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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Centro de Energia Nuclear na Agricultura
A interface entre pequenos mamíferos silvestres e animais domésticos em área fragmentada do Alto Paranapanema, estado de
São Paulo, Brasil
Alice Soares de Oliveira
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Ecologia Aplicada
Piracicaba 2011
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Alice Soares de Oliveira Médica Veterinária
A interface entre pequenos mamíferos silvestres e animais domésticos em área fragmentada do Alto Paranapanema, estado de São Paulo, Brasil
Orientadora: Profa. Dra. ELIANA REIKO MATUSHIMA
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Ecologia Aplicada
Piracicaba 2011
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
DIVISÃO DE BIBLIOTECA - ESALQ/USP
Oliveira, Alice Soares de A interface entre pequenos mamíferos silvestres e animais domésticos em área
fragmentada do Alto Paranapanema, estado de São Paulo, Brasil / Alice Soares de Oliveira. - - Piracicaba, 2011.
103 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2011. Bibliografia.
1. Animais domésticos 2. Ecossistemas agrícolas 3. Mamíferos silvestres 4. Zoonoses I. Título
CDD 599.05 O48i
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
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À familinha, com muito carinho.
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AGRADECIMENTOS
Eu agradeço a todas as pessoas que colaboraram de alguma forma para a realzação
deste trabalho.
Agradeço aos meus avós, Dico (in memorian), Rubens e Naura por serem tão
presentes em minha vida;
À você, vó Naura, meu anjo-da-guarda e inspiração de mulher, não há como mensurar
o quanto você me fortalece;
Agradeço aos meus tios Zé e Lúcia por sempre estarem ao meu lado, seja em um
simples almoço (que hoje recordo com saudades e vejo que não era tão “simples”
assim) ou nas conversas mais sérias;
Aos meus padrinhos, Reinaldo e Flávia, por serem nosso símbolo de união, pelo
imenso amor que sempre nos ofertaram;
Agradeço ao meu pai, meu amigo, meu amor... obrigada por ser quem eu sou, por você
ser minha essência. Agradeço por ter despertado em mim desde cedo a paixão pelos
animais;
À você, mãe, meu obrigado por ter você hoje, pelo imenso apoio nessa etapa da minha
vida e por ter seu coração aberto à mim;
À Marisa, minha amiga, um muito obrigado pela ajuda na juventude, no
amadurecimento como mulher;
À Cidinha, por todo o apoio que sempre me deu e me dá até hoje;
À minha irmã, Luísa, pelo amor incondicional, por sempre me aguentar (até mesmo
quando é “dedurada”);
Às minhas primas, Marília e Camila, pelo amor que sempre nos uniu;
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Aos meus cunhados João Paulo e Poliana, pelo prazer do convívio com vocês;
Aos meus amigos de “infância” e de uma vida inteira: Roberta, Tiago, Felipe Yatim,
Renata, Yuri, Fernanda, Marcelo, Adriano e Alessa – levarei vocês aonde estiver;
Às grandes amigas e amigo de faculdade por todo o carinho, risadas e ombro amigo:
Marcela, Carol, Érica, Bruna e Carlos;
À Thais Sanches e Ticiana Zwarg, minhas amigas e colegas de trabalho, o destino não
poderia ter sido mais generoso;
À Paula Sanches Martins, muito obrigada pela cortesia da foto que ilustra a capa dessa
dissertação. Obrigada por seus cuidados e toda a atenção dedicada;
Aos amigos da ESALQ e companheiros de “balde”: Adriana, Stefania, Bruno, Ricardo
(Hadija), Ana Paula e Cris. Saudades de vocês!
Às amigas Taís D. Reis, Cynthia e Carla Guehler pelas conversas, pela ajuda
profissional e pela amizade;
Ao professor Sílvio A. Vasconcellos, professora Solange M. Gennari e ao professor
Marcelo B. Labruna por manterem sempre as portas abertas dos seus laboratórios,
permitindo a realização deste trabalho;
Ao Instituto Pasteur de São Paulo, em especial à Karin Scheffer, por ter realizado o
exame sorológico para o vírus da Raiva;
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pelo auxílio financeiro;
À Zenaide e Gisele pelo auxílio nas provas sorológicas de leptospiras e pela eterna
paciência;
Aos amigos Iara, Herbert e Aline que ajudaram na realização deste trabalho. Obrigado a
todos do Laboratório de Doenças Parasitárias do VPS por tornarem as tardes de
trabalho mais felizes!
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Ao professor Luciano M. Verdade, obrigada pelo apoio e pelo carinho; pelas conversas
de incentivo e também pela ajuda no campo;
À professora Eliana R. Matushima, Matu, pela orientação que me foi dada desde o
início de minha graduação. Sempre me senti privilegiada por sua amizade, obrigada
pela confiança e pelo exemplo de caráter;
Aos animais que sempre me acompanharam: Pit Frit, Dalila, Tauá, Mel, Nyka, Assaí,
Kyra, Tinha, Canjica e Cafuné;
À Deus, pela vida maravilhosa que me presenteou;
Por fim, aos meus amores maiores, Sessé e Lucas: sem vocês dois, nada disso faria
sentido. OBRIGADA!
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Listen to the MUSTN’TS, child,
Listen to the DON’TS,
Listen to the SHOUDN’TS,
The IMPOSSIBLES,
The WONT´S,
Listen to the NEVER HAVES,
then listen close to me -
Anything can happen, child,
ANYTHING can be.
Shel Silverstein
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da área de estudo central (Fazenda Três Lagoas)...............................36
Figura 2 - Mapa contendo os pontos amostrais de captura dos pequenos mamíferos
silvestres (Fazenda Arca e Fazenda Três Lagoas).........................................................37
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
µL microlitro
µm micrômetro
CO2 dióxido de carbono
cm centímetro
g grama
IFI imunofluorescência indireta
L litro
m metro
M molar
MAT teste de aglutinação microscópica
mL mililitro
PBS phosphate buffered saline solution – solução salina fosfatada tamponada
pH potencial hidrogeniônico
SAM soroaglutinação microscópica
SFIMT microteste simplificado de inibição de focos fluorescentes
UI unidades internacionais
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SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................17
ABSTRACT...............................................................................................................19
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................25
2.1 Agentes infecciosos ............................................................................................25
2.1.1 Leptospira spp..................................................................................................25
2.1.2 Toxoplasma gondii. ..........................................................................................26
2.1.3 Raiva. ...............................................................................................................27
2.1.4 Neospora caninum ...........................................................................................28
2.1.5 Rickettsia spp. ..................................................................................................29
2.2 Pequenos mamíferos silvestres ..........................................................................30
2.2.1 Ordem Rodentia. ..............................................................................................30
2.2.2 Ordem Didelphimorphia....................................................................................31
2.3 Abordagem sorológica.........................................................................................31
3 OBJETIVO .............................................................................................................33
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................34
4.1 Área de estudo ....................................................................................................34
4.2 Captura e colheita de sangue dos animais domésticos ......................................37
4.3 Captura e colheita de sangue dos roedores e marsupiais silvestres...................37
4.4 Campanhas e destino do material biológico........................................................38
4.5 Entrevistas com a comunidade ...........................................................................38
4.6 Análise do material biológico...............................................................................41
4.6.1 Raiva. ...............................................................................................................41
4.6.2 Neospora caninum. ..........................................................................................42
4.6.3 Toxoplasma gondii. ..........................................................................................42
4.6.4 Leptospira spp..................................................................................................44
4.6.5 Rickettsia spp. ..................................................................................................45
5 RESULTADOS.......................................................................................................47
6 DISCUSSÃO ..........................................................................................................49
6.1 Raiva ...................................................................................................................49
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6.2 Toxoplasma gondii.............................................................................................. 51
6.3 Neospora caninum.............................................................................................. 54
6.4 Rickettsia spp. .................................................................................................... 56
6.5 Leptospira spp. ................................................................................................... 57
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................61
REFERÊNCIAS.........................................................................................................63
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RESUMO
A interface entre pequenos mamíferos silvestres e animais domésticos em área fragmentada do Alto Paranapanema, estado de São Paulo, Brasil
A Fazenda Três Lagoas, localizada no município de Angatuba, região do Alto
Paranapanema (centro-sul do Estado de São Paulo), é uma área na qual houve introdução de espécies exóticas, como Eucalyptus sp e Brachiaria sp, que fragmentaram o habitat de cerrado original. Uma vez em que foi estabelecida atividade humana em um ambiente antes natural, houve expansão do contato entre humanos e animais domésticos com as populações de animais silvestres; sendo a influência destes fatores sobre o ecossistema local ainda pouco conhecido. O presente estudo teve como objetivo pesquisar a exposição de pequenos mamíferos silvestres e animais domésticos da região a agentes infecciosos e transmissores de zoonoses (Leptospira spp., Lyssavirus, Toxoplasma gondii, Neospora caninum e Rickettsia spp.). O levantamento dos patógenos nos animais silvestres revelou resultados sorológicos positivos para Leptospira spp. (5,5%, n= 73), Rickettsia spp. (7,9%, n=38) e Toxoplasma gondii (16,1%, n= 56). Em relação aos animais domésticos, foram encontrados 40% de cães (n=10) soropositivos para N. caninum, 20% de soropositivos para Leptospira spp. e T. gondii (n=10), e 23,27% dos cães (n=11) apresentaram títulos de anticorpos menores ou iguais a 0,5 UI/ml para Raiva. Os bovinos (n=42) apresentaram resultados sorológicos positivos para N. caninum (23,8%) e Leptospira spp. (40,5%). 47,6% do gado não havia sido vacinado ou a vacinação para o vírus rábico era desconhecida. Dos 22 bovinos conhecidamente vacinados para a Raiva, 36% foram pouco reagentes ao exame sorológico. Os resultados apresentados, além de contribuírem para a avaliação do status sanitário local, contribuem para o maior conhecimento da interface entre fauna doméstica e silvestre em agroecossistemas. Palavras-chave: Pequenos mamíferos silvestres; Zoonoses; Sorologia; Conservação
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ABSTRACT
The interface between wild small mammals and domestic animals of the fragmented area from High Paranapanema, Sao Paulo state, Brazil
Três lagoas farm, which is located in Angatuba municipality, in High
Paranapanema (southeast of São Paulo state) is an area where exotic species were introduced, such as Eucalyptus sp and Brachiaria sp, which fragmented the habitat in the original Cerradão (a tropical savanna ecoregion). Once the human activity has been established in a natural environment, the contact among human beings and domestic animals with wild animal populations has increased. Nevertheless, the influence of such factors on the ecosystem has not been clarified yet. The aim of the present study was to research the exposition between wild small mammals and domestic animals of this area against infecctious and transmitters of zoonoses agents (Leptospira spp., Toxoplasma gondii, Lyssavirus, Neospora caninum and Rickettsia spp.). The raising of pathogens in the wild animals revealed positive serological results for Leptospira spp. (5,5%, n= 73), Rickettsia spp. (7,9%, n=38) e Toxoplasma gondii (16,1%, n= 56). In relation to the domestic animals, were showed 40% of dogs (n=10) seropositives for N. caninum, 20% were seropositives for Leptospira spp. and T. gondii, and 23.7% of dogs presented antibody titers less than or equal to 0,5 UI/ml for Rabies. The cattle (n=42) had serologic results positives for N. caninum (23,8%) and for Leptospira spp. (40,5%). 47.6% of the cattle had not been vaccinated or vaccination for the rabies virus was unknown. Of the 22 cattle known to be vaccinated for rabies, 36% were less reactive to serologic test. These results presented, besides evaluating the local sanitary status, they can contribute to the greater understanding of the interface between domestic and wild fauna in agricultural ecosystems.
Keywords: Wild small mammals; Zoonosis; Serology; Conservation
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1 INTRODUÇÃO
A Fazenda Três Lagoas, área central do presente estudo, assim como muitas
fazendas do interior do estado de São Paulo, teve sua vegetação nativa alterada pelo
plantio de pastagens exóticas (Brachiaria sp) para a criação de gado de corte. Entre
agosto de 2006 e novembro de 2007, uma grande parte das pastagens foi convertida
em eucaliptais.
Atualmente, a fazenda apresenta� como área vegetacional o cerrado, sendo o
cerradão a fitofisionomia predominante. Há áreas de sucessão, com formação de
vegetação mais aberta e que constitui o cerrado sensu stricto. No entanto, as áreas de
pastagem que foram substituídas por plantação de eucaliptos representam a maior
totalidade da fazenda e são compostas por árvores esparsas distribuídas em uma
matriz de gramínea e eucalipto (ATHAYDE, 2010¹).1
É conhecido que a paisagem fragmentada não só reduz a vegetação nativa,
mas, entre outros fatores, pode agir sobre as comunidades� locais, alterando-as de
maneiras diversas (OLIFIERS; CERQUEIRA, 2006). Cullen et al. (2000) e Farhrig e
Merriam (1994), por exemplo, citam que aspectos associados à fragmentação do
habitat podem causar alterações na estrutura de populações e na distribuição de
espécies nos remanescentes de vegetação nativa, tais como as populações de
pequenos mamíferos.
Áreas fragmentadas e alteradas podem propiciar um maior contato entre a fauna
silvestre e a doméstica, criando uma condição favorável à transmissão de
microorganismos entre elas (WHITEMAN et al., 2008; WHITEMAN, 2007).
A população de microorganismos de um local é uma metapopulação, com cada
hospedeiro suportando uma subpopulação desta e sendo possível a dispersão dos
microorganismos entre elas. Essa população é mantida pela contínua colonização de
novos hospedeiros no lugar dos antigos hospedeiros infectados que morreram ou
tornaram-se imunes a novas infecções. Assim, a interação existente entre as espécies
de animais que coabitam um local determina o fluxo de microorganismos entre eles.
���������������������������������������� �������������������1 Informação fornecida pelo doutorando Eduardo A. Athayde através de mensagem eletrônica recebida em 02 de fevereiro de 2010.
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Quanto maior esse grau de interação, possivelmente maior será a troca de
microorganismos entre eles. (BEGON; TOWSEND; HARPER, 2006).
As doenças infecciosas induzidas por parasitos são naturais e constantemente
reportadas na vida da maioria dos animais e plantas. Animais de vida livre são
hospedeiros de uma vasta variedade de espécies parasitárias, incluindo vírus, bactérias
e nematódeos. Hoje é reconhecido que as formas parasitárias, assim como os
predadores, competidores e as endemias naturais, exercem uma grande influência na
biologia natural de seus hospedeiros (LYLES; DOBSON, 1993).
A manutenção da estabilidade da relação parasito-hospedeiro é importante para
as espécies animais hospedeiras a nível individual, em virtude da imunidade, e a nível
populacional, em prol da garantia da diversidade genética (DASZAK; CUNNINGHAM,
2000).
Porém a relação parasito-hospedeiro é facilmente rompida por alterações no
ambiente do hospedeiro (LYLES; DOBSON, 1993). O desequilíbrio gerado promove a
emergência de doenças infecciosas que podem afetar não somente a saúde dos
animais envolvidos, mas poderão interferir na saúde do ecossistema de um modo geral.
Os principais elementos causadores de mudança nos ecossistemas e sua
biodiversidade estão reconhecidamente ligados a alterações antrópicas impostas ao
ambiente natural e uma das formas mais severas de alteração de hábitat consiste em
sua fragmentação (WHITEMAN et al., 2008).
Segundo Gratz (1994) é através da proximidade entre homem, fauna silvestre e
fauna doméstica que os agentes infecciosos podem ser transferidos a eles diretamente
ou através de artrópodes vetores, tornando as populações da região susceptíveis as
doenças. Essa transmissão de patógenos pode ocorrer entre uma grande variedade de
hospedeiros e, do ponto de vista conservacionista, isto se torna preocupante para
populações pequenas e ameaçadas, visto que, para elas, surtos de doenças são mais
prováveis e deletérios (GRATZ, 1994).
Muitos fatores interagem e contribuem para o aparecimento das doenças
infecciosas em uma população, constituindo um grande risco tanto para animais de
cativeiro como para animais de vida livre, especialmente durante condições de captura,
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reintrodução e translocação ou em ecossistemas perturbados e fragmentados (KLEIN,
1993).
Muitas espécies de animais silvestres são reservatórios de patógenos que
interferem na saúde humana e na saúde animal, atuando, portanto, como “agentes-
chave” na obtenção da conservação global da biodiversidade. As populações
simpátricas de animais domésticos ou silvestres são acometidas por agentes
infecciosos advindos de populações de animais reservatórios a partir de uma mudança
na ecologia do hospedeiro, do patógeno ou de ambos (DASZAK; CUNNINGHAM,
2000).
Sendo os animais silvestres reservatórios de um grande número de organismos
infecciosos, além do conhecimento sobre a epidemiologia dos agentes, é essencial o
conhecimento sobre a ecologia e a distribuição geográfica das espécies silvestres e a
forma como a relação entre homem, animal doméstico e estes animais interferem na
transmissão e perpetuação das doenças (BARBOSA, 1985; GRATZ, 1994).
Este trabalho contempla a obtenção de um maior conhecimento a despeito de
algumas enfermidades ditas zoonoses, que são, de acordo com a Organização Mundial
da Saúde, “doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais
vertebrados e seres humanos”.
Considerando que os agentes etiológicos das zoonoses estão presentes tanto
em ecossistemas naturais como naqueles modificados pela ação humana e que eles
passam a ser, na atualidade, um dos maiores desafios para a saúde humana, faz-se
imprescindível a realização de estudos sobre essas doenças (VASCONCELLOS, 2010).
Além disso, a promoção da saúde humana deve estar embutida na constante
busca pela saúde do ecossistema, uma vez que os sistemas sociais humanos
apresentam tanto impactos locais quanto globais, predispondo a doenças e levando ao
esgotamento dos sistemas de suporte à vida (NIELSEN, 2001).
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Agentes infecciosos
2.1.1 Leptospira spp.
A bactéria espiroqueta gram-negativa Leptospira possui três espécies: a L.
biflexa e L. (Turneria) parva, não-patogênicas, e a L. interrogans, patogênica,
causadora da leptospirose, que possui em torno de 200 sorovares de importância
epidemiológica, agrupados em 30 sorogrupos de acordo com suas características
antigênicas (LEIGHTON; KUIKEN, 2001).
As leptospiras são excretadas por meio da urina, contaminando solos, alimentos
e água. O contato da pele com solução de continuidade ou íntegra, porém amolecida
pela exposição prolongada com águas contaminadas, é uma importante via de entrada
no organismo, assim como a exposição de mucosas e conjuntivas, inalação de
gotículas ou aerossóis e a ingestão de alimentos contaminados (CORRÊA, 2007).
A leptospirose é uma doença de caráter zoonótico, acometendo animais
domésticos, silvestres e seres humanos. Bovinos, suínos, eqüinos e cães são as
espécies domésticas mais comumente envolvidas, sendo que espécies silvestres
podem agir como fonte de infecção para o homem e animais domésticos, sendo que o
inverso também ocorre. Toda espécie de mamífero é potencialmente um hospedeiro de
manutenção ou acidental para um ou mais sorovar da bactéria, principalmente os
roedores e pequenos marsupiais que podem ser carreadores cronicamente infectados
(LEIGHTON; KUIKEN, 2001; LINS; LOPES; MAROJA, 1986).
Os roedores são carreadores de Leptospira spp no mundo todo e são
importantes reservatórios desse agente tanto para humanos como para animais
domésticos (LEIGHTON; KUIKEN, 2001). Essa opinião é corroborada por Santa Rosa
et al. (1980), que consideram importantes agentes disseminadores desta bactéria
alguns cricetídeos silvestres que costumam freqüentar o ambiente peridomiciliar. Muitas
espécies de roedores silvestres podem servir como portadores de Leptospira spp e
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fonte de infecção para outros animais domésticos ou silvestres e também para o
homem (CLARK; OLFERT, 1986; LEIGHTON; KUIKEN, 2001).
2.1.2 Toxoplasma gondii
O Toxoplasma gondii, protozoário coccídeo intracelular obrigatório, o agente
causador da toxoplasmose, é considerado um dos parasitos mais freqüentes do ser
humano (DUBEY, 1993) e, talvez, dos animais homeotermos (APTL et al., 1973).
A toxoplasmose possui distribuição global, sendo considerada uma zoonose de
caráter geográfico cosmopolita (SILVA, 2007). A maioria das espécies de vertebrados é
susceptível à infecção, no entanto, é rara a manifestação da doença clínica (GARELL,
1999).
O T. gondii possui um ciclo de vida que alterna entre um hospedeiro
intermediário (mamíferos ou aves), definido como o hospedeiro dos estágios
assexuados, e um hospedeiro definitivo (felídeos), que alberga os estágios sexuados
(TENTER; JOHNSON, 1997).
A infecção de animais e seres humanos pode ocorrer através de transmissão
transplacentária, carnivorismo e ingestão de alimentos contaminados. A ingestão de
material fecal de felídeos contaminado com oocistos esporulados (somente os felídeos
são capazes de excretá-los) e a ingestão de cistos presentes em tecido muscular não
cozido são as formas mais comuns de transmissão do agente. Porém, transfusões
sanguíneas e transplantes de órgãos podem também causar a infecção (DUBEY, 1994,
1996).
O risco de infecção toxoplásmica é maior entre a população rural (RAWLINS;
PRABHAKAR, 1989; EXCLER et al., 1988), devido aos seus hábitos e ao contato
freqüente com as fontes de infecção, por exemplo, animais domésticos. Embora não se
saiba exatamente a intensidade do papel dos animais domésticos como fonte de
infecção para o ser humano, uma correlação entre a existência de títulos positivos para
T. gondii em soro de seres humanos e cães já foi relatada (ULÓN; MARDER, 1990).
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A elevada prevalência da toxoplasmose no homem e em outras espécies
animais, domésticas ou selvagens (SOGORB; JAMRA; GUIMARÃES, 1976), faz com
que se continue procurando outros hospedeiros definitivos ou intermediários e, de
maneira especial, entre aqueles animais que vivem em estreito contato com o homem.
2.1.3 Raiva
A Raiva é uma enfermidade infectocontagiosa que pode acometer os mamíferos,
causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. Possui RNA de fita
simples, polaridade negativa, é linear e não-segmentado (KOTAIT, 2009a).
A infecção pelo vírus rábico compromete o Sistema Nervoso Central (SNC),
caracterizando-se por um quadro de encefalite aguda de alta letalidade e evolução
rápida (MEGID, 2007).
Animais infectados natural ou experimentalmente com o vírus da Raiva podem
sobreviver, com ou sem a presença de seqüelas neurológicas, ainda que a freqüência
de animais que sobrevivem seja bem menor do que aquela dos que evoluem para o
óbito (NIEZGODA et al., 1997).
Os principais reservatórios do vírus da Raiva são mamíferos das ordens
Carnivora e Chiroptera. Essa zoonose (antropozoonose) tem como hospedeiro,
reservatório e transmissor, o animal que, dependendo da situação, transmite a doença
aos humanos através da mordedura, arranhadura ou lambedura (KOTAIT, 2009a).
As espécies silvestres envolvidas na transmissão e manutenção do vírus da
Raiva variam conforme a região. Podem ser citados os cachorros do mato, macacos,
raposas, lobos, gambás, quatis, guaxinins, mangostas, dentre os mais importantes.
Esses animais são sempre considerados como de alto risco, pois são os reservatórios
do vírus, perpetuando-o, mesmo quando a Raiva urbana entre os animais de estimação
se encontra controlada (KOTAIT, 2009b).
A Raiva em bovinos tem sido um dos principais problemas dos países da
América Latina, especialmente, nas regiões onde está presente o morcego hematófago
(TADEI et al., 1991). Segundo os dados da Organização Panamericana da Saúde, no
ano de 2001 foram notificados 2470 casos de Raiva em bovinos, sendo que destes,
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2322 (94%) ocorreram na América Latina (ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA
SALUD, 2001).
No Brasil, a Raiva é endêmica em níveis diferenciados, sendo a região Nordeste
responsável pela maioria dos casos humanos registrados de 1986 a 1996 (61,5%) e, a
região Sudeste, registrando 11,2% dos casos no mesmo período de estudo. Cães e
gatos foram responsáveis por transmitir 77% dos casos humanos de Raiva, seguidos
pelos morcegos (11%). Outros animais domésticos e silvestres (raposas, sagüis, gato
selvagem, bovinos, suínos e caprinos) foram responsáveis por 5% dos casos relatados
(MEGID, 2007).
2.1.4 Neospora caninum
Neospora caninum é um protozoário coccídeo que, assim como o Toxoplasma
gondii, foi inicialmente relacionado a quadros neurológicos em cães (BJERKÄS, MOHN,
PRESTHUS, 1984). Porém, uma das características que diferenciaram essas duas
espécies parasitárias é a observação de paralisia em membros posteriores dos cães
durante a fase aguda, manifestação clínica não observada em animais com diagnóstico
confirmado de toxoplasmose (DUBEY; BARR; BARTA, 2002).
Há três formas infectantes do parasito: taquizoítos, bradizoítos contidos em cistos
teciduais e esporozoítos contidos em oocistos (DUBEY, 2003). O hospedeiro pode
infectar-se pela ingestão de oocistos ou de cistos teciduais, ou pela via transplacentária
(DUBEY, 2003; DUBEY; BARR; BARTA, 2002). O ciclo sexuado (oocistos contendo
esporozoítos) ocorre apenas no hospedeiro definitivo e no hospedeiro intermediário
ocorrem os estágios assexuados (taquizoítos e bradizoítos) (WOUDA, 2000).
Em relação à epidemiologia, sabe-se que cães e coiotes são os únicos
hospedeiros definitivos identificados até o momento, mas suspeita-se que outros
canídeos silvestres também possam servir como hospedeiros definitivos e eliminar
oocistos nas fezes (McALLISTER et al., 1998, 1999; GONDIM et al., 2004).
Já os hospedeiros intermediários de N. caninum identificados até o momento são
variados e, dentre eles, são citados os cães, bovinos, ovinos, caprinos, eqüinos,
búfalos, cervos, ratos silvestres (Rattus rattus, Rattus norvegicus), raposas (Vulpes
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vulpes) e até os seres humanos (ANDERSON et al., 2000; ALMERIA et al., 2002;
HUANG et al., 2004; RODRIGUES et al., 2004; LOBATO et al., 2006; TRANAS et al.,
1999; NAM; KANG; CHOI, 1998).
Embora a neosporose ocorra na forma sub-clínica, a doença clínica pode ocorrer
em infecções fetais ou congênitas com manifestações neurológicas como ataxia,
deficiência na propriocepção, paresia de membros posteriores e anteriores e
hidrocefalia (DUBEY, 1999).
Em fetos de alpacas (Vicugna pacos) e lhamas (Lhama glama) abortados o
parasito foi relacionado (CHAVEZ-VELASQUEZ et al., 2004), porém em animais
silvestres, de uma maneira geral, existem poucos relatos sobre a sintomatologia da
neosporose.
Estudos sorológicos realizados em diversas regiões e em diferentes espécies
animais sugerem a presença de N. caninum distribuída globalmente, assim como a
existência de um ciclo silvestre da neosporose (GONDIM, 2006).
A participação da fauna silvestre no ciclo de transmissão de N. caninum
determina o maior desafio para o controle da neosporose (GONDIM et al., 2004;
GONDIM, 2006).
2.1.5 Rickettsia spp.
O chamado grupo da febre maculosa (GFM) está composto por pouco mais de
20 espécies válidas, distribuídas em todos os continentes do mundo, exceto na
Antártida, e são responsáveis por causarem pelo menos nove doenças diferentes no
homem (YU; WALKER, 2003).
As bactérias do GFM são gram negativas, pequenas, intracelulares obrigatórias e
residem em glândulas salivares e ovários do artrópode hospedeiro (BILLINGS et al.,
1998). À exceção da Rickettsia akari, todas as demais bactérias do GFM são
transmitidas por carrapatos (ROUX et al., 1997; BEAT; RAOULT, 1998).
As riquétsias patogênicas reconhecidas e que pesquisamos foram: Rickettsia
rickettsii (Febre Maculosa das Montanhas Rochosas) e Rickettsia felis, já as
consideradas não patogênicas e ou de patogenicidade desconhecida e que foram
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contempladas neste estudo foram: Rickettsia amblyommii, Rickettsia parkeri, Rickettsia
rhipicephali e Rickettsia belli (ROUX et al., 1997; BEAT; RAOULT, 1998).
No entanto, as espécies consideradas não patogênicas podem apresentar um
papel fundamental na história natural de espécies patogênicas, pois uma vez que um
carrapato esteja infectado por uma espécie não patogênica ele se torna incapaz de se
infectar e transmitir uma espécie patogênica (BURGDORFER, 1988; MACALUSO et al.,
2002).
No Brasil, a doença causada por riquétsias transmitidas por carrapatos é
denominada de Febre Maculosa Brasileira (DIAS; MARTINS, 1939). Sua ocorrência é
reconhecida na região sudeste do país, com destaque para os estados de Minas Gerais
(GALVÃO, 1996) e São Paulo, particularmente a região paulista de Campinas
(MONTEIRO, 1932; LIMA et al., 1995).
2.2 Pequenos Mamíferos Silvestres
2.2.1 Ordem Rodentia
Dentre as espécies de roedores silvestres que ocorrem no Estado de São Paulo,
de acordo com Oliveira e Bonvicino (2006), estão pequenos roedores cricetídeos
(Akodon sp, Bibimys labiosus, Blarinomys breviceps, Brucepattersonius igniventris e B.
soricinus, Calomys expulsus e C. tener, Necromys lasiurus, Nectomys squamipes,
Oligoryzomys flavescens e O. nigripes, Oryzomys laticeps, O. megacephalus, O.
russatus e O. subflavus, Oxymycterus delator e O. judex, Rhagomys rufescens e
Rhipidomys mastacalis, alguns destes com ampla distribuição geográfica e que ocorrem
em vegetação alterada e preservada), preás e capivaras (Cavia porcellus e
Hydrochoerus hydrochoeris, respectivamente, sendo ambas associadas à água), pacas
(Cuniculus paca), cotias (Dasyprocta azarae, também associada a cursos d’água),
esquilos ou caxinguelês (Guerlinguetus ingrami), ouriços (Coendou prehensilis), ratos
de espinho (Kannabateomys amblyonyx, Phyllomys nigrispinu, Clyomys laticeps e
Euryzygomatomys spinosus), ratão do banhado (Myocastor coypus, introduzida do Rio
Grande do Sul), além de espécimes introduzidos, como os da família Muridae (com três
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espécies comensais, Mus musculus, Rattus rattus e Rattus norvegicus) do Velho Mundo
e de ocorrência registrada em todos os estados brasileiros.
O estudo abrangeu a captura de espécimes da família Cricetidae, a mais
diversificada do Brasil, com 117 espécies e 36 gêneros, todos agrupados em uma única
subfamília neotropical, a Sigmodontinae.
2.2.2 Ordem Didelphimorphia
A ordem Didelphimorphia compreende a grande maioria dos marsupiais
americanos viventes. Em relação à ocorrência na área de estudo e possibilidade de
captura, puderam ser amostrados espécimes do gênero Didelphis (D. albiventris e D.
aurita), espécimes do gênero Gracilinanus (guaiquica ou cuiquinha), gênero Lutreolina
(cuíca), Thylamys (catita) e Monodelphis (catita) (ROSSI; BIANCONI; PEDRO, 2006).
O gênero Gracilinanus foi o único amostrado neste trabalho. As espécies que
ocorrem no Sudeste brasileiro são consideradas quase ameaçadas pelo IUCN (2006).
G. microtarsus é uma espécie endêmica desta região brasileira e encontra-se
provavelmente ameaçada no estado de São Paulo (SÃO PAULO, 1998).
2.3 Abordagem sorológica
O método sorológico foi feito para a detecção de anticorpos séricos contra os
agentes infecciosos e permitiu detectar se houve ou não contato prévio com o agente.
Embora se utilizando testes diferentes, todos os exames sorológicos compreenderam a
detecção de anticorpos séricos, particularmente, as imunoglobulinas da classe IgG.
A IgG é a última imunoglobulina a ser excretada no processo inflamatório e,
sendo assim, em uma resposta imune primária (primo-infecção), primeiramente são
excretadas as IgM e, em seguida, as IgG. Já em uma resposta imune secundária, as
IgG são produzidas em maior quantidade pelas células B de memória, em detrimento
da produção de IgM pelos linfócitos B (FERREIRA2, 2010 - informação verbal).
���������������������������������������� �������������������²’³ Informações fornecidas pelo prof. Dr. Antonio Walter Ferreira na disciplina de Sorologia (BMI 5700), ministrada no Instituto de Medicina Tropical, Universidade de São Paulo, São Paulo.
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A distinção entre as classes de imunoglobulinas permite-nos definir o perfil
sorológico do indivíduo, que reflete sua situação clínica no momento da colheita da
amostra de soro.
A produção das IgG ocorre tanto na infecção pregressa ou crônica, quanto nas
infecções recentes “agudas” e “não agudas”. Ocorre que em infecções crônicas o título
de IgG geralmente é baixo e em infecções recentes o título de IgG é alto. Além disso, a
afinidade (chamada avidez) de anticorpos IgG pelos antígenos é alta em infecções
crônicas e usualmente baixa em infecções recentes (FERREIRA3, 2010 - informação
verbal).
É conhecido, no entanto, que o exame sorológico para o diagnóstico indireto do
agente confere maior confiabilidade quando há sintomatologia clínica associada, pois
permite demonstrar a fase da doença.
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3 OBJETIVO
Este estudo teve como objetivo pesquisar a exposição de pequenos mamíferos
silvestres (roedores e marsupiais) e de animais domésticos (cães e bovinos) de uma
mesma região a agentes infecciosos e transmissores de zoonoses (Leptospira spp.,
Toxoplasma gondii, Neospora caninum, Rickettsia spp., Lyssavirus), a partir de
amostras de soro obtidas destes animais.
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4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Área de estudo
Este estudo fez parte do projeto temático intitulado “Mudanças socioambientais e
perspectivas para conservação no estado de São Paulo” sob coordenação do Professor
Luciano M. Verdade do Departamento de Ciências Biológicas da ESALQ/USP
(Processo FAPESP 2006/60954-4), desenvolvido na Fazenda Três Lagoas (23º22’0’’),
localizada no município de Angatuba, na bacia hidrográfica do Alto Paranapanema,
região centro-sul do estado de São Paulo.
A área total da fazenda é de 3.209,93 ha e é constituída por 2.223,9 ha de
plantações de eucaliptos (Ripasa S/A Celulose e Papel), e por fragmentos
remanescentes de cerrado e pastagens abandonadas que formam a Reserva Legal
(586,52 ha) e as Áreas de Preservação Permanente (269,23 ha) da fazenda (Figuras 1
e 2).
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Figura 1 - Área de estudo - Fazenda Três Lagoas
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Figura 2 - Pontos amostrais de captura dos pequenos mamíferos silvestres (Fazenda Arca e
Fazenda Três Lagoas)
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4.2 Captura e colheita de sangue dos animais domésticos
Aos proprietários dos animais domésticos foi entregue um questionário sobre o
aspecto sanitário dos seus animais e um termo de consentimento previamente à coleta.
Os bovinos foram contidos em troncos de contenção e a amostra de sangue foi
colhida da veia jugular. Os cães foram contidos com utilização de focinheira e deles
foram colhidas amostras da veia cefálica ou da veia safena.
O soro das amostras dos cães foi obtido através de centrifugação a 3000 RPM
por 10 minutos e encaminhado para a realização de exame sorológico para Leptospira
spp, Rickettsia spp, Toxoplasma gondii, Lyssavirus (Raiva) e Neospora caninum.
Em relação aos bovinos, o soro foi obtido da mesma forma, sendo encaminhado
para realização de exame sorológico para Leptospira spp, Toxoplasma gondii,
Neospora caninum e Lyssavirus (Raiva).
4.3 Captura e colheita de sangue dos roedores e marsupiais silvestres
A captura dos animais silvestres foi realizada através da utilização de armadilhas
do tipo pitfall-traps (armadilhas de interceptação e queda), instaladas em diferentes
pontos da fazenda, mas principalmente, nas bordas dos fragmentos de habitat, pela
maior possibilidade de contato nesses locais entre a fauna silvestre e a exótica
(CECHIN; MARTINS, 2000; LYRA JORGE; PIVELLO, 2001).
No total foram instaladas 30 armadilhas (chamados de 30 pontos), sendo que
cada armadilha foi distribuída no formato da letra “Y” e era constituída por quatro baldes
plásticos de 100L (três em suas extremidades e um no centro), enterrados e
interligados por uma cerca-guia de tela plástica de aproximadamente 100 cm de altura
(para facilitar a visualização da armadilha). Em cada extremidade da armadinha havia
um balde, chamados de balde direito, esquerdo e principal, distantes em 15 m do balde
central. A cerca-guia foi enterrada 10 cm no solo, passando pelo interior dos baldes,
sendo mantida em posição vertical por estacas de madeira fixadas por grampos
metálicos. Os baldes possuíam orifícios para a drenagem da água pluvial e no interior
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de cada um deles havia um pequeno recipiente com água e uma pequena placa de
isopor para evitar, respectivamente, desidratação e afogamento dos animais capturados
(MARTIN, 2010).
Nos intervalos entre as campanhas cada balde foi fechado com uma tampa
apropriada para que nenhum animal fosse capturado inoportunamente.
Somente em uma campanha, realizada no mês de junho de 2010, houve a
instalação de 50 armadilhas do tipo Tomahawk, sendo divididas e igualmente dispostas
no ambiente peridomiciliar das Fazendas Três Lagoas, Arca, Caçador e Cavalinho.
Os animais foram identificados através do implante de microchip no tecido
subcutâneo, numerados individualmente. A marcação para a realização do exame
sorológico era segundo a data da campanha e a localização do animal na armadilha
(p.ex. ponto 11, balde central, campanha do mês de março de 2010).
O anestésico utilizado foi o éter etílico, uma vez que o uso de outros anestésicos
poderia comprometer a pressão arterial do animal, dificultando a colheita de sangue
através da punção do seio venoso retro-orbital (TABORDA; MEHNERT; SILVA, 2004).
Com auxílio de pipetas microcapilares as amostras de sangue foram colhidas e
armazenadas em tubos Falcon ou tubos eppendorffs estéreis, sendo posteriormente
refrigeradas.
Das amostras de sangue dos roedores foi separado o soro e realizado exame
sorológico para Leptospira spp, Rickettsia spp e Toxoplasma gondii. Para os
marsupiais, foi realizada sorologia para Leptospira spp e Toxoplasma gondii. Devido ao
pequeno porte destas espécies, e considerando-se que o máximo a ser colhido de
sangue é equivalente a 6% do peso vivo do animal (TABORDA; MEHNERT; SILVA,
2004), foi preconizada a pesquisa sorológica destes agentes infecciosos em função da
maior importância dos animais como reservatórios destes agentes.
4.4 Campanhas e destino do material biológico
Foram realizadas oito campanhas para a captura dos animais silvestres, com
esforço amostral de um dia e meio em cada uma, compreendidas de dezembro de 2009
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a junho de 2010. Foram capturados 66 roedores silvestres (19 Calomys tener, 11
Oligoryzomys flavescens, 16 Oligoryzomys nigripes, 11 Akodon aff montensis, sete
Necromys lasiurus, um Oxymicterus sp, um Mus sp) e sete marsupiais (Gracilinanus
microtarsus).
As campanhas para a colheita de sangue dos cães foram três, em dezembro de
2009, fevereiro e junho de 2010. Para os bovinos, foram duas campanhas: em fevereiro
e junho de 2010.
Foram amostrados 13 cães e 42 bovinos, sendo que, em relação aos cães, a
maioria dos animais foi amostrada no mínimo em duas campanhas, no intuito de
fornecer maiores informações a respeito do título de anticorpos séricos do animal (se
ele manteve-se constante, se houve diminuição, aumento ou surgimento de anticorpos,
podendo indicar uma reagudização ou cronicidade da exposição ao agente infeccioso).
As amostras foram obtidas assepticamente por venopunção da cefálica (cães) ou
jugular (bovinos). Os soros obtidos após a retração do coágulo foram estocados a -20ºC
até o momento das análises.
Tanto para os animais domésticos como para os silvestres, os exames para
Leptospira spp foram realizados no Laboratório de Zoonoses Bacterianas do
VPS/FMVZ/USP, exames sorológicos para Rickettsia spp, Toxoplasma gondii e
Neospora caninum no Laboratório de Doenças Parasitárias do VPS/FMVZ/USP. O
exame sorológico para Raiva foi realizado no Instituto Pasteur.
4.5 Entrevistas com a comunidade
Na ocasião da colheita de sangue, aplicou-se um questionário sanitário com o
intuito de verificar possíveis fatores de risco e o histórico de cada animal.
Para o manejo dos animais domésticos foram contempladas cinco propriedades,
a Fazenda Três Lagoas (a área central deste estudo) e seus arredores, a Fazenda
Arca, a Fazenda Caçador e a Fazenda Cavalinho, participando da entrevista o
administrador ou o proprietário de cada uma delas.
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Todos os cães foram vacinados somente quando filhotes com a vacina
polivalente (V10 ou V8), porém os cães 8 (Nico), 12 (Cacau) e 13 (Mel), na época da
colheita, apresentaram idade entre cinco meses a um ano e, sendo a vacinação
realizada até os três meses de idade, esta se encontrava ainda recente. Todos os cães
também são vacinados apenas contra a Raiva, sendo que a vacinação, com exceção
da Fazenda Caçador, estava atualizada e era fornecida anualmente por campanha
profilática da prefeitura de Angatuba.
Na Fazenda Caçador, a vacinação anti-rábica do único cão estava desatualizada
e havia sido realizada apenas uma vez no animal por uma pessoa conhecida do
proprietário, porém a procedência dessa, assim como da vacina polivalente, não foi
lembrada.
Em relação à vacinação do gado, os entrevistados afirmaram que realizavam a
vacinação contra brucelose, febre aftosa e Raiva conforme orientação veterinária.
Apenas a Fazenda Caçador não apresentou informações evidentes a respeito.
Quando questionados quanto à freqüência de óbitos nos animais, todos os
administradores negaram óbitos recentes. Porém, um bovino pertencente à Fazenda
Caçador estava intensamente prostrado, permanecendo somente em decúbito e
apresentando caquexia há semanas. O proprietário relatou que o animal estava
anêmico e realizava a terapêutica sem acompanhamento veterinário. Um cão
pertencente à Fazenda Três Lagoas apresentava-se apático. Os dois animais vieram a
óbito durante o período de estudo.
Em relação à caça praticada pelos cães, todos os entrevistados afirmaram que
os animais caçavam isoladamente ou em grupos (quando havia mais de um cão na
propriedade) com freqüência diária ou semanalmente (somente um entrevistado
declarou que seus cães caçavam esporadicamente). O hábito de caça envolvia a
captura de pequenos e médios mamíferos silvestres, tais como: roedores, lebres e
tatus, indicando contato entre a fauna doméstica e a silvestre.
Whiteman et al. (2008) relataram que de 35 famílias entrevistadas em área de
proteção ambiental (APA do Lago de Tucuruí, Pará, Brasil), 19 (54%) afirmaram que
seus cães caçavam (sozinhos ou acompanhados pelo dono) com freqüência. Os
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animais com maior ocorrência de predação foram as iraras seguida dos pequenos
felinos.
É conhecido que fragmentos florestais tendem a ter populações de animais
silvestres isoladas e pequenas. Aliado a esse fato, os animais nos fragmentos de mata
se tornam mais acessíveis a predadores que em florestas contínuas (CULLEN Jr.;
BODMER; PÁDUA, 2000). Portanto, em áreas antropicamente modificadas, o impacto
da caça seria maior.
4.6 Análise do material biológico
4.6.1 Raiva
Os soros foram inativados, em banho-maria, a 56ºC por 30 minutos. Foram
realizadas seis diluições seriadas de cada soro, na razão 2, começando de 1:5,
colocando-se 25µL de soro no primeiro orifício e adicionando-se 50µL de Meio
Essencial Mínimo de Eagle (MEM), com sais de Earle, suplementado com 10% de soro
fetal bovino inativado. Depois de terminada a diluição, foi adicionado 50µL de vírus
cepa CVS (Challenge Standard Virus), diluído previamente em banho de gelo, e as
placas foram incubadas em estufa com CO2 a 37ºC por 1h30min. Após a incubação foi
adicionado 50µL de células BHK-21 na concentração de 2,5X104 células/mL. As
microplacas foram novamente incubadas a 37ºC em atmosfera contendo 5% de CO2
por 20 horas. As células foram fixadas, em banho de gelo, utilizando acetona 80%
gelada (SMITH et al., 1996; CHAVES et al., 2006). A reação foi revelada com adição de
conjugado antivírus da Raiva produzido pelo Instituto Pasteur (CAPORALE et al., 2009).
A leitura foi realizada em microscópio de fluorescência invertido LEICA DMIL com
aumento de 200X.
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4.6.2 Neospora caninum
Os soros de cães e bovinos foram submetidos à reação de imunofluorescência
indireta, segundo Dubey et al. (1988). Os soros de cães e bovinos foram diluídos a 1:50
em PBS pH 7,2 e 20µL de cada soro diluído foram depositados nas lâminas já
sensibilizadas, as quais foram então incubadas a 37ºC por 30 minutos em câmara
úmida. Em seguida, foram feitas três lavagens de cinco minutos cada com solução
tampão carbonatada pH 9,0 e adicionado o conjugado IgG de coelho anti-IgG bovina e
IgG de coelho anti-IgG canina, diluídos a 1:3000 e 1:400, respectivamente, em solução
de PBS pH 7,2 contendo azul de Evans a 0, 001%. As lâminas foram incubadas
novamente a 37ºC por 30 minutos e depois submetidas novamente às três lavagens já
citadas. Após a secagem à temperatura ambiente sob proteção da luz, a montagem das
lâminas foi realizada com glicerina tamponada pH 8,0 e lamínula.
. A leitura da lâmina foi realizada em microscópio epifluorescente e com aumento
de 400X. Foram considerados positivos os soros com títulos � 50.
4.6.3 Toxoplasma gondii
Os soros dos animais silvestres foram examinados segundo o Teste de
Aglutinação Modificado (MAT) (DUBEY; DESMONTS, 1987). A diluição dos soros foi
realizada em microplaca (96 poços) em solução salina tamponada, pH 7,2 (NaCl 0,
146M; NaH2PO4 0,0026M; Na2HPO4 0,008M), filtrada em membrana de 0,45µm de
porosidade.
Posteriormente, 150µL de antígeno-estoque (taquizoítos inteiros fixados em
formalina) foram diluídos em 2,5 ml de solução alcalina tamponada, pH 8,95 (NaCl
0,12M; 0,12 H3BO3 0,05M; NaN3 0,03m; albumina sérica bovina para uma solução de
uso a 0,4%), 35µL de mercaptoetanol 0,2 M e 50µL de Azul de Evans 0,2%. Essa
mistura foi homogeneizada e distribuída imediatamente em uma microplaca (96 poços)
com fundo em “U”, resultando em 25µL de reagentes por poço. Os soros diluídos foram
transferidos para essa microplaca e misturados aos reagentes (v/v). A placa era selada
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com plástico adesivo para evitar evaporação e incubada durante a noite em estufa a
37�C.
A formação de um botão de contorno definido na base do poço da placa era
anotada como resultado negativo: um carpete completo ou um véu de contorno pouco
definido era anotado como positivo (DESMONTS; REMINGTON, 1980).
Os animais com títulos maiores ou iguais a 25 foram considerados positivos
(SILVA et al., 2002). Inicialmente, para a triagem foram efetuadas diluições seriadas de
1:25 a 1:200. Em todas as reações foram adotados controles positivo e negativo,
previamente conhecidos, e controle do antígeno.
Em relação aos animais domésticos, o teste preconizado foi a reação de
Imunofluorescência Indireta (IFI), realizado segundo o protocolo de Camargo (1974).
Primeiramente, tanto os soros de cães quanto os de bovinos foram diluídos em PBS pH
7,2. O ponto de corte estabelecido para a espécie canina foi 1:16 e para a espécie
bovina foi 1:64. Em seguida, 20µL dos soros diluídos foram depositados nos
respectivos poços de uma lâmina já sensibilizada com antígeno de T. gondii, sendo a
lâmina logo após incubada em estufa a 37ºC por 30 minutos em câmara úmida.
Procedeu-se então a lavagem das lâminas com a mesma solução tampão já citada,
durante 10 minutos, por três vezes.
Após a secagem das lâminas à temperatura ambiente, foram adicionados nos
poços 20µL de uma solução contendo conjugado específico para cada espécie: IgG de
coelho anti-IgG bovina SIGMA F-7887 e IgG de coelho anti-IgG canina SIGMA F-7884
ambos marcados com isotiocianato de fluoresceína e diluídos a 1:3000 e a 1:400,
respectivamente, em PBS pH 7,2 contendo azul de Evans a 0,001%. As lâminas foram
novamente incubadas a 37ºC durante 30 minutos em câmara úmida, submetidas às três
lavagens e secas à temperatura ambiente sob proteção da luz. Em seguida foi feita a
montagem da lâmina com glicerina tamponada pH 8,0 e lamínula.
Soros controle positivo e negativo de bovinos e caninos para T. gondii foram
submetidos aos mesmos procedimentos descritos acima e adicionados em cada lâmina.
A leitura foi feita em microscópio de epifluorescente (Olympus® BX60-FLA), com
aumento de 400X, sendo considerados positivos os poços que apresentavam
taquizoítos com fluorescência periférica total e homogênea, enquanto os poços que
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apresentavam taquizoítos com fluorescência parcial ou apical foram considerados
negativos (PARÉ; HIETALA; THURMOND, 1995).
Os soros de cães positivos na diluição 1:16 e os soros de bovinos positivos na
diluição 1:64 foram diluídos sucessivamente na base 2 e submetidos à RIFI, conforme
protocolo já descrito, para a titulação. O título da amostra foi o denominador da maior
diluição observada como positiva.
4.6.4 Leptospira spp.
O diagnóstico de leptospirose foi efetuado segundo a microtécnica de
soroaglutinação microscópica (GALTON et al., 1965), teste com uma coleção de
antígenos vivos que incluíram 25 variantes sorológicas de leptospiras patogênicas e
duas de leptospiras saprófitas.
Os soros foram triados na diluição de 1:100 e os positivos foram titulados através
do exame de uma série de diluições geométricas de razão dois. O título do soro foi a
recíproca de maior diluição que apresentou em torno de 50% de leptospiras aglutinadas
em campo microscópico. O teste de microaglutinação em placa apresenta uma
especificidade próxima a 100% e uma sensibilidade de 80% (VASCONCELOS et al.,
1990).
As amostras de soro sanguíneo e sangue total eluídos e soro sanguíneo fresco
tiveram seus títulos de anticorpos aglutinantes para Leptospira interrogans definidos
através da microtécnica de soroaglutinação microscópica (GALTON et al., 1965).
Inicialmente, cada amostra de soro diluída a razão de 1:50, ou seja, 0,1 mililitro
de soro em 4,9 mililitros de solução salina tamponada. Em seguida, as alíquotas de
50µL de cada amostra de soro diluído foram pipetadas para as placas de poliestireno
contendo 96 escavações, onde foram realizadas as diluições seriadas das alíquotas
numa série geométrica de razão dois, a partir da diluição 1:50, num total de oito
diluições.
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O procedimento acima descrito foi repetido com as amostras de soro sanguíneo
e sangue total eluídos, considerando-se que as amostras já se apresentavam diluídas
na proporção 1:50, o que se procedeu quando da diluição das mesmas.
Foram adicionadas em seguida, para cada diluição das amostras, 50µL do
antígeno (leptospiras com quatro a oito dias de cultivo em meio líquido de EMJH),
resultando em diluições de 1:100 até 1:12800 por amostra.
Após ligeira agitação, as placas foram incubadas a 28�C por três horas, sendo
efetuadas as leituras em microscópio de campo escuro diretamente nas placas.
Considerou-se positivo o teste que apresentou 50% ou mais de aglutinação, ou seja,
metade ou mais das leptospiras aglutinadas por campo microscópico em aumento de
100X. O ponto final de uma reação de soroaglutinação positiva é considerado a maior
diluição do soro que apresente aglutinação.
4.6.5 Rickettsia spp.
Os soros de cães e de roedores silvestres foram submetidos à reação de
imunofluorescência indireta (GALVÃO, 1996). Uma alíquota de soro foi diluída em PBS
(solução fosfato tamponada) e a seguir depositada sobre a lâmina contendo o antígeno
de riquétsia. Após incubação em estufa (37�C, 30 minutos) a lâmina foi lavada com
PBS, seguido de água destilada, ficando em repouso até sua secagem total. A cada
lâmina, foi adicionado o conjugado específico, sendo IgG de coelho anti-IgG canina
SIGMA F-7884 na diluição de 1:400 (cães) e IgG de ovelha anti-IgG de camundongo
SIGMA F-6257 na diluição de 1:300 (roedores silvestres). Seguiu-se uma nova
incubação e lavagem, com a secagem feita em câmara escura (WALKER et al., 1992).
A leitura da lâmina foi realizada em microscópio de imunofluorescência epifluorescente,
aumento de 40X. Foram considerados positivos os soros com títulos � 64.
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5 RESULTADOS
Os títulos de anticorpos obtidos para cada patógeno encontram-se descritos em
anexo no presente trabalho.
Dentre os animais silvestres amostrados, foram soropositivos para Leptospira
spp. quatro de 73 animais (5,5%), sendo encontrado o grupo sorológico Autumnalis,
sorovar Butembo. Três de 38 animais foram soropositivos para Rickettsia spp. (7,9%),
sendo encontrados anticorpos para R. amblyommii, R. rhipicephali e R. rickettsiii. Para
Toxoplasma gondii foram nove de 56 animais (16,1%).
Os cães domésticos apresentaram sorologia positiva para Raiva (nove animais
de um total de 11), sendo que todos haviam sido vacinados. Um dos cães (identificado
como 1) apresentou título baixo, porém mensurável, e outros dois apresentaram títulos
<0,02 indicando a não vacinação do animal e ou a baixa resposta imunológica frente à
vacinação.
Dos 10 cães amostrados para Neospora caninum, quatro apresentaram-se
soropositivos (40%). Dois animais apresentaram sorologia positiva para Leptospira spp.
(20%), sendo anticorpos contra os sorovares Autumnalis, Butembo, Grippotyphosa,
Copenhageni, Pomona e Canicola encontrados. Dois animais dos 10 cães amostrados
apresentaram-se soropositivos para T. gondii (20%) e não houve sorologia positiva para
Rickettsia spp.
Todos os 42 animais da espécie bovina foram amostrados para Raiva, Neospora
caninum, Toxoplasma gondii e Leptospira spp. Para a Raiva, 21 bovinos apresentaram
sorologia positiva, porém, destes animais, seis apresentaram título de anticorpos baixo
(<0,5). 21 bovinos (50%) não apresentaram títulos detectáveis de anticorpos, sendo
eles desprovidos de vacinação anti-rábica. Para N. caninum, 10 animais apresentaram-
se soropositivos (23,8%), com títulos variando entre 200 a 1600.
17 bovinos apresentaram anticorpos anti-Leptospira spp. (40,5%), sendo
encontrados os sorovares Pomona, Pyrogenes, Hardjoprajitno, Wolffi, Gryppotyphosa,
Copenhageni, Australis, Hebdomadis, Icterohaemorrhagiae, Autumnalis, Bratislava,
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Castellonis, Hardjobovis. O grupo sorológico mais freqüente foi Sejroe, variantes
sorológicas Hardjo e Wolfii.
Nenhum dos bovinos amostrados apresentou sorologia positiva para T. gondii.
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6 DISCUSSÃO
6.1 Raiva
Dos 22 bovinos conhecidamente vacinados contra a Raiva (provenientes da
Fazenda Cavalinho e Três Lagoas), oito animais apresentaram títulos de anticorpos
menores ou iguais a 0,5 Unidades Internacionais por mL (UI/mL). Em função de o título
ser baixo, esses indivíduos não são considerados imunizados pela vacinação, sendo
susceptíveis à infecção pelo vírus rábico.
O gado amostrado na Fazenda Caçador e na Fazenda Arca não havia sido
vacinado ou a vacinação era desconhecida. Sendo assim, todos os animais
apresentaram títulos de anticorpos baixos (em geral, título <0,02) e provavelmente
decorrentes de reações inespecíficas da metodologia empregada. À exceção de um
bovino (identificado como número 13) que apresentou título igual a 3,27. Esse animal,
originário da Fazenda Caçador, ou havia sido realmente vacinado (o que não é prática
comum do local) ou, refazendo-se o teste de uma nova amostra de soro, o título em
questão talvez não se repetiria.
Atualmente no Brasil a profilaxia anti-rábica em bovinos é baseada no uso de
preparações vacinais, de acordo com o Programa Brasileiro de Controle da Raiva dos
Herbívoros estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No
Estado de São Paulo, devido a um grande surto de Raiva ocorrido entre 1999 e 2001,
foi criado um Programa Estadual para Controle da Raiva em Herbívoros, que delimitou
as áreas de risco e impôs a vacinação obrigatória nestes locais a partir de novembro de
2001. A aplicação da vacina é anual e realizada em todo o rebanho,
independentemente da idade do animal.
Como não é obrigatória de fato, o que se observa é que muitas pequenas
propriedades rurais não realizam ainda o esquema vacinal, entretanto a população deve
estar atenta a possíveis quadros neurológicos que os animais possam desenvolver e às
mordeduras pelo morcego hematófago.
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Em um estudo realizado no Sul do Brasil, de um total de 305 bovinos com sinais
clínicos de neuropatias, 49,3% apresentaram resultados positivos para a Raiva
(SANCHES et al., 2000).
Já em relação aos cães domésticos, o estudo revelou que três animais (de 11
amostrados) não apresentaram título de anticorpos recomendado pela Organização
Mundial da Saúde, ou seja, títulos iguais ou maiores que 0,50 UI/mL (DEEM et al.,
2004). Essa recomendação, como já citado, visa avaliar a resposta dos animais ou
pessoas à vacinação e, sendo assim, como o animal de identificação 1 apresentava sua
vacinação anti-rábica desatualizada, era esperado que o título de anticorpos encontrado
fosse baixo. O animal 12, no momento da primeira colheita de sangue, havia sido
recém-adquirido pelo proprietário e provavelmente não havia sido vacinado (a época da
campanha vacinal pela prefeitura ainda não tinha chego), sendo seu soro pouco
reagente. Já o animal 8 havia sido vacinado e provavelmente não apresentou resposta
adequada à vacinação, sendo necessário realizar uma dose de reforço.
Em cães amostrados nas residências de populações ribeirinhas no estado do
Pará, Whiteman (2008) não observou a presença de anticorpos para o vírus da Raiva
em 93 indivíduos amostrados, evidenciando a susceptibilidade local da exposição ao
vírus rábico pela população canina.
A ocorrência ou risco de transmissão da Raiva veiculada pelos cães é bem
relatada na região Sudeste do Brasil, principalmente no estado de São Paulo, em
ambientes urbanos (SALLUM; ALMEIDA; MASSAD, 2000; PASSOS et al., 1998).
A existência de anticorpos neutralizantes contra o vírus da Raiva em animais
sadios já foi relatada em diversas espécies de carnívoros selvagens provenientes de
diferentes regiões do mundo (JORGE, 2008).
No Brasil, Almeida et al. (2001) descreveram a ocorrência de sorologia positiva
para o vírus rábico em 32 dos 246 marsupiais amostrados (13%). Houve também uma
alta prevalência nos primatas (18%), já nos roedores e demais ordens (Edentata e
Carnivora) a prevalência foi baixa. Os animais amostrados neste estudo foram
provenientes de vida livre do município de São Paulo ou oriundos do tráfico (nativos ou
apenas residentes do município), sugerindo a circulação do vírus da Raiva nestas
espécies.
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Tendo em vista que a susceptibilidade da espécie silvestre à infecção pelo vírus
da Raiva varia e que não há relatos da ocorrência para a grande maioria dos roedores
silvestres, particularmente, para a família Cricetidae, há necessidade da realização
deste estudo para tais espécies.
6.2 Toxoplasma gondii
Dos 56 animais silvestres amostrados, nove animais ou 6,2% apresentaram
anticorpos séricos para o protozoário Toxoplasma gondii. Destes, cinco apresentaram
como título o ponto de corte, ou seja, 25, podendo se tratar de reações inespecíficas
inerentes ao teste. Um animal pertencente à espécie Calomys tener apresentou titulo de
anticorpos igual a 50, sendo que o restante (três indivíduos) apresentou título de 100
(um Oligoryzomys flavescens, um Mus sp e uma cuíca, Gracilinanus microtarsus). O
nível baixo de anticorpos IgG detectados provavelmente deve-se a uma infecção
toxoplásmica crônica.
Em estudo realizado em um atol chamado Namoluk, pertencente às Ilhas
Caroline (território norte-americano no Oceano Pacífico), Wallace, Marshall e Marshall
(1972) descreveram a ocorrência de anticorpos séricos para T. gondii em roedores
silvestres (gênero Rattus), sendo que o teste aplicado foi o de Sabin-feldman e o ponto
de corte foi 1:8. Dos 658 animais amostrados, foram 50 roedores positivos (7,6%),
sendo que a maioria apresentou títulos variando entre 512 a 1024 (36%), 4%
apresentaram títulos entre 8 a 16, 32% apresentaram títulos entre 32 a 64 e 22% dos
animais positivos apresentaram títulos entre 128 a 256.
No Brasil, município de Manaus, estado do Amazonas, Ferraroni e Marzochi
(1980) realizaram o teste de hemaglutinação indireta em 18 roedores silvestres
(Proechimys sp) e encontraram anticorpos séricos para T. gondii em 11 indivíduos
(61,11%), sendo o ponto de corte a titulação igual ou maior a 1:16. Nos 33 marsupiais
estudados (Didelphis marsupialis e Marmosa sp) a positividade foi ainda maior: 21
animais positivos, ou seja, a prevalência foi de 63,64%.
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No município de São Paulo, Sogorb et al. (1972) relataram a ocorrência de
sorologia positiva para o patógeno (através da reação de Sabin-Feldman) no único
camundongo cinzento amostrado (Mus musculus), cujo título de anticorpos havia sido
bastante elevado, 1:16384, caracterizando uma infecção recente. Também relataram a
ocorrência em 100% dos sete gambás amostrados (Didelphis azarae).
Sogorb, Jamra e Guimarães (1977) realizaram a reação de Sabin-Feldman em
oito ratos cinzentos (Rattus norvegicus) e quatro ratos pretos (Rattus rattus),
provenientes de ambiente peridomiciliar paulista, encontrando sorologia positiva em
dois ratos cinzentos, porém com títulos baixos.
Utilizando o teste modificado de aglutinação (MAT), Yai et al. (2003)
descreveram a presença de anticorpos anti- T. gondii em 82 gambás (20,7%) de 396
gambás (ponto de corte� 1:25), cuja positividade foi maior no título de 1:50 (26
animais), seguido de 1:25 (24 animais) e 1:100 (18 animais).
A alta positividade observada em gambás deve-se em grande parte ao hábito de
carnivorismo, pois a toxoplasmose pode ser transmitida pela ingestão dos cistos na
carne de animais infectados, como pequenos mamíferos e aves. Porém, Silva (2007),
em sorologia realizada em amostras de animais que foram encaminhados à Divisão de
Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre (DEPAVE-3), observou somente em
9,5% (13) dos 136 gambás de orelhas pretas e brancas (D. aurita e D. albiventris)
anticorpos séricos contra o agente. Já roedores de hábitos aquáticos apresentaram
maior positividade (61,1% ou 11/18 animais).
Whiteman (2007) verificou a ocorrência de cinco marsupiais (Didelphis
marsupialis e Philander opossum) soropositivos para T. gondii de 34 animais
amostrados e 75 cães soropositivos de 92 animais amostrados em comunidades
ribeirinhas do estado do Pará.
No presente estudo, a sorologia realizada nos cães apresentou resultado positivo
para dois dos 12 cães amostrados, sendo que o título de anticorpos para o animal
identificado como 7 foi diferente nas duas amostras colhidas: no primeiro mês de
colheita o título foi de 64 e, após quatro meses, o título aumentou, passando a ser 256;
caracterizando uma infecção recente, porém não aguda. Como esse animal, no período
da colheita, havia sido adquirido há pouco tempo, a infecção toxoplásmica pode ter se
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originado de outro ambiente. Já o segundo animal apresentou-se positivo somente na
segunda colheita e o título de anticorpos foi baixo (16).
São freqüentes os relatos de cães soropositivos para T. gondii, parecendo ser
essa espécie bastante susceptível a infecção pelo agente, sendo considerados animais
sentinelas da contaminação ambiental causada por esse parasito (AZEVEDO et al.,
2005). Na cidade de Campina Grande, estado da Paraíba, de 286 cães amostrados,
129 apresentaram anticorpos contra o parasito (prevalência de 45,1%), utilizando-se IFI.
31% dos animais foram soropositivos no título de 64 (ponto de corte� 16) (AZEVEDO et
al., 2005). No mesmo estudo e corroborado por Garcia et al. (1999), o contato com
roedores no peridomícilio não influenciou na ocorrência de animais soropositivos.
Em Manaus, Amazonas, de 19 cães amostrados para T. gondii, 13 foram
soropositivos, representando uma prevalência de soropositividade de 68,48%. Neste
trabalho foi utilizada a reação de hemaglutinação indireta (RHAI) e ponto de corte� 16
(FERRARONI; MARZOCHI, 1980).
Guimarães et al. (1992) sugeriram ser endêmica a infecção toxoplásmica na
capital mineira, uma vez que de 243 amostras de cães analisadas, 47,3% foram
positivas, sendo 54,3% com títulos de anticorpos iguais a 16. Em Salvador, BA, dos 225
cães amostrados, 143 foram positivos e o maior percentual de animais (44,76%)
apresentou títulos iguais a 64 (BARBOSA et al., 2003). No município de Campinas, SP,
a soropositividade dos cães foi ainda maior: 91% foram reagentes (GERMANO et al.,
1985). Em todos esses trabalhos descritos foi utilizada a reação de imunofluorescência
indireta e ponto de corte�16.
As diferenças quanto às freqüências de anticorpos IgG encontradas são devidas
ao fato de que cada localidade apresenta maior ou menor existência dos fatores de
risco associados à infecção toxoplásmica (p.ex. hábito de caça, presença de felinos
etc.).
Em relação aos bovinos, nenhum dos 42 animais amostrados apresentou
sorologia positiva para o agente. Esse resultado já era esperado, visto que a
prevalência de T. gondii nesta espécie não é alta. Spagnol et al. (2009) obtiveram 71
amostras bovinas soropositivas de 600 analisadas (11,83%), a maioria (91,5%)
apresentando títulos de 64, valor igual ao ponto de corte estabelecido. No Vale do
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Paraíba, Albuquerque et al. (2005) relataram 14,8% de amostras soropositivas, de um
total de 589 animais através de IFI. No entanto, realizando o teste de hemaglutinação
indireta, Ferraroni e Marzochi (1980) relataram a ocorrência de 15 bovinos soropositivos
de um total de 25 animais (60%). Como já citado, tal diferença pode ser em decorrência
dos fatores de risco associados.
6.3 Neospora caninum
Neste estudo, dos 42 bovinos amostrados, 10 animais foram soropositivos para
N. caninum (23,8%), sendo que dos animais soropositivos, três animais apresentaram
títulos de anticorpos de 200, quatro animais apresentaram títulos de 400, dois animais
apresentaram títulos de 800 e um animal apresentou título de 1600. Os títulos foram
altos, visto que o ponto de corte do teste foi �50.
É conhecido que a espécie bovina é um potencial hospedeiro intermediário deste
parasito. Em bovinos leiteiros do estado da Califórnia, EUA, o N. caninum foi
reconhecido como o principal causador de aborto (ANDERSON et al., 1991).
No Brasil, a presença de bovinos soropositivos ao agente foi descrita em todas
as regiões, com valores de prevalência que variam de 8,7% a 29,0% (RAGOZO et al.,
2003; AGUIAR, 2004). No Rio Grande do Sul, utilizando o teste de imunofluorescência
indireta, Corbellini et al. (2002) detectaram uma prevalência de 11,2% de bovinos
leiteiros soropositivos para N. caninum (25 de um total de 223 animais).
Em relação aos cães amostrados, quatro dos 10 cães apresentaram sorologia
positiva para o agente, porém somente um cão apresentou-se positivo nas duas
campanhas realizadas (os outros se apresentaram positivos somente na última,
devendo se tratar, nesses casos, de infecções recentes e não-agudas, pois não havia
sintomatologia clínica associada). O título de anticorpos foi alto e variou entre 200 e
400, sendo a proporção de cães igual para cada um deles. O cão identificado como 2,
que se apresentou soropositivo nas duas amostras colhidas, teve o título de anticorpos
aumentado de 200 para 400, fator que indica a cronicidade da infecção.
No estado da Paraíba, Azevedo et al. (2005) demonstraram, através de IFI e
ponto de corte� 50, anticorpos anti-N. caninum em 8,4% dos cães (24 de 286 animais
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examinados) , sendo 50% deles (12 animais) soropositivos no título de 50. Em São
Paulo, Gennari et al. (2002) observaram soroprevalência de 40,1% em cães de rua (25
animais soropositivos de 61 amostras) e de 20% em cães com domicílio fixo.
A significativa associação entre a presença de cães nas propriedades e a
ocorrência de abortamentos nos bovinos foi observada por Bartels et al. (1999) na
Holanda e por Paré et al. (1998) no Canadá. Mainar-Jaime et al. (1999), na Espanha,
quantificaram essa associação, sendo sete vezes maior o risco de transmissão em
propriedades com pelo menos um cão, quando comparada a fazendas sem cães.
Deve ser levado em consideração a circulação de N. caninum na área do
presente estudo, sendo cabíveis algumas medidas profiláticas para evitar a
perpetuação do agente nas propriedades. Porém, tais medidas são difíceis de ser
empregadas, uma vez que a maioria dos cães possui livre acesso às pastagens
(defecando nesses locais) e também apresentam o hábito de caçar, resultando na
ingestão de pequenos mamíferos e aves que exercem um importante papel na
epidemiologia da neosporose (AZEVEDO et al., 2005).
Recentemente, infecção natural por N. caninum foi confirmada em ratos e
camundongos, animais de distribuição cosmopolita e habitantes de ambientes urbanos
e rurais (JENKINS et al., 2007; FERROGLIO et al., 2007). Ainda permanece
desconhecida a eficiência de transmissão do parasito de roedores naturalmente
infectados para outras espécies animais (GONDIM, 2009), entretanto ratos e
camundongos são consumidos por canídeos, o que provavelmente contribui para a
disseminação do parasito, tornando-se necessário o estudo da neosporose nesses
animais.
6.4 Rickettsia spp.
Foram amostrados 34 roedores silvestres para Rickettsia belli, Rickettsia
amblyommii, Rickettsia parkeri, Rickettsia rickettsii, Rickettsia felis e Rickettsia
riphicephali, sendo que três animais da espécie Akodon aff. montensis foram
soropositivos para Rickettsia rickettsii, todos com títulos de anticorpos igual a 64, dois
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apresentaram soropositividade para R. riphicephali, com títulos variando entre 64 e 128,
e um animal apresentou título de 128 para R. amblyommii. Como já mencionado, a
espécie R. rickettsii é a única, dentre as estudadas neste trabalho, que tem sua
patogenicidade conhecida.
Os animais vertebrados, hospedeiros naturais dos carrapatos vetores da R.
rickettisii, devem assumir um papel fundamental na amplificação da infecção pela R.
rickettsii na população de carrapatos (COOKSEY; HAILE; MOUNT, 1990). Assim, há
um grande interesse por animais silvestres que sejam naturalmente infectados por R.
rickettsii, no intuito de melhor compreender a ecologia da febre maculosa (SANTOS,
2007).
Foram obtidos de roedores silvestres (Microtus pensylvanicus, Pitymus
pinetorum, Peromyscus leucopus e Sigmodon hispidus) nos Estados Unidos diversos
isolados de R. rickettsii (BOZEMAN et al., 1967; BURGDORFER, 1988).
No Brasil faltam estudos demonstrando se espécies de pequenos mamíferos se
comportam como importantes fontes de infecção para manter o ciclo de vida da
bactéria. Em trabalho realizado no município de Mogi das Cruzes, São Paulo, Santos
(2007) não provou o envolvimento de nenhum dos 227 animais silvestres capturados
(marsupiais e pequenos roedores), a partir da extração de material genético dos tecidos
animais e análise por PCR.
Nos Estados Unidos, Burgdorfer, Friedhoff e Lancaster (1966) analisaram a
susceptibilidade de várias espécies de pequenos mamíferos à infecção por R. rickettsii
e concluíram que algumas espécies, quando picadas experimentalmente por carrapatos
infectados, respondem com rickettsiaemias suficientes para infectar larvas de carrapato
(D. andersoni), atuando como eficientes hospedeiros do carrapato vetor.
Nenhum dos 12 cães amostrados neste estudo apresentou sorologia positiva
para Rickettsia spp, não sendo possível demonstrar a circulação do patógeno nesta
espécie.
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6.5 Leptospira spp.
Santa Rosa et al. (1975) isolaram diversas variantes sorológicas de leptospiras
patogênicas em roedores silvestres brasileiros, tais como Akodon arviculoides,
Nectomys squamipes, Oxymicterus quaestor, Thaptomes nigrita, Oryzomys eliurus,
Oryzomys ratticeps. Santa Rosa et al. (1980) isolaram também leptospiras em
Nectomys squamipes. Shimabukuro (2006) estudou a soroprevalência de leptospiras
em capivaras (Hydrochoerus hydrochoeris), encontrando aproximadamente 50% de
animais soropositivos no estado de São Paulo, sendo o sorovar Bratislava o mais
freqüentemente encontrado.
Lopez (2010) estudou 138 animais (capivaras, queixadas e catetos) e relatou 49
animais soropositivos para Leptospira spp. através da técnica de SAM. Em relação à
freqüência de animais reagentes, 54,5% das capivaras foram soro-reagentes, seguido
dos queixadas (39%) e dos catetos (21,7%). A maioria dos animais apresentou titulação
para o sorovar Grippotyphosa, sendo sua ocorrência já descrita em animais silvestres
(SANTA ROSA et al., 1980; CORDEIRO et al., 1981; FAINE, 1999).
Cordeiro et al. (1981) descreveram roedores e marsupiais silvestres como
carreadores do sorovar Tarassovi, além dos sorovares Grippotyphosa, Pomona, Ballum
e Australis. No Brasil, o sorovar Pyrogenes foi primeiramente isolado de mamífero
silvestre (Nectomys squamipes) por Santa Rosa et al. (1980), sendo posteriormente
detectado sorologicamente em cães.
No presente estudo, houve sorologia positiva para quatro roedores silvestres de
73 animais amostrados, sendo eles pertencentes às espécies O. flavescens, O. nigripes
e Necromys lasiurus. O título encontrado foi baixo, apresentando a maioria o título de
100 e apenas um animal com título de anticorpos igual a 200, sendo todos reagentes ao
sorovar Butembo. Lopez (2010) encontrou duas de 55 capivaras reagentes a esse
sorovar e Nogueira et al. (1997) relatou o predomínio desse sorovar em capivaras de
vida livre em estudo realizado na região de Piracicaba.
Em relação aos cães estudados, dois animais apresentaram soropositividade
para Leptospira spp., sendo encontrados os sorovares Autumnalis, Butembo,
Grippotyphosa, Copenhageni e Canicola. A despeito dos sorovares Autumnalis e
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Butembo, os outros relatados estão presentes nas vacinas décuplas e undécuplas e,
conhecidamente, o animal 8 havia sido recentemente vacinado. Como esse cão foi
amostrado nas três campanhas, foi possível observar a diminuição do valor do título de
anticorpos em decorrência da cronicidade da exposição ao antígeno.
Embora os anticorpos contra alguns sorovares sejam vacinais, outros parecem
estar associado à exposição ambiental, sendo anticorpos anti-Butembo presentes em
roedores silvestres da região.
O animal 11 foi amostrado na segunda e terceira campanha, sendo que apenas
na última demonstrou sorologia positiva para o sorovar Butembo e Canicola. Quando na
colheita do soro, não houve informação sobre vacinação recente, porém anticorpos
contra o sorovar Canicola podem ter se originado de uma exposição vacinal (e outros
anticorpos ainda não haviam sido produzidos contra os outros sorovares da vacina) ou
a infecção proveio do meio ambiente.
O sorovar Canicola tem o cão como principal hospedeiro de manutenção (BOLIN,
1996), porém, diversas espécies como cateto (Tayassu tajacu), capivara, onça parda
(Puma concolor), urso marrom europeu (Ursus arctus), racoons (Procyon lotor), lobos
(Canis lupus) e cervídeos norte-americanos já foram relatadas como reatoras a esse
sorovar (LOPEZ, 2010). Assim, caso o animal 11 não for vacinado, a infecção pode ter
sido em decorrência do contato com outros cães ou animais silvestres
Em estudo realizado com cães do município de Monte Negro, estado de
Rondônia, Aguiar et al. (2007) relataram 30,6% de cães reagentes à SAM (90 de 329
animais), sendo os sorovares Autumnalis e Pyrogenes os predominantes.
No estado do Pará, em comunidades ribeirinhas, Whiteman (2007) amostrou 101
cães, encontrando 10 animais soropositivos (10%) para os sorovares Hardjo e Panama.
De 42 bovinos amostrados, 17 animais foram reatores à Leptospira spp,
representando uma freqüência alta de ocorrência (40,47%). O grupo sorológico com o
qual esses animais mostraram-se mais reatores foi o Sejroe. Na Amazônia ocidental
brasileira, Aguiar et al. (2006) amostraram 2109 bovinos, 1114 animais foram
soropositivos (52,8%) e o sorovar Hardjo (sorogrupo Sejroe) foi o mais prevalente.
Os títulos de anticorpos contra os sorovares Hardjoprajitno e Wolffi foram os mais
altos encontrados (respectivamente, 6400 e 1600), obtidos na Fazenda Cavalinho.
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Segundo Bourke e Higgins (1984) os títulos contra Leptospira spp. em bovinos podem
persistir por vários meses.
O sorovar Hardjoprajitno, assim como o sorovar Hardjobovis, ocorre com maior
freqüência em bovinos e já foram relatados no Reino Unido, Nigéria, Índia, Malásia,
Brasil, México e EUA (ELLIS, 1994; AGUIAR, 2004). Aparentemente, os sorovares
Hardjo e Pomona são transmitidos entre o gado de forma direta, enquanto outros
sorovares parecem ser provenientes de animais silvestres segundo Diesch et al. (1976
apud NEW Jr.; WATHEN; DIUTKOWSKI, 1993).
Os bovinos são considerados os hospedeiros de manutenção do sorovar Hardjo
e, portanto, são mais susceptíveis à infecção, porém pouco vulneráveis à doença
ocasionada por ele (infertilidade, problemas relacionados à lactação). Já outros animais
domésticos ou silvestres, considerados hospedeiros acidentais, tornam-se mais
susceptíveis à doença clínica (LEIGHTON; KUIKEN, 2001).
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos nesse estudo conclui-se que:
Ecossistemas modificados por ação humana e que permitem maior contato entre
a fauna doméstica e a silvestre promovem uma maior exposição aos patógenos antes
restritos a determinados reservatórios/hospedeiros. A fragilidade da interface entre
animais domésticos e silvestres existe, porém pode ser minimizada através de
melhorias no manejo, sejam elas aplicadas na criação bovina (por exemplo, respeitando
o esquema vacinal preconizado para proteção de cada agente infeccioso ou instituí-lo
como obrigatório, no caso da leptospirose) ou na criação dos animais de companhia
(por exemplo, restringindo o acesso dos cães às áreas de pastagem ou mata).
É de fato conhecido que os animais silvestres têm um papel importante tanto na
manutenção como na propagação de algumas doenças, agindo como reservatórios de
agentes infecciosos.
Nos pequenos mamíferos silvestres amostrados neste trabalho foram
observados baixos títulos de anticorpos que podem ser decorrentes tanto de uma
infecção crônica ou uma fase inicial da infecção. No entanto, quando se estuda a
infecção natural, especialmente em animais silvestres, há sempre dificuldade na
interpretação das reações positivas em baixas diluições, não podendo ser excluídas
com segurança as possibilidades de reações inespecíficas.
Anticorpos contra Neospora caninum e Leptospira spp. apresentaram alta
freqüência de ocorrência nos animais domésticos da região, e anticorpos contra um
mesmo sorovar de Leptospira spp. foram encontrados em cães e roedores silvestres,
sendo esses patógenos circulantes na região. Já a existência de anticorpos anti-
Rickettsia spp. e anti-Lyssavirus em pequenos mamíferos silvestres merecem uma
investigação maior a respeito. Conclui-se, portanto, que os animais locais podem servir
como reservatórios de patógenos, atuando como prováveis fontes de infecção.
Estudos como esse demonstram ser importantes para uma maior compreensão
das áreas fragmentadas e alteradas que representam hoje, no estado de São Paulo,
uma realidade para a conservação ambiental.
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REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continua)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
1 Calomys tener P21 N ... ... Dez de 2009
2 Calomys tener P22 N ... ... Dez de 2009
3 Calomys tener P22 N ... ... Dez de 2009
4 Calomys tener P22 N ... ... Dez de 2009
5 Calomys tener P22 N ... ... Dez de 2009
6 Calomys tener P27 N ... ... Dez de 2009
7 Calomys tener P27 N ... ... Dez de 2009
8 Calomys tener P27 N ... ... Dez de 2009
9 Calomys tener P28 N ... ... Dez de 2009
10 Calomys tener P28 N ... ... Dez de 2009
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continuação)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
11 Oligoryzomys sp P18 N ... ... Dez de 2009
12 Oligoryzomys sp P23 N ... ... Dez de 2009
13 Oligoryzomys sp P23 N ... ... Dez de 2009
14 Akodon aff montensis P10 N N N Jan de 2010
15 Akodon aff montensis P10 N N P(Rr=64;
Ra=128) Jan de 2010
16 Akodon aff montensis P11 N N N Jan de 2010
17 Gracilinanus microtarsus P15 N N ... Jan de 2010
18 Gracilinanus microtarsus P9 N P(100) ... Jan de 2010
19 Gracilinanus microtarsus P4 N N ... Jan de 2010
20 Oligoryzomys flavescens P15 N N N Jan de 2010
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continuação)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
21 Oxymicterus sp P9 N N N Jan de 2010
22 Akodon aff montensis P31 N N N Fev de 2010
23 Necromys lasiurus P8 N N N Fev de 2010
24 Necromys lasiurus P21 N N N Fev de 2010
25 Necromys lasiurus P22 N N N Fev de 2010
26 Necromys lasiurus P22 P(2B=100) N N Fev de 2010
27 Necromys lasiurus P22 N N N Fev de 2010
28 Oligoryzomys nigripes P21 N N N Fev de 2010
29 Oligoryzomys nigripes P31 N P(25) N Fev de 2010
30 Oligoryzomys nigripes P31 N N N Fev de 2010
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continuação)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
31 Necromys lasiurus P10 N N N Mar de 2010
32 Necromys lasiurus P11 N N N Mar de 2010
33 Akodon aff montensis P11 N N N Mar de 2010
34 Akodon aff montensis P20 N N N Mar de 2010
35 Calomys tener P11 N N N Mar de 2010
36 Calomys tener P14 N N N Mar de 2010
37 Calomys tener P40 N P(50) N Mar de 2010
38 Gracilinanus microtarsus P14 N N ... Mar de 2010
39 Oligoryzomys flavescens P18 P(2B=100) N N Mar de 2010
40 Oligoryzomys flavescens P5 N N N Mar de 2010
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continuação)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
41 Oligoryzomys nigripes P14 P(2B=100) N N Mar de 2010
42 Olygoryzomys flavescens P5 N N N Mar de 2010
43 Akodon aff montensis P21 N P(25) P(Rr=64;
Rrhip=64) Abril de 2010
44 Akodon aff montensis P31 N N P(Rr=64;
Rrhip=128) Abril de 2010
45 Akodon aff montensis P31 N N N Abril de 2010
46 Calomys tener P22 N N N Abril de 2010
47 Calomys tener P27 N N N Abril de 2010
48 Oligoryzomys flavescens P40 N N N Abril de 2010
49 Oligoryzomys flavescens P5 N N N Abril de 2010
50 Oligoryzomys nigripes P31 N N N Abril de 2010
51 Oligoryzomys nigripes P37 N N N Abril de 2010
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continuação)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
52 Calomys tener P10 N ... ... Maio de
2010
53 Calomys tener P27 N ... ... Maio de
2010
54 Oligoryzomys sp P22 N ... ... Maio de
2010
55 Oligoryzomys sp P26 N ... ... Maio de
2010
56 Akodon aff montensis P30 N N ... Jun de 2010
57 Akodon aff montensis P31 N N ... Jun de 2010
58 Calomys tener P22 N N ... Jun de 2010
59 Gracilinanus microtarsus P14 N N ... Jun de 2010
60 Gracilinanus microtarsus P36 N N ... Jun de 2010
61 Gracilinanus microtarsus P4 N N ... Jun de 2010
62 Oligoryzomys flavescens P11 P(2B=200) N ... Jun de 2010
63 Oligoryzomys flavescens P21 N P(100) ... Jun de 2010
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Apêndice A - Resultados dos testes realizados para os animais silvestres em função dos métodos e patógenos pesquisados
(conclusão)
SAM MAT IFI
Animais silvestres Localização Leptospira
spp. T. gondii Rickettsia spp.
Data da campanha
64 Oligoryzomys flavescens P22 N P(25) ... Jun de 2010
65 Oligoryzomys nigripes P1 N P(25) ... Jun de 2010
66 Oligoryzomys nigripes P21 N N ... Jun de 2010
67 Oligoryzomys nigripes P7 N N ... Jun de 2010
68 Oligoryzomys nigripes P7 N N ... Jun de 2010
69 Oligoryzomys nigripes P7 N N ... Jun de 2010
70 Oligoryzomys nigripes P7 N P(25) ... Jun de 2010
71 Oligoryzomys nigripes P8 N N ... Jun de 2010
72 Mus sp Fazenda Cavalinho N P(100) ... Jun de 2010
73 Calomys tener
Fazenda Três Lagoas (Alojamento)
N N ... Jun de 2010
Legenda: N= Resultado negativo ....= Teste não realizado para o indivíduo. P= Resultado positivo. O número entre parênteses representa o título de anticorpos obtido para a amostra. Rr= Rickettsia rickettsii Ra= Rickettsia amblyommi Rrhip= Rickettsia riphicephali 2B= grupo sorológico Autumnalis; sorovar Butembo.
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continua)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos
bovinos amostrados
Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
1 Fazenda Três Lagoas N N 0,35 P(13A=100;
14=100; 15A=100) Fev de 2010
2 Fazenda Três Lagoas N N 9,56 N Fev de 2010
3 Fazenda Três Lagoas N P(400) 2,99 N Fev de 2010
4 Fazenda Três Lagoas N N 12,5 N Fev de 2010
5 Fazenda Três Lagoas N N 0,12 N Fev de 2010
6 Fazenda Cavalinho N P(800) <0,02 P(15B=100) Fev de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
7 Fazenda Cavalinho N N 12,5
P(8=100; 10A=100; 14=100; 15A=200;
15B=200) Fev de 2010
8 Fazenda Cavalinho N N <0,02 P(1A=200; 9=200;
15A=200; 15B=100) Fev de 2010
9 Fazenda Cavalinho N N 1,34 P(10B=100;
15A=100; 15B=100) Fev de 2010
10 Fazenda Cavalinho N N 139,75
P(1A=100; 2A=100; 10A=200; 10B=200; 14=100; 15B=200)
Fev de 2010
11 Fazenda Caçador N N <0,02 N Fev de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados
Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da Campanha
12 Fazenda Caçador N N <0,02 N Fev de 2010
13 Fazenda Caçador N N 3,27 N Fev de 2010
14 Fazenda Caçador N N <0,02 N Fev de 2010
15 Fazenda Caçador N P(400) <0,02 N Fev de 2010
16 Fazenda Arca N N <0,02 P(15B=100) Fev de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
17 Fazenda Arca N N 0,14 N Fev de 2010
18 Fazenda Arca N N <0,02 P(15A=100) Fev de 2010
19 Fazenda Arca N N <0,02 N Fev de 2010
20 Fazenda Arca N N <0,02 N Fev de 2010
21 Fazenda Três Lagoas N N 0,5 N Jun de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
22 Fazenda Três Lagoas N P(200) 127,8 P(1B=200;
15A=200; 15F=100) Jun de 2010
23 Fazenda Três Lagoas N P(400) 14,95 N Jun de 2010
24 Fazenda Três Lagoas N P(800) 2,39 P(3=100) Jun de 2010
25 Fazenda Três Lagoas N P(200) 0,08 N Jun de 2010
26 Fazenda Três Lagoas N P(200) <0,02 N Jun de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
27 Fazenda Caçador N N <0,02 N Jun de 2010
28 Fazenda Caçador N N <0,02 N Jun de 2010
29 Fazenda Caçador N N <0,02 N Jun de 2010
30 Fazenda Caçador N N <0,02 N Jun de 2010
31 Fazenda Caçador N N <0,02 N Jun de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
32 Fazenda Arca N N <0,02 P(15A=800;
15B=200; 15F= 400)
Jun de 2010
33 Fazenda Arca N N <0,02 P(15A=200; 15B=100; 15F=200) Jun de 2010
34 Fazenda Arca N N <0,02 P(15A=800;
15B=100; 15F= 400)
Jun de 2010
35 Fazenda Arca N N <0,02 N Jun de 2010
36 Fazenda Arca N N <0,02 P(15A=400; 15B= 200; 15F= 200) Jun de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados
Localização T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp. Data da
campanha
37 Fazenda Cavalinho N N 25,56 N Jun de 2010
38 Fazenda Cavalinho N P(400) 3,13 P(15A=400;
15B=200; 15F=200) Jun de 2010
39 Fazenda Cavalinho N N 3,91
P(2A=100; 15A=6400; 15B=
1600) Jun de 2010
40 Fazenda Cavalinho N N 0,35 N Jun de 2010
41 Fazenda Cavalinho N N 0,46
P(1A=400; 15A=6400; 15B=1600; 15F=800)
Jun de 2010
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Apêndice B - Resultado dos testes realizados para os bovinos em função dos métodos e patógenos pesquisados (conclusão)
IFI IFI SFIMT SAM Identificação dos bovinos
amostrados Localização
T. gondii Neospora caninum Raiva (UI/mL) Leptospira spp.
Data da
campanha
42 Fazenda Cavalinho N P(1600) 2,09 N Jun de 2010
Legenda:
N= Resultado negativo. ...= Teste não realizado para o indivíduo. P= Resultado positivo. O número entre parênteses representa o título de anticorpos obtido para a amostra. 13A= Grupo sorológico Pomona; sorovar Pomona. 14= Grupo sorológico Pyrogenes; sorovar Pyrogenes. 15A= Grupo sorológico Sejroe; sorovar Hardjoprajitno. 15B= Grupo sorológico Sejroe; sorovar Wolffi. 8= Grupo sorológico Grippotyphosa; sorovar Gryppotiphosa. 10A= Grupo sorológico Icterohaemorrhagiae; sorovar Copenhageni. 1A= Grupo sorológico Australis; sorovar Australis. 9= Grupo sorológico Hebdomadis; sorovar Hebdomadis. 10B= Grupo sorológico Icterohaemorrhagiae; sorovar Icterohaemorrhagiae. 2A= Grupo sorológico Autumnalis; sorovar Autumnalis. 15F= Grupo sorológico Sejroe; sorovar Hardjobovis. 3= Grupo sorológico Ballum, sorovar Castellonis.
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Apêndice C - Resultado dos testes realizados para os cães domésticos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continua)
SAM IFI IFI
Leptospira spp.
T. gondii
Identificação dos cães amostrados Localização
Dez de 2009 Fev de 2010 Jun de 2010 Fev de 2010 Jun de 2010
Rickettsia spp.
1 Fazenda Caçador N N N N N N
2 Fazenda Três Lagoas N N N N N N
3 Fazenda Arca N N N N N N
4 Fazenda Três Lagoas N N ... N ... N
5 Fazenda Três Lagoas N X X X X N
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Apêndice C - Resultado dos testes realizados para os cães domésticos em função dos métodos e patógenos pesquisados (continuação)
SAM IFI IFI
Localização
Leptospira spp.
T. gondii Identificação
dos cães amostrados
Dez de 2009 Fev de 2010 Jun de 2010 Fev de 2010 Jun de 2010
Rickettsia spp.
6 Fazenda Cavalinho N ... ... ... ... N
7 Fazenda Três Lagoas N N N N P(16) N
8 Fazenda Três Lagoas
P(2A=400; 2B=200; 8=400;
13A=100)
P(2A=100; 2B=100;
10A=100)
P(2B=200; 8=200) N N N
9 Fazenda Arca N N N N N N
10 Fazenda Arca N N N N N N
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Apêndice C - Resultado dos testes realizados para os cães domésticos em função dos métodos e patógenos pesquisados (conclusão)
SAM IFI IFI
Localização
Leptospira spp.
T. gondii Identificação
dos cães amostrados
Dez de 2009 Fev de 2010 Jun de 2010 Fev de 2010 Jun de 2010
Rickettsia spp.
11 Fazenda Três Lagoas ... N P(2B=100;
5=200) N N N
12 Fazenda Cavalinho ... N N P(64) P(256) N
13 Fazenda Três Lagoas ... ... N ... N ...
Legenda : N= Resultado negativo. ...= Teste não realizado para o indivíduo. P= Resultado positivo. O número entre parênteses representa o título de anticorpos obtido para a amostra. 13A= Grupo sorológico Pomona; sorovar Pomona. 8= Grupo sorológico Grippotyphosa; sorovar Gryppotiphosa. 10A= Grupo sorológico Icterohaemorrhagiae; sorovar Copenhageni. 2A= Grupo sorológico Autumnalis; sorovar Autumnalis. 2B= Grupo sorológico Autumnaliis; sorovar Butembo.
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Apêndice D - Resultado dos testes realizados para os cães domésticos em função dos métodos e patógenos pesquisados
(continua)
IFI SFIMT
N. caninum Raiva (UI/mL)
Identificação dos cães amostrados
Localização
Fev de 2010 Jun de 2010 Fev de 2010 Jun de 2010
1 Fazenda Caçador N N 0,46 0,38
2 Fazenda Três Lagoas P(200) P(400) 2,09 2,29
3 Fazenda Arca N P(200) 0,65 1,6
4 Fazenda Três Lagoas N ... 2,5 ...
5 Fazenda Três Lagoas X X X X
6 Fazenda Cavalinho ... ... ... ...
7 Fazenda Três Lagoas N N 3,57 N
8 Fazenda Três Lagoas N P(400) <0,02 <0,02
9 Fazenda Arca N N 1,91 1,75
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Apêndice D - Resultado dos testes realizados para os cães domésticos em função dos métodos e patógenos pesquisados
(conclusão)
IFI SFIMT
Localização N. caninum Raiva (UI/mL) Identificação dos cães amostrados
Fev de 2010 Jun de 2010 Fev de 2010 Jun de 2010
10 Fazenda Arca N P(200) 0,85 0,6
11 Fazenda Três Lagoas N N 3,57 2,99
12 Fazenda Cavalinho N N <0,02 <0,02
13 Fazenda Três Lagoas ... N ... 7,99
Legenda: N= Resultado negativo. ...= Teste não realizado para o indivíduo. P= Resultado positivo. O número entre parênteses representa o título de anticorpos obtido para a amostra.
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Apêndice E – Antígenos utilizados na soroaglutinação microscópica para a pesquisa de aglutininas anti-Leptospira spp
Sorogrupo Sorovar Australis Australis Australis Bratislava
Autumnalis Autumnalis Autumnalis Butembo
Ballum Castellonis Batavia Bataviae
Canicola Canicola Celledoni Whitcombi Cynopteri Cynopteri
Gruppotyphosa Grippotyphosa Hebdomadis Hebdomais
Icterohaemorrhagiae Copenhageni Icterohaemorrhagiae Icterohaemorrhagiae
Javanica Javanica Panama Panama Pomona Pomona
Pyrogenes Pyrogenes Sejroe Hardjo
(Hardjoprajitno) Sejroe Wolffi Sejroe Hardjo (Hardjobovis)
Shermani Shermani Tarassovi Tarassovi
Seramanga Patoc Sentot Sentot
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Apêndice F - Questionário aplicado nas entrevistas com a comunidade
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Data__________
Coordenadas da propriedade___________________ Entrevistado __________________
1) Número de:
Pessoas que moram na residência_____ Cães __M ___F Gatos __M__F
2) Nome, Sexo e Idade Cães ______________________ Gatos
________________
3) Algum dos animais é castrado? � sim � não
Quais?___________________________
4)Algum dos animais é vacinado? � sim � não Qual (is)?
________________________ Para quais doenças? __________________
Quem vacinou?_________________ Quando? ___________________________
5)Tem algum animal doente?_____ O senhor(a) sabe a doença?________________
6)Morreu algum animal recentemente?________Quantos? _______Qual a causa?
____________
O que foi feito com a
carcaça?___________________________________________________
7)Algum animal já teve cria?____ Quantas?_____Há quanto tempo?_____________
O que foi feito com os filhotes?
____________________________________________________
Os animais caçam? � sim � não Com que freqüência?___________________
O que eles caçam?
__________________________________________________________
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Apêndice G
Fonte: Alice S. Oliveira. Foto ilustrando a armadilha de pitfall-trap instalada em área de mata fechada.
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Apêndice H
Fonte: Alice S. Oliveira. Foto ilustrando a armadilha de pitfall-trap em área de mata aberta.
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Apêndice I
Fonte: Cortesia de Msc. Paula Sanches Martins. Espécime de Necromys capturado em uma das campanhas realizadas.
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Apêndice J
Fonte: Alice S Oliveira Roedores silvestres dentro da armadilha, em um dos baldes de captura.�
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