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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Programa Regional de Pós - graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente
Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
ALCIENE PEREIRA DA SILVA
QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia
Ilhéus, Bahia
2012
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ALCIENE PEREIRA DA SILVA
QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia
Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Subprograma Universidade Estadual de santa Cruz, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Orientadora: Prof.ª Dra. Cristina Setenta Andrade
Ilhéus, Bahia
2012
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S586 Silva, Alciene Pereira da. Qualidade ambiental e a saúde da população : estudo epi- demiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia / Alciene Pereira da Silva. – Ilhéus : O Autor, 2012. 160f. : il. ; anexos. Orientadora : Cristina Setenta Andrade. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvi- mento Regional e Meio Ambiente. Inclui bibliografia. 1.Qualidade ambiental – Canavieiras (BA). 2. Parasitoses intestinais – Canavieiras (BA). 3. Saneamento – Aspectos ambientais. 4. Parasitologia. I. Andrade, Cristina Setenta. II, Título. CDD – 363.7
20
ALCIENE PEREIRA DA SILVA
QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia
Ilhéus, Bahia, 24 de fevereiro de 2012
________________________________________ Dra. Cristina Setenta Andrade
Universidade Estadual de Santa Cruz (Orientadora)
________________________________________ Dr. Paulo dos SantosTerra
PRODEMA/ UESC
________________________________________ Dra. Maria Aparecida Araujo Figueiredo
Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
22
Agradecimentos
A minha mãe e meu irmão que sempre me apoiaram por mais
distantes que estejam.
Agradeço o carinho, paciência e prontidão do meu companheiro em
me mostrar o caminho certo das letras.
A Prof.ª Cristina Setenta pela confiança e palavras certas nos
momentos de indecisão.
Ao Prof. Max Menezes (em memória) por abraçar meu projeto e me
incentivar aos estudos.
A Nelia (em memória) que dedicou seu precioso tempo analisando
centenas de exames simplesmente por amizade.
A todos os profissionais da saúde da Atenção Básica de Canavieiras,
principalmente Enfermeiros e ACS.
Meus agradecimentos a equipe PRODEMA em particular Maria e
Prof. Salvador Trevizan pelo apoio constante.
E sempre a Deus por me dar algo chamado oportunidade.
23
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ACS – Agentes Comunitários de Saúde Av. - Avenida BA – Bahia CV- Coeficiente de variação EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento EMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento ESF – Equipe de Saúde da Família ETA - Estação de Tratamento de Água Fc – Razão de variância FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente FUNASA - Fundação Nacional de Saúde FV – Fonte de variação GL – Graus de liberdade GPS - Sistema Global de Posicionamento (Global Positioning System) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. MS – Ministério da Saúde OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS – Organização Pan-americana de Saúde PNAD - Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNPS – Política Nacional de Promoção da Saúde Pr > Fc – Probabilidade maior que a razão de variância PS – Promoção da Saúde PSF - Programa Saúde da Família QM – Quadrados Médios RESEX - Reserva Extrativista SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica SIS – Sistema de Informação em Saúde SMS – Secretaria Municipal de Saúde SRH – Superintendência de Recursos Hídricos SIG - Sistema de Informação Geográfica SIH - Sistema de Informações Hospitalares SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SQ- Soma dos Quadrados SUS - Sistema Único de Saúde UBS - Unidade Básica de Saúde UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz UNEB- Universidade do Estado da Bahia USF – Unidade de Saúde da Família
24
LISTA DE QUADROS
Página Quadro 1. Nº de famílias cadastradas, Canavieiras, 2011. 58
Quadro 2. Nº de indivíduos sorteados para amostragem, Canavieiras, 2011. 59
Quadro 3. Divisão da zona urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011 65
Quadro 4. Número total de domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
79
Quadro 5. Número de domicílios com abastecimento de água no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
79
Quadro 6. Número de domicílios com tratamento da água nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
79
Quadro 7. Número de domicílios de acordo com o destino dado ao lixo nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011
82
Quadro 8. Número de domicílios de acordo com o destino dado às fezes e urina no município de Canavieiras - Bahia, 2011
84
Quadro 9. Sexo da população da amostra no município de Canavieiras - Bahia, 2011 88
Quadro 10. Ocupação da população amostral no município de Canavieiras - Bahia, 2011. 89
25
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. Mapa de localização do município de Canavieiras, Bahia, Brasil. 49
Figura 2. Visão aérea da ocorrência humana nos manguezais, 2010. 51
Figura 3. Vista aérea do núcleo central da zona urbana, Canavieiras - BA, 2010. 54
Figura 4. Vista aérea da zona urbana (setor oeste) de Canavieiras - BA, 2010. 55
Figura 5. Vista aérea da Ilha de Atalaia (setor leste) de Canavieiras – BA, 2010. 56
Figura 6. Vista aérea de ocupações recentes (setor norte) de Canavieiras – BA, 2010. 57
Figura 7. Mortalidade infantil 1996-2009,Canavieiras - BA. 58
Figura 8. Mapeamento da área urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011. 66
Figura 9. Vista aérea do Bairro Centro e Birindiba, Rio Cipó, trecho de Mangue Bairro Atalaia e o Oceano Atlântico, Canavieiras- Bahia, 2011.
67
Figura 10. Vista parcial do Bairro Birindiba, Canavieiras – Bahia, 2011 68
Figura 11. Frente da UBS do Bairro Sócrates Rezende, Canavieiras - Bahia, 2011. 68
Figura 12. Vista parcial Bairro Centro e trecho de mangue em Canavieiras, 2011. 69
Figura 13. Vista parcial da Rua da Areia no Bairro Tancredão, Canavieiras – Bahia, 2011. 70
Figura 14. Vista aérea do Bairro João Fonfom e Cidade Nova, Canavieiras – Bahia, 2011 71
Figura 15. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Birindiba, Centro (Módulo 1) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 16. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes do bairro Sócrates Rezende (Módulo 02) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 17. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 18. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros João Fonfom e Cidade Nova (Módulo 4) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 19. Distribuição percentual do tipo de água consumida pelos habitantes Módulos 1, 2, 3,4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
81
Figura 20. Distribuição percentual do destino do lixo gerado pelos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
83
Figura 21. Ocorrência de infecção parasitária por destino do esgotamento sanitário doméstico no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
84
Figura 22. Distribuição percentual do nível máximo de escolaridade dos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
86
Figura 23. Propaganda em pedra pintada, Bairro: Centro, Canavieiras, 2012. 102
26
LISTA DE TABELAS
Página Tabela 1. Ocorrência de parasitose em moradores dos Módulos: 1, 2, 3, 4, município de Canavieiras – Bahia, 2011.
72
Tabela 2. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação ao tipo de água consumida pelos moradores no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
80
Tabela 3. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação a faixa etária em moradores no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
87
27
LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES
Página
Anexo 1. Parecer Consubstanciado – Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/ UESC) 96
Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 96
Apêndice 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (se menor de idade) 99
Apêndice 3. Formulário de coleta de dados 101
Apêndice 4. Analise estatística dos dados pelo teste de Tukey. 102
28
SUMÁRIO
Resumo xii Abstract xiii 1. INTRODUÇÃO 17 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Qualidade Ambiental e a Saúde da População 21
2.2. Interdisciplinaridade, Sustentabilidade Ambiental e Saúde
24
2.3. Saúde da População, Condições Ambientais o Espaço Urbano
27
2.4. Aspectos Básicos sobre Parasitologia 41 3. METODOLOGIA
3.1. Universo 47
3.2. População em Estudo 57
3.3. Amostragem 58 3.4. Variáveis 58
3.5. Instrumentos de Pesquisa e a Coleta de Dados 59
3.6. Análise dos Dados 61
4. RESULTADOS 4.1. Divisão da cidade por módulos 65 4.1.1. O Modulo 01 66 4.1.2. O Modulo 02 68 4.1.3. O Modulo 03 69 4.1.4. O Modulo 04 70 4.2. Ocorrência de parasitos em suas condições ambientais específicas
71
4.3. Caracterização do Saneamento Básico em Canavieiras 78 4.3.1. Água de Consumo 78 4.3.2. Destino dos resíduos sólidos 82 4.3.3. Esgotamento sanitário doméstico 84 4.4. Parasitologia e Aspectos Socioambientais em Canavieiras 85 4.4.1. Escolaridade 86 4.4.2. Faixa etária 87 4.4.3. Sexo e ocupação 88 5. DISCUSSÃO 90 6. CONCLUSÃO 99 7. REFERÊNCIAS 103 ANEXO 113 APÊNDICES 114
29
RESUMO
Este estudo analisa a relação entre a ocorrência de parasitoses e condições
ambientais em Canavieiras, Bahia, Brasil. Especificamente, busca-se mapear a
ocorrência de parasitos na zona urbana do município, bem como caracterizar as
condições ambientais do saneamento básico comparando áreas de maior
ocorrência de parasitos e suas condições ambientais específicas. Trata-se de um
estudo epidemiológico, individual –observacional – transversal. Os dados primários
foram coletados por meio do exame coprológico e os secundários, obtidos por meio
do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) coletados através da “Ficha
A” da família cadastrada na Estratégia Saúde da Família. Seccionou-se a cidade
em quatro módulos através do Sistema de Informação Geográfica, consoante o
Sistema Municipal de Saúde para apresentar discussões sobre a ocorrência de
parasitos em condições de saneamento básico e os aspectos socioambientais da
zona urbana. O estudo apontou a positividade dos exames parasitológicos acima
de 90% em todos os setores de Canavieiras e, uma homogeneidade na ocorrência
de parasitoses no contexto da cidade como um todo, tendo o Ascaris lumbricoides
presente em mais de 50% da população e o Trichuris trichiura infectando quase
metade de toda população amostral. Desta forma, percebe-se que a situação de
saúde não é um atributo inerente aos grupos sociais às unidades espaciais em si
mesmos, e sim uma decorrência da relação de grupos sociais com o território e o
ambiente onde se vive.
Palavras–chave: parasitose, saneamento básico, qualidade ambiental.
30
ABSTRACT
This study examines the relationship between the prevalence of parasitic diseases
and environmental conditions in the city of Canavieiras (Bahia State,
Brazil). Specifically, intents here to map the prevalence of parasites in the urban
area, as well as to characterize the environmental conditions of sanitation
comparing areas with the highest occurrence of parasites and their specific
environmental conditions. The methodology used is basically epidemiological and
quantitative, with two different analytical approaches: one based on prevalence, and
another based on cross-sectional studies with a perspective characteristic of
ecological design with operational typology. We used primary and secondary
sources, verifying the statistical significance using the Tukey test. The primary data
were collected by stool tests, obtained through the Information System of Basic
Care (SIAB), collected through the "Form A" of the family registered at the Family
Health Strategy. The city was divided into four modules through the Geographic
Information System, according to the Municipal Health System and so discussing on
the prevalence of parasites in basic sanitation and environmental aspects of the
urban area. One of the most important aspects identified in this study was the
relatively high number of positive parasitological examinations in all sectors of
Canavieiras City, and although the study point to a differentiated rate of
contamination between the suburbs and the new neighborhoods, and the central
districts and more old, is remarkable homogeneity in the prevalence of parasites in
the context of the city as a whole, showing the inseparability between the use of
natural resources and health risks to local residents, regardless of family
income. Thus, it is clear that the health situation is not an attribute inherent in social
groups or units of space in itself, but a result of the relationship of social groups with
the territory and environment where we live.
Keywords: parasitosis, sanitation, environmental quality, Canavieiras City, Brazil.
31
1. INTRODUÇÃO
São estreitas as relações entre qualidade ambiental e saúde da população.
Nesta interface entre o biológico e o cultural – sendo o homem o agente decisivo
de alterações do espaço que repercutirão na sua própria qualidade de vida –, tem-
se uma ampla discussão no campo teórico, numa arena inter e multidisciplinar em
que atuam conjuntamente biólogos, cientistas sociais, ecólogos, geógrafos e
profissionais de saúde (MINAYO, 1999, 2002 e 2006).
Com efeito, a qualidade ambiental e sua relação com a saúde vêm sendo
discutidas no Brasil por diversos autores na busca de estabelecer discursos que
construam nexos interdisciplinares e intersetoriais e que avancem no sentido da
implementação de políticas mais eficazes e eficientes relativas ao planejamento
territorial, às ações e aplicabilidade de saneamento e aos efeitos da degradação
dos recursos naturais na população humana (DIEGUES 1987, 2004 e 2008).
Atualmente o país vive a proposta de formação de reservas ecológicas como
dispositivo de manutenção da diversidade biológica. Este processo tem levado
pesquisadores a enfatizar a necessidade de valorização de espaços regionais, bem
como, identificar a relação direta da saúde da população com os princípios básicos
para sustentabilidade ecológica, social, política e econômica (AKERMAN, 2006;
DIEGUES, 2001; SABROZA, 2001).
Este estudo se propõe a contribuir para o incremento das pesquisas sobre
qualidade ambiental e saúde, explorando, sob o ponto de vista epidemiológico, a
32
análise da consistência nas relações de bio-agentes patogênicos e o homem como
hospedeiro, com a sua resistência e suscetibilidade dadas pelas condições
ambientais que disponibiliza.
Nesse sentido, este trabalho tem como questão central: a inexistência de
fossa pública na zona urbana de Canavieiras (IBGE, 2009); as infecções
parasitárias serem a maior causa de mortalidade (IBGE 2007 e 2009) e o
escoamento do esgotamento sanitário doméstico ser jogado diretamente no
mangue e no rio do entorno da cidade. A partir deste problema geral três hipóteses
foram testadas na zona urbana da cidade baiana de Canavieiras:
H1. As infecções e as verminoses intestinais, que são as principais causas de mortalidade em Canavieiras (IBGE, 2007 e 2009), têm ocorrências diferentes em zonas distintas da cidade de Canavieiras. H2. Os locais onde existe inadequada disposição de lixo doméstico, construção de casas sobre lagos e lagoas aterradas com lixo, inexistência de fossa pública e esgotamento sanitário indevido no mangue que margeia os rios na zona urbana da cidade tem ocorrência parasitológica estatisticamnete significativa pois são fatores decisivos para a disseminação de doenças parasitárias.
Assim, tendo-se como objetivo geral analisar a relação entre a ocorrência de
parasitoses e condições ambientais em Canavieiras – BA, nesta investigação
trabalhou-se com os seguintes objetivos específicos:
1. Mapear a ocorrência de parasitos no município de Canavieiras – Bahia;
2. Caracterizar as condições ambientais do saneamento básico no município de Canavieiras – Bahia.
3. Comparar áreas de maior ocorrência de parasitos e suas condições ambientais específicas;
Desse modo, considerando a saúde como o resultado do equilíbrio dinâmico
entre o indivíduo e o meio ambiente (DUBOS, 1995) e os fatores de caráter médico
e socioambiental enquanto componentes de um sistema integrado, o terreno de
investigação propiciou estabelecer nexos entre a ocorrência de parasitose na
população humana (doença de cunho particularmente ambiental), a degradação
ambiental, as condições de saneamento básico e as dinâmicas socioculturais locais
(FREITAS, 2000; HELLER, 1997; LUDWIG et al, 1999; VISSER et al, 2011).
33
As razões de se ter utilizado o município de Canavieiras como local de
estudo devem-se ao fato de que a cidade compõe uma reserva ecológica (IBAMA,
2006), cuja terça parte da sua população é formada por pescadores ou
marisqueiros, com ocupações relacionadas diretamente à disponibilidade e
consumo direto de recursos naturais locais.
A partir da urbanização do município, em meados dos anos 1980, com o
declínio do cacau e a migração de agricultores para a zona urbana, a atividade
antrópica tem alterado dramaticamente a paisagem ecológica local. Espaços que
antes eram lagoas foram transformados em lixão e posteriormente loteados para
conjuntos habitacionais como também áreas de restinga transformaram - se em
condomínios de veraneio. Como enfermeira de uma USF, inquietava-me a grande
quantidade de resultados parasitológicos positivos, além de, o município apresentar
as infecções parasitárias como as principais causas de mortalidade (IBGE, 2007 e
2009).
Sobre a análise de questões relativa à salubridade ambiental, a pesquisa
epidemiológica vem contribuir no exame de ocorrência de endemias vinculadas ao
meio ambiente, como no tocante ao potencial de promover o aperfeiçoamento de
condições mesológicas favoráveis ao gozo de saúde e bem estar de uma estrutura
urbana com uma das maiores áreas contínua de manguezais do Estado da Bahia
(BRASIL, 1995; SCHAEFFR-NOVELLI et al.,1986).
Nesse contexto, este trabalho pretendeu, partindo-se de uma metodologia
epidemiológica, definir os nexos entre a degradação ambiental e o predomínio dos
parasitos Ascaris lumbricóides, Trichuris trichiura, Ancilostoma spp, Giardia
lambeia, Hymenolepis nana, Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis,
Taenia spp, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica e Enterobius Vermicularis na
zona urbana da cidade de Canavieiras (sul da Bahia).
34
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Qualidade ambiental e a saúde da população
Este trabalho se utiliza do conceito de ambiente como o resultado das
relações complexas entre o homem e os recursos naturais dentro dos
ecossistemas e emprega o termo qualidade ambiental para descrever condições
que possam exercer efeitos nocivos ou benéficos sobre o bem estar físico, mental
e social de uma população humana (MILLER, 2008; BRASIL, 2002a).
Neste contexto, desde Hipócrates de Cós (460-370 a.C) que já se reconhece
a aproximação da noção de saúde com o estado de normalidade das funções
orgânicas, conjugadamente ao equilíbrio entre o homem e o ambiente, uma vez
que já se considerava a incidência dos fatores ambientais na saúde humana,
observando-se, por exemplo, relações como a origem das águas e a frequência de
enfermidades conforme as estações do ano, denotando-se nas explorações
empíricas ligadas à medicina a convergência entre saúde e ambiente (FRIAS,
2004).
Este nexo saúde - ambiente foi novamente cenário relevante a partir dos
séculos XVI e XVII com a Teoria dos Miasmas, que concebia a transmissão das
doenças pelo ar e pelos odores. Apesar de a teoria miasmática ter sido
hegemônica até meados do século XIX, a crescente urbanização da Europa,
seguida da Revolução Francesa, fizeram crescer os movimentos que atribuíam à
condição de vida e ao trabalho papéis importantes no aparecimento de doenças, e
o ambiente passa, então, a adquirir um caráter predominantemente social.
35
Contudo, na metade do século XIX – no começo da era microbiana ou
bacteriológica – a teoria miasmática de doença seria relegada a um segundo plano
e, junto com ela, a importância do ambiente físico e social. Torna-se neste
momento, a ênfase na concepção biológica da doença, dissociando
temporariamente o estudo das relações do ambiente socialmente construído com a
saúde e qualidade de vida das pessoas (BARATA, 1990).
Foi apenas com o incremento das atividades produtivas, a partir do final do
século XIX, que a interação entre saúde e desenvolvimento tornou-se mais
evidente, notadamente com a triplicação da população mundial e o crescimento da
produção industrial em cinquenta vezes, considerando-se que, efetivamente, as
melhorias das condições de saúde não avançaram no mesmo ritmo (TORLONI,
1992; FREITAS, 2002).
O século XX experimentou, com o forte incremento demográfico, o crescente
consumo de produtos e serviços e a ampliação exponencial das atividades
produtivas em um processo de forte interdependência econômica, com o
consequente aumento das desigualdades sócio-espaciais e um crescente
desequilíbrio ecológico (FREITAS, 2002).
Dessa forma se faz necessário inserir o conceito de gerenciamento geo-
ambiental e dos recursos naturais num marco mais amplo, para que a importância
do desenvolvimento sustentável seja visualizada dentro de um contexto
intersetorial, considerando que o uso dos recursos ambientais deve respeitar a
manutenção dos processos vitais dos ecossistemas em benefício das gerações
atuais e futuras (DIEGUES, 1987; AUGUSTO, 2003).
A destruição do ambiente e a exterminação de espécies não são fenômenos
novos que começaram durante a Revolução Industrial, eles simplesmente foram
acelerados. Os povos pré-industriais exterminaram espécies, danificaram seus
ambientes e prejudicaram sua existência durante milhares de anos causando a
extinção direta de espécies e destruição de habitat envolvendo também poluição do
ar e do solo e mudanças no clima (FREITAS, 2002).
Para Minayo (2002) a degradação da natureza, considerando o
desenvolvimento das sociedades humanas primitivas até a atualidade, e a forma de
explorar os recursos, tem influência decisiva na qualidade de vida das pessoas.
36
Coloca ainda que as problemáticas que relacionam comportamento humano e
ambiente não podem ser negligenciadas, visto ser o homem diferenciado nas
inúmeras culturas de sociedades espalhadas por todo o mundo.
Concorda-se com Porto (2002) quando conceitua saúde da população não
apenas como um estado de ausência da doença, mas sim, uma ação de
entendimento dos processos que propiciam aos seres humanos em seus vários
níveis de existência e organização (pessoal, familiar e comunitário) atingir certos
objetivos nos valores das sociedades e seus vários grupos sociais. Deste ponto de
vista o conceito de saúde possui uma dimensão ética, social e cultural irredutível,
sendo objeto de negociação e luta permanente dentro da sociedade, dependendo
de como os valores, interesses e conflitos se relacionam.
Portanto, consolidar e interconectar elementos da qualidade de vida e da
qualidade ambiental voltados para o fomento à participação qualificada da
comunidade sobre processos de saúde e doença passa a ter um peso maior que o
simples estudo de barreiras físicas entre o homem e os agentes patógenos, não
excluindo a responsabilidade do poder publico em oferecer condições de vida
através de serviços de saúde equânimes e de boa qualidade (MINAYO, 1999).
Assim, situações de transformações ambientais e demográficas, criação de
grandes centros urbanos, fluxos migratórios, incorporação desordenada de
tecnologias sem um desenvolvimento social correspondente e as oportunidades de
interação entre áreas geográficas são as que mais favorecem o aparecimento de
doenças (DIEGUES, 2001; FREITAS, 2002; MINAYO, 2002).
2.2. Interdisciplinaridade, Sustentabilidade Ambiental e Saúde
O tema ambiental surgiu como um esforço para formular propostas que
estreitasse a relação saúde e ambiente pela primeira vez na Agenda Mundial em
Estocolmo, na Conferência das Nações Unidas, em 1972, e se concretizou no
relatório denominado Nosso Futuro Comum (1987) quando é apresentado o
conceito de desenvolvimento sustentável (MINAYO, 2006).
Em 1992, na conferência mundial Rio-92 realizada no Rio de Janeiro – Brasil
elaborou-se um documento denominado Agenda 21, que estabeleceu a
37
importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a
forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os
setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas
sócio-ambientais.
Os tópicos do capítulo seis da Agenda 21 estão voltados para as
necessidades de atendimento primário da saúde da população e seu nexo com os
objetivos do desenvolvimento sustentável que demandam esforços intersetoriais
para que se concretizem melhorias ambientais e sócio-econômicas que abrangem,
entre outras, a educação, a habitação, obras públicas e grupos comunitários.
Além da dimensão ecológica, tecnológica e econômica o desenvolvimento
sustentável tem também uma dimensão cultural e política. As populações devem
ser efetivamente integradas na elaboração e execução dos planos de
gerenciamento do ambiente. Percebe-se assim, a necessidade de participação
democrática dentro de um estilo de desenvolvimento que possibilite a tomada de
decisão quanto aos tipos e formas de uso dos recursos naturais.
Segundo Freitas (2002), sustentabilidade é a capacidade dos diversos
sistemas da Terra, incluindo os sistemas culturais, de sobreviverem e se
adaptarem às condições ambientais em mudança conservando o capital natural do
planeta, ou seja, os recursos e serviços naturais que mantém o homem e outras
espécies vivas e que dão suporte às nossas economias.
Desta forma, para se caminhar em direção a sustentabilidade é necessário,
também, entender quais são os componentes e qual a importância do capital
natural e da renda biológica que o ambiente proporciona, pois sustentabilidade
significa sobreviver com uma determinada renda biológica sem exaurir ou degradar
o capital natural existente, contudo, ao usar recursos renováveis mais rápido do
que a natureza consegue renová-los, o mais recorrente é a degradação do capital
natural (DIAS, 2002).
Há, portanto, uma diferença entre o ‘uso sustentado dos recursos’ e o
‘desenvolvimento sustentado’, sendo este último um conceito mais amplo, de
caráter eminentemente de escolha de estilos e padrões de desenvolvimento
(DIEGUES, 2001).
38
Assim, ao mesmo tempo em que o conceito de desenvolvimento sustentado
se baseia nas potencialidades e vocações naturais dos ecossistemas, pressupõe
uma repartição equitativa dos benefícios do crescimento econômico, possibilitando
o gerenciamento do processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o
direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e
as mudanças institucionais se dirijam à satisfação das necessidades das gerações
presentes sem comprometer o horizonte de possibilidades das gerações futuras
(MILLER, 2008, DIEGUES, 2008).
Desse modo, o desenvolvimento sustentado deve focar os meios de
subsistência duradouros que minimizem a destruição dos recursos naturais e a
degradação ambiental, sem causar, entretanto, uma desestruturação cultural. É o
fruto de uma interação entre os sistemas naturais e socioeconômicos que
envolvem a satisfação das necessidades básicas de saúde, alimento, água,
energia, habitação, educação, independência e liberdade em nível nacional e
individual e manutenção dos sistemas biológicos, que são à base de toda a vida
(MINAYO, 2002 e 2006).
O conceito de sustentabilidade implica mudança de atitude tanto no âmbito
individual quanto coletivo, além de transformações nos processos de produção e
de consumo. Para tanto se faz necessário desencadear todo um processo de
discussão e comprometimento de toda a sociedade. Essa necessidade de
mudanças tornam o desenvolvimento sustentado um processo a ser
constantemente avaliado e implementado precisando abranger também a
necessidade de conexão das ciências tanto físicas quanto sociais (DIAS, 2002)
Segundo Artigas (2004), já se tem critérios estabelecidos em experiências
democráticas de implementação da sustentabilidade ambiental as quais podem ser
utilizadas como paradigmas, porém os resultados obtidos da participação popular
devem fundamentar as decisões estatais, pois é certo que, a única maneira de
alcançar o desenvolvimento sustentável das cidades decorrerá da efetiva gestão
partilhada do poder público com soluções conjuntas para solucionar os problemas
advindos da complexidade urbana, mormente aqueles que afetam o ambiente
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
39
Neste contexto, Werneck-Neto (2004) ressalta que a espécie humana em
sua singularidade, na interação com o local onde vive, necessita enriquecer a
concepção teórica e representar com mais fidedignidade a relação com o ambiente
através da cultura. As atitudes do homem enfrentam dificuldades no cálculo de
quanto poderia ser retirado dos recursos ambientais de forma sustentável e a
realidade demonstra que o poder público não vem implementando de forma efetiva
os instrumentos que viabilizam a participação popular.
Apesar da idéia de que o alcance dos objetivos preconizados pela
Constituição brasileira e pelos Tratados internacionais necessite de significativa
participação popular na sua gestão para que se alcance o ambiente
ecologicamente equilibrado, constata-se que a população está desinteressada no
que concerne aos interesses coletivos e ao dever de tomar parte ativamente na
atividade estatal (OLIVEIRA, 2007).
Para Tambellini et al (1998), os valores impostos ao espaço – tanto no que
se refere ao aspecto social quanto ao territorial – no relacionamento entre as
sociedades e o ambiente alterado tomam múltiplas dimensões ao ser humano,
assim, mesmo que o entendimento sobre as diversidades do ambiente seja
pertinente às ciências naturais, outras áreas precisam obrigatoriamente integrar-se
a esta questão.
Ao que se refere à saúde pública, Porto (2002) coloca que esta ciência não
pode mais conceber a visão do mundo natural sem a integração e intervenção dos
conhecimentos oriundos da possibilidade de ação interdisciplinar. A epidemiologia,
segundo o autor, trouxe a importância da probabilidade científica enquanto outras
áreas de conhecimento resistem ao desafio de vislumbrar a saúde humana de
forma diferenciada e ampla.
Da mesma forma, a relação da saúde com o ambiente também provoca a
necessidade de rever estudos e propostas em diversas áreas de conhecimento, no
sentido de impulsionar o desafio na busca de um paradigma de saúde livre dos
moldes da medicalização dos sistemas assistenciais predominantes.
A urbanização desordenada, o aumento populacional e a ocupação de áreas
naturais anteriormente não ocupadas são situações comuns nos municípios
brasileiros. Trata-se de uma ação antrópica que desestrutura os ecossistemas
40
locais e promove a aproximação do homem com agentes patógenos
desconhecidos. Este contexto abre um rol para a ampliação e utilização do
conhecimento oriundo de diferentes áreas profissionais, auxiliando na orientação
das práticas de saúde conforme as características de cada comunidade
(DIEGUES, 1987; 2001).
O patrimônio natural é produto das relações de populações passadas com o
ambiente. E as marcas da presença humana no espaço em que habita podem ser
de naturezas diversas, tanto materiais como imateriais. Neste sentido, muitos
biólogos e ecólogos ainda concebem os sistemas ecológicos como algo
desconectado das atividades humanas que se passaram em diversas escalas de
tempo. Há, portanto, a necessidade de se incluir o legado da atividade humana
como parte do enfoque ecológico nas investigações epidemiológicas e assim, não
se limitar a interpretar a estrutura e funcionamento de determinado espaço a partir
de um ponto de vista exclusivamente biológico (OLIVEIRA, 2007; SILVA, 2008).
2.2.1. Reservas Ecológicas Extrativistas e as Zonas Costeiras
No contexto de adequação e interação homem-ambiente verifica-se, a partir
do artigo 60 da Lei 9985 de 2000, a criação de reservas ecológicas extrativistas,
onde uma estrutura biofísica se torna objeto de proteção específica, pelo seu valor
ecológico ou pelo sua exposição a riscos naturais. Assim, uma reserva extrativista
caracteriza-se por sua restrição publica e nela é aplicado um regime de gestão
territorial especial que se estabelece por um conjunto de condicionantes à
ocupação, uso e transformação de seus recursos naturais (ARTIGAS, 2004).
Desta forma, pode-se definir reserva extrativista como uma área utilizada por
populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de
pequeno porte, e tem por finalidade proteger os meios de vida e a cultura dessas
populações assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade
territorial (SÃO PEDRO, 2004). Uma reserva extrativista tem por objetivos:
Proteger os recursos naturais;
41
Resguardar sistemas e processos biofísicos que asseguram bens e
serviços ambientais imprescindíveis ao desenvolvimento das atividades do
ser humano;
Reduzir e prevenir os efeitos da degradação como inundações e erosão;
Contribuir em uma ampla reflexão sobre as tendências e os desafios atuais
da qualidade ambiental (BRASIL, 2006a).
As áreas de preservação permanente inseridas no meio urbano,
desaconselháveis à ocupação humana, geralmente coincidem com áreas de risco.
Existe a necessidade de preservação dessas áreas que se justifica, também, pelas
importantes funções ambientais que elas exercem nas cidades e, caso estejam
degradadas, devem ser restauradas de modo a retornar ao mais próximo possível
das suas características originais (SCARLATO e PONTIM, 1999).
Neste contexto as áreas costeiras estão sujeitas a pressões urbano-
industriais sem precedentes na história. Em muitas regiões, os mangues foram
aterrados para criação de infra-estrutura urbana e turística; em outra, cortaram-se
as árvores do mangue para a plantação de arroz ou criação de peixes e camarões.
Além disso, elas são administradas por instituições variadas, com pouca
coordenação e como resultado, ecossistemas costeiros essenciais estão sendo
destruídos, antes que um planejamento adequado seja formulado e implementado
(ARTIGAS, 2004).
As zonas costeiras não formam um bioma único no sentido dado pelos
biogeógrafos, mas sim vários ecossistemas (mangues, recifes de coral, etc.), com
muitas características comuns encontradas nas zonas costeiras espalhadas pelo
mundo. Cerca de 80% da população mundial vive nas ou próximo às zonas
costeiras, rios e estuários que alimentam essas zonas que, apesar da alta
produtividade, têm recebido pouca atenção (DIEGUES, 2001).
As regiões litorâneas e costeiras do Brasil apresentam uma multiplicidade de
ecossistemas extremamente produtivos sob o ponto de vista de recursos naturais
renováveis. Entre eles se destacam os ecossistemas estuarinos, de manguezais,
recifes de corais, planícies inundáveis, dentre outros. Esses recursos renováveis,
em particular os pesqueiros e florestais, asseguram a sobrevivência de uma
população humana importante (DIEGUES, 2004).
42
Os ecossistemas litorâneos e costeiros são habitats de grande parte dos
recursos marinhos brasileiros, pois são áreas de criação, refúgio permanente ou
temporário de inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos capturados
pela pesca industrial e artesanal. Além disso, são habitats para inúmeras espécies
de aves residentes ou migratórias e animais importantes da fauna brasileira
(BRASIL, 1995).
As enormes pressões que atualmente suportam os ecossistemas litorâneos
brasileiros podem ser constatadas pelo fato de que mais da metade da população
do país vive a uma distância inferior a 60 km do mar, e parte significativa da
produção industrial também se realiza nessa área (DIEGUES, 2001).
As tendências de ocupação do litoral brasileiro e seus recursos mostram a
extrema gravidade da situação, pois a longo termo levarão os ecossistemas aí
existentes a exercerem uma única função: a de transporte de dejetos urbano-
industriais, podendo transformar-se em verdadeiros desertos biológicos costeiros
(DIEGUES, 2004).
É imperativa a elaboração de políticas definidas para a utilização do espaço
costeiro dentro de um projeto de desenvolvimento sustentado respeitando ao
máximo suas vocações naturais. Como este espaço costeiro está em processo
rápido de ocupação por grandes interesses econômicos, é evidente que o processo
de planejamento e gerenciamento costeiro se reveste de um caráter
eminentemente político (DIEGUES, 2001, 2004; BRASIL, 1995).
Fundamental, então, que o Estado tenha um projeto de regulamentar o uso
deste espaço levando em conta as vocações naturais desses ecossistemas tendo
em vista a produção de alimentos (pesca, maricultura, policultura litorânea),
preservação ambiental, recreação e a melhoria de condição de vida das
populações humanas que aí vivem.
No entanto, tendo em vista as suas contradições, a ação do Estado não é
suficiente. É necessário, para além das gestões governamentais, que as
populações que vivem tradicionalmente do uso dos recursos costeiros façam-se
ouvir, considerando a urgência da proteção do que resta do patrimônio natural,
cultural e histórico (ARTIGAS, 2004).
2.3. Saúde da População, Condições Ambientais o Espaço Urbano
43
O espaço geográfico é uma determinada porção localizada da superfície
terrestre, constituída de águas correntes e estanques, solo, clima, fauna e flora
ocupada, modificada e organizada por uma população estruturada, tendo a
paisagem como seu reflexo.
O aspecto do espaço geográfico segundo Santos (1988) é resultante:
De condicionantes físicos, químicos e morfológicos formadores do
espaço abiótico;
Do dinamismo da biota da flora e da fauna existente no lugar;
Do homem em sua atuação para suprir suas necessidades sociais e
econômicas;
Considera-se, portanto, que o ser humano compõe um ambiente com
propriedades morfológicas, físicas, químicas e biológicas próprias, e que pertence
a uma população cujos hábitos, valores e crenças podem condicionar suas ações,
até interferir nas características de outros grupos e em outros contextos.
Levando-se em consideração que os fatores classificados como “artificiais”,
isto é, deflagrados pela ação humana, também se inscrevem no contexto
ambiental, nos questionamentos epidemiológicos “onde e quando acontecem
determinados agravos” poderiam ser substituídos por “em que tipo de ambiente
acontece determinados agravos”.
Segundo Schmidt (2007), alguns autores ainda se equivocam no que tange
à urbanização, quando atribuem à componente demográfica uma proeminência
desproporcional em relação a outros fatores igualmente importantes. Assim, na
urbanização, tempo e espaço ganham relevo, porquanto inexoráveis.
Dito de outra forma, a urbanização está emoldurada pela história e pela
geografia, que assumem características individualizadas e globalizantes à
superfície da terra. Portanto, concorda-se que a urbanização é processual e
multivariada, cujos componentes se desdobram em:
1) surgimento e desenvolvimento de uma dada rede urbana, fruto da
interligação do sistema produtivo, da distribuição e do consumo;
2) crescimento físico-estrutural das cidades, com diversos graus de
dinamismo ou desenvolvimento do processo;
44
3) transformações ou mudanças sociais e econômicas (espaciais e não
espaciais), impulsionadas por modernizações tecnológicas e científicas nos
setores da produção industrial, serviços e intercâmbio comercial
Segundo esta visão processual da urbanização, é o crescimento
populacional – sujeito a cada um dos componentes acima indicados – que estimula
este processo, com graus variados de impactos sobre as cidades, dependendo do
contexto geográfico e das formas que assumem localmente os dispositivos de
produção e consumo.
Portanto, se a doença é uma manifestação do indivíduo, a situação de saúde
é uma manifestação do lugar (BARATA 2000). Um local urbano é o resultado de
uma acumulação de situações históricas ambientais e sociais que promovem
condições particulares para produção de doenças. É no espaço territorial que se
dão processos que envolvem o solo, o modo como se valoriza as condições
ambientais e os riscos das pressões da sociedade sobre o ambiente
(ROUQUAYROL, 2003; SCHMIDT, 2007).
Esta pressão da sociedade sobre o ambiente que vive pode ser verificado
pela urbanização acelerada e desordenada, reflexo do desenvolvimento capitalista
e da industrialização, que vem reforçando a degradação ambiental. É um processo
motivado pelo modelo de desenvolvimento econômico, que leva ao uso predatório
dos recursos naturais. Esse desenvolvimento não foi acompanhado pelo
crescimento e melhoria da infra-estrutura que contribuem para a qualidade de vida.
Nesse contexto, se insere as cidades que produzem e consomem os
recursos naturais, concentrando os problemas de degradação, ocasionados, pelo
inadequado gerenciamento dos recursos que o ambiente natural fornece ao
homem, mediante a ocupação do solo sem os cuidados com a infra - estrutura
urbana (SILVA, 2007).
Afirma Maricato (2001) que a deficiência dos serviços e infra-estrutura
urbanos entre eles saneamento problemático, drenagem inexistente e dificuldade
de abastecimento de água são algumas das condições que levam a precarização
da vida em que se insere a temática ambiental, visto ser o ambiente, parte
45
integrante do ser humano e sua degradação causa prejuízo em todos os setores da
sociedade.
Segundo Barcelos (2002) uma das questões importantes para o diagnóstico
de situações de saúde é o desenvolvimento de indicadores capazes de detectar e
refletir os riscos à saúde advindos de condições ambientais. Uma das noções mais
elementares que se vem difundindo sobre o espaço é similar ao conceito utilizado
na matemática, e o desenvolvimento de técnicas de estatística espacial e de
análise de redes têm incentivado esse tipo de abordagem espacial para estudos
em saúde.
Desta forma o uso da categoria espaço na análise de situações de saúde
não se limita à mera localização de eventos de saúde, isso porque o lugar confere
a cada elemento constituinte do espaço um valor particular. As potencialidades e
limites do uso do espaço nessas análises decorrem da diversidade de seus
próprios conceitos e conteúdos, pois o espaço é, ao mesmo tempo, produto e
produtor de diferenciações sociais e ambientais, processo que tem importantes
reflexos sobre a saúde dos grupos sociais envolvidos.
Para Czeresnia et al (2000), a ideia de circulação de agentes específicos no
espaço é fundamental para o desenvolvimento do estudo das doenças transmitidas
por vetores. A abordagem espacial pode explicitar elos capazes de integrar
elementos que alcançaram maior materialidade na compreensão da relação entre
espaço e ocorrência de doenças.
Esse processo envolve a valorização de regiões com melhores condições
ambientais e a desvalorização de áreas degradadas. Desse modo, uma cidade
“produz” o lugar dos ricos e dos pobres, bem como estabelece fluxos de circulação
de bens e serviços. Uma cidade é necessariamente heterogênea, resultado da
permanente ação da sociedade sobre a natureza.
Por outro lado, esse espaço produzido socialmente exerce pressões
econômicas e políticas sobre essa sociedade, criando condições diferenciadas
para sua utilização por grupos sociais. Dessa forma, o espaço “acumula” as
transformações ocorridas, num processo permanente de renovação, refletindo mais
seu passado do que propriamente o presente.
46
Para Rouquayrol (2006) o conceito de espaço em epidemiologia é basilar.
Os estudos epidemiológicos tradicionais abordam a categoria “lugar”, que,
diferenciado das características “tempo” e “pessoas”, constitui um dos seus
principais elementos de análise. Reconhece assim, que o estudo da distribuição
geográfica de determinada enfermidade é importante na gestão de determinado
local.
O enfoque espaço-região tanto pode ser concebido como uma realidade
concreta, construída ao longo de sua história, como ser objeto de criação
intelectual a partir de parâmetros estatísticos que a caracterizem em função de
objetivos preestabelecidos. Essa abordagem tem como principais pressupostos a
homogeneidade interna e a independência entre unidades espaciais de agregação
e análise de dados (SANTOS, 1988).
As sociedades humanas produziram uma segunda natureza por meio das
transformações ambientais oriundas do processo de trabalho. O conceito de
ambiente, do ponto de vista ecológico, envolve o espaço de reprodução das
espécies e a fonte de recursos para essa reprodução. Considerando-se grupos
humanos, este conceito é substituído pelo espaço socialmente organizado, ou seja,
onde se realizam processos econômicos e sociais (CZERESNIA, 2000).
Assim, a questão de como a degradação ambiental interfere na saúde e nas
condições de vida da população perpassa pela necessidade de considerar o
espaço territorial em que os atores estão inseridos e na formação do espaço
urbano que é feita muitas vezes de forma desigual, gerando a segregação, os
conflitos e as contradições, principalmente quando o ambiente urbano é constituído
pela migração campo-cidade originado pela busca da melhoria na qualidade de
vida (SILVA et al, 2007).
47
2.3.1. Saneamento Básico no Espaço Urbano
Entre 1830 a 1875, a saúde pública e o planejamento urbano foram
considerados uma mesma entidade (ROSEN, 1994). O saneamento urbano era a
única “saída” para o controle dos processos de transmissão das doenças infecto -
contagiosas decorrendo no processo de melhorias na qualidade (condições) de
vida nas cidades.
O saneamento tem sido compreendido como um conjunto de ações para
prevenir doenças e sua relação com ações de saúde adquire novo paradigma a
partir dos anos de 1970 com a promoção da saúde, onde o foco desloca-se da
doença para a qualidade (condições) de vida. A relação saúde-saneamento passa
a envolver variáveis sanitárias e aspectos culturais, sociais e econômicos (BRASIL,
2009).
O Plano Nacional de Saneamento Básico teve seu conceito cunhado na Lei
nº 11.445/07 e se refere ao conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas. Neste ínterim foi
elaborado o "Pacto pelo Saneamento Básico", onde Ministério do Meio Ambiente e
o Ministério das Cidades decidiram firmar o "Compromisso pelo Meio Ambiente e
Saneamento Básico" que consiste em um conjunto de ações em curso ou a serem
estruturadas para atingir metas intermediárias preconizadas pela Lei de
Saneamento Básico até o ano de 2020.
A aprovação desta lei que trata das diretrizes nacionais para o Saneamento
Básico e que dispõe sobre a política federal de Saneamento Básico, incorporou
alguns princípios do Sistema Único de Saúde, como a universalização dos
serviços, a integralidade das ações, a participação comunitária e o controle social,
o direito à informação e a intersetorialidade. A utilização de indicadores
epidemiológicos para o planejamento e avaliação de ações constitui um dos
dispositivos para integração das ações de saúde e saneamento previsto pela Lei
11.445/07 (SANTOS 2007).
A interação entre estes dois campos de saber – Saúde e Saneamento –
implica na interdependência para implementar políticas publicas intersetoriais que
resolvam problemas públicos, pois, diferentemente da saúde, o saneamento tem
48
menos visibilidade pela sociedade de suas práticas e de seu lugar institucional,
com menor capacidade de constituir a agenda pública (COSTA, 2003).
Por outro lado, segundo Silva et al (2007), no Brasil desde o movimento
sanitarista do início do século XX até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS),
o setor saúde tem desempenhado importante papel e influencia para a ampliação e
melhoria dos serviços de saneamento. O esforço de mapear os fatores de risco à
saúde relacionada com as condições ambientais e as inadequações dos serviços
de saneamento é um exemplo.
Outro fato histórico importante na evolução da relação saúde-saneamento foi
a iniciativa de classificar as doenças infecto-parasitárias em função de seu ciclo de
vida e de suas vias de transmissão (HELLER,1997). No entanto, se tem uma
resistência política na relação intersetorial entre estes setores para implementação
de ações que potencialize a universalização, a integralidade, a promoção da saúde
e o controle social (COSTA, 2003).
Assim, em relação ao saneamento na agenda do SUS, percebe-se que
existe uma retórica além da prática, uma vez que, apesar das ações de
saneamento serem consideradas historicamente como um dos elementos
fundantes da saúde publica (ROSEN, 1994), o enfoque da promoção em saúde
não é central, e o modelo biomédico de assistência ainda é hegemônico (COSTA,
2003).
Segundo Leff (2001) a degradação ambiental está diretamente associada à
deteorização das condições sociais nas quais se produzem e reproduzem novas
epidemias e doenças que são provocadas pelas inadequadas condições de
saneamento em que vivem as populações, como também pelos inadequados
serviços médicos de que a sociedade dispõe e pela falta de sistemas preventivos e
de atenção prioritária pela saúde da população.
2.3.2. Políticas públicas relativas à Saúde da População Brasileira
A Constituição brasileira de 1988, no artigo 225, diz todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
49
o dever de defendê-la e preservá-lo para presentes e futuras gerações (BRASIL,
1988).
Entre as décadas de 1960 e 1990 ocorreram mudanças importantes no
sistema de políticas públicas brasileiras que acompanhava o período do regime
militar numa ampliação das políticas sociais, através de um processo de
privatização de vários setores, dentre eles o da saúde. É neste contexto que a
previdência social passa a ofertar assistência médica aos seus segurados
fundamentalmente através da compra de serviços médicos do setor privado.
Ao mesmo tempo, a partir da década de 1970, vê-se um movimento de
setores da sociedade civil para a democratização da saúde, entendida como direito
universal garantido pelo Estado e sob controle público (TEIXEIRA, 1988). Nesta
década o discurso da Reforma Sanitária se constitui a partir de uma pequena
parcela de intelectuais universitários da área da saúde que propunham um sistema
de saúde único, fundamentalmente estatal, tendo o setor privado papel
suplementar, subordinado ao poder público descentralizado (PAIM, 2000).
Este movimento discutia a universalidade da atenção à saúde, procurando
superar a dicotomia entre assistência médica individual e ações coletivas de saúde.
Paim (1999) assinala ainda, que as idéias de priorização da atenção primária e o
reconhecimento da saúde como direito do cidadão e dever do Estado que
molduravam a reforma sanitária brasileira era também uma crítica a inadequação
da educação médica e a ‘medicina familiar’.
A Constituição brasileira de 1988 definiu a saúde como um direito social a
ser provido pelo Estado e reconheceu a determinação social no risco de adoecer e
sofrer agravos à saúde. Na Carta Magna vigente, a saúde é concebida, segundo o
princípio da igualdade, como um bem universal estendida a todos os cidadãos, que
deveriam ter acesso a serviços voltados para a promoção, manutenção e
reparação da saúde (MERHY, 2006).
No entanto, as ações nos sistemas de saúde são voltadas para ações
curativas, privilegiando uma medicina de alto custo, verticalizada, de baixo impacto
na melhoria da qualidade de vida da comunidade, e que não compreende ou não
considera adequadamente as dimensões socioeconômicas e culturais envolvidas
no processo de adoecimento e morte (MATOS, 2001).
50
É nesse contexto que se constrói a proposta do Sistema Único de Saúde
brasileiro onde, direito à saúde e à cidadania são as palavras de ordem, e seus
princípios fundamentais são: integralidade, universalidade, equidade e
intersetorialidade. Nos princípios do SUS, diante da situação brasileira em que
impera profunda desigualdade social (Relatório da Cúpula Mundial), o preceito de
igualdade para ser substancialmente aplicado exige o concurso de equidade
(SEVALHO, 1993).
Caso contrário, segundo o autor, dada a profunda heterogeneidade dos
padrões de reprodução social, o tratamento apenas igualitário significará, na
prática, a manutenção das dinâmicas sociais iníquas. Assim, o binômio
igualdade/equidade implica na noção da solidariedade entre os diversos segmentos
sociais, em que as ações estatais orientam-se pela transferência de recursos
financeiros e materiais.
A Lei 8.080/1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), tem
como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços sociais, entendendo que os níveis
de saúde da população expressam a organização social e econômica do país
(BRASIL, 1990a).
A Lei 8.142/1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área
as saúde. A descentralização é a característica norteadora da gestão do SUS,
conferindo não só maior racionalidade do sistema de saúde, mas também
valorização da criação de novos espaços institucionais de participação popular com
poder deliberativo dos segmentos organizados da sociedade (BRASIL, 1990b).
O SUS é o responsável pelo conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
Trata-se de uma forma de organizar as ações e os serviços de saúde do Brasil de
acordo com os princípios, diretrizes e dispositivos estabelecidos pela Constituição
da República e a Lei Orgânica da Saúde.
51
Neste contexto se tem a fundamentação legal para o desenvolvimento das
ações de atenção básica tendo como modelo estruturante o Programa Saúde da
Família, segundo disposições da (1) Constituição Federal de 1988, artigos 196 e
198; (2) Leis Complementares 8.080/1990 e 8.142/1990; (3) Normas Operacionais
do Ministério da Saúde do Brasil; e (4) Portaria Ministério da Saúde do Brasil nº
1.882, de 20/12/1997.
A Atenção Básica à Saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de
saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da
saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e
manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais
e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe,
dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em
que vivem essas populações (BRASIL, 2006b),
A Saúde da Família é uma estratégia da Atenção Básica para organização
dos Serviços de Saúde de acordo com os preceitos do SUS e tem como
fundamento possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de
qualidade e resolutivos. Assim, segundo Paim (1999) é importante diferenciar
Programa de Saúde da Família (PSF) de “medicina familiar”, pois o PSF insere-se
no escopo das políticas públicas de saúde e sua concepção abrange conteúdos
que integram, entre outros, aspectos relativos à modelo e prática assistencial e
formação de recursos humanos.
O PSF começou a ser implantado nos municípios brasileiros em 1994, com o
desafio de reorientar as práticas de saúde vigentes: o médico-privatista, de cunho
curativista e fundamentado no conceito biomédico de saúde e o sanitarista, com
enfoque nas ações preventivas, inspirado nos conceitos da Medicina Preventiva
(MATTOS, 2001).
Com o objetivo de produzir o cuidado integral em saúde o PSF precisa de
uma equipe multiprofissional com a particularidade de ter Agentes Comunitários de
Saúde (ACS) que são moradores das comunidades onde atuam, exercem suas
atividades no âmbito do território, têm a família como principal foco de atuação e
deve atuar segundo a concepção ampliada de saúde, portanto, relacionando saúde
52
a qualidade de vida, incluindo aí a qualidade do ambiente e ampliando o conceito
de integridade, pois incorpora ações de saúde a partir do ambiente (SILVA, 2008;
BRASIL, 1993).
A equipe da Estratégia da Saúde da Família (ESF) é o contato preferencial
dos usuários com os sistemas de saúde e orienta-se pelos princípios da
universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo, da
continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da
equidade e da participação social. Assim, caracteriza-se como começo preferencial
ao sistema de saúde, tem território delimitado de forma a permitir o planejamento e
a programação descentralizada e em consonância com o princípio da equidade
(BRASIL/MS, 1994; 1996).
Segundo a Organização Panamericana de Saúde (1990), o diagnóstico
realizado pelas equipes de Saúde da Família, através do processo de
territorialização, amplia os aspectos ambientais a serem observados, funcionando
como instrumento para a participação política da tomada de decisões no nível local,
sendo um espaço para a convergência das ações propostas pela Atenção Primária
Ambiental.
Num contexto mais amplo, cada território possui peculiaridades que dizem
respeito à organização social, conflitos e contradições locais, e as estratégias para
conduzir Sistemas de Saúde terão que se adequar a diferenças regionais. A
operacionalização deste tipo de sistema, corresponde à formulação e
implementação de uma política de saúde voltada para o desenvolvimento
governamental na atenção básica, seja através de serviços próprios ou em parceria
com organizações não-governamentais (SEVALHO,1993).
2.4. Aspectos Básicos sobre Parasitologia na Relação Qualidade
Ambiental e Saúde da População
A expansão do campo de investigação do ambiente incluiu estudos sobre
vetores e reservatórios de agentes, alargando as possibilidades de prevenção em
saúde. Esta ampliação do conhecimento sobre a transmissão de doenças ligadas
53
ao ambiente fez com que a teoria microbiana fosse complementada com os
estudos entomológicos e parasitológicos, conduzindo, assim, a realização de
esquemas que pudesse interagir agente – hospedeiro – ambiente influenciando na
ocorrência de doenças. Desse modo, a saúde passa a ser o resultado da interação
de inúmeros fatores ambientais, que ocorrem numa dinâmica constante,
influenciada pelo homem (SCHMIDT, 2007).
Para compreender a distribuição das doenças parasitárias nas
populações e no estudo dos determinantes do processo saúde-doença no âmbito
coletivo, as abordagens sociais e culturais são importantes, pois permitem
compreender os diversos aspectos do processo em si e identificar implicações
concretas sobre a eficácia dos procedimentos de controle sobre a efetividade dos
programas e políticas públicas de enfrentamento do problema.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1978), as parasitoses
intestinais humanas ainda são um agravo muito comum e sua distribuição
geográfica e ocorrência está associada a condições precárias de moradia, hábitos
inadequados de higiene, deficiência nutricional e falta de saneamento básico.
Assim, as parasitoses intestinais passam a ser endemias em locais que seus
gestores ainda não conseguiram promover políticas públicas que controlassem ou
eliminassem os principais agentes promovedores de altos índices de morbidade e
mortalidade em pessoas de todas as idades (CIMERMAN, 2002).
Em epidemiologia, o conceito de endemia tem dois sentidos distintos: um
que se aproxima das ideias de Hipócrates, que na Antiguidade usava o termo para
distinguir um grupo de doenças que apresentavam distribuição espacial específica,
relacionadas com as condições ambientais locais. E outro sentido, mais atual,
utilizado a partir do século XIX, quando houve a incorporação da estatística pela
epidemiologia, para o estudo da distribuição das doenças. Passou-se então a
utilizar a denominação de ocorrência endêmica para significar a ocorrência dentro
dos valores esperados, em contraposição à ocorrência epidêmica que é aquela que
ultrapassa os valores esperados (ALMEIDA-FILHO, 1999).
Além da qualidade de dados disponíveis, o deslocamento espaço-temporal
necessário ao uso da epidemiologia nos serviços de saúde e de saneamento exige
ainda instrumental adequado. No controle parasitológico, exige-se o conhecimento
54
da qualidade ambiental para entender o meio de disseminação e as características
das pessoas mais vulneráveis a contaminação (ROUQUAYROL, 2006;
ROUQUAYROL & FILHO N., 2003).
Segundo Barata (2000), as doenças endêmicas colocam muitos desafios
aos pesquisadores, mas principalmente aos responsáveis pela condução das
políticas de saúde e pelos programas de controle. As abordagens simplistas e
naturalizadas estão fadadas ao fracasso por não levarem em consideração
inúmeros aspectos sociais, culturais e comportamentais imprescindíveis à correta
compreensão da produção e distribuição de problemas de saúde.
Doença parasitária refere-se à presença no organismo humano de seres
vivos que se utilizam destes para sobreviverem. Estes organismos podem ser
protozoários ou helmintos. Os diferentes tipos de organismos podem numa
determinada pessoa causar infecção e em outra isso não ocorrer. Este fato pode
estar ligado não somente à capacidade deste agente em causar a infecção, mas
também à capacidade desta pessoa em estar suscetível à doença por boas
condições físicas (NEVES, 2005).
A simples presença do agente infeccioso no organismo humano, por si só,
não determina que este apresente a doença. No entanto, para que a doença se
instale é necessária sempre a presença deste agente. O estudo isolado dos
diferentes tipos de agentes causadores de infecção permite observar que alguns
tendem a localizar em certos órgãos e aí produzirem suas lesões, sempre
repetindo o mesmo quadro em diferentes pessoas (NEVES, 2005).
O motivo da preferência desses agentes por determinado órgão, muitas
vezes é inexplicado, mas, no entanto os sintomas permitem aos profissionais de
saúde identificá-los por serem sempre semelhantes em diferentes camadas da
população (Brasil, 2010a).
Os protozoários são animais unicelulares, ou seja, animais que possuem
uma única célula, mas que apesar do tamanho, conseguem realizar todas as
funções vitais. Eles podem viver isolados ou em colônias e dependendo do meio
em que se encontram, podem ficar na fase trofozoítica, também chamada de
nutrição, ou na fase cística, quando o meio ambiente não é favorável (vida latente
em forma de cisto) (BRASIL, 2010a).
55
As protozooses, quanto ao local onde se encontram no ser humano, podem
ser classificados, por exemplo, como protozooses intestinais, como é o caso das
amebas e giárdias, como protozooses sanguíneas, como malaria e leishmaniose e
como protozooses urogenitais, como a tricomoníase (CIMERMAN, 2002).
Os vermes, como são conhecidos vulgarmente, são parasitas do ser
humano, que apresentam ao contrario dos protozoários, várias células e, portanto,
uma complexidade em sua estrutura muito maior. Os seres humanos constituem os
hospedeiros primários (definitivos) na maioria das infecções helmínticas; em outras
palavras, os helmintos, em sua maioria, tem a sua reprodução sexual no
hospedeiro humano, produzindo ovos ou larvas que são eliminados do corpo e
infectam o hospedeiro secundário (intermediário) (BRASIL, 2010a).
Algumas infecções por helmintos (vermes) produzem principalmente
desconforto e não causam nenhum prejuízo significativo à saúde, por exemplo, os
oxiúros em crianças. Outras helmintíases, como as esquistossomoses podem
produzir grave morbidade. Em muitos países, sobretudo nas regiões tropicais e
subtropicais, quase toda a população nativa é infestada por ancilóstomos e/ou
outros helmintos, de modo que o problema do tratamento das helmintíases tem
grande importância prática (NEVES, 2005).
Os helmintos que parasitam o homem pertencem a diversas espécies
zoológicas e variam com respeito à estrutura, fisiologia, habitat no organismo
hospedeiro e suscetibilidade às drogas anti-helmínticas. Por isso é necessário,
antes de se instituir a terapêutica, identificar o verme responsável pela helmintíase,
pois cada tipo de infestação exige droga adequada e cuidados especiais (REY,
2001).
Os vermes parasitas podem ser divididos em dois grandes grupos principais:
Platelmintos (cestódeos e trematódeos) e Nematelmintos (nematódeos). Os
trematódeos são vermes não segmentados, com tubo digestivo contendo uma
única abertura, possuindo superfície mole, sem cutícula. Os cestódeos (tênias) são
vermes segmentados sem cavidade digestiva e absorvem seu alimento através da
superfície do corpo, que também é mole e sem cutícula (BRASIL, 2010a; NEVES,
2005).
56
Tanto os cestódeos como tramatódeos, com poucas exceções são
hermafroditas. Os nematódeos são cilíndricos e a superfície do seu corpo é
revestida por uma cutícula relativamente resistente e impermeável. Possuem tubo
digestivo com duas aberturas: oral e anal. São bissexuados. Quanto ao habitat no
organismo hospedeiro consideram-se duas grandes dimensões de importância
prática:
1. Vermes que vivem no interior do aparelho digestivo e que determinam as
chamadas “verminoses intestinais”;
2. Vermes que vivem no interior dos tecidos ou no sangue do hospedeiro,
causadores de moléstias às vezes muito graves como as esquistossomoses,
as filarioses e as triquinoses (CIMERMAN, 2002).
Os principais helmintos parasitas da espécie humana são:
Nematelmintos: Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Ascaris
lumbricóides, Trichocephalus trichiurus, Enterobius (oxyurus)
vermicularis, Strogyloides stercoralis, Wuchereria bancrofti, Trichinella
spiralis;
Platelmintos (cestódeo): Taenia solium, Taenia saginata,
Diphylobothrium latum, Hymenolepis nana;
Platelmintos (trematódeo): Schistosoma mansoni, Schistosoma
haematobium. Schistosoma japonicum (NEVES 2005; REY 2001).
Os helmintos parasitos do homem, muitos deles visíveis a olho nu, são
conhecidos e sua presença relacionada às moléstias que determinam desde
tempos remotos. Também drogas anti-helmínticas são há muito tempo conhecidas.
As helmintíases são universais em termo de incidência na população, porem em
climas tropicais e em países em fase de desenvolvimento, onde as condições de
vida são inferiores, essas parasitoses encontram um meio propicio para se
desenvolver e chegam a constituir um sério problema de saúde publica (BRASIL,
2010a).
O que se gasta com o tratamento e a incapacitação dessas pessoas,
constitui uma entrave ao desenvolvimento de qualquer país. A solução para
erradicação dessa doença é muito ampla e passa por melhoria da qualidade de
57
vida com água encanada, saneamento básico e orientar a população com
campanhas educativas (LOMBA,2006).
Doenças parasitárias e infecciosas com transmissões favorecidas pelo
ambiente são causadas por microorganismos que atingem o homem depois de
passar algum tempo na natureza, onde se processa sua adaptação e resistência as
condições ambientais diversas com origem num complexo conjunto de influencias
ambientais tais como: solo, água, clima, vegetais e animais (LOMBA,2006).
Agravos à saúde também apresentam modificações nas suas formas de
apresentação como resposta às novas condições. Vê-se assim, com uma incógnita
sobre a eficiência das estratégias de prevenção e controle que devem
corresponder ao dinamismo dos mecanismos envolvidos no equilíbrio saúde
humana - ambiente, pois vermes e bactérias, na natureza, aguardam o momento
oportuno para atingir o ser humano (SCHMIDT, 2007).
Considerando possível a completa eliminação de organismos parasitários,
eles procuram por brechas nas barreiras que protegem o ser humano contra as
infestações num mecanismo natural de sobrevivência, um reflexo incessante para
vencer as alterações e adaptações ambientais, que os tornam bem-sucedidos em
situações que representam risco. Algumas destas condições estão associadas
falhas dos sistemas de vigilância epidemiológica, ao controle insuficiente da
população de vetores e a deficiência de abastecimento de água e de saneamento
(NEVES 2005; REY 2001).
Assim, tem-se na complexa relação entre o homem, seu entorno ambiental e
as políticas públicas que regulam tal interação, uma das chaves para o
entendimento da ocorrência de parasitoses e, mais ainda, para o estabelecimento
de padrões de qualidade de vida, especialmente em relação à saúde e o bem estar
da população.
58
3. METODOLOGIA
3.1. Desenho do estudo
Segundo Rouquayrol (2003), a epidemiologia pode ser conceituada como a
ciência que estuda o processo de saúde-doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à
saúde e eventos associados à saúde coletiva.
Os principais objetivos da epidemiologia, conforme a Associação
Internacional de Epidemiologia são de proporcionar dados para o planejamento,
execução e avaliação de ações preventivas, de controle, que trate doenças e
estabeleçam prioridades; identificar fatores etiológicos na gênese de doenças e
descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações
humanas (MINAYO, 2006; PEREIRA, 1995).
59
É nesse sentido que este trabalho foi desenhado como uma pesquisa
epidemiológica com tipologia operativa, denominada individual – observacional –
transversal.
A escolha por esta abordagem justifica-se porque os estudos
epidemiológicos estão voltados para ocorrência de doença e de não-doença
abrangendo pessoas reunidas em coletividades, comunidades, grupos
demográficos, classes sociais ou quaisquer outros coletivos nos quais possamos
classificar os seres humanos. A ausência de saúde é estudada na epidemiologia
sob a forma de doenças infecciosas como, por exemplo, as parasitoses
(ROUQUAYROL, 2006).
Segundo Pereira, (1995) o estudo transversal também designado pontual ou
prevalência, representa a forma mais simples de pesquisa populacional, onde a
relação exposição-doença é examinada, em uma dada população ( zona urbana de
Canavieiras) em um dado momento (dia da realização do exame coprológico),
fornecendo assim um retrato de como as variáveis estão relacionadas, naquele
momento.
Assim, considerou-se neste estudo as parasitoses relacionado à saúde-
doença em nível coletivo, e utilizou-se da epidemiologia para distribuir a ocorrência
das infecções parasitárias segundo características representadas por uma ou mais
variável circunstancial, ligadas as condições de saneamento (destino do resíduo
sólido, do esgoto doméstico e as condições da água consumida), espaço
geográfico de moradia, ocupação profissional, idade e sexo.
Com a epidemiologia descritiva buscou-se enfatizar o processo de
caracterização das parasitoses com vistas a ações mais adequadas e efetivas
estudando a distribuição de frequência dos agravos em função do espaço
ambiental e populacional, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico
para demonstrar a desigualdade no risco de adoecer do município (BARATA,
2000).
Quanto à temporalidade do desenho, esta foi de caráter instantâneo, onde
se definiu a produção dos dados, em um único momento no tempo, como se fora
um corte transversal em observação. O posicionamento do investigador foi de
60
observar a realidade da forma mais metódica e acurada possível, com o mínimo de
interferência nas variáveis estudadas (ROUQUAYROL, 2006).
3.2. Local do Estudo
O município de Canavieiras, situado na mesorregião Sul Baiana, microrregião
Ilhéus-Itabuna, à latitude 15° 40' 30" S e longitude 38° 56' 49" O, apresenta, segundo
os dados mais recentes fornecidos pelo IBGE (2009), uma área de cerca de 1.376
km², distando 559 km da capital do Estado, limitando-se ao norte com Una, ao sul com
Belmonte, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com Santa Luzia.
Tem uma população de cerca de 32.300 habitantes, com uma densidade
populacional de 23,5 habitantes por km², PIB de aproximadamente R$ 120.241.000,00,
PIB per capita de R$ 3.257,59 por habitante e IDH 0,639, com uma taxa de
alfabetização em 73%, cuja população vive basicamente da mariscagem e da pesca
(IBGE, 2009).
Figura 1. Mapa de localização do município de Canavieiras, Bahia, Brasil. Fonte: IBGE, 2004 e SEI 2009.
A sede do município está numa altitude de 4 metros acima do nível do mar.
O clima é tropical úmido, a temperatura média anual é de 24,5 ºC, com período
61
chuvoso de abril a junho alcançando uma média anual de 1.600 mm/ano. Tem uma
topografia bastante plana, apresentando planícies marinhas e fluviomarinhas com
falésias mortas, pequenos maciços de morros e oiteiros e patamares interfluviais.
O resquício de Mata Atlântica predominante na região sul da Bahia, mais
especificamente no entorno da cidade de Canavieiras, é o mangue, sendo uma das
maiores áreas contínuas de manguezais do Estado, permeando 44 km litoral, em
uma área aproximada de 254 km². Nesta área encontra-se o mangue Mangue-Branco
(Laguncularia racemosa) e o Mangue-Vermelho (Rhizophora mangle L.) predominante
em todas as margens dos rios Pardo, Jequitinhonha, Salsa e Cipó que, juntamente
com o Oceano Atlântico banha a cidade. Além dos manguezais, existem áreas de
restinga, mata ombrófila e áreas úmidas.
Toda esta extensão está inserida no bioma de Mata Atlântica, conforme Decreto
Federal nº 750/ 93, em decorrência da presença de um conjunto de noventa e três
características fisionômicas da paisagem, do clima e edáficas.
Segundo a Fundação Nacional de Meio Ambiente (2004) apesar dos ecossistemas
que formam o território canavieirense estarem em bom estado de conservação, eles
ainda suportam pressões por atividades de usos conflitantes e de caráter predatório
como a especulação imobiliária, a prática irregular da atividade turística, a
carcinicultura, e a sobre pesca.
Recentemente houve um aumento da demanda de madeira de mangue em
áreas fora dos estuários para construção civil, invasão imobiliária, degradação por
despejo de dejetos sólidos e líquidos. Como conseqüência há diminuição dos
estoques de peixes, caranguejos, camarões que privam dos meios de subsistência
inúmeras comunidades humanas que vivem da exploração desses recursos
renováveis e diminui significativamente a qualidade de vida das pessoas que vivem
no seu entorno.
A ocorrência da presença humana nos manguezais ocorre quando os grupos
humanos ocupam áreas próximas aos mangues e seu entorno e utilizam-se deste
regularmente na extração de recursos ou quando fixam residência em construções
localizadas efetivamente dentro destas áreas (DIEGUES 2001; 2004).
62
Figura 2. Visão aérea da ocorrência humana nos manguezais, Canavieiras – BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente
A região estuarina próxima a sede municipal foi classificada como a área
com o menor estado de conservação, sendo que a comunidade de Atalaia
apresentou áreas de manguezal a serem recuperadas. Atualmente uma das
áreas conhecidas como mangue do Relógio está em plena recuperação, já a área
de pesca no manguezal conhecida como Antonio da Mata está necessitando de
um Plano de Recuperação de Área Degradada para que possa recuperar a sua
produtividade e características ecológicas (FNMA, 2004).
Canavieiras teve sua gênese como um povoamento da região Sul do atual
Estado da Bahia marcado dentro da divisão das capitanias hereditárias onde o
estado foi dividido em três em 1534. Uma delas, a Capitania de Ilhéus, doada a
Jorge Figueiredo Corrêa, que se estendia do estuário do Rio Jaguaripe até a Baía
de Todos os Santos, sul da ilha de Itaparica e por cerca de 50 léguas até o Rio
Jequitinhonha, entre os atuais municípios de Canavieiras e Belmonte (BAHIA,
2010)
Inicialmente se desenvolveu o cultivo de algodão e a exploração de pau-
brasil, que representavam as principais atividades econômicas do período. Logo
depois em 1535, com o objetivo de viabilizar o comércio da capitania, começaram a
63
surgir as grandes fazendas de engenho de açúcar as quais se tornariam
posteriormente as mais prosperas do país (IBGE,2009).
Os seis engenhos na capitania de Ilhéus em 1546 foram sucumbidos num
curto espaço de tempo devido aos conflitos políticos entre os próprios colonos. Em
1570 os engenhos já estavam completamente abandonados e parte da população
já tinha migrado para o norte e levando consigo as doenças tropicais e o desejo por
áreas produtoras de baixo custo ou com melhor infraestrutura comercial (BAHIA,
2010).
Com a estagnação da sede da capitania, a Vila de São Jorge dos Ilhéus,
houve intenso fluxo migratório para o baixo-sul permanecendo o restante da região
despovoada até o século dezoito quando se dá a reocupação da Capitania de
ilhéus devido à necessidade de abastecer Salvador com gêneros alimentícios. A
extração de piaçava e madeira também representou atividade importante no
período, criando um movimento de reocupação e dando origem às vilas de Cairú,
Boipeba, Camamú, Ituberá, Barcelos, Olivença, Maraú, Valença, Nilo Peçanha,
Taperoá e Canavieiras (MACHADO, 2007).
A Imperial Vila de Canavieiras foi originada da Vila de São Jorge dos Ilhéus,
e oficializada a partir da resolução provincial de 09 de maio de 1833 e instalada em
09 de setembro de 1833. Seu ciclo econômico corresponde ao próprio
desenvolvimento da lavoura do cacau que, embora não exista registro
comprobatório, segundo moradores atuais, datam do século dezoito (BAHIA, 2010).
Conforme nota do jesuíta Joaquim da Silva Tavares, as sementes do cacau
para as primeiras plantações foram trazidas da Província do Pará. As sementes
foram plantadas em 1746, às margens do rio Pardo, na fazenda chamada
Cubículo, próximo à sede do atual município de Canavieiras. De Canavieiras, por
volta de 1752, o cacau foi levado para Ilhéus. O processo de exportação iniciou
entre 1860 e 1890 e já representava 20% das exportações do Estado (BAHIA,
2010).
A organização do processo e a formação do conteúdo mercantil atraíram
rapidamente fluxos populacionais principalmente do sertão. O cultivo do cacau era
realizado em Canavieiras nos trechos de mata localizados ao longo do Rio Pardo e
em vales que sempre seguiam um curso de algum rio. A consolidação e
64
implementação da lavoura cacaueira durante metade do século vinte provocou e
mudança no conteúdo que atingiu os pequenos centros litorâneos, que deixaram
de ser apenas núcleos de pescadores e produtores de farinha ou aguardente
(MACHADO, 2007).
Até meado da década de 1970, o cacau alimentou a economia local e
Canavieiras ficou conhecida como “a princesinha do sul” dada à riqueza gerada
pelo cacau e este quadro manteve-se estável até os anos de 60 do século vinte. No
inicio da década de 1980, o município busca alternativas para a retomada do
desenvolvimento e a atividade pesqueira voltou a ser uma fonte importante de
rendimentos (S E I ,2010).
A crise da lavoura cacaueira na década de 1980 fez a economia de
Canavieiras diversificar para o cultivo do outros produtos agrícolas e da pecuária.
Esta alteração provocou o êxodo de população rural para áreas urbanas,
desencadeando mudanças na situação habitacional, de serviços básicos e de
saneamento (MACHADO, op. cit).
O comércio de Canavieiras possui empresas de polpa, de defumação de
camarão, panificadoras, carpintarias, mercenárias, serralheria e confecção de
estofados. O comercio atacadista se distribuem entre depósitos de piaçava,
bebidas, cerealista, venda de alumínio e de gás GLP. O varejo visa atender a
necessidade local com atendimento centrado nas áreas de alimentação,
vestuário, higiene, bebidas e material para construção (IBGE, 2009).
Atualmente Canavieiras é formada por dois setores urbanos: o núcleo inicial
e suas áreas de expansão e a Ilha de Atalaia que tem ocupação mais recente e
voltada para atividade turística com implantação de pousadas, cabanas e casas de
veraneio.
O núcleo histórico se desenvolveu a partir do porto às margens do rio Pardo,
paisagem marcada por casarios do século dezenove, ocupando faixas de terra
firme e áreas alagadiças e de manguezais. Este vetor de crescimento se manteve
até meados dos anos quarenta do século vinte, estabelecendo um desenho urbano
que gera vias largas e com arborização central, que é uma das características da
cidade (BAHIA , op. cit).
65
Figura 3. Vista aérea do núcleo central da zona urbana, Canavieiras - BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2010
Esta área é a mais antiga e também considerada a mais nobre, onde está
inserido o centro histórico e residencial, com algumas casas de estilo europeu. Este
núcleo municipal, segundo informações colhidas na sede da EMBASA (2010),
possui 100% de rede hídrica e todas as casas tem rede de esgoto canalizado para
fossas publicas ou privadas.
Um segundo vetor de crescimento deu-se ao longo da ligação rodoviária
com o interior, em direção oeste, acompanhando parcialmente o traçado original,
onde se concentra a maioria dos loteamentos privados, implantados a partir do final
dos anos oitenta e década seguinte.
66
Figura 4. Vista aérea da zona urbana (setor oeste) de Canavieiras - BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente
A localização das praias em Canavieiras fica na Ilha de Atalaia e teve sua
urbanização implementada a partir de 1983 com a inauguração da ponte que faz a
ligação com a cidade. Próximo a ponte ficam as pousadas e mais ao norte as
cabanas de praia e casas de veraneio, ao sul fica a vila de pescadores de Atalaia.
A ocupação da ilha se dá entre o mar e o mangue e não obedece a legislação
vigente em relação às Áreas de Proteção Permanente.
A Reserva Extrativista do Sul da Bahia a qual Canavieiras é a sede, foi
originada através do decreto de 5 junho de 2006 através da Lei 9.980. Possui mais
de 100.000 hectares e abrange as cidades de Canavieiras, Belmonte e Una. De
acordo o art. 18 do decreto de lei que dispõe sobre a criação da Reserva
Extrativista, esta tem o objetivo de proteger os meios de vida da população
extrativista residente na área de sua abrangência e assegurar o uso sustentável
dos recursos naturais da unidade.
67
Figura 5. Vista aérea da Ilha de Atalaia (setor leste) de Canavieiras – BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente
A tubulação hídrica nesta região é precária e o esgotamento sanitário em
quase totalidade, exceto algumas pousadas, vão para o mar. A EMBASA (2010)
não tem números relativos para oferecer devido a quantidade de áreas invadidas.
Canavieiras com suas grandes faixas de praia e de manguezais que
permeiam os estuários fazem parte da zona turística Costa do Cacau. Devido
investimentos de empresários estrangeiros e incentivos fiscais oferecidos pela
Prefeitura do município e do governo estadual, o turismo vem se desenvolvendo
nas últimas décadas. Empreendimentos baseados no modelo de enclave (grandes
hotéis e estabelecimentos como o Hotel Transamérica) estavam previstos para
ocupar mais de 14 km de litoral até o decreto da Reserva Extrativista.
A ocupação urbana no setor norte foi promovida quase totalmente pela
Prefeitura Municipal com assentamento de conjuntos habitacionais para a
população de baixa renda, fugindo, em alguns casos, do traçado básico que
caracteriza a cidade. Outras formas de ocupação vêm ocorrendo como as
espontâneas, que pontualmente aparecem em quase todos os setores,
principalmente em áreas de manguezais em aterros.
68
De acordo informações colhidas na sede da EMBASA (2010), nesta parte da
cidade existe água encanada em 100% das residências. Quanto à rede de esgotos
80% tem e utilizam, os 20% restantes, ou não tem devido suas residências estar
localizadas em áreas de difícil acesso como em invasão de áreas de mangue e
lagoas, (ex. bairros Cidade Nova, João Fonfom e parte do Centro) ou tem e não
utilizam por terem aterrado as fossas alegando mau cheiro proveniente delas em
época de chuva ex. o bairro Sócrates Rezende.
Figura 6. Vista aérea de ocupações recentes (setor norte) de Canavieiras – BA, 2010.
Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Nestes últimos dez anos o sistema de saúde municipal buscou mudanças no
modelo de assistência com a implantação de 9 Unidades de Saúde da Família na
zona urbana e fortalecimento do hospital (Quadro 1). Cada uma dessas Unidades
da família é responsável pela produção de cuidado em uma determinada área de
abrangência.
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Quadro 1. Nº de famílias cadastradas, Canavieiras, 2011.
Equipe Saúde da Família (ESF) Famílias Acompanhadas
Birindiba 657
Cidade Nova 642
Centro – I 839
Centro – II 1.058
João Fonfom 741
Sócrates – I 665
Sócrates – II 552
Tancredão 657
Talma Cajueiro 1.142
TOTAL 6.953
Fonte SIAB, 2011.
3.3. População e Amostra
Segundo IBGE (2009) a população do município de Canavieiras tem cerca
de 32.300 habitantes, estando no perímetro urbano uma população estimada em
25.901 habitantes. No ano de 2011 o município tinha 80% de cobertura da Atenção
Básica em Saúde. Assim, o universo do estudo amostral foi composto por 20.720
pessoas, das mais variadas faixas etárias residentes e cadastradas nas áreas de
abrangência das Unidades Básicas de Saúde da zona urbana do município de
Canavieiras, Bahia.
O estudo foi realizado com a população da área abrangência - nove
Unidades de Saúde da Família (USF) - implantadas na zona urbana do município
de Canavieiras, Bahia, Brasil. Os agregados geográficos são os territórios que
compõem os bairros denominados: Birindiba, Cidade Nova, Centro I e Centro II,
João Fonfom, Sócrates I e Sócrates II e Tancredão.
70
O tamanho da amostra retirada de cada Unidade Básica de Saúde (UBS),
calculado de forma estratificada, considerou a população total de cada área de
abrangência da UBS, ou seja, quanto maior o número de pessoas cadastradas
maior a amostra retirada dos cadastros da UBS. Os participantes da amostra foram
definidos a partir de sorteio simples e aleatório, realizado após a elaboração de rol
numerado de moradores por área.
O estudo foi composto pela população residente - e cadastrada há no
mínimo três meses - nos territórios das áreas de atuação destas Unidades Básicas
de Saúde. Se a casa sorteada não contemplasse estes parâmetros era realizado
novo sorteio para seleção de uma nova casa na mesma área de abrangência da
Unidade de Saúde.O número total amostral foi calculado a partir da fórmula abaixo:
n ═ Z². p. q. N
e² (N-1)+ Z². p. q
Sendo:
N═ Tamanho da população (20.720)
n ═ tamanho da amostra
Z ═ nível de confiança escolhido (1,64)
P e q ═ proporções de ocorrência (0,5)
e ═ erro para os parâmetros (5%)
q ═ 1- p
Ao final 264 indivíduos foram selecionados para compor a amostra (Quadro 2)
Quadro 2. Nº de indivíduos sorteados para amostragem, Canavieiras, 2011.
ESF
INDIVÍDUOS
Birindiba 19
Cidade Nova 28
Centro – I 25
Centro – II 27
João Fonfom 23
Sócrates – I 40
Sócrates – II 29
Tancredão 32
Talma Cajueiro 41
TOTAL 264
Fonte: dados da pesquisa
71
3.4. Variáveis
O efeito de interesse ou variável dependente foi a negatividade ou
positividade de parasitose intestinal (Ascaris lumbricóides, Trichuris trichiura,
Ancilostoma, Giardia lambeia, Hymenolepis nana, Schistosoma mansoni,
Strongyloides stercoralis, Taenia solium e Taenia saginata, Entamoeba coli e
histolytica e Enterobius Vermicularis) apresentado no resultado do exame
coprológico.
As variáveis independentes foram: água de consumo (direto do cano, direto
do rio/poço, fervida ou filtrada); destino dos resíduos sólidos ( se enterra, queima,
coleta publica ou joga em munturo), e de esgotamento sanitário da casa ( se joga
direto no solo ou usa fossa publica/particular). As variáveis independentes para
efeito do estudo socioeconômico são: ocupação, grau de instrução ( fundamental,
médio, graduado/pós, não se aplica para pessoas sem escolaridade alguma) e
idade.
3.5. Instrumentos de Pesquisa e a Coleta de Dados
Os procedimentos foram levados a cabo de acordo com a Resolução 196/96
do Conselho Nacional de Saúde, com a assinatura do termo de consentimento livre
e esclarecido da população estudada, e aprovado sob o protocolo 422/2010 em 27
de novembro de 2011 do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Santa Cruz.
Primeiramente utilizou-se o Sistema de Informação Geográfica (SIG) para
mapear a área do estudo empírico, considerando que a cidade de Canavieiras está
localizada numa área de reserva ecológica (RESEX) e que, por isso, torna-se
relevante o uso do SIG como instrumento de pesquisa, para possibilitar manipular
uma grande quantidade de dados ambientais.
O SIG foi criado pelo governo canadense na década de 1960. Ele grava,
armazena e analisa as informações sobre os elementos que compõe a superfície
da terra. Um SIG pode gerar imagens de uma área em duas ou três dimensões,
representando elementos naturais junto a elementos artificiais.
72
O SIG como instrumento metodológico foi utilizado para mapear os bairros e
ocupação do solo, sendo projetados para aceitar dados de uma grande variedade
de fontes, incluindo mapas, fotografia de satélites, textos impressos ou estatísticos.
Ele converte os dados geográficos em um código digital e é programado para
processar as informações e, em seguida, obter as imagens.
Os dados ambientais necessitam de georeferenciamento e do respectivo uso
de técnicas que permitam o cruzamento e a análise de informações territorialmente
espacializadas. Neste sentido, o uso do SIG tornou-se uma ferramenta poderosa
que, atrelada ao uso de outros softwares de mapeamento, permitiu não somente
maior rigor e precisão nas analises, mas também permitiu a atualização periódica
desses dados num pequeno intervalo de tempo (SILVA & ZAIDAN, 2007; SANTOS,
2007).
Para o mapeamento georeferenciado foi utilizado o programa Mapcatolog
para confecção dos mapas. Nesse sentido, seccionou-se a cidade em quatro
módulos: Módulo 1 - Birindiba, parte do Centro e Atalaia; Módulo 2 - Sócrates
Rezende; Módulo 3 - Tancredão e parte do Centro da cidade; Módulo 4 - João
Fonfom e Cidade Nova.
Foi solicitada previamente à Secretaria de Saúde de Canavieiras a
concessão do uso do laboratório municipal de análises clínicas e a participação
voluntária dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Enfermeiros, Técnico
laboratorial e Bioquímico e comunicado ao Conselho de Saúde Local.
Empregou-se o método de sedimentação espontânea ou método de
Hoffman. Trata-se de um método geral, microscópico, qualitativo, pouco
dispendioso, capaz de identificar larvas, ovos e cistos de parasitos. Este método
permitiu, quando necessário, que as fezes ficassem sob refrigeração por até três
dias antes de serem analisadas (REY, 2001).
Valeu-se de dados de fontes primárias e secundárias. Os dados primários
foram obtidos através do resultado do exame coprológico e os dados secundários
obtidos através do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB, 2010),
alimentado continuamente pelas Equipes de Saúde da Família (ESF) de
Canavieiras.
73
Para coleta dos exames coprológicos foi entregue cinco frascos de coleta
para cada uma das 264 pessoas em 165 domicílios. Os participantes ou
responsáveis eram instruídos sobre o procedimento, e de que os exames só seriam
realizados em, no mínimo, três amostras de cada indivíduo.
Para a obtenção dos dados necessários à pesquisa, primeiramente foram
agendados encontros com as equipes dos PSF para apresentar o projeto (cada
equipe separadamente). Em seguida, novos encontros foram realizados com a
equipe do laboratório de análises clínicas.
Em seguida, foram realizados os sorteios das casas através da ‘Ficha A’ dos
moradores nas unidades de saúde e logo depois o pesquisador em companhia do
ACS responsável fizeram as incursões às micro - áreas, para solicitar participação
dos moradores sorteados e a entrega dos potes de coleta de material etiquetado
com nome, endereço e data de entrega no laboratório.
Da amostra de 264 indivíduos que receberam os potes de coleta, foram
excluídos: seis amostras de residências que não compareceram ao laboratório no
dia agendado, três amostras de residências que levaram apenas uma ou duas
amostras de fezes e uma amostra de residência que levou os potes de toda família
(cinco pessoas) com a etiqueta de identificação retirada.
Os dados secundários foram obtidos por meio da “Ficha A” do Sistema de
Informação da Atenção Básica (SIAB), que contém dados epidemiológicos
demográficos, econômicos e ambientais das famílias cadastradas na unidade
territorial adstrita. Estas fichas estão impressas em um envelope e dentro deste
envelope guarda-se os prontuários medico, odontológico e de enfermagem.
Estas ficha A são preenchidos pelos Agentes Comunitários de Saúde no
momento da visita domiciliar, atualizados mensalmente e arquivados na recepção
das Unidades de Saúde por ordem de numeração das casas. No dia a dia as
informações epidemiológicas contidas na “Ficha A” são utilizadas para identificar as
condições atuais de vida do morador, além de ser um instrumento de trabalho para
os trabalhadores de saúde que estão dentro da unidade de saúde como médico,
enfermeiro, odontólogo e técnico de enfermagem.
Em termos operacionais para este estudo, foi desenvolvido um formulário de
planilha Excel, dividido em três grandes partes: identificação dos indivíduos,
74
resultado do exame coprológico e dado sócio – ambiental coletado da ‘Ficha A’ do
Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB (2010).
3.6. Análise dos Dados
Todos os dados coletados foram tabulados em planilha eletrônica e
submetidos à análise estatística, onde se realizou uma análise de variância
(ANOVA) seguida pelo uso do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Desta forma, no contexto empírico, foi possível verificar, com um grau de confiança
de 95%, a semelhança ou diferença significativa entre as ocorrências de
positividade e negatividade das parasitoses estudadas nos Módulos e entre os
Módulos, em que foi dividida a zona urbana de Canavieiras.
Teste de Tukey é um procedimento específico para comparação múltipla, em
que testa-se as diferenças entre as médias específicas seguindo uma análise de
variância. O teste de Tukey tem se mostrado eficiente nos procedimentos que
resultam em intervalos de confiança com mesmo tamanho para todas as diferenças
duas a duas com coeficiente de confiança de pelo menos 1- ,
sendo que quanto menor os intervalos, maior sua confiabilidade. Portanto, a
estratégia de Tukey consiste em definir a menor diferença significativa utilizando a
amplitude da distribuição studentizada (VIEIRA, 1999; MONTGOMERY, 2004).
Primeiramente realizou-se uma análise de variância para cada relação
parasito x módulo, ou seja, detectou-se inicialmente se há diferença nos valores
das médias obtidas de moradores infectados por um parasito nos diferentes
módulos. Assim, fez-se intuitivamente a seguinte pergunta: será que essas
diferenças encontradas nos valores de percentagem de moradores infectados é
casual ou realmente é devido as diferenças existentes nos módulos (padrões de
vida, sanamento, educação etc). Respondendo a indagação correspondente a
aceitação ou rejeição da hipótese nula.
Para verificar se as diferenças nas médias são casuais ou sofreram variação
devido as condições dos módulos foi preciso realizar a análise de variância
(ANOVA) para cada parasito isoladamente. Os parâmetros contidos no quadro da
75
análise de variância servem principalmente para o cálculo do Fc ( “F”calculado).
Assim, a ANOVA indica se há ou não diferença significativa entre as médias.
Entretanto, precisamos saber que diferenças são essas, quais tratamentos diferem
um do outro e neste contexto precisa-se do teste de Tukey.
Escolheu-se o teste de Tukey, devido sua versatilidade e apropriação para
testar todo e qualquer contraste entre 2 médias. Ele tem por base a diferença
mínima significativa representada por e calculado por:
O “q” da equação encontramos em Tabelas prontas em função do número
de médias testadas (= a quantidade de módulos) e do Grau de Liberdade do Erro
(Valor encontrado na ANOVA). O “s” é a raiz quadrada do Quadrado Médio do Erro
(Q.M. erro) também achado anteriormente na ANOVA. O “r” é o número de
repetições. As médias são representadas por letras, médias com diferença casual
terão a mesma letra. O programa utilizado foi o SISVAR, é gratuito, foi
desenvolvido na UFLA e é disponível em:
http://www.dex.ufla.br/~danielff/softwares.htm
r
sq
76
4. RESULTADOS
4.1. Divisão da Zona Urbana de Canavieiras por Módulos
O estudo da ocorrência de parasitos em condições específicas e suas
correlações com o saneamento básico e os aspectos socioambientais na cidade de
Canavieiras, parte da divisão territorial da cidade, consoante o Sistema Municipal
de Saúde.
A zona urbana da cidade foi dividida quatro módulos (Quadro 3), que se
distribuem espacialmente, conforme demonstrado na Figura 8.
Quadro 3. Divisão da zona urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
MMóódduullooss BBaaiirrrrooss
1 Birindiba, parte do Centro e Atalaia
2 Sócrates Rezende
3 Tancredão e parte do Centro da cidade
4 João Fonfom e Cidade Nova
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2011.
77
Figura 8. Mapeamento da área urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
Módulo 1
São compostos pelos bairros Centro1, Atalaia e Birindiba (Figura 9). Eles
estão situados em antigas áreas de mangue, margeando o leito do Rio Cipó que
foram se constituído entre os anos 1900 e 1940. É uma área residencial que conta
também com casas de veraneio. Na zona circunscrita ao Módulo 1 há três
Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis pela produção do cuidado em
saúde nos seus territórios de abrangência.
1 Parte do Bairro Centro está localizada no Módulo 1 e outra parte no Módulo 2, porque é um bairro bastante
extenso, com grandes diferenças no que diz respeito a densidade demográfica além do que, os PSF nos Bairros
da Birindiba no Módulo 1 e ao bairro Tancredão no Módulo2 tem fronteira territorial facilitando assim, a
divisão por módulos e a coleta de dados do estudo.
78
Figura 9. Vista aérea do Bairro Centro e Birindiba, Rio Cipó, trecho de Mangue Bairro Atalaia e o Oceano Atlântico, Canavieiras- Bahia, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
No Módulo 1, as residências, em sua grande maioria, jogam seus detritos no
leito do Rio Cipó, especificamente no resquício de Mangue que as margeia. Em
épocas de chuva, segundo moradores, quando o volume de água aumenta, é
comum que a água contaminada com o esgoto doméstico invada o quintal das
casas.
Note-se que ao mesmo tempo em que o esgoto doméstico é jogado no
mangue, é deste mesmo mangue que a população retira o marisco para consumo e
venda. Sendo este um fator de risco não só para infestação de parasitose como
também de outros agravos.
79
Figura 10. Vista parcial do Bairro Birindiba, Canavieiras – Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto
Módulo 2
Formado pelo bairro Sócrates Rezende (Figura 11). Este bairro antes de ser
um espaço residencial passou por diversas transformações. Originalmente ali
existiam lagos e lagoas que serviam para recreação da população local, depois
passou a ser o local onde era jogado o lixo da cidade (o lixão). Com o crescimento
da cidade, o lixo passou a ser jogado mais distante.
Figura 11. Frente da UBS do Bairro Sócrates Rezende, Canavieiras - Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto
Entre os anos 1990 e 2005 este território foi loteado e distribuído para
população. Moram neste bairro pessoas que se ocupam basicamente da pesca e
80
mariscagem, seguida da atividade doméstica. Muitos são ex-agricultores que, com
o declínio do cacau migraram par zona urbana.
Atualmente é um dos bairros mais populosos de Canavieiras e é atendido
por dois PSF (Sócrates Rezende I e Sócrates Rezende II). Este bairro é atendido
por duas creches, mas não tem escola nem praça pública. A drenagem pluvial é
precária, em épocas de chuva a situação se agrava com a água empossada nas
ruas, dificultando o acesso e provocando o risco de contaminação dos moradores
por parasitoses.
Módulo 3
O Módulo 3 circunscreve os bairros Centro parte mais antiga, povoada por
volta de 1900 (Figura 12), e Tancredão (Figura 13), bairro surgido em meado dos
anos 1950. Neste local encontra-se implantado dois PSF.
No centro comercial e no centro histórico e turístico da cidade todas as ruas
são pavimentadas e, segundo informações da EMBASA (2010), 100% dos
moradores têm água encanada. De acordo com a Secretaria de Administração
Municipal, 40% dos imóveis são residenciais e 10% destes, tombados como
patrimônio histórico sendo que uma pequena parcela destes é utilizada com fim
residencial ou comercial, e a maioria se encontra fechado ou mesmo abandonado
por seus donos.
Figura 12. Vista parcial Bairro Centro e trecho de mangue em Canavieiras, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
81
Já o bairro Tancredão (Figura 13), apesar da proximidade do centro, tem
uma configuração distinta. Constitui um dos bairros mais populosos de Canavieiras,
tem apenas a rua principal com saneamento básico e drenagem pluvial regular, as
demais ruas são bastante arenosas facilitando desta maneira o contagio de alguns
parasitas. O bairro não possui escola, apenas uma praça publica..
Figura 13. Vista parcial da Rua da Areia no Bairro Tancredão, Canavieiras – Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto
Módulo 4
Composto pelos bairros João Fonfom e Cidade Nova. Este setor foi povoado
nos anos 1980 e é basicamente residencial. Esta zona era anteriormente área de
mangue que foi paulatinamente aterrada para construção de residências. O
crescimento deste bairro sobre o mangue foi estagnado com a implantação da
RESEX, em 2006. Estes dois bairros contam cada um, com o serviço de dois PSF.
82
Figura 14. Vista aérea do Bairro João Fonfom e Cidade Nova, Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
Dos módulos estudados é o que tem a menor área coberta por saneamento
básico (SIAB, 2011). O acesso a algumas ruas só se dá através de jangada ou
pequenos barcos, e 100% das casas foram construídas sobre o mangue. O esgoto
doméstico é jogado no rio. Além destes fatores gerais para os dois bairros, no João
Fonfom os profissionais de saúde da equipe do PSF têm acesso restrito ao
território de abrangência devido ação de gangues armadas no local, ligadas ao
narcotráfico.
4.2. Ocorrência de parasitos em suas condições ambientais específicas
Na análise da ocorrência de parasitose por módulo, a partir do SIG foram
convertidos os dados geográficos em um código digital e programado para
processar as informações e, em seguida, obter as imagens para comparar áreas de
maior ocorrência de parasitoses e suas condições ambientais específicas. A partir
do georeferenciamento foi possível a análise de informações territorialmente
espacializadas. (SILVA & ZAIDAN, 2007; SANTOS, 2007).
A relação de parasitismo intestinal com a condição ambiental do local de
residência de um indivíduo, pode apontar para o reconhecimento da importância do
investimento na melhoria da saúde da população e seus ambientes como pré-
requisitos para um desenvolvimento local sustentável.
83
A Tabela 1 apresenta a ocorrência de parasitos verificados nos moradores
da zona urbana de Canavieiras, estes valores referem-se à porcentagem da
população amostral que estão infectados por algum tipo de parasito que pode ser
detectado por exame coprológico.
Tabela 1: Parasitose em moradores dos Módulos: 1, 2, 3, 4, Município de Canavieiras – Bahia, 2011.
Módulos 1
(n=66) 2
(n=56) 3
(n=65) 4
(n= 36)
Parasitos Moradores Infectados (%)
Strongyloides stercoralis 01,51 a 00,00 a 00,00 a 00,00 a Schistosoma mansoni 00,00 a 07,14 c 04,61 b 00,00 a
Taenia spp 00,00 a 00,00 a 00,00 a 02,77 b Trichuris trichiura 24,24 a 41,07 b 43,07 b 19,44 a
Ancilostoma duodenale 33,30 b 41,07 c 41,53 c 25,00 a Ascaris lumbricoides 51,51 a 60,71 b 67,69 c 83,33 d
Enterobius vermicularis 21,21 d 12,49 b 03,07 a 16,60 c Giardia lambeia 01,51 a 05,35 a 15,38 b 13,88 b
Hymenolepis nana 09,09 c 01,78 a 03,07 a 05,55 b Entamoeba coli 01,51 b 07,14 c 00,00 a 00,00 a
Entamoeba histolytica 24,24 c 03,57 a 18,46 c 11,11 b
Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05).
Observa-se que o Ascaris lumbricoides está presente em mais da metade da
população amostral de todos os módulos de Canavieiras. Sendo que os valores de
ocorrência encontrados para os diferentes módulos, diferiram significativamente ao
nível de 5%, verificando-se no Módulo 4 a maior ocorrência de Ascaris lumbricoides
dos módulos estudados.
A visualização conjunta da ocorrência de parasitoses referentes aos
respectivos Módulos (figuras 15 a 18) permite uma observação sistêmica e
comparativa entre eles, possibilitando verificar graficamente o percentual de
positividade de parasitos nos resultados dos exames coprológicos na amostra
populacional e a distribuição dos tipos específicos de parasitos em cada setor em
que foi dividida a zona urbana de Canavieiras.
84
.
Figura 15. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Birindiba, Centro (Módulo 1) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
Figura 16. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes do bairro Sócrates Rezende (Módulo 02) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
Figura 17. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
Figura 18. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros João Fonfom e Cidade Nova (Módulo 4) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
0 20 40 60 80
100
Tota
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loid
e…
Sch
isto
som
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Tric
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Hym
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Enta
mo
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Enta
mo
eba …
90,91
1,52 0,00 0,00 24,24 33,33
51,52
21,21 1,52 9,09 1,52
24,24
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valê
nci
a d
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fecç
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(%)
Parasitos
0 20 40 60 80
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Gia
rdia
…
Hym
eno
lep
i…
Enta
mo
eba …
Enta
mo
eba …
94,64
0,00 7,14 0,00
41,07 41,07 60,71
12,50 5,36 1,79 7,14 3,57
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
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itár
ias
(%)
Parasitos
0 20 40 60 80
100
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Taen
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Tric
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Gia
rdia
…
Hym
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Enta
mo
eba …
Enta
mo
eba …
95,38
0,00 4,62 0,00
43,08 41,54
67,69
3,08 15,38
3,08 0,00 18,46
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
aras
itár
ias
(%)
Parasitos
0 20 40 60 80
100
Tota
l
Stro
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loid
es …
Sch
isto
som
a
Taen
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Tric
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Hym
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Enta
mo
eba
coli
Enta
mo
eba …
97,22
0,00 0,00 2,78 19,44 25,00
83,33
16,67 13,89 5,56 0,00 11,11
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
aras
itár
ias
(%)
Parasitos
MÓDULO 3
MÓDULO 2 MÓDULO 4
MÓDULO 1
85
Assim, na Figura 15, pode-se observar a ocorrência de parasitos intestinais
em habitantes do Módulo 1. Verifica-se que a ocorrência das parasitoses intestinais
nas amostras analisadas para este módulo foi de 90,91%, e que o parasito mais
freqüente foi A. lumbricoides (51,52%), seguido por Ancilostoma (33,33%) e com
uma ocorrência um pouco menor aparece a Entamoeba histolistica o Trichuris
trichiura ambos com 24,24% de ocorrência nas amostras analisadas.
Com porcentagens menores, porém não menos importantes, devido alto
grau de morbidade, aparecem o Hymenolepis nana (9,09%), Strongyloides
stercoralis, e Entamoeba coli ambos com 1,52% de ocorrência. A amostra do
Módulo 1 não apresentou casos de Schistosoma e Taenia, porém observou-se uma
elevada ocorrência de Entamoeba histolistica (24,24%) quando comparado ao total
de amostras positivas.
Na Figura 16 assinala-se a ocorrência de parasitos intestinais em habitantes
do bairro Sócrates Rezende (Módulo 2). Verifica-se que a ocorrência das
parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo foi de 94,64%, e
que o parasito mais frequente foi A. lumbricoides (60,71%), seguido por
Ancilostoma duodenale e Trichuris trichiura (ambos com 41,07%), Enterobius
vermicularis (12,50%) e com uma ocorrência um pouco menor aparece Entamoeba
coli e Schistosoma (ambos com 7,14% de ocorrência), Giardia lambeia (5,36%),
Entamoeba histolistica (3,57%), e Hymenolepis nana (1,79%).
Verifica-se, na Figura 17, a ocorrência de parasitos intestinais em habitantes
dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3). Nota-se que a ocorrência das
parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo foi de 95,38%, e
que o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (67,69%), seguido por Trichuris
trichiura (43,08%), Ancilostoma duodenale (41,54%). Observa-se, ainda,
positividade para Entamoeba histolistica (18,46%), Giardia lamblia (15,38%),
Schistosoma, (4,62%) Enterobius vermicularis e Hymenolepis nana (ambos com
3,08%). O Trichuris trichiura na amostra pesquisada está infectando quase metade
de toda população amostral.
O Ancilostoma duodenale, além de estar presente em todos os módulos, no
Módulo 3, em particular, tem a maior ocorrência. O Ancilostoma duodenale é o
agente etiológico da Ancilostomíase (popularmente conhecida como doença do
86
Jeca Tatu). Este nematódeo em infecções leves pode ser assintomática, porém em
apresentações clínicas importantes como um quadro gastrointestinal agudo pode
ser caracterizado por náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e flatulência
(NEVES, 2005).
Na Figura 18 pode-se observar a ocorrência de parasitos intestinais em
habitantes do bairro João Fonfom e Cidade Nova. Verifica-se que quase todas as
pessoas que participaram da pesquisa têm positividade no seu exame coprológico.
A ocorrência das parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo
foi de 97,22% e o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (83,33%). Verifica-se
ainda o Ancilostoma duodenale com 25,0% de frequência seguida pelo Trichuris
trichiura (19,44%), Enterobius vermicularis (16,67%), Giárdia lambeia (13,89%),
Entamoeba histolistica (1,11%), e com uma ocorrência um pouco menor aparece
Hymenolepis nana (5,56%) e finalmente Taenia (2,78%).
Comparando-se os quatro gráficos, verifica-se que o Módulo 4 teve maior
positividade nos exames parasitológicos realizados e o Módulo 1 registrou a menor
positividade. A ocorrência de Ascaris lumbricoides foi a mais alta em todos os
módulos, os Módulos 3 e 4 tiveram os menores números de parasitos identificados
e os Módulos 1 e 2 tiveram verificados os maiores números de parasitos.
Nos Módulos 1 e 2 não se observou-se pelo teste diferença significativa
para ocorrência de Giardia lambeia (Módulo 1: 1,51% e Módulo 2: 5,35%), não
obstante estes valores diferiram daqueles encontrados, nos Módulos 3 e 4, onde
ocorreu uma ocorrência acima de 10%.
No que diz respeito ao parasito Hymenolepis nana, percebeu-se pelo teste
realizado positividade análoga nos Módulos 2 e 4. Já para Schistosoma mansoni
verificou-se positividade significativa no Módulo 2 e no Módulo 3 apresentou-se
pelo teste com baixa significancia (4,61%).
.
4.3. Caracterização do Saneamento Básico em Canavieiras
Quanto à análise relacionada ao saneamento básico foram utilizados dados
do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB tendo em vista que
87
Canavieiras tem cobertura da Estratégia Saúde da Família ofertada a 80% da
população.
Muitas vezes as parasitoses são subestimadas pelos profissionais de saúde,
desconsiderando-se a morbidade significativa a elas associada. É nesse sentido
que a Organização Mundial de Saúde considera o saneamento uma das melhores
e mais eficazes formas de promoção da saúde. Em termos econômico-financeiros,
o investimento é relativamente baixo comparativamente aos seus benefícios para a
população com o um todo.
Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Sistema Único de
Saúde (SUS), mostram que, na última década, cerca de 700 mil internações
hospitalares ao ano foram causadas por doenças relacionadas à falta ou
inadequação de saneamento (BRASIL/FUNASA, 2007).
Abordamos neste ponto a associação de saúde e saneamento no contexto
de Canavieiras – BA, a partir de três variáveis ambientais: a água de consumo, o
destino de resíduos sólidos e o do esgotamento sanitário.
4.3.1. Água de consumo
A água é um recurso indispensável para a sobrevivência de todas as
espécies, e exerce uma influência decisiva na qualidade de vida das populações.
Contudo, o modo como são utilizados e gerenciados os recursos hídricos podem
causar danos a saúde da população humana gerando efeitos que necessitem de
intervenção seja coletiva ou no uso que se faz em domicilio.
A partir do número total de domicílios (Quadro 4) pode-se analisar os dados
sobre o abastecimento de água e a forma como são continuamente consumidos
nos domicílios verificados na zona urbana de Canavieiras (Quadro 5 e Quadro 6).
88
Fonte: SIAB, 2011
Fonte: SIAB, 2011.
Fonte: SIAB, 2011.
Quadro 4. Número total de domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
7.566 7.742 7.729 7.767
Quadro 5. Número de domicílios com abastecimento de água no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
Rede geral ou pública 6.995 7.190 7.187 7.238
Poço ou nascente 420 410 413 403
Outros (água de chuva, carro-pipa etc.) 151 142 129 126
Quadro 6. Número de domicílios com tratamento da água nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
Filtrada 5.880 6.051 6.018 6.003
Fervida 89 84 85 79
Clorada 858 793 763 781
Sem tratamento 739 813 864 904
89
A Tabela 2 apresenta os resultados da pesquisa feita na amostra
populacional da zona urbana da ocorrência de parasitos intestinais com relação ao
tipo de água consumida pelos moradores de Canavieiras. Nesta análise, as
variáveis independentes foram consideradas as fontes de água para consumo. Não
foi considerada água fervida devido amostragem desta variável se apresentar em
número inferior as demais. Para padronizar, considerou-se um conjunto de 29
amostras para cada variável independente, podendo os valores percentuais ser
considerados como uma média dos módulos.
Tabela 2. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação ao tipo de água consumida pelos moradores no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05).
Verificou-se que mais da metade das pessoas que consomem água do rio
e/ou de poço estão infectados por Trichuris trichiura, Ancilostoma duodenale e
Ascaris lumbricoides. O Ancilostoma duodenale aparece, ainda, em mais de 40%
da população que consome água direto do cano tendo porcentagem menor, porém
estatisticamente significativa na porcentagem de pessoas que consomem água
fervida. Ascaris lumbricoides está presente nos exames de mais de 60% das
pessoas que consomem água diretamente do rio/poço ou do cano. Nas pessoas
que consomem água filtrada é pouco menor porem bastante significativa
estatisticamente.
Fonte de Água para consumo Rio/Poço Direto do Cano Filtrada
Parasitos Moradores Infectados (%)
Strongyloides stercoralis 000,0a 03,44b 00,00a
Schistosoma mansoni 10,34b 00,00a 00,00a
Taenia spp 00,00a 00,00a 00,00a
Trichuris trichiura 51,72b 17,24a 17,24a
Ancilostoma duodenale 51,72c 41,37b 10,34a
Ascaris lumbricoides 68,96b 65,51b 44,82a
Enterobius vermicularis 06,89a 13,79b 06,89a
Giardia lambeia 03,44b 03,44b 00,00a
Hymenolepis nana 03,44a 06,89b 03,44a
Entamoeba coli 00,00a 03,44b 00,00a
Entamoeba histolytica 03,44a 24,13c 10,34b
90
Na Figura 19 observa-se que o Módulo 1 tem a maior porcentagem de
pessoas que consomem água filtrada e que o consumo de água que vem direto do
cano ultrapassa os 30% em todos os módulos. Como o Módulo 1 foi o que
apresentou a menor positividade de parasitose na população estudada, pode-se
inferir então, que a filtragem na água consumida pode estar afetando diretamente
nos níveis de parasitose desta população.
Figura 19. Distribuição percentual do tipo de água consumida pelos habitantes Módulos 1, 2, 3,4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
O Módulo 3 apresenta a maior porcentagem de pessoas que consomem
água direto do cano (51,61%). Este módulo teve a maior ocorrência de Ascaris
lumbricoides 67,69% e uma alta ocorrência de Trichuris trichiura (43,08%)
Entamoeba histolytica (18,46%), o que pode-se inferir como fator que contribui
significativamente para este alto índice de parasitose neste setor.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4
43,94
30,36
51,61
33,33
0,00
41,07 40,32
8,33
1,52 0,00 0,00
5,56
54,55
28,57
8,06
27,78
Águ
a C
on
sum
da
(%)
Módulos
Direto do cano Direto do Rio/Poço Fervida Filtrada
91
4.3.2. Destino dos resíduos sólidos
O Quadro 7 identifica o número total de domicílios de acordo com o destino
dado aos resíduos sólidos (lixo) doméstico em Canavieiras. Pode-se comparar
estes valores do SIAB com aqueles obtidos na amostra desta investigação,
apresentados na Figura 20, verificando-se que o Módulo 1 indica a maior
porcentagem de coleta pública do lixo (86,49%). Nos Módulos 2 e 3 o número de
pessoas que jogam o lixo em monturos é maior do que aquelas que têm seu lixo
coletado pelo serviço municipal. No Módulo 2, uma pequena parcela da população
queima o lixo produzido em domicílio.
Fonte: SIAB, 2011
Quando se analisa a distribuição percentual do destino do lixo por setores
como se verifica na Figura 20, tem-se uma melhor visualização dos bairros em que
o destino dos resíduos sólidos é indevido e, consequentemente, qual contingente
populacional tem maior risco de infestação parasitária, possibilitando-se, desse
modo, mapear os bairros aonde os profissionais de saúde devem adotar uma linha
Quadro 7. Número de domicílios de acordo com o destino dado ao lixo nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
Lixo-céu aberto 252 260 216 185
Queimado ou enterrado 258 243 241 242
Coletado por serviço público ou particular 7.056 7.239 7.272 7.340
92
de cuidado direcionado à promoção de saúde com ênfase no controle de parasitos
específicos.
4.3.3. Esgotamento Sanitário Doméstico e a ocorrência de parasitoses
Em Canavieiras, identifica-se no Quadro 8 a evolução temporal do número
total de domicílios de acordo com o esgotamento sanitário doméstico, num período
de três anos e meio.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4
1,35 5,08
31,58
25,00
0,00 1,69 0,00 0,00
86,49
38,98
28,42
40,91
12,16
54,24
40,00
34,09
De
stin
o d
o L
ixo
(%
)
Módulos
Enterra Queima Coleta Publica Munturo
Figura 20. Distribuição percentual do destino do lixo gerado pelos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
93
Fonte: SIAB, 2011.
A análise de variância na zona urbana da cidade foi significativa ao nível de
5% de probabilidade para a média da ocorrência dos parasitos Ascaris
lumbricoides e Hymenolepis nana em moradores de bairros com depósito do
esgoto domestico em solo e fossa. Percebe-se que em moradores de bairros cujo
destino do esgoto doméstico é o solo a ocorrência destes parasitos é
superior,como pode-se observar na Figura 21, sendo que em termos absoluto esta
tendência é contínua para os demais parasitos.
Figura 21. Ocorrência de infecção parasitária por destino do esgotamento sanitário doméstico no município de Canavieiras - Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
Prev
alên
cia
de In
fecç
ão P
aras
itári
a (%
)
Parasitos
Solo Fossa
Quadro 8. Número de domicílios de acordo com o destino dado às fezes e urina no município de Canavieiras - Bahia, 2011
2008 2009 2010 jun/2011
Sistema de rede geral
2.223 2.442 2.622 2.754
Qualquer tipo de fossa
4.568 4.541 4.386 4.320
Céu aberto 775 759 721 693
94
Segundo informações colhidas no IBGE, no ano de 2011, Canavieiras não
possui nenhum tipo de fossa pública para coleta do esgoto, e desta forma, o esgoto
doméstico é jogado – como é o caso dos moradores do Bairro Atalaia –
diretamente no mangue, no oceano ou nas águas dos rios que margeiam a zona
urbana do município.
4.4. Parasitologia e Aspectos Socioambientais
Para a descrição segundo variáveis sociais foi analisada a ocorrência de
parasitose de acordo com o sexo, faixa etária, escolaridade segundo dados
secundários coletados junto a Equipe de Saúde da Família.
4.4.1. A Escolaridade da população de Canavieiras
Na cidade de Canavieiras, conforme se vê na Figura 22, relativa à
distribuição percentual do nível máximo de escolaridade, o ensino fundamental é
predominante em todos os módulos, e a opção ‘não se aplica’ ou seja, o item ‘sem
escolaridade’, é também bastante relevante em toda a zona investigada. Com
efeito, não há registro de um único indivíduo com formação universitária em
nenhum dos módulos.
95
Figura 22. Distribuição percentual do nível máximo de escolaridade dos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
4.4.2. Faixa etária
Diversos trabalhos acadêmicos consideram a centralidade da faixa etária
como uma variável significativa. Contudo, reiteradamente conclui-se que tal
variável não pode ser restringida apenas à sua dimensão biológico-reprodutiva
(ALVES, 1998; COELHO, 1999; COSTA-MACEDO, 1998).
Nesse sentido, os dados empíricos coletados no contexto de Canavieiras
são esclarecedores. Assim, verifica-se, na Tabela 3, que a de variância foi
significativa ao nível de 5% de probabilidade para os parasitos Ancilostoma,
Enterobius vermicularis e Entamoeba histolytica e que a frequência para
Ancilostoma foi maior em moradores de 11 a 30 anos e maiores que 50 anos;
Enterobius vermicularis teve maior ocorrência em indivíduos de 6 a 10 anos e
Entamoeba histolytica no grupo com idade entre 41 a 50 anos. Ascaris
lumbricoides teve alta ocorrência em todas as idades.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4
47,62
69,64
58,46 62,50
9,52
14,29
23,08
12,50
0,00 0,00 0,00 0,00
42,86
16,07 18,46
25,00
Nív
el M
áxim
o d
e E
sco
lari
dad
e (
%)
Módulos
Fundamental Médio Graduado/Pós Não se aplica
96
Tabela 3. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação a faixa etária em moradores no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05). Fonte: dados da pesquisa
4.4.3. Sexo e Ocupação
Quanto à distribuição da variável sexo nos módulos, verifica-se corroboração
com os dados do IBGE (2009) onde a população total é de 32.336, sexo masculino
16.089 e feminino 16.247. Não houve porém, para variável sexo e para variável
ocupação, significância estatística ao realizar-se testes de médias de ocorrência de
parasitose entre os módulos.
Faixa Etária
≤5 6 a 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 >50
Parasitos Pacientes Infectados (%)
Strongyloides stercoralis 00,00a 00,00a 00,00a 01,20a 00,00a 00,00a 00,00a
Schistosoma mansoni 00,00a 04,20a 03,20a 07,50a 00,00a 00,00a 06,80a
Taenia spp 00,00a 00,00a 01,80a 00,00a 00,00a 00,00a 00,00a
Trichuris trichiura 31,60a 24,00a 37,10a 31,10a 21,20a 36,60a 25,50a
Ancilostoma 06,60a 28,00ab 46,10b 43,20b 30,47ab 30,00ab 42,70b
Ascaris lumbricoides 55,00a 50,90a 67,90a 71,40a 58,90a 66,60a 50,40a
Enterobius vermicularis 06,60a 25,50b 10,80a 12,30a 12,50a 13,30a 10,25a
Giardia lambeia 06,60a 03,40a 10,00ab 04,40a 19,60b 00,00a 06,70a
Hymenolepis nana 06,60a 05,00a 00,00a 02,50a 02,70a 06,60a 09,30a
Entamoeba coli 00,00a 00,00a 00,00a 03,70a 00,00a 06,60a 02,50a
Entamoeba histolytica 08,30a 03,40a 15,00ab 08,10a 16,80ab 26,60b 17,62ab
97
Em Canavieiras, muitas domésticas, que são esposas de marisqueiros, têm
o papel de limpar o marisco quando seus maridos chegam do mangue. Neste ponto
verifica-se a importância da qualidade da água consumida por estas pessoas, pois
se corre o risco de contaminação por parasitose do alimento que será vendido não
apenas na cidade, mas também para toda região e até para outros estados
brasileiros.
Com efeito, a uniformidade nos módulos tanto na ocupação profissional
quanto na questão de gênero e de escolaridade ratifica a idéia da necessidade de
ações de educação em saúde planejadas para públicos alvos específicos e com o
conhecimento prévio por parte dos profissionais de saúde das condições
ambientais, sócias e culturais do território onde está inserida a Unidade Básica de
Saúde.
Quadro 9. Sexo da população da amostra no município de Canavieiras - Bahia, 2011
SEXO Módulo 01 Módulo 02 Módulo 03 Módulo 04
Masculino 45% 38% 48% 37%
Feminino 55% 62% 52% 63%
98
Quando se analisa no Quadro 10 a variável ocupação profissional em
Canavieiras, percebe-se que a maioria dos indivíduos participantes do estudo vive
da pesca ou da mariscagem. Esta ocorrência aponta para a forma direta de como
ocorre à relação do homem com a natureza nesta localidade e a necessidade de
compreensão de valores sustentáveis e do ambiente como um fator causal de
doenças.
Assim, percebe-se que em Canavieiras a alta ocorrência de parasitoses está
significativamente relacionada com a oferta do saneamento associado também
com os sistemas de infraestrutura física e a estrutura educacional incompatíveis
com a proteção da saúde e com quantidade insuficiente para a garantia de
condições básicas de vida.
Quadro 10. Ocupação da população amostral no município de Canavieiras -
Bahia, 2011.
OCUPAÇÃO Módulo 01 Módulo 02 Módulo 03 Módulo 04
Funcionário público 10% 0 5% 18%
Do lar 19% 23% 24% 19%
Autônomo 9% 13% 13% 9%
Aposentado 9% 5% 5% 6%
Pescador/Marisqueiro 31% 45% 35% 25%
Estudante 17% 9% 10% 6%
99
5. DISCUSSÃO
A distribuição espacial de parasitas pôde ser afirmada por meio dos
resultados, mostrando os principais vermes que acometem a zona urbana e os
setores com maior risco de infestação devido às condições de saneamento básico
e contínua degradação dos recursos naturais que contamina o solo auxiliando a
completar o ciclo de vida dos parasitas até a entrada no corpo do hospedeiro, no
caso dos parasitas investigados, o homem.
Diferentemente do que pensa o senso comum, as doenças não são eventos
inesperados ou resultantes da fatalidade. Elas são produzidas e distribuídas entre
os grupos sociais no próprio âmbito da reprodução social, isto é, no processo
histórico de formação e transformação da sociedade. Cada período histórico e cada
formação social concreta apresentam padrão de ocorrência de doenças e de
mortalidade que reflete as condições de vida das populações e que corresponde ao
perfil médio dos padrões existentes nos diversos grupos sociais.
Assim, na compreensão da distribuição das doenças em populações e no
estudo dos determinantes do processo saúde-doença no âmbito coletivo as
abordagens sociais, culturais e comportamentais têm sua importância quando
permitem compreender os diversos aspectos do processo em si e que, por outro
lado, têm implicações concretas sobre a eficácia dos procedimentos de controle e
sobre a efetividade dos programas e políticas públicas de enfrentamento do
problema (BARATA, 2000).
Em geral, os danos que a infestação dos parasitas pesquisados pode causar
a seus portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal (Ascaris
lumbricoides), a desnutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura), a anemia
100
por deficiência de ferro (ancilostomídeos) e quadros de diarreia e de má absorção
(Entamoeba histolytica e Giardia lambeia), sendo que as manifestações clínicas
são usualmente proporcionais à carga parasitária albergada pelo indivíduo
(NEVES, 2005; REY, 2001).
A alta ocorrência de A. lumbricoides acompanha problemáticas condições
sanitárias, constituindo importante indicador do estado de saúde de uma
população. Amplamente distribuída pelas regiões tropicais e temperada do mundo,
a ocorrência mundial do A. lumbricoides talvez esteja em torno de 30%, porém é
muito desigual de lugar para lugar. (BRASIL, 2010a).
A. lumbricoides é o helminto mais frequente nas áreas tropicais do globo,
atingindo cerca de 70% a 90% das crianças na faixa etária de um a dez anos. A
temperatura média anual e a umidade ambiente elevada, a viabilidade do ovo
infectante por muitos meses, a dispersão dos ovos através de chuvas, vento e
moscas e a grande concentração de ovos no peridomicílio devido ao mau hábito
que as crianças possuem de aí defecarem, são os principais fatores que interferem
nesta alta ocorrência (NEVES, 2005).
A dispersão dos ovos pode ser feita pelas chuvas, pelos ventos, por insetos
e outros animais que transportam mecanicamente no intestino e disseminam com
suas dejeções. Mas o ciclo de transmissão e manutenção da endemia desenvolve-
se, fundamentalmente, no peridomicílio poluídos com as dejeções dos indivíduos
infectados, pois além dos ovos serem extremamente resistentes aos desinfetantes
usuais, o peridomicílio funciona como foco de ovos infectantes.
A natureza do solo pode favorecer ou dificultar a vida das larvas. Solos muito
ácidos ou muito alcalinos não são favoráveis. Em condições naturais, verificou-se
que nos terrenos arenosos a ocorrência da Ancilostomíase é mais alta que nos
argilosos. No laboratório, comprovou-se que sobre a areia as larvas se
desenvolvem em maior proporção que sobre a argila (REY, 2001).
Portanto, o ambiente exerce um importante papel na transmissão da
parasitose, já que os ovos embrionados do Ascaris lumbricoides, quando
eliminados no solo pelas fezes do hospedeiro definitivo, não possuem capacidade
de infecção. Essa capacidade só é adquirida após processo evolutivo que dura
101
cerca de três ou quatro semanas, necessitando para isso de lugares úmidos,
quentes e sombreados, pelo qual água e alimentos podem ser contaminados.
Reconhecendo que a ecologia da ascaríase envolve fundamentalmente o
setor da população humana que vive em precárias condições sanitárias, por razões
sócio – econômico e cultural, e o ambiente compreendendo habitações, solo e
clima, pode-se inferir que, na zona urbana de Canavieiras, a proteção e promoção
das condições da saúde humana perpassam a necessidade de inclusão de
políticas publicas que não se limitem a medidas destinadas a remediar e tratar
patologias.
Também foi verificada a predominância em todos os módulos de Trichuris
trichiura e Ancilostoma. Isto aponta para a ausência ou insuficiência de condições
mínimas de saneamento básico, e práticas inadequadas de higiene pessoal e
doméstica, que são os principais mecanismos de transmissão destes parasitas
intestinais.
A presença da Ancilostomíase em Canavieiras remete a dependência da
presença de indivíduos parasitados que se expõe ao risco de infecção por andarem
descalços, com hábitos de higiene precários que contaminam o solo com suas
fezes ou que frequentam terrenos previamente poluídos com fezes humanas.
A maioria dos parasitas identificados nos exames coprológicos realizados
em Canavieiras indica contaminação fecal de origem humana e/ou animal, uma vez
que apresenta espécies de ocorrência no homem, nos animais ou em ambos.
Todos eles, sem exceção, representam um foco de preocupação em termos de
saúde pública.
Aproximadamente, um terço da população das cidades dos países em
desenvolvimento vive em condições ambientais propícias à disseminação de
Trichuris trichiura e Ancilostoma duodenale. Embora apresentem baixas taxas de
mortalidade, estas parasitoses intestinais ainda continuam representando um
significativo problema de saúde pública, haja vista o grande número de indivíduos
afetados e as várias alterações orgânicas que podem provocar (PRADO, 2001).
A tricuríase incide mais intensamente na faixa litorânea de clima equatorial e
chuvas distribuídas pelo ano todo do que no planalto tropical e com estações
secas. A única fonte de infecção para esta helmintíase é a humana. Entretanto,
102
sabe-se que crianças em idade pré-escolar têm papel destacado tanto por
constituírem o grupo populacional mais suscetível ao parasitismo como por serem
grandes disseminadoras de ovos nas fezes em vista de seus hábitos de higiene e
da falta de saneamento básico na maioria das casas da população pobre urbana
ou rural.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1999) Trichuris trichiura infecta
um quinto da humanidade em todo mundo, a ocorrência oscila entre 30 e 80% da
população geral. Sua transmissão é idêntica a do Ascaris lumbricoides, porém os
ovos de Trichuris trichiura são mais sensíveis à dessecação e aos efeitos da
insolação direta que os de Ascaris lumbricoides. O peridomicílio é a área de mais
intensa transmissão, especialmente se o terreno for úmido e sombreado,
assegurando maior sobrevivência e longevidade aos ovos embrionados (NEVES,
2005).
A identificação de Schistosoma mansoni (7,14%) numa determinada
população amostral é de extrema importância epidemiológica devida o elevado
grau de morbidade provocado por este parasito. O Schistosoma é um parasito
trematódeo que produz uma infecção cujo sintoma irá depender de seu estágio de
evolução no homem. Apesar de só se apresentar positivamente na amostra dos
Módulos 02 e 03, sua ocorrência precisa ser fiscalizada, devido ao alto grau de
debilidade provocada no indivíduo doente.
A negatividade nas amostras coletadas para S. stercoralis pode ser
justificada porque a sedimentação espontânea não é a metodologia adequada para
seu diagnóstico. O método ideal de pesquisa é o de larvas, ou método Baermann-
Moraes e de Rugai (NEVES, 2005).
A presença de larvas de Strongyloides stercoralis e de ovos de
ancilostomídeos sugere que nas áreas estudadas possivelmente está ocorrendo a
infecção no homem através de mecanismos ativos cutâneos, talvez devido a não
utilização de calçados pela população e um grande contato direto com solo
contaminado por larvas destes helmintos.
Taenia é um cestódeo mórbido que pode ser de dois tipos: a Taenia solium
da carne de porco e a Taenia saginata da carne bovina. O verme adulto se instala
no intestino delgado podendo causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda
103
de peso, flatulência diarreia ou constipação. Quando o parasita permanece na luz
intestinal pode ser considerado benigno e a infestação pode ser percebida pela
eliminação de espontânea de proglotes do verme (NEVES, 2005).
A América Latina tem sido apontada como área de ocorrência elevada de
neurocisticercose, com estimativa de 350.000 pacientes, porém não está bem
documentado principalmente devido a falta de notificação, ao abate clandestino de
animais suínos e bovinos e a falta de fiscalização da procedência do local da
infecção (BRASIL/MS, 2010).
Ainda que possam apresentar variação na espécie ou frequência de
parasitas, explicada, em parte, pela localização geográfica e metodologia utilizada
no exame parasitológico, observa-se que há similaridades entre os resultados
deste estudo na zona urbana de Canavieiras e aqueles observados por outros
autores, como Visser (2011), Freitas (2002) e Ludwig et al (1999).
Em Canavieiras, as diferenças entre as ocorrências de positividade nos
exames coprológicos apontam para as condições sanitárias do entorno ambiental
donde foi levado a cabo este trabalho. Deste modo, os percentuais de
contaminação por parasitos verificados nos módulos, podem ser atribuídos, entre
outros fatores, às condições de saneamento e higiênico-sanitárias da água e do
solo.
Não houve positividade significativa de Strongyloides stercoralis e Taenia em
nenhum dos módulos pesquisado. Porém, apesar de não se apresentar
positivamente em todos os módulos, é de grande importância que se reconheça os
espaços geográficos onde ocorre a contaminação por esses parasitas.
Segundo estudo de Hurtado-Guerrero (2005) numa população geronte da
Amazônia demonstra que os helmintos foram os mais frequentes destacando-se:
Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale e Strongyloides
stercoralis. Dentre os protozoários a ocorrência de Entamoeba coli, Giárdia lambeia
e Entamoeba histolytica foram os mais comuns.
Estima-se que mais de 10% da população mundial está infectada por
Entamoeba histolistica, sendo sua ocorrência estimada em 50 milhões de casos
invasivos ao ano. Em países em desenvolvimento, a ocorrência de infecção é alta
104
sendo que 90% dos infectados podem eliminar o parasito durante 12 meses (REY,
2001).
A transmissão é fecal-oral é mantida pela eliminação do cisto no ambiente
que podem contaminar água e alimentos. Eles podem permanecer viáveis no
ambiente, ao abrigo da luz solar e em condições de umidade favoráveis por cerca
de 20 dias. Sua ocorrência está associada diretamente a falta de saneamento
básico (GOMES, 2002).
Pode ser assintomático ou apresentar uma dermatite urticariforme,
acompanhada de erupção papular, eritema, edema e prurido. Após cerca de três
semanas pode evoluir com febre (febre de Katayama), anorexia, abdominal e
cefaléia, esses sintomas podem ou não vim acompanhados de diarreia, náuseas,
vômitos ou tosse seca (PEREIRA, 2002).
As medidas de controle envolvem a pesquisa de coleções hídricas para
determinar o potencial de transmissão, identificação do portador através de
inquéritos coproscópicos e da demanda dos serviços de saúde e a educação em
saúde com mobilização comunitária e saneamento domiciliar e ambiental (BRASIL,
2010a).
Esta investigação reforça o estudo realizado por Carvalho et al (2002), com
helmintos intestinais em escolares de três mesorregiões de Minas Gerais, onde
encontraram positividade para helmintos intestinais em todas as localidades
pesquisadas e concluíram que as parasitoses continuam sendo um grave problema
de saúde pública, inclusive em áreas onde as condições socioeconômicas são
mais favoráveis.
De acordo com o mesmo trabalho, a maior ocorrência de helmintíase
naquele contexto empírico foi a da espécie Ascaris lumbricoides (5,17%),
coincidindo com o estudo de Ludwig et al (1999) na cidade de Assis, SP (5,5% de
Ascaris lumbricoides).
No entanto, no trabalho realizado por Bellin et al (2011) em Sananduva/RS,
do total de exames realizados, apenas 8,1% foram positivos. Os parasitos mais
frequentes foram o Endolimax nana, seguido da Entamoeba coli e Giardia lamblia.
Ascaris lumbricoides teve pequena ocorrência (<10%).
105
Entretanto, embora seja reconhecida a relevância e atualidade do problema
de contaminação por helmintos e protozoários intestinais, são poucos os trabalhos
no Brasil que relatam o espaço geográfico onde se podem identificar as populações
com maiores riscos de perda de qualidade de vida (FERREIRA et al, 1994).
No que se refere à água consumida pelos moradores da zona urbana de
Canavieiras, vale ressaltar que segundo EMBASA (2010), no momento de chegada
à Estação de Tratamento de Água (ETA), a água sofre tratamentos físicos e
químicos que a tornam própria para consumo. Entretanto, ao passar por caixas
d’água sujas e tubulações antigas, a água pode ser contaminada,
desaconselhando-se o uso da água de torneira para beber.
Pesquisas de epidemias veiculadas pela água realizadas por Lippy & Waltrip
(1984) entre 1946 e 1980, categorizaram as principais deficiências que causaram
ou contribuíram para essas epidemias o uso de água superficial tratada ou não
tratada, o uso de água subterrânea não tratada, o tratamento interrompido ou
inadequado e problemas na rede de distribuição. Neste estudo concluiu-se que
mais de 80% das epidemias foram associadas com deficiências no tratamento ou
distribuição de água.
Em outro estudo sobre os impactos do aumento da oferta de abastecimento
de água sobre parasitoses intestinais numa amostra de 254 crianças maiores de
seis anos em duas favelas de Belo Horizonte, Gross et al (1989) indicam que não
foi observado nexo significativo entre a ocorrência de parasitoses e o aumento na
oferta de água nos domicílios.
No entanto, segundo Cvjetanovic (1986), apesar dos componentes de
abastecimento de água (estação de tratamento de água, sistema de distribuição,
etc.) estar bem definido e facilmente quantificado, os fatores sociais (educação
sanitária, desenvolvimento institucional, desenvolvimento de recursos humanos,
etc.), que desempenham um importante papel sobre os efeitos na saúde, não são
muito fáceis de ser mesurados. Para o autor, embora medidas de qualidade e
quantidade de água liberada para o consumidor sejam essenciais, ainda é
insuficiente para a avaliação própria dos seus impactos na saúde (KALE, 1997).
Nesse sentido, Briscoe (1984) postula que intervenções ambientais
sistêmicas, como o abastecimento de água e o esgotamento sanitário, apresentam
106
efeitos a longo prazo sobre a saúde substancialmente superiores aos de
intervenções médicas. Baseado em uma simulação de dados demográficos em
Lyon (França), entre 1816 e 1905, prevê-se que as intervenções ambientais podem
prevenir cerca de quatro vezes mais mortes e elevar a expectativa de vida sete
vezes mais que as intervenções de natureza biomédica, e afirma ainda que tal
conduta sugira um efeito multiplicador dos programas de abastecimento de água e
esgotamento sanitário.
No Brasil 20% da população não tem condições mínimas sanitárias
enquanto que na Argentina esse contingente é de apenas 10%. Relativamente à
rede de esgoto, há um déficit no país de 25,5 milhões de residências. Também, 7,2
milhões de domicílios não têm acesso à coleta de lixo, sendo notável que apenas
994 dos 5.565 municípios do país têm algum tipo de sistema de coleta seletiva
(LAHÓZ, 2001).
Em Canavieiras verificou-se que as irregularidades relacionadas ao destino
do lixo doméstico têm aumentado as chances de contaminação do solo do
peridomicílio, dos mananciais aquáticos e do mangue do seu entorno. A elevada
positividade de parasitos nos resultados dos exames coprológicos demonstra que a
atitude da população diante do destino que se dá aos resíduos sólidos domésticos
é incompatível com a os parâmetros aceitáveis de manutenção da saúde da
população como um todo.
Neste contexto, Catapreta & Heller (1999) revelou num estudo
epidemiológico a associação entre ausência de coleta de resíduos sólidos
domiciliares e a saúde pública que a população infantil exposta à ausência de
serviços de coleta dos resíduos sólidos domiciliares possui 40% mais oportunidade
de apresentar doenças diarreicas, parasitárias e dermatológicas do que a
população não exposta e que existem poucos trabalhos publicados sobre o efeito
da coleta inadequada de resíduos sólidos sobre a saúde da população exposta a
estes resíduos.
Também os resultados deste estudo coadunam com Rios et al (2007), em
pesquisa realizada em São Gabriel da Cachoeira (AM) com comunidades
tradicionais indígenas, em que observa o processo de transformação progressiva
de padrão de ocupação disperso e ribeirinho para núcleo com feições urbanas tem
107
gerado alta ocorrência parasitária nos moradores e concluiu que os altos índices de
parasitoses intestinais na população, aliados à falta de saneamento básico e à
manutenção de práticas sanitárias tradicionais constituem um quadro preocupante
em saúde pública.
Dados do PNDA (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) mostram que
63,6% dos resíduos das grandes cidades são destinados aos lixões e alagados,
agravando consideravelmente os problemas de saúde da população (IBGE, 2009).
Em estudo na cidade de Salvador, Mascarini (2004) analisou a ocorrência e
a incidência de parasitoses intestinais na população de idade escolar (7-14 anos)
residentes em 24 áreas sentinelas, pertencentes a 08 bacias de esgotamento
sanitário, apresentando resultados da avaliação do Programa de Saneamento
Ambiental da Baía de Todos os Santos (Bahia Azul) em que se comprovou a
ocorrência global para algum enteroparasitas foi 56,2% em 1997 e 42,5% em 2003
evidenciaram que modificações no ambiente urbano, particularmente associado ao
esgotamento sanitário, interferem na saúde da população, diminuindo
significativamente as parasitoses intestinais nesta população.
Resultados da PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) realizada
pelo IBGE (2009) revelam que o esgotamento sanitário é o serviço de saneamento
básico de menor cobertura nos municípios brasileiros, alcançando apenas 52,2%
das sedes municipais. Em Canavieiras, Segundo EMBASA (2010), no Módulo 2
existe água encanada em 20% das residências e ainda não existe rede adequada
de serviço para esgotamento sanitário
BARBOSA et al (1996) exemplifica essa abordagem no campo das doenças
endêmicas em seu trabalho com localidades endêmicas para esquistossomos. Ela
conclui que parte importante do fracasso da educação em saúde como instrumento
para o controle de doenças e de outras intervenções em saúde pública se dá pela
ausência da participação ativa dos indivíduos envolvidos e pelo desconhecimento
do universo social e dos valores culturais compartilhados pelos sujeitos.
A baixa escolaridade pode ser um fator correlacionado à alta ocorrência de
parasitose em todos os módulos, uma vez que a educação formal – ao menos no
plano ideal – proporciona informações e propõe normas de conduta adequadas em
relação ao contágio e transmissão de parasitos.
108
Por outro lado, tem-se que a participação conjunta das instituições públicas
– especificamente aquelas envolvidas com a questão da saúde pública – junto à
população como um todo representa um ponto importante para entendimento da
problemática ambiental e para o planejamento eficaz de atividades de promoção
em saúde relativa especialmente a populações ligadas à atividade pesqueira.
Percebe-se, assim, a necessária implementação, no aspecto educacional,
de políticas voltadas para a reversão deste quadro, propugnando por uma escola
que promova não apenas a aprendizagem baseada nos conteúdos tradicionais,
mas também na consciência ambiental, para que a haja uma maior valorização dos
produtos pesqueiros e dos recursos naturais que são basilares para a manutenção
e reprodução social, cultural e econômica desta população.
Nesse sentido, embora não houvesse em Canavieiras, correlação de
parasitose com escolaridade, Cavalcante (2011) sugere, em relação ao grande
número de analfabetos entre a população das comunidades impingidas pela
RESEX, que sob tais condições, são limitadas as possibilidades de mobilidade
social e funcional e, diante da ocorrência desse cenário, a longo prazo, as vidas
desses indivíduos tornam-se economicamente pouco sustentáveis.
Em estudo sobre a ocorrência da infecção por helmintos e protozoários em
escolares dos municípios alvo do programa Bahia Azul, Prado (2001) apresenta a
distribuição da infecção por helmintos segundo a idade dos escolares. Observou-se
que os escolares com idade compreendida entre 10 e 14 anos apresentaram
ocorrências mais elevadas para todas as espécies de helmintos, do que aqueles
com idade inferior a 10 anos.
Também Hurtado-Guerrero et al (2005) realizou estudo para avaliar a
ocorrência de enteroparasitas em um grupo de idosos ribeirinhos no Amazonas,
onde foi constatada positividade em 72,8% dos idosos. Estes resultados confirmam
um quadro de elevada ocorrência de parasitas intestinais na população pesquisada
e discordam dos reportados por outros pesquisadores quando afirmam que a
intensidade da infestação por parasitas diminui na idade avançada.
Para Cairncross (1997), a densidade populacional acrescentada ao risco de
inundação que é considerável nos bairros carentes, acarreta um risco especial à
saúde de uma comunidade faltando o saneamento. As crianças sobretudo, quando
109
tem poucos espaços públicos, correm o risco de infecção porque aqueles mesmos
espaços servem frequentemente para a defecação de animais. As crianças podem
então introduzir nas suas famílias as infecções adquiridas no exterior.
Porém, conclui o autor, é na intimidade familiar, com a falta de higiene
doméstica provocada na pobreza pelas faltas de água, de instalações domésticas e
de sensibilização, que se verifica a facilidade, em muitos casos, da transmissão
intensa das infecções entre os membros da mesma família. Assim distinguem-se
dois domínios de transmissão; o domínio público (que abrange os lugares de
trabalho, de educação, de comércio e de recreio, bem como as ruas e os terrenos
baldios), e o domínio doméstico, inclusive o quintal.
110
6. CONCLUSÃO
A partir do delineamento do estudo, pôde-se observar que os dados coletados
para a análise de situação de saúde, tanto os primários quanto os secundários,
apresentaram limitações na forma como refletem a saúde da população. Percebeu-
se, ainda, que os dados não quantificam o risco de desenvolver a doença, são
limitados epidemiologicamente, ao não poder estabelecer com exatidão
associações causa-efeito além de poder induzir facilmente a associações ou
interpretações fortuitas (ALMEIDA FILHO, 1990). Os resultados permitiram as
seguintes conclusões:
Os módulos, quando geo referenciados e divididos, permitiram identificar
semelhanças e diferenças na qualidade do saneamento básico, a
distribuição demográfica e os setores com maior risco de contaminação do
solo e da água por deposito inadequado do lixo e do esgotamento
doméstico.
O Ascaris lumbricoides está presente em mais de 50% da população e o
Trichuris trichiura está infectando quase metade de toda população
amostral.
O Módulo 4 teve a maior ocorrência de Ascaris lumbricoides dos módulos
estudados.
A predominância em todos os módulos de Trichuris trichiura e Ancilostoma
duodenale aponta para a ausência ou insuficiência de condições mínimas de
saneamento básico, e práticas inadequadas de higiene pessoal e doméstica,
que são os principais mecanismos de transmissão destes parasitas
intestinais.
111
No Módulo 1 a ocorrência das parasitoses intestinais foi de 90,91%, e o
parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (51,52%), seguido por
Ancilostoma duodenale (33,33%), Entamoeba histolistica o Trichuris trichiura
ambos com 24,24% de ocorrência nas amostras analisadas.
No Módulo 2 a ocorrência de parasitos intestinais foi de 94,64% e o parasito
mais freqüente foi A. lumbricoides (60,71%), seguido por Ancilostoma duodenale e Trichuris trichiura (ambos com 41,07%), Enterobius vermicularis
(12,50%), Entamoeba coli e Schistosoma (ambos com 7,14% de ocorrência),
Giardia lambeia (5,36%), Entamoeba histolistica (3,57%), e Hymenolepis
nana (1,79%).
No Módulo 3 a ocorrência de parasitos intestinais foi de 95,38%, e o parasito
mais freqüente foi A. lumbricoides (67,69%), seguido por Trichuris trichiura
(43,08%), Ancilostoma duodenale (41,54%), Entamoeba histolistica
(18,46%), Giardia lamblia (15,38%), Schistosoma, (4,62%) Enterobius
vermicularis e Hymenolepis nana (ambos com 3,08%).
No Módulo 4 verifica-se que 97,22% tem positividade nos exames
coprológicos e o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (83,33%).
Verifica-se ainda o Ancilostoma duodenale com 25,0% de frequência
seguida pelo Trichuris trichiura (19,44%), Enterobius vermicularis (16,67%),
Giardia lambeia (13,89%), Entamoeba histolistica (1,11%), Hymenolepis
nana (5,56%) e Taenia (2,78%).
A maioria dos parasitas identificados nos exames coprológicos realizados
em Canavieiras indica contaminação fecal de origem humana e/ou animal,
uma vez que apresenta espécies de ocorrência no homem, nos animais ou
em ambos. Todos eles, sem exceção, representam um foco de preocupação
em termos de saúde pública.
Verificou-se que mais da metade das pessoas que consomem água do rio
e/ou de poço estão infectados por Trichuris trichiura, Ancilostoma duodenale
112
e Ascaris lumbricoides. Entre a população que consome água direto do cano
40% apresenta Ancilostoma e o Ascaris lumbricoides está presente nos
exames de mais de 60% das pessoas que consomem água diretamente do
cano.
Percebe-se que em moradores de bairros cujo destino do esgoto doméstico
é o solo a ocorrência de Ascaris lumbricoides e Hymenolepis nana é
superior sendo que em termos absoluto esta tendência é contínua para os
demais parasitos.
O ensino fundamental em Canavieiras é predominante em todos os
módulos, e a opção ‘não se aplica’ ou seja, o item ‘sem escolaridade’, é
também bastante relevante em toda a zona investigada e não há registro de
um único indivíduo com formação universitária em nenhum dos módulos
pesquisados.
Quanto à faixa etária, a variância foi significativa ao nível de 5% de
probabilidade para os parasitos Ancilostoma, Enterobius vermicularis e
Entamoeba histolytica e a frequência para Ancilostoma duodenale foi maior
em moradores de 11 a 30 anos e maiores que 50 anos; Enterobius
vermicularis teve maior ocorrência em indivíduos de 6 a 10 anos e
Entamoeba histolytica no grupo com idade entre 41 a 50 anos. Ascaris
lumbricoides teve alta ocorrência em todas as idades.
A uniformidade nos módulos tanto na ocupação profissional quanto na
questão de gênero e de escolaridade ratifica a idéia da necessidade de
ações de educação em saúde planejadas para públicos alvos específicos e
com o conhecimento prévio por parte dos profissionais de saúde das
condições ambientais, sócias e culturais do território onde está inserida a
Unidade Básica de Saúde.
Verifica-se que os dados secundários coletados na ‘Ficha A’ do SIAB apesar
de serem atualizados mensalmente e mostrarem, a partir de informações de
113
simples micro áreas, o panorama geral de saúde de um município e até do
estado ou país, eles não contemplam toda situação ambiental, abordando de
forma resumida as questões de saneamento.
Ao cruzar os dados epidemiológicos coletados no SIAB com aqueles
capturados no terreno, tem-se um quadro da saúde da população local mais
completo onde se vê a possibilidade para a gestão pública atuar de forma
eficiente e eficaz, monitorando o ambiente de maneira que possa gerar mais
qualidade de vida para a população adstrita
114
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125
ANEXO 1
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC CNPJ: 40738999/0001-95 Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade, Km 16 –
Rodovia Ilhéus/Itabuna - CEP: 45.662-000. Ilhéus – Bahia – Brasil Comitê de Ética em Pesquisa - Telefax: (73) 3680-5319
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS - CEP/UESC
PARECER CONSUBSTANCIADO n. 665 - Reunião Ordinária n. 126, 27/julho/2011 -
Protocolo: 422/2010
Pesquisadora responsável: ALCIENE PEREIRA DA SILVA
Título da Pesquisa: “Qualidade ambiental e a saúde da população: estudo
epidemiológico de parasitoses em Canavieiras - Bahia”.
O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Santa Cruz analisou o
projeto de pesquisa acima referenciado e constatou que o mesmo atende às
exigências da Resolução CNS/MS n.196/1996.
Situação do Protocolo: Considerando a relação favorável 'benefícios/riscos', e
não havendo, pois, nenhum elemento que se constitua em comprometimento ético na
realização do projeto, ele foi considerado APROVADO por este Comitê.
Conforme a Resolução CNS/MS n. 196/1996, relatórios parciais e final, bem como
eventuais alterações metodológicas durante a execução do trabalho deverão ser
comunicadas e enviados ao CEP-UESC para acompanhamento. É importante ressaltar
que a responsabilidade do(s) pesquisador(es) sobre as conseqüências da pesquisa
não se encerra com a conclusão da etapa de coleta de dados, mas sim estende-se
para além do término do projeto de pesquisa, até a fase de divulgação e aplicação dos
resultados.
Ilhéus, Campus Soane Nazaré de Andrade, 27 de julho de 2011.
APENDICE 1
126
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa
que objetiva mapear e analisar a relação entre a ocorrência de parasitoses e
condições ambientais em Canavieiras, bem como caracterizar as condições
ambientais do saneamento básico e comparar as áreas de maior ocorrência de
parasitos e as condições ambientais específicas no dito município.
Entregaremos ao Sr.(a) três frascos coletores para que possas colocar dentro dele
pequena quantidade de suas fezes.
Com as amostras das fezes iremos identificar uma possível presença de parasito.
O resultado do exame laboratorial será entregue em domicilio posteriormente.
No caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que
está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em
caso de recusa, você não será penalizado de forma alguma. Em caso de dúvida ou
desconforto , você pode procurar o pesquisador pelo telefone 73 99724025.
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu,_____________________________________, RG/ CPF/ n.º
_____________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo
“Qualidade Ambiental e a Saúde da População: Estudo epidemiológico de
parasitoses em Canavieiras – Bahia”, como sujeito.
Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Alciene Pereira da
Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido
que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à
qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/
assistência/tratamento.
127
Local e data: _________________ / ___ / _____ marca do
polegar
Nome e assinatura do sujeito ou responsável:
____________________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e
aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
128
APENDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(se menor de idade)
Seu filho (a)_____________________________________ está sendo convidado
(a), para participar como voluntário na pesquisa “Qualidade Ambiental e a Saúde
da População: Estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia”, que
busca mapear e analisar a relação entre a ocorrência de parasitoses e condições
ambientais em Canavieiras, bem como caracterizar as condições ambientais do
saneamento básico e comparar as áreas de maior ocorrência de parasitos e as
condições ambientais específicas no dito município.
Se vocês aceitarem que seu filho (a) participe da pesquisa, estarão concordando
com as seguintes ações da pesquisa:
Serão analisadas pequenas amostras de fezes do seu filho para possível
identificação parasitológica. O resultado do exame laboratorial será entregue em
domicilio posteriormente.
Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Alciene Pereira da
Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes da participação de meu filho ou menor
que está sob minha guarda. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento
a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de
meu acompanhamento/ assistência/tratamento.
Eu, __________________________________responsável pela criança, aceito que
meu filho (a) ou menor sob minha guarda,
___________________________________participe das atividades da pesquisa
“Qualidade Ambiental e a Saúde da População: Estudo epidemiológico de
parasitoses em Canavieiras – Bahia”, fui devidamente informado
Local e data: _________________ / ___ / _____ marca do
polegar
129
Nome e assinatura do sujeito ou responsável:
____________________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e
aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
130
APENDICE 3
FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS
Bairro
Nº
de
Id
en
tificaçã
o
IDA
DE
Te
mpo
de
mo
rad
ia e
m a
nos
Am
ostr
a (
1,2
,3,4
,5)
Resultado do Exame Água de
Consumo Destino do Lixo
Tipo de Casa
Grau de Instrução Dejeto
domestico
Negativo
Str
on
gylo
ides s
terc
ora
lis
Schis
toso
ma
Taenia
Trichuris trich
iura
Ancilo
sto
ma
Ascaris lu
mbrico
ides
Ente
robiu
s v
erm
icu
laris
Gia
rdia
lam
beia
Hym
eno
lepis
nana
Enta
mo
eba c
oli
Enta
mo
eba h
isto
lystica
Direto
do c
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Direto
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Filt
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duad
o/P
ós
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plic
a
Direto
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olo
Fossa
pub
lica
/part
icula
r
131
APÊNDICE 4
ANALISE ESTATISTICA DE PARASITOSE POR MÓDULO (TESTE DE TUKEY) Legenda: FV – Fonte de variação GL – Graus de liberdade SQ- Soma dos Quadrados QM – Quadradados Médios Fc – Razão de variância Pr > Fc – Probabilidade maior que a razão de variância CV- Coeficiente de variação
Variável analisada: STRONGYLOI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 106.672102 35.557367 22.345 0.0000
erro 219 348.484848 1.591255
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 455.156951
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 281.30
Média geral: 0.4484305 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 0,63747930527233 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 0,174074385855061
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
3 0.000000 a1
4 0.000000 a1
2 0.000000 a1
1 1.515152 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: SCHISTOSOM
132
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 2044.450191 681.483397 56.019 0.0000
erro 219 2664.173187 12.165174
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 4708.623377
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 111.11
Média geral: 3.1390145 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 1,7626064985509 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 0,481309183218604
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
4 0.000000 a1
1 0.000000 a1
3 4.615386 a2
2 7.142859 a3
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TAENIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 232.935101 77.645034 61.215 0.0000
erro 219 277.778222 1.268394
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 510.713323
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 251.15
Média geral: 0.4484309 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
133
DMS: 0,569145409672262 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 0,155414672808244
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
3 0.000000 a1
2 0.000000 a1
1 0.000000 a1
4 2.777780 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICHURIS_
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 21918.117630 7306.039210 25.616 0.0000
erro 219 62461.241187 285.211147
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 84379.358817
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 50.89
Média geral: 33.1838568 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 8,5345267788561 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 2,33049527303209
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
4 19.444445 a1
1 24.242426 a1
2 41.071430 a2
3 43.076920 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ANCILOSTOM
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
134
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 8236.215440 2745.405147 15.397 0.0000
erro 219 39050.557130 178.313046
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 47286.772570
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 36.76
Média geral: 36.3228690 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 6,74819707963944 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 1,842708073112
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
4 25.000000 a1
1 33.333334 a2
2 41.071429 a3
3 41.538457 a3
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ASCARIS_LU
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 25210.986067 8403.662022 145.517 0.0000
erro 219 12647.342072 57.750420
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 37858.328139
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 11.93
Média geral: 63.6771293 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 3,84037622999662 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
135
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 1,04867895814038
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
1 51.515153 a1
2 60.714286 a2
3 67.692306 a3
4 83.333330 a4
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTEROBIUS
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 11349.353466 3783.117822 148.794 0.0000
erro 219 5568.125963 25.425233
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 16917.479429
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 38.77
Média geral: 13.0044846 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 2,54817157085109 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 0,695820864427493
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
3 3.076922 a1
2 12.499998 a2
4 16.666670 a3
1 21.212123 a4
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICOMONIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
136
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 227.982587 75.994196 17.408 0.0000
erro 219 956.057785 4.365561
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 1184.040372
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 116.48
Média geral: 1.7937230 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 1,05588400598207 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 0,288326787011524
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
4 0.000000 a1
1 1.515152 a2
2 1.785716 a2
3 3.076924 a3
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: GIARDIA_LA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 7899.376518 2633.125506 41.846 0.0000
erro 219 13780.284119 62.923672
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 21679.660637
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 93.10
Média geral: 8.5201791 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 4,00869695673013 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 1,0946417476623
--------------------------------------------------------------------------------
137
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
1 1.515150 a1
2 5.357145 a1
4 13.888890 a2
3 15.384614 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: HYMENOLEPI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 1933.604754 644.534918 58.718 0.0000
erro 219 2403.934224 10.976869
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 4337.538977
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 67.17
Média geral: 4.9327356 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 1,67430830169971 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 0,45719788382134
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
2 1.785714 a1
3 3.076922 a1
4 5.555555 a2
1 9.090911 a3
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTAMOEBA_
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
MÓDULO 3 14261.889997 4753.963332 26.638 0.0000
138
erro 219 39083.358587 178.462825
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 222 53345.248584
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 87.62
Média geral: 15.2466361 Número de observações: 223
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV MÓDULO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 6,75103064012328 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822
Erro padrão: 1,84348182419212
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
2 3.571429 a1
4 11.111110 a2
3 18.461537 a3
1 24.242425 a3
--------------------------------------------------------------------------------
ANALISE DA ÁGUA DE CONSUMO Variável analisada: STRONGYLOI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.7E+0020 0.0000
erro 84 5.551115123E-0017 6.60847038E-0019
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 229.885609
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 1.1494267 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 5,09499719663788E-10 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 1,50956380827931E-10
139
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
rio poco 0.000000 a1
Filtrada 0.000000 a1
Cano 3.448280 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: SCHISTOSOM
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 2068.966483 1034.483241 9.8E+0019 0.0000
erro 84 8.881784197E-0016 1.05735526E-0017
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 2068.966483
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 3.4482767 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 2,03799887865515E-9 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 6,03825523311725E-10
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Filtrada 0.000000 a1
Cano 0.000000 a1
rio poco 10.344830 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TAENIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 1.0E+0009 0.0000
erro 84 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000
140
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 0.000000
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 0.0000000 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 0 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 0
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
rio poco 0.000000 a1
Filtrada 0.000000 a1
Cano 0.000000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICHURIS_
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 22988.507586 11494.253793 1.0E+0009 0.0000
erro 84 -1.350031198E-0013 -1.60718000E-0015
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 22988.507586
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 28.7356333 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ANCILOSTOM
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 26896.550276 13448.275138 1.0E+0009 0.0000
erro 84 -1.421085472E-0014 -1.69176842E-0016
--------------------------------------------------------------------------------
141
Total corrigido 86 26896.550276
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 34.4827600 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ASCARIS_LU
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 9885.055195 4942.527598 1.0E+0009 0.0000
erro 84 -5.115907697E-0013 -6.09036631E-0015
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 9885.055195
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 59.7701167 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTEROBIUS
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 919.539770 459.769885 6.2E+0018 0.0000
erro 84 6.217248938E-0015 7.40148683E-0017
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 919.539770
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 9.1954000 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 5,39203820515003E-9 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 1,59757216995626E-9
--------------------------------------------------------------------------------
142
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
rio poco 6.896550 a1
Filtrada 6.896550 a1
Cano 13.793100 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICOMONIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.7E+0020 0.0000
erro 84 5.551115123E-0017 6.60847038E-0019
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 229.885609
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 1.1494267 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 5,09499719663788E-10 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 1,50956380827931E-10
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Filtrada 0.000000 a1
Cano 0.000000 a1
rio poco 3.448280 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: GIARDIA_LA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.0E+0009 0.0000
erro 84 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 229.885609
--------------------------------------------------------------------------------
143
CV (%) = 0.00
Média geral: 2.2988533 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 0 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 0
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Filtrada 0.000000 a1
rio poco 3.448280 a2
Cano 3.448280 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: HYMENOLEPI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 229.884276 114.942138 1.0E+0009 0.0000
erro 84 -2.220446049E-0016 -2.64338815E-0018
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 229.884276
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 4.5977033 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: E_COLI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.7E+0020 0.0000
erro 84 5.551115123E-0017 6.60847038E-0019
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 229.885609
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
144
Média geral: 1.1494267 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 5,09499719663788E-10 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 29
Erro padrão: 1,50956380827931E-10
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
rio poco 0.000000 a1
Cano 0.000000 a1
Filtrada 3.448280 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: E_HISTOLYS
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
FONTE_AGUA 2 6436.778391 3218.389195 1.0E+0009 0.0000
erro 84 -7.105427358E-0015 -8.45884209E-0017
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 86 6436.778391
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 12.6436800 Número de observações: 87
--------------------------------------------------------------------------------
ANALISE IDADE
Variável analisada: STRONG
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 5.357143 0.892857 1.000 0.4512
erro 21 18.750000 0.892857
--------------------------------------------------------------------------------
145
Total corrigido 27 24.107143
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 529.15
Média geral: 0.1785714 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 2,17270045204377 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 0,472455591261534
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
6 a 10 0.000000 a1
< 5 0.000000 a1
>50 0.000000 a1
41 a 50 0.000000 a1
11 a 20 0.000000 a1
31 a 40 0.000000 a1
21 a 30 1.250000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: SCHIST
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 253.418559 42.236427 1.040 0.4281
erro 21 853.093132 40.623482
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 1106.511691
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 206.20
Média geral: 3.0909864 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 14,655392069731 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 3,1868276728903
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
146
--------------------------------------------------------------------------------
41 a 50 0.000000 a1
< 5 0.000000 a1
31 a 40 0.000000 a1
11 a 20 3.125000 a1
6 a 10 4.166667 a1
>50 6.845238 a1
21 a 30 7.500000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TAENIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 10.932953 1.822159 1.000 0.4512
erro 21 38.265337 1.822159
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 49.198290
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 529.15
Média geral: 0.2551021 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 3,10385903017707 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 0,674936828919672
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
6 a 10 0.000000 a1
< 5 0.000000 a1
>50 0.000000 a1
41 a 50 0.000000 a1
21 a 30 0.000000 a1
31 a 40 0.000000 a1
11 a 20 1.785715 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICHURIS_
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
147
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 931.183052 155.197175 0.552 0.7631
erro 21 5905.713549 281.224455
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 6836.896601
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 56.61
Média geral: 29.6259079 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 38,5598563860839 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 8,38487410020575
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
31 a 40 21.170635 a1
6 a 10 24.038462 a1
>50 25.549450 a1
21 a 30 31.071428 a1
< 5 31.666668 a1
41 a 50 36.666668 a1
11 a 20 37.218045 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ANC
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 4394.130411 732.355069 3.198 0.0217
erro 21 4808.407704 228.971795
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 9202.538115
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 46.44
Média geral: 32.5821254 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 34,7936396153349 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
148
Erro padrão: 7,56590700809254
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
< 5 6.666667 a1
6 a 10 28.782052 a1 a2
41 a 50 30.000000 a1 a2
31 a 40 30.476190 a1 a2
>50 42.765570 a2
21 a 30 43.214285 a2
11 a 20 46.170112 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ASCAR
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 1759.351276 293.225213 0.644 0.6942
erro 21 9560.452784 455.259656
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 11319.804060
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 35.45
Média geral: 60.1807464 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 49,0612319326196 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 10,6684072896203
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
>50 50.389193 a1
6 a 10 50.897437 a1
< 5 55.000000 a1
31 a 40 58.908730 a1
41 a 50 66.666667 a1
11 a 20 67.974625 a1
21 a 30 71.428573 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTER
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
149
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 812.961374 135.493562 0.587 0.7368
erro 21 4846.127822 230.767992
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 5659.089196
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 116.60
Média geral: 13.0281918 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 34,9298444131507 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 7,59552485910565
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
< 5 6.666667 a1
>50 10.256410 a1
11 a 20 10.863095 a1
21 a 30 12.321427 a1
31 a 40 12.500000 a1
41 a 50 13.333333 a1
6 a 10 25.256410 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICOM
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 192.761214 32.126869 1.590 0.1993
erro 21 424.285605 20.204076
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 617.046819
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 242.02
Média geral: 1.8572529 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
150
DMS: 10,3354256548267 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 2,24744724202432
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
41 a 50 0.000000 a1
< 5 0.000000 a1
31 a 40 0.000000 a1
21 a 30 0.000000 a1
11 a 20 1.315790 a1
>50 4.761902 a1
6 a 10 6.923078 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: GIARD
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 939.826725 156.637788 1.140 0.3742
erro 21 2885.821977 137.420094
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 3825.648702
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 159.61
Média geral: 7.3445464 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 26,9546679946216 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 5,86131585358587
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
41 a 50 0.000000 a1
6 a 10 3.846155 a1
21 a 30 4.375000 a1
< 5 6.666667 a1
>50 6.730770 a1
11 a 20 10.150375 a1a2
31 a 40 19.642857 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: HYMEN
151
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 238.253398 39.708900 0.769 0.6028
erro 21 1084.678429 51.651354
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 1322.931828
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 152.88
Média geral: 4.7008550 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 16,5253140034157 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 3,5934438136293
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
11 a 20 0.000000 a1
21 a 30 2.500000 a1
31 a 40 2.777778 a1
6 a 10 5.000000 a1
< 5 6.666667 a1
41 a 50 6.666667 a1
>50 9.294872 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTAM
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 164.040372 27.340062 1.209 0.3404
erro 21 474.864422 22.612592
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 638.904794
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 256.43
Média geral: 1.8543957 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
152
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 10,9341250112342 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 2,37763493455844
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
6 a 10 0.000000 a1
< 5 0.000000 a1
31 a 40 0.000000 a1
11 a 20 0.000000 a1
>50 2.564102 a1
21 a 30 3.750000 a1
41 a 50 6.666667 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTAM_HIST
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
IDADE 6 1410.397159 235.066193 0.800 0.5810
erro 21 6172.885240 293.946916
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 27 7583.282400
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 124.13
Média geral: 13.8121868 Número de observações: 28
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV IDADE
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 39,4224236045609 NMS: 0,05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 8,57244008741998
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
6 a 10 3.846155 a1
21 a 30 8.125000 a1
< 5 8.333333 a1
11 a 20 15.280390 a1
31 a 40 16.805555 a1
>50 17.628207 a1
41 a 50 26.666668 a1
--------------------------------------------------------------------------------
153
ANALISE DESTINO DO ESGOTO
Variável analisada: STRONG
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 4.325255 4.325255 0.854 0.3979
erro 5 25.333638 5.066728
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 6 29.658893
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 267.86
Média geral: 0.8403357 Número de observações: 7
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 4.09181661183241 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 1.12546962516229
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 0.000000 a1
Solo 1.470587 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: SCHIST
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 39.506183 39.506183 8.000 0.0300
erro 6 29.629659 4.938277
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 69.135842
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 100.00
Média geral: 2.2222225 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
154
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 3.84499924168752 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 1.11111166666729
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Solo 0.000 a1
Fossa 0.000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TAENIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 1.0E+0009 0.0000
erro 6 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 0.000000
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 0.0000000 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 0 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 0
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Solo 0.000000 a1
Fossa 0.000000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICH
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
155
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 207.041206 207.041206 0.818 0.4006
erro 6 1518.700345 253.116724
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 1725.741551
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 69.61
Média geral: 22.8539213 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 27.527639730228 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 7.95482124637468
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 17.766667 a1
Solo 27.941175 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ANCIL
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 34.995062 34.995062 0.206 0.6657
erro 6 1018.172480 169.695413
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 1053.167542
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 39.23
Média geral: 33.2026150 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 22.5394651954933 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
156
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 6.51335960424339
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 31.111112 a1
Solo 35.294117 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ASCARIS_L
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 1741.656887 1741.656887 6.244 0.0466
erro 6 1673.548247 278.924708
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 3415.205134
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 32.48
Média geral: 51.4215688 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 28.8969527991908 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 8.35051956270954
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 36.666668 a1
Solo 66.176470 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENTEROBIUS
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 3.767787 3.767787 0.042 0.8445
erro 6 538.715678 89.785946
157
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 542.483465
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 67.59
Média geral: 14.0196075 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 16.3950496977048 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 4.73777232442698
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 13.333333 a1
Solo 14.705882 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: TRICOMON
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 1.033793 1.033793 0.046 0.8364
erro 6 133.435960 22.239327
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 134.469753
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 182.66
Média geral: 2.5817000 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 8.15960945729882 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 2.3579295322499
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 2.222222 a1
Solo 2.941177 a1
--------------------------------------------------------------------------------
158
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: GIARDIA
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 32.314529 32.314529 1.652 0.2461
erro 6 117.378035 19.563006
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 149.692564
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 82.78
Média geral: 5.3431375 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 7.65290544590179 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 2.2115043437853
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 3.333333 a1
Solo 7.352942 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: HYMENOLE
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 69.204142 69.204142 6.000 0.0498
erro 6 69.204201 11.534033
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 138.408343
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 115.47
Média geral: 2.9411762 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
159
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 5.87623503768038 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 1.69808962135978
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Fossa 0.000000 a1
Solo 5.882352 a2
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENT_COLI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 1.0E+0009 0.0000
erro 6 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 0.000000
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 0.00
Média geral: 0.0000000 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 0 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 0
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
Solo 0.000000 a1
Fossa 0.000000 a1
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Variável analisada: ENT_HISTO
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )
--------------------------------------------------------------------------------
160
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
DESTINO 1 26.316751 26.316751 0.263 0.6261
erro 6 599.269339 99.878223
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 7 625.586090
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 117.85
Média geral: 8.4803913 Número de observações: 8
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV DESTINO
--------------------------------------------------------------------------------
DMS: 17.2919495197429 NMS: 0.05
--------------------------------------------------------------------------------
Média harmonica do número de repetições (r): 4
Erro padrão: 4.99695465281178
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Tratamentos Médias Resultados do teste
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Fossa 6.666667 a1
Solo 10.294115 a1
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