UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2012
RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA
CARLA TAISSA LAUREANO SANTANA
INICIAÇÃO CIENTÍFICA – VOLUNTÁRIA 2012
PLANO DE TRABALHO:
Plano de Barcelona: Contribuições para o Planejamento Urbano Contemporâneo
Relatório apresentado à Banca de Avaliação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo para o 20º Evento de Iniciação Científica da da Universidade Federal do Paraná – UFPR por ocasião da conclusão das atividades voluntárias de pesquisa.
NOME DO ORIENTADOR:
Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
TÍTULO DO PROJETO:
Arquitetura e Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico
BANPESQ/THALES: 2007021212
CURITIBA
2012
1 TÍTULO
Plano de Barcelona: Contribuições para o Planejamento Urbano Contemporâneo
2 RESUMO
Capital da Comunidade Autônoma da Catalunha, Barcelona é a segunda maior cidade da
Espanha, com cerca de 1,6 milhões de habitantes, sendo que sua região metropolitana abriga
quase 5 milhões de pessoas, o que corresponderia à sexta maior área de concentração urbana da
União Europeia. Localizada na Costa do Mediterrâneo, foi fundada como Barcino pelos romanos
no século I a.C., embora sua região tenha sido ocupada muito antes, por gregos e cartagineses.
De importância relativa, a cidade passou a se desenvolver de forma progressiva em finais do
século XVIII, quando sua economia deu bases à industrialização no século seguinte, o que
promoveu a derrubada das antigas muralhas que a envolviam e a incorporação de outras cidades
próximas à Grande Barcelona: Gràcia, Horta, Les Corts, Sarrià, Sants, Sant Andreu de Palomarià,
Sant Gervasi de Cassoles e Sant Marti de Provençals. Através de um amplo plano de
urbanização, criado por Ildefons Cerdà, Barcelona ingressou no século XX como um dos maiores
centros urbanos da Europa, tendo sido sede de duas Exposições Universais (1888 e 1929) e dos
Jogos Olímpicos de 1992.
Esta pesquisa de iniciação científica faz parte do projeto intitulado “Arquitetura e
Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico” e estuda a planificação de
Barcelona, iniciada em 1859, com a criação do bairro de L’Exaimple, até sua situação atual, de
modo a refletir sobre a importância do planejamento urbano. Por meio do levantamento web e
bibliográfico de informações sobre sua situação geográfica, evolução histórica e desenvolvimento
socioeconômico, buscou-se caracterizar o contexto de sua industrialização e consequentes
motivações que levaram à sua reforma urbana, apontando as diretrizes utilizadas na planificação
e descrevendo suas características e principais elementos, de modo a definir quais foram suas
contribuições para o planejamento contemporâneo. Partindo dos estudos de Cerdà sobre a cidade
espanhola no século XIX, descreveu-se e analisou-se os impactos deste processo, assim como
seus desdobramentos, concluindo-se que o mesmo apresentou tanto aspectos positivos, relativos
à organização territorial, redistribuição populacional e zoneamento funcional, quanto negativos,
devido à especulação imobiliária, fluxo viário e desrespeito a diretivas de planificação urbana.
3 OBJETIVOS
Basicamente, pretende-se fazer uma pesquisa web e bibliográfica sobre a planificação da
cidade de Barcelona (Espanha) iniciada no século XIX, descrevendo suas características e
principais elementos, de modo a definir quais foram suas maiores contribuições para o
planejamento urbano contemporâneo.
4 INTRODUÇÃO
A Revolução Industrial, ocorrida na passagem do século XVIII para o XIX, inicialmente na
Inglaterra, ocasionou modificações fundamentais nas cidades no âmbito industrial, tanto nos
aspectos físicos como socioculturais, além de provocar transformações decisivas nos transportes,
nos sistemas de comunicação e nas atividades produtivas, o que obviamente se refletiu no
urbanismo moderno. De acordo com Goitia (2003), políticas econômicas – tais como o laissez-
faire1 e a subdivisão dos trabalhos nas indústrias, com bases em Adam Smith (1723-90), assim
como a visão da indústria como centro regulador de todo o sistema econômico, proposta por
Jeremy Bentham (1748-1832) – contribuíram, de forma geral, para uma economia mais utilitarista,
a qual desenvolveu as máquinas, os modos de produção e os meios de transporte, de modo a
conseguir maior produção em menor tempo e com preço mais competitivo para o mercado. Para
isso, também se diminuía o salário dos operários e obrigava-os a viverem próximos das fábricas
para que se garantisse maior produtividade.
Assim, segundo o mesmo autor, desenvolveram-se rapidamente os chamados “bairros
operários” (slums) com condições precárias de sobrevivência: além da proliferação de muitas
doenças graças à pouquíssima higiene, também se aglomeravam milhares de pessoas em
espaços muito pequenos, quase sem ventilação e iluminação naturais. Em paralelo, as fábricas
progressivamente causarem a poluição e a degradação do meio ambiente dos centros urbanos
onde se instalavam, os quais passaram a ser conhecidos como “cidades industriais”. E essa
“aceleração” na produção e na transformação no modo de vida e consumo acabou se refletindo
no desenvolvimento dessas cidades, que acabavam crescendo de modo desordenado e precário.
Tudo era priorizado e pensado de acordo com as necessidades das indústrias – enfatizando sua
produção, escoamento e lucro –, o que deixou tais centros na condição de verdadeiros “caos”.
As cidades industriais – primeiro na Inglaterra, depois na França e nos Países Baixos,
atingindo a posteriori outras capitais europeias no decorrer do século XIX – enfrentavam
problemas como: a superpopulação, a implantação desordenada de indústrias e o
desenvolvimento acelerado de ferrovias, o que promoveu como consequência de uma etapa inicial
de industrialismo o surgimento das primeiras leis sanitárias2, para a seguir aparecerem as
primeiras providências em ações urbanísticas, o que conduziu a diversas reformas urbanas em
varias metrópoles europeias (BENEVOLO, 1998).
1 A expressão laissez-faire (“deixar-fazer” ou “deixar-passar”, em francês) tem o significado de liberdade econômica e de produção
política, ou seja, consiste no processo de produção em que o Estado não deveria interferir na economia, mas apenas assegurar a ordem, a propriedade e a liberdade individual. Deste modo, a economia devia realizar-se a partir da livre iniciativa e da livre concorrência entre os empresários; característica predominante do liberalismo econômico entre os séculos XVII e XIX vigente na Revolução Industrial (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, 1997).
2 Diante da situação de calamidade das cidades industriais em pleno século XIX, quando a população estava sujeita a edifícios
insalubres, sem ventilação e com muita umidade, formando aglomerados, carentes de saneamento básico (tratamento inadequado de detritos e esgoto a céu aberto), os higienistas, baseados em estudos de Edwin Chadwick (1800-90) sobre o tema, reivindicaram medidas para remediar tais carências sanitárias e, diante da percepção de que eram problemas constantes em todas as cidades, causando a proliferação de muitas doenças, propuseram a criação de uma legislação sobre construção e instalações urbanas. Tais leis sanitárias, por exemplo, requeriam a criação de redes de esgoto projetadas em um relevo adequado, além de pavimentação e
Conforme Goitia (2003), começou-se, em meados do século XIX, a desenvolver teorias de
cidades planejadas, mais organizadas e com melhores condições de moradia para os
trabalhadores. Apareceram modelos utópicos para novas cidades industriais – muitos dos quais
sem conseguir rebatimento na prática –, assim como teorizações que defendiam novas formas de
organização espacial como, por exemplo, as “cidades jardim” (garden cities), propostas por
Ebenezer Howard (1850-1928). Ao mesmo tempo, empreenderam-se as chamadas “reformas
urbanas”, que na prática transformaram radicalmente várias cidades com centros antigos –
abrindo ruas, implantando espaços públicos e modificando o traçado urbano –; ou ainda,
ampliando outras cidades preexistentes, nas quais o núcleo mais antigo expandia-se para uma
cidade nova – planejada –, preparando terrenos para novos bairros residenciais, edificações
comerciais, praças e vias públicas que atendessem as novas necessidades.
Neste contexto da expansão da industrialização, outras
importantes cidades também tiveram planos de reforma, tais
como a capital espanhola, Madrid, cujo plano de expansão foi
realizado em 1850; a capital austríaca, Viena, onde o terreno
livre entre a cidade medieval e a periferia barroca (Ringstrasse)
foi urbanizado a partir de 1857; e Florença, que se tornou
capital da Itália de 1864 a 1871. Não se pode deixar de citar a
experiência predecessora de Nova York, que executou um
plano de expansão na região da ilha da Manhattan, a partir de
1811 (Fig. 01), este elaborado por uma comissão composta por
Gouverneur Morris (1752-1816), Simeon De Witt (1756-1834) e
John Rutherfurd (1760-1840). Os norte-americanos utilizaram
uma malha, até então inédita, de vias ortogonais entre si
(Avenues, no sentido Norte-Sul; e Streets, no sentido Leste-
Oeste), mostrando uma nova tendência de traçado urbano,
diferente dos tradicionais planos barrocos; e trazendo à tona
costumes e tradições características dos EUA – aplicação de
retículas e ortogonalidade na divisão territorial –, priorizando as
moradias em detrimento de áreas livres – com exceção, o
Central Park, implantado a partir de 1856, segundo plano
próprio (BENEVOLO, 1998).
FIGURA 01 – Plano de Nova York (1911).
alargamento de ruas, o que fez com que muitos governos passassem a exigir vários requisitos de higiene às residências (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, 1997).
Entretanto, nenhum outro plano de reforma urbana foi tão completo como o da cidade de
Paris, executado pelo Barão de Haussmann (1809-91), em pleno Segundo Império, entre 1853 e
1870 (Fig. 02). Com o intuito de ordenar a cidade, a proposta utilizava um sistema com largas
avenidas retilíneas (Boulevards) com comprimento total de aproximadamente 137 km. Entre seus
objetivos, estava o intuito de dar maior velocidade ao tráfego e conferir um rosto representativo à
cidade, além de evitar barricadas como na época da Revolução Francesa (1789/91) (GYMPEL,
2000).
As reformas de Paris consistiram também na criação de praças e amplos parques, assim
como a criação de novos subúrbios, a reconstrução de prédios estratégicos nos novos bulevares e
a renovação nos sistemas de água, saneamento, iluminação e transporte público. Segundo
Benevolo (1998), Haussmann, por meio da regularidade e utilização de edifícios monumentais e
fachadas uniformes como plano-de-fundo das ruas procurou enobrecer a cidade. Também houve
a reforma de todo administrativo da capital francesa, com a descentralização proposta a partir da
subdivisão em 20 arrondissements (setores administrativos), além da instalação de novos edifícios
públicos. Assim, o plano de Paris teve preocupações estéticas, técnicas e higienistas, tendo sido
muitas delas cumpridas e
transformando a cidade em
modelo a ser copiado em várias
partes do mundo, inclusive fora a
França e Europa.
FIGURA 02 – Plano de Paris (1853/70).
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na Espanha, como o processo de industrialização ocorreu de forma mais atrasada que o
restante da Europa, especialmente quanto à Inglaterra e à França, a questão principal, de acordo
com Goitia (2003), era como resolver o problema da concentração populacional em algumas
cidades, o que causava escassez de habitações, além da queda da qualidade de vida. Sem
dúvida, o maior destaque ocorreu em Barcelona, capital da Comunidade Autônoma da Catalunha3
e próspero centro industrial às margens do mar Mediterrâneo. O plano para a sua ampliação foi
uma iniciativa com muitos aspectos e resultados positivos, os quais mudaram a forma de se
pensar o urbanismo, tanto dentro como fora daquele país.
3 Região com autonomia política da Espanha, o Estado Catalão é formado por Lleida, Girona, Tarragona e Província de Barcelona,
sendo o mais rico e industrializado do país, além de ser muito requisitado pelo turismo. A Catalunha localiza-se no Nordeste espanhol e faz divisa com a França pelos montes Pirineus, a Norte com Andorra, a Leste com o Mar Mediterrâneo, ao Sul com Valência e a Oeste com Aragão. Tem como capital principal Barcelona, onde vive a maioria de seus habitantes, além de língua própria, o Catalão, apesar de ser considerado oficial o Espanhol (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, 1997).
Localizada na costa nordeste da Espanha, Barcelona surgiu como um destacado porto
marítimo há mais de um milênio, por onde produtos eram exportados e se recebia a importação de
maquinários e alimentos como carne bovina. Trata-se da cidade industrial e comercial mais
importante do país, destacando-se atualmente
pela produção de algodão, lã, seda, papel, vidro
e couro, além das importantes indústrias
metalúrgica, automobilística e química; e também
de produtos agrícolas como laranja, limão, uva e
azeitona, entre outros. A capital catalã também é
um grande centro cultural e educacional, sendo
dotada de uma grande rede viária e linhas
férreas que ligam-na a outras cidades da
Espanha e da França (Fig. 03).
FIGURA 03 – Mapa da Catalunha, Espanha.
A cidade foi fundada aproximadamente no ano de 230 d.C. por Amílcar Barca (c.275-228
a.C.), um general cartaginês que nomeou-a como Barcino (Fig. 04). Desde o século XII,
destacava-se na indústria e no comércio. Foi governada por uma sucessão de condes até o
século XII, quando, em 1137, uniu-se ao Reindo de Aragão. Já como capital da Catalunha, sofreu
dominação francesa entre 1640 e 1652; e novamente de 1808 a 1813, durante as Guerras
Napoleônicas. Porém, em ambas situações, a Espanha conseguiu recuperar seu domínio (Figs.
05 e 06). No século XIX, Barcelona foi palco de diversas revoltas contra a monarquia espanhola e,
no século passado, revoltas trabalhistas violentas, além de ter sido sede do Governo Republicano
durante a Guerra Civil Espanhola (1936/39). Não se pode deixar de citar sua maior contribuição
arquitetônica representada por El Modernismo; versão própria do Art Nouveau europeu que
encontrou no arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926) seu máximo expoente.
FIGURA 04 – Reconstituição em planta e perspectiva de Barcino (Séc. III d.C.).
(1)
(2)
(3)
FIGURA 05 – Evolução urbana de Barcelona: (1) de 989 a 1249; (2) de 1250 a 1349; e (3) de 1350 a 1705.
Idealizado por Idelfons Cerdà4 (1815-76) e aprovado em junho de 1859, o plano de
Barcelona constitui-se, segundo Benevolo (1998), em um exemplar do que se chama “urbanística
neoconservadora”, pelo fato de, embora promover um planejamento urbano de moldes
praticamente modernos, ainda conserva vários aspectos que o aproximam da prática urbanística
comum até aquela época, em que se priorizam aspectos funcionais, técnicos e estéticos, sem
levar em consideração aspectos
socioculturais. Além disso,
diferenciando-se de Paris, no
caso da cidade espanhola,
realizou-se uma ampliação,
preocupando-se sobretudo em
aumentar a área urbanizada a fim
de acolher novos habitantes.
Construíram-se assim anéis de
novos bairros ao longo do
perímetro da “cidade antiga”
(Ciutat Vella); parte mais antiga
de Barcelona, de traçado
essencialmente medieval. Isto
resultou em duas partes
antagônicas – o núcleo antigo,
formado por um emaranhado de
ruas e vielas; e o bairro novo,
traçado segundo uma retícula de
proporções audaciosas –, mas
que, ao final, resultaram na
paisagem característica da
cidade.
FIGURA 06 – Plantas de Barcelona no século XVIII.
Ao contrário de Haussmann em Paris, Cerdà não fez a expropriação e derrubada do tecido
antigo, mas sim adicionou ao redor do “bairro gótico” (Barri Gòtic) as novas construções que
constituíam as residências em geral; as edificações comerciais e institucionais; e os espaços
públicos, tais como: praças, parques e jardins. Implantou ruas mais adequadas ao tráfego e
4 Ildefons Cerdà i Sunyer nasceu no Município de Sant Martí de Centelles, em 23 de dezembro de 1815; e formou-se em engenharia,
realizando varios estudos sobre o urbanismo e, portanto, considerado precursor do planejamento urbano moderno. Veio a falecer em Caldas de Besaya, no dia 21 de agosto de 1876 (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, 1997).
circulação, ou seja, vias mais largas com espaços diferenciados para os pedestres e o meio
principal de transporte da época, as charretes (BENEVOLO, 2001).
FIGURA 07 – Plano Cerdà (1859, Barcelona).
Baseando-se em estudos sobre a cidade de Barcelona, conforme Soria y Puig (1996),
Cerdà desenvolveu o projeto de quadras de 113m x 113m, sendo que cada conjunto de nove
quarteirões inscrevia-se em um quadrado de 400m de lado (Fig. 07). O formato quadrangular teria
sido escolhido para que se tivesse igualdade nos direitos dos proprietários e na repartição da luz
solar, garantindo boa circulação, de modo uniforme; e também por oferecer um padrão para o
crescimento, pois para o engenheiro a quadrícula tinha uma tendência essencialmente expansiva,
evitando que as pessoas se concentrassem apenas em alguns pontos.
FIGURA 08 – Esquema do cruzamento das quadras do Plano Cerdà (1859, Barcelona).
As quadras teriam vértices cortados – diagonalmente –, cada um apontando para um ponto
cardeal, formando praças octogonais de 20m de lado em cada cruzamento, o que facilitaria o fluxo
de andamento das charretes, as quais circulariam melhor no momento em que precisassem
realizar curvas (o vértice do quadrado dificulta mais esse movimento), permitindo uma maior
amplitude visual dos edifícios de esquina e transformando o simples cruzamento de ruas em um
novo espaço (Fig. 08). Tais quadras deveriam ser ajardinadas para “ruralizar” a cidade, garantindo
um ambiente mais saudável e permitindo que a passagem dos pedestres pela mesma não fosse
monótona, além de contribuírem com a ventilação e a iluminação dos edifícios. Deveriam ser
abertas para garantir boa ventilação, preservando o isolamento além da independência da casa
na urbe e ainda evitando a monotonia da quadrícula (SORIA Y PUIG, 1996; FIGUEROA, 2006).
Além disso, o traçado proposto era orientado na direção NE-SO e NO-SE para repartir de
forma igualitária a insolação. Segundo o mesmo autor, os edifícios ocupariam a periferia do
quarteirão (dois lados paralelos ou três lados), deixando o arquiteto múltiplas possibilidades para
locação das edificações, o que ficaria por escolha do proprietário. Os prédios não deveriam ter
muita altura – máximo de três ou quatro pavimentos – e deveriam possuir entre si “corredores
arborizados” com equipamentos comunitários. As ruas, por sua vez, teriam 20 m de largura, sendo
planejadas conforme critérios específicos, tais como: os princípios da orientação solar, largura,
perfis transversais, tipo de pavimentação e diferença de cotas, entre outros.
Para Soria y Puig (1996), a nova rede viária ainda atendia outra necessidade: evitar lutas
de barricadas. Embora não se associe muito a cidade espanhola com esse tipo de revoltas, elas
ocorreram diversas vezes, inclusive o próprio engenheiro catalão participou de algumas. Tal
preocupação estava presente em praticamente todos os planos de reforma urbana dessa época,
ou seja, construir ruas largas sem muitas sinuosidades que formassem “esquinas perigosas” com
pontos fáceis de proporcionar esse tipo de batalha. Com muitos espaços abertos e praças que se
formavam nos cruzamentos das ruas, o traçado proporcionava um espaço livre que dificultava
mais essa categoria tradicional de lutas.
Cerdà procurou interagir paisagens, praças e quarteirões entre si, proporcionando
harmonia para a cidade através da relação altura x largura dos edifícios e também na relação da
casa com o quarteirão. Previa-se também grandes diagonais, que cortavam toda a cidade e
criavam quadras com formas irregulares, valorizando assim a fachada dos edifícios e a arquitetura
da época. Essas ruas diagonais também integravam a “nova Barcelona” com os núcleos urbanos
vizinhos, além do núcleo medieval. Dessa forma, o engenheiro não impôs simplesmente uma
nova ordem na cidade, indiferente ao contexto da época, mas sim ajustou as bordas desses
diferentes espaços, ligando-os através dessas diagonais que partiam de conexões preexistentes
(SORIA Y PUIG, 1996; CASTELNOU, 2007).
De acordo com Bohigas et al. (1992), em seu plano, Cerdà apenas ampliou a cidade,
aumentando sua área urbanizada de forma ordenada e, portanto, não interveio em sua parte
antiga, descaracterizando-a, o que fez com que Barcelona ganhasse um caráter de pluralidade,
mantendo aspectos heterogêneos, os quais a qualificam até os dias atuais. Para Goitia (2003), ele
merece agradecimentos, já que proporcionou um melhor desenvolvimento para a metrópole.
Entretanto, já em seu início, essas reformas foram tomadas e controladas pelo mercado da
especulação imobiliária, o qual desrespeitou o planejamento previsto para a cidade e trouxe
novamente problemas ao seu desenvolvimento, especialmente devido ao aumento do tamanho e
da quantidade de edificações.
Além disso, conforme Benevolo (2001), ao contrário do plano de Haussman para Paris, o
de Barcelona não foi totalmente consolidado. Seus resultados não foram os esperados, pois
mostrou uma paisagem urbana monótona e sem atrativos graças ao domínio da especulação
imobiliária. Também se percebeu que se tratava de um plano que favoreceu somente a uma parte
da população – principalmente a burguesia industrial e comercial –, que acabou se instalando no
setor organizado da cidade, enquanto o resto das classes menos favorecidas e proletárias formou
um novo subúrbio, o qual apresentaria os mesmos problemas anteriores de urbanização.
Posteriormente ao plano, ocorreram eventos importantes na cidade, como feiras
internacionais que ocasionaram novas reformas urbanas. Em 1888, aconteceu no Parc de la
Ciutadella a Exposição Universal de Barcelona (Fig. 09), cujo portão principal foi o Arc del Triomf,
construído em tijolos no estilo
mudéjar, com esculturas
representando o artesanato, a
indústria e os negócios da época.
O Palau de la Música Catalana, o
Teatro de Ópera Liceu e o Mercat
La Boqueria também foram
construções para esta feira
mundial, além do Monument a
Colón; uma estátua de bronze
representando Colombo apontando
para o mar sobre uma coluna de
60m de altura, que é hoje um
marco de Barcelona. Aconteceu
ainda a melhoria da cidade através
de novas edificações e do término
de construções já iniciadas,
proporcionando melhor
infraestrutura para os moradores.
FIGURA 09 – Exposição Universal de Barcelona (1888).
Outro evento fundamental para o planejamento da cidade foi a Feira Internacional de 1929
(Fig. 10), em que se destacou a criação do Pavelló Mies Van der Rohe – pavilhão alemão
demolido após o evento, mas
reconstruído posteriormente –; o
neo-renascentista Palácio de Artes
Gráficas, que hoje é sede do
Museu Arqueològic; o Palácio
Nacional, atualmente Museu
Nacional d’Art de Catalunya; e o
Pouble Espanyol; uma espécie de
vila espanhola que foi construída
para mostrar a tradição e
artesanato do país, onde diversos
estilos arquitetônicos e construtivos
de toda a Espanha estão expostos
em 16 casas ao longo de ruas que
se irradiam de uma praça principal.
FIGURA 10 – Feira Internacional de
Barcelona (1929).
A exposição de 1929 também produziu algumas construções da Plaça d’ Espanya, como
por exemplo, dois campanários venezianos que ladeiam a praça, com 47m de altura, além da
avenida principal – Avinguda de la Reina María Cristina –, onde se alinham os diversos edifícios já
citados, que foram construídos para a feira internacional. Todas as construções citadas ficam na
colina de Montjuïc que se situa no Sul da cidade, sobre o porto comercial, com cerca de 213 m de
altura. Alguns acreditam que o lugar já foi uma pequena colônia celta e abrigou um templo romano
dedicado a Júpiter, além de um cemitério judeu que teria inspirado o nome da colina (“Monte dos
Judeus”). O que se sabe é que o local era escasso em água até 1640 quando se construiu um
castelo na região. Porém, foi somente com a feira de 1929 que Montjuïc transformou-se no que é
hoje, um dos pontos turísticos mais visitados e procurados da capital catalã, recebendo depois,
em 1992, algumas esportivas das Olimpíadas.
Com sua evolução no decorrer do século XX, novas intervenções e reformas urbanas
foram feitas em Barcelona e região metropolitana, porém, segundo com Bohigas et al. (1992),
ainda se manteve a “herança” urbanística do plano de 1859. Um bom exemplo foi a realização dos
Jogos Olímpicos de 1992, os quais promoveram mudanças na metrópole espanhola, mas sempre
se respeitando o traçado original de Cerdà em quadrícula, preenchendo-as inclusive com
elementos do plano funcionalista desenvolvido por arquitetos do GATCPAC5 em colaboração com
Le Corbusier (1887-1965), o Pla Macià (1931/38).
Visando adaptar a cidade para que pudesse abrigar os jogos, atletas e turistas durante o
evento, as intervenções para as Olimpíadas de 1992 trouxeram melhorias em infraestrutura e na
qualidade de vida dos catalães, assim como levaram prosperidade e desenvolvimento à
Barcelona, projetando-a a nível internacional, o que atraiu investimentos e impulsionou a
economia, tornando-a mais importante do que já era para a Espanha. As reformas ampliaram e
criaram além dos equipamentos desportivos, equipamentos culturais, espaços públicos, hotéis,
escolas, comunicações e novos sistemas de transporte. Algumas dessas intervenções que
merecem destaque foram: a Vila Olímpica, a Plaça del Països Catalans, o Estádi Olímpic e o
Palácio dos Desportes Sant Jordi – ambos construídos no Anillo Olímpic situado em Montjuïc –, a
remodelação do aeroporto e a torre de comunicações da cidade, projetada pelo arquiteto britânico
Norman Foster (1935-). Além disso, também houve a reforma de edifícios já existentes em
Montjuïc desde a feira internacional de 1929, demonstrando mais uma vez a preocupação catalã
em manter suas tradições aliadas à atualidade.
FIGURA 11 – Planta contemporânea de Barcelona, onde é possível identificar: (1) Núcleo antigo (Ciutat Vella ou Barri
Gòtic); (2) Expansão do Plano Cerdà (L’Eixample); (3) Antigo porto (Barceloneta); (4) Parc de la Ciutadella (Exposição Universal de 1888); (5) Montjuïc (Feira Internacional de 1929 e Anillo Olímpic de 1992); (6) Vila Olímpica de 1992 e;
finalmente, (7) a Plaça del Països Catalans .
5 O Grupo de Artistas y Técnicos Españoles para el Progreso de la Arquitectura Contemporánea – GATCPAC, liderado pelo arquiteto
espanhol José Lluís Sert (1902-83), tornou-se a maior referência do urbanismo catalão republicano. Seu primeiro projeto foi a
urbanização da Avinguda Diagonal, em 1931, onde se aplicaram os princípios ortodoxos do racionalismo arquitetônico, em que a
quadra fechada de Cerdà foi substituída por extensos blocos longitudinais. Em 1932, publicou-se a Ciutat de Repós; uma proposta de
colônia de férias dentro da preocupação do Movimento Moderno pela higiene, lazer e recreação. E, em 1934, completou-se com a
proposição ambiciosa do Pla Macià, o qual visava a criação de uma nova Barcelona, contando com o apoio de Le Corbusier (1887-
1965). Segundo esse plano, o crescimento da cidade deveria se fazer descartando as propostas radiais e conservando a organização
reticular de Cerdà, porém com um módulo maior (um quarteirão novo equivaleria a nove das quadras antigas). Preocupação especial
foi dedicada à faixa litorânea, ao zoneamento funcional e à modificação da legislação urbana. Tal plano não acabou se efetivando por
completo devido à eclosão aos desdobramentos da Guerra Civil Espanhola (1936/39) (TARRAGÓ, 2012).
Até hoje, Barcelona é uma cidade onde coexistem concepções e modos de vida diferentes,
o que esboça seu perfil como uma cidade do presente que procura seu futuro (Fig. 11). Em outras
palavras, a principal contribuição do plano de Cerdá consistiu na imposição de um plano diretor
para organizar o crescimento da cidade desde então, melhorando a vida de sua população e a
própria situação urbana de Barcelona, contribuindo para condições de melhor higiene, circulação,
acessibilidade, legibilidade, funcionalidade e setorização da cidade, o que favorece mais
qualidade de vida, entre outros aspectos (BOHIGAS et al., 1992).
Segundo Bidou-Zachariasen (2006), Barcelona, diferentemente das cidades anglo-
saxônicas, possui um centro de valor simbólico que o urbanismo contemporâneo tenta preservar.
Não acontecendo reformas drásticas, atualmente se abrem espaços públicos onde se inserem
alguns equipamentos culturais, sempre preservando o núcleo histórico (Fig. 11). A autora ainda
cita uma recente reforma da Ciutat Vella planejada para tentar sanar problemas atuais de
infraestrutura causados pela grande imigração para esse setor. O governo está tentando organizar
esse bairro central para que fique atrativo a atividades do terceiro setor, inclusive integrando a
população local e trazendo assim melhor qualidade de vida.
6 METODOLOGIA
De caráter teórico e exploratório, esta pesquisa de iniciação científica foi baseada na
revisão web e bibliográfica, tendo sido realizada por meio da investigação, seleção e coleta de
fontes impressas nacionais e internacionais; ou ainda publicadas on line, que tratavam direta ou
indiretamente sobre o Plano de Barcelona. Além de material para registro computacional, gráfico e
fotográfico, utilizou-se as instalações físicas destinadas ao docente-adjunto, autor do projeto e
lotado na subárea de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, em Regime de Dedicação
Exclusiva, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, com a participação de 01 (uma) discente
do curso de graduação, autora do presente relatório.
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O plano de urbanização proposto por Idelfons Cerdà (Fig.
12) para a cidade de Barcelona, na segunda metade do século
XIX, contribuiu, a exemplo de outras reformas urbanísticas do
mesmo período, com a higienização e organização da cidade,
que, como já citado anteriormente, sofria com os pontos
negativos da industrialização: falta de saneamento, ventilação,
proliferação de doenças, acúmulo de lixo e sujeira pela cidade
que tinha construções sem nenhum planejamento e uma
população acima do que seu traçado medieval suportava,
causando um alto índice de mortalidade em Barcelona.
FIGURA 12 – Idelfons Cerdà (1815-76).
Cerdà foi inovador para sua época, não seguindo a tradição da arquitetura clássico-barroca
e do desenho urbano vigente nas principais cidades da Europa – como em Paris ou Viena, entre
outras –, tendo como elemento de destaque a “busca da variedade”. Além de utilizar elementos
como praças, ruas e avenidas, de forma mais livre – e não impor uma linguagem arquitetônica,
como ocorrera na Paris haussmanniana –, utilizou a “quadra aberta”, o que possibilitava maior
diversidade e transformava espaços que até então eram privados em semi-públicos ou mesmo
públicos (inclusive mudando a relação entre o público e o privado), melhor integrando os
quarteirões com a cidade. Ao combinar os elementos de seus estudos anteriores sobre Barcelona
e utilizá-los com extrema variedade, cuidando inclusive de detalhes das quadras, Cerdà
possibilitou maior autonomia das construções, realçando o valor das ruas e das esquinas; e
potencializando a interdependência das vias de circulação e espaços urbanos.
Com a quadrícula característica, composta por octógonos e atravessada por diagonais, o
engenheiro catalão fez com que Barcelona ganhasse uma identidade própria, garantindo em
“estilo” exclusivo da cidade. Contudo, existem pontos negativos em seu plano de urbanização,
alguns dos quais salientados por autores como Soria y Puig (1996), já que o traçado em retícula
foi muito discutido e criticado na época, principalmente em relação a uma suposta “monotonia”, o
que foi contornado pela proposta de diferentes formas de ocupação das quadras, fazendo com
aparecessem espaços diferenciados. Outro ponto considerado refere-se à necessidade de
circulação por diversos meios. Inicialmente, a proposta era composta por ruas mais largas e
comprimento de 30m, porém como passariam por lá pedestres e charretes que poderiam circular
com diferentes velocidades e sentidos, alterou-se a configuração das ruas para que tivessem
largura de 20m, com espaços de 5m de cada lado reservados para a circulação de transeuntes. O
próprio desenho das quadras que na época atendeu as necessidades, depois se mostrou inviável
para circulação de automóveis, os quais dependem de semáforos e sinais de trânsito para
conseguirem circular bem, sem riscos de acidentes.
A partir da pesquisa web e bibliográfica, foi possível reunir uma série de ilustrações que
permitem uma compreensão mais abrangente das ideias do plano de Cerdá para Barcelona, o
que vem disposto na sequência (Figs. 13 a 20).
FIGURA 13 – Esquemas preliminares do plano de Cerdà para Barcelona: ligação de núcleos urbanos e retícula.
FIGURA 14 – Plano Cerdà (1859, Barcelona).
FIGURA 15 – Dimensionamento e evolução da ocupação das quadras propostas pelo Plano Cerdà (1859, Barcelona).
FIGURA 16 – Estudo de Idelfons Cerdà sobre o cruzamento de vias em cidades.
FIGURAS 17 e 18 – Esquema do Plano Cerdà (1859, Barcelona), com perspectiva e ocupação ocorrida das quadras.
Maquete mostrando a ocupação prevista, com a reserva de áreas verdes, o que não foi respeitado.
FIGURA 19 – Situação do bairro L’Eixample, sua divisão administrativa e ocupação das quadras.
FIGURA 20 – Vistas aéreas de Barcelona contemporânea, destacando-se a ocupação de suas quadras.
8 CONCLUSÕES
O plano urbanístico de Idelfons Cerdà (1815-76) para Barcelona trouxe muitas vantagens à
cidade, contribuindo para seu desenvolvimento no contexto da industrialização. Ao utilizar um
plano “moderno” e inovador em relação aos outros centros europeus, com certa liberdade
construtiva, permitiu que a cidade ganhasse um estilo ímpar em seu desenho urbano; e se
tornasse única, autêntica, principalmente pelo aspecto de suas quadras, além de estimular seu
crescimento e desenvolvimento tornando-a uma das principais capitais da Espanha; atualmente
referência internacional. Com essa intervenção coordenada, muitos benefícios também vieram no
futuro, quando a cidade recebeu eventos de importância mundial, que a consolidaram como
modelo urbanístico a ser estudado por todos.
Porém, não se pode negar que o desenho de quadras adotado por Cerdà também trouxe
muitos problemas a posteriori, pois o transporte – na época por tração animal – hoje em dia é feito
principalmente por veículos automotores, os quais são prejudicados pelo formato dos quarteirões,
que impede a visão dos motoristas em cruzamentos, fazendo com que sejam necessários
semáforos nas esquinas das ruas para organizar o fluxo. Além disso, na época apenas uma
parcela dos barceloneses foi contemplada pelos benefícios das reformas urbanas, tomadas pela
especulação imobiliária, o que fez com que muitos aspectos do plano não fossem concretizados.
Ainda deve-se levar em conta que a população da cidade aumentou progressivamente e, com seu
desenvolvimento, novos imigrantes vieram, o que exigiu novas ações planificadoras para corrigir
situações precárias e demais problemas ligados ao uso e ocupação do solo urbano.
Entretanto, o mais importante foi que o engenheiro catalão deu um primeiro passo para a
organização espacial e funcional de Barcelona, trazendo mais higiene, saúde, circulação,
abastecimento e principalmente qualidade de vida ao distribuir melhor a cidade e desfazer o
antigo aglomerado urbano, melhorando a vida da população. Ao levar em consideração vários
fatores para planejar a cidade – estéticos, técnicos e sociais – não se fez apenas um
embelezamento da mesma, pois existiram medidas para que a cidade e seus edifícios se
tornassem mais confortáveis e proporcionassem maior conforto e bem-estar.
Medidas como ajardinar a cidade e fazer da rua não somente um espaço de passagem,
mas de convivência, além de pensar em possibilidades de expansão – um desenho de quadras e
ruas que facilite seu crescimento em extensão no território –, assim como a preocupação com a
altura, a distribuição dos prédios pela quadra e o traçado das ruas e quarteirões pensando em
facilitar o transporte, abriram caminhos para que se formasse o urbanismo do século XX. Em
muitos planos modernos, observa-se tais considerações ou aprimora-se esses conceitos que
começaram a ter importância nos primeiros planos urbanísticos. Uma primeira preocupação e
discussão sobre problemas pertinentes à cidade, os quais apontaram novos caminhos para a
arquitetura e principalmente o urbanismo dos séculos posteriores está justamente na ideia de que
não se pode projetar uma cidade sem pensar no futuro.
9 REFERÊNCIAS
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_____. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2001.
BOHIGAS, O.; BUCHANAN, P.; ÁBALOS, M. D.; LAMPUGNANI, V. M. et alii. Barcelona: arquitectura y ciudad (1980-1992). 3. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1992.
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FIGUEROA, M. Habitação coletiva e a evolução da quadra (2006). Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.069/385>. Acesso em: 15.ago.2012.
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BIDOU-ZACHARIASEN, C. (Org.). De volta à cidade: dos processos de gentrificação às políticas de “revitalização” dos centros urbanos. São Paulo: Annablume, 2006.
NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. São Paulo: Encyclopaedia Britannia do Brasil Publicações Ltda, 1997.
SORIA Y PUIG, A. Cerdá: Las cinco bases de la teoría general de la urbanización. Barcelona: Electa, 1996.
TARRAGÓ, S. El “Pla Macià” o “La Nova Barcelona” (1931-38). Disponível em: <http://www.raco.cat/index.php/CuadernosArquitecturaUrbanismo/article/viewFile/111450/160894>. Acesso em: 29.set.2012.
10 FONTES DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e6/Grid_1811.jpg>. Figura 02 – Disponível em: <http://www.bu.edu/av/ah/fall2008/ah382/lecture15/Picture5.jpg>. Figura 03 – Disponível em: < http://unpo13minionu.files.wordpress.com/2012/07/ 210_813-ana11.gif>. Figura 04/05/06 – Disponível em: <http://degustandobarcelona.blogspot.com.br/ 2011_01_01_archive.html>. Figura 07 – Disponível em: <http://www.barcelonayellow.com/images/stories/ barcelona_pictures_eixample/barcelona_eixample_cerda_plan.jpg>. Figura 08 – Disponível em: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c8/ CruillesCerda2.jpg>. Figura 09 – Disponível em: < http://barcelona1888.blogspot.com.br/2011/11/ week-8-ground-plan.html>. Figura 10 – Disponível em: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b1/ Expo1929-PlanolUbicacions.jpg>. Figura 11 – Disponível em: < http://www.plataformaarquitectura.cl/2011/05/24/ paseo-de-els-cims-de-montjuic-barcelona-forgas-arquitectes/02_cims_mon_bcn/>. Figura 12 – Disponível em: <http://plancerda.files.wordpress.com/2010/06/ildefons_cerda.jpg>. Figura 13 – Disponível em: <http://www.anycerda.org/web/es/any-cerda/ fa-150-anys/el-pla-cerda>. Figura 14 – Disponível em: <http://degustandobarcelona.blogspot.com.br/ 2011_01_01_archive.html>. Figura 15 – Disponível em: <http://www.upf.edu/materials/fhuma/portal_geos/tag/img/img_temes/ 027densificacionmanzana.jpg> e <http://umgauchonacatalunha.blogspot.com.br/ 2012/05/leixample.html>. Figura 16 – Disponível em: <http://paulagaleano.files.wordpress.com/2010/03/14.jpg>. Figura 17/18 – Disponível em: <http://laciudadsecreta.blogspot.com.br/p/ensanches.html> e GUIMARÃES, P. P. Configuração urbana: evolução, avaliação, planejamento e urbanização. São Paulo: ProLivros, 2004. Figura 19 – Disponível em: <http://umgauchonacatalunha.blogspot.com.br/ 2012/05/leixample.html>. Figura 20 – Disponível em: <http://laciudadsecreta.blogspot.com.br/p/ensanches.html>. Observação: Todas as imagens foram acessadas em 29.set.2012.
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