Uma reflexão a propósito da nota emitida pela comissão episcopal pastoral para a liturgia
Projetor Multimídia
O que comunica?
O que comunica?
O que comunica?
O que comunica?
O que comunica?
O que comunica?
introduçãoCNBB – emitiu uma nota sobre o uso
de retroprojetores nas celebrações“oferecer elementos para uma
reflexão e futuros aprofundamentos da parte do episcopado nacional, liturgistas, dos párocos e todos os agentes de pastoral litúrgica”.
Vamos avaliar o aparato “eletrônico” em nossas comunidades – caminho de comunicação.
O texto1 – participação, conceito – chaveDesde do inicio do século, até a
renovação conciliar – 1962, a igreja motivava a participação litúrgica (Movimento litúrgicos).
Levar as pessoas expressarem mais a sua vida em nossas celebrações.
Sempre um tema novo e atual depois de 50 anos: “a participação na liturgia é direito e dever de todos os batizados (cf. SC 14).
1.1. sacramentalidade da liturgiaNossa liturgia possui caráter
símbolo-sacramental.É a manifestação dos mistérios
de Cristo nos ministros e nos ritos da Palavra e Eucaristia.
Sacramental – Falar de como Deus nos salva.
Nosso linguagem é a mediadora da salvação em Cristo.
1.1.1 uma chave: a encarnação do VerboLeão Magno diz: “aquilo que era
visível em nosso Redentor passou para os sacramentos”.
Aquele que subiu aos céus se torna presente em nosso meio pelas ações litúrgicas em favor da vida: “Fazei isto em memória de mim” (cf. Lucas 24,13-35).
Sua presença não é “fisicista”, mas Sacramental (SC 7)
1.1.2. Três dimensões da sacramentalidadeTrês aspectos da
sacramentalidade:A expressão significativa: ritos e
símbolos da liturgia. União entre o sensível e o não sensível
Fato valorizado: mistério de Cristo. a salvação realizada pelo Cristo.
Intercomunhão solidária: Igreja ser corpo de Cristo. (comunhão entre o humano e o Divino).
1.2. Participação e sacramentalidade“Que significa então participar
plenamente da liturgia, levando em conta a sua sacramentalidade?”
“Significa mergulhar na celebração, ação eminentemente simbólica, jogo de sinais.
Tudo começa pelos sentidos. É a porta de entrada.
Não significa teoria, informação e meios midiáticos de ultima geração.
Continuando...Os ministérios, serviço, fraternidade,
solidariedade aos pobres, na comunhão de irmãos e irmãs, cura aos doentes, consolar os aflitos... – local de encontro sacramental com Cristo.
Símbolos, velas acesas, incenso, perfume de flores, Palavra escutada, Eucaristia consagrada.
Tudo pela força do Espírito: “ide pelo mundo...”
...
“Participar da Liturgia é tornar-se processualmente sacramentos de Cristo no mundo, vivendo como pessoas transformadas pela Páscoa de Jesus que se celebra (cf. Cl. 3,1-4)”.
Então...“À falta de sacramentalidade
corresponde a falta de participação.”
Não se participa do mistério de Cristo por uma imagem projetada ou por um simulacro dos símbolos e ritos da Igreja.
Os sinais devem ser verdadeiros.Uma imitação não remete a
nada.Ritos e cantos mal feitos não
comunicam.
...Daí pergunta-se: o que se faz, ou fez até hoje, para liturgia ser sinal sacramental?
Foi feito todo o possível e impossível?
Como estamos nos “comunicando” eletronicamente nossas celebrações?
2.Recursos técnicos e liturgiaO utilizar dos meios eletrônicos
não é de hoje com os projetores multimídias.
Lâmpadas, microfones, CD’s, aspersão com borrifadores de água,....
Em nossas Igrejas sempre se utilizou meios eletrônicos em nossas celebrações como auxilio.
A questão é: como estamos utilizando-os?
2.1 Uma compreensão da técnicaTemos uma “mutação
antropológica” no século passado. (guerra fria – capitalismo).
Entender a técnica é entender o contexto de cosmovisão que a surge.
Os gregos entendiam a natureza imutável. Nesta observação buscava “modelos” para a vida.
A tradição bíblica entende a natureza como dom Divino a ser dominado.
Natureza, ciência e técnica.Em uma tradição posterior,
modificar a natureza é entendida como mandato Divino.
A ciência, contrário dos gregos e da ascendência cristã, a ciência não extrai nada da natureza, mas a submete a provas para estabelecer hipóteses.
A ciência utiliza-se da técnica para dominar a natureza.
2.2 – A era da técnica e seus efeitos políticos e morais“Em sentido qualitativo, a técnica
se torna finalidade e deixa de ser meio quando passa a se afirmar de modo quantitativo, condição absoluta para atingir os ‘supostos fins’ desejados pela humanidade.”
O ser humano, enquanto técnico, passa a desconsiderar os efeitos de suas ações, concentrando-se na ciência, que passa ser finalidade.
Continuando... Em questões políticasO poder, antes depositado
naqueles que legitimavam as leis, agora, com o mundo da técnica, é transferido para aquele que sabe a TÉCNICA.
“escravizando” aqueles que não detém a técnica.
Excluindo as questões democráticas.
Em questões éticas...A moral cristã – de intenções – moral
laica kantiana – humano-finalista, moral weberiana – responsabilidade, não faz frente a técnica.
A bomba atômica – não procurou ver os seus efeitos
O ser humano – “escravo” da técnica. É o meio da técnica e não fim.
As pesquisas se isentam de qualquer responsabilidade moral.
2.3 Autopotencialização e autolegitimação.A técnica adquiriu uma
“autopotencialização”. A técnica distancia o agir e o fazer. Agir leva a finalidade a metaO fazer busca cumprir ordens, sem
responsabilidade.O que vale é a competência e a eficiência.Responsabilidade é limitada a execução
de ordens.Piloto do avião da bomba de Hiroshima,
soldado nazista....
2.4 mudanças no ser humanoOs pensamentos humanos mudam...Já não tem valor o gratuito, o lúdico,
o belo, o justo etc...O que importa é o instrumental,
manipulado, vendável, útil, vantajoso, calculável, lucrativo, eficiente, apto...
Não tem bom ou mau na técnica.Choramos pelos nossas entes
queridos e lamentamos pela morte de fome das crianças.
3. Aplicação ao contexto litúrgicoO uso dos aparatos de multimídia
vem carregado de razões: econômicas, ecológicas, funcionais e pastorais.
Tem convencido nossas comunidades e justificados modismos, concorrência ou desejos para melhorar a comunicação na liturgia.
3.1. primeira falácia: preocupação ecológica.O problema ecológico é
preocupanteO não usar de “folhetos
litúrgicos” em nossas comunidades é muito menor referente a outros lugares.
Justificar o não uso desses folhetos nas liturgia não criara totalmente consciência ecológica.
Tem que se criar uma consciência cosmopolita. E as outras pastorais?
Continuando...O utilizar o projetor multimídia
não estaria escondendo outras razões de status de modernidade?
Será que o argumento ecológico de usar o projeto multimídia não estaria escondendo “incapacidade” da comunidade refletir outras questões?
3.2 segunda falácia: o projeto multimídia é mais econômico.É questionável esse argumento.Não barato e exige outros
acessórios: tela, lâmpadas, peças de reposição, energia... Manutenção...
Ele é a ultima “vedete”... Já teve outros: retroprojetor de slides.
Terão outros meios no futuro. É a autopontencialização.
Continuando...E como será o futuro?Haverá outros... Criará outros
para superará outros e assim por diante...
Terá novos gastos e novas compras...
Então como será?
3.3 terceira falácia: praticidade e eficiência A técnica substitui a dimensão
interpessoal, a relação, suprime o lugar do sujeito.
Quem vê a missa pela TV não participa, mas assiste.
O projeto é prático e eficiente, mas não irá precisar de algum ministro, que acolha na porta da Igreja...
Um trabalho a menos, uma pessoa a menos.
Continuando...Não se olha a procissão de
entrada... Todos olhando para a “parede” da igreja.
O comunhão solidária estará perdida.
Todo o rito sacramental da procissão de entrada virou pura formalidade.
O ator da celebração não mais o povo de Deus, mas, sim, o projetor.
O argumento é eficiente e não tem em vistas os resultados.
3.4 quarta falácia: preocupação pastoralO projetor motiva a participação
é falho.Quando se torna o centro das
atenções enfraquece os ritos, se torna um elemento intruso.
Subtrai o “agir litúrgico”. A comunidade isentada da
relação ritual pelo projetor verá diminuída da maior conquista litúrgica: participação dos fieis.
concluindoNem tudo está perdido...Aprofundar as dimensões
simbólicas na liturgia.Assumir a proposta do Hinário
LitúrgicoCriar a possibilidade para o povo
viver os cantos litúrgicos.Investir numa formação litúrgica.Consciência sacramental
litúrgica.
continuandoConsciência ecológica nas
construções, nas liturgias...Redescobrir o valor litúrgico do
espaço celebrativo.Saber e aprofundar o aspecto
técnico dentro da liturgia.Zelar pela participação e
sacramentalidade.
E aí...Como podemos comunicar
melhor sem “quebrar” a liturgia?Como a técnica pode ajudar a
liturgia e não a liturgia ajudar a técnica?
Qual é a prioridade em nossas liturgias?
Os meios “virtuais” podem ajudar a comunidade celebrativa? Como?
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