UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
VETERINÁRIAS
APOLIANA DE SOUSA RODRIGUES
PADRONIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TESTES SOROLÓGICOS
COMO FERRAMENTAS PARA CONTROLE DA ARTRITE
ENCEFALITE CAPRINA EM REBANHO LEITEIRO
SEMI-INTENSIVO
FORTALEZA
2012
2
APOLIANA DE SOUSA RODRIGUES
PADRONIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TESTES SOROLÓGICOS
COMO FERRAMENTAS PARA CONTROLE DA ARTRITE
ENCEFALITE CAPRINA EM REBANHO LEITEIRO
SEMI-INTENSIVO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação
em Ciências Veterinárias da Universidade Estadual do
Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Ciências Veterinárias.
Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal.
Linha de Pesquisa: Reprodução e sanidade de pequenos
ruminantes.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Fátima da Silva
Teixeira
FORTALEZA
2012
3
4
APOLIANA DE SOUSA RODRIGUES
PADRONIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TESTES SOROLÓGICOS
COMO FERRAMENTAS PARA CONTROLE DA ARTRITE
ENCEFALITE CAPRINA EM REBANHO LEITEIRO
SEMI-INTENSIVO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de
Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Ciências Veterinárias.
Aprovada em: ____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Profa. Dra. Maria Fátima da Silva Teixeira
Universidade Estadual do Ceará
Orientadora
________________________________
Prof. Dr. Raymundo Rizaldo Pinheiro
EMBRAPA Caprinos e Ovinos/
Universidade Estadual Vale do Acaraú
Co-orientador/Examinador
________________________________
Prof. Dra. Alice Andrioli Pinheiro
EMBRAPA Caprinos e Ovinos/
Universidade Estadual Vale do Acaraú
Examinadora
5
“O Universo, por si só, exige a existência de um ser
superior que foi capaz de fazer dele uma realidade. Se
não há um Deus Criador, então, fica difícil, senão
impossível, explicar a existência da vida”.
Guttfried Wilhelm Leibnitz
6
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual do Ceará, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias (PPGCV) e ao Laboratório de Virologia (LABOVIR) pela a oportunidade
que me foi dada para a realização deste trabalho.
A CAPES pela bolsa concedida e ao CNPq pelo apoio financeiro, o qual foi
imprescindível para o andamento desta pesquisa.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Caprinos e Ovinos, pela
concessão das condições técnicas e estruturais para realização deste estudo.
Ao meu criador, Deus. Sou muito grata pelas bênçãos recebidas, por guiar a minha vida
e por sempre renovar as minhas forças.
Aos meus pais, Rosa Maria e Francisco Fernandes por seu grande amor e dedicação, os
quais não mediram esforços para me ajudar.
Aos meus irmãos, Lidiane, Juliana e Rafael por sempre torcerem por mim e se
alegrarem por mais uma conquista na minha vida.
Ao Adílio Costa pelo grande incentivo.
A Verônica Sousa, minha cunhada, por sempre estar pronta a me ouvir.
A profa. Dra. Maria Fátima pelo carinho, amizade e orientação.
Ao Dr. Raymundo Rizaldo pela a oportunidade de aprendizado que me concedeu ao
tempo que passei na Embrapa, o qual foi imprescindível para o meu desenvolvimento
acadêmico e pessoal. Obrigada pela confiança e auxílio.
Ao Ronaldo pela amizade, mensagens enriquecedoras e orações.
A Roberta Lomonte pela atenção, paciência, carinho e por tantas coisas que me ensinou
perto ou longe sempre me ajudou nos momentos que mais precisei. Obrigada!
A Dra. Alice Andrioli pela colaboração e ensinamentos prestados.
Ao prof. Dr. Isaac Neto pela atenção e contribuição.
A Samile Alves, ao Vanderlan Warlington e Daniele Timbó pela companhia, grande
ajuda e momentos de descontração.
A Lauana, por ser essa pessoa sempre prestativa.
Ao Thiago Sampaio, muito obrigada pelos ensinamentos e grande ajuda.
Ao João Ricardo que também muito me ajudou com sua sabedoria nas atividades do
laboratório.
7
A Osmarilda, Dona Helena e Nóbrega muito obrigada pelo auxílio profissional.
A Dalva Alana pela amizade e carisma.
Ao Leandro, Eduardo Luís, funcionários do setor leiteiro da Embrapa, muito obrigada!
A todos os bolsistas e funcionários da Embrapa.
A Dra. Edmara Chaves e profa. Dra. Lucia de Fátima, obrigada pela colaboração.
Aos que fazem parte do LABOVIR, Danilo Saraiva, Kelma Costa, Gabrielle Rosemblit,
D’avila Aguiar, Rebeca Marinho, Igor Ciríaco, Victor Manuel, Allan Bezerra,
Rosivaldo Júnior, Steffi Araújo, Expedito Maia e Elysângella, obrigada pela amizade e
auxílio.
Aos colegas de mestrado e aos professores do PPGCV muito obrigada pelos grandes
ensinamentos.
8
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar um programa de controle da CAE, em rebanho
leiteiro, utilizando testes sorológicos. Para tanto, foram padronizadas as técnicas de
Ensaio Imunoenzimático Indireto (Elisa-i) e Western Blot (WB) a fim de diagnosticar
precocemente anticorpos contra o Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV). A partir
das padronizações realizadas testou-se 222 amostras de soro caprino, as quais também
foram avaliadas comparativamente com a prova de rotina, Imunodifusão em Gel de
Agarose (IDGA). Os testes de WB/IDGA, Elisa-i/IDGA e WB/Elisa-i foram
comparados estatisticamente, tendo apresentado sensibilidade de 100%, 70% e 84,6% e
concordância de 73,9%, 90,1%, e 72,5%, concomitantemente. Desta forma, essas três
técnicas foram utilizadas para o acompanhamento de animais leiteiros com práticas de
manejo a fim de controlar a enfermidade. Foram realizadas sete coletas de sangue a
cada quatro meses em matrizes e reprodutores, utilizando os testes de IDGA, Elisa-i e
WB. As crias que tiveram parto assistido foram submetidas a coletas de sangue logo
após o nascimento. Um total de 283 amostras de soro de neonatos foi analisado pelas
técnicas de IDGA e WB. A prevalência dos animais adultos foi de 6,8%, 14,9% e 39,2%
respectivamente por IDGA, Elisa-i e WB. Na ultima análise detectou-se 1,9% no teste
de IDGA e 7,5% nos testes de Elisa-i e de WB. Dos 283 neonatos avaliados ao
nascimento, quatro apresentaram resultado positivo no teste de WB. Esses dados
revelam que os testes de Elisa-i e WB apresentaram melhores resultados quando
comparados a IDGA, sendo mais sensíveis. O WB por sua vez se destacou como o
método mais sensível para o diagnóstico precoce de anticorpos anti-CAEV, porém as
medidas de manejo aliadas as provas sorológicas adotadas não foram suficientes para
erradicar a CAE, mas favoreceu uma redução significativa de animais soropositivos no
rebanho estudado. Além disso, apesar da baixa frequência a transmissão vertical dos
Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPR), ocorre.
Palavras-chave: CAEV, controle, diagnóstico, Lentivírus de Pequenos Ruminantes.
9
ABSTRACT
This study aimed to evaluate a control program of CAE, in dairy herd, using serological
tests. For this, techniques of Enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) and
Western Blot (WB) were standardized to diagnose early antibodies the caprine arthritis
encephalitis virus (CAEV). From the patterning were tested 222 goat serum samples,
which were also evaluated by the test routine agarose gel immunodiffusion (AGID) for
comparison. Tests for WB/IDGA, ELISA/IDGA and WB/ELISA were compared
statistically, and presented a sensitivity of 100%, 70% and 84.6% and concordance of
73.9%, 90.1%, and 72.5% concomitantly. Thus, these three techniques were used for
tracking dairy animals with management practices control of disease. Seven surveys
serological were realized, every four months, with collected samples blood the bucks
and matrices, using the AGID tests, Elisa-i and WB. The kids who had delivery assisted
were subjected to blood draws, shortly after birth, 283 serum samples were analyzed by
the AGID and WB. The prevalence of adult animals was 6.8%, 14.9% and 39.2%,
respectively, for AGID, ELISA and WB. In the final analysis detected 1.9% in test
AGID and 7.5% in tests ELISA and WB. Of the 283 newborns evaluated the birth, four
were positive in the WB. These data show that the tests of ELISA and WB shows better
results when compared to AGID, being more sensitive. The WB in turn stood out as the
most sensitive method for early diagnosis of the disease, but the management practices
adopted allied with serologic tests were not sufficient to eradicate CAE, but favored to a
significant reduction of the disease in the herd studied. Furthermore, despite the low
frequency the vertical transmission of Small Ruminant Lentivirus (SRLV) occurs.
Keywords: CAEV, control, diagnostic, small ruminant lentivirus.
10
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1 - Estrutura esquemática dos LVPR (Borderías, 2004). .................................... 22
Figura 2 - RNA genômico do vírus da Artrite Encefalite Caprina (Olsen, 2001). ......... 23
Figura 3 - Aumento de volume articular em caprino infectado com o CAEV. .............. 25
Figura 4 - Mastite causada pelo vírus da CAE. .............................................................. 26
Figura 5 - Teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) realizado em placas de
petri e em lâminas de microscopia, orifícios preenchido com soro controle positivo,
soros teste e com antígeno para CAE. ............................................................................ 29
Figura 6 - Linhas de precipitação do teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA)
realizado com antígeno para CAE. ................................................................................. 29
Figura 7 - Teste de Elisa indireto realizado na Embrapa Caprinos e Ovinos em placa
rígida. .............................................................................................................................. 31
Figura 8 - Teste de Western Blot (WB) realizado na Embrapa Caprinos e Ovinos, padrão
de proteínas, controle positivo, controle negativo e soros testes. Amostra positiva
apresenta reação do mesmo peso molecular do padrão (seta). ....................................... 32
Figura 9 - Separação da cria ao nascimento. .................................................................. 35
Figura 10 - Fornecimento de colostro termizado em cabrito recém-nascido. ................ 35
Figura 11 - Animal positivo identificado com brinco e colar. ....................................... 36
CAPÍTULO I
Figura 1 - Padronização do Western Blot para diagnóstico da Artrite-Encefalite
Caprina............................................................................................................................48
CAPÍTULO II
Figura 1 - Percentual de animais positivos detectados por IDGA, Elisa-i e WB em sete
levantamentos, com intervalo de quatro meses, em rebanho leiteiro semi-intensivo......61
11
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I
Tabela 1 - Comparação dos resultados dos soros caprinos entre as técnicas de Elisa-i e
IDGA para detecção de anticorpos contra CAEV. ......................................................... 49
Tabela 2 - Comparação dos resultados dos soros caprinos entre as técnicas de WB e
IDGA para detecção de anticorpos contra CAEV. ......................................................... 50
Tabela 3 - Comparação dos resultados dos soros caprinos entre as técnicas de WB e
Elisa-i para detecção de anticorpos contra CAEV.......................................................... 50
CAPÍTULO II
Tabela 1 - Testes de IDGA e WB em cabritos imediatamente após o nascimento.........64
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A - Ampère
Ag - Antígeno
AIEV - Vírus da Anemia Infecciosa Equina
BIV - Vírus da Imunodeficiência Bovina
CA - Capsídeo
CAE - Artrite Encefalite Caprina
CAEV - Vírus da Artrite Encefalite Caprina
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CE - Ceará
CEUA - Comitê de Ética para Uso de Animais
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
DAB - Diaminobenzidine
DNA - Ácido desoxirribonucleico
dUTPase - Enzima codificada pelo gene pol
EDTA - Acido etilenodiaminatetraacetico
ELISA - Enzyme Linked Immunosorbent Assay
Elisa-i - Ensaio Imunoenzimático Indireto
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
env - Gene que codifica as proteínas do envelope viral
FIV - Vírus da Imunodeficiência Felina
FUNCAP - Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico
gag - Gene viral que codifica as proteínas interna do vírus
GP – Glicoproteína
HCl – Ácido Clorídrico
13
H2O2 - Água Oxigenada
H2SO4 - Ácido Sulfúrico
HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDGA - Imunodifusão em Gel de Agarose
IgG - Imunoglobulina G
IN - Integrase
JDV – Vírus da Doença de Jembrana
KDa - Kilodaltons
LABOVIR - Laboratório de Virologia
LTR - Sequências Longas Repetidas
LVC – Lentivírus Caprino
LVPR - Lentivírus de Pequenos Ruminantes
M - Molar
MA - Matriz
mg - Miligramas
MIN - Minuto
mL - Mililitros
mM - mili-molar
MN – Membrana de Nitrocelulose
MSC - Membrana Sinovial Caprina
MVV - Vírus Maedi-Visna
Na2CO3 - Carbonato de Sódio
NaCl - Cloreto de Sódio
NaHCO3 - Bicarbonato de Sódio
NA2HPO4 – Fosfato de Sódio Dibásico
14
NAH2PO4 – Fosfato de Sódio Monobásico
NC - Nucleocapsídeo
nm - Nanômetro
ºC - Graus Celsius
ORF - Pequena região do genoma viral
OIE - Organização Mundial de Saúde Animal
OPD - O-phenylenidiamine
PAGE - Polyacrylamide Gel Electrophoresis
PBS - Solução de Tampão de Fosfato
PBS-T - PBS-Tween-20
PCR - Reação em Cadeia de Polimerase
PEG - Polietilenoglicol
pH - Potencial de Hidrogênio
PM - Peso Molecular
PMSF - Phenylmethylsulphonyl fluoride
pol - Gene encontrado no genoma retroviral que codifica a transcriptase reversa
PP - Percentual de Positividade
PPGCV - Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
PR – Protease
rev - Gene de regulação viral
RNA - Ácido ribonucleico
SDS - Dodecil Sulfato de Sódio
SFB - Soro fetal bovino
SIV - Vírus da Imunodeficiência Símia
SN - Sobrenadante
SU - Glicoproteína de Superfície
15
tat - Gene de regulação viral
TI – Tampão de Incubação
TM - Glicoproteína Transmembrânica
tm - Trademark
TNE - Tampão Tris -HCl
TR – Transcriptase Reversa
UCCS - Ultracentrifugação em Colchão de Sacarose
UECE - Universidade Estadual do Ceará
V - Volts
vif - Gene de regulação viral
VPN - Valor Preditivo Negativo
VPP - Valor Preditivo Positivo
W - Watts
WB - Western Blot
µg - Micrograma
µL - Microlitro
µm – Micrômetro
g - Unidade da força centrífuga relativa
χ2
- Qui-Quadrado
16
SUMÁRIO
RESUMO ......................................................................................................................... 8
ABSTRACT ..................................................................................................................... 9
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... 10
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... 11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 18
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 20
2.1 VISÃO GERAL DA CAPRINOCULTURA ...................................................................... 20
2.2 VÍRUS DA ATRITE ENCEFALITE CAPRINA ............................................................... 21
2.2.1 Classificação, morfologia e genoma .............................................................. 21
2.2.2 Replicação ...................................................................................................... 23
2.2.3 Resposta imune .............................................................................................. 24
2.2.4 Sinais clínicos ................................................................................................. 25
2.2.5 Transmissão .................................................................................................... 27
2.2.6 Diagnóstico..................................................................................................... 28
2.2.6.1 Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) ............................................. 28
2.2.6.2 Ensaio Imunoenzimático Indireto (Elisa-i).............................................. 30
2.2.6.3 Western Blot (WB) .................................................................................. 31
2.2.6.4 Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) ................................................. 32
2.2.6.5 Isolamento viral ....................................................................................... 33
2.2.7 Tratamento ..................................................................................................... 33
2.2.8 Medidas de prevenção e controle ................................................................... 33
3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 38
4 HIPÓTESE CIENTÍFICA ........................................................................................ 39
5 OBJETIVOS .............................................................................................................. 40
5.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 40
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 40
6 CAPÍTULO I ............................................................................................................. 41
PADRONIZAÇÃO DO ELISA INDIRETO E WESTERN BLOT PARA
DIAGNÓSTICO DA ARTRITE-ENCEFALITE CAPRINA .................................. 42
RESUMO ....................................................................................................................... 42
ABSTRACT ................................................................................................................... 43
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 43
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 44
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 48
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 52
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 52
17
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 52
7 CAPÍTULO II ............................................................................................................ 55
UTILIZAÇÃO DE TESTES SOROLÓGICOS COMO FERRAMENTAS PARA
CONTROLE DA ARTRITE-ENCEFALITE CAPRINA EM REBANHO
LEITEIRO .................................................................................................................... 56
RESUMO ....................................................................................................................... 56
ABSTRACT ................................................................................................................... 57
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 57
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 59
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 61
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 67
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 68
8 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 72
9 PERSPECTIVAS ....................................................................................................... 73
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 74
ANEXOS ....................................................................................................................... 86
ANEXO 1 - DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ........................................................ 87
ANEXO 2 - COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DE ARTIGO .............................................. 88
18
1 INTRODUÇÃO
A Artrite Encefalite Caprina (CAE) se enquadra no grupo dos Lentivírus de
Pequenos Ruminantes (LVPR) e necessita de vigilância devido à sua dispersão mundial.
É uma doença multissistêmica crônica, com um longo período de incubação e evolução
clínica lenta e progressiva (Franke, 1998). Além de ser incurável, pode ainda se
apresentar de forma assintomática em muitos animais, tornando estes portadores do
vírus, o que favorece a disseminação da enfermidade.
Caprinos infectados com o Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) podem
apresentar lesões nas articulações, pulmões, sistema nervoso e glândula mamária.
Entretanto, a que tem grande impacto econômico é a forma mamária, porque
compromete a produção leiteira e a qualidade do leite, por aumentar a contagem de
células somáticas e diminuir os níveis de gordura do leite (Greenwood, 1995; Brito,
2009; Carneiro, 2011). Esse vírus afeta caprinos de qualquer raça, sexo e faixa etária,
tendo sido observada uma crescente soroprevalência com o avançar da idade (Jones et
al., 2000; Pinheiro et al., 2001; Radostits et al., 2002; Souza et al., 2005).
A dispersão do CAEV vem causando diversas perdas, como a diminuição da vida
produtiva, predisposição para a ocorrência de infecções bacterianas, sobretudo na
glândula mamária, crescimento deficiente ou aumento da taxa de mortalidade das crias e
diminuição da eficiência reprodutiva (Brito, 2009; Carneiro, 2011).
Há uma grande preocupação de melhorar o controle dessa enfermidade,
especialmente em rebanhos leiteiros onde o índice de casos é mais elevado. Isso se deve
pela contaminação de crias por meio do colostro e leite de animais positivos, sendo a
via digestiva a principal fonte de transmissão natural do CAEV (Mselli-Lakhal et al.,
1999; Lamara et al., 2001). Além desta, outras vias de infecção como secreções
salivares, respiratórias, intrauterina e sexual, também têm sido estudadas (Blacklaws et
al., 2004; Peterhans et al., 2004; Souza et al., 2012a).
O sucesso do controle depende de boas técnicas de manejo, no qual visam à
prevenção da transmissão pelo leite, isolamento dos animais soropositivos (East, 1993),
e de testes diagnósticos mais sensíveis (Pinheiro et al., 2010). Para isso, a sorologia
representa uma forma eficaz no diagnóstico laboratorial, pois a presença de anticorpos
demonstra indiretamente a existência de infecção (Castro, 1998). O diagnóstico mais
19
rotineiramente utilizado é o teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA), porém
outros testes sorológicos como o ensaio imunoenzimático indireto (Elisa-i) e o Western
Blotting (WB) também são empregados.
A IDGA é indicada como teste de triagem, porque é de fácil execução e tem alta
especificidade (Varea et al., 2001). Sua desvantagem é a sororreação tardia, pois só
detecta altos níveis de anticorpos. O teste Elisa-i é considerado mais sensível que o
IDGA, porém a sensibilidade e especificidade do teste depende da qualidade do
antígeno. Já o WB é considerado padrão ouro para validação de outros testes, entretanto
é uma técnica bastante laboriosa (Zanoni et al., 1989)
A implantação de testes laboratoriais e boas práticas de manejo para controlar a
CAE são necessárias, pois ainda não existem tratamentos nem vacinas eficazes contra
essa enfermidade.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Visão geral da caprinocultura
A região Nordeste é o local de maior concentração de caprinos, correspondendo
a 90,61% de animais do rebanho nacional, sendo os Estados da Bahia, Pernambuco,
Piauí, Ceará e Paraíba os que representam os maiores efetivos de caprinos (IBGE,
2009).
No entanto, o desempenho da caprinocultura nessa região é comprometido por
práticas comumente inadequadas de manejo alimentar, reprodutivo e sanitário, bem
como pela ausência de escrituração zootécnica e diagnóstico tardio de diversas doenças
com etiologias diferentes, e que em sua maioria não são controladas de maneira
apropriada (Pinheiro et al., 2003; Brito, 2009; Carneiro, 2011).
A caprinocultura merece uma maior atenção a respeito da situação sanitária
desses animais, necessitando de maiores cuidados, o que pode repercutir na associação
do valor aos animais e seus produtos (Castro e Melo, 2001). Um dos problemas
sanitários de relevância é a síndrome da Artrite Encefalite Caprina (CAE) (Silva et al.,
1996). Essa doença é determinada pela infecção com o CAEV.
A introdução da CAE na América do Sul ocorreu, possivelmente através das
importações de animais de raças leiteiras estrangeiras, provenientes de rebanhos
europeus (França, Suíça, Alemanha, Holanda, Inglaterra) e americanos (Estados
Unidos e Canadá). Sua primeira descrição no Brasil foi feita no Rio Grande do Sul,
com identificação de caprinos soropositivos (Moojen et al., 1986). Há também
registros de exames positivos em soros coletados, no Rio de Janeiro, no início da
década de 80 (Cunha e Nascimento, 1995). Posteriormente sua presença foi
confirmada com o isolamento do vírus de caprinos (Castro et al., 1999; Feitosa et al.,
2007).
A disseminação do CAEV vem sendo difundida mundialmente, principalmente
em países que praticam a caprinocultura leiteira intensiva (Crawford et al., 1981; East
et al., 1987), necessitando assim de constante vigilância.
21
2.2 Vírus da Atrite Encefalite Caprina
2.2.1 Classificação, morfologia e genoma
O vírus da Atrite Encefalite Caprina (CAEV) pertence à família Retroviridae,
subfamília Lentivirinae, gênero Lentivírus (lenti em latim = lento) (Crawford et al.,
1980). Competem também a este gênero, o vírus Maedi-Visna (MVV), os vírus das
imunodeficiências felina (FIV), bovina (BIV), símia (SIV) e humana (HIV-1, HIV-2),
vírus da anemia infecciosa equina (AIEV) (Haase, 1986; Clements e Payne, 1994) e o
vírus da doença de Jembrana (JDV) (Burkala et al., 1998). No entanto, os dois
principais grupos filogenéticos dos Lentivirus de Pequenos Ruminantes (LVPR) estão
representados pelos protótipos do CAEV e MVV (Shah et al., 2004).
Esses infectam caprinos e ovinos, respectivamente. São considerados patógenos
espécie-específicos, porém estudos evidenciaram que são capazes de contaminar ambas
as espécies (Pisoni et al., 2005; Ravazzolo et al., 2006; Souza et al., 2012a).
A estrutura desses Lentivírus é de vírions envelopados de 80 a 100 nm de
diâmetro contendo duas moléculas idênticas de RNA e proteínas estruturais (figura 1)
(Gonda et al., 1986; Joag et al., 1996; Jones et al., 2000). A porção viral mais externa é
ligeiramente esférica constituída por lipídios, onde se encontram inseridas diversas
glicoproteínas codificadas pelo vírus, apresentando ainda uma grande quantidade de
ácidos siálicos em sua superfície, os quais promovem uma resistência à degradação do
vírus pelas enzimas proteolíticas do trato gastrintestinal, o que possibilita a infecção
intestinal e facilita seu escape do controle humoral (Huso et al., 1988).
Os três principais genes do genoma são expressos por gene gag, env, pol. As
glicoproteínas do gene env (envelope) são glicoproteínas de superfície (SU) e
transmembranar (TM) que atuam na penetração do vírus nas células. O núcleo é cônico
e denso (Joag et al., 1996; Jones et al., 2000), o qual se constitui por produtos do gene
gag (antigeno grupo-específico) – proteínas do capsídeo (CA), nucleocapsídeo (NC) e
matriz (MA). A região pol (polimerase) codifica as proteínas de atividade enzimática:
transcriptase reversa, protease, integrase e dUTPase, além de pequenos ORFs (“open
reading frames”) ou fases abertas de leitura, que codificam proteínas que regulam a
22
expressão gênica como os genes acessórios (tat, vif), (ou Q) e (rev), codificantes de
proteínas de regulação da expressão viral (Clements e Payne, 1994).
Figura 1 - Estrutura esquemática dos LVPR (Borderías, 2004).
O genoma viral possui tamanho de aproximadamente 10Kb, formado por duas
regiões terminais não codificantes (sequencias longas repetidas ou “LTRs”), localizadas
nas extremidades 5’ e 3’, as quais estão envolvidas na habilidade do vírus em sofrer
replicação em células distintas, contribuindo para o estabelecimento do tropismo celular
(Agnarsdóttir et al., 2000; Clements e Payne, 1994). Entre essas regiões extremas estão
os genes gag e pol, que são considerados os mais conservados, e o gene env que é
bastante heterogêneo (Narayan e Clements, 1989). Além desses, o gene acessório tat,
que é essencial para a indução da patogenia, e rev e vif, os quais participam da
replicação viral (figura 2) (Harmache et al., 1995; Clements e Zink, 1996; Joag, 1996).
23
Figura 2 - RNA genômico do vírus da Artrite Encefalite Caprina (Olsen, 2001).
2.2.2 Replicação
O vírus possui tropismo principalmente pelas células do sistema monocítico-
fagocitário que proporcionam a replicação viral e funcionam como meio de
distribuição. A “replicação restrita” permite que o vírus permaneça latente nos
monócitos do hospedeiro e não seja detectável pelo sistema imune (Pugh, 2004). A
replicação geralmente é limitada por determinados fatores, entre os quais se destaca a
restrição que é mediada por interferon, produzido por linfócitos ativados durante sua
interação com os macrófagos infectados. Contudo, é o tropismo do vírus por células do
sistema imune, particularmente monócitos e macrófagos, o principal fator responsável
pela habilidade dos lentivírus em causar infecções crônicas, que persistem por toda a
vida do animal (Pinheiro, 2001).
O lentivirus compartilham três características gerais que promovem a
persistência da infecção em seus hospedeiros. Primeiro, após a transcrição reversa do
RNA viral nas células infectadas, o DNA proviral se integra ao genoma celular,
permitindo que o vírus escape dos mecanismos de defesa do hospedeiro e preserve o
seu genoma. Segundo, se multiplicam em células do sistema imunológico,
normalmente responsáveis pela eliminação de células infectadas, assim, o hospedeiro
não consegue desenvolver resposta imunológica curativa (Narayan et al., 1997,
Callado et al., 1999).
Terceiro, esses vírus acumulam altas taxas de mutação durante o processo de
replicação, devido a falhas da transcriptase reversa em corrigir as novas sequências de
nucleotídeos, resultando em variabilidade genética e, consequentemente fenotípica.
Além disso, a restrição da expressão viral, sem produção de partículas virais, permite
24
que as células infectadas pelo vírus escapem do sistema imunológico do hospedeiro
(Cheevers et al., 1993; Narayan et al., 1997).
2.2.3 Resposta imune
O CAEV está associado covalentemente com as glicoproteínas TM, denominada
de gp 45, e de SU gp135; com o CA cuja proteína é a p28, com peso molecular em
torno de 28 a 30 KDa; com o NC, que é uma pequena proteína que interage com o
RNA do vírus e MA, que está situada entre o CA e o envelope, possuindo proteína
com peso de cerca de 16 KDa (p16). É contra a proteína do CA que ocorre a primeira
resposta imune detectada em torno da terceira semana após infecção e por volta da
quinta semana são produzidos anticorpos para as proteínas do NC, MA, TM e SU
(Concha-bermejillo et al., 1995; Pepin et al., 1998; Hirsh e Zee, 2003).
Dentre as proteínas citadas, duas estão mais diretamente envolvidas com a
produção de anticorpos pelo hospedeiro: uma glicoproteína do envelope, de peso
molecular de 135 kDa (gp135), e uma nucleoproteína de peso molecular de 28 kDa
(p28) (Gogolewski et al., 1985; Johnson et al., 1983; Knowles et al., 1991).
A resposta celular é caracterizada pela proliferação de linfócitos T CD4+
(Reyburn et al., 1992b) e T CD8+ (Lichtensteiger et al., 1993; Blacklaws et al., 1994)
que são responsáveis pela destruição de células infectadas, porém não destroem as que
não expressam as proteínas víricas. Os anticorpos passivos adquiridos pela ingestão de
colostro persistem em níveis detectáveis no soro de cabritos por menos de seis meses
(Adams et al., 1983; Cutlip et al., 1988).
O alto grau de variabilidade genética do vírus, como evidenciado pela geração de
uma população altamente divergente de genoma viral nos indivíduos infectados pode
ser relatado como um dos fatores da persistência viral (Clements et al., 1988). Estas
variantes escapam da ação do sistema de defesa do hospedeiro (Knowles et al., 1990). E
o vírus é capaz de replicar-se independentemente da síntese de DNA celular, fazendo
com que a célula o hospede por longos períodos (Klevjer-Anderson e Cheeveres, 1981).
25
2.2.4 Sinais clínicos
A presença de lesões nas articulações, pulmão, sistema nervoso e glândula
mamária são indicativos à infecção por Artrite Encefalite Caprina. Mesmo o CAEV
causando infecções persistentes, os animais podem não apresentar sintomatologias.
Porém em aproximadamente um terço desses, há um progresso para uma ação
inflamatória degenerativa nesses órgãos-alvo, causando perda de peso e debilidade até a
morte (Pisoni et al., 2007).
A forma articular, por ser mais comum, é considerada a mais importante,
geralmente observada em animais com mais de oito meses de idade. Com o avançar da
enfermidade o animal apresenta aumento de volume da articulação (figura 3),
claudicação intensa e dificuldade de locomoção. As articulações cárpicas são as mais
afetadas, já as do jarrete, a patelar e a atlanto-occiptal são acometidas com menor
frequência (Crawford e Adams, 1981; Oliver et al., 1981; Gonzalez et al., 1987; Cutlip
et al., 1988).
Figura 3 - Aumento de volume articular em caprino infectado com o CAEV.
Quanto à apresentação pulmonar é bastante rara e de pouca gravidade. Os
sintomas são tosse, dispnéia após exercícios físicos, taquipnéia, consolidação
pulmonar, som úmido à auscultação e comprometimento do estado geral (Narayan e
Cork, 1985, Cutlip et al., 1988; Pereira, 1995).
A sintomatologia nervosa da CAE ocorre mais frequentemente em crias e,
ocasionalmente em adultos. Os sinais incluem ataxia secundária uni ou bilateral. Neste
estágio os cabritos apresentam dificuldade em abduzir os membros posteriores, que
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progride para uma paralisia ascendente e paresia total dos posteriores, evoluindo para
tetraplegia. Com a evolução da enfermidade, os cabritos se tornam cegos, apresentam
rotação, desvio e balanceios de cabeça, que pode se manter voltada para cima ou em
outra posição, paralisia facial e opistótono (Radostits et al., 2002; Pugh, 2004).
Na forma mamária as cabras podem desenvolver mamite aguda ou crônica (Figura
4). Essa se instala durante a lactação e caracteriza-se por uma mamite intersticial com
endurecimento do úbere, em que a consistência da glândula mamária apresenta-se dura
à palpação, embora o aspecto do leite esteja aparentemente normal. Aquela por sua vez
é observada no início da lactogênese, ocorrendo um endurecimento não edematoso do
órgão, com baixa ou nenhuma produção leiteira (Peretz et al., 1993, Lara et al., 2005).
Figura 4 - Mastite causada pelo vírus da CAE.
Essa forma clínica traz grande preocupação ao caprinocultor, pois o CAEV está
diretamente relacionado com a produção leiteira na qual diminui significativamente
(Konishi et al., 2011). Além disto, o vírus pode indiretamente reduzir os níveis de
gordura do leite. Como este componente está ligado à ingestão de forragem, foi
observado que cabras com aumento no índice articular apresentam dificuldade em
pastejar e produziram leite com menos gordura e consequentemente menos sólidos
totais (Brito, 2009).
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27
2.2.5 Transmissão
Pesquisas para elucidar as formas de transmissão do CAEV vêm sendo
largamente estudadas a fim de estabelecer eficientes programas de controle das
lentiviroses de caprinos e ovinos (Pinheiro, 2001).
A transmissão do CAEV pode ser classificada de duas formas, vertical ou
horizontal direta e indireta (Blacklaws et al., 2004). A forma horizontal pode ser
intensificada em rebanhos infectados quando se aumenta a concentração de animais,
pois quanto maior a aproximação desses animais maior a probabilidade de contato com
secreções contendo macrófagos ou monócitos infectados (Narayan et al., 1983).
Materiais como sangue, leite ou colostro contem células do sistema mocítico-
fagocitário e são comumente analisados por serem vias passíveis de infecção. Além
dessas células, as células epiteliais, presentes nas secreções lácteas cuja à infecção pelos
lentivírus pode ocorrer in vitro e in vivo podem contribuir para transmissão da infecção
aos animais lactentes (Mselli-Lakhal et al., 1999). As células endoteliais e células do
fibroblasto também são permissivas à infecção in vivo (Carrozza et al., 2003).
A transmissão horizontal ocorre pelo contato com fluídos nasais e orais contendo
os vírus ou células infectadas (Zink e Johnson, 1994). A principal fonte de transmissão
da enfermidade é por meio da via digestiva com ingestão do colostro e/ou leite de
cabras infectadas (Rowe et al., 1992).
A transmissão de forma vertical pode ocorrer, por via transplacentária ou
intrauterina, visto que o vírus está presente no fluido uterino (Andrioli, 2001). O DNA
pró-viral também foi detectado no oviduto e ovário (Fieni et al., 2003), nas células do
cumulus oophorus (Ali Al Ahamad et al., 2005) em células do córtex ovariano, folículos
pré-antrais (Silva, 2006), em sêmen (Andrioli et al., 1999; Travassos et al., 1999; Paula
et al., 2009), como também no canal vaginal, neste último caso possibilitando a ingestão
de fluidos maternos contaminados pela cria (Adams et al., 1983; Ellis et al., 1986; East
et al., 1993).
Diante das formas de transmissão já estabelecidas a implantação de programas de
controle baseados somente na transmissão por leite e colostro entre a mãe infectada e
sua prole são limitados, necessitando da adição de outros métodos de controle que
considerem um maior espectro de vias de infecção (Pinheiro et al., 2001a).
28
2.2.6 Diagnóstico
É possível observar que muitos animais infectados não apresentam sintomatologia
clínica, porém permanecem soropositivos durante toda a sua existência (Cutlip et al.,
1992). Os exames clínicos não são suficientes para detectar um animal como positivo
para CAE, o que também pode ser confundido com outras enfermidades. Devido a isso
é necessário a realização de testes laboratoriais (Oliveira, 2006).
Caprinos infectados podem ser detectados com base na presença de anticorpos
antivirais no soro, pela detecção de proteínas ou do ácido nucléico, além do isolamento
viral (Demartini et al., 1999). Devido à praticidade na coleta de amostras e baixo custo,
a detecção de anticorpos é o método mais empregado para diagnosticar a infecção
(Knowles, 1997). No entanto, a resposta de anticorpo em cada caprino infectado pelo
CAEV varia ao longo do tempo, e muitos animais infectados mostram sororeação
intermitente ou um atraso na soroconversão após a infecção (Mackenzie et al., 1987;
Rimstad et al., 1993; Hanson et al., 1996), havendo a necessidade de provas sorológicas
sensíveis para obtenção de um diagnóstico precoce.
Dentre as técnicas laboratoriais, os métodos de diagnósticos indiretos
(sorológicos) podem ser realizados por meio das técnicas de Imunodifusão em Gel de
Agarose (IDGA), Ensaio Imunoenzimático Indireto (Elisa-i) e Western Blot (WB), e os
métodos diretos podem ser aplicados pela Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) e
isolamento viral.
2.2.6.1 Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA)
O IDGA possui alta especificidade, sendo considerado como padrão no
diagnóstico de triagem (Varea et al., 2001). É o método mais utilizado para a detecção
de anticorpos contra os lentivírus e caracteriza-se por ser barato e de fácil
aplicabilidade no campo (Pinheiro et al., 2006a).
A técnica baseia-se na formação de complexos antígeno-anticorpo que se
insolubilizam e precipitam no gel, em uma placa de Petri ou em uma lâmina de
microscopia (figura 5), onde se desenvolve a linha de precipitação visível entre os
29
orifícios no ponto em que é alcançada a relação ótima entre antígeno e anticorpo
(figura 6) (Roitt et al., 1998; Tortora et al., 2000).
Figura 5 - Teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) realizado em placas de
petri e em lâminas de microscopia, orifícios preenchido com soro controle positivo,
soros teste e com antígeno para CAE.
Figura 6 - Linhas de precipitação do teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA)
realizado com antígeno para CAE.
Um resultado negativo no IDGA não descarta uma possível infecção, pois pode
ocorrer uma demora significativa entre a infecção e a produção de anticorpos, como
também pode acontecer que em alguns caprinos acometidos exista expressão
insuficiente do vírus para ocasionar uma resposta humoral (Mcguire et al., 1990;
Hanson et al., 1996). Assim a grande desvantagem desse teste, é detectar somente altos
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níveis de imunoglobulinas, o que permite a ocorrência de falso-negativos no rebanho
(Andrioli et al., 2006a; Tigre et al., 2006).
Para o monitoramento de um rebanho essa técnica é importante para verificar a
presença do agente infeccioso. De acordo com os dados de Pinheiro et al. (2001a) a
prevalência da CAE em rebanhos leiteiros no Estado do Ceará foi de 4,6% (37/810), já
Sobrinho et al. (2009) relatou que a prevalência no Estado de Tocantins foi de 2,7%
(23/843) de animais positivos. Esses dados confirmam que essa enfermidade encontra-
se disseminada em todo território brasileiro, indicando, portanto a importância da
necessidade da implantação de medidas de controle das lentiviroses.
2.2.6.2 Ensaio Imunoenzimático Indireto (Elisa-i)
O IDGA e Elisa-i são os testes preconizados pela Organização Mundial de Saúde
Animal para o diagnóstico sorológico de infecção por LVPR (OIE 2006). O Elisa-i é
usado para a detecção e/ou quantificação de anticorpos em amostras de soro a partir da
utilização de anti-anticorpos marcados com enzimas (figura 7). A especificidade dessa
prova é garantida principalmente pela qualidade do antígeno adsorvido à placa
(Madruga et al., 2001). É considerado um teste bastante sensível que requer cuidados
quanto à padronização da técnica.
Recentemente, foi demonstrado que o Elisa-i pode ser realizado com antígeno
produzido por microfiltração seriada com uso do sistema de filtração AMICON, para
separação da porção referente à proteína p28 do capsídeo, no qual mostrou-se além do
custo reduzido uma alta sensibilidade e boa especificidade, podendo ser comparado
com outros kits de diagnóstico Elisa-i disponíveis para comercialização nacional e
internacional (Alves et al., 2012)
31
Figura 7 - Teste de Elisa indireto realizado na Embrapa Caprinos e Ovinos em placa
rígida.
Ao comparar ELISA e IDGA verificou-se que a técnica de ELISA detectou
animais com baixos níveis de anticorpos o que não ocorreu com a IDGA. O ELISA
obteve assim uma sensibilidade de 93,93% e especificidade de 100%. A concordância
entre os testes foi de 97,43%, demonstrando um bom desempenho. Ainda assim, cogita-
se a necessidade de mais estudos para o desenvolvimento de técnicas de diagnósticos
mais eficazes para facilitar a identificação da CAEV e possibilitar maior identificação
de focos de infecção no rebanho nacional (Cruz et al., 2009).
2.2.6.3 Western Blot (WB)
A técnica de WB consiste na imunodetecção de proteínas em filtro de
nitrocelulose pela reação com anticorpos específicos desenvolvidos para reconhecer o
polipeptídio em exame. O anticorpo específico é adicionado à membrana e deixado
reagir por certo período de tempo, após o qual uma fração de anticorpo fica retida na
região da membrana que contém o polipeptídeo específico (Brígido, 2003).
Esse anticorpo adsorvido especificamente sobre o polipeptídio é detectado com
um anti-soro, ou seja, um anticorpo anti-anticorpo específico (conhecido também de
segundo anticorpo ou conjugado) que foi quimicamente modificado pelo acoplamento
covalente de uma ou mais moléculas de uma enzima. Esse reagente serve para detectar
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o anticorpo específico e permite a sua visualização em razão da atividade enzimática
associada (figura 8). Devido à utilização de anticorpos acoplados a enzimas e
substratos sintéticos coloridos, esse teste é também conhecido como ensaio
imunoenzimático (Brígido, 2003).
Figura 8 - Teste de Western Blot (WB) realizado na Embrapa Caprinos e Ovinos,
padrão de proteínas, controle positivo, controle negativo e soros testes. Amostra
positiva apresenta reação do mesmo peso molecular do padrão (seta).
O WB é classificado como teste complementar, sendo denominado padrão ouro
na validação de outros testes. Apresenta como vantagem menor ocorrência de reações
inespecíficas, o que reduz o aparecimento de resultados falso-positivos (Zanoni et al.,
1989). O seu alto custo e a necessidade de um tempo mais extenso para obtenção do
resultado são desvantagens em relação às outras técnicas.
2.2.6.4 Reação em Cadeia de Polimerase (PCR)
Métodos de diagnósticos diretos podem ser aplicados por meio da técnica de
Reação em cadeia de polimerase (PCR) na qual permite a identificação por
amplificação direta de parte específica do ácido nucléico viral contido em fluidos e
tecidos de um animal infectado (Pinheiro, 2001). É capaz de detectar animais com
infecção recente ou que ainda não soroconverteram, além de detectar microrganismos
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67KDa
30KDa
+ -
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em estado latente, mortos ou que estejam unidos ao material genético do hospedeiro,
porém é uma técnica que requer equipamentos especiais e técnicos qualificados
(Andrioli et al., 2006b; Tigre et al., 2006).
2.2.6.5 Isolamento viral
É aplicável ao diagnóstico de quase todas as viroses de interesse veterinário
inclusive da CAE, com capacidade de detectar quantidades mínimas de vírus, sendo
considerado um teste padrão de diagnóstico em virologia. Existem, no entanto,
algumas restrições, uma vez que é uma técnica demorada, dispendiosa, necessita da
implantação de cultivos celulares especiais e, além disso, é incapaz de detectar vírus
que não causem efeito citopático (Knowles, 1997; Dantas, 2004).
2.2.7 Tratamento
O princípio de vacinas virais clássicas como varíola, sarampo é evitar o
desenvolvimento da doença clínica através da memória imunológica que garantirá a
defesa do indivíduo vacinado. No caso dos retrovírus ainda não foi possível tais ações.
Desta forma, ainda não foi relatado na literatura tratamento nem vacinas eficazes
contra a CAE (Castro, 1998; Júnior et al., 2009).
2.2.8 Medidas de prevenção e controle
O controle de qualquer enfermidade baseia-se na redução da morbidade e
mortalidade da doença. Esse método é também considerado um termo geral que
abrange todas as medidas com as quais se deseja interferir na ocorrência ilimitada de
uma doença, qualquer que seja sua causa. Pode ser alcançado por meio do tratamento
de animais doentes, reduzindo a prevalência da enfermidade e pela prevenção da
doença, diminuindo tanto a incidência quanto a prevalência (Done, 1985).
Para tanto, o manejo sanitário é de grande importância em qualquer sistema
pecuário produtivo, pois a ausência de enfermidades evita perdas na produção.
Atualmente sabe-se que as doenças crônicas são as que mais contribuem para a redução
34
da produtividade, impedindo que os animais atinjam a totalidade do seu potencial
produtivo (Modolo et al., 2003). Portanto, em primeira análise é necessário levantar a
prevalência das doenças. Nos rebanhos que apresentam uma alta prevalência deve-se
reduzir esse quadro para baixa prevalência. Após essa fase, estratégias devem ser
estabelecidas para erradicar a infecção no rebanho (Peterhans et al., 2004).
A ausência de meios terapêuticos para a CAE torna as práticas de manejo e as
técnicas de diagnóstico os métodos recomendados para controle dessa enfermidade. No
caso de rebanhos leiteiros a vigilância é mais complexa e trabalhosa principalmente
por que os animais permanecem mais tempo em contato direto uns com os outros do
que em sistemas de criação extensivos (Joag et al., 1996). No entanto, uma das formas
mais importantes de controle se dá pelo correto manejo das crias após o parto, a fim de
se evitar a transmissão pelo colostro e/ou leite de cabras infectadas (Radostits et al.,
2002).
Aproximadamente 69% das infecções pelo CAEV ocorrem pela ingestão de leite
ou colostro contaminado e os 31% restantes devem ser creditadas a outras vias de
infecção (Rowe et al., 1991). Além das células do sistema mocítico-fagocitário que
estão presentes no leite e que conhecidamente são responsáveis pela transmissão dos
LVPR, as células epiteliais presentes nas secreções lácteas são permissivas à infecção
pelos lentivírus in vitro e in vivo, podendo contribuir para transmissão da infecção aos
animais lactentes (Mselli-Lakhal et al., 1999).
Para diminuir a disseminação do vírus em rebanhos leiteiros, os cabritos devem
ser separados de suas mães logo ao nascimento (figura 9) e ser alimentados com
colostro (figura 10) e leite termicamente tratados (Reilly et al., 2002). O tratamento
térmico deve ser a 56°C por uma hora para inativar o vírus. Após a termização o
colostro deve ser congelado e armazenado para formação de um banco, para um
posterior fornecimento aos animais. Deve ser fornecido em mamadeiras individuais, à
vontade, três vezes ao dia durante as primeiras 36 horas de vida (Gouveia, 1996;
Bomfim et al., 2006). Alguns autores recomendam ainda o estabelecimento de um
banco de colostro de vacas, pois é uma fonte rica de IgG e livre do vírus (Argüello et
al., 2004).
35
Figura 9 - Separação da cria ao nascimento.
Figura 10 - Fornecimento de colostro termizado em cabrito recém-nascido.
Outra medida de controle é a identificação de animais soropositivos (figura 11),
esses devem ser mantidos em instalações isoladas com o intuito de evitar o contato
físico com os não infectados ou descartar os soropositivos do rebanho (Radostits et al.,
2002). A identificação pode ser feita com o uso de cordões e utensílios de uso no
manejo em cores distintas para animais soropositivos e soronegativos (Carneiro, 2011).
Deve-se também impedir a entrada de animais infectados no plantel (Castro, 1998),
estabelecer uma linha de ordenha onde as fêmeas soropositivas e/ou suspeitas sejam
ordenhadas por último (Oliveira, 2006), realizar monta com bodes negativos ou ainda
as cabras devem ser inseminadas com sêmen livres do vírus (Smith, 1993).
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Figura 11 - Animal positivo identificado com brinco e colar.
Com a finalidade de evitar perdas de material genético provocada pelo descarte
dos animais doentes, programas de controle buscam a obtenção de crias de animais
enfermos antes de descartá-los (Pinheiro et al., 2001a), uma vez que o comércio de
material de multiplicação animal, que em muitos casos é imprescindível para
manutenção ou aumento da produtividade pecuária, não está isento de riscos (Carvalho
et al., 2007). Desta forma, várias biotécnicas são utilizadas na reprodução animal,
visando à preservação de sêmen, folículos ovarianos e embriões de animais
geneticamente melhorados (Silva e Lima, 2007).
A detecção do DNA pró-viral do CAEV no sêmen é fundamental para o programa
de controle da CAE, considerando-se o risco de transmissão por meio de infectados,
utilizado em monta natural ou inseminação artificial (IA). Segundo Andrioli et al.
(2006a), o dano testicular é um fator que influencia significativamente a presença do
lentivírus no sêmen, e a lavagem apenas reduz a presença, mas não é suficiente para
eliminá-lo.
As medidas de controle para LVPR vem sendo adotadas em vários países (Rowe
et al., 1999). A Europa iniciou uma erradicação da MVV em países baixos no início da
década de 80, a qual foi bem sucedida. No entanto, a Irlanda não está livre de CAEV de
acordo com as estatísticas da OIE (Nuotio, 2006). Os métodos aplicados nestes
programas forneceram muitas informações sobre o controle das LVPR, não somente em
ovelhas, mas também em cabras. A partir de então vários outros programas similares
foram desenvolvidos como na França, Itália, Alemanha, Espanha, Filândia e Suíça
(Sihvonen et al., 2000).
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No Japão foi realizado, durante quatro anos, um programa de erradicação contra a
CAE. O programa utilizou três estratégias, primeira, remoção de cabrito imediatamente
após o parto, segunda, separação de cada nova geração e terceira, abate de caprinos
positivos em testes (IDGA e PCR) periódicos. O conjunto desses permitiu o
estabelecimento de um rebanho livre de caprinos infectados pelo CAEV (Konishi et al.,
2011). Relatos demonstram que o número de caprinos e ovinos no rebanho pode ser um
fator de risco para a infecção das LVPR (Brülisauer et al., 2005). No caso do Japão, por
exemplo, o número de caprinos mantidos é < 20.000, provavelmente esse fator tenha
contribuído para um melhor controle da enfermidade, o que favoreceu para que o
programa terminasse com êxito.
Segundo apontamentos de Nuotio (2006), a separação de crias ao nascimento e o
fornecimento de colostro termizado são ações viáveis como medidas temporárias, como
por exemplo, para preservar valores genéticos. Já a aplicação de testes periódicos e o
abate de animais soropositivos é praticamente a única abordagem efetiva nos rebanhos.
38
3 JUSTIFICATIVA
A CAE é uma enfermidade de caráter crônico e debilitante. Estudos sobre os
prejuízos diretos causados por esta doença ainda são limitados, mas os resultados
disponíveis indicam que, ocorrem perdas produtivas como: diminuição da produção
láctea; dos níveis de gordura e de sólidos totais do leite; redução do período de
lactação; crescimento deficiente ou aumento da taxa de mortalidade das crias e
diminuição da eficiência reprodutiva. Além da predisposição à verminose
gastrintestinal por Haemonchus spp. e a ocorrência de infecções bacterianas,
especialmente na glândula mamária; (Greenwood, 1995; Pinheiro et al., 1999; Andrioli
et al., 2003; Turin et al., 2005; Lilenbaum et al., 2007; Brito, 2009; Carneiro, 2011).
As perdas indiretas referem-se à desvalorização dos rebanhos, reposição precoce
dos animais que desenvolvem sintomas, despesas com o controle, comprometimento
das barreiras comerciais para matrizes, reprodutores, sêmen e embriões (Andrioli et al.,
2003).
Diante das perdas mencionadas causadas pela CAE, ausência de meios
terapêuticos e presença de animais assintomáticos nos rebanhos, torna-se importante a
implantação de programas de controle utilizando testes de diagnósticos mais sensíveis
para detecção precoce de animais soropositivos bem como o emprego de boas práticas
de manejo.
39
4 HIPÓTESE CIENTÍFICA
Programas de controle que empregam práticas de manejo que visam inibir a
propagação do vírus em rebanho infectado pela CAE aliadas as técnicas sensíveis de
diagnóstico indiretas como ELISA e Western Blot são eficazes no controle do CAEV.
40
5 OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar um programa de controle da CAE, em rebanho leiteiro, utilizando testes
sorológicos.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Padronizar técnicas de Elisa-i e de WB;
Comparar as técnicas de diagnóstico para Artrite Encefalite Caprina;
Controlar a CAE em um rebanho leiteiro baseado em práticas que impeçam a
propagação do CAEV e em testes periódicos de IDGA, Elisa-i e WB.
Diagnosticar por meio de IDGA e WB se as crias recém-nascidas apresentam
anticorpos anti-CAEV.
Avaliar a transmissão transplacentária (vertical).
41
6 CAPÍTULO I
PADRONIZAÇÃO DO ELISA INDIRETO E WESTERN BLOT PARA
DIAGNÓSTICO DA ARTRITE-ENCEFALITE CAPRINA
(Standardization of indirect ELISA and Western Blot for diagnosis of caprine
arthritis-encephalitis)
Periódico: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Submetido em
outubro de 2012).
42
Padronização do Elisa indireto e Western Blot para diagnóstico da Artrite-
Encefalite Caprina
[Standardization of indirect ELISA and Western Blot for diagnosis of Caprine
Arthritis-Encephalitis]
A.S. Rodrigues1, R.L.L. Brito
2, R.R. Pinheiro
3, R.P. Dias
1, S.M. Alves
4, T.S. Souza
5,
K.C. Souza1, D.A.A. Azevedo
4, A. Andrioli
3, D.C.T. Magalhães
6, M.F.S. Teixeira
1*
1Faculdade de Veterinária - Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza, CE
* Endereço: Av. Paranjana, 1700, Fortaleza-CE, Cep: 60740-903, e-mail: [email protected]
2 Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade Estadual Paulista –Jaboticabal, SP
3Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Caprinos e Ovinos – Sobral, CE
4Departamento de Ciências Biológicas e Agrárias– Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, CE
5Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia - Universidade Federal da Bahia – Salvador, BA
6Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará – ADAGRI, Sobral, CE
RESUMO
Artrite-Encefalite Caprina (CAE) é diagnosticada rotineiramente pela técnica de
Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA), que é considerada pouco sensível.
Objetivou-se com este estudo padronizar testes de Elisa-i e Western Blot (WB) para
detecção de baixos níveis de anticorpos em caprinos contra CAEV e comparar os
resultados obtidos nesses testes com a prova de IDGA. Para a padronização dos testes
Elisa-i e WB utilizaram-se diferentes concentrações e diluições de antígeno, soros e
conjugado. No Elisa-i adotou-se microplacas rígidas com 96 poços, sendo a combinação
de concentração de 0,5µg/poço de antígeno e diluições de 1:100 de soro e 1:1500 de
conjugado a que apresentou melhor resultado. No WB foi utilizado membranas de
nitrocelulose, definindo-se as diluições de 1:50 de soro e 1:15000 de conjugado. Para
avaliar o desempenho das técnicas, 222 amostras de soro caprino foram testadas e os
dados obtidos foram comparados com o IDGA. A soropositividade do WB, Elisa-i e
IDGA foram de 30,6%, 11,7% e 4,5%, concomitantemente. A concordância de Elisa-
i/IDGA, WB/IDGA e WB/Elisa-i foi de 90,1%, 73,9% e 72,5%, respectivamente. As
43
técnicas de Elisa-i e WB apresentaram-se mais sensíveis que a IDGA, podendo ser
utilizadas como ferramentas para o diagnóstico precoce da CAE.
Palavras-chave: infecção, LVPR, testes sorológicos.
ABSTRACT
Caprine arthritis-encephalitis (CAE) is routinely diagnosed by the technique of Agarose
Gel Immunodiffusion (AGID), which is considered sensitive low. The objective of this
study was to standardize testing i-ELISA and Western Blot for early detection of
antibodies against CAEV in goats and compare the results obtained in these tests with
proof of AGID. For standardization of i-ELISA and WB were used different
concentrations and dilutions of antigen, sera and conjugate. In the i-ELISA, was
adopted rigid microplate with 96 wells, the combination that showed the best result was
concentration of 0.5µg/ well of antigen and dilutions of the serum of 1:100 and
conjugate of 1:1500. In the WB was used nitrocellulose membranes, was defining the
dilutions of the serum of 1:50 and conjugate of 1:15000. To evaluate the performance of
the techniques, 222 goat serum samples were tested and the data were compared with
the AGID. Seropositivity of the WB, i-ELISA and AGID were 30.6%, 11.7% and 4.5%,
concomitantly. The agreement i-ELISA/AGID, WB/AGID and WB/i-ELISA was
90.1%, 73.9% and 72.5%, respectively. The techniques of i-ELISA and WB were more
sensitive than the AGID and can be used as tools for early diagnosis of CAE.
Keywords: infection, serological tests, SRLV.
INTRODUÇÃO
Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) infecta caprinos de qualquer raça,
sexo e idade, possui extenso período de incubação e se enquadra no grupo dos
Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPR), necessitando de vigilância epidemiológica
constante devido à sua dispersão mundial (Franke, 1998).
Artrite-Encefalite Caprina (CAE) causada por esse vírus é considerada uma
enfermidade multissistêmica crônica, incurável, com evolução clínica lenta e
44
progressiva. Os sinais clínicos são: artrite, com aumento do volume das articulações;
pneumonia com dificuldade respiratória; encefalite com paresia e paralisia; mastite
indurativa com nodulações no úbere (Greenwood, 1995).
A técnica laboratorial mais comumente utilizada para diagnóstico da CAE é a
Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA), que não é muito sensível (McConnell et al.,
1998) e baseia-se na formação de complexos antígeno-anticorpo que se insolubilizam e
precipitam no gel, sob uma base rígida, onde se desenvolve a linha de precipitação
visível entre os orifícios no ponto em que é alcançada a relação ótima entre antígeno e
anticorpo (Varea et al., 2001).
Seguido do Ensaio Imunoenzimático Indireto (Elisa-i) que é usado para a
detecção e/ou quantificação de anticorpos em amostras de soro, com destaque em
estudos soroepidemiológicos. A especificidade dessa prova é garantida principalmente
pela qualidade do antígeno adsorvido à placa (Madruga et al., 2001) e é considerado um
teste bastante sensível que requer cuidados quanto à padronização da técnica.
Como padrão ouro na validação desses testes, tem-se o Western Blot (WB) ou
immunoblotting, que é classificado como um teste complementar. Apresenta como
vantagem menor ocorrência de reações inespecíficas, o que reduz o aparecimento de
resultados falso-positivos (Zanoni et al., 1989).
Devido aos prejuízos causados pela CAE (Greenwood, 1995; Brito, 2009;
Carneiro, 2011) e considerando que a sorologia por IDGA apresenta desvantagens na
detecção de anticorpos contra o vírus, favorecendo a permanência de animais
soropositivos no rebanho, objetivou-se com este estudo padronizar testes de Elisa-i e
Western Blot para diagnóstico precoce de anticorpos em caprinos contra CAEV e
comparar os resultados obtidos nesses testes com a prova de IDGA.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a produção de antígenos, foram utilizados cultivos secundários de membrana
sinovial caprina (MSC). Garrafas roller (850 cm²) foram cultivadas com MSC até 70 a
80% de confluência e inoculadas com a amostra padrão CAEV-Cork, com titulação de
10-5,3
TCID50/mL. As coletas do sobrenadante do cultivo celular foram submetidas a três
ciclos de congelamento a -80ºC e descongelamento a 37ºC para a lise celular e liberação
45
de partículas virais, conforme metodologia descrita por Pinheiro et al. (2006). Este
estudo seguiu as normas estabelecidas pela a Comissão de Ética no Uso de Animais da
Universidade Estadual Vale do Acaraú (CEUA/UVA) de acordo com o protocolo de Nº
014.12.
O antígeno utilizado na técnica de IDGA foi preparado conforme metodologia de
Pinheiro et al. (2010). O sobrenadante foi clarificado por centrifugação a 3.300 g (rotor
IEC 216) a 4°C por 20 minutos. Submetido à técnica de ultrafiltração em sistema
AMICON®, em membrana de 10 KDa onde o material retido no sistema foi retirado e
tratado com éter durante 10 minutos para destruição das glicoproteínas e liberação das
proteínas internas do virion, em seguida foi armazenado a -20°C até a realização dos
testes.
Para Elisa-i o material foi clarificado por centrifugação a 10.000 rpm durante 30
minutos. O pellet de células foi ressuspenso em solução de PBS (proporção de 1:10 do
volume inicial), e em seguida foi tratado com dodecil sulfato de sódio (SDS), a uma
concentração final de 0,1% (v/v). O tratamento foi realizado durante 10 minutos, em
temperatura ambiente, sob homogeneização. Posteriormente, o material foi centrifugado
a 10.000g durante 15 minutos, a 4ºC (Torres et al., 2009). A concentração da proteína
total do antígeno foi determinada pelo método de Bradford (1976). Após esse
procedimento o antígeno foi mantido a -20ºC.
O antígeno utilizado na técnica de WB foi submetido à precipitação com
polietilenoglicol - PEG-8000 a 40% até a concentração final de 8%, durante um período
de 18h a 4ºC, subsequentemente foi centrifugado a 4ºC a 12000 g por 60 minutos. O
sedimento foi resuspenso em TNE (10,0mM tris-HCl, pH 7,4; 10,0mM NaCl;1,0mM
EDTA) na proporção de 10% do volume original da suspensão viral, em seguida foi
ultracentrifugado em colchão de sacarose (UCCS) (25% em TNE) conforme protocolo
de Dantas et al. (2008), a 42000 g por 120 minutos. O sedimento foi ressuspenso em
PBS (0,05M; 0,15M NaCl; pH 7,4) contendo 2x10-4
M de phenylmethylsulphonyl
fluoride (PMSF) sendo a concentração proteica total determinada pelo método de
Bradford (1976), e o antígeno mantido a -80ºC até a realização dos ensaios
laboratoriais.
Para a execução da microtécnica de IDGA seguiu protocolo de Gouveia et al.
(2000). Foi preparado gel de agarose a 0,9% em tampão fosfato salino. Esse gel foi
46
distribuído em lâminas de vidro, perfurado com uma roseta padrão de seis poços
equidistantes e preenchidos com uma quantidade de 30µL de soros testes, soro padrão e
antígeno para cada poço correspondente. Para a visualização das linhas de precipitação
a leitura foi realizada 48-72 horas, com luz indireta sobre fundo escuro, sendo
considerada definitiva a segunda leitura.
Para o teste Elisa-i utilizou microplacas rígidas com 96 poços (Nunc immuno
plate/ M9410 – 1CS). O volume de soluções distribuído em todas as etapas foi de
100µL por poço. O antígeno foi diluído em tampão carbonato-bicarbonato (0,05 M, pH
9,6) e distribuído nos poços em diferentes concentrações: 1,0; 0,5; 0,25 e 0,125 µg/mL,
sendo cada linha da placa uma concentração. A placa ficou incubando por 60 minutos a
37ºC, e posteriormente ficou over night sob refrigeração. Após esse processo de
sensibilização a placa foi lavada duas vezes com solução de lavagem (solução salina
0,9%, 0,05% de Tween 20).
Em seguida bloqueou-se os sítios livres com tampão PBS-caseína (caseína a 2%)
por 1 hora e 30 minutos a 37ºC e após esse período a placa foi lavada duas vezes. Na
primeira coluna da placa foram distribuídos 100µL de tampão de incubação (TI - PBS,
0,25% de caseína e 0,05% de Tween 20), correspondendo assim à coluna do branco. Os
soros controle positivo, negativo e reagente do kit de IDGA (Veterinary Diagnostic
Technology, Inc®, USA), foram diluídos em TI, nas proporções de 1:50 e 1:100. As
placas foram incubadas em estufa a 37ºC por 60 minutos.
Os soros foram descartados e a placa foi lavada seis vezes. Distribuiu-se o
conjugado DONKEY (Anti-Sheep IgG Peroxidase - SIGMA) nas diluições de 1:1000 e
1:1500 em TI. A placa foi incubada a 37ºC por 60 minutos. Repetiu-se o processo de
descarte e seis lavagens. Para a revelação utilizou-se o substrato tampão citrato-fosfato
(0,1M, pH 5,0) com adição de 0,02% de H2O2 e 0,2 mg/mL de σ-phenylenediamine
(OPD), por 15 minutos à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. A reação foi
bloqueada pela adição de 20μL de 0,4 M H2SO4. A intensidade da cor da reação foi
determinada por absorbância em leitor de microplacas de Elisa-i com comprimento de
onda de 492nm.
A diluição ótima do soro foi determinada pela diferença entre as densidades
ópticas obtidas nas leituras dos soros positivos e negativos, aquela que apresentou maior
diferença nas diferentes concentrações de antígeno foi escolhida (Pinheiro, 2001). A
47
partir daí, foi determinado o ponto de corte (cut off) do Elisa-i, com a utilização de duas
placas, sendo 41 soros diferentes de caprinos adultos sabidamente soronegativos para
cada placa, totalizando 82 amostras.
A técnica de Western Blot foi padronizada a partir de modificações no protocolo
de Aragão et al. (2008). Para determinação das bandas proteicas do vírus foi preparado
um gel de poliacrilamida com dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) a 4% de
concentração e 12,5% de separação. Nos locais de aplicação das amostras foram
utilizadas concentrações de 6µg, 12µg e 18µg de antígeno, acompanhado com padrão
de peso molecular LMW Electrophoresis (Pharmacia Biotech®), com bandas de 20; 30;
43; 67 e 94 KDa.
Para a migração eletroforética utilizou aparelho da BIO-RAD modelo Power
PacTM
HC, ajustado para a programação inicial de 300 Watts (W), 1,00 Ampères (A) e
170 volts (V). As proteínas do gel foram coradas com azul de Comassie, escaneadas e
analisadas através do software Bio Doc-IT-LS® 6.0 do VisiDoc-IT, gel documentation
System da UVP.
Para padronização das diluições do soro, conjugado e tempo de revelação no WB
foi preparado um gel utilizando a menor concentração de antígeno, ou seja, 6µg/µL por
poço, porém para facilitar a técnica, foi confeccionado um pente com duas canaletas,
uma com a largura convencional utilizada para o padrão de proteína e outro 10 vezes
mais larga que a padrão, sendo utilizada uma quantidade de 13 μL de antígeno.
As bandas proteicas inicialmente separadas por SDS-PAGE foram transferidas
para uma Membrana de Nitrocelulose (MN) (PROTAN BA 85 is stuck 150 X 200 mm
de 0,45 µm), com auxílio de equipamento da BIO-RAD modelo Power PacTM
HC,
programado inicialmente para 300 W, 1,00 A e 100 V, por 60 minutos.
Após a transferência a MN foi colocada em recipiente contendo corante Ponceau’s
(cat. 6226-79-5 - SIGMA), sob agitação, até que fossem visualizadas as bandas de
proteínas, após isto o corante foi retirado e a membrana lavada com água destilada até
que as bandas fossem observadas com mais nitidez. A faixa de membrana
correspondente ao padrão de peso molecular foi retirada e guardada até a revelação.
As proteínas foram bloqueadas em solução de bloqueio PBS Tween 0,3% por 60
minutos e lavadas com solução de PBS-Tween 0,05% por três vezes cinco minutos cada
lavagem. A membrana foi recortada em tiras, que foram enumeradas e colocadas em
48
tubos de ensaio de 5mL. Foi utilizado o soro controle positivo e negativo para CAEV do
kit comercial usado no IDGA (Veterinary Diagnostic, ICA - USA) e cinco amostras. O
conjugado foi o anti-IgG caprino marcado com peroxidase (SIGMA®).
Os soros e o conjugado foram diluídos em solução PBS 1X. Foram testados dois
protocolos, no primeiro foi adotado para o soro a diluição de 1:50 por 30 minutos e do
conjugado de 1:15000 por 60 minutos, e no segundo de 1:100 para o soro por 30
minutos e conjugado 1:18000 por 30 minutos. Após o tempo de reação dos soros testes,
as tiras foram submetidas a três lavagens com PBS-Tween 0,05% de cinco minutos
cada. Em seguida foi adicionado o conjugado. Após o tempo de incubação do
conjugado de 60 ou 30 minutos, para os protocolos I e II, respectivamente, as tiras da
membrana foram lavadas duas vezes com PBS-Tween 0,05% e uma vez com PBS 1X,
cinco minutos cada, em seguida, foram retiradas dos tubos de ensaio e colocadas em um
recipiente.
Para a revelação foi utilizado os substratos, 4-Cloro-1-Naphthol e 3,3’
Diaminobenzidine (DAB), acrescido de peróxido de hidrogênio a 30%. As bandas de
proteína ficaram ao abrigo da luz e a reação foi interrompida com adição de água
destilada. Na leitura foi considerado positiva a amostra que apresentou polipeptídio
com peso molecular próximo a 28 KDa, considerando os parâmetros de referência,
padrão de peso molecular e controle positivo (Oliveira et al., 2008).
As técnicas de IDGA, Elisa-i e WB foram aplicadas utilizando 222 amostras de
soro caprino provenientes de um rebanho leiteiro pertencente a Embrapa Caprinos e
Ovinos, localizado no município de Sobral numa região semiárida do sertão Cearense.
Os dados foram tabulados no programa Excel® e analisados estatisticamente nos
programas Win Episcope 2.0 e EPI InfoTM
7.0, obtendo-se os resultados de
sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo,
concordância dos testes, índice Kappa e Qui-Quadrado (χ2).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O antígeno produzido para o Elisa-i apresentou uma concentração proteica de 0,82
μg/µL. A padronização do teste Elisa-i foi realizada variando a concentração de proteína
de antígeno por poço, de soro e conjugado. A melhor diluição obtida de soro e
49
conjugado foram de 1:100 e 1:1500, respectivamente, na concentração de antígeno de
0,5µg/poço. O ponto de corte foi obtido através das médias dos 82 soros negativos mais
três vezes o desvio padrão, resultando no valor de 0,398.
A concentração proteica do antígeno produzido para o WB obtida no Bradford foi
de 4,25 μg/µL. Em eletroforese, as bandas de proteínas encontradas no gel em KDa
foram: 14; 22; 26; 28; 33; 36; 39; 45; 55; 67; 79; 86; 95; 103; 115; 127; 135 e 142. Com
a realização da transferência e WB somente algumas bandas proteicas foram
evidenciadas, dentre elas as de 28 KDa; 45 KDa e a de 67KDa.
As melhores diluições do WB de soro e conjugado foram 1:50 e 1:15000,
respectivamente. A escolha desta foi por exibir melhor reação equivalente a proteína de
peso molecular 28 KDa (Fig. 1), que é a mais imunogênica.
Assim, a banda proteica para o vírus da CAE mais visível foi da proteína do
capsídeo viral cujo peso molecular varia de 28 a 29 KDa e representa o maior
componente estrutural do núcleo (Hirsh e Zee, 2003), sendo a proteína de base para a
interpretação dos testes sorológicos.
Na metodologia de produção de antígenos no diagnóstico da CAE, a escolha da
estirpe viral e os componentes do vírus são fatores que podem influenciar nos resultados
quanto à sensibilidade e a veracidade dos testes sorológicos (Celler Jr. et al., 1998).
Desta forma, a escolha de um antígeno influencia marcadamente os resultados.
Na prova de IDGA a utilização de um antígeno com as duas proteínas (gp 135 e p
28) aumentam a sensibilidade (Pinheiro et al., 2006). No entanto, o antígeno
94Kda
67Kda
43Kda
30Kda
p28
Figura 1. Padronização do Western Blot
para diagnóstico da Artrite-Encefalite
Caprina. Diluição do soro 1:50 e do
conjugado 1:15000. Padrão de peso
molecular (P), controle positivo (+),
controle negativo (-) e soros testes (1 a 5).
P + - 1 2 3 4 5
50
empregado neste trabalho para a técnica de IDGA, evidenciou apenas a p 28. Estudos
apontam que o emprego de testes com a glicoproteína de superfície (gp 135) do vírus do
CAEV mostrou-se mais sensível do que utilizando os da nucleoproteína (p 28) (Pinheiro
et al., 2010). No WB, a gp 135 não foi transferida para MN. Na padronização do teste
Elisa-i foi observada que o soro reagente do Kit comercial, abundante em anticorpos
contra a gp 135, demonstrou boa reação. O soro positivo rico em gp 135 e p 28 foi
altamente positivo. Baseado nisso, considerou que o antígeno produzido para o teste de
Elisa-i possuía quantidades suficientes das duas proteínas para serem detectadas.
O SDS utilizado no tratamento do antígeno viral do teste Elisa-i é um detergente
iônico que, em baixas concentrações, ajuda a expor epítopos ou determinadas proteínas
antigênicas para melhorar o reconhecimento entre antígeno-anticorpo, o que, por
conseqüência, aumenta a sensibilidade na detecção de anticorpos. Esse tratamento
aparentemente não alterou o perfil protéico viral de CAEV, mantendo-se similar ao
perfil-padrão, contribuindo para aumentar a sensibilidade na relação entre antígeno viral
e antígeno celular (Torres et al., 2009).
Há grande dificuldade em se determinar o verdadeiro status sanitário do animal,
pois a CAE se trata de uma doença com progressão lenta e soroconversão muitas vezes
tardia (Castro et al., 1999). O IDGA e Elisa-i são os testes preconizados pela
Organização Mundial de Saúde Animal para o diagnóstico sorológico de infecção por
LVPR (OIE 2010). A técnica de IDGA é amplamente utilizada para o diagnóstico do
CAEV, porém possui desvantagem devido à possibilidade de permanência de animais
infectados no rebanho, detectando somente animais com altos níveis de anticorpos
(Melo e Franke 1997; Pinheiro et al., 2001; Moura Sobrinho et al., 2010).
O teste de Elisa-i detectou 11,7% (26/222) de animais soropositivos enquanto que
apenas 4,5% (10/222) foram reagentes no IDGA (Tab.1).
Tabela 1. Comparação dos resultados dos soros caprinos entre as técnicas de Elisa-i e
IDGA para detecção de anticorpos contra CAEV. IDGA
Elisa-i
Positivo Negativo Total
Positivo 7 19 26
Negativo 3 193 196
Total 10 212 222 Sensibilidade: 70%; Especificidade: 91%; Valor preditivo positivo: 26,9%; Valor preditivo negativo:
98,5%; Concordância: 90,1%; Índice kappa= 0,35; Qui-quadrado: 28,76.
51
O Elisa-i apresentou resultado superior ao teste de IDGA, sendo um teste mais
recomendado para detecção precoce. Torres et al. (2009) observaram que a
sensibilidade e especificidade do Elisa-i quando comparado ao IDGA foi de 73,3% e
84%, respectivamente. Em estudo semelhante à concordância desses testes foi de
97,43% (Cruz et al., 2009).
Das amostras testadas por WB observou que 30,6% (68/222) foram soropositivas.
Os valores estimados de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP),
valor preditivo negativo (VPN), concordância, índice Kappa e Qui-quadrado (χ2) quanto
a comparação dos resultados obtidos para os testes de WB e IDGA estão demonstrados
na Tab.2.
Tabela 2. Comparação dos resultados dos soros caprinos entre as técnicas de WB e
IDGA para detecção de anticorpos contra CAEV. IDGA
Western
Blot
Positivo Negativo Total
Positivo 10 58 68
Negativo 0 154 154
Total 10 212 222 Sensibilidade: 100%; Especificidade: 72,6%; Valor preditivo positivo: 14,7%; Valor preditivo negativo:
100%; Concordância: 73,9%; Índice kappa= 0,2; Qui-quadrado: 20,42.
Todas as amostras reagentes no IDGA concordaram com os resultados do WB,
mas três não foram consideradas soropositivas para o ponto de corte estabelecido no
Elisa-i. Quando o WB e Elisa-i foram comparados, foi observada uma concordância
entre os testes de 72,5% (Tab. 3).
Tabela 3. Comparação dos resultados dos soros caprinos entre as técnicas de WB e
Elisa-i para detecção de anticorpos contra CAEV. Elisa-i
Western
Blot
Positivo Negativo Total
Positivo 22 46 68
Negativo 4 150 154
Total 26 196 222 Sensibilidade: 84,6%; Especificidade: 76,5%; Valor preditivo positivo: 32,4%; Valor preditivo negativo:
97,4%; Concordância: 72,5%; Índice kappa= 0,36; Qui-quadrado: 37,56.
O WB conseguiu ser mais eficaz na detecção precoce quando comparada com os
outros métodos aplicados neste estudo, mostrando uma sensibilidade de 100% e
especificidade 72,5% quando comparado ao IDGA, e de 84,6% e 76,5%
52
respectivamente em relação ao Elisa-i. Os dados mostraram significativos para o qui-
quadrado (p<0,001). A classificação do índice Kappa das análises com Elisa-i/IDGA e
WB/Elisa-i foram expressas como consideráveis segundo Thrusfield (1995), já o WB
mostrou pobre concordância com a IDGA. A pouca semelhança do WB quando
comparado a outras técnicas, se deve ao fato de ser um teste bastante eficaz, que detecta
um número maior de animais infectados, sendo considerado o gold test na validação de
outras técnicas (Zanoni et al., 1989).
CONCLUSÕES
Os testes de Elisa-i e WB são mais sensíveis quando comparados ao teste de
IDGA. O WB por sua vez é mais sensível que o Elisa-i na detecção de anticorpos anti-
CAEV. Portanto, essas técnicas podem ser utilizadas como ferramentas para a detecção
de baixos níveis de anticorpos em animais infectados com o vírus da Artrite-Encefalite
Caprina.
AGRADECIMENTOS
À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Caprinos e Ovinos, a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, a Fundação
Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP e ao
Banco do Nordeste.
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55
7 CAPÍTULO II
UTILIZAÇÃO DE TESTES SOROLÓGICOS COMO FERRAMENTAS
EM PROGRAMA DE CONTROLE PARA ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA
EM REBANHO LEITEIRO
(Use of serological tests as tools in the control program to Caprine Arthritis
Encephalitis in dairy herd)
Periódico: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (a ser submetido).
56
Utilização de testes sorológicos como ferramentas para controle da Artrite-
Encefalite Caprina em rebanho leiteiro
[Use of serological tests as tools in the control program to Caprine Arthritis
Encephalitis in dairy herd]
A.S. Rodrigues1, R.R. Pinheiro
2, R.L.L. Brito
3, L.S. Oliveira
2, E.L. Oliveira
2, V.W.S.
Santos4, T.S. Souza
5, J.C.M. Cruz
2, F.F.D. Carneiro
6, A. Andrioli
2, M.F.S. Teixeira
1*
1Faculdade de Veterinária - Universidade Estadual do Ceará - Fortaleza, CE
* Endereço: Av. Paranjana, 1700, Fortaleza-CE, Cep: 60740-903, e-mail: [email protected] 2Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Caprinos e Ovinos – Sobral, CE
3Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade Estadual Paulista – Jaboticabal, SP
4Departamento de Ciências Biológicas e Agrárias – Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, CE
5Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia - Universidade Federal da Bahia – Salvador, BA
6Departamento de Zootecnia– Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE
RESUMO
As estratégias de manejo e as práticas de diagnóstico são os métodos mais
recomendados para o controle da Artrite-Encefalite Caprina (CAE). Objetivou-se com
este estudo aplicar periodicamente, num rebanho leiteiro, testes de diagnóstico mais
sensíveis aliados às medidas de manejo visando um controle eficaz para CAE, como
também avaliar a transmissão transplacentária (vertical). Foram realizadas sete coletas
de sangue a cada quatro meses em matrizes e reprodutores, utilizando os testes de
Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA), Ensaio Imunoenzimático Indireto (Elisa-i) e
Western Blot (WB). As crias que tiveram parto assistido foram avaliadas por IDGA e
WB, logo após o nascimento. A prevalência dos animais adultos foi de 6,8%, 14,9% e
39,2% no IDGA, Elisa-i e WB, respectivamente. Na última análise foi detectado 1,9%
no teste IDGA e 7,5% nos testes de Elisa-i e de WB. Um total de 283 neonatos foi
avaliado ao nascimento e quatro foram soropositivos no WB. Apesar de não contemplar
a erradicação da CAE, as medidas adotadas aliadas a utilização periódica dos testes
sorológicos foram importantes para uma redução significativa de animais soropositivos
no rebanho. Além disso, apesar de baixa frequência (1,4%) a via transplacentária de
Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPR) ocorre.
57
Palavras-chave: ELISA, IDGA, Lentivírus de pequenos ruminantes, Western Blot.
ABSTRACT
Management strategies and practices diagnostic are the methods recommended for
control of Caprine Arthritis-Encephalitis (CAE). The aim of this study was apply
periodically, in a dairy herd, diagnostic tests more sensitive allies the measures
management, aimed at effective control for Caprine Arthritis Encephalitis (CAE), as
well as assess the transmission transplacental (vertical). Seven surveys serological were
realized, every four months, with colected samples blood the bucks and matrices, using
the agarose gel immunodiffusion (AGID) tests, Enzyme linked immunosorbent assay
(ELISA) and Western Blot (WB). The kids who had delivery assisted were evaluated by
AGID e WB, shortly after birth. The prevalence of adult animals was 6.8%, 14.9% and
39.2%, respectively, for AGID, ELISA and WB. In the final analysis detected 1.9% in
test AGID and 7.5% in tests ELISA and WB. A total of 283 neonates were assessed at
birth and four were seropositive in the WB. Despite not contemplate eradicating CAE,
the measures adopted allies to periodic serological tests were important to a significant
reduction of the disease in the herd. Furthermore, although low frequency (1.4%) the
transplacental via of Small Ruminant Lentivirus (SRLV) occurs.
Keywords: AGID, ELISA, small ruminant lentivirus, Western Blot.
INTRODUÇÃO
Caprinos de qualquer raça, sexo e faixa etária podem ser infectados pelo vírus da
Artrite Encefalite Caprina (CAEV), que possui longo período de incubação, podendo
variar de meses a anos (Dawson, 1989). A presença de lesões nas articulações, pulmão,
sistema nervoso e glândula mamária são indicativos de infecção, todavia, em muitos
casos, esta doença pode ser assintomática e os animais portadores do vírus se tornarem
fonte de infecção (Gregory et al., 2011).
A Artrite Encefalite Caprina (CAE) pode promover a queda da produção láctea,
bem como redução dos níveis de gordura e de proteína do leite de cabras infectadas
(Greenwood, 1995; Turin et al., 2005; Lilenbaum et al., 2007; Brito, 2009). Segundo
58
Carneiro (2011), esta enfermidade predispõe, ainda, os animais à verminose
gastrintestinal por Haemonchus spp. elevando o número de vermifugações necessárias
para o controle em até 70%, principalmente em matrizes primíparas, com consequente
aumento dos custos, reduzindo a rentabilidade da atividade para o caprinocultor.
A infecção de crias por meio do colostro e leite de animais infectados torna a via
digestiva a principal fonte de transmissão natural do CAEV (Lamara et al., 2001). Além
desta, outras formas de transmissão a partir de secreções salivares, respiratórias,
intrauterina e sexual, têm sido estudadas (Peterhans et al., 2004; Souza et al., 2012a).
Por não haver tratamento nem vacinas eficazes contra o vírus, a eficiência dos
programas sanitários de controle da CAE depende de vários fatores, dentre eles: boas
técnicas de manejo, principalmente sanitário, que visem à prevenção da transmissão
pelo colostro e leite; boa sensibilidade e especificidade dos testes utilizados no
diagnóstico inicial, além da frequência de sua utilização, no monitoramento sorológico e
segregação dos soropositivos (Knowles, 1997; Leitner et al., 2010; Pinheiro et al.,
2010).
Dentre as técnicas sorológicas existentes para o diagnóstico da CAE, a mais
rotineiramente utilizada é a Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA), sendo de fácil
aplicação e alta especificidade, indicada como teste de triagem (Varea et al., 2001), no
entanto, possibilita a permanência de caprinos infectados no rebanho por detectar
somente altos níveis de anticorpos. Essa técnica para ser aplicada em programas de
controle não possibilita ao produtor confiabilidade nos resultados dos verdadeiros
negativos. Para esse propósito é necessário que sua utilização seja empregada
juntamente com outros testes mais sensíveis (Konishi et al., 2011), como o Ensaio
Imunoenzimático Indireto (Elisa-i) ou o Western Blot (WB).
O teste Elisa-i é considerado mais sensível que IDGA, porém a especificidade é
garantida principalmente pela qualidade do antígeno adsorvido à placa. Como teste
complementar tem-se o WB, que apresenta alta sensibilidade e especificidade (Zanoni et
al., 1989).
Com a aplicação de testes diagnósticos mais sensíveis, é possível detectar mais
precocemente os soropositivos (Pinheiro et al., 2010), sendo essa uma ferramenta
importante na implantação de programas de controle. Diante disso, este estudo teve
como objetivos aplicar periodicamente, num rebanho leiteiro, testes de diagnóstico mais
59
sensíveis aliados as medidas de manejo visando um controle eficaz para CAE, como
também avaliar a transmissão transplacentária (vertical).
MATERIAL E MÉTODOS
Para a condução do estudo, grupos experimentais foram constituídos levando-se
em consideração o princípio dos “3R’s”, que inclui a redução do número de animais em
pesquisa científica (Resolução CFMV N. 879, de 15 de fevereiro de 2008), estando de
acordo com os princípios éticos adotados pelo Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal – CONCEA (Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008). Este
estudo recebeu a aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade
Estadual Vale do Acaraú (CEUA/UVA), sob o número 014/12.
O experimento foi conduzido na Embrapa Caprinos e Ovinos, localizada no
município de Sobral, numa região semiárida do sertão Cearense, a 3 42' de latitude Sul
e 40 21' de longitude Oeste e 83 metros de altitude. O rebanho leiteiro utilizado era
constituído de matrizes, reprodutores e crias das raças Anglo-Nubiana e Saanen, sendo
que os adultos tinham idade entre um e seis anos e as crias, recém-nascidas. O sistema
de criação adotado foi o semi-intensivo.
Diversas medidas de manejo foram implantadas. As cabras eram divididas em
grupos de forma que ocorressem três parições por ano, para que não houvesse
intermitência na produção de leite. A cobertura adotada era monta natural controlada,
sendo que cabras soronegativas eram cobertas com reprodutores soronegativos e cabras
soropositivas com reprodutores soropositivos. O diagnóstico de gestação era realizado
aos 45 dias com auxílio do ultrassom. A limpeza da instalação era feita diariamente, e a
cada 15 dias aplicava-se vassoura de fogo. A ordenha realizada era de forma mecânica
ou manual uma vez ao dia, ordenhavam-se primeiro as fêmeas do grupo soronegativo,
seguindo linha de ordenha. Após a ordenha todos os equipamentos eram higienizados.
Empregou-se, também, controle de fômites, como desinfecção de tatuadores e utilização
de agulhas descartáveis. A fim de evitar infecções pelo colostro e leite contaminados as
crias eram separadas de suas mães imediatamente após o nascimento e transferidas para
outra instalação, onde recebiam colostro termizado (56ºC, por uma hora) e,
60
posteriormente, leite pasteurizado. Todo animal a ser introduzido no rebanho passava
por quarentena, sendo submetido a dois testes de IDGA e WB num intervalo de 60 dias.
De 1994 ao ano de 2008, o rebanho foi submetido ao programa de controle da
CAE, com diagnóstico da enfermidade sendo realizado pela prova de IDGA com kit
comercial Americano (Caprine Arthritis-Encephalitis/Ovine Progressive Pneumonia
Antibody test Kit Veterinary Diagnostic Technology, Inc®, USA). Posteriormente, este
kit foi substituído pelo desenvolvido pela Embrapa Caprinos e Ovinos, seguindo-se
protocolo empregado por Pinheiro et al. (2006). Essa técnica sorológica era realizada a
cada seis meses e de acordo com os resultados os animais soropositivos eram separados
do grupo dos soronegativos, sendo substituídos conforme os critérios de descarte
adotado para sistema de criação de caprinos (Embrapa, 1996).
Neste estudo, além do IDGA utilizado no diagnóstico da CAE, as matrizes e
reprodutores foram submetidos também aos exames de Elisa-i e WB. Foram coletadas
amostras de sangue de cada animal através de punção da veia jugular, em tubo tipo
vacutainer® de 10mL, sem anticoagulante, de intervalos de quatro meses, sendo
realizado, ao todo, sete coletas.
As crias que tiveram parto assistido participaram deste estudo. Antes de mamarem
o colostro termizado, os cabritos foram submetidos a coletas de amostra de sangue. Um
total de 283 amostras de soro de neonatos foi analisado por IDGA e WB.
As amostras de sangue foram encaminhadas ao Laboratório de Patologia Clínica
da Embrapa Caprinos e Ovinos, onde foram centrifugadas a 1500 x g por 15 minutos,
armazenadas em tubo tipo eppendorf® e congeladas a -20°C até a realização das provas
sorológicas. Para a realização do teste de IDGA, Elisa-i e WB foi utilizado antígeno
derivado de cultivos secundários de células de membrana sinovial caprina, infectadas
pela estirpe padrão CAEV-Cork, preparado a partir da metodologia de Pinheiro et al.
(2006).
A microtécnica de IDGA seguiu protocolo de Gouveia et al. (2000). Foi preparado
gel de agarose a 0,9% em tampão fosfato salino. Esse gel foi distribuído em lâminas de
vidro, perfurado com uma roseta padrão de seis poços equidistantes e preenchidos com
uma quantidade de 30µL de soros testes, soro padrão e antígeno para cada poço
correspondente. Para a visualização das linhas de precipitação a leitura foi realizada 48-
61
72 horas, com luz indireta sobre fundo escuro, sendo considerada definitiva a segunda
leitura.
A técnica Elisa-i foi realizada em microplacas rígidas com 96 poços (Nunc®
immuno plate/ M9410). A sensibilização das placas foi com 0,5µg/poço de antígeno em
tampão carbonato-bicarbonato (0,05 M, pH 9,6). O bloqueio com 100µL/poço de PBS-
caseína a 2%. A diluição dos soros foi de 1:100 e de conjugado Donkey Anti-Sheep IgG
peroxidase (Sigma cat. A3415) de 1:1500. Para a diluição desses foi utilizado tampão de
incubação (PBS, 0,25% de caseína e 0,05% de Tween 20). Em todas as etapas do Elisa-
i, as placas foram incubadas a 37ºC e no intervalo de cada etapa, as placas eram
submetidas a lavagens com solução salina 0,9% e Tween 20 a 0,05%. Para revelação,
utilizou-se como substrato o σ-phenylenediamine (OPD) e H2O2 em tampão citrato-
fosfato (0,1M, pH 5,0). Após 15 minutos ao abrigo da luz, foi realizada a parada da
reação acrescentando-se 20μL de H2SO4 diluído em 1:20. A leitura das placas foi
realizada em leitor de microplacas de Elisa-i com comprimento de onda de 492nm.
O teste de WB seguiu o protocolo de Aragão et al. (2008) com modificações. Foi
realizada eletroforese SDS-PAGE com géis de concentração e separação a 4% e 12,5%,
respectivamente. A seguir foi realizada a transferência das proteínas contidas no gel
para membrana de nitrocelulose, que foram bloqueadas com PBS Tween a 0,3%. A
técnica foi realizada com diluições de soro de 1:50 e conjugado Rabbit anti- Goat IgG
peroxidase (Sigma cat. A5420) de 1:15000. A revelação das bandas de proteína ocorreu
ao abrigo da luz, com os substratos 4-Cloro-1-Naphthol e 3,3’ Diaminobenzidine
(DAB), com H2O2 a 30% e parada com adição de água destilada.
Todos os dados foram tabulados no programa Excel® e analisados estatisticamente
no programa EPI InfoTM
7.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na soroprevalência dos animais adultos, observou-se que de 148 animais, 10
(6,8%) apresentaram anticorpos anti-CAEV no IDGA, 22 (14,9%) no Elisa-i e 58
(39,2%) no WB. Como o WB foi o teste que apresentou maior percentual de
soropositividade no primeiro levantamento, além de ser considerado o padrão ouro na
validação de testes sorológicos (Zanoni et al., 1989), foi adotado o resultado dele como
62
base para a separação dos animais em grupos soropositivo e soronegativo, sendo
mantido esse critério por todos os demais levantamentos.
Com relação ao tipo racial das 136 matrizes, nove apresentaram anticorpos anti-
CAEV no IDGA, 21 no Elisa-i e 54 no WB. Verificou-se, também, que 39,7% das
fêmeas foram soropositivas enquanto que, nos reprodutores, este índice foi de 33,3%
(4/12) (p>0,05). Analisando-se pelo teste WB, 64,8% (35/54) eram da raça Anglo-
Nubiana e 35,2% (19/54) da raça Saanen (p<0,05). Apesar de esta enfermidade afetar
animais de todos os tipos raciais é bastante documentada nas raças leiteiras (Contreras
et al., 1998; Torres-Acosta et al., 2003; Moura Sobrinho et al., 2010).
Avaliando o resultado das três técnicas em conjunto (IDGA, Elisa-i e WB), no
levantamento inicial, verificou-se que sete (4,7%) dos animais apresentaram reação
soropositiva, sendo seis fêmeas e somente um reprodutor. A Fig. 1 apresenta o
percentual de animais positivos detectados durante o programa de controle por meio das
três técnicas realizadas.
Figura 1. Percentual de animais soropositivos detectados pelo IDGA, Elisa-i e Western Blot em
sete levantamentos, com intervalo de quatro meses, em rebanho leiteiro semi-intensivo.
Devido ao monitoramento periódico anterior adotado nesse rebanho pela técnica
de IDGA, os resultados achados nesta primeira análise foram inferiores ao que
geralmente são encontrados em rebanhos leiteiros infectados que não são submetidos a
0
5
10
15
20
25
30
35
40
IDG
A
EL
ISA
WB
IDG
A
EL
ISA
WB
IDG
A
EL
ISA
WB
IDG
A
EL
ISA
WB
IDG
A
EL
ISA
WB
IDG
A
EL
ISA
WB
IDG
A
EL
ISA
WB
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º
6,8
14,9
39,2
5,4
13,5
4,9
16,4
2,0
6,0
14,0
3,0 0,9 1,9
7,5
1,9
7,5 7,5
% d
e a
nim
ais
po
siti
vo
s
Testes sorológicos
POS
63
algum tipo de controle. Melo e Franke (1997) analisando rebanhos leiteiros pela técnica
de IDGA verificaram uma soroprevalência de 40,7% em animais caprinos com manejo
intensivo provenientes da microrregião de Fortaleza, Ceará. Esse resultado coincide
com os encontrados por Madureira e Gomes (2007), utilizando o IDGA, em
propriedades leiteiras no interior de São Paulo, que obtiveram uma prevalência de
34,93%.
Desde a prevalência até a quinta coleta notou-se que houve uma redução
significativa (p<0,05) na incidência, principalmente quando se levou em consideração
os resultados do IDGA, o qual apresentou dois levantamentos seguidos (2ª e 3ª) sem
animais soropositivos. Apesar de existirem animais positivos nos dois últimos
levantamentos (6º e 7º) existe uma tendência a redução do número de animais
soropositivos.
Na sexta coleta (Fig. 1) pode-se observar um crescimento no percentual de
soropositivos, isso provavelmente ocorreu pela a entrada de animais jovens no rebanho,
apesar desses terem sido submetidos às técnicas de IDGA e WB. Pode ter ocorrido
soroconversão tardia desses jovens bem como nos animais que já estavam no rebanho e
não tiveram anticorpos suficientes para serem detectados nos testes durante as coletas
anteriores. Segundo Clavijo e Thorsen (1995) e Hanson et al. (1996), os baixos níveis
de anticorpos, soro conversão tardia e reações soropositivas intermitentes são o grande
problema para o controle desta virose.
A presença de animais falso-negativo no rebanho é um dos grandes entraves para
os programas de controle (Castro et al., 2002). Isto fortalece a necessidade da utilização
de testes diretos, como, a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) aliados aos testes
sorológicos (Konishi et al., 2011).
Avaliando os resultados dos sete levantamentos, notou-se que apenas duas cabras
não apresentaram positividade no WB, mas foram reagentes no Elisa-i. Por outro lado
todos os soropositivos no IDGA também o foram no WB, porém três destes não
reagiram no Elisa-i. Em alguns momentos houve uma pequena discordância entre o WB
e o Elisa-i. Somente na última análise é que houve similaridade entre esses testes sendo
detectados 7,5% de animais sororeagentes no Elisa-i e WB e 1,9% no IDGA (Fig. 1).
Nesse estudo o baixo percentual de positividade dado pelo IDGA pode, em parte,
ser explicado pelo tipo de antígeno (Ag) utilizado – Ag produzido na Embrapa Caprinos
64
e Ovinos (Ag nacional) - que detecta principalmente anticorpos anti-proteína p28 do
CAEV. Em pesquisa realizada no mesmo rebanho do presente estudo, comparando o Ag
nacional e o do kit americano, que detecta anticorpos anti-gp135 e anti-p28, revelou a
importância da escolha do Ag. Esta escolha influencia marcadamente os resultados do
IDGA, sendo que a utilização de Ag com duas proteínas favorece para o aumento da
sensibilidade (Pinheiro et al., 2010). Adams e Gorham (1986), ao compararem dois
antígenos da CAEV, verificaram que o produzido com a gp135 detectou um maior
número de animais positivos que o produzido com a p28, entretanto, existiam animais
que apresentavam somente anticorpos contra a p28.
Com o objetivo de observar como a expressão de anticorpos varia durante o
tempo em caprinos soropositivos, Hanson et al. (1996) utilizaram IDGA para detectar
anticorpos em caprinos naturalmente infectados pelo CAEV para os antígenos gp135 e
p28 do lentivírus Maedi-Visna (MVV). Observaram que os caprinos testados
expressavam anticorpos tanto para gp135 como para p28. Entretanto, ocorreu maior
frequência de anticorpos para gp135 em animais velhos que reagiam a apenas uma das
proteínas virais. Além disto, a expressão de anticorpos para o CAEV variou ao longo do
tempo evidenciando que reações soropositivas e soronegativas podem ocorrer
intermitentemente.
A escolha de provas laboratoriais mais sensíveis para a implantação de programa
de controle é de suma importância para detecção precoce de animais positivos.
Programas de controle já foram implantados em vários países e fornecem informações
importantes sobre o controle da enfermidade, porém ainda é difícil sua erradicação,
visto que os testes tem alto custo e o mais utilizado é o IDGA, que não detecta
precocemente os soropositivos (Sihvonen et al., 2000; Konishi et al., 2011).
Apesar de dispor, neste estudo, de técnicos qualificados e de testes bastante
sensíveis, os resultados revelam que as medidas de manejo adotadas, mesmo rigorosas,
aliada a frequência dos testes, não foram suficientes para erradicar a enfermidade do
plantel, apenas controlá-la. Em todas as coletas o WB detectou animais com anticorpos
para o CAEV, sendo necessário, portanto, um tempo maior que sete avaliações
quadrimestrais para eliminá-la.
65
A heterogeneidade e o potencial da transmissão interespécie dos lentivírus devem
ser ponderados para o desenvolvimento de programas de sanidade de pequenos
ruminantes (Souza et al., 2012b), para produtores que criam caprinos e ovinos juntos.
Com relação aos neonatos, dos 283 que participaram do estudo, 131 nasceram de
progenitores soropositivos e 152 de soronegativos. O WB detectou soropositividade em
quatro crias da raça Anglo Nubiana (1,4%), dessas, três (2,3%) eram de progenitores
soropositivos e uma (0,7%) de soronegativo (Tab.1). Estes progenitores foram
avaliados por três testes de WB, Elisa-i e IDGA intervalados de quatro meses.
Tabela 1. Testes de IDGA e WB em cabritos imediatamente após o nascimento.
CRIAa Idade IDGA WB Progenitores (WB)
1
Nascimento
(0h)
- + +
2 - + +
3 - +
4 - + - a As crias de números 2 e 3 nasceram dos mesmos progenitores.
A infecção muito provavelmente não ocorreu no canal do parto, pois a coleta de
sangue do cabrito para realização dos testes aconteceu imediatamente após o
nascimento. Desta forma, se as crias apresentaram anticorpos anti-CAEV é porque
adquiriram, possivelmente, no ambiente uterino. Mesmo que as crias tenham ingerido
líquido infectado no momento do parto, não ocorreria, em tempo hábil, produção de
anticorpos para ser detectado nos testes, portanto é sugerido que tenha ocorrido
transmissão transplacentária, mesmo que baixa. Ding e Xiang (1997) analisando o WB
através das reações em scanner, verificaram que pode-se detectar anticorpos anti-P28
(proteína do gene gag - capsídeo do CAEV) a partir do 4 dias pós-infecção. Este tempo
necessário para o aparecimento de anticorpos detectáveis reforça a transmissão
transplacentária.
Estes achados corroboram com o observado por Konishi et al. (2011), o qual
verificou que crias separadas imediatamente após o nascimento, foram positivas, aos
dois meses de idade, no IDGA. Estes animais eram oriundos de um rebanho infectado e
filhos de pais positivos (somente o pai, somente a mãe ou ambos). Brodie et al. (1994)
sugerem que a transmissão intrauterina de lentivirus de Pequenos Ruminantes (LVPR)
pode ocorrer em até 10% das crias nascidas de matrizes infectadas, e que um título viral
alto na mãe pode ser um importante fator na transmissão uterina.
66
Cross et al. (1975) descreveram lesões típicas de pneumonia progressiva ovina em
cordeiros nascidos por cesárea de ovelhas infectadas, enquanto Sihvonen (1980) e
Cutlip et al. (1981) isolaram o vírus da Maedi-Visna em fetos de mães soropositivas.
Lara e colaboradores (2005), também, verificaram a possibilidade de infecções
pelo CAEV através da via de transmissão transplacentária ou no momento do parto em
26 cabritos, avaliados por IDGA, que nasceram de cabras soropositivas. Nenhum
cabrito foi considerado sororreagente aos antígenos do vírus, indicando que a
possibilidade dessa via de transmissão vertical é menor que 3,8% (1<26). Comparando
os trabalhos, este estudo utilizou-se um número maior de cabritos (283 crias) que foram
avaliados por duas técnicas, IDGA e WB. Não foi relatado também nenhum neonato
positivo pela prova de IDGA, todavia o WB apresentou 1,4% de crias soropositivas, o
que infere que o IDGA não é indicado para detectar anticorpos anti-CAEV em cabritos
recém-nascidos.
Alvarez et al. (2005) estudando, em cordeiros, a transmissão do vírus da Maedi-
Visna pelo colostro de ovelhas infectados com o MVV verificou que um dos animais
separado logo após o nascimento, antes de receber o colostro, apresentava-se
soropositivo no teste de ELISA comercial. Estes autores (Alvarez et al., 2006) aplicando
um teste de PCR nestes mesmos animais verificaram que 13 de 204 (6.4%) cordeiros
nascidos de ovelhas soropositivas foram positivos ao nascimento. Observaram ainda
que destes oito animais foram PCR positivos somente a zero hora e negativo nas outras
coletas (15, 30, 90, 180 e 300 dias). Estes dados corroboram com os achados neste
trabalho onde se verificou que (2,2%) dos animais positivos, pelo WB, antes de
receberem o colostro, eram de progenitores soropositivos.
Outros trabalhos, também, questionam a possibilidade da transmissão intrauterina
dos LVPR (Hanson et al., 1996; Blacklaws et al., 2004; Peterhans et al., 2004).
O tipo de placenta dos ruminantes é a sindesmocorial, esta apresenta cinco
membranas entre a circulação materna e a fetal, impedindo a passagem de anticorpos
entre as duas circulações (Lima et al., 2009), porém pode haver passagem do vírus em
algum momento, visto que ele encontra-se no trato reprodutivo (Andrioli et al., 1999;
Andrioli et al., 2002; Cavalcante, 2011).
Andrioli et al. (2002) constataram, por isolamento viral seguido de PCR Nested,
que o CAEV estava presente no fluido uterino de cabras portadoras corroborando com
67
os achados de Fieni et al. (2003) que, também, verificaram a presença deste vírus em
meios de lavagens de embriões.
Cavalcante (2011) observou, pelo RT-PCR, que seis cabras apresentavam
partículas virais livres no fluído uterino demonstrando a possibilidade de transmissão
pelo mesmo, o que explica a produção de anticorpos detectada pelo WB nos neonatos
deste estudo.
A sorologia positiva da cria proveniente de progenitores soronegativos pode ser
justificada pelo fato de que, provavelmente, a matriz estaria infectada, pois fatores como
soroconversão tardia, latência viral, latência sorológica e replicação restrita podem ter
restringido a presença de anticorpos em quantidade suficiente para ser detectado durante
os levantamentos. No entanto, o vírus possivelmente estava no trato reprodutivo da
fêmea e foi transmitido à cria. Cutlip e colaboradores (1981) isolaram MVV de um feto,
retirado por cesárea, de uma ovelha soronegativa que havia estado em contato com
ovelhas soropositivas. Cavalcante (2011) estudando 13 matrizes inoculadas pela cepa
viral CAEV Cork e todas soropositivas no IDGA e WB com 30 e 60 dias pós-infecção,
verificou que após 24 meses os animais soronegativaram no IDGA e somente três
tiveram resultado positivo no WB. Observou, também, que dessas treze cabras, três
tiveram resultado negativo no IDGA, Elisa-i, WB e PCR-Nested de sangue, porém
foram positivas no PCR-Nested e/ou RT-PCR de ovócito e/ou fluído uterino,
demonstrando reações soropositivas intermitentes e que o vírus em algum momento
pode encontrar-se em órgãos e não na corrente sanguínea.
CONCLUSÕES
A adoção periódica de testes mais sensíveis é importante, sendo uma eficaz
ferramenta em programas de controle, pois detectam mais precocemente animais
soropositivos, dando o direcionamento das medidas que devem ser implantadas, porém
é necessário um tempo maior de acompanhamento dos caprinos, visto que houve uma
redução significativa da CAE no rebanho, porém não foi alcançada a erradicação da
enfermidade.
É importante a associação de técnicas sorológicas sensíveis a técnicas moleculares
em programas de controle avançado para a erradicação.
68
Apesar da baixa frequência, a transmissão vertical dos LVPR ocorre, e tem
repercussão no programa de controle.
AGRADECIMENTOS
À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Caprinos e Ovinos
pela concessão das condições técnicas e estruturais, a CAPES pela bolsa de estudos
concedida, e ao CNPq, FUNCAP e Banco do Nordeste pelo apoio financeiro.
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72
8 CONCLUSÕES
A técnica de IDGA apesar de apresentar vantagens por ser considerada uma
prova mais acessível no que diz respeito ao custo e praticidade não é eficaz na detecção
de baixos níveis de anticorpos contra o CAEV. Por outro lado, o teste de Elisa-i
apresentou-se mais sensível que a prova de IDGA, devendo ser utilizado rotineiramente.
O WB por sua vez detectou precocemente anticorpos anti-CAEV quando
comparado com a IDGA e Elisa-i. Embora não apresente 100% eficaz na sua
sensibilidade, este revelou resultados mais confiáveis, diminuindo assim, a presença de
animais falso-negativos no rebanho.
As medidas utilizadas neste estudo não foram eficazes para a erradicação da CAE,
mas favoreceu uma redução significativa de animais soropositivos e consequentemente
o seu controle.
A adoção de boas práticas de manejo é um ponto importante para o controle da
CAE, sendo necessária a expansão do conhecimento dessas medidas de prevenção aos
criadores.
É importante a associação de técnicas sorológicas sensíveis a técnicas moleculares
em programas de controle avançado para a erradicação.
A transmissão vertical do LVPR foi evidenciada e deve ser considerada dentro do
programa de controle.
73
9 PERSPECTIVAS
Os resultados obtidos forneceram informações importantes a respeito da eficácia
das provas sorológicas usadas como rotina no controle da CAE. Entretanto, é necessário
que as medidas de prevenção desta enfermidade sejam empregadas por um tempo
maior. Ressaltando ainda a importância da utilização de métodos laboratoriais mais
sofisticados para serem empregados em programas de controle desta enfermidade.
74
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86
ANEXOS
87
ANEXO 1 - Declaração do Comitê de Ética
CEUA/UVA
Certificado de Conduta Ética CCE
Certificamos que o Protocolo nº 014.12, sob título “Análise da eficácia das
medidas de controle da Artrite-Encefalite Caprina em rebanho leiteiro semi-intensivo" sob a responsabilidade de, Maria Fátima da Silva Teixeira e Apoliana de Sousa Rodrigues, está de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação Animal adotados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal - CONCEA (Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008), TENDO SIDO CONSIDERADO APROVADO PELA Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Estadual Vale do Acaraú (CEUA/UVA) em reunião realizada em 29 de agosto de 2012.
Sobral, 30 de agosto de 2012. ______________________ Dra. Alice Andrioli Pinheiro Coordenadora da CEUA/UVA Universidade Estadual Vale do Acaraú
Reconhecida pela Portaria Nº 821/ MEC D.O.U. de 01/06/1994 Avenida da Universidade, 850 – Betânia – CEP: 62.040-370 – Sobral – Ceará Fone: (88) 3677.4271 / FAX: (88) 3613.1866 - www.uvanet.br
88
ANEXO 2 - Comprovante de submissão de artigo
FUNDAÇÃO ESTUDO PESQUISA EM MEDICINA VETERINÁRIA FEP MVZ EDITORA Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia
CNPJ: 16.629.388/0001-24 Insc. Municipal: 302856.001-3 Av. Antônio Carlos, 6627 - Caixa Postal 567 - 30123-970 – Belo Horizonte – MG Fone: (31) 3409-2042 Fax: (31) 3409-2041 http://journal.vet.ufmg.br E-mail: [email protected]
Sr.(s): Apoliana de Sousa Rodrigues, Roberta Lomonte Lemos de Brito, Raymundo Rizaldo
Pinheiro, Ronaldo Pereira Dias, Samilly Mesquita Alves, Thiago Sampaio de Souza, Kelma
Costa de Souza, Dalva Alana Aragão de Azevedo, Alice Andrioli , Daniele Cristina Timbó
Magalhães, Maria Fátima da Silva Teixeira,
Cumpre-nos informar-lhe(s) que o artigo: Padronização do Elisa indireto e Western Blot para diagnóstico da Artrite-Encefalite
Caprina
enviado para publicação nesta revista, será encaminhado para análise do Corpo Editorial
desde que não haja manifestação contrária de qualquer autor do trabalho e que a taxa de
submissão esteja quitada.
REG.: 6303/2012
Recebido em: 21/10/2012 Atenciosamente,
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia
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