i
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
PADRONIZAÇÃO DE SÍMBOLOS TÁTEIS PARA MAPAS INDOOR
CONSTRUÍDOS A PARTIR DE IMPRESSORA 3D
Niédja Sodré de Araújo
Salvador
2016
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
PADRONIZAÇÃO DE SÍMBOLOS TÁTEIS PARA MAPAS INDOOR
CONSTRUÍDOS A PARTIR DE IMPRESSORA 3D
Niédja Sodré de Araújo
Seminário de Pesquisa apresentado ao
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Civil como requisito para aprovação na
qualificação do Mestrado (ENGM31).
Orientador: Profa. Dra. Vivian de Oliveira Fernandes
Coorientador: Prof. Dr. Mauro José Alixandrini Júnior
Agência Financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES)
Salvador
2016
iv
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICAÇÃO DO MESTRADO
____________________NIÉDJA SODRÉ DE ARAÚJO_________________
APRESENTADA AO MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL, DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, EM X DE SETEMBRO DE 2017.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Profa. Dra. Vivian de Oliveira Fernandes
Orientador
PPEC – UFBA
_____________________________________
Prof. Dr. Mauro José Alixandrini Júnior
Coorientador
PPEC – UFBA
_____________________________________
Prof. Me. Gabriel Moraes de Bem
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA
CATARINA, IFSC
_____________________________________
Arq. Ma. Denise Vaz de Carvalho Santos
SUPERINTENDÊNCIA DE MEIO AMBIENTE
E INFRAESTRUTURA - SUMAI/UFBA
v
RESUMO
A cartografia tátil pode ser utilizada para sinalização de ambientes internos de uma edificação (indoor), por exemplo, edifícios públicos ou privados, assim como de ambientes externos (outdoor), a citar, parques e campus universitário, contribuindo para melhorar a mobilidade de pessoas com deficiência visual. Diferentes tecnologias têm sido utilizadas para fabricação de mapas táteis: artesanal, gráficos em relevo, papel microcapsulado, termoformagem e tecnologias de impressão 3D. Deste modo, o objetivo geral desta pesquisa é elaborar uma proposta de padronização de símbolos cartográficos para mapas táteis de ambiente indoor por meio da tecnologia de impressora 3D. Para tanto, pretende-se propor símbolos com formas geométricas associadas ao conceito do elemento espacial representado cartograficamente, visando facilitar a interpretação das informações, e, dimensionar parâmetros que possibilitem a reprodução dos símbolos para novos mapas. Utilizou-se como material experimental a Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS) e avaliaram-se a cognição dos símbolos e do mapa por voluntários da comunidade acadêmica da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Instituto de Cegos da Bahia (IBC) que possuem deficiência visual. Será proposto um modelo conceitual para elaboração de mapas táteis de ambiente indoor com tecnologia de impressora 3D utilizada nesta pesquisa. Nesta pesquisa utilizou-se o método experimental, deste modo, os objetos de estudo são os símbolos táteis e as variáveis são a forma geométrica e os parâmetros dimensionais dos mesmos. O térreo do pavilhão de Aulas Glauber Rocha (PAF III) da UFBA corresponde à área de estudo modelada digitalmente e impressa em três dimensões. Realizou-se entrevista estruturada qualitativa para descrever o perfil dos voluntários e para avaliação da qualidade dos símbolos táteis e a eficiência do mapa para a sinalização do ambiente indoor representado. O mapa final será doado para o PAF III visando melhorar a sinalização desse espaço para as pessoas com deficiência visual.
Palavras-chave: Símbolo Cartográfico Tátil. Impressão 3D. Deficiência visual.
vi
SUMÁRIO
Pág. BANCA EXAMINADORA .................................................................................. iv
RESUMO ............................................................................................................ v
SUMÁRIO .......................................................................................................... vi
ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................... ix
ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................... x
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ...................................................................... xii
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
1.1 Breve Histórico da Inclusão das Pessoas com Deficiência Visual ........... 4
1.2 Mapa tátil da Universidade Federal da Bahia (UFBA) .............................. 7
1.3 Construindo o mapa tátil artesanal da UFBA ......................................... 10
1.3.1 Elaboração e avaliação do mapa tátil da UFBA ......................... 15
1.4 Conhecendo o Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar da
Universidade Federal de Santa Catarina (LabTATE/UFSC). ......................... 19
2 REVISÃO TEÓRICA ................................................................................... 22
2.1 Cartografia Tátil ...................................................................................... 23
2.1.1 Mapas Táteis .............................................................................. 29
2.2 Prototipagem Rápida .............................................................................. 33
2.3 Informação e Sinalização – NRB 9050 ................................................... 36
2.3.1 Sinalização ................................................................................. 39
2.3.2 Linguagem .................................................................................. 40
2.3.3 A Linguagem Tátil ....................................................................... 42
2.3.4 Braille .......................................................................................... 42
2.3.5 Planos e mapas acessíveis ........................................................ 44
2.3.6 Sinalização tátil de pavimento .................................................... 44
2.3.7 A sinalização de elevadores e plataformas elevatórias .............. 45
2.3.8 Sinalização tátil e visual no piso ................................................. 45
vii
2.3.9 Sinalização tátil e visual de alerta ............................................... 45
2.3.10 Sinalização tátil e visual direcional ............................................. 46
2.3.11 Sinalização de emergência ......................................................... 47
2.3.12 Outras sinalizações .................................................................... 47
2.4 Convenções Cartográficas ..................................................................... 48
3 PROBLEMAS DE PESQUISA .................................................................... 53
3.1 Problema Geral ...................................................................................... 53
3.2 Problemas Específicos ........................................................................... 53
4 HIPÓTESE DE PESQUISA ......................................................................... 54
5 OBJETIVOS ................................................................................................ 55
5.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 55
5.2 Elaborar uma proposta de padronização de símbolos cartográficos táteis
por meio da tecnologia de impressora 3D para melhorar a sinalização em
ambiente indoor por meio de mapas táteis .................................................... 55
5.3 Objetivos Específicos ............................................................................. 55
6 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 56
7 MATERIAIS E MÉTODO ............................................................................. 57
7.1 Delimitação do Tema.............................................................................. 57
7.2 Convenções Cartográficas de Símbolos Cartográficos Táteis ............... 58
7.3 Método ................................................................................................... 60
7.4 Base Cartográfica ................................................................................... 62
7.5 Impressão 3D ......................................................................................... 63
7.6 Impressora GTMAX 3D .......................................................................... 63
7.6 Cognição de símbolos táteis .................................................................... 65
7.7 Modelo conceitual para mapas táteis ..................................................... 66
8 RESULTADOS PRELIMINARES ................................................................ 68
8.1 Categorias de análise de qualidade dos símbolos cartográficos táteis .. 73
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79
APÊNDICE I ...................................................................................................... 83
APÊNDICE II ..................................................................................................... 85
APÊNDICE III .................................................................................................... 91
viii
APÊNDICE IV ................................................................................................... 93
APÊNDICE V .................................................................................................... 52
ix
ÍNDICE DE TABELAS
Pág.
Tabela 1: Aplicação da diferença do LRV na sinalização – ΔLRV ................... 41
Tabela 2: Crominância ..................................................................................... 42
Tabela 3: Dimensões do arranjo geométrico e formato do relevo dos pontos em
Braille ............................................................................................................... 43
Tabela 4: Critérios de elevação para impressão .............................................. 51
Tabela 6: Critérios de elevação para modelagem de símbolos táteis .............. 70
Tabela 7: Parâmetros tridimensionais de símbolos cartográficos táteis ........... 71
INDICE DE QUADROS
Quadro 1: Principais diferenças entre cartografia sistemática e temática ........ 31
Quadro 2: Principais diferenças entre cartografia tátil sistemática e temática . 32
INDICE DE MAPAS
Mapa 1: Mapa tátil da UFBA ............................................................................ 16
Mapa 2: Campus tátil artesanal da UFBA ........................................................ 25
Mapa 3: Mapa tátil em gráfico produzido em acrílico ....................................... 26
Mapa 4: Divisão Política do Brasil em relevo ................................................... 27
Mapa 5: Campus tátil da UFSC ........................................................................ 28
INDICE DE MAQUETES
Maquete 1: Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central da UNICAMP
em relevo ......................................................................................................... 29
x
INDICE DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1: IhacLab-i ....................................................................................... 3
Fotografia 2: Mosaico com um estudante cego à esquerda e uma estudante
com baixa visão à direita, ambos avaliando o mapa tátil da UFBA .................. 16
Fotografia 3: Mosaico com equipamentos de impressão de mapas táteis ....... 20
Fotografia 4: Alunos normovisuais explorando ................................................ 20
ÍNDICE DE FIGURAS
Pág.
Figura 1: Representação de alguns problemas relacionados à mobilidade ....... 9
Figura 2: Edificações agregadas de ................................................................. 12
Figura 3: Edifício da Faculdade de Medicina ................................................... 12
Figura 4: Geometria simplificada ...................................................................... 13
Figura 5: Acesso viário com exagero ............................................................... 14
Figura 6: Mapa temático da UFBA e Base Cartográfica Generalizada ............ 14
Figura 7: Símbolos convencionados internacionalmente ................................. 38
Figura 8: Arranjo geométrico e formato do relevo dos pontos em Braille ......... 43
Figura 9: Superfície inclinada contendo informações ....................................... 44
Figura 10: Sinalização tátil de alerta e ............................................................. 46
Figura 11: Sinalização tátil direcional e relevos táteis direcionais instalados no
piso .................................................................................................................. 46
Figura 12: Variáveis gráficas táteis .................................................................. 49
Figura 13: Impressões 3D a partir de métodos diferentes ............................... 52
xi
Figura 14: Indicação do PAFIII na área dos campi Ondina e Federação da
UFBA, Salvador (BA) ....................................................................................... 57
Figura 15: Planta do térreo do PAF III .............................................................. 58
Figura 16: Croqui do térreo do PAF III da UFBA .............................................. 59
Figura 17: Impressora CTMAX 3D ................................................................... 64
Figura 18: Procedimentos metodológicos ........................................................ 67
Figura 19: Modelo tridimensional de mapa tátil do térreo do PAF III/UFBA ..... 68
Figura 20: Símbolos universais de feminino e masculino ................................ 74
Figura 21: Impressão de mapa tátil 3D ............................................................ 75
Figura 22: Modelo digital e Impressão 3D de legenda tátil .............................. 75
Figura 23: Excesso de material entre pontos Braille ........................................ 76
xii
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ABS ACRILONITRILA BUTADIENO ESTIRENO
NAPE NÚCLEO DE APOIO À INCLUSÃO DO ALUNO COM
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
SUMAI SUPERINTENDÊNCIA DE MEIO AMBIENTE E
INFRAESTRUTURA
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
SIG SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
IHAClab-i
CAD
ESPAÇO ABERTO DE CRIAÇÃO E INOVAÇÃO
COMPUTER AIDED DESIGN
IBC INSTITUTO BAIANO DE CEGOS
1
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Censo Demográfico Brasileiro realizado em 2010 a
população do país totaliza 190.755.799 habitantes, sendo 18,60% com
deficiência visual e deste percentual 1,6% são cegos e 3,46% possuem grau
severo de deficiência visual (IBGE, 2010).
No Brasil, a produção dos materiais táteis passou a ter destaque na
comunicação a partir da implementação da Lei de Acessibilidade (Lei
10.098/2000) que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade
reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e
espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios
e nos meios de transporte e de comunicação (BRASIL, 2000).
Outra Lei importante refere-se à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Lei nº 13.146) ou Estatuto da Pessoa com Deficiência,
destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência para a
sua inclusão social e sua cidadania (BRASIL, 2015). Esta lei reforça a
necessidade do desenvolvimento de materiais didáticos táteis para o ensino e
mobilidade, visando a inclusão das pessoas com deficiência visual.
Os materiais táteis apresentam informações em relevo que possam ser
compreendidas pelo tato - sistema háptico humano. As técnicas de fabricação
tridimensional transformam modelos digitais em objetos físicos em três
dimensões (3D), com elevação (z) e largura (x) e profundidade (y) projetadas
em ambientes computacionais, destacando-se a prototipagem rápida (rapid
prototyping) realizada por meio de impressora 3D.
A prototipagem rápida está associada aos métodos de produção de
protótipos por sistema aditivo automatizado economizando-se tempo durante o
processo de fabricação, por isso, recebe o adjetivo “rápida” (BUSWELL et. al.,
2007). Deste modo, é possível reproduzir de modo idêntico objetos físicos ou
criar novos modelos digitais com auxílio do computador.
2
As pesquisas sobre fabricação tridimensional iniciaram no século XVIII
na Inglaterra onde “a complexidade de industrialização de muitos produtos com
alta demanda, direcionou o desenvolvimento de diversas inovações
tecnológicas” (SCHODEK apud CELANI, PUPO 2008, p. 37).
O elevado custo dos equipamentos, softwares e o reduzido número de
pessoas capacitadas para operar os equipamentos e para desenvolver projetos
tridimensionais em computador, tornavam a prototipagem rápida pouco
acessível até o final do século XX.
Com o avanço tecnológico e popularização das impressoras 3D, fresas,
máquinas de corte e disponibilidade de softwares gratuitos, tornou-se possível
a ampliação de pesquisas na fabricação de objetos em três dimensões.
A utilização da prototipagem rápida é ocorrente em diversas áreas, por
exemplo, na indústria aeroespacial e automotiva, na arquitetura, engenharia
civil, medicina, robótica, eletrônica e, dentre outras, na cartografia tátil.
De acordo com Celani e Pupo (2008) o Departamento de Engenharia
Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina, criado em 1993, foi
pioneiro no Brasil nos estudos sobre fabricação tridimensional, por iniciativa de
pesquisadores do Laboratório de Projeto e Fabricação de Componentes de
Plástico Injetado (CIMJECT).
Em 1996 foi criado o Núcleo de Manufatura Avançada (NUMA) vinculado
ao Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia de São
Carlos, na Universidade de São Paulo (USP), utilizando métodos aditivos e
subtrativos.
Dentre outras universidades que realizam pesquisa sobre fabricação
digital, a Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) criado em 2007 possui o
Laboratório de Prototipagem e Automação para Arquitetura e Construção
(LAPAC). Este conta com diferentes impressoras 3D, cortadora a laser e fresa
de controle numérico de grande formato com dimensões de 1,80 x 2,80m
capaz de gerar protótipos de elementos construtivos em escala 1:1.
3
Deste modo, a partir da década de 1990 os estudos em ambiente
acadêmico sobre fabricação de objetos tridimensionais a partir de modelos
digitais e técnicas automatizadas começaram a se popularizar no Brasil.
Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo,
localiza-se o Laboratório de Prototipagem e Novas Tecnologias Orientadas ao
3D (PRONTO3D) com atuação nas cidades de Florianópolis, Chapecó,
Criciúma e Lages.
Este laboratório faz parte de uma Rede denominada REDE PRONTO3D
que atua no Estado de Santa Catarina, direcionado aos cursos de Design,
Arquitetura, Engenharias e demais áreas, auxiliando em diferentes etapas do
processo de projeto para criação, desenvolvimento e produção de modelos,
protótipos, maquetes e produtos em escala real.
É importante destacar que a REDE PRONTO3D é afiliada à REDE
FabLab Brasil, que faz parte da rede internacional FabLab composta por mais
de 200 laboratórios em diversos países (PRONTO 3D, 2017).
No campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia, em
Salvador, localiza-se o Laboratório do Instituto de Humanidades, Artes e
Ciências Professor Milton Santos (IHAC/UFBA), Fotografia 01, denominado de
Espaço Aberto de Criação e Inovação (IhacLab-i), que realiza diferentes
atividades sobre fabricação digital.
.
Fonte: Niédja Aráujo, 2016.
Fotografia 1: IhacLab-i
4
O IhacLab-i foi fundado com parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e do Governo do Estado da Bahia
para aquisição dos equipamentos tecnológicos e conta com a participação de
técnicos, professores e estudantes de vários cursos da UFBA vinculados às
áreas de engenharia e tecnologia que realizam pesquisa e experimentos sobre
fabricação digital.
Este espaço é equipado com impressora 3D, máquina de corte a laser,
uma fresa, dentre outros. Os organizadores e coordenadores do laboratório
auxiliam, por exemplo, na fabricação de objetos demandados em projetos de
pesquisa vinculados à universidade ou externos à academia, com a restrição
apenas do usuário financiar o material a ser utilizado.
Os exemplos de algumas universidades no Brasil que realizam pesquisa
sobre as técnicas de fabricação digital indicam a importância da impressão 3D
para diversas finalidades, principalmente no campo da inclusão de pessoas
com necessidades especiais.
1.1 Breve Histórico da Inclusão das Pessoas com Deficiência Visual
Até o século XIII as pessoas cegas ou com outras deficiências eram
julgadas pelas normovisuais como incapazes. Nessa época muitas pessoas
associavam a deficiência ao castigo dos deuses ou influência maligna,
portanto, as pessoas com deficiência ficavam à margem da sociedade.
Com o passar do tempo a concepção de deficiência foi mudando e na
Idade Média, Luís XIII fundou em Paris o asilo de Quinze-Vingts no ano 1260
para atender soldados franceses que tiveram seus olhos arrancados pelos
sarracenos durante as Cruzadas, e, posteriormente, passou a oferecer
atendimento também a outros cegos franceses (MECLOY apud FRANCO;
DIAS, 2005).
Nos séculos XVIII e XIX ocorreram mudanças positivas na história dos
deficientes visuais, marcadas pela inauguração do Instituto Real dos Jovens
Cegos de Paris, a primeira escola do mundo para pessoas cegas. O militar
francês Charles Barbier, criou uma sonografia que consistia em representar
5
fonemas em relevo sobre um papel, com 12 pontos, denominada de “escrita
noturna” para comunicar-se com ausência de luz.
Contudo, este tipo de comunicação secreta foi rejeitado pelos militares
por ser considerado de difícil compreensão, assim, Barbier o compartilhou com
o Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, para ser utilizado na educação de
pessoas com cegueira. Louis Braille, era aluno deste instituto e em 1829, com
base na sonografia de Barbier, elaborou o sistema de escrita em relevo que
recebeu seu sobrenome “Braille” (LOWENFELD; MECLOY; HIGINO; ROCHA;
CERQUEIRA; LEMOS, KIRK; GALLAGHER; MAZZOTTA; DALL'ACQUA, apud
FRANCO; DIAS, 2005).
Alguns autores consideram o Sistema Braille como um código, porém,
corroborando com Martines (2011) essa escrita pontográfica viabiliza a
representação de letras, números, dentre outros, por meio de sinais pontuais
em relevo, possibilitando à pessoa cega ler e escrever. Deste modo, no Braille
é possível representar os sons por mais de uma letra e vice-versa, da mesma
forma que ocorre na escrita convencional, portanto, este sistema tem
ortografia, assim, não deveria ser considerado um código.
A Alemanha e Grã-Bretanha são exemplos de países europeus que no
final do século XVIII e início do século XIX fundaram escolas para pessoas
cegas tendo como modelo o Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris.
Entretanto, foi a partir da segunda metade do século XX, depois da Segunda
Guerra Mundial e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foram
iniciadas discussões sobre a possibilidade de atendimento à pessoa cega na
escola regular (SILVA apud FRANCO; DIAS, 2005).
Em 1829 foi instalado nas Américas o primeiro instituto para cegos
denominado "New England Asylum for the Blind", atualmente "Perkins Institute
for the Blind" nos Estados Unidos, em Massachusetts; em 1832 foi fundado o
"New York Institute Education for the Blind"; em 1837 a "Ohio School for the
Blind” (LOWENFELD; ROCHA; MAZZOTTA; DALL'ACQUA apud FRANCO;
DIAS, 2005).
Neste contexto, a Europa e os Estados Unidos durante um congresso
internacional realizado em Paris no ano de 1878 estabeleceram que o sistema
6
de escrita criado por Louis Braille deveria utilizado como método universal de
ensino para pessoas cegas, e, posteriormente, esse método foi adotado pelas
escolas originadas no século XX.
O Sistema Braille obteve plena aceitação no Brasil onde foi empregado,
praticamente, toda a simbologia utilizada na França, assim como o Código
Internacional de Musicografia Braille, de 1929. O sistema foi adotado pelo país
em 1854 por meio do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto
Benjamin Constant, primeira instituição na América Latina a utilizá-lo,
principalmente por empenho do jovem José Alvares de Azevedo, brasileiro e
cego, que havia aprendido Braille na França. Em 1945 o Brasil estabeleceu o
Braille Oficial para uso no país, por meio da Portaria no 552, de 13 de
novembro, bem como um código de abreviaturas em relevo, de autoria do
professor José Espínola Veiga, atualmente em desuso (LEMOS, CERQUEIRA,
2014).
A deficiência visual é classificada em dois tipos: visão subnormal/baixa
visão ou cegueira. No primeiro caso, a pessoa possui alteração da capacidade
funcional relacionada ao rebaixamento significativo da acuidade visual com
relevável redução do campo visual e da sensibilidade aos contrastes e
limitação de outras capacidades.
Entretanto, a cegueira ou perda total da visão pode ser adquirida, ou
congênita, na primeira situação a pessoa nasce com o sentido da visão,
deixando de enxergar com o tempo, por problema de saúde, ou por ter sofrido
algum acidente, contudo, guarda memórias visuais, pode se lembrar das
imagens, luzes e cores memorizadas, características muito úteis para sua
readaptação. Na segunda situação, o indivíduo nasce sem a capacidade da
visão, assim não possui uma memória visual do mundo normovisual, mas
aperfeiçoa outras percepções sensoriais (BRASIL, 2000).
A luta das pessoas com necessidades especiais pela inclusão e
igualdade de direitos passou a conquistar notoriedade e novas formas de
ensino, oportunidades e tecnologias inclusivas foram desenvolvidas.
Na educação e nos meios de comunicação e informação para pessoas
com deficiência visual, por exemplo, surgiram os mapas táteis elaborados em
7
texturas e relevo. Estes mapas incluem textos em Braille para a leitura da
legenda, do título e da escala, dentre outros, e são objetos de estudo da
cartografia tátil.
Na cartografia convencional os mapas comunicam informações de modo
bidimensional e são gerados em tinta, com normas técnicas cartográficas
definidas, diferentemente dos mapas táteis. Entretanto, para produzir mapas
táteis é necessário empregar conhecimentos específicos de cartografia e
interagir os deficientes visuais no processo de elaboração. As experiências
adquiridas podem contribuir para o avanço da cartografia tátil visando a
normatização e padrões de representação.
A produção de materiais táteis iniciou-se sem a utilização de recursos
tecnológicos e com materiais convencionais de baixo custo, por exemplo, os
artesanais produzidos com artigos de armarinhos e papelarias. Mas com o
avanço de recursos tecnológicos entre os séculos XX e XXI envolvendo o
desenvolvimento de computadores, softwares e outros equipamentos, as
informações visuais, sonoras e táteis passaram a ser mais sofisticadas
melhorando a qualidade de vida das pessoas com deficiências, em destaque
nesta pesquisa a deficiência visual.
1.2 Mapa tátil da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Na primeira etapa desta pesquisa realizou-se a produção de um mapa
tátil artesanal da UFBA, com o objetivo de avaliar a orientação espacial de
graduandos com deficiência visual ao tatearem o mapa.
O objetivo geral desta proposta foi verificar a importância de mapas tátil
nos campi universitários para inclusão e localização de pessoas com
deficiência visual e os específicos foram: i) Conhecer a opinião dos deficientes
visuais sobre a acessibilidade na Universidade Federal da Bahia (UFBA); ii)
Verificar as principais dificuldades dos deficientes visuais para orientação e
localização nos campus Federação e Ondina; iii) Identificar quais elementos
seriam indispensáveis conter em um mapa tátil da UFBA para facilitar a
orientação dentro e ao redor dos campus Federação e Ondina iv) Verificar junto
à Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (SUMAI/UFBA) os
8
projetos de acessibilidade existentes na UFBA e a utilidade de um mapa tátil
dos campi Ondina e Federação neste contexto.
Com o apoio do Núcleo de Apoio à Inclusão do Aluno com Necessidades
Educacionais Especiais (NAPE/UFBA) entrou-se em contato com 04
estudantes com deficiência visual, porém obteve-se retorno de três: dois com
perda visual total e uma com baixa visão.
A entrevista foi constituída de 15 questões (APÊNDECE 1) qualitativas
com a finalidade de conhecer os estudantes, obter sua opinião sobre
acessibilidade na UFBA, levantar as principais dificuldades sobre mobilidade
vivenciadas no espaço universitário e a importância de elaboração de um mapa
tátil dos campi para inclusão, localização e orientação, bem como identificar
quais informações seriam indispensáveis conter no mapa tátil, tendo como
base um mapa temático da área de estudo na escala 1: 2.000 do ano de 2014
(FERNANDES, et al., 2015).
Em relação à estudante com baixa visão, apesar da dificuldade para
perceber a totalidade do mapa, diante do reduzido campo de visão,
compreende o Braille e textos ampliados, determinadas imagens, texturas e
contrastes de cores.
Os dois estudantes com perda total da visão não são alfabetizados em
Braille e todos utilizam tecnologias assistivas para ler e se comunicar,
principalmente com recursos de áudio. Assim, verifica-se a necessidade de
criar um mapa tátil com recursos sonoros para facilitar ainda mais a sua
compressão.
De acordo com os estudantes e com a SUMAI, os espaços físicos da
UFBA necessitam ser reestruturados para acolher principalmente as pessoas
com deficiências físicas ou visuais. Entretanto, a SUMAI informou que
atualmente a universidade não dispõe de recursos suficientes para reformar as
calçadas, acessos e realizar outras reformas estruturais, embora existam
projetos com esta finalidade, por exemplo, o projeto Campus Acessível da
UFBA. A Figura 1 a seguir representa alguns problemas relacionados à
mobilidade relatados na entrevista com os estudantes e verificados em campo.
9
Fonte: Trabalho de Campo, 2016
Para a elaboração do mapa tátil da UFBA os estudantes consideraram
importante conter: rotas para orientação, disposição de edificações, áreas
pavimentadas, áreas verdes, portões principais, ponto de ônibus, serviço
bancário, restaurante universitário, biblioteca e escadas que interligam Ondina
e Federação. Deste modo tais inferências foram priorizadas na generalização
da base cartográfica para elaboração do mapa tátil.
De acordo com os resultados obtidos foi possível inferir que a
elaboração de um mapa tátil da UFBA pode beneficiar a comunidade
acadêmica, principalmente pessoas com deficiência visual, pois possibilitará
melhor orientação ao conhecerem a espacialização dos campi de modo
integrado e em grande escala. As principais críticas dos participantes
entrevistados foram:
Bifurcação sem sinalização na praça das Artes/UFBA
Acesso com solo exposto sem piso adequado entre Escola de Dança e PAF V
Piso tátil sem integração, Escola de Dança/UFBA
Base Cartográfica para Mapa Tátil da UFBA
Adaptada de FERNANDES, et al., 2015.
Figura 1: Representação de alguns problemas relacionados à mobilidade
10
i) Insegurança para circularem sozinhos nos campi da UFBA devido
problemas na infraestrutura do espaço universitário, assim dependem do
apoio do NAPE para se deslocarem;
ii) Ausência de sinalização tátil, sonora, e visual para quem possui baixa
visão, inclusive para normovisuais.
iii) Ausência de pisos táteis integrados e calçadas acessíveis;
Verificou-se nesta pesquisa que a SUMAI considera importante a
elaboração do mapa tátil da UFBA e reconhece a necessidade de
reestruturação do espaço universitário, não somente nos campi de Salvador,
mas também no campus de Vitória da Conquista.
Deste modo, as novas construções na UFBA estão seguindo a Nova
Norma de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos
Urbanos (NBR 9050) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
que visa possibilitar o acesso e a mobilidade de todos nos espaços
construídos.
Assim, concluiu-se que um mapa tátil da UFBA pode contribuir para
inclusão e localização de pessoas com deficiência visual, ampliando sua
orientação no espaço universitário.
1.3 Construindo o mapa tátil artesanal da UFBA
Nesta etapa, adquiriram-se os arquivos vetoriais em formato shapefile da
do mapa temático da UFBA representando feições lineares, pontuais e
poligonais. Estes arquivos foram adicionados no software livre e gratuito
Quantum GIS (QGIS), para generalização da base cartográfica, por meio de
interpretação em tela e edição das feições.
Os mapas para pessoas com deficiência visual devem ser simplificados
para melhorar a cognição da simbologia pelos usuários, assim realizaram-se a
amalgamação em áreas vizinhas, por exemplo, edificações de setores
administrativos da UFBA, seleção de algumas feições, desconsiderando
edificações inacabadas, constatadas em atividade de campo.
11
De acordo com Lopes (2005) os operadores de generalização definem a
transformação que se pretende alcançar, enquanto os algoritmos de
generalização descrevem como alcançar essa transformação.
Dois tipos de generalização possuem destaque: a generalização
semântica baseada na escolha inicial da informação relevante a ser
apresentada no mapa; e a generalização geométrica, baseada na manipulação
de características gráficas de objetos representados no mapa. A escala
também possui relação direta na magnitude da generalização e escolha de
símbolos que visam representar a realidade. À medida que ela decresce o nível
de detalhes diminui e maior será a necessidade de utilização de símbolos.
Na generalização semântica podemos incluir a transformação de
atributos, que engloba os operadores de classificação, agregação e também os
operadores: fusão, amalgamação e seleção, visto que os objetos são
selecionados para serem representados no mapa final. É importante destacar
que este operador pode ser usado também na generalização geométrica.
A generalização geométrica é uma transformação gráfica de objetos
classificados e agregados no mapa. A complexidade de tais objetos pode ser
ainda grande para apresentá-los claramente, especialmente quando a escala
do mapa se torna menor.
O objetivo da generalização geométrica é criar um mapa que tenha boas
características visuais, para uma comunicação eficiente. Os tipos de símbolos
e o nível da generalização geométrica devem preservar partes importantes dos
dados e eliminar ou simplificar os dados ou objetos de menor importância.
A classificação significa que muitos objetos individuais são agrupados
numa classe que representa os seus atributos comuns ou cobertura dominante.
A classificação ajuda a organizar os objetos ou fenômenos nos grupos que são
representados pela mesma simbologia.
No processo de generalização os símbolos devem ser escolhidos com
cuidado, de forma a que contribuam para a legibilidade dos mapas. O processo
de simbolização pretende achar boas representações para fenômenos do
mundo real ajustando sistematicamente as variáveis, com mudança da
12
dimensão geométrica, isto é colapso da área para linha, da área para ponto,
dentre outros.
A amalgamação, na Figura 2 a seguir, realizada durante a
generalização semântica da base cartográfica para o mapa tátil da UFBA é
uma transformação que assemelha-se com a agregação e com a fusão, mas
enquanto estas operam em entidades adimensionais e unidimensionais, a
amalgamação opera com polígonos.
Fonte: Adaptado de FERNANDES, et al., 2015.
A seleção, representada pela Figura 3 a seguir, é um processo de
generalização semântica no qual os objetos que não são pertinentes no mapa
generalizado são apagados. Há opiniões diferentes sobre a seleção de objetos
e atributos a serem apresentados num mapa. Na literatura, o operador de
seleção pode ser também chamado o operador de eliminação, a fim de
escolher as entidades cartográficas baseadas no seu significado.
Fonte: Adaptado de FERNANDES, et al., 2015.
Normalmente os objetos no nível mais baixo da hierarquia são os que
são removidos, porém, estes critérios simples do valor relativo podem não ser
Figura 2: Edificações agregadas de
setores administrativos da UFBA
Figura 3: Edifício da Faculdade de Medicina
Veterinária da UFBA como feição selecionada
13
os mais corretos se outros critérios, como o grau de isolamento, forem também
avaliados. Por esta razão o processo de eliminação é geralmente
supervisionado, ou alternativamente feito de forma manual ou semi-automática,
mas não inteiramente automática.
A simplificação, representada pela Figura 4 a seguir, é um processo de
generalização geométrica por meio de combinação de operações incluindo a
eliminação de pequenos objetos do mapa, da redução de pontos numa linha ou
superfície, suavização de linhas ou limite de áreas, e ainda ajustamento da
posição de cada ponto de uma linha de acordo com a posição dos seus pontos
circunvizinhos, a fim de diminuir a angularidade e a preservação de das
características geométricas principais.
Fonte: Adaptado de FERNANDES, et al., 2015.
O número excessivo de pontos de dados capturados na fase de
digitalização deve ser reduzido selecionando um subconjunto dos pontos
originais, retendo os pontos considerados representativos da entidade e o
número de pontos representativos da linha deve ser reduzido preservado as
características da linha. Este processo de redução visa minimizar o detalhe de
objetos espaciais, sendo o mais comum para objetos lineares e areais.
O exagero, representado pela Figura 5 a seguir, foi utilizado no mapa
para representar estradas, com linhas largas. Esta generalização é usada para
mudar as formas e tamanhos de entidades, de modo que são exageradas para
satisfazer as exigências específicas de um mapa.
O exagero corresponde a um realce gráfico de características
significativas de elementos espaciais, como a ampliação da largura da estrada,
ampliação de um edifício, ou parte dele (LOPES, 2005).
Figura 4: Geometria simplificada
do Restaurante Universitário
14
Fonte: Adaptado de FERNANDES, et al., 2015.
Os polígonos representados na base cartográfica, após a generalização,
possuem extensão maior que 1,2cm pois menor do que isso poderia ser
confundido como ponto (LOCH, 2008), algumas arestas de edificações foram
simplificadas para se aproximarem de geometrias quadradas, triangulares ou
retangulares, visto que feições irregulares artesanais podem causar dificuldade
na compreensão tátil. A Figura 6 a seguir corresponde à base cartográfica
antes e depois da generalização cartográfica.
Fonte: Adaptado de FERNANDES, et al., 2015.
As linhas pretas representam sugestões de rotas para pedestres e foram
adquiridas de um projeto de levantamento topográfico (SANTOS, 2010)
Figura 5: Acesso viário com exagero
Figura 6: Mapa temático da UFBA e Base Cartográfica Generalizada
15
contratado pela UFBA. As linhas menores que 1,3cm não foram representadas
em textura em função da escala, por exemplo, vias de acesso entre um edifício
e a calçada, visto que uma extensão “menor do que isso pode ser interpretada
como símbolo pontual” (LOCH, 2008).
Deste modo, na base generalizada priorizaram-se os pavilhões de aula e
administrativos, serviço bancário, estacionamento, sistema viário, pontos de
ônibus, campo de futebol, quadras esportivas, áreas verdes, piso tátil, rotas
para pedestres entre edificações, escadas e desconsideraram-se áreas
cobertas por outros materiais, por exemplo, solo exposto ou concreto.
1.3.1 Elaboração e avaliação do mapa tátil da UFBA
Após as etapas de validação da importância de elaboração de um mapa
tátil da UFBA para orientação de pessoas com deficiência visual, por meio de
entrevistas com pessoas neste perfil que freqüentam o espaço e após obter as
informações principais que deveriam conter em um mapa da UFBA, além do
contato com a SUMAI, iniciou-se o processo de generalização cartográfica da
área dos campi Ondina e Federação e em seguida a elaboração do mapa tátil
artesanal.
Foram escolhidas oito texturas para áreas em sete cores diferentes:
velcro cinza, E.V.A amarelo e roxo, lixa marrom escuro, adesivo liso marrom
claro, papel camurça verde, três tipos de elastec: dois pretos, sendo um deles
com um alfinete indicando “Eu estou aqui” e um vermelho.
Foram utilizadas quatro texturas para as feições lineares: elastec, fita
adesiva dupla face com 3 mm de altura, barbante, um cordão trançado e
sequências de colchetes fêmeas. Para as feições pontuais utilizaram-se tarraxa
de silicone com alfinete, tacha de mural e colchete macho.
As peças que compuseram o mapa foram fixadas com cola para
atividades artesanais, cola de E.V.A e cola de silicone, sobre a base
cartográfica fixada em uma folha de E.V.A. O mapa 1 a seguir corresponde ao
mapa tátil após finalização.
16
Fonte: Niédja Araújo, 2016.
Participaram da avaliação do mapa tátil dois estudantes da UFBA
(Fotografia 1) que voluntariamente se disponibilizaram para contribuírem com
esta pesquisa. A estudante do sexo feminino possui baixa visão e o estudante
do sexo masculino que possui cegueira.
Fonte: Niédja Araújo, 2016.
Pontos positivos:
A estudante com baixa visão conseguiu localizar o serviço bancário,
ponto de ônibus e distinguiu as cores preto e vermelho utilizadas para
representar caminho e acesso viário respectivamente. Localizou o trecho com
piso tátil, existente na Escola de Dança, a biblioteca, o instituto de Biologia, o
Mapa 1: Mapa tátil da UFBA
Fotografia 2: Mosaico com um estudante cego à esquerda e uma estudante
com baixa visão à direita, ambos avaliando o mapa tátil da UFBA
17
restaurante universitário (RU) e os pavilhões de aula no bairro São Lázaro
localizado no campus Federação e identificou uma rota entre o pavilhão de
aulas III (PAF III) e o RU de ondina.
Analisando a proporção dos objetos em relação à escala do mapa, a
estudante inferiu que a escola politécnica possui mais de 100 m de
comprimento e associou este comprimento aos passos, comparando 100
passos a 100 metros. Ela inferiu que as letras ficaram legíveis e o
espaçamento da legenda adequado, tanto em Braille quanto o texto impresso
em tinta.
O estudante que possui cegueira localizou o campo de futebol, o PAF III,
e a escada que dá acesso à escola politécnica. Em relação à proporção dos
objetos, considerando-se a escala do mapa, ele inferiu que a politécnica possui
em torno de 120 metros de comprimento.
Pontos negativos:
A estudante com baixa visão não visualizou os portões de acesso, não
visualizou as quadras esportivas, não visualizou as escadas, mas, conseguiu
identificá-las pelo tato. Os motivos relacionados a este resultado são: a cor
dourada dos colchetes fêmeas das escadas não é perceptível para quem
possui baixa visão, assim como a cor marrom utilizada nas quadras e a tarraxa
de silicone presa com um alfinete de cabeça azul, pois, não representam
contraste visual.
O estudante que possui cegueira não encontrou o Pavilhão de aulas I
(PAF I) e não encontrou o restaurante universitário. Mas, após ser informado
sobre a localização do RU ele indicou um trajeto entre o pavilhão de aulas III
(PAF III) e RU. Assim, verificou-se que algumas texturas utilizadas no mapa
tátil da UFBA provocaram ambigüidade na interpretação por meio do tato.
Sugestões:
A estudante com baixa visão inferiu que a cor verde para representar a
vegetação reduz o contraste das outras cores, então sugeriu a substituição do
verde pelo amarelo. Sugeriu aumentar o tamanho da fonte do título, centralizar
18
o mesmo, evitar a proximidade de objetos ou áreas coloridos em branco e
amarelo, pois, podem parecer uma única cor.
Sugeriu também alterar a textura do Pavilhão de Aulas I ou do RU,
pois, as texturas dos dois elastecs são semelhantes, mesma consideração
realizada pelo estudante com cegueira. Este sugeriu que houvesse um limite
entre a legenda e o mapa tátil para facilitar a leitura e distinção das
informações e utilização de materiais mais distintos.
Em relação ao tempo de duração da avaliação, a estudante com baixa
visão finalizou a leitura do mapa em 2h34min e o estudante cego realizou a
avaliação em 1h02min. A estudante com baixa visão ultrapassou mais do dobro
do tempo em relação ao estudante com cegueira, assim, verificou-se que ela
conseguiu extrair mais informações e mais detalhes do mapa, porque, explorou
ao máximo sua percepção visual associada ao tato.
Entretanto, o estudante com cegueira conseguiu obter menos
informações ao avaliar o mapa em decorrência da semelhança entre os
materiais utilizados. Produzir símbolos cartográficos artesanais distintos e
cognoscíveis pelo tato é uma das principais dificuldades da cartografia tátil.
Vale ressaltar que os avaliadores conseguiram entender a proporção da
escola politécnica ao consular a escala do mapa, pois, inferiram que ela tem
comprimento maior que 100 e 120m. Na realidade a escola possui 192m, deste
modo, essa avaliação foi positiva, assim como a inferência deles sobre a
grande quantidade de áreas verdes nos campi.
Em relação aos pontos cardeais e orientação, ambos conseguiram
direcionar o tato para norte, sul, leste e oeste. Os estudantes de um modo
geral aprovaram a idéia de acessarem um mapa tátil no espaço universitário e
realizaram críticas que devem ser consideradas na elaboração de outra versão.
A partir das experiências com a elaboração do mapa tátil da UFBA
pretendia-se, posteriormente, realizar uma impressão 3D do mesmo espaço
tendo como parâmetros de referência os símbolos e generalizações utilizadas
no mapa artesanal.
19
Contudo, diante da complexidade de informações da área dos campi e
de elaborar símbolos cartográficos táteis para todos os objetos espaciais
existentes, o tempo necessário para esta finalidade poderia ser superior ao
prazo do mestrado.
Verificou-se que um mapa tátil dos campi Ondina e Federação da UFBA,
contemplando sua totalidade sem recursos multisensoriais, por exemplo,
recursos sonoros, exige muito tempo e paciência do usuário para explorar
todas as informações existentes. Assim, o mais indicado seria particularizar os
campi em pequenas áreas para facilitar a compreensão das informações.
Nesta perspectiva optou-se por produzir um mapa indoor, escolhendo-se
uma edificação da UFBA, para buscar padrões dimensionais de símbolos
táteis, formas geométricas intuitivas e propor um modelo conceitual para
elaboração de mapas para ambiente indoor utilizando impressora 3D.
O edifício selecionado para representação indoor corresponde ao
pavilhão de aulas Glauber Rocha (PAF III), onde está localizado o Núcleo de
Apoio à Inclusão do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais (NAPE),
lugar bem frequentado por pessoas com deficiência visual, dentre outras.
1.4 Conhecendo o Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar da
Universidade Federal de Santa Catarina (LabTATE/UFSC).
Desde 2001 o Departamento de Geociências da UFSC conta com
pesquisadores e estudantes vinculados à área da Cartografia Tátil e
Cartografia Escolar. A partir de 2006 a UFSC adquiriu o LabTATE, um espaço
com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para aquisição
de equipamentos e materiais táteis.
No mês de outubro de 2016, realizou-se uma visita no LabTATE para
conhecer os produtos táteis desenvolvidos, suas diferentes técnicas, conhecer
alguns equipamentos de impressão de mapas em relevo e textura, por
exemplo, máquina de termoformagem (a), de impressão em papel
20
microcapsulado (b) e máquina para impressão de gráficos em relevo (c), como
representa a Fotografia 3 a seguir:
Fonte: Niédja Araújo, 2016.
O LabTATE foi fundado com o propósito de estudar e elaborar padrões
cartográficos para mapas táteis no Brasil, assim como realizar oficinas de
cartografia tátil para a comunidade acadêmica.
Na Fotografia 4 estão os estudantes de graduação em química da UFCS
e uma doutoranda vinculada ao laboratório, durante a realização de uma
atividade prática no LabTATE, onde os estudantes exploram os mapas táteis
produzidos pelo laboratório.
Fonte: Niédja Araújo, 2016.
a
b c
Fotografia 3: Mosaico com equipamentos de impressão de mapas táteis
Fotografia 4: Alunos
normovisuais explorando
21
Conhecer presencialmente este laboratório foi importante principalmente
para compartilhar experiências com pesquisadores da área e dialogar sobre os
avanços que a cartografia tátil ainda precisa realizar.
Na oportunidade, foi possível conversar uma aluna do Doutorado em
Geografia que realizou estudos sobre cartografia tátil para ensino e mobilidade
durante sua graduação, mestrado e atualmente em seu doutorado. Verificou-se
que os símbolos para mobilidade indoor ainda requerem pesquisas para
propostas de padronização, como verificado também no levantamento
bibliográfico desta pesquisa.
O LabTATE propôs um catálogo de símbolos para mapas táteis
artesanais de orientação e mobilidade. Os símbolos existentes já foram
testados por pessoas com deficiência visual, assim por meio de um software de
desenho, os símbolos poderão ser projetados com parâmetros dimensionais e
geometria similar aos dos catálogos para confecção em impressora 3D.
22
2 REVISÃO TEÓRICA
De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, os estudos sobre
cartografia tátil começaram a partir do século XIX, há registros da produção de
um atlas tátil dos Estados Unidos da América (EUA) em 1837 do cientista
Samuel Gridley da Escola de Perkins (EUA). Em 1937 Clara Pratt publicou um
livro denominado Geography Pratical sobre atividades para ensinar geografia a
alunos cegos e em meados do século XX foram elaborados na Alemanha
mapas em relevo por alunos da Escola de Weissenburg (TATHAM, 1993;
HUERTA, 1993 et. al apud FREITAS; VENTORINI, 2011).
As publicações internacionais localizadas na base de dados Scopus,
sobre cartografia, datam a partir da década de 1970. Das 1.112 publicações
relacionadas a Mapa Tátil, 257 são da área de engenharia e destes 13 são
sobre deficiência visual, 14 sobre tecnologias multisensoriais, 12 sobre símbolo
tátil, 17 sobre tecnologia 3D, 04 sobre materiais, 01 sobre cognição e os
demais abordam perspectivas táteis com outras aplicações.
Em relação à padronização de símbolos táteis intuitivos notou-se poucas
sugestões nos trabalhos dos periódicos encontrados na base da dados Scopus
e, dentre outras, para mobilidade indoor de pessoas com deficiência visual. Os
autores que mais se destacam em periódicos de referência são: Rice, M.;
Papadopoulos, K.; Pissaloux, E.; e dentre outros, Mc Callum, D.
As instituições públicas de educação superior do Brasil que se destacam
nos estudos relacionados à cartografia tátil são: a Universidade de São Paulo
(USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) do
campus de Rio Claro-SP, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de Campinas
(UNICAMP) e na América Latina destaca-se a Universidade Tecnológica
Metropolitana (UTME) em Santiago, no Chile.
A primeira tese de doutorado defendida no Brasil na área de cartografia
tátil foi defendida em 1993 na Universidade de São Paulo por Regina Almeida
Vasconcellos, contribuindo para a divulgação da importância de pesquisas
23
nesta área, provocando interesses em diversos profissionais como geográficos
e cartógrafos, dentre outros (FREITAS; VENTORINI, 2011).
Em 2007, Sílvia Helena Ventorini defendeu na UNESP sua dissertação e
em 2012 o seu doutorado ambas na mesma área. Em 2011 Maria Engracinda
dos Santos Ferreira defendeu sua dissertação no Instituto Militar de
Engenharia, no Rio de Janeiro, sobre confecção de matrizes táteis pelo
processo de prototipagem rápida.
Na UFSC em 2014 Tamara de Castro Régis elaborou um Atlas
Geográfico Escolar Tátil do Município de Florianópolis e, no mesmo ano e
instituição, Tarso Germany Dornelles defendeu sua dissertação sobre
perspectiva tátil, ambos pelo programa de pós-graduação em Geografia e em
2016 Gabriel Moraes de Bem defendeu uma dissertação sobre padronização
de símbolos táteis pelo programa de pós-graduação em Arquitetura e
Urbanismo também vinculado à UFSC.
Deste modo, existe pesquisa sobre cartografia tátil para ensino,
mobilidade e orientação, contudo não foram verificadas propostas de
padronização de símbolos táteis cartográficos com tecnologia de impressora
3D para mobilidade de pessoas cegas em ambientes indoor.
Neste contexto, a tecnologia de impressão 3D refere-se a uma
abordagem inovadora na cartografia para expressar a representação espacial
em relevo por meio de diferentes materiais. Assim, esta tecnologia pode ser
utilizada para confecção de símbolos táteis direcionados, por exemplo, para a
orientação e mobilidade indoor da pessoa com deficiência visual contribuindo
para a inclusão social deste público e atender algumas especificações de
sinalização prevista na NRB 9050.
2.1 Cartografia Tátil
A cartografia tátil confere “um ramo específico da Cartografia que se
ocupa da confecção de mapas e outros produtos cartográficos que possam ser
lidos por pessoas cegas ou com baixa visão” (LOCH, 2008).
24
A finalidade dos mapas táteis pode ser para ensino, mobilidade e
orientação de pessoas com deficiência visual, que pode ser classificada em
dois tipos: visão subnormal/baixa visão ou cegueira.
Na educação e nos meios de comunicação e informação para pessoas
com deficiência visual, por exemplo, surgiram os mapas táteis elaborados em
texturas e relevo. Estes mapas incluem textos em Braille para a leitura da
legenda, do título e da escala, dentre outros, e podem estar associados a
tecnologias multisensoriais, como recursos de áudio.
Na cartografia convencional os mapas comunicam com variáveis
gráficas visuais, com normas técnicas cartográficas definidas, diferentemente
dos mapas táteis onde cada país inova as representações cartográficas de
acordo com as técnicas, materiais e equipamentos disponíveis.
Deste modo, não existem padrões cartográficos táteis aceitos
mundialmente, como acontece na cartografia tradicional, assim cada país cria
seus padrões e estabelecem normas para a cartografia tátil, tomando como
base a matéria-prima e desenvolvimento tecnológico existentes, a
acessibilidade e o preparo dos deficientes visuais para uso desses produtos
(LOCH, 2008).
A definição de padrões para elaboração de símbolos cartográficos táteis
por meio da prototipagem rápida é relevante, pois, pode viabilizar propostas de
parâmetros e geometrias diferentes que poderão ser reproduzidas para outros
ambientes, além do compartilhamento de modelos digitais via internet.
Assim, as pessoas com deficiência visual poderão ter contato com
símbolos codificados mnemonicamente e reconhecê-los em diferentes mapas
pelos mesmos padrões. Neste sentido a cartografia tátil pode avançar na
definição de normas cartográficas para elaboração de símbolos com
prototipagem rápida propondo convenções cartográficas de símbolos táteis
intuitivos.
Para produzir mapas táteis é necessário empregar conhecimentos
específicos de cartografia tradicional, por exemplo, as varáveis gráficas, a
25
legenda, e os elementos marginais do mapa, como título e a escala quando a
proporção for uma variável imprescindível para a interpretação.
Além disso, é fundamental a interação dos deficientes visuais no
processo de elaboração, sugerindo opiniões e avaliando a eficiência dos
materiais e da comunicação das informações contidas nos mapas.
De acordo com Fernandes et al. (2015), as técnicas mais utilizadas em
mapas táteis são: artesanais, gráficos, papel microcapsulado, termoformagem
e tecnologia de impressão tridimensional (3D).
Artesanal: por meio de técnicas manuais com materiais colados para
formar um gráfico tátil, geralmente, de menor durabilidade, muito
utilizado para no ensino escolar, explorando diferentes materiais, cores,
formas básicas e simples, contudo, não pode ser reproduzido, cada
produto é original, como exemplifica o Mapa 1:
Fonte: ARAÚJO et al. 2016.
Gráficos em relevo: são gráficos produzidos por impressora matricial
Braille que aplica células Braille em papel de modo organizado,
formando gráficos. Neste caso não possibilita a variedade de altura, de
preenchimentos e de formas, com limitação na baixa durabilidade e
podem ser de difícil visualização para deficientes com baixa visão.
Mapa 2: Campus tátil artesanal da UFBA
26
Acrescenta-se neste tópico como exemplo, mapas do tipo
cartodiagrama, com discos de pizza em relevo para fenômenos
quantitativos; e mapas táteis em gráficos, considerados mapas
topológicos, que podem ser produzidos em acrílico, aço ou Medium
Density Fiberboard (MDF), dentre outros, contendo rotas, textos com
fonte exagerada e em braille, símbolo indicando “eu estou aqui”, dentre
outras informações possíveis. Este tipo de mapa é muito comum em
shoppings,
museus e bancos, como representa a fotografia 2:
Fonte: abcbazar, 2017.
Papel microcapsulado: o princípio da tecnologia em uso é um tipo
especial de papel com microcápsulas de álcool incorporadas que se
dilatam quando exposto ao calor e faz a superfície do papel romper. A
tecnologia precisa de impressora e papeis especiais, entretanto, é fácil
de editar e reproduzir em escala, possibilitando a criação de linhas,
formas e preenchimentos. Contudo, há limitações relacionadas aos
preenchimentos, às texturas e à adição do Braille pela falta de um
software de transcrição.
Mapa 3: Mapa tátil em gráfico produzido em acrílico
27
Fonte: LabTATE, 2016.
Termoformagem: esta tecnologia baseia-se em um gráfico tátil mestre
coberto com plástico, aquecido e aspirado sobre o original para criar
uma cópia. Possibilita variações em altura e textura e permite a
produção em escala de cópias e adição de texto em Braille. É possível
utilizar materiais plásticos com diferentes espessuras para criar gráficos
táteis com maior definição ou durabilidade. O Mapa 3, por exemplo, foi
elaborado pela técnica de termoformagem.
Mapa 4: Divisão Política do Brasil em relevo
28
Fonte: LabTATE, 2016.
Tecnologia de impressão tridimensional (3D): dentre as técnicas de
prototipagem rápida existentes, destacam-se as impressoras 3D do
método aditivo. Estas produzem peças a partir de modelos geométricos
com auxílio de computador, onde o modelo digital tridimensional é
subdividido em centenas de camadas muito finas (0,8 a 0,2 mm) e
conexões de sucessivas seções transversais de material para construir
objetos em três dimensões e em cores, com a vantagem de não
apresentar limitações para reproduzir diversas formas geométricas,
porém, com restrição da área a ser impressa.
Acrescentam-se também como limitação neste tópico, possíveis
imperfeições no acabamento de objetos 3D produzidos em impressoras
que realizam fusão de polímeros, ou que usam método de subtração,
cabendo a realização de reparos manuais.
Mapa 5: Campus tátil da UFSC
29
Fonte: MILAN, 2008.
2.1.1 Mapas Táteis
Os conceitos de mapa na cartografia tradicional e na cartografia tátil são
similares em alguns aspectos. De acordo com o IBGE (1999)
“um mapa é a representação no plano, normalmente em
escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais,
culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de
uma figura planetária, delimitada por elementos físicos,
político-administrativos, destinada aos mais variados
usos, temáticos, culturais e ilustrativos”.
Deste modo, o mapa na cartografia tradicional contém informações
geográficas e é confeccionado, geralmente, em escala pequena. Entretanto, na
cartografia tátil o termo mapa é utilizado para representações espaciais em
escalas pequena, média e grande, assumindo também o significado de planta
arquitetônica.
Similar a um mapa bidimensional, o mapa tátil também contém símbolos
para representar elementos espaciais, de ambientes exteriores (outdoor) ou
interiores (indoor), todavia, a exploração do seu conteúdo é realizada
Maquete 1: Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca
Central da UNICAMP em relevo
30
principalmente pelo tato. As informações devem ser generalizadas e a
utilização de símbolos é necessária para simplificar a comunicação.
Assim, os símbolos são representados em relevo para ser interpretados
com aptidão pelo usuário. Diferentemente de uma maquete que representa um
projeto arquitetônico ou de engenharia, onde todos os elementos que o
compõe são representados em três dimensões, com fiel proporção espacial
(GRANDE DICIONÁRIO LAROUSSE CULTURAL apud D’ABREU; BERNARDI,
2011).
Uma maquete tátil assume as características supracitadas e representa
a miniatura de elementos espaciais existentes na planta ao invés de utilizar
símbolos táteis como ocorre nos mapas táteis.
Mapas e maquetes com qualidades táteis adequadas podem auxiliar
pessoas com deficiência visual a se orientarem em diferentes ambientes, ora
nos outdoors ora nos indoors (VOIGT; MARTENS, 2006).
Deste modo, um mapa tátil ou um mapa tradicional para mobilidade e
orientação em ambiente interno de uma edificação é considerado mapa indoor,
por exemplo, o térreo de um pavilhão de aulas, em contrapartida, em ambiente
externo é considerado um mapa outdoor, por exemplo, um campus
universitário.
Além dos mapas táteis de educação, utilizados para o ensino de vários
conhecimentos científicos, existem outras três tipologias: mapas de orientação,
de mobilidade e de topologia. No primeiro caso, sua finalidade é transmitir uma
visão geral de determinada área, no segundo tipo é auxiliar o visitante na
tomada de decisão sobre o seu deslocamento a partir de pontos de orientação,
e no último a finalidade é apresentar rotas de circulação para o visitante
(SCHNEIDER, 2000).
Além das tipologias apresentadas anteriormente, segundo
Vasconcellos apud Almeida (2011), os mapas táteis podem ser considerados
geográficos quando são de referência geral ou quando são temáticos. Em
ambos os casos representam áreas mais extensas e em escalas menores do
que mapas para orientação e mobilidade. São citados como exemplos de
31
referência geral os políticos e físicos. Em relação aos mapas temáticos estes
se caracterizam por apresentarem informações qualitativas ou quantitativas.
Entretanto, os mapas físicos, por exemplo, os geomorfológicos e
geológicos são exemplos de mapas temáticos qualitativos, pois as unidades de
relevo e os tipos de recursos minerais são representados sem hierarquia,
apenas por características qualitativas do tipo nominal. Diferentemente de um
mapa quantitativo que ordena numericamente os fenômenos geoespaciais, por
exemplo, um mapa de população ou de Produto Interno Bruto (PIB) dos
Estados brasileiros.
Adaptando a ideia inicial de Vasconcellos, os mapas geográficos táteis
poderiam ser classificados como sistemáticos e temáticos, como ocorre na
cartografia tradicional bidimensional, representada no Quadro 1.
Fonte: Baseado em SANCHEZ, 1981.
Cartografia sistemática Cartografia temática
Mapas topográficos com a representação do terreno
Mapas temáticos que representam qualquer tema
Atendem a uma ampla diversidade de propósitos Atendem usuários específicos
Podem ser utilizados por muito tempo
Geralmente os dados são superados com rapidez
Não requerem conhecimento específico para sua compreensão. Leitura simples
Requerem conhecimento específico para sua compreensão. Interpretação complexa.
Elaborados por pessoas especializadas em cartografia
Geralmente elaborados por pessoas não especializadas em cartografia.
Utilizam cores de acordo com a convenção estabelecida para mapas topográficos
Utiliza cores de acordo com as relações entre os dados que apresenta
Uso generalizado de palavras e números para mostrar os fatos
Uso de símbolos gráficos, especialmente planejados para facilitar a compreensão de diferenças quantitativas e qualitativas
Sempre servem de base para outras representações.
Raramente servem de base para outras representações.
Quadro 1: Principais diferenças entre cartografia sistemática e temática
32
Com base nos autores citados, os mapas táteis podem ser classificados
em sistemáticos ou temáticos para diversas finalidades: mobilidade, orientação
e ensino. Os mapas para mobilidade podem ser do tipo topológico quando
inclui rotas de circulação para diferentes locais da área representada ou do tipo
arquitetônico quando não existem rotas relacionadas aos símbolos pontuais
táteis, mas incluem paredes, esquadrias, elementos de circulação vertical,
dentre outros. O Quadro 2 representa uma forma simplificada sobre diferenças
entre a cartografia tátil sistemática e a temática
Fonte: A autora, modificado de SANCHEZ, 1981.
Quadro 2: Principais diferenças entre cartografia tátil sistemática e temática
Cartografia tátil sistemática Cartografia tátil temática
Mapas sistemáticos que representam informações de referência
Mapas temáticos que representam qualquer tema associados às informações de referência
Atendem uma ampla diversidade de propósitos por meio de uma base cartográfica de referência
Atendem um propósito específico ao representar um tema apoiado sobre uma base cartográfica de referência
Podem ser utilizados por muito tempo
Geralmente o tema fica desatualizado com maior rapidez
Interpretação simples baseada em elementos espaciais do cotidiano
Interpretação complexa baseada em fenômenos geográficos
Elaborados por pessoas especializadas em cartografia, testados e aprovados por pessoas com deficiência visual.
Elaborados por pessoas especializadas na área temática, testados e aprovados por pessoas com deficiência visual.
Utilizam texturas, volumes, cores contrastantes e recursos multissensoriais de caráter informativo
Utilizam texturas, volumes e cores contrastantes e recursos multissensoriais de caráter qualitativo ou quantitativo
Utilizam símbolos lineares, pontuais e poligonais para representar informações de referência
Utilizam símbolos lineares, pontuais e poligonais para representar informações de referências com tema quantitativo ou qualitativo
Podem ser utilizados de base para outras representações.
Não servem de base para outras representações.
33
2.2 Prototipagem Rápida
Os métodos tradicionais de fabricação de objetos em três dimensões
são o subtrativo e o formativo. No método formativo a fabricação do objeto
acontece pela moldagem ou fundição de material, por exemplo, de placas de
alumínio, para que assuma determinada forma a partir de um molde.
No método subtrativo utilizam-se fresas que se movem automaticamente
para desbastar blocos de diferentes materiais ou utilizam-se máquinas de corte
classificadas como abrasivas ou máquina de corte de metal.
Nas abrasivas utilizam-se os processos de separação físico-químicos,
ou seja, laser, plasma e chamas, enquanto nas máquinas de corte de metal o
processo de corte das peças ocorre por meio de um jato de água em alta
pressão.
O termo prototipagem rápida surgiu recentemente com o
desenvolvimento dos métodos aditivos. Em um programa de projeto auxiliado
por computador (Computer Aided Design - CAD) realiza-se a modelagem
tridimensional do objeto a ser fabricado e posteriormente este modelo digital
deve ser fatiado em camadas por meio de um programa de fabricação auxiliada
por computador (Computer Aided Manufacturing – CAM) e transferido para
uma estação de prototipagem rápida que irá adicionar e sobrepor as camadas
até a completa materialização do modelo.
De acordo com pesquisas realizadas pelo Laboratório de Simulação
Numérica do Departamento de Construção e Estrutura da Escola Politécnica da
Universidade Federal da Bahia (LABSIN, 2004), os métodos aditivos podem ser
do tipo sólido, líquido e em lâmina.
Método aditivo sólido:
Sinterização Seletiva a Laser (Selective Laser Sintering – SLS):
sintetizam materiais como náilon, termoplásticos, matais, dentre outros,
a partir de laser de CO2
Adição Volumétrica a Laser (Laser Engeneered Net Shaping – LENS) usa-se um laser de alta potência para fusão de pó metálico com outros materiais.
34
Modelagem por Deposição de Material Fundido (Fusion Deposition Modeler – FMD): deposição de filamento de resina termoplástica aquecida sobre uma mesa de impressão.
Método aditivo líquido:
Estereolitografia (Stereolithography – SLA/SL): utiliza impressora com laser ultravioleta para solidificar polímero líquido (resina)
Modelagem por Jato Múltiplo (Multi Jet Modeling – MJT) popularmente denominada de Thermo Jet: utiliza jato térmico para produzir objetos por fusão de material líquido com pó que ao se resfriarem configuram a forma geométrica projetada.
Acrescenta-se nestes exemplos a técnica Polyjet: impressora 3D para realizar adição de camadas de fotopolímero líquido sensível a raios ultravioleta sobre uma bandeja de montagem. Método aditivo em lâmina:
Manufatura de Objetos em Lâminas (Laminated Object Manufacturing –
LOM): deposição de camadas de material na forma de folhas adesivas,
cortadas a laser e coladas por aquecimento para formar o protótipo.
O termo fabricação digital surgiu a partir dos métodos tradicionais
subtrativos e formativos, anteriormente ao surgimento do termo prototipagem
rápida. Deste modo, segundo Celani e Pupo (2008), sobre os métodos de
produção automatizada,
Podem ser destinados à produção de protótipos, ou seja, de modelos
de avaliação, ou à produção de produtos finais, como elementos
construtivos para serem empregados diretamente na obra [...]. Em
geral, os primeiros são conhecidos como métodos de prototipagem
(prototyping), enquanto os últimos são referidos como sistemas de
fabricação (fabrication) ou de manufatura (manufacturing) [...]
chamados genericamente de sistemas de fabricação digital (digital
fabrication), e incluem as cortadoras a jato d’água e diversos tipos de
equipamentos CNC em diferentes tamanhos e números de eixos
(CELANI; PUPO, 2008, p. 32-34).
35
Esta categorização desconsidera os métodos de prototipagem rápida
como pertencente à fabricação digital. Entretendo, partindo do conceito das
palavras “fabricação” e “digital”, nota-se que independentemente da finalidade
de cada produto e do método empregado (subtrativo, formativo ou aditivo) a
materialização do modelo envolve produção e tecnologias da computação de
modo automatizado, ora por controle numérico computadorizado (Computer
Numeric Control - CNC), ora por fabricação auxiliada por computador (CAM).
De acordo com Buswell et al. (2007) os termos Produção Rápida (Rapid
Manufacturing), Prototipagem Rápida (Rapid Prototyping), Fabricação em
Forma Livre Sólida (Solid Freeform Fabrication) e Tecnologias de Fabricação
Aditiva (Additive Manufacturing Technologies) se referem à mesma família de
processos, pois produzem componentes físicos por adição de material. Assim,
o processo aditivo difere-se dos métodos tradicionais, porque, foram
desenvolvidos originalmente para produzir rapidamente protótipos “sem
assistência humana”.
O termo fabricação rápida (Rapid Manufacturing) é aplicado quando as
máquinas de prototipagem rápida são usadas para produzir peças destinadas
ao uso final. Vale ressaltar que nos Estados Unidos, o termo fabricação livre
sólida (Solid Freeform Fabrication) é mais usual do que Prototipagem Rápida
ou Produção Rápida.
Nota-se a falta de universalização dos conceitos para todas as áreas,
verificando-se na literatura restrição dos termos “prototipagem rápida” e
“fabricação digital” às variáveis “uso final” e “método aditivo”. Na arquitetura e
na construção civil considera-se a expressão “uso final” para objetos fabricados
na escala 1:1 para integrar partes de uma edificação, por exemplo.
Contudo, na medicina, uma prótese de uma mão produzida por meio da
prototipagem rápida também exerceria a função de “uso final”, pois estaria em
escala 1:1 e integraria parte de um corpo humano. Mas o fato de ser produzida
pelo método aditivo, não seria resultado de uma fabricação digital?
Um mapa tátil produzido por método aditivo também tem a finalidade de
orientar pessoas com deficiência visual a se orientarem e tomarem decisões no
espaço geográfico onde estão localizadas. Este mapa não teria a função de
36
“uso final”? Assim, nesta pesquisa entende-se o termo Fabricação Digital mais
amplo, incluindo todos os métodos de produção automatizada: subtrativo,
formativo e aditivo.
2.3 Informação e Sinalização – NRB 9050
A Norma Brasileira Técnica sobre acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (NRB 9050), dedica um dos
capítulos para regulamentar a qualidade da informação e sinalização para
garantir adequada orientação aos usuários nos espaços de circulação.
Deste modo as informações devem ser completas, precisas e claras de
acordo com a transmissão e o princípio dos dois sentidos, assim, as
informações devem ser realizadas através da combinação de dois sentidos, no
mínimo: visual e tátil, ou, visual e sonoro como representa o Quadro 3:
Quadro 3: Aplicação e formas de informação e sinalização
Aplicação Instalação Categoria Tipos
Visual Tátil Sonora
Edificação/
Espaço/
Equipamentos
Permanente
Direcional/
Informativa
Emergência
Temporária
Direcional/
Informativa
Emergência
Mobiliários Permanente Informativa
Temporária Informativa
Nota: As peças de mobiliário correspondem aos equipamentos de sinalização obrigatória, exemplo, bebedouro e telefone.
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2015, p. 32.
37
De acordo com essa norma a sinalização deve ser universal, ou seja,
atender todas as pessoas, ora estrangeiras, analfabetas, com baixa visão, ou
cegas, de modo autoexplicativo, perceptível e legível. Assim, recomenda-se
que as informações com textos sejam complementadas com os símbolos.
Os símbolos correspondem às representações gráficas por meio de
figuras ou formas convencionadas por meio de analogias entre o objeto e a
informação de sua representação que visam transmitir alguma mensagem.
Os símbolos internacionais possuem a finalidade de indicar a
acessibilidade aos serviços e identificar espaços, edificações, mobiliário e
equipamentos urbanos, onde existem elementos acessíveis ou utilizáveis por
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Deste modo a sinalização deve ser afixada em local visível ao público
em ambientes acessíveis, nos seguintes locais:
a) entradas;
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos;
c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;
d) sanitários;
e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de
emergência;
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;
g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com
deficiência.
Quando os ambientes não são acessíveis é indispensável apresentar
informação visual indicando a localização do acesso mais próximo.
São convencionados internacionalmente os seguintes símbolos: i)
pessoa com deficiência auditiva - indicado para os locais que disponham
equipamentos, produtos, procedimentos ou serviços para pessoas com
deficiência auditiva; ii) Símbolo para pessoas com deficiência visual; símbolos
complementares para indicar as facilidades existentes nas edificações, no
mobiliário, nos espaços, equipamentos urbanos e serviços oferecidos,
geralmente inseridos em quadrados ou círculos: iii) símbolo de atendimento
38
preferencial; iv) Pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia; v)
símbolo de sanitário; vi) símbolos de circulação; vii) símbolos de comunicação
para sinalização dos equipamentos ou serviços de comunicação, conforme a
Figura 7:
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2015, p. 40-43.
i) ii)
iii) iv)
v)
vi)
vii)
Figura 7: Símbolos convencionados internacionalmente
39
Os símbolos de pessoas com deficiência visual ou de pessoas com
deficiência auditiva devem ser representados por pictogramas branco sobre
fundo azul ou opcionalmente por pictograma branco sobre fundo preto, ou
ainda, preto sobre fundo branco.
2.3.1 Sinalização
A sinalização é constituída por sinais visuais, sonoros e vibratórios,
classificados como: sinais de localização, sinais de advertência e sinais de
instrução que podem ser utilizados de modo particular ou associados.
Assim, a sinalização de localização possui a finalidade de orientar a
posição de um determinado elemento no espaço. A sinalização de advertência
tem a propriedade de alerta prévio a uma instrução. E a sinalização de
instrução visa instruir a pessoa a executar uma ação de forma positiva e
afirmativa.
Em relação às categorias a sinalização pode ser informativa, direcional e
de emergência. A primeira tem por objetivo identificar os diferentes ambientes
ou elementos de um espaço, de uma edificação e no mobiliário esta sinalização
deve ser utilizada para identificar comandos.
A sinalização direcional é utilizada para indicar direção de um percurso
ou a distribuição de elementos de um espaço e de uma edificação. Na forma
visual, associa setas indicativas de direção a textos, figuras ou símbolos e na
forma tátil, utiliza recursos como guia de balizamento ou piso tátil. E na forma
sonora, utiliza recursos de áudio para explanação de direcionamentos e
segurança.
A sinalização de emergência objetiva indicar rotas de fuga e saídas de
emergência das edificações, dos espaços e do ambiente urbano, e alertar
perigos.
Quanto à instalação, a sinalização pode acontecer em áreas e espaços,
com função estável, definitiva, classificada como sinalização permanente, ou
40
pode ser utilizada para indicar informações provisórias e periódicas, nesse
caso é classificada como sinalização temporária.
O tipo de sinalização visual transmite mensagens por meio de textos,
contrastes, símbolos e figuras; a sonora inclui um conjunto de sons para
permitir o entendimento da mensagem a partir da audição; e o tipo tátil
transmite informações de texto e símbolos em relevo e em Braille.
Em relação à altura da sinalização o ideal é sua instalação em uma
posição que favoreça a legibilidade e clareza da informação, para atender às
pessoas com deficiência sentadas, em pé ou em movimento (caminhando).
2.3.2 Linguagem
A NRB 9050 define como linguagem um conjunto de símbolos e regras
de aplicação e disposição que viabiliza um sistema de comunicação, ora visual,
tátil ou sonoro, com a capacidade de proporcionar a inteligibilidade.
Deste modo, a linguagem visual constitui-se de informações visuais
premissas de símbolos, texto, dimensionamento e contraste textual para
possibilitar a percepção por pessoas com baixa visão.
A diagramação deve contemplar textos com orientações ou instruções
de uso de áreas, objetos, equipamentos, de modo objetivo, e na forma tátil de
ser representado em relevo e Braille; conter sentença completa ordenada por
sujeito, verbo e predicado; estar na forma ativa e não passiva; estar na forma
afirmativa e não negativa; enfatizar a sequência das ações.
A tipografia das letras, números e sinais utilizados em placas, sinais
visuais ou táteis, devem integrar um conjunto de caracteres em estilo coerente.
A norma recomenda a combinação de letras maiúsculas e minúsculas
em caixas alta e baixa, letras sem serifa, assim como evitar fontes itálicas,
decoradas, manuscritas, com sombras, com aparência tridimensional ou
distorcidas.
O contraste na sinalização é importante para a percepção das diferenças
ambientais por meio dos sentidos da visão, tato e audição, conforme os sons,
41
texturas e luminância – relação entre a intensidade luminosa de uma superfície
e a área aparente dessa superfície, vista por um observador à distância.
Assim, a medição do contraste visual é realizada através do Reflected
Light Value (LRV), ou seja, o valor da luz refletida na superfície, que varia em
um escala de 0 a 100, onde 0 corresponde ao valor do preto puro e 100 ao
valor do branco puro, como exemplifica a Tabela 1. É importante destacar que
na aplicação do LRV, os planos mais claros devem ter mínimo 50 pontos.
Tabela 1: Aplicação da diferença do LRV na sinalização – ΔLRV
Aplicação visual do ∆ LRV Diferença na escala
Áreas amplas (parede, piso, portas...)
Elementos e componentes para facilitar a orientação
(corrimãos, controles, pisos táteis)
≥ 30 pontos
Perigo em potencial; Texto informativo (sinalização) ≥ 60 pontos
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2015, p. 34.
A linguagem sinalizada deve ser composta por contraste, entre a
sinalização visual (texto ou símbolo e fundo) e a superfície sobre a qual ela
está afixada, com atenção para a iluminação do entorno, seja natural ou
artificial, pois não deve inviabilizar a compreensão da informação.
É importante notar que a tipografia em Braille não necessita de contraste
visual e o uso de materiais brilhantes e de alta reflexão devem ser evitados em
textos, símbolos e em fundo das peças de sinalização, para não ocorrer
ofuscamento e garantir a manutenção do LRV.
A dimensão das letras e números visuais deve ser proporcional à
distância de leitura, seguindo a relação 1/200 da distância de visada, com
mínimo de 8cm e preferencialmente representados pelas fontes tipográficas:
arial, verdana, helvética, univers e folio, evitando-se a utilização de textos na
vertical.
O desenho do símbolo deve atender às seguintes condições: i)
contornos fortes e bem definidos; ii) simplicidade nas formas e poucos
detalhes; iii) estabilidade da forma; iv) utilização de símbolos de padrão
42
internacional; v) altura dos símbolos: no mínimo 80 mm; vi) altura do relevo: 0,6
mm a 1,20 mm; vii) distância entre o símbolo e o texto: 8 mm.
A luminância de uma sinalização visual é notada por um observador à
distância e corresponde a uma medida fotométrica da intensidade de uma luz
refletida em uma dada direção, cuja unidade denomina-se candela por metro
quadrado (cd/m2).
Além da luminância, existe a crominância que corresponde à aplicação
de cores para sinalização visual. Por medida de segurança, deve seguir as
orientações contidas na legislação. Por exemplo, as cores: vermelha, laranja,
amarela e verde devem ser definidas conforme os valores da Tabela 2.
Tabela 2: Crominância
Cores Comprimento de onda em nanômetros (nm)
Vermelha 625 a 740
Laranja 590 a 625
Amarela 565 a 590
Verde 500 a 565
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2015, p. 36.
2.3.3 A Linguagem Tátil
A linguagem tátil, em especial os relevos para linguagem em Braille e
pisos táteis, requer controle dimensional. Os textos em relevo devem estar
associados ao texto em Braille, assim, recomenda-se a utilização dos
caracteres em relevo com as seguintes condições: i) tipos de fonte (arial,
verdana, helvética, univers e folio); ii) altura do relevo: 0,8 mm a 1,2 mm; iii)
altura dos caracteres: 15 mm a 50 mm; iv) distância mínima entre caracteres:
1/5 da altura da letra (H); v) e distância entre linhas deve ser de 8 mm.
2.3.4 Braille
A sinalização visual e tátil com caracteres ou símbolos em relevo deve
acompanhar textos em Braille com localização abaixo deles, porém, em
sentenças longas, deve-se utilizar o texto em Braille alinhado à esquerda.
43
O ponto em Braille deve ter aresta arredondada na forma esférica, com
arranjo de seis pontos, duas colunas e o espaçamento entre as celas em
Braille devem ser conforme a Figura 8 e a Tabela 3:
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2015, p. 37
Tabela 3: Dimensões do arranjo geométrico e formato do relevo dos
pontos em Braille
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2015b, p. 37
Deste modo, a proporção P é a relação entre o diâmetro e a altura do
ponto, deve obedecer a equação abaixo:
Equação 1: P = D/H
P é a proporção entre o diâmetro e a altura; D é o diâmetro, expresso
em milímetros (mm); e H é a altura do relevo, expressa em milímetros (mm). As
dimensões recomendadas para D devem estar entre 1,2 mm e 2,0 mm, para H
devem estar entre 0,6 mm e 0,8 mm, e para P a proporção entre o diâmetro e a
altura do ponto deve ser entre 2,0 mm e 2,5 mm.
a b c d e = diâmetro (D) do ponto
H = altura do ponto H
2,7 mm 2,7 mm 6,6 mm 10,8mm 1,2 a 2,0 mm 0,6 a 0,8 mm
Figura 8: Arranjo geométrico e formato do relevo dos pontos em Braille
D = Diâmetro
H =
Altura
44
2.3.5 Planos e mapas acessíveis
Os planos e mapas acessíveis/táteis correspondem a representações
visuais, táteis, sonoras, ou táteis e sonoras que orientam e localizam lugares,
rotas, fenômenos geográficos, cartográficos e espaciais, posicionados de forma
a permitir acesso, alcance visual e manual.
De acordo a NRB 9050 de 2004 as superfícies horizontais ou inclinadas
com até 15% em relação ao piso que contém informações em Braille, planos e
mapas táteis devem ser instaladas à altura entre 0,90 m e 1,10 m, com
reentrância na sua parte inferior com no mínimo 0,30 m de altura e 0,30 m de
profundidade, possibilitando a aproximação frontal de uma pessoa em cadeira
de rodas como representa a Figura 9.
Fonte: Modificado da NRB 9050, 2004, p. 29.
2.3.6 Sinalização tátil de pavimento
Os corrimãos de escadas fixas e rampas devem ter sinalização tátil
identificando o pavimento. Essa sinalização deve ser instalada na geratriz
superior do prolongamento horizontal do corrimão. Na parede a sinalização
deve ser visual e, opcionalmente, tátil. Alternativamente, estas sinalizações
podem ser instaladas nas paredes laterais.
A sinalização de degraus isolados, ou seja, um desnível de até dois
degraus, deve ser realizada em toda a sua extensão com uma faixa de no
Figura 9: Superfície inclinada
contendo informações
táteis e dimensões em
centímetros.
45
mínimo 3 cm de largura contrastante, com o piso adjacente, preferencialmente
fotoluminescente ou retroiluminado.
A sinalização visual dos degraus de escadas deve ser aplicada aos
pisos e espelhos em suas bordas laterais e/ou nas projeções dos corrimãos,
contrastante com o piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou
retroiluminado, com igual ou maior que a projeção dos corrimãos laterais, e
com no mínimo 7 cm de comprimento e 3 cm de largura.
2.3.7 A sinalização de elevadores e plataformas elevatórias
A sinalização de elevadores e plataformas elevatórias como os painéis
de chamada devem ter informações em relevo e em Braille. O número do
pavimento deve possuir fonte 16 e estar localizado nos batentes externos,
indicando o andar, em relevo e em Braille.
2.3.8 Sinalização tátil e visual no piso
A sinalização tátil e visual no piso pode ser de alerta e direcional, deve
apresentar contraste tátil por meio de relevo e o contraste visual através da
luminância em condições secas e molhadas. Os dois tipos de sinalização
devem ser detectáveis tanto pelo sentido da visão quanto pelo tato.
2.3.9 Sinalização tátil e visual de alerta
O contraste tátil e o contraste visual da sinalização de alerta (Figura 10)
consistem em um conjunto de relevos tronco-cônicos e possui a finalidade de:
i) informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou
situações de risco permanente, como objetos suspensos não detectáveis pela
bengala longa;ii) orientar o posicionamento adequado da pessoa com
deficiência visual para o uso de equipamentos, como elevadores,
equipamentos de autoatendimento ou serviços; iii) informar as mudanças de
direção ou opções de percursos; iv) indicar o início e o término de degraus,
escadas e rampas; v) indicar a existência de patamares nas escadas e rampas;
vi) indicar as travessias de pedestres.
46
Fonte: NRB 9050, 2015, p. 49.
2.3.10 Sinalização tátil e visual direcional
A sinalização tátil e visual direcional (Figura 11) no piso deve ser
instalada no sentido do deslocamento das pessoas, em ambientes internos ou
externos, para indicar caminhos preferenciais de circulação na ausência ou
descontinuidade de linha-guia identificável. O contraste tátil e o contraste visual
da sinalização direcional consistem em relevos lineares, dispostos de modo
regular.
Fonte: NRB 9050, 2015, p. 50.
Figura 10: Sinalização tátil de alerta e relevo tátil de alerta instalados no piso
Figura 11: Sinalização tátil direcional e relevos táteis
direcionais instalados no piso
47
2.3.11 Sinalização de emergência
A sinalização de emergência deve direcionar o usuário, por meio de
sinais para a saída de emergência ou rota de fuga, indicando localização,
advertência e instruções, com informações visuais, sonoras e táteis. Devem ser
observadas as normas e instruções do corpo de bombeiros, para
compatibilização.
2.3.12 Outras sinalizações
A norma define também sinalização de espaço para pessoas em
cadeiras de rodas (P.C.R.), sinalização de vaga reservada para veículo de
pessoas com deficiência ou idosas em estacionamentos, vias e logradouros
públicos.
Em relação aos alarmes, estes são considerados equipamentos ou
dispositivos capazes de alertar situações de emergência por estímulos visuais,
táteis e sonoros. Devem ser aplicados em espaços confinados, como sanitários
acessíveis, boxes, cabines e vestiários isolados. Os alarmes podem ser
visuais, táteis, sonoros, ou táteis e sonoros, e podem combinar a utilização de
sinais de localização, de advertência e de instrução.
Além dos espaços confinados, deve-se instalar alarme sonoro de saída
de garagem e estacionamentos em passeio público, em sincronia com os
alarmes visuais intermitentes.
Em semáforos para pedestres, instalados em via pública, devem-se
instalar sinais visuais e sonoros ou visuais e vibratórios, de modo que favoreça
a autonomia de pessoas com deficiência visual. É importante destacar que os
alarmes dos semáforos devem estar associados e sincronizados aos visuais e
na condição de acionamento manual, este comando deve estar entre 0,80 m e
1,20 m de altura do piso para viabilizar o acesso por pessoas em cadeiras de
rodas.
Deste modo, dentre todos os tipos de sinalização, nota-se a importância
da sinalização tátil, incluindo os mapas e símbolos informativos. Assim, a
48
tecnologia de impressão 3D pode ser utilizada para produzir mapas táteis,
igualmente informações em relevo de símbolos internacionais e textos em
Braille, contribuindo para adequar os ambientes conforme a NRB9050.
2.4 Convenções Cartográficas
De acordo com o IBGE (1999) as convenções cartográficas normatizam
símbolos por meio de exigências técnicas para simplificar a representação dos
diversos acidentes no terreno e elementos topográficos em geral.
Neste contexto, a variedade e quantidade de símbolos empregadas em
uma representação cartográfica dependem da escala do mapa, observando as
dimensões e a forma característica de cada símbolo para garantir
homogeneidade da mesma categoria, aumentando-se a quantidade de
símbolos à medida que a escala diminui.
Visto que uma carta ou mapa corresponde a uma representação dos
aspectos naturais e artificiais da superfície terrestre, ou de determinado
espaço, torna-se necessário recorrer à utilização de pontos, círculos, linhas,
polígonos, cores, dentre outros, por meio de uma representação convencional.
Entretanto, para o fator associativo durante a leitura do mapa as
imagens dos elementos vistos no terreno devem ser representadas por
símbolos que sugiram sua aparência visual. Outra medida importante a ser
adotada refere-se à eficiência da legenda que não pode causar dúvidas quanto
ao objeto a que se refere.
Vale ressaltar que na cartografia tátil, os símbolos possuem a mesma
função, porém a quantidade de símbolos deve ser compatível com a
possibilidade de cognição destes pelos usuários independentemente da escala.
Da mesma forma que em um mapa bidimensional existe o processo de
generalização cartográfica para evitar a poluição visual e facilitar a
comunicação, o mesmo ocorre com os mapas táteis para evitar a “poluição
tátil” e facilitar o acesso às informações comunicadas cartograficamente.
De acordo com Almeida (2011) a semiologia gráfica proposta pelo
francês Jacques Bertin na segunda metade do século XX utiliza propriedades
49
de relações de semelhança, ordem e proporcionalidade entre os dados
espaciais.
Assim, todo símbolo gráfico possui um conceito vinculado ao seu
significado que é expresso pela imagem por meio de variáveis visuais:
tamanho, valor, textura, cor, orientação e forma. Estes princípios contribuíram
para os fundamentos metodológicos da linguagem cartográfica, sua
normatização e desenvolvimentos de signos convencionais.
A maioria dos conceitos da semiologia gráfica e das suas aplicações
práticas pode ser convertida para a linguagem gráfica tátil por meio de
variáveis acessíveis para pessoas com deficiência visual (VASCONCELLOS
apud ALMEIDA, 2011).
Na cartografia tátil as variáveis gráficas visuais são adequadas para
pessoas com deficiência visual, incluindo-se a variável volume nos símbolos de
modo que pessoas cegas ou com baixa visão possam interpretar as
informações. Deste modo, a prioridade sensorial corresponde ao tato, ao
sentido háptico do usuário, considerando a facilidade de cognição. A Figura 12
representa um esquema de variáveis gráficas táteis.
Fonte: LOCH, 2008.
Figura 12: Variáveis gráficas táteis
50
Segundo Loch (2008) os símbolos pontuais e lineares podem assumir
até três tamanhos distintos, pois mais variações podem dificultar a cognição de
pessoas com deficiência visual. Assim, recomenda-se que o menor seja até 0,2
centímetros e o maior até 1,2 centímetros de diâmetro para não ser confundido
como área.
Em relação a uma feição linear o menor tamanho recomendável fica em
torno de 1,3 centímetros para não ocorrer engano com símbolo pontual.
Deste modo, os mapas precisam ser produzidos por especialistas,
posteriormente testados e aprovados pessoas com deficiência visual que
precisam ser orientadas a usá-los.
Diante da complexidade de informações em mapas para mobilidade de
ambientes escolares, aeroportos, shoppings, rodoviárias, dentre outros, nota-se
a importância de desenvolver símbolos com geometrias diferentes, mas que
tenham um significado associativo com a forma do elemento percebida pelo
tato.
Deste modo, o uso da prototipagem rápida fornece condições
tecnológicas para impressão de geometrias diversificadas que possam ser
igualmente reproduzidas para mapas inéditos, a partir de modelos
tridimensionais universais dos elementos representados.
Assim, pretende-se nesta pesquisa convencionar símbolos táteis com
geometrias que tenham um significado relacionado com o conceito do que está
sendo representado a partir da percepção háptica, avaliação e aprovação
destes símbolos por pessoas com deficiência visual.
Alguns experimentos sobre parâmetros tridimensionais de linhas, pontos
e polígonos foram realizados por Gabriel Moraes de Bem em sua pesquisa de
mestrado, no Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Deste modo, nesta pesquisa investigou-se modelos de símbolos táteis
para mapas arquitetônicos, e algumas propostas encontradas para representar
linhas, pontos e polígonos, foram dimensionadas nos sentidos x, y e z, por
meio de um CAD e reproduzidos em 3D a partir de diferentes métodos. Os
parâmetros de elevação (z) utilizados estão representados pela Tabela 4:
51
Tabela 4: Critérios de elevação para impressão
Fonte: BEM, 2016.
Embora o termo mapa tátil arquitetônico não tenha sido conceituado,
entende-se que faz referência aos produtos cartográficos táteis com a
finalidade de auxiliar na mobilidade de pessoas com deficiência visual dentro
de uma edificação.
O mapa tátil arquitetônico é um mapa indoor, pois representa o ambiente
interno da edificação, com elementos arquitetônicos diversos, a citar, os de
circulação vertical como escadas, elevadores, rampas entre pavimentos, ou
rampas de acesso vertical, elementos de fechamento de vãos, como portas e
janelas, dentre outras estruturas, por exemplo, parede, guarda-corpo, barreira,
tipo de piso, dentre outros.
Na pesquisa citada os símbolos foram impressos utilizando dois
métodos: o primeiro aditivo sólido que realiza modelagem por deposição de
material fundido (FMD) e o segundo método aditivo líquido denominado
estereolitografia (SLA/SL) com modelagem a partir de deposição de filamento
de resina termoplástica aquecida.
Os resultados indicaram que o método SL, onde os objetos impressos
são construídos pela solidificação a laser de camadas de tintas, produz um
material tátil de melhor qualidade comparado ao método FMD, conforme a
Figura 13.
Elemento Elevação
Linhas 1mm
Texturas (areal symbols) 0,5mm
Símbolos pontuais 1,5mm
Braille 0,6mm e 0,8mm
52
i) Impressão SLA ii) Impressão FDM com equipamento Sethi3D
Fonte: BEM, 2016.
Contudo, a estereolitografia trata-se de uma tecnologia mais cara e
menos acessível que as técnicas de deposição de material fundido. Vale
ressaltar que cada impressora 3D, a depender do seu modelo e configuração
dos parâmetros de impressão, pode produzir resultados qualitativos diferentes,
assim, é importante desenvolver pesquisas sobre diferentes experimentos.
Figura 13: Impressões 3D a partir de métodos diferentes
53
3 PROBLEMAS DE PESQUISA
3.1 Problema Geral
O problema geral desta pesquisa refere-se à ausência de padronização
de símbolos táteis para representação cartográfica de ambientes indoor.
3.2 Problemas Específicos
i) Ausência de parâmetros para produção de símbolos táteis com
tecnologia de impressora 3D
ii) Limitação de formas geométricas cognoscíveis pelo tato;
iii) Limitação de modelos digitais de símbolos táteis intuitivos
iv) Ausência de modelo conceitual para orientação de produção de mapas
táteis em ambiente indoor utilizando impressora 3D (FMD).
54
4 HIPÓTESE DE PESQUISA
A hipótese geral deste trabalho refere-se à seguinte afirmação: “A
tecnologia de impressão 3D pode viabilizar a padronização de símbolos táteis
para representação cartográfica de ambientes indoor.
55
5 OBJETIVOS
5.1 Objetivo Geral
5.2 Elaborar uma proposta de padronização de símbolos cartográficos táteis
por meio da tecnologia de impressora 3D para melhorar a sinalização em
ambiente indoor por meio de mapas táteis
5.3 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos desta pesquisa são:
i) Propor parâmetros dimensionais para produção de símbolos cartográficos
táteis com tecnologia de impressora 3D;
ii) Avaliar a cognição de símbolos cartográficos táteis produzidos com
tecnologia de impressora 3D;
iii) Propor modelos digitais de símbolos táteis semânticos que possam ser
reproduzidos por impressora 3D;
iv) Gerar um modelo conceitual para elaboração de mapas táteis de ambiente
indoor utilizando impressora 3D (FMD).
56
6 JUSTIFICATIVA
Os mapas táteis indoor podem proporcionar a navegação dentro de uma
edificação, auxiliando pessoas com cegueira ou baixa visão a conhecerem e
mentalizarem o ambiente que irão circular.
O grupo com visão subnormal não participará dos testes de cognição do
mapa tátil gerado com a impressora 3D, porque, pela complexidade de
associar materiais coloridos para obter contraste visual a partir de uma
impressora composta por apenas um bico de extrusão, além da complexidade
de combinar os experimentos e testes para atender todos os tipos de
deficiência visual em uma pesquisa de mestrado.
Assim, os testes de cognição serão particularizados com o público que
possui cegueira adquirida, visto que os símbolos cognoscíveis para este perfil
poderão ser compreendidos também por aqueles com cegueira congênita, por
possuírem maior sensibilidade tátil.
A definição de padrões para elaboração de símbolos cartográficos táteis
com tecnologia 3D possibilita a confecção de outros mapas a partir do
compartilhamento de modelos digitais 3D via internet para impressão.
Deste modo, as pessoas com deficiência visual poderão ter contato com
símbolos possíveis de serem codificados e reconhecidos pelos mesmos
padrões em diferentes mapas e a cartografia tátil poderá avançar na criação de
normas para elaboração de símbolos com tecnologia de impressão 3D.
57
7 MATERIAIS E MÉTODO
7.1 Delimitação do Tema
No âmbito da cartografia tátil a pesquisa delimita-se na produção de
símbolos táteis por meio de tecnologia de impressoras 3D. A edificação a ser
representada em um mapa tátil refere-se ao Pavilhão de Aulas III Glauber
Rocha (PAF III) da Universidade Federal da Bahia, localizada no Campus
Universitário de Ondina, na cidade de Salvador (BA), como representa a figura
14 a seguir.
Fonte: Adaptado de FERNANDES et al. 2016
Este prédio foi escolhido por ser bem frequentado por pessoas com
deficiência visual, porque, o Núcleo de Apoio à Inclusão do Aluno com
Necessidades Educacionais Especiais (NAPE), localizado neste pavilhão,
Figura 14: Indicação do PAFIII na área dos campi Ondina e Federação da
UFBA, Salvador (BA)
38º30’50”W
38º30’20”W
58
utiliza tecnologias acessíveis para auxiliar o aluno com necessidades
educacionais especiais a realizarem as atividades acadêmicas e a realizarem
deslocamento dentro dos campi, além do PAF III sediar atividades científicas
que atraem diversos públicos.
Assim, os testes de cognição dos símbolos cartográficos táteis modelados
poderão ser realizados no PAF III contando com a participação de estudantes
que frequentam os ambientes internos da edificação. Posteriormente pretende-
se ampliar o estudo e aplicar no 5ª andar da Escola Politécnica da UFBA.
7.2 Convenções Cartográficas de Símbolos Cartográficos Táteis
A maioria dos símbolos cartográficos táteis é do tipo genérico, pois, o
mesmo símbolo pode representar qualquer elemento arquitetônico,
independentemente do conceito das representações, assim, não estão
associados ao significado tátil do que será representado.
Deste modo, com o objetivo de convencionar alguns símbolos táteis para
mapas indoor por meio da prototipagem rápida, utilizou-se como área de
estudo o térreo (Figura 15) do pavilhão de aulas Glauber Rocha (PAF III) da
Universidade Federal da Bahia localizado no campus Ondina.
Fonte: Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura/UFBA, 2015.
Figura 15: Planta do térreo do PAF III
59
A Planta do PAF III foi construída pela SUMAI na escala 1:100, em
tamanho A2. Esta área foi escolhida para esta pesquisa por conter um espaço
de apoio às pessoas com deficiência, denominado Núcleo de Apoio à Inclusão
do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais (NAPE). Deste modo, o
NAPE acolhe diariamente estudantes com deficiência visual, dentre outros, que
utilizam os serviços oferecidos pelo núcleo.
Nesse contexto, apoiam a inclusão do aluno com necessidades
especiais na universidade, atendem adequadamente às necessidades
individuais do aluno e possibilita-o a utilizar os equipamentos especiais
disponíveis no NAPE e havendo disponibilidade podem fornecer material
didático especializado ou adaptado para a necessidade do aluno.
Assim, verificou-se que um mapa tátil do PAF III poderá auxiliar pessoas
com deficiência visual a conhecerem os ambientes que elas mais acessam
dentro da edificação, na perspectiva de apoiá-los a tomarem decisão.
Realizou-se um trabalho de campo na área de estudo para identificação
da função de cada espaço, desenhando-se um croqui (Figura 16) com o
objetivo de posteriormente modelar símbolos com impressora 3D com
significados associados aos conceitos dos elementos ou locais existentes no
edifício.
Fonte: Niédja Araújo, Trabalho de Campo, 2016.
Figura 16: Croqui do térreo do PAF III da UFBA
60
No croqui contém os seguintes espaços: sala de professores, secretaria,
xerox, sanitário feminino, sanitário masculino, sala de apoio para funcionários,
auditório, sala de vídeo conferência, NAPE, setor de informações, setor de
Internet da UFBA, jardim de inverso, e contém os seguintes elementos
araquidônicos: portas, elevadores, escadas, rampa, bancos e paredes, além da
informação “eu estou aqui”.
Por tratar-se de um edifício destinado às atividades universitárias, os
símbolos propostos poderão ser úteis para fabricação de mapas táteis de
outras edificações da UFBA e outras universidades, faculdades e escolas.
7.3 Método
Nesta pesquisa utilizou-se o método experimental, pois, as pesquisas
experimentais consistem essencialmente em determinar um objeto de estudo e
selecionar variáveis controláveis e conhecidas pelo investigador para
observação dos resultados que a variável produz no objeto, sendo o
pesquisador um agente ativo neste processo (GIL, 2009). Assim, os objetos de
estudo são os símbolos táteis, as variáveis são os parâmetros dimensionais e a
forma geométrica dos mesmos.
O experimento refere-se à cognição dos símbolos táteis e do mapa tátil
do térreo do PAF III, utilizando-se questionários qualitativos (Apêndices 2 e 3)
para avaliação cognoscível junto aos voluntários com deficiência visual e
entrevista semiestruturada (Apêndices 1 e 4) para descrição do perfil dos
avaliadores. Os símbolos aprovados ao final da pesquisa irão compor uma
proposta de padronização de símbolos cartográficos táteis para mapas em
ambiente indoor produzidos com tecnologia de impressão 3D.
Segundo Gil, as pesquisas científicas podem ser classificadas em três
níveis: pesquisas exploratórias, pesquisas descritivas e pesquisas explicativas.
Neste trabalho, a pesquisa realizada corresponde ao primeiro tipo, visto que, as
pesquisas exploratórias dedicam-se a determinado tema pouco explorado e de
difícil elaboração de hipóteses precisas, contribuindo muitas vezes para uma
investigação mais ampla. Quando o tema escolhido é genérico, exige-se além
61
da revisão de literatura, discussão com especialistas e outros procedimentos
(GIL, 2009).
Deste modo, é necessário criar diferentes formas geométricas (regulares
e irregulares) com diferentes dimensões (x, y e z), utilizando material
compatível com a impressora 3D disponível e que seja cognoscível por meio do
tato. Foram agendadas visitas no Instituto Baiano de Cegos (IBC) para
conhecer os materiais didáticos utilizados para mobilidade e verificar a
disponibilidade do IBC para apoiar a pesquisa. O Instituto confirmou interesse
em contribuir para a realização desta pesquisa.
Participarão da pesquisa 06 (seis)pessoas com cegueira adquirida e os
testes de cognição serão baseados de acordo com os princípios de usabilidade
– uma abordagem para o desenvolvimento de produtos que incorpora as
sugestões diretas dos usuários ao longo do ciclo da criação de produtos e
ferramentas que atendam, a baixo custo, as necessidades dos usuários
(Associação de Profissionais da Usabilidade apud TULLIS, ALBERTS, 2008).
Deste modo a usabilidade geralmente é considerada a capacidade de
usuários utilizarem com sucesso determinado produto ou ferramenta para uma
tarefa, considerando a experiência do usuário para ampliação dos resultados.
Embora as análises desta pesquisa sejam qualitativas, os resultados
poderão ser quantificados, por exemplo, o tempo observado para realização de
uma tarefa, ou grau de satisfação, determinado por parâmetros numéricos que
variam de 01 a 05, onde 01 seria péssimo e 05 seria excelente.
os testes de usabilidade devem ser realizados com uma pequena quantidade de usuários [...] vale mais a pena realizar três testes com 5 usuários do que um com 15. Pois, em um teste com 15 usuários, todos os problemas poderão ser encontrados, mas a solução a ser desenvolvida após o teste não será avaliada e pode conter novos problemas. Todavia, três testes com 5 usuários, permitirão que sejam encontrados em média 85% dos problemas da aplicação do primeiro teste (NIELSEN apud VIEIRA DE JESUS, 2015, p. 78).
62
Nos testes usabilidade não existe uma regra para determinar a
quantidade mínima de participantes necessária para validar os resultados da
pesquisa. Por exemplo, se o interesse for identificar grandes problemas de
usabilidade como parte de um processo de design iterativo, é possível obter
sugestões úteis de três ou quatro participantes. Assim, a partir desta pequena
amostra não será possível identificar todos os problemas de usabilidade, ou a
maioria deles, porém, será possível inferir os mais significativos (TULLIS,
ALBERTS, 2008).
7.4 Base Cartográfica
A base cartográfica da área de estudo desta pesquisa foi elaborada a
partir da planta do Pavilhão de Aulas Glauber Rocha (PAFIII) disponibilizada
pela Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura da UFBA (SUMAI)
em formato digital na escala 1:100 (A2) e em PDF na escala 1:200 .
Realizou-se um croqui da área para conhecer a funcionalidade de cada
espaço do térreo do PAF III, generalizando-se as informações contidas na
base, por simplificação do ambiente, utilizando um programa de projeto
auxiliado por computador (Computer Aided Design - CAD) denominado Google
Sketchup 8.
Os mapas para pessoas com deficiência visual devem ser simplificados
para melhorar a cognição desse público ao tatear o espaço representado
cartograficamente, por esta razão, a generalização é um procedimento
importante para a cartografia tátil.
Deste modo, a base foi projetada com 224 mm no eixo x e 131 mm no
eixo y, de modo proporcional à escala de 1:2000 mm. Contém na base
elementos lineares, pontuais e poligonais úteis para orientação e mobilidade de
pessoas com deficiência visual, por exemplo, representação de escadas,
sanitários, elevador, sala do NAPE, salas de aula, paredes, portas, dentre
outros.
63
7.5 Impressão 3D
Utilizou-se o software sketchup, para elaborar propostas de formas
geométricas dos símbolos táteis tridimensionais. Estes foram exportados para
o formato STL 3D (representação em uma malha triangular). Este arquivo foi
enviado para a impressora 3D e em seguida o seu bico de extrusão realizou
movimentos nos eixos x, y, enquanto a mesa de impressão deslocava-se no
eixo x pra deposição das camadas de Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS) em
estado de fusão, até completa reprodução da base cartográfica contendo os
símbolos tridimensionais. Realizou-se agendamento de entrevistas com
voluntários da UFBA e IBC para verificar a cognição do mapa e as qualidades
táteis dos símbolos.
Elaborou-se a legenda do mapa tátil, constando todos os símbolos e
suas descrições em Braille. A matriz ou célula Braille caracteriza-se pela
disposição de seis pontos em duas colunas paralelas. Na primeira coluna
localizam-se os pontos 1, 2 e 3, enquanto na segunda coluna os pontos 4, 5 e
6. Esta célula básica possui tamanho ideal para abrangência tátil da polpa
digital e proporciona a construção de 63 combinações para a formação das
letras e sinais de pontuação, além do espaço vazio para indicar palavras
diferentes.
A legenda e o mapa foram impressos separadamente devido a limitação
da extensão da mesa de impressão e posteriormente foram conectadas com
cola instantânea.
7.6 Impressora GTMAX 3D
Nesta pesquisa utilizou-se uma impressora 3D correspondente ao modelo
GTMAX 3 que pertence a um Laboratório do Instituto de Humanidades, Artes e
Ciências Professor Milton Santos (IHAC/UFBA) denominado Espaço Aberto de
Criação e Inovação (IHAClab-i), localizado no campus de Ondina, em Salvador
(BA).
A impressora GTMAX 3D, representada pela Figura 17, visa a
produtividade e facilidade de uso, podendo imprimir peças de grande dimensão
64
ou imprimir várias peças de uma só vez. Possui em sua área de impressão: X =
300mm (largura); Y = 200mm (profundidade); Z = 250mm (altura) e o volume
total da área de impressão corresponde a 15000cm³.
Fonte: CTMAX 3D, 2017.
Ela realiza autonivelamento da mesa de impressão, possui gabinete
fechado, facilitando a impressão com materiais que sofrem contração como o
ABS. Sua tecnologia cinemática garante alta velocidade de deslocamento, de
repetitividade e a impressão é realizada por um sistema que deixa a cabeça de
impressão leve, garantindo uma qualidade superior à de outros sistemas.
Esta impressora possui bivolt automático para operar com 127v ou 220v,
tela de cristal líquido (liquid crystal display - LCD) com entrada para cartão de
memória digital (Secure Digital - SD), sendo desnecessária a conexão com um
computador para efetuar a impressão, embora inclua porta de barramento
serial universal (Universal Serial Bus - USB) para viabilizar tal conexão.
Possui gabinete em fibra de madeira de densidade média (Medium
Density Fiberboard - MDF) revestido na cor preto tem a função de garantir
estabilidade dimensional, resistir alta temperatura interna e ser bom isolante
térmico. As laterais frontal e fechamento superior são compostas por acrílico
para visualização da área de impressão.
A mesa de impressão em alumínio aquece entre 2 a 7 minutos a 110ºC e
a impressão é realizada nesta mesa fixa sem deslocamento nos eixos X e Y,
Figura 17: Impressora CTMAX 3D
65
ou seja, seu deslocamento ocorre no sentido vertical (Z) fator que beneficia a
qualidade de impressão e sua velocidade.
O extrusor e suporte de filamento são acessíveis e fáceis de realizar a
limpeza e troca de filamento. O Hotend, ou cabeça de impressão, suporta
filamentos com 1.75mm e o bico possui 0.4mm com capacidade de suportar
até 295ºC.
Em relação à velocidade de impressão pode alcançar até 120mm/s; a
velocidade de deslocamento até 200mm/s e as camadas podem ser produzidas
com altura de 0.05mm à 0.32mm (GTMAX 3D, 2017).
7.6 Cognição de símbolos táteis
De acordo com Oliveira (2008) a semântica é considerada como o estudo
do significado, deste modo, confere uma área complexa pela subjetividade de
cada pessoa a cerca do objeto estudado e do seu significado, dentre outras
razões teóricas, filosóficas e linguísticas relacionadas à natureza do conceito.
Os estudos da semântica iniciaram na Antiguidade, contudo, as pesquisas
apontam que o termo “semântica” foi criado no século XIX, com origem grega
na palavra semantiké.
Na semântica cognitiva o adjetivo “cognitiva” está relacionado aos
estudos semânticos que consideram a cognição humana, ou seja, o significado
das coisas a partir das experiências do falante-ouvinte e do ambiente
sociocultural que a pessoa se encontra (OLIVEIRA, 2008). Deste modo, a
cognição tátil envolve:
processos como raciocínio, percepção, atenção, memória entre outros fatores que
almejam promover a construção do conhecimento na mente. Ela inicia com a captação
dos objetos pelos órgãos sensoriais através da percepção e intensifica a atuação a
partir do relacionamento com o conteúdo registrado na memória (SILVA, FERREIRA
DA SILVA, 2013, p. 501)
A cognição dos símbolos cartográficos táteis será avaliada na etapa final
da metodologia voluntários, a partir da participação voluntária de pessoas
cegas vinculadas ao IBC e à UFBA. Serão avaliadas categorias qualitativas da
impressão 3D, a compreensão dos símbolos cartográficos táteis e a
66
funcionalidade do mapa tátil indoor no PAF III para tomada de decisões. Os
símbolos cognoscíveis de acordo a percepção tátil dos voluntários irão compor
um esquema de sugestão de símbolos padronizados para mapas indoor com
tecnologia 3D, levando em consideração as formas e as dimensões dos
símbolos.
Há perspectiva de buscar parceria com outros pesquisadores da área de
engenharia elétrica ou automação para adaptar um recurso sonoro na base
cartográfica visando incluir as necessidade de pessoas com deficiência visual
que não sejam alfabetizadas em Braille.
7.7 Modelo conceitual para mapas táteis
Após conclusão dos experimentos será proposto um modelo conceitual
para elaboração de mapas táteis com tecnologia de impressoras 3D visando
orientar outros profissionais da área de cartografia tátil a elaborarem mapas
desta natureza utilizando o método FMD.
No modelo irão constar os passos metodológicos para a concepção de
mapas táteis incluindo as variáveis gráficas táteis possíveis de serem utilizadas
e os parâmetros mais indicados para impressão utilizando ABS.
Vale ressaltar que uma impressora fechada pode desenvolver peças
com pouca interferência do ambiente externo, da temperatura ambiente e
elementos existentes no ar.
A variação da espessura do bico de extrusão, temperatura da mesa de
impressão e de fusão do material, assim como a velocidade de impressão e
umidade do material utilizado, também podem influenciar positivamente ou
negativamente no resultado da impressão final do objeto, sendo interessante
realizar experimentos que permitam inferir as condições ideais de configuração
para impressão de materiais táteis a partir da fusão do ABS.
O organograma a seguir (Figura 18) resume as etapas que serão
realizadas na pesquisa.
67
Fonte: A autora, 2017.
Figura 18: Procedimentos metodológicos
Estudo Bibliográfico e Revisão Teórica
Aquisição da Planta do PAF III
Simplificação da planta do térreo do PAF III utilizando o programa
Sketchup
No sketchup realizar definição de parâmetros dimensionais e formas geométricas intuitivas
de símbolos cartográficos táteis 3D
Aquisição de materiais para
elaboração do mapa tátil
Impressão 3D dos símbolos táteis no
IHAClab-i
Elaboração do mapa tátil indoor do PAF III
Agendar teste de cognição dos
símbolos cartográficos táteis junto às pessoas cegas
Realizar teste de cognição dos
símbolos táteis
Revisar os símbolos rejeitados e aceitar
símbolos cognoscíveis
Propor padronização de símbolos
cartográficos táteis 3D padronizados
para mapas indoor
Propor modelo conceitual para elaboração mapas
táteis 3D a partir do método FMD
Disponibilizar o mapa tátil produzido
para o PAF III
Realizar experimentos de impressões com
diferentes configurações
Elaboração de croqui do térreo do PAF III
68
8 RESULTADOS PRELIMINARES
A fabricação digital possibilita inovação e versatilidade para produção de formas
geométricas complexas. Assim, nesta pesquisa, buscou-se propor um mapa tátil do
térreo do PAF III (Figura 19) com simbologia associada à ideia do conceito do que está
sendo representado cartograficamente pelo símbolo.
Fonte: ARAÚJO et al., 2017.
As propostas partiram de associações com ícones popularmente
difundidos para videntes observando a suas propriedades de diferenciação tátil.
Uma das propriedades a ser estudada diz respeito a associação semântica de
formas identificadas nesses símbolos.
Pesquisas anteriores indicam que existe a possibilidade desta
abordagem, pois a pessoa com deficiência visual se familiariza com as formas
dos objetos através do tato e na fase de adaptação aperfeiçoa este sentido
realizando-se associação semântica de ideias ou significados subjetivos à
determinadas formas, tal qual usuários videntes fazem a associação semântica
Figura 19: Modelo tridimensional de mapa tátil do térreo do PAF III/UFBA
69
a símbolos pictóricos. Os arcos concêntricos utilizados para pontos de rede wifi
foram extrudidos para formar um símbolo tridimensional análogo.
Da mesma forma outros símbolos propostos como o de desenho de
olhos e sobrancelhas, clipe, nota musical foram estabelecidas a partir da
simplificação e extrusão de símbolos pictóricos.
No Brasil, as pessoas com deficiência visual que têm oportunidade
de serem alfabetizadas aprendem o Braille e também a compreenderem as
letras do alfabeto latino, assim, algumas destas podem ser utilizadas como
propostas de símbolos, por exemplo, as letras “A”, “x” e “i” utilizadas nesta
pesquisa.
O desafio do experimento está em testar a associação do símbolo
pontual com os significados propostos ou mesmo verificar se existe ganho na
memorização da legenda ou rapidez durante o reconhecimento do símbolo.
As associações foram as mais diversas para as representações
cartográficas: a sala de professores remete à ideia de uma caricatura
simplificada de coruja (símbolo da sabedoria) com seus olhos e bico, o da sala
da secretaria remete um clipe, sanitário feminino e masculino com os símbolos
universais vênus e marte, o da sala de apoio para funcionários remete a letra
“A”, o de auditório à ideia de som representado pela nota musical da união de
duas colcheias, o de sala de vídeo conferência traz a ideia de uma fita cassete,
o símbolo da letra “i” refere-se ao setor de informações, a copiadora
representada pela letra “x” remete a ideia de xerox que trata-se de uma
metonímia popular no Brasil para este serviço, o jardim de inverno está
associado ao símbolo que lembra uma flor e o NAPE lembra um olho com um
70
sobrancelha, dando a ideia de assistir, de olhar para as necessidades
educacionais distintas de cada pessoa.
O mapa possui 4mm no eixo z, 228 mm no eixo x e 133 mm no eixo y
compatível com a mesa de impressão da impressora 3D que utilizada na
pesquisa, deste modo, foi necessário averiguar se extensão do mapa viabiliza
a compreensão das informações, pois, de acordo com NOGUEIRA (2007) a
extensão de um mapa tátil não deve ultrapassar o limite de duas mãos.
Isso significa que as pessoas cegas podem ter dificuldade para se
orientar em mapas com dimensões maiores do que a recomendada e no caso
de quem possui baixa visão, a extensão do mapa não deve ultrapassar seu
campo de visão.
Os outros símbolos projetados para elevador, escada, porta, paredes,
rampa e “eu estou aqui” foram modelados a partir de propostas encontradas no
catálogo de símbolos e materiais de mapas táteis para mobilidade
disponibilizados pelo LabTATE (2007) e na dissertação de Bem (2016).
A elevação (z) dos símbolos pontuais, os bancos que cercam
continuamente o jardim de inverno e as paredes foram projetados seguindo os
parâmetros apresentados na Tabela 5:
Tabela 5: Critérios de elevação para modelagem de símbolos táteis
Elemento Elevação (mm)
Linhas 1,0 Símbolos Pontuais 1,5
Fonte: BEM, 2016.
As dimensões x e y dos símbolos propostos nesta pesquisa foram
projetadas tendo como base os experimentos realizados por BEM (2016), mantendo
uma distância mínima de 2,3 mm de um símbolo para outro, pois, de acordo com o
71
autor “[...] uma linha, ou qualquer outro tipo de símbolo, deve ter um espaçamento
mínimo de 2.3mm a 3.00mm de qualquer outro elemento para que seja reconhecido”
(BEM, 2019, p. 6). A Tabela 6 apresenta os parâmetros tridimensionais utilizados na
pesquisa.
Tabela 6: Parâmetros tridimensionais de símbolos cartográficos táteis
Símbolo Símbolo Largura (x) Comprimento (y) Elevação (z)
UFBA/NET
21,1 mm 13,4 mm 1,5 mm
NAPE
16,6 mm 10,0 mm 1,5 mm
Sala de vídeo conferência
20,0 mm 10,0 mm 1,5 mm
Auditório
8,9 mm 12,0 mm 1,5 mm
Sala de Apoio
8,0 mm 15,4 mm 1,5 mm
Sanitário Masculino
9,0 mm 17,0 mm 1,5 mm
Sanitário Feminino
9,0 mm 17,0 mm 1,5 mm
Secretaria
6,2 mm 8,5 mm 1,5 mm
Sala de Professores
12,3 mm 8,6 mm 1,5 mm
Setor de Informações
1,0 mm 9,2 mm 1,5 mm
Elevador
11,0 mm 16,0 mm 1,5 mm
Eu estou aqui
12,7 mm 13,2 mm 1,5 mm
Escada
7,0 mm 7,0 mm 0,5; 1,0; 1,5
mm
Porta
6,0 mm 3,0 mm 1,5 mm
Rampa
4,0 mm 11,8 mm 0,5; 1,0; 1,5
mm
Jardim de Inverno
6,0 mm 6,0 mm 1,5 mm
Copiadora
9,1mm 8,9mm 1,5 mm
Fonte: ARAÚJO et al., 2017.
72
Os círculos elaborados para informar a posição da pessoa em relação ao
objeto, possuem 3mm de diâmetro com 1,5 mm de elevação e os círculos utilizados
como banco ao redor do jardim de inverno foram elaborados com 2,0 mm de diâmetro
e 1mm de elevação. Vale ressaltar que a espessura linear dos símbolos corresponde a
1,0 mm como foi sugerido em alguns símbolos parametrizados por Bem (2016).
Realizou-se a impressão do modelo tridimensional pelo método aditivo
utilizando como material acrilonitrila butadieno estireno (ABS) e uma impressora 3D de
um laboratório do Instituto de Humanidades Artes e Ciências Professor Milton Santos,
denominado Espaço Aberto de Inovação e Criação (IhacLab-i) e posteriormente
realização de teste de cognição dos símbolos com pessoas com deficiência visual da
UFBA e do Instituto de Cegos da Bahia (IBC) para verificar se as propostas podem ser
convencionadas como símbolos cartográficos táteis ou se deverão ser editados ou
mesmo adotadas novas propostas. Assim, a possibilidade de representar a arquitetura
do interior de uma edificação e de espaços externos com seus elementos
cognoscíveis e agradáveis ao tato facilita o processo de leitura e entendimento dos
mapas e maquetes por pessoas com deficiência visual (BEM; PUPO, 2015).
Estes resultados são preliminares e requerem realização de teste de
cognição dos símbolos para validação das propostas de convenções cartográficas de
símbolos táteis, entretanto, apresenta uma primeira proposta de parâmetros de
símbolos com perspectiva semântica para aplicação na cartografia tátil indoor.
Realizou-se uma proposta de legenda para o mapa tátil objetivando-se
verificar se o usuário final consegue tomar decisões para realizar deslocamentos
dentro da edificação de modo independente a partir da interpretação do mapa.
Após definição dos símbolos cognoscíveis estes serão convencionados e os
modelos digitais compartilhados na perspectiva de contribuir para a popularização da
cartografia tátil visto que as tecnologias de impressão 3D estão cada vez mais
acessíveis e os mapas táteis poderão estar mais presentes nos diversos ambientes.
73
8.1 Categorias de análise de qualidade dos símbolos cartográficos táteis
Na avaliação do mapa e na avaliação individual de cada símbolo desta
pesquisa são consideradas 10 categorias de análise dentre as 11 utilizadas por
Bem (2016), de acordo o quadro 4:
Quadro 4: Categorias de Análise de qualidade de protótipo tátil
Categoria de Análise Categoria de Análise Selecionada
Sensação ao Toque Percepção do usuário quanto o conforto e agradabilidade do material durante análise tátil.
Leveza do material Condições de manipulação do material em relação ao peso e viabilidade de ser portado pelo usuário.
Resistência à manipulação
Integridade do protótipo após a análise tátil realizada pelos avaliadores.
Detectabilidade Capacidade do avaliador diferenciar os elementos: símbolos pontuais, lineares, letras e texturas.
Legibilidade Capacidade do revisor compreender os símbolos, letras e textos em relevo.
Espessura Dimensão das linhas pontilhadas, tracejadas, simples e dupla.
Elevação
Saliência do elemento em relação ao plano de impressão: hierarquização de elevação, elevação intermediária e elevação equivalente entre símbolos pontuais, lineares, letras e texturas.
Formato de Corte Distinção de linhas no formato triangular, arredondado e retangular, analisadas em perfil.
Desenho Compreensão do desenho dos símbolos
Dimensões Conformidade do tamanho dos símbolos em relação aos eixos “x”, “y” e “z” dos símbolos pontuais, Braille e letras em relevo.
Intuitividade
Interpretação do significado que o símbolo tátil transmite, sem que seja mencionado o uso a que o símbolo se destina. Relaciona-se à memória visual ou ao contato prévio com simbologias táteis e seus significados.
Fonte: Adaptado de JEHOEL, 2007 apud BEM, 2016.
Os revisores do Instituto Benjamin Constant que participaram da
pesquisa realizada por Bem (2016) sugeriram que os símbolos para
representar sanitários femininos e masculinos fossem os símbolos Vênus e
Marte, respectivamente.
74
Embora na NRB 9050 existam símbolos universais para sanitários,
sendo uma pessoa com vestido para representar a ideia de feminino e uma
pessoa sem detalhes para representar a ideia de masculino, nesta pesquisa
optou-se acatar a sugestão dos revisores do Instituto Benjamin Constant, e
levou-se em consideração o propósito dos símbolos Vênus e Marte serem
signos sem estereótipos. A Figura 20 representa os símbolos: (a) Vênus, (b)
Marte, e os símbolos (c) feminino, (d) masculino, conforme a NRB 9050.
Fonte: NRB 9050, 2015; Dicionários de símbolos, 2017.
Vale ressaltar que os símbolos cartográficos táteis, assim como a
célula Braille, devem ser percebidos com a ponta do dedo, deste modo, as
formas dos elementos devem ser de fácil entendimento.
Após realização do modelo digital do mapa tátil, realizou-se a sua
impressão 3D (Figura 21) e em seguida elaborou-se o modelo digital da
legenda e sua impressão 3D (Figura 22) por meio de deposição de material
fundido (FMD).
a b
c d
Figura 20: Símbolos universais
de feminino e masculino
75
Fonte: A autora, 2017.
Fonte: A autora, 2017.
Figura 22: Modelo digital e Impressão 3D de legenda tátil
Figura 21: Impressão de mapa tátil 3D
76
Na impressão do mapa tátil 3D verificou-se que as formas dos
elementos ficaram bem definidas, sem necessidade de remoção de excesso de
material, diferentemente da legenda impressa onde existe excesso de material
(Figura 23) entre os pontos Braille, provavelmente pela estrutura complexa da
semi-esférica que constitui o ponto. Entretanto, é possível realizar reparo
manual para remoção dos excessos utilizando-se uma lixa adequada.
Fonte: A autora, 2014.
No caso da forma cilíndrica localizada ao lado do elevador, da escada
e da rampa, por exemplo, nota-se que a mesma não apresenta semelhança em
relação ao excesso de material entre semi-esferas, provavelmente pela
simplicidade das dimensões que são as mesmas desde a base até o topo.
Contudo, embora a impressão a partir do método FMD apresente
algumas restrições na qualidade de impressão, requerendo-se intervenção
manual para reparo de excessos, ainda assim, trata-se de uma tecnologia
viável e acessível para popularização de mapas 3D para pessoas com
deficiência visual.
Figura 23: Excesso de material entre pontos Braille
77
Após os reparos manuais dos protótipos, a próxima etapa da pesquisa
requer avaliação da cognição dos textos em Braille, dos símbolos cartográficos
táteis e da funcionalidade do mapa para tomada de decisão.
Serão agendados os testes com três voluntários vinculados à UFBA
que possuem cegueira adquirida e três voluntários vinculados ao IBC,
A partir dos resultados obtidos durante os testes, novas impressões
serão realizadas a fim de aprimorar os parâmetros de configuração de
impressão para mapas táteis produzidos com ABS e aprimorar os símbolos
cartográficos táteis que poderão ser padronizados.
A primeira camada das duas impressões foram realizadas com 0,3mm
de espessura e a partir da segunda camada a espessura utilizada foi 0,2mm. É
recomendável que a primeira camada seja um pouco mais espessa que as
demais para sustentar as camadas superiores.
A temperatura utilizada para fusão do material foi 220ºC com bico de
extrusão correspondente a 0,4mm. A mesa da impressora foi aquecida a
110ºC, com 60 mm/s de velocidade de impressão.
O excesso de material entre os objetos impressos também pode estar
associado à velocidade de impressão. Assim, é importante realizar
experimentos com diferentes configurações para chegar a uma referência ideal
para impressão de mapas táteis 3D utilizando ABS.
Vale ressaltar que a qualidade do material também interfere na
aderência das camadas e na definição das arestas e acabamentos dos objetos,
pois, a umidade do ar onde o filamento está exposto pode ser absorvida pelo
78
material e durante a fusão pequenas bolhas de ar poderão compor a estrutura
do objeto e fragilizar o resultado.
Os testes da avaliação do mapa e dos símbolos cartográficos táteis
serão realizadas durante o segundo semestre de 2017.
79
REFERÊNCIAS
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82
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83
APÊNDICE I
Entrevista aplicada junto a deficiente visual da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para entendimento da acessibilidade no espaço universitário do ponto de vista do deficiente e obtenção de sugestões deste público para compor o mapa tátil dos campos Federação e Ondina da UFBA. Entrevistado:_____________________________________ Entrevistador:____________________________________ Data:____________________________________________
1) Qual a sua idade?_______________
2) Sua deficiência visual é de qual tipo: Congênita ( ) Adquirida ( ) Baixa
visão
3) Você foi alfabetizado em Braille?___________
4) Você foi alfabetizado em escola de ensino regular ou
especial?__________________
5) Qual curso de graduação você
estuda?______________________________________
6) Quais são os campus universitários que você
frequenta?________________________
7) Qual forma de navegação você utiliza no espaço universitário?
( ) bengala ( ) acompanhante normovisual ( ) cão-guia ( ) outra:
8) Quais recursos você utiliza para estudar/comunicar?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9) Como você define a acessibilidade no campi da UFBA?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Você se sente incluído (a) socialmente nos espaços físicos da UFBA?
Porquê?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11) Você utiliza o buzufa como meio de transporte? Porquê?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
84
12) Você já consultou algum mapa tátil? Em um mapa tátil do campi
Federação e Ondina quais informações seriam essenciais para conter
nele?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13) Em quais espaços da UFBA deveriam existir um mapa tátil?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14) Quantos símbolos diferentes em um mapa tátil você conseguiria
memorizar?
____________________________________________________________________________________________________________________
15) Quantos tamanhos/texturas diferentes de uma mesma forma geométrica
você conseguiria distinguir?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
85
APÊNDICE II
Avaliação dos símbolos táteis
1) A forma de uma coruja é associativa para representar qual ambiente? Sugestão:___________________________________________________
Símbolo de Sala de Professor
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
2) A forma de um clip é associativa para representar qual ambiente? Sugestão: ____________________________________________________
Símbolo de Sala de Secretaria Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
3) A letra “x” minúscula é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de Sala de Secretaria Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
86
4) A letra “i” minúscula é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de Setor de Informação Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5
excelente
Categoria de Avaliação Revisor
____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
5) A letra “A” maiúscula é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de Sala de Apoio
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
6) A forma de uma nota musical é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de Sala de auditório
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
87
7) A forma de uma fita cassete é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de Sala de videoconferência
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor
____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
8) Um símbolo de um olho com sobrancelhas é associativo para representar qual ambiente? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de Sala do NAPE Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
9) A forma de sinal wi-fi é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de Sala da UFBA NET
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
88
10) A forma de uma estrela é associativa para representar qual informação? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de “Eu estou aqui” Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor
____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
11) A forma de um triângulo é associativa para representar qual elemento arquitetônico? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de Rampa Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
12) A forma de três linhas paralelas com elevação crescente é associativa para representar qual elemento arquitetônico? Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de Escada Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
89
13) A forma de uma flor é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de Jardim de Inverno
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
14) O símbolo de um quadrado com diagonais cruzadas é associativo para representar qual elemento arquitetônico? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de Elevador Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
15) Uma forma retangular é associativa para representar qual elemento arquitetônico? Sugestão ___________________________________________________
Símbolo de Porta Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
90
16) Uma forma linear contínua é associativa para representar qual ambiente? Sugestão ____________________________________________________
17) Uma forma linear pontilhada é associativa para representar qual elemento
arquitetônico?
Sugestão ____________________________________________________
Símbolo de parede Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
Símbolo de Assento Contínuo
Classificação: 1 a 5 sendo 1 = péssimo e 5 excelente
Categoria de Avaliação Revisor ____ Revisor ____ Revisor ___
Sensação ao toque
Detectabilidade
Espessura
Elevação
Desenho
Dimensões
Intuitividade
Considerações:
91
APÊNDICE III
Avalição do Mapa Tátil
Revisor: ____
1) O mapa tátil do térreo do PAF III contribuiu para a sinalização dentro da Edificação?
Sim Não.
Sugestão:____________________________________________________
2) O mapa tátil do térreo do PAF III trouxe informações que você desconhecia?
Sim Não.
Sugestão:____________________________________________________
3) O mapa tátil do térreo do PAF III auxiliou na tomada de decisão?
Sim Não.
Sugestão:____________________________________________________
4) Em relação à orientação espacial em um ambiente indoor, qual tipo de informação você
prefere?
Sentido: esquerda, direita, a frente, atrás Direção: norte, sul, leste, oeste
É indiferente
5) Em relação à influência das formas geométricas dos símbolos táteis na interpretação do
mapa:
Dificultou a compreensão
Facilitou a compreensão
É indiferente em relação às geometrias conhecidas
6) Em relação aos mapas indoor, você gostaria de possuir uma cópia para conhecer o
ambiente do destino antes sair de casa?
Sim Não.
Sugestão:____________________________________________________
7) Considerando sua localização no ponto de partida “eu estou aqui” os sanitários estão
situados:
0
0
92
À sua frente Atrás de você À sua esquerda À sua direita
Tempo de resposta____
8) Analisando as dimensões da sala do NAPE:
É menor do que a sala UFBA NET
É proporcional à sala UFBA NET
É maior que a sala UFBA NET
Tempo de resposta____
9) Em relação à densidade do mapa:
Leve Moderada Pesada
10) Explique como sair do ponto de partida “Eu estou aqui” e chegar a um destino desejado.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Tempo de resposta____
93
APÊNDICE IV
Perfil do Revisor
___
1) Qual seu sexo?
Feminino Masculino
1) Você possui qual tipo de deficiência visual?
Cegueira Congênita Cegueira Adquirida
Outra: ____________________
2) Em qual fase da sua vida ocorreu a cegueira adquirida?
Infância Adolescência Adulta Possui deficiência congênita
3) Em qual faixa etária você se enquadra?
Até 12 anos Entre 13 e 18 anos 19 e 29 anos 30 a 40 anos
41 a 50 anos >50 anos
4) Você é alfabetizado em Braille:
Sim Não
5) Você conhece as letras do alfabeto latino?
Sim Não
52
APÊNDICE V
CRO NOG RAM A
ANO I ANO II
ITEM ATIVIDADES 1 2 3 4 1 2 3 4 INDICADORES DE PROGRESSO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 Revisão bibliográfica sobre
cartografia tátil
x x x Organização de trabalhos científicos, dissertações e teses da área
2 Elaboração de trabalhos científicos sobre
cartografia tátil
x x Inscrição em eventos científicos e estruturação de artigo
3 Elaboração do projeto de pesquisa x x Aprovação na disciplina de metodologia da pesquisa e concordância do
Projeto entre a mestranda e orientadores
4 Aprendizagem de uso do software
Sketchup;
Edição do mapa tátil
x x Acesso aos programas e aquisição de dados espaciais da área de
estudo, modelagem digital de símbolos táteis
5 Visita ao IBC; desenho de símbolos táteis
e tirocínio docente
x x x x Agendamento da visita ao IBC, criação de alguns desenhos
tridimensionais, inclusão do tirocínio na matrícula
6 Defesa do Projeto x Projeto de Pesquisa Finalizado e defesa agendada
7 Propor símbolos táteis com tecnologia de
impressora 3D e testá-los no mapa tátil
indoor do PAF III
x x x Proposta de desenhos definida, agendamento de utilização da
impressora, aquisição de ABS,
agendamento com voluntários para realizar o teste de cognição
8 Qualificação de Pesquisa x Descrição dos resultados parciais e agendamento da qualificação
9 Propor modelo conceitual para elaboração
de mapas táteis com símbolos produzidos
a partir de tecnologia de impressão 3D
x x x x Identificação dos principais roteiros para elaboração de mapa tátil
indoor; configuração ideal para impressão 3d com método FMD
10 Conclusões da dissertação e artigo x x Resultados prontos para análise e estruturação de artigo
11 Revisão da dissertação e defesa x x Análise realizada e defesa agendada
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