UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA NO TRABALHO DO GESTOR ESCOLAR
Por: Jonas Marques da Silva Filho
Orientadora
Profª. Sheila Silva Rocha
Rio de Janeiro
2009
ii
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA NO TRABALHO DO GESTOR ESCOLAR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
e Supervisão Escolar.
Por: Jonas Marques da Silva Filho
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço à professora e orientadora
Sheila Silva Rocha, pelo apoio e
encorajamento contínuos na pesquisa,
e ao corpo docente do “Instituto a Vez
do Mestre”, pelos conhecimentos
transmitidos.
iv
DEDICATÓRIA
A minha esposa Sonia e aos meus filhos
Rodrigo e Rafael pela compreensão,
apoio e confiança nas horas difíceis.
v
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar os novos desafios que se
apresentam ao gestor escolar na informatização dos processos administrativos
e pedagógicos das unidades escolares públicas do Estado do Rio de Janeiro.
O mundo atual exige mudanças em todos os setores e as novas tecnologias
estão presentes em todos os setores da sociedade. Nas escolas os gestores
necessitam cada vez mais aprimorar os seus processos administrativos e
pedagógicos buscando maior agilidade e proporcionar um serviço de qualidade
à comunidade escolar. Esta pesquisa formula a hipótese de que se o gestor
buscar a utilização das ferramentas da Informática e suas tecnologias de
comunicação, haverá uma melhor atuação no trabalho gerando rapidez e
eficiência nos procedimentos da gestão educacional. Para fundamentar esta
pesquisa buscou-se divulgar o esforço da Secretaria Estadual de Educação do
Estado do Rio de Janeiro para implantar o Sistema de Gestão Educacional
Integrada visando oferecer ao gestor a integração de todos os procedimentos
relacionados à educação e a transformação em processos eficientes, ágeis,
seguros e econômicos.
vi
METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa privilegiou um estudo teórico. Para o
desenvolvimento deste trabalho foi feito um levantamento de conteúdo
bibliográfico (livros, artigos e publicações eletrônicas) pertinentes ao tema
proposto.
A pesquisa bibliográfica consiste na recuperação de dados impressos que
podem ser obtidos nos livros e revistas especializadas, ou de publicações
eletrônicas através da Internet. O levantamento bibliográfico virtual é bastante
facilitado pelos mecanismos de busca especializados disponíveis na Internet.
A busca por informações deve ser seletiva e focar diretamente os problemas e
soluções apontadas na pesquisa. Esta atividade exige um o senso crítico para
evitar informações inadequadas.
Por fim a partir da leitura crítica do conteúdo pesquisado pode-se construir o
referencial teórico para identificar o estágio atual do conhecimento sobre um
determinado assunto e definir os problemas e as possíveis soluções que
justificam a pesquisa.
vii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O CONCEITO DE INFORMÁTICA 10
CAPÍTULO II
O CONCEITO DE GESTÃO 14
CAPÍTULO III
A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA FACILITADORA
NA GESTÃO ESCOLAR 19
CONCLUSÃO 27
ANEXOS 29
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 34
ÍNDICE 36
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo abordar a questão da Informática aplicada
à Gestão Escolar. O tema escolhido foi motivado pelo fato de ser notória nos
colégios públicos a falta de interatividade entre os diversos segmentos
(secretaria, supervisão e direção) que o compõem.
Pode-se perceber que, as falhas no cadastro dos alunos acarretam atraso na
formação das turmas e a entrega da pauta aos professores em tempo hábil
para o bom andamento das rotinas da escola. Estes erros ocorrem na maioria
das vezes por preenchimento incorreto de formulários, extravio de documentos
ou falhas no arquivamento de fichas feito manualmente.
A montagem do horário, segundo a disponibilidade dos docentes, é um
segundo problema que tem grande parcela nesse atraso da montagem das
turmas. O controle das faltas e médias dos alunos, gera boletins, históricos e
declarações de escolaridade, que muitas vezes acabam por criar problemas
sérios não só para o gestor como também para os alunos, principalmente os
concluintes.
Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo geral buscar refletir sobre a
importância da utilização dos recursos da Informática na escola como
ferramenta auxiliar da gestão de qualidade.
Para fundamentar as argumentações em relação à Informática, suas
tecnologias e os paradigmas existentes na área educacional principalmente no
que se refere à gestão, recorreu-se, basicamente aos autores José Manoel
Moran, José Carlos Libâneo, Myrtes Alonso, além de pesquisas na Internet.
O trabalho está dividido em três capítulos pretendendo alcançar os seguintes
objetivos: O primeiro capítulo trata do conceito de Informática e das
9
Tecnologias de Informação (TI) destacando os computadores e os sistemas
que compõem as principais ferramentas de utilização.
No segundo capítulo busca conceituar gestão educacional e definir a sua
atuação e necessidades básicas. Destaca-se a classificação em três áreas e a
integração que deve existir entre elas.
O terceiro capítulo procura sugerir as possibilidades da Informática como
ferramenta facilitadora da gestão eficiente, demonstrando a utilização dos
sistemas informatizados de gestão educacionais e suas aplicações no cotidiano
da escola.
O desenvolvimento deste trabalho levanta a hipótese de que se o gestor
promover a capacitação da sua equipe quanto à utilização das ferramentas de
Informática, haverá uma melhor atuação da atividade de gestão escolar.
O presente estudo está limitado aos recursos de informática na gestão escolar
das escolas públicas estaduais de ensino médio profissionalizante, focando no
desempenho dos profissionais da equipe técnico-pedagógica da escola.
A metodologia de pesquisa desenvolvida será de cunho bibliográfico e contará
com o levantamento e leitura de autores que desenvolveram pesquisas sobre o
desempenho dos profissionais da equipe técnico-pedagógica e a utilização das
ferramentas de Informática na Gestão Escolar.
10
CAPÍTULO I
O CONCEITO DE INFORMÁTICA
“O real impacto do computador não é o silício.
Assim como não são os softwares atuais.
É a necessidade de repensar as coisas.” 1
Bob Frankston
A finalidade deste capítulo é apresentar uma perspectiva conceitual e permitir
uma visão contextualizada dos conceitos de Informática e Tecnologia da
Informação.
Entende-se que primeiramente devemos conceituar informática. A criação da
palavra INFORMÁTICA é atribuída ao francês Philippe Dreyfus no início dos
anos 60 (1962), tendo derivado da junção dos vocábulos INFORMAÇÃO
(INFORMATION) e AUTOMÁTICA (AUTOMATIQUE) - (PIMENTEL, 1997, p.
35).
A Informática corresponderia ao processamento eletrônico de dados
(informações). Nesse sentido, conceitua-se ainda como um tratamento de
informação por meios automáticos. Entende-se que esta automação se dê
através da utilização de dispositivos eletrônicos ou, mais precisamente,
computadores ou sistemas informatizados (computadores e outros dispositivos
associados).
Em linhas gerais, segundo Willrich (2000, p. 29) a Informática pode ser definida
como toda atividade relacionada ao desenvolvimento e uso dos computadores
que permitam aprimorar e automatizar tarefas em qualquer área de atuação da
1 Bob Frankston foi um dos desenvolvedores do Visicalc (planilha eletrônica) que fez com que os computadores pessoais deixassem de ser um hobby e passassem a ser considerados como uma ferramenta de negócios.
11
sociedade. Podemos definir a informática como a “ciência do tratamento
automático das informações”. Muito mais que visar simplesmente a
programação de computadores para executar tarefas específicas, a informática
estuda a estrutura e o tratamento das informações sob suas mais variadas
formas: números, textos, gráficos, imagens, sons, etc.
Para Willrich (2000, p. 34) o computador em si intervém apenas como um
instrumento para agilizar o tratamento da informação, e não como seu objetivo
final. A informática busca criar uma abstração da realidade dentro de um
sistema de computação, com o objetivo de reproduzi-la o mais fielmente
possível e assim poder substitui-la, ou melhorar sua compreensão.
O profissional de Informática vai atuar basicamente no desenvolvimento do que
se pode chamar de um Sistema Computacional, o qual abrangem a
combinação de hardware (circuitos), software (programas) e outros elementos
essenciais.
A crescente evolução na área de Informática, particularmente no que diz
respeito ao desenvolvimento de equipamentos de informática (processadores
cada vez mais velozes, o surgimento de novas tecnologias de armazenamento
de dados e novos periféricos), aliada às constantes quedas nos preços do
hardware, possibilitou um avanço das atividades relacionadas à informática na
quase totalidade das atividades humanas, iniciando pelas Engenharias e
atingindo as mais diversas áreas como a Medicina, as Artes, o Entretenimento,
a Economia etc.
Como conseqüência disto, é real a necessidade de que em cada área, os
profissionais desenvolvam um conhecimento da tecnologia de Informática que
seja útil na solução dos problemas relacionados com o seu eixo profissional.
No caso da Gestão Escolar não poderia ser diferente pois a organização
escolar que tecnicamente caracteriza os procedimentos referentes às ações de
12
planejamento do trabalho e racionalização do uso dos recursos (financeiros,
materiais e humanos).
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TICs
A Definição de Técnica – É a forma de atuar sobre problemas reais (como
fazer), utilizando conhecimentos práticos e teóricos com o objetivo de resolver
necessidades humanas.
A Definição de Tecnologia – É o conhecimento adquirido através do estudo
efetuado (saber fazer) com base num conjunto de instrumentos, métodos e
processos específicos de qualquer técnica.
Enquanto que as técnicas são os meios e os processos de atuar na realidade,
as tecnologias são o conhecimento em que esses meios e processos de
atuação se baseiam.
13
As Tecnologias da Informação e Comunicação
O termo "Tecnologia da Informação (TI)" serve para designar o conjunto de
recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da
informação (Rezende, 2000 p.33). Estes recursos são dedicados ao
armazenamento, processamento e comunicação da informação e deverão
estar organizados num sistema capaz de executar este conjunto de tarefas.
Segundo Batista (2004, p.18), as Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs) estão fundamentadas nos seguintes componentes:
• Hardware e seus diversos periféricos;
• Software e seus recursos;
• Sistemas de telecomunicações;
• Gestão de dados e informações.
A execução integrada de todos os componentes pode oferecer uma grande
produtividade e precisão no planejamento e aplicação nas tarefas do gestor
escolar.
O computador
O computador é uma máquina capaz de armazenar, processar e produzir
informações de forma automática, com grande rapidez e precisão.
Aparelho eletrônico capaz de efetuar operações lógicas e matemáticas, sem
intervenção de um operador durante o seu funcionamento.
Os primeiros sistemas de computação tiveram seu início no século XVI, mas
estes somente mostraram-se úteis no século XX, e sua popularização se deu
graças à evolução da microeletrônica e a sua acessibilidade pela diminuição
dos custos para o usuário final.
14
CAPÍTULO II
CONCEITO DE GESTÃO ESCOLAR
O conceito de Gestão Escolar é de grande importância, na medida em que
precisamos de uma escola que atenda às atuais exigências da sociedade:
formando cidadãos, e, ainda, assegurar a assimilação das habilidades
necessárias e facilitadoras da inserção social.
Segundo Libâneo (2004, p.62), o exercício da gestão escolar depende de
fatores, tais como: autoridade, iniciativa, responsabilidade, decisão e disciplina.
O gestor é o dirigente e o principal responsável pela escola. Precisa ter a visão
de conjunto, articular e integrar os vários setores da comunidade escolar.
Neste sentido, cabe ao gestor escolar assegurar que a escola realize sua
missão: ser um local de educação. O gestor deverá articular junto à
comunidade educativa na execução dos projetos educacionais, conduzindo a
gestão da escola em seus aspectos administrativos, econômicos, jurídicos e
sociais. Podemos chamar de gestão democrática, quando existe o incentivo à
participação e o respeito às pessoas e suas opiniões.
Assim, segundo Borges (2008, p.83), a função de gestor escolar envolve
atividades de mobilização, de motivação e de coordenação. Dirigir uma escola
implica colocar em ação os elementos do processo organizacional
(planejamento, organização, avaliação) de forma integrada e articulada, onde o
gestor é a figura que deve possuir liderança.
Costuma-se classificar a Gestão Escolar em três áreas que devem funcionar de
modo integrado ou sistêmico: Gestão Pedagógica, Gestão de Recursos
Humanos e Gestão Administrativa. (Dos Santos, 2006, p.130)
15
A Prática da Gestão Pedagógica
Entende-se que as ações de natureza pedagógica devem englobar a
formulação e gestão das seguintes funções: o projeto pedagógico-curricular, o
projeto de ensino e o projeto do desenvolvimento profissional e da avaliação.
Segundo Libâneo (2004, p.25) o Diretor é o grande articulador da Gestão
Pedagógica e o primeiro responsável pelo seu sucesso.
A Prática da Gestão Administrativa
As ações de natureza técnico-administrativa envolvem a parte física (o prédio e
os equipamentos materiais que a escola possui) e a parte institucional (a
legislação escolar, direitos e deveres e atividades da secretaria).
Suas especificidades estão enunciadas no Plano Político Pedagógico e no
Regimento Escolar.
A Prática da Gestão de Recursos Humanos
Segundo Borges (2008, p. 43) a gestão de recursos humanos constitui a
atividade mais sensível em sua natureza. Lidar com problemas e conflitos e
questões de relacionamento humano, fazem da gestão de recurso humanos o
fiel da balança – em termos de fracasso ou sucesso – de toda formulação
educacional a que se pretenda dar consecução na escola.
Neste contexto, os mecanismos da gestão escolar enquanto processo que se
renova permanentemente e enquanto instrumento na busca da racionalidade, e
do comprometimento com a mudança social, devem estar voltados para o
alcance de seus fins especificamente educacionais.
16
O gestor escolar precisa saber buscar na natureza própria da escola e dos
objetivos que ela busca, os princípios, métodos e técnicas adequadas ao
incremento da racionalidade. Sendo assim, a gestão escolar deve ser vista
como instrumento fundamental na medida em que possibilite a conciliação
entre os dados da realidade e a organização resultante da aplicação dos
princípios de autoridade legal.
Neste contexto, a organização gestora pedagógica, administrativa e de
recursos humanos, correspondem a uma classificação teórica para melhorar a
explicação, pois, as três não podem atuar separadas, mas devem atuar de
forma integrada para garantir a organização do processo educacional.
Segundo Libâneo (2004, p.132) as funções ou elementos da organização e
gestão são as seguintes:
• PLANEJAMENTO: explicitação de objetivos e
antecipação de decisões para orientar a instituição,
prevendo-se o que se deve fazer para atingi-los.
• ORGANIZAÇÃO: racionalização de recursos humanos,
físicos, materiais, financeiros, criando e viabilizando as
condições e modos para se realizar o que foi planejado.
• DIREÇÃO E COORDENAÇÃO: coordenação do
esforço humano coletivo do pessoal da escola.
• AVALIAÇÃO: comprovação e avaliação do
funcionamento da escola.
A Gestão Escolar em todos os níveis, é a atividade pela qual são mobilizados
os meios e procedimentos para se atingir os objetivos da comunidade escolar
como um todo. Neste sentido, busca-se uma revisão profunda de seu
significado e importância para a consecução dos objetivos educacionais
almejados pela escola.
17
Segundo Alonso (2003, p. 23) a implementação de mudanças na escola tem
sofrido constantes resistências, mas, ao que tudo indica, as demandas por
transformação e quebra de paradigmas devem ainda continuar intensas,
passando a ser a tônica de uma sociedade em constante “evolução”.
Neste contexto Libâneo (2004, p.146), explica que com as modificações
verificadas no ambiente escolar, surge a necessidade de um gestor que
apresente as seguintes características:
• capacidade de trabalhar em equipe;
• capacidade de gerenciar um ambiente cada vez mais
complexo;
• capacidade de abstração;
• manejo de tecnologias emergentes;
• visão de longo prazo;
• disposição para assumir responsabilidades pelos
resultados;
• capacidade de comunicação;
• criatividade;
• disposição para fundamentar teoricamente suas
decisões;
• comprometimento com a emancipação e a autonomia
intelectual dos funcionários;
• atuação em função de objetivos;
• visão pluralista das situações;
• disposição para cristalizar suas intenções
(honestidade e credibilidade);
• conscientização das oportunidades e limitações.
Entende-se que sem dominar as competências acima o gestor terá grande
dificuldade para realizar o seu trabalho, principalmente pela complexidade do
ambiente escolar e a contínua necessidade de aprimoramento.
18
No próximo capítulo, veremos como a Informática pode auxiliar na Gestão
Escolar já que nesta realidade é imprescindível a utilização das novas
tecnologias para reunir os processos administrativos e pedagógicos que
integram a realidade do novo gestor educacional.
19
CAPÍTULO III
A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA
FACILITADORA NA GESTÃO ESCOLAR
O ritmo acelerado das mudanças que se processam neste século exige um
sistema educacional que valoriza a utilização das tecnologias no trabalho de
gestão.
Nesta proposta, a Informática e suas Tecnologias surgem como ferramentas
facilitadoras propondo novas formas de organização, estruturação e operação
no atendimento das necessidades e expectativas da comunidade escolar.
Segundo Torres (1994, p. 61), podemos resumir em quatro itens as dimensões
de importância que o uso da Informática pode provocar:
• Importância organizacional – como agente facilitador
do trabalho e integrador da organização escolar;
• Importância estratégica – tem capacidade de fortalecer
a organização escolar no ambiente em que atua,
mudando as relações de força entre os agentes desse
ambiente;
• Importância econômica-financeira – provoca impactos
de natureza econômica, tais como redução de custos
e melhor aproveitamento das verbas.
• Importância como elemento de desenvolvimento -
refere-se aos usos das tecnologias de informações
que objetivam manter a empresa ou organização na
vanguarda tecnológica, mesmo sem perspectivas de
retornos imediatos.
20
O processo de informatização da sociedade é irreversível e na escola não
poderia ser diferente. Os novos paradigmas que estão surgindo fazem com que
o gestor tenha que rever os velhos hábitos.
Desta forma, pode-se concluir que os recursos da Informática podem auxiliar a
prática da Gestão Escolar de inúmeras formas, principalmente na organização
de arquivos e controle de informações. Possibilitam, também, a padronização e
a simplificação de processos, aumentando a produtividade e a diminuição dos
custos em todos os setores da organização.
As condições de gerenciamento de muitas escolas públicas são precárias
MORAN (2003, p. 151). Visando aperfeiçoar os procedimentos administrativos
e pedagógicos, as secretarias de educação municipais e estaduais buscam
implantar procedimentos informatizados buscando soluções para os muitos
problemas já descritos na introdução deste trabalho.
Na seqüência deste capítulo, descrever-se-á como o uso da Informática poderá
transformar radicalmente as rotinas e procedimentos administrativos da
unidade escolar.
Entende-se que após o levantamento dos procedimentos operacionais, táticos
e estratégicos, a equipe técnico-pedagógica sob orientação do diretor deverá
analisar as necessidades de padronização, integração e aprimoramento do
sistema administrativo escolar. Este levantamento é importante para planejar
um novo “mapa de processos”, visando à adequação dos procedimentos ao
Sistema de Gestão Educacional Informatizado.
21
O Sistema de Gestão Educacional Informatizado
Um Sistema de Gestão Educacional Informatizado deverá incorporar funções
que permitam aos usuários otimizar todos os procedimentos administrativos e
pedagógicos da unidade escolar.
Segundo o Manual de Instalação e Configuração do Sistema de Gestão
Educacional Informatizado (2009, p. 3) temos como benefícios incorporados ao
sistema:
• disponibilização de informações gerenciais para o
planejamento, acompanhamento e avaliação da rede
escolar;
• fornecer instrumentos gerenciais aos diferentes
níveis do sistema educacional: direção da escola e
secretaria;
• redução da carga de trabalho dos funcionários,
deixando-os com mais tempo livre para o desempenho
de outras tarefas;
• segurança das informações através de permissões
que o Diretor dá conforme o cargo e a função de cada
usuário do sistema;
• diminuição de custos operacionais;
• indicadores de desempenho.
• elaborar o Horário - Turma / Professor com
identificação imediata da alocação de professores na
escola;
• controlar as rotinas financeiras da escola;
• executar os procedimentos exigidos pelas
Coordenadorias Regionais de forma integrada e
padronizada.
22
Segundo Moran (2003, p.155), os principais colégios e universidades do Brasil
utilizam esses programas integrados de gestão. Diminuem a circulação de
papéis, formulários, ofícios tão comuns nas escolas públicas, e convertem
todas as informações em arquivos digitais que vão sendo catalogados,
organizados em pastas eletrônicas por assunto, assim como o fazemos na
secretaria, só que ficam armazenados em um computador principal, chamado
servidor.
Desta forma, pode-se entender que através da digitalização das informações
acadêmicas e administrativas tem-se um aumento no desempenho das
atividades de todo o trabalho do gestor e sua equipe. Além disso, através da
integração do sistema à Internet, o aluno será amplamente beneficiado, pois
terá facilitado o acesso à informações vitais como horários, calendário de
provas, notas, faltas, além de acessar suas disciplinas para obtenção de
materiais didáticos disponibilizados pelos docentes.
Um outro fator importante é o de permitir que os professores tenham acesso à
informações sobre os seus alunos, turmas e horários de aulas, agendar provas,
lançar notas e faltas e publicar material didático. Esta facilidade diminui a
margem de erros e dá maior agilidade ao acesso destas informações que
podem ser consultadas a qualquer momento através da conexão via Internet.
Um Sistema de Gerenciamento de Escolas da Rede Estadual
Para fundamentar o conteúdo desta pesquisa, utiliza-se como exemplo o
esforço da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEE-RJ) para
melhorar a gestão nas unidades de sua rede educacional através da aquisição,
por meio de concorrência pública de um sistema para gerenciamento da rede
de escolas estaduais.
23
Segundo a documentação divulgada através do site da SEE-RJ, o sistema é
concebido para funcionar em ambiente web, estruturado para atender desde
uma escola ou faculdade isolada, até redes complexas de ensino, multi-
unidade, com os mais variados tipos de cursos, abrangendo todos os
níveis de ensino (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e
técnico, graduação, pós-graduação, seqüenciais e cursos livres).
Com o sistema será possível aos gestores da rede, diretores de escolas,
professores alunos e responsáveis por alunos acessarem as informações de
seu interesse, de qualquer computador conectado a Internet. Os acessos
são protegidos por senhas e cada usuário tem acesso apenas às áreas e
informações definidas pela secretaria de educação.
Segundo a SEE-RJ (Edital de Licitação Nº 01/2008, pag. 51) o novo sistema
oferece como principais benefícios:
• Disponibilização de informações gerenciais para o
planejamento, acompanhamento e avaliação da rede
escolar;
• Instrumentos para fornecimento de informações
gerenciais aos diferentes níveis do sistema
educacional: Secretarias e direção da escola;
• Identificação imediata da alocação de professores nas
escolas;
• Racionalização e dimensionamento da rede;
• Integração da rede de escolas;
• Automação da rede escolar;
• Diminuição de custos operacionais;
• Otimização de processos administrativos e
acadêmicos;
• Atendimento personalizado aos alunos e pais de
alunos.
24
O sistema é composto por um núcleo central com um banco de dados, que
armazena todas as informações das escolas, funcionários, professores e
alunos com interfaces amigáveis e específicas para cada função, que podem
ser acessadas através da Internet.
Painel do Gestor (Apresentação do Projeto para Prefeituras, 2009, p. 7).
• Perfil do Alunado
• Fluxo de alunos
• Performance:
• Avaliações (Notas)
• Absenteísmo (Faltas)
• Resultados (Aprovação, Reprovação)
• Evasão Escolar
• Informações sobre Avaliação Institucional
• Avaliação da unidade escolar pelos alunos
• Avaliação dos docentes pelos alunos
• Avaliação do diretor pelos docentes.
Painel do Diretor (Apresentação do Projeto para Prefeituras, 2009, p. 11).
• Informações do Alunado: Quantidade de Alunos, Alunos
por Resultado, Absenteísmo, etc.
• Informações Acadêmicas: Notas, Faltas, Diários de
Classe
• Visualização de gráficos e planilhas de performance
individual ou comparativa.
Os painéis acima apresentam interfaces amigáveis e disponibilizam
informações para ajudar o gestor na tomada de decisões.
25
Painel do Docente (Apresentação do Projeto para Prefeituras, 2009, p. 13).
• Agenda de Eventos
• Lançamento de notas e faltas
• Histogramas
• Plano Didático-Pedagógico (Planos de Estudo)
• Diário Eletrônico
• Envio de avisos aos alunos
Este painel apresenta interface amigável com os professores da unidade
escolar e oferece interação com a secretaria / alunos pela web.
Painel do Aluno / Responsável (Apresentação do Projeto para Prefeituras,
2009, p. 20).
• Horário e Agenda
• Notas e faltas
• Histograma Comparativo com a Classe
• Diário de classe
• Comunicação com pais
• Solicitação de serviços de secretaria: Atestados,
Declarações, etc.
• Matrícula presencial ou pela web
• Atualização de Dados Cadastrais.
Este painel disponibiliza serviços e informações para os alunos e responsáveis
através da Internet.
26
Desta forma, através de um sistema de gestão informatizado, a maior parte dos
problemas ocorridos com o armazenamento de informações de registros e
formulários será resolvida com rapidez e eficiência.
Se o mesmo sistema for disponibilizado para os municípios, será possível a
troca de informações entre a SEE-RJ e os municípios que firmarem acordos de
cooperação.
Neste sentido, a migração dos dados dos alunos, quando da transferência
destes entre as Redes Municipais e Estadual de Ensino, será amplamente
beneficiada, através da rapidez e precisão na troca de informações.
27
CONCLUSÃO
Sabe-se que a utilização das novas tecnologias nos procedimentos
administrativos é um processo irreversível em qualquer instituição moderna.
Nas escolares particulares, o processo de informatização do serviço
administrativo e técnico-pedagógico já é realidade e sem o qual dificilmente o
gestor escolar poderia dar conta das novas demandas e necessidades de um
público cada vez mais exigente.
Caminhando em paralelo, a informatização da rede pública ainda esbarra nos
entraves da burocracia e das políticas governamentais. Apesar disso, é
evidente que a busca de soluções modernas faz parte dos projetos de qualquer
gestão nas secretarias de educação.
Neste contexto, o conteúdo desta pesquisa buscou mostrar as inúmeras
possibilidades e benefícios que a informatização e utilização das novas
tecnologias de comunicação podem oferecer ao gestor escolar. Buscou-se
também divulgar uma solução que está sendo implantada na rede escolar
estadual através do Sistema de Gerenciamento de Escolas da Rede Estadual.
As profundas transformações tecnológicas, ora vivenciadas neste século,
indicam a necessidade de capacitação dos novos gestores e de toda a sua
equipe para lidar com os sistemas que os auxiliem na tomada de decisão e
com as ferramentas específicas para o dia-a-dia nas rotinas administrativas.
As considerações, aqui expostas indicam que devido à complexidade de uma
rede escolar estadual, o caminho a ser percorrido envolve um grande
investimento, tanto no aspecto material quanto nos recursos humanos, pois
sabe-se que a quebra de paradigmas e a mudança de hábitos demandam
tempo e habilidades do gestor no trato da questão.
28
Apesar de cada unidade escolar ter as suas próprias características, a
implantação de novas tecnologias deverá ocorrer de acordo com o seu ritmo e
possibilidades. No entanto, não se pode perder o foco e os objetivos de
progresso e evolução do ponto de vista administrativo e pedagógico.
Neste contexto, o desenvolvimento deste trabalho levanta a hipótese de que se
o gestor promover a capacitação da sua equipe quanto à utilização das
ferramentas de Informática, haverá uma melhor atuação da atividade de gestão
escolar.
A confirmação desta pesquisa fundamenta-se nos autores já citados,
especialistas no assunto e na iniciativa da Secretaria de Estado de Educação
de promover a informatização de todas as unidades escolares do seu sistema
educacional.
29
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Interface do Módulo Gestor On Line.
Anexo 2 >> Interface do Módulo Diretor On Line.
Anexo 3 >> Interface do Módulo Docente On Line.
Anexo 4 >> Interface do Módulo Aluno On Line.
30
ANEXO 1
Demonstração da tela do Módulo Gestor On Line com informações para
tomada de decisão.
• Análise Acadêmica
• Análise Financeira (opcional – para instituições particulares).
• Avaliação Institucional
31
ANEXO 2
Demonstração da tela do Módulo Diretor On Line com informações para
tomada de decisão.
• Informações do Alunado: Quantidade de Alunos, Alunos por Resultado,
Absenteísmo, etc.
• Informações Acadêmicas: Notas, Faltas, Diários de Classe
• Visualização de gráficos e planilhas de performance individual ou
comparativa
32
ANEXO 3
Demonstração da tela do Módulo Docente On Line.
• Interação com a secretaria/alunos pela web
• Agenda de Eventos
• Lançamento de notas e faltas
• Histogramas
• Planos Didático-Pedagógico (Planos de Estudo)
• Diário Eletrônico
• Envio de avisos aos alunos
33
ANEXO 4
Demonstração da tela do Módulo Aluno On Line.
Disponibilização de serviços e informações para os alunos e responsáveis na
web.
• Horário e Agenda
• Notas, faltas
• Comunicação com pais
• Solicitação de serviços de secretaria: Atestados, Carteirinhas, etc.
• Matrícula presencial ou pela web
• Atualização de Dados Cadastrais
34
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Atualidade. In: VIEIRA, Alexandre (org.). Gestão educacional e tecnologia. São
Paulo, Avercamp, 2003.
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35
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– Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro – 2009, acesso em
28/09/2009.
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ii
AGRADECIMENTO S iii
DEDICATÓRIA iv
RESUMO v
METODOLOGIA vi
SUMÁRIO vii
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O CONCEITO DE INFORMÁTICA 10
Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs 12
O computador 13
CAPÍTULO II
O CONCEITO DE GESTÃO ESCOLAR 14
A Prática da Gestão Pedagógica 15
A Prática da Gestão Administrativa 15
A Prática da Gestão de Recursos Humanos 15
CAPÍTULO III
A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA
FACILITADORA NA GESTÃO ESCOLAR 19
O Sistema de Gestão Educacional Informatizado 21
Um Sistema de Gerenciamento de Escolas da Rede Estadual 22
Painel do Gestor 24
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