TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA TRANSIÇÃOEPIDEMIOLÓGICA
UNIDADE III
POLÍTICAS DE SAÚDE
PROFª ENFª Mª CHRISTINA
Estudo das modificações que acontecem nas populações humanas desde o período das “altas taxas de nascimento (natalidade) e altas taxas de mortalidade” para o período das “baixas taxas de nascimento (natalidade) e baixas taxas de mortalidade”. Thompson
OBJETIVOS:• Relacionar a abordagem entre
demografia e saúde.• Focalizar a evolução populacional
através dos tempos, ligando-a ao padrão prevalente de doenças.
• Apresentar padrão de doenças para o futuro.
• Subsidiar o raciocínio crítico dos profissionais.
DINÂMICA POPULACIONAL O Crescimento de uma população se
mede:nº de nascimentos + imigrantes -nº de óbitos + emigrantes = X
Necessita-se:• do tamanho da população em um dado momento,
conhecido através de recenseamentos.• Do nº de nascimentos, óbitos e migrantes, ocorridos
a partir de então.
OU CENSO, SIGNIFICA CONTAGEM COMPLETA DAS
UNIDADES ( DOMICÍLIOS,PESSOAS,
PRONTUÁRIOS etc... ) QUE COMPÕEM UM DADO UNIVERSO.
RECENSEAMENTOS
DEMOGRÁFICOS
HISTÓRIA DOS RECENSEAMENTOS
• Os Romanos já utili-
zavam, há 2.000 anos
• Século XIX- Europa
Ocidental
* Brasil- 1872, primeiro recenseamento geral, e hoje o faz periodicamente
Censo-Brasil
-1872: 10 Milhões
-1900: 17 Milhões
-1950: 52 Milhões
-1980: 120 Milhões
-1991: 146 Milhões
-2000: 153 Milhões
PRECISÃO DOS CENSOS
Embora visem alcançar todas as pessoas,
podem não alcançar seus objetivos. Ocorrências:- Omissão - Subnumeração de 4%- Fraudes .... As estimativas podem ser
retificadas quando a verdade passa a ser
conhecida !!
É IMPORTANTE DISPOR-SE DEDADOS FIDEDIGNOS SOBRE O PASSADO E O PRESENTE, QUE
PERMITAM TRADUZIR AS NECESSIDADES ATUAIS DE
SAÚDE EM TERMOS NUMÉRICOS E PROJETÁ-LAS
PARA O FUTURO.
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
-Séc. I d.C. pop. mundial
alcançou 210 Milhões hab.
-Mil anos depois: 284 milhões de hab.
-1650: 500 milhões
-1800: 1 bilhões
-1960: 2 bilhões
-1975: 4 bilhões
-1986: 5 bilhões
SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA ATUAL
1-Mudanças do perfil da mortalidade e da fecundidade ( início do séc.XX)
-Mortalidade: nº total de óbitos / Pop. Total,
na metade do período X 1000
-Fecundidade: nº nasc.vivos / determ. período tempo-nºmulheres idade de procriar X 1000
2- Populações antigas- Alto índice de mortalidade e natalidade.
-Mortalidade- 30 a 50 óbitos/1000 (catástrofes-epidemias, fome; secas etc.)
-Natalidade- 30 a 50 nascimentos ao ano/1000
(casamento entre adolescentes)
3- Esperança de vida ao nascer: 20 anos
• MORTALIDADE: Redução gradativa devido aos progressos ocorridos em diversos aspectos da vida em sociedade (industrialização).
• FECUNDIDADE:Resistiu mais às mudanças. Crescimento Populacional
Acelerado.
SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA ATUAL
ÉPOCAS RECENTESMortalidade decresceu rapidamenteFecundidade decresceu lentamente MOMENTO PRESENTE1º Mundo: baixas Tx de fecundidade população estável3º Mundo: Tx altas de fecundidade Crescimento da população
CONSIDERAÇÕES:• TX DE MORTALIDADE TENDEM A DECLINAR
ANTES DA NATALIDADE.
• POPULAÇÃO CRESCERÁ ENQUANTO, HOUVER DIFERENÇAS ENTRE TX. DE
NATALIDADE E DE MORTALIDADE.
* TX DE NATAL. E MORT. EM NÍVEIS PRÓXIMOS, A SOCIEDADE ATINGE UM NÍVEL DE ESTABILIDADE DEMOGRÁFICA EM TERMOS QUANTITATIVOS.
FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
1- PRÉ-INDUSTRIAL OU PRIMITIVA-
Coexistência de altas Tx de mortalida/ e Natalidade.
2-INTERMEDIÁRIA DE DIVERGÊNCIA DOS COEFICIENTES-
Tx. de Mortalidade apresenta grande redução,en-
quanto, Tx. de natalidade mantém-se em nível
alto > limitação progressiva no ritmo do crescimento
populacional.
3-INTERMEDIÁRIA DE CONVERGÊNCIA DOS COEFICIENTES:
Tx. de Natalidade diminui em ritmo mais acele-
rado que a Tx de Mortalidade> limitação pro-
gressiva, no ritmo de crescimento populacional.
4-MODERNA OU DE PÓS-TRANSIÇÃO:
Nova aproximação de ambos os coeficientes
(tx), só que em níveis baixos. ¨POP.ESTÁVEL¨• Crescimento populacional praticamente ¨zero¨
-DISCRETO CRESCIMENTO POPULACIONAL-
(2 FILHOS POR CASAL)
ESTABILIDADE FUTURA DA POP. MUNDIAL
Estima-se que aconteça em meados do séc. XXI
A redução da mortalidade e da
fecundidade faz com que a esperança
de vida aumente, a população
envelheça e amplie-se a proporção de
mulheres na população.
REDUÇÃO DIFERENCIADA DA MORTALIDADE
A DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADEEM TODO O MUNDO, FOI MARCANTEPARA OS GRUPOS ETÁRIOS MAISJOVENS, E MENOS PRONUNCIADAPARA AS PESSOAS DE MEIA IDADE EIDOSAS-Doenças crônico-degenerativas.
Envelhecimento da População
IBGE-Idade média do brasileiro
1980- 18 anos 1991-21 anos
• O índice de envelhecimento é mais elevado nas áreas urbanas, compara-das, às rurais. (65+)
• 1980: 11,6 e 8,6 respectivamente.
RAZÃO DE DEPENDÊNCIA é a relação entre o número de pessoas do grupo de idades e o número de pessoas em idade economicamente produtiva (15-64 anos de idade). A razão total é a soma da razão correspondente ao grupo jovem mais a razão do grupo de idosos.
Indice de Envelhecimento/Razão de
Dependência-1988Faixa Etária
0-14anos
A
15-64anos
B
65+
C
População 35,7 59,8 4,5
Índice de Envelheci/
C/A = 4,5/
35,7=
0,126=
12,6%
Razão de Dependência
A + C/B =
35,7 + 4,5/
59,8=
0,672 x 100 = 67,2%
TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS NO
BRASIL- FUTUROIBGE- 1980 –2020
-Mortalidade Infantil: 18 óbitos por 1000 nasc. Vivos.
-Esperança de vida- 76 anos ( H-73 / M-78)
-Tx. de Fecundidade Total: 1,8 nasc.vivo por mulher
-População: 200 Milhões de habitantes.
-Proporção de crianças diminuirá, aumentará
segmento economicamente ativo.
-Processo de envelhecimento contínuo da estrutura etária.
MENOR PROPORÇÃO DE CRIANÇAS
SAÚDE- Diminuição de construção de maternidades/Serviços de assistência materno-infantil.
EDUCAÇÃO- Não haverá necessidade
de construção de novas escolas(* acesso).
Investimento em Qualidade .
MAIOR PROPORÇÃO DE ADULTOS
* Criação de novos empregos
A falta de oferta gera migração (jovens).
CONSEQUENCIA:• Alteração da Estrutura etária do local.
(diminui uma das faixas etárias e
aumenta outras, distorcendo a real situação)
PROPORÇÃO CRESCENTE DE IDOSOS
Constituirão o maior grupo etário.
Exigirá recursos mais significativos, para atendimento adequado.
Pop. Com mais de 65 anos:
1980- aumentou 4%
2020-aumentará em 9%
Aumentará demanda de doenças crônico degenerativas. PORTANTO:Maior nº de Incapacidades diversas.Maior número de consultas.Maior número de exames laboratoriais.Maior número de medicamentos.Maior nº de internações (tempo > de inter-
nação, levando a elevação dos custos).Maior nº de internações de idosos em Instituições geriátricas.Maior nº de aposentadorias e de benefícios-Crise no Sistema financeiro.
COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO POR SEXO
Concepção: são concebidos mais homens.
Maior mortalidade masculina (Tx. altas de acidentes e de violência)
Mais viúvas que viúvos. As viúvas na maioria vivem sós.
Teoria de Malthus-1834
O aumento da população era um perigo para a sobrevivência humana.¨Ensaios sobre o Princípio de População¨-1798.
A população crescia num ritmo maisrápido do que os meios de subsistência.O Economista propôs medidas de controle à natalidade.
Teoria dos Neomathusianos-
seguidores de Malhtus.A preocupação futura com a escassez de
alimentos, água e produtos naturais
não-renováveis, qualidade do meio ambiente
provisão de habitação, emprego,transporte,
educação, saúde, segurança..
Exigidas por um nº crescente de pessoas.
Planejamento Populacional.
MEDIDAS: PLANEJAMENTO FAMILIAR !!
Teoria dos Antineomalthusianos
O Crescimento populacional pode serum fator de Desenvolvimento Econômico.
• O desenvolvimento socioeconômicoCom adequada distribuição de renda,seria o melhor ¨contraceptivo¨.Medidas: Prevenção de gravidez
indesejada (educação sexual).
SÍNTESETransição demográfica: Estudo das alterações das taxas de Mortalidade e Fecundidade.
Os países tendem a percorrer as 4 fases apresentadas na dinâmica populacional. ( alta p/ baixa)
A medida que a transição avança: Muda o quantitativo, a composição e as principais características da população.
SÍNTESE: continuação...Evolução completa: População estável.Crescimento zero: proporção grande de idoso.Esperança de vida ao nascimento é elevada.
A TRANSIÇÃO É DEMOGRÁFICA É CAUSA E EFEITO DE OUTRAS TRANSIÇÕES NO SEIO DA SOCIEDADE:
MODIFICAÇÕES DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NOS
ÚLTIMOS 50 ANOS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO-
Reforma Industrial e Agrícola.
MEDIDAS DE SAÚDE PÚBLICA-
Era Miasmática para bacteriológica.
Vigilância à Saúde
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO/BRASIL
1930:
1ª CAUSA DE MORTE:Doenças Infecciosas..60%
demais ...Doenças Ap.Circul.....13%
Causas externas........ 3%
outras ......................................24%
TOTAL: 100%
1985:
1ª CAUSA DE MORTE:Doenças Ap.Circul......37%
demais ... Doenças Infecciosas...13%
Causas externas........ 17%
outras ...................................... 33%
TOTAL: 100%
Transição Epidemiológica em pleno estágio.
Mas não é uniforme!!!
INDICA:As Doenças infecciosas e parasitárias cedem lugar para as Doenças crônico-degenerativas.
A Transição Epidemiológica não se completou devido persistência de doenças infecto-parasitárias.
Doenças prevalentes passado remnoto
Peste Negra
Varíola
Diarréias
Malária
Tuberculose
Febre Amarela
Sarampo
Coqueluche
Difteria
Hanseníase
DOENÇAS QUE RESSURGEM!!!Malária: Alta prevalência-Região NorteF.Amarela: incide Região Centro-OesteDengue(1991)Cólera (1987)Tuberculose(1980)AIDS-SIDA (1980)
INTIMAMENTE RELACIONADO AO PADRÃO DE MOBILIDADE DA POPULAÇÃO.
ESTÁ O RECRUDESCIMENTO DE ALGUMASDOENÇAS INFECCIOSAS!!
AÇÕES que influenciaram:
MELHORES NÍVEIS DE INSTRUÇÃO
MELHORIA DO ESTADO NUTRICIONAL
PLANEJAMENTO FAMILIAR
SANEAMENTO AMBIENTAL
HIGIENE MAIS AMPLA
Determinadas ações , embora simples na sua concepção, quando bem aplicadas e em cobertura adequada têm marcada influência sobre a mortalidade , mesmo sem melhorias sociais perceptíveis.
EXEMPLOS:• HIDRATAÇÃO ORAL• ESTÍMULO AO
ALEITAMENTO MATERNO• VIGILÂNCIA DO
CRESCIMENTO INFANTIL• IMUNIZAÇÕES DE ROTINA• SUPLEMENTAÇÃO
ALIMENTAR
SOCIEDADES PRIMITIVAS
1ª fase da Transição.
-Altas tx de natalidade e
Mortalidade.
-Morbimortalidade:
doenças infecciosas e
causas externas de
Lesões (acidentes,homi-
cídios e outras violências
Associação ao risco
nutricional: má nutrição
proteico-calórica ,
anemia ferropriva, bócio
endêmico e avitaminose A
-Crianças mais sujeitas/
-Elevada nº de mortalidade
perinatal, infantil e pré-
escolar.
-Pobreza e analfabetismo.
SOCIEDADES MODERNAS4ª Fase da Transição.
-Baixas tx de natalidade e mortalidade.
-Obesidade (cç e adultos)-Morbidade: Doençascrônico-degenerativas eSuas complicações (artrite(enfisema,diabetes, infartodo miocárdio).- > prevalência em adultos eidosos.-Incuráveis porem
controláveis.
Esperança de vida
ao nascer é elevada.
-Esforço preventivo está
orientado para identifica
ção, dos fatores de risco.
-Atenção médica absorve
substancial recursos
financeiros. IDOSO é PRIORIDADE !!
TRANSIÇÃO DE SOCIE//PRIMITIVAS PARA MODERNAS
Lutam para se livrar do subdesesenvol//Almejam atingir o nível de vida e bem estar.2ª e 3ª fase da Transição.Aumento populacional, devido diferencial entre natali// e mortali//.Quadro nosológico complexo: bipolarGastroenterites,pneumonias, neoplasias..
Situação de saúde, por categoria de País
PAÍSES DE PRIMEIRO MUNDO = PAÍSES DESENVOLVIDOS• 37 países nesta categoria(ONU)• Habitantes tem alta renda per capita• Elevada expectativa de vida ao nascer• Apresentam baixas taxas de natalidade e de mortalidade* Crescimento Demográfico próximo de
Zero.
PAÍSES DO TERCEIRO MUNDO
* Ampla categoria:
- + Industrializados
- Sem grau de industrialização
* Em torno de 120 países (2ª ou 3ª fase)• Posição de explosão demográfica.• Tx de mort geral : 5 à 15/ 1000.
Fatores responsabilizados pela melhoria da situação
de saúde
Desenvolvimento econômico :industrialização, urbanização,melhoramento da situação daMulher e do nível de escolaridade..
Incremento das relações entre os países, devido ao crescimento do comércio internacional à difusão da tecnologia e à afirmação dos direitos humanos.
Fortalecimento de sistemas nacionais de saúde, com substancial participação do poder público.
SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL
Colocado no 3º estágio do modelo de transição demográfica
Perspectivas ainda de aumento da população, porém em ritmo decrescente.
Mortalidade geral reduzida a um terço da que era um século antes(30/1000).
Esperança de vida ao nascer : 60 anos.
Declínio da fecundidade torna-se evidente.
Diminuição na incidência de recém-nascidos de alto-risco.
A industrialização, a urbanização e o desenvolvimento científico e tecnológico, são os principais fatores para a redução da mortalidade.
Esperança de VIDABRASIL / 1990
PAÍS HOMEM MULHER
Japão................75,8.................81,9
Suécia...............74,2.................80,4
Itália..................72,7.................79,2
E.U. A ..............71,6.................78,6
Portugal............70,5.................77,7
Brasil................61,6.................66,8
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL POR REGIÃO
REGIÕES 1940 1980
Norte...................169................ 72
Nordeste.............179................121
Sudeste.............. 153............... 75
Sul...................... 127............... 62
Centro-Oeste......134............... 70
VALORES MÉDIOS/INDICADORES EM TRÊS GRUPOS DE PAÍSES-
1980INDICADORES DESEN INTERM MENOS
Esperança.............72............60.............45
Mortalidade...........19............94.............160
RN >2,500.............93...........83..............70
Alfabetização%.....98...........55...............28
Pop.por médico.....520........2.700.........17.000
Pop.por enferm.....220........1.500...........6.500
Características / 04 períodos de Transição
INDICADORES l II III IV
Fecundidade.......alta........alta...........decres.......baixa
Mortalidade.........alta........decres......decres.......baixa
% DIP..................alta........decres.....decres.......baixa
%DCD.................baixa.....cresc........cresc.........alta
Esperança...........baixa.....cresc........cresc.........alta
População...........estac.....cresc........cresc.........estac
%crianças...........alta........cresc........decres.......baixa
%idosos..............baixa.....baixa........cresc.........alta
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