UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES
Mestrado em Musica
0 SAMBA-ENREDO CARIOCA E SUAS TRANSFORMA<;OES NAS DECADAS
DE 70 E 80: Uma analise musical.
Carla Made Oliveira Vizeu
Campinas, 2004.
Uf\JtCA.MP BlGLJO rt:cp., CENTrii•,i
OESEI\IVQLVI!!l!'!fl'\) ~)!'! ''''"'''~!/ !)!!
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES
Mestrado em Mtisica
0 SAMBA-ENREDO CARIOCA E SUAS TRANSFORMAC;OES NAS DECADAS DE 70 E 80: UMA ANALISE MUSICAL.
Carla M• de Oliveira Vizeu
Prol:Or.JOaikber:to Zan -orientador •
Campinas, 2004.
3
Disserta<;ao apresentada ao curso de
Mestrado em Mtisica do Instituto de
Artes da UNICAMP, como requisito
parcial para obten9ao do grau de
Mestre em Mtisica sob a orienta9ao do
Prof. Dr. Jose Roberto Zan.
V839s
FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO IA. -UN! CAMP
Vizeu, Carla. 0 samba-enredo carioca e suas transforma<;;5es nas decadas
de 70 e 80. Uma analise musical. I Carla Vizeu. - Campinas,SP: [s.n.], 2004.
Orientador: Jose Roberto Zan. Disserta<;;ao(mestrado)- Universidade Estadual de Campinas.
Instituto de Artes.
I. Samba-enredo. 2. Escola de samba. 3. Analise musical. I. Zan, Jose Roberto. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Artes. III. Titulo.
4
AGRADECIMENTOS
A CAPES; pelo patrocfnio de nove meses desta pesquisa.
Ao Institute de Artes- UNICAMP.
A todos os funcionarios deste Institute, em especial a: Cidinha (Coordenadoria de Graduac;ao -
Musica), as Teresas (Musica), Jayme (P6s-Graduac;iio), Cida e Vivien. (Diretoria).
A mens pais e minha familia, que incentivaram e apoiaram minha escolha, apesar dos receios.
A meu marido, Rodrigo Drummond, que, entre outras coisas, varias pesquisas de campo empreendeu
COIIllgO.
Aos amigos Andre Batalha e Fabio Saito, pelo apoio tecnico ( edic;iio das partituras e irnpressiio ).
A meus amigos, que ajudaram como puderam, principalmente ouvindo meus delfrios e agiientando
meus maus humores nos momentos diffceis. Gostaria de citar alguns (sem ordem de irnportil.ncia!):
Alessandro Penezzi, Lucilda Sales, Weber Reis, Carolina Scatolin, Catia Urbanetz, Carolina Vivaldi e Budi
Garcia.
A LIESA, especialmente ao Dr.Hiran Araujo e ao Fernando Araujo, pelo livre acesso a seu arquivo e
pelas conversas elucidativas que trouxeram muitas informa(i5es inexistentes nos livros.
A Rachel V aienc;a e Alexandre Medeiros, pela confian({a com que abriram suas casas para que eu
pudesse pesquisar seus arquivos (literario e sonoro) e pelas muitas duvidas respondidas.
5
RESUMO
0 objetivo desta dissertac;ao e verificar as transformac;oes ocorridas no samba-enredo durante as decadas
de 70 e 80 e as possfveis influencias do processo de racionaliza<;ao da festa carnavalesca e do desfile das
escolas de samba sobre esta musica, levando em considera<;ao a entrada e consolida<;ao desta no mercado
fonografico no perfodo. Apresenta tambem urn breve hist6rico das escolas de samba, alem de
considera<;;5es sobre as mudan<;as na industria cultural brasileira dos anos 70 e 80.
6
INDICE
Introdu<;:ao 15
Capftulo I : Carnaval e escolas de samba 19
Capftulo II: 0 Samba-enredo 45
Capftulo III: As decadas de 70 e 80 57
Capftulo IV - Metodologia e resultados 77
Considera<;:oes fmais 109
Anexos 113
Bibliogtafia 299
7
INDICE DE TABELAS
T ABELA I Dados comparatives das informa<;:6es dadas pelas fie has tecnicas 84
T ABELA 2 - Aspectos formais 87
T ABELA 3 - Frases conclusivas e suspensivas 94
TABELA 4 -Andamento 100
TABELA 5- Distribui<;:iio das notas fmais (N. F.) das "chamadas" em cada samba (Sb) 104
TABELA 6- Distribuic;:iio das notas fmais (N. F.) das "reiterac;:oes" em cada samba (Sb) 106
8
INDICE DOS ANEXOS
Sb 01 - Lendas e rnisterios da Amazonia
Sb 02- Festa para urn rei negro
Sb 03- Alo, alo tal Carmen Miranda
Sb 04- Lendas do Abaete
Sb 05- 0 rei de fran<;:a na Ilha de assombra<;:ao
Sb 06- 0 segredo das minas do Rei Salornao
Sb 07- Sonhar com rei da leao
Sb 08- Vov6 e o rei da Saturmilia na Corte Egipciana
Sb 09- Cria<;:ao do mundo na tradi<;:ao nago
Sb 10- Descobrirnento do Brasil
Sb 11- 0 sol da meia-noite: uma viagem ao pals das maravilhas
Sb 12- 0 teu cabe1o nao nega
Sb 13- Bumbum paticumbum prugurundum
Sb 14- A grande conste1a<;:ao das estrelas negras
Sb 15- Yes, n6s temos Braguinha
Sb 16- Ziriguidum 2001
9
113
125
133
. 141
149
161
173
185
197
209
221
233
243
259
273
289
INDICE DOS FONOGRAMAS - CD ANEXO
Faixa 1: Homenagem Carlos Cacha<;a
Faixa 2: Paz universal- Silas de Oliveira/ Mano Decio da Viola
Faixa 3: 61 anos de Republica- Silas de Oliveira/ Mano Decio da Viola
Faixa 4: Aquarela Brasileira- Silas de Oliveira
Faixa 5: Cinco bailes da hist6ria do Rio- Silas de Oliveira/ Ivone Lara/ Bacalhau
Faixa 6: Epopeia do samba- BaJa/ Duduca/ Jose Emesto Aguiar
Faixa 7: Chica da Silva Noel Rosa de Oliveira/ Anescarzinho
Faixa 8: Lendas e rnisterios da Amazonia Catoni! Jabol6/ Valtenir
Faixa 9: 2- Festa para urn rei negro - Zuzuca
Faixa 10: Al6, al6, taf Carmem Miranda- Heitor Achiles, Wilson Diabo/ Maneco
Faixa 11: Lendas do Abaete Preto Rico/ Jaja/ Manuel
Faixa 12: 0 rei de Fran<;a na Ilha de Assombra<;iio- ze Di/ Malandro
Faixa 13: - 0 segredo das minas do rei Salorniio - Nininha/ Dauro Ribeiro/ ze Pinto/ Mario Pedra
Faixa 14: Sonhar com rei da 1eiio- Neguinho/ G.R.E.S. Beija-Flor de Nil6polis
Faixa 15: Vov6 eo Rei da Saturnalia na Corte Egipciana- Savinho da B.F./ Luciano da B.F.
Faixa 16: Cria<;;iio do mundo na tradi<;iio Nag6- Neguinho daB. F./ Mazinho/ Gilson
Faixa 17: Descobrimento do Brasil- Toco/ Djalma Cril
Faixa 18: 0 sol da meia-noite: urna viagem ao pais das rnaravilhas - ze do Maranhao/ Wilson Bombeiro/
Aluizio
Faixa 19: 0 teu cabelo niio nega -Gibi/ Serjiio/ ze Catimba
Faixa 20: Bumbum paticumbum prugurundum- Beto sem Bra<;;o/ Alufsio Machado
Faixa 21: A grande constela<;iio das estrelas negras- Neguinho daB. F./ Nego
10
Faixa 22: Yes, n6s temos Braguinha- Jurandir/ Helio Turco/ Comprido/ Arroz/ Jaja
Faixa 23: Ziriguidum 2001- Gibil Tiaozinbo/ Arsenio
11
LIST A DE FIGURAS
Sb OJ - partitura
Sb OJ -esquema rftmico-rnel6dico
S b 02 - partitura
Sb 02 esquema rftmico-mel6dico
Sb 03 partitura
Sb 03 -esquema rftmico-mel6dico
Sb 04- partitura
Sb 04- esquema rftmico-mel6dico
S b 05 - partitura
Sb 05 - esquema rftmico-mel6dico
S b 06 - partitura
Sb 06- esquema rftmico-mel6dico
Sb 07 - partitura
Sb 07 -esquema rftmico-mel6dico
Sb 08 - partitura
Sb 08 -esquema rftmico-mel6dico
Sb 09 - partitura
Sb 09- esquema rftmico-mel6dico
Sb I 0 - partitura
Sb 10 - esquema rftmico-mel6dico
Sb 11 - partitura
12
114, 115, 116
1J7, 118,119,120
J26, J27
J28, 129
134, 135
136, 137
142, 143
144, 145
150, 151, 152
153, 154, 155
162, 163, 164
165, 166, 167
174, 175, 176
177, 178, 179
186, 187, 188
189, 190, 191, 192
198,199,200
201,202,203
210, 211, 212
213, 214, 215
221,222,223
Sb 11 -esquema rftmico-me16dico
Sb 12- partitura
Sb 12- esquema rftmico-me16dico
S b 13 - partitura
Sb 13 -esquema rftmico-me16dico
Sb 14- partitura
Sb 14 esquema rftmico-mel6dico
S b 15 - partitura
Sb 15 - esquema rftmico-mel6dico
Sb 16 - partitura
Sb 16- esquema rftmico-mel6dico
225,226,227
234, 235
236,237
244,245,246,247
248,249,250,251,252,253
260,261,262
263,264,265,266,267
274,275,276
277,278,279,280,281,282
291,292
293,294
13
INTRODUCAO;
As escolas de samba sao agremia.;:oes que se apresentam todo ano no camaval em urn desfrle
competitivo, no qual urn tema e contado pelos participantes atraves do canto, das fantasias usadas pelos
participantes e dos carros aleg6ricos 1 Esse des file e atualmente uma das maio res manifesta.;:oes do
carnaval brasileiro, tendo seu maior destaque no Rio de Janeiro. Fundadas no final da decada de 20, as
escolas de samba ganharam destaque na decada de 50, tendo posteriormente subjugado outras
manifesta<;:6es, como os Ranchos e as Grandes Sociedades, ate tornarem-se o principal atrativo do
carnaval carioca.
A musica caracterfstica desse evento e o samba-enredo, que canta o tema ( enredo) apresentado
pela escola na avenida. Essa modalidade de musica popular nao nasceu no mesmo momenta em que
surgiram as escolas; nos prirneiros desflles, os sambas cantados nem sempre tinham rela.;:ao com o
enredo. Nao se pode afirmar com precisao qual foi o primeiro samba-enredo da hist6ria, alguns
exemplos datam da decada de 30 e 40. Foi somente em 1952 que passou a ser exigido pelos
regulamentos do concurso a rela<;:ao samba!enredo.
As escolas de samba ja foram objeto de estudo de algumas areas, como a antropologia, as
ciencias sociais, a literatura e as artes plasticas. Porem, pouco se falou da musica desta manifestac;ao. 0
objeto desta pesquisa e exatamente esta musica, o samba-enredo.
0 samba-enredo sofreu diversas transforma.;:oes ao Iongo de sua existeucia. Hoje faz parte do
"maior show da terra", urn megaespetaculo meticulosamente organizado, que mobiliza urn grande
contigente pessoas durante todo o ano para que ele aconte<;:a, movirnentando elevadas quantias de
dinheiro em diversos setores da sociedades.
1 Carras aleg6ricos sao gigantescas esculturas construfdas sabre vefculos, feitas para ilustrar o enredo contado pela
escola, sabre os quais desfilam integrantes da escola.
15
Ao Iongo do tempo, as escolas de samba passaram de pequenas manifesta.;;oes populares- feitas
ern sua maioria por determinadas comunidades - a institui<;5es de grande porte - com participa<;ao cada
vez maior de turistas e integrantes provenientes de diferentes camadas sociais. 0 que se ve hoje em dia
no Rio de Janeiro, e ja hi algum tempo, e urn desfile cada vez rnais produzido para turistas, povoado de
lugares-comuns, onde os sambas cada vez mais se parecern. Esta constata<;ao fez surgir a indagaqao
que me levou a este estudo: se todo o carnaval sofreu tantas modifica<;5es durante anos, como se
comportou a rnusica que e a "trilha sonora" diretamente relacionada ao evento?
Para responder a esta questao, este estudo procurou identificar a estrutura dessa musica, as
similaridades e diferen<;;as entre suas partes, verificando a existencia de possfveis padr5es e as
rnudan9as ocorridas ao Iongo do perfodo estudado. Isto foi feito atraves uma anaJ.ise descritivo
comparativa dos aspectos rftmico-rne16dicos, da harmonia, instrumenta<;ao, forma e andamento de 16
sambas das escolas cariocas campeas do perfodo de 1970 a 1985. Porter surgido no Rio de Janeiro,
julguei rne!hor localizar o estudo do genero nesta cidade. A escolha de sambas das escolas campeas foi
feita por elas terem no samba-enredo urn rneio para atingir seu objetivo: veneer o concurso, ganhando o
premio e a proje<;ao tanto dentre suas concorrentes quanto na midia. 0 samba-enredo, quando aJcan<;a
este objetivo, torna-se consagrado.
A pesquisa pretendeu ainda identificar possfveis rela<;5es entre os processos de racionaliza<;iio,
cornercializa<;ao e subordina<;ao da festa carnavaJesca a 16gica empresariaJ, processo este que estou
definindo como industrializayiio do carnavaJ, com as transforma<;6es do samba-enredo. 0 processo de
"industrializa<;;ao" do carnavaJ se aprofundou e consolidou a partir da decada de 1970, o que justifica a
escolha do perfodo (1970- 1985). Nele ocorrerarn fatos que rnarcararn tanto a hist6ria do Brasil, que
vivia o auge da ditadura militar, quanto a das escolas de samba do Rio de Janeiro, que sofriarn grandes
mudan<;;as em sua estrutura. Como exemplos dessas mudan<;as, podemos citar o gigantismo
(crescirnento desenfreado do numero de seus integrantes), a participa<;;iio cada vez maior de turistas nas
16
escolas, a transforma<;ao dos ensaios em bailes para estes turistas, a cria<;ao dos discos anuats de
samba-enredo, alem de uma participa<;ao mais efetiva dos bicheiros2 nas escolas.
0 aspecto literario tambem foi levado em considera<;ao nas analises, ja que no decorrer da
pesquisa fui percebendo que seus elementos mais relevantes nao sao exclusivarnente os musicais. Os
pr6prios quesitos do regulamento do concurso, junto as instru96es dadas aos jurados, indicam quais sao
seus aspectos mais relevantes: "Geralmente, sao julgadas a letra e a melodia, surgindo dai a sua
contagem de pontos."(Muniz Jr, 1976: 184) "Por samba-enredo deve entender-se Letra do Samba
Enredo. A prirneira preocupa9ao do julgador deve ser se a mesma esta de acordo com o enredo
apresentado pela escola." (Alves, 1976: 124) A letra, entao, tern carater fundamental para o
entendirnento do samba-enredo.
A disserta9ao esta organizada em cmco capitulos. 0 prirneiro aborda o carnaval, suas
caracteristicas e origens, alem de urn pequeno hist6rico do carnaval carioca e sua musica. Nele tambem
sao apresentados urn breve hist6rico do samba, alguns fatos marcantes da hist6ria das escolas de
samba, alem das origens do sarnba-enredo.
0 segundo capitulo aborda o samba-enredo, suas caracteristicas e ternaticas, e tambem as
modifica96es ocorridas em decorrencia da influencia da figura do carnavalesco.
No capitulo tres sao descritos fatos marcantes na hist6ria das escolas de samba e do pais nas
decadas de 70 e 80. Nele estao descritas algumas caracteristicas da estrutura literaria do samba-enredo
desse periodo e o surgirnento de novas ternaticas nesse periodo.
2 Bicheiro eo agente (banqueiro) de apostas do jogo do bicho. Este jogo foi criado no seculo XIX pelo Barao de
Drummond, com o intuito de aumentar a freqiil~ncia ao Jardim Zool6gico. As pessoas recebiam urn bilhete com urn
determinado animal carimbado na entrada. Em certa hora havia urn sorteio e a pessoa cujo animal tivesse sido sorteado
ganhava urn premio. Com o tempo, o jogo se popularizou, mas foi posto na ilegalidade por ser um jogo de azar (Araujo &
J6rio, 1975: 60).
17
No capitulo quatro estao descritas as amilises, apresentadas em urn texto que descreve as
caracterfsticas gerais da estrutura dessa musica e seu carater de produto da industria fonogr:ifica.
0 capitulo cinco apresenta as considerac;:6es fmais sobre o trabalho, descrevendo as mudanyas
ocorridas no samba-enredo e apontando relac;:6es entre estas e o processo de racionalizac;:ao no perfodo
estudado.
No anexo constam os esquemas de analise musical, as fichas tecnicas, os esquernas de analises
musical, as letras e partituras de cada urn dos sambas-enredo. Tambem consta como anexo urn CD com
os sambas analisados e alguns dos sambas citados no decorrer do texto.
Foi levando em considerac;:ao todas essas caracterfsticas que este trabalho foi realizado, com o
intuito de responder aos questionamentos colocados ( e levantando muitos outros nesse percurso) e
colaborar para o estudo desta marUfestac;:ao tiio irnportante que e o carnaval brasileiro.
18
CAPiTULO I ; CARNAYAL E ESCOLAS DE SAMBA
0 camaval
A humanidade, em seus prim6rdios, tinha sua percepc;:iio de tempo relacionada aos ciclos
naturais, como as estac;:oes do ano, as colheitas e os ciclos lunares. As sociedades embutidas nessa
"circularidade c6smica", na qual os ciclos ocultavam os misterios do sagrado, apresentavam em seus
mitos de origem urn fundamento musical (Miranda, 2001: 37).
A essa referenda do tempo cfclico da vida natural, foi-se somando a referenda dos
acontecimentos sociais. Com o decorrer do tempo, a sensac;:iio da passagem regular das estac;:oes
cfuruiticas e as caracterfsticas naturais do eiclo biol6gico e acrescida por fatores que inclufam os
eventos da sociabilidade humana. Em todo esse processo, a festa sempre representou importante papel
na marcac;:iio do tempo (Miranda, 2001: 38).
Uma das festas mais antigas que se conbece e o carnaval, que tern como principal caracterfstica
ser o momento em que o tempo da festa 1 se instala em contraposic;:iio ao da ordem funcional da
sociedade. Mesmo sendo este momento, ha muito, rigorosamente limitado pelas instituic;:oes oficiais,
nele nada, ou quase nada, e impossfvel (Augras, 1998: 15). Ha uma aparente aproximac;:iio de opostos
sociais no congrac;:amento de folioes, as fantasias vern a tona, cria-se outra realidade, como em urn jogo
que, neste limitado perfodo, toma-se vida real: "0 camaval e a segunda vida do povo, baseada no
princfpio do riso. E a sua vida festiva" (Bakhtin, 1996: 7). E urn evento que desorganiza a normalidade
do cotidiano partindo de uma perspectiva que altera o sentido oficial dos fatos (Miranda, 2001: 64).
Sobre o camaval e suas origens, muito ja foi cantado pelos sambas camavalescos:
'Caiu dos olhos da vov6, Ia lain lain uma lngrima sentida
lembrando imagens de crian~a do velho tempo que passou
0 seu pranto e colorido nas vivos cores da televisao
1 Termo utilizado por Dilmar Miranda (2001).
19
que hoje assiste recordando formosos Ranchos e Grandes Sociedades
0 esplendor da noite como era Iindo "A presen~a do dia"
A "Corte Egipciana·, enredos de nostalgia
Nao chore nao, vov6, nao chore nao,
veja quanta alegria dentro da recordac;ao
Relembre a gra~a do Entrudo eo fasdnio do Baile de Veneza;
Ia em Roma paga para festejar a primavera
colhiam frutos e faziam orgias que comec;avam ao romper do dia
e vinha o Rei no belo carro naval
alegrando a Saturnalia, inventando o carnaval
De Ia pro ca, tudo se transformou mas a vitoria da folia ficou
no encanto do meu povo que brinca sambando quando samba a Beija-Fior"
(Vov6 eo Rei da Saturnalia na Corte Egipciana - G.R.E.S.2 Beija-Flor de Nilopolis-1977)
E ainda:
"0 rei mandou cair dentro da folia e Ia vou eu
o sol que brilha esta noite vem da Ilha Iindo sonho que e so meu
Vem, vem amor na poesia vem rimar sem dor
Na fantasia vem colorir que a vida tem mais cor
Vem na magia me beija nesse mar de amor
vem me abrac;a mais que eu quero e mais o teu corac;ao
Eu vou tomar um porre de Felicidade
vou sacudir, eu vou zoar toda a cidade
E Boi Apis, Ia no Egito, Festa de Isis
E, Deus Baco, bebe sem magoa
voce pensa que esse vinho e agua
E primavera na lei de Roma a alegria e que impera
6 que beleza, mascara negra Ia no bai le de Veneza
Oi, joga agua que e de cheiro, confete e serpentina
2 A sigla G.R.E.S. significa: Gremio Recreativo Escola de Samba.
20
Lan~a-perfume no cangote da men ina'
(Festa profana - G.R.E.S. Uniao da llha do Governador- 1989)
Nao e possfvel afll'!l1lll' com certeza data e local de origem da "festa profana", mas e recorrente
na hist6ria da humanidade a existencia de urn momento eleito pelos homens para divertir-se, extravasar
sua alegria com maior liberdade (Eneida, 1958: 8).
Das variadas origens dessa manifestac;:ao cultural, alguns autores defendem que ela parece ter se
originado nas antigas festas de comemorac;:ao das colheitas feitas pelos carnponeses em honra aos
deuses (Valenc;:a, 1996: 9). Tarnbem esta relacionada aos cultos egfpcios a deusa Isis, assim como as
venerac;:oes a divindades hebraicas, ao culto ao Deus Dionisio na Grecia, as Saturnalias romanas, tendo
carater sensual, apresentando danc;:as, mascaras e mtisicas barulhentas (Eneida, 1958: 8).
Durante a Idade Media, a festa paga foi absorvida pelo calendario littirgico na criac;:ao do
calendario gregonano, acontecendo imediatarnente antes da quaresma (Miranda, 2002: 46-48). 0
camaval sofreu certa censura da Igreja, que s6 o tolerava com a justificativa de que esse sena o
momento de despedir -se dos prazeres mnndanos antes da Quaresma, perfodo no qual os fieis faziarn
pertitencia (V alens;a, 1996: 9).
Sendo o foco desta pesquisa o sarnba-enredo carioca, devemos agora descrever como era o
carnaval que chegou ao Rio de Janeiro, ainda na epoca colortial, e como ele evoluiu ao Iongo do tempo.
0 carnaval carioca e sua musica
0 camaval brasileiro que hoje conbecemos tern suas raizes em tradic;oes de origem europeia e
africana. A mtisica produzida especificarnente para o evento s6 comec;:a a surgir nos tiltimos anos do
seculo XIX (Tinhorao, 1974: 105). Mas a festa paga em terras brasileiras comec;:ou bern antes disso.
0 Rio de Janeiro, capital do pais desde 1763, era o Iugar de encontro de brasileiros livres e
escravos, alem de africanos vindos diretarnente de seus paises de origem; tarnbem recebia, em maior
quantidade, as novidades europeias (Cabral, 1996: 19). Era Ia tarnbem que se concentravarn os
21
ernigrantes baianos, constituindo, desde a decada de 1870, a segunda maior colonia de ernigrados da
capital do pais3 Este "caldeirao" de influencias certamente propiciou a grande diversidade de festejos
mornisticos apresentados pela cidade desde meados do seculo XIX ate hoje.
Durante os primeiros seculos da colonizac;ao, o carnaval carioca restringiu-se apenas a pratica
do Entrudo. Trazido pelos portugueses, dominou a cidade (eo pais) durante tres seculos. [XVII a inicio
do XX] (Eneida, 1958: 16). 0 Entrudo era uma brincadeira individualista, festejado em casa pelas
farnilias e nas ruas pe1os escravos e a rale, que saiam pelas ruas atirando uns nos outros lim6es de
cheiro e agua, entre outras coisas. Quando, porem, a estrutura social foi se modificando e deu-se o
surgimento de camadas diversificadas, o carnaval passou a ter urn sentido de diversao coletiva. Para
tanto, a emergente classe media e a aristocracia criaram brincadeiras inspiradas no carnaval veneziano,
como o desflle de prestitos (Tinhorao, 1997: 18; Araujo & J6rio, 1969: 110).
Assim, novas brincadeiras iriam se difundir ao Iongo do novo seculo, que trazia consigo uma
nova mentalidade; o Rio era uma cidade que queria "civilizar-se", tendo como modelo as cidades
europeias. A recem construfda Avenida Central ( atual Avenida Rio Branco) criava em seus moradores
a consciencia de cidadaos moradores numa grande cidade. 0 entrudo portugues foi desaparecendo
lentamente, dando Iugar a brinquedos mais condizentes com essa mentalidade (Eneida, 1958: 28).
Na virada do seculo, o carnaval se apresentava dividido em dois grupos: o Grande e o Pequeno
Carnaval. As brincadeiras coletivas das elites constitufam o "Grande Carnaval", composto
principalmente pelas Grandes Sociedades, representado tambem pelos Bailes de Mascaras e os Corsos.
As Grandes Sociedades deixaram como heranc;a para as esco1as de samba exatamente o que tinham de
mais interessante os seus prestitos ou carros aleg6ricos (Cabral, 1996: 21).
Em oposic;ao ao Grande Carnaval, o povo tambem diversificou suas formas de festejar em
meados do seculo XIX. Formado por agruparnentos das classes mais pobres da populac;ao, os cord6es,
3 Ver numeros em: Tinhorao, 1990: 208. 22
os ranchos e os blocos eram os principais representantes do Pequeno Carnaval (Cabral, 1996: 24). Em
entrevista dada ao cronista carnavalesco Vagalume, o baiano Hilario Jovino Ferreira - urn destacado
personagem da hist6ria do carnaval carioca - inforrnava por quem era feito o pequeno carnaval de
1894: "Pelo cordao dos Velhos, pelos ze-pereiras e pelos dois Cucumbis da Rua Joao Caetano e da Rua
do Hospfcio (depois rua Buenos Aires)" (Cabral, 1996: 24).
Aqui nos interessa descrever as manifesta~6es que tiveram algurna influencia sobre as escolas de
samba, servindo de modelo em certos aspectos. Destacamos assim os ranchos, os cord6es e os blocos.
Jota Efege em seu "Ameno Reseda, o rancho que foi escola" aponta a origem dos ranchos nos
pastoris (Efege, 1965: 19). Pastoris sao dan~as e cantos realizados na epoca do Natal em homenagem
ao Deus Menino, nos quais seus integrantes faziam cortejo em pra~as publicas ou em visitas a
presepios, cantando e dan~ando ou representando autos natalinos (Araujo, 1967: 173-174; Camara
Cascudo, 1988: 662). Seu cariiter sacro foi se profanando ao Iongo do tempo.
Nos ranchos, o cariiter sacro da rnarUfesta~ao foi profanado mais do que nos pastoris, nos quais
a origem sacra ganhou contomos recreativos de urna concepc;:ao aleg6rica (Efege, 1965: 19). Foram
trazidos do nordeste pelos baianos, provenientes de nucleos rurais nos quais se realizavam os ranchos
de Reis. Os baianos da Saude criaram por volta de 1870 os primeiros ranchos cariocas, adaptando a
rnarUfestac;:ao fo1c16rica a festa citadina do carnaval (Tinhorao, 1997: 19).
Em 1872, quando da chegada de Hilario Jovino Ferreira, jii existia pelo menos urn rancho no
Rio de Janeiro: o "Rei de Ouros", conforme ele mesmo confessou ao cronista carnavalesco Vagalume
em entrevista ao Diario Carioca, em fevereiro de 1931. (Efege, 1965: 76). Hilario fez hist6ria quando,
tendo fundado o rancho "Dais de Ouros", resolveu sair nao mais no dia 6 de janeiro, como era o
costume herdado dos pastoris, mas nos dias de carnaval, provavehnente em 1893 ou 1894. (Tinhorao,
1990: 213)
23
Os ranchos desfuavam pelas ruas "com foli6es representando pastoras e pastores em roupas de
cores vivas, e que, a caminho da lapinha, dan9avam e cantavam carnavalescamente chulas ao som de
violao, viola, cavaquinho, ganza e prato raspado com faca4, tendo a frente a figura do bicho de que
tiravam o nome ( ... ), mais o mestre-sala, porta-bandeira, porta machados, balizas 'e ainda urn ou dois
personagens que lutam com a figura principal que da nome ao rancho"'. 5 0 mesmo aut or acrescenta
que nesse tempo as pastoras ainda eram denominadas saloias, indicando a origem portuguesa dos
pastoris baianos (Tinhorao, 1990: 213-214). Iniciavam sen desfile na Pedra do Sal, passando
tradicionalmente por casas de pessoas importantes, como as casas das tias baianas - citando duas
conhecidas historicamente: tia Bebiana e Tia Ciata na Cidade Nova - ate atingir o local de
apresentas;ao, o Largo de Sao Domingos - desaparecido em 1942 com a construs;ao da Avenida
Presidente Vargas (Valens;a, 1996: 32).
A hist6ria dos ranchos tern urn marco muito importante em 1907: a funda<;:iio do "Rancho
Escola Ameno Reseda", que, segundo Tinhorao, destacou-se por ser feito nao mais pelos nucleos de
trabalhadores nao qualificados baianos mas pelos da classe media carioca ligada ao funcionalismo
publico e ao trabalho qualificado em fabricas de tecidos e no Arsenal da Marinha (1990: 215). 0
Ameno Reseda introduziu importantes mudans;as na estrutura do desfue, como a desvinculas;ao dos
moldes afro-religiosos, a escolha de urn tema [emedo], a utiliza<;:iio de uma concep<;:iio aleg6rico
musical. Diferenciou-se em muito tambem de seus co-irmiios na musica da qual se fazia acompanhar,
fazendo urn desfile cadenciado ao som de marchas lentas, cujas melodias cantavam versos rebuscados
(Efege, 1965: 22). Tinhorao acrescenta que esse rancho trazia em suas marchas a parte mel6dica mais
4 E sabido que nos ranchos tam bern eram utilizados instrumentos de sopro, como flauta e clarinete (Almeida, apud
Eneida, 1958: 138)
5 A ultima parte da frase faz parte da entrevista dada ao au torpor Getulio Marinho, em 1962. Ver Tinhorlio, 1990:
304.
24
valorizada (1990: 215). 0 rancho estreou no carnaval de rua carioca de 1908 apresentando orquestra de
vinte participantes, com set;ao de sopros e coro de pastoras a varias vozes, cantando urn repert6rio de
catorze marchas, algumas aproveitando trechos da opera II Guarani, de Carlos Gomes, e da opereta A
Gueixa, de Sidney Jones (Tinhorao, 1990: 216).
Os ranchos sobreviveram durante algum tempo, tendo sua popularidade subjugada pela das
escolas de samba, que deles herdaram varias caracterfsticas, abordadas posteriormente.
Os cordoes, segundo Tinhorao, surgiram no correr do seculo XIX como uma forma rnais
disciplinada de brincadeira para fugir das perseguic;oes policiais ao .Entrudo, apresentando-se como
uma paganizat;ao das procissoes feita pelo povo (1974: 107). Sao considerados pelo mesmo autor como
os prirneiros micleos de criadores da autentica musica de carnaval. Sua origem pode ter sido a festa de
Nossa Senhora do Rosario, nos tempos de colonia (Rio, apud Eneida: 1958: 123; Tinhorao, 1974: 107).
Seus foli6es avanc;avam pelas ruas de maneira anarquica, brincado fantasiados ao som de
instrumentos de percussao, conduzidos por urn mestre que comandava o grupo com urn apito6. Alguns
personagens eram comuns, como os velhos, palhac;os, reis, rainhas e diabos, entre outros. Os velhos
cantavam marchas lentas e ritmadas, enquanto os palhac;os cantavam chulas em ritmo acelerado
(Almeida apud Eneida, 1958: 121-123).
0 compositor Getulio Marinho, o Amor, falou sobre a musica dos cordoes em entrevista a Jose
Ramos Tinhorii.o : "Havia tres tipos de chulas: a chula de palhat;o de circo, como o do "6 raia o sol!
suspende a lua! viva o palhat;o/ que esta na rua"7; chula de palhac;o de guizos, que safa em cordao de
velho cantando ao som de carnisii.o, pandeiro grande e tamborirn; a chula raiada, que ia dar o samba
6 Talvez esta figura seja o antepassado do atual mestre de bateria, que tambem conduz sua "orquestra" com urn
apito.
7 E interessante destacar que estes versos podem ser encontrados em urn samba da G.R.E.S. Portela de 1980, que
tern como tema o circo.
25
raiado, ou samba do partido alto, a base de flauta, violiio, cavaquinho e ritmo de prato raspado com
faca, pandeiro e palmas." (1990: 21 0).
Sobre essa musica e necessaria fazer alguns esclarecirnentos. A chula, segundo Tinhorao, pode
ter sido uma das precursoras do samba. Em entrevista dada ao autor, Joao da Baiana afirma: "Antes de
fala (SIC) samba, a gente falava chula. Chula era qualquer verso cantado. Por exemplo. Os versos que
os palha~o cantava (SIC) era chula de palha~o. Os que saia (SIC) vestido de palha~o nos cordao-de
velho tinha (SIC) as chula de palha~o de guizo. Agora, tinha a chula raiada, quer (SIC) o samba do
partido alto. Podia chama (S/C)chula raiada ou samba raiado. Era a mesma coisa. Tudo era samba do
partido alto." (1990: 211).
Nei Lopes, ap6s discutir as manifesta~6es musicais de ongem negra em seu livro sobre o
assunto, apresenta as seguintes defini~6es:
"CHULA. s.f. Especie de samba baiano tambem a base de solo e coro, porem de melodia mais
complexa e extensa que a do samba rural comum. Diz-se tambem da parte solada desse samba.
CHULA RAIADA. Diz-se da chula na qual se entremeiam, ao sabor do entusiasmo da fun<;ao,
versos da tradi~ao popular.
SAMBA RAIADO. 0 mesmo que chula raiada ou samba chulado.
SAMBA CORRIDO ou SAMBA DE PRIMEIRA. Samba ja sem refrao, mas ainda sem a
segunda parte fixa que caracteriza o samba urbano de consumo de massa. Onde deveria estar a segunda
parte, entram solos ad libitum.
PARTIDO-ALTO. No passado, especie de samba instrumental e ocasionalmente vocal (feito
para dan~ar e cantar), constante de uma parte solada, chamada "chula" (que dava a ele tambem o nome
de samba-raiado ou chula-raiada) e de urn refrao (que o diferenciava do samba corrido)" (1992: 51).
0 autor ainda destaca que o samba corrido e aquele que existia nas "prirnitivas escolas de
samba" (1992: 51).
2
Os blocos eram fonna<;oes carnavalescas que uniam folioes para brincar livremente na rua.
Parece que foram eles os herdeiros dos cordoes, nurna busca dos folioes por urna maneira mais simples
de brincar o carnaval. Havia blocos de fonna<;:iio mais aberta, geralmente denominados "blocos de
sujo", e os blocos mais fechados, os "blocos comunitarios". Nestes ultirnos, urn samba era tocado por
urna bateria fonnada s6 por instrumentos de percussiio, tendo sua prirneira estrofe cantada pelas
pastoras e a segunda parte irnprovisada pelos mestres de canto, pnitica que foi herdada pelas escolas de
samba. Esta rnanifesta<;;iio sobrevive ate hoje no carnaval de varias cidades brasileiras (Valen<;a, 1996:
40).
Osamba
A rnarcha e o samba sao, de acordo com Jose Ramos Tinhoriio, os generos de musica urbana
mais reconhecidos como autenticamente cariocas (1974: 115). Produtos do carnaval, tiveram como
origem a necessidade de urn ritmo mais condizente tanto com a cadencia das lentas passeatas dos
ranchos quanto com a procissiio desenfreada dos blocos e cordoes (Tinhoriio, 1990: 17 -18).
A origem do termo samba ja foi bastante discutida, mas, atualmente, existe o consenso de que o
vocabulo teria vindo de "semba", umbigo em angolano (Miranda, 2001: 283). 0 termo foi utilizado
durante muito tempo para designar tanto a dan<;a, a musica, quanto o encontro nos quais eram
produzidas essa dan<;;a e essa musica.
0 que nos interessa destacar neste t6pico e o samba urbano carioca como origem do samba
enredo. Nas palavras de Donga, personagem marcante da hist6ria do samba, podemos perceber indfcios
de sua procedencia: "0 sarnha niio surgiu comigo. E1e ja existia na Bahia, muito tempo antes de eu
nascer, mas foi aqui no Rio que ele se estilizou" (Donga, apud Miranda, 2001: 283).
Num prirneiro momenta, o samba se mostrava urn "estrangeiro" para o Rio de Janeiro, ja que
originalmente possuia carater rural, tendo procedencia baiana (Sandroni, 2000: 88).
27
Como ja foi falado, a comunidade de baianos no Rio de Janeiro desde 1870 era grande. Os
membros dessa comunidade se uniam para receber aqueles que chegavam, para festejar, para realizar
seus ritos religiosos. Alguns membros desta comunidade se destacavam: as tias baianas. Eram a viga
mestra da comunidade, relacionadas a prole a e as frentes do trabalho comunal - como a religiao; eram
"rainhas negras" da regiao que Heitor dos Prazeres charnava de "Pequena Africa", localizada entre a
zona do cais do porto ate a Cidade Nova, em torno da Pra~;a Onze (Moura, 1983: 62). Tia Ciata foi a
mais famosa delas. Sua casa, situada a rua Visconde de Itauna, perto da Pra~;a Onze, foi apontada por
Almirante como o local de nascimento do samba, por ser a casa era urn centro de musica, onde nasceu
o polemico "Pelo telefone" (Cabral, 1996: 32). Eo que se tocava nesta casa nos dias de testa? Na sala
de visitas acontecia o baile; no qual eram tocados sambas de partido entre os mais velhos e musica
instrumental (quando compareciam os musicos profissionais negros); no terreiro, o samba raiado e as
vezes as rodas de batuque entre os mais novos (Moura, 1983: 67).
0 samba tambem era cantado na festa de Nossa Senhora da Penha. Festa de origem portuguesa,
datada do fmal do seculo XVIII, foi apropriada pelos negros, passando a constar no calendario de
festas populares, acontecendo, depois da metade do seculo XIX, em todos os domingos de outubro.
Transforrnou-se na principal festividade popular carioca fora dos dias de carnaval, servindo de palco
onde os sambistas apresentavam suas composi~;6es, num tempo em que ainda nao havia meios de
divulga~;ao, como o radio. Isto passou a atrair musicos e grupos profissionais ou em vias de
profissionaliza~;ao para os concursos com patrocinio do comercio e cobertura da irnprensa (Moura,
1983: 71-73).
1917 e urna data que marca a hist6ria do samba: nela foi feito o registro do famoso "Pelo
telefone". Antes dele, outras musicas ja haviam sido gravadas sob a denomina~;ao "samba", porem foi
ele o estopirn que iniciou o processo no qual o samba adquiriu, como genero musical, a hegemonia das
musicas gravadas no Brasil (Cabral, 1996:32). Em urna epoca em que era comum a irnprovisa~;ao dos
28
partidos altos, o que propiciava as crial(oes coletivas, criou-se grande alvoroi(O com a atitude de Ernesto
dos Santos, o Donga, fllho de uma das famosas tias baianas que abriam suas casas para que seus
conterriineos pudessem festejar. Donga registrou "Pelo telefone" como de sua autoria e do jornalista
Mauro de Almeida, o Peru dos Pes Frios. De acordo com Moura, o tema do samba teria sido feito numa
das rodas de samba na casa de Tia Ciata, como tantos outros. Tinha sua versao inicial como partido,
sendo aberto a improvisal(oes, e foi cantado livremente ate 1916 nos pagodes, quando Donga teria !he
dado urn desenvolvimento defmitivo com uma letra de Mauro de Almeida (1983: 77).
Mas neste samba e em outros, tanto anteriores, contemporiineos e posteriores a ele, ainda podia
se perceber a influencia do maxixe, genero que teve suas origens na polca e no lundu (Tinhorao, 1974;
Sandroni, 2000).
Este samba de carater maxixado ficou conhecido como o samba da "primeira geral(iio de
sambistas", tais como Donga, Sinh<\ Heitor dos Prazeres, Joao da Baiana, Caninha, Pixinguinha, entre
outros. Sobre eles, uma passagem do livro de Roberto Moura, ja citado, merece ser destacada: "Sinh6
( ... ) foi o elemento de transil(iiO entre o maxixe ( ... ) eo samba( ... ). Mesclou o samba que nascia como
maxixe que resistia as investidas moralizadoras, e criou o samba maxixado, do qual Jura, Gosto que me
enrosco, e outros sao exemp1o. Donga seguin seus passos e depois evoluiu musicalmente. Caninha
sedimentou-se no tempo e ficou amaxixado. Pixinguinha cresceu e se fez universal. Heitor dos
Prazeres, apesar dos esfori(OS, sempre foi amaxixado em todas suas composil(5es de vulto" (Francisco
Duarte, apud Moura, 1983: 54).
Porem, uma segunda gera"ao transforrnou esse samba para que ele pudesse adaptar-se a
novidade carnavalesca que surgia na decada de vinte: as escolas de samba.
29
Inovacoes no samba: a formaciio das escolas de samba
Oriundas da jun~ao de elementos dos blocos, cordoes e dos ranchos, as escolas de samba
surgiram no fmal da decada de vinte (Augras, 1998; Cabral, 1996; Araujo & J6rio, 1969). Dos ranchos
as escolas herdaram, alem da apresenta~ao de urn enredo, a estrutura do desfile: a caminhada como em
procissao, o carro abre-alas, a comissao de frente, as figuras de Mestre-sala, Porta-bandeira e Diretor de
harmonia (Baliza, Porta-estandarte e Mestre de manobras para os ranchos) sao alguns exemplos. Dos
cordoes e blocos vieram seus instrumentos e musica.
0 termo "Escola de Samba" foi utilizado pela prirneira vez pelos compositores do bloco
carnavalesco Deixa Falar, fundado em 1928 por compositores jovens do morro do Estacio, como
Ismael Silva, Rubem Barcelos e Buci Moreira. Alguns autores defendem a ideia de que o termo tenha
sido utilizado com o intuito de conseguir maior aceitao;ao de sua manifesta~ao (Augras, 1998: 24;
Araujo & J6rio, 1969: 112). Os blocos eram considerados agrupamentos violentos, e alguns deles, para
tirar esta rna irnpressao, come9aram a ter sua estrutura mais organizada - a associao;ao com o termo
escola lhes garantia essa qualidade e maior credibilidade. Tambem e explicado o uso do termo pelo
b1oco devido a preseno;a no bairro de uma Escola Normal, perto da qual se reuniam os compositores.
Dizia-se que esta forrnava professores para a rede escolar, e que a Deixa Falar forrnava professores de
samba, sendo tambem escola (Cabral, 1996: 41).
A Deixa Falar acabou estabelecendo o tftulo. Por isso, e usual considerar a "Deixa Falar" como
a prirneira esco1a de samba. Ela acabou transformando-se em rancho (1932) e posteriormente se
extinguindo (Cabral, 1996). Alem da adoo;ao do termo, as inovao;oes feitas por seus compositores em
seus sambas foram "ensinadas" a seus co-irmiios, e no comeo;o da decada de 30 ja existem algumas
escolas, destacando-se entre outras a Portela ( oriunda do bloco V ai Como Pode) e a Mangueira
( oriunda do bloco dos Arengueiros) - duas das escolas mais antigas do carnaval carioca.
30
As escolas de samba diferenciavam-se dos ranchos fundamentalmente por sua musica:
"Desenvolvirnento do rancho na sua estrutura processional, sornente o samba faz a diferen<;:a
fundamental entre ranchos e escolas: diferen<;:a de ritrno, de ginga, de evolu<;:6es e, demonstras:ao de
preferencia popular, o nurnero de figurantes. ( ... ) Mais uma vez o samba imp6e uma diferenc;:a, pois
enquanto o rancho se acornpanba de urna pequena orquestra convencional, as escolas gingam ao sorn
de vigorosa e inumeravel orquestra de percussao" (Carneiro, apud Efege, op. cit. p. 16). Nas escolas de
samba a instrumenta<;:ao era diferente: o surdo, por exemplo, e inven<;:ao deJa, e nao era pennitido o uso
de instrumentos de sopro.
Mas, alem disto, as inova<;:6es dos cornpositores do Estacio deram ao samba urn tratamento que
perrnitia as pessoas desfliarern cantando e dan<;:ando no carnaval, que era a inten<;:ao. Em entrevista a
Sergio Cabral, Ismael Silva esclareceu: "Quando cornecei, o samba nao dava para os agrupamentos
carnavalescos andarem nas ruas, conforme a gente ve hoje em dia. 0 estilo nao dava para andar.
Comecei a notar que havia esta coisa. 0 samba era assim: tan tantan tan tan tantan. Nao dava. Como e
que urn bloco ia andar na rua assim? Ai, a gente corne<;:ou a fazer urn samba assim: burn burn
paticurnburnprugurundurn" (1996: 242). Assim definiu a musica criada por este grupo o veterano
compositor da Mangueira, Babau: "era samba de sambar" (Cabral, 1996: 34).
A diferen<;:a entre o samba feito por estes compositores e o da primeira geras:ao de sambistas que
freqtientava a casa das tias baianas era marcante, fruto de urn novo tratamento ritrnico dado a marcac;ao
do samba, para que ele fosse "samba de sambar". Carlos Sandroni, em seu livro "Feiti~o Decente:
transforrnaroes do samba no Rio de Janeiro (1917 - 1933)", fez uma analise minuciosa dessas
transformac;:6es. Identificou duas celulas ritrnicas basicas, que chamou paradigmas: o do tresillo,
relacionado ao samba da primeira gerac;:ao, e o do Estacio, relacionado aquele produzido pelos
sambistas da segunda gera<;:ao - os rnesmos que fundaram a primeira escola de samba (Sandroni, 2001:
32).
31
0 "paradigma do tresillo" consiste em urn conjunto de variantes de urn ritmo assimetrico
construfdo sobre urn ciclo de oito pulsa<;:6es (aqui representadas pela semicolcheia). Tern como
caracterfstica principal a marca contrametrica8 recorrente da quarta pulsac;:ao de urn grupo de oito,
ficando dividido em duas "quase-metades" desiguais (3+5).
Como exemplo (Sandroni, 2001: 29):
~l • l
Jl II
0 paradigma do Estacio apresentava urn novo ciclo, freqiientemente dado pelo tamborim na
orquestrac;:ao de percussao ( e tambem encontrada em participac;:6es da cufca) construfdo sobre 16
pulsa<;:6es, sendo esta sua principal caracterfstica. Tambem apresenta variac;:ao.
Como exemplo (Sandroni, 2001: 36):
II Desta forma , os paradigmas estao pr6ximos no que se refere a contrametricidade e noc;:ao de
"imparidade rftmica"9, e se afastam por estarem construfdos sobre pu1sac;:6es com ciclos de tamanhos
diferentes.
8 Uma articulac;ao ritmica sera cometrica quando acontecer na primeira, terceira ou s6tima semicolcheia do 2/4; e
sera contrametrica quando acontecer nas posic;6es restantcs, necessariamente niio podendo ser seguida por outra articulac;ao
na posic;ao seguinte.
9 Imparidade rftmica e a denominac;ao dada por Simha Arom para urn fen6meno verificado na mllsica africana.
Nela, existem grupos de fOrmulas rftmicas onde se misturam grupos ternirios e bin:irios, originando perfodos rftmicos pares.
Por6m, quando se tenta dividi-los em dois, respeitando sua estruturac;ao interna, o resultado sao duas "quase-metades", duas
32
0 "samba de sambar", feito de acordo corn o paradigrna do Estacio, criou polernica e foi
defmido pelos sambistas da prirneira gerac;:ao como rnarcha. Cabe aqui reproduzir a famosa discussao
entre Donga e Isrnael Silva sobre qual era o verdadeiro samba, transcrita de urna entrevista feita por
Sergio Cabral:
"DONGA: - Ue, samba e isso ha rnuito tempo '0 chefe da policia/ Pelo telefone/ Mandou me
avisar/ que na Carioca/ Tern urna roleta para se jogar'.
ISMAEL: - Isto e rnaxixe.
DONGA:- Entao o que e samba?
ISMAEL: - 'Se voce jurar/ Que me tern amor/ Eu posso me regenerar/ Mas se 61 Para fmgir,
rnulher/ a orgia assirn nao vou deixar'
DONGA: - Isto niio e samba, e rnarcha" (1996:37).
As escolas de samba se apresentavam na Pra<;oa Onze ou ern visitas a suas coirrniis - era rnuito
cornurn organizar urn desfile para homenagea-las (Valen~a, 1983: 13).
Mas o "samba de sambar" criado no Estacio fazia com que as escolas come~assem a charnar a
aten~ao de olhares extemos. Por iniciativa da irnprensa, o prirneiro desfl.le das escolas de samba
ocorreu em 1932. A ideia parece ter vindo do diretor e proprietatio do Jomal Mundo Sportivo, Mario
Filho. Ao encornendar ao reporter Carlos Pimentel urna serie de entrevistas com personagens das
escolas, ele sugeriu que seria mais interessante promover urn concurso entre elas (Cabral, 1996: 59).
E irnportante ressaltar que ja havia competi<;ooes entre sambistas ha algurn tempo, mas a
participac;:iio da irnprensa e que toma concreto a competic;:ao entre as escolas em urn desftle. Niio e
possfvel afirrnar qual seria o carninho trilhado pelas escolas sem esta interferencia exterior.
partes desiguais (Sandroni, 2000: 24-25). Para entender melhor estes conceitos, procurar: Arom, S. (1985, !998); Jones, A.
M. (1959); Kolinski, M.(l960, 1973); Kubik, G. (1979); Sandroni, C. (2000).
33
Entidades representativas
As primeiras sementes de organizac;;iio dentro das escolas podem ser verificadas em 1934,
quando criam sua primeira entidade representativa, a Uniao das Escolas de Samba. Era composta por
representantes das escolas existentes na epoca, como a Mangueira, o Prazer da Serrinha - futura
Imperio Serrano, a V ai Como Pode - que a partir de 1935 seria batizada por urn chefe de policia de
Portela, devido a sua localizac;:ao na Estrada do Portela, a Unidos da Tijuca, entre outras. A entidade era
organizada em uma diretoria constitufda por: presidente; vice-presidente; I o e 2° secretarios; I o e 2°
tesoureiros; e 1 o e 2° procuradores (Cabral, 1996: 96; Araujo e J6rio, 1969: 199-200). Sua primeira
atitude e solicitar ao entao prefeito da cidade, Pedro Ernesto, subven9ao oficial para as novas
agremia.,:oes, no mesmo mode1o em que eram dadas as grandes sociedades, aos blocos e ranchos. A
resposta positiva do prefeito faz com que quase todas as escolas apresentem o enredo "A Vit6ria do
Samba", em alusao a dita oficializa.,:ao. As escolas de samba passam a fazer parte do carnaval oficial da
cidade, inclufdas pouco tempo antes em folheto publicitario da prefeitura como mais uma das atra96es
da cidade (Cabral, 1996: 97). Porem, seu envolvimento com a imprensa nao fmda com a oficializa9ao,
havendo promo<;ao dos desfiles por diversos jornais da epoca.
A oficializa.,:ao foi urn fato de extrema importancia para os sambistas, que foram alvo de
perseguic;:ao da policia durante muito tempo. Isso aconteceu no infcio do processo que transformou o
samba de renegado e perseguido a sfmbolo nacional, como pode se ver nos sambas exalta.,:ao da epoca
- Aquarela Brasileira, de Ary Barroso e o exemplo classico desse tipo de samba. Com a oficializa<;ao,
as escolas puderam ter suas manifesta<;oes menos visadas. Ao mesmo tempo, foi urn mecanismo de
controle bastante eficiente por parte do estado, que deste modo tornou a manifestac;:ao espontanea do
povo "inofensiva" (Valen<;a, 1983: 15).
34
A hist6ria das entidades representativas das escolas de samba e cheia de rompimentos e
retomadas. Ja em 1939 M uma crise na entidade, e uma assembleia geral mudou seu nome para Uniao
Geral das Escolas de Samba.
Em 194 7, ap6s nova crise, ha uma cisiio e e criada a Federa<;:iio Brasileira das Escolas de Samba.
(Araujo & J6rio, 1969: 200). No carnaval daquele ano, apenas as escolas filiadas a Federa<;:iio
receberam a subven<;:iio, esvaziando a Uniiio (Cabral, 1996: 156).
Portela e Mangueira, descontentes com resultado de 1948, resolvem sair da Federa<;:iio e recriar
a UGES em 1949. Nos quatro carnavais seguintes, ha dois concursos. Porem, a prefeitura s6 reconhece
aquele promovido pela Federa<;:iio, cujas escolas foram as unicas a receberem subven<;:iio. A UGES tern
novo nome e novo presidente a partir deste ano, passando a ser designada como Uniao Geral das
Escolas de Samba do Brasil (Cabral, 1996: 161).
Mais uma entidade e criada no ano de 1950, a Uniao Civica das Escolas de Samba (Araujo &
J6rio, 1969: 203). Segundo Sergio Cabral, essa entidade teria sido anteriormente charnada de Federa<;:iio
Metropolitana das Sociedades Carnavalescas e Recreativas. A associac;ao, rebatizada, ganha neste
mesmo ano oficializac;ao de seu desfile e subvenc;ao da prefeitura para realiza-lo. "0 Prefeito s6 niio
queria conversa com a UGES" (1996: 156; 163). As grandes escolas como a Mangueira e a Portela
desvincularam-se da UGES e filiaram-se a Uniiio Cfvica. Sendo assim, em 1950 a cidade viu dois
desfiles oficiais: o da Federac;ao - vencido pelo Imperio Serrano, e o da Uniao Cfvica - vencido pela
Mangueira.
Em 1951 novamente o quadro e alterado. 0 Major Paredes consegue oficializar seu desfile,
congregando de volta suas antigas filiadas e esvaziando a Uniao Cfvica - que naquele ano nao logrou
realizar seu desfile. Novamente em 1951 houve dois desfiles, tambem reconhecidos pela prefeitura: o
da UGESB e o da FBES.
35
Em 1952, o panorama era ainda mais ca6tico, apesar de a prefeitura ter conseguido organizar
apenas urn desfile. E que surgiu neste ano mais uma entidade, a Confedera.;:ao das Escolas de Samba,
que substituiu a Uniao Civica. Havia entao nada mais do que tres entidades ligadas as escolas (Araujo
& J6rio, 1969: 203). Seus integrantes eram:
Confederas:ao das Escolas de Samba: Independentes do Leblon, Azul e Branco, Depois Eu
Digo, Combinado do Arnor, Paz e Arnor, Floresta do Andarai e Unidos do Catete.
Uniao Geral das Escolas de Samba do Brasil: Portela, Esta<;:ao Primeira de Mangueira, Tres
Mosqueteiros, Unidos da Capela, Aventureiros da Matriz, Unidos da Tamarindeira, Unidos da Tijuca e
Cora.;:oes Unidos de Jacarepagua.
Federacao Brasileira das Escolas de Samba: Imperio Serrano, Aprendizes de Lucas, Uniao de
Vaz Lobo, Vai Se Quiser, Filhos do Deserto, Unidos do Grajau, Imperio da Tijuca e Mocidade Louca
de Sao Crist6vao (Cabral, 1996: 164).
Porem, a prefeitura nao tinha dinheiro para custear todas as escolas. Entao, foi decidido que as
24 principals desfilariam na Av. Presidente Vargas e as menores- sem subven.;:ao- na Prao;;a Onze. A
escola ganhadora na Pra<;:a Onze participaria no ano seguinte do desfile oficial.
A entidade representativa das escolas de samba que mais durou foi a Associao;;ao das Escolas de
Samba do Brasil, fundada em 1952, que depois se tornou Associa.;:ao das Escolas de Samba do Estado
da Guanabara (Araujo & J6rio, 1969: 204). Em 1976 passa a ser charnada de Associao;;ao das Escolas
de Samba do Estado do Rio de Janeiro, devido a mudano;;a de nome do estado. Essa associao;;ao teve a
sua frente durante muito tempo uma figura bastante relevante no mundo do samba, Arnauri J6rio, que
iria lutar muito pe1os direitos das escolas no memento em que elas passaram a fazer parte mais
intensamente do mercado cultural brasileiro, na decada de setenta.
36
A associac;ao de maior importancia encontrada hoje e a LIESA Liga Independente das Escolas
de Samba, que foi fundada em 1984 par representantes das grandes escolas. Este assunto sera mais
detalhado no capitulo III.
Enredo +Samba - Samba-Enredo
Nos prim6rdios de seus desflles na Prac;a Onze, as principais caracteristicas das escolas eram a
criac;ao comunitaria e artesanal. As mulheres se ocupavam em fazer as fantasias e o estandarte ( ou
bandeira) de sua escola, sempre com grandes dificuldades fmanceiras - o or<;amento era
complementado com a venda de quitutes par elas preparados. Aos homens cabia a tarefa de construir os
instrumentos, conceber e executar as alegorias. Outro grupo de artistas se reunia para criar os sambas
(isso mesmo, mais de urn), quando ainda nao importava de quem era criac;ao, porque este era composto
coletivamente: urn fazia uma parte, depois vinha outro e fazia algumas alterac;6es e, no final, o samba
nao tinha urn unico "dono".
As escolas se apresentavam de maneira muito diferente do que conhecemos como desfile hoje:
havia urn coro na primeira parte do samba e improvisac;ao na segunda; nao havia ainda nenhum
compromisso com o enredo desenvolvido pela Escola, nem obrigac;ao de trazer no desfile urn s6 samba
(Valenc;a, 1982: 34; Cabral: 71).
Identificar qual foi o primeiro samba-enredo da hist6ria e uma questao polemica. V arias auto res
apontam qual teria sido, justificando seus motives. "Homenagem", do compositor Carlos Cachac;a para
a Mangueira, de 1933, tern seu merito por prestar em seu enredo uma homenagem aos poetas Olavo
Bilac, Castro Alves e Gonc;alves Dias:
Recordar Castro Alves
Olavo Bilac e Gon~alves Dias
E outros imortais
37
Que glorificaram nossa poesia
Quando eles escreveram
Matizando amores
Poemas cantaram
Talvez nunca pensaram
De ouvir seus nomes num samba algum dia
E se esses versos rudes
Que nascem e morrem
No cimo do outeiro
Pudessem ser cantados
Ou mesmo falados
Pelo mundo inteiro
Mesmo assim como sao
Sem perfei~ao
Sem riquezas mil
Essas mais ricas rimas sao provas de estima de um povo varonil
Recordar Castro Alves, etc.
E os pequenos poetas
Que vivem cantando
Na verde coli no
Cenario encantador
38
Desse panorama
Que tanto fascina
Num desejo incontido
Do samba querido
A g Ioria se elevar
Evocaram esses vultos
Prestando tribute
Sorrindo a cantar10
A pesquisadora Rachel V alen9a aponta para o fato de que o samba nao canta descritivamente o
emedo 11; parece ser o emedo apenas urn pretexto para que o samba fosse cantado, com seus "versos
rudes", pelos "pequenos poetas/ que vivem cantando/ na verde colina". (1983: 31-32).
Tambem em 1933 os jomais Correia da Manhii e 0 Globo registraram que a Unidos da Tijuca
cantou urn samba "principal" relacionado ao emedo" (Augras, 1998: 31). A escola cantou tres musicas,
que tinham o proprio samba como tema ("0 Mundo do Samba"). Uma delas e de Leandro Chagas
Eu tenho prazer em falar
Que o samba esta em primeiro Iugar
Vem para o samba, cabrocha faceira
Diz nos cadeiras
10 Em CD anexo (faixa 1) consta a grava<rffo de 1974, do prOprio compositor, encontrada no terceiro LP da col~ao
"Hist6ria das Esco!as de Samba" (8-03-401-003/ A). A grava9ao e da Gravadora Marcus Pereira. 0 samba apresenta
andamento Iento, sendo cantado o refrao por urn coro feminine eo solo feito pelo prOprio compositor.
11 0 enredo desse ano foi "'Uma segunda-feira do Bonfim, na Ribeira". Cartola, outro compositor da Mangueira, e
quem teria se lembrado do samba. Ele foi o samba principal naquele carnaval, e os poetas cantados passaram a ser uma das
partes do enredo (Cabral, 1996: 82).
39
0 samba e a can~ao brasileira
A segunda era de Rubens de Oliveira e chamava-se "Saudar;iio as escolas":
Morei no meio da floresta
Onde cantava o sabin
Saudando as escolas primeiras
Portela, Estacio e Mangueira
A terceira nao teve seu autor identificado, porem ja apresentava como novidade a presen<;a da
segunda parte:
Somos Unidos da Tijuca
E cantamos o samba brasileiro
Cantamos com harmonia e alegria
0 samba e nascido no terreiro
Nao queremos abafar
Nem tambem desacatar
Viemos cantor nosso samba
Que e nascido no terreiro
Perante o luar
(Cabral, 1996: 81 ).
Outro samba apontado como pioneiro por estar associado a seu emedo foi o de 1936, da Escola
de Samba Unidos da Tijuca, com o titulo de "Natureza Bela do meu Brasil", de Henrique Mesquita.
Tinhorao ressalta o fato de que esse samba foi gravado em 1946 pelo cantor Gilberto Alves (disco
40
Odeon, no 12-771-A), em estudio com a orquestra de Fon-Fon. No selo do disco o autor apareciaja em
segundo Iugar, tendo como au tor principal Felisberto Martins, ganhando o prestfgio de urn compositor
profissional (1974: 181).
Mais uma vez, Rachel V alen<;a destaca o fato de que o samba ainda e "autocentrado", o poeta
fala de si enquanto canta "o que ve, o que sente, o que faz" (1983: 34). Eis sua letra:
Natureza bela do meu Brasi I
Queira ouvir esta can~ao febril
Sem voce nao tenho as noites de luar
Pra cantor
Uma linda can<;ao ao nosso Brasil
E um sambista apaixonado
Que vive perto de voce
Mas sem lhe ver ...
Eu vejo as aguas correndo
E sinto meu corat;ao palpitar
E o meu pinho gemendo
Vem minha saudade matar
Tinhoriio aponta mais urn possfvel pioneiro: o samba da Depois Eu Digo, de Pindonga, cantado
no carnaval de 1942, em homenagem a D. Darci Vargas, esposa de Getulio Vargas, no qual suas duas
partes tinham rela<;iio como enredo (1974: 181). Niio foram encontradas fontes que apresentassem a
letra do referido samba.
0 mesmo autor, em concordiincia com Araujo & J6rio (1969) e Candeia & Isnard (1978) aponta
o sambista Paulo da Portela como pioneiro da modalidade. Ha, porem, uma discordiincia com rela<;iio
41
as datas: Tinhorao situa o acontecimento em 1934, com "a composic;ao do samba titulo de 1934"
(1974: 172). Ja Candeia faz alusao ao "Teste ao samba", datado por ele de 1939, como sendo o
primeira samba-enredo do compositor (e da hist6ria das escolas de samba), com a seguinte letra:
Vou come~ar a aula
Diante da comissao
Muita aten~ao que eu quero ver
Se diploma-los posso
Salve o professor (professor)
Do a mao pra ele senhor
Quatorze com dois doze
Noves fora tudo e nosso (bis, refrao)
(1978: 53)
Os autores Amauri J6rio e Hiran Araujo apontam o anode 1931 pata o mesmo samba. Paulo da
Portela teria introduzido o samba-enredo, fixando musicalmente o enredo - Academia do Samba. Para
enfatizar melhor o enredo, Paulo da Portela entregava a cada componente da escola urn diploma ( 1969:
146). Este mesmo fato e narrado por Sergio Cabral quando fala do desfile de 1939 (1996: 125). Pela
descri.;ao, o samba citado eo mesmo; porem, ha esta divergencia de datas.
Apenas na decada de 40 difundiu-se o habito de as escolas apresentarem sambas coerentes com
o enredo. Nao se falava ainda em samba-enredo; o nome veio a posteriori, frrmando-se na decada de
50.
Em uma entrevista dada ao jornalista Jose Carlos Rego em 9/10 de janeiro de 1972 pelos
compositores Silas de Oliveira e Mano Decio da Viola, da entao Prazer da Serrinha (futuramente
Imperio Serrano), eles descrevem o que poderia ser o marco desta inven.;ao, o samba conhecido como
42
"Conferencia de Sao Francisco", de 1946: "Ate entao (as esco1as) iam disputar na Pra<;:a Onze com urn
de seus sambas de terreiro. N6s resolvemos fazer o contr:irio, estabe1ecer o enredo e escolher o samba."
(Valen<;a, 1982: 35). Como ja foi exposto, houve exemplos anteriores de sambas que se apresentavam
de acordo com o enredo, mas "Conferencia de Sao Francisco" vern tornar a formula obrigat6ria.
(Valen<;:a, 1982: 36).
Urna hist6ria muito interessante sobre esse samba ( cujo titulo correto e Paz Universal) e que,
apesar de ter sido escrito para o enredo proposto (Conferencia de Sao Francisco), ele nao foi cantado no
desftle, por ordem de Alfredo Costa, entao presidente da escola. Este fato foi decisivo na cisao do
Prazer da Serrinha e cria<;:ao do Imperio Serrano, logo ap6s o carnaval de 1947 (Valen<;:a & Valen<;:a,
19830). A letra do samba diz:
Restabeleceu a paz universal
depois da guerra mundial
a uniao entre as Americas do Sui, Norte e Central
nunca existiu outra igual
na vida internacional
Nosso Brasil sempre teve interferencia
nas grandes conferencias
da paz universal
sendo o gigante da America Latina
Uruguai, Paraguai, Bolivia, Chile e Argentina"
(Valen<;:a & Valen<;a, 1981: 24)
12 Ha grava('ao no CD em anexo do samba (faixa 2), retirada da cole(:i!O Hist6ria das Escolas de Samba (disco 8-03-
401-006-A). A gravayao foi feita por Abflio Martins, sem referencia a datas no encarte do disco.
43
Ainda ern 1946, urna novidade inserida no regulamento do desf!le encerra urna fase da hist6ria
das escolas de samba: a proibi~ao de serern apresentados sambas corn versos irnprovisados. Dizia
textualrnente o panigrafo unico do artigo nono: "E dever dos cornpositores da escola ou de quem
responder pela segunda parte dos sambas nao irnprovisar, trazendo a letra cornpleta" (Cabral, 1996:
142). 0 sarnba-enredo corne<;ava a tornar forma, e, de acordo corn Monique Augras, foi entre 1946 e
1948 que o sarnba-enredo tornou-se unanirnidade, rnesrno que sua oficializa<;1io tenha sido declarada
pela prirneira vez no regularnento do desfile de 1952 (1998: 78).
44
CAPiTULO II · 0 SAMBA-ENREDO
Descriciio
Em seu Dicionario Musical Brasileiro, Mario de Andrade define genero como o aspecto formal
de urna obra musical que pode ser diferenciada por urna combina<;ao de fatores, como a escolha do
sistema sonoro de referencia a ser utilizado, as caracterfsticas estruturais, os meios materiais de
expressao, o texto e a fun<;ao (1989: 242).
A modalidade de musica popular conhecida como samba e vista como genero musical ja desde
o infcio do seculo passado, mas que toma forrnas similares as conhecidas atualmente a partir do final
dos anos 20 (Sandroni, 2000: 134). Partindo da defmi<;ao acima citada, podemos entender o samba
enredo pode como urna variedade de samba, ja que se diferencia deste genero principalmente por sua
fun<;ao - unica - o desflle das escolas de samba no carnaval.
A defmi<;iio da Enciclopedia da Musica Brasileira Popular, Erudita e Folcl6rica descreve o
samba-enredo como uma modalidade de samba produzido por compositores das escolas de samba do
Rio de Janeiro a partir do come<;o da decada de 30, que deve conter em sua letra o resumo poetico do
terna hist6rico, folc16rico, literario, biogrilico ou mesmo de cria<;ao livre escolhido para enredo a ser
apresentado pela escola de samba em seu desflle-espetaculo (, 2000: 705).
Tinborao considera que o samba de enredo, inven<;ao dos compositores das escolas de samba
para contar em versos o terna do desflle, surgiu a partir da decada de 40 como urn paralelo musical a
progressiva estrutura<;ao das escolas de samba na encena~ao drarnatica de seus enredos, apresentando
se como uma opera-bale ambulante (1974: 171).
0 samba cantado na fase inicial da hist6ria das escolas de samba foi descrito pelo music6logo
Brasilio Itibere em uma cronica de 1935, reproduzida em seu "Mangueira, Montmane e outras
favelas", na qual conta sua visita a Mangueira, levado por Mestre Julio. Vale reproduzir suas partes
mais interessantes:
45
"As percuss6es aumentam de intensidade e, subito, como uma estridente martelada de bigoma
as vozes irrompem estridentes, guturais, maravilhosamente primitivas. ( ... ) as vozes masculinas s6
intervem nos solos - que nos ensaios tern urn carater de improvisayao, sem uma sequencia 16gica nem,
sequer, uma liga.;;ao tonal com a parte coral. As vezes, pela diferen.;;a do texto e disparidade do desenho
mel6dico, esse solo chega a ser urn corpo estranho dentro do proprio samba. ( ... ) S6 mais tarde, nos
ensaios que precedem o desf!le na Pra9a Onze, o compositor da o carater defmitivo a parte solista que,
em geral, resulta mais fraca e raramente perde o aspecto de improvisa.;;ao. ( ... ) toda vez que, ap6s o
solo, o coro volta a melodia principal, retoma a tonalidade primitiva com uma precisao absoluta, como
se houvesse obedecido a urn diapasao misterioso. Como sao muitos os compositores e existe urn grande
numero de sambas, pergunto a Mestre Julio qual o criteria da escolha. Ele explica: ( ... ) 0 compositor
tira o samba e canta para eu ouvir. A primeira escolha e minha. Depois, ele canta de novo para as
pastoras. A crian9ada esta escutando, Ia de fora. Se gostam e repetem com prazer, o samba esta adotado
(Itibere, apud V alen9a, 1983: 33-34).
Encontramos outras descri.;;oes das escolas e musica por elas cantadas. Uma delas e a de urn dos
sambistas brasileiros mais respeitados, o famoso Mestre Mar.;;al, em depoimento ao pesquisador Carlos
Didier sabre a forma.;;ao das escolas em sua inffincia:
"A bateria vinba atras, com baianas logo na frente, dizendo na boca, dando harmonia para a
bateria. Elas marcavam com a sandalia o tempo do samba, e isso ajudava muito o ritmo. Era uma das
caracteristicas da Mangueira, com uma ala de baianas que se ouvia de Ionge, marcando com o salta da
sandalia. Na frente das baianas vinbam as alas. Nestas alas tambem vinbam baianas, com algumas.
modifica<;:6es na fantasia. ( ... ) 0 diretor de harmonia cantava o samba, da frente ate a retaguarda.
Quando chegava na bateria, voltava cantando, no gogo, sem megafone, microfone, auto-falante, nada
disso. Claro que as escolas eram muito menores. A maior trazia 350, 400 pessoas. Hoje, sao 400 s6 na
bateria, que antigamente era formada por 25, 30 elementos. A bateria safa com tres surdos fazendo a
46
mesma coisa, nao tinha segunda. Todos os tres fazendo o que ainda faz a Mangueira. Havia tar6is,
tamborins, pandeiros, cuicas, chocalhos e reco-recos. Prato e faca. Era mais !eve. Na segunda parte do
samba baixava, fazia piano, pois a segunda era irnprovisada pelo pessoal que vinha no chao, dizendo na
garganta" (Didier apud Cabral, 1996: 101-102). A cita<;:ao longa e justificada pelas irnportantes
informa<;:oes nela contidas.
Outra descri<;:ao interessante e feita por Egidio de Castro e Silva, em seu artigo "0 samba
carioca", de 1939, falando sobre a mesrna visita a Mangueira citada anteriormente. E relevante
transcrever alguns de seus trechos:
"Os sambas sao sempre precedidos de uma introdw;ao instrumental (2 violoes, cavaquinho e
pandeiro ), que ambienta com propriedade o que lhe segue. Terminada esta, entra o coro composto de
homens, mulheres e crian<;:as. ( ... ) Observamos que o coro canta em unfssono, nao havendo portanto
vislumbre de polifonia e numa tinica tonalidade, cuja familiaridade ja lhes permite maneja-las com
absoluta seguran9a o que lorna possfvel a execw;ao de diffceis e stibitas inflexoes do agudo ao grave.
( ... ) As vozes, de timbres em geral aberto, estridente, de vez em quando nasalado, sao bastante
rnaleaveis e entoam naturalmente ou com ligeiro portamento, intervalos ingratos (5"" dim, 6 asm , 7 as),
como verificamos no samba "Nunca conheci paixiio ... " [samba coletado na visita] Neste samba, que
parece bern representativo da especie de mtisica que as escolas criam, ha na bela e sentida melodia
certa monotonia, que alias se presta admiravelmente ao espfrito da coreografia arrastada de cortejo, e
que resulta da repeti9ao constante de notas em sucessivas e identicas combina96es de intervalos, em
movirnentos ascendente e mais freqiientemente descendente ( ... ).A maior riqueza do samba colhido e a
rftmica viva, o vigor e a sensualidade dos acentos e sincopas e a feliz adapta<;:ao do texto a mtisica,
onde nao encontramos, em geral, discordiincia entre as acentua<;:oes naturais das frases musicais e as
silabicas, das palavras.
47
A bateria acompanhante e formada pelos instrumentos de percussao: tambor surdo, pandeiro,
tamborirn e uma cufca. Tern por fun~ao apoiar ritmicamente as vozes, o que os instrumentistas fazem
esbanjando virtuosidade, combinando e altemando ritmos e acentos os mais variados. E com tal
naturalidade, guiados pelo instinto e tradi~ao, que se admiram ate, diante de certa dificuldade de nossa
parte em grafa-lo"(l939: 47-48).
Comparando estes depoirnentos, podemos ter uma visao bastante detalbada do que era o samba
nos idos da decada de trinta, sendo suas principais caracteristicas: prirneira parte em unissono, cantada
por coro misto (homens, mulheres e crian9as); segunda parte como solo improvisado por voz
masculina; vozes de timbre estridente, aberto - as vezes nasalado; acompanhamento de violoes,
cavaquinho, surdo, tamborirn, pandeiro, cufca, taro!, chocalho, reco- reco e prato-e-faca. Durante algum
tempo o sambista cantava em suas composi96es a natureza, o amor e suas desilusoes e ate mesmo o
proprio samba (Valen9a, 1982: 41).
As tematicas
Os regulamentos tambem orientavam a feitura dos sambas. Ha que se lembrar do ja citado
dispositive de 1946 que proibiu a segunda parte irnprovisada nos sambas. Porem, urn dispositive dos
regulamentos e especialmente discutido: a obrigatoriedade do tema nacional nos enredos.
A tematica nacionalista era freqiiente nas letras dos sambas-enredo. A rela9ao
samba!nacionalismo se estreitara com a chegada do Estado Novo, que surgiu em meio a forte ideologia
nativista. Alguns autores acreditam ser este estreitamento de rela96es entre samba e nacionalismo uma
estrategia dos sambistas para alcan<;ar a aceita<;ao social (V alen<;a, 1982: 41; Augras, 1998: 46).
Esta e uma questao tao polemica quanto a discussao sobre o que era o verdadeiro samba quando
do surgirnento das escolas. Alguns autores acreditam haver rela9ao direta entre este dispositive e a
influencia do estado, devido as subven<;oes por ele concedidas. Alguns ate culpam a censura do Estado
48
Novo peia criac;:ao do mesmo (Krausche, I982: 50; Valenc;:a, 1983: 41) 1, ou o associam ao D.I.P,
Departamento de Imprensa e Propaganda, que o teria criado em 1939 (Rodrigues, I984: 38).
Monique Augras explica que esta associac;:ao "D.I.P. X tematica nacional" deu-se devido a
desclassifica.,ao da escoia de samba Vizinha Faladeira no desflle de I 939 ano da criac;:ao do
departamento. A escoia foi desclassificada porque havia apresentado em seu enredo a hist6ria da
Branca de Neve, urn tema estrangeiro. A autora argumenta que o D.I.P. niio poderia ter sido o
responsavei peia cria<;ao do dispositivo que a desclassificara pois ainda nao existia no carnaval de I 939
- sua cria.,a:o data de 27 de dezembro de 1939 (Augras, I 998: 47).
Alem disso, expoe a ideia de que esse dispositivo havia sido criado no circuio interno das
escoias de samba. Para tanto, atenta para uma passagem do livro de Haroldo Costa sobre o Salgueiro:
"Em 1938, Eioy Antero Dias, o Mano Eioy da Imperio Serrano ( ... ) era o presidente da Uniao das
Esco1as de Samba, que naque1a oportunidade tentava ordenar os desfiles atraves de urn regulamento
cu jo artigo primeiro era assim:
'Artigo 1 o - De acordo com a musica nacional, as esco1as nao poderao apresentar os seus
enredos no carnaval, por ocasiao dos prestitos, com carros aleg6ricos e carretas, assim como nao serao
perrnitidas hist6rias intemacionais em sonhos ou imagina<;iio" (Costa apud Augras, 1998: 45).2
Mas M que se destacar que apenas em 1947 aparece explicitamente em regniamento eiaborado
peia prefeitura a obrigatoriedade da tematica nacionalista:
"Art. 6° - Ha inteira conveniencia na divuigac;:ao dos enredos, ficando os concorrentes com
inteira liberdade de distribuic;:ao aos jornais desta Capital. E obrigat6rio nos enredos o motivo nacional"
(Silva & Oliveira P, 1981: 73).
1 Krausche data a obrigatoriedade da tematica nacional de 1937 e Valen<;a de 1939.
2 Este regulamento tambem e citado por Cabral (1996: 117-118).
49
Ao Iongo desse periodo, os compositores da escolas demonstraram preferencia por temas
hist6ricos e literarios, tendo sempre como referencia a cultura branca, oficial, como se falar dela
tornasse-os capazes de elevar-se ao seu nfvel. As escolas se transformavam, e junto com ela, o samba
enredo. Conforme alegorias e adere<;os tornavam-se mais elaborados, o compositor tambem emiquece
sua linguagem, como se assim pudesse se distanciar de seu dia-a-clia pobre de todos as maneiras
(Valen<;a, 1982: 41).
Os sambas "leneol"
E na decada de 50 que se popularizou urn tipo de samba-enredo que se tornaria amplamente
conhecido como lenr;ol: discorre sobre urn tema hist6rico com riqueza de detalhes, com datas e nomes
completos e tern como caracterfstica basica sua extensao, alguns apresentado ate 45 versos.
0 compositor considerado pioneiro neste tipo de samba foi Silas de Oliveira, do Imperio
Serrano (Valen<;a & Valen<;a, 1981: 75). E tambem citado como fixador do modelo len<;ol, ja que os
modelos de samba-emedo nas decadas de 50 e 60 eram dados por ele (Silva & Oliveira F0, 1981: 128).
Segundo Nelson Sargento, em depoimento dado aos autores acima citados, foi ele quem introduziu as
letras mais aprimoradas no samba-enredo, e os outros compositores seguiram seu exemplo (1981: 128).
V alen<;a & V alen<;a o consideram pioneiro por ter feito, para o carnaval de 1951, o que seria seu
primeiro "len<;ol", o belo "Sessenta e um anos de Republica". 0 samba destacava-se de outros do
perfodo por sua extensao: tinba 35 versos, quando sambas dos ultimos anos anteriores da mesma esco1a
apresentavam 10 ou 11 versos (Valen<;a & Valen<;a, 1981: 75).
Assim cantava sua letra:
Apresentamos
A parte mais importante
Da nossa hist6ria
Se nao me falha a memoria
50
Foi onde seus vultos notciveis
Deixaram sua rubricas
Atraves de 61 anos de Republica
Depois de suas historias proclamadas
Constituldas e votadas
Foi a mesma a promulgar
Apesar de existente e forte zum-zum-zum
Em 1891, sem causa perca
Era eleito Deodoro da Fonseca
Cujo governo foi bem audaz
Entregou o plano a Floriano Peixoto
E este a Prudente de Moraes
Que apesar de tudo
Terminou com a Guerra de Canudos
Estabelecendo enfim a paz
Terminado enfim todos os males
Em seguida veio Campos Salles
Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Pe<;anha
Hermes da Fonseca e outros mais
Hoje a justi<;a
Numa gloria opulenta
A 3 de outubro de 1950
Nos trouxe aquele
Que sempre socorreu a Pcitria
51
Em horas amargas
0 eminente estadista
Getulio Vargas
Eleito pela soberania do povo
Sua vit6ria imponente e altaneira
Marcara por certo um capltu lo novo
Na hist6ria da Republica brasileira3
(Silva & Oliveira P, 1981; 82)
Percebe-se pouca existencia de refroes nos famosos lens:6is, fato que tambem e descrito por
Valen<;;a (1983: 57). Ha em geral repetis:ao da ultima ou das duas ultimas frases do samba.
Provavelmente, este foi urn recurso utilizado nas grava<;;oes, ja que na avenida o samba e retomado
assim que termina. Poucos dos refroes observados apresentam letra; eles sao seqiiencias de 6- 6- 6s ou
!a-la-las. Esta forma pode estar associada ao fato do "len<;;ol'' apresentar seu enredo descrito de forma
minuciosa, quase sempre respeitando a ordem cronol6gica dos fatos. Como exemplos, podemos citar
"Aquarela Brasileira" (Imperio Serrano/1964) "Cinco Bailes da Hist6ria do Rio" (Imperio
Serrano/1965), "Epopeia do samba" (Salgueiro/l955), "Chica da Silva" (Salgueiro/1955), entre
0 carnavalesco e suas influencias
A decada de 60 veio apresentar uma transforrnas;ao contundente na hist6ria das escolas de
samba e do samba-enredo. Fernando Pamplona, artista p!astico e professor da Escola Nacional de Belas
Artes, e convidado pela Escola Academicos do Salgueiro para assumir o papel de carnavalesco. A seu
'Consta em CD anexo (faixa 3) a gravaqao LP "Hist6ria das Escolas de Samba", de 1976- disco 8-03-401-007-A
-faixa 3- vol. 7.)
4 Estes exemplos estao no CD em anexo (faixas.4, 5, 6 e 7).
52
!ado estavam Arlinda Rodrigues, figurinista, e Nilton Sa, desenhista e aderecista da Escola Nacional de
Belas Artes (Costa, 2003: 45). Tanto Pamplona quanta Arlinda eram cen6grafos do Teatro Municipal
(Cavalcanti, 1996: 56).
Ate entao, existia uma identidade de discurso das escolas, ja que geralmente carnavalesco e
compositor eram da mesma comunidade, quando nao eram a mesma pessoa, com algumas excec;oes.
Antes disso, ja houvera presenc;a de elementos alheios a comunidade na escola. 0 Salgue.iro mesmo ja
contava com a participac;ao de artistas desde 1954. Mas e a partir deste momenta que o discurso do
carnavalesco, exterior e estranho a escola, ganha prioridade (V alenc;a, 1983: 45). Este foi o instante em
que iniciou-se o processo no qual o carnavalesco se transformou na figura que conhecemos hoje. E ele
quem dirige o espetaculo do desfile. Concebe e realiza o enredo, alem de coordenar a preparac;ao das
diversas partes de uma escola para o desfi!e (Cavalcanti, 1994: 57).
Nao se pode deixar de ressaltar, porem, que a iniciativa de convidar Pamplona para fazer o
carnaval de 1960 do Salgueiro partira do proprio presidente da escola, Nelson de Andrade. Alias, o
Salgueiro ja contava com a presen<;a de artistas na escola desde 1954 (Cavalcanti, 1994: 55). Isto nos
leva a pensar que as escolas nao foram "subjugadas" pela autoridade do carnavalesco; essa autoridade
veio com a confianc;a depositada nele pela escola de que suas ideias surtiriam efeito na avenida,
agradariam, possibilitando a almejada vit6ria. Talvez este convite tenha sido feito a alguem estranho a
escola exatarnente porque aqueles que a julgavam tambem eram estranhos. Ou seja, ao trazer alguem
com urn "olhar externo" para trabalhar pela escola, seus diretores buscaram urn elemento que talvez
pudesse entender o pensamento do juri, seus criterios de julgamento, e assirn levar a escola a vit6ria.
Sirnultiinea e paradoxalmente, foi neste momenta que o sambista retornou ao discurso de sua
cultura, com o Salgueiro apresentando uma trilogia hist6rica com uma tematica negra: "Zumbi dos
Palmares" (1960), "Chica da Silva" (1963) e "Chico Rei" (1964), no mais autentico estilo lenr;ol.
53
(Valen.;:a, 1982: 45). Era a hora de cantar nao mais os her6is brancos da hist6ria oficial, mas sim
aqueles por ela esquecidos.
Valen.;:a atenta para o fato de que, apesar de conterem uma nova tematica, esses sambas ainda
apresentavam seus her6is negros de maneira timida, ajustando o tema ao que supostamente poderia ser
aceito: "hist6rias exemplares de ascensao social"(1983: 51).
Quando Pamplona surgiu com o enredo sobre Zumbi, inaugurando esta nova tematica,
encontrou bastante resistencia por parte da escola. Exatamente no camaval, quando seus integrantes
podiam reverter momentaneamente sua condi.;:ao humilde e ter urn vislumbre de outra realidade, nao
queriam fantasiar-se de "negro". Estavam acostumados com fantasias mais ricas, cheias de chapeus
emplumados, perucas a Maria Antonieta e carnisas de cetim; viam nas tunicas de algodao, fantasias
mais simples, uma extensao da sua vida cotidiana, pobre. E uinguem queria sair fantasiado de pobre no
camaval. Mas foram convencidos pelo carnavalesco, que defendia esse tema e suas fantasias por serem
uma abordagem inedita, que causaria furor na imprensa (Costa, 2003: 45).
Talvez a preferencia por fantasias mais ricas indique tra.;:os do que Adorno chamou de glamour
em seu texto "Sabre Musica Popular''. 0 autor o caracteriza como possuidor de uma mentalidade
construtora da hist6ria do sucesso, na qual o homem comum conquista o que nao !he e permitido
conquistar na vida. 0 autor identifica a presen.;:a dessa mentalidade nos arranjos musicals floreados;
mas essa tambem transparece no aspecto visual, representado pelas "luzes de neon vermelho
alaranjadas" muito comuns na parte frente de lojas, cinemas e restaurantes, quebrando a monotonia da
vida cotidiana (1986: 127).
Pamplona posteriormente declarou que as inova.;:oes por ele implantadas aconteceriam, mais
cedo ou mais tarde, de forma natural nas escolas, impulsionadas pela natureza competitiva dos desfiles
que estimulava a busca por inova<;5es. (Cavalcanti, 1994: 55)
54
0 discurso do carnavalesco apontado por V alen9a influenciou os padr6es esteticos do des file.
Percebe-se ai tarnbem os primeiro indicios do que viria a ser a industrializa~:ao do carnaval: o modelo
comunitario e artesanal caracterfstico ate entao foi lentarnente incorporando outros elementos.
Materiais de efeito, como a nifia - antes desprezada pelos sarnbistas por sua simplicidade - forarn
introduzidos. Os materiais industrializados forarn substituindo o trabalbo dos bordados artesanais, de
muito efeito quando vistos de perto, mas de pouco impacto num desfile que era, cada vez mais,
assistido a distancia. Alem disso, o proprio Fernando Parnplona, urn profissional, instituiu na escola o
sistema de trabalbo remunerado (Valen9a, 1996: 63). Outras escolas, no intuito de acompanbar estas
mudan9as, logo tentam seguir o estilo inaugurado pelo Salgueiro com Fernando Pamplona.
55
CAPiTULO III; AS pECADAS pE 70 E 80
0 aproveitamento do repertorio folclorico:
Uma pnitica iniciada por Martinho da Vila em 1967, com o samba apresentado pela Vila Isabel
"Camaval de ilusoes", foi a do aproveitamento do repert6rio folcl6rico como parte do samba enredo.
Esse samba, mesmo obedecendo a forma dos longos e famosos "lenc;:6is", apresentava em seu estribilbo
fmal a cantiga de roda "Ciranda, cirandinha" (Ciranda cirandinha/ vamos todos cirandar/ vamos dar
a meia volta! volta e meia vamos dar). Sendo ja conhecido pelo publico, era urn recurso uti! para obter
a simpatia e a participac;:ao das arquibancadas, numa epoca em que os sambas ainda nao eram gravados
antes do carnaval (V alenc;:a, 1982: 54). Esta formula e assimilada por outras escolas, mesmo que isto
nao se de imediatamente.
Esta inovac;:ao tern urn ponto marcante no ano de 1971, com o samba de Zuzuca para o
Salgueiro "Festa para urn rei negro". Segundo Tinhorao, este samba consolidou a pratica do
aproveitamento do repert6rio folcl6rico nacional; possufa urn estribilbo e tres estrofes praticamente
identicas mel6dica e ritrnicamente, sendo "apenas uma marcha de Folia de Reis" (Tinhorao, 1974:
178). Esse carater de folia de Reis tambem e destacado por Valenc;:a & Valenc;:a (1981: 76). Porem, o
samba se diferenciava por inaugurar uma pratica de encurtamento dos sambas exatamente em
conseqiiencia desse aproveitamento (Tinhorao, 1974: 179). A partir dele, os "lenc;:6is" nao serao mais
referencia.
E interessante destacar que, apesar de romper com a tradic;:ao de versos extensos e poucos
refr5es dos lenc;:6is, esse samba acaba retomando em sua forma a simplicidade original que
caracterizava os primeiros sambas-enredo.
0 inicio da decada apresenta-se como urn momenta de muitas mudanc;:as, caracterizado por
Rachel V alenc;:a como urn perfodo onde a preocupac;:ao com fidelidade as caracterfsticas originais do
57
genero, de resistencia as transforrna<;;5es se confronta corn a necessidade de evoluir para niio estagnar
(1983: 6or
E interessante observar que a rnedida ern que o desfile evolui de urna ordern artesanal para urna
fase rnais racionalizada - corn urna rnaior divisiio de trabalbo e a rernunera<;;iio deste, a introdu<;;iio de
rnateriais industrializados nas fantasias, entre outros aspectos - as tradi<;;5es que caracterizam o evento
viio sendo ressignificadas - como o samba-enredo, que neste rnornento retorna caracterfsticas dos
sambas rnais antigos, entre tanto, rnodificando-as. Ele rornpe corn urna tradi<;;iio ( os sambas len(:o[)
recuperando outra alterada ( os sambas de duas partes, agora sern a irnprovisa<;;iio que os caracterizava).
A estrutura liteniria
No docurnento elaborado ern 1970 pelo Conselho Superior das Escolas de Samba, vinculado a
AESEG2, ha indicac;:oes para os criterios de julgamento dos desfiles e recornenda<;;5es as escolas. De
acordo corn estas, a letra do samba-enredo niio deveria ser julgada como pe<;;a literaria, nern precisaria
ter letra longa ou descrever porrnenorizadamente o enredo. Tambern era recornendado que deveria
possuir letras curtas e estribilhos rnarcantes, faceis de serern aprendidos tanto pelos cornponentes da
escola quanta pelo publico (trechos extrafdos do docurnento original, p. 6 e 8).
Ern sua dissertac;:ao de Mestrado, "Palavras de Purpurina", a pesquisadora Rachel Valen<;;a faz
urna analise da estrutura literaria dos sambas-enredo do perfodo de 1972 a 1982. Esse trabalbo
apresenta o samba enredo como urn genero filiado prirnordialrnente ao genero epico, devido a natureza
de seu discurso e a surpreendente incidencia de proposic;:ao e invoca<;;iio, recursos tipicos do genero. A
proposi<;;iio acontece quando o compositor anuncia o terna sobre o qual vai se falar, geralrnente
apresentada no verso inicial dos sambas - mas podendo ocorrer tambern ern outro ponto que niio o
1 Essa resistSncia, segundo a autora, seria maior nas pequenas escolas, mais tradicionalistas. As grandes escolas
estariam mais abertas as influencias (1983: 56).
2 Lembrando: esta sigla significa Associayao das Escolas de Samba do Estado da Guanabara.
58
inicio, como acontece ern alguns casos de sua arnostra. Indica "Os cinco Bailes da Hist6ria do Rio",
cornposta por Silas de Oliveira, D. Ivone Lara e Bacalhau (Imperio Serrano- 1965), como o pioneiro
na utiliza\;iiO desse recurso (1983: 53). A proposi<;:iio tarnbern e citada como recurso dos sarnbas-enredo
(principalrnente os de Silas de Oliveira) por Silva & Oliveira P. Porern, diverge de Valen<;:a por
considerar que, ern 1948, Silas de Oliveira ja teria utilizado o recurso ern seu samba "Os bandeirantes"
(1981: 128).
Outra caracterfstica descrita por V alen\ia, entretanto bern rnenos freqiiente, e a invoca\;iiO.
Ocorre quando o compositor "invoca" algurn poder (do Carnaval, a algurn rnito, ou a Fantasia) para lhe
ajudar ern sua rnissiio (geralrnente contar o enredo). Indica o citado "Cinco baiZes ... " tarnbern como
exernplo do uso desse recurso.
0 que rnais charnou a aten<;:iio neste trabalho e a conclusiio da pesquisadora de que o discurso do
sarnba-enredo dessa epoca e povoado de "palavras de purpurina" - enfeites literarios. Niio s6 os usuais
enfeites que utilizarnos para qualificar nossos substantivos, os adjetivos - rnais que abundantes ern sua
arnostra. Ela ressalta principalrnente o uso de palavras (sejarn elas substantivos, verbos ou adjetivos) da
area sernantica do esplendor, palavras que carregarn ern si significados relativos ao enfeite, ao luxo, ao
carnaval - cuja incidencia ern sua arnostra e espantosa. A autora vai relacionando os grupos de
palavras: festa associa-se a luxo; luxo associa-se a ilusiio. Palavras expressando ideias positivas, como
riqueza, nobreza e herofsrno tarnbern sao bastante freqiientes em sua arnostra. Como exernplos desses
tipos de palavra, podernos citar: festa, folia, carnaval, brincadeira, cornernora<;:iio; maravilha, esplendor,
fascfnio, rnagia; gloria, arnor, beleza; confete, serpentina, ouro, prata; cantar, sarnbar, sorrir; arnar,
abra<;:ar; enfeitar; omar; consagrar, aplaudir; divertir, vibrar; iluminar, clarear ... poderfarnos citar rnuitas
outras, mas a ideia central esta descrita.
A pesquisadora associa essa necessidade do compositor de enfeitar seu discurso corn urna busca
por urna outra realidade, diferente daquela cotidiana. Contrastando corn a vida pobre do compositor
59 l!NICAMP
B!IJL\C•TEC!\ CENTRAL !Jii:8ENVOI.XIiiilli'JTI) flE vucc•i•lti'>
esta seu samba, nco em enfeites. Ressalta, porem, que nao ha ingenuidade nesse discurso. 0
compositor sabe que nao sera o carnaval a modificar sua realidade, mas ele vive pelo menos urn dia de
sonho, virando a tristeza do avesso na folia, pois sabe o quao efemera ela e (Valen<;a, 1983: 128).
0 discurso enfeitado do samba-enredo aponta uma rela<;ao com o conceito de glamour
desenvolvido por Adorno, ja abordado anteriormente. 0 autor refere-se a uma certa mentalidade
caracterfstica do glamour construtora de uma ideia de sucesso (1986: 127). 0 autor em seu texto se
refere a procedirnentos musicais que refletem esta mentalidade. Mas essa ideia do sucesso pode ser
identificada no discurso do samba enredo; suas letras enfeitadas refletem uma busca de uma realidade
melbor do que a real, como apontou V alen<;a.
A tematica onlrica
Na decada de 70, o panorama onde se inserem as escolas de samba sofre muitas mudan<;as. Uma
figura de destaque nesse processo de transforma<;i'ies e o bailarino e artista ph:istico Joao Jorge Trinta, o
famoso Joaosinho Trinta.
Discipulo de Fernando Pamplona no Salgueiro, Joaosinho inaugurou, no carnaval de 1974, uma
pratica que veio a ser incorporada ao samba-enredo ao Iongo do tempo: as temiiticas oniricas
(Cavalcanti, 1994: 80; Costa, 2003: 149l 0 enredo era "0 Rei de Franr;a na llha de Assombrar;iio",
contando algumas lendas do Mara.nhi.'io - como a figura da Nha Jan<;a, que assombrava as crian<;as - e o
sonho de Lufs XIII de Fran<;a que irnaginou como seriam as terras a ser invadidas - o reino de Fran<;a
no Maranhao (Costa, 2003: 150). Nas palavras de Maria Laura Cavalcanti: "a hist6ria e uma franquia
para a fantasia" (1994: 80). E o Salgueiro sagrou-se campeao com os delfrios de Joaosinho.
3 Esta tematica pode ter sido a precursora de urn tipo de samba-enredo, denominado interpretative. Essa
denominac;;:ao e encontrada no regulamento para julgamento do desfile de 1984, no quesito samba-enredo. Este tipo de
samba interpreta o enredo sem se preocupar com deta!hes (Roteiro para julgamento das Escolas de Samba, 1984: 10).
60
Em 1975, Joiiosinho torna a apresentar no Salgueiro urn enredo polemico: "0 segredo das minas
do Rei Salomiio", em uma alusiio a possfvel visita de Fenicios ao Brasil. 0 enredo de Joiiosinho e
Maria Augusta, outra carnavalesca proveniente da Esco1a de Belas Artes e componente da equipe do
Salgueiro, causou muita polemica na epoca. Era discutida mais uma vez a questiio da tematica
nacional: afinal, o que havia de brasileiro no enredo? Porem, Joiiosinho havia baseado seu enredo em
urn livro que discutia a possibilidade desse fato, e mais uma vez o Salgueiro foi consagrado vitorioso
(Costa, 2003: 157).
Segundo Costa, foi com este enredo que Joaosinho inaugurou uma pratica execrada por muitos:
a montagem do samba-enredo a partir da junc;:iio de partes de sambas diferentes (2003: 159). Essa
iniciativa do carnavalesco tambem e citada por V alenc;:a como uma maneira peculiar de fazer a escolha
do samba-enredo (1982: 72). 0 samba costumava ser escolhido pela preferencia da escola, representada
principalmente por suas pastoras, como descrito no artigo citado de Brasilio Itibere. Ao Iongo do
tempo, sua escolha passa a ser feita atraves de concursos internos nos escolas, como apontam varios
autores (Araujo & J6rio, 1969; Candeia e Isnard: 1978; Silva & Oliveira F0, 1981; Valem;;a, 1983).
Sobre a questiio da montagem de urn samba a partir de outros, Joiiosinho fala em entrevista a
V eja: "0 samba-enredo niio e urn samba intocavel, como o samba de partido alto, urn samba de
inspira<;:il.o individual. Ele deve se integrar no desfile, no esfon;;o coletivo da escola. Vou dar urn
exemplo: o samba-enredo da Portela de 1974, "Pixinguinha", era urn samba belissimo. Infelizmente, o
desfile da escola nil.o tinha nada a ver com ele. Acho que o desfile e uma especie de audiovisual, uma
opera de rua, que desenvolve urn tema pela musica, dan<;:a e cenografia. Ora, se sou eu quem trata do
enredo, da cenografia e das fantasias, tenho que dar aos compositores certos elementos para que eles
elaborem seus sambas" (Bojunga, 1979: 5).
Ha urn consenso no inicio da decada de 70 sobre quais seriam as maiores escolas de samba:
Mangueira, Portela, Imperio e Salgueiro, chamadas de "super escolas". Essa classificac;:iio tern como
61
base principalmente a estabilidade econ6rnica dessas escolas, que geralmente se classificavam entre as
quatro primeiras colocadas (Araujo & J6rio, 1969: 27-29). Portela e Mangueira, as mais antigas, vern
praticamente se revezando na vit6ria do campeonato ate a criac,;ao do Imperio Serrano, em 194 7, que
passa a competir de igual para igual com elas, ganhando muitos carnavais e estabelecendo-se como
uma das grandes. Em 1953 e fundada a Acadernicos do Salgueiro, originada da fusao de tres escolas
existentes no Morro do Salgueiro no inicio da decada de 50: Unidos do Salgueiro, Depois Eu Digo e
Azul e Branco (Araujo & J6rio, 1969: 117). A fusao deu certo e ja no inicio da decada de 60 o
Salgueiro tinba conquistado seu Iugar ao sol no meio das grandes escolas.
0 regulamento para o julgamento dos desflles de 1976 indica os criterios para avaliac,;ao do
samba-enredo: "Estilo caracteristico. Texto apropriado ao enredo. Adaptac;:ao da letra a melodia.
Afmac,;ao. Tonalidade adequada as vozes fernininas e masculinas. Efeito da melodia na rnassa coral"
(trecho extraido do documento original, p. 2).
Neste mesmo ano, o quadro das grandes escolas e alterado exatamente por Joaosinbo Trinta. Ele
da o campeonato a urna escola classificada por Araujo e J6rio como uma das medias: a Beija-Flor de
Nil6polis (recem saida do grupo inferior). Seu enredo: "Sonhar com rei da Leila", falando sobre o jogo
do bicho. Ironicamente, e o jogo do bicho, que tern sua relac;:ao com a escola de samba extremamente
estreitada nessa decada, o grande "Mecenas" da escola, quem patrocinava em 1arga escala a
grandiosidade das ideias do camavalesco.
A combinac,;iio destes dois elementos, camavalesco e bicheiro, produz urna mudanc;:a de foco do
camaval, e traz para o desille caracteristicas de show bussines, apresentando mu1atas em trajes mfnimos
sobre carros aleg6ricos gigantescos, "trapizongas girat6rias" que em nada lembram o artesanato
popular (Valenc,;a, 1996: 64). Mas e com essa combinac;:ao que Joaosinbo sagrou a Beija-Flor tri
campea em 1978.
62
0 carnaval e a consolidasao do mercado de bens simbolicos no Brasil
Renato Ortiz, em seu "A moderna tradir;iio brasileira ", aponta as decadas de 60 e 70 como o
periodo de consolidas:ao de urn mercado de bens culturais no Brasil, com efetiva massificas:ao do
mercado cultural brasileiro em contraponto com os anos 40 e 50 - considerados como momentos de
incipiencia de uma sociedade de consumo (1988: 113; Vicente, 2001: 49-50).
Nos interessa aqui destacar os setores que se desenvolveram nesse periodo que estej am
relacionadas as escolas de samba e seu desfile. Eles sao basicamente a televisao e a industria
fonogn!fica. A televisao se estabeleceu como veiculo de massa ainda nos anos 60, e a industria
fonogn!fica teve seu desenvolvimento mais acentuado na decada de 70.
Esse desenvolvimento tern relas:ao direta com as transformas:oes que ocorriam na sociedade
brasileira da epoca. 0 governo vigente naqueles anos, fruto de urn golpe militar, realizou uma
reorganizayao da economia brasileira, cada vez mais inserida no processo de intemacionalizayao do
capital. As conseqiiencias disto foram imediatas na esfera da cultura; o parque industrial de produyao
de cultura e seu mercado de bens culturais fortaleceram-se paralelamente ao crescimento do parque
industrial e do mercado internode bens materiais (Ortiz, 1988: 114). Ao mesmo tempo, associado a
expansao das atividades culturais, se deu o controle rigido de manifestaqoes que se opusessem ao
pensamento autoritario, ja que o mercado de bens simb61icos diferencia-se de outros exatamente por
envolver uma dimensao simb6lica que sinaliza problemas ideol6gicos, urn carater politico intrinseco ao
produto veiculado.
Varios acontecimentos, como a crias:ao da EMBRATEL, em 1965, a associas:ao com a
INTELSAT, no mesmo ano, e a cria91io de urn Ministerio das Comunicayoes, em 1967, vieram auxiliar
o desenvolvimento dos grupos empresariais televisivos, pois permitiram que todo o territ6rio nacional
fosse interligado - problema que certamente preocupava os proprietaries das redes de TV. Essa
integrayao nacional era o que desejava tambem o Estado, fazendo com que tanto estado quanto os
empresarios da cultura tivessem os mesmos interesses - mas que tinham como diferenc;a suas
ideologias. A do governo e "moralista" enquanto ados empresarios e mercadol6gica (Ortiz, 1988:119).
A TV se consolidou apoiada na ideia de seu desenvolvimento como veiculo de integra<;ao nacionaL
(idem: 165).
A ampliac;ao do mercado implicou em urn processo de racionalizac;ao das empresas. Este
modificou sua concepc;ao de atividade gerencial e transformou muitas delas em organizac;oes de
atuac;ao multipla, na qual os capitaes da industria dos anos anteriores deveriam ceder seu Iugar ao
manager - homens que administram conglomerados englobando varios setores empresariais (Ortiz,
1988: 134; Vicente, 2001: 50). Em contrapartida a esse processo de racionalizac;ao empresarial
ocorreram mudanc;as no ambito das relac;oes que as empresas passaram a ter com seus funcionarios,
atraves da profissionalizac;ao de seus quadros e normas administrativas, com a especializac;ao da
produc;ao intensificando a divisao de tarefas. 0 velho "acordo de cavalheiros" que existia deveria ser
quebrado por exigencia dos novos tempos. Os principios mercadol6gicos tambem se diferenciaram,
passando a se sobrepor aos convenios e acordos tradicionais, e ate mesmo a cultura passou a ser vista
como urn investirnento cornercial (Vicente, 2001: 51; Ortiz, 1988: 141-143). A rnanifestac;ao da
criatividade tornou-se cada vez rnais dificil, encontrando rnenos espac;o, passando a ser subordinada a
16gica comercial (Ortiz, 1988: 147-148).
Ortiz ressalta a rnudan<;a do ethos ernpresarial quando se observa o exernplo da televisao. Indica
como urn prirneiro passo no processo de racionaliza<;ao a iniciativa da TV Excelcior de organizar os
horarios de sua programac;ao, racionalizando o tempo, inclusive o dos cornerciais. Essas rnudan<;as sao
aprofundadas pela TV Globo. Ela inaugurou o uso do sistema rotativo, padronizou o pre<;o do tempo
cornercializavel, negociando apenas corn pacotes de horarios - quem quisesse ter seu cornercial no
horario nobre era obrigado a coloca-lo ern outros horarios (1988: 136-138).
A industria fonogratica tambem expandia seu mercado. Renata Ortiz afrrma ser a decada de 70
urn perfodo de grande crescimento da mesma, devido principalmente as incontaveis facilidades na
compra de eletrodomesticos oferecidas pelo comercio. Tendo se desenvolvido em relac;:iio dependente
com o mercado de aparelhos de reproduc;:ao sonora, o mercado de fonograrnas se expandiu a medida
que esse cresceu. Com isso, o faturamento das empresas fonograticas cresceu entre 1970 e 1976 em
1375%. Entre 72 e 79 houve urn aumento no volume de vendas de 25 milh6es para 66 milh6es de
discos comercializados (1988: 127-128).
A maior divisiio de trabalho e profissionalizac;:iio como conseqiiencia do processo de
racionalizac;:ao tambem e observada na industria fonografica. Houve a inaugurac;:iio de departamentos e
forma<;iio de esquipes para trabalhos especfficos, como por exemplo, urn Departamento de Criac;:iio e
equipes de ruvulgac;:iio. Estas iniciativas sao apontadas por Paiano como urn esboc;:o de segmenta<;:ao
dentro do mercado nacional (Paiano apud Vicente, 2001: 63). Porem, Vicente acha problematico
localizar af o marco inicia deste processo, apontando uma origem anterior para ele (Vicente, 2001: 63).
A complexidade da divisiio de trabalho na industria fonognifica se acentuou com o advento da
gravac;:ao eletrica, que exigia relativa especializa<;iio dos profissionais envolvidos, como o diretor
artfstico, o tecnico de grava<;iio, o tecnico de corte, o assistente de prodU<;:ao, o arranjador, entre outros
(Jambeiro apud Vicente, 2001: 64). Vicente ressalta que no perfodo estudado por Jambeiro- a pesquisa
foi feita nos anos 70 - ja havia maiores possibilidades de interferencia no trabalho feito em estudio
devido ao desenvolvimento dos equipamentos de gravac;:iio. Isto deu a sua atividade urn carater
diferenciado, qne realizava mais uma construc;:iio de uma performance ideal do que o mero registro de
uma performance real (2001: 64).
0 processo de racionalizac;:iio exigia que a area comercial interferisse mais nas atividades de
produc;:iio. Despontou, entiio, a figura de urn profissional que se projetou no campo da produc;:iio
fonografica nacional: o produtor artfstico. A coordenac;:ao geral das gravac;:6es, ate os anos 50, era uma
65
das func;:oes exercidas pelo diretor artfstico da gravadora. Entretanto, com a expansao do mercado,
surgiu o cargo de "assistente de produs;ao", pro fissional que selecionava o repert6rio, reunia maestros e
mtisicos, designava arranjadores, providenciava autorizac;:ao dos compositores para gravac;:ao das
mtisicas e agendava esttidio. Com a complexidade crescente dos sistemas de gravas;ao e da irnportil.ncia
de suas func;:oes, o "assistente de produs;ao" transformou-se no "produtor artistico", tornando-se o
profissional responsavel por todos os aspectos envolvidos na grava.;:ao do disco. No fmal da decada de
70, seu poder de decisao chegava a ser maior do que o exercido pelo proprio artista sobre o que seria
gravado, alem de seus nomes terem passado a constar nos creditos dos discos (Vicente, 2001: 65).
A consolidac;:ao do mercado de hens culturais ocorreu sirnultaneamente a transformas;ao da
nos;ao de nacional, reinterpretando-a em termos mercadol6gicos. A conceps;ao de nas;ao integrada
passou a ser representada pela interligas;ao dos consurnidores potenciais espalhados pelo territ6rio
nacional, criando urna identificas;ao entre nacional e o mercado; a correspondencia feita anteriormente,
cultura nacional-popular, era substitufda por urna outra, cultura mercado-consumo (Ortiz, 1988: 165).
0 processo de racionalizaclio eo desfile
0 processo de racionalizas;ao acirna descrito tambem ocorreu nas escolas de samba: "0 que
caracteriza a situas;ao cultural nos anos 60 e 70 e o volume e a dirnensao do mercado de bens culturais.
Se ate a decada de 50 as produs;oes eram restritas, e atingiam numero reduzido de pessoas, hoje elas
tendem a ser cada vez mais diferenciadas e cobrem urna rnassa consurnidora. Durante o perfodo que
estamos considerando, ocorre urna fortnidavel expansao, a nfvel de produs;ao, de distribuic;:ao e de
consumo de cultura" (Ortiz, 1988: 121).
As escolas de samba passaram a despertar interesse cada vez maior por parte da classe media
em fms da decada de 50 (Araujo & J6rio, 1969: 292; Cabral, 1996: 187). 0 desfile nessa epoca era feito
na Av. Rio Branco, onde houve construc;:ao de arquibancadas e a cobranc;:a de ingressos para o publico a
partir de 1962 (Cabral, 1996: 185; Valens;a, 1996: 64).
66
0 carnaval ganhava destaque cada vez maior enquanto atra(fiiO turfstica. 0 Itamarati inicia urn
trabalho de divulga<;:iio do Carnaval da cidade no exterior nos anos sessenta, .intensificado na decada
seguinte (Farias, 1995: 124). Sergio Cabral aponta o interesse cada vez maior pelo espetaculo por parte
dos turistas e da imprensa ( escrita, falada e televisionada) quando aborda a concessao de 1200
credenciais de imprensa pela Secretaria de Turismo para o carnaval de 1964. Boa parte delas foi para o
pessoal tecnico e de apoio de duas ernissoras de televisao, a TV Rio e a TV Tupi, e de inumeras
ernissoras de radio, alem daquelas destinadas aos jornalistas. Naquele ano, o carnaval bateu o recorde
de venda de ingressos para os turistas, tanto que, no dia do desfi!e, os cambistas cobravam cinco vezes
o pre9o de cada ingresso ( 1996: 188).
A cobran9a de ingresso pode ser considerada como urn dos indicatives do processo de
racionaliza9iio no desfi!e. Ate entao, o evento era assistido de gra9a; entretanto, o crescente interesse do
publico local, da imprensa e dos turistas pelas escolas de samba modifica este quadro, iniciando o
processo de comercializac;:ao do desfi!e (Cavalcanti, 1994: 26).
Em 1963, as escolas passaram a desfi1ar na Av. Presidente Vargas. 0 sucesso do desfile foi
crescendo, e com isso tambem cresceram as arquibancadas, tornando o monta e desmonta das mesmas
antes e depois do carnaval insustentavel para o funcionamento da cidade. Alem disso, essa opera<;:iio era
muito dispendiosa. Por isso, intensificava-se a pressao por parte dos sambistas pela constru<;:iio de urn
espa<;:o reservado para o desflle.
Nesta epoca, a escola tinha uma hora para desfi!ar e nao safa com mais de 1500 figurantes. Ja
em 1970, como os desf.tle continuavam apresentando muitos atrasos, o novo Secretario de Turismo da
Guanabara, Rui Pereira da Silva, resolveu aplicar castigos severos as escolas que excedessem o limite
de 75 minutos para desfllar. Observa-se claramente af urn indicativa do processo de racionaliza<;:iio do
tempo do desflle. Sendo contestado por dirigentes das escolas, o Secretario disse ja ter feito o percurso
a ser realizado no desfi!e, e que nao havia levado mais de meia hora. Ao que urn dos dirigentes
67
respondeu: "0 senhor precisa saber que existe uma coisa, conforme o Exercito explicou, charnada
profundidade de contingente, isto e, enquanto o senhor ja desfilou, varias pessoas ainda estiio na pista"
(Cabral, 1996: 194-195).
Neste mesmo ano uma pesquisa encomendada pelo Jamal do Brasil indicou que 53% dos
cariocas apontaram naquele ano as escolas de samba como a melhor atrac;:iio do camaval carioca. E ai
come<;aram a ser cobrados ingressos nos ensaios - que ja niio apresentavam esse carater, tamanho era o
numero de visitantes, superando o de sambistas. Era uma grande festa. Algumas escolas, como a
Portela, come<;am a realizar "ensaios" em bairros da zona sui para atender ao publico desses bairros.
A preocupaqiio com o crescimento das escolas era geral. Em 1970 o Conselho Superior das
Escolas de Samba, vinculado a AESEG, elaborou urn documento onde alertava para possfveis
"deforma.;:oes" das escolas de samba, dentre elas o gigantismo. Assim recomendava o documento:
"Urn problema que deve merecer a atenqiio da Diretoria das Escolas e o chamado "gigantismo":
o exagerado crescimento do numero de seus componentes. A Coniissiio reconhece que nas condiq6es
atuais nenhuma escola pode recusar figurantes que se apresentem para o desflle. Entretanto, certas
medidas podem ser tomadas ou se pode comeqar a toma-las desde ja para canter a tendencia ao
crescimento das Escolas que acabariio por exigir, para seu desflle, niio algumas hora, mas todo urn dia.
Parece-nos que as alas podem estabelecer, se niio urn numero liniite, pelo menos condi<;oes que
se niio forem preenchidas, niio perniitam a participaqao dos elementos faltosos no desflle." (trecho
extraido do documento original, p. 8-9)
Se as escolas acataram ou nao as recomendac;:6es, e impossfvel dizer. Fato e que no desflle de
1972 o regulamento elaborado pela Secretaria de Turismo liniitava o numero de figurantes em cada
escola em no maximo 2.500 pessoas no grupo I, 1.500 no grupo 2 e apenas 700 no grupo 3(Cabral,
1996: 198). 0 crescimento das escolas ,aliado a liniitaqiio do tempo do desflle inevitavehnente,
aceleraram o andamento do samba.
68
Neste mesmo ano e criada a RIOTUR (Empresa de Turismo do Municipio do Rio de Janeiro),
de capital tnisto.
A transtnissiio televisiva ao vivo para todo o pais niio existia ate o fmal dos anos sessenta, sendo
que a apresenta~ao das Escolas niio detinha Iugar central na cobertura de carnaval das etnissoras.
Apenas em 1971 ocorreu a prirneira transmissao nacional apresentando integralmente o evento (Farias,
1995: 149).
1973 marcou a prirneira assinatura de convenio entre a AESEG e a irnprensa televisiva, a TV
Rio, que ficava com a exclusividade na venda de teipes para o exterior. A associa~ao ficava com 50%
da receita (Cabral, 1996: 200). As esco1as deftnitivamente passaram a interessar mais as emissoras de
te1evisiio do que as de radio. Ganharam grande destaque na mfdia televisiva quando a rede Globo, em
1974, fazendo uma prograrna<;iio em rede, resolveu fazer do desfi.le o carro-chefe de sua cobertura
carnavalesca (Farias, 1995: 150).
Em 1975 foi feito urn acordo entre Amauri J6rio (presidente da AESEG) e a RIOTUR,
mudando a rela~ao estabelecida entre o poder publico e as escolas: receberiam niio mais a subven~ao,
de libera~ao burocratica dificil, mas assinariam urn contrato de presta~;ao de servi~os, transforrnando o
carater da subven~iio oficial em investirnento (Chinelli e Machado apud Cavalcanti, 1994: 27).
A assinatura de contrato com a irnprensa televisiva e o acordo com o poder publico tambem
podem ser apontados como indicativos do processo de racionaliza~iio dos desfi.les.
Samba-enredo e industria fonogrifica
0 samba enredo, ate entao, niio era urn produto de grande destaque na industria fonografica. Seu
interesse por esse tipo de musica foi despertado a partir do sucesso de Eliana Pitman (com a grava~iio
de 0 Mundo Encantado de Monteiro Lobato - Est~iio Prirneira de Mangueira, 1969) e de Zuzuca
seus sambas-enredo Pega no Ganze e Tengo-Tengo (Salgueiro, 1971 e 1972) transforrnaram-se em
exitos carnavalescos (Vicente, 2001: 237).
69
0 hist6rico das grava<;:6es de samba-emedo e apenas pontuado por alguns eventos ate 1968. Ja
cit amos urna grava.;:ao de "Natureza Bela". feita em 1946. Neste cenario, a sorte sorria mais
freqiientemente para as "quatro grandes": Imperio Serrano, Salgueiro, Portela e Mangueira. Isso fazia
com que di.ficilmente urna escola de pequeno porte tivesse o seu samba gravado.
As gravadoras nas decadas de 50 e 60 tinha o hibito de produzir "discos tematicos", ou seja,
discos de urna escola e ali colocar urn repert6rio de sambas de quadra e alguns sambas enredos.
Em 1968, o Museu da Irnagem e do Som (MIS), na gestao do pesquisador Ricardo Cravo
Albi:m, realizou o que e considerado o primeiro registro organizado dos sambas enredos de urn
carnaval. Foi lans;ado urn L.P. com os sambas das escolas participantes do prirneiro grupo. Como nao
foi lanc;:ado comercialmente, este registro e diffcil de ser localizado, tornado-se artigo raro.
Tambem em 1968 foi lanc;:ado o prirneiro L.P. comercial de sambas-enredo pela gravadora
DiscNews, entitulado "Festival de Sambas vol. 1" (DN-68/2), gravado ao vivo na quadra das escolas.
No anode 1969 a gravadora Cid lanc;:ou "Festival de Sambas- vol. 2" (CID 14007), gravado ao
vivo na quadra das esco1as. A produc;:ao ficou a cargo de Expedito Alves, Norival Reise Nilton Vallee
a distribuic;:ao pela CODIL Comercio de Discos LTDA. Neste mesmo ano foi lanc;:ado "Grandes
sambas enredos" (CDL 13034), produzido pela CODIL e lan<;;ado pelo selo RITMO. Apresentava
sambas deste e de outros anos.
Em 1970 foi lan<;;ado o disco "Sambas de enredo das escolas de samba - 1" Grupo Ao vivo"
(CAR 1011) e "Sambas de enredo das escolas de samba- 2" Grupo" pe1a gravadora Caravelle. Estes
discos foram lan<;;ados pe1o selo AESEG e representavam os prirneiros discos de samba enredo oficial,
ja que sairam com a chancela contratual da associa<;;ao representativa das esco1as. Neste mesmo ano foi
lans;ado "Festival de Sambas - vol. 3". Talvez devido a problemas contratuais, estes disco nao sao
completos indfvidualmente, ou seja, para forrnar urn panorama completo de sambas das escolas deste
70
ano, e necessaria reunir os tres. 0 disco do selo Caravelle alcan~ou o 20° Iugar na parada, sendo o
primeiro disco de samba-enredo a constar na listagem do Nopem4 (Vicente, 2001: 237).
Esse mesmo problema ocorreu em 1971 com os discos "Sambas de enredo das escolas de
samba - 1" Grupo" (85.004) - lan~ado pela Caravelle com o selo da AESEG - e o disco "Festival de
sambas enredo" (RV 207) da gravadora Relevo.
Em 1972 a AESEG fez urn contato com a TOPTAPE e estabeleceu regras mais rfgidas de
grava.;;iio, onde o samba escolhido pela escola s6 poderia ser gravado no disco lanc;:ado pela
Associac;:iio. Mas isso niio impediu que safssem outros discos de samba enredo. Dali em diante, o L.P.
de sambas-enredo foi urn dos mais tocados nas emissoras de radio e urn dos mais vendidos no Brasil
(Cabral, 1996: 200)5• Isto perrnitia uma divulga.;;iio pre-carnavalesca dos sambas, que fazia com que o
publico chegasse a avenida ja sabendo canta-1os. De acordo com Augras, este foi urn momenta
marcante de urn processo no qual os sambas-enredo mais divulgados passaram a ser os de mais facil
memorizac;:iio, sendo considerados os melhores pelo grande publico, devido ao constante assedio das
emissoras de radio (1998: 85).
0 samba-enredo tomava novos rumos. Roberto Moura afmna que a forma do samba encontrou
em Zuzuca sua representante mais comercial. Depois de Festa para um Rei Negro [1971], o samba
enredo adentrou definitivamente nos saloes de bailes e se converteu em uma das maiores fonte de
direitos autorais da festa carnavalesca (1986: 34). Em uma reportagem sobre as mudanc;:as do samba
enredo, a revista 0 Cruzeiro afirmava que as esco1as de samba haviam entrada na era da comunicac;:iio
de massa, sendo o samba-enredo tradicional, Iongo e pesado, problernatico para a sua divu1gac;:iio
radiof6nica em horarios que niio fossem exclusivos para o samba (Cabral, 1996: 197).
4 Empresa carioca de pesquisa de mercado voltada exclusivamente a indUstria fonogr:ifica, criada em 1964
(Vicente, 2001: 62).
5 0 L.P. de 1978 chegou ao segundo Iugar nas paradas na pesquisa do Nopem (Vicente, 2001: 237).
71
0 samba e apontado por Vicente como o grande fen6rneno de rnassifica.,:ao do rnercado musical
nos anos 70, tendo como urn de seus represent antes o samba-enredo, situado entre as I 0 primeiras
posi~i3es das listagens do Nopem ao Iongo desta decada (2001: 76).
Durante os anos 80, a venda dos discos de sambas-enredo ultrapassava facilrnente a rnarca de
urn milhiio de c6pias, tendo atingido urn recorde ern 1989 de I ,3 rnilhao e discos vendidos. Entre tanto,
a partit de 1993, as vendas corne.,:aram a cait (Paixao, 1998: 70)6.
A Passarela do Samba
N ota-se que nesse processo o carnaval cada vez rnais se distanciava do carater exclusivamente
festivo para assurnir urn carater ernpresarial, industrial. Para tanto, deveria haver cada vez rnais
organizac;:ao dentro das escolas. A problernatica do Iugar do desfiJe, que apresentava vasto hist6rico de
rnudan.,:as pelas ruas da cidade, agravava-se cada vez mais. Ern 1978, o desfile chegara finalrnente a
sua definitiva rnorada: a rua Marques de Sapucai. Logo depois do carnaval de 1979, urn projeto do que
poderia ter sido o local dos desflles foi colocado ern estudo pelo presidente da RIOTUR. Ele nao foi
realizado principalmente devido as dificuldades corn processos de desapropria.,:ao para constru<;iio do
projeto no local desejado.
Ern 1984, durante o governo Leone! Brizola, depois de rnuitas discussi3es sobre o local do
desfile, foi inaugurada a Passarela do Samba, na R. Marques de Sapucai, apelidada pelo povo de
Samb6drorno. Ela foi projetada por Oscar Niernayer e construfda pelo governo ern tempo recorde ( 4
rneses). Possui cerca de 700 metros de extensao, dispondo de lugares para urna plateia de 59.092
pessoas, ocupando 85.00 metros quadrados dessa rua.
Cavalcanti ressalta o fato de que a construc;;ao da mesrna consagra urn Iugar para o desfile no
centro da cidade, no sentido de atribuir perrnanenternente a urna rua urna qualidade especial. Ela
6 Este alto numero de vendas tambem e citado em outras fontes, como: Souza, 1982, Aragao, 1984 e Rego, 1987.
72
ultrapassa o tempo carnavalesco, concretizando o reconhecimento publico do valor social e turfstico
dos desfiles para a vida da cidade. Alem disso, sua localiza<;iio central na cidade representava desfilar
em urn local privilegiado, tomar-se visfvel e admirado, se possfvel por toda a cidade (1994: 29).
Segundo Farias, localizar o Desfile na regiiio central da cidade foi inicialmente uma estrategia para
manter o evento numa area de facil acesso, situando-se perto da principal via de liga<;iio entre as Zonas
Norte, Oeste e Sui do Rio. Tambem destaca como uma estrategia o fato de a Rua Marques de Sapucaf
situar-se ao !ado da Pra<;a XI, lendario e simb6lico "ber<;o do samba" (1995: 221).
0 Samb6dromo e praticamente urn teatro aberto, destinando a uma rua da cidade urn uso
peculiar ao mesmo tempo em que mantem com o espa<;o da rua uma rela~;iio de deciclida continuidade.
A concentra<;iio das escolas de samba - espa<;o onde a escola se arma para o desfile - e feita na rua, na
altura do set or urn de arquibancadas, em ambas as dire<;5es da Av. Presidente Vargas. A arma<;iio das
escolas, por ser longa, sempre acaba ultrapassando a area de concentra~ao e acomoda-se na rua
propriamente dita, aberta a todos. 0 desfile se .irllcia na altura do setor tres de arquibancadas. Ou seja,
entre a "rua como espa~o aberto por excelencia a todos, o peda~o de rua reservado a concentra~;ao e a
Marques de Sapucaf ( ... ) ha uma grada~ao simb6lica alinhada em continuidade espacial: a rua vai se
qualificando por uma serie de exclusoes ate tomar-se o palco ou centro espacial do ritual: e a Marques
de Sapucaf, ou simplesmente a Avenida"(Cavalcanti, 1996: 31).
A constru~;ao desse "teatro aberto" consagrou a mudan~a de referencial do evento: ao mesmo
tempo em que funciona como os antigos cordoes de isolamento, separando participantes e
espectadores, a passarela representava a passagem definitiva do desfile espontaneo para urn espetaculo
organizado, alem do reconhecimento e amplia~ao do potencial econ6mico dos desfiles. 0 desfile e uma
atrac;:ao turfstica de grande rentabilidade.
73
ALIESA
No Capitulo I foi descrito o hist6rico das entidades representativas das escolas de samba. Desde
1976, a Associagiio das Escolas de Samba do Rio de Janeiro havia sido representante das escolas, mas
esse quadro e alterado a partir de 1984.
A Passarela do Samba havia tornado o desftle economicamente rentavel. Logo ap6s sua
construgiio, foi criada a Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA). Fundada por urn grupo das
grandes escolas, tomou-se a representante legal das escolas desfilantes no prirneiro grupo (Cavalcanti,
1994: 31). Eram elas: Beija-Fior de Nil6polis, Academicos do Salgueiro, Caprichosos de Pilares,
Estagao Prirneira de Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Imperio Serrano, Mocidade Independente
de Padre Miguel, Portela, Uniao da Ilha e Unidos de Vila Isabel. A justificativa dada em nota a
irnprensa pelo grupo para a criagiio desta entidade foram as dificuldades causadas pela estrutura vigente
na Associagiio das Escolas de Samba, que vinha aumentando de ano para ano, as escolas do prirneiro
grupo, causando prejufzo a qualidade do espetaculo(Cabral, 1996: 224).
A criagiio da LIESA tambem pode ser apontada como urn indicativa do processo de
racionalizagiio no desfile, ja que marcou o momento em que as escolas de samba se assumiram
clararnente enquanto empresa, sujeita a 16gica do mercado. Farias destaca uma diferenga entre a LIESA
e a AESERJ, afirrnando que a prirneira se organizou como empresa privada sem fins lucrativos, niio
aceitando novas filiag6es e mantendo o direito de voto restrito aos 33 membros fundadores da entidade.
Ja a Associagiio ficara desde 1984 dedicada as agremiag6es das divis6es inferiores (1995: 213).
A principal fonte de receita das escolas era entiio a gravagiio dos sambas em L.P. comercial. Em
1985 a Liga fundou sua propria gravadora- a Gravasamba7, assinou contrato com a RCA, e vendeu
7 Esta gravadora passa a ser detentora exclusiva dos direitos autorais dos sambas-enredo (Jornal 0 Dia, na p3.gina:
http://odia.ig.eom.br/sites/carnaval2002/escolas de samba2.htm)
74
logo de come~o cerca de urn rnilhiio e meio de c6pias (Cavalcanti, 1994: 37). Esse eo ano delimitador
da amostra escolhida para esta pesquisa.
75
CAPiTULO IY- METODOLOGIA E RESULTADOS
Neste capftulo serao descritos a metodologia utilizada para as amilises e seus resultados.
Cabe aqui relembrar brevemente os objetivos da pesquisa: identificar a estrutura do sarnba
enredo, averiguando a presen<;:a de possfveis padroes e as mudan9as ocorridas no perfodo estudado,
alem de identificar possfveis rela<;:oes entre o processo de racionaliza<;:ao da festa carnavalesca e essas
mudan.;:as.
Os aspectos musicais, litenirios e mercadol6gicos estarao apresentados em urn texto abordando
as caracterfsticas gerais de nosso objeto. Em anexo constarn as fichas tecnicas, os esquemas de analises
musical, as letras e partituras de cada urn dos sarnbas-enredo, com suas particularidades.
5.1 - Metodologia
A amostra
A arnostra escolhida para analise forarn os sarnbas-enredo das escolas carnpeas no perfodo de
1970 a 1985. 0 objetivo de toda escola de samba e ser campea do desflle, ganhando o premio e a
proje.;:ao tanto dentre suas concorrentes quanto na mfdia. Seu sarnba-enredo e entao consagrado pelo
premio, ainda que ele nao tenha obtido as melhores notas do juri neste quesito. Por isso foi feita a
op<;:ao por sambas das escolas campeas de cada ano. Em sua maioria sao os que obtiverarn a maior ( ou
segunda maior) nota do juri. Em alguns anos houve mais de uma carnpea. Em 1980 o primeiro Iugar
ficou com a Beija-Flor, a Portela e a Imperatriz I.eopoldinense. 0 criterio de desempate poderia ser a
nota do juri no quesito sarnba-enredo. Como todas elas tiveram nota maxima, optei por uma de cada
ano ao acaso, pois nao encontrei urn criterio mais relevante para escolher - mesmo a nota da bateria,
que poderia ser urn segundo criterio, foi maxima para todas. Em 1984, o campeonato ficou com a
Portela e a Mangueira A Mangueira obteve melhor nota do juri, sendo escolhida para a amostra.
Os sambas escolhidos foram:
77
1 - "Lendas e misterios da Amazonia", de Catoni! Jabol6/ Waltenir- G.R.E.S. 1 Portela/ 1970.
2- "Festa para um Rei Negro", de Zuzuca- G.R.E.S. Academicos do Salgueiro/ 1971.
3 - "Alo, alO, tai Carmem Miranda", de Wilson Diabo/ Heitor A. P. Rocha/ Maneco - G.R.E.S.
Imperio Serrano/ 1972.
4- "Lendas do Abaete", de Preto Rico/ Jaja- G.R.E.S. Esta9iio Prirneira de Mangueira! 1973.
5- "0 Rei de Franr;a na llha de Assombrar;iio", de Ze Di/ Malandro- G.R.E.S. Academicos do
Salgueiro/ 1974.
6 - "0 segredo das minas do rei Salomiio", de Nininha Rossi! Ze Pinto/ Dario Ribeiro/ Mario
Pedra- G.R.E.S. Academicos do Salgueiro/ 1975.
7- "Sonhar com rei da leiio", de Neguinho- G.R.E.S. Beija-Flor de Nil6polis/ 1976.
8 - "Vov6 e o rei da Saturnalia na corte egipciana", de Savinbo/ Luciano - G.R.E.S. Beija-Flor
de Nil6polis/ 1977.
9 - "Criar;iio do mundo na tradir;iio nago", de Neguinbo da Beija-Flor/ Mazinbo/ Gilson -
G.R.E.S. Beija-Flor de Nil6polis/ 1978.
10 - "Descobrimento do Brasil", de Toco/ Djalrna Cril - G.R.E.S. Mocidade Independente de
Padre Miguel! 1979.
II - "0 sol da meia-noite: uma viagem ao pais das maravilhas", de ze do Maranbiio/ Wilson
Bombeiro/ Alufsio- G.R.E.S. Beija-Flor de Nil6polis/ 1980.
12 - "0 teu cabelo niio nega", de Gibil Serjao/ Ze Catirnba- G.R.E.S. Imperatriz Leopo1dinense
I 1981.
13 - "Bumbum paticumbum prugurundum", de Beta sem Bra9o/ Alufsio Machado- G.R.E.S.
Imperio Serrano/ 1982.
1 Esta sigla quer dizer Gremio Recreativo Escola de Samba.
78
14 - "A grande constelafiiO das estrelas negras", de Neguinho/ Nego - G.R.E.S. Beija-Flor de
Ni16polis/ 1983.
15 - "Yes, nos temos Braguinha", de Jurandir/ He1io Turco/ Comprido/ Arroz - G.R.E.S.
Esta~ao Primeira de Mangueira/ 1984.
16 - "Ziriguidum 2001 ", de Gibil Tiaozinho/ Arsenio - G.R.E.S. Mocidade Independente de
Padre MigueV 1985.
Esta lista sera referencia para numera~ao dos sambas em todas as tabe1as.
Como foram encontrados apenas algumas partituras dos sambas, a op~ao foi fazer transcri~ao de
todos eles. Para tanto, foi utilizado o programa de edi<;:ao de partitura Encore 5.0, com base nas
grava<;6es originais do L.P. anual de sambas-enredo. As partituras foram editadas com o programa
Finale 2000.
A transcri<;:ao das me1odias foi feita baseada no canto dos coros, que possuem maior precisao
rftmico-mel6dica, dentro dos limites que a qualidade das grava<;:6es irnp6s (as mais antigas apresentam
qualidade inferior, tomando mais dificil a transcri~ao ). E irnportante destacar aqui que a dificuldade em
transcrever estas grava<;:6es muitas vezes se deu por urna irnprecisao mel6dica, ora por parte dos
interpretes, ora por parte do coro.
A pesquisa foi feita buscando identificar possfveis padroes nos aspectos musicals atraves de urna
analise descritiva, alem de tentar identificar possfveis rela~6es entre letra e musica. Tambem buscou-se
verificar a possfvel influencia do processo de industrializa<;:ao sobre as mudan~as ocorridas no samba
enredo no perfodo.
A partir daqui, trataremos da metodologia de analise de cada aspecto.
A fonna e a maneira como se apresenta a estrutura de urna musica; "em um sentido estetico, o
terrno forma significa que a pe~a e 'organizada', isto e, que ela esta constitufda de elementos que
funcionam tal como urn organismo vivo" (Schoenberg, 1991 ). Tambem e conceituada como: "a uniao
79
das partes para constituirem urn todo satisfat6rio"(Pelo mundo do som - Diciomirio Musical, 1976:
265); e aiuda como o elemento construtor ou organizador na musica (The New Grove Dictionary of
Music and Musicians, 2001: 93).
Os estudos encontrados sobre forma geralmente descrevem as formas existentes na musica
erudita. No ambito da musica popular, Ian Guest faz uma classificac;oao de formas em seu "Arranjo -
Metoda prdtico. Vol. 1 ", na qual foi encontrada uma referencia a forma do samba-enredo, designada
como livre (1996: 65). Nos regulamentos de desflle encontrados nao houve nenhuma referencia
especffica a forma dos samba-enredo.
Para designar cada segao ou parte foram utilizadas letras maiusculas. Os perfodos sao designados
por numeros e as frases por letras minusculas. 0 conceito de frase aqui utilizado baseia-se na defmic;ao
dada a ela por Schoenberg: "uma unidade aproximada aquilo que se pode cantar em urn s6 f61ego. ( ... )
Seu fmal sugere uma forma de pontuac;oao, tal como uma vfrgula" (1991: 29). 0 t6rmino de uma frase
geralmente e identificado atraves da presenc;a de nota mais longa ou de pausa (Valle &Adam, 1986: 12;
Shoenberg, 1991: 30). 0 perfodo e definido por Valle & Adam em seu "Linguagem e estruturar;iio
musical" como sendo result ado do encadeamento ou justaposic;ao de frases, que, organizados, formam
as partes ou sec;oes da musica (1986: 10-13). Considerei como frases tambem alguns fragmentos que
possuem func;ao bern definida, como as chamadas e as reiterar;oes, cuja func;ao 6 antecipar o conteudo
da letra da parte seguinte (nas charnadas) ou reforc;ar o da parte anterior (nas reitera<;oes).
Para sua identificac;ao, foram usados como parfunetros as reso1uc;5es mel6dicas das frases, as
ocasionais mudanc;as na tessitura da me1odia e a existencia e 1ocaliza<;iio de refroes. As definic;oes de
refrao encontradas descreveram-no como parte de uma canc;ao que 6 repetida, ocorrendo geralmente no
fim de cada estrofe, usualmente com mesma letra e musica (Dicionario de Musica Zahar, 1985;
Dicionario Grove de Musica, 1994).
80
No caso desta pesquisa, foi considerado refrao ( ou estribilho) uma se9ao com perfodos que se
repetem imediatamente, cuja letra e identica - na maioria dos casos - e a melodia ou se repete identica
ou em sua primeira vez tern frase fmal com termina<;:ao mel6dica diferente da segunda. Tambem e
considerado refrao uma se9ao em que ha perfodo (ou perfodos) com duas frases repetidas (na Integra ou
com uma pequena modificayao) e uma diferente.
A letra tambem foi urn parametro fundamental para delimitar as seyoes, pois a estrutura sintatica
ajudou a identificar infcio e termino das sey6es. Alem disso, tambem foram uteis as mudanyas de ternas
nas partes do enredo. Porem, hii sambas nos quais o fnn das frases musicais nao coincide com o fnn da
frases sintaticas do texto cantado. Como conseqiiencia disto, houve casos em que a delimitayao das
frases, perfodos ou sey6es foi feita ora em fun9ao do elemento musical, ora em fun<;:ao do aspecto
sintatico, buscando avaliar qual teria prioridade.
Os aspectos ritmico-melodicos foram analisados buscando identificar possfveis padroes. Para
tanto, utilizei os trabalhos: "Fraseologia" (Scliar, s/d) e "Linguagem e estruturar;;iio musical" (Valle &
Adam, 1986). Nestes trabalhos encontrei conceitos para classifica<;:ao das frases quanto a seu infcio e
terrnino, tanto rftmica quanto melodicamente. Tambem foram utilizadas para analise me16dica
anotayoes de aulas de arranjo do Prof. Paulo Pugliesi - o professor montou sua apostila tendo como
referencias principal urna publica<;:ao da escola musica norte-americana2• Alem disso, tambem foi
utilizado o trabalho "Arranjo -Metoda prtitico. Vol. 1" (Guest, 1996).
Ritmicamente, as frases podem ser: de infcio tetico, quando este se da no apoio - tempo forte do
compasso; acefalo, quando inicia ap6s o apoio, precedido por pausa nao superior a urn tempo;
anacrusico, quando iniciada no impulso - tempo fraco do compasso. Quanto ao fun, podem ser:
rnasculinas, quando terminam no apoio; femininas, quando terminam ap6s o apoio. (Scliar, s/d: 12). Nas
2 Berklee Press Publications - The Berklee Correspondence Course. Tambem sao citados na bibliografia do curso
os trabalhos de Russel Garcia, Dick Grove e Ian Guest.
81
classifica~6es de frase dos esquemas de analise rftmico-mel6dica, use1 as seguintes abreviaturas: fs
(frase); In (infcio) e Ter (terminac;iio); Ac (acefalo), An (anacrusico) e Te (tetico).
Do trabalho "Feitir;o decente. Transformar;oes do samba no Rio de Janeiro (1917-1933)"
(Sandroni, 2000) foram utilizados os conceitos de classifica<;:iio das articulat;:6es rftmicas da melodia,
que podem ser cometricas ou coutrametricas. Uma articulac;ao sera cometrica quando ocorrer na
primeira, terceira, quinta ou setinaa colcheia de urn compasso de 2/4, e contrametrica quando ocorrer
nas posi<;:6es restantes, sem que seja seguida por nova articula<;:iio na posi<;:iio seguinte.
Melodicamente, as frases sao classificadas como: conclusivas, quando a nota fmal e uma das
notas do acorde de tonica, harmonizada pelo mesmo; suspensivas, quando termina em qualquer nota
harmonizada por qualquer acorde diferente da tonica (Valle & Adam, 1986: 13). A analise mel6dica
proposta nas anota~6es de aula e a do livro de Guest sao bastante semelhantes. Classificam as notas da
melodia em notas do acorde, notas que fazem aproxinaa<;:iio por cromatismo ou por notas da escala e
notas estranhas aos acordes.
A hannonia foi analisada utilizando anota<;:6es de aulas de harmonia na gradua<;:iio - Prof.
Claudiney Carrasco e Prof. Hilton Jorge Valente, alem dos trabalhos: "Hannonia e improvisar;iio: 70
musicas hannonizadas e analisadas para violiio, baixo e teclado" (Chediak, 1986); "Arranjo- Metoda
pratico. Vol. 2" (Guest, 1996) e "Teo ria da Hannonia na Musica Popular: uma definir;iio das relar;oes
de combinar;iio entre os acordes na harmonia tonal" (Freitas, 1995).
0 andamento foi verificado utilizando o prograrna de edi<;:iio de partitura Encore 5.0,
comparando os andamentos dos sambas da amostra entre si.
Foi feita a identifica<;:iio da instrumenta~o dos sambas, novamente dentro dos acinaa citados
limites, para tra<;:ar urn quadro comparativos de instrumentos utilizados no perfodo.
A letra foi analisada utilizando os trabalho de Osorio et alii (1970) e Valen<;:a (1982), nos quais
eles descreveram caracteristicas do samba-enredo. A amilise procurou verificar a presen<;:a destas
82
caracteristicas na amostra estudada, alem de buscar rela<;oes entre o aspecto litenirio e o musical,
analisadas atraves do trabalho de Luiz Tatit - "A Canr;iio, eficdcia e encanto" (1987). Tambem foi
feito urn levantamento das tematicas abordas no periodo.
As possiveis rela<;:6es entre o processo de industrializagao e as mudangas ocorridas no samba
enredo ocorridos no perfodo estudado foram levantadas atraves do estudo de regulamentos, alem do
material publicado em jornal e da bibliografia referent e.
5.2 - Resultados:
0 samba-enredo como produto fonogr:ffico:
Observando as fichas tecnicas dos discos utilizados na pesqmsa, foram verificadas grandes
mudangas na infra-estrutura uti!izada para as gravag6es: surgiram novas fun<;:6es e foram sendo
inclufdas nos creditos informa<;:6es que nao constavam nos discos iniciais. A presen<;:a de dados mais
detalhados sobre as condi<;:6es em que sao feitas as grava<;:6es nas fichas tecnicas do disco pode ser urn
indicativa de uma crescente profissionaliza<;:iio. E provavel que muitos dos profissionais envolvidos
com este trabalho - miisicos e tecnicos de gravagao - ja exercessem suas fun<;:6es antes destas
constarem nos creditos. A preocupa<;:iio em oferecer essas informa<;:6es pode denotar uma vontade de se
adequar ao sistema da industria fonogriifica.
A princfpio, os discos eram langados no mesmo ano do desfJie. A partir do disco Sambas de
enredo das Escolas de Samba do grupo 1 (L.P. 85.013, lan<;:ado em 1972), os lan<;:amentos passaram a
ser feitos no fim do ano anterior para o carnaval seguinte, havendo uma iinica exce<;:ao no lan<;:amento
do disco de 1978, que ocorreu no mesmo ano. Esse sistema vigora ate hoje.
Ate 1977, a produ<;:iio era encargo da Associa<;:ao das Escolas de Samba (AESEG - Associa<;:ao
das Escolas de Samba do Estado da Guanabara- ate 1974; depois AESCRJ- Associagao das Escolas de
Samba da Cidade do Rio de Janeiro). A partir de 1978, a Associagao deu Iugar a figura do produtor,
83
representada na amostra principalmente por Lana, que havia sido puxador e diretor de harmonia da
escola de samba Acadernicos do Salgueiro, sempre junto a outros names.
As gravac;oes e a distribuic;ao foram feitas pela CID Discos e Discnews, respectivamente, nos
anos de 1970 e 1971. A TOP TAPE fez a distribuic;ao ate 1979. De 1980 ate 1985 - fmal do perfodo
estudado, a fabricac;ao e a distribuic;ao passaram a ser feitas pela RCA, e as gravac;oes foram feitas nos
Estudios da Transamerica- com 24 canais a partir de 82.
Abaixo apresentamos uma tabela com os dados que constam nos discos ( capa, ficha tecnica do
encarte e r6tulo do disco) a cada ano. A tabela e a present ada com intuito de melhor visualizar as
mudanc;as ocorridas no decorrer do tempo. Os quadros marcados com urn "X" indicam a presenc;a das
inforrnac;oes listadas e os marcados com"-" a ausencia delas.
T ABELA 1- Dados comparativos das inforrnac;oes dadas pelas fie has tecnicas:
4mto do disco' 70 71 72 72 73 74 75 76 78 78 79 80 81 82 83 84 N° rgto disco X X X X X X X X X X X X X X X X Distribui9fio X X X X X X X X X X X X X X X X Cornpositores X X X X X X X X X X X X X X X X Interpretes Produyi'io X X X X X X X X X X X X X X X X Editor a - - - - - - X X X X X X X X X X N° de rgto do fgra - - - - - - - - - X X X X X X X Coordenal'ao - - - - - - - - X X X X X - X X gera! Arranjo/ regencia - - - - - - - - - - - X X X X X Arregimentayao - - - - - - - - - - - X X X X X Argtl'ao de coro - - - - - - - - - - - - - X X X Auxiliar de pro- - - - - - - - - - - - - X X X X dus:iio/assistente Tecnico de sorn! - - - - - - - - - - - - X X X X gV<;ao Tecnico de - - - - - - - - - - - - X X X X mixagem Aux. T &:nico - - - - - - - - - - X - - X X X Local de gvs:ao - - - - - - - - - - - - X X X X Montagem - - - - - - - - - - - - X - - X
3 Abreviaturas utilizadas na tabela: h;;:mto - Ianc;arnento; rgto - registro; fgra - fonograma; argt'rao -
arregimentac;ao; gvc;ao- gravac;ao.
84
Contatos com - - - - - - - - - - - X - - -escolas Arte final - - - - - - - - - - - - - X - X Fotos - - - - - - - X X X X - - X X X Capa/ criac;:ao da - - - - - - X - - - - - X X capa Direc;:ao ou coor ~ - - - - - - - - - X - - - X - -denayao de arte Prograrna9ao - - - - - - - X - - - - - - - -visual Textos - - - - - - - X - - - - - - - -Cria9ao - - - - - - - - X - - - - - - -Coro - - - - - - - - - - - - - - X X Corte - - - - - - - - - - - - X X - X Manutenr;ao de - - - - - - - - - - - - - X estUdio Supervisfio - - - - - - - - - - - - - - - X Supervisao de - - - - - - - - - - - - - - - X audio Participayao de - - - - - - - - - - - - - - - X ritmistas das respectivas escolas
Forma
0 termo forma, definido na metodologia, pressup6e uma organiza(iiio na musica. Esta
organiza~iio esta presente no samba-enredo. Porem, nao encontramos padr6es formais majorit:irios,
ocorridos em todos os sambas; apenas podemos destacar os aspectos formais mais recorrentes nessa
amostra.
Das formas identificadas, destacaram-se como as mais freqiientes: A! B! C! D e A! Bl C! D! E.
Ate 1978 a forma que mais freqiiente foi a primeira, registrando-se apenas duas varia~6es; a partir dai,
a forma mais recorrente passou a ser a segunda - com algumas varia<;bes. Essa ultima e extremamente
recorrente em sambas posteriores ao perfodo da amostra, revelada pela audis;ao dos mesmos. Tambem e
interessante destacar que, apesar de aparentemente nao haver padriio na ordem de refriio e estrofe, a
forma A! B! C! D! E apresentou-se de maneira ciclica em sua ordena<;ao:
85
ESTROFE~ REFRAO
REFRAO ~ "\ ESTROFE .._ REFMO
Neste ciclo nao ha padrao para o ponto de partida, ou seja: a primeira ses;ao do samba pode ser
urn dos refroes ou estrofes. Porem, nao ha nenhuma ocorrencia de inicio em refrao seguido por outro
refrao.
A amostra estudada nao apresentou padrao tinico com relas;ao ao tamanho do samba-emedo; estes
possuem ntimero variado de compassos ao Iongo dos anos. Foram encontrados sambas longos, como o
de ntimero l, que possui 112 compassos, e de ntimero 13, com 178 compassos, e curtos, como o de
ntimero 3, com 56 compassos. Entretanto, os mais curtos foram mais freqiientes ate 1974. Ap6s este
ano, apenas urn samba apresentou ntimero de compassos inferior a cern. Porem, ntimero maior de
compassos nao significa maior numero de se<;:oes.
E comum na mtisica popular, principalmente em generos como o choro tradicional e a bossa-
nova, mtisicas com ntimero de compassos mtiltiplos de 4 ou 8. Na amostra estudada, os sambas 01, 02,
03, 04, 05, 12 e 14 apresentaram ntimero de compassos mtiltiplo de oito e os sambas 8 e 16 ntimero de
compasso mtiltiplo de quatro. Ja os sambas 06, 07, 09, I 0, II, 13 e 15 apresentaram ntimero par de
compasso, mas niio mtiltiplos de quatro nem de oito 4• Po rem, a maioria das frases e dos perfodos dos
sambas-emedo nao apresentou simetria - foi freqiiente a ocorrencia de ntimero diferente de compassos
por frases, de frases por perfodo e de perfodos por se<;:ao. Isto me parece ser caracterfstico do samba-
emedo, como tambem de outros tipos de samba, podendo indicar urn padriio.
A tabela abaixo apresenta a evolw;ao da forma dentro do perfodo.
4 Os sambas 03, 06, 07, 11, 12, 13 e 15 na verdade possuem numero impar de compasses devido ao fato de que a
Ultima frase de cada samba termina no meio do compasso e e seguida imediatamente pela frase inicial, do recomes;o do
samba, que se inicia no mesmo compasso.
86
T ABELA 2 - Aspectos formais
Can<;:ao Forma (se<;:6es) N° de N ° de frases/ periodo Distribui<;:ao N°de
perfodos/ se<;:ao Estrofe e Refrao compassos
Samba 1 A/B/C/D 2/2/2/2 4-2 I 2-2 I 7-7/2-3 E/R/E/R 112
Samba2 AlB - AlB - AlB 2/4 2-2 I 2-2-2-2 R/E 48
Samba 3 AlBIC 3/2/2 2-2-2 I 2-2 I 2-2 E/R/R 56
Samba4 A/B/C/D 2/1/3/1 2-2 I 3 I 2-2-2 I 3 E/R/E/R 64
SambaS A/B/C/D 3/2/2/4 2-2-2/6-4/2-2/2-2-2-2 R/E/R/E 112
Samba6 A/B/C/D 4/2/2/2 4-4-4-2/2-3 /2-2/2-3 E/R/E/R 110
Samba 7 A/B/C/D 2/2/2/2 4-9/4-4/6-2 /2-3 E/R/E/R 126
SambaS AlBIC/DIE 3/2/3/2/2 4-4-4/ 2-2/ 2-2-2 I 2-31 E/R/E/R/E 124
3-3
Samba 9 AlB 2/3 4-417-11-9 R/E 130
Samba 10 A/B/C/D 2/2/2/2 4-5 I 2-3 I 7-6 /6-6 E/R/E/R 118
Samba 11 AlBIC/DIE 4/2/2/2/2 2-5-2-2 I 2-21 5-4 /3-3 E/R/E/R/R 122
/2-3
Samba 12 A/B/C/D 2/2/2/2 4-5 I 2-2 I 3-3 I 5-4 R/E/R/E 88
Samba 13 AlBIC/DIE/ 2/4/2/3/2/ 3-2/ 8-4-4-2/ 2-2/5-3-4 R/E/R/E/R 178
F 2 I 5-51 2-2 IE
Samba 14 AlBIC/DIE 2/3/2/1/2 5-51 6-4-3/ 3-4/ 3/2-3 R/E/R/E/R 120
Samba 15 AlBIC/DIE 2/2/2/3/2 6-8/ 2-3/ 2-2/ 5-4-3/ E/R/R/E/R 142
2-2
Samba 16 AlBIC/DIE 1/3/2/2/2 3/2-3-2/ 2-4/ 2-2/5-4 R/E/R/ R/E 100
A grande mudan<;:a formal verificada neste periodo foi a maior presen<;:a de refroes. Como ja foi
dito, de meados da decada de 50 ate o infcio dos anos 70, o que existia eram os sambas do tipo 1en<;:o1,
muito longos, descrevendo minuciosamente o emedo e com pouca presen<;:a de refr6es. Na amostra
estudada, encontrei sambas apresentando ate tres refroes, diferenciando-se bastante dos sambas do
perfodo anterior.
87
Houve ocorrencia de introdu~ao instrumental em praticamente todos os sambas, exceto nos
sambas 0 I (iniciado com fade in de todos tocando ), 08 (iniciado direto com voz) e 09 (iniciado com
voz e conga). Ocorreram introdu~oes citando partes da musica, como nos sambas 06 e 13, mas na
maioria dos casos a introdu<;:ao foi constitufda por progressoes harmonicas feitas pelo cavaquinho e/ou
violao. Todas as introdu~oes apresentaram numero pequeno de compassos, e nunca foram repetidas no
recome~o dos sambas.
A introdu~ao mais diferenciada foi encontrada no samba 16. Trata-se de urn recurso que e
utilizado ate hoje pelas escolas: a inser~ao de uma pequena se~ao musical que apresenta a escola. No
caso da amostra, a escola foi a Mocidade Independente de Padre Miguel, que assim se apresentava:
"Mostrando a minha identidade eu posso provar a verdade a essa gente- como eu sou da Mocidade
lndependente". A partir de 1976, o interprete da Beija-Flor, Neguinho da Beija-Flor, iniciou uma
pnitica encontrada ate hoje nas escolas de samba: a de charnar o nome da escola antes de iniciar o
canto. Na amostra estudada, esse recurso foi encontrado principalmente nos sambas da Beija-Flor,
quando cantados por Neguinho (sb07, sb09, sbll e sbl4), mas tambem foi observado nos sambas 12 e
15.
Ref roes
J a definimos na Metodologia o conceito de refrao utilizado na pesquisa. Como p6de ser visto na
tabela anterior, nao foram encontrado padroes na ordem de refroes e estrofes na amostra. Nove dos
sambas foram iniciados por estrofe e sete por refroes.
Podemos considerar a crescente presen<;:a de refrao, principalmente aquele que ocorre no meio do
samba, como urn padrao na amostra. Esse crescimento da presen~a de refroes pode ser considerado urn
recurso que facilitou o aprendizado do samba-enredo pelo publico, pelo fato de que o refrao, sendo uma
parte que se repete, toma maior a chance de ser aprendido rapidamente.
88
Destaca-se, no samba 2, a ocorrencia de uma organizac;:ao formal unica na amostra: A-B/ A-B/
A-B (onde A eo refrao e Be a estrofe). Eo unico caso em que o mesmo refrao foi cantado em mais de
urn ponto do samba-enredo. Este tipo de refrao e bastante comum em generos da musica popular, como
o choro tradicional, por exemplo. Alem disso, remete-se a forma dos primeiros sambas cantados nos
desflles de escola de samba, que tinham essa estrutura - refrao e estrofe, s6 que irnprovisada, como
descrito nos capftulos anteriores.
Foram encontrados tres diferentes tipos de estrntura de refrao:
a) refriies com dois periodos:
Foram os mais recorrentes na amostra, somando trinta e urn dos trinta e cmco refroes
encontrados. Classificados quanto ao numero de frases, resultaram nos seguintes tipos:
a ll numero igual de frases por perfodo:
Este tipo de refrao foi o mais recorrente na amostra, totalizando dezoito dos trinta e cinco refroes
identificados. Ocorreu nos sambas: sbOl (sec;:ao B); sb02 (sec;:ao A); sb03 (sec;:oes B e C); sb05 (sec;:ao
C); sb07 (sec;:ao B); sb08 (sec;:ao B); sb09 (sec;:ao A); sblO (sec;:ao D); sbll (sec;:oes B e D); sbl2 (sec;:ao
C); sbl3 (sec;:oes C e E); sbl4 (sec;:ao A); sbl5 ( sec;:oes C e E) e sb16 (sec;:ao D). Nos sambas 07 e 09, os
refroes tern perfodos compostos por quatro frases cada. Nos sambas 11 (sec;:ao D) e 12, sao constitufdos
por tres frases cada. Nos sambas 13 (sec;:ao E) e 14, sao compostos por cinco frases cada. Nos refroes
dos sambas restantes, sao constitufdos por duas frases cada.
a2l numero diferente de frases por perfodo:
Este tipo de refrao ocorreu treze vezes na amostra, nos seguintes sambas: sbOl (sec;:ao D); sb06
(sec;:oes Be D); sb07 (sec;:ao D); sb08 (sec;:ao D); sb10 (sec;:ao B); sbll (sec;:ao E); sbl2 (sec;:ao A); sbl3
(sec;:ao A); sbl4 (sec;:oes C e E); sb15 (sec;:ao C). Apenas no samba 15 ambos os perfodos do refrao
apresentam numero par de frases. Nos outros sambas, os refroes apresentam numero par de frases em
urn dos perfodos e numero fmpar de frases em outro.
89
b) refriies com urn periodo:
Houve casas de refroes constitufdos por urn tinico perfodo, apresentando sempre tres frases. Em
sua estrutura, h:i uma frase que se repete e uma diferente. Ocorreram apenas nos sambas 04 ( se<;;6es B e
D) e 16 (se<;;ao A). No samba 04, primeiro vern as frases identicas, seguidas da frase diferente. No
samba 16, ocorre o inverso.
c) refroes com tres periodos:
No samba 05 houve a ocorrencia mais diferenciada no que se refere a estrutura dos refroes, pois
seu primeiro refrao foi o tinico a apresentar tres perfodos (se<;;ao A). 0 primeiro perfodo diferencia-se
do segundo e o terceiro e a repeti<;;ao do segundo, mas todos sao constitufdos por duas frases.
Estrofes:
Foram encontrados quatro tipos de estrutura de estrofe:
a) estrofes com dois periodos:
Foram as mais recorrentes, totalizando dezesseis das trinta e uma estrofes identificadas.
Podemos agrupa-las em dois tipos de estrutura:
a!) com ntimero diferente de frases por periodo:
Ocorreram nove estrofes deste tipo, nos sambas sbOl (se<;;ao A); sb05 (sec;:ao B), sb07 (sec;:oes A
e C); sb!O (se<;6es A e C); sbll (se<;ao C); sbl2 (se<;;ao D) e sbl6 (se<;;ao E).
a2)com ntimero igual de frases por perfodo:
Foram assim identi:ficadas cinco estrofes, ocorrendo nos sambas sbOl (se<;;ao A); sb04 (se<;;ao
A); sb06 (se<;;ao C); sb08 (se<;;ao E) e sbl3 (se<;;ao F).
b) estrofes com tres periodos:
Foram assim encontradas nove estrofes, podendo ser divididas em do is grupos:
b !)com ntimero diferente de frases por perfodo:
90
Ocorreram cinco estrofes deste tipo, nos sambas: sb09 (se<;;iio B); sbl3 (se<;;iio D); sbl4 (se<;:iio B);
sbl5 (se<;;ao D); sbl6 (se<;:il.o B).
b2) com mimero igual de frases por perfodo:
Foram identi:ficadas quatro delas, nos sambas: sb03 (se<;:iio A), sb04 (se<;iio C); sb08 (seq6es A e
C). A seqil.o A do samba 08 e a tinica a apresentar quatro frases por perfodo. As outras estrofes deste
tipo apresentam duas frases por perfodo.
c) estrofes com quatro periodos:
As estrofes de 4 perfodos ocorreram cinco vezes, agrupadas em dois tipos:
c1 )com numero diferente de frases por perfodo:
Ocorreram nos sambas sb06 (seqil.o A); sbll (seqil.o A) e sb13 (seqao B).
c2) com ntimero igual de frases por perfodo:
Ocorreram nos sambas sb02 (se<;il.o B) e sb05 (seqao D). Em ambos os casos, ha duas frases por
perfodo.
d) estrofes com urn periodo:
Foi o tipo de estrofe menos recorrente, ocorrendo apenas no samba 14 (se<;il.o D). 0 perfodo
apresenta uma estrutura com tres frases.
Aspectos Rftmico-mel6dicos
a) Ritmo
Os sambas estudados apresentaram carater predominantemente contrametrico em suas
articulaqoes ate o samba 13. A partir dele, houve maior freqiii!ncia de articula<;6es cometricas, mas
ainda foi mantida a supremacia das articulaqoes contrametricas. Esse processo e denominado por Ikeda
como marcializaqao da melodia (1990: 4).
91
Este resultado era esperado, uma vez que o samba-enredo e derivado do samba, genero
sabidamente contrametrico, caracterizado por muitos autores pela recorrencia das sincopes5
Houve predorrriniincia de frases com infcio acefa!o e anacrusico. A partir do samba 12,
passaram a ser mais freqilentes frases com infcio tetico. A maior recorrencia foi de terrrrina.;oes
femininas.
V erificou-se a presen<;a majoritaria de semicolcheias nos sambas. Do samba 09 em diante,
passou a haver mais freqilencia de notas de maior dura.;ao. Houve alguns casos em que se pode
perceber contrastes entre refrao e estrofe, altemando a presen.;a de notas mais curtas em urn e a
presen<;a de notas mais longas em outro, como acontece nos sambas 06, 09 e 12.
Alguns padroes rftmicos foram identificados. Entretanto, nao se pode esquecer que, na can.;ao, a
rftmica esta intiruamente associada ao texto cantado. Por isso, nao foi encontra urn padrao com numero
grande de compassos, mas siru pequenas estruturas Os sambas apresentaram grande ocorrencia das
seguintes celulas:
I)
jJJ J Esta celula se apresentou de maneira variada, geralmente apresentando as semicolcheias ligadas
as celulas anterior e posterior.
2)
ptJ J J
5 Sabre este assunto, consultar: Sandroni (2000), Sodre (1998), Andrade (1989), Almeida (1942).
92
Esta celula geralmente apresentou sua primeira semicolcheia em pausa ou ligada ao compasso
anterior e a ultima ligada ao compasso seguinte.
Pode-se dizer que a primeira celula foi a mais recorrente, ja que a segunda e formada por duas
delas, com ligadura entre semicolcheias. A segunda passou a ser menos recorrente a partir do samba
12.
0 unico samba que apresentou todas as articula~oes cometricas foi o samba 02, "Festa para um
Rei Negro", de Zuzuca, cantado pelo Salgueiro no desf!le de 1971. Esta cometricidade talvez esteja
ligada ao carater de marcha de Folia de Reis nele apontado por alguns autores. (Tinhorao, 174: 178;
Valen9a, 1981: 76)
b) Melodia
A maioria dos sambas apresentou uma estrutura mel6dica cujas notas se concatenam por graus
conjuntos. Quando ha saltos, estes sao compensados imediatamente por uso de graus conjuntos.
Foi quase rnajoritaria a presen9a de notas do acorde nas linhas mel6dicas, ocorrendo muitas
vezes o uso de arpejos, em alguns casos com supressao de alguma nota em virtude da repeti~ao de
outra. Com freqiiencia bern menor ocorreram as notas da escala ( escala relacionada ao acorde que as
harmoniza). Aproxirna~ao por cromatismo e notas estranhas ao acorde tiveram ocorrencia bern bai.xa.
A presen9a de notas estranhas cresceu a partir do samba 08. Geralmente, a ultima nota do compasso e
urna antecipa9ao de nota do acorde seguinte ou de sua escala. Com menor freqiiencia ocorre na
primeira nota dos compassos prolongamento de urna nota do acorde anterior ou de sua escala.
Pode-se dizer que esse uso majoritario de notas do acorde e urn padrao nessa pesquisa, pois ele
foi constante em toda amostra.
Na tabela abai.xo apresentamos os numeros de frases conclusivas e suspensivas de cada samba:
93
T ABELA 3 - Frases conclusivas e suspensivas
Samba N° de Frases Conclusivas N° Frases Suspensivas
Sb 01 17 12
Sb 02 7 5
Sb 03 6 8
Sb04 11 5
Sb 05 19 9
Sb06 14 17
Sb07 20 15
Sb08 13 19
Sb09 17 18
Sb 10 20 19
Sb 11 20 14
Sb 12 14 14
Sb 13 27 26
Sb 14 15 21
Sb 15 19 21
Sb 16 15 14
Percebe-se pela tabela que niio houve padr6es no uso de frases conclusivas ou suspensivas.
Porem, a partir do samba 07, houve urna perceptive! organiza.;;ilo em alguns refroes. Aqueles que nilo
fazem repeti.;;ilo integral da melodia apresentaram frases conclusivas nos fmais dos perfodos, sendo que
na prirneira vez a nota final geralmente foi a quinta do acorde e na segunda foi a fundamental. Isto
ocorreu nos sambas: sb07 (se<;:ilo B), sb08 (se.;;oes Be D), sblO (se<;ilo B), sb11 (se<;:6es B, De E), sb14
(se<;6es A, C e E), sb15 (se<;6es C e E) e sb16 (se<;ilo A).
Houve casos em que se percebe o desenho me16dico sendo repetido em outra altura dentro de
urna mesrna frase ou em frase seguinte do mesmo perfodo, ou do proximo. Nilo houve ocorrencia
suficiente para considerar esse recurso urn padrilo.
94
Harmonia
A harmonia do samba-enredo e predominantemente diat6nica. 0 unico samba em tonalidade
menor e o 01, os restantes sao em tonalidade maior. Os acordes ocorreram principalmente como
trfades, com exce.;;iio dos acordes dominantes. Houve uma perceptive! sofisticac;iio das harmonias ao
Iongo do perfodo estudado, verificada atraves do acrescimo de novos acorde e do aparecimento de
acordes mais complexos.
Niio foi constatado urn padrao no tamanho das progress5es. Geralmente, os acordes ocupam urn
compasso, freqiientemente ocupando mais de urn compasso. A ocorrencia de mais de urn acorde por
compasso foi observada nos sambas: 04, 07, 08, 09, 10, 14 e 16.
Tetrades:
As tetrades foram identificadas a partir do samba 05, com o uso de acordes diminutos. Neste
samba tambem houve uma unica ocorrencia da t6nica como tetrade (17M), acorde que s6 ocorreu
novamente no sambal5, em uma progressao na qual tambem apareceu como tetrade a tonica com sexta.
0 acrescimo da quarta nota nos acordes desta progressao representa uma movimentac;ao no acorde.
No samba 11 ocorreu como tetrade tambem o acorde de subdominante secundaria menor
(IVm6/II). No samba 15 tambem verificou-se ocorrencia de acorde com esta func;ao (Ilm7/IV). Os
acordes meio diminutos ocorreram como tetrade nos sambas 12 (II• e n•/IV) e 16 (II0 e n•/II).
Houve uma progressao no samba 14 em que ocorreram como tetrades os acordes: Ilm7M, IIm7
e IIm6, onde a quarta nota faz urn caminho crorruitico, dando movimento ao acorde.
Expansao do campo harmonica:
A expansao do campo harmonica geralrnente foi feita atraves do usa de dominantes secundarias
ou dominantes substitutas. A partir do samba 05, foram verificados novos acordes nessa expansao,
sendo inicialrnente identificados os diminutos. Ap6s o samba 05, somente os sambas 09 e 12 nao
apresentaram ocorrencia de acordes diminutos.
95
0 uso de acordes de emprestimo modal como recurso para expansiio do campo harmonica
ocorreu em alguns sambas, utilizando sempre acordes da tonalidade menor homonima. Abaixo estiio
listados esses acordes e suas fun<;6es.
- IVm (subdominante). Ocorreu nos sambas 09, 12 e 16.
-II" (subdominante). Ocorreu nos sambas: 12 e 16.
- IV7 (subdominante). Ocorreu somente no samba 15.
- Im (tonica). Ocorreu nos sambas 12 e16.
-bill (tonica). Ocorreu somente no samba 16.
Nos sambas 12 e 16 o emprestimo modal ocorreu de maneira diferente dos outros sambas. E
como se ele estivesse momentaneamente passando pela tonalidade homonima menor, em algumas
se<;:6es ou em parte de alguma se<;:iio. Estas ocorrencias nao foram consideradas como modula<;ao
porque nao estabeleceram outro centro tonal, alem de ser uma mudan<;:a passageira, que aconteceu em
uma se<;:ao curta e no fnn de outra, totalizando urn ntimero pequeno de compassos quando comparados
ao restante.
0 uso de dominante estendida foi verificado apenas nos sambas 06, 07, 08 e 09.
A subdominante secundaria como recurso para a expansao do campo harmonico foi verificada a
partir do samba 11 (IVm6/II). Ocorreu tambem nos sambas 12 (II0/IV), 15 (Ilm7/II) e 16 (Ilm/IV e
n•lln.
Acordes mais recorrentes:
0 tipo de acorde rnais recorrente foi o de fun<;:ao dominante, sendo maioria em quase todos os
sambas. Apenas nos sambas 01, OS, 06 e 09 os acordes de fun<;:ao tonica sao a maioria. 0 segundo tipo
de acorde mais recorrente foi o de fun<;:ao tonica, com exce<;ao ocorrendo nos sambas 01, 05, 06, 09
el6. 0 terceiro tipo de acorde mais encontrado foi o de fun<;:ao subdominante, com exce<;:ao ocorrendo
no samba 16.
96
E interessante destacar aqui a ocorrencia de acordes com tensao, apesar de sua baixa freqiiencia.
Ocorreram nos sambas: 09 (V7(b9l/II) e 15 (V7<9l, vi•5J, r<•5J).
Progress6es ma.is recorrentes:
A progressao ma.is recorrente foi:
I Tonica I Dominante secundaria I Subdominante I Dominante I Tonica I
Ela ocorreu nos sambas 02, 03, 07, 08, 10, II e 16.
Porem, houve freqiiencia bern proxima da seguinte progressao:
I Tonica I Dominante I Tonica I
Esta ocorreu nos sambas 06, 09, 12, 13, 14 e 15.
Houve ocorrencia de cadencia plagaJ nos sambas 04, 13 e 14.
Acordes diminutos:
Os acordes diminutos ocorreram com pouca freqiiencia. Depois de sua primeira ocorrencia,
apenas os sambas 09 e 12 nao apresentaram esse tipo de acorde. Abaixo estao listados os acordes
diminutos encontrados e designadas suas fun\;6es:
- biii0- encontrado nos sambas 05, 08, 10, 13, 14, 15 e 16. E analisado como diminuto auxiliar
de aproxima\;ii.O cromatica (Freitas, 1996: !54). Segundo Chediak, e!e e urn diminuto descendente scm
fun\;iiO de dominante ( 1986: I 02).
- #IV0 - ocorreu nos sambas 06, 07, 08, 11 e 15. E considerado urn diminuto em "fun~ao
cromatica" nao dominante, em que o baixo se eleva meio tom e aJcan<;a o acorde invertido (Guest,
1996: 24). Apenas no samba 15 esse acorde foi considerado uma inversao do ]0• E analisado como
diminuto auxiliar (Chediak, 1986: 103) ou diminuto auxiliar usado como recurso de ornamenta~ao
harmonica. (Freitas, 1996: 153).
- #II0 - encontrado nos sambas 06. E urn diminuto em "fun\;iio cromatica" nao dominante, em
que o baixo se eleva meio tome aJcan<;a o acorde invertido. (Guest, 1996: 24).
97
- 1° - ocorreu apenas no samba 08. E considerado urn diminuto auxiliar utilizado como recurso
de ornamenta9ao harmonica (Freitas, 1996: 153).
- #1° - encontrado somente no samba 13. Tern fun<;;ao dominante, pois substitui a dominante
secund::iria (V7/II), com nona e sem a fundamental.
Caracteristicas instrumentais:
A partir do samba 05, observou-se o violao tendo comportamento semelhante ao
tradicionalmente encontrado no choro e no samba, fazendo aproxima96es escalares ou crornaticas entre
os acordes - a famosa baixaria. Tambem verificou-se movimentos dentro dos acordes feitos pelo
cavaquinbo ja no samba 03. E provavel que estas caracterfsticas estivessem presentes tambem nos
sambas anteriores, sendo pouco identificaveis em func;ao da baixa qualidade das grava96es.
Poi observado que o cavaquinbo utilizou duas afina<;oes:
D-G-B-D (afmac;ao usual de cavaquinbo) nos sambas sb01, sb11, sbl3, sbl5 e sbl6.
G-D-A-E (afmac;;ao de bandolirn) nos sambas sb02, sb03, sb04, sb05, sb06, sb07, sb08, sb09,
sb10, sbl2 e sbl4.
And amen to
Poi constatado que o andamento nunca e constante no decorrer de cada musica. Ao Iongo dos
anos percebeu-se uma acelerac;ao dos andamentos medios de cada samba. Observou-se tambem que as
varia<;;oes de andamento foram maiores nos sambas mais antigos.
Essa acelerac;ao provocou a mudan<;a ritmica descrita em item anterior. Ikeda aborda esse
fen6meno em seu artigo "Escolas de samba ou de marcha?", afrrmando que a ace1erac;ao do
andamento da bateria e compensado pela marcializac;ao da melodia, geralmente com menos notas por
compasso (1990: 4). Certamente, e muito mais dificil cantar melodias sincopadas em andamento
rapido. E, fazendo uma observac;ao superficial dos sambas de anos posteriores ao periodo estudado,
98
percebe-se que o andamento continuou acelerando ao Iongo do tempo e que ha presenc;:a de menos
notas por compasso (presenc;:a de notas mais !on gas) e maior incidencia de frases com inicio tetico.
Essa mudanc;:a ritrnica tambem foi apontada por alguns compositores na reportagem "0 samba
enredo estd virando marcha", publicada no jornal 0 Globo em 26/02/!984. Paulinbo da Viola
indicava: "aquela coisa propria do samba, aquela cadencia dolente, aquela sfncope, vai dando Iugar a
urn ritmo que lembra muito o calango do Estado do Rio, s6 que mais rapido. Mas isso nao e samba".
Noca da Portela afrrmou na mesma reportagem: "Depois do Pega no Ganze, do Salgueiro, uma
marcha-rancho, meio calango, melhorada, com todo o respeito, o pessoal tern que voltar as origens
Acontece que a escola precisa encher a quadra, a marcha pega mais ... ai fica dificil: o carnavalesco e a
dire~;ao cortam os sambas-enredo autenticos".
Martinho da Vila achava que "essa expansao de sambas em ritmo de marcha depende muito do
resultado dos desflles de cada ano. Se ganba urn samba boi com ab6bora (denominac;ao dada por ele aos
sambas rapidos) num desfile, no ano seguinte s6 vao ganbar nas escolas sambas boi com ab6bora. Se
ganbar urn enredo legal, a tendencia e s6 dar samba legal no ano seguinte".
Ney Lopes afirmou que a transforma~;ao do samba-enredo em marcha iniciou-se com a invasao
dos turistas nas quadras de ensaio, tendo se transformado em baile - e o turista trouxe seu modo de
danc;:ar: o pula-pula. Antes desta invasao, contou o compositor que quem danc;:ava na quadra era a
comunidade do morro; mas depois dela as escolas tiveram que adaptar o ritmo a esse andamento,
transformando o samba-enredo em marcha-rancho.
Essa acelerac;:ao do andamento pode ter tido origem exatamente no perfodo estudado, em virtude
do crescimento das escolas e da regulamentas;ao do tempo do desflle. 6
A tabela abaixo apresenta os andamentos de cada samba:
6 Ver: Cabral, 1996 e Ikeda, 1992.
99
T ABELA 4 - Andamento
Samba Andamento medio (em b.p.m.)
Sb 01 Ill (107-114)
Sb02 124 (122-126)
Sb03 129 (126-132)
Sb04 125 (121 128)
SbOS 131 (129-133)
Sb06 129 (126-132)
Sb07 123 (120-125)
Sb08 126 (124-128)
Sb09 133 (130-136)
Sb 10 135 (133-137)
Sb 11 128 (126-130)
Sb 12 126 (124-128)
Sb 13 132 (130-134)
Sb 14 138 (136-140)
Sb 15 138 (136-140)
Sb 16 136 (134-138)
Instrwnenta~iio/ arranjo
Em seu artigo sobre o samba de escola, Dulce Lamas descreve a instrnmenta~o da decada de
70, citando os seguintes instrumentos: cavaquinho, pandeiro, chocalbo, surdo, violiio, cufca, prato e
faca, frigideira, prato de zinco, agogo e colheres (1980: 39). 0 estudo realizado por Lamas na G.R.E.S.
100
Unidos de sao Carlos em 1980 revelou outros instrumentos alem dos citados: caixas de guerra ou
tar6is, reco-recos e repiques.
0 compositor Candeia, em seu "Escola de samba, drvore que esqueceu a raiz", identilicou os
ultimos instrumentos citados ja em 1978 (1978: 44).
Em ntinha amostra identiliquei os seguintes instrumentos:
a)Instrumentos harm6rucos:
Violao - identilicado apenas a partir do samba 05. Ta!vez a qualidade da grava<_;ao tenha
impossibilitado a identifica<;ao.
Cavaquinho - presente em todos
b )!nstrumentos Percussivos:
Surdo, Cufca, Ago go e Chocalho ( ou ganza): identificados em todos os sambas.
Taro!, Tamborim e Pandeiro : encontrados a partir do samba 02.
Atabaque: identificado apenas a partir do samba 09.
Repiruque e Reco-reco: presentes a partir do samba 13.
c) Vozes
Os dois primeiros sambas foram inteiramente cantados por coro ntisto. Esses dois sambas foram
rutidamente gravados ao vivo.
Do samba 03 em diante, o mais comum foi haver urn solista ( o "puxador") que cantava o samba
na primeira vez. 0 coro ntisto gera!mente cantava a repeti<;ao dos refroes na primeira vez e na segunda
(ou terceira, em poucos casos) cantava o samba inteiro. 0 samba 16 apresentou uma variac;:ao:
novamente o samba foi cantado todo o tempo por urn coro ntisto, mas foi percebida claramente a
existencia de urn solista e de urn coro - a voz do solista aparece destacada, diferindo assim dos sambas
01 e 02.
101
As vozes dos coros apresentaram urn timbre aberto, estridente, em alguns momentos nasalado.
Foi perceptive! uma mudan~a de timbre no coro a partir do samba 12: ele se tomou menos aberto, com
menos emposta~ao, as vozes ficaram menos estridentes e nasaladas.
Nao foi observada uma concep9ao de arranjo no infcio da amostra; ela se mostrou mais
perceptive! ao Iongo dos anos.
0 samba 1 foi o unico da amostra que come~a com fade in7. Todos os outros come~aram com
algum tipo de introdU<,;ao instrumental, geralmente feita pelo cavaquinho ou violao. Estes podem tanto
citar algumas frases da melodia ou tocarem acordes. 0 samba 02 e o unico que nao terminam com fade
oul. Esse recurso de fmaliza~ao e utilizado em todos os outros sambas da amostra ..
S6 foi percebido urn infcio de orgartiza~ao de arranjo a partir do samba 04, bastante rudimentar.
Essa orgartiza.,:ao cresceu ao Iongo do tempo, perceptive! atraves do uso de conven~6es rftmicas em
determinadas partes da musica e da ordem em que entram e tocam os instrumentos.
Letra
A ternatica mais encontrada no perfodo abordou fatos ou personagens da hist6ria ou cultura
brasileiras, sendo encontrada em quase metade da amostra (personagens: sb03, sb 12, b 14 e sb 15; fatos:
sb02, sb06 e sb 1 0). Os demais abordaram os seguintes temas:
- lendas de determinadas regi6es ou de antepassados (sb01, sb04, sb05e sb09)
camaval ( sb08 e sb 13)
- outros: sb07 - a hist6ria do jogo do bicho; sb 11 - o mundo irtfantil, suas brincadeiras e
fabulas; sbl6- a viagem do samba ao futuro.
7 Fade in e urn recurso utilizado em grava~6es no qual a mllsica se inicia com pouca intensidade, que vai
aumentando ate atingir a intensidade desejada.
8 No fade out acontece o in verso: no final da mllsica, vai-se diminuindo a intensidade ate atingir o silencio.
102
A presenc;:a da proposic;:ao9 - recurso literario tfpico da epopeia classica, no qual e apresentado o
tema sobre o qual vai se falar- foi verificada nos sambas 01, 03, 04, !0, II, 12 e 15. Esse recurso e
caracteristico de estilo do samba-enredo, de acordo com Valenc;:a (1982: 98).
De acordo com Osorio et alii, o samba-enredo costuma apresentar princfpio, meio e fnn. (1970:
10). Os autores, porem,jii citam casos de quebrada estrutura da tripartic;:ao. Os sambas analisados nesta
pesquisa apresentaram esta estrutura em geral, ocorrendo em alguns casos dentro das sec;:6es.
Quanto as classes de palavras, a predominiincia foi de substantivos, adjetivos e verbos, como ja
descrito por Osorio et alii ( !970).
Rela~iies entre letra e mllsica
Aschamadas
A maior parte dos sambas apresentou uma caracterfstica que se mantem ate hoje: as
"chamadas", frases que antecipam o conteudo da letra da parte seguinte, integralmente ou com
evocac;:iio a ela. Isto faz com que, no decorrer do desfile, o publico sempre saiba o que sera cantado,
podendo se localizar para cantar junto. Geralmente, elas aparecem mais durante os desfiles (quando
estao presentes muitos "puxadores de samba") do que nas grava<;6es (quando so mente urn interprete
canta).
Podem ser consideradas como urn padrao na amostra, ja que apareceram em todos os sambas de
1975 ate 1985. No perfodo anterior, 1970-1974, apareceu uma em urn unico samba da amostra (SbOl).
9 0 conceito de proposi~ao aqui utilizado est<i referido ao aspecto literirio, nao hoi utiliza~ao desse voc<ibulo para
designar nenhuma caracterfstica musical, como e descrito em Scliar.
103
Melodicamente, as frases apresentaram desenhos semelhantes e recorrentes, sempre
descendentes, a maior parte fmalizadas na fundamental do acorde de dominante da tonalidade ( vinte e
tres casos). Outras fmaliza<;6es ocorreram:
F T - fundamental da tonica: dois casos.
3' T terceiro grau da tonica: Somente urn caso.
5' T (I e VI) - quinto grau da tonica: Respectivamente sete e urn casos.
F S- fundamental da subdominante (lim): Dois casos.
5' S -quinto grau da subdominante (lim): Apenas urn caso.
6' D - sexto grau da dominante: So mente urn caso.
F DSec- fundamental da dominante secundaria (V7/Il): Dois casos.
b6 DSec - sexto grau menor da dominante secundaria (V7/II): Apenas urn caso.
7'DSec- setimo grau da dominante secundaria (V7/II): Oito casos.
A tabela abaixo mostra a freqiiencia das diferentes notas fmais das charnadas em cada samba. 0
"-" significa a ausencia de chamadas no respectivo samba.
T ABELA 5 - Distribui<;iio da ocorrencia e das not as finais (N. F.) das "charnadas" em cada
samba (Sb)
Sb 01 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16
N.F.
FT - - - - - 1 - - 1 - - -
3'T - - - - - - 1 - - - -
5'T-I - - 2 1 2 1 - 1 - - -
5' T-VI - 1 - - - - - - - - - -
FS - - - - - - - - - 2 - -
5'S - - - - - - - - - 1 - -
104
FD I I 2 - 2 I 2 3 3 4 3 I
6'D - - - I - - - - - - -
FDSec - - - - - - - - - - I I
b6' DSec - - - - - - - - - I - -
7' DSec - - - - - - 2 - - - 4 2
Total I 2 2 3 3 4 5 4 5 8
Luiz Tatit, em seu livro "A cam;iio, eficdcia e encanto ", trabalha com o conceito de eficacia da
canqao, traduzido como "o exito de uma comunicaqao entre destinador (locutor) e destinatario
(ouvinte) cujo objeto comunicado e a propria canqao" (1987: 3). 0 exito dessa comunicaqao depende
de processos de persuasao classificados pela serni6tica de sobremodaliza<;iio. Estes processos fazem
com que o ouvinte queira escutar determinada canc;;ao. Para o autor, essa persuasao e feita atraves da
compatibilidade entre letra e melodia. Ele identifica na mtisica popular tres tipos de persuasao mais
usuais, determinados por diferentes tipos de desenbo mel6dico: a persuasao figurativa, a passional e a
decantat6ria.
0 tipo que nos interessou para analisar as charnadas foi a persuasao figurativa. Esta se
caracteriza por incorporar aspectos entoativos em sua melodia, dando margem para que o ouvinte
"reconbeqa seu discurso oral nas entrelinbas do tratamento estetico-musical. ( ... ) Figurativizar aqui quer
dizer fazer parecer uma situaqao de comunicaqao do dia-a-dia" (Tatit, 1987: 7). Os elementos que
servem para presentificar a cena, fazer com que ela pareqa estar acontecendo naquele exato momenta,
sao os deiticos. Os principals sao os vocatives, irnperativos, espaciais e temporals (Tatit, 1987: 15).
0 tipo que encontramos nas charnadas identificadas e o vocativo. Este apresenta urn desenbo
me16dico em uma tessitura elevada (em relaqao a frase anterior), na mesma regiao da frase mel6dica
seguinte, tendo funqao de chamamento, como ocorre com as charnadas. Porem, nas analises
105
apresentadas por Tatit, o vocativo geralmente esta representado por urn substantivo10 No caso das
chamadas, o chamamento e feito ao publico (como no deitico descrito) como urn apelo para que este
cante junto. Por isso, canta parte de letra seguinte ou se rernete a ela.
''Reiterac5es"
Tambern ocorreram frases onde a letra da frase anterior e repetida ora integralmente ora
ligeiramente rnodificada. Estas frases, que aqui estou chamando de "reitera9oes", sao rnais comuns no
perfodo 1976/ 1985, sendo urna das caracterfsticas que se consolidaram com o decorrer do tempo.
Como as charnadas, tambern costurnam aparecer rnais no momenta do desfile do que nas grava<;5es.
Geralmente sua nota fmal foi o quinto grau da tonica (quatro casas). Abaixo estao listadas
outras notas fmais das reitera9oes e sua freqiiencia:
F S - fundamental do subdorninante (Urn): Do is casos.
3• S - terceiro grau do subdorninante (Ilrn): Do is casos.
s• S - quinto grau do subdorninante (lim): Dois casos.
F D - fundamental do dorninante da tonalidade: Tres casos.
A distribui<;ao e freqiiencia das notas finais das reitera9oes em cada samba estao apresentadas
na seguinte tabela:
TABELA 6- Distribui9ao das notas fmais (N. F.) nas "reitera.;:oes" por cada samba (Sb)
Sb 07 10 13 15 16
N.F.
5"T - 2 1 - 1
10 Esse substantive geralmente tern funs:ao sint3.tica de vocative, que aqui tern como significado "termo oracional
usado para chamar ou colocar em evidCncia o ser a que nos dirigimos"( Pequeno Diciomirio Enciclopedico Koogan
Larousse, 1980: 885)
106
FS - 1 1 - -
3aS - - 1 1 -
s•s 1 - - 1 -
FD 1 1 1 -
Total 2 4 4 2 1
Tanto as chamadas quanto as reitera96es estao apontadas nos esquemas de analise rftmico
mel6dica de cada samba.
Houve urn caso interessante em que a letra se relacionou nao com a melodia, mas sim com a
bateria. No samba 13, destacou-se urn refrao em que foram sendo citados alguns instrumentos da
escola, e cada urn tocava conforme era citado. Houve casos em que urn instrumento (geralmente o
tamborim) refon;:ava a frase cantada, como observado nos sambas 10 e 14.
Em anexo estarao apresentadas as fichas tecnicas, os esquemas de analises musical, as letras e
partituras de cada urn dos sambas-enredo.
107
CONSIDERAC0ES FINAlS
Os objetivos desta pesquisa foram alcan<;.:ados, pelo menos em parte. Foram verificados padr6es
e mudan<;.:as no samba-enredo, apresentados no capitulo anterior, bern como alguns indicativos do
processo de racionaliza<;_:ao foram apontados no capitulo III, que merecem ser reunidos aqui.
As escolas de samba, desde suas origens, procuraram se organizar .para serem melhor aceitas e
reconhecidas pela sociedade. Inicialmente, esta organiza9ao foi feita atraves da iniciativa de criar
entidades representativas e da busca pela oficializa<;;iio de sua manifesta<;;ao pelo poder publico.
A medida em que foram se tomando atraentes a urn publico cada vez mais amplo - classe media
e turistas - as escolas foram se modificando para atender a essa demanda. Com a cobran<;:a de ingressos,
foi iniciado o processo de comercializa<;.:ao dos desfiles, cada vez mais gigantescos e luxuosos. Esse
processo se aprofundou com o estreitamento das rela<;.:oes entre as escolas e a rnfdia televisiva.
0 samba-enredo, ap6s passar por diferentes fases, se consolidou como musica de camaval na
decada de 70. Conquistou sen espa<;.:o no mercado fonognifico e obteve altos indices de venda entre os
anos 70 e 80. Com a cria<;.:ao da LIESA na decada de oitenta, as escolas assumiram maior carater
empresarial, criando inclusive sua propria gravadora.
Urn indicativa da influencia destas transforma<;.:oes sobre a musica foi verificada na harmonia do
samba-enredo. Ela foi sofrendo uma sofistica<;.:ao que pode estar relacionada com a profissionaliza<;.:ao
dos musicos, pressionados pela entrada do genero na industria fonografica. A presen9a de dados mais
detalhados sobre as condi96es em que sao feitas as grava96es nas fichas tecnicas do disco pode ser urn
indicativa desta profissionaliza<;.:iio. E possfvel que muitos dos profissionais envolvidos com este
trabalho - musicos e tecnicos de grava9ao - ja exercessem suas fun96es antes destas constarem nos
creditos. A preocupa9ao em oferecer essas informa<;.:oes pode indicar uma vontade de se adequar ao
sistema da industria fonografica.
109
Outro ponto aqui merece destaque. A letra do samba enredo no periodo estudado, como descrito
no capitulo III, tern urn discurso enfeitado. Em contraposic;:ao, sua melodia e simples, sem muitos
enfeites, com vimos no capitulo anterior. Parece haver uma rela<;ao entre estes aspectos: como a
melodia tern que ser simples para ser cantada por urn grande numero de pessoas, a Ietra pode ser
"enfeitada". A simplicidade da melodia, constante no periodo estudado, tern como contrapartida a
sofisticac;:ao encontrada na harmonia dos ultimos sambas da amostra. Como a harmonia e urn aspecto
ignorado no julgamento do desfile, ela tern liberdade para se tornar mais complexa, talvez sendo este
urn dos aspectos que revela o ganho de autonomia do samba-enredo como produc;:ao fonognifica.
Hii indicatives da influencias do processo de racionalizaqao nesse processo de acelerac;:ao do
andamento e na conseqiiente marcializac;:ao da melodia: o samba-enredo marcializado e mais aceitiivel
pelos componentes das escolas e pelo publico, cada vez mais provenientes de Iocais extra-comunidade,
pois e mais fiicil de ser cantado e dan<;ado. A acelera<;ao do andamento pode estar relacionada tambem
a acelerac;:ao da vida cotidiana, como aponta Paulinho da Viola: "Estii muito ligada a frenetizac;:ao da
nossa cultura, ao grau de violencia, de consumismo e imediatismo que vern atingindo a nossa sociedade
(Rego, 1987)".
A crescente presen<;a de refroes no me10 do samba - contrapondo-se aos sambas-enredo
"len<;ol", que apresentavam refrao apenas no fmai e a grande presenqa das "charnadas" verificadas
neste estudo tambem nos parecem ser recursos adotados que facilitaram o aprendizado do samba
enredo pelo publico. Isso se deve, ao nosso ver, ao fato de que, sendo o refrao repetido, tornava maior a
chance de ser aprendido rapidamente. As chamadas atuam como urn indicador, uma antecipac;:ao de
qual parte do samba serii cantada a seguir, assim facilitando o acompanhamento pelo publico.
Atualmente, o cariiter industrial da escola de samba e inegiivel. Muita coisa jii mudou no
periodo entre 1985, ultimo ano contemplado neste estudo, e a atualidade. Resta aguardar e observar
para compreender quais serao os pr6ximos passos das escolas de samba no caminho por elas
110
escolhidos. De qualquer maneira, ha indicativos de que tais passos estao sendo dados a partir de uma
reflexao por parte das pr6prias escolas, como podemos perceber no samba da G.R.E.S. sao Clemente,
de 1990:
E o samba sambou
Autores: Helinho 107-Mai Velho Nino-Chocolate
Vejam s6
0 jeito que o samba ficou ... e sambou
Nosso povao ficou fora da jogada
Nem Iugar na arquibancada
Ele tem mais pro ficar
Abram espa~o nesta pista
E por favor nao i nsistam
Em saber quem vem al
0 mestre-sala foi parar em aura Escola
Carregado por cartolas
Do poder de quem do mais
E o puxador vendeu seu passe novamente
Quem diria, minha gente
Vejam o que o dinheiro faz
E fantclstico!
Virou Hollywood isso aqui
Luzes, comaras e som
111
Mil artistas na Sapuca(
Mas o show tem que continuar
E muita gente ainda pode faturar
"Rambo-sitores", mente artificial
Hoje o samba e dirigido
Com sabor comercial
Carnavalescos e destaques vaidosos
Dirigentes poderosos criam tanto confusao
E o samba vai perdendo a tradi~ao
Que saudade ...
Que saudade
Da Pra~a Onze e dos grandes carnavais
Antigo reduto de bambas
Onde todos curtiam o verdadeiro samba
Eu falei vejam s6!
112
Sb 01 Lendas e misterios da Amazonia G.R.E.S. Portela/ 70
Faixa 08 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Catoilll Jabo!O/ Waltenir
Puxador de samba: Silvinho do Pandeiro
Disco: FESTIVAL DE SAMBA Gravado ao vivo- Volume 3- 1970
Fonograma:
Produtores: Expedito Alves e Nilton Vaile
Produ~o associada das etiquetas: Discnews, Tema e NCV.
Distribuidor: Discnews
LP- RV-203
As grav~oes foram realizadas nas quadras de ensaio de cada rima das Escolas de Samba, com
aparelhagem especial para grava96es ao vivo.
113
1 • Lendas e misterios da Amazonia
G.R.E.S. Portela/70 Catoni I Jabolo I Waltenir
Om A7 Om
Nas-taa-ve • nl-da co-lo-ti - de a Por-te -Ia ·fez seu car - rta-val
A7 Om
len - das e mis-te • rios daA-ma-z6 - nla can- Ia
C7 A7 Gm A7 13
-,&Jcf frr~H r11rflf' I z ,. fjH r Ct(ff E Ul nros nes-te sam bao- ri - gi -na! Di - zem que os as - tros se a-me -
Om C7 A7 07
J A, -
~~Ettl~'j· I~ ~ctj e nao pu - de-ram se ca-sar a lu -
Gm A7 Om Gm A7
aa-pai-xo-na - da eho-rou tan que do seu pran - to nas -cau o Rl - o Mar
Om 07 Gm A7 Om
a !u aa-pai-xo-na da cho-rou tan que do seu pran -
Gm A7 Om + tr r r:1f1u=w to nas -ceu o Ri o Mar e di - zem rnais Ja - !fB·mi
Gm A7 Om 07
be - Ia co-mo u rna !lor cer- ta rna- nha
114
Gm A7 Dm Gm A7 49 ~
~~err r:I1Ullflnr viu ser pro- i bi-doo seu a-mor pols tm1 va-len - te guer-rei-ro pot e - Ia sea -
Om Gm Dm
~~~EF;r 1* ,. i!frrr:jcrrrr:Crr rilE ,. f1 pei-xo-nou foi sa-cti-fi-ca - da pe-!a i - ra do Pa-ge
Gm A7 Dm Gm A7
na Vl-16-ria Re - e gia - Ia se trans - for-mo -
Dm D7 Gm 67
~~ ~ot r 1, f!'" tr 1r r r~rEF!t ll'jr 23 quan-do che - ga-vea-pri - ma-ve - ra
C7 F A7 Dm A7
lla-vi- a u-mafa&- Ia de a-mo-
Dm 07 Gm
4~ 1 :~r 1* ,. fj'ffJtljtr rf Fit ;~r 1 ~ , r f 1 e - ra tra-dl-~fio das A-ma-zo - nas mu- llle -
C7 F 6~7 A7 4 ~ l ;~r!r~p F tjt ;~r 1 * t ujff f rfjkF F r :-1 guer- rei - ras a- que - Je am-bi-en - te dea-le-grl·
Dm Gm A7 Dm D7
ter - mi-na - va an rai-ar do di - a Oes quin dO 1e la
Gm C7 F Gm C7
4~1 U 1 F~Err1r U 1t:rrM if[ffprj
Oes quin dO 15 re o - lha s6 quem vern Ia e 0 sa-ci pe-re-
115
F 07 Gm F
u 1 r~rr t1 €J 1 E~Er r? u 1l;-r ri~l re 6es quin dO Ia til 00s quin d6 !e til o - lha sO qoom vem Ia
Gm C? F A7
409
~ ~t 1 t f f r f E I C" 1[ r 1 I A_J e o sa cl pe te re nes taa ve ni da
116
Sb 01· Esquema ritmico-mel6dico
SECAo A • estrofe fs conclusiva Dm
1•Pa ttY i ¥
c 1·4
1°Pb [~ & * C4-7
1•Pc I*~ * CS-11
1°Pd * ~ c 12-15
2•Pa t;Et= c 18-19
2·Pb [* ~ r-c 20-23
SECAO B • refr~o D7
1•Pa I@ ~ ~ c 24-27
1·Pb ~¢5 l b3*
c 28-31 qoo
A7 Dm In Ac, Term Fern
,Jl F ; 1 ..
IJ J ·. hfJ-+f+J-2- ,_
Noo '" "' "' da-co-lo da
8~7 fs suspensiva
A7 In An, Term Fern ,. )ltfJJ,f 2- 1
' Pa te - Ia fa<: seu car - na - '"' Dm
fs conclusiva In An, Term Fern ,. tlJA#J J IJ- .. ~ E W 2- 1 :_ ..
"" nos - daA ma zO "" C7 A7 fs suspensiva
In An, Term Fern
2J ta mos nes
1- / te sam- bao-ri-gi-118!
Gm A 7 Om fs conclusiva
, .. "'1 tFJ J In An, Term Fern
J ,·§ti1Jdftf·Jb3 Jilt¥4 :T ===:l 1 -·
01
C7
Gm ~ "4 ysJTjt•
""
tros se
A7
1 -pll-de-ramse ca-sar
,, aa-pa xo na da cho rou tan
fs suspensiva In An, Term Fern
·g
" fs conclusiva Gm A 7 Dm In Ac, Tenn Fern
l:s ·:J£ 'J :;1_ J . J ~tt+==-;;;;:r@2W====:::::::-====:~=-=l 4 1 b7 6~- 5 -----
do seu pran lo 0
D7 Gm fs conclusiva
A7 Dm In An, Term Fern
2•Pa cttt==Js ;£J j-l J J _:J~f£&~ J ==! 1
c 32-35 ,, aa pai xo - ·na da cho - rou tan _ to
117
Gm A7 Dm
2°Pb ~Jfd .J, Ji£nu t- r··c+t=i~ 1-+
SECAO C • estrofe
c 40-43
j•pb ** c 44-47
c 48-51
"" """ to nas - ceu 0
di - zem mrus ,, r;a ni:i
Gm A7 Om
y· . I~ ~tl¥1;., j S JiBf=:qp 5 {tJ bo ,,
ma - nhl! ,. pro - i - " Gm A7 Dm
fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
-·· 2J
fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
a fs conclusiva In An, T enn Fern
G fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
- ,, __ ·g
fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
j•pd~~, Q:_XPt& J ,(lEEimh J lltijZj"B s::::::__.. 1
C52-55 pds um va - leo 'te gllef-rei • ro pore-lawa
~ ""'-' fs conclusiva
1·Pe~*=='" ·Jlir~r,r~,i:t4IJ~@;An.r@ c 56-60
PPf ~:CS0-63
2•PakF-r4r c 69-72
foi sa cri fl - ca da pa-!a ra do Pa-je
Gm
D7 Gm
-··Et IJ=l'att±ff* QgJ ga vaa pri ma - ve
118
fs conclusiva In An, Tenn Fern
J;t=-:g
fs suspensiva In Ac, Tenn Fern
A
fs suspensiva
20PbVr''P' C7 F
J@_ " , J ltn. J
In Ac, Term Fern
C73-75 " - . ... "" " res ts conclusiva
A7 In An, Term Fern
2°Pcj~b $
C711-79 ha vi u-ma fes. ta da a-mo
fs suspensiva In An, Term Fern
07
2oPdj!~ f= c 80-83
"" fs suspensiva
CL
2°Pe~} t ---- ;~ J }---- U F In An, Term Fern
y 1jj¥t4'-_ @st2] c 84-87
"" '"'
2°Pf ~~--~ c 80-91
. Gm
2°Pg~ ~ L;f}f/sJ bQ 12J c 92-95 ter - ml na
ser;Ao D • refr&o 07 Gm
1oPa •. :~- o'r rL -1 5L:l$?-tr c 95-99 Oas - qtin - d6
Gm
c 99-103 '"' s6 quem V001 l<l:
07 Gm
2°Pab! & 117cr i5J_®tr c 103-107 lies-ql.lin - d6 Ia lf:l
guer;· rei '" fs conclusiva
Om In An, Term Fern
.; _Ji.;jaJ- ---fiB= a en. te daa-!e-gri
fs conctusiva A7 Om In Ac, Term Fern
--- d
fs suspensiva In An, Term Fern
A C7
1
1r " .
fs suspensiva C7 3 F In An, Term Mas
:23t~---- ___ IE
"r r 6es qti
119
3
e o sa-d pe-re 1ft
fs suspensiva C7 Pi§ F lnAn,TermFern
l,r=-4JJ I d6 "
Gm
2°Pbj~& su--e 1o1-111
s6 quem vern !il 0 - Jim
A7
.... -,d:--C 111·112 nes
120
fs suspensiva In An, Term Mas
C7 3 F
li a·® 1,;1 .. 3
e o sa-cl-pe-re- re
j
fs suspenslva - chamada In Ac, Term Fern
1y==j-'- .. 511 ,,
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: Dm
SECAOA
l 0 Pa I Im I V7 I Im I% I (C 1-4)
l 0 Pb I Iml subV7/V I% IV71 (C4-7)
l 0 PC I V7 I Im I % I % I (C 8-11)
l 0 Pd I Im I subV7/subV7N I subV7N I V7 I
2"Pa I V7 I IVm I V7 I Im I (C 16-19)
2°Pb I Im I subV7/subV7N I subV7N I V7 I
SECAOB
JOPa I V7/IV I IVm I V71 Im I (C 24-27)
l 0 Pb I Im I IVm I V7 I Im I (C 28-31)
2°Pa I V7/IV I IVm I V71 Im I (C 32-35)
2°Pb I Im I IVm I V7 I Im I (C 36-39)
SECAOC
l 0 Pa I Im I % I % I % I (C 40-43)
l 0 Pb I Im I IVm I V7 I Im I (C 44-47)
l 0 PC I V7/IV I IVm I V7 I Im I (C 48-51)
PPd I Im I IVm I V7 I Im I (C 52-55)
l"Pe I Im I IVm I% I Im I% I (C 56-60)
l 0 Pf I Im I IVm I V7 I Im I (C 60-63)
(C 12-15)
(C 20-23)
121
l 0 Pg I Irn I IVrn I V7 I Irn I% I (C 64-68)
rPa I Irn I V7!IV I IVrn I% I (C 69-72)
2°Pb I IVrn I V7/biii I biii I (C 73-75)
2°PC I V7 I Irn I V7 I Irn I (C 76-79)
ZOPd I Irn I V7!IV I% I IVrn I (C 80-83)
2°Pe I IVrn I V7/biii I% I bill I (C 84-87)
ZOPf I bill I subV7N I V71 Irn I (C 88-91)
ZOPg I Irn I IVrn I V7 I Irn I (C 92-95)
SE<;:AOD
l"Pa I Irn I V7!IV I IVrn I V7/biii I bill I (C 95-99)
l"Pb I bill I% I IVrn I V7/biii I bill I (C 99-103)
2°Pa I bill I V7!IV I IVrn I V7/biii I bill I (C 103-107)
2°Pb I bill I% I IVrn I V7/biii I biii I (C 107-111)
2°Pc I biii I V7 I (C 111-112)
122
LETRA:
Nesta avenida colorida 1
a Portela faz seu carnaval
lendas e misterios da Amazonia
cantamos nesse samba original
Dizem que os astros se amaram 5
e ni:lo puderam se casar
A lua apaixonada chorou tanto
que do seu pronto nasceu o rio e o mar
E dizem mais
Ja~ani:l 10
bela como uma flor
certa manha viu ser proibido o seu amor
pois um valente guerreiro
por ela se apaixonou
foi sacrificada pela ira do Paje 15
e na Vit6ria-Regia
ela se transformou
Quando chegava a primavera
a esta~i:lo das flares
123
havia uma festa de amores 20
era a tradi~ao das Amazonas
mulheres guerreiras
aquele ambiente de alegria
terminava ao raiar do dia
6 esquindo lala
o esquindo lele
olha s6 quem vem Ia
e 0 saci perere
(nesta avenida)
A proposi~ao e verificada entre os versos I e 4.
124
25
ao vivo
Faixa 09 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autor: Adil de Paula (Zuzuca)
Puxadores de samba: Zuzuca/ Noel Rosa de Oliveira1
Disco: Festival de Sambas-emedo/ Sambas-emedo das 10 maiores escolas de sambas Gravado
LP-RV207
Fonograma:
Produtores: Relevo
Gravadora: Relevo
Lan~mento: 1971
1 Estes foram os interpretes do samba no desfile, segundo Costa (2003: 131) Na grava~ao quem canta 6 urn coro,
mas nllo hli creditos relatives a isto em seu disco.
125
2 • Festa para urn Rei Negro
G.R.E.S. Academicos do Salgueiro/71
E7 A Fitl Bm E7
~~~# Er J i<J £ IF r 'r t IU u 'r 0 " " 0 " " Pe- ga no gan • ze
E7 A E7 A F~7 Bm 7
~~# u a iJ ~ I" J lj *
1r r lr I ,._.,
"' gan - zll 0 " " 0 " "
A
Pe-ga no gan- ze Pe-ga no gan- za
F~7 25
~"I#
nais da nos - sallis - t6 -tam fes - Ia naal - dei -ra do-na de ca -
Bm
I r -"" rem ,,
E7 A 31 #
4#-uoir re mos re-cor-da -guel - ra pra quei - rna -der nos vi-si- ta-
0 " ,. ""
A
- ' "
lg na-gens sa- doa
"" '"'
•J I
" " "
I~ A 1r=a 1r va - mos re - lem brar
E7
0 1r lr I r ,, ou - lro " '"' noi- tein - lei - " • ·~
,, ., ,, '"
I su a vi-da su-a g16 nos so rei vei - o de ion nes - ta noi- te nin-guem cho
126
Zuzuca
I
H
- OJ i
fu -po -
ri• ,, "'
,, .,. ,, .
A7
"" '"' ' A
lr • ,, ,,
J " " "
A7 D
liT pas- sa-do i-mor-tat po • der-nosvi-si·lar nin - gullm po- de cho • rar
Flti Bm E7 A
It uluuluuiJ a no- bre-za do tern- po co-lo- nl- al a no· bte-za que vi- si-ta o gon-gll a no- bre-za que v·l- sl-ta o gon -ga
quem qui ser po - de - ctw gar traz seu fi - !ho pra ean - tar
127
?l
II
SE~AOA·reftio E7
····~·· l·-c 1-4 0
1~Pb ~m r C5-8 Po ,,
Sb 02· Esquema rltmico-mel6dico
A F#7 Bm
' 111~ -t%Et=¥-- tt :iii
" IS 0 li li
E7 A
ILJ i'r =t= "" gm " Pe-ga no gan-za
E7 A F#? Bm
fs suspensiva lnTe, Term Mas
~- A
fs conclusiva lnTe, Term Mas
fs suspensiva In Te, Term Mas
, .•. ~·-M=t=~-·-· ~-~4J ~~g~-~* §11=~-~---~4r~~~f%~-~---~f ~-~g C9·12
6 6
E7 A
C13-17 """" l1l'l gan - .,;; pe-ga no gan- :ci
SEcJ.O B- esttofe A A
,_,m Jc 4r rtf> ' c 18-21 a - nais da nos - sahis - t6
F#7 Bm
, •• b trt! ~~?=rr+-=t -Mr ¥ c 22-25 va • mos con - tl:aT
Bm
c 26-29 ""' so - na - g~n.'l de ou - tro
128
)
E7
ri•
liE
fs conclusiva In Te, Term Mas
fs conclusiva In Te, Term Mas
fs suspensiva In An, Term Mas
fs suspensiva In Te, Term Mas
E7 A
r 1 C30-33
A
3'Pa t; #1# + 0 ~~~····
......•..••.. ~ ., li' "" ~ "'" " I ••
c 34-37
A7 D
3'Pb ~Jil~ 3r l a::)EElt'= I
Er I r ·~ "" "' "" i - - Ul
c 38-41
E7
4"Pa
C42-44 ""
F#? Bm E7
4'Pb t!tlfLt= ::;;_E r l'r r b3r ctt-= "" - ~ do l<m "" C45-48
*Nas 2~ e 3" vez em que e cantada a estrofe, a melodla sofre llgelra a!tera~ao em fu~lio da letrn:
SE9AOB Foi+7 Bm 1"Pb if
t;f~- "F - 0· I•( ·r l Eh¥ 4f/ ser po de che
"'' fi • lho pra can
129
"' U<
j+ ·V· ril
j~ J
A
,,
A
r 5,. .... r--=t~ I
'" lo "' •
fs conclusiva In Te, Term Mas
J
fs conclusiva In Te, Term Mas
t 3
fs suspensiva In Te, Term Mas
-2J
fs conclusiva In Te, Term Mas
10
fs conclusiva In Te, Term Mas
t ... =tl
fs suspensiva In Te, Term Mas
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA
Tonalidade: A
SE<;;AOA:
rPa I V71 I I V7/H I Hm I (C 1-4)
rPb I lim I V71% I I I (C 5-8)
2°Pa I V7 I I I V7!H I lim I (C 9-12)
2°Pb I Hm I V7 I %I I I V7 I (C 13 17)
SE<;;AOB:
rPa I I I % I % I % I (C 18-21)
rPb I V7/II I% I Hm I V7/II I (C 22-25)
2°Pa I lim I % I % I % I (C 25-29)
2°Pb I V71% I I I% I (C 30-33), ~ ""' ,.
3°Pa I I I % I % I % I (C 34-37)
3°Pb I V7/IV I %I IV I %I (C 38-41)
4°Pa I IV I V7 I I I (C 42-44)
4°Pb I V7/II I Ilm I V7 I I I (C 45-48)
130
LETRA:
6 le le, o, lo lo 1
pega no ganze, pega no gonzo
Nos ana is da nossa hist6ria
vamos encontrar
personagens de outrora 5
que iremos recordar
sua vida sua gloria
seu passado imortal
que beleza
a nobreza do tempo colonial 10
OAIAIAAI'I' e e, 0 1 a a
pega no ganze, pega no gonzo
Hoje tem festa no aldeia
quem quiser pode chegar
tem reisado a noite inteira 15
e fogueira pro queimar
nosso rei veio de Ionge
pro poder nos visitor
131
que beleza
a nobreza que visita o gonga 20
OAIAIA A 1'1' e e, o, a a
pega no ganze, pega no gonzo
Senhora dona de casa
traz seu filho pro cantor
para o rei que vem de Ionge 25
pro poder nos vi sitar
esta noite ninguem chora
e ninguem deve chorar
que beleza
a nobreza que visita o gonga 30
6 le le, o, Ia Ia
pega no ganze, pega no gonzo
!32
Sb 03- Alo, alo tal Cannen Miranda- G.R.E.S. Imperio Serrano/72
Faixa 10 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Wilson Diabo/ Heitor A. P. Rocha/ Maneco
Puxador de samba: Damasceno
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo 1- LP- 85.010
Lan~mento -1972
No do fonograma: nao ha numero de registro no disco nem indicayao da editora.
Produtores: AESEG
Distribuidor: Top Tape
133
3 • Alo, alo, tai Carmem Miranda
G.R.E.S. Imperio Serrano/72 Heitor Rocha/ Wilson Diabo/ Maneco
G6 G D7 G G6 G
u vel can- tou mui - to sam - ba e mo-
7 E7 Am Am6 Am
41 J.] PJ I iJ ] J f¥ ' U7tr Am6 D7
P:B JfuJ AI pan • dei ro ca - mi- sa lis-tra da tor -
D7 G G6 G7 l3
f-=+l)J tlJJ ' )1ft m Tir ~ 1£ ,. g If t±f3 "'' ' bai ·a ""
,, ter - na cio- nal / '" no- me
c
cor-ri - a chiio nabo-ca de to - daa gen - te
25 E7 Am D7 G E7 Am
_, ~ 'Efll'±A .1 l[g((JiS)EifflffliJJ JJill que gri-!oS es - se vou am-bar-car nes-sa on - da e olm - p6-rio S&r-ra-no que can- Ia dan- do
134
07 F7 E7 Am 07 G7
u-ma de Car- men Mi • ran - da que gri-!o{l es - se vou em-bar-carne-sa on- da il olm-
E7 Am 07 G G
37
~~ m ffl1 n~n ji.JJ(tJ jiJ_ gw 1J ,p rtr 'u 1 p8-tioSer-ra-noque can-ta dan-do u-madeCar-mat~MI-ran • dacai oai cai cai quem man·
E7 Am 07 07 G
dou es- cor- re -gar cai cai cai cai e me - lhor se le - van - tar ,.
07 G E7 Am 07 49
~~J •P1r 'UIH[f!M-J J lg ,pw ;ul cal cal cai quem man • dou es -cor- re - gar ' cal cai cai cai e me-
07 G 07
" r J J J Jaw D.S.
~~ J t' I t' 'f'· ~
] . ., " ,, .. , "" 9 •• u
135
Sb 03 • Esquema ritmico-mel6dico SE c.&.o A - estrofe f5 suspensiva
ln. An, Term Fern
G G6 G 07 G G6 G
1"P• ~~ u ,. 'Pr Jo 1 J7J P3b J ,W M:t;JJ 1 n. mapa-quena-nota vel- ctm !01.1 mui • to sam - ba
u
E7 fs suspenslva
Am ln. An, TermFem
··p• ~=11==~----;--F~,]~= ~EitR~> ~.,r~-E£~-~ffb~~ijF!~±~:-~j~~J~----~===1~ ti
mo
pan dei m<
do
G
fs suspenslva ln. An, TermFem
fs conclusiva ln.An,TermFem
,.p. ~~~;A~-'~I-.T~:J~!l71J~-,~Jlfl_!¥~.~?1§.=;tE~~-,.,~r. ·'~J~~~'~tt~r ~~~::::J fs suspenslva ln. An, TermFem
c fs suspens!va
3"Pb t~=IT=·- ¥ l dr1fr. ;; :1 Nif=t T?B e· ln. An, Term Fem
SECA.o B- refriio
E7 Am '
07
de to - daa gen
G
fs conclusiva ln.Ac, TermFem
··p, ~:ur-,r~& J=w -~~).: j=J\d que - gri lo6 es se vou em - bar- car ues •• do
fs suspensiva E7 Am 07 F7 ln. An, Term Fern
··p· ~ :::!Ef=I w>tJEJ 1.1 -w J m¥.tWwj 1d '"'kL=g [:, olm- J><'-rio Ser-ra no- que can Ia dan do - u-ma de Car- men Mi- ran da
E7 Am 07 G fs concluslva
j ln.$ Term Fern
,.p, [~ ;!f§# "j±t£. _J~j ---a 2'Pb~·
que - gn 100 cs voou em bar - tar nes - sa fs concluslva
E7 Am 07 G In, An, Term Fem
. --~sBJ~~ . - ~-···· ===rgpJ5ii . . ~Lti 3; 0 .. j :::;;:d e olm .. p6-rio Ser-ra no- que can ta - dan- do u-ma de Car-~em Mi -
2 ran - J!f
136
SEc;AO c- refrao fs suspensiva
E? Am
,J cai quem man - dou es. - cor re - gar oil
D? G fs concluslva
~a 1,LJ ,J£m ¥ . ±l me - lhor $C !c - van - tar
fs suspensiva
07 G E? Am
cai
rEf t'er ·r + ~ldl quem man - dou es cor - re - gar
fs concluaiva
t;Prr cai cai
, ... "'"# Ia "'
ti:tbt f' C:11 JJilJJ;J J D?
cni cai
D?
e me - !her le-van- tar
211
137
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: G
SECAOA:
l"Pa I I I61 I I V7 I I I !61 I I (C 4-9)
l 0 Pb I I I V7!H I Urn I (C 9-11)
2°Pa I IIm61 Urn I IIm6 I V7 I(C 12- 15)
2°Pb I V7 I % I % I % I I I (C 15- 19)
3°Pa I I61 V7/IV I% I% I (C20· 23)
3°Pb I V7/IV I% I% I IV I (C24-27)
SECAO B
l 0 Pa I V7/II I lim I V71 I I (C 28- 31)
l"Pb I I I V7/II I Urn I V71 subV2N!II I (C 31- 35) -~·~
2°Pa I V7/II I IIm I V71 I I (C 36- 39)
2°Pb I I I V7/II I Urn I V71 I I (C 39- 43)
SECAOC
rPa I I I% I% I V7/II I Urn I (C 43- 47)
PPb I Urn I V7 I %I % I I I (C 47- 51)
2°Pa I I I V71 I I V7/II I Hm I (C 51-55)
2°Pb I Urn I V7 I %I %I I I (C 55-59)
2°Pc I I I V71 (C 59-60)
138
j
LETRA:
Uma pequena notavel
cantou muito samba
e motivo de carnaval
pandeiro, camisa listrada
tornou a baiana internacional 5
seu nome corria chao
na boca de toda gente
Que grilo e esse
vou embarcar nessa onda
e o Imperio Serrano que canto 10
dando uma de Carmem Miranda
Cai l cai I cai, cai
quem mandou escorregar
cai, cai, cai, cai
e melhor se levantar 15
A presen~a de proposi<;ao foi observada no primeiro refrao.
139
Sb 04- Lendas do Abaete- G.R.E.S. Estaciio Primeira de Mangueira/ 73
Faixa 11 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Preto Rico/ Jajil Manuel
Puxador de samba: Genaro da Bahia
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo 1- LP- 85.013
Lau~amento- 1972
Fonograma:
Produtor: AESEG
Distribuidor: Top Tape
141
4 • Lendas do Abaete
G.R.E.S. Estagao Primeira de Mangueira/73 Preto Rico/ Jajat Manuel
c Dm G7 c A7 Om
1·qr® n BIB,. J! IJJ JJ J 1J 'I nl Ia • i& man • dou ir a - Ba - i i - a no A-ba-e-te pa-ra
G7 c Dm G7 c 7
4jJ w J JJ;J tJ 1, vw ttiW j J J_liJ 3 w ;g;J ®J ver su-a ma-gi - i- a su-a la-go - a su-ahis-16 -ria so-bre-na - tu-ral
F G7 F C Om *;; J 3 l±H a J b13 J J jm ; 3 ,w_fO;VJ-: _ _w que a Man - guei ra traz pra as • te car - na - val Ja • na - I naag0-6
G7 C Om G7 c
a - goi-il Ja-na- i • naa-gO • 6 a - goi - a
F G7 F C G7 C 25
4'* 2 J J tt!J J J ] 1tr't ffl' I* 'j· JJlJ sam-ba cu -ri - rna C{)ll1 a for - ya dela-man-jil 6
Dm c 31
' ' J J 3 ]]iJ OiJ) IJ <j• ilJ que Un - da noi - te de lu - er 6 que po - e - sia e se-du- !fOO
C A7 Om G7
bran - caa-rei a8-gua es-cu - ra
c G7 ~ om 43
:f13 J 3 ttn. J 1 ~ ,. .b 1 J ¥ ro tr Pr r flt" : t quee na can - ~a - 1io do da !a-go - a
142
G7 c A7 Om 49 4 ,. g ' r rlt r : um r r r rrr n 1 w fl. 1 J
em seu ri • toe su-a co me-mo-ra-9llo foi as - -sim queeu vi
G7 c A7 Om G7 c
" 4 $ ~ nan J~Jl 1 s , p· u at - a "' '~ "' oo vi a! - guem mer • gu - lhar
F 61
G7 c D.C.
4J ~ IJ j ,,
"' nun - • ca mais Vol • tar
143
SE<;.:AO A -e}.irofe c
l'P•$2!
Sb 04- Esquema ritmico-meiOdico
G7 c r
hkt J
iS. conclusiva In Ac, Term Fern
3
fs. conclus.iva
Dm G7 C In An, Term Fern
jljZT ,--· >3=r'ni>i !0__. po•ta
J -,J 5tiEJ _gTI -.
fs. conclwiva
Om G7 c In Ac, Term Fern
2'P·!f+ ,!"?. s. r ptJ la go
F
2'Pb Et:Yif#-J 3 tiJJ ,J fs. conolusiva In Ac, Term Fern
I lw
G7 F C
"al w J -,#Jar que a Man g""' <l! "' tmz '"
sE<;Ao B ~retiiio Om G7 C
l'P• ~;£Q¥¥':l::t~cl~-~fJA~,-~w~@~$.~-1 -~J~J:lz~J ~J~,J¥~.¥£ ~b~f-::::::::¥~¥¥¥¥¥¥~-~--Ja"" i noag6 6
fs. conclusiva In An, Term Fern
fs. conclusiva
l'P{l .===r&J Td " m
Om G7 C In An, TermFem
~Ai\F ;FdiW ,J J tl T::::::::::¥ noa go - fJ- R g.,.
F ,.p,.,_n., 3 :~ wa '""' l>ll ou ri rna
&. condusiva In An, TcrnJ.Fem
que lin <Ia nd
SE<;.:Ao C ..esrra,if c
l"P•~trJtt=· '
ili. suspemiva In An, TermFem
-:~
G7
l'Pb~y-~~ '
A7
'l' . c
''"'~-- "+4-· $ .,., ,.
Om fil. suspensiva In An, Tenn Fern
2'Pb~_J G7
,J ·41c r fs. conc!usiva In An, Term Fern
~ "
144
G7
'"" ftl c 45-48
G7
ri • loo toe
SEQAO D ~refrao A7
l"P•~ =R:J C 52-57 foi as ''"
C fi. conclusiva A 7 In An, Term Fe l"Pb
r~£3 & n--:==rv==-c
¥l.apJ·a c
ool
P~ '~"
11 'p-'"
fi. conclusiva In An. Term Fe
-- ~ • --J ""
4•
I
l,;r=-"' Dm
+J I
"' F
PPc
I¥-"' C62-64
--.:;::-
r
145
Dm
c
G7
G7
G7
fs. conclusiva In Te Term Fern
fs, suspcmiva In An, T=Fe
18. conclmiva In As;, Tenn Fe
. . . If ,J?Jt;j
ol gutm •
? ... ·, [ 'C F
11
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:C
SE<;;AOA:
Introduc;;ao: I I I Hm I I I Urn I I I lim I I I (C 1-7)
l 0 Pa I II IIml V71 II (CS-11)
l 0 Pb I I I V7!II I IIm I V71 I I (C 11-15)
2°Pa I I I IIm I V7 I I I (C 16-19)
2°Pb I I I IV I V7 I I I (C 20-23)
SE<;;AOB:
PPa I I I% I IIm I V71 I I (C 23-27)
PPb I I I % I lim I V7 I I I (C 27-31)
JOPc I I I IV I V7 I I I V7 I (C 32-36) ',\ _.,...,.
SE<;;AOC:
rPa I I I% I Ilm I% I (C 37-40)
tDPb I V7 I% I I I V7 I (C 41-44)
2°Pa I I I V7!II I lim I (C 45-47)
2°Pb I lim I V7 I % I I I (C 48-51)
3°Pa I V71 V7!II I% I Urn I (C 52-55)
3°Pb I Hm I V7 I % I I I (C 56-59)
146
SECAOD:
l 0 Pa I I I V7/II I Urn I V71 I I V7/II I (C 59-64)
1°Pb I V7/II I Ilm I V71 I I %I (C 64-68)
1°Pc I IV I V71 I I (C 69-71)
147
LETRA:
PROPOSI(:AO
Iaia mandou ir a Bahia
no Abaete para ver sua magia
sua lagoa, sua historia sobrenatural
que a Mangueira traz pra esse carnaval
Janaina ago, agoia 5
Janaina ago, agoia
samba curima com a for~a de Iemanja
6 que linda noite de luar
6 que poesia e seduc;ao
branca areia agua escura 10
tanta ternura no batuque na canc;ao
Ia no fundo da Lagoa
em seu rito e sua comemorac;ao
Foi assim que eu vi Iara cantor
eu vi alguem mergulhar 15
para nunca mais voltar
Sb 05- 0 rei de franca na llha de assombraclio G.R.E.S. Academicos do Salgueiro/74
Faixa 12 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Auto res: ze Di! Malandro
Puxador de samba: Lalla
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo 1 - LP - 85.020
Lan~;amento - 1973
Fonograma:.
Produtores: AESEG
Distribuidor: Top Tape
.. ,.,.. .• ,.
149
5· 0 Rei de Franya na llha de Assombrayao
G.R.E.S. Academicos do Salgueiro/ 7 4 Ze Di/ Malandro
D Em A7 D
IH r rrtiD J rn-cre-doin-cruz e e Vir-ge Ma- ri i- a as pre-ta vC-
Em A7 DIFI 6
¥tt!JJ IH f F/ lffi J 1r gi·-IJJI ia seben-ze me ar-re-pi - i a 6 0 0 Xnn-gO
Em A7 DIF!
I £ '· :1JU iJ a n a I J J J J ]J_g as pre-ta v6-ia niio men-te nao si-nh/.'!
Em A7 I&
~r 0 lr Jj ]j;J lk 'I' -tg ·~ j ·~ j I i iJ J
6 6 XM g6 " '" . "' ve- ia ""'
D 23
4~1 J J J j J H .._? H 'i' OtlJ h J J j I
men-te ""' si - nhii ""' can - ta romem vao
Em A7 D
JL ,. san J J JJJJJJ fiJ I £ ,. ~ I o po-e-taeo sa bi - it
Em A7
lt=r fTr F ltr F f]4 fon-te do Ri - bei-ri'io J., ,, ea5- som -bra- 9lio
D D Em
queo rei cri - an - <;:a viu
150
A7
51
D
j J LiJ t±J J -rn • nhilo o rei-no de Fmn- .ya no Ma -
Em
A7 D
das rna - tas
A7
4 ~I Q tr:J?id fez o sa • !do dos es • p<: • lhos em can - de • Ia ·bros pal • mei • rais
D Em
'~) -da gen • te in - dia a cor te re • a!
A7 D D 62
4~1 'JI. j J IQq F ;dr J 3 IJ H lliJ] j J_j em ou-roe pra- 1a urn mun doir-re- al na i - ma-gi-na-l(iio
Em A7
I' r : QJHIJ. J l·d J J kJ do rei mi - rna do a ra- i-nhae- ra deu - st1. do rei - noen - can -
D Em
II ' J W.J J J J_J] J J Jj A J ta - do na i- ma-gi-na-l(llo do rei mi-ma do
A7 D 77 4 ~I H ; Qj±flJ. J ld J {Ul]. J
a ra i-nhae-ra den- sa do rei - noon - can ta - do na pra - ia dos
Em A7 D Em
ltr r r : I~ __ J I d J J J In j f Ll Len - y6is a-rei-aeas-som - bra-ylio o tou- ro ne - gro co-ro - a -
A7 D Em A7
ltr r r ;nrr rr d!Xi Dom Se-bas • ti- !io e mci-a no- oi te NM Jan - ya vern
151
D Em A7 D .,J l•rrr:IJ des • ce doa - 16m na car-ru-a ·a-gem
Em A7 D 87
do fo-go vi-i vo luz da no-bre- e-za saem a-zu-!e-
Em A7 D Em
jos su a ri-que e a es-cra • a-va
A7 D 87 Em A7 107 1 ~~ , r r r tlffid 1, r r r 1 1 .n a J 3 1 1 J w J JJ
que ma-ra-vi- i-!ha ser- pen - te de pra- ta que-ro- dei- aa i-
D D.C.
II
152
Sb 05- Esquema Ritmico-mel6dico
SE<;AO A - refrilo fs conclusiva
D Em A7 D In Ac, Term Fern
~ ## § ¥ r 5 r I F vm 'f r:-J Ff$-fJt§fMJ C 1-4 In " ere doin cruz vir - gc Ma - ri - .
JOPb ~=4?tr ~· 't r£it; R7 W--4t&r- t-*tfb J fs conclusiva
. In Ac. Te!!J!_:f~m
1~----- g c 5-9 as pro·ta W ia seben·ze me ar-rc-pi i · a
fs suspensiva
2~a-In Te Term Fern
] C 10-12 ° 6 6 Xan-g6
A7 DIF#
'· -~MIJ 111-JI)-).J.JQ 1 J , __ fs conclusiva In An, Tenn Fern -J===:c-· . - ·g
2"Pb I~ 111 ~ c 13-17 as pre - til ve - ia nllo men - te nllo si • nhil
3~a I~## f Em
3 J I J t fs suspensiva In Te, Tenn Fern
-___ ::: -:gj '·'.
1(7 0 fs conclusiva
3"Pb ~~ ~~~~# ~~ ~~,§· ~"~~~~~~ j~f~l#~j~--~J ~~ojfi" ~J ~' J~J~J ~~ ~j ~~InAn.~Term~F~ei C21-24 as pre - ta vC- i~ nilo men-te nllo si - ~;--
SECAO B - estrofe
I"Pa~ ~ c 25-28
c 18-20 3 ,, ' '
Em
j;j_J_ -- - J - ____ 4 Ji~ Jill Y- 2 7 ---.J-nio can ta - r em viio
fs suspensiva In An, Term Fern
-- _Jj
fs conclusiva
I"PbH~4-t= -,~q'J ,if-J ¥4 -J:H-- __ -- .. EB£Zja} In An, Term Fern
C29-32
do Ri-bci-riio
A7 D fs conclusiva
I0Pd~ r=- ?P . ·- $'TF -f I ' •C -- r·rr:-3]~ In A.n..J.'enn.~TI
eas - som - bra - 91io c 37-40 len da
153
fs suspensiva In An, TennFem
I"Pe ~ ~ 1' tl Hi t If I ) 1 5 ~ , ~ 3"
c 41-44 000 om queo ni len m ,. A7 D fs suspensiva
I"Pf __ c 45-49
In An, TennFem
4l fs suspensiva InAc, TennFem D Em
2'Pa~-f$ttkjJ ll7f8Fff§f=tb~tp -v. C50~53 daa rna • ta6 fez o sa Uo - dos • cs 6pe -
A7 D
2"PbpL§_~-iS 14# ) LJ I J ~ 3 5 5 1-c 54-57 em can • de !a· bW1l pal • me1 • rais
j 1 lh~ fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
] d±·· Em
2'Pc t;-~6\:- q£~-r f ¢1f~ C 58-61 da g~n tc in dia • a cor
A7 D
2"Pd t;J1 , ]J·=--J'42dtirt'&=ff± ~-----c 6-65 le~ • ou roe - pra ta - um mun doir • re • al
tc • re fs conclusiva In Ac, Teim Mas ·a
fs suspensiva Em In An, Term Fern
E~'jJ 2 J _ LJ I Af$R-, ~ J. i 144- 4l
rna gi ·~Ina · 7~a,;;- do l rei 6mi - ma - do C 65-68 na A? ~"":'-
0 fs suspensiva
~ InAc, TennFem
I'Pb [email protected]]. l _222fi)d@Jkt±J") 1 5 5l C69-72 a ra • i-td!lle ":"ra deu sa
3 do rei - noen- can kl ta • - 4o .
Em fs suspellSlva
2'Pa~ll$: ~-T-FJ4~$~ta-;;g£:Jlf!TennFeJ C 73-76 na i - ma -2
gi - 1na·-~~ 2 do 1rci E . do
A 7 0 fs conclusiva
2"Pb~@t-f~- J -~~1==l C??-SO a ra • i·nhae • rn deu • 3sa do rei· noen. can • lta . ldo
SE<;:AO D - cstrofe fs conclusiva In Ac, Term Fern
Em A7 D
~3@if±£rmt~E*P=ttt:.er-=ggl:W c 81-84 na pra • ia dos Len • ,.Ois rei • aieas • ~om bra • ~iio
154
fs conclusiva
DJF#
l'PbE¥at A7
In Ac, Term Fern Em
j_=J itJi J 3 ,_) 7J y J 5
D
t, t.) ::bi 31 --· 5 <tJ c 85-88
o~tou ro ne '" ooro·a do6 Dom lim-bas· ti - in
fs concJusiva Em A7 D In Ac, Term Fern
2'Pa t;==h=~tF:t=l :!Ht i! l~1L-+ ·r <rr* 6 mci-a no oi-te
c 89-92 :Nrul Jan - ~a -
fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
Em
2'Pb ~[3[( 't I Al " C93-96 "" ~ " lm
fs conclusiva Em A7 D In Ac, Term Fern
sa rcr 1 , 6r , r 6 r
do c 97-100
fo • go I" da no - bre
; fs conclusiva 8? Em A? 0 InAc, Term Fern
3'Pbfl'h , r 3r 2r 3[¥J:=-~l_J--==:±iiJ.==Jil_-)J£2=:2~t=-==l saem a zu • e ·, JOS ~~~ a - ri - que m
c 101-104 fsconclusiva
Em A7 D In Ac, Term Fern
4'Pacru •J J J ·her ~ jjf Ptftr ;FJ • • ,r 4 ' 'ol I
c 105-108 w " = " " ' "" ~ " "' "'
fs conclusiva 87 Em A7 In Ac, Term Fern
4'Pb~~[±f 3[ tf¥14 6 a ser-pen • te
J-q nJJ I 6
de pra - 6 ta que ro
=t=J: Jl I~
c 109-112
155
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: D
SECAOA:
l"Pa I I I Urn I V71 I I (C 1-4)
l"Pb I I I Urn I V7 I I I % I (C 5-9)
2°Pa I I I %I lim I (C 10-12)
2°Pb I lim I V7 I % I I I %I (C 13-17)
3°Pa I I I% I lim I (C 18-20)
3°Pb I lim I V7 I % I I I (C 21-24)
SE<;AOB:
l"Pa I I7M I % I % I lim I (C 25-28)
l"Pb I IIm I V71% I I I (C 29-3~
l"Pc I I I% I% I Hm I (C 33-36)
l"Pd I IImiV71% I I I (C37-40)
l 0 Pe I I I %I % I Urn I (C 41-44)
l"Pf I Hm I V7 I % I I I V7 I (C 45-49)
2°Pa I I I% I IIm I% I (C 50-53)
2°Pb I V7 I % I I I % I (C 54-57)
2°PC I I I% I Hm I% I (C 58-61)
2°Pd I V7 I %I I I % I (C 62-65)
SE<;AOC:
,,
156
rPa I I I% I% I lim I (C 65-68)
l 0 Pb I lim I V7 I% I I I (C 69-72)
2°Pa I I I % I % I lim I (C 73-76)
2°Pb I lim I V7 I % I I I (C 77-80)
SECAOD:
l 0 Pa I I I lim I V7 I I I ( C 81-84)
rPb I I biiio I lim I V7 I I I (C 85-88)
2°Pa I I I lim I V7 I I I ( C 89-92)
ZOPb I I I lim I V7 I I I (C 93-96)
3°Pa I I I lim I V7 I I I (C 97-100)
3°Pb I V71II I lim I V7 I I I (C 101-104)
4°Pa I I I lim I V7 I I I (C 105-108)
4°Pb I V7/II I lim I V7 I I I (C 109-112)
157
ut-HG1\MP D!i]L1CTf::CA CENTRAL
OESENVOLVJi!;t~;-_! ro ;~·:~ c,r- 1
LETRA:
In credo in cruz, e e, Virgem Maria
as preta velha se benze, me arrepia
0, 0, 8, XangO ~
a preta velha nao mente nao senhor
Nao cantaram em vao 5
o poeta e o sabia
na fonte do ribeirao
lenda e assombra!;aO
contam que o rei crian!;a
viu o reino de Fran!;a no Maranhao 10
das matas fez o salao dos espelhos
em candelabras palmeirais
da gente India a corte real
em ouro e prata um mundo irreal
Na imagina!;OO do rei mimado 15
a rainha era deusa
o rei no encantado
Na praia dos len!;6is
158
areia e assombrac;ao
o touro negro coroado 20
e D. Sebastiao
e meia-noite
Nha J anc;a vem
desce do alem
na carruagem 25
do fogo vivo luz da nobreza
saem azulejos sua riqueza
e a escrava que maravilha
e a serpente de prata que rodeia a ilha
Este samba se destaca por utilizar uma ternatica onfrica, ele mistura as lendas do Maranhao com
os devaneios de urn prfncipe europeu sobre estas terras.
159
Sb 06- 0 segredo das minas do Rei Salornao- G.R.E.S. Academicos do Salgneiro/75
Faixa 13 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Nininha Rossi! Dauro Ribeiro/ ze Pinto/ Mario Pedra
Puxador de samba: Laila
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo I - LP - 85.030
Lam;amento -1974
Fonograma: nao ha mimero de registro no disco nem indica~ao da editora
Produtores: AESEG
Distribuidor: TOP TAPE
j
161
6· 0 segredo das minas do rei Salomao
G.R.E.S. Academicos do Salgueiro/75 Nininhal Ze Pinto/ Dauro Ribeiro/ Mario Pedra
\iS C7 F A7 Dm D7
Mi • ra - gem deu-ma 6 - po-ca dis-tan - te mil prin-ce - sas pro-cu-m -
Gm G! F/A 7
'~ Jd Jj j lj Vllm des-co-brir do Rei Sa-lo- miio o sc-gre do das
D7 G7 C7 F l3
t ~ J.p dJ tLWG 'I g1l £J ifi 14 mi-nas guar-da - das em ter-ros deO fii"-"' a Ra-i--.:-- nha de Sa-M
F D7 Gm 19 3
4~}JJ 3 ttJ I,. ;tffluft4 j J I J] ;-J jj_J num cor-te - jo que ja- mais se viu i-gual
C7 ~ . t ,. J wo J~n n ;j I JE tJ a tr
com nc-gri- nhosqueaoRei o-fc-re-ceu de o - lhos ver - des urn pre-
F Gm
-4± ;Q Jj J~f.tJ ± . I 'clfW I JJ JJ J_Lt.H D I sen-teo-ri-gi-na - al pre-sen - <ya fei - ta de mis-te - rio com fas-
C7 F 37
tf¥iJ J JUlJ~JJ a IJJ J 3 UJ ci-nioe sor-ti-10: - gio ni!o con- se-guemdcs-vcn-dar o ca-mi - nho fa-is-can -
Gm A7 Dm
• 3 3 tY ·j~J lld J J UJ JJ I J }51JJ te da ri-que pa-ra-i-so ver de deen can - ta- o;:iio
162
F C7 F
4~ 1~ J ICrr.ttrn:rf l[f rrttJ da Fe-ni cia vei • oo -rei I -ran
A7 Dm F 55
,_.,. )[ffl 1ttf ! JJI jj J H1tfj J I I~ tJ em ga-le - ras al-can-'(nm a ter-ra das a-rna - zo-nas
C7 F A7 61
'~ r rrr:rr sen - !«''·'filo que es - plen - dor na - to -
Dm F C7 67
'~ l1~JP a I;J J J J_) I£ J If cF;ITr 'I 0 I re- za em flor que ~en-sa-y§o que sen - sn-~t!io que
F A7 Dm
es - plen- dor • na-tu-re-za emflor
F D7 79 'q y Ba•GJ HJi) jJtJ)O.;fll JJJj IIUJJJJUI
com e - Jnsnu-manoi - teen-!u-a-ra - da en-tre can-tos e rna- gi - a eis a
Gm F/A 85
'~J)JJtlJ I~ ,. ) IJJ j HaJ 'SjlJn I fes - ta do pra- zer o mui-ra-qui-tl.i da sor - te es-tea-
D7 G7 C7 F C7
$~ f ; 9 I JJ. J J I J J J J J~J -mor muis for - te que ja - mais vou es-que-cer eo sol nas- cen • do
F D7 Gm C7 F 97
4H E F r;aJ B I J n-tf}3UU I J 3 99Jtl vem cia-re-ar o te - sou-ro en - can-ta - do que o rei man-dou bus-car
163
C7 F D7 Gm 103
4 ~ 'r r r I3tJ-=f4¥f±rJrptJ n 1 mlr.tb u 1
eo sol nus- c~m do vern cia-re-ar o te - sou-ro en can-ta - do que o
C7 F C7 109
=t~ I j J J j__lJ J 3 • D.S.
j JJJ ' J j II rei mM doo bus '~ fOi " - sim mi ro
)
164
Sb 06- Esquema ritmico-melodico fs suspensiva In An, Term Fern
SE<;AO A - estrofe C7 F Dm
l"Pa t;±£~ ---"f=;tf=:t}@4¥ J ,J=2J lL :1\tJ- ·-zq c l-4 Mi rn - gem deu • rna - po ca-dis tan te
fs suspensiva D7 G m In Ac, Term Fern
l"Pb~ &
CS-8
~- ,9 J ttl W J J -1 - J bg~--yq:c ====J __ l:. tl ~ -- 2 -~ J - :========l ~- -
l"Pc I,_ &J _ C9-12
l"PdF4f9j
c 12-16das
2o:Pa
mil prin - ce sa5 pro cu ra - vam - des co brir
R<:i
D7
,J_·· ·=t -- J+
,, lo
G7
·rr;~z n:trw. mi • nas guar dn
G# i.9J.
F/A
a=~r~lJ) .._.. b5
fs suspensiva In An, Term Fern
K ~ 7-f'#.. ..
mio 0 do
fs conclusiva C7 F In An, TennFem
sp= J' I J1J~IsrJ~i- -T?J dati. ter ras d~O fir
F fs conclusiva
J \Uk In~c. T~g C 17-20 Ra -- nita de Sa b;l a - Jl'll - re
fs suspensiva In Ac, Term Fern
2"Pb 4l c 21-24 jo - que ja - mais se viu gual
fs suspensiva
2"Pc ~~ 'i . t J #~J J ) 6.fi J a DJ}-;J J ,a ttr. In Ac, Term Fern
5-c 25-28
"' MM - " qoo ao Rci o - re - re fs conclusiva In Ac, Term Fern
C7
2"Pd r;=& ¥3 QE~sJ C29-32 deo·ih011wr
- F
J ,EJJD31J1 Tj1~¥ t-,_ des um pre • sen teo - ri - gi na
-----=== TI
fs suspensiva In Ac, Tenn Fern
=- Tim c 33-36 pre - sen '" ,,
" rio
165
C 36-40 com fas
3"Pc t;±Jy · -s=Jl c 41-44
ra-i-ao ver
d-nioc sor- ti Je gio ni'io con - se- guem des - ven - dar
mi
..
nho fa - is can tc da ri que
1 de deen - can ta yllo
C? ----- F
~~~·£ r[r·· r$J -==~: f! f.' Fe ni oo rei I ran
fs conclusiva In An, TermFem
fs suspensiva In Ac, Term Fern Gm
_, J b-
jj
fs conclusiva In An, Tenn Fern
fs suspensiva c 50-54
4"Pb ~-'L' c 55-59
A7 "'j 0 - InAc, Term Fern
,JtJiJil:rref®"3IJ] l ,J irpo!:i· J .. 1- _q SECAO B -refriio em ga le ras a\- can-~am a ter-ra das a - rna ro - nas fs conclusiva
F C7 .._. F In An, TermFem
I"Pa -~=j~~l"€§:.~t~y¥fi_]'~~j~--~'I ::3~D~I~1~1~'E~2J~* ~[[' ~-~g;;· c 60-64
l'Pbb$£J
c 65-68
20:Pb
c 70-74
2'Pc¥+= c 75-78
"'
'£:. .....
que sa - vao
A7
~· :±Jut tJ
166
plcn dor fs suspensiva In An, TennFem
plen dor fs suspensiva Om In An, Term Fern
A ' ~ ij I-
za • em flor
SE<;Ao C -estrofe
l"Pa [~~ -l--C 79-82
c 82-86
2"Pa~-C 87-90
2"Pbt;B# # c 90-94
~ - ..
,.
fs conclusiva In An, Term Fem
teen-lu-a da fs suspensiva Gm In An, TermFem
'lJJflttJ6JJJJ5J can - tos e rna gi cis fes do do prn - zer fs conclusiva
B~ B•
;ljj J fJ'll) I~
F/A ,ura.·· In An, Term Fern
] k fs conclusiva
D7 i}J,Ufrl; In An, Term Fem
J mm rnaia for mais vou Cll - que fs conclusiva
SE<;AO D- reflfio C7 In Ac, Term Fern
l"Pa ~ let-+ •f __ tn· lr:r c 95-98
l"Pb dL_ J ~+"'-c 99-1020
2"Pa~H'c c 103-106
00
c 106-1!0
l
wl
fci
nas - ccn vern cia - ro fs conclusiva In An. Term Fern
sou-ro en • can-ta do que o man - dou bus car fs conclustva
C7 In Ac, Term Fern
nas - com do vern c~.. • re ar fs conclusiva In An, Term Fern
07 Gm C7 F
d#'LEtfiE;:f11 Er g;rt; lJ4tJ;J1 --- =a sou - ro en - can - ta do que
C7
,a ?f - +a sim
167
n:i man • dou bus - car fs conclusiva-chamada In Ac, Term Fem
3
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:F
SECAOA
l 0 Pa IV71II V7NI I VIm I (C 1-4)
rPb I VIm I V7!H I% I Hm I (C 5-8)
l 0 PC I IIm I% I #IP I I I (C 9-12)
rPd I I I V7N7/ I V7N71 V71 I I (C 12-16)
2°Pa I I I %I % I % I (C 17-20)
2°Pb I II% IV7/II I Hml (C21-24)
2°PC I Urn I% I% I% I (C 25-28)
2°Pd I lim I V7 I% I I I (C 29-32)
3°Pa I I I % I % I Hm I (C 33-36) j
3°Pb I IIml% IV71% I I I (C36-40)
3°PC I I I % I % I Urn I (C 41-44) -~
3°Pd I Hml V7NI I% I VIm I% I (C 45-49)
4°Pa I I I %I V7 I %I I I (C 50-54) '
4°Pb I I I V7NI I% I VIm I% I (C 55-59)
SECAOB:
rPa I I I % I V7 I % I I I (C 60-64)
l 0 Pb I I I V7NI I% I VIm I (C 65-68)
2°Pa I VIm I % I (C 68-69)
2°Pb I I I% I V7 I% I I I (C 70-74)
2°Pc IIIV7NII%1VImi(C75-78)
168
SECAOC
l 0 Pa I VIm I I I% I% I (C 79-82)
l 0 Pb I I I% I V7/II I% I lim I (C 82-86)
2°Pa I lim I IV I #IV0 I I I (C 87-90)
2°Pb I I I V7N7 I V7N7 I V71 I I (C 90-94)
SECAOD
l 0 Pa I I I V71% I I I (C 95-98)
l 0 Pb I I I V7/II I lim I V71 I I (C 98-102)
2°Pa I I I V71% I I I (C 103-106)
2°Pb I I I V7/II I lim I V7 I I I (C 106-110)
2°Pc I I I V7 I (C 110-111)
Aqui o ultimo compasso (Ill) e tambem o primeiro, lembrando que a primeira frase do samba e
anacrusica.
169
LETRA:
Miragem de uma epoca distante
mil princesas procuravam descobrir
do rei Salomoo o segredo
das minas guardadas em terras de Ofir
a rainha de Saba apareceu 5
num cortejo que jamais se viu igual
com negrinhos que ao rei ofereceu
de olhos verdes, um presente original
presenqa feita de misterio
com fasdnio e sortilegio 10
noo consegue desvendar
o caminho faiscante da riqueza
paraiso verde de encanta~oo
e da Fenicia veio o rei Iran
em Galeras alcan~am a terra das Amazonas 15
Que sensa~oo, que esplendor
a natureza em flor
Com elas numa noite enluarada
entre cantos e magia
170
fez a festa do prazer 20
o muiraquita do sorte
este amor mais forte
que jamais vou esquecer
E o sol nascendo
vem clarear 25
o tesouro encantado
que o rei mandou buscar
E interessante relembrar que este samba causou muita polemica no ano de seu desflle devido ao
enredo aparentemente nao apresentar motivo nacional, como era obrigat6rio.
171
Sb 07- Sonhar com rei da leao- G.R.E.S. Beiia-Fior/76
Faixa 14 do CD anexo.
PICHA TECNICA:
Autores: Neguinho/ G.R.E.S. Beija-Flor
Puxador de samba: Neguinho
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo 1 LP- 85.040
Lam;amento -1975
Fonograma: nao ha ntimero de registro no disco.
Editora: One way
Produtor: AESCREJ
Fabrica~o: TAPECAR Grava<;6es S.A.
Distribuidor: TOP TAPE MUSICA
Ltda
-~-.-
173
7· Sonhar com rei da leao
G.R.E.S. Beija-Fior de Nilopolis/76 Neguinho
G 07 G6
So· nhar com an - joe bor-bo-le
E7 Am D7 7
1 ti) q u 1 ttr®lw j UltJ-mam n aa;J Ja ;J so - nhar com rei dl! ]c-lio ruM ncs - ta fes-ta de re-al va-lor niio er-re nllo
G Am D7 G D7 G
o pal-pi-te cer - toe Bd-ja Flor Bci - ja Flor
E7 Am l9
,~43 J J JJJ LJ ltJ1iJtY :tJ lqJ J J J]!J. J I lem-bran..:loemco - res meu Ri-o que-ri - do dos jo-gOil de flo- res
D7 D7
quan - doo Ba-ri'io de Dru - mond cri- o • ou
G D7 G E7 Am 3!
i ~ )s illJJJ J J JJw ,. Juam tgjcecrrr· pJ sor - tei-o po • pu-lar
D7 G Am
ft&kJ J_lj pa-ra ga-nhar vin-te mil reis com dez tos-t()es o po - voco-me-
E7 Am c D7
<,:ou ai-ma-gi- nar bus - can do no be-lo- rei-
174
G E7 Am 07 G
,~ u ([(Jt no dos so ~ nbos ins • pi • ra • <;iio pa·raumdi • a a·cer·tar so·
Am 07 G E7 Am 55 4 ti n 1J tt!J. u 1 r .r 'a•q~;~ , 1 n iJ usn 1
nhar com fi-lha-ra - da e o co e - !hi - nho com gcn-te tei-mo • sa na ca-
07 G E7 Am 07 G 61
4» ;.1 H Jln. ' ;11 J J. aaJ bc-o;:adilbur-ri- nb<J c com ra-paz
E7 Am 07 G Am 67
f 00 nfPTr U I fJjz;HJJJ ' J1l n iJ U!J. rJ I ta-do pes-so-a! e pa - vito ou 6 ve-a - do so - nhar com fi-Jha-ra - da e o
07 G E7 Am 07 G 73 4 ~ f £ ]j JQ~;~ ' I B iHdB B I ;.-H JjJf.J. tjJ
co-e-lhi- nho com gen-te tei-mo - sa na ca be- o;;a da bur- ri - nho
E7 Am 07 G E7 Am 79
,~ J ]. tfj com ra - paz ' "' .
07 G 07 G 85
4# iljyJ UiJ JJ ]j_J * U r I J B 1J. tD viioou6 vc-a- doeas-sim des - ta brin - ca - dei m
E7 Am 91
4"•JJJ BiJ JJj lgJJJtl33J JaJJ ,. J w J Jtl quemto.moucon taem Ma-du-re~ ra foi Na-tal o born Na-tal eon - sa-gran-do su-
07 G 97 1 ~ J 'ffip. 3 J IJ
na tm- di-~ilo do car-na-val
175
G 07 G G7
su • a al - rna ho - jee a- guia bran - en en - vol tano a-
c 07 G
fJ m, zu! deum veu ~au-da • da pe-la rna- ges-ta-deo sam - ba e su-
E7 Am 07 G G7 c
li • nan J J u a- bre-jei-ra cor - te que lhe ve do c6u sau-da - da pe-la rna-
G E7 Am 07 G 121
'"iJJd~aglJ •a1JJ DJJ_j;J a lftuaP AJ ges-ta-deo sam - ba e su-a bre-jei-ra cor - te que Jhc vi! do ct:u so - nhar
07 O.S.
'U II )
so - nhar
176
SEC:AO A - estrofe
l"Pa ~ # t ~ c l-4
C5-9
Sb 07- Esquema ritmico-melodico
G D7 G6
y1_ JJI J 3 -"J 1U ~ 1 3 2 3 6--· com an • jOO bor ~ bo le
fs conclusiva In An, Term Fern
--j pl 5 ~ •
Am fs suspensiva
··~ J,'jj ~ f ± In AnJenn F~ E7
'f• j;§f]3J J Jb#iJJ--. sem ron ~ tern • pla ,.ao
~tJW.- FL~T- -= son ha:r - com rei &I lc-iio
D7 G
1 u-wJ!Di)b7a tf;J 1m 1 J 6 b7 -
ta - fi::s ta - de re-al va lor - nio er re-nio
fs conclusiva In An, Term Fern
=g
Am D7 G fs conclusiva
l"Pd ¥1 ,.: 2T LLJ id UJ EW ~ ~--- v s4,• ~ 3
Jm- In An,. Term Fern
c !3-!6
El:=l- -} 0Pe¥3~
c !6-!7
G
2"Pa I $ ~ y-5-f c !8-20
2"Pb~ # 3.f5J
C 21-24 meu
2"Pc r=r·· ~ c 25-28
c 29-33
pal - pi te - ccr 100 Bci - ja J
Flor
07
tl Bci IF1;;-----
IJ ) L ) t±l· "'f-· ·r • 3 2J - 6
"" do !om "'~ d- w
E7 Am
fs suspensiva-reitera91Io In Ac, Term Fern
·g
fs conclusiva In Ac, Term Fern
J_J .=g '~ fs suspensiva InAc, Term Fern
o~ su-o J lf;J J l-- lt±o~D 4 3 • 5
jo·g<>ll de fl.o
07 fs supensiva 3::::r:: In Ac, Term Fern
,a.J:J. 4 TI quan - doo Ba - riio de Dru - mond ,,
D7 G
T ,-WJ] J ,WJ_)JJ l[jJJ 3] IJ 3 6- 5 3if 1-
urn jar - dim re ple to dea - ni - mais en - tao Jan ~ou
07 fs suspensiva In Ac, Term Fem
177
2"Pe~Y,-C 33-38
pa ra • ga nhar
~ G fs coiiclusiva
z"Pr Kf?/fu: ( jffi))) JEfF Y 3fi!jttA~nAc, TennFem
C 39-44 "m 00 - mil ~;, _ ~ - =:::J oom dez tos toes _ 0
po - ) _ _ _____ ==:J vo-co • me - you al ma·gi nar
D7 ~ fs conclusiva
2"Ph~_E~M~1 ~~=~"¥~~------~En~-~--€·~~¢~~···~··· b~?¥~ .. ~i=E=B~~G~~~~~nA~c,T~enn~.~~em C48-50 - lo "' - 'Q=Li'==-- ======j no dos w
E7
l"Pb~4H D7 G fs condusiva :f" -~ luTe, TermFem
.. _ :~ -=q;.::q¥t~tqttn =:3 • be ya - da bur .-.- 5 • ===:::J n - nbo
~ E7 A fs suspensiva
m D7 !A
l"Pc cx==-±=£t~ .. -... · ....... ·. -+-~. .G E? n n, TennFem --o;;p=: ::t~t£¥=1=~-· = Am
C62-68 ' oom rn P" _ ro ~7~$~'"StU74f.W$:-g - doo ro. sul • !a-do pes-so al
Am
I J ttrt gen - t<:: tei mo
fs conclusiva In An, Tenn Fern
l'Pd~, ;::r· d ,,
c 68-70
178
E7
2'Pb~4; J -----3
C 75-78 com gen
2"Pc ~ ¥ )i- ... C 78-84 e
2'Pd t;t·r c 84-86 6
SE<;:Ao C - estrofe
l"Pa [ ~ j 3J C 86-87 e
"" c 88-90
,,
;J tc tel
Am 07
fs conclusiva In An, 1enn Fern
G
nhar com fi-lha ra - da e o co - e lhi - llho
fs conclusiva Am 07 G In Te, Term Fern
I~ I ;CJ F:J=i =t 9 -f'j:-@=:£::1 --_ -- ===:3 < ~ • b7;.- n ·r- H ~"'-sol· ==1 mo sa-M· ca be y.a-dJ\ bur- ri - nho
fs suspensiva In An, Term Fern
E7 Am 07 G E7 Am
1 =c 11JJ n f5J·4~-Jl'f3!20 lzi!N fli?4r;.. "#= l'it - .......... :::t ... - ~ . qs7#JI1"11-com ra - p<12: to • do en - 1:1. Ia - doo re- sul Ill - do pes-so - al
j
fs supensiva 07 In An, TennFem
I ~ ,. 4 '' do
fs suspensiva
07 In Ac, Term Fern
l sim:-,.-----------fs conclusiva In Te, Tenn Fern
fs suspensiva
E7 Am In Ac, Term Fern
C 91-94 quem to - mou con Na - taJ
l"Pd I ; i 1 4 • )
0 No c 94-95
j IJ 5 ..________.....
"'
179
fs suspensiva-reiteravilo In An, Tenn Fern
c 100-102
A7
2'Pa~-~ c 103~106
2'Pb~···~ Cl07-110
SE<;Ao D- refrtkl
07
J· -Fffit· Ii§ttf:~tLltl 17' .
sa * gran - do ~~~ aes co ,, G
"' di
07 G 07 G
~ . . .. :::':;)~ I i q~:pQi£-5
a a1 - ma ho jeoi - a - guia bran
G7
en voi ta - no "" do= "'' 07 G
jes - " - d= sam "'
"' . " "'
fs suspensiva In An, Term Fern
fs conclusiva In Ac, Tenn Fern
j fs conclusiva In An, Term Fern
fs suspensiva In An, TennFern _==:q
5d
c 119-122 .... fs conclusiva
E7 Am 07 G In An, Tenn Fern
2'Pb~· ... I1@4 J T&T&··=«=~· ~~-= bt' 1-b . C 122-126 e - su a bre - jei - ra cor - to que lbe ve do c.!u
c 126-127
180
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: G
SE<;:AOA:
l 0 Pa I V7 I I I V7 I I6 I (C 1-4)
l 0 Pb I 16 I % I V7 III I lim I % I (C 5-9)
PPc I lim I % I % I V7 I I I (C 9-13)
l 0 Pd I I I lim I V71 I I (C 13-16)
rPe I I I V7 I (C 16-17)
2°Pa I I I % I % I (C 18-20)
ZOPb I I I% I V7/II I lim I (C 21-24)
2°PC I lim I% I% I V7 I (C 25-28)
2°Pd I V71% I %1 I I V71 (C 29-33)
2°Pe I V71 I I V7/II I lim I% I V71 (C 33-38)
2°Pf I V71 I I% I lim I V7 I I I (C 39-44)
2°Pg I V7/II I lim I IV I (C 45-47)
2°Ph I V7 I% I I I (C 48-50)
2°Pi I V7 /II I lim I V7 I I I (C 51-54)
SE<;:AOB:
rPa I I I% I lim I V71 I I (C 54-58)
rPb I V7/II I lim I V71 I I (C 59-62)
l 0 Pc I I I V7/II I lim I V71 I II V7/II I lim I (C 62-68)
rPd I lim I V71 I I (C 68-70)
181
2°Pa I I I% I IIml V71 I I (C70-74)
zoPb I V7/II I lim I V7 I I I (C 75-78)
2°Pc I I I V7/II I IIm I V7 I I I V7/II I lim I (C 78-84)
2°Pd I lim I V7 I I I (C 84-86)
SECAOC:
l 0 Pa I I I V7 I (C 86-87)
JOPb I I I % I % I (C 88-90)
l 0 PC I I I % I V7/II I Hm I (C 91-94)1
rPd I IIm I% I (C 94-95)
l 0 Pe I lim I % I % I V7 I % I (C 95-99)
l 0 Pf I V7 I% I I V7N71 (C 100-102)
2°Pa I V7N7 V7 Ill V71 I I (C 103-106)
2°Pb I I I V7/IV I% I IV I (C 107-110)
SECAOD:
rPa I IV I % I V7 I I I (C 111-114)
l 0 Pb I I I V7/II I lim I V7 I I I (C 114-118)
2°Pa I V7/IV I IV I #IV o I I I (C 119-122)
2°Pb I I I V7/II I lim I V71 I I (C 122-126)
2°Pc I I I V7 I (C 126-127) o ultimo compasso dessa frase eo fim da chamada eo recomec;:o da
musica.
182
LETRA:
Sonhar com anjo e borboleta
sem contemplaq1io - sonhar com rei do le1io
mas nesta festa de real valor n1io erre n1io
o palpite certo e Beija-Fior
cantando e lembrando em cores 5
meu Rio querido dos jogos de flores
quando o Bar1io de Drummond criou
um jardim repleto de animais, ent1io lanqou
um sorteio popular e para ganhar
vinte mil reis com dez tostoes 10
o povo comec;ou a imaginar
buscando no velho rei no dos sonhos
inspirac;ao para um dia acertar
Sonhar com filharada eo coelhinho
com gente teimosa na cabec;a do burrinho 15 ~
e com rapaz todo enfeitado
0 resultado, pessoal e pavao ou e veado
Desta brincadeira
quem tomou conta em Madureira foi Natal o bom Natal
183
consagrando sua escola 20
na tradi~ao do carnaval
sua alma hoje e aguia branca
envolta no azul de um veu
Saudada pela majestade, o samba
e sua brejeira corte 25
que lhe ve do ceu
184
Sb 08- Vovo eo rei da Saturnalia na Corte Egipciana- G.R.E.S. Beija-Fior/ 77
Faixa 15 do CD anexo.
FICHA TitCNICA:
Autores: Savinho da Beija-Flor/ Luciano da Beija-Flor I G.R.E.S. Beija-Flor
Puxador de samba: Non6
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo 1- LP- 85.050
Lam;amento -1976
Fonograma: nllo M numero de registro no disco.
Editora: Copa musical
Produtores: AESCRJ
Fabrica~lio: TAPECAR Grava116es Ltda.
Distribuidor: TOP TAPE MUSICA Ltda
185
8· Vov6 eo Rei da Saturntllia na corte egipciana
G.R.E.S. Beija·Fior de Nil6polis Savinho da B.F./luciano da B.F
s> F7 s> D7 Gm G7
ca-iu dos o - Jhos dn vo-v6 la la la ia ia u- rna !6.-gri-ma sen-ti -
Cm F7
da !em - bmn - doi-ma - gens de cri-an s;a
sJ, G7 C7 F7 s>
do ve- !ho tem-po que pa;;-so - ou o seu pmn-toC eo • lo- ri -
19
1~") a 1£ ,. @ :r l.s u ittJP 1tU 'r I
37
do vi-vas co-resda te-le - vi-silo
E· Dm G7 Cm F7
que ho-jeas- sis - te re- cor- dan - do for-mo-sos run - chos e gran - so-ci-e- da-
s>
F7
G7 Cm
hJ1• n 1 r=:tUBr· 14 1 o es-plen - dor da noi - ttl
s> 3
G7
-
lr '~l []IE[] ffil8j Is ,. 3
co - moe-ra lin-k pre-sen-s:a do di - a a cor-tee gi-picia-
em F7 s> G7
en rc- dos de nos-tal-gi - a
186
em F7 Om G7 em F7 49
4 ~'· r JJ_1P W lt • cflt£jffl_lD lJ J_l!J) n U vo- v6 nlio cho-re nlio ve- ja quan-ta a-le-gri - a den-tro da re-cor-da-91io
8~ G7 em F7 Dm G7
~~'') nOO cho-re nOO ve ja quan-ta a-le-gri -
em F7 G7 61
4 ~'· )J_IJ J 1 UJ a A~J a den-tro da re-cor-da-91io re- !em - bre a gr - 9a do En-tru
em F7 8~
do e o fus-ci - nio do bai le de Ve-ne - za
of>. em e7
em Ro-ma pa - gil pa - ra fes-te-jar a pri-ma-ve-
F7 79
4~'· t" l?r I co-lhi-am fru • tos e fa- zi • nmor- gillll que co-mc-9a -
em F7 F7
" 4 ~'lr o 1 CEEJRtr r 1, Jl &fl n 1 n :a:tJ vam no rom • per do di • a e vi - nhoo Rei nwn 1m - lo cur-ro na-val
8~ em F7/A 8b
4r r •cfltadJ]JDn IJ;nuFJJ t±JJ3 J]q a-le - gran-doa Sa-tur-nil - lia in-ven- tnn-doo-car-na-vnl e vi-nhao Rei e vi-nhno Rei
em F7 G7 Cm F7
num be - Jo car-ro na-val a- le - gran-doa Sa-tur-nil - lin in-vcn - tan-doo car-na-val
187
Gm
j de Iii pra d. de IR pra cl
Cm
tu • do se trans - for-mou mas a vi - t6-ria da fo- !i-
em
a fi - cou no en - can - to do seu pu vo que brin- ca sam-ban -
F7 D7 Gm F7
trr [ f r ~gj J J J ]j J. D.C
II do quan do sam - baa Bei - ja Flor vo - v6
;
188
Sb 08 -Esquema ritmico-me!Odico
SECAO A ~ estrofe sb F1 sb 01
1op. bfEi W-Ar?l i#;piiRtl£:--#WJ)JQ,J C 1~5 co - ill dos o lhoo da vo v6 Ia Ia
1"Pb ~ ~~
C 5·7
~I 1 opd -ii§ 1·~ 5
c 13-16 do
,.
G7 Cm
1,1ft l 61
F1
1 rn- r: ~J:j_f#tp:;;J ->om bnm - doi 1M - gon• do lcri on - qa
fs suspensiva In Ac, Tenn Fern
Gm
fs suspensiva In An, TermFcm
b;_r-=:=J &
C7
fs suspensiva In An, TennFem
fs suspensiva In Ac, Tenn Fern
F7
4
fs suspensiva
sb 2"Paj ~ ~1, j
6~7 In An, Tenn Fern
f ,. J 6 w 6. 50 J 6 J - ·' 11=:_ -- -_;:o======:=J c 17-19
,, fs suspensiva
E~ In An, ThnnFem
2opb ~k=L-?l:tt- ~7JiJif-Y?j_::~""""r=~+-=_c~-=~j C20·24 oo-ros do !to k: VI .rio
fs suspensiva In Ac, Tenn Fern
E•
j 2opc P4 !I' J j h5
J b3 ' ---.)- _j- - J
C25-27 7" "" ;- '" fs conclusiva
G7 Cm F7 B~ In Ac, Tenn Fern
2opd ~--'flhJ t J b1J£JJ;ls @: f>t?iJ!f1t#ifJ LJ f 4
fw - mo- """ -""' gmn des •o-ci-o-da
189
fs suspensiva In Ac, Term Fern
G7 Cm
3'Pa~~-{c4 -b-~%¥J-'"
,, " fs conclusiva
In Ac, Term Fem
F7 3 B~
J0Pb~h 1' ~, ="-~Y'=it#Miig==gg_:;tgg£_~ ~~t±-=~3 C 37-39 «> - n?oo • m lin l, · pte • ""'- - >a do di • a
fs suspensiva In An, Term Fern
fs conclusiva In An, Term Fem
F7
3'Pd~-r== -- _.'L:.c==~"E::~n":t' .... r~·····-·======~~m~~~~~~~~ c 44--47
SECAO B refmo
G7 Cm
l'Pa ~Wt;itt$pr:Y7r F7
:f-#ttJffht•r Om
1fTr n1io nOo o.h<>- re
G7 Cm F7 ·~ l"Pb ·~ ~M'llJbEfEQtt~P) ,Ud
,. don 1ro <» re-oor-da-.,ao
G7 Cm F7 Om
2'P•t;t~t¢t:rr-- .~~==at--c 56-59 niio •• nOo oho - re nOo
G7 Cm F7 ah
2'Pb • · 'f6c:r= f@ffUJ s'ttt) I rfj ~= 14 6S'b?;s=
C59--63 " qnoo - lli a- Jo gri
190
fs conclusiva In Ac, Term Fem
fs conclnsiva In An, TermFem
fs suspensiva InAn, TermFem
fs conclusiva In An, Term Fern
SE<;::Ao c- estrofe
c 64-67 ••
F7
911. do "" tru
.~
fs suspensiva In An, TennFern
fs conclusiva JnAc, TermFem
~J l"Pb~t:-J J 51 A;J;:·CD{"¥42lf±§T :;c•HL-
D~·
fs suspensiva In An, Tenn Fern
Cm/E~
2"Pal ' ~!. ~ .r d 5-
B~/0
~, I , 1¥ T J -r t:Eey=:- ¥¥· · gg c 72-75
zoPb~ ~I· i
C76-80
8~
3°Pa ~ ·?· fif . c 81-83
!!(•
C7 F7
J UlJ.:fr j b,J ) If" ' F F "'r.,-\0 J..-- a pn-m• v~
F7
f r lhi
G7 Cm F7
fs suspensiva In An, Term Fern
J
fs conclusiva In Ac, Term Fern
fs conlusiva In Ac, Term Fern
·~ 3°Pb EE~It y J .} J ) pi' 3+3$= +! .. 4 ;,• ~ bl 1 T ~ ~ ~ :::::::;:" P&·===r I
c 84-87 • SE<;::Ao D- refrao fs condusiva
Bk/A~ E~/G F7 8~ In Ac, Term Fern
l"Pa I'~~~ 1 ,JI Jb 1f'-'f1l' J;. 3· tn ' 2J ;a tr i 2
vi-!lhoum rci - •• "' fs conclusiva In An, TennFem
Cm F7/A sb
·rl!Jiil J 1 i ;ab) p TAJ) ;tJ} J gron-doo Sa-tur-nil - lia II\- v•n - tnn-doo car-na val
191
sb 2"Pa :~,
C 95-96 e llhoum
G7 Cm
2°Pb gf#@ I j FF F7 sb
2E7+tf7Sift=?=rr ,,
pm cl
Gm
l"Pb~ F-e w5-ws
Cm
fs conclusiva-chamada In Ac, Term Fern
fs conclusiva In Ac, Term Fern
fs suspensiva In An, Term Fern
fs suspensiva In Ac, Tenn Fern
l'Pc ¥--T~-----$¥W=~~--:--Y•---=:==--__¢j '"
F7
fs suspensiva InAc, ThnnMas
fs suspensiva-chamada In An, Tenn Mas
2"Pc ~~~~~~~~~~~~~~~~~=~~~~~~~~~~~~~~~~~ c 123-124
192
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: Bb
SECAOA:
l"Pa I I I V71 I I V7NI I VIm I (C 1-5)
rPb I VIm I V7/II I lim I (C 5-7)
JOPc I Urn I % I % I V7 I % I (C 8-12)
PPd I V7 I% I I V7N71 V7N7 V7 I (C 13-16)
2°Pa I I I% I V7/IV I (C 17-19)
2°Pb IV7/IV I% I% I IV I% I (C20-24)
2°Pc I #IV o I % I IIIm I (C 25-27)
2°Pd I V7/II I Urn I V71 I I% I (C 28-32)
3°Pa I I I V7/II I Urn I% I (C 33-36)
3°Pb I V7 I % I I I (C 37-39)
3°Pc I I I% I V7/II I Urn I (C 40-43)
3°Pd I Urn I V7 I% I I I (C 44-47)
SECAOB:
PPa I V7/II I Urn I V7 I IIIm I (C 48-51)
l 0 Pb I IIIm I V7/II I lim I V71 I I (C 51-55)
2°Pa I V7/II I Urn I V71 IIIm I (C 56-59)
2°Pb I IIIm I V7/II I Urn I V71 I I (C 59-63)
193
SE<;AOC:
JOPa I I I% I V7/II I lim I (C 64-67)
rPb I lim I V7 I% I I I (C 68-71)
2°Pa I I I I I biUO I IIm I (C 72-75)
2°Pb I lim I V7!V71% I V71% I (C 76-80)
3°Pa I I I V7 I I I (C 81-83)
3°Pb I V7/II I lim I V7 I I I (C 84-87)
SE<;AOD:
l"Pa I V7/IV I IV I V7 I I I (C 88-91)
l"Pb I I I% I lim I V7 I I Io I (C 91-95)
2°Pa I I Io I I V7/II I (C 95-96)
2°Pb I I V7/II I Urn I V71 I I (C 96-99)
2°Pc I I I V7/II I Ilm I V7 I I I (C 96-103)
SECAOE:
l"Pa I I I % I (C 103-104)
l"Pb IVIm I % I % I % I (C 105-108)
l 0 Pc I VIm I% I lim I% I (C 109-112)
2°Pa I Ilm I% I% I Him I (C 113-116)
2°Pb I Him I V7/II I Hm I% I V7 I V7!VI I VIm I (C 117-123)
2°Pc I VIm I V7 I (C 123-124)
194
LETRA:
Caiu dos olhos da vov6, Ia laia laia
uma lagrima sentida
lembrando imagens de crian~a
do velho tempo que passou
0 seu pronto e colorido 5
nas vivos cores da televisao
que hoje assiste recordando
formosos Ranchos
e Grandes Sociedades
o esplendor da noite 10
como era Iindo "A presen~a do dia"
a "Corte Egipciana"
enredos de nostalgia
Nao chore nao, vov6
nao chore nao 15
veja quanta alegria
dentro da recorda~ao
Relembre a gra~a do Entrudo
195
e o fascinio do Baile de Veneza
Ia em Roma paga 20
para festejar a primavera
colhiam frutos e faziam orgias
que come~avam ao romper do dia
E vinha um Rei
num belo carro naval 25
alegrando a Saturnalia
inventando o carnaval
De Ia pra ca tudo se transformou
mas a vit6ria da folia ficou
no encanto do meu povo que brinca 30
sambando quando samba a Beija-Fior
196
Sb 09- Criago do mundo na tradiciio nago G.R.E.S. Beija-Fior/ 78
Faixa 16 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Neguinho da Beija-Flor/ Mazinho/ Gilson
Puxador de samba: Neguinho da Beija-Flor
Disco: Sambas de emedo das Escolas de Samba do grupo 1- LP- 85.060
Lan~amento - 1978
Fonograma: niio ha mimero de registro no disco.
Editora: Copa musical
Produtores: Laila e Orlando
Coordena~o geral: J. Gomes
Fabrica~o: RCA ELETRONICA LTD A.
Distribuidor: TOP TAPE MUSICA S/A
197
j
g. Cria(/ao do mundo na tradi!(ao Nago
G.R.E.S. Beija-Fior de Nilopolis/78 Neguinho da B.F./ Mazinho/ Gilson
G7 A7 Dm G7
:ftdW-1 J g 1 RsBUJ I- e-re- re i - e ·· r8 i - e-ril
c G7 C A7
\
' ;: i 0 0 0 tra • vam urn du-e-lode a-mar
G7 c G7 c
0 sur - gea vi - da com seu es - p!eu - dar i - e -
A7 Dm G7 c
•
r€ - e - rii ' ' ' ' G7 C A7 Om G7
tra- vamumdu-e-lodea-mor e sur - gea vi • da com ~eu
c G7 C
•~JP* es - plen -dar bai - lou
Em Dm Dm 37 Wd J 3 jj:l D J I r iEJJ. OJ IJ ,. g IH F rtn
o e-co-ar deum-can-to dea - le-gri • a tres prin - ce - sas a
G7 c
• 1 r -n 1 0 JittJJ taM sa·gm-da Ba-hi- i·a
198
G7 C6 A7 Dm G7 49 f•n J BiJ .1 J nn a a ttJ
I a-ka~!a. 1-a-de-t;i 1-a-nas-sO ca.n-ta- ramas-sim a tra-di-
G7 G7 C
~ w_Wl::J JJ]g; * IF lr uw ydo Na-gO 0 - lo-rum 0 - -!o-rum
C6 A7
sc - nhor do in fi-ni - to Or-de· na que 0-
G7
4rstuw c
M 11\. Ia fa- 9aa cri-a 9lkl dom\Ul -do
G7 C
~ * ,. flT' 1¢ tF;Gr ffl I J. tff?1f !e par- tiu
8~7 A7 Dm
I* 'I' fiV l e oo ea- mi - nhoa-dor-me-cen - do sc per-den 0
G7 C A7
tpmgw. a w 1 -
D7 3 3
G7 c
'' J'JJJ]I JJ~fJl]J du- du - a adi-vi-oa-se-nho-ra che-gou
C7 F Fm6 c A7 D7 91
'~ ,. fTf or- na - da de gran - deo fe-ren - dae - Ia trans -
G7 c G7 c G7 c 97
')Q_j J j__!_J cin - co ga-li-nhas d'an- go-lae fe:1. a ter - ra
199
A7 Dm Dm 103
,,. JtiJ BW· ® D lr fflaJ porn - bos bran - cos cri - ou o ar ca - ma-le-i!.o
G7 c
4:r=ttJ1tr n 1 J~fflm:r n 1 r=ill_lfl·=J doi • ra do trans- for - mou em fo - goe ca - ra • c6is no ma - ar
#5 G7 C
! J ij· S1' Dm G7
m 1w-, IDJPliJ 21 ' . - la des- ceu por ea- dei-as de pm - ta em vi-
A7 Dm 121
@ 0 JJ]JW.] J1P I J J 3] ttLJJ Ul 1£ U I che- gar e - la
G7 D7 G7 127 c D.C.
ir c r qn. d u IE I !lr r r 1!a0 ra 11
" i oho ' "' rei ' 'Om Iu-tar i-e-re
200
Sb 09 - Esquema ritmico-me!Odico
SE<;'.AOA·tefrllo
G7 C
,.,, t;L4£l,)±J1f ---'EJf C l·S
G7
l"Pl>
G7
!"Po ~ ~ C9-12
l"Pd
G7
2"1'•
G7
l"Pit
G7
C25-28
:m
C28-32
SECAO B • C9trofe
C32-J3
!'Pol; y C37-40
si>7
•
c
c
c
Em
l J .,) J l I l I, -A7 Om
A7
G7
A7
•
J
'""rtt= =r1Btc c r .nr C4!-45
Om
c
A7
c
A7
eJ,m
I" r r.:J 4 j •. lo •'
~dUJT •
201
Om
Om
c
Om
I J.
fs sUIIprnsiva In Ac., Term Fern
U coru;lu,iva In Te, Tenn Fern
fil suspensiva In An, Term Fem
:fScondn•iva In An, Term Fern
fs ~uspenslva In Ac, Term Fern
fs c<>uc!u$iva In Te, Tenn Fern
h suspcru;iva In An, 1Ctm Fe:m
fs conclusiva In An, T<:rm Fem
h Sll!!'f'l"'iva.chamada ln An, Tr:rm Fom
H j], BUSp<:Miva
In An, Term Fern
G7
I'P• r¥=1• "'-C 46-48 n•
G7 C6
l"Pf
G7
t"Pg~. ~·c ·n£) c :'i3·56 """
3 r ' I J tl
• &
A7
,, '
. '" G7
.f. condu~iva In Te, Term Fern
c
' J ; .J ,l
3 J J ' fs •uspemliva
In Ac, Term Fern
:fu conclusiva ln Ac, Term Fern
''"·~~<~=]~~@~->~§~~-~-····~ r. suspensiva-<:h~m~w.
_ lnA<:,'~F~-
:=$==:,. ' =I C56-S7 0 I~
c
c 58-60 ° co
C61·64
A7
2"Pd~ c 65-68
2"Pe~-C69-72
G7
Om
trtJ]FfEI"=='_E 3 r .t. q•• 0
,.
c fsconclusiva
fs su..pensiva A7 Om In An, Term Fern
h •usp•:n•iva . In An, Term Fern
G7 .1
I CZZJ: cq:J 1• " fo conclusiva
In An, Term Fern
c
• fllo do """' do
18 conclusiva G7 C InAn,Te:nnFem
,,Pf ~-=+a--::::-~-c=--:=rF-R¥:t1'r'2'~~='===:i C73-78
,, . "' ""' ~~· " .
fosu..p=iva A7d,9) Om In Ac, Te:nn Fem
2'Pg~LJ j:£J~2£±1iit±il~4i.t#s±- ~ C79-82 • -
Om
C83416
G7
z"
G7 c
202
c
f• ouspensiva !nAn. TermF<:m.
r. conclu.iva ln Te, Term Fem
fs crmcln•iva In An, T<:rm Fern
C7 F Fm6
c 91-94
A7 07 G7 C f• concl~~Siva In An, Term Fern
2"Pl~-.:~ '~:t£7LO .;l!t Ad'J -artu C94-9s"" sran
doo - ~ di!o Ia Iran• fi • ~u ron
f• concllliliva
G7 c G7 C htAn,TermJio::m
3'Po ~ ,. rvre=r-- ·srrr "Jr ti i -J ,I)$1 -t~ C99-102 ~ .. lj-- ~ '"
A7 Dm fu suspensiva In Ac, Term Fern
!:,.l_l:i~ c 103-106 pom lwo - fa suspcnsiva
s!fl A7 Om ln An, Tenn Fwn
,.,, tl'+ - ___ ,. ""i Jt=r---r c 107-110
G7
c l15-ll8
CllS-122 !'Of
Cl22-l:iS
F Fm
c 130
'• . G7
c
G7
Dm
fS oonci'u•iva
c In An, Term Fern
r. Su.pensiva
8~7 In An, Tmn :Fern
?:tFJ #i':#Jik @JJ -.li£7;'!tF-=t=J • ..
C7 F C7
fil-;,.,ndusiva
c G7 c In An, Tmn Fern
203
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:C
SECAOA:
rPa I V71I IV7!H IIIml% I (C 1-5)
rPb I V71% I I I (C 6-8)
l 0 Pe I V71 I I V7!H I lim I (C 9-12)
rPd I Hm I% I V71% I I I (C 12-16)
2oPa I V71 I I V7/II I Hm I% I (C 17-21)
2°Pb I IIml V71% I I I (C21-24)
2°Pe I V7 I I I V7/II I IIm I (C 25-28)
2°Pd IIIm I % I V7 I % I I I (C 28-32)
SE<;AOB:
l"Pa I I I V7 I (C 32-33)
rPb I V71 I I% I% I (C 33-36)
l 0 Pe I I I Him I biiim I Hm I (C 37-40)
rPd I subVN7/H V7/H I Hm I% I% I% I (C 41-45)
rPe I V7 I % I I I (C 46-48)
l 0 Pf I V71 I61 V7/H I lim I (C 49-52)
rPg I Hm I V7 I % I I I (C 53-56)
2°Pa I I I V7 I (C 56-57)
2°Pb I I I V7 I I I (C 58-60)
2°Pe I I61% I V7/II I lim I (C 61-64)
204
)
2°Pd I V7/II I lim I % I V7 I (C 65-68)
2°Pe I V7 I% I% I I I (C 69-72)
2°Pf I V71 I I %1% I %1% I (C 73-78)
2°Pg I I I % I V7(b9l/ lim I lim I (C 79-82)
2°Ph I subVN7/II V7/II I lim I V7 I I I (C 83-86)
2°Pi I V7N7 I V7N7 I V71 I I (C 87-90)
2°Pj IV/IV I IV I IVm I I I (C 91-94)
2°Pl I I I V7N7 I V7N7 I V7 I I I (C 94-98)
3°Pa I V7 I I I V7 I I I (C 99-102)
3°Pb I I I% I V7/II I lim I (C 103-106)
3°Pc I subVN7/II V7/II I lim I% I% I (C 107-110)
3°Pd I lim I % I V7 I % I I I (C 110-114)
3°Pe I V7 I I I% I lim I (C 115-118)
3°Pf I IIm I % I % I % I I I (C 118-122)
3°Pg I I I V7/IV I IV I V7/IV I (C 122-125)
3°Ph I IV I IVm I I I V7 I I I (C 126-130)
3°Pi I I I (C 130)
0 acorde biiim que ocorre no compasso 39 exerce fun<;ao de aproxirna<;ao por acorde.
205
LETRA:
Ierere, iere, iere 0 0 0 6 lr:l
travam u~de amor
e surge a vida com seu esplendor
Bailou no ar
o ecoar de um canto de alegria · 5
tres princesas africanas
na sagrada Bahia
Iakala,Iadeta,Ianasso
cantava assim a tradi~ao nago
Olorum senhor do infinito 10
ordena que Obatala
fa~a a criac;ao do mundo
ele partiu desprezando Bora
e no caminho adormecendo se perdeu
Odudua 15
a divino senhora chegou
e ornada de grande oferenda
ela transfigurou
cinco galinhas d'angola e fez a terra
pombos broncos criou o ar 20
206
um camaleao doirado
transformou em fogo
e caracois no mar
ela desceu por cadeias de prata
em viagem iluminada 25
esperando Obatalci chegar
ela e rainha
ele e rei e vem lutar
207
Sb 10- Descobrimento do Brasil- G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel/79
Faixa 17 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Toco/ Djalma Cril
Puxador de samba: Ney Vianna
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo 1- LP- 85.070
Lam;amento- 1978
Fonograma:60608340
Editora: One Way
Produ~o: Laila e Orlando Costa
Coordenac;ao geral: J. Gomes
Fabrica~o: RCA ELETRONICA LTD A.
Distribuidor: TOP TAPE MUSICA LTD A.
209
10· Descobrimento do Brasil
G.R.E.S. Mocidade lndependente de Padre Miguel Toco/ Djalma Cril
A7 D Em D
a. !i - ra d.;--
87 Em Em A7
'-' com-po_st-tor de no - vo con-vo-
D 87
13 4J1 t£Jj IJ. j J It,. 2 1mm 'ct-JJ)j_J pa - raen-to-ar urn po • e- rna dea-mor
Em A7 D DiFI Em A7
Bra-sil Bm-sil a-van· temeuBrn-sii vern par·ti-ci-par
D A7 D Em
do fes-ti-val fes - ti • val que a Mo • ci- cia • de!n-de-pen-den • te
D 87 Em 31
fH qHfJil]J IJJ JJ j I;J , - -a pre-sen-ta nes • te <:ar-na-val de pei-toa-ber - toe qmmu fa-lo
D 87 Em A7 D
4•nJJ J J jJA=J i;J J J U}J. n ltfflJiJ J J Jl no mun-doin-tei - ro eu me or- gu • Jho de ser bra - si -lei • ro o -lim a!
87 Em A7 D 87 Em
4tin ;J J J 3Jifj j]J_jJ J JlgQ;J l;fDlJ}JflJ de pei-toa-ber - tOO queen fa-lo aorniU!·doin-tei - ro eu me or-gu • lho de ser
210
A7 D A7 D F#m F• Em
49 ~
@~1 J~JP ]b:QcfttJ ~ uler rrtlttJ r[rlg-r I bra - si-!ci - ro par - tiu par- tiu de Por-tu-gal com des-ti-no U.s in - dias
A7 D 55
-rw i 'u-m=tu 1; a Jlbn-cfTc:t~((fhcra 1 Ca-bral co-rrum-dan-d(ll!SCa-ra-ve - las i - a fa-zer i-a fa-zer
87 Em A7 D *'' J] j JJ IJ a Iran - sa-\)iio com o era - voe a en- ne - Ia
A7 D 67 Em A7 67
,~1 1£ J ll U I de re - pen - teo mar trans-for-
D 87 Em
I~ r r rtn.rJ J JJj)J ZJ 73
@~1 rrrr:rt9J,I mou em cal-ma ri - a --""'
E7 B>7 A7 G 79 *
@tiul ,. fi& r r:1frfffi~".Jl' li dan - doa-que-lc to - que de ma-gi" a e u - ma no-va ter-
A7 D A7 D Em 85
@~t"fr F q:J IE" ;g If ,. glt ra Ca-bral des-co- bri - a Ve-ra Cruz Ve
Cruz a-que - !e na-ve-gan - tc des-co-brio des- co- briu e de-
~ Em A7 D 3
I' JJP 1ttf ffll c:t Htlt UJ pois se trans-for-moo nes-te gi-gan - te que ho-jc se ella-mas Bra-sil Ve-ra
211
A7 D Em A7
• J ,. ~ It
Cruz v, . '' San-ta Cruz a-que - ]e na-ve-gan-
D l~J
*''}J J J hJ te des- co- briu
115
If JQaJ des - co - briu
A7 3
,~1 q J J J a,tUm ![
87
e de - pois se trans-for-mou
: c r : 1r ucs - te gi - gan - te que ho -je se cha ma Bm - sil
* -~ . d . b I-~· . . estn chrunaua aqu! s6 rn:orre quando o coro estil cantan o, por tsso suns notas se so repOe 8. dame uum pnnctpcl:
. "" ~' .
212
Em
D.C.
II
Sb 10- Esquema ritimico-mel6dico
SECAO A • estrofe
A7 D Em
:_'3!.£ +lE ·1:"EfiB4-3 -2
c l-4 ' . l"Pb ltl1U
87 Em
f JIO -f-J,,tJ,I ¥·
CH
Em
l"Pc
c 10·14
l"Pd tr=H---ClHll
:4'' Em
,..,, i c 19·23
,.,, ij In ,. _ ._L(= I :J - 2 iii :nv u
C23·26
C27
2"Pd~ C27-30
C31-34
sm:;Ao B -rcl'r!u
"' !'P• f 'I f;,,J ~
c 35-38 ,,,
B7
'til
c 39-42
2'Pbl~'' "' yhJ C4346 •
da doln - d. ""
. "'
l ......_., 6 3 to» - b.< - "* q...,. f• - lo___. "" m""-
Em
;UJ:! - ,J • ••
J J _ A7t=
1
"' ~
213
D
,til "'
-
fscoucln•iv• In An, Term }'em
. -J --J=::::g:::;j I •
fSausp<:m!liva 87 In An, T=n Fem
fs smp<m<iv• In A<:., Term F<::m
f•condn•iva
fssmpemiva In A<:., T~= Fern
f~ eunclu~iv• In An, Term Fern
fll coneln•iva In An, Tc:nnFem
fs condmiva In M, Term Fern
D
;lJm::'~::::g:::;j .. fi>condmiva In Ac, Term Fem
J fs conclmiva-cl!amada In Ae, Term Fern
f~ condusiva
~
0
I"Pb 1J r ,,
C63-64
I"Pg
C64-67 '""" 87
~~ . •
2"Pb
2"Pc
2"Pd
2"Pe
2'Pf
Em
·r r ~ "
Em
fT=b#It
214
fu conclu.iva In AI:, Term Fern
f• su.~pcnusiva In An, Term Fern
f. su.pensiva-reitera~ao Iu Te, Term Fern
15 ccnclusiva ht Art, T<lrln :Fern
fssUsf"'!l'iva In An, Term Fern
fs conclu.iva In An, Term Fern
sm;Ao D - ,..,rno
l"Pa
C86-S7
l"Pd
c 95-96
t•Pe 3 • c 96-98
m .,j 2
"
2"Pa
2"Pb
2"Po
c 107-lHl q ..
2"Pd
2°Pe I . c 112-114. ..
lopf d:k • J j ,,J ~I
" . c 115-118
A7f t _J )Jj,J
,, ·-
67
fk;l -1 ] 4 .... - '1 •
7 A7
,l 1U£J wJt
" " ·- "
67
11 jJ '
A7 1 ; 1t!5f r[" l Tr f I j. •
' ·- " '"' • ,. ~
215
..
)
D
.btl_
Em
1f D
fs susp~n•iva-<:hamnda In An, Term Fet~t
fa conclusiva
tS c<mclu~iva In An Term Fern
fs snspensiva In An, Term Fern
fuconduaivn In Ac, Term Fern.
flf__ '" " ) fs •uspefii.ivn-cbamadn
In An, T<'lm Fern
f• •uspensiva In An, TermFem
fn conclu.iva
! ~ D In An, Term FC!R . 41¥ --- -_g:gj
fs condu•iva-rcitcra~iio In Te, Term Fern
fi<sll!lpcusiva !nAn, TermFem
Em ,, ,r- J fk conclu~iv:o In Ac, lenn Fern
D
' r v I r _J] ~ "
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: D
SE<;AOA:
l"Pa I V7 I I I IIm I I I (C 1-4)
l 0 Pb I I I% I V7/II I Hm I V7/II I (C 5-9)
l"Pc I Urn I % I V7 I % I % I (C 10-14)
rPd I V71% I% II V7/II I (C 15-18)
2°Pa I Urn V7 I I I I I lim I % I (C 19-23)
2°Pb I lim I V71% I I I (C 23-26)
2°Pc I V71 (C 27)
2°Pd I V71 I I V71II I Urn I (C 27-30) )
2°Pe I lim I V7 I % I I I (C 31-34)
o., ,.~
SE<;AOB:
rPa I V7/II I lim I V71 I I (C 35-38) ,,
rPb I V7/II I Urn I V71 I I (C 39-42)
2°Pa II I (C 42)
2°Pb I V7/II I Urn I V71 I I (C 43-46)
2°Pc I V7/II I Urn I V71 I I (C 47-50)
SE<;AOC:
rPa I I I V7 I (C 50-51)
l 0 Pb I V71 I I Him biH o I Hm I (C 51-54)
216
rPc I Ilm I V7 I% I I I (C 55-58)
l 0 Pd I I I% I (C 58-59)
rPe I I I V7/II I Ilm I (C 60-62)
1 opf I Ilm I % I (C 63-64)
rPg I Ilm I V7 I I I V7 I (C 64-67)
2°Pa I I I V7/II I Ilm I% I (C 68-71)
2°Pb I V7 I% I I I% I (C 72-75)
ZOPc I I I V7/II I Ilm I (C 76-78)
ZOPd I lim I V7N7 I (C 79-80)
2°Pe I lim I V7N71% I subV7N71 (C 79-82)
2°Pf I V7 I IV I V7 I I I (C 83-86)
SECAOD:
l 0 Pa I I I V7 I (C 86-87)
rPb I V71 II% I Urn I% I (C87-91)
l 0 PC I lim I V7 I % I I I (C 91-94)
JOPd I I I % I (C 95-96)
l 0 Pe I I I V7/II I Urn I (C 96-98)
l"Pf I lim I V7 I % I I I (C 99-102)
2°Pa I I I V7 I (C 102-103)
2°Pb I V7 I I I % I Urn I (C 103-107)
2°Pc I lim I V7 I % I I I (C 107-110)
2°Pd I I I % I (C 111-112)
2°Pe I I I V7/II I Urn I (C 112-114)
217
2°Pf I Ilm I V7 I% Ill (C 115-118)
218
LETRA:
A musa do poeta
e a lira do compositor
estao aqui de novo
convocando o povo
para entoar um poema de amor 5
Brasil! Brasil! Avante meu Brasil
vem participar do festival
que a Mocidade Independente
apresenta neste carnaval
De peito aberto e que eu falo 10
ao mundo inteiro
eu me orgulho de ser brasileiro
Partiu de Portugal com destino as Indios
Cabral comandando as caravelas
ia fazer a transa~ao com o cravo e a canelo 15
e de repente o mar transformou-se em cal maria
mas deus Netuno apareceu
dando aquele toque de magia
e uma nova terra Cabral descobria
219
Vera Cruz, Santa Cruz 20
aquele navegante descobriu
e depois se transformou
nesse gigante que hoje se chama Brasil
A presen.,:a de proposi.,:ao foi verificada na primeira estrofe.
220
Sb 11- 0 sol da meia-noite: uma viagem ao pais das maravilhas G.R.E.S. Beiia-Fior/80
Faixa 18 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: ze do Maranhao/ Wilson Bombeiro/ Alufzio
Puxador de samba: Neguinho da Beija-Flor
Disco: Sambas de emedo das Esco1as de Samba do grupo I- LP- 85.080
Lan~;amento -1979
Fonograma:60976322
Editora: Copa Musical
Produ\;iio: Lal1a! Walter/ Gomes
Aux. Tecnico: Pedro
Coordena\;iio geral: Gomes
Fabrica\;iio: RCA ELETRONICA LTD A.
Distribuidor: TOP TAPE MUSICA LTDA
221
11· 0 sol da meia noite: uma viajem ao pais das maravilhas
G.R.E.S. Beija·Fior/80 Ze do Maranhao/ Wilson Bombeir o/ Aluizio
B~
4as Pltl- ta ve·lhai-rna-gi-nou ou-traes - tO-riae vai con-tar pre Ia ve -lha jil fa-lou
7 Cm F7 s> F7 B~
=f1J ; u?TtU m 1tf Ban cr: ~~ t 0 1 ac m 1
que n6s va-mos vi-a-jar ga-lo-pan - do ga-lo-pan - dqem ca - va-los a-la-
G7 Cm G7
~ ~~· )- t) 1: ' p 10 iJ I R JJ :tLJ. tJ I' H r n dos che- ga - mos ao pa - Is das ma-ra-vi - !has i- lu-mi-na -
19 Cm F7
=ftbt(flgffiJAJ I*,. - --· _. dos pe·IQ so! da mei-a noi • te 00 - Ia fan-ta-si - a in-fun-til
25 B~ F7 s>
4b1J Sf·rg cr: let 9tti i J ' iJ. LJ it 'fl re - ce-bi - dos por sol- da-di-nhos de chum - ho en- Ira-
31 Fm6 G7 Cm E> E·
'b" tJ Q' I Q' [ffTir':J-r I i • dlt; O I U d] mos na flo- res-ta-en·<.Jan-ta • da brin- ca - mos com ca- ta- vcn- to8 pi -
37 s> G7 em F7 s>
~ bl' 0 #UJ r-Ozt£) n I J1 tU 1 r 'i Jil r EJrl pas e pe-6es noon- Ia - ce da Ba - ra· tae Dom Ra-tlio jo- gar xa-dre-
43 Cm F7 B> G7 Cm F7
¥tFL:iB t±J l(r'-' J11f;t-tEfNQ I J J@ pi - que ban - dci - ra pu-Jar car-ni • 9atu·doC brin-ca-dei-
222
49 B~ em F7 sb G7
t~'' JJ, 1~1r c tltf ~ 1u d lfr rtl jo • gar xa · dre • ez pi • que bnn • dci · ra pu·lar car-ni·
55 em F7 sb F7 sb F7
t~''lt:u 1J ClltaAan.,fllt:t n1 0 m_~ ~atu-dot\ brin-ca-dei • ra eumgll • nio urn gil · niocria-fo-gos dear-ti·fi-
em F7
J cio fa lam e as flo- res can - tam ne~ -
67 G7 em F7
,~1' en I A_fiJI]J J JjJJJ Jun.' Jil urfflJ telin-doen-can-W cis oes-plen-dor eama-gi a dasmileu-manoi-
TI ~ G7 em t ~~~g. a~a 1 ,. ~J J JJ) J w J uJJ 3 n J A~a ~1 ' w JJ 11JJ '" Cha · pCu-zi - nho Lo-bo Cin - de-re-Jaa Ga - ta Bran-ca de Ne •
os Se-teA-no - o · Oes a Chi ta cor-ren ·do com o Sa-ci
G7 em F7 sb G7
fJ IJ ,1l±£)~JJJJffl E£11[{ [Uif J. aJ Pe • re • re e to • dos fa-ian • doa !!n-gua do p6 o-lhaa lin-gua do p8 p6 be
3 ru pC xa a le-van-tan-do 11. po-ei • ran tC a bru-xavembrin-car
97 sb G7 em F7 G7
t~"~ttJ cp1r J. aJ:J w o-Jha Hn-gua do pt! p6 N! p6 le-van· tan-do a po-ci •
223
103 Cm F7 8~ F7 B~ G7
¥osrr ·1 r • r .. j;. r raa • tC a bru·xa vern brin-cur 0 • !baa ci- mn - da va-mos to-dos ci-ran-da-
~ em n ~
i ~:,~(r· ~a 1 c r r r 1?$0 01 m :mw I 1r dJ ar - e na ter-ra dos brin-que dos to- do mnn-do re-cor-dar fn - clio ma-lan-
G7 em
H; Her r r Rtr !(I![[ f F }1 dro lmi - a ni-nhao - ri - en - ta ,, ou - tra vez eu sou cri - tm
F7 D.S.
O*tU J AJJ :J J II pre- Ia ve-lhai-ma-gi-nou Pre - ta
224
Sbll- Esquema ritimico-meliidico
SECAO A • o:mofe ,, '"·Eft !iJ ... ,J l
~ •
,~, •
c 9-10
''1$ ,,,, r C 10.13 go • !o
c 14-17
CU-21
2'P.f~i I ,. C22·25
I F7
3'P• [~.f '£ 4 ,,
bb#.[j: C26-29
C31}.33
c 34-38
F7
!{! r-·· It¥ !. I - 1<\·riao ..
F7
1 t
fs condusiva B~ ln An, Term Fern
dF ........ ::::gj .. & conclu~iva Ink, Te:rm Fern
fo snspell!liva-cham~da In Ac, Term Fom
fuconclmiv• In An, Term Fern
ti<•IIJipensiva In An, Term Fern
G7 Cm
J;E@: QL,.L.,t;~ ·,;iJ····a Jl" I• 11M mo • m vi lhM
ill •nspensiva In A<>, Tenn Fern
Iii condu•iva
I j I J
., . I 1 ~ J ;yq 3 . ; ~ • b7 . ~ '·-
In An, Term Fern
J r. C<:>nclusiva In M, Term Fern.
7tH ·*EJ!· Jl.J.[±.. FE=::] 3 6 5
00. !I<>< - ""' do oli " nb.. ... ohrnn 00
225
fi, suopensiva In An, Term Fern
f& smpeNiva lnAn,TermFem
. ===J =-=:=J
4"Pb~~-c 38-41
SEQAOB-reliiic
l'Pbtf¥4 c 45-49
c 53-57
SEQAO C- estrofe
c 51-58
CIS2-65
C66-70
..
)' ,.
' . •
't:
!'¥ ~~n~!~.<;iv~ In An, Term Fern
Cm
t£
G' Cm " I• t L I, I ~ • ~
G' Cm F7
I F 'Ll It :i C@' 1,1
•• ,. - t. dot
F7
l
fu ocmdusiva In An, Term Fern
E. conc!usiva In An, Term Fern
B~
' I l ' J +B
;ru
fs conclusiva
B~ In An, Term Fern
no ;ru
ill ~mperuiva-chamada In An, Term F~m
filconcln•iva
8~ F7 at, ln An, Term Fern
~'lt- -4 .t??t ~) -JJ-i -===;=£ ·t=l nio "" o fo goo ,u,.,.. ~
{$ condusiva
Cm F7 In A£, 1'o:nn Fom
-jj) -=·j I . ,,
·~ G' C
I EfJ_JWJLq;;;r.rj j) """ - to ru 10 ••-pion _ <lru
r~ ~u.peru.iva
In An, Term Fern
fs sllSpensiva
,J . I ) J'1= 3.
In Ac, Term Fern G7
I J J J_2£)JJ J w ~
07 s], fs~~~:~pensiva
Gm lnfu:,T=n.Fem
0 ~I· fr;J J XJ.t±l -0 IF • r • sf I' I r 2"Pb 6 I I o· ,. I
I,. C78-82 -- 4o ,, "' ·~ ~
226
f• <uspensiva In An, Term Mao
~ E ~ G7
TPo~_:,§f~ft '~tEfjj'%:5:~ . .=:=J CS2-86 Clli "' ""' "'" """' " s. "'
3"" "' rll
SE<;AOD-refrlio
l'P•*kf CJW-90 o
~- . •• • I{ I!
' 1 l"Po?J i § 93-97 ,,
~ •
····t;i' f 01 '= c 97-98 . - &
'''"Pi •" 4
G7
I I 'E f 7 y 1 ClOt-HIS lo
~·· s~~~ijib
F7
• ]$ . .. ·., c 105-109 ·~
;f , r ~
r 'l'
r ,r ~
·t
G7 r. suspcnsiva-chamada In An, Term Mas
·~ =-• f8 conclu•iva
Cm F7 sb In An, Term F<m~
•f cc· :::tTNr I J p,,lJ.,llE 4 • ~ bro- ><> l>rirl • fu suspcn•iva-chnmada
G7 In An, Term M.as
r l'"f= I •• ~~ f8 conclusiva
Cm F7 sb In An, Term F<m1
Ttt¥¥f • ~ hro • "" hrin - r. suspensiva
sb G7 Cm fu An, To:nn F<m~
·:O:.S l(j: ·f!LfJl! 'f ¥5¥8i'Eir .. fu conelusiva
F7
,.,.Ff¥· fttr+B'C¥ 'E"t:c~O I J. Cl09-113 • "" ,.._,. do. brin • ~"" • dO< ro .Jo- "'""
.~
ff¥4H3 b 1 -
fu An, Term Fem
... ~]
tc' 2"P•&; i 'L C 113-117 1"
c 121-123
- "'"""'-&It fu su.pensivn G7 Cm fu An, Term Fern
~~If~· ¥if f bc·~nf'+F:r:·. ~ -~ -~~t::::;'.±>;;;J
lOll dro ll>i a - ni·olw> tn ol
F7 f8 conclu~iva
Term Fern
j
•• fi con~lu!liva-chamada In An, TmnFem
227
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:Bb
SE<;;AOA:
rPa I II V7/III HmiV71I I (C 1-5)
l 0 Pb I I I V7/II IIIml V71I I (C5-9)
2°Pa I I I V7 I (C 9-10)
2°Pb I V7 I I I % I % I (C 10-13)
2°Pc I I I% I V7/H I lim I (C 14-17)
ZOPd I V7/II I Hm I% I V71 (C 18-21)
2°Pe I V7 I % I % I I I (C 22-25)
3°Pa I V71 I I% I% I (C 26-29)
3°Pb I I I IVm6/II I V7/II I Urn I (C 30-33)
4°Pa I Ilm I IV I #IV0 I I I V7 !II I (C 34-38) .. "'":-~
4°Pb I V7/II I lim I V7 I I I (C 38-41)
SECAOB:
l 0 Pa I I I% I Urn I V71 I I (C 41-45)
l"Pb I I I V7/II I Hml V71 I I (C 45-49)
2°Pa I I I% I Hm I V71 I I (C 49-53)
2°Pb I I I V7/II I IIm I V71 I I (C 53-57)
SECAOC:
fOPa I I I V7 I (C 57-58)
228
rPb I V7 I I I V7 I I I (C 58-61)
l"Pc I I I Ilm I V7 I I I (C 62-65)
l 0 Pd I I I% I V7/II I lim I% I (C 66-70)
rPe I lim I V71% I I I (C70-73)
rPa I I I% I V7/II I lim I (C 74-77)
zopb I lim I V7NI I% I VIm I V7!IV I (C 78-82)
2°Pc I V7!IV I IV I V7 I I I V7/II I (C 82-86)
ZOPd I V7/II I lim I V71 I I (C 86-89)
SE<;:AO D:
PPa I I I V7!II I (C 89-90)
PPb I V7!II I lim I V71 I I (C 90-93)
l 0 Pc I I I V7/II I Ilm I V7 I I I (C 93-97)
ZOPa I I I V7/II I (C 97-98)
2°Pb I V7/II I lim I V71 I I (C 98-101)
ZOPc I I I V7!II I lim I V71 I I (C 101-105)
SE<;:Ao E:
rPa I I I V71 I I V7!II I lim I (C 105-109)
rPb I lim I % I V7 I %I I I (C 109-113)
ZOPa I I I% I% I V7!II I lim I (C 113-117)
2°Pb I Ilm I % I V7 I %I I I (C 117-121)
2°Pc I I I V7 I I I (C 121-123)
229
LETRA:
Preta velha imaginou outra hist6ria e vai cantor
preta velha ja falou que nos vamos viajar
galopando em cavalos alados
chegamos ao pais das maravilhas
iluminados pelo sol da meia-noite 5
bela fantasia infantil
recebidos par soldadinhos de chumbo
entramos na floresta encantada
brincamos com cataventos, pipas e pioes
no enlace da Barata e D. Ratao 10
Jogar xadrez, pique-bandeira
pular carni~a, tude e brincadeira
Um genic cria fogos de artificio
os animais falam e as flares cantam
neste Iindo encanto eis o resplendor 15
e a magia das mil e uma noites
Chapeuzinho, Lobo, Cinderela a Gata
Branca de Neve e OS Sete anoes
a Chita correndo com o Saci Perere
230
e todos falando a lingua do P 20
P- B/ P-RU/ PXA
levantando a poeira
ate a bruxa vem brincar
olha a ciranda vamos todos cirandar
e na terra dos brinquedos 25
todo mundo recordar
indio, malandro, baianinha. Oriental
outra vez eu sou crian~a e Beija-Fior o carnaval
231
Sb 12- 0 teu cabelo nao nega - G.R.E.S.Imperatriz Leopoldinense/ 81
Faixa 19 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Gibi/ Serjao/ Ze Catimba
Puxador de samba: Dominguinhos do Estacio
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo lA- LP 503.6012
Lan~ento- 1980
Fonograma:61272353
Editora: One Way
Produ~o e Coordena~o: Lafla, Walter e Andrade 1980 Top Tape Musica Ltda.
Fabrica~o e Distribui~o: RCA
Arranjos e regencias: Ed Lincoln/ Anselmo Mazzoni
Arregimenta~o: Pascoal Perrota
233
12· 0 teu cabelo nao nega
G.R.E.S. lmperatriz Leopoldinense/81 Gibi/ Serjao/ Ze Catimba
c % Dm G7
41£ • U1tu ffltr I • nes • te pal-coi-lu-mi-na do s6 d:i lli-1:\. Cs pre sen-tee i-mor-ta -
c A7 Dm =-:J I;Eil(fHJ ¥ g4ffliJ JJn. n I ft;J JJ aJ s6 dil LU-la nos- saes - co-lase en-;;::m - ta o po - v!lo sen - gi-gan -
G7 C G7 C 13
tf}:J. Uj ___ JlJ o J J j_~J J U I [f iJ)j !U EJITtc! ffig ta C do - no do car-na-val ncs- te pal-coi-lu-mi-na - do nes-te pal-coi-lumi-na-do
Dm G7 c
't ' J do s6 d:l. La - ta es pre - sen-tee i-mor-ta - a! s6 da La-lli
A7 Dm G7 25 lJ; g1ffliJ J I#. B IS ;J J IJ3 ~n IJJj ~ 4-jd ., . ... . -- .. - - ~
nos- saes - co-lase en-can - ta o po • vlio sea - gi-gan - ta do - no do car-na-val
c em G7 em
4J IJ_JJJ]J J]IJ. tJ I " hi Ia Ia La-mar- ti - ne
G% C7 Fm G7
=i*ttt " ta Ja hi La-mar - ti - ne em te ca-be-lo nifune-
Cm A~7 G7 C G7 43 --¥ lr (J I CbE!Jtr U :~r "$tl1l£44f II ~11 l1 [Crr:fl
gaumgran-dea-mor se-pe - ga mu-sa di - vi-na cuvouem-bo-m eu vou meem-bo -
234
C A7 Om G7
4tt n 1 iJJJ n•u n l(fflan. * ra vou no trem da a-le-gri - a ser fe • liz urn di • a
55c G7 C A7 Dm
,~CCJ EU I fl rrf1t! £J I£] JJ 3]1J n If ffl_l eu jii dis-se que vou eu vou meem-bo • ra vou no trem da a-le-gri - a ser fe - liz urn di.
C G7 c G7
I•Dru1"c;SJJ • to-do di-a6 di • a mo-re-na !in
to - du mo-re-
G7 c A7 Dm A7
F com-ser-pen-ti-nasen ro-lan dofo-li-Ocs do-mi-nOs e co-!om-bi-
7pm G7 c C7 Fm
4vn. ,Qrj J j iJ Jl!J. J Is 'f :It rd -nas en- vo\ - ven- do co - ra ~lies quem de - - rn
quea vi - da fos se as - si - im so - nhar sor-rir can - tar sam - har
A07 G7 C
4w D.S.
IJ 1'F ;-t£j'lf' nun - ca mais '" fim nes - tc
235
SE<;Ao A- refrlo Sb 12- Esquema Ritimico-meiOdico fs.suspemiva
In An, Tttm Fern
I"P• ttrl I ,. J 2•tJsl7
c 1-5 h li fs. conclUI!i:va In An, Tmm Fern
I"Pb
l"Pc
r~. conclWiiva
,.,, ~~F'--{[_]f#=-~*-4£~~=-=_=--=_ ="'"""r='•• _23 C 13-15 do do V>.J
c 15-17 • Ju ,.;
~,, et= 'Ed C21-25
C25-29 l• ""•n-
c ,.,,~¥¥iJg;z;;£5_P-J- :i;;;t=F)-1 J-
,...,. ..__..
fa. su•pemiva In An, TmmFem w' ;;;;g:j r.. concluSi:va In An, Tttm Fern
liE ?l-[[jffi?T =z ..., d3 !..>. !0
l fa. SUSp<ltllliva :i!Jt.n, Tmm Fem
·' !'t~ftf'fj:- - 23 fa. conclW!iva
G7 InAn,T~Fom -- j --- ------==--- = - -- -- -
C 29-32 ~ M M V>.J fs. conc!usiva SECAOB-estrofe Cm G? Cm InTe,TermFem
l"P• ~:: ~ j ~~~-Et:-=¥="¥~ C33-36 '"
,,
l"Pb
c 41-44 In \>e .. •• fi;. concl""i:v" In An, Term Fem
2"Pb
Ah7 G7 C
~~ng·' ~-E;r t~-1= -~~=~---@(§~-~~= ~-~~~";~---~-~-:~-~???j C44-47
SEtyAO C - rcl"riio
l"P•~ C47-48
.. . f.s. Slll!p<ltllli:va-.¢luunada In Ac, Tenn Fern
fi,.suspcnsiva In An, T<:rrn.Fem
I"Pb ~--+=~"=+=!'=~-fiffflj" ~-~[~~~~i@~-'~----~;g~g££JL~ccc_~ c 48-51 ••
vou """"" ,.,
236
l 0 Pc
C 51·55 r.
~p, rtt c 55-56
rPb ~- 'P c 56-59 ...
2'P•* c 59-63
SEt;AO D - estrofrc
l'Po ~ c 63-1\4
l'Pb
·r ,. ,.
I 4 ?1 00
- • 07
r r v f,J •• . ..
c
-.rrr:z:grd • !r:.t.I -•
G7
IJ
fll. condusiva In All, Tl:fm Fem
=H-$JUJi 'Q do • m •• ; ru.
:fil. lltiSpenlliva-chamada In N:, Term Mao
• .. u.~lll!p<mJ~iva
c In An. Tmn Fern
m~:_,_. - :::=J to do· <ll • o<l di a
fil. •usp=iva In Ac Term Fcm
fu.wndusiva In Te, Term Fern
Ill. suspensiva
-1
E :r ---rf=====r=r='r~~:nm#-fu~® ~ G7
I "Po ' 'S C68·71
fs. sUI!pensiva
l~Pd &! Om
a:=rs:·=i In An, Term Fern
C7i-73 .. ~ • IS. conc!U!Iivn lnAn, Tam Fern
"m c
tF ,h:Jg --~') +! 'il --·- r --l • ----------• ~
C7&.78 •
2°Pb
C79..Sl - • .. ' 2"Po
C 111-SS
&. com:looivn
c In An, Tam Fern
¥8f· c 86-89 •
237
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:C
SE(,::AOA:
l 0 Pa I I I% I Hm I% I V7 I (C 1-5
l 0 Pb I V7 I % I I I %1 %1 (C 5-9)
l 0 PC I I I V7/II I Hm I % I V7 I (C 9-13)
l"Pd I V7 I% I I I (C 13-15)
2°Pa I I I V7 I I I (C 15-17)
2°Pb I I I % I lim I% I V7 I (C 17-21)
2°Pc I V7 I % I I I %1 %1 (C 21-25)
2°Pd I I I V7/II I Hml% I V71 (C 25-29)
2°Pe I V7 I% I I I V71 (C 29-32)
~'
-"""'
SE(,::AOB:
l"Pa lim I V71Iml %1 (C33-36) ,,
l 0 Pb I II" !IV I V7/IV I IVm I% I (C 37-40)
2°Pa I II" I V7 I Im I (C 41-44)
2°Pb I Im I subV7N I V71 I I (C 44-47)
SE<;AOC:
l"Pa I I I V7 I (C 47-48)
l"Pb I V71 I I V7/II I Hm I (C 48-51)
l"Pc I Hm I % I V7 I % I I I (C 51-55)
238
areia e assombra;;oo
o touro negro coroado 20
e D. Sebastioo
e meia-noite
Nha J an~a vem
desce do alem
na carruagem 25
do fogo vivo luz da nobreza
saem azulejos sua riqueza
e a escrava que maravilha
e a serpente de proto que rodeia a ilha
Este samba se destaca por utilizar uma tematica onirica, ele mistura as lendas do Maranhao com
os devaneios de urn prfncipe europeu sobre estas terras.
159
160
2°Pa I I I V7 I (C 55-56)
rPb I V71 I I V7/II I IIm I (C 56-59)
2°Pc I IIm I% I V71% I I I (C 59-63)
SECAOD:
loPa I I I V71 (C 63-64)
JOPb I I I V7 I I I (C 65-67)
l 0 PC I V7 I I I V7!II I IIm I (C 68-71)
l 0 Pd I IIm I V7!II I Urn I (C 71-73)
rPe I IIml V71 I I (C73-75)
2°Pa I V7!1Vm I IVm I% I (C 76-78)
2°Pb I n• I V7 I Im I (C 79-81)
2°PC I Im I V71 Im I% I subV7N I (C 81-85)
2°Pd I subVN71% I V7 I I I (C 86-89)
239
LETRA:
Neste palco iluminado
soda Lola
es presente e imortal
soda Lola
nossa escola se encanta
o poYoo se agiganta
e dono do carnaYal
La Ia Ia Ia, Lamartine
La Ia Ia Ia, Lamartine
em teu cabelo nco nega
um grande atnor se apega
musa divinal
Eu You me embora
YOU no trem da alegria
ser feliz um dia
todo dia e dia
Linda morena
com serpentinas enrolando folioes
240
dominos e colombinas
envolvendo cora~oes
quem dera
que a vida fosse assim
sonhar, sorrir
cantor, sambar
e nunca mais ter fim
Foi verificada a ocorrencia de proposi<;ao no primeiro refrao.
241
Sb 13- Bumbum paticumbum prugurnndum- G.R.E.S. Imperio Serrano/82
Faixa 20 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Beto sem Bralfo/ Alufsio Machado
Puxador de samba: Quinzinho
Disco: Sambas de emedo das Escolas de Samba do grupo IA- LP- 503.6014
Lan91mento - 1981
Fonograrna:61552917
Editora: One Way
Produ~o e Coordena~o: Lalla, Genaro e Rivaldo Santos 1981 TOP TAPE MUSICA LTD A.
Auxiliar de produ~o: Dinorah
Contatos com escolas: J. Andrade
Arranjos e regencias: Maestros Ed Lincoln/ Luiz Roberto/ Anselmo Mazzoni ( o arranjador
deste samba e 0 ultimo)
Arregimenta~o: Pascoal Perrota
Tecnicos de som: Toninho, Loureiro, Rafael, Vitor, Claudio e Arnbal
Tecnicos de mixagem: Vitor Farias
Corte: Jose Osvaldo Martios
Auxiliares de esmdio: Laci, Mauro, Pilli, Magro e Willians
Montagem: Wilson Medeiros
Gravado em: Estudios da Transamerica
Fabrica~o e Distribui~o: RCA ELETRONICA LTDA
243
13· Bumbum paticumbum prugurundum
G.R.E.S. Imperio Serrano/ 82 Beto sem bra!(o/ Aluisio Machado
c Am Dm G7
Bum bum pa· ti-cum ·bum pru-gu·run-dum o nos-so sam-ba mi-nha
c G7 c A7 Dm 7 4 c; U I U Ef I l
gen-tee is.-soa-i e is-ooa-i bum - bum pa- ti-cum- bum pru-gu-mn-dum
G7 c G7 c 13 4 ~ 0 U I r· r E r I U U IE r [r I J I J
con-ta-gi- an-doaMar-q~s de Sa-pu-ca- i eu en-fei- tei en -
G7 c A7 Dm
~ J F. dj_J. LJ I E' l~[U I J J I J_JJ UJ R I fei-te-ei eu en - fei - tei meu co - ra-yifu en - fei -
A7 Dm G7 'JJ JJ tlJ B I J J3~;J 3_l!l t B I J p~;J j I J. j J I ~
tei meu co-ra-yiio de con - fe-tee ser - pen-ti - na mi- nha men-te se fez me- ni - na
Dm G7 c G7 c
num mun-do de re cor - da-yOO ou a - bra-cei a co-
G7/F C/E F Am A7 Dm
4 Jj J;J ]]J ' ro-.aim-pe-ri-al
G7 c G7 c Am Dm 43 'J. a JJ j IJ 1 r ttfTr
mi-nha e-mo-yao 6 Pm-ya.On-
244
G7 C G7 C 49
',) If r " ru ,, i - mor-tal - a1 teus brn-~os em- ba-
A7 Dm G7 c 55
4w~JJ tLJ Ia • ramo sam ba a tua a-po-te-o - se6tri-un-fal de
F c F Em Am Dm 61
' FJ ;. a l:l J ' Jl I J n J] j]J. j J I' } B I J. 3 1J I .. - --- ..._ .._. u-ma baT- ri • ca se fez u-ma cu-i - ca deou-tra bar • ri - ca o sur -
G7 c Am Dm G7 c 67
4iJ an IJ I' p u IR_P IQ J. JIJ do de mar- ca - <;Do com re-co re- co pan- dei-roe tam-bo- rim
F Em G71D c Am Dm 73
4AQ8DB!JlniJ lin-dfiS bai- a - nas o sam ba fi-cou as- sim comre-co re-co pan-
G7 C F Em G7/D C 79
4o J a1a • l"""'' ~ ~ ~~
'ilhLN]L B IJl fJ IJ£ [j I dci - roe tam - bo - rim lin-das bai-a • nas o sam-ba fi-cou as- sim pas- soa
G7 c Am Dm G7 85 'J j IF
pM 00 pas - soa pas - :ro no com - pas - so o sam-
c G7/F Em Ei>o Dm 91
£ agJ1-r 4r 1~ r IC td1' ba cres - ce - eu na Can de - Ill
G7 C G7 C
I,. ) JJ tJ}J JJ J]J cons - tru-in seu a-po-geu as bur-ri-
245
Am Dm G7 C F Em 103
frr f r rfiU !c.; I[ f E rrHPq I* r nhas que i- ma - gem pa-raos o-lhos urn pra-ze - er "'
Ei<> Dm G7 c
1,. ~_JJ ~J_j] J J J IJ dem pas-sa os mo-le - ques de De- brei
Am Dm G7 !15
' - I* r IF ttJTr I ,j I f"' tr I , " ' fri - ca . .
'" qoo q~ - d~-
c G7 c A7 Dm
I - e - man-jil I-e man-jft
G7 c G7 c
I' D CJ I Er B ltr [r I J en - ri-que - cen-doo vi- su - a! vern meu a - mor vern
eli<> Dm G7 c
- 1£ CJ lu n 1r r meu a-mo - or man-da a trill-te-zaem- bo - ra
G7 C!E Dm G7
4' · If' I F IJJ]J. tiJ j I JJ J J jj J J car - na-val e fo-Ji - a nes-te di
c G7 c Am Dm 145 ~ 4r "JJJ) a - If' I Cbt]IE19 r;1
nin - gWm cho meu a-mor vern rneu a -
G7 c G7 C/E
mo-or man - da a tris-te-zaem-bo - ra
246
c!lo Dm G7 c 157
4 r fflJJ.J .;J tUB a J ag J J lr BQaJ J car • na-val fo-li - a nes-te di • nin guem cho , .
G7 c Am Dm G7 Dm
IF U I su- pe-res co-las de sam - ba es-se a
G7 c G7 C/E Ef>o Dm
Je go-ri es- con-den-do gen - te bam - ba
G7 c D.C.
IJ lr . ;J 3 J_y j J II
00 "M di •
247
sEc;:Ao A- n:rrao G7
l"P•!$; ~-
CJ-4
l'Pbr:$ ¥ b3D -l C5·8
l"Pc
C~9
'""' C~9
,.Ph I~ ¥ 9-12
'""I$' "p r c 13-16
'"' " SE<;AO B -estrofe
c
I' Phi$ j c 18-20
Esquema ritmico-melOdico- Sb 13
c )i FF F r b~ imm "' "
G7
zr lr· • r I
w ~m bs - mi
" ~
b~
c )i l'j F r
b= b= "' ti
G7
·r t•· I I • r r-
gi ~ doo ""
fci
G7
fei
·q 'f fei
fei - "lei
Am
'F FW ~ b~ pro
':I !'C '[
""" ''" "' G7
G7
b~
Am
'f I"EJ - b= pro
b7 .. I'C I 511
I
'"" "' ,,
ki
Dm
·rr ·~··'IE' I
,.= ., c
f ·r D " . =
Dm
'f 5:1! brlr I
.,.= -c
F • F' 'J ~ I
"' ~
c
fi,,suspensiva In An, Ter Fem
fs. conclusiva InAc, TerMas
&.suspo:ru~iva-rciterao;io
In Ac, Ter Mas
fi. suspensiva-chamada In An, Ter Mas
fs. susp<mSiva In An, Ter Fern
U. conclusiva In Ac, Te:r Mas
fs. susperu;iva-chamada In Ac, Ter Mas
&.1:0nclusiva In Te, Ter Fern
• j IJ j_J
ki
meu co • rn
248
• iS. conc!miva·:rcitera,.ao In Te, Ter Fern
,.Pf 1 * F3 C26-2ll
"
l'Pgr; y b7 J J C2S-30 ml "''
Dm
'¥ l h I..J C31-34 - mm
C34
G7
. )lf,J C35·38
C38-40
A7 Om
2"Pdl$ y.,j) ; J C4l-45 ex - • do
c Am
1 ·r C46-49
3'Thl* "'f 'f C5(}..52 tu ,,
G7 c ,.p,l; i '!f
h
D I'F c 53-56 •• ""
fil. su.pern~iva
G7 In .An, TetF<:m
I F ' J ,,J J ,J ) lj I ,_ •· ,, ~ m "" ' m
£;. suspensiva In An, Ter Fern
• I J ,J 6/J J 'J 4 .. b. ;J_.., • '" ~
r.. conclusiva G? C !nAn, TerFem
J 'EJ Ff lfj 3 J IJ .. " 001
G7/F
·; l•l J .J ¥ 'f C/E
,J 'J]J co - m-oim po
G7 c
I<> da.a- rni nha-~-mo ..,..,.;;o
1• I
'"'
Dm
·~-[Er 1 1 r ""
G7 r: ~ ,J ' j
A7
• F I J +.,J I 1 • ~
00 • ~·
249
" Om
,,j IJ
.! •
fil. con<:{ll$iva....:hamada InTe. T«Mls
:&. conclusiva lnk, TennFcm
fs. suspe:nsiva In An, Tmn Fern
fs. con<:lusiv~ Ink:, T=Fem
G7
:Iii. BUSpensiva In Te, Tam Mas
fs. conclusiva InTe,.TennFcm
fs. auspem;iva In An, TmnFem
,l • 00
C 57-l'iO
Am
4'"1 ~' b!Jl C65-68 •=
SE<;:Ao c • n:frilo Am
l'&l~l "D CHl
c 72-76
Am
''"I~' ''D C77-80
,.,.Ft CS0-84
SE;;.i\0 D- estrofu
l'P·I ~ CS4-S5
l"Thi ~ CU-89
G7
j\,J
' g') 5 ~
J ~
r
r
c II
I
~""1~¥· "~ [ C90-93
G7
.,J li I I ,J J I 1 J 1 J j J ... ' i -· ~ ., • "' rn
F c
L J ,J. ,] 1£ TI '!f l Jl
' .. "" ri
Dm G7
J !l ,j j , J I; J ,j ! • bm ri ~ ' do "' mm
Dm G7
r HRJ fTJ fr" :; I I.
" " ""' "'' ~ -G7/D
J I j 16 ,J
lin - dru; bai - "' fi
G7
F .. 18' I'G ~
G7/D
J lj I • lin - dru; bai . "' fi
·~
Am Dm
I 'f "( 'fir r I r .,, ,., "
c
'f I , r 2 ;J- 'j i!E1 • ol
I - "
250
is. conclusiva In As:, Term Fem
c
J I; ,.
r •. conclusiva C In Ac, Term Mas
d I , J ~
&. conclwoiva C ln Ac, Term Mas
j I j
"" rim
r
I • 4J I
c
a 1 a bo ,;,
J J
l·r "" "'
G7/F
1-
fs. coru:lwoiva C In An, Tonn Mas
' J fS. cunc!usiva In Ac, Term Mas
n. conclusiva In An, Tcnn Ma•
c
1;. .~
fs. I!Wpensiva--chamada In Ac Term Fern
&. swopent~iva In T<:, Term Fem
.j
n. conclusiva In Ac, Term Fem
Em
I"Pdrt ~ C94-97
G7
!'Pol® j' ;
C98-101
Em
VPbl ® i c 108-lll
c 112-115
C Ufi..U9
Elx!im Dm I • t" ["r ''""7fT' i J "'" ~ "
c
jd.J .a I J ,j ,J ,J J]J -.!' - ~ " ~ "" ""
Ej,. Om I F n t" r
,. ""' "'
~ . . t _, .,1 ,_r,= , a , w ' (jF'il . •...c.- •
'A' ~
J]J ~ )l'lO • lo • queg de .De • brei
c
Am ., Om
·- "•P ·r I'C b"r t 1~ fri
c 120-l~ qua
c Om , r "YIC r ·r c 124-l:l7
G7
''"'I£' v
6
D ' r ·:r n SJfl ·r I : r C12lH30 .. n ""' ""' oi
251
fr "'
G7
, .. )
G7
j :;W
f:s. suspensiv3 In An, Tenn M:a.
3. oonclusiva In~ TermFem
f:s. conclusiva InA<:, TennFem
F
fs. auspensiva lnnc, Term Mas
fs. oonclusiva In A<:, T<:mtFcm
:&. suspemiva In An Term Mag
f:s.auapmriva fuTe,TCfliiFem
ill. conc!usiva C m Ac., Term Mas
I'D
SE<;AO E • reff.io
c
l'Fb~ 'f' I , r ,.. moo
c 132-135
G7
i, J •UlJ. I •
w
c
r •. ~uspensiva-chamada In Ac, Term Mas
C#• fs. conclusiva In Te, Tenn Fern
iS. conclusiva
I f '1 I,J J J ,J G7 In A<:, Term Foro
I , r r ~ "'
Em E~·
l'Pdt¥''1' !" r c 140-1446
c 145-tlff' c
,.p+~ l ['
c 148-150
G7
"" • ~m 00 iS. sompemiva In Te, Tenn Fem
Dm G7
fiJ]J. .tJ;J ,}IJJ ,;.,J J]J J na val fu- li nu te <li
c G7
.J IJ J lj
Am
c G7
fs. su.pensiva In Te, Term Fern
fs.~iva In Te, Term Fern
&. conc!u.iva In Ac, Term Foro
,.Poi*~· "'n·r 11u 'r 'r ·llr '(3" .. f- f-
C 152·155 san - da
Em C•
I' c 156-160
= = ~ ,J ...
• - bo
Om
J:J?na w. .,o Ju nl 0 fo li
c
,J ! .; 'J
252
• •
&. &mpensiv~ G? In Te, Term Fem
il;. conc!usiva In Te, Term Fern.
j
SE<;i\0 F • estrcl'e :fi<.susp<lru!iva In Te, Term Fem
c Am Om G7
, ... 1 t 'E CI 167
E I"E 1 ( 'j 'TIC • 'f I
'" "' " &. conclusiva
G7 c G7 In Te, Term Fern
, r f I . r r , r "]f" d n lo , •
c E~· Om :&.snspensiva In Te, Tam Fem
'""I tJ J J J · ~--r ~·2""h r .... "' ... 13'"" c 112-175
&. rom:lmiva
G7 c In Te, Term Fem
J il ,j_j II c 176.178 que di
253
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:C
SE<;:AOA:
l 0 Pa I V71 I I V7/II I Ilm I (C 1-4)
l 0 Pb I Urn I V71% I I I (C 5-8)
PPc I I I V7 I (C 8-9)
2°Pa I V7 I I I V7fii I Urn I (C 9-12)
2°Pb I lim I V7 I % I I I (C 13-16)
SECAOB:
1°Pa I I I V7 I (C 16-17)
PPb I I I V7 I I I (C 18-20)
l 0 PC I I I % I (C 21-22)
PPd I I I V7/II I lim I (C 22-24)
l 0 Pe I Urn I V7!II I Hm I (C 24-26)
rPf I Hm I % I V7 I (C 26-28)
l"Pg I V7 I %I % I (C 28-30)
rPh I V7 I Hm I V7 I I I (C 31-34)
2°Pa III(C34)
2°Pb I V7 I I I V7 I I I (C 35-38)
ZOPc I I I IV I VIm I (C 38-40)
2°Pd I V7/U I Hml V71 I I V71 (C41-45)
3°Pa I I I VIm I Hml% I (C 46-49)
j
254
3°Pb I IIm I V7 I I I (C 50-52)
3°Pc I V7 I I I V7/II I Urn I (C 53-56)
3°Pd I lim I V7 I % I I I (C 57-60)
4°Pa I I I IV I I I IV I IIIm I (C 60-64)
4°Pb I VIm I lim I V7 Ill (C 65-68)
SE(:Ji.OC:
l"Pa I VIm I IIm I V71 I I (C 69-72)
l 0 Pb I I I IV I IIIml V71 I I (C72-76)
2°Pa I VIm I lim I V71 I I (C 77-80)
2°Pb I I I IV I Illm I V7 I I I (C 80-84)
SE(:Ji.OD:
rPa I I I V7 I (C 84-85)
l 0 Pb I I I VIm I Urn I% I (C 86-89)
rPc I V71% I I I V7 I (C 90-93)
rPd I Him I #H0 I Urn I % I (C 94-97)
l 0 Pe I V7 I% I I I V7 I (C 98-101)
2°Pa I II VIm I Hml V71 I I IV I (C 102-107)
2°Pb I Him I #!I0 I lim I% 11 (C 108-111)
2°Pc I V7 I %I I I % I (C 112-115)
1 Nesta sequencia ocorre o mesmo caso descrito na nota acima, porem parte do acorde IV, do Ultimo compasso do
periodo anterior.
255
3°Pa I I I VIm I Urn I % I (C 116-119)
3°Pb I V7 I% I I I V7 I (C 120-123)
3°Pc I I I V7!II I lim I% I (C 124-127)
3°Pd I V7 I % I I I (C 128-130)
SECAO E:
l 0 Pa I I I V7 I (C 130-131)
l 0 Pb I I I % I % I #I0 I (C 132-135)
l 0 PC I lim I V7 I I I V7 I (C 136-139)
l 0 Pd I I I #IJO I IIm I % I V7 I (C 140-144)
l 0 Pe I V7 I I I V7 I (C 145-147)
2°Pa I I I VIm I Ilm I (C 148-150)
2°Pb I IIm I % I (C 150-151)
2°Pc I V7 I % I I I V7 I (C 152-155)
2°Pd I I I #1° I lim I% I V71 (C 156-160)
2°Pe I V7 I I I V7 I (C 161-163)
SECAO F:
1 °Pa I I I VIm I IIm I V7 I (C 164-167)
l"Pb I Urn I V7 I I I V7 I (C 168-171)
2°Pa I I I #II0 I IIm I % I (C 172-175)
2°Pb I V7 I % I I I V7 I (C 176-179)
256
LETRA:
Bumbum paticumbum prugurundum
o nosso samba minha gente e isso ai
Bumbum paticumbum prugurundum
contagiando a Marques de Sapucai
enfeitei meu corac;:ao 5
de confete serpent ina
minha mente se fez menina
num mundo de recordac;:ao
abracei a coroa imperial
fiz meu carnaval 10
extravasando toda minha emoc;:ao
6 Prac;:a Onze tu es imortal
teus brac;:os embalaram o samba
a tua apoteose e triunfal
de uma barrica se fez uma cuica 15
de outra barrica o surdo de marcac;ao
Com reco-reco, pandeiro e tamborim
e lindas baianas o samba ficou assim
257
E passe a passe no compasso o samba cresceu
na Candelaria construiu seu apogeu 20
as burrinhas, que imagem, para os olhos um prazer
pedem passagem os moleques de Debret
as africanas - que quadro original
Iemanja enriquecendo o visual
Vem meu amor manda a tristeza embora 25
e carnaval, e folia neste dia, ninguem chora
Super escola de samba S.A, superalegorias escondendo gente bamba, que covardia 28
258
Sb 14- A grande constelaciio das estrelas negras- G.R.E.S. Beija-Fior/83
Faixa 21 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Neguinho da Beija-Flor/ Nego
Puxador de samba: Neguinho da Beija-Flor
Disco: Sambas de emedo das Escolas de Samba do grupo lA- LP- 503.6017
Lan~mento: -1982
Fonograma:61834092
Editora: One Way
Produtores: Laila Genaro.
Auxiliar de produ~o: Rivaldo Santos
Arranjos e regencias: Ivan Paulo/ Ed Lincoln ( o arranjador deste~amba e o primeiro)
Tecnicos de grava.;ao: Vitor/ Claudio/ Toninho/ Raphael
Auxiliares: Lacy/ Enock/ Billy
Mixagem: Vitor/ Claudio
Corte: Jose Osvaldo Martins
Arregimentador: Pascoal Perrota
Arregimenta~o de coro: Dinorah
Gravado em: Estudios TRANSAMERICA em 24 canais.
Fabrica~o e Distribui~o: RCA ELETRONICA LTD A.
259
14· A grande constela~ao das estrelas negras
G.R.E.S.Beija-Fior de Nilopolis/83 Neguinho da B.F./Nego
E F~m 87
1r & 6 I - a- 6;; quan - toa - mor .~ toa - mor
F#m Gm G#m 3
6
EIG# 7 ... 4t1 .· Jr r I f' I Ct r fTFj=ffll J
as pre - tas ve - !has I-a- Os
87/D# 87/A E l3
4~flt cr ar+nzm 1r vam can - tan-doem seu lon-vor
F#m l9
87
87
6
E
4 ~~1-r £J I J 1r I r??tf Hr quan-toa mor
c#? F~m
~. ~ It W IQ'7'"h1J
-~~
toa mor
87
6 6 I - a- Os
F#m Gm
pre- tasve • !has I-a-Os vern can - tan-do<:m seu lou-vor
E 87 E A E 31 # r-3--, 3 · 4~u, n w JJI :ro s 1J n IJ ~Baw I£ ,. ® I
mas eu dis-se a gran-de • cons - te - Ia • yOO
F#m(maj7)
es - tw-Jas ne-gras que re - luz Cle-men-ti- na C!e men ti-
F!m7 F#m6 F#J 87 43
4 ~fit JJJ nHJ) ' I~ 'I p I na de Je-sus e - le-va o seuc1m- tar fe-liz
260
EiG! GO F#m 87 49
,~& r If E" .. lr ~ • I f" p lf~CCJl d Gm ,, - "m "" q~
,, ''" ' foi
E c#7 F#m
55 ~ ~ J
,~ww r 11 ,mum ;01Rrr: lcr, fftr r rrl ra-iz one • groque e ar-te e cul-tu - ra e de-sen-vol-tu-
87 E 87 E/G# 61
'Mi& JJ~J J jm 'BJw pa - is
r 'i P I na otro-nodepra- ta se-ri seu bai-a- a-na Pi-
G#m GO F#m 87 73
4 ~& r rJ It tt.f1r ' p I g;(rrf I t1 U I ar-tcfl m\. e e e Pi-nB. a Cin-de-re - Ia ne - gra que ao prin-ei-peen - can-tou
87 E F#m Gm ~3-
'i p 1 r rfTC:::r R 1 r D rtr r r 1 u u 1
no car na - val com o seu es - plen - dor 0 P:i-na a Pi-
G#m G° Fijm 87
85 # -,~~~ F c:J If tt.f1r 'pI 51 [flU Ul Eit1f11
na ll il C Pi- rni a Cin-de-re !a ne - gra que ao prin-ci-peen - can-tou
E 91
4~& r E
97 '
4i& J
F#m 87 E 87
{8-. ~ ,.........-3--.
' p 1 r Lt 1 r ; n 1 r J. a IJ r r 1 u r no car - na val com o seu es - plen - dar Gnm-dcO - te - Jo
F#m 87
1 r uiTtt lO J ttJ 1 s_n JJP. £tl deO - te - lo ho-mem show em ta - len- to cia o- 16
261
E !03
'~tl1 J t o mUII~doin-tei - ro gri-tou gol gol
87 E 109 4 Mt 0 ltJ4.&)TI 1r
gol do gran- de rei Pe-le
F#m ll5
87
o mun-doin-tei - ro gQ..tou gol
E 87 D.C.
~~r'*fr t 1 t $ I Olrllt Hllr rplg-r II t go! gol do gran· de rei Pe- Je
)
262
Sb 14- Esquema ritimico-mel6dico
SE<;Ao A- refriio
E
PPa I @ ###I !Pr c 1-3
c 3-4
# G#m PPctl @ ·~ # 0@'
c 9-12
6
E G• Fjlm
2} l#sr" ""!?Hr s(Fp ' ' I '
b3J 23 I I 11< - "" ·~
87/A E
I4FT7C2! IF
ma
Cf F#m 3
fs. suspenslva In Te, Term Fern
fs. suspensiva-chamada In An, Term Mas
- fs.conclusiva In Te, Term Fern
Gm F#m
fs. suspensiva In Te, Term Mas
1¥ ~. ~ H r I E J1 • 1111
87/A E B?.l fs. conclusiva # 87/D#
PP•I @ .II I "W4f!:t I Jim1J.JJJ tr Ill Te, Term Fem I
vam can - tan doem s=u lou vor
. G•
g rr r:r c:r ' 3 1 - a
c 17-19
2"Phl @ #j#f .,J ,J I ·I ,h
c 19-20
2"Pdl @ #j~~G#o;,o ['
- "" ·~
E ~=
IFA±J11r
fs. suspensiva In Te, Term Fern
fs. suspensiva-chamada In An, Term Mas
is. conclusiva In Te, Term Fern
F#m Gm
fs. suspensiva In Te, Term Mas
C 25-28 m tssve lhas-la-&
263
I
I
C31-32
# E
l"Pb I@ #II # d c 33-35
c 36-39
c 39-40
z•Pal @ ~##I ~ c 48-52
3
J J J I 2•
mm w ... ~
A
ld • re
'#,( I J •"l -87
IJ lp """
E
d I J ,,
fs. suspensiva In Te, Term Fern
J g •I i . 4 J lou voc
fs. suspensiva-chamada In Te, Term Fern
fs. conclusiva In Te, Term Fern
fs. suspensiva In An, Term Fern
G• Fjlm
¥· spO_JJ] ±cn3r r "jjlO· I das es - tre las - ne - gras que re - luz
fs. suspensiva-chamada
O:yt"nnFem j,' ~
07 I •
Clo
fs. suspensiva In Te, Term Fern
men ti - na cit Je sus
fs. suspensiva
Fjp 87
' 1 JH J. J i a I ~J itnJ :a tr . -In An, Term Fern
lo vao •eu ~ w- fo '"'
E G• F#m fs. suspensiva In An, Term Fern
I I[' ' lp f 111'(1·· if IF I . ga - zum
fs. conclusiva
1·r-c,r E In Te, Term Fern
"q: J s:l r ;t 3
'" ioo foi m - iz
264
c 56-59
Z'Pdl' #~~#~ c 59-63
3'Pal' ####
c 63-64
fs. suspensiva Cb Fjtm In An, Tenn Fern
,,QJffi sQ P·§lC ro;Je· I 0 gro que e ar-tee e eu\-tu - ra
fs. conclusiva 87 ~An, Term Fern
1]!9~1[r ~r ·r 1aQ4#J J J n '#J~J e de-..,..·vol tu - ra nes ·se meu pa is
r Lo
87
Lo
fs. suspensiva-chamada In An, Term Fern
·~ . • r
fs. suspensiva In Te, Term Fern
'F fs. conclusiva
E~ In Te, Term Fern
r 1 1
4r-n :rrtJ JJ 1
C68-71 o tro-no de Fnm - 9" se r.i - bai - a • ,M
SE<;:AO C- refriio •# F~, l'Pa I @ ~~~ f ~
c 72-75
c 75-79
!'Pel ' #11#1 c 79-83
# I'Paj @ #1 #
c 83-84
Pi - mi
G·
1 '
5r fs. suspensiva
F#min An, TerFem
urrr Pi na
fs. conclusiva In An, TerFem
87 , E
i4P 1w wrr :u lttertn*r Cin-de-n: • !a ne gra • que aQ prin·ci • pc:en • can..WU
fs. conclusiva
co ~ •• "' -0 '" ~ pkn - dor
fs. suspensiva-chamada f31 Fjtm ~~e, TerFem
J• I ~r It , p
Pi ,,
265
2°Pb 1 § *11~~ c 84-87
2°Pcl @ #11##
c 87-91
2°Pd 1 § #n##
c 91-95
SE<;Ao D - estrofe
1°Pa 1 ~ in# I
c 95-96
c 97-100
SE<;Ao E - refriio
'r
Pi ,,
87
F#m
EC(Tr Pi - na
fs. suspensiva In An, Term Fern
fs. conclusiva In An, Term Fern E
'"P 1 a:r ran-: u ltmrwtr Cin-dt:-re - la ne • gra que ao pria-ci-peen - can-tou fs. concfusiva
In An, Term Fern
_ F#m 87 En1
'Is p 11F tJ I Qrd:O I"F 3£ fj_lJ ,. "' - ~ 0 ~ "" - plen ""
87 fs. suspensiva-chamada
[31 In Te, Term Fern
'f 12r- 1 r """ """ " "'
GQ ['
LsJ "' !~
c#J lsi f
j IP· <V-
"' "' sJ.
'· 0
' . fs. suspenstva In Te, Term Fern
I ll_J jo ho mem - s!ww
fs. conclusiva E
,j j; In Te, Term Fern
"
fs. suspensiva c$7 .-!Jim In An, Tenn Fem
I
Jomr E r ':t 1 [ f'"lr 1F f I r I • 0 mw-doin-tei- ro gri-tougol
266
fs. conclusiva In An, Tenn Fern
l"Pb I ; #M#i t 87 E
1 tnr3*Q@ 1 r c 171-111 ' gol do gnsn - de rei Pe • It
fs. suspensiva
2'Pal ; #JI## ~ - cjP ___!jim
¥· ~~ 1 cr r Htl['r#'1lr 'r y 1 r In An, Tenn Fern
c 112-115 e o mun-<k>in-t<:i - ro gri-tou gol
fs. conclusiva In An, Term Fern
2'Pb I ~ #II## t 87 E
lt1 ttftldf! IF c 115-119 '
go! 00 gran-de rei Pe le
1; iu#• 87
fs. suspensiva-chamada
• r zr Jr In An, Term Fern
It 'I r II ' ;3
' &
c 119-120
267
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA
Tonalidade: E
SE<;:Ao A:
rPa I I I biH0 I lim I (C 1-3)
l"Pb IIIm I %1 (C 3-4)
l"Pc I V7 I V7 I I I IIm biiim I (C 5-8)
l"Pd I IIm/II I V7/II I Hm I% I (C 9-12)
l"Pe I V7 I V7 I I I V7 I (C 13-16)
2°Pa I I I biil0 I lim I (C 17-19)
2°Pb I Urn I %1 (C 19-20)
2°Pc I V7 I % I I I Hm biiim I (C 21-24)
2°Pd I Hm/II I V7/II I IIm I% I (C 25-28)
2°Pe I V71% I (C29-30)
SE<;:AO B:
l"Pa I I I V71 (C 31-32)
l"Pb II I IV I I I (C 33-35)
l 0 PC I I I % I biH0 I IIm I (C 36-39)
l 0 Pd I IIm I subV7N/II V7/II I (C 39-40)
1 °Pe I Hm I Hm7M I IIm7 I llm6 I (C 41-44)
l 0Pf I Hm61 V7N71% I V71 (C 44-47)
2°Pa I V71 I I bUio I IIm I% I (C 48-52)
2°Pb I V71% I I I (C 53-55)
j
"'
268
ZOPc I I I% I V7/II I IIm I (C 56-59)
2°Pd I IIm I % I V7 I % Ill (C 59-63)
3°Pa Ill V7 I (C 63-64)
3°Pb I I I blii0 I lim I ( C 65-67)
3°Pc I lim I V71% I I I (C68-71)
SECAOC:
l 0 Pa I Ilm I IIIm I blii0 I Ilm I (C 72-75)
l 0 Pb I lim I% IV71% I I I (C75-79)
l 0 PC I I I% I IIm I V7 I I I (C 79-83)
ZOPa I I I lim biiim I ( C 83-84)
2°Pb I lim bliim I IIIm I biiio I lim I ( C 84-87)
2°Pc I Ilm I %I V7 I % I I I (C 87-91)
2°Pd I I I% I IIm I V7 I I I (C 91-95)
SE<;:AOD:
FPa I I I V7 I (C 95-96)
l 0 Pb I I I V7/H I lim I% I (C 97-100)
l 0 Pc I V7 I% I I I (C 101-103)
SE<;:Ao E:
l"Pa I I I % I V7/H I lim I (C 104-107)
l 0 Pb I lim I% I V71% I I I (C 107-111)
2°Pa I I I% I V7/H I lim I (C 112-115)
2°Pb I IIm I% I V71% I I I (C 115-119)
269
2°Pc I I I V7 I (C 119-120)
270
LETRA:
6, o, o Yaos quanto amor
quanto amor
as pretas vel has Yaos
vem cantando em seu louvor
a constela~ao 5
das estrelas negras que reluz
Clementina de Jesus
eleva o seu cantor feliz
a Ganga-Zumba
que lutou e foi raiz 10
0 negro que e arte,. e cultura
e desenvoltura nesse meu pais
e, Luana
o trono de Fran~a sera seu baiana
Pina, e, e, e, Pina 15
a Cinderela negra que ao Principe encantou ~
no carnaval com o seu esplendor
Grande Otelo, homem show
271
em talento da ole
E o mundo inteiro gritou gol 20
gol do grande rei Pele
272
Sb 15- Yes, nos temos Braguinha G.R.E.S. Estaciio Primeira de Mangueira! 84
Faixa 22 do CD anexo.
FICHA TECNICA:
Autores: Jurandir/ Helio Turco/ Comprido/ Jaja
Puxador de samba: Jurandir
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo IA- LP- 503.6021
Lan~mento: - 1983
Fonograma:62232940
Editora: TOP TAPE/ One Way/ RCA
Produtores Executivos: Laila Genaro.
Auxiliar de produ~;ao: Rivaldo Santos
Coordena\;iio: Salomiio
Arranjos e regencias: Ed Lincoln/ Ivan Paulo/ Luiz Roberto( o arranjador deste samba e o
ultimo)
Tecnicos de grava\;iio: Vitor/ Raphael/ Claudio/ Anibal
Auxiliares: Magro/ Gilmario/ EnockJ Laci
Mixagem: Genaro/ Laila/ Vitor
Arregimental;iio: Pascoal Perrota
Arregimentac;ao de coro: Dinorah
Coro: As Gatas/ Nosso Samba
Coro masculino: Tufic/ Copacabana/ Dominguinhos
Coordena\;iio Geral: Zacarias Siqueira
Gravado em: Estudios TRANSAMERICA em 24 canals.
Fabrica\;iio e Distribui~;ao: RCA ELETRONICA LTD A.
273
15· Yes, nos temos Braguinha
G.R.E.S. Esta~ao Primeira de Mangueira/ 84 Jurandir/Helio Turco/ Comprido/ Arroz/Jajii
F7 em Dm obo
mas ve - em vern ou-vir de no - voo meu C!lll-ta.r
em F7 F7 7
'w'Jl Jj] ljJ j J l·t can - ta Man - guei - ra ou-vir as pas - to-ri -
F7 Fm7 G7 l3
'~I'Jj j J I i - nhas a luz deum pits - sa-ro ca.n-tou y - es
em F7 F7 19
,~~, r-ffl 1tf F rfltr Q IJ)~J lr e n6s te-mos Bm-gui - nha 6 Be - !a "'
,, G7/B em em
25
' ~~· £j~J ~J) e-po-ca quan-doo po-e - ta flo-res-ceu flo - .res-ce - eu
F71A F71E~ F7
f' meu Ri • i-o en-tlio can-tan - doo - ma-nhe -
F71C B~ s> 37
'~\ltJ li ,. s1.rJ JJ UJJ J BJW· lJ l1o~ J JJJ num fim de se-ma - naem Pa-que-ta - ou-vir Ca- ri -
Gm G7 43
'~1'}3. a 1,w a huttJ '* ,. ~-~r 1~w nho - so a-mei ao lu - ar Lau - - ra
274
em F7 49
,~~. ,.qgmrrrf IF que n1o sai da mi-nha men -
G7/B
" ,~~'ltf g±±SJ I r k, -
I,. J7Uflrr r F f I teo Lau - ra que nlio sai da mi-nha men -
em F7 s>
te mo- «: - na a sau-da - de ma-taa gen - te ho- je tern fo- guei
em F7 s> em F7 67
'~~·~a ttl, n. n :uw 'I P 1 aww n 1 :a_mJ ra vi-va sao Jo-il:o Ma - ne Fo - gue-tei ro vai - sol- tar ba-lao
s> em F7 Gm 73
,~1') u I CC11F1:fTtt tEJ1lJ.q4l)_lJ 'p IA1f11 ho-je tern fo-guei- ra. vi-va Siio Jo-iio Ma - ne Fo - gue-tei -
em F7 s> F7 F7(il5)/e~ 79
'v·~r a 1 crttt1u-u· 1 a. o w 1 r I -I•_Jrj I ro vai ool-tar ba-liio car - na- va-al na - val
s>to s>to Gm em G7
opo-vovi- bra dea-le-gri-i-a
em F7
f' 1 r QztA -Cllll - tar a tu-a po e - si -
s> F7 Gm em 97
'v';jj J 1£ rUJr i - a se. ;3. que ho - je tu - do j<i mu- dou on-dean-da-ra
275
F7 B~ G7
lrr r F r IEf IT1 I J '!" lJ) • 0 Ar- !e- quim "" so- nha • dor oho ra Pier - r6 oho -
em e? F7 A~7 G7 109
&&I') j v
3
" sea tu • a Co-lorn-hi - na foi em bo ra
em B~
4'~1· r ~ ba aamu-la-ta<iatal
G7 em e? F7 121
'~" t f sal - vea Joi-ri dos o - lhos cia - ros de cris - tal
B~ G7 em F7 B~ G7
6 no ba-lan-ce ba-lan - cii eu que-m ver ba-lan - orar 6 no ba-1311-
em F7 B~ G7 em F7 133 ,..._ . 4 &~. c:r~c r t J ttl n JJJ
"o quea Man • guei-ra vai pas-sar 6 no ba-lan-ce ba-lan - cC eu que-rover
ba -lsn - yur 6 no ba -Jan - ~o quea Man guei-ra vai pas-sar mas ve -
276
SE<:fi,.O A- refiiio
B~
I'Pb I~ ~I, I. I
C3-7
FPd
C9-14
Fm7
l"Pe 1~&1' ' .w c 15-17
G7
l"Pf !@~1, ~ "' c 18-21
2"Pa 1~&1' T C21-22
B~
\ p
Cm
J !al
'"' "=
Sb 15- Esquema ritmico-melodico
F7
E I J
Dm
F7 B~7M)
I •,Lw ... P t r w]fj ,J J i- nhos
" /-~ 8~7 E~
.a li,J J J J I)
"' ro "'
Cm " F7
fs. suspensiv~K:hamada InAc, Term Fern
fs. suspensiva In Te, Term Fern
Cm
fs. suspensiva-reiteraiflio In Ac, Term Fem
B~
fs. conclusiva In Te, Term Fern
F7
fs. suspensiva InAc, Term Fern
fs. conclusiva InAn, TermFem
''urtr ,Q l·ccttJP*tr
-{
ni>• te :mos :Sra - gui - nha
fs. suspensiva-cb.amada F7 In Te, Term Fem
277
-----"
2"Pb
2°Pc
2"'Pd
2"Pg
Bb 1~&1' I ·r
C23·26 Be
~·'· I • ' c 27-29
Bb
.J ~~
1 ~~I· , "
c 31-34
F71Eb
J doo
~~I· pJ ~ C35-37 ""
., F7
C3841
Bb7M
i,J_J.
G7/B
5 J l ®]J. "'
c~b
Is J J. mw
F7
,J J If
Bb
piJ j fim de
sl<;
J]Jjj ,u po • ~·
,J J .J a I • flo =
Cm
' J.
F7
Jj/,j ,j I •
Ri
Cm
,)!. ·~
)
Bb
fs. conclusiva InTe, TermFem
fs_ suspensiva In Ac, Tenn Fem
fs, snspensiva In Ac, Term Fem
fs. suspensiva In Te, Term Fem
fs. conelusiva In Ac, Term Fern
F .r J :r 3 DJ!J. J
"" fs. eonclusiva
F7 In An, Term Fern
Bb
J ,,d]Ja. J J ,w J : • naern Pa que ta
278
B~ Gm
2°Ph ~~~1, u J J J 1~.-:J. ,_ C42-45
00 w Ca - ri
SE<;AO B- refrao
G7 E"
Cm
I'Pb I~ ~ 1 • y 'f •! J E 'f C52-55
~
zopa ~~~1, Q t c 55-56
E•
2"Pb ~~~I· "F c 57-62 ·~
Cm
2"Pc l 6 f
I !r I
E~
IY.J J 6 J ;~.4J±;f:J. mci - ao !u •
B~
fs_ suspensiva In Ac, Term Fem
j
fs. suspensiva In An, Term Fern
G7
~·Jta:r\tr'r rrr
F7
r "rJC'r 't .. "" do
•
fs. conclusiva
B~ In An, Term Fern
'j PO ~
G7
3 I
B~
•
fs. suspensiva-chamada In Ac, Term Fern
fs. suspensiva In Te, Term Mas
G7
17 .Jtuzth r'i n r
F7
279
•
fs. connc!usiva In An. Term Fern
SE<;AO C • refr§.o
I"Pa 'U c 65--69
C69-73
2"'P• I§ ~It •r f "" ,,
c 73-77
2"Pb
'D M•
C77-81
SE(:AO D- estrofe
'Q C&l-82
B~
F'Pb I' ~ 1' 'F c 83-&6
fs. conclusiva
P Cm F7 In An, Tenn Fern
B~
ITCc t~ 1r"':r IE' 'l tf:jtt!J. ;fJ J IJ fa • guci
fs, conclusive. In An, Term Fern
Cm F7 B~
fs. conclusiva
E" Cm F7 In An, Term Fern
B~
!J ,) IJ )
!.em fo • gue~ sao 1<> - ilo
fs. conclusive. In An., Term Fern
Gm Cm F7 B~
n<\Fo-gue-tei ~·
sol- tar hi!· liio
F7
L1r
F7(#5)/E~ 8~/D
I ,J_r. D U ~I
280
,a J ••
fs. suspensiva·chamada In Ac. Tenn Fern
fs. conclusiva In Te. Term Fern
B~/0
~~~', d
Cm
C91-94 110
F7/E~
I"'Pe 1$~'· 1 ,J c 95-97
F7
c 98-102
2"Pb
c 106-109
Gm 3 Cm
.w ,J .a0 ra J lziJ ,; ; po-vo vi bra dea-le-gr;.i-a
F7
B~ F7/A
,] ,J .,j " I J ]f ~ I • 3* J w . "" ,;
B~ Gm Cm
tr Nr .., r;\ queho- je IU-do
F7 B~
,j
fs. suspensiva InAc, Tenn Fcm
fs. suspensiva In Te, Term Fern
fs. conclusiva In Ac, Tenn Fem
,u
fs. suspensiva In An, Term Fem
mu- <lou
fs. suspensiva In Ae, Term Fem
F7
1¥ •r't "F ·r J tt ([jl I I*
B~
}I IJ r 3*
"
o Ar - le quim tlo oo-nha- dnr
G7 fs. suspensiva Cm In An, TermFem
J I ,j I .. Pier 6
281
2"Pd 14~1, f c 110-114
Cm
3°Pa 1; ~~ .. r c 115-l2Q=l.
G7
3"Pb I£~~~ i oJ Cl21-123
C7 F7 Ah7
,J n!J j ,.J J rr-1-LlB'*tr r
'
tu-aGo!ombi na foiem bo 3
Ah7 sh
I'" f' lUi r ':f I [f'r r]Jr •«mula ta~at.ol
Cm ~
F I 'F r 'r :* It ... "' = lci ri
C7 F7
fs. suspcnsiva In An, Term Fem
G7
fs. con<:;]usiva In Te, ferm Fern
Ap7
fs. suspensiva In An, Term Fern
1 fs. conclusiva Bp In An, Term Fern
3"Po 14 ~!, ~ ¥ 'C !1 I Hr "!X t ffltt;· c 124-127
SEVAOE-re:liiio G? Cm
c 128-131
l"Pb
G7 em·""
1 * ~" , b7g ' r :rj(~; C''r
F7 1 sh fs. suspensiva In Te, Term Fern
Ah7
lq r 1 eM 11 er F7 sh
:tlr•r §'JJ J 1J
Jan 9..-
fs. com:lusiva InAc, Term Fern
C 132-135 e no ba - ian yo quea Man gue> - ra vai pas - sar
fs. conclusiva
G7 Cm '
F7 B~ In Te, Term Fern
r I" til! ?1 rr lq r ''F t l('j 11 Q!f 4l C 136-13¢ no be - Jan c€ - ba - lac ~e que - ro ba - Jan- <;ar
iS. conclusiva G7 Cm F7 In Ac, Term Fern
I 4 &r, ' "U-~ r fie II c 140143
282
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade:Bb
SECAOA:
l 0 Pa I I I V7 I (C 1-2)
l 0 Pb I I I lim I IIIrn I #UO I Ilrn I (C 3-7)
rPc I lim I % I (C 7-8)
l 0 Pd I Ilrn I % I V7 I V79 I I7M I V7 I (C 9-14)
l 0 Pe I II/IV I V7!IV I IV I (C 15-17)
1°Pf I V7!Il I Ilrn I V7 I I I (C 18-21)
2°Pa I I I V71 (C 21-22)
2°Pb I I I I7M I I6 I I7M I (C 23-26)
2°Pc I I I V7!II I IIrnl (C27-29)
rPd I lim I% I (C 29-30)
2°Pe I Urn I Urn I V7 I %I (C 31-34)
2°Pf I V7 I V7 I I I (C 35-37)
zopg I V7 I I I V7(#SJ I I I (C 38-41)
2°Ph I I(#SJ I VIm I V7 !IV I IV I ( C 42-45)
SECAOB:
l 0 Pa I VI7 I #IV0 I% I% I% I I subV7N7!Il I V7!Il I (C 46-52)
l 0 Pb I V7!II I IIrn I V71 I I (C 52-55)
2°Pa I I I V7 !II I ( C 55-56)
zopb I #IV0 I% I% I% I I subV7N7!Il I V7!II I (C 57-62)
283
2°Pc I V7/II I lim I V7 I I I (C 62-65)
SECAOC:
l 0 Pa I I I% I IImiV71 I I (C65-69)
rPb I I I% I IlmiV71 I I (C 69-73)
2°Pa I I I % I Urn I V7 I I I (C 73-77)
2°Pb I I I VIm I Ilml V71 I I (C 77-81)
SECAOD:
l 0 Pa I I I V7 I (C 81-82)
l 0 Pb I I I V7(#SJ I I I IV7 I (C 83-86)
rPc I I I VIm I lim I V7JII I (C 87-90)
rPd I lim I subV7N7 I V7 I % I (C 91-94)
l 0 Pe I V7 I V71 I I (C 95-97)
2°Pa I V71 I I VIm I lim I% I (C98-102)
2°Pb I lim I V7 I% I I I V7#5 I (C 102-106)
2°Pc I V7#5 I I I V7/II I lim I (C 106-109)
2°Pd I Urn I V7 N71 V71 subV7N7!H I V7JII I (C 110-114)
3°Pa I lim I %1 bVII71% I I I subV7N7JII I (C 115-120)
3°Pb I V7fii I% I lim I (C 121-123)
3°Pc I IIm I V7N71 V7 I I I (C 124-127)
SECAOE:
rPa I V7fii I Ilm I V71 I subV7N7fii I (C 128-131)
rPb I V7/II I Ilm I V7 I I I (C 132-135)
284
2°Pa I V7/II I Urn I V7 I I subV7N7/II I (C 136-139)
2°Pb I V7/II I lim I V71 I I (C 140-143)
285
LETRA:
Vem ...
ouvir de novo o meu cantor
vem ouvir as pastorinhas
a luz de um passaro cantou
yes, e nos temos Braguinha 5
bela epoca
quando o poeta floresceu
oh! meu Rio/ entao cantando amanheceu
um fim de semana em Paqueta.
ouvi Carinhoso, amei ao luar 10
Laura ... que nao sai da minha mente
morena a saudade mata a gente
Hoje tem fogueira
viva Sao J oao
Mane Fogueteiro 15
vai soltar balao
Carnaval!
286
o povo vi bra de alegria
ao cantor a tua poesia
sera ... que hoje tudo ja mudou 20
onde andara o arlequim too sonhador
chora, Pierro ... chora
se atua co lomb ina foi embora
samba ... a multa e a tal
salve a loirinha 25
dos olhos claros de crista!
E no balance, balance
eu quero ver balanc;ar
e no balanc;o
que a Mangueira vai passar
No primeiro refrao foi verificada a ocorrencia de proposi<;:ao.
287
Sb 16- Ziriguidum 2001 - G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre MigueV 85
Faixa 23 do CD anexo.
FICHA TECNICA DO DISCO:
Autores: Gibi! Tiaozinho/ Arsenio
Puxador de samba: Jurandir
Disco: Sambas de enredo das Escolas de Samba do grupo lA- LP- 503.6024
Lan~mento: - 1984
Fonograma:62532758
Editora: One Way/ RCA Ltda.
Produtores Executivos: La11af Genaro e Rivaldo Santos.
Assistente: Genilson Barbosa
Arranjos e regencias: Ivan Paulo/ Ruy Quaresma/ Alceu Maia ( o arranjador deste samba e o
prirneiro)
Tecnicos de gravac;iio e mixagem: Luiz Carlos T. Reis/ Mario Jorge Bruno/ Flavio Sena
Auxiliares: Luis Carlos (Liu) e Mauro
Montagem: Dalton Rafael
Manutenc;iio de Estudio: Ricardo Luppi
Supervislio: Edeltrudes Marques
Corte: Jose Osvaldo Martins
Supervislio de audio: Gunther J. Kibelkstis
Arregimentac;iio: Pascoal Perrota
Arregimentac;iio de coro: Dinorab
Coro: As Gatas/ Nosso Samba! Grupo Mensagem/ Tufic/ Copacabana
Participa\Cao das pastoras no coro das respectivas escolas.
289
Participa~ao dos ritmistas das suas respectivas escolas.
Mangueira: Participa~ao do Coral das Docas-Rj e Juventude Samba Show
Fotos: Frederico Mendes
Arte Final: Vittore Talone
Coordenat;;iio Geral: Zacarias Sigueira de Oliveira
Gravado em: Estiidios TRANSAMERICA em 24 canais.
Fabricat;;iio e Distribuit;;iio: RCA ELETRONICA LTD A.
290
16· Ziriguidum 2001
G.R.E.S. Mocidade lndependente de Padre Miguel/85 Gibi/ Tiaozinho/ Arsenio
D7 Gm C7 F Dm E"
Que • ro ser pi - o - nei - ra a er- guermi-nha ban-dei - ra e plan-
A7 Dm D7 Gm A7 Dm 7 4 ~ a J LJiLtJ , n 1 J ~-Jl?tcr n 1 a i'tflJJ.J n 11~~~
tar mi-nha ra-iz a er- guermi-nha ban-dei - ra e plan -tar mi-nha ra-iz ncs-sc
8m F!i-
J J mun do lou de tu - doum pou - co eu vou le-var pm
87 Em 87 Em A7 19
'~~ iJ JJ ]J_j U If IJ) I J J I JJtJJ Jj_I;Bffi dois mil e um a - van - J<M no tern po e nas es- tre - las fa- zer
D Bm Em A7 D A7 D 25
4~113 va ~j_J , P nrfr r ptJ n 1r maw J~l meu zi-ri-gui-dum nos meus de - va- nci
Am D7 GID 87/D~ Em
que-ro vi - a jar
B7 Em A7 37
4~~ ~r ttl Jr J Mo - ei-da de sou In-de-pen-den - te vou a qual-quer Iu-gar
B7 Em FO DIF~ 87 Em 43
'JJ J jm ,~i r I r· p 1 ~r [! lr J I r J ''" '"" ' Mo ci- da do sou In- de- pen- den "'
291
Em? A? D A? D
- ' f3 i J------J J vou a qual • quer Ju ·gar vou a Lu • a vou ao sol vai a
87 ~ ~ D 55
4 ry1 n wrt¥1., JJI n n Jj_;J-=-jlzriD J J 3J_f.l. n 1 na-veaosomdosam • ba ca·mi-nban-dope-lotem • po embus- cadeou-trosbam - bas vou a
A7 D 87 Em A7 6l
4~~ JJiHW iJ 1B at1iJ.,RI nJJJ IJJ plg . - -- •..:_.• lu-avouaosol vai a na-veaosomdosam • ba ca-mi-nha.n-dope-lotem - po embus-
67 D A7 D
,~~~ru-n J 1ill1to w 1r 87 Em
ca de ou-tros bam - basque-rover que-ro ver no ceu mi-nhaes-tre-la bri-
D
!hac es- ten - der meus ver - sos a luz do !u - ar
87 Em A7 D
If a IE[rr nr fa - zer to - doU-ni - ver-so sam-bar
A7 D 87 Em A7
I,D J JJti ffll 85
4~1 dl tcJlO R ild J B ttr , a - te os as - trOll ir- ra - di-am mais ful-gor a prO-pria vi - da dea-le-
87 Em
I'IJitnJRn IJJiJ d]:J gri-a seen-fei-tou es-ta em fes - tao es- pa-~o si-de-ral
A7 D D.C.
) J J iJ J ] li J j J JJ:J II vi • braou- ni • ver w ' e car--na-val
292
Esquema ritmico- mellidico- Sb 16 SE<;Ao A- reftlo
07
Cl-4
C4-8
Gm C7
J 'l '1 lr I t• 1 I
ro m • Dm . n 1 a J v J • J.IJ. .,a w ,;s
er - guer mi·nha ban - dei
¥ J 1
F fs. lUSpensiva
y1n. In Te, Tenn Fern
f ,..; "'
A7 Om
u .a J fi,J , U.J fs. conclusiva In All, Term Fern
fs. conclusiva In All, Term Fern
er-gue,. mi nha ban- dei m e plan tar nu-nha m- >Z-...-fs. conclmiva
SE<;Ao B - estrofe A7 D In An, Term Fern
l'F1 ~ ~ ,j II !Ill I ). JlP tr ' j IY ,n J]J .a iW 'J c 12-16 . "" ""'
Fj•
.,UJ c 17-20
87
L C21l-22
A7
,., 42 ,, , b3n ;,a .a ~a: .. - tr~ - lu • c 23-26
8m Em
'"'1 42 ,, 'J I b 'E • c 26-28
'"'1; Ill ,J J A7
.f:J C2S.31
Am
'"''! £ ., t If) C32-35
07
1,~; J ~[
' ,; .. vi
SE<;Aolrdl-io Em
,.p,l@ I • r· ., = Mo C36-38
87 Em
de tu - doum p<JU
87 Em
'p ""
I :;;J JIJ "'' Em
i ,,J .uJ lo£3 j -] - ,,.,,;
D
I 'J I• .i""' w . zi - ri - gui
A7 D
'F .. f±J D
.jjJ I J*
G/0
J 1r ,. DIF#
ci
<r IF \a
A7 ,-rj, 11 .!.3 ,,J J ,tJj b3 j Q I~J F~
1 S:J .n~ ~ " ..
C39-42
c 42-43 Em
'"~''''[ 44-46
87
2'P•f$ III,J J C47-49 son In
'" J
""' ""' •
Em
Jg-1
Jro •• qual-quer Ju • gar
DIF#
Mo ci
,Hi lr "'
·r I• I •
293
ro &. suspensiva In Ac, Term Fern
fs. suspensiva In An, TermFem
.,j
fs. conclushla In Ac, Term Fern
fs. ccnclushla-rciteno;lo In An Term f'rnn
fs. conclusiv~ In An, Term Fern
8710# &. suspensiva In An, Term Fern
&. conclushla I In Te, Term Fern
5 •
U.suspensiva In Te, Term Fern
fs. conclUlliva In Te, Term Fern
j
"' H. suspemiva In Te. Term Fern
Em7
'"''I~ Ill "F C50-52 V<J\1
SE<;:Ao D · refrao
m~ ' 52-56
l'P~ £ ~~ "' c 56-60
><Pi; In C60-<4
,1l&Jn @) C65-68
;.::ft· c 68-69
:&. conclusiva
A7 D In Te, Tenn Fern
"1" I ·(5??r "" ,j IF j j ~ I • ,., ,., '" ,.
fs. supsensiva
A7 D 87 Em In An, Term Fern
J J I ' J i3 IJ ' J ,,,n I{] J I J 6* ' J 'EEl 4¥ oOO " oOO "
,_. "' ~--
~ 00 ·~
w fi:. conc!usiva In An, Term Fern D
d ] IJ ,j liD. "" - mi bam - b ..
A7 D 87 Em fs. suspensiv~
i J ,J J 1 n 1 J w vou lu-a voow sol
lA ur lffl_:__l ~sam - ba na - veau
ill. conclus.iva D In An, Term Fern
A7 ~
,j f!;J J ) I,B .J;;,j I Jj. j 1t: 'r oo- mr - nhan-do pe-lo tern - p.:r--- ern to,; • co. born ..
'9 .J 14: .. D 87
A7
tJ fs. supsensiva-chamada In Ac, Tenn. Fern
fs. SUSptlllSiVa
Em lnAn, Term Mas
UZ£ It v'f :t I'~'~ IJ n<> ~eu 4e..Q - 1Im
C69-73
'"~''!tIn .fiJ . ~-0.
C73·77
F#' "'If'
c 78-81
l'P1 £ Ill "' f "' . c 82-84
A7
'"'*' ¥ C85-88
'"''I ; lu 1 ,J c 89-92
.
nj ~ In "1
c 93-96
'"~''I£ In l
"' 2
c 97·100
'E
,J I
~-
"' ""'
Jl - J J • ~
)) ' ~ 3. ~ • bmou- ni
A7
'f' 87
• A7
" r D I. J •.
.r ::±I
I 1 "'
A7
art@ 0 l oi "'
•• . . '
A7
:t£;J
J "'
D
'I'@ mcus VOJ:
In ,rr--.,, . ~ , ... ~ " - sos aluzdo lu-or
Em
D
•t=r 3 r I I' 1r = " "'
87
I.J J IJ J Em
,j tr ,. di- am - "'
b1j I ' I ,;} J ,J 5 .. ,,
"' . - fd
Em
3 J. j 1 J ]JJ
D
tF,J ,J:J g !l =-~
294
fs. eonclusiva In An, Term Mas
&. suspensiva In Te, Term Fern
fs. conclusiva In Tc, Tenn Fern
fs. suspensiva In Ac, Term Fern
fs. conclusiva In Te, Term Fern
fs_ susp.:nsiva In Ac, Term Fern
fi. conclusiva In Ac, Tenn Fern
11
ESQUEMA DE ANALISE HARMONICA:
Tonalidade: D
SECAOA:
rPa I V7/IV I IVm I V7/biii I biii I (C 1-4)
rPb I bill I Im I IF I V7 I Im I (C 4-8)
l 0 Pc I Im I V7/IV I IVm I V7 I Im I (C 8-12)
SECAOB:
rPa I Im I V71 I I% I% I (C 12-16)
rPb I VIm I li"!IIm I V7/II I lim I (C 17-20)
2°Pa I lim I V7!II I lim I (C 20-22)
rPb I lim! V71% I I VIm! (C 23-26)
2°Pc I I VIm I lim V71 I I (C 26-28)
3°Pa I I I V71 I I %I (C 28-31)
3°Pb I Ilm!IV I V7/IV I IV I V7/II I (C 32-35)
SE<;AOC:
rPa I lim I #II0 I I I (C 36-38)
rPb I V7 !II I Urn I V7 I II" film I (C 39-42)
2°Pa I II" film I V7/II I (C 42-43)
2°Pb I lim I #Il0 I I I ( C 44-46)
2°Pc I V7!II I lim I% I (C 47-49)
2°Pd I Ilm7 I V7 I I I (C 50-52)
295
SE<;:AO D:
!"Pa I I I V7 I I I V7/II I lim I (C 52-56)
1°Pb I lim I% I V71% II I (C56-60)
2°Pa I I I V7 I I I V7/II I lim I (C 60-64)
2°Pb I Ilm I% I V71% I I I (C 65-68)
SE<;:AO E:
!"Pa I I I V7 I (C 68-69)
1°Pb I V71I IV7/ll I lim I% I (C69-73)
t"Pc I lim I V7 I% I I I% I (C 73-77)
l"Pd I II0 /lim I V7/ll I lim I% I (C 78-81)
l"Pe I Ilml V71 II (C82-84)
2"Pa I V71 I I V7/II I lim I (C 85-88)
2°Pb I lim I V7 I % I I I (C 89-92)
2°Pc I I I V7/II I % I lim I (C 93-96)
2°Pd I Ilm I V7 I % I I I (C 97-100)
296
LETRA:
Quero sera pioneira
a erguer minha bandeira
e plantar minha raiz
desse mundo louco
de tudo um pouco 5
eu vou levar pro dois mile um
avan~ar no tempo
e nos estrelas
fazer meu ziriguidum
nos meus devaneios 10
quero viajar
Sou a Mocidade, sou Independente
vou a qualquer Iugar (bis)
Vou a lua, vou ao sol
vai a nave ao som do samba 15
caminhando pelo tempo
em busca de outros bambas (bis)
297
Quero ver, no ceu minha estrela brilhar
estender meus versos a luz do luar
vou fazer todo o universo sambar 20
ate os astros irradiam mais fulgor
a propria vida de alegria se enfeitou
estci em festa o espa!;O sideral
vibra o universo, e carnaval
298
BIBI1IOGRAFIA
ADORNO, T. W. Sabre musica popular. In COHN, G. (org.). Sociologia. Sao Paulo, Atica, 1986.
ALENCAR, E. 0 camaval carioca atraves da musica. Rio de Janeiro/ Sao Paulo, Freitas Bastos, 1965.
ALVES, H. Sua exceli!ncia, o samba. Sao Paulo, Sfmbolo, 1976.
ARAGAO, D. Os sambas-enredo para o grande desfile jd estiio nas ruas. Joma1 do Brasil, Rio de
Janeiro, 21 de novembro de 1984.
ARAUJO, A. Expressoes da cultura popular: as escolas de samba do Rio de Janeiro e o amigo da
madrugada. Rio de Janeiro, Vozes,J978.
ARAUJO, H. de; JORIO, A. Escolas de samba em desfile: vida paixiio e sone. Rio de Janeiro,
Polignifica, 1969.
-----·Natal: o homem de um brar,:o s6. Rio de Janeiro, Guavira, 1975.
ARAUJO, R.C.B. Festas: mascaras do tempo: entrudo, mascarada e frevo no carnaval do Recife.
Recife, Funda<;ao de Cultura da Cidade do Recife, 1996.
ARAUJO JR, S. M. Accoustic labor in the timing of everyday life: a critical contibuition to the history
of samba in Rio de Janeiro. Thesis submitted in partial fulfillment of the requirements for the
degree of Doctor of Philosophy in Musicology in the graduate College of the University of
Illinois at Urbana-Champaign, 1992. Urbana, Illinois, 1992.
AROM, S. "Du pied a la main: les fondements metriques des musiques traditionelles d'Afrique
Centrale". Analyse Musicale, I 0, jan 1998, p. 16- 22.
____ . Polyphonies et polyrythmies d'Afrique Centrale. Paris, SELAF, 1985.
AUGRAS, M. 0 Brasil do samba-enredo. Rio de Janeiro, Funda<;ao Getulio Vargas, 1998.
BAS, J. Tratado de laforma musical. Buenos Aires, Ricordi, 1981.
BAKHTIN, M. A cultura popular na !dade Media e no Renascimento. 0 contexto de Franr,:ois
Rabelais. Sao Paulo- Brasilia, Hucitec- Edunb, 1999.
299
BENNETT, R. Forma e estrutura na musica. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1986.
BOJUNGA, C. Todo poder a ilusiio. In: Revista Veja, Rio de Janeiro, 31 jan. 1979, p3.
BURKE, P. Cultura popular na idade modema. Sao Paulo, Companhia das Letras, 1998.
____ . Variedades de historia cultural. Rio de Janeiro , Civilizac;:ao Brasileira, 2000.
CABRAL, S. As escolas de samba do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Lumiar, 1996.
CAMARA CASCUDO, L. Diciondrio do Folclore Brasileiro. Sao Paulo, USP/ Itatiaia, 1988.
CANDElA F1LHO, A Escola de samba: drvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro, Lidador, 1978.
CAURIO, R. Brasil musical: viagem a jato pelos sons e ritmos populares. Rio de Janeiro, Art Bureai,
1989.
CA V ALCANTI, M. L. V. de C. Camaval carioca, dos bastidores ao desfile. Rio de Janeiro,
FUNARTE/UFRI, 1994.
_____ . Onde a cidade se encontra: o desfile das escolas de samba. UFRJ/ MNPPGAS, 1994.
_____ , 0 rito e o tempo : ensaios sobre o camaval. Rio de Janeiro , Civiliza<;ao Brasileira,
1999.
CHEDIAK, A Harmonia e improvism;iio: 70 musicas harmonizadas e analisadas para violiio, baixo e
teclado. Rio de Janeiro, Lurniar, 1986.
CUNHA, M. C. P. Ecos dafolia: uma historia social do Camaval carioca entre 1880 e 1920. Sao
Paulo , Companhia das Letras, 2001.
______ , Camavais e outras f(r)estas ensaios de historia social da cultura. Campinas,
UNICAMP, CECULT, 2002.
COSTA, H. Salgueiro: Academia do samba. Rio de Janeiro, Record, 1984.
____ , Salgueiro50 anos de gloria. Rio de Janeiro, Record, 2003.
DAMATTA, R. Camavais, malandros e her6is: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de
Janeiro, Rocco, 1997.
300
DICIONAAIO DE MUSICA ZAHAR. Rio de Janeiro, Zahar, 1985.
DICIONAAIO GROVE DE MUSICA. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1994.
EFEGE, J. Ameno Reseda, o rancho que foi escola. Documentdrio do camaval carioca. Rio de Janeiro,
Letras e Artes, 1965.
_____ , Figuras e coisas do camaval carioca apresentar;iio de Anur da Tdvola. Rio de Janeiro,
FUNARTE, 1982.
____ , Figuras e coisas da musica popular brasileira apresentar;iio de Carlos Drummond de
Andrade, Ary Vasconcelos. Rio de Janeiro , FUNARTE, 1978-1980.
_____ , Maxixe: a danr;a excomungada. Rio de Janeiro, Conquista, 1974.
_____ , Meninos, eu vi. Rio de Janeiro , Institute Nacional de Musica, Divisao de Musica
Popular, 1985.
ENCICLOPEDIA DA MUSICA BRASILEIRA POPULAR, ERUDITA E FOLCLORICA. Sao Paulo,
Art Editora, 2000.
El\'EIDA. Hist6ria do camaval carioca. Rio de Janeiro, Civiliza«ao Brasileira, 1958.
FARIAS, E. S. de. 0 desfile e a cidade. Carnpinas, disserta«ao de Mestrado apresentada ao
Departamento de Sociologia do Institute de Filosofia e Ciencias Humanas da Universidade Estadual
de Carnpinas, 1995.
FREITAS, S. Teoria da Harmonia na Mlisica Popular: uma definir;iio das relar;oes de combinar;iio
entre os acordes na harmonia tonal. Disserta«ao de Mestrado. Sao Paulo, UNESP, 1995.
_____ . 6cio e neg6cio : festas populares e entretenimento-turismo no Brasil Carnpinas, SP ,
[s.n.], 2001.
GOLDWASSER, M. J. 0 paldcio do samba: estudo antropol6gico da escola de samba Estar;iio
Primeira de Mangueira. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.
301
GUIMARAES, H. M. Camavalesco, o profissional que "faz escola" no camaval carioca. Rio de
Janeiro, disserta\;ao de mestrado apresentada a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, UFRJ, 1992.
HEERS, J. Festas de loucos e camavais. Lisboa, D. Quixote, 1987.
IKEDA, A. T. Musica poUtica: a imani!ncia do social. Tese apresentada a Escola de Comunica~6es e
Artes da Universidade de Sao Paulo como exigencia parcial para doutoramento na Area da
Ciencias da Comunica~ao. Sao Paulo, 1995.
_____ . Escolas de samba ou de marcha? In 0 Estado de Sao Paulo, Sao Paulo, 24 fev. 1990, n°
500, ano VII, p.3.
_____ . Haja ouvidos. 0 camaval dos surdos. In: Jornal da tarde, Sao Paulo, 29 fev. 1992,
Caderno de Sabado.
_____ . No camaval p6s-modemo, negro niio tern vez. In 0 Estado de Sao Paulo, Sao Paulo, 08
fev. 1997, no 857, Ano 17, p.D8.
JONES, A.M. Studies in African music, 2 vols. Londres, Oxford University Press, 1959.
KRAUSCHE, V. Musica Popular Brasileira, da cultura de roda a musica de massa. Sao Paulo,
Brasiliense, 1982.
KOLINSKI, M. "Review of Studies in African Music by A.M. Jones". The Musical Quaterly, XLV/!,
jan 1960, p. 105-10.
KUBIK, G. Angolan traits m Black Music, Games and Dances of Brazil. Lisboa, Junta de
Investiga~i6es Cientfficas do Ultramar, 1979.
LEOPOLD!, J. S. Escola de samba, ritual e sociedade. Petr6polis, Vozes, 1978.
LOPES, N. 0 samba na realidade ... A utopia da ascensfio social do sambista. Rio de Janeiro, CoL
Alternativa, voL 5, CODECRI, 1981.
302
_____ . 0 negro no Rio de Janeiro e sua tradir;:iio musical: Partido-alto, Calango, Chula e outras
cantorias. Rio de Janeiro, Pallas, 1992.
Mangueira : sambas de terreiro e outros sambas I Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro , Prefeitura da Cidade/Secretaria Municipal de Cultura, 1999.
MIRANDA, D. Tempo da festa x tempo do trabalho: transgressiio e camava/izar;:iio na belle epoque
tropical. Tese apresentada ao Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciencias Humanas, com vistas a obten<;ao do Tftulo de Doutor em Sociologia. Sao Paulo,
Universidade Estadual de Sao Paulo, 2001.
MOURA, R Tia Ciata e a pequena Africa no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Col. MPB 9, FUNARTE,
1983.
_____ . Camaval da redentora a Prar;:a do Apocalipse. Rio de Janeiro, Col. Brasil, os anos de
autoritarismo, Jorge Zabar, 1986.
MORAES, E. Hist6ria do camaval carioca. Rio de Janeiro, Record, 1987.
MUKUNA, K. "Contribuir;:iio Bantu na Musica Popular Brasileira: perspectivas etnomusicol6gicas.
Sao Paulo, Cole<;ao Africa, Terceira Margem, 2000.
MUNIZ JR. J. Do batuque a escola de samba. Sao Paulo, Sfmbolo, 1976.
NEUMEYER, D. e TEPPING, S. A Guide to Schenkerian Analysis. New Jersey, Prentice-Hall, Inc.,
1992.
NICEAS, A. Verbetes para um diciondrio do camaval brasileiro Sorocaba, FUA, 1991.
ORTIZ, R. A modema tradir;:iio brasileira. Cultura brasileira e industria cultural. Sao Paulo,
Brasiliense, 1988.
_____ . Cultura e mercado. Sao Paulo, Brasiliense, 1991.
OLIVEIRA, J. L. Uma estrategia de controle: a relar;:iio do poder do estado com as Escolas de samba
do Rio de Janeiro no per{odo de 1930 a 1985. Rio de Janeiro, UFRJIIFCS, 1989.
303
PAZO FERREIRA, M. L. 0 Gremio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Ni/6polis : sob a
dire~iio artfstica do camavalesco }olio Jorge Trinta. Rio de Janeiro, UFRJ, 1982.
PAIXAO, R. Bateria de asneiras. Revista Veja, Rio de Janeiro, 25 de fevereiro, 1998.
PEREIRA, L.A. M. 0 camaval das letras. Rio de Janeiro, Secret. Municipal de Cultura, 1994.
PEQUENO DICIONARIO ENCICLOPEDICO KOOGAN LAROUSSE .. Rio de Janeiro, Larousse do
Brasil, 1980.
PINHEIRO, M.S. A travessia do avesso: sob o signo do camaval. Sao Paulo, Annablume, 1996.
QUEIROZ, M. I. P. Do indizfvel ao dizfvel. In Experimentos com hist6rias de vida. VON SIMSON,
O.M. Sao Paulo, Vertice, 1988.
REGO, J. C. Big business no samba. 0 G1obo, Rio de Janeiro, 10 d outubro de 1987.
RODRIGUES , A. M. Samba negro, espolia<;iio branca. Sao Paulo, Hucitec, 1984.
SANDRONI, C. Feitir;o decente. Rio de Janeiro, Jorge Zabar/ UFRJ, 2001.
SALAZAR, M. Batucadas de samba. Rio de Janeiro, Lurniar, 1993.
SCLIAR, E. Fraseologia. s/d
SANTOS, L. & BARBOSA, M. Paulo da Portela: Trar;o de uniiio entre duas culturas. Rio de Janeiro,
FUNARTE, 1994.
SILVA, E. C. 0 samba carioca. In: Revista Brasileira de Musica, vol. VI, Ano 1939, pag 45.
Publica<;ao da Esco1a Nacional de Musica da Universidade do Brasil.
SILVA, M. T. B. da , CACHA<;:A, C. e OLIVEIRA FILHO, A. L. Fala, Mangueira! Rio de Janeiro ,
J. Olimpio, 1980.
___ & OLIVEIRA F0, A. L. de. Silas de Oliveira. Rio de Janeiro, Funarte, 1981.
SOIHET, R. A subversiio pelo riso : estudos sabre o camaval carioca da Belle Epoque ao tempo de
Vargas. Rio de Janeiro , Editora Funda<;ao GetUlio Vargas, 1998.
304
SOUZA, T. 0 elenco homogeneo e emotivo de 1983. Jomal do Brasil, Rio de Janeiro, 23 de dezembro
de 1982.
TATIT, L. A canrfio, eficdcia e encanto. Sao Paulo, Atual, 1987.
TINHORAO, J. R. Hist6ria social da musica popular brasileira. Lisboa, Caminho, 1990.
______ , M risica popular um tema em debate. Sao Paulo, Edit ora 34, 1997.
______ , Pequena hist6ria da musica popular (da modinha a canrao de protesto). Petr6polis,
Vozes, 1974.
TUPY, D. Camavais de guerra: o nacionalismo no samba. Rio de Janeiro, ASB Arte Gnifica e
Edit ora, 1985.
QUEIROZ, M. I. P. 0 carnaval brasileiro.: o vivido eo mito Sao Paulo, Brasiliense, 1992.
VALLE, J. N. & ADAM, J. N. G. Linguagem e estruturarfio musical. Curitiba, Cacique, 1986.
V ALEN(:A, R. Carnaval, pra tudo se acabar na quarta-feira. Rio de Janeiro, Relume Dumara -
Colec;:ao Arenas do Rio, 1996.
_____ , Palavras de purpurina. Niter6i, Disserta.;:ao de Mestrado - Universidade Federal
Fluminense, 1982.
_____ & V ALEN(:A, S. Serra, Serrinha, Serrano: Imperio do samba. Rio de Janeiro, Jose
Olympio, 198 I.
VASCONCELLOS, F. Imperio Serrano: primeiro decenio, 1947-1956. Rio de Janeiro, [s.n.], 1991.
VICENTE, E. Musica e disco no Brasil: A trajet6ria da indristria nas decadas de 80 e 90. Tese
apresentada a Escola de Comunica.;:ao e Artes, da Universidade de Sao Paulo, como exigencia
parcial, para a obten.;:ao do titulo de Doutor no curso de Comunicac;:5es. Sao Paulo, Universidade de
Sao Paulo, 2001.
VIEIRA, L. F. Sambas da Mangueira. Rio de Janeiro, Renan, 1998.
VIM"NA, H. 0 misterio do samba. Rio de Janeiro, Jorge Zahar/ UFRJ, 1995.
305
VIANNA JUNIOR, H. P. A descoberta do samba: musica popular e identidade nacional. Rio de
Janeiro, UFRJ, 1994.
Outras fontes
Internet: http://odia.ig.corn.br/sites/caruaval2002/escolas de samba2.htm
Regulamento dos desfiles das Escolas de Samba- 1952
Organizac;:ao dos Desfiles - Conselho Superior das Esco1as de Samba - 1970
Julgamento das Escolas de Samba- 1976 (RIOTUR)
Roteiro para o Julgamento das Escolas de Samba- 1984 (RIOTUR)
Roteiro para o Julgamento das Escolas de Samba- 1987 (RIOTUR)
Criterios de Julgamento dos Quesitos -1991 (LIESA)
Julgamento dos Desfiles das Escolas de Samba dos Grupos de Base- 1994 (LIESA)
Criterios de Julgamento dos Quesitos - 1995 (LIESA)
Regulamento do carnaval1996- LIESA
Regulamento do carnavall997- LIESA
Regulamento do carnavall998 - LlESA
Regulamento do caruaval1999- LIESA
Manual de Jurados- Caruavall999- LIESA
Manual de Jurados- Caruaval2001 - LIESA
Regulamento do caruaval 2002 - LIESA
Mapa de Notas 1968 a 2003 -Dept. Cultural LIESA
306
Top Related