FACULDADE IETEC
Ruy Alexandre Generoso
UM MODELO BASEADO EM DINÂMICA DE SISTEMAS PARA UM PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA
Belo Horizonte
2016
Ruy Alexandre Generoso
UM MODELO BASEADO EM DINÂMICA DE SISTEMAS PARA UM PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Faculdade Ietec, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. Área de concentração: Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas Linha de pesquisa: Gestão de Processos, Sistemas e Projetos Orientadora: Profa. Dra. Wanyr Romero
Ferreira Faculdade Ietec Coorientador: Prof. Dr. Rafael Pinheiro
Amantéa Faculdade Ietec
Belo Horizonte
Faculdade Ietec
2016
Generoso, Ruy Alexandre.
G326m Um modelo baseado em dinâmica de sistemas para um projeto de implantação de um sistema de ensino a distância / Ruy Alexandre Generoso. - Belo Horizonte, 2016.
50 f., enc.
Orientadora: Wanyr Romero Ferreira
Dissertação (mestrado) – Faculdade Ietec.
Bibliografia: f. 43-45
1. Dinâmica de sistemas. 2. Ensino a distância. 3. Gestão de projetos. 4. Simulação. 5. Desenvolvimento de novos produtos. I. Ferreira, Wanyr Romero. II. Faculdade Ietec. Mestrado em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. III. Título.
CDU: 681.3.03:37.018.43
Ruy Alexandre Generoso. Gestão de Sistemas Processos e Projetos
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Engenharia e Gestão de
Processos e Sistemas da Faculdade Ietec,
como requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Engenharia e Gestão de
Processos e Sistemas.
Área de concentração: Engenharia e Gestão
de Processos e Sistemas
Linha de Pesquisa: Gestão de Processos,
Sistemas e Projetos
Orientadora: Profa. Dra. Wanyr Romero
Ferreira
Faculdade Ietec
Coorientador: Prof. Dr. Rafael Pinheiro
Amantéa
Faculdade Ietec
Aprovada pela banca examinadora constituída pelos professores:
______________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Cristina Duarte Rios Diniz – FEAD
______________________________________________________________ Prof. Dr. Eduardo Trindade Bahia – IETEC
______________________________________________________________ Prof. Dr. Rafael Pinheiro Amantéa- IETEC – Co-orientador
______________________________________________________________ Profa. Dra. Wanyr Romero Ferreira- IETEC – Orientadora
Belo Horizonte, 17 de maio de 2016.
Faculdade Ietec Rua Tomé de Souza, 1065 - Belo Horizonte, MG - 30140-131 - Brasil - tel.: (031) 3116-1000 - fax (031)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão de
Processos e Sistemas
Faculdade Ietec
Dedico este trabalho à minha esposa Alexandra Gomide, e aos meus filhos Filipe e
Tiago, pelo apoio e compreensão. À minha mãe, Zilah Pimentel, por tudo que me
ensinou. Devo tudo a vocês...
AGRADECIMENTOS
Meu mais sincero agradecimento à Profa. Dra. Wanyr Romero Ferreira e ao Prof. Dr.
Rafael Amantéa, pelas aulas que muito contribuíram para a minha formação, mas
principalmente pela dedicação e profissionalismo com que orientaram a construção
deste trabalho.
Aos Professores José Helvécio e George Jamil cujos ensinamentos e posturas
éticas são um exemplo a seguir.
Aos colegas da turma B do mestrado que contribuíram cada um com seus
conhecimentos específicos para que pudesse vencer os enormes desafios impostos
pela variada gama de disciplinas e que formaram uma equipe de ajuda mútua não
permitindo que o desânimo se abatesse em nenhum momento.
“Isto é o que sabemos: a Terra não pertence ao homem, o homem pertence à Terra.
Isto sabemos. Todas as coisas estão ligadas assim como o sangue que une uma
família. Todas as coisas estão ligadas. Tudo o que acontece à Terra, acontece aos
filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida: ele é meramente um fio nela. O
que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.”
Chefe Seattle
RESUMO
Com o rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e a acirrada
concorrência das instituições de ensino a distância, torna-se imperioso, além da
elaboração de cursos de qualidade, que os gestores responsáveis tenham uma
maior compreensão e controle da implantação destes novos cursos. Este trabalho
tem como objetivo elaborar um modelo de dinâmica de sistemas que os auxilie no
gerenciamento de projetos para implantação de ensino a distância. A partir da
identificação dos elementos fundamentais do modelo que descreve o fluxo de
trabalho a ser executado, a produtividade da equipe envolvida na implantação, o
custo financeiro, e os impactos causados pela alteração do escopo do projeto e pela
complexidade do curso durante sua implementação e com o auxílio do software de
modelagem iThink, foi elaborado um modelo que reproduz o funcionamento de um
processo de implantação de um curso a distância. Como resultado da simulação de
três cenários de alteração de escopo e de dois cenários de aumento de
complexidade do curso foram identificados os ganhos e prejuízos que tais alterações
causam à implantação do projeto. A partir de uma plataforma Web os gestores terão
acesso ao modelo e poderão ajustá-lo às suas necessidades específicas auxiliando-
os no processo de tomada de decisão.
Palavras-chave: Dinâmica de sistemas. Ensino a distância. Gestão de projetos.
Simulação. Desenvolvimento de novos produtos.
ABSTRACT
With the fast development of information technology and the fierce competition
among educational institutions of distance education, it has become vital, in addition
to the development of quality courses, that managers in charge have greater
understanding and control of the implementation of these new courses. This study
aims to develop a dynamic systems model that will assist in project management for
the implementation of distance learning. With the identification of key elements of the
model that describes the workflow to be executed, staff productivity involved in the
implementation, financial cost, the impact caused by the change in project scope,
complexity of the course during its implementation and with the aid of the iThink
modeling software, it has been designed a model that reproduces the functioning of a
process of implementation of a distance education course. As a result of the
simulation of three scope change scenarios and two course complexity increase
scenarios it was identified gains and losses that such changes cause on the project
implementation. A Web platform will be built and will allow managers to have access
to the model of this work and they will be able to adjust it to their specific needs
helping them in the decision-making process.
Keywords: System dynamics. Distance education. Project management. Simulation.
Development of new products.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Diagrama causal para a dinâmica de projeto em DNP ............................. 20
Figura 2 – Diagrama de fluxo de trabalho ................................................................. 21
Figura 3 – Diagrama reservatório de funcionários competentes ............................... 21
Figura 4 – Diagrama causal de um projeto de implementação de curso a distância . 23
Figura 5 – Setor do fluxo de trabalho ........................................................................ 24
Figura 6 – Setor da produtividade da mão-de-obra ................................................... 26
Figura 7 – Setor do fluxo de recursos ....................................................................... 27
Figura 8 – Interface do painel de controle de variáveis do modelo ........................... 28
Figura 9 – Trabalho executado .................................................................................. 31
Figura 10 – Retrabalho em execução ....................................................................... 32
Figura 11 – Professores treinados e pressão do cronograma ................................... 33
Figura 12 – Professores treinados ............................................................................ 34
Figura 13 – Fluxo de caixa com restrição de não negatividade................................. 36
Figura 14 – Fluxo de caixa sem restrição de não negatividade................................. 37
Figura 15 – Professores treinados ............................................................................ 38
Figura 16 – Produtividade ......................................................................................... 39
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas DNP Desenvolvimento de Novos Produtos EAD Ensino a Distância MEC Ministério de Educação e Cultura MIT Massachusetts Institute of Technology PMI Project Management Institute Senac Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12
1.1 Apresentação do problema ............................................................................. 13
1.2 Dificuldades inerentes à implantação de projetos de cursos a distância ........ 15
1.3 Objetivos geral e específicos .......................................................................... 16
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................... 17
2.1 Gerenciamento de projetos ............................................................................. 17
2.2 Dinâmica de sistemas ..................................................................................... 18
2.3 Metodologia .................................................................................................... 19
2.4 Diagrama causal ............................................................................................. 22
2.5 Diagramas de estoque e fluxo ........................................................................ 23
2.5.1 Setor do fluxo de trabalho ............................................................................... 24
2.5.2 Setor da produtividade da mão-de-obra ......................................................... 25
2.5.3 Setor do fluxo de caixa ................................................................................... 26
2.6 Interface Web ................................................................................................. 27
2.7 Valores arbitrados para a simulação .............................................................. 29
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 31
3.1 Influência das alterações do escopo sobre o trabalho finalizado .................... 31
3.2 Influência das alterações do escopo sobre os professores treinados ............. 33
3.3 Influência das alterações do escopo sobre os custos de implantação ........... 35
3.4 Influência da complexidade do curso sobre os professores treinados ............ 37
3.5 Influência da complexidade do curso sobre a produtividade .......................... 38
4 CONCLUSÕES .............................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43
APÊNDICE A – Tabela dos custos de implantação .............................................. 46
APÊNDICE B – Equações do modelo .................................................................... 47
12
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação e manipulação de dados
tem possibilitado o avanço e a universalização do acesso à informação. Há várias
teorias que visam explicar o comportamento das novas gerações. Independente de
como os antropólogos classificam estas gerações, o que se pode afirmar é que o
comportamento da humanidade tem se tornado muito diferente com o passar do
tempo. E estas mudanças têm se acelerado de maneira nunca antes vista na história
da humanidade.
O modelo de educação dita “clássica” baseada no agrupamento de alunos em sala
de aula, orientada por um professor e tendo como recursos didáticos livros, cadernos
e lousa, ainda é utilizado de maneira majoritária. É um modelo testado e aprovado
por muito tempo, mas que tem demonstrado que não atende, de maneira
satisfatória, a todas as pessoas. Há um contingente de alunos que não tem
disponibilidade de tempo fixo para se dedicar aos estudos e muitos outros que não
têm a capacidade fisiológica de se manterem estáticos e se concentrarem por um
tempo mais longo. Necessitam de movimentação e de variação de atividades em um
ritmo muito maior que a média dos alunos em geral.
Há também os alunos que necessitam de outras formas de aprendizagem. O
psicólogo cognitivo Howard Gardner (1995) em sua teoria das Inteligências Múltiplas
defende que há diferentes tipos de inteligências e, por conseguinte, diferentes
formas de aprender.
O rápido avanço tecnológico e a facilidade de acesso das tecnologias da
comunicação e informação pelas pessoas em seu dia a dia, exigem que o processo
educacional incorpore tais elementos. Assim, mais do que apenas inovar no ensino a
distância, é importante fazê-lo com criatividade e flexibilidade de modo a responder
aos anseios e necessidades dos alunos de maneira satisfatória (ARAÚJO et al.,
2013).
O desenvolvimento dos recursos tecnológicos de telecomunicação tem um potencial
ainda não mensurado, mas acredita-se que tenha um enorme potencial, de facilitar,
13
para um determinado grupo de pessoas, o acesso à informação e
consequentemente o aprendizado. O ensino a distância tem a possibilidade de
preencher esta lacuna. O acesso a um conjunto organizado, hierarquizado e
sistematizado de conteúdos de maneira assíncrona, oferece ao aluno um
aprendizado individualizado. Coloca o aluno no controle do seu processo de
aquisição do saber. Permite a ele, em grande parte, determinar o ritmo e a forma
que irá conduzir os seus estudos, e incorporar uma prática recorrente a muitos que é
a de estudar durante deslocamentos ao utilizar o transporte público (ARAÚJO et al.,
2013).
Entretanto, vale ressaltar que isto não significa que ensino a distância é para
pessoas sem tempo para estudar. Muito pelo contrário, tanto o professor, geralmente
denominado tutor, quanto o aluno precisam de dedicação e disciplina
(COSCARELLI, 2002).
1.1 Apresentação do problema
Já existe uma quantidade considerável de cursos a distância em funcionamento. O
problema é que ainda não se conseguiu, de maneira objetiva, estabelecer uma
metodologia eficiente e eficaz de compreensão e controle de um processo de
implantação de tais cursos. Já existem tecnologias e teorias suficientes para se
estruturar um modelo de ensino a distância que seja mais que uma mera instrução
programada nos moldes do antigo Instituto Universal Brasileiro1.
No estudo de caso elaborado por Amaral et al. (2007) em que relatam os
procedimentos da gestão implantados nos Cursos de Pós-graduação a Distância do
Senac do Rio de Janeiro, os autores destacam a existência de dois aspectos como
grandes desafios a serem enfrentados por gestores de cursos a distância: o tempo e
o risco. Evidenciam que o gestor, além de acompanhar os processos de mudança,
deve compreender como tal processo ocorre. Ressaltam, ainda, a importância dos
recursos humanos para o sucesso do projeto. Por isto, defendem que é necessário
preparar a equipe para prever e se antecipar às mudanças.
1 Entidade de ensino livre sediada em São Paulo – Brasil, que oferece cursos por correspondência desde 1941
14
Levy (2016) demonstra em seu estudo sobre ensino a distância na educação
superior, que o uso do computador e da internet, além de possibilitar a instrução,
propicia também, outros processos educacionais tais como: serviços estudantis,
treinamento e suporte. Seu estudo propõe seis áreas que são fundamentais ao se
elaborar programas de ensino a distância. A saber: visão e planos, currículo,
treinamento da equipe e suporte, serviços estudantis, treinamento estudantil e
suporte e propriedade intelectual e direitos autorais.
Daudt e Behar (2013) apresentam uma revisão bibliográfica que mostra as
características e os fatores envolvidos na gestão de cursos a distância em
universidades brasileiras incluindo uma discussão sobre evasão escolar.
Mill et al. (2010) fazem uma análise da gestão de Educação a Distância com o intuito
de melhor compreender as particularidades deste modelo de ensino no Brasil. Os
autores, concluem que há muitas dificuldades nas atividades de gestão de cursos a
distância, o que demanda que o gestor tenha como habilidades necessárias, a
orientação e coordenação de sua equipe a fim alcançar a qualidade desejada.
ra o et al. (2015) apresentam um sistema de gestão em Programas de Educação
a Distância, em instituição pública de ensino no Brasil. Para estes autores, a gestão
de cursos a distância en ol e alto grau de comple idade pois para implantar e
manter os cursos á necessidade de integrar um con unto de processos que se
influenciam mutuamente.
O ensino a distância precisa ir além da mera disponibilização de conteúdo on-line e
exercícios auto avaliativos. Um programa de ensino a distância completo, deve ser
capaz de contemplar as diferentes formas de aprender dos alunos. Precisa ser um
ensino individualizado que atenda aos interesses e às necessidades dos alunos
(ARAÚJO et al., 2013). Deve ser composto de recursos visuais e de estímulos
cognitivos que vão além da simples leitura e memorização.
Desenvolver e implementar tal programa não é fácil e nem barato. Muitas instituições
que têm oferecido tais programas têm buscado o caminho mais fácil e logicamente
mais barato. E este tem sido o grande erro. Inclusi e “muitas instituições foram
15
fechadas por não seguirem os padrões mínimos de qualidade, e reforça que os
motivos principais decorrem da ideia de que essa modalidade poderia ser uma saída
mais barata e simples” (MOR N apud BENELI, 2012). E é esta baixa qualidade
apresentada por tais instituições que tem tornado o ensino a distância estigmatizado
e de alcance limitado.
Não são todas as pessoas que têm a capacidade de, a partir da leitura de textos,
livros e apostilas, fazer exercícios, memorizar seus conceitos e aprender de forma
autônoma. Porém, a partir de um conjunto estruturado de conteúdos e de avançadas
tecnologias de informação fundamentados em teorias cognitivas, o processo de
aprendizagem pode aumentar de maneira significativa.
1.2 Dificuldades inerentes à implantação de projetos de cursos a distância
É sabido que as instituições têm uma capacidade limitada de recursos e que, cada
vez mais enfrentam uma concorrência acirrada. Além disso, cursos a distância
necessitam de uma estrutura de alta complicação administrativa, tecnológica,
financeira e intelectual, de elevado custo e grau de dificuldade de implantação e
manutenção (MILL et al., 2010). Desta forma, elas não podem se dar ao luxo de
errar na implementação de um curso de tal complexidade.
Uma vez que o gestor de um programa de ensino a distância deve planejar,
organizar e coordenar todos os fatores do dinâmico e complexo processo de
formação do curso (MILL et al., 2010), ele precisa compreender as relações
existentes entre as competências de sua equipe, as tecnologias disponíveis, os
custos envolvidos e a qualidade desejada. Com isso, poderá fazer um planejamento
adequado e objetivo e assim, ter um melhor controle do processo de implementação
de forma a minimizar os possíveis problemas.
A teoria de dinâmica de sistemas permite criar um modelo que simule os mais
variados cenários e indicar qual a melhor relação entre estas variáveis para a
implementação de cursos a distância. O modelo desenvolvido tornaria possível que
gestores de cursos a distância que o acessem, façam simulações alterando as
variáveis conforme suas especificidades, de forma a obter informações que possam
16
indicar a melhor forma de implementar seu projeto de ensino a distância. Este
trabalho visa identificar, por meio da teoria de dinâmica de sistemas, o
comportamento das variáveis que determinam e impactam diretamente na utilização
dos recursos empreendidos em um projeto de elaboração e aplicação de um curso a
distância. Com isto busca-se aumentar as chances de sucesso a partir do
planejamento, organização e controle objetivo destas varáveis.
1.3 Objetivos geral e específicos
A partir da constatação de Mill et al. (2010) de que são muitos os desafios que um
gestor de ensino a distância precisa enfrentar e que a gestão de tais sistemas é
desconhecida, torna-se imperioso que se elabore alguma ferramenta que possa
tornar tal empreendimento factível. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é
adaptar um modelo de dinâmica de sistemas de gerenciamento de projetos para
implantação de novos produtos para a criação de cursos a distância e criar uma
ferramenta que venha a estar disponível online, que seja de fácil utilização e que
possa ser adaptada pelos gestores das instituições interessadas para suas
especificidades e necessidades, de forma a auxiliá-los nas tomadas de decisões.
Para tal, os objetivos específicos deste trabalho são:
Identificar os elementos relativos à implantação de um projeto de ensino a
distância;
Elaborar o diagrama causal do modelo;
Simular e realizar testes de sensibilidade dos parâmetros do modelo;
Criar uma interface de modelagem para utilização pelos gestores.
17
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Gerenciamento de projetos
Segundo o Project Management Institute (PMI, 2013), projeto é todo esforço de
natureza temporária que vise a criação de um serviço ou produto único. O mesmo
PMI (2013) define o gerenciamento de pro etos como a “aplicação do con ecimento
habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos seus
requisitos”.
Implementar um curso a distância é um projeto que requer a aplicação de uma gama
de conhecimentos de tecnologia da informação, de matemática financeira e
economia, de gestão e implementação de projetos de novos produtos e, obviamente,
de teorias relativas ao processo ensino-aprendizagem, principalmente aquelas
concernentes ao modelo de aprendizado autônomo.
É importante salientar que não basta implementar um projeto de ensino a distância,
é preciso que haja eficiência em sua implementação. Isto implica na aplicação de
técnicas de gerenciamento da qualidade do projeto que atendam aos seus requisitos
e aos requisitos do produto (PMI, 2013) e que corroborem para uma efetiva
compreensão e controle de suas variáveis.
A criação de um curso a distância compreende atividades pelas quais a instituição
irá conceber o curso como um produto. Para a elaboração do projeto de
implementação deste curso será necessário desenvolver as especificações
tecnológicas e conceituais deste produto. O desenvolvimento deste novo produto
deve responder às necessidades e habilidades da instituição responsável pelo
projeto, e deverá estar em conformidade com as necessidades e exigências do
público alvo (ARAÚJO et al., 2013).
O projeto de desenvolvimento de novos produtos relativos ao ensino a distância é
um processo mais complexo do que projetos de produtos de bens duráveis, uma vez
que há uma grande quantidade de variáveis inter-relacionadas que dependem não
apenas de aspectos tecnológicos e financeiros, mas principalmente de aspectos
18
educacionais, cognitivos, antropológicos e psicológicos. Isto lhe confere um elevado
grau de incerteza e consequentemente um alto risco de não se obter o sucesso
desejado em sua implementação. Araújo et al. (2013) deixam claro a importância de
se fazer um planejamento que leve em consideração tais variáveis no processo de
tomada de decisão, quando afirma:
O processo de inovação na Educação a Distância depende intrinsecamente de um planejamento estratégico firmado em componentes e áreas interligadas que suportem mudança radical da estrutura da instituição e da cultura organizacional representada nos diferentes estratos do sistema de tomada de decisão e dos colaboradores. (ARAÚJO, 2013, p.650).
Conforme Levy (2016) o planejamento de ensino a distância geralmente tem como
foco o orçamento e a capacitação da mão de obra e não as questões pedagógicas.
Com isto, os administradores tendem a tornar a efetividade das tecnologias
limitadas, enquanto esperam resultados mais abrangentes.
2.2 Dinâmica de sistemas
O biólogo austríaco Bertalanffy (1975) elaborou a “Teoria Geral dos Sistemas” e
definiu um sistema como um todo constituído por elementos, que também podem ser
subsistemas, que se comportam de maneira dinâmica, que estão interligados e são
interdependentes e que visam um objetivo específico. É importante salientar que o
comportamento de um sistema não pode ser explicado pelo comportamento isolado
de suas partes. Os sistemas são alimentados por entradas que são transformadas
por seus elementos e devolvidos ao ambiente como saídas. Estas saídas podem
exercer influência sobre o sistema novamente através de um mecanismo chamado
de feedback (retroalimentação).
Quando um evento no sistema influencia seu próprio comportamento posterior, isto
se configura em um Loop (laço) causal. Estes laços são fundamentais para
compreender o funcionamento de um sistema.
A dinâmica de sistemas é uma teoria elaborada pelo Engenheiro de Sistemas
americano do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) Jay Forrester, com o
intuito de fazer a análise de um sistema. Ele elaborou o primeiro modelo de
19
simulação de mundo bem documentado (GARCIA, 2009). A dinâmica de sistemas se
apoia em simulações computacionais para modelar um sistema complexo e entender
e analisar seu comportamento. Ela usa a característica de retroalimentação de
informações no sistema para desenvolver modelos de equações, simular e prever a
aplicação das diferentes políticas para atingir o objetivo de melhoria.
Os sistemas possuem elementos com vários atributos. Vale ressaltar que destes,
apenas uma pequena parcela tem impacto decisivo no comportamento do sistema,
seja de curto ou longo prazo. A identificação de quais atributos são aqueles que
determinam, de alguma maneira, o comportamento do sistema é fundamental para
se fazer uma modelagem eficiente e eficaz. Desta forma a primeira coisa a se fazer
é definir e identificar o sistema que se deseja estudar e seus componentes. Então
deve-se criar o diagrama causal e estabelecer as relações de causa e efeito das
diferentes variáveis que o compõe. Em seguida, deve-se elaborar as equações e as
variáveis que regem cada elemento do sistema e, finalmente, modelar, realizar os
testes de sensibilidade dos parâmetros do modelo e analisar os resultados.
2.3 Metodologia
Este trabalho empregou métodos de investigação de dinâmica de sistemas e o
software iThink para elaborar um modelo de implementação de projetos de ensino a
distância e estabelecer as equações das entidades mais importantes que impactam
a eficiência do sistema e por fim realizar as devidas análises.
iThink é o software desenvolvido pela empresa isee Systems para a criação de
modelos de desenvolvimento da dinâmica de sistemas. Ele apresenta vários gráficos
e tabelas como interface para elaborar um modelo de dinâmica de sistemas bastante
representativo da realidade. A análise do comportamento do sistema auxilia na
identificação e explicação das relações de causa e efeito entre os diversos fatores
existentes. A sua utilidade é possibilitar a simulação rápida e simples visando a
análise e predição do comportamento do sistema com base no modelo elaborado.
O diferencial do iThink em relação a outros bons programas de modelagem e
simulação é a possibilidade que ele oferece de disponibilizar o modelo elaborado em
20
um sítio da internet. Além do acesso à modelagem com os dados específicos do
trabalho em questão, qualquer pessoa interessada pode modificar os parâmetros
das variáveis de forma a ajustá-los para sua realidade particular.
O modelo construído foi elaborado tendo como base a modelagem de um
gerenciamento de projeto para Desenvolvimento de Novos Produtos (DNP) criada
por Ranganath e Rodrigues (2008). A formulação de um curso a distância é, na
verdade, um projeto de um novo produto, então, sua elaboração necessita de um
planejamento, controle e gerenciamento eficientes para maximizar as chances de
sucesso de sua implantação. Por esta razão, foi possível desenvolver uma
adaptação do Diagrama Causal (FIGURA 1), do modelo do Fluxo de Trabalho
(FIGURA 2) e do modelo do Reservatório de Funcionários Competentes (FIGURA 3)
originalmente propostos.
Figura 1 – Diagrama causal para a dinâmica de projeto em DNP
Fonte: RANGANATH; RODRIGUES, 2008.
21
Figura 2 – Diagrama de fluxo de trabalho
Fonte: RANGANATH; RODRIGUES, 2008.
Figura 3 – Diagrama reservatório de funcionários competentes
Fonte: RANGANATH; RODRIGUES, 2008.
A alteração básica implicou em acrescentar a relação da complexidade do curso
com o nível de competência necessário pela equipe de implementação do projeto,
22
além do custo de infraestrutura adicional no custo de implementação. Um maior
detalhamento destas e de outras alterações serão descritas a partir do item 2.4.
2.4 Diagrama causal
O primeiro passo a ser realizado para se desenvolver o diagrama de causa-efeito é
estabelecer os elementos e as variáveis que constituem o desenvolvimento de um
projeto de curso a distância. Ainda que na realidade a quantidade de variáveis seja
extremamente elevada, para efeitos de modelagem, devem ser estudadas apenas
aquelas que apresentem impacto significativo no comportamento do modelo. Desta
forma foram identificadas as variáveis que têm maior influência na dinâmica de
funcionamento de um projeto de criação de um curso a distância: A listagem a seguir
apresenta as variáveis encontradas sem nenhuma ordem de precedência ou
importância.
Pressão do Cronograma
Fadiga
Nível de Competência Existente
Complexidade do Curso
Taxa de Erros de Execução
Tempo Disponível
Remuneração da Mão-de-Obra
Orçamento
Custo de Infraestrutura
Taxa Aparente de Finalização de
Trabalho
Retrabalho Não Aparente
Tempo para a Finalização do Trabalho
Retrabalho a ser Executado
Trabalho Finalizado
Alteração do Escopo
Taxa de Falta de Competência
Existente
Taxa de Falta de Competência
Prevista
Competência Necessária
Taxa de Finalização de Treinamento
Taxa de Treinamento
Desnível de Competência
Taxa de Recrutamento
Conhecimento Existente
Desnível de Conhecimento
Taxa de Erros de Execução
Tempo Disponível
Retrabalho Não Aparente
Após a identificação dos principais elementos que constituem a implantação de um
projeto de ensino a distância, faz-se necessário estabelecer as relações de
interdependência existentes. O que se espera de um projeto é que o escopo definido
23
inicialmente seja executado de acordo com os recursos previstos. Entretanto, a
própria definição de projeto o caracteriza como mutável. Assim, na prática, há uma
discrepância já esperada entre o que se planeja e o que se executa. Esta diferença
depende da qualidade do planejamento, do grau de complexidade do curso a ser
implementado, da qualidade da mão de obra disponível, da tecnologia da
infraestrutura a ser utilizada e da necessidade de treinamentos dos componentes da
equipe de implantação. Estes fatores determinarão o tempo de execução do projeto
e seu custo total. Foi elaborado, desta forma, um diagrama causal (Figura 4) que
representa um sistema de dinâmica de projetos para implementação de cursos a
distância.
Figura 4 – Diagrama causal de um projeto de implementação de curso a distância
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
2.5 Diagramas de estoque e fluxo
Tendo como base os diagramas elaborados por Ranganath e Rodrigues (2008), foi
elaborada uma modelagem da dinâmica de implantação de um projeto de ensino a
distância que foi dividida para efeito de maior clareza em três setores
interdependentes, a saber:
Setor do fluxo de trabalho
24
Setor da produtividade da mão-de-obra
Setor do fluxo de caixa
2.5.1 Setor do fluxo de trabalho
Neste setor é modelado o fluxo de trabalho do processo de implantação do curso a
distância. Este diagrama mostra a relação entre o trabalho a ser executado, que é
diretamente impactado pela complexidade do curso, com o trabalho finalizado. O
diagrama evidencia, também, o impacto que a produtividade e a taxa de fluxo de
trabalho causam no trabalho em execução. Foi levado em consideração que o
trabalho em execução tem seu valor aumentado devido ao retrabalho, seja por
causa de erros de execução, seja por causa da obsolescência das tecnologias
utilizadas. A Figura 5 apresenta o setor de fluxo de trabalho com a representação
detalhada do diagrama de estoque e fluxo.
Figura 5 – Setor do fluxo de trabalho
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
25
2.5.2 Setor da produtividade da mão-de-obra
Neste setor (FIGURA 6) é modelado o estoque de mão-de-obra disponível para a
execução do projeto e a eventual defasagem da equipe de implementação em
relação às habilidades e competências necessárias. A complexidade do curso e as
novas tecnologias necessárias para sua implementação fazem com que, muitas
vezes, haja a necessidade de treinamento e contratação de novos funcionários. Tal
fenômeno gera um ganho de competências obtido pela aprendizagem das novas
habilidades que são necessárias para se enfrentar os desafios que aparecem
durante a execução dos trabalhos.
O modelo elaborado leva em consideração que a equipe envolvida na
implementação do projeto tenha inicialmente um determinado número de
professores treinados, ou seja, que detêm as habilidades e competências
necessárias para executar as tarefas exigidas com eficiência e eficácia. Este
contingente de professores depende basicamente do estoque de professores
disponíveis e da taxa de treinamento destes professores.
O estoque de professores treinados também é afetado pela perda de competências,
devido a conhecimentos que com o tempo vão se tornando desnecessários ou
obsoletos. Isto ocorre devido à rápida obsolescência das tecnologias digitais
envolvidas e pela taxa de abandono dos funcionários que gera uma perda de capital
intelectual. Tal abandono pode decorrer de saídas voluntárias dos funcionários ou
por decisão estratégica do gestor do projeto. Vale ressaltar que uma maior pressão
do cronograma tende a aumentar o estresse da equipe o que gera um aumento
proporcional da taxa de abandono, e este aumento acaba influenciando diretamente
a taxa de contratação.
Como é de se esperar, na medida em que haja um maior número de professores
treinados para a execução das tarefas exigidas, maior será a produtividade obtida
durante o processo de implementação do projeto. Isto ocorrerá independentemente
de seu grau de complexidade.
26
Figura 6 – Setor da produtividade da mão-de-obra
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
2.5.3 Setor do fluxo de caixa
Este setor (FIGURA 7) é modelado de maneira simplificada, uma vez que este
trabalho não visa uma análise aprofundada da questão financeira do fluxo de
recursos utilizados na implementação do projeto de ensino a distância.
Vale destacar entretanto que, mesmo existindo um orçamento fixo pré-determinado,
as entradas podem ser afetadas pela necessidade de se fazer aditivos de recursos
extras devido a alterações do escopo, a erros de planejamento e a outros
imprevistos durante a execução do projeto.
27
Já os gastos são basicamente afetados pelos custos de mão-de-obra e de
infraestrutura. Tais variáveis são fortemente impactadas pelas alterações do escopo
que venham a ser necessárias.
Figura 7 – Setor do fluxo de recursos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
2.6 Interface Web
Elaborado o modelo final, foi desenvolvida uma interface no software iThink que
possibilita que qualquer pessoa interessada possa alterar determinadas variáveis do
sistema de maneira rápida e fácil.
Na aba interface do programa, foi criado um painel de controle contendo botões e
controles (FIGURA 8) para a manipulação e devidos ajustes das variáveis mais
utilizadas para a simulação dos mais diversos cenários.
28
Figura 8 – Interface do painel de controle de variáveis do modelo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
29
Para facilitar a análise dos resultados foram criados gráficos relativos ao trabalho
executado (FIGURA 9) e ao número de professores treinados (FIGURA 12) e tabelas
(APÊNDICE A) contendo o fluxo de caixa do modelo. Os gráficos foram elaborados
com um horizonte de 30 meses para melhor compreensão do comportamento das
curvas. Já as tabelas compreenderam apenas o período de 18 meses previstos para
a execução do projeto. Estas figuras são apresentadas e discutidas no item 3.
Este painel de controle será disponibilizado em uma interface Web de forma que o
gestor, poderá realizar uma simulação de um projeto de implantação de um curso a
distância, mesmo que não tenha amplo conhecimento técnico de dinâmica de
sistemas.
2.7 Valores arbitrados para a simulação
Para efeito de estudo da influência das variáveis no modelo proposto, foi elaborada
uma situação hipotética com a introdução de valores baseados na experiência de
um projeto de implantação de um curso de Engenharia Ambiental a distância de uma
universidade privada com sede no estado do Rio de Janeiro e com campi e polos de
ensino a distância em diversos estados brasileiros. A partir dos resultados
encontrados foram feitas alterações nestes valores com a finalidade de se
compreender as relações existentes entre os elementos constituintes de um projeto
de implementação de um curso a distância e seus efeitos sobre o mesmo. A partir
desta compreensão, é possível ajustar os valores de tais variáveis para uma
situação específica que os gestores de cursos a distância venham a enfrentar. A lista
completa das constantes e das equações utilizadas para a elaboração do modelo se
encontra no Apêndice B.
O presente trabalho permite elaborar uma ampla combinação de alterações nas
variáveis do modelo proposto e consequentemente encontrar uma gama de
resultados que dependerão basicamente das informações que se deseja encontrar.
Foram analisados os efeitos da mudança do escopo sobre a capacidade produtiva
do sistema, sobre a quantidade de professores treinados e sobre os custos de
implantação do projeto. Foram realizadas simulações com valores de 25%, 50% e
30
75% de alteração do escopo e simulações com variações com o nível de qualidade
fixado em 1. Como parâmetro de comparação observou-se a quantidade de tarefas
terminadas por unidade de tempo.
Vale ressaltar que alguns destes parâmetros são, de certa maneira, subjetivos e
devem ser ajustados à realidade de cada gestor à medida que se ganha experiência
na implementação de projetos de ensino a distância. Para verificar o funcionamento
do modelo em questão, foram definidas, tendo como base os dados do projeto de
implantação do curso de Engenharia Ambiental supracitado, as seguintes condições
e variáveis iniciais:
Prazo do projeto: 18 meses
Complexidade do curso: 1,5 (média)
Professores treinados: 5
Tarefas a serem executadas: 80
Situação inicial sem alteração do escopo
o Situação 2: Alteração de 25% do escopo solicitada no mês 8
o Situação 3: Alteração de 50% do escopo solicitada no mês 8
o Situação 4: Alteração de 75% do escopo solicitada no mês 8
Simulação com passo temporal de 1 mês
Nível de qualidade: 1
Professores disponíveis com necessidade de 30 dias de treinamento
Professores desatualizados com necessidade de 15 dias de treinamento
Prazo do retrabalho: 1 mês
Professores disponíveis: Maior que 10% dos funcionários do projeto
Orçamento inicial: R$ 100.000,00
Sem entradas adicionais
Sem custos extras
Custo da infraestrutura: R$ 25.000,00
Custo da mão-de-obra: R$ 75,00 por tarefa
Custo do retrabalho: R$ 75,00 por tarefa
31
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Influência das alterações do escopo sobre o trabalho finalizado
A simulação da situação inicial, que serviu de base de comparação com os outros
cenários, foi realizada com os parâmetros descritos no item 2.7, considerando um
nível de qualidade 1 e sem alteração no escopo. Então, foram realizadas três novas
simulações com alterações do escopo variando de 0% a 75% com intervalos de 25%
efetivadas sempre no mês 8. Tais alterações afetaram o comportamento do trabalho
executado conforme ilustrado na Figura 9.
Figura 9 – Trabalho executado
1 – Trabalho executado com 0% de alteração no escopo
2 – Trabalho executado com 25% de alteração no escopo
3 – Trabalho executado com 50% de alteração no escopo
4 – Trabalho executado com 75% de alteração no escopo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
Observou-se que o trabalho executado se comporta de maneira logarítmica quando
não há alteração do escopo. O comportamento apresenta uma queda brusca de
trabalho realizado por trabalhador por mês quando se altera o escopo. Isto ocorre
devido ao aumento do retrabalho dos funcionários (FIGURA 10). A cada alteração de
25% há uma queda maior da capacidade de finalizar as tarefas durante os primeiros
meses subsequentes e respectivo aumento no retrabalho. O sistema só volta a
32
recuperar o comportamento inicial após aproximadamente três meses. Quanto maior
a alteração do escopo, maior a queda na capacidade de finalizar as tarefas, maior o
retrabalho executado e maior o tempo necessário para voltar à condição inicial.
Figura 10 – Retrabalho em execução
1 – Retrabalho em execução com 0% de alteração no escopo
2 – Retrabalho em execução com 25% de alteração no escopo
3 – Retrabalho em execução com 50% de alteração no escopo
4 – Retrabalho em execução com 75% de alteração no escopo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
Apesar de o projeto prever uma execução de 18 meses, foram realizadas
simulações com um horizonte de 30 meses com o intuito de se verificar o
comportamento do nível da capacidade de realizar trabalho pela equipe por um
prazo mais longo.
Verificou-se que quanto maior a alteração do escopo, maior o tempo para se
recuperar o nível da capacidade produtiva, porém maior será o valor final desta
capacidade. Observou-se que o cenário sem alteração do escopo se estabilizava por
volta do 300 mês em um valor praticamente constante de 78 tarefas por funcionário
por mês e com a alteração do escopo em 75%, o sistema alcançava a produção
estável de 81 tarefas por funcionário por mês.
33
É interessante notar que apesar da queda momentânea no nível da capacidade de
realizar as tarefas exigidas, a alteração do escopo provoca um aumento no nível
desta capacidade a longo prazo. Isto ocorre devido ao aumento da aquisição de
novas competências pelos funcionários advindo da necessidade de aprendizado
para lidar com os novos desafios.
3.2 Influência das alterações do escopo sobre os professores treinados
O crescimento da quantidade de professores treinados aumenta de maneira linear
durante o processo de implantação do projeto desde que não haja alteração no
escopo. Entretanto, observou-se que a partir do momento em que vão se
encerrando as atividades, por volta do mês 16, a pressão do cronograma faz com
que haja um significativo aumento no número de professores treinados que salta de
9 para 12 pessoas (FIGURA 11).
Figura 11 – Professores treinados e pressão do cronograma
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
Comportamento semelhante se observou para o caso em que houve alteração do
escopo em relação à curva sem alteração alguma. A diferença se deu apenas na
forma de uma pequena queda no número de professores treinados durante o mês
da alteração e no mês subsequente (FIGURA 12). Observa-se que quanto maior a
alteração do escopo, maior a queda no número de professores treinados. Entretanto,
34
a recuperação desse número ocorre praticamente no mesmo intervalo de tempo em
todos os casos simulados.
Figura 12 – Professores treinados
1 – Professores treinados com 0% de alteração no escopo
2 – Professores treinados com 25% de alteração no escopo
3 – Professores treinados com 50% de alteração no escopo
4 – Professores treinados com 75% de alteração no escopo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
Vale ressaltar que quanto maior foi a variação do escopo, maior foi a redução do
número de integrantes da equipe com as habilidades e competências para enfrentar
os novos desafios. Entretanto, esta queda não apresentou grandes influências no
prazo de recuperação do comportamento inicial da curva.
Semelhante ao ocorrido com o número de tarefas finalizadas, verificou-se, também,
que quanto maior o valor da alteração do escopo, maior se tornou o número de
professores treinados para a implantação do projeto
Observou-se que entre os meses16 e 18 houve um abrupto aumento da quantidade
de professores treinados, saltando de 9 para 12 pessoas no caso em que não houve
alteração do escopo, de 10 para 13 para uma variação de 25% do escopo, de 11
pessoas para 15 com uma alteração de 50% e de 12 para 16 professores treinados
35
quando o escopo sofreu uma variação de 75%. Em todos os casos analisados, após
o mês 20 houve estabilização dos números pelos mesmos motivos já citados.
3.3 Influência das alterações do escopo sobre os custos de implantação
Com o intuito de se analisar o impacto das alterações do escopo sobre os custos de
implantação do projeto e de seu fluxo de caixa, foi elaborada uma tabela detalhando,
mês a mês, as entradas e as saídas de recursos financeiros.
Para efeito de simulação considerou-se que o custo da mão-de-obra de retrabalho e
da mão-de-obra utilizada para a execução normal das tarefas tem o mesmo valor
fixo de setenta e cinco reais. Isto se deveu ao fato de que na instituição usada como
referência, ambos foram realizados durante o horário normal de trabalho sem a
utilização de horas extras.
Da mesma maneira que nas simulações anteriores, foram elaborados quatro
cenários constando de alterações no escopo do projeto variando de 0 a 75%.
Ressaltando que foi estabelecido que para estas simulações, tanto a dotação
orçamentária de cem mil reais, quanto o custo de infraestrutura de vinte e cinco mil
reais seriam fixos, ou seja, sem a possibilidade de adição de recursos financeiros
extras.
Como resultado destas quatro simulações, foram elaboradas tabelas (Apêndice A)
que deixaram evidente o forte impacto que a alteração do escopo causa no custo
final do projeto.
Um parâmetro importante foi o estabelecimento de uma restrição de não
negatividade do fluxo de caixa (FIGURA 13), uma vez que o pressuposto do modelo
simulado é de que existe um orçamento máximo fixo que não pode ser ultrapassado.
O primeiro cenário simulado reflete uma situação ideal em que não há a
necessidade de variação do escopo ainda que se saiba que dificilmente tal situação
ocorra. Neste caso foi encontrado um superávit no custo do projeto de quase trinta
mil reais após a sua completa implementação.
36
Figura 13 – Fluxo de caixa com restrição de não negatividade
1 – Fluxo de caixa com 0% de alteração no escopo
2 – Fluxo de caixa com 25% de alteração no escopo
3 – Fluxo de caixa com 50% de alteração no escopo
4 – Fluxo de caixa com 75% de alteração no escopo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
Já no segundo cenário, em que há uma alteração de apenas 25% no escopo do
projeto, existe um custo adicional de implantação de aproximadamente 60% em
relação ao primeiro cenário, porém o projeto ainda é executado dentro do
orçamento. O valor de equilíbrio entre entradas e saídas ocorre quando há
aproximadamente 50% de alteração do escopo. Com uma alteração de 75% o
projeto estoura o orçamento já no mês 15.
Para uma melhor visualização e compreensão do comportamento do fluxo de caixa,
a Figura 14 representa uma simulação permitindo que haja um fluxo de caixa com
valores negativos. Neste caso, é possível observar que há um pequeno déficit de
aproximadamente R$ 3.300,00 no caixa quando há uma alteração de 50% no
escopo. No cenário com uma alteração de 75%, o déficit salta para quase R$
18.000,00. O equilíbrio entre entradas e saídas, ou seja, quando o valor que foi
orçado inicialmente foi o total efetivamente gasto, ocorre com 44% de alteração no
escopo.
37
Figura 14 – Fluxo de caixa sem restrição de não negatividade
1 – Fluxo de caixa com 0% de alteração no escopo
2 – Fluxo de caixa com 25% de alteração no escopo
3 – Fluxo de caixa com 50% de alteração no escopo
4 – Fluxo de caixa com 75% de alteração no escopo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
3.4 Influência da complexidade do curso sobre os professores treinados
Com o intuito de se analisar o impacto da complexidade do curso a ser
implementado sobre o número de professores treinados foram realizadas três
simulações (FIGURA 15). A primeira simulou o sistema com uma complexidade
baixa cujo índice foi definido como 1.0 e que serviu de parâmetro de comparação. A
segunda simulação foi realizada utilizando um índice de 1.5 considerando uma
complexidade média. E finalmente, a terceira com índice de 2.0 para a
implementação de um curso de alta complexidade. Todas as simulações foram
realizadas levando-se em consideração a não existência de alteração no escopo do
projeto.
38
Figura 15 – Professores treinados
1 – Número de professores treinados em implantação de cursos de baixa complexidade
2 – Número de professores treinados em implantação de cursos de média complexidade
3 – Número de professores treinados em implantação de cursos de alta complexidade
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
Percebe-se que à medida que a complexidade do curso aumenta há uma pequena
piora no número de professores treinados. Para cursos de baixa complexidade o
valor estabiliza em 11 professores. Quando o curso apresenta média complexidade
o número de professores treinados fica pouco abaixo de 11. Finalmente, para cursos
de alta complexidade o valor cai para 10 professores. Isto se deve ao fato de que
nem todos os professores conseguem desempenhar as atividades mais complexas.
Foi importante perceber, entretanto, que a variação é pequena já que o sistema
prevê treinamentos e contratações durante a implementação do curso.
3.5 Influência da complexidade do curso sobre a produtividade
Para analisar o efeito que a complexidade do curso a ser implantado tem sobre a
produtividade da equipe foram realizadas três simulações levando em consideração
os mesmos parâmetros de complexidade que a simulação realizada no item 3.4.
Como era de se esperar, a produtividade depende diretamente da complexidade do
curso a ser implementado (FIGURA 16). À medida que a complexidade aumenta a
produtividade cai proporcionalmente. Para uma baixa complexidade o valor da
39
produtividade inicialmente foi de aproximadamente 80%. Já quando o índice foi
alterado para 1.5 (média complexidade) a produtividade inicial fica em torno de 53%.
Na última simulação com valor de complexidade alta o resultado encontrado foi uma
produtividade por volta de 40%. Isto se deve ao fato de que tarefas mais complexas
demandam maior tempo de planejamento e treinamento.
Outro dado importante observado na Figura 16 foi que a produtividade,
independente do grau de complexidade do curso, cai linearmente com o tempo. Isto
devido ao fato das atividades a serem executadas diminuírem com o andamento do
projeto. Outros fatores que devem causar tal queda são possivelmente o desgaste
da equipe gerado pela rotina de trabalho e a crescente pressão do cronograma.
Figura 16 – Produtividade
1 – Produtividade dos professores durante a implantação de cursos de baixa complexidade
2 – Produtividade dos professores durante a implantação de cursos de média complexidade
3 – Produtividade dos professores durante a implantação de cursos de alta complexidade
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
40
4 CONCLUSÕES
O ensino a distância tem crescido rapidamente no Brasil, seja por questões
econômicas ou estratégicas. A concorrência acirrada e a capacidade limitada de
recursos impôem enormes desafios a serem enfrentados pelos gestores de
instituições de ensino a distância. Um planejamento e implantação inadequados de
um projeto de um novo curso a distância podem acabar por inviabilizar sua
execução. Desta forma, conforme apresentado no item 1.3 do capítulo 1, este
trabalho tem como objetivo adaptar um modelo de dinâmica de sistemas de
gerenciamento de projetos para implantação de novos produtos para a criação de
cursos a distância e criar uma ferramenta que venha a estar disponível online e que
possa ser facilmente utilizada pelos gestores das instituições interessadas.
No capítulo 1 foi feito um sucinto levantamento sobre a evolução do Ensino a
Distância no Brasil e foram levantados alguns aspectos que dificultam sua
implantação e de como a dinâmica de sistemas pode auxiliar os gestores a elaborar
e executar um bom projeto de EAD.
O capítulo 2 se inicia com uma breve descrição sobre gerenciamento de projetos e
dinâmica de sistemas. O item 2.3 apresenta a metodologia do trabalho que
empregou métodos de investigação de dinâmica de sistemas e teve como suporte o
software iThink para elaborar um modelo de implementação de projetos de ensino a
distância. As principais etapas consistiram na identificação das variáveis, na
elaboração dos diagrama causal e de estoque e fluxo, na construção do modelo de
simulação e na experimentação deste modelo com análise de cenários baseada em
um projeto de implantação de um curso de engenharia ambiental a distância
executado por uma instituição de ensino superior sediada no estado do Rio de
Janeiro.
O capítulo 3 apresentou os resultados e discussões do modelo criado. As análises
feitas demonstraram que a dinâmica de sistemas se mostrou uma importante
ferramenta para a compreensão da interrelação das variáveis envolvidas em um
projeto de implantação de um sistema de ensino a distância. Ficou evidenciado que,
independente da intensidade, alterações no escopo do projeto inicial durante a
41
implantação causam, em um primeiro momento, uma diminuição da capacidade
produtiva dos funcionários envolvidos. Entretanto, tal capacidade é recuperada em
um período curto de tempo.
É possível afirmar, tendo como parâmetro o desempenho dos funcionários, que a
alteração do escopo acaba se tornando algo benéfico para a instituição, já que há
um ganho de competências e habilidades que se tornam um importante capital
intelectual para enfrentar novos desafios.
Entretanto, é importante que o gestor leve em consideração que apesar dos ganhos
em conhecimento para a equipe, as alterações no escopo causam um considerável
impacto financeiro no projeto, podendo, inclusive inviabilizar sua implantação caso
não haja a possibilidade de novos aportes de recursos.
Os resultados das simulações mostraram que a complexidade do curso a ser
implantado afeta de maneira significativa a produtividade da equipe. Isto significa
que quanto maior a complexidade, mais o gestor do curso deve ficar atento às
questões relativas ao número de professores disponíveis, aos treinamentos
necessários durante a execução do projeto e ao grau de estresse causado pela
pressão do cronograma. Este trabalho não teve como objetivo estudar estas
questões especificamente portanto, sugere-se que sejam aprofundados estudos
sobre maneiras de minimizar o impacto que tais variáveis tem sobre o andamento da
implantação de um curso a distância.
Vale ressaltar, que além da necessidade de se elaborar um curso com conteúdo de
qualidade, é fundamental que o gestor elabore um minucioso planejamento e faça
um rigoroso controle do processo de implantação. Desta forma, o modelo criado
neste trabalho pode auxiliar o gestor na compreensão, planejamento e controle do
processo de implantação de um sistema de ensino a distância, melhorando sua
capacidade de tomada de decisão.
A escolha do iThink como software de simulação se mostrou uma escolha acertada
pois, além de simplificar a elaboração da modelagem, possibilitará que o modelo
42
desenvolvido seja disponibilizado em um sítio da Internet para acesso a qualquer
interessado em implementar projetos de ensino a distância.
Como o foco do trabalho era identificar os elementos relativos à implantação de um
projeto de ensino a distância, o sistema desenvolvido apresenta um modelo
simplificado de gestão financeira. Sugere-se portanto, que sejam aprofundados
estudos relativos ao controle de recursos e desenvolvido um modelo de fluxo de
caixa mais detalhado, o que certamente auxiliará o processo de tomada de decisão
pelos gestores.
43
REFERÊNCIAS
AMARAL, Céri et al. Gestão em EaD em duas dimensões: o tempo e o risco: do presencial ao virtual na Educação Superior: o e-learning: estudos de caso, experiências e modelos de boas práticas. 2007. Disponível em: <http://www.virtualeduca.info/encuentros/aveb.univap.br/opencms/opencms/sites/ve2007neo/pt-BR/imagens/27-06-07/Universidade/trabalho03_cer_anais.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2016. ARAÚJO, E. M. et al. A Gestão da inovação na educação a distância. Gestão e Produção, v. 20, n. 3, p. 639-651, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v20n3/v20n3a10.pdf> Acesso em: 15 dez. 2015. R O R.T.S. R O, M.E.S.; MEDEIROS, F.N.; BARROSO, G.C. Modelagem de um sistema de gestão na Educação a ist ncia no Brasil utilizando redes de Petri Coloridas. , v. 23, n. 1, pp. 145-158, 2015. BENELI, L. M.; Didática da Educação a Distância: Características e Concepções de Ensino. Revista de Educação (UFSJ), v. 15, n. 19, p.27-35, 2012. Disponível em: <http:// pgsskroton.com.br/seer/index.php/educ/article/view/1705/1630>. Acesso em: 23 fev. 2016. BERTALANFFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. Petrópolis (RJ): Vozes, 1975. COSCARELLI, Carla V. Educação a distância: mitos e verdades. Revista Presença pedagógica, Belo Horizonte, n. 43, p. 54 a 59, Jan. 2002. DAUDT, S.I.D.; BE R P. . gestão de cursos de graduação a dist ncia e o fen meno da e asão. (Porto Alegre, impresso), v. 36, n. 3, p. 412-421, set./dez. 2013. GARCIA, J. M. Theory and Practical Exercises of System Dynamic. ISBN 84-609-9804-5. 2009. GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 1995.
44
LENDYUK, T., RIPPA, S.; STRIME, E. Project management using in distance education. Intelligent Data Acquisition and Advanced Computing Systems: Technology and Applications. In: IEEE INTERNATIONAL WORKSHOP, 2., 2003. Proceedings... 2003, p. 503-507. Disponível em: <http://ieeexplore.ieee.org/stamp/ stamp.jsp?tp=&arnumber=1249616&isnumber=27954>. Acesso em: 14 jan. 2016. LEVY, S. Six factors to consider when planning online distance learning programs in higher education. Disponível em: <http://www.westga.edu/~distance/ojdla/spring61/levy61.htm> Acesso em: 12 fev. 2016. LIMA, A. A.; SANTOS, S. C. A. Gestão do processo de produção de materiais didáticos para EAD. Congresso Internacional de Educação a Distância: histórias, analíticas e pensamento "aberto": guias para o futuro da ead., 18., 2012, São Luís. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 18., 2012. Anais... São Luís: Abed, 2012. v. 1, p. 1 - 10. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2012/anais/401e.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2015. MARKNAMARA, M.; DUARTE, F.B.M.D. Distance learning in teacher education: emergency, quality benchmarks, public policies, and the pedagogical practice. Acta Scientiarum: Education, v. 38, n. 1, p. 61-68, 2016. MILL, D. et al. Gestão da Educação a Distância (EaD): noções sobre planejamento, organização, direção e controle da EaD. Vertentes (UFSJ), v. 35, p.9-23, 2010. Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/vertentes/Vertentes_35/daniel_mill_e_outros.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2016. MURTHY, Sahana et al. Using System Dynamics to Model and Analyze a Distance Education Program. Disponível em: <httphttp://www.gg.rhul.ac.uk /ict4d/ictd2010/posters/ICTD2010%20Murthy%20et%20al.pdf > Acesso em: 10 fev. 2015. RAMOS, Mozard Neves. Observatório do PNE. Disponível em: <http://www.observatoriodopne.org.br/metas-pne/12-ensino-superior/analises/o-desafio-da-expansao-do-ensino-superior> Acesso em: 27 jul 2015. RANGANATH, B. J.; RODRIGUES, L. L. R. System Dynamics: theory and case studies. Nova Delhi, India: I. K. International Publishing House, 2008. STERMAN, John D.; Business dynamics: system thinking and modeling for a complex world. Boston: McGraw-Hill, 2000, 982 p.
45
STERMAN, John D. Exploring the next great frontier: system dynamics at fifty. System Dynamics Review, v. 23, n. 2/3, p. 89-93, 2007. STRAUSS, Luisa Mariele. Um Modelo em Dinâmica de Sistemas para o Ensino Superior. Disponível em <http://www.lume.ufrgs.br/ bitstream/handle/10183/24517/000747558.pdf?sequence=1> Acesso em: 10 fev. 2015. UM GUIA do conhecimento em gerenciamento de projetos: (GUIA PMBOK). 5. ed. Newtown Square, PA: Project Management Institute, 2013. xxi, 589 p.
46
APÊNDICE A – Tabela dos custos de implantação
47
APÊNDICE B – Equações do modelo
Custo_da_Mão_de_Obra(t) = Custo_da_Mão_de_Obra(t - dt) +
(Taxa_do_custo_da_Mão_de_Obra) * dt
INIT Custo_da_Mão_de_Obra = 0
INFLOWS:
Taxa_do_custo_da_Mão_de_Obra =
Trabalho_Executado*Valor_do_Trabalho_Executado
Custo_do_Retrabalho(t) = Custo_do_Retrabalho(t - dt) +
(Taxa_do_custo_do_Retrabalho) * dt
INIT Custo_do_Retrabalho = 0
INFLOWS:
Taxa_do_custo_do_Retrabalho = Taxa_de_Retrabalho*100*Valor_do_Retrabalho
Fluxo_de_Caixa(t) = Fluxo_de_Caixa(t - dt) + (Entradas - Gastos) * dt
INIT Fluxo_de_Caixa = 0
INFLOWS:
Entradas = (Orçamento/Tempo_de_Finalização_Programado)+Adicionais
OUTFLOWS:
Gastos =
(Custo_da_Mão_de_Obra+Custo_do_Retrabalho+Custos_Extras+Custo_de_Infraest
rutura)/Tempo_de_Finalização_Programado
Professores_Desatualizados(t) = Professores_Desatualizados(t - dt) +
(Perda_de_Competência - Ganho_de_Competência) * dt
INIT Professores_Desatualizados = 0
INFLOWS:
Perda_de_Competência = IF Fim_do_Projeto=1 THEN 0 ELSE (IF
Tempo_de_Alteração_Solicitado=Tempo THEN
Professores_Treinados*Alteração_do_Escopo ELSE 0)
OUTFLOWS:
Ganho_de_Competência =
Professores_Desatualizados*Treinamento_de_Competência
Professores_Disponíveis(t) = Professores_Disponíveis(t - dt) +
(Taxa_de_Contratação - Taxa_de_Treinamento) * dt
INIT Professores_Disponíveis = 5
INFLOWS:
Taxa_de_Contratação = IF Fim_do_Projeto=1 THEN 0 ELSE Taxa_de_Abandono +
(IF (Trabalho_a_ser_Executado / Tempo_Disponível )> ( Professores_Treinados -
Executor_do_Retrabalho) THEN (( Trabalho_a_ser_Executado / Tempo_Disponível )
- ( Professores_Treinados - Executor_do_Retrabalho )) * Fator_de_Contratação
ELSE 0 * Complexidade_do_Curso)
OUTFLOWS:
Taxa_de_Treinamento = IF Fim_do_Projeto = 1 THEN 0 ELSE
(Professores_Disponíveis / Tempo_Disponível) * Tempo_de_Treinamento
48
Professores_Treinados(t) = Professores_Treinados(t - dt) + (Taxa_de_Treinamento
+ Ganho_de_Competência - Perda_de_Competência - Taxa_de_Abandono) * dt
INIT Professores_Treinados = 5
INFLOWS:
Taxa_de_Treinamento = IF Fim_do_Projeto = 1 THEN 0 ELSE
(Professores_Disponíveis / Tempo_Disponível) * Tempo_de_Treinamento
Ganho_de_Competência =
Professores_Desatualizados*Treinamento_de_Competência
OUTFLOWS:
Perda_de_Competência = IF Fim_do_Projeto=1 THEN 0 ELSE (IF
Tempo_de_Alteração_Solicitado=Tempo THEN
Professores_Treinados*Alteração_do_Escopo ELSE 0)
Taxa_de_Abandono = Professores_Treinados * Pressão_do_Cronograma * 0.01
Retrabalho_em_Execução(t) = Retrabalho_em_Execução(t - dt) +
(Taxa_de_Obsolescência + Taxa_de_Rejeição - Taxa_de_Retrabalho) * dt
INIT Retrabalho_em_Execução = 0
INFLOWS:
Taxa_de_Obsolescência = IF Tempo = Tempo_de_Alteração_Solicitado THEN
Trabalho_Executado*Obsolescência ELSE 0
Taxa_de_Rejeição = Rejeição*Trabalho_em_Execução
OUTFLOWS:
Taxa_de_Retrabalho = IF Retrabalho_em_Execução <= 0 THEN 0 ELSE
Executor_do_Retrabalho * Retrabalho
Trabalho_a_ser_Executado(t) = Trabalho_a_ser_Executado(t - dt) +
(Taxa_de_Trabalho - Taxa_do_Fluxo_de_Trabalho) * dt
INIT Trabalho_a_ser_Executado = Trabalho_Inicial
INFLOWS:
Taxa_de_Trabalho = IF Tempo = Tempo_de_Alteração_Solicitado THEN
Alteração_do_Escopo * Trabalho_Inicial * Aumento_no_Trabalho *
Complexidade_do_Curso ELSE 0
OUTFLOWS:
Taxa_do_Fluxo_de_Trabalho = (Trabalho_a_ser_Executado * Fluxo_de_Trabalho) /
(((Professores_Treinados - Executor_do_Retrabalho) * Produtividade) +
Trabalho_em_Execução)
Trabalho_em_Execução(t) = Trabalho_em_Execução(t - dt) +
(Taxa_do_Fluxo_de_Trabalho + Taxa_de_Retrabalho - Taxa_de__Aprovação -
Taxa_de_Rejeição) * dt
INIT Trabalho_em_Execução = 0
INFLOWS:
Taxa_do_Fluxo_de_Trabalho = (Trabalho_a_ser_Executado * Fluxo_de_Trabalho) /
(((Professores_Treinados - Executor_do_Retrabalho) * Produtividade) +
Trabalho_em_Execução)
Taxa_de_Retrabalho = IF Retrabalho_em_Execução <= 0 THEN 0 ELSE
Executor_do_Retrabalho * Retrabalho
49
OUTFLOWS:
Taxa_de__Aprovação = Trabalho_em_Execução/Nível_de_Qualidade
Taxa_de_Rejeição = Rejeição*Trabalho_em_Execução
Trabalho_Executado(t) = Trabalho_Executado(t - dt) + (Taxa_de__Aprovação -
Taxa_de_Obsolescência) * dt
INIT Trabalho_Executado = 0
INFLOWS:
Taxa_de__Aprovação = Trabalho_em_Execução/Nível_de_Qualidade
OUTFLOWS:
Taxa_de_Obsolescência = IF Tempo = Tempo_de_Alteração_Solicitado THEN
Trabalho_Executado*Obsolescência ELSE 0
Adicionais = 0
Alteração_do_Escopo = 0
Aumento_no_Trabalho = 0.2
Complexidade_do_Curso = 1.5
Custos_Extras = 0
Custo_de_Infraestrutura = 25000
Executor_do_Retrabalho = IF
Retrabalho_em_Execução/Tempo_de_Retrabalho<Professores_Treinados THEN
Retrabalho_em_Execução/Tempo_de_Retrabalho ELSE Professores_Treinados
Fator_de_Ajuste_de_Treinamento = 1
Fator_de_Contratação = 1
Fator_de_Obsolecência = 1
Fim_do_Projeto = IF Trabalho_a_ser_Executado <= 0 AND Trabalho_Executado >=
Trabalho_Inicial THEN 1 ELSE 0
Fluxo_de_Trabalho = 1
Nível_de_Qualidade = 1
Obsolescência = Fator_de_Obsolecência*Alteração_do_Escopo
Orçamento = 100000
Pressão_do_Cronograma =
LOOKUPXY(Redução_no_Tempo_disponível,Fator_de_Pressão,(Tempo_Disponível
/Tempo_de_Finalização_Programado))
Produtividade =
LOOKUPXY(Funcionários,Fator_de_Produtividade,Professores_Treinados)/Complex
idade_do_Curso
Rejeição = 0.05 * Pressão_do_Cronograma
Retrabalho = 1
Tempo = TIME
Tempo_de_Alteração_Solicitado = 8
Tempo_de_Finalização_Programado = 18
Tempo_de_Retrabalho = 1
Tempo_de_Treinamento =
LOOKUPXY(Fator_de_Treinamento,Tabela_de_Treinamento,Fator_de_Ajuste_de_T
reinamento)
50
Tempo_Disponível = IF Tempo_de_Finalização_Programado-Tempo>0 THEN
Tempo_de_Finalização_Programado-Tempo ELSE 1
Trabalho_Inicial = 80
Treinamento_de_Competência = 1
Valor_do_Retrabalho = 75
Valor_do_Trabalho_Executado = 75
Fator_de_Pressão = GRAPH(TIME)
(0.00, 2.00), (1.00, 1.80), (2.00, 1.50), (3.00, 1.25), (4.00, 1.10), (5.00, 1.00)
Fator_de_Produtividade = GRAPH(TIME)
(1.00, 0.00), (1.92, 1.00), (2.83, 1.00), (3.75, 0.545), (4.67, 0.531), (5.58, 0.506),
(6.50, 0.472), (7.42, 0.427), (8.33, 0.373), (9.25, 0.309), (10.2, 0.234), (11.1, 0.149),
(12.0, 0.055)
Fator_de_Treinamento = GRAPH(TIME)
(0.00, 0.00), (1.00, 1.00), (2.00, 6.00), (3.00, 11.0), (4.00, 21.0), (5.00, 50.0), (6.00,
100)
Funcionários = GRAPH(TIME)
(0.00, 0.00), (1.00, 0.01), (2.00, 1.00), (3.00, 10.0), (4.00, 20.0), (5.00, 30.0), (6.00,
40.0), (7.00, 50.0), (8.00, 60.0), (9.00, 70.0), (10.0, 80.0), (11.0, 90.0), (12.0, 100)
Redução_no_Tempo_disponível = GRAPH(TIME)
(0.00, 0.00), (1.00, 0.1), (2.00, 0.15), (3.00, 0.25), (4.00, 0.5), (5.00, 1.00)
Tabela_de_Treinamento = GRAPH(TIME)
(0.00, 0.00), (1.00, 1.00), (2.00, 2.00), (3.00, 3.00), (4.00, 4.00), (5.00, 5.00), (6.00,
5.00)
Top Related