UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA
Alan Carlos Barboza Melo
Efeito da suplementação sobre a degradabilidade in situ de forragens tropicais de baixa e alta qualidade
CUIABÁ 2015
Alan Carlos Barboza Melo
Efeito da suplementação sobre a degradabilidade in situ de forragens tropicais de baixa e alta qualidade.
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Joanis Tilemahos
Zervoudakis Orientador do Estágio Supervisionado:
MSc. Renata Pereira da Silva
CUIABÁ 2015
À Deus. Ao meu pai Valdivino (in memoriam).
A minha mãe Telma Lucia.
Ao meu irmão Alex Junior.
Aos meus familiares, “BARBOSA & BARBOZA”
DEDICO!
AGRADECIMENTOS
À DEUS, pela vida e saúde.
A Universidade Federal de Mato Grosso pela oportunidade de realização da
graduação no Curso de Zootecnia.
Aos meus pais pelo ensinamento de vida, amor, compreensão, apoio,
incentivos e confiança.
Ao meu irmão pelo carinho e compreensão em todos os momentos.
A todos os professores da faculdade de agronomia medicina veterinária e
zootecnia, da UFMT.
A todos os amidos da graduação pelo carinho, compreensão, apoio,
incentivos e confiança.
.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Composição dos suplementos experimentais (% matéria seca)................8 Tabela 2. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel
potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de alta qualidade....................................................................................................10
Tabela 3. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de baixa qualidade....................................................................................................11
Tabela 4. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de alta qualidade....................................................................................................12
Tabela 5. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de baixa qualidade....................................................................................................12
Sumário
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3
3. REVISÃO ............................................................................................................... 4
4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 7
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 9
6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 12
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 13
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 14
RESUMO
Avaliou-se o efeito da suplementação energética ou proteica sobre a degradação
ruminal in situ da matéria seca (MS), de Panicum maximum cv. Tanzânia e
Brachiaria brizantha cv Marandu de baixa e alta qualidade. Foram utilizados quatro
novilhos Nelore, machos, canulados no rúmen, com média de peso de 350kg. Em
cada animal foram incubadas amostras dos diferentes capins nos tempos de 0, 3, 6,
12, 24, 36, 48, 72 e 96 horas. A análise da degradação da matéria seca mostrou que
o capim tanzânia de alta qualidade apresentou maior (P<0,05) degradação da fração
insolúvel potencialmente degradável no rúmen, (fração b) quando foi suplementado
com proteina , 52,967. Verificou-se que para o capim tanzania de baixa qualidade a
taxa de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen,
(fração c), foi influenciada pela suplementação, sendo 3,8%/h para os animais que
receberam suplemento proteico e 2,9%/h para o energetico. A taxa de degradação
da materia seca, a fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen, fração (c),
da Brachiaria brizantha cv Marandu de alta qualidade foi influenciada pela
suplementação. Nao houve diferença da suplementação para os parametros
cineticos da Brachiaria brizantha cv Marandu de baixa qualidade.
Palavras-chave: degradação, forragem, suplementação, valor nutritivo.
1
1. INTRODUÇÃO
O sistema de produção de carne bovina em pastagens tem como grande
desafio a utilização de conhecimentos e alternativas tecnológicas capazes de elevar
a produtividade e a qualidade do produto de forma econômica e sustentável, com
mínimo impacto ambiental. Para tanto, o uso de estratégias de manejo do pasto
associadas à suplementação podem potencializar o desempenho dos animais e
otimizar a utilização dos recursos forrageiros (Reis et al., 2012).
É imprescindível o conhecimento da fisiologia de crescimento das gramíneas
ao longo do ano, pois a produtividade e valor nutritivo destas sofrem variação
sazonal devido às condições climáticas. Esta sazonalidade da forragem não permite
desempenho constante dos animais no decorrer do ano, resultando em baixos
índices zootécnicos (Paulino et al., 2008).
Segundo (Reis et al. 2004) quando a forragem apresentar teor de proteína
bruta menor que 8,0% na matéria seca, a microbiota ruminal poderá apresentar
deficiência em nitrogênio, consequentemente, haverá redução na degradação e
digestibilidade da MS pelos microrganismos ruminais, o que acarreta em diminuição
no consumo de MS e perda de peso.
Vale ressaltar que estratégias de suplementação podem ser utilizadas a fim
de contornar o déficit ou excesso de nitrogênio da forragem. Deste modo, a
suplementação proteica é recomendada para situações em que a forragem
apresenta baixo teor de PB e a suplementação energética para situações em que a
forragem apresenta alto teor de PB uma vez que, pode otimizar a utilização de
nitrogênio da forragem (Paulino et al., 2011).
A quantidade e qualidade dos nutrientes do alimento disponíveis para os
microrganismos ruminais podem ser estimadas pela técnica in situ, que, segundo
Orskov e McDonald (1979), propicia uma estimativa rápida e simples da degradação
dos nutrientes no rúmen, além de permitir o acompanhamento de degradação ao
longo do tempo.
A degradabilidade in situ baseia-se na colocação de pequena quantidade de
um determinado alimento em bolsa porosa não degradável e sua subsequente
inserção (ou incubação) no conteúdo ruminal de animais canulados no rúmen
(Casali 2009). Segundo Cabral (2005), a técnica de sacos de TNT é considerada
2
ideal para simular o ambiente ruminal dentro de determinado regime alimentar,
apesar de o alimento não sofrer os efeitos de mastigação, da ruminação e do
escape ruminal.
Desta forma, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação proteica e
energética sob a degradação ruminal da matéria seca, de Brachiaria brizantha e
Panicum maximum de baixa e alta qualidade.
.
3
2. OBJETIVO
Objetivou-se com esse trabalho de conclusão de curso foi avaliar os efeitos da
suplementação energética ou proteica sobre os parâmetros cinéticos da
degradação, in situ, da matéria seca de Brachiaria brizantha e Panicum maximum de
baixa e alta qualidade.
4
3. REVISÃO
A produção de bovinos de corte no Brasil é baseada na utilização de
pastagens tropicais, na região central do Brasil é predominante a ocorrência de
áreas com pastagens cultivadas, e em quase sua totalidade representada por
espécies de gramíneas C4, que possuem melhor adaptabilidade ao clima, sendo
observados principalmente os gêneros Brachiaria e Panicum
(Machado et al., 2010).
As forragens tropicais têm se mostrado mais produtivas que forrageiras de
clima temperado, sendo superiores a 100 kg MS ha/dia, quando manejadas
intensivamente, permitindo taxas de lotação entre 4 e 15 UA/ha na maior parte do
Brasil (Correia, 2006; Ramalho, 2006). Apesar das forrageiras em algumas épocas
do ano não serem consideradas deficientes em proteína bruta (PB), há uma elevada
porção de compostos nitrogenados insolúvel em detergente neutro, considerado de
lenta e incompleta degradação ruminal, o que poderia implicar em carência de
compostos nitrogenados para os microorganismos ruminais para máxima produção
de proteína microbiana (Detmanm et al, 2010), o que possivelmente explica os
ganho adicional com a suplementação durante o período chuvoso do ano.
A utilização de suplementos durante o período chuvoso do ano ainda é
considerada por muitos produtores como desnecessária e ineficiente, sobretudo
quanto ao fornecimento de concentrados proteicos. Isto se deve ao fato de que as
forrageiras no período das chuvas possuem teor de proteína bruta superior a (7%)
(Porto et al., 2009; Zervoudakis et al., 2008), valor este recomendado
por Minson (1990), para não limitar a atividade dos microrganismos ruminais.
No entanto, o pasto durante o período chuvoso do ano não é capaz de
possibilitar ganho de peso próximos aos observados em região de clima temperado
ou quando os animais são confinados, ficando aquém do limite genético dos animais
em pastejo (Poppi & McLennan, 1995). Desta forma, pode-se inferir que em função
de no período das águas também ocorrerem limitações quando ao suprimento de
nutrientes (proteína e/ou energia) aos animais, há potencial nesta época do ano para
o uso de suplementação estratégica de forma viável no aspecto biológico e
econômico.
5
Durante a época das águas, o pasto encontra-se no estádio de
desenvolvimento vegetativo, apresentando maior relação folha:colmo, o que resulta
em maiores teores de PB e menor proporção de frações fibrosas, acarretando em
maior digestibilidade e possivelmente em otimização do desempenho animal, já que
é na folha que se encontram os compostos mais digestíveis das plantas
(Detmanm et al, 2010). Os teores de fibra que permanecem mais baixos durante a
época das águas e com maior fração digestível, devido a menor proporção de lignina
associada, também interferem positivamente no consumo e digestibilidade da
forragem refletindo em maior desempenho animal (Reis et al., 2010).
A utilização de suplementos durante o período da seca tem como objetivo
aumentar o teor proteico da dieta e o fornecimento de proteína degradável no
rumem (PDR), servindo como fonte de composto nitrogenados aos microrganismos
ruminais, satisfazendo as exigências dos animais por intermédio do aumento do
consumo e digestibilidade da forragem, e não através do atendimento direto das
exigências dos animais via suplemento (Sampaio, 2007).
Com base na variação na produção e na qualidade da forragem ao longo do
ano fica evidente a necessidade de fornecer alimentos suplementares aos animais
mantidos em pastagens, quando se deseja maximizar o desempenho animal e
antecipar a idade de abate, tendo em vista que, a magnitude da resposta animal é
dependente da época do ano e das condições do pasto.
Sabe-se que os suplementos formulados devem conter os nutrientes exigidos
por uma categoria animal para determinado desempenho. Deste modo deve-se
avaliar o pasto como a base da dieta durante a recria de bovinos, porém não como
ingrediente único, e nesse contexto tem-se que estudar quais nutrientes são
eficientes em suprir o déficit da forragem e atender as exigências dos animais.
Conhecer a degradabilidade dos alimentos é essencial para formular dietas a
serem fornecidas aos animais, nos cálculos de requerimentos protéicos, e atender
às necessidades dos microrganismos ruminais que, por sua vez, são capazes de
transformar compostos nitrogenados não-protéicos em proteína microbiana,
proporcionando produção mais eficiente (Valadares Filho, 1994; Aroeira et al., 1996).
Teixeira (1997) mencionou que a técnica in situ possui como vantagens a
rápida e fácil execução, a necessidade de pequena quantidade de amostra e o fato
de permitir o contato íntimo entre o alimento e o ambiente ruminal. Portanto, é
considerada como técnica ideal para simular o ambiente ruminal dentro de um
6
determinado regime alimentar específico, apesar de o alimento não sofrer os efeitos
da mastigação, ruminação e do escape ruminal.
Para Deschamps (1994), a degradação ruminal da matéria seca ou das
frações fibrosas, é uma forma de comprovar a expressão da diversidade e arranjos
dos tecidos vegetais, que fazem com que a extração dos nutrientes por parte do
sistema digestivo dos ruminantes seja diferenciada.
Segundo Mehrez e Orskov (1977), a degradação in situ propicia uma estimativa
rápida e simples da degradação dos nutrientes no rúmen, além de permitir o
acompanhamento de degradação ao longo do tempo. Essa técnica vem sendo
utilizada intensivamente por mais de duas décadas, para comparar características
de degradação entre os alimentos e melhorar o conhecimento da digestão ruminal
(Vanzant et al., 1998).
Sob o contexto de forragens tropicais, a degradação ruminal da MS pode
sofre influência do tipo de suplementos alimentar, isto se dá, principalmente, devido
à deficiência de compostos nitrogenados para síntese de enzimas microbianas que
atuam no processo de degradação ruminal da FDN
(Leng, 1990; Paulino et al., 2008; Lazzarini, 2007; Sampaio, 2007).
Lazzarini (2007) avaliou a degradação ruminal de forragem tropical de baixa
qualidade sobre efeitos da suplementação com compostos nitrogenados, verificou-se
que o aumento do nível de PB no rumem via suplemento a valores próximos a 7-8%
incrementou o coeficiente de digestibilidade total da MS e FDN, como efeito da maior
disponibilidade de compostos nitrogenados para síntese de enzima no ambiente
ruminal, o que mostra a interação entre os componentes da dieta
(forragem e suplemento).
Desta forma, dadas às interações forragem e suplemento, a degradação das
foragem isolado deixa de constituir informação nutricional exata, uma vez que sua
utilização dependerá da influência dos demais alimentos (Huhtanen, 1991), tornando
a dieta o ponto chave para avaliações nutricionais.
Diante do pressuposto aqui apresentado, definiu-se como objetivo neste
trabalho de conclusão de curso avaliar os efeitos da suplementação energética ou
proteica sobre a cinética de degradação ruminal da MS de Brachiaria brizantha cv
Marandu e Panicum maximum cv Tanzania de baixa e alta qualidade.
7
4. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte da Fazenda
Experimental da UFMT, município de Santo Antônio do Leverger – Mato Grosso,
próximo das coordenadas de 15°47´5´´ Sul e 56°04´ Oeste, com altitude de 140
metros, durante o período das aguas, no mês de novembro de 2014. Foram
utilizados quatro novilhos Nelores canulados no rúmen, com pesos médios iniciais
de 350 kg. Nos 15 dias antecedente a incubação in situ foram destinados à
adaptação dos animais ao suplemento e os últimos 6 dias para a realização da
incubação in situ.
A área destinada aos animais do experimento foi constituída de quatro
piquetes de 0,25 ha cada, formados com Brachiaria brizantha cv. Marandu, providos
de bebedouros e cochos cobertos para fornecimento do suplemento.
Para avaliar a cinética da degradação in situ do capim Tanzânia de alta e
baixa qualidade e capim marandu de alta e baixa qualidade, submetidos a
suplementação proteica ou energética, foi formulado suplementos constituídos de
milho grão triturado, farelo de soja, ureia e mistura mineral
(Tabela 1).
Tabela 1. Composição dos suplementos experimentais (% Matéria seca)
Ingredientes
Suplementos2
Energético Proteico
Milho grão triturado 90 28
Farelo de soja - 56,45
Uréia: Sulfato de Amônia 9:1 - 5,55
Mistura mineral1 10 10
Total 100 100
PB % 8,1 44,2
NDT % 77,6 69,0
Os suplementos foram distribuídos diariamente às 10:00h na quantidade de
0,37% do PCM e diariamente monitorado o consumo e a sobra dos mesmos.
A forragem para avaliação da degradabilidade ruminal in situ foi coletada
através da simulação manual de pastejo. Sendo que, as amostras de baixa
qualidade foram coletadas durante o período seco e apresentavam teor de proteína
bruta (PB) menor que 7%, e as amostras de alta qualidade foram coletadas no
período das águas, sendo provenientes de forragens adubadas e apresentaram 16 e
12 % de PB, respectivamente, para Tanzânia e Brachiaria.
8
Após a coleta, as amostras das forragens foram secas em estufa de
ventilação forçada a 65 oC, moídas em moinho tipo Willey (com peneira de 2,0 mm)
e colocadas em sacos de TNT na quantidade de, aproximadamente, 2,0g de matéria
seca (MS)/saco, a fim de manter uma relação próxima de 20mg de MS/cm2 de área
superficial do saco. Os períodos de incubação corresponderam aos tempos de 0, 3,
6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, sendo os sacos colocados em tempos diferentes para
serem retirados todos ao mesmo tempo do rúmen. Após o período de incubação, os
sacos de TNT foram lavados em água corrente até que esta se apresentasse limpa,
procedendo-se, então, à secagem. A determinação da MS foi feita em estufa
regulada a 65 ºC, por 72 horas. Os dados de degradabilidade in situ da matéria seca
foram obtidos pela diferença observada entre as pesagens efetuadas antes e após a
incubação ruminal e expressos em porcentagem.
A degradabilidade potencial da MS foi estimada, utilizando-se o modelo
matemático proposto por Orskov & McDonald (1979), descrito como
DP = A + B (1- e-ct ), onde: DP = degradabilidade potencial (%) da fração no tempo;
t = tempo de incubação w(h); A = fração solúvel (%); B = fração insolúvel
potencialmente degradável (%); c = taxa fracional constante de degradação da
fração B(%/h). A soma das frações “a” e “b” é o material potencialmente degradável
no rúmen.
9
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os parâmetros cinéticos da degradação da fração solúvel em água (A) do
capim tanzânia de alta qualidade não foi influenciado pela suplementação proteíca
ou energética (P>0,05) (Tabela 2), a degradação da fração solúvel foi 33,35% e
34,95% para a suplementação proteíca e energética, respectivamente.
A taxa de degradação da fração insoluvel potencialmente degradada (fração
b) foi afetada (P<0,05) pela estratégia de suplementação), a suplementação proteica
proporcionou acréscimo de 5,68% na degradação da fração B, importante considerar
que estratégias de suplementação com proteína neste sentido, podem ser
importantes para potencializar a digestão da matéria seca, mesmo em forragens de
boa qualidade, aumentado o aporte de nutrientes para o animal e, por conseguinte o
desempenho dos animais.
No entanto, não foi verificado diferença (P>0,05) para a velocidade de
degradação da fração (b), uma vez que, ambos os suplementos proporcionaram
uma velocidade de 3%/h na degradação da fração (b). Quanto ao capim tanzania de
alta qualidade, destaca-se o elevado valor do somatório das frações a e b, ou seja,
da degradação potencial no rumem, representando 86,32% da materia seca.
Tabela 2. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente
digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de alta qualidade
Parâmetros Tratamento
CV Valor-P
Proteico Energético
A 33,354 34,945 6,14 0,5276 B 52,967a 47,286b 1,61 0,0196 C 0,0366 0,0359 27,01 0,949
Já para o capim tanzânia de baixa qualidade a estratégia de suplementação
não afetou (P>0,05) a degradação ruminal da, fração (a) e da fração (b) (Tabela 3).
Entretanto a taxa de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no
rúmen (c) foi influenciada pela suplementação (P<0,01), sendo 3,8%/h para os
animais que receberam suplemento proteico e 2,9%/h para o energetico. Nota-se
que a suplementação com proteína em forragens de baixa qualidade, tem a
capacidade de aumentar o aproveitamente de fração potencialmente degradável, no
entanto esta fração representa menor proporção na forragem e desta maneira tem
menor impacto na digestibilidade ruminal da forragem.
10
Neste sentido observa-se que a extensão da degradação do capim de baixa
qualidade foi menor do que o capim de alta qualidade, 54,3 e 86,32%,
respectivamente. Pode-se atribuir ao status fisiológico de cada um dos mesmos e
principalmente a maturidade e lignificação da estrutura celular do capim de menor
qualidade, que dificulta o acesso dos microrganismos ao conteúdo celular o desta
maneira a quebra dos compostos estruturais da celula vegetal.
Tabela 3. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de baixa qualidade
Parâmetros Tratamento
CV Valor-P Proteico Energético
a 24.499 24.788 4.42 0.8157
b 29.930 35.799 8.82 0.1802
c 0.038a 0.029b 0.80 0.0008
Há uma tendência da suplementação energética aumentar a degradação das
frações A e B (P<0,1), demonstrando que energia poderia ser limitante neste
sistema, e o aporte extra de carboidratos pela suplementação melhora o
acoplamento entre energia e proteína no rúmen potencializando a degradação da
forragem de boa qualidade. Já a taxa de degradação da fração C é aumentada para
(P<0,05) para suplementação proteica. Neste sentido pode-se considerar que a
quebra da fração lentamente degradável é dependente do teor e perfil de proteína
na dieta.
Tabela 4. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de alta qualidade
Parâmetros Tratamento
CV Valor-P Proteico Energetico
a 38.510 39.536 0.75 0.0725
b 41.961 51.637 5.17 0.0573
c 0.045a 0.027b 10.45 0.0417
Quanto aos parâmetros cinéticos da degradação da MS, do capim marandu
de baixa qualidade, nota-se que todos os parametros avaliados não foram
influenciados pela suplementação (P>0,1), destaca-se assim que a melhoria na
degradação da fibra com utilização de suplementos é dependente da qualidade da
11
forragem. Sendo que forragens em elevado grau de maturidade, extremamente
lignificadas, não serão mais degradadas com utilização de suplementos, desta
maneira estratégia de suplementação com maior inclusão podem ser utilizadas para
manter o desempenho animal em patameres mais elevados.
Tabela 5. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente
digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de baixa qualidade
Parâmetros Tratamento
CV valor-P Proteico Energético
a 21.571 20.686 5.02 0.4923
b 41.716 38.846 8.15 0.4745
c 0.022 0.030 45.02 0.5777
12
6. CONCLUSÕES
A suplementação proteica proporciona acrescimo na degradação da fração b
do capim Tanzania de alta qualidade e maior taxa de degradação do capim
Tanzania de baixa qualidade e do marandu de alta qualidade.
13
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de conclusão de curso me proporcionou um maior conhecimento
técnico, experiência e criteriosidade no desenvolvimento de experimentos, além de
contribuir para o aumento da minha maturidade pessoal.
O desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso pode evidenciar
alguns aspectos que devo aprimorar profissionalmente.
14
REFERÊNCIAS
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