UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O Supervisor Escolar e a avaliação do TDAH
Olanethe Neves Ribeiro
ORIENTADOR:
Profª. Elda Trocoli
Niterói
2018
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
E DIR
EITO A
UTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O Supervisor Escolar e a avaliação do TDAH
Olanethe Neves Ribeiro
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar. Por: Olanethe Neves Ribeiro
Niterói
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Maurício de Souza Ribeiro, meu marido, por
seu apoio, incentivo e por nunca ter sido obstáculo na
progressão da minha vida acadêmica.
Agradeço a meus filhos, Maurício de Souza Ribeiro Júnior
e Tamyres Neves Ribeiro, por sempre inquietarem meu
coração, para que não desistisse de me portar como
exemplo, para que eles cheguem ainda mais longe, que eu
mesma pude chegar.
Agradeço a Octamyra Maria Neves, minha mãe, a Olenice
da Silva Neves, minha irmã, por sempre deixarem seu
apoio a minha disposição.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha filha, Tamyres Neves
Ribeiro. Sua resiliência me deu força, foi exemplo e
a certeza que juntas sempre fomos mais fortes.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 05
CAPÍTULO I 08
- O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - (TDAH)
1.1 - Sintomas do TDAH
1.2 - O Tratamento do TDAH
CAPÍTULO II 18
O Supervisor Pedagógico o universo escolar e o aluno com TDAH
CAPÍTULO III 26
A avaliação do aluno com TDAH
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 36
5
INTRODUÇÃO
Segundo o Projeto de Lei 7081/10, que dispõe sobre diagnóstico e o
tratamento do TDAH e Dislexia na educação básica, já aprovado em três
Comissões no Senado Federal e, agora faltando muito pouco para que seja
reconhecida como Lei. Assim como a Lei Nº 7.354 de 14 de julho de 2016,
oriunda do Projeto de Lei N° 418-A de 2015. Que institui no Rio de Janeiro o
Programa de Diagnóstico e Tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade. As escolas deverão assegurar aos alunos com TDAH e Dislexia
acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento de sua
aprendizagem, e que os sistemas de ensino garantam aos professores
formação própria sobre a identificação e abordagem pedagógica.
Este estudo se justifica pela intenção de colaborar com o fazer diário de
professores do primeiro segmento, que em contato com crianças portadoras do
TDAH, não conseguem adotar um esquema de trabalho que permita de
maneira eficiente observar, acompanhar, avaliar e levar este aluno a ser bem
sucedido em sua vida escolar.
Por entender que o Supervisor Escolar é o profissional que poderá
munir este professor de instrumentos, recursos e materiais para reconhecer as
potencialidades e tornar as experiências do aluno com TDAH no universo
escolar positivas, construídas com avanços e sucesso.
Assim esse trabalho se propõe primeiro a explicar o que é o TDAH de
maneira clara e objetiva, pois os alunos com este transtorno estão em todas as
escolas, e no primeiro segmento, os alunos e as famílias encontram-se ainda
muito vulneráveis e, não conseguiram ainda estabelecer com a escola e o
professor um esquema satisfatório de trabalho sendo por seu comportamento,
vistos como muito inoportunos e bastante desinteressados.
Os sintomas, que são evidentes, podem muito facilmente serem
observados, uma vez identificados pelo professor regente, relatados aos
responsáveis poderão modificar a história e a trajetória deste aluno no universo
escolar, amenizando os sintomas, facilitando o trato com o professor e demais
6
profissionais da escola, que terão olhar na direção destas crianças
transformado.
No ponto alto deste estudo estará o trabalho do Supervisor Escolar,
como sujeito que fará toda a articulação para que este aluno no espaço escolar
possa ser feliz. Ele que integra a equipe técnico-pedagógica, trabalhará para
desmistificar este transtorno, fazer com que este professor não se sinta só
neste processo, encontre suporte e deseje em um trabalho integrado com a
família, ver o sucesso deste aluno afiançado. Então abordaremos o Projeto de
Lei 7081/10 e a Lei N° 7.354/16 que estabelecem avanços para a inclusão do
aluno com TDAH, que reconhece primeiro a existência de tal transtorno e
valida várias vertentes de tratamento além de localizar a escola como espaço
de convivência e de aprendizagem que oportunizará crescimento.
A avaliação norteará o trabalho do professor em sala de aula, pois
estabelecerá os moldes do planejamento, e de que forma este aluno estará
dando conta do conteúdo estabelecido pela grade curricular, que não deverá
ser modificado, mas os critérios para a realização da avaliação sim, portanto,
saber qual a função da avaliação e o lugar dela no processo de ensino
aprendizagem do aluno com TDAH, e estabelecer o que vem atrapalhando um
bom desempenho, facilitará o trabalho do professor na construção de um
planejamento, que favoreça o aluno.
A escola tem papel fundamental na vida do aluno com TDAH, isto faz
com que cada vez mais este tema seja trazido, estudos a este respeito
realizados, para que os professores tenham a sua disposição novas formas,
através de estudos, para respeitar e melhor trabalhar com esses alunos,
avaliá-los ao longo do processo e também construir no interior da sala de aula
com os estudantes, suas possibilidades de entendimentos dos conteúdos que
estão sendo trabalhados.
Pontuar o que deverá ser levado em consideração na elaboração de um
instrumento de avaliação, uma vez que um instrumento mal elaborado pode
causar distorções na avaliação que o professor realiza e seus resultados
podem ter consequências graves, uma vez que todo ato avaliativo envolve um
7
julgamento que, no caso da educação escolar, significa em última instancia,
aprovar ou reprovar.
A escola e a família podem aprender a lidar com este transtorno e evitar,
que a criança seja marginalizada na escola, por suas diferenças. Seus
professores podem rever suas ações e utilizar a avaliação para coroar um
trabalho e não simplesmente para reforçar diferenças.
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Capítulo I
O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM
HIPERETIVIDADE – TDAH
TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Este
transtorno acomete aproximadamente de 3 a 5% de crianças em idade escolar,
sendo diagnosticado muito mais frequentemente em meninos do que em
meninas.
O TDAH é um problema de desatenção, hiperatividade, impulsividade ou
combinação destes. Um diagnóstico preciso torna-se imperativo para que haja
um tratamento adequado. Esta não é uma doença nova, já foi descrita em
meados do século XIX e sua freqüência é igual em todo mundo. De acordo
com DMS-IV, o manual de classificação das doenças mentais, a síndrome
O transtorno pode ser herdado geneticamente, no entanto, sua causa não
é clara. Importa esclarecer que independente da causa ele parece estabelecer-
se cedo na vida da criança, enquanto o cérebro está se desenvolvendo.
Estudos de imagem sugerem que o cérebro de uma criança com TDAH é
diferente de uma criança que não apresente o transtorno.
Stanley Turiki, (2003) contribui a cerca do TDAH
Realmente não se sabe muito. A única coisa que se pode dizer é que
nestas siglas se unem diversos comportamentos difíceis, geralmente
evidentes desde a primeira infância, e que estes comportamentos
interferem no bom funcionamento e nas relações destas cri anças.
Também sabemos que esses comportamentos aparecem mais em
determinadas famílias, mais ainda ninguém descobriu um gene de
TDAH (...)
9
O diagnóstico é baseado em sintomas muito específicos, que devem estar
presentes em mais de um ambiente. Estes sintomas devem ser graves o
suficiente para ressaltar em dificuldades significativas em muitos ambientes,
inclusive em casa na escola e no relacionamento com os demais.
Sabe-se que até o presente, não existe nenhuma prova ou análise de
laboratório específica nem bioquímica, eletrofisiológica, anatômica,
genética etc. que permita diagnosticar de maneira eficiente a síndrome
de TDA/ TDAH. O diagnóstico continua sendo eminentemente clínico e
por isso impregnado de subjetividade. (apud PUNDIK, 2005).
Como o diagnóstico do TDAH é clínico, baseia-se fundamentalmente no
Questionário DSM-IV para pais e professores, de um médico especialista bem
informado e comprometido com o bem estar da criança. Esta não é uma
doença nova, já foi descrita em meados do século XIX e sua freqüência é igual
em todo mundo.
Em todas as faixas etárias, portadores do transtorno estão sujeitos a
desenvolver comorbidades, isto é, a desenvolver simultaneamente distúrbios
psiquiátricos como ansiedade e depressão. Na adolescência o risco maior está
no uso do álcool e de (outras drogas)
A pessoa portadora doTDAH pode ter três diferentes graus:
Leve: Poucos sintomas estão presentes além daqueles necessários para
fazer o diagnóstico, e os sintomas resultam em não mais do que
pequenos prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou profissional
Moderada: Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão
presentes
Grave: Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o
diagnóstico estão presentes, ou vários sintomas particularmente graves
estão presentes, ou os sintomas podem resultar em prejuízo acentuado
no funcionamento social ou profissional.
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1.1 SINTOMAS DE TDAH
Dividem-se em três grupos os sintomas de TDAH e verificaremos a seguir:
Falta de atenção;
Hiperatividade;
Comportamento impulsivo.
As crianças com TDAH que sofrem do tipo de desatenção tendem a
incomodar menos e muitas vezes não recebem o diagnóstico. Outras podem
ter uma combinação de tipos.
Sintomas de desatentos
Não consegue prestar atenção em detalhes ou comete erros resultantes de
descuidos no trabalho escolar.
Tem dificuldade de manter a atenção nas tarefas ou jogos
Parece não escutar quando falamos diretamente com ela.
Não segue as instruções completamente e não consegue terminar trabalhos
escolares, tarefas ou deveres.
Tem dificuldade de organizar tarefas e atividades.
Evita ou não gosta de tarefas que demandam manter esforço mental (como
trabalhos escolares)
Seguidamente perde brinquedos, trabalhos, lápis, livros ou ferramentas
necessárias para tarefas ou atividades.
Distrai-se facilmente.
Frequentemente, tem problemas de memória em atividades cotidianas.
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Sintomas de Hiperatividade
Mexer as mãos e os pés o tempo todo e se retorce na cadeira.
Levantar-se quando deve permanecer sentado.
Corre ou sobe em móveis em situações inapropriadas.
Tem dificuldade de brincar em silêncio.
Parece frequentemente estar ligada na tomada e fala excessivamente.
Sintomas de Impulsividade
Fala ante que as perguntas sejam completadas.
Tem dificuldade de aguardar a vez.
Interrompe ou se intromete entre os outros.
1.2 TRATAMENTO DO TDAH
O tratamento para TDAH é importante. É uma parceria entre médico, pais
ou responsáveis e a criança. Na escola o auxílio do profissional competente e
habilitado representado pela figura do Supervisor Escolar, estabelecendo
estratégias e mantendo um plano de ação para atender criteriosamente as
necessidades destas crianças traduz-se num ganho que garantirá a criança
sucesso em sua vida escolar.
Com relação a medicação existem vários motivos para não medicar uma
criança com TDAH quais sejam, diagnóstico incerto, efeitos colaterais etc. e
outros tantos motivos para medicá-la, pois os medicamentos podem ajudá-la a
melhorar sua capacidade de concentração, o controle de impulsos etc.
Importante mesmo é compreender que mesmo medicada esta criança
pode ter problemas emocionais, sociais e desajustes. Assim é importante
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também fazer mudanças no estilo de vida que incluem exercícios físicos
regularmente, uma dieta saudável, dormir suficientemente e associar apoio
psicológico, já que um fenômeno estudado pela psicologia se manifesta com
frequencia nestes casos, a “resiliência” que se desenvolve favoravelmente em
sujeitos jovens, mesmo que tenham experimentado uma forma de estresse que
lhe tenha marcado muito e com conseqüências desfavoráveis. A resiliência
diante da pressão do meio o organismo trata de reparar ou compensar os
danos desenvolvendo estratégias de sobrevivência que dão bons resultados, A
plasticidade da mente infantil permite reorganizar seu sistema para manter um
grau de adaptabilidade adequada. As crianças com alta resiliência superam a
adversidade graças as suas competências pessoais: autoestima, aptidões
empatia humor, criatividade.
A psicologia é unânime em afirmar que as mensagens recebidas pelo de
zero a sete anos de idade formam a base da personalidade. Atualmente já há
investigações que defende a idade até mesmo quando se está no ventre
materno.
A exploração psicológica nos permite conhecer dados concretos do
estado cognitivo-intelectual do paciente. Graças a esses dados podem-se
elaborar programas de apoio psicopedagógico personalizados. Os problemas
de rendimento escolar e as dificuldades de aprendizagem estão claramente
associadas ao TDAH. Por exemplo: 30% das crianças com este transtorno são
também disléxicas. (CASTELLS, 2008)
Para Troconis (2008), toda criança com TDAH deve ser avaliada por um
psicólogo com a finalidade de se obter um diagnóstico e posteriormente, deve
receber atenção psicológica e psicopedagoga ou ambas. A intervenção
psicopedagógica deve dirigir-se, por um lado, a compensar, na medida do
possível, as dificuldades e, por outro, a potenciar as habilidades, Devem-se
incluir objetivos dirigidos a melhorar aspectos das áreas social, motriz,
emocional e acadêmica (FITÓ, 2008).
Os psicoestimulantes são o padrão-ouro no tratamento do TDAH até os
dias atuais. Eles apresentam um alto poder de eficácia e melhoram o
funcionamento das áreas cerebrais responsáveis pelos sintomas do transtorno.
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Portadores do TDAH e familiares devem frequentar Grupos de Apoio
Psicoeducativos sobre o TDAH, nos quais os profissionais de saúde falam tudo
sobre o transtorno com informações claras e objetivas, para que eles aprendam
a lidar com os sintomas e também possam trocar vivências e experiências com
outros portadores e familiares. A orientação aos pais é fundamental, pois os
instrui sobre a doença, facilita o convívio em família, os ensinam a lidar com a
criança e como prevenir futuras recaídas. Esta família ciente deste transtorno,
muitas das vezes precisa se sentir apoiada para apoiar. Esse núcleo familiar
precisa se fortalecer para que haja condições favoráveis para o crescimento e
assim esta criança tenha a oportunidade de conquistar seu primeiro espaço de
liberdade,
Em relação às intervenções psicoterápicas, a mais estudada e com maior
evidência científica de eficácia para os sintomas cardinais do TDAH é a Terapia
Cognitivo
Comportamental (TCC). Crianças com TDAH muito desadaptativas
demandam técnicas comportamentais que podem ajudar muito. Nem toda a
criança com TDAH necessita fazer psicoterapia, o quadro sempre exige
orientação familiar e exige esta orientação para que esta criança não seja
negligenciada em suas particularidades.
Nos casos mais complexos, com prejuízo funcional em várias áreas,
presença de comorbidades e pais de opiniões discordantes, deverão iniciar o
tratamento pela psicoeducação familiar e suporte educacional.
Nas famílias em que o TDAH for frequente, deve-se ter muito cuidado
com as variáveis ambientais que possam servir de gatilho para aqueles que
tiverem predisposição ao transtorno.
O tratamento de primeira linha do TDAH é psicofarmacológico e feito
com drogas psicoestimulantes aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), que são o Metilfenidato (MPH) e o Dimesilato de
Lisdexanfetamina, ambos com alto poder de eficácia (78%) no tratamento de
crianças acima dos seis anos, adolescentes e adultos com TDAH.
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Apesar do nome, essas drogas na verdade têm um efeito “calmante” em
pessoas com TDAH, e os resultados positivos do tratamento não tardam a
serem percebidos pelo paciente, escola e pelos que convivem com eles.
O MPH é encontrado na forma de liberação imediata (curta ação, 4h) e
na forma de liberação prolongada (8h e 12h de ação). O Dimesilato de
Lisdexanfetamina é um psicoestimulante derivado da anfetamina e de ação
prolongada de 13 horas.
No Brasil temos três medicamentos à base de Metilfenidato e um,
derivado de anfetamina.
As medicações à base de MPF devem ser feitas de acordo com o peso
da pessoa. Já os derivados anfetamínicos não dependem do peso. As doses
devem ser feitas nas doses indicadas, sob risco de fazermos subdoses e com
isso não obtermos os resultados esperados.
Outras drogas são consideradas de 2ª escolha e não têm efeito na
desatenção: Imipramina, Nortriptilina e Bupropiona (Antidepressivos). E a
Clonidina (Anti-hipertensivo).
No entanto é preciso estar atento aos principais efeitos colaterais:
Perda de peso
Sintomas gastrointestinais (náusea, dor abdominal)
Insônia
Tonturas
Irritabilidade, labilidade afetiva
Tiques.
Uma das primeiras técnicas ensinadas à família é a suspensão das
repreensões e dos castigos. É importante que pessoas com TDAH sejam
elogiadas, reconhecidas e valorizadas pelo que elas têm de bom, sempre que
fizerem algo corretamente. Este reforço positivo aumenta a autoestima da
criança e evita sérios problemas futuros. É muito prejudicial ficar repreendendo
ou castigando a criança todo o tempo.
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Intervenções no âmbito escolar são importantes e muitas vezes é preciso
um acompanhamento psicopedagógico e reforço escolar. A intervenção escolar
facilita o convívio dessas crianças com os colegas e tenta impedir que elas se
desinteressem pela escola, o que é muito comum no TDAH.
Muitas escolas não apenas ainda desconhecem o TDAH, como não têm
a possibilidade de participar do tratamento dessas crianças, pelas mais
variadas razões. É fundamental que a escola receba todo o suporte informativo
pertinente ao TDAH, seus mecanismos e suas manifestações nas diferentes
idades.
É preciso que a escola saiba de sua importância como uma das
principais fontes encaminhadoras de alunos para avaliação médica. Cada vez
mais, é maior o número de crianças e adolescentes que chegam aos
consultórios médicos por indicação da escola.
Saber lidar com os sintomas é uma das partes mais difíceis do processo
de tratamento do TDAH. Algumas medidas, no entanto, podem facili tar a
convivência, tanto por parte da criança quanto por parte da família. Veja quais
são as dicas que você deve aplicar ao seu filho com TDAH:
Estabeleça limites e regras
Seja paciente, demonstre afeição e amor
Faça elogios a seu filho, incentive-o e cumprimente-o sempre que ele
conseguir cumprir uma atividade. Quando precisar repreendê-lo, tome
cuidado com a forma com que vai fazer isso. O excesso de críticas
prejudica a auto estima da criança
Procure passar mais tempo na companhia de seu filho
Busque formas de aumentar a autoestima de seu filho e coloque
disciplina em sua rotina
Ensine seu filho a adquirir formas de organização adequadas, como
calendário de atividades diárias
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Seja claro e objetivo. Evite usar palavras de difícil entendimento ao se
comunicar com seu filho, procure usar palavras mais fáceis e frases
curtas
Ao falar com seu filho, fique à sua frente, olho no olho e fale com calma
até ter certeza de que ele o compreendeu
Jamais exponha a criança ou crie constrangimentos a ela
Tente usar criatividade e usar técnicas de motivação e recompensa com
ele
Não grite, use menos o “não” em detrimento de diálogos que o motivem
a pensar e refletir
Seja um “expert” em TDAH, assim você certamente otimizará o
tratamento do seu filho.
O TDAH não tratado ou mesmo não diagnosticado pode trazer diversas
consequência no dia a dia da criança, adolescente ou adulto com o quadro.
Pessoas não diagnosticadas não receberão tratamento e certamente
continuarão sendo rotuladas de preguiçosas e malcriadas, quando na verdade
o que elas apresentam é um comportamento biologicamente determinado, com
um amadurecimento em regiões do cérebro que é diferente daquele
apresentado por indivíduos sem o transtorno.
Ainda, os estudos mostram que pessoas não tratadas precocemente
terão mais “prejuízos” ao longo dos anos e maior comprometimento da
qualidade de vida em todos os setores.
O TDAH em crianças e adolescentes, em relação a seus pares e ou
controles, se associa a:
Maiores taxas de sentimento precoce de fracasso
Menores índices de desempenho escolar e menos sucesso acadêmico
Maiores chances de sentimentos de autoestima, autoconfiança e
autoimagem baixos
Maiores taxas de rejeição social e bullying
Chances significativamente maiores para desenvolverem Transtorno de
conduta na adolescência.
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O TDAH em adultos se associa a:
Pior desempenho, sucesso, assiduidade e pontualidade no campo
profissional
Maiores taxas de desemprego
Altos níveis de conflito interpessoal
Maiores índices de problemas e de assédio moral no trabalho
Chance significativamente maior para desenvolver Transtorno de
Personalidade Antissocial
Taxas maiores de Transtorno de Conduta, Transtornos por uso de
substâncias e de problemas com a Lei, prisão, crimes, morte precoce
Maior probabilidade de sofrerem lesões, fraturas e hospitalizações além
de acidentes com ou sem vítimas, violações de trânsito, multas
Maior probabilidade de obesidade ou outras compulsões.
A Neurociência ainda não sabe dizer ao certo de que forma é possível
prevenir a ocorrência de TDAH. O que se conhece hoje são formas que ajudam
a reduzir o risco de seu filho desenvolver o distúrbio.
Confira alguns exemplos:
Durante a gravidez, evite fazer uso de substâncias que possam
prejudicar o desenvolvimento fetal. Não beba bebidas alcoólicas, evite
cigarros e outras drogas. Evite, também, a exposição a toxinas
ambientais
Proteja seu filho da exposição a poluentes e toxinas, incluindo a fumaça
de cigarro, produtos químicos agrícolas ou industriais e chumbo.
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Capítulo II
O SUPERVISOR PEDAGÓGICO, O UNIVERSO ESCOLAR
E O ALUNO COM TDAH
A função supervisora historicamente, surge no Brasil como resultado de
um modelo econômico baseado no desenvolvimentismo e na injeção do capital
estrangeiro no país. Esse modelo trazia consigo não só os padrões
econômicos americanos, mas também o modelo educacional americano.
Neste contexto, o Supervisor Pedagógico é o especialista em educação
cuja função caracterizava-se por controlar o processo de produção, assumindo
características de coordenação e direção do trabalho, ou seja, atuando como
elemento mediador (função técnica que está a “serviço de”). Exercia sua
função através de treinamento de professores para difundir os fundamentos
ideológicos de organização dos processos de trabalho e do controle sobre ele,
buscando a aplicação do conceito de racionalidade à administração, com o
objetivo de aumentar a produtividade da mão-de-obra e a melhoria de seu
desempenho.
Nestas circunstâncias, a função do Supervisor pedagógico reflete o
contexto histórico do período, marcado pelo desenvolvimento nacional e de
controle político-social, altamente mecanicista, utilitarista, burocrático e
pragmático.
Entretanto, como resultado histórico das lutas dos educadores, a
educação vem reservando outros desafios para os supervisores,
acompanhando movimentos mundiais de transformação nas relações sociais e,
especificamente, nas relações nos ambientes educacionais, de formação
humana.
Os movimentos mundiais por processos democráticos, relações
humanizadas e participação coletiva, confere à Supervisão Pedagógica, hoje,
o papel de agente social. Agente social sob a perspectiva crítica, que reivindica
uma nova escola e um novo mundo igual e livre.
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Nesta perspectiva, o Supervisor Pedagógico abandona o modelo
fiscalizador para exercer funções que se caracterizam como comprometidas,
explicitas. Assume, portanto, sua condição crítica da realidade, sua função
política, reflexiva, inovadora, transformadora, libertadora, criativa em todas as
direções.
O Supervisor Pedagógico, a luz de um novo projeto de escola, se dá
conta de sua função política, articuladora, mediadora, promotora de espaços de
discussão e decisões coletivas. É um educador consciente de seu papel e dos
processos históricos, comprometido com uma concepção de educação e de
escola que atenda aos anseios da sociedade brasileira numa perspectiva
democrática e democratizadora.
O Supervisor Pedagógico, portanto, não aceita mais ser apenas o
elemento executor e reforçador de um sistema instituído, mas sim, deseja ser
ator participante, construtor de sua própria história, agente estimulador de
experiências vivenciadas na escola, campo potencialmente formador de
cidadãos autônomos e livres. Sobretudo, com a ação supervisora, construir
diálogos, estimular atividades participativas, reinventar processos democráticos
e reafirmar ações dos atores da educação que viabilizem o acesso e a
permanência na escola, a qualidade na educação, definida sob condições reais
para estudantes e profissionais, e a conseqüente transformação da sociedade.
Sistematizando, o Supervisor Pedagógico deve coordenar e viabilizar
trocas de experiências e informações entre os professores bem como ser
aquele que dinamiza a relação entre direção, pais, alunos e comunidade
escolar, com vistas ao bom êxito do processo ensino aprendizagem.
Assim deverá o Supervisor pedagógico:
Participar da elaboração do projeto político-pedagógico, orientar e
responsabilizar-se por sua organização e reformulação constante;
Participar ativamente com professores e equipe técnico-pedagógica da
elaboração dos projetos pedagógicos desenvolvidos pela escola;
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Garantir tempo e espaço para reflexão e discussão sobre a prática pedagógica
e a relação com os alunos;
Orientar e acompanhar os professores, oferecendo sugestões para o
desenvolvimento e melhoria do seu trabalho pedagógico;
Atualizar-se constantemente, estimulando a realização de projetos
conjuntos entre professores para diagnosticar problemas de ensino
aprendizagem e adotar medidas pedagógicas preventivas;
Atuar junto aos professores no processo de avaliação para classificação
e reclassificação dos alunos;
Planejar e coordenar as reuniões de pais, o Conselho de Classe e as
reuniões de natureza pedagógica;
Verificar e conferir diários de classe e fichas de registro individual,
orientando quanto ao preenchimento;
Participar de capacitações para melhoria do processo ensino-
aprendizagem;
Trabalhar em integração com o Orientador Educacional no atendimento
aos professores, alunos e responsáveis, acompanhando as dificildades de
aprendizagem, buscando soluções satisfatórias, observando e respeitando as
atribuições específicas de cada profissional.
Todas estas atribuições que são pertinentes ao Supervisor Pedagógico
a elas, e para além delas, deve-se manter fiel. Objetivando disponibilizar
recursos, apresentar estratégias.
Na infância, se há um lugar onde é possível medir êxito ou fracasso é a
escola. O que imputa a este ambiente uma responsabilidade fundamental
sobre o destino das crianças portadoras do TDAH.
Uma vez identificado o transtorno, medicado e submetido a tratamento. A
criança portadora do TDAH deve receber da escola apoio para superar limites
que lhe são impostos e obter sucesso.
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A repetição é uma estratégia que deverá ser vista como uma poderosa
ferramenta educativa, como reforço positivo. “os pensamentos transformando-
se em coisas”. Reuven feuerstein (1980) afirma que o rendimento baixo na
escolaridade é produto do uso ineficaz daquelas funções que são os pré-
requisitos para um funcionamento cognitivo adequado, conjunto de ações
interiorizadas, organizadas e coordenadas, pelas quais se elabora a
informação procedente das fontes internas e externas de estimulação.
A repetição estabelece as conexões cerebrais – lei da repetição.
Memorizamos mediante a repetição, atletas profissionais – memória muscular –
uma habilidade – primeira automática, segunda subconsciente, terceira
incosciente – tal qual como conduzir um carro. A Lei de Repetição tem uma
importância crucial na criação de redes neutrais estruturadas. A recordação
mental prepara a mente, tal qual a prática física prepar o corpo. (DISPENZA,
2008)
Feuerstein entende que os processos de pensamento ocorrem em três
momentos: a consideração inicial dos dados apresentados ao individuo, os
processos de análise e a elaboração de respostas. Algumas das funções
cognitivas deficientes são:
- Fase da assimilação
Exploração impulsiva e desordenada de um dado problema;
Pouca necessidade de exatidão na consideração dos dados do
problema;
Dificuldade para a consideração simultânea de duas ou mais fontes de
informação
- Fase da análise:
Dificuldade para distinguir entre informações relevantes e irrelevantes;
Compreensão episódica ou desconexa das dimensões espaço-
temporais;
Precariedade de trabalho lógico (conexão de pensamento numa linha
indutiva “se-então”);
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Reflexão deficitária dos próprios processos de pensamento (habilidades
metacognitivas tênues).
- Fase resposta:
Forma egocêntrica de se comunicar;
Conduta do tipo”ensaio e erro”;
Impulsividade.
A preocupação de Feuerstein, além das questões de natureza teórica (e
de fato ele desenvolve um amplo campo de formulação e críticas conceituais),
concentra-se fundamentalmente no lidar – tanto no plano diagnóstico como no
terapêutico – com a criança cognitivamente debilitada. O indivíduo-alvo do
trabalho de Feuerstein é a criança, o adolescente e o adulto que evidenciam
dificuldades consideráveis no que tange as operações cognitivas. Por isso, sua
contribuição maior no campo da Educação Especial reside na construção de
uma gama considerável de instrumentos psicopedagógicos, com a finalidade
precípua de diminuir e se possível dirimir as funções deficientes.
O professor então depois da criança, do aluno é o segundo personagem
principal, no processo da aprendizagem. Uma pessoa que trabalha interagindo
com o aprendiz, estimulando suas funções cognitivas, organizando o
pensamento e melhorando os processos de aprendizagem – um autêntico
professor mediador (Feuerstein 1980), o que supõe a importância de sua
formação de educador, alguém que faz o caminho para o autoconhecimento,
para que não seja “cegos conduzindo cegos”. (ESPÍRITO SANTO, 2007)
Alguns teóricos dão conta de sinalizar que o universo escolar pode vir a
ser o grande vilão na construção da identidade deste aluno. Demonstrando
incapacidade ou incompetência. “Todos nós nascemos príncipes e princesas,
mas o sistema educativo (pais e professores) pode transformar-nos em sapos.”
(TEZOLIN, 2003)
Gardner (2007), em sua teoria das Inteligências múltiplas (lingüística,
lógico-matemática, espacial, cenestésico-corporal, musical, interpessoal,
23
intrapessoal e naturalista), mostra que são linguagens que todos falamos,
influenciadas pela cultura de cada um, São ferramentas para a aprendizagem,
na resolução de problemas e para a criatividade que todo o ser humano pode
dispor. Golleman (2001), com sua teoria da Inteligência emocional, está de
acordo que precisamos desenvolver todas as inteligências das crianças e não
privá-las em supervalorar somente a leitura, a escrita e a matemática.
Outro teórico importante como Feuerstein, (1980) crê que o indivíduo é
modificável e pode melhorar suas realizações intelectuais, seu rendimento
intelectual. A troca que fazem as crianças constantemente, é uma capacidade
natural de transformação de todo ser humano.
Para tanto podemos ilustrar com um conto: “Um dia, Nasruddin viu
chegar a sua janela um pássaro extraordinário que ninguém nunca havia
descrito em livro algum. Nasruddin se incomodou que o animal fosse tão
diferente da idéia que ele tinha dos pássaros. Ele pegou cortou as asas e o
rabo, mudou o bico, limou as garras e, contemplando sua obra, exclamou: Ah,
por fim! Agora é um pássaro!”
Assim nos remetemos ao nosso sistema educacional com este conto.
Por acaso, não temos uma tendência de transformar estes “pássaros raros”
(alunos / crianças / adolescentes TDAH, por exemplo) em cópias dentro de
uma idéia preconcebida? (FLAK, 1997)
Gladys Troconis (2008) sugere as seguintes estratégias para o aluno
com TDAH:
- Não permita jamais que os outros alunos zombem de um aluno com
TDAH.
- Nunca castigue um aluno com TDAH deixando-o sem recreio.
- Insista em que as crianças tomem algo no meio da manhã evitando
açúcar, chocolates e corantes.
- Os professores devem ser muito cuidadosos com o que dizem ao aluno
diante de situações onde o aluno se comportou muito mal.
24
- Ajude os alunos a se auto-observarem melhor.
- Repita a pergunta e motive-os para que respondam.
- O colégio ideal seria aquele que tem poucos alunos na sala de aula (12
a 15 crianças no máximo).
Para 1º e 2º ano do ensino fundamental o número de alunos adequado
está em até sete alunos; para 3º, 4º e 5º ano até 10 alunos; para 6º ano e 2º
ano do ensino médio: máximo de 15 alunos.(MORENO, 2001)
- E as perguntas que os pais devem fazer a si mesmos em relação ao
seu filho, sua aprendizagem e a escolha do colégio são:
1. Satisfaz a nível escolar?
2. Satisfaz a nível intelectual?
3. É feliz?
- Ter atenção positiva do colégio. (diretor, orientador, professores,
trabalhadores que tenham contato com a criança)
As estratégias sugeridas por Gladys Troconis não serão as únicas
apresentadas. Existem outras tantas que poderão facilitar a vida dos alunos
portadores do TDAH, seus pais e professores que passo a relacionar:
Normas combinadas há de se cumpri-las, sem discussão.
Ensine a criança a esquematizar os conteúdos, destacar, fazer quadros,
resumos com os pontos principais, gráficos, sublinhar, colorir.
Use a agenda escolar para comunicar-se frequentemente com os pais.
O aluno deverá ficar sentado de frente para o professor.
Separe a criança dos colegas que estimulem e provoquem
comportamentos inadequados.
Trabalhos em grupo , em dupla, para evitar dispersão,distração.
Nas tarefas de casa:
Diminua as exigências.
Priorize os objetivos.
25
Facilite estratégias e instrumentos para compensar e suprir as
dificuldades.
Esteja atento para que os conceitos sejam aprendidos.
Saber que a criança portadora do TDAH precisa de profissionais
preparados para estar diariamente lidando com suas limitações e sendo o
mediador que favoreça sua aprendizagem atuando na escola e em parceria
com sua família nos remete a necessidade de investimento na formação deste
profissional prevista já no projeto de Lei 7081/10, que dispõe sobre diagnóstico
e o tratamento do TYDAH e Dislexia na educação básica, foi aprovado em três
Comissões no Senado federal e, agora só faltam mais duas para que seja
reconhecida como Lei.
O projeto foi aprovado no dia 05/06/2013, na Comissão de educação da
Câmara, segue para a comissão de Finanças e Tributação e por último, para a
Comissão de Constituição e Justiça. Na última etapa será enviado para a
Presidência da República para ser sancionada.
O projeto de LEI 7081/2010, de autoria do Senador Gerson Camata
(PMDB), cuja relatoria é da Deputada Federal Mara Gabrielli (PSDB-SP), tem
por objetivo instruir, no âmbito da educação básica, a obrigatoriedade da
manutenção de programa de diagnóstico e tratamento do TDAH e da Dislexia.
O projeto estabelece que as escolas devam assegurar aos alunos com TDAH e
Dislexia acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento de sua
aprendizagem, e que os sistemas de ensino garantam aos professores
formação própria sobre a identificação e abordagem pedagógica.
No Estado do Rio de Janeiro, foi publicado no D. O em 15 de julho de
2016 a Lei Nº 7354 de 14/07/2016, que institui no âmbito do Estado do Rio de
Janeiro, o Programa de Diagnóstico e Tratamento do Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade – TDAH e dá outras providências. O Projeto é de
autoria dos Deputados Waldeck Carneiro e Paulo Ramos.
26
CAPÌTULO III
A AVALIAÇÃO DO ALUNO COM TDAH
Ainda é bastante comum em nossa sociedade as pessoas entenderem
que não se pode avaliar sem que os estudantes recebam uma nota pela sua
produção. Avaliar, por tanto, parece como sinônimo de medida, de atribuição
de valor em forma de nota ou conceito. Porém em se tratando de alunos com
TDAH não se pode confundir avaliar com medir.
Avaliação é uma atividade orientada para o futuro. Avalia-se para tentar
manter ou melhorar nossa atuação futura. Essa é a base da distinção entre
medir e avaliar. Medir refere-se ao presente e ao passado e visa obter
informações a respeito do progresso efetuado pelos estudantes. Avaliar refere-
se à reflexão sobre as informações obtidas com vistas a planejar o futuro.
Portanto, medir não é avaliar, ainda que o medir faça parte do processo de
avaliação.
Avaliar a aprendizagem do estudante não começa e muito menos
termina quando atribuímos uma nota à aprendizagem.
A avaliação é uma das atividades que ocorre dentro de um processo
pedagógico. Este processo inclui outras ações que implicam na própria
formulação dos objetivos da ação educativa, na definição dos conteúdos e
métodos, entre outros. A avaliação, portanto, sendo parte de um processo
maior, deve ser usada tanto no sentido de um acompanhamento do
desenvolvimento do estudante, como no sentido de uma apreciação final sobre
o que este estudante pôde obter em determinado período, sempre com vistas a
planejar ações educativas futuras.
Para que a avaliação seja possível e faça sentido, o primeiro passo é
estabelecer e ter uma ação claramente planejada e em execução, sem o
que a avaliação não tem como dimensionar-se e ser praticada, pois
que o seu mais profundo significado, a serviço da ação é oferecer-lhe
27
suporte, com o objetivo efetivamente chegar a resultados desejados.
(LUCKESI, 2011)
Assim entendemos ser tão necessária a avaliação planejada e
principalmente no caso do aluno com TDAH, o sucesso e avanços depende do
rigoroso trabalho executado pelo professor regente em acordo e
supervisionado pedagogicamente.
A avaliação precisa ser vista não sob a lógica da exclusão e sim da
inclusão, do diálogo, da construção da autonomia, da mediação, da
participação, da construção da responsabilidade.
Tal perspectiva de avaliação alinha-se que com a proposta de uma
escola mais democrática, inclusiva que considera as infindáveis possibilidades
de realização de aprendizagens por parte dos estudantes Essa concepção de
avaliação parte do princípio de que todas as pessoas são capazes de aprender
e de que as ações educativas, as estratégias de ensino, os conteúdos das
disciplinas devem ser planejadas a partir dessas infinitas possibilidades de
aprender dos estudantes.
A avaliação e sendo ela formativa não tem como pressuposto a punição
ou premiação. Ela prevê que as crianças possuam ritmos e processos de
aprendizagens diferentes. PIAGET (1989), destacou entre outros o aspecto
cinético, referente a expressividade e a mobilidade próprias das crianças:
saltar, pular, correr, escorregar, rolar, dramatizar dançar, contar...Assim um
grupo disciplinado não é aquele em que os vários participantes se encontram
envolvidos e mobilizados pelas atividades propostas. Assim, no caso das
crianças com TDAH podermos destacar o portfólio como uma alternativa para
uma avaliação formativa, numa perspectiva de progressão de aprendizagem,
que abre novas possibilidades de estímulo a reflexão e ao desenvolvimento
das habilidades dos alunos, aspecto que raramente são passíveis da avaliação
formal.
Para avaliar, é preciso ter a sensação de que as coisas valem. Eu não
poderia avaliar bem se sabe algo do qual esperasse nada. O ato de avaliar
28
implica deste modo, uma relação com o mundo, pois capaz de responder ou
não as expectativas valorizada.
Ao classificar em uma avaliação as aprendizagens em certas ou erradas,
termina-se por separar aqueles estudantes que aprenderam os conteúdos
programados para a série em que se encontram daqueles que não aprendem.
Essa perspectiva de avaliação classificatória e seletiva, muitas vezes, torna-se
um fator de exclusão escolar.
Os exames, praticados por educadores em nossas escolas,
excluem e, desse modo, traduzem o modo de excludente da
sociedade burguesa. Daí a dificuldade em mudarmos uma vez
que vivemos nessa sociedade. (LUCKESI, 2011)
Entretanto, é possível concebermos uma perspectiva de avaliação cuja
vivência seja marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da construção da
autonomia, da mediação, da construção da responsabilidade.
Esse tipo de avaliação termina por confinar os alunos portadores do
TDAH retidos justamente pela falta da possibilidade de avaliar sem medir.
Visto que os instrumentos utilizados para que o professor faça esta mediação
não dão conta de assegurar uma avaliação
Para transmitir do modo de examinar para o modo de avaliar
em educação, temos de agir em sentido oposto ao modelo social
vigente, visto que a avaliação se caracteriza pela inclusão, o que
significa investir na aprendizagem satisfatória de todos, isto é de modo
democrático. E certamente é muito mais fácil agir segundo as normas
sociais já estabelecidas e introjetadas em nossos atos do que estar na
contramão, trabalhando pela mudança. (LUCKESI, 2011)
A necessidade de se instaurar uma cultura avaliativa, no sentido de uma
avaliação entendida como parte inerente do processo e não marcada apenas
por uma atribuição de nota, não é tarefa muito fácil. Uma pergunta, portanto,
que o coletivo escolar necessita responder diz respeito às concepções de
educação que orientam sua prática pedagógica, incluindo o processo de
avaliação. Qual o entendimento que a escola construiu sobre sua consepção
de educação e de avaliação?
29
A escola então precisa refletir e verificar que a exclusão que ela pode
realizar, caso afaste os estudantes da cultura, do conhecimento escolar e da
própria escola, pela indução da evasão por meio de reprovação.
Os alunos com TDAH são alvo deste processo excludente de avaliar
uma vez que encontram dificuldades reais de se localizar nesse processo e
ainda contam com a resistência dos professores que não desejam transpor
esse modelo ultrapassado de avaliar. E insistem em utilizar modelos de
avaliação que podem atuar para legitimar a exclusão, dando uma aparência
científica a avaliação e transferindo a responsabilidade da exclusão para o
próprio estudante. Sob esse aspecto:
1. É fundamental, transformar a prática avaliativa em prática de
aprendizagem.
2. É necessário avaliar como condição para mudança de prática e para o
rendimento do processo de ensino/ aprendizagem.
3. Avaliar faz parte do processo de ensino e de aprendizagem: não
ensinamos sem avaliar. Dessa forma, rompe-se com a falsa dicotomia
entre ensino e avaliação, como se esta fosse apenas o final de um
processo.
Outro aspecto diz respeito ao papel esperado dos estudantes na escola
e o desenvolvimento de sua autonomia e auto direção. Nesse caso, a avaliação
pode ser usada para gerar a subordinação do estudante e não para valorizar
seu papel como sujeito de direitos com capacidade de decidir.
A escola, portanto, não é apenas um local onde se aprende um
determinado conteúdo escolar, mas um espaço onde se aprende a construir
relações com as coisas e com as pessoas. Essas relações devem propiciar a
inclusão de todos e o desenvolvimento e auto direção dos estudantes, com
vistas a que participem como construtores de uma nova vida social.
A importância dessa compreensão é fundamental para que se possa, no
processo pedagógico, orientar a avaliação para essas finalidades. Entretanto,
isso não retira, nem um pouco, a importância da aprendizagem dos conteúdos
escolares mais específicos e que são igualmente importantes para a formação
30
dos estudantes de criar e expressar sua cultura, por outro, vivendo em um
mundo altamente tecnológico e exigente, as contribuições já sistematizadas
das variadas ciências e das artes não podem ser ignoradas no trabalho
escolar.
O Supervisor Pedagógico, mesmo não sendo o responsável direto pela
avaliação deverá ocupar-se dela. Precisa ter parâmetros do rendimento do seu
alunado. E para isso deve pontuar elementos a serem avaliados:
O progresso do educando;
O desempenho do professor;
A participação da equipe pedagógica como um todo;
O programa da escola;
A infra-estrutura da escola;
O sistema escolar.
Esses aspectos estão contidos em um processo mais complicado,
elaborado e doloroso, a auto-avaliação. Avaliar e auto avaliar-se para
automatizar o processo de ensino aprendizagem.
O corpo docente deverá ter na pessoa do Supervisor Pedagógico, a
referência para inspira-se pedagogicamente; apoiar-se nas questões legais; e
que na equipe diretiva seja a voz que represente a necessidade de ações que
promovam iniciativas de formação continuada.
Inspirar pedagogicamente o corpo docente a buscar novas estratégias de
avaliação, uma vez que as escolas não estão preparadas e a estrutura de
funcionamento pedagógico da maioria das instituições é bastante rígida. Por
isso, é importante que se tenha o olhar de um especialista, para orientar os
professores a estarem atentos as diferenças dos alunos e a desenvolverem
práticas que possibilitem diversas maneiras de aprender. Os professores
devem ter autonomia para promover métodos diferenciados. Se no processo de
avaliação entender que o aluno com TDAH precisa de outra abordagem, ele
tem autorização e autonomia pedagógica para isso.
A indicação de um Plano Educacional Individualizado e a valorização de
aspectos qualitativos ao invés de quantitativos, pois não serão apenas um
31
conjunto de idéias e iniciativas que poderão adequar uma escola a alunos com
TDAH. Para esta grave problemática de inclusão é que se deve preparar os
professores para lidar com os alunos em suas especificidades, assim como a
elaboração de Projeto Pedagógico que tenha eficácia e que seja validado pela
comunidade de profissionais que pesquisem o tema.
O Supervisor Pedagógico será referência para o professor apoiar-se nas
questões legais:
Entende-se por Atendimento escolar Espacializado o processo
educacional definido por proposta pedagógica, que assegure recursos
e serviços educacionais especias, visando apoiar, complementar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais
comuns, em consonância a sintomatologia do distúrbio, de modo a
proporcionar educação escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentem necessidades
especiais através de adequação curricular e um plano de estudos, em
todas as etapas do ensino fundamental e médio, garantindo, à pessoa
portadora do TDAH, integração no contexto socioeconômico e cultural,
conforme o disposto nos artigos 1° inciso III e 206 inciso I da
Constituição Federal e nos artigos 5° e 15 do Decreto 3.298, 20 de
dezembro de 1999, da Presidência da República, que institui as
Diretrizes da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência. (Lei N° 7354/16 Artigo 2°)
Na construção do Projeto Político Pedagógico das Unidades Escolares
deve-se fazer constar que recursos e serviços educacionais especiais;
promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que
apresentem tais necessidades especiais através de adequação curricular e um
plano de estudos, em todas as etapas do ensino fundamental e médio. Quando
se estabelece a adequação curricular já ressaltamos que não se trata de se
oferecer um currículo diferente do que é ministrado aos demais estudantes,
mas garantir que as estratégias atenderão as especificidades do educando
com TDAH e isto está ligado diretamente a forma de avaliar.
O Supervisor baseado na Lei não deverá permitir que o processo de
ensino aprendizagem do aluno portador de TDAH seja negligenciado.
32
Os sistemas educacionais da rede pública e particular devem
garantir, aos educadores do ensino fundamental e médio, capacitação
permanente orientada por profissionais de saúde, contendo aspctos
globais do TDAH, com ou sem hiperatividade, e suas implicações, que
possibilitem identificar possíveis alunos com o transtorno e
consequente auxílio no trabalho da equipe multidisciplinar, conforme o
dipositivo no disposto no Artigo 8º do Decreto 3.298, de 2 de dezembro
1999 da Presidência da República, que institui as Diretrizes da Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. (Lei Nº
7.354/16 Artigo 4º)
A Formação Continuada reflete a qualidade da educação e do ensino, e
requer atenção, planejamento e perseverança. Uma prática pedagógica de
qualidade diretamente associada à contínua articulação entre a teoria e a
prática. Através deste fazer, os professores, e os gestores tornam-se mais
capacitados para refletir e atuar sobre todos os aspectos pedagógicos e para
além deles propor estratégias com a finalidade de sanar as dificuldades e
instalar mudanças significativas em toda a comunidade escolar, no fazer
pedagógico e principalmente na avaliação. Especificamente na avaliação do
aluno com TDAH.
Pais e responsáveis por alunos identificados como portadores
do Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH deverão
ser conscientizados sobre a sintomatologia do distúrbio e orientados
sobre o ensino de técnicas específicas e como proceder para um
melhor desenvolvimento global do educando, conforme o disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente no seu Art. 129, Inciso IV.(Lei Nº
7.354/16 Art. 5º)
O artigo remete-se a necessidade de orientar pais e responsáveis dos
alunos identificados com o Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade –
TDAH; reconhecer a responsabilidade dos profissionais da escola em estar
disponíveis para auxiliarem esses responsáveis com relação a avaliação,
explicando o formato de avaliação a ser aplicada, mostrando objetivos, critérios
claros de maneira que este momento sempre muito tenso e aflitivo para a
família do educando possa ser atenuado e vivido em igualdade de condições
com os demais responsáveis, uma vez que este aluno pode nunca ter consigo
33
informações que são comuns aos demais estudantes para suprir seus
familiares.
Observando o trabalho de todos os profissionais das instituições de
ensino, o supervisor escolar é quem estabelece o posicionamento de fazer,
agir, e entregar na comunidade dos relacionamentos na escola, em sala de
aula nas quais os alunos estão inseridos. O supervisor tem como objeto de
trabalho a produção do professor – aprender do aluno – e preocupa-se de
modo especial com a qualidade dessa produção.
É preciso usar de modo eficiente os resultados das avaliações para
melhorar a escola, a sala de aula, a formação do professor, na qual a avaliação
perde sentido para os principais protagonistas da educação: alunos e
professores. Frente esses resultados surgiu a necessidade e a importância da
valorização do supervisor escolar.
Com base nos resultados das avaliações o supervisor formula,
implementa e ajusta melhorias para que o professor ministre melhor suas aulas
atingindo padrões de qualidade compatíveis com as novas exigências pelo qual
acaba sendo um ciclo, um dependendo do outro.
O trabalho do supervisor não deve ser, por estar focado na ação do
professor, confundido com acessória ou consultoria, por ser um trabalho que
requer envolvimento e comprometimento. Nessa relação professor e supervisor
têm seu objeto próprio de trabalho. O primeiro, o que o aluno produz, e o
segundo, o que o professor produz. O supervisor deverá considerando as
características próprias do professor, desenvolver com ele as formas possíveis
de controlar o processo de aprender e ensinar. O supervisor não deverá estar
focado em exercer poder e controle sobre o trabalho do professor e assumir
uma posição de auxiliar, tornando-se um parceiro que contribui para promover
uma reflexão crítica sobre o fazer do professor e seu entendimento sobre
ensino aprendizagem e principalmente no que pretende avaliar.
34
Conclusão
O papel do Supervisor Escolar ao longo dos anos foi sofrendo
alterações.
Em um primeiro momento o supervisor apresentava-se e era visto como
alguém que estaria na escola para somente inspecionar e fiscalizar, atuando
muito mais nos aspectos administrativos, como por exemplo condições do
prédio escolar, freqüência dos alunos e professores. Em um segundo
momento, a supervisão ficou sendo entendida como orientação imposta aos
professores para se tornarem mais eficientes no exercício da profissão. Num
terceiro momento a supervisão começa a ser entendida como guia de acordo
com as necessidades.
Numa abordagem moderna a supervisão escolar passou a ser entendida
como um orientador profissional que presta assistência, dadas por pessoas
competentes em matéria de educação, que deverá desenvolver dentro do
espaço escolar uma visão crítica e construtiva do seu fazer pedagógico,
trabalhando de forma coesa e articulada com os diretores escolares,
orientadores e toda comunidade escolar. Esta articulação possibilitará a
melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.
E quanto ao foco deste estudo, que são as contribuições que o
Supervisor Escolar deverá buscar apontar na direção do efetivo sucesso do
aluno com Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade, são possíveis a
partir desta abordagem moderna do supervisor, uma vez que seja aporte na
equipe diretiva para apontar novos caminhos e estratégias no processo ensino
aprendizagem, que na construção do Projeto Político Pedagógico traga luz a
inclusão destes alunos. Que confronte a comunidade escolar com as leis que
amparam os alunos e que principalmente acompanhem as famílias
encorajando-as a obterem um diagnóstico preciso; oportunizando aos
professores uma formação continuada para que avancem no entendimento,
acolhimento e na construção de um currículo que forneça as diferenças uma
35
avaliação segura que promova igualdade neste processo que nunca será o fim
mas o caminho para o sucesso escolar deste aluno.
36
BIBLIOGRAFIA
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9394, 2ª ed. Brasília: Atual, 1996.
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37
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Atenção Hiperatividade: O que é? Como ajudar? Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 1999.
SANT’ANNA, Elza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e
Instrumentos 5ª Ed. Petrópolis: Vozes 1999.
38
ÍNDICE
CAPA
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 05
CAPÍTULO I 08
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
1.1. Sintomas do TDAH
1.2. O Trasntorno do TDAH
CAPÍTULO II 18
O Supervisor Pedagógico o Universo escolar e o aluno com TDAH
CAPÍTULO III 26
A avaliação do aluno com TDAH
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
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