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COLABORADORES do volume 1

POETAS

Aden Leonardo, Adriana Aneli Costa Lagrasta, Adriane Garcia, Amanda Vital,

Ana Lúcia de Paula, Ana Peluso, Beto Bernardo, Bianca Veloso, Caetano Lagrasta,

Carina Bueno, Carla Diacov, Carmen Picos, Célia Moura, Chris Herrmann,

Clarissa Macedo, Claudio Castoriadis, Eder Asa, Eliane Oliveira, Eliana Mora,

Tania Amares.

ILUSTRADORES (fotógrafos, desenhistas)

Maíra Franco, Mariana Basílio, Mariana Gouveia, Marina Ribeiro Carreira,

Quimera Araucária, Rafael Ramos, Silvia Maria Ribeiro, Tania Amares

2a. edição

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Agradecimentos sinceros a todos os poetas e ilustradores que colaboraram na seleção e envio

de material para a conclusão deste primeiro volume da série de poemas para crianças.

A publicação foi pensada para o público infantil e reúne poemas ou recortes de poemas ilustrados.

Trata-se de publicação experimental que ficará disponível para leitura online em formato ebook

pelo site da plataforma de edição e leitura ISSUU. A reprodução dos poemas poderá ser feita

apenas respeitando a autoria dos trabalhos e fazendo-se as devidas citações. Todas as

ilustrações são fotos, desenhos ou criações digitais a partir de montagens dos próprios poetas.

Acredito que poemas são apropriados para reunir adultos e crianças. Servem como pontes,

andaimes e formas mediadoras para a travessia que vai da fronteira de um Eu a caminho de Outro.

Caminhos de mão dupla. Aqui sentados juntos, falando, lendo e conversando estão

poetas, poemas e crianças.

Começa agora a viagem a convite de uma parlenda: Uni Duni Tê !

Sirvam-se à vontade dos nossos poemas colorê Volume 1.

Tânia Amares Bueno

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PROJETO

um projeto analgésico

mil Adalgisas feitas em uma

gota a gota

para os que não

precisam de remédios

mesmo assim

dizem que sim

tania amares

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Ao fim da leitura e da brincadeira, antes que chegue a saudade, alguns pensamentos ficam

seguindo a trilha dos poemas. Vieram pensar o encontro " poeta e criança".

Muitos dos autores aqui apresentados não escrevem especificamente para o público infantil

em sua rotina de criação. A voz dos poemas canta, então, a melodia do próprio lirismo.

Talvez criar um poema seja um trabalho de tradução (de si mesmo). Parece, no entanto,

um estado de gravidez. Gera-se um poema.

Dá-se, assim, a formação de um corpo de palavras para uma idéia nascente.

Depois de nascido e publicado, o poema escrito vem conversar com diferentes leitores.

Minha imaginação ficou grávida. Nasceu o Uni Duni Tê - volume 1.

Conviver entre diferenças é o tecido das vidas. Diferenças não carregam em si valores. Azul

não é melhor que amarelo, é bom não ver hierarquias entre o que é apenas diferente.

Falamos de crianças e adultos. Diferentes entre si. Feitos da mesma essência humana.

Por estarem ligados afetivamente, tornam-se permeáveis. Experimentam o tempo indo e vindo de

um corpo a outro. O desejo circula entre ilusão e memória como combustível da vida. É o desejo

que mantém o movimento. Só o vínculo seguro, confiável, suporta as diferentes acelerações.

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" A vida é movimento.

O movimento é sexy." (Carina Bueno)

O Uni Duni Tê, como experiência de prazer, participa da descoberta do toque, do gosto, do cheiro.

Revela a sexualidade do olhar e a sensualidade da Língua. Procura iluminar o momento em que

a fala de um adulto entra no mundo da criança por todos os seus poros. Mesmo sem poder

compreender bem, os mundos misturam-se. Gostos de alegria, tristeza, cravo, pimenta, noz.

Percorremos três tempos entre infância, vida adulta, envelhecimento. O livro me pede para ser

ser um alerta: símbolos sem tradução traumatizam. A palavra pode ser violenta. O que chega de

forma abrupta e provoca desespero é violento. Cuidar das crianças é cuidar de palavras, de

literatura, do faz de conta, metáforas, fluxo, fantasia e realidade. É viver junto, reviver a própria

infância, brincar e aprender com o outro. Jogar-se no que é novo sendo rede de proteção.

Viver o novo e ser as paredes da casa, alicerce, ambiente seguro onde nasce a coragem. É

permitir que haja calma para o exercício da invenção. Momentos difíceis clamam por invenções.

E se a sombra pode ser monstro, é preciso que haja alguém com quem a criança possa falar

sobre isso. Um adulto que a escute, sente-se com ela e a auxilie a deixar o monstro engraçado,

saiba fazer dele canção, colocá-lo em rimas, esculpí-lo em massa de modelar, segure-o entre

o indicador e o polegar e, de repente, o faça dançar.

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Brincar é uma arte para ser saboreada devagar. Deve marcar sabores, deixar que se repitam

até que se organizem nas gavetas das memórias. Em crises, tempos de rituais de passagem,

as memórias guardadas voltam, reativam-se e espalham o que é mágico no símbolo. No passado,

armazém de memórias, está o que salva o corpo. Lembranças, imagens, palavras são revirados

entre os guardados dos tempos de quintais. Descobrimos os tempos do processo de cozimento

da vida, esta que começa crua na carne da placenta e vai assando sob o calor das palavras.

Ao organizar a coletânea, criei sentidos, pensei no sonho de voar como asas para a realidade.

Percebi que sonhos querem viver no mundo real e que se alimentam de realidades. De repente,

meu corpo estava entre outros corpos poéticos. Vi joelhos esfolados, pernas quebradas,

adoecimentos. Senti a fragilidade de ser símbolo. No horizonte, hospitais, medos de agulhas,

exames invasivos, a crueldade de diagnósticos. Vi palavras adoecerem corpos e vi caminhos

possíveis de cura instalados na recuperação do tempo de brincar. O corpo é real. É fonte de

prazer e dor. É também, permeável, poroso, esponja. Absorver, respirar, criar símbolos é

a nossa realidade.

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Percebi poetas, crianças e adultos brincando. Seres que, sonham e voam. Vivem quedas e

machucam-se, engessam pés, pernas e cabeças. Algumas vezes, submetem-se a alternativas

muito complicadas para alcançarem de novo o tempo de rir: precisam desengessar a alma.

Seguimos sendo linguagem. Botamos a Língua para fora. Balbuciamos, gaguejamos, falamos

errado, buscamos expressão em outras línguas.

Essa pequena coletânea de poemas é um pedido aos adultos para que não se esquivem do

contato responsável com as crianças. Um alerta para que saibam que suas realidades são

sempre partilhadas, de um jeito bom ou mau, nas linhas ou entrelinhas do que se diz.

Os poemas chegam mexidos e remexidos no caldeirão das artes, embalados em rimas.

Que existam sempre adultos e crianças . Que se provem com cuidado. Afinal, como viver sem

ser por amor, sem que se possa fazer, a qualquer momento, um poema que fale desse amor ?

Esse é o primeiro volume. Outros trarão mais poemas, desenhos e as minibiografias de todos

os colaboradores desta série.

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