CARDIOPATIAS CONGÊNITASTETRALOGIA DE FALLOT
Fisiopatologia/Relato de CasoCristina Bianchi
Ingrid Daiane SilvaGilberto A Tesser Augusto
Vinícius Oro PoppItajaí,SC
24 de Novembro de 2011
UNIVALI- Universidade do Vale do ItajaíCentro de Ciências da Saúde-CCSGenética Médica Prof. Marco Otílio
Cardiopatias congênitas
Cardiopatias congênitas
“Alterações anatômicas grosseiras do coração ou dos grandes vasos intratoráxicos, que
apresentam real ou potencial importância funcional” (MICHELL e cols. apud RIVERA et al, 2007)
Cardiopatias congênitas - Sua ocorrência está relacionada a diversos
fatores Distúrbio multifatorial~ Fatores Genéticos~ Ambientais
- Substâncias químicas com efeitos teratógenos;- Endocrinopatias maternas;- Infecções durante a gestação.
Cardiopatias congênitas
Diagnóstico a partir de 4 manifestações clínicas principais:
~ Sopro cardíaco;~ Cianose;~ Taquipnéia;~ Arritmia cardíaca.
Cardiopatia congênita
Conduta do MÉDICO
- Exposição materna à teratógenos;
- translucência nucal aumentada;
- histórico de primeira prole com CC
- Sopro cardíaco;- Cianose;- Taquipnéia;- Arritmia cardíaca
Cardiologista
Ecocardiografia fetal
Tetralogia de Fallot
Causa mais comum de cardiopatia congênita cianótica
Consiste em 4 achados:
• Estenose pulmonar infundibular
• CIV
• Dextroposição da aorta
• Hipertrofia do ventrículo direito
Tetralogia de Fallot
Fatores promotores à cianose:
• Resistência pulmonar aumentada
• Resistência vascular periférica diminuída
Fatores não promotores à cianose
• Circulação colateral efetiva (art. Brônquicas, ramos aórticos e canal arterial patente)
• Branda estenose pulmonar infundibular
• Policitemia e Anemia
• Posição de cócoras
Sinais ClínicosCianose – coloração azulada ao redor dos lábios, das extremidades dos dedos e da ponta do nariz.
Em crianças mais velhas, as queixas são de cansaço e cianose após atividade física.
Cianose
Sinais clínicos• Grau de estenose pulmonar define severidade:
Cianose precoce ou tardia Crises de cianose Intolerância aos exercícios
• * Hipodesenvolvimento físico
• * Susceptibilidade à infecções
Em crianças mais velhas com TF qu não foram operadas se observa o baqueteamento digital.
Sinais ClínicosCrise de Hipóxia:
1º mês – Fechamento do canal arterial.
2º e 3º mês – Anemia Fisiológica, insuficiência da circulação colateral.
12º mês – Aumento da atividade física.
Cianose Progressiva
Taquipnéia
Agitação
Flacidez
Podendo culminar em perda da consciência, convulsões, isquemia cerebral levando a sequelas graves ou até a óbito.
DiagnósticoAusculta cardíaca:
• 2ª bulha no FP é praticamente única e hiperfonética, aumenta sua intensidade em direção ao FT, devido a dextroposição aórtica;
• 1ª bulha no FT é hiperfonética devido ao regime de hipertensão do VT.
• O sopro sistólico do FP possui intensidade e duração inversamente proporcional ao grau de estenose infundíbulo-valvar.
• Esse mesmo sopro também diminui de intensidade e duração ou até desaparece em crises de hipóxia.
DiagnósticoEcocardiograma
posição do arco aórtico
grau de cavalgamento da aorta
medida do anel pulmonar
tamanho dos ramos pulmonares e sua confluência
via de saída de VD – grau de hipoplasia e hipertrofia
tipo de civ – perimembranosa c/ extensão para via de saída
tamanho das cavidades esquerdasanatomia coronariana
Diagnóstico
RX de tórax:
Área cardíaca normal ou pouco aumentada;
Coração escavado (aspecto de “bota”)
Ponta cardíaca acima do diafragma;
Vasos pulmonares pouco desenvolvidos, hilos pouco expressivos.
DiagnósticoCateterismo, Angiografia e Angio-RM.
Localização de vasos da árvore brônquica
Localização precisa das artérias coronárias
Exame pré-cirúrgico
TratamentoProstaglandina E – Responsável pela permanência do canal arterial
• Crises hipercianóticas:– Oxigenoterapia por cateter nasal– Posição genupeitoral (visando aumentar a resistência vascular
periférica)– B-bloqueadores (aliviar grau de obstrução do VD)– Morfina (sedação, diminuir agitação e consumo de O2)– Bicarbonato de sódio (correção de acidose metabólica)– Aminas (para resist. sistêmica emcasos sem melhora)
* Prevenção de outras crises: combate às infecções
Tratamento Cirúrgico
Corretivo 3 a 12 meses de idade (recomendado)
• Paliativo
Neonatal Anomalia de coronária Hipoplasia de ramos pulmonares Defeitos card./físicos associados Arritmia futuramente.
Cirurgia Paliativa
Cirurgia Paliativo
Tetralogia de Fallot
Tetralogia de Fallot
Cirurgia Corretiva
• Visa evitar a hipertrofia do VD e consequente fibrose miocárdica, em crianças assintomáticas, entre 3-12 meses de idade, ou a piora da clínica em crianças já afetadas.
• Utiliza-se da tecnologia de CEC (Circulção Extracorpórea) e assim há cardioplegia para prosseguimento da cirurgia.
Cirurgia Corretiva
• Exame físico:• 17 meses• Peso de 8.2 Kg• Altura de 74 cm• Sinais característicos: Síndrome de Down
• Desde o nascimento observou-se:• Dispnéia persistente• Agitação psicomotora • Baixo ganho ponderal• Nesse período: SEM cianose, mesmo com o choro.
• Taquidispneia moderada• Acianótico • Pulsos normais Precórdio:• abaulamento pronunciadoimpulsões sistólicas moderadas.
• O ictus cordis difuso no 4º e 5º espaços intercostais.
• O fígado palpável dois centímetros da
reborda costal direita.
• Sopro sistólico no 3º e 4º espaços intercostais:
irradiação para a borda esternal alta.
• Segunda bulha: Diástole-Hiperfonética -DesdobradaRetardo do fechamento da
valva pulmonar
• Eletrocardiograma • Sobrecarga biventricular • O eixo de QRS estava desviado
para a direita Maior tempo de despolarização
ventricular = maior esforço
Eletrocardiograma do Caso
• Radiografia de tórax • Aumento da: área cardíaca trama vascular
pulmonar • Arco ventricular
esquerdo:arredondado e longo
Sinal de “Sabat”Borda
“NORMAL”
• Ecocardiograma • Comunicação
interventricular (CIV) perimembranosa
• Dextroposição da aorta de 50,0%
• Ecocardiograma :
• desvio anterior do septo infundibular
• estenose discreta
Conduta - Cirurgia
• Circulação extracorpórea
CIV subaórtica fechada: retalho de pericárdio• Tronco pulmonar com: valva pulmonar bivalvulada
Abertura da saída do VD• miectomia infundibular • ampliação do tronco pulmonar
• AMARAL, F. et al. Cardiopatia congênita no adulto: perfil clínico ambulatorial no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Sociedade brasileira de cardiologia, Ribeirão Preto – São Paulo, 2009.
• AMARAL, F.; GRANZOTTI, J.A.; MANSO, P.H.; DE CONTI, L.S. Quando suspeitar de cardiopatia congênita no recém-nascido? Temas de ensino médico, 35: 192-197, Ribeirão Preto – São Paulo, jun. 2002.
• ATIK, E. Caso 5/2011 – Lactente de 17 meses de idade, com tetralogia de Fallot e franca insuficiência Cardíaca por dominância hemodinâmica da comunicação interventricular. Arquivo brasileiro de cardiologia, v. 97(3): e48-49, São Paulo, 2011.
• ATIK, E.Caso 4/2011- Homem de 49 anos com estenose pulmonar valvas e comunicação interatrial como lesões residuais após correção de tetralogia de Fallot, ocorrida à 30 anos. Arquivo brasileiro de cardiologia, v. 97(i): e1-3, São Paulo, 2011.
• BRUNS, R.F. et al. O papel da translucência nucal no rastreamento de cardiopatias congênitas. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 87 (nº3), São Paulo, set. 2006.
• BURNIER, J.N.T. Atlas de doenças cardiovasculares, Editora Art Med, Porto Alegre, 1998.• CROTI, U.A.; BRAILE, D.M.; PITERI, R.C.O.; DIAZ SUAREZ, G.E. Justaposição de apêndices atriais à direita na tetralogia de
Fallot. Braz J cardiovascular Surg., v.21(1): 102-103, São Paulo, 2006.• CROTI, U.E.; BRAILE, D.M.; GAILLARD, A.L.; BEANI, L. Endocardite em adulto com tetralogia de Fallot. Braz J
cardiovascular Surg., v.21(1): 104-105, São Paulo, 2006.• DIAS, E.P.; DE CASTRO, L.S.; DA BOA HORA, S.N. Incidências de malformações congênitas em necropsias infantis
realizadas no hospital universitário Antônio Pedro (HUAP). Artigos originais – Pediatria, 19 (3): 178-182, São Paulo, 1997.• EBAID, M.; AFIUNE, J.Y. Coarctação da aorta. Do diagnóstico simples às complicações imprevisíveis. Arquivo brasileiro de
cardiologia, v. 71, (nº5), São Paulo, 1998.• FARAH, M.C.K. et al. O miocárdio na tetralogia de Fallot: estudo histológico morfométrico. Arquivo brasileiro de
cardiologia, v. 92(3): 169-177, Mato Grosso, 2009.• LEITE, D.L.; MIZIRA, H.; VELOSO, M. Malformações cardíacas congênitas em necropsias pediátricas: características,
associações e prevalência. Arquivo brasileiro de cardiologia, 94 (3): 294-299, Brasília, 2010.
Bibliografia
Bibliografia• MARTINS, T.G.; ARAÚJO, T.C.V.N.; FERNANDES, B.M.; SILVA, A.J.M. Tetralogia de Fallot: anatomo fisiologia cardíaca, tratamento
paliativo e técnica operatória definitiva. XI Encontro de iniciação à Docência, UFPB – PGR.• MENDES, F.F.; FARIAS, C.A.T.; SEGABINAZZI, D. Analgesia de parto em paciente com tetralogia de Fallot não-corrigida. Relato de caso.
Revista brasileira de anestesiologia, v. 55(1): 95-99, jan/fev 2005.• MESQUITA, S.M.F.; LOPES, A.A.B. Hipertensão arterial por coarctação da aorta em adultos. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 9 (2):
192-198, abr/jun de 2002.• MORAES NETO, et al. Tratamento cirúrgico da tetralogia de Fallot no primeiro ano de vida. Revista brasileira de cardiologia, v. 15(2):
143-53, Recife – PE, 2000.• MORAES NETO, F.R.; SANTOS, C.C.L.; MORAES, C.R.R. Correção intracárdica da tetralogia de Fallot no primeiro ano de vida. Resultados
a curto e médio prazos. Revista brasileira de cirurgia cardiovascular, v. 23(2): 216-223, Recife, 2008.• NEVES, J. et al. Uso de stents no tratamento da coarctação da aorta. Revista brasileira de cardiologia invas., v. 13 (3): 153-166, 2005.• PFEIFFER, M.E.T., et al. Avaliação clínica e funcional tardia de arritmias em crianças operadas de tetralogia de Fallot. Arquivo brasileiro
de cardiologia, v. 95(3): 295-302, Rio de Janeiro, 2010.• RIVERA, I.R. et al. Cardiopatia congênita no recém-nascido: da solicitação do pediatra à solicitação do cardiologista. Arquivos
brasileiros de Cardiologia, 89 (1): 6-10, Maceió, 2007.• RIVERA, I.R. et al. Comunicão interventricular: pequenos defeitos, grandes complicações. Revista brasileira de ecocardiografia, v. 21
(3): 41 - 45, 2008.• SANTANA, M.V.T. Cardiopatias congênitas no recém-nascido – Diagnóstico e tratamento, Editora Atheneu, São Paulo, 2000.• SANTOS, M.A.; AZEVEDO, V.M.P. Coarctação da Aorta. Anomalia congênita com novas perspectivas de tratamento. Arquivo brasileiro
de cardiologia, v. 80 (nº3), 340-46, Rio de Janeiro, 2003.• SOUSA, G. et al. Coarctação da aorta: uma causa rara de hipertensão arterial. Medicina interna, v. 6 (2), 1999.• THOMPSON, J.S. Thompson e Thompson – Genética médica. ed. 6, Editora Guanabara S.A., Filadélfia – PA, 2002.• VELHO, F.M.; MICHALSKI VELHO, F.; VELHO, F.J.P. Alterações do septo interatrial e eventos isquêmicos encefálicos. Revista da
sociedade de cardiologia do Rio Grande do Sul, Ano XIII nº 01, Rio Grande do Sul, 2004. • ZIELINSKY, P. Malformações congênitas fetais. Diagnóstico e conduta. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 69 (nº3), Porto Alegre,
1997.
Top Related