 960(30) -1550(130) 60(30)
H(5) 430(130) 1490(30) 1770(120) 60(30)
H(6) 2790(90) 1240(20) 360(90) 26(16)
H(6A) 500(130) 2730(30) 5580(120) 50(30)
H(7A) 720(90) 1920(20) 5350(100) 28(18)
H(7B) 860(110) 1520(30) 6510(110) 40(20)
H(7C) -680(110) 1610(20) 4570(100) 34(18)
H(8A) 4280(130) 440(30) 770(120) 50(20)
H(8B) 5580(80) 326(17) 2610(80) 6(12)
H(10) 8930(80) 80(18) 2230(80) 12(13)
H(11) 10950(90) 296(18) 370(80) 14(14)
H(13) 6630(80) 331(17) -3940(80) 10(13)
H(14) 4480(80) 147(17) -2120(70) 9(13)
H(15A) 6160(120) -890(30) 750(120) 60(30)
H(15B) 5790(100) -630(20) -1320(100) 33(19)
H(15C) 7830(110) -600(20) 250(100) 37(19)
H(17) 9880(100) -360(20) -2380(100) 35(19)
H(18) 11790(70) -629(7) -4380(70) 1(11)
H(19) 13080(110) -200(20) -6160(100) 40(20)
H(20) 12540(120) 550(30) -6290(110) 50(20)
H(21) 10800(70) 757(19) -4140(70) 8(13)
H(23) 2540(100) 2390(20) 430(90) 28(17)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
160
H(24) 4050(110) 2180(20) -2070(110) 50(20)
H(26) 8830(110) 2180(20) 1700(100) 33(19)
H(27) 7490(80) 2399(18) 3940(80) 12(14)
H(28A) 6860(100) 2040(20) -3070(100) 33(18)
H(28B) 7830(150) 1730(40) -1900(150) 80(30)
H(28C) 8770(150) 2080(30) -1600(130) 60(30)
H(29A) 5500(80) 3218(17) 3540(70) 9(13)
H(29B) 3690(80) 3195(19) 2110(80) 18(14)
H(31) 930(90) 3630(20) 2590(90) 28(17)
H(32) -1150(90) 3457(18) 4390(80) 14(14)
H(34) 3070(90) 3190(20) 8650(90) 21(15)
H(35) 5220(80) 3396(17) 7020(70) 9(13)
H(36A) 2480(90) 4209(19) 5110(80) 17(14)
H(36B) 4070(80) 4460(20) 4630(80) 14(14)
H(36C) 4790(90) 4220(20) 6390(90) 22(15)
H(38) -330(100) 4010(20) 7320(90) 30(18)
H(39) -1830(80) 4276(19) 9390(80) 11(13)
H(40) -3350(100) 3840(20) 11320(100) 34(19)
H(41) -2640(80) 3110(20) 11080(80) 18(15)
H(42) -1140(70) 2848(18) 9070(70) 3(12)
________________________________________________________________________________
Tabela 6: Ângulos de Torsão [°] para o composto 116.
________________________________________________________________
O(1)-S(1)-C(1)-C(2) -147.3(5)
C(8)-S(1)-C(1)-C(2) 103.1(5)
O(1)-S(1)-C(1)-C(6) 35.1(6)
C(8)-S(1)-C(1)-C(6) -74.6(5)
C(6)-C(1)-C(2)-C(3) 3.0(9)
S(1)-C(1)-C(2)-C(3) -174.7(5)
C(1)-C(2)-C(3)-C(4) -3.0(9)
C(2)-C(3)-C(4)-C(5) 1.6(9)
C(2)-C(3)-C(4)-C(7) -179.8(6)
C(3)-C(4)-C(5)-C(6) -0.2(9)
C(7)-C(4)-C(5)-C(6) -178.8(6)
C(4)-C(5)-C(6)-C(1) 0.2(9)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
161
C(2)-C(1)-C(6)-C(5) -1.6(9)
S(1)-C(1)-C(6)-C(5) 176.0(5)
O(1)-S(1)-C(8)-C(9) 64.1(5)
C(1)-S(1)-C(8)-C(9) 174.8(4)
C(15)-O(2)-C(9)-C(10) -65.5(6)
C(15)-O(2)-C(9)-C(14) 59.3(6)
C(15)-O(2)-C(9)-C(8) 176.8(5)
S(1)-C(8)-C(9)-O(2) 160.9(4)
S(1)-C(8)-C(9)-C(10) 43.0(6)
S(1)-C(8)-C(9)-C(14) -81.4(5)
O(2)-C(9)-C(10)-C(11) 134.9(6)
C(14)-C(9)-C(10)-C(11) 10.9(8)
C(8)-C(9)-C(10)-C(11) -112.5(6)
C(9)-C(10)-C(11)-C(12) 0.6(9)
C(10)-C(11)-C(12)-O(3) 107.2(6)
C(10)-C(11)-C(12)-C(13) -12.8(8)
C(10)-C(11)-C(12)-C(16) -134.8(6)
O(3)-C(12)-C(13)-C(14) -106.3(6)
C(11)-C(12)-C(13)-C(14) 14.1(8)
C(16)-C(12)-C(13)-C(14) 136.4(6)
C(12)-C(13)-C(14)-C(9) -3.0(9)
O(2)-C(9)-C(14)-C(13) -133.8(6)
C(10)-C(9)-C(14)-C(13) -9.7(8)
C(8)-C(9)-C(14)-C(13) 113.7(6)
O(3)-C(12)-C(16)-C(21) -9.1(7)
C(13)-C(12)-C(16)-C(21) 109.0(6)
C(11)-C(12)-C(16)-C(21) -128.1(6)
O(3)-C(12)-C(16)-C(17) 171.9(5)
C(13)-C(12)-C(16)-C(17) -70.0(7)
C(11)-C(12)-C(16)-C(17) 52.9(7)
C(21)-C(16)-C(17)-C(18) -1.3(8)
C(12)-C(16)-C(17)-C(18) 177.8(5)
C(16)-C(17)-C(18)-C(19) 0.5(9)
C(17)-C(18)-C(19)-C(20) 0.9(8)
C(18)-C(19)-C(20)-C(21) -1.4(8)
C(19)-C(20)-C(21)-C(16) 0.5(8)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
162
C(17)-C(16)-C(21)-C(20) 0.8(8)
C(12)-C(16)-C(21)-C(20) -178.3(5)
O(4)-S(2)-C(22)-C(27) -159.9(5)
C(29)-S(2)-C(22)-C(27) 91.0(5)
O(4)-S(2)-C(22)-C(23) 23.4(6)
C(29)-S(2)-C(22)-C(23) -85.6(5)
C(27)-C(22)-C(23)-C(24) -0.9(9)
S(2)-C(22)-C(23)-C(24) 175.7(4)
C(22)-C(23)-C(24)-C(25) -1.4(9)
C(23)-C(24)-C(25)-C(26) 2.5(9)
C(23)-C(24)-C(25)-C(28) -178.9(6)
C(24)-C(25)-C(26)-C(27) -1.3(9)
C(28)-C(25)-C(26)-C(27) -179.9(6)
C(23)-C(22)-C(27)-C(26) 2.0(9)
S(2)-C(22)-C(27)-C(26) -174.6(5)
C(25)-C(26)-C(27)-C(22) -0.9(10)
O(4)-S(2)-C(29)-C(30) 67.3(4)
C(22)-S(2)-C(29)-C(30) 178.0(4)
C(36)-O(5)-C(30)-C(35) -59.1(6)
C(36)-O(5)-C(30)-C(31) 66.9(6)
C(36)-O(5)-C(30)-C(29) -176.8(4)
S(2)-C(29)-C(30)-O(5) 162.5(4)
S(2)-C(29)-C(30)-C(35) 43.5(5)
S(2)-C(29)-C(30)-C(31) -81.5(5)
O(5)-C(30)-C(31)-C(32) -135.0(6)
C(35)-C(30)-C(31)-C(32) -9.3(8)
C(29)-C(30)-C(31)-C(32) 114.4(6)
C(30)-C(31)-C(32)-C(33) -4.0(9)
C(31)-C(32)-C(33)-O(6) -104.6(6)
C(31)-C(32)-C(33)-C(34) 14.1(8)
C(31)-C(32)-C(33)-C(37) 138.0(6)
O(6)-C(33)-C(34)-C(35) 106.7(6)
C(37)-C(33)-C(34)-C(35) -135.7(6)
C(32)-C(33)-C(34)-C(35) -11.3(8)
C(33)-C(34)-C(35)-C(30) -1.5(9)
O(5)-C(30)-C(35)-C(34) 136.5(6)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
163
C(31)-C(30)-C(35)-C(34) 12.1(8)
C(29)-C(30)-C(35)-C(34) -111.4(6)
O(6)-C(33)-C(37)-C(38) -161.0(5)
C(34)-C(33)-C(37)-C(38) 80.6(7)
C(32)-C(33)-C(37)-C(38) -43.5(7)
O(6)-C(33)-C(37)-C(42) 20.8(7)
C(34)-C(33)-C(37)-C(42) -97.6(6)
C(32)-C(33)-C(37)-C(42) 138.3(5)
C(42)-C(37)-C(38)-C(39) -0.6(9)
C(33)-C(37)-C(38)-C(39) -178.9(5)
C(37)-C(38)-C(39)-C(40) -0.4(9)
C(38)-C(39)-C(40)-C(41) 1.0(8)
C(39)-C(40)-C(41)-C(42) -0.5(8)
C(40)-C(41)-C(42)-C(37) -0.4(8)
C(38)-C(37)-C(42)-C(41) 1.0(8)
C(33)-C(37)-C(42)-C(41) 179.3(5)
________________________________________________________________
Transformações Simétricas usadas para gerar átomos equivalentes
Tabela 7: Ligações de Hidrogênio para o composto 116 [Å e °].
____________________________________________________________________________
D-H...A d(D-H) d(H...A) d(D...A) <(DHA)
____________________________________________________________________________
O(6)-H(6A)...O(4) 0.76(9) 2.05(10) 2.800(6) 171(9)
O(3)-H(3A)...O(1) 0.82(10) 1.97(10) 2.773(6) 169(10)
____________________________________________________________________________
Transformações Simétricas usadas para gerar átomos equivalentes
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
164
8.3.2- Dados de raios-X correspondente a (1R,4R,6R)-6-fenil-[(p-toluilsulfonil)metil]-2-
cicloexeno-1,4-diol (122) cristalizado em pentano e acetato de etila.
Tabela 1: Dados do cristal e refinamento da estrutura do composto 122.
Identification code crist2_m
Empirical formula C20 H22 O4 S
Formula weight 358.44
Temperature 100(2) K
Wavelength 1.54178 Å
Crystal system Monoclinic
Space group P2(1)
Unit cell dimensions a = 9.7463(2) Å α= 90°.
b = 9.6804(2) Å β= 92.5600(10)°.
c = 19.1212(4) Å γ = 90°.
Volume 1802.25(6) Å3
Z 4
Density (calculated) 1.321 Mg/m3
Absorption coefficient 1.775 mm-1
F(000) 760
Crystal size 0.30 x 0.24 x 0.08 mm3
Theta range for data collection 2.31 to 70.05°.
R
HO
PhHO
SO2pTol122
H
H
R
R
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
165
Index ranges -11<=h<=11, -11<=k<=10, -21<=l<=22
Reflections collected 10435
Independent reflections 5521 [R(int) = 0.0404]
Completeness to theta = 70.05° 95.2 %
Absorption correction None
Refinement method Full-matrix least-squares on F2
Data / restraints / parameters 5521 / 1 / 453
Goodness-of-fit on F2 1.040
Final R indices [I>2sigma(I)] R1 = 0.0484, wR2 = 0.1164
R indices (all data) R1 = 0.0544, wR2 = 0.1230
Absolute structure parameter -0.028(17)
Largest diff. peak and hole 0.372 and -0.243 e.Å-3
Tabela 2: Coordenadas (x104) e parâmetros equivalentes de deslocamento isotrópico (Å2x 103)
correspondente ao composto 122.
________________________________________________________________________________
x y z U(eq)
________________________________________________________________________________
S(1) 6602(1) 10195(1) 5007(1) 27(1)
S(2) 8350(1) 4958(1) 419(1) 24(1)
O(1) 6642(3) 11674(3) 4909(1) 36(1)
O(2) 5362(2) 9483(3) 4796(1) 33(1)
O(3) 9464(2) 7856(2) 4073(1) 27(1)
O(4) 8110(3) 4015(3) 5489(1) 36(1)
O(5) 8231(2) 6430(3) 522(1) 31(1)
O(6) 9521(2) 4275(3) 742(1) 33(1)
O(7) 5153(2) 2606(2) 1013(1) 26(1)
O(8) 6879(3) -1295(3) -137(1) 34(1)
C(1) 6962(3) 9851(3) 5901(2) 26(1)
C(2) 8026(3) 10550(4) 6251(2) 29(1)
C(3) 8261(3) 10313(4) 6962(2) 32(1)
C(4) 7438(4) 9401(4) 7326(2) 33(1)
C(5) 6371(4) 8734(4) 6955(2) 36(1)
C(6) 6131(3) 8933(4) 6250(2) 31(1)
C(7) 7692(4) 9156(5) 8098(2) 45(1)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
166
C(8) 7995(3) 9532(3) 4527(2) 26(1)
C(9) 8385(3) 7989(3) 4555(2) 24(1)
C(10) 8949(3) 7580(4) 5277(2) 26(1)
C(11) 8665(3) 6411(4) 5593(2) 28(1)
C(12) 7673(3) 5375(3) 5280(2) 28(1)
C(13) 7561(3) 5527(3) 4491(2) 26(1)
C(14) 7198(3) 7028(3) 4302(2) 24(1)
C(15) 6753(4) 7180(4) 3532(2) 30(1)
C(16) 5443(4) 7646(4) 3341(2) 40(1)
C(17) 4989(5) 7720(5) 2642(2) 54(1)
C(18) 5852(6) 7331(5) 2125(2) 58(1)
C(19) 7150(5) 6860(5) 2300(2) 55(1)
C(20) 7612(4) 6770(5) 3000(2) 43(1)
C(21) 8360(3) 4654(3) -493(2) 24(1)
C(22) 7523(4) 5417(4) -944(2) 34(1)
C(23) 7640(5) 5257(4) -1657(2) 44(1)
C(24) 8601(5) 4351(4) -1920(2) 43(1)
C(25) 9388(4) 3558(4) -1455(2) 40(1)
C(26) 9272(4) 3691(4) -741(2) 32(1)
C(27) 8807(8) 4273(6) -2695(2) 77(2)
C(28) 6807(3) 4273(3) 749(2) 24(1)
C(29) 6439(3) 2730(3) 678(2) 23(1)
C(30) 6231(3) 2314(4) -86(2) 27(1)
C(31) 6617(3) 1111(4) -338(2) 29(1)
C(32) 7359(3) 31(4) 92(2) 27(1)
C(33) 7140(3) 250(3) 866(2) 25(1)
C(34) 7469(3) 1755(3) 1069(2) 24(1)
C(35) 7540(3) 1970(3) 1860(2) 26(1)
C(36) 8600(4) 2739(4) 2175(2) 39(1)
C(37) 8696(5) 2919(5) 2894(2) 48(1)
C(38) 7733(5) 2351(4) 3313(2) 42(1)
C(39) 6678(4) 1573(4) 3005(2) 34(1)
C(40) 6589(3) 1381(4) 2290(2) 32(1)
________________________________________________________________________________
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
167
Tabela 3: Comprimentos de ligação [Å] e ângulos [°] para o composto 122.
_____________________________________________________
S(1)-O(2) 1.434(3)
S(1)-O(1) 1.445(3)
S(1)-C(1) 1.761(3)
S(1)-C(8) 1.791(3)
S(2)-O(6) 1.434(3)
S(2)-O(5) 1.444(3)
S(2)-C(21) 1.770(3)
S(2)-C(28) 1.784(3)
O(3)-C(9) 1.434(3)
O(3)-H(3) 0.8400
O(4)-C(12) 1.435(4)
O(4)-H(4) 0.8400
O(7)-C(29) 1.437(3)
O(7)-H(7) 0.8400
O(8)-C(32) 1.429(4)
O(8)-H(8) 0.8400
C(1)-C(2) 1.385(5)
C(1)-C(6) 1.393(5)
C(2)-C(3) 1.386(5)
C(2)-H(2) 0.9500
C(3)-C(4) 1.399(5)
C(3)-H(3A) 0.9500
C(4)-C(5) 1.392(5)
C(4)-C(7) 1.503(5)
C(5)-C(6) 1.372(5)
C(5)-H(5) 0.9500
C(6)-H(6) 0.9500
C(7)-H(7A) 0.9800
C(7)-H(7B) 0.9800
C(7)-H(7C) 0.9800
C(8)-C(9) 1.541(5)
C(8)-H(8A) 0.9900
C(8)-H(8B) 0.9900
C(9)-C(10) 1.516(4)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
168
C(9)-C(14) 1.545(4)
C(10)-C(11) 1.318(5)
C(10)-H(10) 0.9500
C(11)-C(12) 1.499(5)
C(11)-H(11) 0.9500
C(12)-C(13) 1.515(4)
C(12)-H(12) 1.0000
C(13)-C(14) 1.534(5)
C(13)-H(13A) 0.9900
C(13)-H(13B) 0.9900
C(14)-C(15) 1.523(4)
C(14)-H(14) 1.0000
C(15)-C(16) 1.388(5)
C(15)-C(20) 1.403(5)
C(16)-C(17) 1.392(5)
C(16)-H(16) 0.9500
C(17)-C(18) 1.379(8)
C(17)-H(17) 0.9500
C(18)-C(19) 1.372(8)
C(18)-H(18) 0.9500
C(19)-C(20) 1.397(6)
C(19)-H(19) 0.9500
C(20)-H(20) 0.9500
C(21)-C(22) 1.376(5)
C(21)-C(26) 1.386(5)
C(22)-C(23) 1.381(5)
C(22)-H(22) 0.9500
C(23)-C(24) 1.394(6)
C(23)-H(23) 0.9500
C(24)-C(25) 1.381(6)
C(24)-C(27) 1.506(5)
C(25)-C(26) 1.382(5)
C(25)-H(25) 0.9500
C(26)-H(26) 0.9500
C(27)-H(27A) 0.9800
C(27)-H(27B) 0.9800
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
169
C(27)-H(27C) 0.9800
C(28)-C(29) 1.540(5)
C(28)-H(28A) 0.9900
C(28)-H(28B) 0.9900
C(29)-C(30) 1.521(4)
C(29)-C(34) 1.545(4)
C(30)-C(31) 1.322(5)
C(30)-H(30) 0.9500
C(31)-C(32) 1.496(5)
C(31)-H(31) 0.9500
C(32)-C(33) 1.520(4)
C(32)-H(32) 1.0000
C(33)-C(34) 1.538(5)
C(33)-H(33A) 0.9900
C(33)-H(33B) 0.9900
C(34)-C(35) 1.525(4)
C(34)-H(34) 1.0000
C(35)-C(40) 1.389(5)
C(35)-C(36) 1.389(5)
C(36)-C(37) 1.385(5)
C(36)-H(36) 0.9500
C(37)-C(38) 1.375(6)
C(37)-H(37) 0.9500
C(38)-C(39) 1.384(6)
C(38)-H(38) 0.9500
C(39)-C(40) 1.380(5)
C(39)-H(39) 0.9500
C(40)-H(40) 0.9500
O(2)-S(1)-O(1) 117.80(15)
O(2)-S(1)-C(1) 108.19(15)
O(1)-S(1)-C(1) 107.95(15)
O(2)-S(1)-C(8) 109.38(15)
O(1)-S(1)-C(8) 105.24(15)
C(1)-S(1)-C(8) 107.89(14)
O(6)-S(2)-O(5) 117.64(15)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
170
O(6)-S(2)-C(21) 107.93(15)
O(5)-S(2)-C(21) 107.59(14)
O(6)-S(2)-C(28) 110.11(14)
O(5)-S(2)-C(28) 104.15(14)
C(21)-S(2)-C(28) 109.16(14)
C(9)-O(3)-H(3) 109.5
C(12)-O(4)-H(4) 109.5
C(29)-O(7)-H(7) 109.5
C(32)-O(8)-H(8) 109.5
C(2)-C(1)-C(6) 121.2(3)
C(2)-C(1)-S(1) 119.3(2)
C(6)-C(1)-S(1) 119.4(3)
C(1)-C(2)-C(3) 118.7(3)
C(1)-C(2)-H(2) 120.6
C(3)-C(2)-H(2) 120.6
C(2)-C(3)-C(4) 121.3(3)
C(2)-C(3)-H(3A) 119.4
C(4)-C(3)-H(3A) 119.4
C(5)-C(4)-C(3) 118.1(3)
C(5)-C(4)-C(7) 120.9(3)
C(3)-C(4)-C(7) 121.1(3)
C(6)-C(5)-C(4) 121.8(3)
C(6)-C(5)-H(5) 119.1
C(4)-C(5)-H(5) 119.1
C(5)-C(6)-C(1) 118.9(3)
C(5)-C(6)-H(6) 120.6
C(1)-C(6)-H(6) 120.6
C(4)-C(7)-H(7A) 109.5
C(4)-C(7)-H(7B) 109.5
H(7A)-C(7)-H(7B) 109.5
C(4)-C(7)-H(7C) 109.5
H(7A)-C(7)-H(7C) 109.5
H(7B)-C(7)-H(7C) 109.5
C(9)-C(8)-S(1) 121.4(2)
C(9)-C(8)-H(8A) 107.0
S(1)-C(8)-H(8A) 107.0
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
171
C(9)-C(8)-H(8B) 107.0
S(1)-C(8)-H(8B) 107.0
H(8A)-C(8)-H(8B) 106.7
O(3)-C(9)-C(10) 108.4(2)
O(3)-C(9)-C(8) 104.5(2)
C(10)-C(9)-C(8) 111.3(3)
O(3)-C(9)-C(14) 107.8(2)
C(10)-C(9)-C(14) 111.4(3)
C(8)-C(9)-C(14) 113.1(3)
C(11)-C(10)-C(9) 124.5(3)
C(11)-C(10)-H(10) 117.8
C(9)-C(10)-H(10) 117.8
C(10)-C(11)-C(12) 122.5(3)
C(10)-C(11)-H(11) 118.8
C(12)-C(11)-H(11) 118.8
O(4)-C(12)-C(11) 109.0(3)
O(4)-C(12)-C(13) 112.0(3)
C(11)-C(12)-C(13) 110.4(3)
O(4)-C(12)-H(12) 108.5
C(11)-C(12)-H(12) 108.5
C(13)-C(12)-H(12) 108.5
C(12)-C(13)-C(14) 109.4(3)
C(12)-C(13)-H(13A) 109.8
C(14)-C(13)-H(13A) 109.8
C(12)-C(13)-H(13B) 109.8
C(14)-C(13)-H(13B) 109.8
H(13A)-C(13)-H(13B) 108.2
C(15)-C(14)-C(13) 111.8(3)
C(15)-C(14)-C(9) 114.9(3)
C(13)-C(14)-C(9) 109.6(3)
C(15)-C(14)-H(14) 106.7
C(13)-C(14)-H(14) 106.7
C(9)-C(14)-H(14) 106.7
C(16)-C(15)-C(20) 118.3(3)
C(16)-C(15)-C(14) 120.3(3)
C(20)-C(15)-C(14) 121.3(3)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
172
C(15)-C(16)-C(17) 121.2(4)
C(15)-C(16)-H(16) 119.4
C(17)-C(16)-H(16) 119.4
C(18)-C(17)-C(16) 119.8(4)
C(18)-C(17)-H(17) 120.1
C(16)-C(17)-H(17) 120.1
C(19)-C(18)-C(17) 120.1(4)
C(19)-C(18)-H(18) 119.9
C(17)-C(18)-H(18) 119.9
C(18)-C(19)-C(20) 120.6(4)
C(18)-C(19)-H(19) 119.7
C(20)-C(19)-H(19) 119.7
C(19)-C(20)-C(15) 120.0(4)
C(19)-C(20)-H(20) 120.0
C(15)-C(20)-H(20) 120.0
C(22)-C(21)-C(26) 121.2(3)
C(22)-C(21)-S(2) 119.9(2)
C(26)-C(21)-S(2) 118.7(2)
C(21)-C(22)-C(23) 119.0(3)
C(21)-C(22)-H(22) 120.5
C(23)-C(22)-H(22) 120.5
C(22)-C(23)-C(24) 120.9(4)
C(22)-C(23)-H(23) 119.5
C(24)-C(23)-H(23) 119.5
C(25)-C(24)-C(23) 118.7(3)
C(25)-C(24)-C(27) 120.7(4)
C(23)-C(24)-C(27) 120.6(4)
C(24)-C(25)-C(26) 121.1(4)
C(24)-C(25)-H(25) 119.4
C(26)-C(25)-H(25) 119.4
C(25)-C(26)-C(21) 118.9(3)
C(25)-C(26)-H(26) 120.6
C(21)-C(26)-H(26) 120.6
C(24)-C(27)-H(27A) 109.5
C(24)-C(27)-H(27B) 109.5
H(27A)-C(27)-H(27B) 109.5
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
173
C(24)-C(27)-H(27C) 109.5
H(27A)-C(27)-H(27C) 109.5
H(27B)-C(27)-H(27C) 109.5
C(29)-C(28)-S(2) 121.7(2)
C(29)-C(28)-H(28A) 106.9
S(2)-C(28)-H(28A) 106.9
C(29)-C(28)-H(28B) 106.9
S(2)-C(28)-H(28B) 106.9
H(28A)-C(28)-H(28B) 106.7
O(7)-C(29)-C(30) 108.9(2)
O(7)-C(29)-C(28) 104.3(2)
C(30)-C(29)-C(28) 111.2(3)
O(7)-C(29)-C(34) 107.1(2)
C(30)-C(29)-C(34) 111.0(3)
C(28)-C(29)-C(34) 114.0(2)
C(31)-C(30)-C(29) 123.8(3)
C(31)-C(30)-H(30) 118.1
C(29)-C(30)-H(30) 118.1
C(30)-C(31)-C(32) 123.6(3)
C(30)-C(31)-H(31) 118.2
C(32)-C(31)-H(31) 118.2
O(8)-C(32)-C(31) 108.4(3)
O(8)-C(32)-C(33) 111.4(3)
C(31)-C(32)-C(33) 110.7(3)
O(8)-C(32)-H(32) 108.8
C(31)-C(32)-H(32) 108.8
C(33)-C(32)-H(32) 108.8
C(32)-C(33)-C(34) 109.9(3)
C(32)-C(33)-H(33A) 109.7
C(34)-C(33)-H(33A) 109.7
C(32)-C(33)-H(33B) 109.7
C(34)-C(33)-H(33B) 109.7
H(33A)-C(33)-H(33B) 108.2
C(35)-C(34)-C(33) 112.2(3)
C(35)-C(34)-C(29) 113.3(3)
C(33)-C(34)-C(29) 109.5(2)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
174
C(35)-C(34)-H(34) 107.1
C(33)-C(34)-H(34) 107.1
C(29)-C(34)-H(34) 107.1
C(40)-C(35)-C(36) 117.8(3)
C(40)-C(35)-C(34) 122.0(3)
C(36)-C(35)-C(34) 120.2(3)
C(37)-C(36)-C(35) 120.9(3)
C(37)-C(36)-H(36) 119.5
C(35)-C(36)-H(36) 119.5
C(38)-C(37)-C(36) 120.6(4)
C(38)-C(37)-H(37) 119.7
C(36)-C(37)-H(37) 119.7
C(37)-C(38)-C(39) 118.9(3)
C(37)-C(38)-H(38) 120.5
C(39)-C(38)-H(38) 120.5
C(40)-C(39)-C(38) 120.5(3)
C(40)-C(39)-H(39) 119.8
C(38)-C(39)-H(39) 119.8
C(39)-C(40)-C(35) 121.2(3)
C(39)-C(40)-H(40) 119.4
C(35)-C(40)-H(40) 119.4
_____________________________________________________________
Transformações Simétricas usadas para gerar átomos equivalentes
Tabela 4: Parâmetros de deslocamento anisotrópico (Å2x 103) para o composto 122. O fator exponencial do
deslocamento anisotrópico é dado pela expressão: -2π2[ h2 a*2U11 + ... + 2 h k a* b* U12 ]
______________________________________________________________________________
U11 U22 U33 U23 U13 U12
______________________________________________________________________________
S(1) 30(1) 24(1) 28(1) 1(1) 5(1) 6(1)
S(2) 26(1) 24(1) 23(1) 2(1) 1(1) -4(1)
O(1) 50(2) 23(1) 35(1) 2(1) 9(1) 10(1)
O(2) 30(1) 36(1) 34(1) -2(1) 1(1) 10(1)
O(3) 21(1) 30(1) 30(1) -6(1) 6(1) -2(1)
O(4) 29(1) 28(1) 50(1) 11(1) -5(1) -2(1)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
175
O(5) 41(1) 26(1) 28(1) -2(1) 2(1) -10(1)
O(6) 30(1) 37(2) 33(1) 9(1) -2(1) -6(1)
O(7) 23(1) 28(1) 27(1) 4(1) 5(1) -2(1)
O(8) 36(1) 27(1) 37(1) -7(1) -7(1) 1(1)
C(1) 29(2) 20(2) 31(1) -2(1) 9(1) 1(1)
C(2) 31(2) 25(2) 32(2) -1(1) 9(1) -1(1)
C(3) 31(2) 32(2) 32(2) -5(1) 5(1) -4(1)
C(4) 30(2) 38(2) 31(2) -1(1) 7(1) 0(1)
C(5) 32(2) 42(2) 36(2) 7(2) 10(1) -5(2)
C(6) 27(2) 31(2) 34(2) 0(1) 2(1) -4(1)
C(7) 45(2) 57(3) 33(2) -2(2) 7(2) -7(2)
C(8) 30(2) 23(2) 23(1) -1(1) 5(1) 1(1)
C(9) 23(1) 24(2) 26(1) 0(1) 6(1) 3(1)
C(10) 26(2) 25(2) 27(1) -4(1) 0(1) 1(1)
C(11) 27(2) 30(2) 28(2) 5(1) 0(1) 5(1)
C(12) 22(2) 26(2) 37(2) 8(1) 0(1) 2(1)
C(13) 22(2) 24(2) 32(2) -2(1) 2(1) 0(1)
C(14) 22(2) 27(2) 24(1) -1(1) 3(1) 2(1)
C(15) 34(2) 26(2) 30(2) 0(1) -1(1) -7(1)
C(16) 48(2) 33(2) 37(2) -1(2) -12(2) 0(2)
C(17) 71(3) 38(2) 51(2) 4(2) -29(2) -1(2)
C(18) 95(4) 47(3) 32(2) 5(2) -20(2) -32(3)
C(19) 69(3) 64(3) 32(2) -10(2) 4(2) -36(2)
C(20) 41(2) 57(3) 32(2) -9(2) 3(1) -15(2)
C(21) 25(2) 23(2) 24(1) -1(1) 2(1) -2(1)
C(22) 46(2) 27(2) 28(2) -1(1) -1(1) 8(2)
C(23) 72(3) 34(2) 26(2) 4(2) -5(2) 4(2)
C(24) 67(3) 33(2) 29(2) -3(2) 16(2) -12(2)
C(25) 42(2) 37(2) 44(2) -10(2) 20(2) 1(2)
C(26) 31(2) 28(2) 38(2) -2(1) 4(1) 3(1)
C(27) 146(6) 53(3) 33(2) -4(2) 30(3) -12(3)
C(28) 26(2) 22(2) 23(1) 0(1) 5(1) 0(1)
C(29) 20(1) 26(2) 24(1) -3(1) 0(1) -3(1)
C(30) 30(2) 29(2) 24(1) 1(1) 2(1) -4(1)
C(31) 29(2) 30(2) 28(2) -4(1) 1(1) -3(1)
C(32) 26(2) 27(2) 29(1) -4(1) 2(1) -3(1)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
176
C(33) 24(1) 21(2) 30(1) -1(1) 1(1) 0(1)
C(34) 24(2) 22(2) 25(2) 1(1) -1(1) -2(1)
C(35) 33(2) 19(2) 26(2) 1(1) -2(1) 3(1)
C(36) 51(2) 36(2) 28(2) 9(2) -6(1) -15(2)
C(37) 70(3) 37(2) 35(2) 3(2) -11(2) -22(2)
C(38) 72(3) 30(2) 22(2) 3(1) -4(2) 6(2)
C(39) 37(2) 35(2) 29(2) 7(1) 4(1) 9(2)
C(40) 27(2) 36(2) 32(2) 2(1) -2(1) 3(1)
___________________________________________________________________________
Tabela 5: Coordenadas (x104) e parâmetros de deslocamento anisotrópico (Å2x 10 3) dos átomos de
hidrogênio correspondente ao composto 122.
________________________________________________________________________________
x y z U(eq)
________________________________________________________________________________
H(3) 10146 8324 4217 40
H(4) 7538 3432 5332 54
H(7) 4536 3012 771 39
H(8) 7323 -1914 81 50
H(2) 8584 11179 6010 35
H(3A) 8995 10778 7206 38
H(5) 5793 8124 7197 43
H(6) 5409 8453 6004 37
H(7A) 6811 9041 8319 67
H(7B) 8182 9949 8307 67
H(7C) 8246 8320 8170 67
H(8A) 7797 9766 4029 31
H(8B) 8826 10059 4680 31
H(10) 9549 8210 5518 31
H(11) 9105 6218 6035 34
H(12) 6749 5551 5469 34
H(13A) 6840 4901 4293 31
H(13B) 8444 5273 4289 31
H(14) 6386 7281 4577 29
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
177
H(16) 4844 7920 3695 47
H(17) 4087 8038 2521 65
H(18) 5548 7389 1647 70
H(19) 7740 6593 1941 66
H(20) 8508 6431 3117 52
H(22) 6874 6045 -768 41
H(23) 7057 5771 -1971 53
H(25) 10020 2910 -1630 48
H(26) 9809 3132 -425 39
H(27A) 9729 4606 -2792 115
H(27B) 8119 4849 -2945 115
H(27C) 8707 3313 -2852 115
H(28A) 6818 4497 1254 28
H(28B) 6036 4798 523 28
H(30) 5798 2956 -401 33
H(31) 6412 921 -819 35
H(32) 8364 100 12 33
H(33A) 7743 -382 1147 30
H(33B) 6175 37 967 30
H(34) 8400 1969 898 28
H(36) 9269 3147 1893 46
H(37) 9435 3441 3100 57
H(38) 7791 2491 3805 50
H(39) 6011 1168 3289 40
H(40) 5864 836 2088 38
Tabela 6: Ângulos de Torsão [°] correspondente ao composto 122.
________________________________________________________________
O(2)-S(1)-C(1)-C(2) -172.6(3)
O(1)-S(1)-C(1)-C(2) -44.1(3)
C(8)-S(1)-C(1)-C(2) 69.2(3)
O(2)-S(1)-C(1)-C(6) 4.3(3)
O(1)-S(1)-C(1)-C(6) 132.8(3)
C(8)-S(1)-C(1)-C(6) -114.0(3)
C(6)-C(1)-C(2)-C(3) 0.5(5)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
178
S(1)-C(1)-C(2)-C(3) 177.3(3)
C(1)-C(2)-C(3)-C(4) -0.8(5)
C(2)-C(3)-C(4)-C(5) 0.0(5)
C(2)-C(3)-C(4)-C(7) -179.6(4)
C(3)-C(4)-C(5)-C(6) 1.1(6)
C(7)-C(4)-C(5)-C(6) -179.4(4)
C(4)-C(5)-C(6)-C(1) -1.4(6)
C(2)-C(1)-C(6)-C(5) 0.6(5)
S(1)-C(1)-C(6)-C(5) -176.2(3)
O(2)-S(1)-C(8)-C(9) -58.1(3)
O(1)-S(1)-C(8)-C(9) 174.4(2)
C(1)-S(1)-C(8)-C(9) 59.3(3)
S(1)-C(8)-C(9)-O(3) 176.2(2)
S(1)-C(8)-C(9)-C(10) -67.1(3)
S(1)-C(8)-C(9)-C(14) 59.2(3)
O(3)-C(9)-C(10)-C(11) -105.9(3)
C(8)-C(9)-C(10)-C(11) 139.7(3)
C(14)-C(9)-C(10)-C(11) 12.5(4)
C(9)-C(10)-C(11)-C(12) -3.4(5)
C(10)-C(11)-C(12)-O(4) 147.8(3)
C(10)-C(11)-C(12)-C(13) 24.4(4)
O(4)-C(12)-C(13)-C(14) -175.7(3)
C(11)-C(12)-C(13)-C(14) -54.1(3)
C(12)-C(13)-C(14)-C(15) -167.0(3)
C(12)-C(13)-C(14)-C(9) 64.4(3)
O(3)-C(9)-C(14)-C(15) -50.0(4)
C(10)-C(9)-C(14)-C(15) -168.7(3)
C(8)-C(9)-C(14)-C(15) 65.1(3)
O(3)-C(9)-C(14)-C(13) 76.9(3)
C(10)-C(9)-C(14)-C(13) -41.8(3)
C(8)-C(9)-C(14)-C(13) -168.0(2)
C(13)-C(14)-C(15)-C(16) 118.4(4)
C(9)-C(14)-C(15)-C(16) -115.8(4)
C(13)-C(14)-C(15)-C(20) -57.3(4)
C(9)-C(14)-C(15)-C(20) 68.5(4)
C(20)-C(15)-C(16)-C(17) -0.6(6)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
179
C(14)-C(15)-C(16)-C(17) -176.4(4)
C(15)-C(16)-C(17)-C(18) -0.3(7)
C(16)-C(17)-C(18)-C(19) 0.6(7)
C(17)-C(18)-C(19)-C(20) 0.0(7)
C(18)-C(19)-C(20)-C(15) -0.8(7)
C(16)-C(15)-C(20)-C(19) 1.1(6)
C(14)-C(15)-C(20)-C(19) 176.9(4)
O(6)-S(2)-C(21)-C(22) -166.5(3)
O(5)-S(2)-C(21)-C(22) -38.7(3)
C(28)-S(2)-C(21)-C(22) 73.8(3)
O(6)-S(2)-C(21)-C(26) 10.2(3)
O(5)-S(2)-C(21)-C(26) 138.1(3)
C(28)-S(2)-C(21)-C(26) -109.5(3)
C(26)-C(21)-C(22)-C(23) -2.7(5)
S(2)-C(21)-C(22)-C(23) 173.9(3)
C(21)-C(22)-C(23)-C(24) -0.9(6)
C(22)-C(23)-C(24)-C(25) 3.4(6)
C(22)-C(23)-C(24)-C(27) -174.6(4)
C(23)-C(24)-C(25)-C(26) -2.6(6)
C(27)-C(24)-C(25)-C(26) 175.5(4)
C(24)-C(25)-C(26)-C(21) -0.9(6)
C(22)-C(21)-C(26)-C(25) 3.6(5)
S(2)-C(21)-C(26)-C(25) -173.1(3)
O(6)-S(2)-C(28)-C(29) -58.9(3)
O(5)-S(2)-C(28)-C(29) 174.1(2)
C(21)-S(2)-C(28)-C(29) 59.4(3)
S(2)-C(28)-C(29)-O(7) 179.2(2)
S(2)-C(28)-C(29)-C(30) -63.6(3)
S(2)-C(28)-C(29)-C(34) 62.8(3)
O(7)-C(29)-C(30)-C(31) -103.0(4)
C(28)-C(29)-C(30)-C(31) 142.7(3)
C(34)-C(29)-C(30)-C(31) 14.7(4)
C(29)-C(30)-C(31)-C(32) -2.6(5)
C(30)-C(31)-C(32)-O(8) 143.4(3)
C(30)-C(31)-C(32)-C(33) 21.0(4)
O(8)-C(32)-C(33)-C(34) -171.7(2)
Melo, R. P. A. Dados de raios-X
180
C(31)-C(32)-C(33)-C(34) -51.0(3)
C(32)-C(33)-C(34)-C(35) -168.8(3)
C(32)-C(33)-C(34)-C(29) 64.4(3)
O(7)-C(29)-C(34)-C(35) -51.7(3)
C(30)-C(29)-C(34)-C(35) -170.4(3)
C(28)-C(29)-C(34)-C(35) 63.1(3)
O(7)-C(29)-C(34)-C(33) 74.5(3)
C(30)-C(29)-C(34)-C(33) -44.3(3)
C(28)-C(29)-C(34)-C(33) -170.8(2)
C(33)-C(34)-C(35)-C(40) -42.7(4)
C(29)-C(34)-C(35)-C(40) 82.0(4)
C(33)-C(34)-C(35)-C(36) 135.4(3)
C(29)-C(34)-C(35)-C(36) -100.0(4)
C(40)-C(35)-C(36)-C(37) -0.5(6)
C(34)-C(35)-C(36)-C(37) -178.7(4)
C(35)-C(36)-C(37)-C(38) -0.7(7)
C(36)-C(37)-C(38)-C(39) 1.2(7)
C(37)-C(38)-C(39)-C(40) -0.6(6)
C(38)-C(39)-C(40)-C(35) -0.6(6)
C(36)-C(35)-C(40)-C(39) 1.1(5)
C(34)-C(35)-C(40)-C(39) 179.3(3)
________________________________________________________________
Transformações Simétricas usadas para gerar átomos equivalentes
Tabela 7: Ligações de Hidrogênio para o composto 122.
____________________________________________________________________________
D-H...A d(D-H) d(H...A) d(D...A) <(DHA)
____________________________________________________________________________
O(8)-H(8)...O(5)#1 0.84 2.00 2.833(4) 172.2
O(7)-H(7)...O(8)#2 0.84 1.91 2.749(3) 171.8
O(3)-H(3)...O(4)#3 0.84 1.89 2.716(3) 167.6
O(4)-H(4)...O(1)#1 0.84 2.06 2.876(4) 163.4
____________________________________________________________________________
Transformações de Simetria usadas para gerar átomos quivalentes: #1 x,y-1,z #2 -x+1,y+1/2,-z #3 -
x+2,y+1/2,-z+1
Melo, R. P. A. Informações Complementares
181
CAPÍTULO 9-
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Melo, R. P. A. Informações Complementares
182
9- Informações Complementares
9.1-Artigo Publicado
• Enantioselective allylation of aldehydes promoted by chiral sulfur
reagents.
Tetrahedron Letters, 47, 2006, 1829- 1831
9.2-Trabalhos apresentados em congressos
• Sulfóxidos Quirais como Ligantes em Heterocupratos.
Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e Federación Latinoamericana
de Asociaciones Químicas (FLAQ), Salvador- BA, Maio/ 2004
• Reações de Michael mediadas por Sulfóxidos Quirais na presença de
Ácidos de Lewis.
XLIV Congresso Brasileiro de Química, Fortaleza- CE, Setembro/ 2004
• Enantioselective Addition of Allylzinc promoted by Chiral Sulfoxides.
11th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, Canela- RS, Agosto 2005
• Stereocontrolled Approach to Phenyl Cyclitols from (SR)-[(p-
Tolylsulfinyl)methyl]-p-quinol.
12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, Itapema-SC, Agosto 2007
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