Instituição: Faculdade Carlos Drummond de Andrade
Curso: Pedagogia – Período Manhã – Tatuapé - Módulo I
Disciplina: Leitura e Produção de Texto
Professor Ms: Jamar Monteiro
Alunos:
Cleusa da Graça Nassif - RA: 555375 Daniela Silva Gomes Picolo - RA: 554493 Giseli da Silva Miguel - RA: 546268
A leitura alimenta a imaginação, acalenta o coração e
enobrece a alma.
Trabalho de Blog apresentado como requisito de avaliação do TGI do 1º. Semestre do ano de 2015.
Introdução
A comunicação permitiu ao homem se desenvolver ela é, portanto,
crucial para o desenvolvimento da evolução humana e imprescindível para a
cultura.
Nesse blog busca-se elucidar algumas questões relativas ao momento
histórico e atual em nosso país trazendo algumas estatísticas, soluções
exemplos e entrevistas que se aplicam no atual momento.
A base metodológica foi á pesquisa em website e entrevista com
professores de ensino infantil e fundamental que nos permitiu o acesso a
diversas formas de ver e pensar sobre o incentivo a leitura e alimenta a
esperança na construção de um futuro país rico em cultura e ávido pela leitura.
Poderemos tornar o Brasil um país de leitores?
Falar sobre a importância de estimular a leitura e o interesse pelos livros
já nos primeiros anos escolares não é um tema novo. No entanto na última
década houve um maior empenho por parte dos educadores e das grandes
instituições na busca por tornar a leitura mais presente e significativa desde os
primeiros anos de vida.
Em 2011 O Instituto Pró-Livro realizou com o apoio da Abrelivros, CBL e
SNEL e aplicada pelo Ibope Inteligência a 3ª. edição da pesquisa Retratos da
Leitura no Brasil com o objetivo de conhecer e avaliar o perfil do leitor e suas
motivações para a leitura, bem como livros e preferências. Concluiu-se que
temos 88,2 milhões de leitores, ou seja, 50% da população somente.
Metade dos 178 milhões de leitores em potencial do país leu pelo menos
uma obra completa no ano anterior, sendo que 64% reconheceram a leitura
como “fonte de conhecimento para a vida”. O número diverge grandemente dos
países mais desenvolvidos e inclusive dos países emergentes como o nosso.
Mas porque as pessoas não leem?
É fácil reduzir o problema ao fator financeiro, a primeira ideia que nos
vem é exatamente a de que as pessoas não leem por conta do preço dos
livros. No entanto a pesquisa revelou que essa questão fica em 13º. lugar,
sendo a falta de interesse e de tempo os fatores principais.
Rafael Soeiro editor da revista Super Interessante escreveu em 2010 a
matéria: Por que o brasileiro lê pouco? Em que ele aponta para uma questão a
se pensar quando diz: “O problema é antigo: muitos brasileiros foram do
analfabetismo à TV sem passar na biblioteca”.
O hábito da leitura não é uma tradição em nosso país e o estímulo que
deveria acontecer em casa desde muito cedo muitas vezes só ocorre com a
entrada na escola com o incentivo do professor o que acaba fazendo com que
se perca na medida em que os alunos deixam a escola.
A pesquisa revelou que a TV a Música e o Rádio ocupam os primeiros
lugares sendo que a leitura ficou em 7º. Lugar.
Algumas perguntas então se tornam insistentes para aqueles que
persistem em tornar o Brasil um país de leitores, tais como:
Como despertar no jovem o gosto pela leitura?
Quais práticas são efetivas na mediação da leitura?
Como formar municípios e professores leitores?
Qual o percurso para a construção de um país de leitores?
O que já alcançamos e o que ainda falta construir?
Esse texto para o blog não tem a pretensão de responder essas
perguntas sabendo quão complexo é resolver essas questões e torná-las
práticas, tendo por objetivo somente mostrar uma faceta dessa realidade e a
importância da leitura na evolução no sentido humano, com foco no despertar
do interesse na educação infantil.
Sabe-se da importância em projetos e investimentos governamentais
que motivem a iniciativa à leitura como o exemplo do Vale Cultura que traz
bons resultados em números relativos ás estatísticas oficiais do Ministério da
Cultura, mas que ainda está aquém de refletir uma melhora significativa.
Investir em políticas de acesso somente, não basta, é preciso descobrir
um meio de cativar e de encantar para o universo da leitura. Sabemos
historicamente que o Brasil foi construído pela “cultura do trabalho” onde
nossos ancestrais preocupavam-se mais com o sustento e o trabalho do que
com a cultura erudita como outros países de raízes Europeias. O momento
para o ócio criativo é restrito e o entretenimento domina no quesito lazer, por
isso a TV, o cinema os passeios vem em primeiro lugar e a leitura é muitas
vezes imposta como uma função exigida pela escola para a execução de
trabalhos, ligando-se a um sentido obrigatório, além do que muitas vezes o
acervo escolhido pelos professores não fazer parte da vivência cotidiana do
aluno o que torna o encantamento pelo livro ainda menor, por não haver uma
identificação.
Por outro lado a tecnologia com o intuito de melhorar e facilitar a vida do
homem acabou afastando-o do livro e nos perguntamos se estamos então
diante de um paradigma a ser superado sendo que o computador e a internet
vieram para substituir os livros tornando a informação mais rápida e utilitária? A
resposta é Não.
Sabemos que o grande problema das facilidades tecnológicas está nas
informações incorretas. A falta de uma visão crítica e reflexiva que busca um
sentido mais verdadeiro para o que é recebido acaba por massificar e alienar o
pensamento.
E é aqui então que se comprova a enorme importância da leitura na
construção de um ser dignamente autônomo e crítico diante do que vê, através
da capacidade de reflexão que se desenvolve com o tempo e com a mediação
do professor. O sentido da vida deve ser realizar-se como ser humano que
pensa e evolui por si mesmo.
“Assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho
durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura.
Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo
assim, confirma o homem na sua humanidade. (...)” Antonio Candido
– O direito à literatura.
Mas a tecnologia não pode ser totalmente responsabilizada pela falta de
interesse sendo que ela pode também auxiliar como ferramenta moderna que
instiga a vontade à leitura, o aprendizado de outras culturas vendo que sua
principal característica é a globalização e a abertura para conhecer novas
culturas ampliando os horizontes pela sua abrangência e amplitude, sabendo
disso algumas empresas de software como a Universia Brasil criaram
aplicativos diferenciados como:
Aesop´s Quest- Para crianças que iniciam no inglês aprenderem através
de jogos e contos clássicos, respondem a perguntas com mais interação.
Gatsby`s Light Literature Analysis Guide- É um software criado para que
as crianças compreendam a literatura clássica com uma visão mais profunda
sobre movimentos literários, análise de obras, prosa e poesia com questões.
Marvin- Leitor de e-books que facilita a assimilação dos conteúdos e a
capacidade de interpretação dos textos em inglês.
Shakespeare Pro- Que une as obras de Shakespeare, que permite
procurar palavras e termos que aparece em várias obras (hipertexto) que
facilita as pesquisas e o acesso ás obras desse importante escritor.
Reading Trainer- Que permite o aluno treinar a velocidade por meio de
jogos que necessitam de rápida compreensão para adquirir maior fluência na
leitura.
Outros aplicativos auxiliadores que encontramos foram:
Smartsters (Windows) aplicativo gratuito que serve como proposta que
auxilia a criança a soletrar, reconhecer padrões e usar a lógica.
iStory Books (Android, iOS iPad e iPhone) apresenta livros com áudio e
texto, os pais e professores podem utilizar lendo para eles ou deixando que
eles explorem as variadas histórias que abordam temas multidisciplinares.
Porém apesar da geração “Y” ser quase dependente das novas
tecnologias há como resgatar a boa leitura pelo livro tradicional sem que esse
seja visto como ultrapassado.
Seja pela modernidade ou pela forma clássica a leitura nos permite
também construir referências internas, desenvolve a imaginação e instiga a
fantasia, nos permite criar, o que é diferente de buscar uma leitura utilitária e
vaga, pronta e instantânea. Ela desenvolve a subjetividade das novas ideias
possibilitando recriar a realidade á partir de um processo ativo de construção
interior, e nessa viagem desperta o gosto pela leitura.
Após ser “dominado” pelo prazer da leitura a tendência é torná-la fonte
de lazer e prazer indispensável o que a mesma pesquisa constatou ao avaliar
que aqueles que passaram a ter a leitura como hábito se tornaram leitores
assíduos.
Existem muitas pessoas engajadas e que acreditam que ainda há
esperança para gerar futuros leitores são pessoas que pensam em ideias
diferentes para estimular o interesse, como o caso de Daniele Carneiro e
Juliano Rocha que por meio da mídia divulgam iniciativas de incentivo pelo blog
Bibliotecas do Brasil que permitiu criar uma rede de contatos com trocas de
experiências entre bibliotecas do Brasil.
http://pt.globalvoicesonline.org/2015/01/26/livros-leitores-bibliotecas-
brasil/
Para isso foi necessário olhar para o livro e a biblioteca não mais como
aquele lugar silencioso e fechado cheio de obrigações quanto á devolução e
cadastro, houve a necessidade de tornar a adoção e o empréstimo uma forma
mais livre, descontraída e criativa como deixar os livros mais acessíveis com
algumas propostas de expor os livros em geladeiras, carrinhos de feiras, caixas
etc... Unir a literatura e a arte urbana numa mistura original.
http://www.bibliotecasdobrasil.com/p/downloads.html
Em casa os livros devem ser acessíveis às crianças, podem fazer parte
da decoração e até servir como utensílios, o contato constante acaba por tornar
o livro de manuseio fácil e natural.
O hábito deve ser fomentado desde muito cedo e os livros devem estar
sempre à disposição na altura dos pequenos para que mesmo antes do
letramento tenham o contato com os livros. Se isso não for possível na
realidade familiar deve ser uma função prioritária na fase escolar em que está
nas mãos do professor tornar isso natural não só para os alunos como para ele
próprio. Os livros deveriam estar em todos os cantos da escola por todos os
lados.
Deve ser comum e espontâneo para o aluno ver o professor com o
objeto livro na mão, ouvir a história contada com entusiasmo e criatividade
permitindo o aluno reconstruir, dar finais diferentes, encenar, apropriando-se da
dinâmica.
As diversas artes iconográficas como a fotografia, cinema, teatro,
arquitetura, design são instrumentos de acesso que devem ter como tema a
literatura e por meio delas incentivar a leitura.
Vemos que várias maneiras estão disponíveis é preciso vontade e
iniciativa, sair da zona de conforto das apostilas e criar projetos mais
dinâmicos.
“Primeiro elas escutam histórias lidas pelos adultos, depois conhecem o livro como
um objeto tátil “que ela toca, vê, e tenta compreender as imagens que enxerga” {...}. “A
criança lê do seu jeito muito antes da alfabetização, folheando e olhando figuras, ainda
que não decodifique palavras e frases escritas. Ela aprende observando o gesto de leitura
dos outros – professores, pais ou outras crianças.” diz Edmir Perrotti, professor de
Biblioteconomia da Universidade de São Paulo (USP) e consultor do MEC.
O professor dos primeiros anos devem criar planos de aulas e
apresentar didáticas, observar o que alimenta cada aluno, o que o motiva, o
que o toca, respeitando o tempo pedagógico, essa é a função do docente que
traz para a sala de aula uma história que ajuda a construir uma identidade
humana e social.
E porque não trazer os pais para essa realidade através de atividades
em conjunto com os filhos no recinto escolar. Constatamos em entrevista com
a diretora do Colégio Amorin escola da região leste de São Paulo tem como
prioridade o evento anual que reúne toda a escola na criação do livro “Ler e
escrever muito prazer”, em que as melhores histórias são escolhidas em cada
edição com o lançamento que reúne os professores pais e alunos, além do
sarau de leitura que a escola realiza mensalmente.
Se a função da escola é educar ela pode se dedicar a trazer toda a
família para essa nova realidade literária e revolucionária. Esse tipo de
iniciativa é o que mobiliza a construção de um país leitor.
Entrevista com professores
No site http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2012/08/20/educadores-
criam-estrategias-para-despertar-o-interesse-dos-alunos-pela-leitura/
Trazemos dois exemplos de professoras da educação infantil e
fundamental que priorizam o incentivo a leitura trazendo as suas experiências
em sala de aula, unindo a teoria e a prática.
Eliana Chagas da Silva, Educação Infantil.
Portal Aprendiz – Quais estratégias você aplica para alunos da
educação infantil a fim de mobilizar o interesse pela leitura?
Diariamente temos ao final do dia um momento de mediação de leitura e
uma roda de exploração livre de livros. Uma vez por semana temos o que
chamamos de “tarde da literatura”, quando visitamos a biblioteca da creche e
os alunos escolhem seus livros preferidos, contam histórias um para o outro,
repetindo a introdução que eu costumo fazer para a história que é esta música
da dupla “Palavra Cantada” [dupla musical formada por Paulo Tatit e Sandra
Peres] (com gestos):
Eu vou te contar uma história, agora, atenção!
Que começa aqui no meio da palma da tua mão
Bem no meio tem uma linha ligada ao coração
Quem sabia dessa história antes mesmo da canção?
Dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão…
Portal Aprendiz – Como você se descobriu leitora e que papel teve
a escola neste desenvolvimento?
Só me descobri leitora aos 20 anos, quando iniciei num Projeto da
Fundação Abrinq chamado Biblioteca Viva. Até aí não gostava de literatura
propriamente dita, adorava ler editoriais, mas não livros. A escola sempre me
obrigava a ler com pressa e mecanicamente para fazer uma prova, dureza.
Jamais farei isso com meus alunos. E todos estes anos, na Educação Infantil
tenho tido ótimos resultados, minhas turmas sempre têm uma relação afetiva
com o objeto livro!
Valéria Xavier Bernardes, Ensino Fundamental.
Portal Aprendiz – Quais estratégias você aplica para alunos do
ensino fundamental a fim de mobilizar o interesse pela leitura?
Promover a leitura entre os alunos, em qualquer nível, não é tarefa fácil. Uma
possível solução seria envolvê-los ao ponto em que a leitura se torne algo
necessário. Assim como faz a mídia, que cria no público consumidor a
necessidade de ter de comprar algo. O professor precisa “vender seu peixe”,
convencer o aluno, mostrando a ele a importância e aplicabilidade do conteúdo
lido. Para isso, o professor pode antecipadamente falar sobre o tema,
aguçando a curiosidade do aluno, além de propor uma discussão sobre o tema
(um debate) após a leitura.
Portal Aprendiz – Como você se descobriu leitora e que papel teve
a escola neste desenvolvimento?
Minha alfabetização foi na escola, porém sabemos que a leitura é um
processo amplo e complexo. Muito antes da escola, recordo-me folheando
livros infantis, “vendo-lendo” as imagens, produzindo minhas primeiras leituras.
Na escola houve a oportunidade de ampliação dos objetos lidos e
amadurecimento do processo.
Conclusão
Conclui-se que é possível tornar o Brasil amigo dos livros, há muitas
pessoas interessadas nisso, só é preciso ter iniciativa saber ouvir e alimentar-
se das ferramentas antigas e novas recriando o cenário com força de vontade e
trabalho de equipe entre os pais, professores e instituições para criar meios de
tornar isso uma realidade.
De qualquer maneira temos que aceitar o fato de que ninguém dá aquilo
que não tem, e precisamos fazer as nossas crianças descobrirem o seu melhor
potencial aquilo que o ser humano tem inato, mas que necessita de estímulo
para desenvolver. “A vontade de aprender”.
BIBLIOGRAFIA
BONELA, Davi Padilha. Brasileiros incentivam a leitura usando a criatividade e as próprias mãos. Disponível em: <http://pt.globalvoicesonline.org/2015/01/26/livros-leitores-bibliotecas-brasil/> Acesso em: 01/05/2015. Universia, Professor: conheça 5 aplicativos que incentivam a leitura em sala de aula. Disponível em:< http://noticias.universia.com.br/tag/incentivar-a-leitura-em-sala-
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<http://canaldoensino.com.br/blog/10-apps-que-ajudam-no-aprendizado-das-criancas>. Acesso em: 10/04/2015. MORAIS, José. A missão de despertar o interesse pela leitura. Acesso em:
<https://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/8083/a-missao-de-despertar-o-interesse-pela-leitura.aspx>. Acesso em: 10/04/2015. Diário Gaúcho, Aplicativo incentiva leitura no meio digital para crianças.
Disponível em: <http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2013/10/aplicativo-incentiva-leitura-no-meio-digital-para-criancas-4316646.html>. Acesso em: 10/04/2015.