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VIGILNCIA SAUDE NO TRABALHO OFFSHOREDra. Hellen P. de Freitas Vervloet Mdica do Trabalho, MBA em Gesto em Sade, Diretora da Save Sade

BACKGROUND

UNIDADES OU INSTALAES OFFSHORE Organizao de alta complexidade estrutural, organizacional e funcional QUE

Envolve uma gama variedade de atividades tcnicas desde as altamente especializadas e de grande especificidade At operaes comuns a outras organizaes de trabalho

Estudos Anteriores Reviso de literatura sobre trabalho e sade de trabalhadores offshore e onshore: Populao offshore: maior ansiedade mais problemas de sono maior carga de trabalho

Mltiplos fatores exercem papel significativo na sade e na segurana do pessoal offshore: Objetivos (tamanho da unidade, tipo de instalao, padres de trabalho) Subjetivos (percepo, significado) Diferenas individuais (idade, caractersticas de personalidade) Estilo de vida (comportamentos de sade)(PARKES, 1998)

Estudos AnterioresFontes potenciais de stress incluem: localizao remota e isolada ambiente fsico adverso trabalho e moradia confinados falta de privacidade riscos percebidos trabalho em turnos sndrome do marido intermitente(PARKES, 1998)

Distribuio dos trabalhadores, por faixa etria.50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 numero %

20-30 anos 31-40 anos 41-50anos 51 e mais

- Predomnio de adultos jovens (< 40 anos)- Nmero expressivo de pessoas entre 40 e 50 anos, que desempenham funes complexas, com longo treinamento e grande experincia

Breve perfil dos trabalhadores offshore

Populao predominantemente masculina. Predominantemente casada Mdia dois filhos Origem principal: Estado do Rio de Janeiro. Porcentagem de estrangeiros: 15,1%

Distribuio dos Pesquisados por Tempo de Trabalho OffshoreAt 1 ano De 1 a 5 anos De 6 a 10 anos De 11 a 20 anos De 21 anos e mais No responderam TOTAL 18 33 43 18 16 02 130 14,1% 25,7% 33,6% 14,1% 11,0% 1,5% 100%

Distribuio dos Pesquisados Segundo Funes PesquisadasAdministrativas Comando e superviso Operacional Comissara TOTAL 5 14 88 23 130

100%

92% sexo masculino

70% acima do peso Populao offshore:(em 11 unidades brasileiras)

40% tabagistas

40% etilistas onshore 27% perda auditiva

50% colesterol alto 30% deprimidos

PRESENA DE ALTO APOIO SOCIAL (FATOR AMPLAMENTE RECONHECIDO COMO PROTETOR FRENTE AO STRESS)

PERFIL DO MDICO OFFSHORE

Mdico do trabalho (ideal) ou familiarizado com os princpios da patologia ocupacional e suas causas Experincia em Pronto Socorro, Terapia Intensiva, Unidade Coronariana, Cirurgia Geral, Clinica Geral Certificado em ATLS e ACLS Noes de computao

OBJETIVO

Vigilncia Sade A vigilncia da sade um termo genrico que abrange procedimentos e investigaes para avaliar a sade dos trabalhadores visando detectar e identificar alteraes de sade. Deve ser realizada quando uma exposio for identificada ou esperada ou para atender um requisito legal.

Principais Mecanismos de Controle de Sade Promoo de sade Informao sobre riscos sade Preveno Vacinao (antitetnica e anti hepatite ) Deteco precoce de agravos Exame clnico Monitorizao biolgica Exames complementares (p.ex.):Hemograma, Urina I, Uria, Creatinina, Enzimas hepticas, Audiometria Avaliao neuro -comportamental (?)

VIGILNCIA SADE NO TRABALHO OFFSHOREPrincipais Referncias Legais: NR 7 PCMSO NR 9 PPRA NR 17 Ergonomia -A elaborao de um PCMSO para o trabalho offshore depende de uma boa analise dos riscos presentes e de uma boa descrio das atividades desempenhadas. -O medico do trabalho deve sempre interagir com a Segurana

Fatores do Ambiente Fsico

FSICOS:Temperatura,Presso,Vibraes, Iluminao,Rudo etc.(operao e manuteno)

QUMICOS:Hidrocarbonetos, Gases (operao), leos e Graxas, Solventes,

BIOLGICOS:Vrus ebactrias (casario)

ERGONMICOS:Posturas inadequadas

Fatores do Ambiente Psicossocial

Estrutura temporal: ritmo; turnos; confinamento Estrutura das tarefas: falta de controle, subutilizao das capacidades, repetitividade Estrutura de papis; conflito/ambigidade de papis; solicitaes contraditrias; Relaes interpessoais: alto apoio social

Extraorganizacio nais insegurana no emprego, preocupae s com a carreira Extratrabalho problemas pessoais, familiares, comunidade

Perda auditiva;

Perigos Sade no Ambiente Offshore

Obesidade, Dorsolombalgias; transtornos da articulao escapulo umeral

Transtornos mentais; fadigaDistrbios do sono; Inalao de substncias qumicas; Queimaduras qumicas Desidratao e Exposio excessiva ao sol e ao vento; Doenas pulmonares (habito de fumar) Uso de drogas.

EXAME CLNICOo o o o o o o Peso, Altura IMC ( menor que 35) Presso Arterial, Freqncia Cardaca Ananmese detalhada Exame fsico detalhado Com nfase no Sistema Nervoso Perifrico Avaliao do sistema musculoesqueltico: Amplitude de movimentos Fora muscular Marcha Exame das articulaes

GRADE DE EXAMES BASICOS Hemograma completo Tipo sangneo e RH Glicose Lipidograma Triglicrides Enzimas Hepticas Uria, Creatinina Rx Trax (OIT- ideal) Rx Coluna Cervical e Lombo Sacra Acuidade Visual Audiometria ECG (TE ideal) Percia Odontolgica Teste de lcool e drogas (se a empresa possuir uma poltica estabelecida).

GRADE DE EXAMESESPAO CONFINADO E TRABALHO EM ALTURA EXAMES ESPECFICOS PARA OS RISCOS DAS FUNES:

Teste Ergomtrico Espirometria EEG Avaliao do Equilbrio Esttico e Dinmico Avaliao Psicolgica

Caldeireiro Soldador Pintor Mecnico

ERGONOMIA NAS UNIDADES OFFSHORE As unidades offshore geralmente so antigas Diversos postos de trabalho causam fadiga e induzem as ms posturas Postos de trabalho com altas temperaturas Espaos confinados Trabalho em altura

ALGUMAS SOLUES ERGONMICAS QUE PODEM SER TOMADAS Eliminao do movimento crtico ou da postura crtica, ou reduo da freqncia do mesmo; Pequenas melhorias; Projeto ergonmico ou soluo ergonmica conhecidas; Rodzio nas tarefas (revezamento ou job-rotation); Melhoria no mtodo de trabalho; Melhoria da organizao do sistema de trabalho; Preparao para o trabalho, ginstica preparatria, ginstica de distencionamento e exerccios compensatrios; Orientao ao trabalhador e cobrana do mesmo de atitudes corretas; Seleo mnima (mdica ou biomtrica) para a funo; Pausas de recuperao.

Atendimento Mdico em 4 Unidades Offshore1 lugar 2 lugar 3 lugar 4 lugar 5 lugar Unid. A Lombalgias Cefalia IVAS Dermatites Gastrointesti nais Unid. B Lombalgias IVAS Dermatites Dores em MMII Cefalia Unid. C IVAS Cefalia Lombalgias Dermatites Odontalgias Unid. D IVAS Lombalgias Cefalia Gastrointesti nais Dermatites

As lombalgias ocupam do primeiro ao terceiro lugares

DORSOLOMBALGIAS NAS UNIDADES OFFSHORE

Dorsolombalgias e Funes offshorecerca de 58% ocorreram com Homens de bomba, Plataformistas e TorristasFuno Torrista Homem de bomba Plataformista Homem de rea Homem de manut. na rea Eletricista Outros Total No de casos 18 14 12 10 9 7 6 76 Percentagem (%) 23.70 18.42 15.78 13.15 11.84 9.21 7.89 100

-Palestras com Power Points, livretos e filmes durante as reunies de segurana Projeto inicial -Conversa pessoal , principal/ os de maior risco -Ginstica laboral 15 minutos antes do inicio de cada turno - Dialogo de segurana Equipe de segurana

Aps 5 meses do programa houve uma reduo de 80% das queixas de lombalgia. Houve um plat em torno dos 20%100 80 60 40 20 0 %

nov 100

dez 70

jan 55

fev 20

mar 20

EM RESUMO- As Dorsolombalgias esto entre os diagnsticos mais comuns, nas unidades offshore.- So causas freqentes de afastamento do trabalho e de diminuio da produtividade. - O papel do mdico bordo crucial para decidir quem precisa ou no desembarcar.

- Os casos so mais comuns entre Torristas, homens de bomba e Plataformistas.- O nmero de queixas diminui rapidamente, com um programa de ginstica laboral.

COMPORTAMENTO EPIDEMIOLGICO DAS INFECES OFFSHOREComportamento diferente das infeces no ambiente offshore devido ao: Espao relativamente pequeno Confinamento Trabalho em turnos Ar condicionado Indivduos deprimidos Higiene inadequada VELOCIDADE DE PROPAGAO MAIOR, FORA DE INFECO MAIOR

SURTO GRIPAL NUMA UNIDADE DA BACIA DE SANTOSNo de casos No de casos

DIAS 1 2 3

N CASOS 1 2 3

20 20 18 18 16 16 14 14 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 1o 1o 2o 2o 3o 3o 4o 4o 5o 5o 6o 6o 7o 7o

45 6 7

47 13 20

GRIPEN de caso s

Em ambiente offshore, os surtos gripais:Tendem a ter menor perodo de incubao;Dias

N de Casos

ONSHORE

Dias

Os perodos sintomticos so mais duradouros;A magnitude dos sintomas maior; H um nmero maior de complicaes.

OFFSHORE

40%

116* 63 40 10 3**

Porcenta gem 54.3 35.3 8.6 1.8

Arroz (90 kg/semana)Bananas Uvas Biscoitos (wafers e recheados) Molhos e condimentos

PROGRAMA DE ORIENTAO DIETTICA Palestras, orientaes em grupo e conversas pessoais na enfermaria sobre os riscos do excesso de peso Explicaes sobre os diversos tipos de dieta ( Contagem de Pontos, South Beach, Atkins) Caminhadas no deck ou incentivo ao exerccio fsico quando h sala de ginstica a bordo Interferncia do mdico na elaborao do cardpio Envolvimento da gerencia da unidade Gincanas com brindes os trabalhadores offshore no fazem dieta quando desembarcados. muito difcil manter o trabalhador offshore em forma

PROGRAMA DE ALCOOL E DROGAS

OBJETIVO: Garantir que os funcionrios e contratados no esto sob influencia de lcool e drogas enquanto realizam atividades para a empresa, garantindo assim um ambiente seguro para todos.

PROCEDIMENTOSRandmicos: Testes realizados antes do embarque nas unidades offshore via helicptero e nas embarcaes de apoio no momento que estas esto atracadas nas bases de apoio.Por razo: testes realizados em indivduos com atitudes ou desvio de comportamento suspeitos ou aps acidentes.

RESULTADO DE 2009:N de Dias5

N de pessoas 14 52 20 18 20 31 42 38 32

Positive Result

Negativo14 48 19 16 19 30 41 36 32

%100.0% 92.3% 95.0% 88.9% 95.0% 96.8% 97.6% 94.7% 100.0%

Positivo0 4 1 2 1 1 1 2 0

%0.0% 7.7% 5.0% 11.1% 5.0% 3.2% 2.4% 5.3% 0.0%

Abril Maio

2 8 4 4 6 6 7 6 7

4

Junho3

Julho Agosto

2

Setembro Outubro Novembro

1

0

Dezembro

Total 2009

50

267

255

95.5%

12

4.5%

Nota: Foram testadas 150 pessoas no primeiro trimestre de 201039

CONSIDERAES FINAIS

NOSSA META: QUEREMOS NO AMBIENTE OFFSHORE APTOS para participarem de qualquer treinamento de sobrevivncia no mar. APTOS para viajarem num helicptero usando cintos de segurana comuns, com habilidade de vestir um colete salva-vidas, ejetar e passar atravs da janela de emergncia se necessrio. APTOS para se moverem pela instalao offshore com suficiente mobilidade e responderam prontamente aos procedimentos de evacuao APTOS para serem fisicamente transportados pelo time de emergncia dos seus postos de trabalho para o atendimento mdico.

APTOS para desempenhar suas funes sem comprometer a sua segurana e a de seus companheiros. Fisicamente APTOS para cumprirem os requesitos fsicos de sua funo E principalmente: QUE NO HAJA NENHUM RISCO SIGNIFICANTE DE INCAPACIDADE AO TRABALHADOR, NEM NENHUMA NECESSIDADE DE UMA INTERVENO MEDICA MAIS CONSISTENTE DEVIDO A UMA CONDIO MDICA PR EXISTENTE.

Muito obrigada! [email protected]