Testemunho Verdadeiro
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Copyright @ 2012 By Neiva Meriele
Testemunho Verdadeiro
1ª edição 2012 [email protected]
Editora
Per Se
Capa: Neiva Meriele.
Foto da capa: Evany Bastos
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A trajetória missionária de Nilsom e Evani de
Oliveira.
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A paz do Senhor...
Queridos irmãos em Cristo, quero partilhar através deste
livro os momentos que vivi ao lado de meus pais, um homem e
uma mulher escolhidos por Deus para fazer a diferença,
dispostos a lutarem para levar aos corações angustiados o amor
verdadeiro e a paz de Jesus Cristo.
Não quero engrandecê-los, essa não é minha intenção,
mas quero engrandecer ao único que é digno de toda honra e
toda glória, ao que se fez homem para morrer na cruz e livrar-
nos de todo o pecado do mundo através de seu sangue e por isso
ainda resta neste mundo aqueles que não abandonam sua cruz
em nome do sangue que Jesus derramou, continuam levando a
semente preciosa, assim como meus pais dos quais falarei a
partir desse momento.
Meu nome é Neiva Meriele, tenho vinte e dois anos e
vou contar-lhes a história da vida de meus pais, os missionários
Nilsom e Evani. Um casal que nunca se importou com as
adversidades, falo isso porque como filha muitas vezes me
perguntei até onde iria essa sede de ajudar, de fazer o bem
mesmo quando isso lhes custava muitas noites de insônia e
lágrimas derramadas. Quando adolescente eu não entendia como
eles não se sentiam cansados, ou deprimidos, eram tantos
problemas... mais tarde eu pude entender que quando se entrega
a vida para Deus sem reservas, Ele se responsabiliza por todo o
resto e não permite que um justo seja derrotado.
***
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Bem, vou começar desde o princípio, quando meu pai e minha
mãe se casaram e tiveram que passar pela experiência mais
dolorosa da vida de um ser humano, a dor de perder um filho.
Em janeiro de 1979 meus pais casaram-se na cidade de Caxias
do Sul. Eram felizes, mas faltava um filho para completar a
felicidade de ambos mas já se aproximava de três anos de
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casamento e estavam começando a desconfiar que minha mãe
não poderia engravidar.
Um certo dia ela não estava se sentindo nada bem e foi
procurar um médico para certificar-se sobre sua saúde, chegando
lá os médicos fizeram vários exames incluindo um raio-x e esse
raio-x foi uma terrível imprudência da parte deles pois minha
mãe estava grávida e não sabia e isso prejudicou o bebê. Dali
alguns meses nasceu Aline Chanai, era uma criança doente que
não tinha um rim e o rim que ela tinha era tomado de infecção.
Meus pais sofriam muito com essa situação, passando a maior
parte do tempo no hospital com a menina, apesar de tudo ela era
muito inteligente, linda e cresceu tendo que usar uma sonda para
urinar, mas parecia um anjo que havia descido do céu com
algum propósito.
Com apenas dois anos já falava tudo e certa vez, alguns
dias antes de falecer convidou minha mãe para distribuir
folhetos falando do amor de Deus, ela tinha todo o serviço de
casa mas não teve coragem de negar-lhe esse pedido. Aline
andou de casa em casa entregando folhetos e deixando as
pessoas fascinadas com seu desejo em falar de Deus. Poucos
dias antes de partir ela avisou minha mãe:
— Mãe, eu vou morrer.
Minha mãe ficou apavorada mas pensou que fosse coisa de
criança e o inevitável aconteceu, alguns dias depois ela teve que
ser operada ás pressas e faleceu aos dois anos e meio de idade.
Foi terrível, os médicos choravam e não queriam deixar que meu
pai entrasse na sala de operação porém ele empurrou a todos e
pegou minha irmãzinha no colo, ele que usava um casaco azul
claro manchou-o todo de sangue...
Deram sedativo para minha mãe, e meu pai implorava
aos prantos que Deus devolvesse sua única filhinha. No enterro
não havia ninguém para fazer a cerimônia e foi meu pai quem
teve que realizá-la, ele pediu força para Deus e enterrou sua
própria filha. Foi doloroso demais para meus pais, foi como se o
mundo fosse desabar por sobre suas cabeças...
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(Aline Chanai alguns dias antes de falecer)
“Onde termina o seu limite começa o agir de Deus”.
É uma história triste para se contar, para se ouvir e pior
ainda ser os protagonistas dela, como no caso de meus pais.
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Minha intenção não é comover ninguém como mencionei
antes mas sim mostrar através deste livro que quando Deus
promete ele cumpre e que se momentos difíceis atravessam
nossas vidas é por permissão Dele, não cabe a nós questioná-lo.
Para a mente humana a partir desse momento a vida de meus
pais estaria acabada mas não... ali começava o trabalhar de Deus
na vida deles.
***
Depois de um tempo minha mãe foi consultar e o
médico, após alguns exames comunicou-lhe que ela não voltaria
a engravidar, ela nunca mais teria outro filho. O desespero
tomou conta de ambos, minha mãe estava incontrolável,
primeiro perder a única filha e agora receber a notícia de que
não seria mãe nunca mais.
Mas Deus tinha outros planos e algum tempo depois sem
fazer nenhum tratamento e para surpresa de todos ela
engravidou e nove meses depois nascia uma linda menina que
recebeu o nome de Chanaíne, nome diferente não é? É que antes
de morrer Aline pediu a meus pais que se tivesse uma irmãzinha
queria que se chamasse assim.
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Ao contrário de Aline, Chanaíne era muito saudável, sem
dúvida era a maior alegria de meus pais. Um certo dia porém,
quando ainda era um bebê de colo, meu pai estava dormindo e
minha mãe continuava na cozinha com a menina quando ela
morreu em seus braços. Ela começou a gritar desesperada:
— Nilsom acorde! Nossa filha morreu, nossa filha
morreu!
Ele acordou sobressaltado.
— Sim, nossa filha morreu mas Deus nos deu outra cheia
de saúde — ele imaginava que ela se referia a Aline mas quando
entrou na cozinha desesperou-se, tomou o bebê dos braços de
minha mãe, ela já estava sem vida, o coração não batia mais, ela
não respirava, estava morta. Em desespero meu pai clamou ao
Senhor dizendo-lhe: — Senhor, se fizeres minha filha viver
novamente prometo dedicar a minha vida inteira á Tua obra,
custe o que custar.
Naquele exato momento uma voz suave veio-lhe aos
seus ouvidos:
— Assopra na boquinha dela e ela viverá de novo!
Meu pai soprou-lhe de leve na boca e ela voltou a
respirar normalmente. A essa altura a vizinhança toda já estava
lá pois foram acordados com os gritos, muitos não acreditaram
no milagre que havia acabado de acontecer. Alguém colocou um
maço de dinheiro no bolso do casaco do meu pai e insistiram
para que levassem a garotinha ao médico. O médico examinou-a
para constatar que ela não tinha absolutamente nada. Disse aos
meus pais que na certa eles haviam ficado traumatizados por
causa da doença de Aline, mas eles sabiam que não era trauma,
sabiam que Deus devolvera a vida a minha irmã.
Anos mais tarde ela teve um problema no pezinho, que
eram tortos, teria que usar uma bota ortopédica caríssima que
viria do exterior. Só que mais uma vez Deus mostrou que tinha
planos para nossa família e com as orações dos irmãos e da
família os pés foram endireitando-se até ficarem perfeitos.
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Com tanto sofrimento, tantas recordações naquela
cidade, Caxias do Sul, resolveram mudar-se para o interior,
foram morar na pequena cidade Barra da Chapada onde
moravam meus avós maternos, Dário e Lourdes. Passaram a
morar em um sítio onde eram muito felizes, aproximadamente
três anos mais tarde meus pais tiveram mais uma filha.
Nádia Merili, era uma menina muito saudável, nasceu na
cidade mais próxima na época, Bom Jesus. Nessa época meu pai
já era obreiro e colaborava com os irmãos tocando seu violão.
Formaram então uma dupla, meu pai e o irmão Alênio, faziam
vigílias e cultos, sempre cantando e não medindo esforços para
irem a pé quilômetros e quilômetros.
(Nádia Merili)
Novamente eles teriam que se mudar pois as meninas estavam
com idade para irem à escola e precisavam morar na cidade
então mudaram-se para São Francisco de Paula.
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Minha mãe, aquela mesma que o médico dissera não
poder mais ter filhos estava grávida pela terceira vez e prestes a
dar a luz, dessa vez esperavam um menino mas quem nasceu foi
eu, Neiva Meriele.
(Chanaíne, Neiva e Nádia em São Chico)
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Eu também era saudável, aparentemente. Fui levada ao
médico para uma consulta rotineira mas quando cheguei no
consultório a doutora ficou apavorada, eu estava com um grau
avançado de amarelão, é uma doença um tanto comum em
crianças mas no meu caso já havia se prolongado muito. A
doutora Eliana ficou furiosa com minha mãe:
— Como pode a senhora sendo mãe de três filhas não
perceber que sua filha estava nesse estado? Só que ela não sabia
que a situação era ainda pior, ao me examinar detalhadamente
constatou que minha moleira era fechada, eu não tinha moleira
como as outras crianças, e o que ela disse deixou minha mãe em
desespero outra vez.
— Sua filha não vai falar e não vai aprender na escola.
Sua filha vai ser retardada!
Novamente uma prova na família, desesperados meu pai
e minha mãe contaram com a ajuda de minha avó paterna, Maria
Inácia que ajudou-lhes em oração incansável. Deus não permitiu
que nada de mal viesse me acontecer, cresci com saúde de ferro
e inteligência admirável, modéstia a parte. Com seis anos de
idade já estava na primeira série e nunca repeti de ano.
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