Universidade Federal do Rio de Janeiro
PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO
Eliana Möller Escórcio
2008
PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO
Eliana Möller Escórcio
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Arqueologia, Museu
Nacional, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Arqueologia.
Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar
Rio de Janeiro
Novembro 2008
PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO
Eliana Möller Escórcio
Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Arqueologia,
Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em Arqueologia.
Aprovada por:
________________________________
Presidente, Prof. Drª Maria Dulce Gaspar
_______________________________
Profª Drª Maria Luiza Heilborn
_______________________________
Profª Drª Claudia Rodrigues-Carvalho
_______________________________
Profª Drª Sheila Mendonça de Souza
_______________________________
Profª Drª Rita Scheel-Ybert
Rio de Janeiro
Novembro 2008
Escórcio, Eliana Möller.
Pescadores-coletores do litoral do estado do Rio de
Janeiro: um olhar sobre idade e gênero/ Eliana Möller
Escórcio.– Rio de Janeiro: UFRJ, MN, 2008.
vii, 199f.: il; 30 cm.
Orientador: Maria Dulce Gaspar.
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ MN/ Programa de Pós-
graduação em Arqueologia, 2008.
Referências Bibliográficas: f. 84-94.
1. Estudos de idade e gênero. 2. Sambaquieiros. I.
Gaspar, Maria Dulce. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Museu Nacional, Programa de Pós-graduação em
Arqueologia. III. Título.
À Mãe,
que acima de tudo nos ensinou generosidade
(in memoriam)
Ao Paulo,
por me ajudar a encontrar o caminho
Meu agradecimento, em primeiro lugar, à MaDu Gaspar pelo apoio, estímulo e orientação, e por
ter acreditado em mim muito antes que eu mesma acreditasse.
Meu agradecimento à Profª Tania Andrade Lima, por me fazer enxergar um horizonte
arqueológico muito mais amplo do que aquele que até então eu fora capaz de perceber.
Meus agradecimentos,
à Márcia Barbosa e Maria Cristina Tenório pelas ilustrações cedidas;
aos colegas e amigos do mestrado, por compartilharem as muitas alegrias desta caminhada, assim
como as horas de sufoco;
à Gina Bianchini, em especial, pela presença carinhosa e amiga, e pela ajuda nas minhas
dificuldades com os computadores e a Internet.
Meu agradecimento à família especial com que a Vida me presenteou.
E, por fim, meu mais profundo agradecimento à Leila e à Gina, carinhosas acompanhantes de
minha mãe, sem cuja dedicação me teria sido impossível cursar este mestrado.
RESUMO
PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO
Eliana Möller Escórcio
Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Arqueologia, Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Arqueologia.
Trata-se de uma análise do registro arqueológico associado a contextos funerários de
sambaquis do litoral do estado do Rio de Janeiro, em especial dos acompanhamentos, em busca
de indicativos de construção de gênero entre as sociedades sambaquieiras. Parte-se do
levantamento, organização e sistematização dos dados presentes na bibliografia descritiva dos
sítios de pescadores-coletores, grupos já desaparecidos da costa quando da chegada dos europeus.
Os dados levantados nas arqueografias são analisados tomando-se por base o conceito de
desnaturalização de papéis, considerando que os gêneros são construções sociais, próprias a cada
sociedade, e de complementaridade entre os gêneros, em oposição a uma expectativa de papéis
hierarquizados. Adicionalmente, analisam-se dados associados aos grupos etários do ponto de
vista de que as idades são, como os gêneros, construções sociais, propondo-se uma interpretação
desses dados que leva em consideração o conceito de escolha cultural na delimitação de fases da
vida como a infância e a vida adulta. A ausência de padrões absolutos, que se observa na
distribuição dos acompanhamentos funerários entre os gêneros, é interpretada como indicativo de
pouca de rigidez na atribuição dos papéis representados simbolicamente pelos acompanhamentos.
A variabilidade de arranjos é interpretada como indicativa de construções simbólicas elaboradas,
em oposição a uma projeção de simplicidade social, implícita na caracterização de ―bandos‖ até
muito recentemente atribuída aos grupos sambaquieiros.
Palavras-chave: sambaquieiros – gênero – acompanhamentos funerários
Rio de Janeiro
Novembro 2008
ABSTRACT
PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO
Eliana Möller Escórcio
Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar
Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Arqueologia, Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Arqueologia.
This study concerns an analysis of the archaeological data associated to funerary contexts
in the sambaquis of Rio de Janeiro coast especially of the funerary assemblages in search of
engendering elements among them. The data described in the literature are organized and
systematized. We consider such concepts as the social construction of the genders, that gender
roles can vary according to the social groups, and the existence of complementarity in their roles,
better than hierarchy, in the analysis of these data. Age groups are additionally considered and
that they are social constructions, as well as the genders. An interpretation of the data that takes
into consideration that the limits for age periods as infancy and adulthood are cultural choices is
proposed. The absence of absolute patterns observed in the distribution of the funerary goods
between the genders is interpreted as indicative of absence of rigid attribution in the roles
symbolically represented by the mortuary goods. The variability observed in the mortuary
contexts is interpreted as indicative of elaborate symbolic construtions in place of the social
simplicity that is implicit in the characterization as ―bands‖ atributted to the sambaquieiros until
recent time.
Key-words: sambaquieiros (mound builders) – gender – funerary goods
Rio de Janeiro
Novembro 2008
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 A TEMÁTICA DE GÊNERO
2.1 Na literatura arqueológica
2.2 Na arqueologia brasileira
3 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA
4 TRAJETÓRIA E DIRETRIZES DA PESQUISA
5 IDADE E GÊNERO
5.1 O lugar da infância
5.2 Começar a existir / Tornar-se adulto
5.3 Acompanhamentos e gênero
5.3.1 Corante
5.3.2 Pontas ósseas
5.3.3 Líticos
5.3.4 Seixos pintados
5.3.5 Conchas
5.3.6 Adornos
5.3.7 Reflexões sobre um perfil de acompanhamentos
5.4 Cenários
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS DO TEXTO
REFERÊNCIAS DAS FICHAS DE SEPULTAMENTO
ANEXOS
10
12
12
18
23
35
38
38
41
50
51
53
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59
60
62
65
78
84
92
95
10
1 INTRODUÇÃO
Este é um trabalho elaborado a partir dos dados de ritual funerário produzidos por outros
pesquisadores em seu trabalho de campo e das conclusões a que eles chegaram em suas análises
do material obtido. Trata-se de uma leitura de cunho qualitativo, uma proposta de interpretação
da cultura material que põe ênfase na indagação ―quem?‖, especialmente em relação aos gêneros,
a qual necessariamente devem ser associadas reflexões sobre os grupos de idade. Partindo das
observações e padrões apontados nas pesquisas em que nos baseamos, busca-se incluir na
construção do significado aquilo que não é ―padrão‖, enquanto expressão igualmente legítima das
realidades sociais das quais nos tentamos aproximar. Tomamos por pano de fundo a idéia de que
não é só nas regularidades, mas também e, talvez, de forma muito especial, nas ―irregularidades‖,
que se podem entrever aspectos do universo social dos grupos construtores de sambaquis do
litoral do estado do Rio de Janeiro. A variabilidade que se constata no ritual funerário pode ser
entendida como indicativa de uma elaboração simbólica complexa, socialmente construída, que a
simplicidade da cultura material tende a obscurecer.
É possível constatar em quase todos os sítios, principalmente naqueles em que foi
recuperada uma quantidade de sepultamentos que permite fazer comparações, que há sempre
mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento, com acompanhamentos
mais freqüentes e com acompanhamentos específicos ou mais raros. É comum a alegação de que
―o que realmente importava‖ pode não ter sobrevivido no registro arqueológico e por isto pouco
se poderia dizer a partir daí, constituindo-se necessariamente numa visão distorcida. Mesmo que
aqueles que aparecem no registro arqueológico como os que ―nada têm‖ possam ter sido os que
portaram os elementos supostamente mais importantes que não sobraram, ainda assim a
variabilidade estaria aí representada, no contraste com os demais.
11
Diz-se com freqüência dos acompanhamentos funerários encontrados em sambaquis que
representam os objetos pessoais, os pertences da pessoa ali enterrada, e também que as
diferenciações estabelecidas pelos objetos mais raros estariam relacionadas ao prestígio pessoal,
ao status especial do indivíduo na sociedade conquistado por suas realizações ao longo da vida.
Proponho que alguns dos acompanhamentos em determinadas situações possam significar isso
sim, mas que em outras possam também significar algo mais. Constata-se que há sítios em que
não há um só ―instrumento de trabalho‖ como acompanhamento funerário. Por outro lado,
ocorrem instrumentos de trabalho junto a crianças bem pequenas, indicando que determinados
acompanhamentos podem ser a expressão material de segmentos dentro do conjunto da
sociedade, e não a expressão material do valor individual. Estamos diante de construções sociais
simbólicas elaboradas.
Mantendo os elementos de identificação social que nos permitem ver nos construtores de
sambaquis um fenômeno social de amplo espectro geográfico e longa duração, foram eles,
também, os construtores de especificidades locais e regionais e de dinâmicas sociais passíveis de
transformações ao longo do tempo. Os rituais funerários se constituem, para as sociedades
iletradas, nos contextos ideais nos quais investigar manifestações materiais de diferenciações, não
diferenciações, permanências e transformações sócio-culturais expressas em sua simbologia.
12
2 A TEMÁTICA DE GÊNERO EM ARQUEOLOGIA
2.1 NA LITERATURA ARQUEOLÓGICA
Estima-se que as origens da construção cultural do gênero remontam ao Homo
sapiens arcaico, ou seja, há cerca de 200.000 anos atrás, mas ela só se torna
arqueologicamente visível a partir de 100.000 anos com o aparecimento dos
primeiros enterramentos e representações artísticas. (PEARSON, 1999, p.104,
tradução nossa)
Na interpretação do Abade Henry Breuil, no século XIX, as imagens rupestres eram
associadas aos rituais mágicos de preparação para a caça. André Leroi-Gourhan e Annette
Laming-Emperaire, na década de 60, trabalhando de forma independente elaboraram
interpretações das pinturas rupestres do Paleolítico Superior europeu centradas na oposição
masculino-feminino. O modelo inconsciente da dualidade sexual daqueles grupos caçadores
estaria refletido nas imagens das paredes das cavernas, uma projeção simbólica ordenada do
mundo caçador. Entretanto, os dois autores divergiam quanto ao que era representativo do
masculino e do feminino, como, por exemplo, em relação ao bisão, feminino para Leroi-Gourhan
e masculino para Laming-Emperaire (LEAKEY, 1981, p.169-172). O entendimento da
organização social a partir de modelos construídos sobre pares de oposição, na linha do
estruturalismo de Claude Lévi-Strauss – como a oposição natureza-cultura – nos estudos
antropológicos dos grupos Jê do Brasil Central (LÉVI-STRUSS,1970), associou as mulheres à
esfera da natureza, em oposição à cultura, ao nível biológico em oposição ao social, ao nível
doméstico em oposição ao nível cerimonial etc (LEA, 1999).
Em ―The Evolution of Hunting‖, artigo de 1968, Washburn e Lancaster afirmavam que
―em um sentido bastante real, nosso intelecto, interesses, emoções e o essencial da vida social são
todos produtos evolutivos decorrentes do sucesso da caça enquanto forma de adaptação‖. O
desenvolvimento dessa atividade aprofundava a divisão sexual do trabalho, com os homens
13
realizando a grande caça, cabendo às mulheres, junto com os jovens, a coleta e a caça de
pequenos animais. Entendendo que características humanas essenciais como a capacidade de
previsão, de organização e trabalho em grupo, a linguagem etc decorriam do desenvolvimento da
atividade masculina da grande caça, a abordagem evolucionista construiu a equação Humano =
Homem. O evolucionismo androcêntrico que impregnava tanto a arqueologia como a
antropologia desde e os seus primórdios como ciência, explicitado no modelo ―Homem o
Caçador‖ (LEE; DEVORE, 1968), implicava ao mesmo tempo na naturalização dos papéis
sexuais e numa pouca visibilidade das mulheres. A hiper-valorização da grande caça e de seus
vestígios, arqueologicamente mais evidentes, obscurecia a percepção dos vestígios que por
ventura pudessem indicar uma maior diversidade de arranjos sociais (NELSON, 2004, p.69), uma
tendência que era reforçada pelo enquadramento esquemático dos grupos sociais em bandos,
tribos, cacicados e estados da antropologia neo-evolucionista (SERVICE, 1966; SAHLINS,
1968).
Na década de 1980, na corrente do movimento feminista, surgem as críticas aos modelos
de sociedade que conferiam pouca visibilidade às mulheres, restringiam sua importância nas
construções sociais ou propunham enquadramentos universalistas ou pré-concebidos dos gêneros.
Em ―Woman the Gatherer‖ (DAHLBERG, 1981), as mulheres foram colocadas no centro da
observação. Um dos artigos (ESTIOKO-GRIFFIN; GRIFFIN, 1981) trata dos Agta, uma
sociedade em que mulheres caçadoras compartilham do mesmo grau de influência que os homens
sobre as decisões coletivas, um entre tantos casos que rompem com os cânones estabelecidos dos
papéis sociais. O artigo Archaeology and the Study of Gender, de 1984, de Margaret Conkey e
Janet Spector, é um marco na discussão das questões de gênero em arqueologia como postura
política de ruptura com as estruturas androcêntricas, que se dão tanto na elaboração do
conhecimento quanto na atribuição do prestígio acadêmico. Desde os primórdios do movimento
14
feminista nos Estados Unidos, na década de 1960, as feministas da academia contestavam a
organização científica e profissional dominante, suas divisões disciplinares, seus critérios de
autoridade científica, hierarquia e deferências acadêmicas e toda uma estrutura onde se
desenvolvia uma ciência social de caráter pragmático e despolitizado (HEILBORN; SORJ, 1999).
Por outro lado, o feminismo desempenhou um papel imprescindível para a arqueologia, de
crítica ao positivismo e, sobretudo, ao postulado de objetividade e isenção da arqueologia
processual (ALBERTI, 2001, p. 62). A arqueologia processual pretendia a aplicação rigorosa de
um enfoque positivista, como forma de eliminar elementos subjetivos, e a busca de leis gerais,
que para serem formuladas deveriam excluir todas as situações que não fossem de notável
regularidade (TRIGGER, 2004, p.293). Um ponto comum a todas as linhas da chamada
arqueologia pós-processual é o antagonismo à idéia processualista de que os milhares de eventos
do passado arqueológico possam ser totalmente compreendidos e apreciados exclusivamente por
meio de procedimentos ―científicos e objetivos‖. O passado é visto como uma construção social;
o próprio objeto de estudo, os dados selecionados, sua ordenação teórica dependem do ponto do
vista do pesquisador e seu produto será sempre subjetivo, nesta medida (WILLEY; SABLOFF,
1993. p.298). O processualismo incorporou à arqueologia, de forma definitiva, a abordagem
sistêmica, a busca pelas causas e pelos processos geradores de mudança cultural e especialmente
a necessidade de se trabalhar a partir de hipóteses claramente formuladas, porém não deu espaço
para determinados aspectos da cultura como as relações sociais, a ideologia, o simbolismo e as
considerações em torno de gênero, contemplados pela abertura teórica da arqueologia pós-
processual.
Prosseguindo com Conkey e Spector (CONKEY; SPECTOR, 1984), entre os paradigmas
de gênero implícitos nos modelos androcêntricos está o que as autoras denominam de
presentismo. Ele estabelece uma continuidade nos arranjos de gênero, desde os primeiros
15
hominídeos até o presente, e sugere que a dinâmica de gênero contemporânea foi introjetada na
espécie por meio de processos evolucionistas não especificados. O registro do trabalho feminino
seria menos visível do que o registro dos remanescentes da atividade masculina e, por isto, os
estudos de evolução humana sempre haveriam de ter um viés masculino. Tal invisibilidade,
contestam as autoras, resulta de uma falsa noção de objetividade e nela está implícita a idéia de
uma divisão de trabalho rígida entre os sexos. A visão androcêntrica da evolução humana,
materializada no modelo ―Homem o Caçador‖, inclui um conjunto de pressupostos acerca de
comportamentos masculinos e femininos que correspondem, na verdade, aos seus modelos
contemporâneos ocidentais. A grande caça, como atividade essencialmente masculina, teria
determinado os rumos da evolução humana, e as mulheres, limitadas pelas características
biológicas associadas à gravidez, lactação, parto e cuidados infantis, teriam ficado circunscritas a
essas esferas de atuação. Uma persistente assimetria sexual atravessaria tempos e culturas:
dominação masculina versus subordinação feminina, desde os primórdios da humanidade até os
dias de hoje. Entretanto, o que os estudos antropológicos revelavam, já na década de 60, era a
presença de contextos e formas de organização, status e comportamentos relacionados a gênero
que variavam extremamente de uma cultura para outra. Para uma abordagem arqueológica de
gênero, seria necessária ―uma teoria da vida social que explicitamente reconheça os parâmetros e
as variações nos arranjos de gênero, as possíveis manifestações materiais desses arranjos e, acima
de tudo, as formas pelas quais a cultura material ativamente estrutura e reestrutura, não apenas os
arranjos de gênero, mas muitos outros fenômenos sócio-culturais‖ (CONKEY; SPECTOR, 1984,
p. 24).
Em 1997, Margaret Conkey e Joan Gero fizeram um balanço dos rumos que os estudos de
gênero haviam tomado, desde 1992 até àquela data, no artigo Programme to Practice: Gender
and Feminism in Archaeology. Identificaram seis diferentes direções de abordagem cuja opção
16
depende, ao mesmo tempo, da identificação teórica do pesquisador e de sua melhor adequação ao
objeto de estudo: gênero como construção social, estratégia sócio-biológica, processo evolutivo,
economia política, agência (agency) e performance. As autoras consideram que as críticas
feministas resultaram em um poderoso questionamento da prática arqueológica e a ruptura com
as estruturas androcêntricas de conhecimento permitiu que outras vozes, outrora obscurecidas,
pudessem ser ouvidas.
Em Gender in Archaeology Analyzing Power and Prestige, também de 1997, Sarah Nelson
elabora uma síntese das discussões teóricas e das práticas arqueológicas orientadas para gênero,
faz uma abrangente revisão da literatura dedicada a essas questões bem como dos princípios da
arqueologia ―generizada‖, apresenta diversos casos associados aos seus principais temas como
divisão do trabalho, interpretação das disposições espaciais domésticas, relações de parentesco,
poder e prestígio, imagens e ideologia etc.
As questões abordadas sob o ponto de vista do gênero são bastante abrangentes: em The
Null Case: The Chipewyan, Henry C. Sharp (SHARP, 1981) apresenta um estudo de grupos
caçadores do Noroeste do Canadá nos quais a sobrevivência depende em 90% da caça ao caribu,
entendendo que a participação das mulheres nesta atividade é praticamente nula, compensada por
uma divisão dos papéis que ocorreria a nível simbólico; Hetty Jo Brumbach e Robert Jarvenpa
em Ethnoarchaeology of Subsistence Space and Gender: a Subartic Dene (Chipewyan) Case
(BRUMBACH; JARVENPA, 1997), contestam estudos do tipo anteriormente citado com
observações de cunho etnoarqueológico que mostram que o conceito restrito de caça, limitado ao
momento do abate, e a falha em observar determinadas organizações espaciais tornam invisível a
participação essencial das mulheres para a sobrevivência do grupo; em Invisible Gender –
Invisible Foragers: Southern African Hunter-Gatherer Spatial Patterning and the
Archaeological Record, Susan Kent (KENT, 1998) examina a distribuição de artefatos e padrões
17
espaciais que parecem constituir evidência de espaço generizado em sítios do final do Neolítico e
do início e do final da Idade do Ferro, no sul da África - lida com a questão da diversidade dos
arranjos de gênero; em Shellmidden Archaeology: Gender, Labor and Stone Artifacts, Michael
Klein (KLEIN, 1999) lida com a questão da variabilidade dos arranjos sociais e destaca que os
estudos de shellmiddens falharam em investigar o que os dados mostram sobre as atividades de
mulheres, crianças e homens - ele busca identificar no registro arqueológico grupos que realizam
tarefas diferentes, um passo essencial para uma análise mais ampla das estruturas social,
econômica, ideológica e política de uma sociedade; em The Invisible Meat Providers: Women in
the Stone Age of South Africa, Lyn Wadley (WADLEY, 1998) procura mostrar como os
estereótipos de gênero apresentam uma visão androcêntrica e etnocêntrica dos grupos sociais,
como eles trivializam a divisão de trabalho e as relações sociais e são inapropriados quando
aplicados aos caçadores-coletores modernos e, provavelmente, aos do passado também; em
Farming, Foraging and Gender, Suzanne Fish (FISH, 2000) mostra como a maioria das relações
de gênero dos antigos habitantes do Sudoeste americano tomou forma em contexto de coleta ou
de agricultura, ela examina as variáveis relevantes para o gênero nas atividades de coleta e de
agricultura no Sudoeste, juntamente com sugestões sobre como estas podem ou não refletir-se no
registro arqueológico; em Pre-Pottery Neolithic Period, Jane Peterson (PETERSON, 2002)
empreende estudos de marcas de stress ocupacional do período neolítico pré-cerâmico no Vale do
rio Jordão.
Há uma vasta literatura de estudos arqueológicos de gênero na produção acadêmica norte-
americana. Eles se concentram, em sua ampla maioria, nas sociedades com maior grau de
complexidade, com enterramentos mais elaborados e evidências mais explícitas de diferenciações
entre os gêneros. Os que abordam sociedades igualitárias, economias costeiras ou caçadores
complexos, supostamente os mais adequados para inferências, comparações e contrastes para
18
uma elaboração de conhecimento sobre as sociedades sambaquieiras são em número
relativamente bem menor.
2.2 NA ARQUEOLOGIA BRASILEIRA
Na literatura arqueológica brasileira, a temática de gênero é ainda bem mais recente do que
na norte-americana e extremamente escassa. Como esta, emerge do movimento feminista que
contesta os pressupostos de uma ciência social androcêntrica.
Os textos dos primórdios da arqueologia brasileira eram marcadamente descritivos.
Ladislau Netto (LASDILAU NETTO, 1885) destacou os aspectos femininos e masculinos das
peças que descreveu; apontou, também, elementos indicativos de hierarquia social, uma
abordagem pioneira para a época (BARRETO, 1999-2000). O texto de Hartt (HARTT,1885),
além das descrições de peças, apresenta uma série de relatos etnográficos, incluindo rituais e
práticas funerárias, mitos indígenas e um interessante relato sobre o fabrico da cerâmica pelas
mulheres.
A arqueologia brasileira nasceu fortemente associada às ciências naturais. Suas coleções
eram guardadas em museus de História Natural e seus componentes classificados com um
espírito semelhante ao das classificações biológicas, como vestígios empíricos da evolução
humana (BARRETO, 1999). As ossadas humanas encontradas nos sítios arqueológicos ensejam
estudos de craniometria e morfologia craniana que levam ao enquadramento em tipos raciais,
como a ―raça de Lagoa Santa‖ da qual derivariam várias populações pré-históricas do continente
americano, inclusive o ―Homem do Sambaqui‖, como assinalava a Introdução à Arqueologia
Brasileira, de Angione Costa, de 1934 (COSTA, 1934, p.45). Era o estudo do ―Homem‖, segundo
a perspectiva evolucionista. A discussão em torno da noção de ―raça‖ incorporou-se, desde o
início do século XX, tanto à arqueologia como à antropologia brasileiras, sendo só recentemente
substituída por pesquisas que enfocam o modo de vida e a genética das populações pré-históricas
19
(GASPAR, 2000, p.14). O termo ―raça‖ permanece na contribuição de Serrano para o Handbook
of South American Indians (SERRANO, 1946) sobre os sambaquis brasileiros, de 1946, e nos
relatórios e sínteses produzidos nas décadas de 60 e 70 (SIMÕES, 1967,69,71,74; SCHMITZ;
BARBOSA; RIBEIRO, 1978,1979,1980).
A modernização da arqueologia no Brasil se deu principalmente no aprimoramento das
técnicas de escavação e na introdução de métodos científicos mais rigorosos de classificação e de
análise de artefatos, através da atuação de pesquisadores de origem francesa e americana na
formação dos primeiros arqueólogos profissionais no país, nas décadas de 60 e 70. Uma
formação essencialmente pragmática, com o pano de fundo teórico da ecologia cultural de
Steward. Mas, ao contrário da arqueologia desenvolvida em outros países latino-americanos,
como o México e a Venezuela, a arqueologia brasileira permaneceu essencialmente afastada do
desenvolvimento das ciências sociais no país. Não incorporou as teorias estruturalistas e
funcional-estruturalistas que fertilizaram a antropologia brasileira na década de 40 e, por outro
lado, também não absorveu a influência dos historiadores marxistas ingleses, ou dos franceses da
École des Annales (BARRETO, 1999, 1999-2000).
Indo além dos inventários e enquadramentos culturais que tanto marcavam a produção
arqueológica brasileira, na década de 70, Lina Kneip (KNEIP, 1977) produziu um estudo do
Sambaqui do Forte (RJ) pioneiro em muitos aspectos. Preocupou-se com a descrição
pormenorizada dos enterramentos e do seu entorno (―covas‖), dos acompanhamentos funerários,
com a identificação de sexo e idade dos esqueletos, vistos em associação a outras estruturas como
cabanas e fogueiras. Teve como uma de suas preocupações centrais entender a adaptação
ambiental da população que ali viveu, endossando a classificação de ―bando nômade‖ aos
construtores de sambaquis, dominante por um longo tempo. Com base nos acompanhamentos
funerários, sugeriu a existência de hierarquia social. Lília Cheuíche Machado (MACHADO,
20
1984) aprofundou a análise dos remanescentes humanos como meio de refletir sobre adaptações
ecológico-culturais em estudo da população que construiu o Corondó. As duas pesquisadoras,
muitas vezes trabalhando em conjunto, avançaram na reflexão de correlações entre aspectos
biológicos e práticas culturais com base na análise dos enterramentos, rituais funerários e
esqueletos presentes em sítios pré-históricos, em especial nos sambaquis do estado do Rio de
Janeiro (MACHADO, 1992, 1995; KNEIP; MACHADO, 1993; MACHADO; PONS; SILVA,
1989 a, 1989 b).
Na década de 80, o estado do Rio de Janeiro concentrou o maior número de pesquisadores
brasileiros voltados para o estudo de sítios costeiros. A abordagem ecológico-cultural
permaneceu, somando-se a ela as perspectivas da arqueologia processual dos anos 60 e 70,
tardiamente introduzida aqui. Tiveram início os estudos de conjuntos de sítios e de sistemas de
assentamento, desenvolveu-se a zooarqueologia, a antropologia biológica introduziu novas
questões para o entendimento de comportamentos sociais (LIMA, 1999-2000). Velhos temas
começam a ser tratados sob novas perspectivas e projetos teóricos mais bem definidos, com
hipóteses e metodologias explícitas. (BARRETO, 1999-2000). Ao longo da década de 90, as
novas abordagens do registro arqueológico fazem emergir aspectos dos construtores de
sambaquis que não se coadunam com a imagem tradicional de bando nômade coletor de
moluscos. Os ambientes elegidos pelos sambaquieiros para assentar seus montes, dada a
abundância e variedade de recursos à disposição, apresentam a possibilidade de sedentarização e
crescimento demográfico, condições que favorecem o desenvolvimento de diferenciações sociais
(FIGUTI, 1993; LIMA, 1996; GASPAR, 1998; FISH et al. 2000; GASPAR, 2000; LIMA, 2001).
Novos caminhos de pesquisa se abriam os quais seriam ainda mais alargados pela arqueologia
pós-processual e pelo movimento feminista.
21
No âmbito das ciências sociais no Brasil, desde o início da década de 70 pesquisadoras
ligadas ao movimento feminista já produziam trabalhos voltados para a situação das mulheres. A
partir da década de 80, gradativamente se substitui o termo mulher, de caráter
empírico/descritivo, por gênero, uma categoria analítica identificadora de uma determinada área
de estudos. Rejeita-se o determinismo biológico presente na categoria ―sexo‖ e enfatiza-se a
construção social do feminino e do masculino (HEILBORN; SORJ, 1999. p.186-188). No campo
da antropologia, por exemplo, Vanessa Rosemary Lea, em Desnaturalizando gênero na
sociedade Mebengôkre (LEA, 1999), abandona o modelo dual estruturalista, que opõe natureza e
sociedade, na interpretação das sociedades Jê. Entendendo gênero como uma construção social,
ela identifica elementos de participação feminina (agency) nas esferas pública, ritual e jural,
atribuídos exclusivamente aos homens pelo enfoque dual.
Em arqueologia, os estudos de gênero só começaram a ser incorporados em tempos bem
recentes dentro da abertura teórico-metodológica proporcionada pela arqueologia pós-processual.
Tânia Lima constata, em artigo de 2003, “Estudos de Gênero na Arqueologia Brasileira: Por
Que Não?”, o baixíssimo investimento nesta área observado no Brasil (LIMA, 2003, p.136). No
âmbito da arqueologia histórica, da mesma pesquisadora, há o artigo “Chá e Simpatia: uma
Estratégia de Gênero no Rio de Janeiro Oitocentista” (LIMA, 1997); na arqueologia do período
pré-colonial, o artigo de Denise Schaan (SCHAAN, 2003) que investiga gênero e organização
social no espaço ritual e funerário marajoara; no âmbito das pesquisas em sambaquis, uma
reflexão nossa em co-autoria com Gaspar (ESCÓRCIO; GASPAR 2005) sobre indicadores de
diferenciação social e de gênero a partir de uma análise dos acompanhamentos funerários do sítio
Corondó. No campo da antropologia biológica, trabalhos como Marcadores de Estresse
Ocupacional em Populações Sambaquieiras do Litoral Fluminense, de Claudia Rodrigues-
Carvalho (RODRIGUES-CARVALHO, 2004), começam a explorar novas linhas de investigação
22
essenciais para o entendimento das relações de gênero enquanto parte do conjunto mais amplo
das relações sociais.
23
3 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA
Nos propomos refletir sobre relações de gênero em sociedades construtoras de mounds
litorâneos a partir de seus enterramentos, com ênfase para os acompanhamentos funerários. Os
estudos de gênero se intensificaram desde a década de 1980, em especial na arqueologia norte-
americana, mas foram relativamente poucas as tentativas de desenvolver abordagens de gênero
especificamente voltadas para contextos mortuários, conforme afirma Bettina Arnold, e
prossegue: ―Evidências mortuárias se constituem numa das mais reveladoras fontes de
informação no que concerne às configurações de gênero de uma dada sociedade, contudo, as
inferências associadas aos contextos de enterramento apresentam dificuldades que lhes são
inerentes (ARNOLD, 2006, p.140)‖. Acrescente-se às dificuldades inerentes ao tema a natureza
dos dados disponíveis. A revisão bibliográfica nos coloca frente a descrições de extrema
variabilidade quanto ao conteúdo, profundidade, extensão e forma como os dados nos são
apresentados. Em boa parte, o material de que dispomos são relatos sucintos, pouco detalhados,
por vezes imprecisos, com raras exceções. A longa distância temporal não nos permite analogias
etnográficas diretas, tampouco dispomos de relatos de observadores ou cronistas de época.
Estamos longe da situação ideal delineada por Bettina Arnold (ARNOLD, op. cit, p.146):
remanescentes esqueletais bem preservados e analisados independentemente por diversos
especialistas, análise genética e de isótopos, grande número de enterramentos escavados
sistematicamente, acompanhamentos compondo um conjunto mortuário elaborado, evidências
iconográficas e textuais.
A ausência de referências históricas diretas talvez possa não ser tão desvantajosa assim.
Relatos de observadores estão impregnados dos paradigmas de seu tempo e cultura. Fenômenos
de cunho eminentemente ideológico, como é o caso dos fenômenos de gênero, descritos de forma
por vezes inconscientemente tendenciosa, geram visões distorcidas que se perpetuam e induzem a
24
percepções enganosas do registro arqueológico, mesmo com toda a força de sua materialidade.
Enterramentos de mulheres com armas e artefatos associados a status elevado passaram
despercebidos de estudiosos do século XIX e início do XX. A essencialização dos papéis de
gênero ocidentais contemporâneos somada à precariedade dos métodos de análise esqueletal e à
tradição que atribuía posição subalterna às mulheres de grande parte das sociedades européias
antigas tornavam suficiente a dedução do sexo do enterrado a partir de seus acompanhamentos
funerários (ADAMSON, 2005, p.15).
Um enterramento rico de um homem valeria por si mesmo e o colocaria na posição de um
grande líder, um enterramento equivalentemente rico para uma mulher enseja, em primeiro lugar,
especulações em torno de sua associação a homens de prestígio, pelo critério recorrente do duplo
padrão (NELSON 2004, p.106). Para o que se supõe ―obviamente‖ masculino, segundo a divisão
de gênero ocidental contemporânea, as inferências são aceitas como não problemáticas, quando
os padrões observados no registro diferem dos ocidentais, procuram-se interpretações
alternativas. A esse respeito, há uma interessante referência em Pearson (PEARSON, 2005, p.97),
pela proeminência da pessoa em questão:
Recentemente, Ian Hodder fez um comentário sobre o uso que ele próprio fazia
do duplo-padrão, e reavaliou o tratamento diferenciado que dava às
representações de homens e mulheres. O elaborado simbolismo feminino do
Neolítico Antigo no Oriente Próximo, corporificado especialmente em
estatuetas, era tratado como demonstrativo tanto de poder como de falta de
poder pelas mulheres, enquanto que o elaborado simbolismo masculino do
Neolítico Tardio, encontrado principalmente em enterramentos, era aceito sem
questionamento como indicativo do poder dos homens. (HODDER 1991, apud
PEARSON, 2005, p.97)
―Embora a arqueologia esteja numa posição de poder corrigir distorções nos dados
atribuídos ao passado, [...] nada será conseguido se partirmos de generalizações explicativas que
obscurecem as relações de gênero pretéritas e ao mesmo tempo obliteram as mulheres‖, nas
25
palavras de Sarah Nelson (NELSON, 2004, p.108). O caminho seria a observação, no registro
arqueológico, de complexos de traços, associados a circunstâncias funcionais ou ideológicas que
expliquem esses complexos, e a analogias etnográficas, nenhum desses elementos tomado
isoladamente, mas reforçando-se mutuamente (com base em BRUMFIEL, 2006, p.35).
Os dados do registro arqueológico de que tratamos são de uma imensa variabilidade, as
descrições comumente ressaltam ausência de padrões observáveis ou recorrentes. Essa falta quase
total de padrões recorrentes, tantas vezes relatada nas descrições dos enterramentos de que
tratamos, longe de constituir ausência de informação é antes elemento pleno de significado e
parte integrante de qualquer interpretação que se pretenda produzir. Durante muito tempo
consideraram-se os construtores de sambaquis ―bandos nômades de organização muito simples‖.
Seguindo esse viés, os acompanhamentos funerários refletiriam objetos pessoais e/ou status
adquirido por méritos pessoais em vida. Instrumentos de trabalho em enterramentos infantis, por
exemplo, não são coerentes nem como manifestação de méritos adquiridos em vida, nem como
objetos pessoais, mas tal ocorrência seria apenas mais um item do desconcertante pacote de
padrões não recorrentes, e como tal não têm sido alvo de maiores considerações.
No pacote ―bando nômade‖ estava implícito a ―igualdade social‖. Seguindo Flannagan
(FLANNAGAN, 1989, p.247-248), a igualdade absoluta não existe e, mais do que isto, igualdade
não é sinônimo de simplicidade social. Pensar a igualdade requer um refinamento. O autor
distingue, citando Berreman, entre ―estratificação social‖ – uma sociedade dividida em categorias
institucionalizadas – e ―hierarquia‖, que implica a existência de desigualdades entre as pessoas no
nível das relações interpessoais ou da organização social. ―As sociedades não estratificadas,
baseadas no parentesco, têm desigualdades socialmente organizadas que merecem atenção‖
(COLLIER, 1988, apud FLANNAGAN, 1989, p.253). Dentro de uma mesma sociedade, há
contextos de igualdade e contextos de desigualdade ou assimetria. As situações de igualdade são
26
socialmente construídas, assim como o são as situações de desigualdade. Diferenciações sociais,
mesmo se considerarmos contextos de ―igualdade‖, tendem a se manifestar no registro
arqueológico, em especial nos enterramentos. Por outro lado, simplicidade de cultura material de
subsistência não é sinônimo de simplicidade organizacional ou simbólica. Os Jê do Brasil
Central, por conta da simplicidade de sua cultura material de subsistência, foram considerados no
passado o protótipo das sociedades mais simples de que se pudesse ter notícia. Entretanto, afirma
Carlos Fausto, [eles]
apresentam uma complexidade institucional e política sem paralelos na floresta
tropical [...] a tecnologia de subsistência é simples, mas os adornos corporais são
elaborados, não há chefes supremos, embora haja uma economia política do
prestígio; há um desenvolvimento notável de instituições comunitárias e
cerimoniais, porém estas tendem a ser basicamente não-hierárquicas (ainda que
encontremos assimetrias em várias partes do sistema). (FAUSTO, 2000, p.67)
Entre os Jê, haveria vários níveis de chefia em contextos simbólicos diversos (FAUSTO,
20071). Essas observações nos estimulam a ter precaução ao supor o grau de complexidade da
organização social dos construtores de mounds do litoral do RJ com base na simplicidade de sua
cultura material de subsistência. Há outros elementos a considerar dos quais o registro do ritual
funerário talvez possa nos dar indicações.
Em um estudo em perspectiva de grupos caçadores-coletores da época contemporânea,
José Savio Leopoldi (LEOPOLDI, 2004) considera que estes estão entre os grupos mais
igualitários, havendo pouca diferenciação de status, prestígio e propriedade entre seus membros.
Ele observa que, entretanto, o gênero é um tópico freqüentemente deixado à margem pelos
pesquisadores, quando querem defender a característica igualitária das sociedades caçadoras-
coletoras, precisamente porque, segundo ele, as evidências apontariam para uma desigualdade
neste nível. Um argumento que veio a ser muito utilizado para reforçar a atribuição de status
1 Simpósio Cacicado Amazônico: debatendo complexidade social na Floresta Tropical. Congresso da Sociedade
Brasileira de Arqueologia, XIV, Florianópolis. (informação verbal)
27
equivalente entre homens e mulheres nas sociedades caçadoras-coletoras diz respeito ao
percentual de participação na alimentação do grupo. Entre os !Kung, por exemplo, os homens
produzem cerca de 44% e as mulheres 56% da quantidade calórica dos produtos trazidos para o
acampamento (LEE, 1989 apud LEOPOLDI, 2004, p.63). Segundo essa linha de argumentação, o
grau de contribuição feminina para o sustento do grupo garantiria às mulheres um status não
inferior ao dos homens. As mulheres contribuem com atividades importantes e valorizadas pelos
grupos sociais e a importância de seu trabalho é em geral reconhecida, chama à atenção Leopoldi,
entretanto, continua, há uma diferença entre reconhecer a importância da participação e a
percepção que a sociedade tem dessa participação, seu valor simbólico (LEOPOLDI, 2004, p.63).
A caça, atividade marcadamente masculina, segundo argumenta o autor, produz um alimento
muito mais valorizado que os vegetais. Sua obtenção é mais incerta, seu valor protéico muito
maior, daí a maior valorização da caça em relação à coleta. Acrescente-se a isso a importância
dos homens na defesa do grupo. Caça e guerra, atividades valorizadas e recorrentemente
masculinas, seriam os alicerces que justificariam o maior status dos homens nas sociedades
caçadoras-coletoras, afirma Leopoldi, aí residindo a origem da desigualdade entre os gêneros nas
sociedades caçadoras-coletoras.
Se o desempenho da caça e da guerra pelos homens é a base da desigualdade de gênero nas
sociedades caçadoras-coletoras, dentro do exposto, poderíamos pressupor a mesma desigualdade,
ou a mesma fonte de desigualdade, para os grupos de que tratamos, cuja subsistência não
priorizava a caça e que, até agora, não têm revelado maiores participações em atividades
guerreiras, ao que tudo indica? Poderíamos, assim, postular uma menor desigualdade relativa
entre os gêneros para nossos pescadores-coletores, por via da argumentação da ausência dos
traços que a justificariam? Essa via de reflexão, entretanto, não implica fechar de antemão a
28
indagação sobre formas de hierarquias ou outros níveis de desigualdade entre os construtores de
mounds litorâneos do RJ.
Em nossa abordagem, consideramos uma definição de gênero bastante simples e clara
proposta por Elizabeth Brumfiel (BRUMFIEL, 2006, p.37) que o vê como ―um sistema de
diferenças culturalmente definidas, atribuídas aos indivíduos com base em seu sexo biológico‖. O
contexto dos dados arqueológicos que analisamos, no estado atual das pesquisas, não permite ir
muito além, em princípio, dos dois sexos biológicos identificáveis nos esqueletos. Entretanto, ao
optar por uma perspectiva de ―gênero‖, buscamos nos precaver contra as armadilhas da
naturalização de comportamentos a que o termo ―sexo‖ pode mais facilmente induzir. ―Gênero é
um processo, um conjunto de expectativas comportamentais ou um efeito, mas não é uma coisa‖
(ARNOLD, 2006, p.141). A redução dos gêneros aos sexos biológicos tem sido a via de projeção
no passado dos arranjos de gênero contemporâneos e seus pressupostos comportamentais. Por
outro lado, há um cronocentrismo, ou um etnocentrismo temporal, na expressão de Bettina
Arnold, que, no extremo oposto, tende a rejeitar totalmente a possibilidade de sistemas
dicotômicos binários no passado, enfatizando o papel da agência individual a níveis coerentes
apenas com a sociedade contemporânea ocidental: ―A grande variedade nas formas de exprimir o
gênero representadas no registro arqueológico tendem a ser obscurecidas pelas formas de pré-
concepção contemporâneas com relação às configurações de gênero, entendidas, ou como
imutáveis e universais, ou como infinitamente negociáveis e ambíguas.‖ (ARNOLD, 2006, p.156,
grifo nosso). Essas posições extremas decorrem de agendas contemporâneas que seguem
paradigmas científico-políticos em consonância com a sociedade ocidental atual.
A crítica à invisibilidade das mulheres foi um grande motor da reflexão arqueológica de
cunho feminista, entretanto, os significados dos gêneros melhor se pronunciam mediante o
contraste entre eles (BRUMFIEL, op. cit., p.34). Não é no foco isolado sobre um dos gêneros,
29
mas no contraste, na interação, na oposição, na complementaridade, enfim, nos referenciais
mútuos que o gênero melhor se revela. Não se estuda gênero isoladamente, ―[...] diferentes
camadas de significados, interagindo em diferentes níveis e ciclos de vida e em diferentes
contextos de idade, status, identidades individuais e grupais, mesclam-se de tal forma que tornam
infrutífera ou indesejável qualquer tentativa de isolar o gênero para análise (ARNOLD, 2006,
p.141, tradução nossa)‖. Ressalte-se, ainda, que
a mulher [ou homem] em contexto funerário não se constitui apenas em um
indivíduo construído pelas ideologias de gênero de seu tempo e lugar, mas em
uma mulher falecida [ou um homem falecido], em seu túmulo. Os artefatos que
a [o] acompanham não estão apenas associados à idéia de feminilidade
[masculinidade], mas constituem os objetos apropriados à transição do mundo
dos vivos para o mundo dos mortos. (ARNOLD, op.cit., p.137,tradução nossa).
Por fim, os arranjos de gênero, tal como se apresentam no ritual funerário, podem
representar uma ideologia de gênero que corresponda, ou não, à prática real. É o contexto mais
amplo que poderá fornecer elementos para se distinguir entre uma coisa e outra, e indicar, ainda,
se o gênero era, ou não, uma categoria estruturante para uma determinada sociedade.
As inferências não podem ser tomadas isoladamente, a leitura do registro arqueológico não
poderá ser literal. Em um estudo etnoarqueológico sobre um grupo de pastores do Lago Baringo,
no Kênia, Ian Hodder observou que o uso de grandes quantidades de colares pelas mulheres
contrastava com seu baixo status social, as mais novas portando um número muito maior de
adornos do que as mais velhas. Caso fossem enterradas com as vestimentas que usavam em vida,
aparentariam um status muito maior do que aqueles que realmente possuíam em seu grupo social
(Hodder 1982c, apud PEARSON, 2005, p.99). Exemplos como esse instigam ao cuidado com
deduções apressadas, mas, por outro lado, há também inúmeros outros exemplos onde os adornos
estão associados a status social elevado ou valorização. O ideal é que se busquem meios de
discernir o que os adornos, ou outros artefatos potencialmente carregados de significado, possam
30
indicar ou simbolizar em um determinado contexto. Enterramentos ―ricos‖ de crianças, em Khok
Phanom Di, em sítios da Idade do Bronze na Tailândia, junto a mulheres também portadoras de
acompanhamentos elaborados, a um primeiro olhar apontariam para a presença de status herdado,
mas os túmulos modestos de descendentes imediatos, filhas e netas, indicavam que o status era
adquirido por valor próprio e não por herança. Os ―ricos‖ enterramentos infantis não seriam,
então, um reflexo de posição pessoal herdada, mas da posição pessoal da mãe e de sua estima
pela criança, bem como da dor materna por sua morte. A diferenciação entre uma coisa e outra
foi possível mediante uma análise integrada de elementos funerários e biológicos (PEARSON,
2005, p.119).
Ao longo do litoral do Rio de Janeiro observa-se a ocorrência de mounds de diferentes
processos construtivos os quais têm sido alvo de um debate em torno do que essas variadas
formas de construção poderiam representar. Fases, ―culturas‖ únicas, conjuntos articulados de
unidades com diferentes funções e graus de hierarquia, variações regionais e temporais de
complexos amplos. Os sítios têm ocorrência milenar, distribuindo-se ao longo de uma extensa
linha de temporalidade. Para nosso universo de pesquisa optamos por incluir, indistintamente,
todos os trabalhos descritivos desses mounds como base de dados primários. A ausência de
referenciais diretos que propiciem janelas de acesso aos seus construtores obriga à busca de
caminhos teóricos alternativos.
Braudel diz das ―civilizações‖ que elas atravessam as épocas, triunfam sobre o passar do
tempo. São realidades de longuíssima duração, estão solidamente enraizadas em seu espaço
geográfico, seus limites transgridem os limites dos Estados (BRAUDEL, 1988, p.105,107,113).
Esse conceito de civilização tem a ver com a mudança do conceito de tempo histórico da Nova
História, que deixa de ser exclusivamente evento e sucessão e incorpora simultaneidade e
repetição, e que abandona os objetos tradicionais da história – eventos políticos, biografias, idéias
31
– para dar atenção ao que é mais permanente mais resistente às mudanças na vida dos homens, à
vida econômico-social, às mentalidades. A história da longa duração enfatiza os movimentos
lentos (REIS 1994, p.117,119,124,135).
Aliada à psicologia coletiva, a história considera as civilizações como
mentalidades coletivas, que se transformam com lentidão e de forma
inconsciente [...] Unida à antropologia, a etnohistória irá tratar dos traços
culturais de cada civilização: uma civilização é, então, uma ―área cultural‖ que
pode ser decomposta em áreas menores, que lhe pertencem. A civilização
ocidental, por exemplo, é uma ―área cultural‖ que compreende realidades
distintas: EUA, Europa, América do Sul; dentro da Europa, há uma série de
subáreas culturais. Estes espaços culturais são mais ou menos estáveis, mas
recebem e exportam bens culturais. Suas fronteiras nítidas não impedem a troca
de técnicas, idéias, artes e cultos. (REIS, 1996, p.71)
Adornos compostos de numerosas contas talvez se constituam em um exemplo de
simbologia que perdura na longa duração. Em alguns sítios do litoral brasileiro, nos
acompanhamentos funerários de enterramentos infantis, é possível observar a presença desses
adornos, em proporção bem maior do que o número de peças dos adornos de pessoas adultas. É o
caso dos adornos de contas de conchas encontrados em Santa Catarina, por exemplo, em
enterramentos de sítios como o da Armação do Sul (SCHMITZ et al., 1992). No sítio Corondó
(MACHADO, 1984), no Rio de Janeiro, há também o exemplo de uma criança acompanhada por
adorno de conchas em canutilhos, com cerca de 200 fragmentos.
Segundo Cheryl Claassen, a simbologia das conchas está associada à fertilidade, ao bem-
estar e ao dinheiro, entre outras associações simbólicas recorrentes em diversas partes do mundo.
No Nordeste dos Estados Unidos pré-colonial, as contas de conchas tinham poder curativo e eram
incluídas nos fardos de remédios – cores e quantidades eram parte integrante do atributo
simbólico. Uma grande quantidade delas significava muita riqueza na forma de um grande bem-
estar. Em contexto funerário, as contas de conchas brancas tinham o papel ritual restaurador de
produzir a transformação do estado da pessoa falecida. A preponderância de contas nos
32
enterramentos infantis representaria o desejo de bem estar por parte dos pais e parentes. Falecida
a criança, as contas brancas efetuariam sua saída deste mundo, pelo seu poder de solucionar
estados liminares como o estado entre vida e morte. A forma redonda ou acilindrada das contas
de conchas era associada à forma de frutinhas pequenas (berries), também de formato redondo ou
acilindrado e poder curativo. Segundo Hamell (HAMELL, 1983, apud CLAASSEN 1998, p.206)
metaforicamente, contas de conchas são frutinhas e, como essas, teriam poder restaurador.
Descrições dos séculos XVI as associam com o mundo espiritual, o post-mortem, o outro mundo.
Ainda seguindo Hamell, a simbologia das contas brancas teria perdurado no Nordeste dos
Estados Unidos por cerca de 6.000 anos. (CLAASSEN op. cit., p.203-209)
Um estudo etnográfico de Joana Miller entre os Mamaindê, um grupo Nambiquara,
habitantes do noroeste do Mato Grosso, aborda o significado dos enfeites de contas em seu
universo simbólico, que remete à simbologia do bem-estar e da cura. As contas tradicionais eram
feitas do coco de tucum, pequenas sementes escuras, mas hoje os Mamaindê usam muitos colares
de miçangas de plástico coloridas em seu lugar. Os colares de contas pretas servem de adorno a
mulheres e homens, mas principalmente às crianças pequenas. Tanto elas como o xamã usam
muitas voltas de colar de contas pretas. O uso do colar tem um poder protetor e também curativo
e quanto mais voltas de colar, maior proteção. O ato de enfeitar a criança é um ato de cuidado e
afeto para com ela. ―As crianças são consideradas seres muito frágeis e, por isso, devem ser
especialmente enfeitadas com muitas voltas de colar de contas pretas (yalikdu) pelos seus pais e,
principalmente, por seus avós‖(MILLER 2007, p.131). A simbologia dos colares entre os
Mamaindê, de grande beleza e complexidade, vai muito além desta breve descrição, mas os
elementos que destacamos remetem ao simbolismo ritual das contas de conchas e berries onde
formato, cor, quantidade e contexto funerário infantil são os elos materiais mais aparentes.
33
Algumas linhas de pensamento simbólico de forte recorrência no universo ameríndio
contemporâneo podem ter se estendido na longa duração, mesmo que não literalmente idênticas,
de forma que seja possível, pelo menos, propor significados para elementos da cultura material de
sociedades iletradas do passado remoto.
Entendemos os construtores de mounds do litoral do Rio de Janeiro como componentes de
um grande conjunto à semelhança das ―civilizações‖ de Braudel, com suas áreas e subáreas, suas
especificidades locais, geograficamente delimitados pelos ambientes estuarinos que ocupavam,
interligados pelo grande mar, economias de subsistência semelhantes tendo por pano de fundo
uma mesma grande rocha matriz ameríndia. Transformando-se ao longo do tempo em múltiplas
direções, mas retendo aqueles elementos de maior resistência e durabilidade, os elementos da
―longa duração‖.
Em estudo dos grupos sambaquianos que ocuparam o complexo Lagunar de Saquarema
entre 6000-1500 anos cal BP, Márcia Barbosa (BARBOSA, 2007) percebe um caráter identitário
―vislumbrado num sistema de assentamento onde as relações sociais se davam em função da
laguna de Saquarema‖ (BARBOSA, op. cit., p.6), onde as diferenças resultariam de um longo
processo adaptativo e, no momento derradeiro desses grupos litorâneos, do contato intersocietal
com grupos ceramistas. O sistema se ―manteve por aproximadamente 4500 anos, com diferenças
internas que não comprometeram sua existência [e isso] só ocorreu graças aos mecanismos
relacionados às estruturas, à longa duração.‖ (BARBOSA, op.cit., p.241).
Os rituais funerários estão entre os componentes de maior resistência à mudança numa
sociedade e justamente esse elemento, o enterramento nas elevações, é recorrente,
independentemente do processo construtivo do mound. A premissa de que o uso de dados de
enterramentos de mounds litorâneos, com diferentes processos construtivos, para uma reflexão
sobre gênero, é pertinente, tem neste componente essencial do ritual funerário o pano de fundo
34
para uma análise em que os paralelos e os contrastes construídos objetivam produzir
conhecimento sobre as unidades contrastadas. Um conhecimento que não se pretende definitivo,
mas, na linha de reflexão da arqueologia interpretativa, um processo em andamento que admite a
possibilidade de múltiplas interpretações sobre um mesmo campo de observação.
35
4 TRAJETÓRIA E DIRETRIZES DA PESQUISA
Essa investigação sobre gênero entre os pescadores-coletores do litoral do estado do
Rio de Janeiro nos foi proposta por Maria Dulce Gaspar, no início de nosso estágio no Museu
Nacional. O ponto de partida seria uma revisão bibliográfica dos estudos de sambaquis do litoral
do estado do Rio de Janeiro, nos quais obteríamos a base de dados para a pesquisa. A tarefa
consistiria em projetar sobre esses dados, impregnados do caráter eminentemente descritivo de
grande parte daquelas arqueografias, um enfoque direcionado para a investigação de gênero.
Empreendemos uma releitura dos trabalhos voltada para o levantamento dos dados de
sepultamento, contexto privilegiado para a investigação que nos propúnhamos. Quando iniciamos
a tarefa, nos deparamos com obras de caráter bastante heterogêneo, algumas delas apresentando
as informações de forma dispersa pelo texto, outras as reunindo em seções específicas que
facilitavam a tarefa. A amplitude e a profundidade também tinham um caráter muito desigual,
encontrando-se desde obras densas e férteis de informações até as auto-denominadas ―notas
prévias‖, de caráter mais restrito e superficial.
Precisávamos reunir as informações, espalhadas por inúmeras arqueografias, de uma forma
que tornasse os dados acessíveis e de fácil manuseio, permitindo o estabelecimento de uma
perspectiva de conjunto. Elaboramos um modelo de Ficha de Sepultamento no qual as
informações essenciais sobre os contextos de sepultamento seriam reunidas de forma prática e
sistematizada. Um formato inicial da Ficha de Sepultamento incluía o levantamento da
localização espacial dos sepultamentos em termos de ―centro‖ e ―periferia‖ do sambaqui, um
aspecto que depois decidimos abandonar por falta de indicações a respeito na quase totalidade
dos estudos.
Iniciamos a tarefa, ainda como estagiária do Museu Nacional, completando as fichas à
medida que avançávamos na leitura, começando pelos principais trabalhos realizados nas décadas
36
de 70 e 80 do século XX, produzidos pelas pesquisadoras Lina Kneip e Lília Cheuíche Machado,
alguns dos mais densos em informações da nossa amostra. Neste ponto, empreendemos uma
primeira tentativa de análise de parte do material reunido até então, como trabalho final do curso
de especialização em geologia do quaternário, no Museu Nacional, que resultou numa
monografia, posteriormente transformada em artigo (ESCÓRCIO; GASPAR, 2005).
Ao longo do período de realização da pesquisa, foram surgindo novas dissertações e teses,
de diversos pesquisadores, agregadas à nossa amostra inicial. Algumas incluíam dados de
enterramento, outras não; algumas incorporavam propostas interpretativas dos dados de
enterramento de cunho mais social, sob o ponto de vista de uma compreensão mais ampla das
sociedades abordadas, diferentemente do caráter puramente descritivo da maioria das obras que
havíamos revisto até então.
As referências bibliográficas das obras que utilizamos como base de dados estão reunidas
em um conjunto à parte da seção de Referências. As arqueografias que continham dados de
sepultamento produziram as FICHAS DE SEPULTAMENTOS (ANEXO C), nas quais estão
reunidos todos os dados sobre os quais calcamos nossas propostas interpretativas. Essas fichas
estão organizadas em ordem alfabética e correspondem aos 27 sítios que produziram dados de
acompanhamento funerário. Os quadros que aparecem ao longo do texto reúnem de forma
condensada as informações organizadas nas Fichas de Sepultamentos. Eles foram elaborados à
medida que prosseguíamos nas reflexões, acompanhando a necessidade de maior clareza e
praticidade na exposição. Um quadro à parte apresenta de forma condensada a distribuição dos
acompanhamentos funerários por gênero (ANEXO B – ACOMPANHAMENTOS POR
GÊNERO).
Não era nossa intenção inicial aprofundar a investigação em relação aos grupos etários,
mas os conjuntos de dados reunidos suscitaram algumas questões associadas à construção social
37
da infância e dos parâmetros que delimitam esta fase da vida. Consideramos, então, que seria
pertinente incluir uma reflexão sobre a infância e o ingresso na vida adulta em contexto de
pescadores-coletores preliminarmente à reflexão sobre os gêneros.
A abordagem do conjunto de sítios litorâneos do estado do Rio de Janeiro baseou-se na
expectativa de que por contraste e comparação houvesse a possibilidade de se construir linhas de
interpretação que nenhum sítio isoladamente poderia fornecer, especialmente aqueles com
escassez de dados. Como pressuposto dessa abordagem, a existência de uma cultura sambaquieira
que, em que pesem especificidades regionais e locais, mantivesse um fio condutor interligando
suas diferentes manifestações, o qual só teria se rompido com a chegada dos ceramistas
(BARBOSA 2007; GASPAR 1991; 1994-1995; TENÓRIO 2003).
Pretendíamos incluir na análise todos os aspectos culturais presentes em contexto
funerário, como posição do corpo, orientação etc, mas restrições de tempo para a conclusão do
estudo nos fizeram optar por nos centrarmos nos acompanhamentos funerários.
Nossa base de dados se constitui dos trabalhos nos quais se incluem informações de
enterramentos dos sítios de pescadores-coletores localizados dentro dos limites geográficos que
delimitamos para a pesquisa, qual seja o litoral do estado do Rio de Janeiro, entre a área da baía
de Ilha Grande e a região de Macaé. Segundo esses critérios, os sítios abrangidos pela pesquisa,
numa seqüência geográfica, do sul para o norte, são os seguintes, dentre os trabalhos revisados
que continham dados de enterramento: Algodão, Major, Peri, Caieira II, Ilhote do Leste, Ponta do
Leste, Guaíba, Zé Espinho, Amourins, Arapuan, Sernambetiba, Itaúnas, Beirada, Manitiba I,
Moa, Saquarema, Pontinha, Forte, Condomínio do Atalaia, Massambaba, Boqueirão, Geribá I,
Boca da Barra, Salinas Peroano, Corondó, Ilha da Boa Vista I, Tarioba, Ilha de Santana.
38
5 IDADE E GÊNERO
5.1 O LUGAR DA INFÂNCIA
A abertura da arqueologia para a abordagem de gênero trouxe para o foco, embora que com
menor intensidade, a infância, assim como os elementos de elaboração dos ciclos da vida
(FINLAY, 2000, p. 407). Idade e gênero são componentes fundamentais na construção social da
diferença, entretanto havia na arqueologia uma tendência a ignorar as crianças pré-históricas,
considerando, talvez, que, para os temas prioritariamente abordados, como estratégias de
sobrevivência, organização social, crescimento populacional e mudança cultural, elas fossem
irrelevantes. Da mesma forma como ocorrera em relação às mulheres, invisíveis ou
desvalorizadas em seu papel social, prestava-se pouca atenção às crianças que compunham a
paisagem pré-histórica (KAMP, 2001, p. 24).
Na concepção ocidental contemporânea da infância, calcada nas ciências da biologia e da
psicologia, ela é vista como um período marcado por mudanças biológicas que resultam em sub-
divisões, que vão do infante ao jovem, até atingir o indivíduo plenamente adulto. A partir desta
perspectiva, tendia-se a projetar nas demais sociedades as mesmas categorias e sub-divisões,
consideradas biologicamente determinadas e, por conseqüência, universais (KAMP, 2001, p.3).
Assim como os gêneros, as categorias de idade são socialmente construídas. Mesmo na
cultura ocidental, a percepção das idades e, em especial, da infância, não foi sempre a mesma. Na
Idade Média, segundo Phillipe Áries, até por volta do século XI, a arte medieval ignorava as
crianças. Entre os séculos XI e XIII, nas imagens de cenas religiosas do cristianismo, elas
começam a aparecer, mas representadas como adultos em miniatura, os traços físicos próprios a
esse período da vida ignorados, indicando que, possivelmente, ―não houvesse lugar para a
infância naquele mundo‖, enquanto categoria social (ARIÉS, 1978, p. 50).
39
No século XVI, quando as efígies das crianças começaram a ser representadas em túmulos,
apenas as crianças que haviam atingido uma certa idade eram alvo de representação. À criança
desaparecida muito cedo não se atribuía a consideração da lembrança, nem se chorava muito a
sua perda, pois não se cultivava grande apego a algo cuja sobrevivência era tão problemática. A
alta mortalidade infantil à época explica, para Phillipe Áries, esta indiferença que hoje nos choca
em sua insensibilidade. ―Esse sentimento de indiferença com relação a uma infância demasiado
frágil, em que a possibilidade de perda é muito grande, no fundo não está muito longe da
insensibilidade das sociedades romanas ou chinesas, que praticavam o abandono das crianças
recém-nascidas.‖(ARIÉS 1978, p.56-57).
Cada sociedade tem suas próprias categorias de idade e suas próprias definições de
infância. As sociedades pré-literárias raramente reconhecem a idade cronológica, o que conta são
habilidades, capacidades, personalidade e outros atributos individuais (KAMP, 2001, p.4). As
transições entre uma categoria de idade e outra são freqüentemente marcadas por iniciações.
Mudanças significativas na vida pessoal como o casamento, a admissão em determinadas
categorias sociais e a própria transição da infância para a vida adulta são mediadas por ritos de
passagem, entre os quais os funerais são os mais acessíveis aos arqueólogos (KAMP, 2001, p.5-
6). Na arqueologia de caçadores – coletores, o funeral, enquanto rito de passagem, é virtualmente
o único ao qual o arqueólogo pode ter acesso.
Os dados da etnografia e da arqueologia mostram que ―os infantes e as crianças são
freqüentemente enterrados de modo diverso dos adultos‖, segundo Kathryn Kamp (KAMP, 2001,
p.6). Através da análise dos enterramentos, pode-se ter acesso às idades em que ocorrem as
transições para outras categorias de idade e às concepções etárias de uma dada sociedade. A
autora exemplifica:
40
in Roman Britain (SCOTT, 1991, 1993) a large number of both infant and
animal burials are found under malting floors and in association with other
agricultural features, but separate from the burials of adults and other children,
suggesting a different social or symbolic status for babies. Similarly, in Neolthic
Italy children tend to be buried in caves and adults in settlements (SKEATES,
1991). In Bronze Age Ireland it is not until about the age of 14 that children are
accorded full burial rites ‗in the same way as adults, as individuals in their own
right’ (O‘DONNABHAIN & BRINDLEY, 1989/90). (SCOTT; SKEATES;
O‘DONNABHAIN & BRINDLEY apud KAMP, 2001, p.6).
―O infante forma uma classe de indivíduos ambígua, situada na periferia do ciclo de vida
normal, fato que freqüentemente se reflete na escolha de seu local de enterramento e nas
características deste‖(FINLAY, 2000, p.407-408). Conhecer e identificar tratamento diferenciado
de infantes e crianças pequenas é, talvez, a maneira mais acessível por onde começar a perceber
os contornos das categorias etárias de uma sociedade.
Nos enterramentos de pescadores-coletores do litoral do estado do Rio de Janeiro, podem-
se observar algumas crianças, das mais variadas idades biológicas, com acompanhamentos ricos,
em quantidade e variedade, freqüentemente na forma de adornos de vários tipos. Adornos são,
muitas vezes, associados a alguma forma de prestígio ou valorização social. Kathryn Kamp
sugere que uma sociedade ―pode atribuir um alto valor às crianças por seu trabalho ser necessário
ou por se constituírem em futura fonte de trabalho, poder político ou segurança para seus pais.
Crianças podem, também, ser valorizadas por se constituírem na demonstração da fertilidade e
virilidade de seus pais‖(KAMP, 2001, p.21).
A intensidade da perda sentida pelo adulto, motivada pelo tipo de valorização atribuída à
criança, se manifesta na intensidade de elaboração do acompanhamento a ela atribuído. Em
determinados contextos, além de manifestação do intenso sentimento de perda, o
acompanhamento elaborado pode ser, também, uma expressão do status social da criança. Seja
como for, o ritual funerário decorre de atividades desenvolvidas por adultos e comunica suas
41
perspectivas a respeito da natureza da infância, ou seu olhar sobre aquela criança em especial
(KAMP, 2001, p.24).
5.2 COMEÇAR A EXISTIR / TORNAR-SE ADULTO
As crianças estão presentes nas descrições de enterramentos das arqueografias de sítios de
pescadores – coletores do litoral do estado do Rio de Janeiro, em meio aos adolescentes, jovens,
adultos jovens e idosos, em toda a extensão geográfico-temporal da pesquisa, não cabendo, em
relação a essas descrições, a crítica de invisibilidade discutida no início da seção. Elas estão ali,
sua existência registrada. O gráfico abaixo dá uma dimensão dessa presença, no conjunto total da
amostra2.
GRÁFICO 1: Crianças de 0 a 12 anos
EM 407 INDIVÍDUOS
23%
CRIANÇAS DE 0 a 12 anos
Um sítio com uma amostra mais significativa, como o Corondó, com 120 indivíduos, tem
uma proporção maior de crianças (são 58 crianças de 0 a 12 anos), alguns daqueles com amostra
bem menor também as incluem, embora em proporção bem menor, como se observa no quadro a
seguir:
QUADRO 1: Crianças por amostra (exemplos) SÍTIO TOTAL DE
INDIVÍDUOS
TOTAL DE
CRIANÇAS
(0/12 anos)
Algodão (sup) 6 2
Guaíba 7 2
Major 8 3
Massambaba 7 1
Ilha de Santana 4 1
Tarioba 17 8
2 Os percentuais apresentados em gráficos e quadros são números arredondados, que visam dar uma idéia da ordem
de grandeza.
42
Há sociedades que abandonam os infantes e as crianças pequenas por desconsiderá-los, por
não lhes atribuir existência social. O ato de prover um ritual de enterramento nos mesmos
espaços físicos onde se realizavam os enterramentos dos adultos, como o faziam os pescadores-
coletores, constitui indicativo da percepção, pelo corpo social, de pelo menos uma parte das
crianças.
As crianças são enterradas predominantemente ao lado de adultos ou de outras crianças,
mas também ocorre de serem enterradas sozinhas, como mostra o quadro abaixo:
QUADRO 2: Crianças sós ou acompanhadas CRIANÇA
SÓ
CRIANÇA
COM CRIANÇA
CRIANÇA
COM ADULTO
NÃO
DEFINIDO
13 7 62 14
13,5% 7,5% 64,5% 14,5%
Da mesma forma como ocorre com os jovens e os adultos, os cenários de enterramento são
os mais variados. Observam-se muitas crianças sem qualquer acompanhamento, outras com
apenas corante e umas poucas com adornos, uma variabilidade que expressa construções
simbólicas do mundo dos adultos e que espelha o olhar dos adultos sobre elas. Os gráficos a
seguir dão uma idéia dessa variabilidade no acompanhamento:
GRÁFICO 2: Crianças sem acompanhamentos
CRIANÇAS 0 a 12 anos
55%
SEM ACOMPANHAMENTOS
43
GRÁFICO 3: Crianças com corante e outros (sem adornos)
CRIANÇAS 0 a 12 anos
35%
CORANTE E OUTROS (SEM ADORNOS)
GRÁFICO 4: Crianças com adornos
CRIANÇAS 0 a 12 anos
10%
COM ADORNOS
Observando-se as idades das crianças no registro arqueológico, percebe-se uma variação,
resultado da interação de diversos fatores como preservação, mortalidade, representatividade da
amostra e escolha cultural. Enquanto escolha cultural, a idade a partir da qual a criança passa a ter
existência social varia de sociedade para sociedade. Considerando o registro tal qual ele se
apresenta, compomos um quadro com o total de indivíduos por sítio ou camada, o total das
crianças de 0 a 12 anos, e a idade mais baixa observada para cada sítio ou camada, com o intuito
de identificar variações locais e temporais dos patamares etários a partir dos quais as crianças
estão presentes no registro arqueológico. Obtivemos o seguinte quadro:
44
QUADRO 3: Idade mínima3
SÍTIO
TOTAL
INDIVÍDUOS
TOTAL
CRIANÇAS
(0 a 12 anos)
IDADE
MÍNIMA
BAÍA DA ILHA GRANDE
Algodão (sup) 6 2 0/2 meses
Algodão (inf) 13 2 -
Major 8 3 3/5 anos
Peri 1 - -
Caieira II - - -
Ilhote do Leste 33 2 6 anos
Ponta do Leste 1 - -
Guaíba 7 2 2 anos
GUARATIBA
Zé Espinho (―A‖) 12 2 4/5 anos
Zé Espinho (―D‖) 11 - (13/15 anos)
BAÍA DE GUANABARA
Amourins 2 - -
Arapuan 17 2 fetos
Sernambetiba 5 - -
ÁREA DE SAQUAREMA
Itaúnas 4 - (12/15 anos)
Beirada (I) 12 - -
Beirada (II) 10 1 7/9 anos
Beirada (III) 8 2 6/18 meses
Beirada (IV) 2 1 9/11 anos
Manitiba I 2 - -
Moa (I) 13 4 0/6 meses
Moa (II) 20 2 0/6 meses
Saquarema 9 - -
Pontinha (I) 2 1 3/4 anos
Pontinha (II) 7 - -
Pontinha (III) 5 - -
Pontinha (IV) 5 - -
ÁREA DE CABO FRIO
Forte (I) 13 1 4/5 anos
Forte (II) 3 - -
Cond.do Atalaia 3 1 (?) -
Massambaba 7 1 7/8 anos
Boqueirão 4 - -
Geribá I 3 - -
PLANÍCIE DO RIO SÃO JOÃO
Corondó (I) 9 4 2/3 anos
Corondó (II) 27 10 3 meses
Corondó (III) 23 14 0 a 1 ano
Corondó (IV) 61 28 recém-nascida
Ilha da B. Vista I 18 2 6 a 12 meses
MACAÉ
Tarioba (IVb) 7 2 0/3 meses
Tarioba (IVa) 5 2 recém-nascida
Tarioba (110/130 cm) 3 2 recém-nascida
Tarioba (40/50 cm) 2 2 6 meses
Ilha de Santana 4 1 recém-nascida
TOTAL 407 96
Os dados são apresentados segundo uma seqüência espaço – temporal que teve por
parâmetros, na dimensão espacial, as áreas de concentração de sambaquis no estado do Rio de
Janeiro (TENÓRIO 2003, p.177-187), acrescida da região de Macaé, na qual não se observam
3 Os algarismos romanos entre parênteses referem-se a camadas ou níveis de ocupação de um mesmo sítio.
45
grandes concentrações de sítios, mas para a qual dispomos de algumas descrições. Na dimensão
temporal, consideramos datações disponíveis na bibliografia (ANEXO A - DATAÇÕES). Essas
datações foram utilizadas para compor um panorama temporal de caráter apenas aproximativo,
suficiente para o que pretendíamos apurar.
Considerando as datações, os sítios foram situados em três faixas temporais, numa
ampliação livre do modelo proposto por Márcia Barbosa para Saquarema (BARBOSA, 2007)
correspondentes, grosso modo, aos períodos inicial, central e final da ocupação sambaquieira no
litoral do estado do Rio de Janeiro. O ―período inicial‖ corresponderia a uma faixa,
aproximadamente entre 7.800 AP e 5.000 AP (onde se incluiriam Algodão Inferior, Itaúnas, Forte
I e Beirada IV); o ―período central‖ à faixa temporal entre 4.600 AP e 2.600 AP (incluindo
Algodão Superior, Major, Peri, Caieira II, Ilhote do Leste, Ponta do Leste, Amourins, Arapuan,
Beirada [III, II e I], Manitiba I, Moa II e I, Forte II, Corondó [IV, III, II e I] e Ilha da Boa Vista
I); e o ―período final‖, à faixa entre 2.500 AP a 1.000 AP (incluindo Guaíba, Zé Espinho ―D‖ e
―A‖, Sernambetiba, Saquarema, Pontinha [IV, III, II e I], Geribá I, Tarioba [IV b e IV a], Ilha de
Santana).
Estabelecemos dois patamares etários: o dos infantes e crianças menores, com idades
mínimas variando entre 0 e 24 meses; e o das crianças maiores, com idades mínimas que vão de
3/5 anos a 9/11 anos de idade. Os patamares escolhidos representam tendências, para menos ou
para mais, não idades concretas. Associando o fator espaço – temporal às idades, observa-se que
a idade mínima a partir da qual as crianças aparecem no registro arqueológico varia conforme os
grupos sociais e ao longo do tempo dentro dos grupos sociais. Propomos algumas hipóteses como
discussão, levando em consideração que, em algum nível, as idades mínimas verificadas no
registro arqueológico incluem, entre os fatores que geraram esse registro, escolhas culturais de
incorporação da criança à sociedade.
46
Identificamos cinco situações, a primeira delas tem por base a observação de que três dos
quatro sítios do período remoto da ocupação sambaquieira apresentam idades mínimas que vão
de 4/5 anos de idade a 12/15 anos de idade (Quadro: Idade Mínima). Em que pese o tamanho das
amostras, não há infantes ou crianças pequenas. Neste contexto pode estar atuando mais
fortemente o fator de baixa preservação de ossos de infantis, por corresponder à faixa temporal
mais remota do conjunto de dados. A este fator acrescentaríamos a possibilidade da escolha
cultural de incorporação mais tardia da criança ao universo social.
Considerando a área da Lagoa de Saquarema, na faixa temporal ―central‖ da ocupação
sambaquieira, nos primeiros níveis, o registro arqueológico apresenta crianças em idade mais
tenra. Este é o caso do Beirada camada III e do Moa camadas II e I: as idades mais baixas vão de
0/6 meses a 6/18 meses. Na medida em que se avança no tempo, as idades mínimas começam a
subir, ou simplesmente não há mais crianças (QUADRO 3: Idade Mínima). Isto ocorre nas
camadas II e I do Beirada, no sambaqui de Saquarema e em todas as camadas do Pontinha. Na
interpretação de Márcia Barbosa, o sambaqui de Saquarema representa ―o início do colapso da
sociedade sambaquiana e Pontinha o seu fim‖ quando, entre elementos da cultura que
permanecem, manifestam-se mudanças no universo simbólico relacionadas às práticas funerárias,
em especial a cremação (BARBOSA, 2007 pág. 239 – 241). Se o aumento do patamar da idade
mínima observável no registro arqueológico for decorrente, também, de uma escolha cultural,
poderia ser um dado a agregar às transformações culturais do final da ocupação sambaquieira na
área.
No sítio Zé Espinho, na área da planície de Guaratiba, subdividido em sambaqui ―A‖ e
sambaqui ―D‖, não há registro de enterramentos de infantes ou crianças em tenra idade, em
nenhum de seus componentes, ressaltando-se que a amostra não é das menores, no quadro geral,
com 23 indivíduos representados, todos com idade estimada. Em termos de escolha cultural, se
47
configuraria aqui uma tendência de incorporação mais tardia das crianças, que coincide também
com a faixa temporal ―final‖ da ocupação sambaquieira, como no caso anterior da área da lagoa
de Saquarema.
Na área da Baía de Ilha Grande, no sítio Ilhote do Leste, com a significativa amostra de
33 indivíduos, só foram identificadas duas crianças, uma delas com idade de 6 anos (a outra não
teve idade identificada) ―[A] indiscutível pouca incidência de crianças enterradas no sítio
[reforçaria, para Cristina Tenório,] a hipótese de que alguns indivíduos tivessem sido sepultados
fora dele‖ (TENÓRIO 2003, p.509). Considerando que uma sociedade pode optar pelo não
enterramento de determinadas categorias de pessoas, propomos, para a circunstância descrita,
discutir a possibilidade, também, de o registro arqueológico apontar para uma escolha cultural,
para o reconhecimento mais tardio da criança enquanto membro do grupo social.
A quinta situação está relacionada à região da bacia do rio São João. Nos dois sítios da
área, para os quais há descrições pormenorizadas, o Corondó e o Ilha da Boa Vista I, as crianças
mais novas têm idade muito tenra. No Corondó, elas aparecem em todas as camadas de ocupação
e seu número é absolutamente surpreendente. Neste caso, a grande presença de crianças em tenra
idade pode estar mais fortemente associada ao grande número de indivíduos da amostra, embora
que na camada mais recente o número de indivíduos seja relativamente menor e, ainda assim, as
crianças pequenas estejam ali. O Ilha da Boa Vista, com um total bem menor de indivíduos,
também apresenta crianças bem pequenas no registro arqueológico. Caso o fator escolha cultural
fosse preponderante, teríamos, no caso do Corondó, uma escolha de longa duração, nos seus mais
de 1.000 anos de ocupação.
A questão complementar a que se discutiu até agora diz respeito ao início da vida adulta.
Seria possível distinguir no ritual funerário dos enterramentos em sítios de pescadores-coletores
48
elementos indicativos dessa transição? Em termos de cultura material, isso significaria detectar
variações palpáveis entre enterramentos de indivíduos biologicamente adultos e não adultos.
Uma classe de artefatos, os ―instrumentos‖, são mais freqüentemente vistos como atributos
da pessoa adulta e, como tais, ocorreriam em seus enterramentos, numa perspectiva de que
representassem objetos da pessoa falecida. Os instrumentos se constituiriam, em princípio, nos
parâmetros ideais para o reconhecimento do momento de transição para a vida adulta.
Analisando-se sua ocorrência nos diversos sítios, entretanto, esse panorama não se confirma. Os
instrumentos utilitários, embora sejam encontrados preferencialmente em enterramentos de
adultos ocorrem, também, associados a crianças bem pequenas, embora que em número bastante
restrito, como mostra o quadro:
QUADRO 4: Crianças com instrumentos SÍTIO Nº IND. IDADE INSTRUMENTOS
Corondó 110 A 6 meses / 1 ano 1 ponta óssea
111 2 / 3 anos 1 artefato de concha
Ilhote do Leste S6 (7) criança 3 pontas ósseas
A6 (22) 6 anos 59 pontas ósseas
Moa 25 1 / 1 ano e meio 1 almofariz de diabásio
Tarioba 4 0 a 3 meses 3 batedores, 1 mó, 1 lasca
Todos os exemplos acima se referem a enterramentos individuais, ou coletivos com apenas
crianças, não pairando dúvida quanto à sua atribuição. Sua ocorrência, nesses casos, descarta a
possibilidade de se tratarem de objetos de uso pessoal do falecido. Por outro lado, o espectro de
possibilidades simbólicas é amplo: doação do adulto à criança, como manifestação de pesar;
objeto indicativo de atividade futura da criança; símbolo de pertencimento a um sub-grupo na
sociedade, associado ao instrumento.
A distribuição dos instrumentos não parece ser o parâmetro adequado para investigar a
faixa etária na qual se daria a transição da infância para a vida adulta, já que acompanham
crianças tão pequenas e, por outro lado, observam-se numerosos adultos sem eles. Uma situação
bastante especial ocorre no Beirada em que não há qualquer instrumento em contexto funerário,
49
para adulto ou criança. O único ―instrumento‖ é uma ponta óssea ―fincada‖ entre as costelas de
uma mulher, sua provável causa mortis.
Um melhor parâmetro de diferenciação entre infância e idade adulta seriam os adornos.
Eles existem para adultos e crianças, mas os adornos das crianças se constituem, em muitos
casos, de um maior número de peças do que as dos adornos dos adultos. Investigar como se
distribuem os adornos poderia propiciar um melhor indicativo da transição para a vida adulta.
O único conjunto de dados capaz de permitir uma reflexão dessa natureza é o sítio
Corondó, já que todos os 120 indivíduos foram identificados por sexo e idade, uma amostra em
que todas as faixas etárias estão representadas com estreito grau de precisão.
Reunindo todos os indivíduos com adornos no Corondó, tem-se o seguinte quadro:
QUADRO 5: Indivíduos com adornos no Corondó Nº IND IDADE ADORNOS
118 A 0 /1ano 25 dentes humanos, 35 dentes de animais
64 A 6 meses / 1 ano 35 dentes humanos, 9 dentes de animais
110 A 6 meses / 1 ano 13 dentes de felino
111 2 /3 anos 3 dentes de felino
91 9 / 10 anos 11 dentes humanos, 9 dentes de animais, 1pingente lítico
73 15 / 17 anos 18 dentes de animais
125 25 anos 5 vértebras de peixe
120 30 /35 anos 10 vértebras de peixe
122 30 / 35 anos 2 dentes de tubarão, 2 vértebras de peixe
107 + 40 anos 5 dentes de felino, 1 concha
58 45 anos 3 dentes de animais, 4 vértebras de peixe, 1 concha
87 46 anos 1 pingente lítico
52 + 50 anos 1 dente de cachorro-do-mato, 1 unha de capivara, 3 conchas
106 A adulto 6 dentes de felino, 1 dente humano
Associando os fatores idade, quantidade de peças do adorno e material de que este é feito,
obtêm-se dois conjuntos, que destacamos no quadro anterior, o primeiro formado por idades que
vão desde as crianças pequenas até o jovem de 15/17 anos; o segundo constituído de adultos na
faixa de 25 a + 50 anos. O limite etário superior do primeiro conjunto produz um patamar para o
que poderia ser o início da vida adulta no Corondó, pelo critério da quantidade de peças dos
adornos, situado em algum ponto após os 15/17 anos. O patamar etário inferior do segundo
50
conjunto inicia um padrão diferente, que inclui, de uma maneira geral, adornos feitos de outros
materiais e com menor quantidade de peças.
Chamamos a atenção para o fato de que os elementos que compõem os conjuntos que
construímos não têm caráter absoluto, tanto há criança com número pequeno de peças, como
adulto com um número um pouco maior. São tendências, não verdadeiros padrões. Esta parece
ser uma característica nos acompanhamentos em mounds litorâneos do Rio de Janeiro, que não
haja regras rígidas, que a variabilidade seja a regra.
5.3 ACOMPANHAMENTOS E GÊNERO
Em relação aos gêneros, dificilmente se observa um artefato, utilitário ou não, que apareça
exclusivamente associado a homens ou a mulheres. Tal perfil não parece coerente com uma
divisão estrita de papéis para os gêneros, segundo os modelos Man the Hunter e Woman The
Gatherer, discutidos nos capítulos iniciais desta pesquisa. Se contemplarmos o registro
arqueológico nos seus próprios termos, a grande variabilidade que se observa assemelha-se mais
a uma manifestação de construções simbólicas complexas, expressão de diferentes arranjos e
significados, cuja simbologia nos escapa. Entretanto, contra um fundo geral de plasticidade, é
possível perceber, na distribuição de determinados acompanhamentos, um certo direcionamento,
uma certa tendência para um ou outro gênero.
Da cultura material dos construtores de mounds litorâneos, observam-se, no registro
arqueológico, em contexto funerário, pontas ósseas de vários tipos, elementos líticos e
malacológicos, utilitários ou não, adornos de diferentes materiais e corante, na forma de
concreções ou sedimentos. São artefatos associados tanto ao exercício de atividades de
subsistência, no caso dos utilitários, como às construções simbólicas, como o corante, os adornos,
os líticos ou conchas com corante etc, ressaltando-se, entretanto, que em contexto funerário,
artefatos puramente utilitários também estão imbuídos de atribuição simbólica .
51
Analisamos, a seguir, a distribuição dos acompanhamentos funerários entre mulheres e
homens, segundo os sítios ou camadas componentes4. Abordamos inicialmente o corante.
5.3.1 CORANTE
O corante é o componente mais comum em cenário de enterramento e seu uso é muito
antigo. O ocre vermelho aparece pela primeira vez em contextos funerários associado aos
neanderthais e torna-se freqüente no Paleolítico Superior. Embora recorrente em enterramentos,
não é universal, como é comum se pensar, não compõe obrigatoriamente um veículo de
expressão simbólica para toda e qualquer sociedade ou unidade cultural (WRESCHNER, 1980,
p.631).
Por outro lado, estudos etnográficos apuraram que, além de sua associação a construções
simbólicas, o uso de pigmentos pode ter um sentido puramente prático. Em contexto funerário,
por exemplo, para neutralizar odores e ajudar na preservação do corpo. Em contexto da vida
diária, podem ser usados para cauterizar e limpar ferimentos, estancar hemorragias e, como
pintura corporal, para manter o calor do corpo e protegê-lo dos efeitos do frio ou espantar
mosquitos (BAHN, 1998, p.71-72).
Entre os pescadores-coletores do litoral do estado do Rio de Janeiro, o corante aparece na
forma de concreções ou sedimentos coloridos, a maioria na cor vermelha, mas ocorrendo também
na cor amarelada. Em alguns dos trabalhos as descrições são muito sucintas, apontando-se apenas
a ―presença de corante‖, não ficando muito claro sob que forma específica.
Há sítios em que o corante está presente de forma marcante, há sítios onde ele está
totalmente ausente. De uma maneira geral, o corante se distribui entre mulheres e homens, para o
total da amostra, conforme o quadro abaixo:
4 Os acompanhamentos distribuídos segundo os gêneros encontram-se no ANEXO B.
52
QUADRO 6: Corante MULHERES Com
corante
HOMENS Com
corante
80 45 99 55
56% com corante
55% com corante
No conjunto prevalece uma distribuição equilibrada entre os gêneros, mas, em situações
específicas podem ocorrer tendências para um ou para outro. Entretanto, nada ocorre de maneira
absoluta, nunca há exclusividade, a não ser para amostras muito pequenas, menos representativas.
Talvez um caso de exclusividade para as mulheres, como uma exceção, ocorra no Beirada, na
situação descrita como ―concreção vermelha sobre o tórax‖. Uma dessas mulheres tem uma ponta
de esporão de raia fincada sobre as costelas e sobre esta ponta há uma concreção vermelha, como
numa alusão ao sangue.
Considerando o significado da presença ou ausência do corante no sítio, em contexto
amplo, observa-se que no Beirada e no Moa, na área de Saquarema, ao longo de toda a ocupação,
os enterramentos se caracterizam por forte presença de corante e sedimentos vermelhos. Eles se
apresentam em formas elaboradas, envolvendo os ossos, sobre membros inferiores, em
concreções sobre o tórax. No Beirada camada III, as concreções e os sedimentos vermelhos são
as únicas formas de acompanhamento descritas. Por outro lado, nos sambaquis de Saquarema e
Pontinha, os corantes e os sedimentos vermelhos mostram-se praticamente ausentes dos
enterramentos. São eles os dois sítios representativos da ocupação final dos sambaquieiros na
área de Saquarema. A ausência do corante nos contextos funerários de ambos seria mais um
elemento de contraste, caracterizando essa fase da ocupação.
Se em todos os casos os corantes representavam acompanhamento ou não, não é possível
determinar, o que fica claro é que, sua ausência ou presença, não são exclusivos a qualquer um
dos gêneros.
53
5.3.2 PONTAS ÓSSEAS
Os artefatos encontrados em enterramentos descritos como pontas ósseas se apresentam
distribuídos entre mulheres e homens conforme o quadro abaixo:
QUADRO 7: Pontas ósseas Nº DE MULHERES E HOMENS
COM PONTAS ÓSSEAS
SÍTIO M H
Ilhote do Leste - 9
Zé Espinho A 1 1
Zé Espinho D - 1
Itaúnas 1 1
Saquarema 1 -
Pontinha (I) - 1
Pontinha (II) 1 -
Pontinha (III) - 1
Corondó (I) 1 -
Corondó (II) 1 -
Corondó (III) 2 1
Corondó (IV) 1 2
Ilha da Boa Vista I 1 1
Tarioba - 2
Selecionamos apenas as pontas ósseas com provável função de ponta de projétil, não
incluindo as descritas como furadores, nem aquelas associadas à causa mortis do indivíduo. Esta
escolha se baseia no fato de que usualmente se associa a atividade de caça aos homens e,
supostamente, as pontas de projétil tenderiam a ocorrer predominantemente para eles, se fosse
esse o caso, e uma divisão entre os gêneros seria visível.
O quadro de distribuição das pontas apresenta um perfil geral de equilíbrio, com um
pequeno predomínio para os homens, com exceção do sítio Ilhote do Leste, em que aparecem
exclusivamente associadas a eles. Considerados todos os sítios da amostra obtida, para um total
de 31 indivíduos com pontas ósseas, cerca de 68% são homens e 32% mulheres, mas, se
excluirmos os 9 homens do Ilhote do Leste, para o restante do conjunto há cerca de 55% de
homens e 45% de mulheres com pontas ósseas, um perfil de não exclusividade de gênero para
este acompanhamento.
54
No estudo de Cristina Tenório sobre o Ilhote do Leste só há duas mulheres identificadas,
entre os 33 indivíduos que compõem o conjunto (TENÓRIO, 2003), e elas não têm pontas nem
colares de dentes de animais entre seus acompanhamentos, ambos apenas associados a homens.
Um estudo de Cláudia Rodrigues-Carvalho (RODRIGUES-CARVALHO, 2004) relaciona 8
mulheres no Ilhote, número bem mais expressivo que poderia confirmar, ou contrariar, o perfil
descrito para o sítio em questão, mas, pela natureza do estudo, dele não constam informações de
acompanhamento funerário. Embora as pontas ósseas possam predominar para os homens no
geral, elas ocorrem também para as mulheres em diversos sítios, conforme mostrou o quadro
acima5.
O exemplo das mulheres Agta (povo das Filipinas) não permite excluir a possibilidade de
que essas mulheres concretamente realizassem a caça (ou pesca), seja em seu sentido amplo,
participando do conjunto das atividades envolvidas, seja como caçadoras de pequenos animais,
pelo menos.
[As mulheres Agta] contribuem substancialmente para a subsistência diária de
suas famílias e participam fortemente das decisões tanto na família como nos
grupos residenciais. Além disto, em contradição a um dos cânones sagrados da
antropologia, as mulheres de uma determinada área caçam animais [como
porcos selvagens e veados]. [...] As mulheres participam em todas as atividades
de subsistência das quais os homens participam. Negociam com fazendeiros,
pescam nos rios, coletam vegetais na floresta. As tarefas não são idênticas,
entretanto, alguma divisão sexual do trabalho existe [...]. no rio Malibu, as
mulheres Agta são excelentes caçadoras com arco e flecha. (ESTIOKO-
GRIFFIN & GRIFFIN, 1981, p.121-129, tradução nossa)
5 Na área escavada por Kneip e Machado no Moa não há referência a pontas ósseas para homens ou mulheres em
contexto funerário. Nos sepultamentos escavados por Imázio, em outra área do mesmo sítio, elas ocorrem (IMÁZIO
2001: 71). Há aparentemente uma discrepância entre os dois conjuntos de acompanhamentos, não apenas quanto às
pontas ósseas, mas também com relação aos adornos, pouco numerosos nas descrições dos acompanhamentos de
Kneip e Machado, mas relatados em grande quantidade e variedade para a área funerária escavada por Imázio. (Os
acompanhamentos descritos por IMÁZIO, entretanto, não foram discriminados por esqueletos, motivo porquê a
referência não foi incluída nas Fichas de Sepultamentos).
55
(Foto reproduzida de ESTIOKO-GRIFFIN & GRIFFIN 1981)
5.3.3 LÍTICOS
Apresentamos a seguir, a distribuição de acompanhamentos líticos entre mulheres e
homens. Incluímos no primeiro quadro os líticos que nas descrições arqueográficas aparecem
com função especificada e claramente atribuídos a um determinado homem ou mulher. Os
associados a enterramentos coletivos, ou os referidos apenas como ―líticos‖ não foram
considerados. (Os ―seixos pintados‖ foram abordados à parte.) Temos o seguinte quadro:
56
QUADRO 8: Líticos Nº DE MULHERES E HOMENS
COM LÍTICOS
SÍTIO M H OBS.
Ilhote do Leste - 6 M: -
H: polidor (2H); lascas (4H).
Zé Espinho A 1 1 M: percutor-polidor.
H percutor-polidor.
Zé Espinho D 1 - M: percutor.
H: -
Moa II 1 1 M: almofariz.
H: quebra-coquinho.
Forte (I) - 1 M: -
H: almofariz
Massambaba 1 2 M: lascas.
H: lascas (1H); raspador, faca (1H)
Corondó (I) 1 - M: raspadores.
H: -
Corondó (II) 1 1 M: raspador.
H: percutor.
Corondó (III) 1 - M: polidor-raspador.
H: -
Corondó (IV) 1 4 M: moedor.
H: facas (1H); percutor (1H); polidor (1H); raspador (1H)
Ilha da Boa Vista I - 1 M: -
H: percutor-polidor.
No geral, temos mulheres e homens com ―polidores‖, ―raspadores‖, ―percutores‖,
almofarizes. ―Lascas‖, por si sós, não definem claramente uma função, elas ocorrem mais
comumente associadas ao uso como ―raspadores‖ ou ―facas‖ (LAMING-EMPERAIRE, 1967, p.
67) e, assim denominadas, aparecem também para homens e mulheres. Há uma única mulher com
―moedor‖, um único homem com ―quebra-coquinho‖. O conjunto não define uma polaridade de
gênero em relação a qualquer dos artefatos líticos utilitários, nem se quer uma tendência, com
exceção do Ilhote do Leste, com um número absoluto de homens acompanhados por artefatos
líticos polidores e lascas, mas, neste caso, pode estar ocorrendo, também, o mesmo fator de sub-
representação das mulheres na amostra, como ocorreu em relação às pontas.
Um quadro separado para as ―lâminas de machado polidas‖ (ou ―lascadas e polidas‖)
indicaria para este acompanhamento lítico um perfil predominantemente masculino de atribuição,
conforme o quadro abaixo:
57
QUADRO 9: Lâminas de machado polidas Nº DE MULHERES E HOMENS
COM LÂMINA DE MACHADO POLIDAS
SÍTIO M H
Ilhote do Leste 1 4
Zé Espinho A - 1
Moa (I) - 1
Moa (II) 2 3
Forte (I) - 1
A lâmina de machado polida é artefato marcante no Moa (BARBOSA, 2007, p.144). Há
sete lâminas de machados em enterramentos e elas se mostram assim distribuídas:
QUADRO 10: Lâminas de machado/Moa LÂMINAS DE MACHADO / MOA
Nº IND IDADE DESCRIÇÃO
1 H 30 / 35 anos 2 lâminas de machado. Enterramento secundário
10 H 30 / 35 anos 2 lâminas de machado
17 H + 25 anos 1 lâmina de machado entre os úmeros.
18 M 30 / 35 anos 1 lâmina de machado sob vértebras lombares.
12 M 40 / 50 anos 1 lâmina de machado.
São quatro lâminas atribuídas a dois homens na faixa de 30 / 35 anos, cada um com duas
lâminas de machado, um deles em enterramento secundário; uma atribuída a um terceiro homem,
mais jovem que os outros dois; uma lâmina para uma mulher, de 30/35 anos e outra para uma
outra mulher, na faixa de 40/50 anos.
Considerando a quantidade como um componente das construções simbólicas no universo
dos acompanhamentos funerários, uma lâmina única para as mulheres, ambas com mais idade,
sendo uma delas bem idosa para os padrões em sambaquis, as colocariam em patamar simbólico
semelhante ao do homem mais jovem com apenas uma lâmina. Em termos de status social
relativo, esse conjunto indicaria, no âmbito da atribuição simbólica das lâminas de machado, um
patamar inferior para as mulheres, que não seria equivalente ao dos homens na mesma faixa
etária aproximada.
Ampliando a interpretação para além das categorias de hierarquização, é possível pensar
esse perfil do registro arqueológico em termos do que ocorre na sociedade Mebengokre (grupo
58
Jê, do Brasil Central), estudada por Vanessa Lea, em que ―a idade tende a dissolver a distinção
entre os sexos [...] quando as mulheres tornam-se avós, detêm o mesmo prestígio que os avôs, e
até falam em reuniões importantes na casa dos homens. [...] É como se a sexualidade se
evaporasse na velhice, dissolvendo a distinção entre homens e mulheres.‖(LEA 1994, p.99-100)
A distribuição das lâminas de machado polidas para o Ilhote do Leste, um artefato
emblemático para o sítio, de cunho fortemente simbólico, encontrado apenas nos enterramentos,
segue o mesmo perfil, homens de todas as idades, mulher de mais idade (TENÓRIO, 2003,
p.452):
QUADRO 11: Lâminas de machado/Ilhote do Leste LÂMINAS DE MACHADO / ILHOTE DO LESTE
Nº IND IDADE DESCRIÇÃO
S7 (8) H 15 / 17 anos (O acompanhamento mais elaborado de todos).
(32) H 20 / 34 anos Machado sobre o joelho.
B1 (25) H 45 / 55 anos 1 lâmina maior sobre 1 lâmina menor, próx. à escápula e crânio.
A6 (21) H - -
D1 (31) M 30 / 45 anos -
O grande número de homens representados no Ilhote do Leste, 13 em 17 indivíduos
identificados, tornaria ainda mais significativo o fato de que a mulher acompanhada por lâmina
de machado, artefato de forte conotação masculina para o sítio, seja a de maior idade, entre as
duas únicas mulheres identificadas na amostra.
5.3.4 SEIXOS PINTADOS
Dentre os artefatos líticos, os seixos polidos, com ou sem corante, parecem se incluir
entre os acompanhamentos imbuídos de uma função simbólica especial, por sua associação ao
corante e por sua disposição especial em muitos dos enterramentos, conforme aparecem nas
descrições. A alguns também é atribuída função utilitária. Eles se apresentam assim distribuídos:
59
QUADRO 12: Seixos pintados/com corante SEIXOS PINTADOS/COM CORANTE
SÍTIO IND IDADE DESCRIÇÃO
Zé Espinho A M 25/35 a 1 percutor-polidor com corante.
Moa (I) H 25/30 a 1 seixo pintado
Moa (II) M 18/19 a 2 seixos pintados próximos ao fêmur E e ossos dos pés
Corondó (I) M 30/35 a 1 seixo pintado / raspador.
Corondó (II) M 30/35 a 1 seixo pintado / raspador no lado E do esqueleto.
Corondó (III) M
C
+ 30 a 6m/1a
1 fragmento de seixo de quartzo impregnado de ocre no contexto dos ossos humanos.
M
C
41 a
6m/1a
1 seixo oval impregnado de corante amarelado junto
à mulher e à criança.
M
6 C
25 / 30 a
várias
1 seixo pintado entre os esqueletos da mulher e das
6 crianças.
Corondó IV M
M
57 a + 50 a
Seixo pintado junto aos membros inferiores do esqueleto, no mesmo enterramento de mulher de + 50 anos (ent. sec.)
M
4 C
20/25 a
várias
2 seixos pintados moedores próximos aos membros
inferiores do esqueleto.
M
M
H
4 C
17/18 a
+ 30 a 26 a
várias
1 seixo pintado (raspador) associado a todo o enterramento
múltiplo.
H + 50 a 1 seixo de quartzo (batedor) impregnado de ocre.
Tarioba M
H
C
30 /35 a
até 25 a 2 / 3 a
1 seixo inteiro de quartzo manchado de pigmento vermelho
no enterramento secundário triplo.
H 35 / 45 a 1 frag. de seixo de quartzo manchado de pigmento vermelho.
No Corondó, o seixo pintado se apresenta fortemente ligado às mulheres e aparentemente
imbuído de um caráter associativo em enterramentos de mulheres com crianças.
Para o conjunto dos outros sítios, o seixo pintado aparece para os dois gêneros, sem nenhum
caráter de predominância.
5.3.5 CONCHAS
As conchas podem ocorrer nos enterramentos de pescadores-coletores imbuídas de um
caráter simbólico, seja na forma de pingentes, seja pela maneira como estão dispostas no contexto
funerário. Como artefatos utilitários, elas aparecem nos enterramentos em número
surpreendentemente pequeno, sem que se possa associá-las especialmente a nenhum dos gêneros,
como mostra o quadro:
60
QUADRO 13: Conchas Nº DE MULHERES E HOMENS
COM ARTEFATOS UTILITÁRIOS DE CONCHA
SITIO M H OBS.
Peri - 1 Concha com orifício central ―junto ao sepultamento‖.
Ilhote do Leste - 1 Descritos como ―artefatos malacológicos‖.
Moa (II) 1 - Raspador de Amiantis purpurata.
Corondó (II) 1 1 F: ―1 artefato malacológico‖; M: 1 artefato de Megalobulinus sp.
Corondó (III) 1 - 1 artefato de Macrocalista maculata.
Alguns dos contextos em que as conchas manifestam um caráter simbólico especial são
bastante interessantes. No sítio Itaúnas, elas aparecem cobrindo as órbitas da face em dois
indivíduos, uma mulher e um homem, em um enterramento triplo; no Zé Espinho ―A‖, 15
conchas Lucina pectinata, sem uso ou marcas de trabalho, estão arrumadas junto ao crânio de
uma mulher; no Corondó (IV), uma concha banhada de ocre ocorre entre dois enterramentos (Nº
86 e 87), um deles tratando-se de um homem de 46 anos com pingente lítico, facas de quartzo
hialino e uma ponta óssea pintada. O museu a céu aberto do sítio Beirada, em Saquarema, exibe o
enterramento de um indivíduo com várias conchas dispostas sobre o tórax, dando a idéia de um
manto.
5.3.6 ADORNOS
A classificação como adorno envolve aspectos como presença de orifício, disposição
seqüencial das peças e posição no corpo no contexto do enterramento. Em determinadas
circunstâncias, vértebras sem orifício também são entendidas como adornos. Os adornos
encontrados em enterramentos de pescadores-coletores são confeccionados em diferentes
materiais como conchas, líticos, vértebras de peixe e dentes de animais, entre os mais comuns.
Dentes humanos como adornos só aparecem em um único sítio do nosso universo de dados, o
Corondó. Na Ilha de Santana relata-se a presença de dentes humanos próximos a um indivíduo de
meia-idade, porém não são descritos como acompanhamentos. Não têm orifício e, pelas
61
características desses dentes, diversas das dos habitantes locais, foram interpretados com
possíveis ―troféus‖ (LIMA, 1991, p.632).
Os adornos se distribuem para mulheres e homens da seguinte forma:
QUADRO 14: Mulheres e homens com adornos MULHERES E HOMENS COM ADORNO
SÍTIO VÉRT.
PEIXE
CONCHA LÍTICO DENTE
ANIMAL
DENTE
HUMANO
OUTROS OBS.
M H M H M H M H M H M H -
Algodão (inf.) - - - - - - 1 - - - - - -
Ilhote do Leste - - - - 1 - - 3 - - - - -
Zé Espinho A - - - 1 - - - - - - - - -
Itaúnas - - - - - - - - - - - 1 1 placa óssea perfurada.
Beirada (I) - 1 - - - - - - - - - - -
Beirada (II) - 1 - - - - 1 - - - - - -
Saquarema 1 - - - - - - - - - - - Enfileiradas, sem perf. ,junto aos pés.
Forte (I) - 2 - - - - - - - - - - Enfileiradas, com e sem perfuração.
Massambaba - - 1 - 1 - - - - - - - -
Corondó (I) 1 - 1 - - - 1 - - - 1 - 1 unha de mamífero com perfuração.
Corondó (II) 1 - - 1 - - 2 2 1 - - - -
Corondó (III) - 1 - 1 - - 1 - - - - 1 2 frags. de diáfise pols. p/ H nº 58
Corondó (IV) - - - - - 1 - - - - - - -
I. Boa Vista (I) - - - - - - 1 - - - - - -
Há adornos de vértebras de peixe, de conchas, líticos e de dentes de animais para homens e
mulheres no conjunto dos sítios. Gostaríamos de ressaltar a forte presença de dentes de animais
para as mulheres, que é especialmente marcante no Corondó, mas que não se restringe a ele. No
Ilhote do Leste, as duas mulheres identificadas têm dentes de animais sem perfuração, não
descritos como adorno, motivo pelo qual não foram incluídas no quadro. No estudo referencial
que utilizamos para o Ilhote do Leste, dentes de animais são acompanhamentos marcadamente
masculinos. No todo, entretanto, são no mínimo quatro os sítios onde há mulheres com dentes de
animais e dois os sítios onde existem homens com dentes de animais, uma pequena
predominância para as mulheres para este tipo de adorno, os quais, juntamente com as pontas
ósseas, em termos da nossa cultura, esperaríamos encontrar predominantemente associados ao
gênero masculino. O quadro abaixo, da distribuição dos adornos com dentes identificados, mostra
que não há associação exclusiva de animal a nenhum dos gêneros:
62
QUADRO 15: Adornos de dentes de animais ADORNOS DE DENTES DE ANIMAIS IDENTIFICADOS
SÍTIO IND Nº ANIMAL
Ilhote do Leste H 1 felino
H 20 seláquio e primata
H 23 seláquio
Beirada (II) M 16 primata
Corondó (I) M 52 cachorro do mato
Corondó (II) M 106 A felino
M 122 seláquio
H 107 felino
H 108 cachorro do mato
Só há adornos de dentes humanos no Corondó, são dois, cada um com uma única peça. Um
dos adornos está associado a uma mulher. O outro indivíduo não teve o sexo identificado.
Não foi estabelecida a procedência desses dentes humanos que compõem os adornos do
Corondó, se provenientes do próprio grupo ou se originários de outra população. Caso se tratem
de dentes da população local, poderiam se constituir em relíquias de antepassados. A outra
hipótese, de origem externa, traz a idéia de se constituírem em troféus, como é aventado por
Andrade Lima para os dentes humanos avulsos encontrados próximos a enterramento na Ilha de
Santana, com padrão diferente do padrão dentário local (LIMA 1991, p.632). A segunda
possibilidade pressupõe conflito e violência intergrupal entre os construtores de sambaquis do
litoral do estado do Rio de Janeiro, uma hipótese que até agora não foi confirmada6. (LESSA;
MEDEIROS, 2001).
5.3.7 REFLEXÕES SOBRE UM PERFIL DE ACOMPANHAMENTOS
No Corondó, as mulheres e os homens com adornos se distribuem, segundo as camadas de
ocupação, da seguinte forma:
6 A análise do material proveniente do Corondó nos foi proposta pela Profª Drª Claudia Rodrigues-Carvalho, estudo
que pretendemos realizar em breve, sob sua orientação.
63
QUADRO 16: Nº de mulheres e de homens com adornos no Corondó CAMADA TOTAL POR CAMADA: COM ADORNOS
MULHERES HOMENS MULHERES HOMENS
I 4 0 3 -
II 10 4 2 1
III 6 3 0 1
IV 12 17 0 1
Há homens com adornos desde as camadas mais antigas (III e IV) até as camadas mais
recentes (I e II). As mulheres não têm adornos nas duas camadas mais antigas, mesmo estando
presentes em um número representativo. Nas camadas mais recentes, aparecem as mulheres com
adornos, em quantidade significativa, mesmo para uma amostra pequena como a amostra da
camada I. Se os adornos têm um significado especial, alguma forma de mudança ao nível das
representações simbólicas pode ter ocorrido ao longo dos mil anos de existência do Corondó,
manifestada nessa atribuição de adornos para as mulheres nos períodos mais recentes. Essa idéia
foi desenvolvida em um estudo elaborado em conjunto com Gaspar, no qual aventamos a
hipótese de que a mudança na atribuição de adornos corresponderia a um aumento do prestígio
feminino ao longo do tempo (ESCÓRCIO; GASPAR, 2005). Entretanto, uma ampliação da
perspectiva sobre os acompanhamentos funerários pode adicionar outros elementos à discussão,
se incluirmos todos os enterramentos com acompanhamentos ricos, significando a inclusão dos
enterramentos com quantidade e variedade de componentes, mesmo que sem adornos.
Organizando os dados segundo as camadas, o sexo e a idade, obtemos o seguinte quadro:
64
QUADRO 17: Distribuição dos acompanhamentos elaborados, por camadas AMOSTRA - MULHERES: 14 / HOMENS: 4 CAMADAS I e II
Nº IND IND IDADE ACOMPANHAMENTO
110 A C 6 meses / 1 ano Corante, 13 dentes de felino, 1 ponta
111 C 2 / 3 anos Corante vermelho e amarelo, 3 dentes de felino, 1 concha (inst.)
73 ADL 15 / 17 anos Corante, 1 polidor, 1 polidor / quebra-coco, 18 dentes de animais.
125 M 25 anos 5 vértebras de peixe perfs.
120 M 30 / 35 anos Corante vermelho e amarelo ao longo do esq., 10 vértebras de peixe perfs.com canutilho,
ósseo, 1 raspador lítico, 1 seixo pintado raspador, 1 ponta dupla, 3 artefatos de concha.
122 M 30 / 35 anos Corante vermelho, 2 dentes de seláquio perfs., 2 vértebras de peixe pols. e perfs.,
1 seixo pintado (raspador), 1 lítico raspador.
52 M + 50 anos Corante em torno do esq., 1 dente de cachorro do mato, 3 concha perfs., 1 unha de
capivara perf., 1 ponta óssea.
106 A M - Corante, 8 artefatos ósseos dispostos em torno do esq., 6 dentes de felino,
1 dente humano perf.
123 - + 25 anos 1 seixo de gnaisse, 1 ponta óssea, 1 frag. de concha, 3 vértebras de peixe pols. e perfs.
com canaleta, 1 dente humano perf., palha calcinada.
107 H + 40 anos Corante, 1 seixo de quartzo (batedor), 1 artefato de concha, 5 dentes de felino, 1 adorno
de concha.
AMOSTRA - MULHERES: 18 / HOMENS: 20 CAMADAS III e IV
64 A C 6 meses / 1 ano Corante, 35 dentes humanos, 9 dentes de animais, 206 frags. de concha impreg. de ocre.
118 A C 0 / 1 ano Corante, 25 dentes humanos, 35 dentes de animais, areia impregnada de corante
avermelhado associando os esqueletos 118 A e 118 B (C, 6 meses).
91 C 9 / 10 anos Corante, 1 pingente lítico, 11 dentes humanos, 9 dentes de animais, resíduos de cipó.
72 A M 41 anos Corante, 1 lítico polidor, 1 lítico raspador, 1 ponta óssea, 1 concha.
58 H 45 anos Corante ocre e avermelhado, 4 pontas ósseas, 1 concha perf., 3 dentes de animais,
4 vértebras de peixe pols. e perfs., 2 frags. de diáfise (―canutilho‖) com corante.
87 H 46 anos Corante, 2 facas de quartzo hialino, 1 ponta, 1 lítico pingente.
Se observarmos a coluna das idades, nas camadas III e IV há apenas homens e mulheres de
mais de 40 anos e crianças com acompanhamento rico. Não se observam idades intermediárias
entre esses dois extremos que estejam portando acompanhamento rico. Nas camadas I e II,
continuam os acompanhamentos ricos para pessoas acima de 40 e crianças, aparecem os adornos
para as mulheres, mas aparecem também acompanhamentos ricos para todas as faixas etárias
intermediárias entre idosos e crianças.
Temos, assim, dois perfis distintos de atribuição de acompanhamentos ricos, contra um
pano de fundo comum em que nos dois períodos, o mais antigo e o mais recente, a maioria dos
indivíduos, de todas as faixas etárias, apresenta, no registro arqueológico, pouco ou nenhum
acompanhamento.
O perfil de distribuição dos acompanhamentos ricos do período mais antigo do Corondó se
aproxima do perfil esperado para uma sociedade em que se adquire status pelos méritos
65
conquistados ao longo da vida: apenas mulheres e homens de mais idade, com acompanhamento
rico; e crianças, umas poucas, talvez com acompanhamento rico por sua associação a essas
pessoas idosas.
O perfil de distribuição dos acompanhamentos ricos, no período mais recente, se encaixaria
no perfil descrito a seguir: ―quando o status é atribuído no nascimento, baseado em
ancestralidade, ele varia pouco no curso da vida do indivíduo, enterramentos ricos perpassariam
todos os grupos de idade, com infantes, jovens adultos e adultos apresentando quantidade e
variedade em seu acompanhamento funerário‖ (MACDONALD, 2001, p. 708, tradução nossa).
A mudança de longo prazo observada no registro arqueológico, anteriormente percebida
como manifestação material de uma transformação ocorrida no âmbito das representações do
feminino, se imbuiria, dentro de uma perspectiva mais ampla, de indicativos de uma mudança
social mais profunda, de uma sociedade com status adquirido, para uma sociedade com status
herdado, hipótese que propomos como discussão.
5.4 CENÁRIOS
Até este ponto conduzimos uma abordagem sob o enfoque do acompanhamento funerário,
buscando, com este procedimento, identificar associações específicas de determinados artefatos
aos gêneros. Chegamos um quadro em que os papéis não se apresentam rigidamente divididos,
observando-se, de forma geral, um equilíbrio na atribuição dos acompanhamentos por gênero.
Ocorrem tendências para um ou outro, mas dificilmente exclusividade.
Apresentamos, nesta seção, a descrição de alguns sepultamentos. Alguns dos trabalhos que
tomamos como referência apresentam descrições bastante pormenorizadas dos contextos
funerários, outros são muito sucintos nos relatos. Alguns dos contextos, ou ―cenários‖ que
selecionamos são destacados pelos próprios pesquisadores como especiais, ou mais interessantes.
66
Buscamos ler o contexto funerário sob um enfoque centrado no gênero e à luz do que indicaram
as análises dos artefatos vistos de forma isolada.
Em toda a extensão espacial e temporal de nossa amostra, não há um único enterramento
igual ao outro. A semelhança só é maior quando a descrição corresponde a ausência de
acompanhamento. Onde eles existem, a variabilidade é a regra. Mesmo existindo elementos
comuns, recorrentes, os arranjos, as disposições, as quantidades variam, sempre produzindo um
cenário próprio, exclusivo àquele enterramento em especial.
Os cenários que escolhemos abrangem, aproximadamente, toda a extensão geográfica e
temporal da amostra. São contextos de enterramento do Ilhote do Leste, Itaúnas, Forte e Corondó.
ILHOTE DO LESTE
No Ilhote do Leste, só há duas mulheres identificadas, uma mais jovem (S5, Nº6), e outra
com idade avançada (D1, Nº 31). Contrastamos esses enterramentos com os enterramentos de
um homem jovem (S7, Nº 8) e de um homem de mais idade (B1 Nº 25).
Sepultamento S5, Nº6 – mulher jovem
Trata-se do enterramento de uma mulher de 18 / 20 anos, sepultada junto a uma rocha.
Como acompanhamento, ela leva um pingente lítico e junto a ela há um dente de animal. (O
estado de conservação não permitiu determinar a orientação do corpo ou da face).
Sepultamento S7, Nº8 – homem jovem
Este homem jovem, na faixa de 15 / 17 anos teve o crânio coberto de conchas e uma lâmina
de machado depositada sobre sua cabeça. Ele está acompanhado de numerosas pontas ósseas, um
adorno de canutilhos de osso – artefatos pouco comuns – e dois dentes de tubarão. Os ossos
foram tingidos de amarelo e havia argila sobre a pélvis. Do ritual funerário restaram vestígios de
peixe e macaco. Este é o enterramento mais elaborado do Ilhote do Leste.
67
(Corpo posicionado em decúbito lateral direito, sentido norte/sul, face voltada para
noroeste.)
Sepultamento D1, Nº 31 - mulher mais velha
É uma mulher na faixa de 30 / 45 anos, acompanhada de uma lâmina de machado. Ao
enterramento estão associadas uma fogueira e concreção avermelhada.
(Corpo em decúbito lateral direito, sentido sul/norte, face voltada para nordeste.)
Sepultamento B1 (Nº 25)7 – homem de idade avançada
Este homem, de 45 / 55 anos de idade, tem duas lâminas de machado próximas à escápula e
ao crânio, a maior posicionada sobre a menor (nº 3 e 4 no desenho). Um pouco acima das lâminas
à direita (nº 6) há um seixo-alisador; à esquerda (nº 8) e entre as costelas (nº7) encontram-se
fragmentos de lâminas de machado; no pescoço (nº 1) há um lítico triangular em basalto;
próximo ao braço direito (nº 2), um fragmento ou núcleo de bloco de arenito, e próximo às
costelas (nº 5) está posicionado um quebra-coquinho ou batedor. Grandes ―lápides‖ encontram-se
sobre seus pés. Há corante no sepultamento.
(Corpo semi-fletido em decúbito lateral direito, no sentido sul/norte, face direcionada para
sudeste).
7 O desenho esquemático do Nº B1 (25) e sua descrição pormenorizada nos foram gentilmente cedidos pela Profª Drª
Cristina Tenório. Desta descrição constam mais itens de acompanhamento do que aqueles arrolados na Fichas de
Sepultamentos (ANEXO).
68
(Desenho de Cristina Leal, cedido por Cristina Tenório)
Os dois enterramentos masculinos apresentam-se, aparentemente, mais elaborados do que
os enterramentos femininos, na forma de maior quantidade de artefatos e no que isto possa
implicar construções simbólicas.
A mulher de mais idade tem uma lâmina de machado, a única com uma mulher, o homem
mais velho tem duas, e há vários outros homens com lâminas de machado. É uma situação
semelhante àquela descrita para o Moa. A presença da lâmina de machado no enterramento
feminino pode ser interpretada como uma aproximação desta mulher ao universo masculino
simbolizado pela lâmina; a quantidade menor de lâminas talvez estabelece alguma forma de
diferenciação em relação ao homem. Dentes de animais aproximam a mulher e o homem jovens.
69
É comum ao homem jovem, ao mais velho e à mulher mais velha, o corpo posicionado em
decúbito lateral direito.
Níveis simbólicos de aproximação, níveis simbólicos de diferenciação.
ITAÚNAS
Sepultamento Nº1 (triplo) – dois homens e uma mulher
(Foto: reproduzida de BARBOSA 2007)
Trata-se de um sepultamento primário minuciosamente descrito por Márcia Barbosa
(BARBOSA, 2007, p.164) em todas as suas etapas, de cuja descrição apresentamos um resumo.
A área em redor do sepultamento estava delimitada por estacas que possivelmente sustentariam
uma estrutura leve. Os três indivíduos, dispostos em uma mesma orientação, encontravam-se
cobertos por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos e fauna que
compunham a parafernália ritual. A mulher à esquerda no conjunto tem cerca de 30 anos de
idade. Ela encontrava-se em decúbito dorsal com a face para cima, em posição estendida dos
70
membros inferiores e superiores. Duas valvas de Lucina pectinata foram posicionadas sobre cada
órbita da face, havia uma ponta óssea sobre o fêmur direito. Ao centro, um homem de cerca de
20 anos, membros igualmente estendidos, em decúbito dorsal e face voltada para o Leste. Duas
valvas de Lucina pectinata cobriam as órbitas da face deste homem, um seixo polido
posicionava-se entre seus membros inferiores e outro na altura da mão direita. O terceiro
indivíduo trata-se de um homem de mais de 20 anos, em decúbito ventral, face para Oeste e
membros inferiores e superiores estendidos. Este homem tinha um adorno de placa óssea e duas
pontas junto às costelas, lado direito.
Na interpretação de Márcia Barbosa, as características do sepultamento indicam algum tipo
de relação entre os três, compondo um ―grupo de afinidade‖8, reforçada por ocasião da morte, ao
mesmo tempo em que o ritual também os diferencia, remetendo, possivelmente, a diferenças de
status.
Ocorre, ao mesmo tempo, uma construção simbólica da diferença e uma construção
simbólica da semelhança, como ressaltou Márcia Barbosa. O enterramento comum, o sedimento
com corante avermelhado que os recobre, o mesmo direcionamento dos corpos aproximam os
três. Temos mulher e homem com conchas cobrindo as órbitas da face, há mulher e homem com
pontas ósseas associadas. Um dos homens tem seixos polidos, o outro não. Em um único
conjunto podemos ver expressado o que tentamos mostrar anteriormente, na abordagem focada
nos artefatos. Os gêneros se constroem sem barreiras rígidas. A mulher tem acompanhamentos
que são comuns com os homens. Elementos simbólicos aproximam a mulher daquele homem que
também tem uma ponta óssea em seu enterramento, ao mesmo tempo em que outros elementos
simbólicos os diferenciam, como o adorno de placa óssea atribuído a ele. É o mesmo adorno que
8 O conceito de grupo de afinidade, formulado por GASPAR, designa ―o conjunto de indivíduos sepultados próximos
uns dos outros em área circunscrita ao longo de um período de tempo relativamente curto‖.
71
também diferencia este homem do outro, que por sua vez tem um seixo polido que ele e a mulher
não têm. Questões de diferenças de status podem estar em jogo, como sugeriu Márcia Barbosa,
indicativas de níveis sociais relativos de superioridade/inferioridade, mas também podem estar
sendo expressas diferenciações e aproximações, elaborações simbólicas de igualdade /
desigualdade indicativas das diferentes personas sociais que um mesmo indivíduo pode encarnar
dentro de um grupo social, que não são necessariamente superiores ou inferiores, mas
simplesmente diferentes.
FORTE
Escolhemos 3 situações para o Forte, uma mulher, a única identificada da amostra (Nº 14),
e dois homens, um deles com o acompanhamento mais elaborado do conjunto (Nº 7).
Sepultamentos Nº 14 e Nº 11 (dois homens)
72
(Sepultamentos Nº 7 e Nº 11, reproduzidos de KNEIP 1977)
O homem do sepultamento Nº 7 tem vários acompanhamentos: um almofariz, uma lâmina
de machado polida, seixos, vértebras de peixe polidas enfileiradas sob o pé direito e duas
mandíbulas de teiú, um réptil.
(Corpo em decúbito lateral esquerdo, perna direita fletida, perna esquerda estendida, os
dois braços alongados sobre a perna fletida).
O outro homem tem matéria corante amarelada entre as costelas e um fragmento lítico sobre
uma das órbitas da face.
(Corpo em decúbito lateral direito, pernas fletidas).
73
Sepultamento 14 (mulher jovem)
(Reproduzido de KNEIP 1977)
A mulher é jovem, junto ao seu crânio encontra-se matéria corante amarelada e sobre ele
há um fragmento lítico. Os braços, semi-fletidos, tinham as mãos apoiadas sobre o ventre.
(Corpo em decúbito dorsal).
Lina Kneip (KNEIP, 1977) vê diferenças de status nas formas de elaboração do
acompanhamento. Deste ponto de vista, o homem com mais acompanhamento teria um status
especial. Ele tem uma série de acompanhamentos, incluindo a lâmina de machado, que no Moa e
no Ilhote do Leste aparece fortemente associada ao universo masculino. É o enterramento mais
elaborado do Forte, em quantidade de acompanhamentos.
74
Haveria também construções de diferenças que não implicam necessariamente hierarquia.
A construção simbólica associada à mulher, de deposição do fragmento lítico sobre seu crânio e a
presença de corante de coloração amarelada junto a ele, têm elementos de semelhança com a
composição simbólica atribuída ao homem do sepultamento de Nº 11, com corante amarelado
entre as costelas e um lítico depositado na órbita esquerda da face. Líticos e corante amarelado,
porém em arranjos próprios, diferenciados.
Os dois homens encontram-se em decúbito lateral, um esquerdo e outro direito, a mulher se
encontra em decúbito dorsal. Poderia ser um traço de delimitação entre gêneros, mas há um outro
homem no conjunto (Nº 13) em decúbito dorsal também.
CORONDÓ
Selecionamos da amostra deste sítio, dois cenários de enterramento conjunto de adulto com
criança: uma mulher e uma criança (Nº 72 A, Nº 64 A), um homem e uma criança (Nº 88, Nº 91).
Sepultamento 64 A / 72 A - mulher e criança
A mulher e a criança estão enterradas juntas em um sepultamento múltiplo que envolve
outras crianças e outra mulher. Trata-se de uma mulher de cerca de 41 anos que tem como
acompanhamentos associados a ela dois artefatos líticos – um polidor e um raspador – um
instrumento de concha Macrocalista maculata e uma ponta óssea. Há corante em torno dos dois
esqueletos e um seixo pintado é associado a ambos. A criança encontra-se, como mostra o
esquema abaixo, em orientação oposta a da mulher, sobre seus membros inferiores. Ela tem entre
6 meses e 1 ano de idade e junto ao seu crânio encontram-se, como adornos, 35 dentes humanos,
9 dentes de animais (3 de jacaré, 5 de primata e 1 de seláquio) e ainda 206 fragmentos de
conchas, como ―canutilhos‖, impregnadas de ocre. A criança encontra-se envolvida por lentes de
areia rosada, branca e amarela, assim como as outras crianças do conjunto. A outra mulher tem
apenas corante.
75
(A mulher com a criança encontra-se em decúbito lateral esquerdo, membros superiores
distendidos; a criança em decúbito dorsal membros superiores distendidos)
(Reproduzido de MACHADO 1984)
Sepultamento 88 / 91 (homem e criança)
Trata-se de um homem de mais de 50 anos de idade que apresenta como acompanhamentos
funerários resíduos de material corante em torno do esqueleto, além de abundantes resíduos de
madeira que se estendiam da mandíbula até a cintura pélvica. Trata-se de um cipó identificado
como da família Menispermaceae, entre as quais encontram-se plantas utilizadas na fabricação de
curare, veneno de flecha, utilizado tanto na caça como na guerra (MACHADO, 1984, p.146). Ao
lado direito do crânio encontra-se um fragmento de seixo de quartzo (batedor) impregnado de
ocre. Entre o conjunto 88 / 91 e o enterramento 90 (uma mulher com mais de 50 anos) há um
bloco de quartzo retangular.
(O homem encontra-se em decúbito dorsal, braço direito distendido e o esquerdo inclinado,
com a mão sobre a região pubiana.)
76
A criança encontra-se sobre os fêmures do homem, orientada no mesmo sentido dele. Ela
tem entre 9 e 10 anos de idade e leva um adorno lítico pingente, um outro com 11 dentes
humanos e ainda um terceiro com 9 dentes de animais (6 de felino, 3 de primata). Em torno do
conjunto de homem e criança havia muitos resíduos de material corante, bem como da mesma
madeira já mencionada anteriormente.
(A criança encontra-se na posição decúbito lateral direito, membros inferiores flexionados,
membros superiores inclinados com as mãos nas extremidades da pelve).
(Sepultamento 88/91, reproduzido de MACHADO 1984)
No Corondó são muitos os enterramentos de mulheres com crianças, mas ocorrem também
os de homens com crianças, inclusive com criança pequena. Nos dois conjuntos, o corante
envolve adulto e criança. Instrumentos líticos estão associados à mulher, ao homem associa-se
um batedor com ocre. A mulher e a criança têm um seixo pintado. As duas crianças têm
77
acompanhamentos especiais, que ocorrem para poucas crianças, que são os adornos de dentes de
animais e de dentes humanos, com muitas quantidades de peças. O adorno de canutilho é único
em todo o conjunto de enterramentos do sítio. Esta mulher tem uma ponta óssea.
A mulher do enterramento próximo ao do homem tem também uma ponta óssea. Um
acompanhamento de raríssima preservação aparece no enterramento do homem, que é o cipó,
talvez associado à fabricação de veneno para caça ou guerra.
Um homem e uma mulher acompanhando, ou sendo acompanhados, por crianças especiais.
Ainda em comum, instrumentos líticos e símbolos de caça (ou guerra). A mulher com a criança
tem mais acompanhamentos, em termos quantitativos; a outra mulher do mesmo enterramento
tem apenas corante. A mulher com criança tem também mais acompanhamentos do que o homem
com criança.
Em relação aos corpos, observam-se disposições especiais para a mulher e para o homem.
A mulher encontra-se em decúbito lateral esquerdo – o decúbito dorsal é a posição mais freqüente
no sítio. O homem tem a mão sobre a região pubiana, disposição pouco comum no conjunto do
sítio, mas majoritariamente associada aos homens.
Os cenários que descrevemos comportam elementos de aproximação e distanciamento
entre homens e mulheres, de aproximação e distanciamento de mulheres entre si, e de
aproximação e distanciamento de homens entre si, coerentes com personas sociais diferenciadas,
desiguais, talvez hierarquicamente diferenciadas em algumas situações, mas não
necessariamente. Os elementos que compõem esses cenários de enterramento isoladamente
podem se repetir, mas sempre de uma maneira própria em cada caso, combinados de uma forma
que nunca são exatamente iguais, essa parece ser a regra.
78
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para tentar produzir inferências sociais sobre os pescadores-coletores do estado do Rio de
Janeiro a partir dos dados de acompanhamento funerário não contamos nem com o recurso da
etnohistória, nem com paralelos etnográficos diretos em virtude de esses grupos já terem deixado
de existir quando da chegada dos europeus ao continente americano. Nosso procedimento foi
abordá-los em conjunto, na expectativa de que o somatório das informações dos sítios para os
quais os dados são escassos, que são a maioria, com as informações mais minuciosas e
abundantes de alguns poucos, possibilitasse elaborar um pano de fundo para a reflexão sobre
categorias de idade e de gênero naquelas sociedades.
As descrições etnográficas alertam os arqueólogos para o fato de que traços semelhantes da
cultura material podem ser resultado de motivações culturais heterogêneas. A presença de objetos
junto ao enterramento pode ter diversos significados, assim como a ausência deles não implica
ausência de simbolização, como se vê nas situações seguintes:
[Entre os Nankanse, de Gana, objetos encontrados em enterramentos pertencem
a pessoas vivas.] Isto se dá quando a alma da pessoa fica presa no túmulo
durante as atividades de enterramento e o encarregado da cerimônia não
conseguiu retirá-la dali. Quando isto ocorre, seus objetos preferidos são
colocados dentro da cova porque, enquanto permanecerem ali, a pessoa não
morrerá. [...] Entre os Lugbara, de Uganda, os objetos são expressão de aspectos
da personalidade social da pessoa falecida: um homem pode ser enterrado com
seu estojo de carregar flechas, representando sua atividade de caçador ou
guerreiro; sua cabaça, representando sua maturidade de pessoa que bebia com
outros homens maduros; com seu banco, representativo da idade avançada; seus
objetos rituais, representando seu status de agente intermediador. Uma mulher
pode ser enterrada com suas contas, representando seu status de mulher nova;
com suas pederneiras, representando seu status de esposa e com sua mó,
representando seu status de mãe (Middleton 1960: 29, 200). (MIDDLETON,
1960 apud UCKO, 1969, p.265, tradução nossa)
O segundo caso poderia se aplicar a um número razoável de caçadores-coletores, mas
certamente não é a única situação possível.
79
Podem existir oferendas que nunca chegam ao túmulo por duas razões
principais, ou porque foram destruídas antes do enterramento, ou porque
estão―simbolicamente‖ali [...]. Assim, os LoDagaa, de Gana, são um grupo de
pessoas que têm uma mitologia e uma crença explícitas e bem-desenvolvidas
sobre o outro mundo [...] Aos mortos são dadas oferendas no túmulo apenas
nominalmente, porque a maior parte é consumida durante as cerimônias
funerárias (GOODY 1959: 137; 1962: 73). Entre os Lober, que vivem próximos,
nenhuma oferenda é colocada no túmulo porque as armas do falecido são postas
junto a ele na cerimônia de enterramento e, por meio deste ato simbólico, ele
pode levá-las consigo (RATTRAY 1932: 446). (GOODY, 1959; RATTRAY,
1932 apud UCKO, 1969, p.266, tradução nossa)
As diferentes motivações por trás da escolha cultural de enterrar a ou não enterrar podem
ser extremamente ricas de simbologia:
Os Nandi acreditam que, por ocasião da morte, a sombra de uma pessoa também
morre, mas seu coração continua a viver e, em determinado momento, parte para
a terra-do-espírito. Essa viagem só pode ocorrer com a participação das hienas e,
por este motivo, o corpo é deixado exposto para que esses animais o comam. Se
isto não ocorrer dentro de quatro dias, realizam-se sacrifícios apropriados para
assegurar que ele seja comido, pois um coração que não vai para a terra-do-
espírito torna-se altamente perigoso (HUNTINGFORD, 1953b) [...]. Os velhos e
as crianças que ainda não têm dentes, entretanto, são enterrados, pois ambos
podem ir direto para a terra-do-espírito, sem a ajuda da hiena, por estarem
próximos aos espíritos pois já estavam mesmo de partida ou eram apenas recém-
chegados (G.W.B. Huntingford, pers. comm.). (HUNTINGFORD apud UCKO
1969, p.270-271, tradução nossa)
Com relação ao enterramento, ou abandono, das crianças, podem ocorrer as mais
diversificadas explicações simbólicas para a adoção de uma escolha cultural ou a outra.
[...] entre os Murngin, há uma diferenciação de idade [quanto ao local do
enterramento]: o recém-nascido não é enterrado, a criança pequena é enterrada
no acampamento e a criança de mais idade nos limites deste (WARNER, 1964,
p.424-5); entre diversas tribos de Gana, as crianças são colocadas no cruzamento
de estradas, um local de dispersão, para ajudar a afastar os hábitos
potencialmente perturbadores de indivíduos que eram, pela idade, seres humanos
apenas incipientes (GOODY, 1962 p.148 ff.); entre os Ashanti, qualquer infante
que morra com menos de oito dias é enterrado em uma latrina, por tratar-se de
fato apenas de uma criança fantasma que não tinha a intenção real de
permanecer neste mundo (RATTRAY, 1959, p.59-60); entre diversas tribos, a
disposição de bebês e crianças pequenas se caracteriza por uma ausência total ou
pelo mais perfunctório enterramento ritual. (WARNER, 1964, GOODY, 1962;
RATTRAY, 1959 apud UCKO 1969, p.270-271, tradução nossa)
80
Para Peter Ucko há razões de sobra para se associar estas formas de disposição de crianças
ao o alto índice de mortalidade entre os povos pré-históricos e os povos mais primitivos, como
ele os denomina. A enorme fragilidade de suas existências não lhes proporcionaria o
reconhecimento integral como seres sociais, a não ser depois de certa idade (UCKO, 1969,
p.271). Talvez tenhamos aqui uma indicação para o que se vê em termos de enterramentos
infantis nos sítios de pescadores-coletores que analisamos. De um lado, há poucas crianças
enterradas para o número total de adultos nos sítios, com exceção, talvez, do Corondó; por outro
ocorrem enterramentos, tanto de crianças pequenas como de crianças de mais idade, nos mesmos
locais de enterramentos de adultos, algumas delas com mais acompanhamento do que eles. Esta é
uma situação coerente com um quadro geral de abandono da maioria das crianças, sem que elas
tenham deixado vestígios, mas, por outro lado, algumas tiveram o privilégio do enterramento,
umas poucas até sozinhas, constituindo-se em crianças às quais foi dedicada uma consideração
especial por parte do grupo.
A primeira grande impressão que o registro arqueológico dos acompanhamentos funerários
presentes em sambaquis produz é a de uma grande variabilidade que nos desafia, que nos
desconcerta. Quando se imagina haver encontrado uma regra geral, logo uma outra situação a
contesta, a invalida. A conclusão de um levantamento das características presentes nos
enterramentos em sambaquis de São Paulo se aplica também, em linhas gerais, aos sambaquis do
Rio de Janeiro, qual seja a existência de apenas três padrões definidos: a convivência entre vivos
e mortos, conforme proposto por GASPAR (GASPAR, 1994-1995); o sepultamento
indiferenciado de pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias e a grande
predominância de enterramentos primários (WESOLOSKY, 2000, p.190-195).
A busca por padrões e a constatação de que eles raramente existem, como se observa nos
relatos das arqueografias, conduz a um sentimento de falta, de carência, que resulta, muitas vezes,
81
numa atribuição de simplicidade simbólica e social aos construtores de mounds litorâneos. Diante
dos exemplos descritos anteriormente, entre os quais aqueles em que a própria ausência de
cultura material funerária pode encobrir construções de extrema riqueza simbólica, não cabe
pressupor para os arranjos funerários dos sambaquieiros simplicidade de significação, embora sua
simbologia não nos seja acessível.
Os registros da cultura material considerados nesta pesquisa situam-se na dimensão do
tempo arqueológico, o tempo que permite observar o que restou dos eventos repetitivos da curta
duração, a tendência de longa duração (ALLEN, 1995, p.137-138). A perspectiva de longo prazo
que adotamos pareceu indicar duas tendências recorrentes ao longo do tempo: a variabilidade de
arranjos da cultura material no conjunto de um mesmo sítio e entre sítios, e uma atribuição de
acompanhamentos que não demarca uma linha divisória rígida entre os gêneros, mas tendências
mais marcantes como em atribuir lâminas de machado aos homens no Ilhote e no Moa, e de
seixos pintados às mulheres no Corondó. Mesmo acompanhamentos que se espera associados ao
universo masculino, como pontas ósseas, artefatos de caça/pesca (ou guerra), são recorrentemente
encontrados com mulheres, juntamente com os adornos que supostamente se correlacionariam a
estas atividades, que são os adornos de dentes de animais. O significado, ou significados, desses
contextos associados a mulheres não podemos precisar, mas eles estão ali, do nível inferior do
Algodão ao sítio Ilha da Boa Vista I, passando pelo Beirada e o Corondó.
Os Chipewyan (BRUMBACH; JARVENPA, 1997), povo caçador-coletor da região
subártica, ilustram bem a circunstância de complementaridade dos gêneros nas atividades de
subsistência, mesmo para um grupo que vive essencialmente da caça. Os grupos de caça podem
ser formados apenas por homens, apenas por mulheres e por homens e mulheres. Cabe aos
homens a obtenção da grande caça, o alce e o caribu, capturados a longas distâncias dos
assentamentos, e cabe principalmente às mulheres a captura de pequenos mamíferos nas suas
82
proximidades, atividade praticamente diária. A caça ao alce e ao caribu ocorre sazonalmente. Nas
incursões da grande caça em que participam homens e mulheres, os grupos podem ser formados
por várias famílias, por mulher e marido, por pai e filha, por avô e filha, e outras formas de
combinação. O ato de ―caçar‖ o alce ou o caribu consiste em muito mais do que abater o animal.
Os homens realizam a matança propriamente dita, mas as parcerias entre homens e mulheres
facilitam o fluxo das atividades sincronizadas e ininterruptas que envolvem deslocamento,
rastreamento, abatimento, carneamento, processamento e distribuição da carne, atividades que
compõem o ato de caçar em sentido amplo. As atuações masculina e feminina na produção da
subsistência se dão de forma complementar e não autônoma.
Mesmo numa sociedade em que os domínios masculino e feminino são nitidamente
marcados, como entre os Mebengokre do Brasil Central (mais conhecidos como Kayapó), a idéia
de complementaridade, semelhante ao yin-yang da cultura chinesa, descreve melhor a forma
como se dão as relações entre os gêneros, segundo Vanessa Lea (LEA, 1994). À idéia de
complementaridade entre os gêneros corresponde um conceito de hierarquia calcado na noção de
englobamento, em lugar da pressuposição de relações de dominação/subordinação: a esfera
feminina ora engloba, ora é englobada pela esfera masculina, como ressalta LEA (1994),
seguindo DUMONT. Entre os Mebengokre, em certas esferas a atividade masculina é mais
valorizada, como na caça; em outras, destaca-se a maior valorização da mulher, como na pintura
corporal, um saber requintado dominado pelas mulheres. Com a idade, os limites entre os gêneros
vão se tornando mais tênues, como que se dissolvendo, as mulheres assumindo espaços
masculinos, os homens se ―feminilizando‖ (LEA, 1994, p.97-98).
Para mulheres e homens, os acompanhamentos não falam de divisões rígidas. As lâminas
de machado dos contextos funerários parecem fazer parte de um universo masculino, que pode
ser apropriado pelas mulheres mais velhas; seixos pintados apareceram em contextos com
83
marcante presença feminina, mas não exclusivamente; dentes de animais e pontas ósseas,
artefatos de universos de caça, pesca ou guerra, são para homens e mulheres; mós, almofarizes,
―quebra-coquinhos‖, artefatos do universo das lidas ―domésticas‖ são para mulheres e homens.
Em relação aos contextos de enterramentos infantis, discutimos a necessidade de
considerar que os limites das categorias etárias são socialmente construídos e resultado de
escolhas culturais. A categoria de escolha social deve ser levada em consideração, além da
perspectiva biológica, quando se pensa as crianças em enterramentos de sambaquis. Os exemplos
etnográficos evidenciaram a possibilidade de diferentes perspectivas sobre o limite a partir do
qual uma criança passa a ser vista pelo grupo. Propusemos algumas hipóteses com base nos
dados de idade disponíveis, assim como para o momento do ingresso na vida adulta, a partir de
uma perspectiva de diferenciações no acompanhamento funerário.
Quando iniciamos nossa pesquisa esperávamos encontrar padrões, como também
buscavam os pesquisadores nos estudos em que nos apoiamos. Se há alguma regra, parece ser a
da variabilidade, entre sítios e dentro de um mesmo sítio. Procuramos pôr isto em evidência no
transcorrer da análise. Da perspectiva ampla de onde nos colocamos, o que se vê são inúmeras
possibilidades de combinações calcadas nos recursos de uma cultura material simples. Os
exemplos etnográficos que reunimos indicam que elaborações simbólicas densas não dependem
de uma cultura material sofisticada, universos caçadores-coletores são também espaços de
construções sociais carregadas de significado. Os ―bandos‖ pescadores-coletores certamente
podiam muito mais do que temos sido capazes de lhes reconhecer.
84
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MANITIBA I, SAQUAREMA
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SERNAMBETIBA
HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. Coletores de moluscos do litoral fluminense. 1978. Nota
Prévia. (cópia mimeografada)
TARIOBA MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba. Simbolismo, identidade cultural e
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ZÉ ESPINHO
KNEIP, Lina Maria (Coord.). Coletores e pescadores pré-históricos de Guaratiba – Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal
Fluminense, 1987. (Museu Nacional, Série Livros, V).
95
ANEXO A – DATAÇÕES
SÍTIO DATAÇÃO REFERÊNCIA
ÁREA DA BAÍA DA ILHA GRANDE
Algodão (superior) 3350 +/- 80 AP LIMA 1991
(inferior) 7.860 +/-AP LIMA 2001
Caieira II ―contemporâneo ao nível superior do Algodão‖ LIMA 1991, p. 419
Major ―camada ocupacional associada ao nível superior do Algodão LIMA 1991, p. 326
Peri ―ocupação associada a do nível superior do Algodão‖ LIMA 1991, p. 365
Ilhote do Leste 3060 +/- 40 AP a 2650+/- 350 AP TENÓRIO 2003
Ponta do Leste 2880 +/- 40 AP TENÓRIO 2003
ÁREA DE GUARATIBA
Guaíba 1520+/- 60 GASPAR 1998
Zé Espinho ―A‖ 1920 +/- 170 AP a 1510 +/- 160 AP KNEIP 1987
―D‖ 2260 +/- 160 AP KNEIP 1987
ÁREA DA BAÍA DE GUANABARA
Amourins 3530 +/- 30 AP BEZERRA 1995
Arapuan Entre as datações do Amourins e do Sernambetiba BEZERRA 1995, p. 123
Sernambetiba 1960 +/- 70 AP GASPAR 1998
ÁREA DE SAQUAREMA
Beirada (I) 3800 +/- 190 AP KNEIP; MACHADO 1993
(II) 4160 +/- 180 AP
(III) 4300+/- 190 AP
(IV) 4520 +/- 190 AP
Manitiba I 4270 +/- 70 a 3810 +/- 70 AP KNEIP 2001
Moa (I) 3610 +/- 190 AP KNEIP; MACHADO 1993
(II) 3960 +/- 200 AP
Itaúnas 5740 +/- 70 AP BARBOSA 2007
Saquarema 3280 +/- 60 AP a 2550 +/- 60 AP KNEIP 2001
Pontinha (II) 1790 +/- 50 AP KNEIP; MACHADO 1993
(III) 1810 +/- 40 AP
(IV) 2270 +/- 170 AP
ÁREA DE CABO FRIO
Forte 5520 +/- 120 AP KNEIP 1980
Condomínio do Atalaia 4190 +/- 130 AP a 4120 +/- 110 AP TENÓRIO 2003
Massambaba - -
Boqueirão - -
Geribá I 1480 +/- 90 AP GASPAR 1998
PLANÍCIE DO RIO SÃO JOÃO
Corondó (I) 3010 +/- 80 AP GASPAR 1998
(II) 3010 a 3215 AP MACHADO 1984
(III) 3215 A 3700 AP
(IV) 3700 A 4205 AP
Ilha da Boa Vista I 3480 +/- 100 AP a 3110 +/- 60 GASPAR 1998
REGIÃO DE MACAÉ
Tarioba 3500 AP a menos de 2000 AP DIAS JR 2001
Ilha de Santana (nível inferior) 1260 +/- 330 AP LIMA 1991
96
ANEXO B – ACOMPANHAMENTOS POR GÊNERO SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO Algodão(sup.)
M + 35 a - Ossos impregnados de corante.
H 25 / 35 a - -
Algodão (inf.)
M 18 / 23 a - Adorno de 2 dentes caninos de mamífero perfuradas sobre tórax.
M 22 a - -
M 30 /40 a - -
M + 35 a - -
H ad. meia-
idade - -
- adulto
jovem
- -
- ad. meia-
idade - -
H adulto - -
H adulto - -
- adulto - -
- adulto - -
Peri
H + 45 a - (2 artefatos em concha com orifício central ―junto ao sepultamento‖).
Ilhote doLeste
M 18 / 20 a 6 1 pingente lítico, 1 dente de animal.
M 30 / 45 a 31 Lâmina de machado.
H 35 / 45 a 1 Estilha lítica, núcleo lítico, 2 pontas ósseas (T4, T8), colar de 4 dentes de felídeos.
H 21 / 23 a 4 Seixos, 7 pontas (T1, T2), pontas entre vértebras, 3 dentes de animais.
H 15 / 17 a 8 Lâmina de machado, lápides, 14 pontas ósseas (T1, T2, T15), espátula óssea,
2 dentes de tubarão. Restos de fauna. (Crânio coberto de conchas.)
H 20 / 35 a 16 Corante,s eixos, lápides, 13 pontas ósseas (T1), 1 vértebra de peixe perf..
Restos de fauna.
H 35 / 50 a 18 Mamífero marinho. Lascas, 62 pontas (T1, T2, T4, T11, T12) (2 espinhos de
peixe formam anzol), 6 dentes de animais perfurados (2 caninos de onça,
1de boto, 2 de tubarão, 1 de macaco). Restos de fauna.
H 25 / 35a 19 Lápides, lascas, 70 pontas ósseas (T1, T2, T11), 6 dentes de animais perfs.
(2 de tubarão, 4 de onça). Restos de fauna
H 25 / 30 a 20 Lascas, 21 pontas ósseas (T1, T2, T4), colar de 6 dentes de cação perfs. e de
primata com desgaste circular nas laterais da raiz. Restos de fauna. Seixo grande
cobrindo a cabeça.
H - 21 Corante, lâmina de machado, lascas, 31 pontas (T1, T4) (2 pontas T2 junto às
costelas e 1 T4 aderida ao úmero, talvez relacionada a sua
causa mortis – inf. pág. 447), dente de primata trabalhado junto às costelas.
H 35 / 50 a 23 Polidores líticos, seixos, lápides, artefatos malacológicos, colar de dentes de
cação. Restos de fauna.
H 45 / 55 a 25 Corante, 2 lâminas de machado, lápides, 1 ponta óssea (T1)
H 20 /34 a 32 Crânio cercado por polidores e seixos junto ao ?, 1 dente de golfinho perfurado.
Machado sobre o joelho.
H 20 / 34 a 33 Lápides, 1 dente de animal. Restos de fauna.
- adulto
jovem
9 Ossos articulados de golfinho. 8 pontas ósseas(T1), 1 osso com corte (T26),
2 dentes de animais, artefato malacológico. Conchas sobre fêmur,
crânio e tórax. Ocre e mancha de argila sobre pélvis.
Ossos tingidos de amarelo. Restos de fauna.
Ponta do Leste
H 35 a 34 Areia tingida de vermelho
Zé Espinho A
M 18 / 22 a 1C -
M 25 / 30 a 7 1 Tonna galea.
M 18 / 20 a 8 15 Lucina pectinata arrumadas junto ao crânio, sem trabalho ou utilização.
M 25 / 30 a 10 1 percutor-polidor com corante, 2 lâminas pontiagudas polidas de osso,
97
SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO 1 ponta dupla.
H 21 / 25 a 1A 1 Tonna galea, 2 gastrópodes marinhos perfs., 1 ponta de esporão de raia.
H 25 / 30 a 1B -
H 25 / 30 a 4 -
H 25 / 30 a 5 -
H 20 / 25 a 6 1 Tonna galea, 1 lâmina de machado polida com corante, 1 polidor-percutor,
3 pontas duplas de osso.
H 20 / 25 a 9 Fragmentos de material calcáreo de origem animal (concha).
Zé Espinho D
M 35 / 45 a 4 2 percutores líticos.
M 13 / 15 a 6 -
M 15 / 17 a 8 F (?) -
H 22 / 25 a 1 Sedimento amarelo.
H 30 / 35 a 2 2 pontas duplas de osso.
H 18 / 22 a 3 -
H 15 / 18 a 5 -
H 30 / 35 a 7 -
H 40 / 45 a 9 -
H adulto 10 Tartaruga, mamífero (?).
Arapuan
- adulto 1 -
- adulto 2 -
- adulto 5 3 líticos dispostos à frente do crânio.
- adulto 6 -
- adulto 7 -
- adulto 9 -
- adulto 10 5 vérts. trabalhadas em série, 2 dentes molares c/raíz perf., de mão pelada.
- adulto 11 -
- adulto 12 -
- adulto 13 -
- adulto 15 -
- adulto 17 -
Itaúnas
M 30 a 1C Coberto por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos, fauna
e parafernália ritual. 2 valvas de Lucina pectinata sobre cada órbita da face,
1 ponta óssea sobre fêmur D. Oferenda alimentar.
H + 20 a 1A Coberto por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos, fauna
e parafernália ritual. 2 pontas ósseas junto às costelas do lado D,
1 placa óssea perf. (adorno). Oferenda alimentar
H 20 a 1B Coberto por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos, fauna
e parafernália ritual, 1 seixo polido entre os membros infs., 1 seixo polido
na altura da mão D, 2 valvas de Lucina pectinata posicionadas
sobre cada órbita da face. Oferenda alimentar.
Beirada (I)
M 25 / 30 a 1 -
M 30 /35a 3 -
M adulto 3A -
M + 35 a 8 Sedimento vermelho próximo a ossos.
M adulto 11 Concreções vermelhas lateralmente.
M 25 / 30 a 25 -
M 30 / 35 a 29 1 concreção vermelha de forma pontiaguda sobre 1 ponta simples de esporão de
―raia‖ (13,5x1,0x0,6cm), provavelmente Artobatus narinari, fincada entre
as costelas (inf.pág. 28), 1 seixo de diabásio na região pélvica.
H + 40 a 5 -
H adulto 6 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo ossos.
H 30 / 35 a 10 Seqüência de 4 vértebras de tubarão perfs.; concreção vermelha.
H 22 / 25 a 12 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo os ossos. (Sec.)
H 30 / 35 a 26 -
98
SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO
Beirada (II)
M - 2A (Associado a restos alimentares).
M - 7 (Associado a restos alimentares). (Sec.)
M 35 / 40a 14 Concreção vermelha sobre o tórax; sedimento vermelho.
M 25 / 35 a 16 1 canino inferior perf. Alouatta guariba (2,5x0,5cm).
H 35 / 45 a 2 (Associado a restos alimentares).
H 25 / 30 a 4 Sedimento vermelho sobre o crânio. (Associado a restos alimentares).
H + 35 a 9A -
H 30 / 35 a 13 6 vértebras perfs. enfileiradas, de ―tubarão‖ ao lado do crânio; sedimento e
concreção vermelhos envolvendo ossos.
H 25 / 35 a 15 (Associado a restos alimentares).
Beirada (III)
M adulto 19 Concreção vermelha sobre o tórax e membros inferiores.
M 35 / 40 a 20 Sedimento e concreção vermelhos sobre membros inferiores.
M 25 / 28 a 23 Sedimento vermelho envolvendo ossos.
M 35 / 40 a 27 Concreção vermelha ao redor dos ossos.
H 39 / 44 a 21 Sedimento vermelho envolvendo ossos.
H 35 / 40 a 24 -
Beirada (IV)
H + 40 a 22 -
Manitiba I
M 20 / 22a 2 Corante vermelho na forma de concreções entre os fêmures (dois fragmentos) e
junto ao crânio (dois fragmentos).
H 40 / 45 a 1 Corante vermelho em forma de sedimentos.
Moa (I)
M 20 / 22 a 2 -
M 35 / 45 a 6 Sedimento vermelho envolvendo ossos.
M 21 / 22 a 24 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo ossos.
H 30 / 35 a 1 2 lâminas de machado lascadas e polidas (10,5x5,1x3,0; 7,4x6,7x1,5cm) de
diabásio. (Sec)
H 25 / 30 a 2A 1 seixo pintado; sedimento e concreção vermelhos.
H 22 / 25 a 3 2 valvas de Lyropectem nodosus impreg. de corante vermelho envolvendo ossos.
H 21 / 22 a 4 Sedimento vermelho envolvendo ossos.
H 25 / 30 a 4A -
H 39 / 44 a 5 Sedimento vermelho cobrindo parte dos ossos longos.
Moa (II)
M 30 / 35 a 15 1 almofariz de diabásio (32,0x22,0x10,0cm) sob o crânio, lado E; sedimento
vermelho envolvendo ossos.
M 30 / 35 a 18 1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio (13,0x5,0x2,4cm) sob vértebras
lombares; sedimento vermelho envolvendo ossos.
M adulto 23 Sedimento e corante vermelho.
M 18 / 19 a 20 2 seixos pintados próximos ao fêmur E e ossos dos pés; sedimento vermelho no
lado D do esqueleto.
M 20 / 22 a 7 Sedimento vermelho envolvendo ossos exceto membro inferiores.
M 45 / 50 a 9 Sedimento vermelho envolvendo ossos e raspador de Amiantis purpurata.
M 40 / 50 a 12 1 lâmina de machado polida.
M + 40 a 13 -
M 17 / 18 a 14 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo ossos.
H 30 / 35 a 16 1 dente de Tayassu sp (―porco do mato‖) entre os úmeros; sedimento vermelho
Envolvendo ossos.
H + 25 a 17 1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio (19,2x10,5x3,0cm) entre os
umeros.
H 35 / 45 a 21 1 ―quebra-coquinho‖ de quartzo sobre ossos dos pés.
H adulto 22 Sedimento vermelho envolvendo ossos.
H 25 / 35 a 8 Concreção vermelha sobre membros superiores e inferiores.
H 30 / 35 a 10 2 lâminas de machado lascada / polida e polida de diabásio (9,6x3,9x1,0cm;
12,5x7,0x2,5cm); sedimento vermelho envolvendo ossos.
99
SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO H 27 / 30 a 11 Sedimento e concreção vermelhos sobre o esqueleto
- adulto 19 -
Saquarema
M 30 a 1 Ponta de esporão de ―raia‖ junto aos ossos das mãos; 5 vértebras de tubarão
Enfileiradas, sem perfuração, junto aos ossos dos pés.
M + 40 a 2 (Sec.) -
M - 2 (Sec.) -
M 40 / 50 a 3 -
M 30 / 35 a 4 -
H adulto 4 -
H 30 / 35 a 2 (Sec.) -
H - 2 (Sec.) -
H - 2 (Sec.) -
Pontinha (I)
H 30 / 35 a 3 Concreção vermelha entre as costelas, 1 ponta simples de osso Chelonidae
(5,0x3,5x0,1cm)
Pontinha (II)
M + 35 a 1 (Sec. cremado) 2 ossos cremados de ―baleia‖.
M adulto 5 (Sec. cremado) 1 ponta simples cremada (2,5x1,0x0,4cm); 1 osso cremado
trabalhado de mamífero terrestre.
M adulto 7 -
H 30 / 35 a 4 (Sec. cremado) -
H + 25 a 8 (Cremado na própria cova) -
H + 25 a 9 (Cremado na própria cova) -
- adulto 6 (Sec. cremado na própria cova) -
Pontinha (III)
M + 35 a 1A (Cremado) -
H 30 / 35 a 10 (Sec. cremado) -
H adulto 11 (Cremado) 1 ponta simples cremada de osso de cabeça de Bagre sp
(2,1x1,0x0,3), 1 ponta simples cremada de osso de mamífero terrestre
(2,0x1,0x0,4cm)
H + 25 a 13 (Cremado) -
- adulto 12 (Sec. cremado) -
Pontinha (IV)
M 20 / 25 a 16 (Sec. cremado) -
M + 35 a 17 -
H adulto 2 (Cremado) -
H 35 / 40 a 15 (Cremado, em posição fetal) -
- adulto 14 (Cremado) 2 pontas simples de osso de cabeça de Genidens genidens, 1 osso
seccionado e 1 peça não identificada, cremados, de mamíferos terrestres.
Forte (I)
M jovem 14 Matéria corante de coloração amarelada junto ao crânio; sobre este um fragmento
lítico sem vestígios de utilização.
H adulto 7 Almofariz, lâmina de machado polida, seixos com evidência de uso, vértebras de
peixe pols e perfs. – 2 com perf., 2 sem perf. – enfileiradas sob o pé da perna D,
duas mandíbulas do réptil Tupinanbas sp (teiú).
H adulto 11 Matéria corante, entre as costelas
H jovem 12 Matéria corante de cor amarelada sob a cabeça e entre as costelas do jovem,
vértebras de peixe polidas, sem perfuração, enfileiradas junto ao crânio do jovem.
H adulto 13 Matéria corante de coloração amarelada entre as costelas.
Massambaba
M - 3 I pendente de pedra perfurado, polido; 1 adorno de concha com duas perfurações
paralelas na porção superior (Conus sp)
M 35 a 4 -
M + 50 a 8 Lascas (sem especificação de função) de arenito, gnaisse e quartzito.
M 30 / 35 a 9 -
H 35 / 40 a 1 4 lascas de quartzo (2 raspadores, 2 facas), ao longo da região toráxica; 1 espátula
óssea (perfurador) e corante avermelhado logo abaixo dos ossos da mão D.
100
SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO H 30 / 35 a 2 Lascas de quartzo próximo ao crânio; na altura dos ossos das mãos a areia
apresentava manchas de coloração avermelhada.
H + 25 a 5 -
H adulto 6 -
H + 30 a 7 Fragmentos de corante vermelho.
- adulto 11 -
jovem
Boqueirão
M 35 / 39 a 1 (Sec.) -
M até 35 a 4 (Sec.) -
H 25 / 30 a 2 (Sec.) -
H 20 / 22 a 3 (Sec.) -
Corondó (I)
M + 50 a 52 1 ponta óssea fragmentada ao lado do úmero D; 1 dente de cachorro do mato
(Procyonidae), 1 unha de mamífero, perfurados e manchados de ocre junto ao
Crânio; 3 adornos de conchas (pendentes); material corante em torno do
esqueleto.
M 25 / 35 a 54B Material corante
M 30 / 35 a 120 1 artefato lítico e um seixo pintado, ambos utilizados como raspadores;
fragmentos de material corante vermelho e amarelo ao longo do esqueleto,
de ambos os lados.
M + 25 a 125 (F?) 5 vértebras de peixe perfuradas.
Corondó (II)
M 30 / 35 a 55A (Sec.) Material corante.
M 30 / 40 a 55C Material corante.
M 25 / 35 a 55D Material corante.
M 25 / 35 a 57A Material corante, inclusive impregnando os ossos deste esqueleto.
M adulto 60A (Sec.) Material corante, escassos resíduos.
M + 40 a 74C (1 seixo pintado entre os enterramentos 73, 74 e 77.)
M - 106A 8 artefatos ósseos dispostos em torno do esqueleto; 6 dentes de felino, com
perfurações na raiz e 1 dente humano perfurado.
M + 35 a 109 Impregnações de corante vermelho ao longo do esqueleto.
M 35 / 45 a 121 -
M 30 / 35 a 122 Poucas evidências de corante vermelho. No lado D do esqueleto: 1 seixo
pintado / raspador; 2 dentes perfurador de seláquios, impregnados de
corante; duas vértebras de peixe polidas e perfuradas e 1 artefato malacológico.
H 42 a 55B Material corante.
H 25 / 35 a 77A (1 seixo pintado entre os enterramentos 73, 74 e 77.)
H + 40 a 107 Resíduos de corante vermelho ao longo da porção E; seixo de quartzo / batedor
Junto ao úmero E; 5 dentes de felino, com perfurações nas raízes, junto ao
crânio; 1 artefato de concha (gastrópode – Megalobulinus sp) e 1 adorno de
concha (Macrocalista maculata).
H 35 / 45 a 108 1 dente perfurado de cachorro do mato (Procyonidae); impregnações de
Corante vermelho em torno do esqueleto.
- + 25 a 123 Seixo achatado de gnaisse; 1 ponta óssea fragmentada;
3 vértebras de peixe, polidas e com perfuração central, apresentando uma
canaleta ao longo das peças; 1 dente humano com perfuração numa das
raízes. Restos de palha calcinada.
Corondó (III)
M 25 / 35 a 59A -
M + 30 a 61A 1 fragmento de seixo de quartzo impregnado de ocre e 3 pontas ósseas, no
contexto dos ossos humanos (o enterramento é duplo, de mulher e criança).
M 41 a 72A 1 seixo oval impregnado de corante amarelado e 1 ponta
óssea junto aos indivíduos 64A (uma criança de 6meses/1ano) e 72A e
material corante em torno dos esqueletos; 1 artefato de concha (Macrocalista
maculata); 2 artefatos líticos (um polidor-raspador). (Crianças do enterramento
envolvidas em lentes de areia rosada, branca e amarela.)
M +35 a 72B Material corante.
101
SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO M 34 a 70 Material corante e lentes de areia rosada, branca e amarelada envolvendo o
esqueleto.
M 25 / 35 a 78A 1 seixo pintado entre os esqueletos deste enterramento de mulher e 6 crianças;
resíduos de material corante; areia rosada, branca e amarelada envolve os
esqueletos.
H 45 a 58 4 pontas ósseas, 3 dentes perfurados de animais e 2 fragmentos de diáfises
ósseas polidas e impregnadas de corante, junto às vértebras cervicais; 4 vértebras
de peixe, em fila, apresentando polimento e perfurações centrais (junto à
cabeça do úmero E; 1 adorno de concha (pingente) sobre o esterno
(Macrocalista maculata); material corante ocre e avermelhado.
H 39 / 45 a 71A Material corante. Areia rosada, branca e amarelada envolvendo os
esqueletos 71A e 71B.
H 25 / 35 a 71B Material corante. (Ver 71A)
Corondó (IV)
M 57 a 84A Seixo pintado junto aos membros inferiores do esqueleto. Material corante.
1 artefato ósseo (furador) entre os enterramentos 84 e 85.
M + 50 a 84C (Sec.) -
M 20 / 25 a 85A 2 seixos pintados moedores, próximos aos membros inferiores do esqueleto e
resíduos de material corante.
M + 50 a 90 1 ponta óssea, próxima ao úmero D; 1 bloco de quartzo retangular, localizado
sobre os fêmures do esqueleto (bloco associado aos
enterramentos 88/91 (homem idoso e criança) e 90.
M 25 / 35 a 96A (Sec.) -
M 43 a 100 Material corante em torno do esqueleto.
M + 35 a 103A Material corante em torno do esqueleto.
M 20 / 21 a 103C Material corante em torno do esqueleto.
M 17 / 18 a 105B Material corante.
M + 30 a 105D Material corante.
M + 35 a 112 O crânio estava envolvido em areia misturada a material corante.
M 45 / 50 a 115C (F?) -
H 46 a 87 1 adorno lítico pingente junto à mandíbula; material corante em torno do
esqueleto, 2 artefatos líticos (facas) próximos ao úmero D, além de 1 ponta
óssea. 1 concha pintada Macrocalista maculata (instrumento) entre os
enterramentos 86 e 87
H + 50 a 88 Resíduos de material corante em torno do esqueleto, além de abundantes
resíduos de madeira que se estendiam da mandíbula até a cintura pélvica, com
cerca de 15 cm de largura. Próximo à porção lateral D do crânio, 1 fragmento
de seixo de quartzo (batedor) impregnado de ocre. (Bloco de quartzo entre os
enterramentos 88/91 e 90, já referido)
H 25 / 35 a 95A Resíduos de material corante impregnando a terra que envolve os esqueletos.
1 ponta óssea coletada junto ao crânio do esqueleto.
H + 35 a 98A Corante.
H 20 / 23 a 101A Material corante em torno do esqueleto.
H - 101A (Sec.) (parte de osso coxal) -
H 25 / 35 a 102 -
H 35 / 45 a 104A Grande quantidade de material corante vermelho, impregnando a terra que
envolvia os esqueletos. Próximo à porção posterior do crânio, 1 artefato
lítico (polidor). Aglomerados de ossos infantis envolvidos por lentes de areia
branca, rosada e amarelada localizados sobre os esqueletos articulados do
enterramento múltiplo.
H 19 a 104B Material corante. (Ver 104A)
H 25 / 26 a 104C Grande quantidade de material corante avermelhado. (Ver 104A)
H 25 / 35 a 104E Material corante. (Ver 104A)
H - 104G -
H 26 a 105A Material corante vermelho e amarelo impregnando a terra em torno dos ossos.
1 seixo pintado (raspador) associado a todo o enterramento múltiplo.
H 25 / 35 a 113 Resíduos de corante vermelho, impregnando a areia que envolve os ossos.
H 25 / 35 a 115A Material corante vermelho e amarelado
102
SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO H 18 a 116A -
H + 50 a 116B Material corante, avermelhado, inclusive impregnando os ossos.
H 19 / 25 a 117 -
- adulto 86C Material corante. (1 concha Macrocalista maculata banhada de ocre, entre os
sepultamento 86 e 87, já referida).
- adulto 98B (Sec.) -
I. Boa Vista I
M adulto
maduro
1 1 ponta óssea, 1 dente perfurado, 1 espinho de peixe trabalhado, grande
quantidade de corante.
M adulto 6 -
M adulto
jovem
3 -
M adulto 13 -
M adulto
jovem
(F?) -
H 20 / 30 a 2 Corante nas costelas.
H adulto
maduro
12 1 ponta óssea, corante.
H adulto
maduro
5 Corante.
H adulto 14 -
H adulto
jovem
10 1 batedor-alisador, bloco de corante, um pouco de corante ―polvilhado‖.
H 35 / 40 a 16 Ostrea junto ao crânio, 2 fragmento ósseos faunísticos, 1 semente.
H 19 / 20 a 17 Fragmentos ósseos faunísticos, malacológicos, de carvão; 1 fragmento de
quartzo, 3 caramujos terrestres
H - 18 (M?) 1 fragmento de quartzo, 1 lítico, 1 fragmento ósseo faunístico
H 35 / 40 a 19 (M?) -
Tarioba
( IV b)
M 30 / 35 a 5A (Sec.) O acompanhamento é referido a todo o enterramento triplo, que
H Até 25 a 5 (Sec.) inclui mulher, homem e criança de 2/3 anos: 1 seixo inteiro de quartzo
manchado de pigmento vermelho (5,0x4,1x2,4 cm); 1 batedor unipolar
inteiro em seixo de quartzo (5,8x4,9x2,9 cm); 1 batedor unipolar/bipolar duplo/
moedor em seixo de quartzo fragmentado (6,6x7,4x3,1 cm); 1lâmina de machado
inteira em rocha ígnea (lascada/polida) (10,7x5,8x2,8 cm).
(sup. 0/10cm)
M 20 a - -
H 25 / 35 a - -
( IV a)
H 25 /30 a 1B (Sec.) -
H 35 / 40 a 2 Pigmentos; artefatos líticos; artefatos ósseos (pontas) junto aos fêmures
Cruzados; restos faunísticos ósseos e malacologicos.
H 35 / 45 a 3 1 fragmento de seixo de quartzo manchado de pigmento vermelho
(6,0x4,5x4,5 cm); 1 seixo inteiro de quartzo sem evidência de uso
(6,6x4,6x2,1 cm); 1 fragmento de bloco de quartzo (6,6x5,5x4,2cm), artefato
ósseo (ponta) entre os membros inferiores flexionados.
(20/130cm)
M 25 / 30 a - -
H + 35 a - -
I. de Santana
M início idade
adulta
4 (F?) -
H 45 / 50 a - -
- adulto meia
idade 3 (19 dentes humanos avulsos, com padrão diferente do padrão da Ilha de Santana.)
103
ANEXO C
FICHAS DE SEPULTAMENTOS
104
SÍTIO : ALGODÃO (nível superior) Folha : 1
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
_
M
25/35anos
Ossos em sua maior parte
fragmentados, isolados,
dispersos, sem conexão
anatômica, em meio ao
sedimento escuro que
caracteriza a camada superior.
Há um terceiro indivíduo adulto
do qual não foi possível tecer
qualquer consideração. (p. 305
– 306)
_
_
_
_
F
+ 35 anos
Ossos impregnados com corante
_
_
_
Adol
+ 12 anos
_
_
_
_
C
0/2 meses
_
_
_
_
C
0/2 meses
_
_
105
SÍTIO : ALGODÃO (nível inferior) Folha : 2
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
(bloco
2 ind.)
1
_
Adulto
jovem
Perna fletida sobre a coxa, o membro
inferior sobre o membro superior.
Partes do crânio e face repousam junto à
extremidade proximal das tíbias.
Ossos friáveis.
(O indivíduo mais completo)
_
_
_
2
_
Meia
idade
Sob o crânio do primeiro
-
_
(bloco)
_
F
18/23
anos
POSIÇÃO: fortemente fletida(dorsal), com
antebraços cruzados sobre região
abdominal, fêmur D fletido sobre tronco e
joelho D à altura do ombro correspondente.
Cabeça flexionada.
PRIMÁRIO
2 dentes caninos de mamífero, perfs. sobre os
ossos do tórax
(O indivíduo deve ter sido
colocado fortemente
amarrado.)
(fora
de
bloco)
_
M
(?)
adulto
meia-
idade
_
_
_
(fora
de
bloco)
_
C
_
4 fragmentos de ossos longos de
criança
_
_
Obs.: No nível inferior formaram-se blocos compactados, com um ou mais indivíduos, possibilitado pelo tipo de sedimento da camada.
106
SÍTIO : ALGODÃO (nível inferior) Folha : 3
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
(bloco)
_
F
(?)
22
anos
POSIÇÃO: fletido
_
_
(bloco)
_
F
30/40
anos
POSIÇÃO: fletido
_
_
(bloco
4 ind)
_
2 M
2 (?)
4
adultos
4 ind adultos, posição fletida,
2 apresentam conformação
masculina, os dois outros sem
diagnóstico possível.
_
_
(bloco)
_
F
(?)
+ 35
anos
_
_
_
(bloco)
_
C
8/9
anos
_
_
_
107
SÍTIO : AMOURINS Folha : 1
FONTE: HEREDIA, Osvaldo R. (1981 – 1982)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
Obs.: Refere-se à presença de 2 indivíduos recuperados em diferentes profundidades. O primeiro deles no nível 2,20m, não foi retirado, ―ficando sua
recuperação para futura escavação‖. O segundo encontrava-se na parede sul, em decúbito ventral. ―Outras indicações sobre idade, sexo etc ainda estão sendo
estudadas.‖ (p. 182)
108
SÍTIO : ARAPUAN Folha : 1
FONTE: BEZERRA, Francisco Octavio da Silva (1995)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_ Sup.
Setor
IX-
21
01
_
Adulto
Identificado por ―Patológico‖.
Sem associação a mobiliário funerário
_
Família
I
40/50
cm
Setor
III-5
02
_
Adulto
Posição: estendida
Possível TRIPLO
(Identificado por Família I)
_
_
Família
I
_
Setor
III-5
03
_
Jovem
Posição: estendida
(Material perdido durante mudança
feita pela Prefeitura)
_
_
Família
I
_
Setor
III-5
04
_
Feto
(Por peneiragem)
_
_
_
40/50
cm
Setor
VII-
19
05
_
Adulto
Único dos dez em melhor estado que não
estava em posição estendida.
Identificado por ―Cabecinha‖.
(Só foi encontrado o crânio.)
3 líticos dispostos à frente do crânio, formando
uma ―seta‖.
_
109
SÍTIO : ARAPUAN Folha : 2
FONTE: BEZERRA, F Octavio da Silva (1995)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
20/30
cm
Setor
V-19
06
_
Adulto Posição: estendida
Denominado de ―Perninha
(Material perdido durante
a mudança feita pela Prefeitura)
_
_
Família
II
?/40
cm
Setor
XII-
5/7
07
_
Adulto Possível TRIPLO
(Identificado por Família II)
(Material perdido durante a
mudança feita pela Prefeitura)
_
_
Família
II
_
Setor
XII-
5/7
08
_
Jovem
_
_
_
Família
II
30/40
cm
Setor
X-5
09
_
Adulto
_
_
_
_
20/30
cm
Setor
VIII-
2/4
10
_
Adulto Partes esqueletais muito
esfaceladas, como da maioria dos
achados.
Denominado ―Cerquinha‖
5 vértebras trabalhadas em série,
2 dentes molares com uma raiz perfurada, de mão
pelada (Procyon canorivirus)
_
110
SÍTIO : ARAPUAN Folha : 3
FONTE: BEZERRA, F Octavio da Silva (1995)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
20/30
cm
Setor
VI-
4/2
11
_
Adulto (Esperava-se o esqueleto completo,
mas só foram recuperadas algumas
partes ósseas)
Denominado ―Fiasco‖
_
_
_
10/20
cm
Setor
IV-2
12
_
Adulto
Denominado ―Espalhado‖
_
_
_
00/10
cm
Setor
VI-3
13
_
Adulto Perda de todos os dentes em vida.
Denominado de ―Boquinha
(Só foi encontrada a mandíbula.)
Sem associação a mobiliário funerário
_
Família
III
20/30
cm
Setor
VI-
13
14
_
Jovem
Possível TRIPLO
(Identificado por Família III)
_
_
Família
III
20/30
cm
Setor
VI-
13
15
_
Adulto
_
_
_
111
SÍTIO : ARAPUAN Folha : 4
FONTE: BEZERRA, F Octavio da Silva (1995)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
Família
III
20/30
cm
16
_
Feto
(Por peneiragem)
_
_
_
120/130
cm
Setor
I-1/II-2
17
_
Adulto
(Somente os ossos do pé)
Denominado ―Trintinha‖
_
_
112
SÍTIO : BEIRADA Folha: 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1 I 1 F 25 /30
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NO / SE
Direção da face: O
PRIMÁRIO
_
_
3 I 3 F 30 / 35
anos
Posição: semi-fletido lateral direito
Orientação: N / S
Direção da face: O
PRIMÁRIO DUPLO
_
_
3 I 3a F Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO DUPLO)
_
_
5 I 5 M + 40
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: E
(PRIMÁRIO)
_
_
6 I 6 M Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO)
Sedimento e concreção vermelhos envolvendo
ossos
_
113
SÍTIO : BEIRADA Folha: 2
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
8 I 8 F + 35
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: NO / SE
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho próximo a ossos
_
10 I 10 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NE / SE
Direção da face: O
(PRIMÁRIO)
Seqüência de 4 vértebras de ―tubarão‖ perfuradas;
concreção vermelha
_
11 I 11 F Adulto Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
Concreções vermelhas, lateralmente
_
12 I 12 M 22 / 25
anos
Posição : decúbito dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: L
(PRIMÁRIO)
Sedimento e concreção vermelhos envolvendo os
ossos
_
25 I 25 F 25 / 30
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: N / S
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
_
_
114
SÍTIO : BEIRADA Folha: 3
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
26 I 26 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: L / O
Direção da face: N
(PRIMÁRIO)
_
_
29 I 29 F 30 / 35
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: SE / NO
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Uma concreção vermelha de forma pontiaguda
sobre 1 ponta simples de esporão de ―raia‖
(13,5x1,0x0,6 cm), provavelmente Aetobatus
narinari (fincada entre as costelas [p.28]);
1 seixo diabásico na região pélvica
_
2 II 2 M 35 / 45
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: O
(PRIMÁRIO DUPLO)
(associado a restos alimentares)
_
2 II 2a F
_
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO DUPLO)
(associado a restos alimentares)
_
7 II 7 F
_
Posição: -
Orientação:-
Direção da face:-
(SECUNDÁRIO)
(associado a restos alimentares)
_
115
SÍTIO : BEIRADA Folha: 4
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
4 II 4 M 25 / 30
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: O/ L
Direção da face: S
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho sobre o crânio
(associado a restos alimentares)
_
9 II 9 C 7 / 9
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NO / SE
Direção da face: S
(PRIMÁRIO DUPLO)
Sedimento e concreção vermelhos sobre os
úmeros
_
9 II 9a M + 35
anos
Posição: -
Orientação:-
Direção da face: -
(PRIMÁRIO DUPLO)
_
_
13 II 13 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: O / L
Direção da face: S
(PRIMÁRIO)
6 vértebras perfuradas, enfileiradas, de ―tubarão‖
ao lado do crânio;
sedimento e concreção vermelhos envolvendo
ossos
_
14 II 14 F 35 / 40
anos
Posição: decúbito lateral
esquerdo semi-fletido
Orientação: O / L
Direção da face: N
(PRIMÁRIO)
Concreção vermelha sobre o tórax;
sedimento vermelho
_
116
SÍTIO : BEIRADA Folha: 5
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
15 II 15 M 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NE / SO
Direção da face: S
(PRIMÁRIO)
(associado a restos alimentares)
_
16 II 16 F 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NE / SO
Direção da face: S
(PRIMÁRIO)
1 canino inferior perfurado Alouatta guariba
(2,5x0,5 cm)
_
17 III 17 C 3 / 4
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: L / O
Direção da face: S
(PRIMÁRIO)
Concreção vermelha, lateralmente
_
18 III 18 C 6 a 18
meses
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
_
_
19 III 19 F Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
Concreção vermelha sobre o tórax e membros
inferiores
_
117
SÍTIO : BEIRADA Folha: 6
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
20 III 20 F 35 / 40
anos
Posição: semi-fletido dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: L
(PRIMÁRIO)
Sedimento e concreção vermelhos sobre membros
inferiores
_
21 III 21 M 39 / 44
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: O
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos
_
23 III 23 F 25 / 28
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: N
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos
_
24 III 24 M 35 / 40
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: NE / SO
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
_
_
27 III 27 F 35 / 40
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: NE / SO
Direção da face: S
(PRIMÁRIO)
Concreção vermelha ao redor dos ossos
_
118
SÍTIO : BEIRADA Folha: 7
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
22 IV 22 M + 40
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: L / O
Direção da face: para cima
(PRIMÁRIO)
_
_
28 IV 28 C 9 / 11
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: SO / NO
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Concreções vermelhas sobre a bacia e o fêmur D
_
119
SÍTIO : BOCA DA BARRA Folha : 1
FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. [s./d.]
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
_
_
_
16 sepultamentos:
13 em decúbito ventral
estendido,
1 em decúbito lateral fletido e
2 desarticulados
_
_
120
SÍTIO : BOQUEIRÃO Folha : 1
FONTE: MACHADO,Lilia Cheuíche; PONS, Eulália; SILVA, Laura (1989 b)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
F
35/39a
SECUNDÁRIO
_
(As características dos restos
ósseos humanos sugerem que
o ritual mortuário incluiu um
repositório temporário em
outro local, possivelmente
sob o solo [... e a] hipótese
mais provável [seria] a de
que os ossos tenham sido
transportados para a caverna,
utilizada como sítio-
cemitério, após a remoção
dos enterramentos primários
efetuados em área afastada.)
2
M
25/30a
SECUNDÁRIO
_
3
M
20/22a
SECUNDÁRIO
_
4
F
Adulto
até 35a
SECUNDÁRIO
_
121
SÍTIO : CAIEIRA II Folha : 1
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
―Foram recuperados uns poucos
ossos humanos, fragmentados e
dispersos [...] alguns desses ossos
possuem vestígios de queima,
apresentando encurvamentos,
rachaduras e retração cortical.
Essas evidências sugerem que a
queima foi oxidante, e os ossos
foram queimados possivelmente
ainda frescos, com presença de
proteína.‖ (p. 448)
122
SÍTIO : CONDOMÍNIO DO ATALAIA Folha : 1
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina [s./d.]
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
entre
30 a
115
cm
-
-
Decúbito lateral E
Hiper-fletido
Articulado
Várias pontas ósseas e 2 líticos.
Grande quantidade de Ostrea à volta do
esqueleto.
1 Lucinata pectinata e 5 Ostrea junto ao crânio
(provável acompanhamento)
Área perturbada com
material intrusivo.
Indivíduos parecem ter sido
depositados em covas.
2
entre
30 a
115
cm
-
-
Face voltada para o mar.
Cabeça para Leste.
Indivíduo desarticulado.
Várias pontas ósseaqs próximas à mandíbula.
Restos de cação.
(Não expressamente mencionados como
acompanhamento)
3
a
115
cm
-
C
(?)
-
-
123
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 1
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
52 Cam I
20 cm
LA-
15
(1)
nº 52
F + 50
anos
Posição: dec. dorsal, braços distendidos
Orientação: NE / SO
Direção da face: indeterminada
Articulação: sim, conexão estreita.
Em más condições., ossos fragmentados.,
incompleto.
(PRIMÁRIO SIMPLES)
1 ponta óssea fragmentada ao lado do úmero D, 1
dente de cachorro do mato (Procyonidae), 1 unha de
mamífero, perfurados e manchados de ocre junto ao
crânio; 3 adornos de conchas (pendentes); material
corante em torno do esqueleto.
Cova: tendência oval, rasa,
revestida de concreções
argilosas.
Estruturas próximas: não
ocorreram
54 Cam I
40 cm
LA-
15
(4)
nº
54-A
C 6 / 7
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: para cima
Articulação: parcial
Em boas condições, quase completo
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Resíduos de material corante em torno do
esqueleto
Cova: ovalada, pouco
aparente, base argilosa
compacta
Estruturas próximas: piso de
argila endurecida
nº
54-B
F 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal, membros
superiores distendidos
Orientação: SE / NO
Articulação: parcial
Preservação: regular, incompleto
Material corante onde ocorreu uma fogueira
circular – c/ 30 cm de
diâmetro e espessura média
de 80 cm – e nove buracos
de formas
nº
54-C
C 4 / 5
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: parcial
Más condições de preservação,
incompleto
Material corante circulares e elípticas,
possivelmente marcas de
estacas, dispostas quase em
semi-círculo, quatro dos
quais próximos à
nº
54-D
C
_
Aglomerado de ossos infantis,
incompletos e fragmentados.
(não há referência a acompanhamento) extremidade inferior do
esqueleto 54-B .
(Localizaram-se os
enterramentos 55 e 57).
124
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 2
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
55
Cam II
50 cm
LA-15 /
NA-15
(4)
nº
55-A
F 30 / 35
anos
Posição e orientação: indeterrminadas
Direção da face: para baixo
Em boas condições de preservação,
incompleto
(SECUNDÁRIO)
Material corante Cova: ovalada, bem
delimitada. Base de
concreções argilosas.
Reagrupamento heterogêneo
dos esqueletos.
nº
55- B
M 42
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não
Em boas condições de preservação,
incompleto
Material corante Estruturas próximas:
localizado no contexto da
estrutura de habitação
descrita para o sepulta-
nº
55- C
F 30 / 40
anos
Posição e orientação: indeterminadas
Direção da face: para baixo
Articulação: não
Em boas condições, incompl.
Material corante mento 54.
(Localizaram-se os
enterramentos 54 e 57).
nº
55-D
F 25 / 35
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Em boas condições, embora
incompleto
Material corante
(a mesma)
57 Cam II
48 cm
LA-15
(2)
nº
57- A
F 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: O / L
Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, membros inferiores em
conexão estreita Em más condições, incompleto
(PRIMÁRIO, DUPLO)
Material corante, inclusive impregnando os ossos
deste esqueleto
Cova: parcialmente
delimitada, revestida de
concreções argilosas.
Estruturas próximas:
possível estrutura de há-
125
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 3
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
57-B
C 06
meses
Posição: decúbito dorsal
Orientação: L / O
Direção da face: para cima
Articulação: parcial, perturbado
Em más condições, incompleto
Material corante bitação descrita para o
sepultamento 54.
(Localizaram-se os
enterramentos 54 e 55)
58 Cam III
83 cm LA-15 /
NA-15
(1)
nº 58
M 45
anos
Posição: decúbito dorsal, braço D sobre a pelve,
mão sobre a região pubiana Orientação: S / N
Direção da face: L
Articulação: sim, em conexão estreita Em ótimas condições, completo
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
4 pontas ósseas, 3 dentes perfurados, de animais e 2 fragmentos de
diáfises ósseas polidas e impregnadas de corante (junto às vértebras cervicais); 4 (5?) vértebras de peixe, em fila, apresentando
polimento e perfurações centrais (junto à cabeça do úmero E); 1
adorno de concha (pingente) sobre o esterno, 1 concha Macrocalista maculata (pág.125;166) Mat. corante ocre e avermelhado.
Cova: ovalada, bem delimitada, com
resíduos de argila compacta e carvão. Estruturas próximas: localizaram-se os
enterramentos 59 e 60.
59 Cam III
80 cm
LA-15 /
LA- 16
(2)
nº
59-A
F 25 / 35
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não, perturbado
(PRIMÁRIO, DUPLO)
Não ocorreu
Cova: não delimitada
Estruturas próximas:
localizaram-se os
enterramentos 58 e 60
nº
59-B
C 6 a 9
meses
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não, perturbado
Em más condições, incomple-
to e fragmentado
Não ocorreu
(a mesma)
60 Cam II
58 cm
LA-15
(3)
nº
60-A
F adulto Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, incompleto
(SECUNDÁRIO)
Material corante, escassos resíduos Cova: rasa, base argilosa
compacta, com
reagrupamento heterogêneo
dos ossos humanos
(continua próxima ficha)
126
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 4
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
60-B
C 1 a 2
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, incompleto
Material corante, escassos resíduos Estruturas próximas;
localizaram-se os
enterramentos 73, 74 e 77.
Nº
60-C
C 1 a 2
anos
Posição, orientação e direção da
face; indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, incompleto
Material corante, escassos resíduos
(a mesma)
61 Cam III
75 cm
LA-15 /
NA-15
(2)
nº
61-A
F + 30
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não, perturbado
Em más condições, incompleto
(PRIMÁRIO, DUPLO)
1 fragmento de seixo de quartzo impregnado de
ocre e 3 pontas ósseas (2 seg. pág. 166, sendo 1
dupla), no contexto dos ossos humanos
Cova: não delimitada
Estruturas próximas:
localizaram-se os
enterramentos 58 e 59
Nº
61-B
C 6
meses
a 1 ano
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não, perturbado
Em más condições, incompleto
(repete a descrição anterior para 61-A)
(a mesma)
64
/
72
Cam
III
95 cm
LA-15
(6)
nº
64-A
C 6
meses
a 1 ano
Posição: decúbito dorsal, membros superiores
distendidos
Orientação: SE / NO
Direção da face: para cima
Articulação: sim, em conexão estreita Em boas condições, quase completo
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Adorno de 35 dentes humanos, apresentando perfurações.
Localizado sobre este crânio infantil, um conjunto de 9
dentes de animais, também perfurados. Na Prancha pág. 51 e
na descrição do 72-A consta canutilho de concha com 206
fragmentos.
Cova: ampla, ovalada,
constituída de argila
calcinada, com sedimento
friável, terra escura e lentes
de (cont)
127
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 5
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
64-B
C 6 a 9
meses
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: para cima
Articulação: sim, em conexão estreita
Em más condições, incompleto
Material corante em torno dos ossos areia rosada, branca e
amarelada envolvendo os
esqueletos. Resíduos de carvão.
Estruturas próximas:
nº
64-C
C 6
meses
a 1 ano
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: indeterminada
Articulação: sim, em conexão estreita
Preservação: condições regulares
Material corante ocorreram 3 buracos,
possivelmente marcas de
estacas em semi-círculo na
argila, a cerca de 25 cm de
distância dos res -
nº
72- A
F 41
anos
Posição: decúbito lateral E, membros
superiores distendidos
Orientação: NO / SE
Direção da face: para L
Articulação: sim, em conexão estr.
Boas condições de preservação
1 seixo oval impregnado de corante amarelado (junto ao 72 A e 64
A), 2 artefatos líticos (polidor-raspador), 1 ponta óssea junto aos
indivíduos 64-A e 72-A e material corante em torno dos esqueletos.
Ocorrência de 206 (fragmentos) de concha (Dentalium sp.)
impregnados de ocre, ao redor do crânio e ao longo da porção lateral E do esqueleto 64-A, e 1 artefato de concha (Macrocalista maculata)
tos ósseos infantis (64-A, B e
C). A forma é arredondada,
diâmetro médio de 9 cm e 12
cm de profundidade
nº
72-B
F + 35
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, incompleto,
fragmentado
Material corante
nº
72- C
C 6
meses
a 1 ano
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, incompleto e
fragmentado
Material corante
(a mesma)
128
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 6
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
70 Cam
III 100
cm
LA-15
(1)
nº 70
F 34
anos
Posição: decúbito lateral D
Orientação: N / S
Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, perturbado acima da
cintura pélvica Condições regulares de preservação,
incompleto. (PRIMÁRIO, SIMPLES)
Material corante e lentes de areia de colorações
diversas
Cova: tendência ovalada, com argila
calcinada em torno do esqueleto, que
está envolvido por areia rosada, branca
e amarelada.
Estruturas próximas: localizaram-se os enterramentos 64 / 72 e 71
71 Cam
III
100
cm
LA-
15
(2)
nº
71-A
M 39 / 45
anos
Posição: decúbito lateral D
Orientação: N / S Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, para cima da cintura
pélvica Boas condições de preservação
(PRIMÁRIO, DUPLO)
Material corante Cova: parcialmente
delimitada, com argila
calcinada na base e areia
rosada, branca e amarelada
envolvendo os
nº
71-
B
M 25 / 35
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: desarticulado,
perturbado
Em más condições, incompleto
Material corante restos ósseos humanos.
Estruturas próximas:
localizaram-se os
enterramentos 64 / 72 e 70
73 Cam
II
40/60
cm
LA-16
(1)
nº 73
Adoles
cente 15 / 17
anos
Posição: decúbito dorsal, membros superiores
distendidos
Orientação: S / N
Direção da face: voltada para L
Articulação: sim, em conexão estreita, completo (PRIMÁRIO, SIMPLES)
Corante (segundo p. 166),3 artefatos líticos (2
segundo p. 166) na porção lateral E do esqueleto,
adorno de 18 dentes de animais, perfurados,
encontrados próximos à região cervical, 1 seixo
pintado entre os enterramentos 73, 74 e 77.
Cova: tendência ovalada, areno-
argilosa.
Estruturas próximas: localizaram-se
os enterramentos 74, paralelo a 73 e
o 77, em direção oposta
74 Cam
II
40/60
cm
LA-15
(3)
nº
74-A
C 0 / 6
meses
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: para cima
Articulação: não
Boas condições de preservação, porém incompleto (PRIMÁRIO, C/ DEPÓSITO
ASSOCIADO DE OSSOS HUMANOS)
1 seixo pintado, já referido, entre os
enterramentos 73, 74 e 77
Cova: ovalada, areno-
argilosa, parcial/ perturbada
Estruturas próximas:
localizaram-se os
enterramentos 73 e 77
129
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 7
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
74-B
Adoles
cente 15 / 17
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: indeterminada
Articulação: sim ,membros inferiores
articulados
Em más condições, incompleto
1 seixo pintado
(já descrito anteriormente)
(a mesma)
nº
74-C
F + 40
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Esqueleto representado apenas pelo
osso coxal E
1 seixo pintado
(já descrito anteriormente)
(a mesma)
77 Cam II
60 cm
LA-
15
(2)
nº
77-A
M 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão parcial
Em más condições
(PRIMÁRIO, DUPLO)
(já descrito no enterramento 74)
Cova: tendência ovalada,
parcialmente perturbada
Estruturas próximas: os
enterramentos 74 e 73
nº
77-B
C 6
meses
a 1 ano
Apenas um crânio infantil
fragmentado
_
(a mesma)
78 Cam III
115
cm
LA-15
(7)
nº
78-
A
F 25 /
35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: para L
Articulação: sim, em conexão estreita
Em más condições, fragmentados
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
1 seixo pintado entre os esqueletos, resíduos de
material corante
Cova: parcialmente
delimitada, com base de
argila calcinada, com
resíduos de carvão, contendo
areia (cont)
130
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 8
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
78-B
C 4 / 5
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: para cima
Articulação: sim, em conexão estreita
Em boas condições
(já descrito no enterramento 78-A) rosada, branca e amarelada
envolvendo os esqueletos
Estruturas próximas: não
ocorreram
nº
78-C
C 5
meses
a 1 ano
Posição: decúbito dorsal
Orientação: L / O
Direção da face: para cima
Articulação: sim, em conexão estreita
Em boas condições
(já descrito no enterramento 78-A)
nº
78-D
C 6 / 7
anos
Posição: decúbito lateral E
Orientação: S / N
Direção da face: para O
Articulação: não
Em boas condições
(já descrito no enterramento 78-A)
(a mesma)
nº
78-E
78
C 9
meses
a 1 ano
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não, perturbado
Em más condições, embora
incompleto
(já descrito no enterramento 78-A)
(a mesma)
nº
78-F
C 6
meses
a 1 ano
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: para cima
Articulação: parcial, perturbado
Em más condições, fragmentado
(já descrito no enterramento 78-A)
(a mesma)
131
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 9
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
78-G
C
6
meses
a 1 ano
Posição: indeterminada
Orientação: N / S
Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, perturbado
Em más condições, fragmentado
(já descrito no enterramento 78-A)
(a mesma)
84 Cam
IV
135
cm
LA-15
(3)
nº
84-A
F 57
anos
Posição: decúbito dorsal, braço D sobre a bacia,
mão sobre o púbis Orientação: N / S Direção da face: indeterminada
Articulação: sim, em conexão estreita
Em boas condições (PRIMÁRIO, COM DEPOSITO ASSOCIADO DE OSSOS
HUMANOS [secundário])
Seixo pintado junto aos membros inferiores do
esqueleto 84-A,
1 artefato ósseo (furador) entre os enterramentos
84 e 85, material corante
Cova: rasa, com argila
composta e vestígios de
carvão
Estruturas próximas:
localizaram-se os enter -
nº
84-B
C 0 / 3
meses
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, muito
fragmentado
(já descrito no enterramento 84-A) ramentos 85, 86 e 87
nº
84-C
F + 50
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não
Incompleto, apenas osso coxal E
(já descrito no enterramento 84-A)
(a mesma)
85 Cam
IV
130
cm
LA-15
(5)
nº
85-A
F 20 / 25
anos
Posição: decúbito dorsal, com o braço E
inclinado e mão sobre a região pubiana
Orientação: N / S
Direção da face: indeterminada
Articulação: sim, em conexão estreita Em boas condições(PRIMÁRIO, DEPÓSITO
ASSOCIADO DE OSSOS HUMANOS[sec.])
2 seixos pintados-moedores, próximos aos
membros inferiores do 85-A, e resíduos de
material corante, 1 artefato ósseo entre os
enterramentos 84 e 85
Cova: parcialmente
delimitada, tendência oval,
base argilosa
Estruturas próximas:
localizaram-se os
132
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 10
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº 85
– B
C 10 / 12
anos
Posição: indeterminada
Orientação: N / S
Direção da face: para baixo
Articulação: não
Em boas condições
(já descrito no enterramento 85 – A) enterramentos 84, 86 e 87
nº 85
–
C
C 3 / 4
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não
Em boas condições
(já descrito no enterramento 85 – A)
(a mesma)
nº 85
–
D
C 1 / 2
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: indeterminada
Articulação: sim, em conexão parcial
Em boas condições
(já descrito no enterramento 85 – A)
(a mesma)
nº 85
–
E
C 0 a 6
meses
(?)
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não
Em más condições
(já descrito no enterramento 85 – A)
(a mesma)
86 Cam IV
135
cm
LA –
15
(3)
nº 86
–
A
Adoles
cente 15 / 18
anos
Posição: decúbito lateral D, braço E sobre a
pélvis
Orientação: S / N
Direção da face: para baixo
Articulação: sim, em conexão estreita Em boas condições (PRIMÁRIO, DEPÓSITO
ASSOCIADO DE OSSOS HUMANOS [sec.])
Material corante
1 concha (Macrocalista maculata) banhada de
ocre, entre os sepultamentos 86 e 87
Cova: parcialmente
delimitada, forma oval e base
argilosa
Estruturas próximas:
localizaram-se os (cont)
133
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 11
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº 86
–
B
C 7 / 8
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, ossos fragmentados e
incompletos.
(já descrito no enterramento 86 – A) enterramentos 85 e 87
nº
86 –
C
_
Adulto Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não
Em más condições, fragmentados
(3 fragmentos de ossos coxais, sem
condição p/ diagnose sexual e etária)
(já descrito no enterramento 86 – A)
(a mesma)
87 Cam IV
135
cm
LA –
15
(1)
nº
87
M 46
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: para SO
Articulação: parcial, do crânio à cintura pélvica
Em boas condições (PRIMÁRIO, SIMPLES)
1 adorno lítico (pingente) junto à mandíbula; material
corante em torno do esqueleto, 2 artefatos líticos (faca)
próximos ao úmero D, além de 1 ponta óssea, 1 concha
pintada instrumento (Macrocalista maculata) entre os
enterramentos. 86 e 87, já referida.
Cova: tendência oval, irregular, com
ocorrência de concreções argilosas
Estruturas próximas: localizaram-se os
enterramentos 85 e 86, começando a
aflorar o 88 (PRANCHA 3, Nº I)
88 /
91
Cam
IV
145
cm
LA –
15
(2)
nº
88
M + 50
anos
Posição: dec. dorsal, braço D distendido e o E
inclinado, c/ a mão sobre a reg. pub., sobre os fêmures do 88 estava dep. o de uma C (ent. 91)
Orientação: SE / NO
Direção da face: para L Articulação: sim, conexão estreita
Em boas conds. (PRIMÁRIO,DUPLO)
Resíduos de material corante em torno do esqueleto, além de
abundantes resíduos de madeira que se estendiam da mandíbula até a cintura pélvica, com cerca de 15 cm de largura. Próximo à porção
lateral D do crânio, 1 fragmento de seixo de quartzo (batedor)
impregnado de ocre. Entre os sepultamentos 88 e 90, localizou-se um bloco de quartzo retangular
Cova: alongada, tendência oval,
pouco profunda
Estruturas próximas: próximo ao
crânio do sepultamento 88 e, a
cerca de 17 cm do úmero E, uma
possível marca de esta-
nº
91
C 9 / 10
anos
Posição: dec. lateral D, membros infs
flexionados em ângulo de cerca de 160º c/ eixo
do torso; membros sups inclinados c/ as mãos
nas extremidades da pelve
Orientação: SE/NO Direção da face: p/ L Articulação: sim, conexão estreita
Em más condições, fragmentado
Sob a mandíbula do 91 foi coletado um adorno lítico (pingente),
junto à porção posterior do crânio, um aglomerado de 11 dentes
humanos c/ perfurações nas raízes e dispostos em fila; 9 dentes de
animais perfs. e em fila (pág. 69) ponta óssea próxima à extrem.
distal do fêmur D. Muitos resíduos de mat. corante em torno do conj. ósseo, bem como de madeira
ca (10 cm de diâmetro e
profundidade média de 15 cm).
Paralelo a este, localizou-se o
sepultamento 90
134
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 12
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
90 Cam IV
135
cm
LA –
15
(1)
nº 90
F + 50
anos
Posição: decúbito lateral D Orientação: SE / NO, com os membros
superiores flexionados
Articulação: sim, conexão estreita Direção da face: para L
Em boas condições
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
1 ponta óssea, próxima ao úmero D do esqueleto;
1 bloco de quartzo retangular, localizado sobre os
fêmures do esqueleto 90.(É o mesmo bloco
associado ao 88/90 e 91) (pág. 166)
Cova: ovalada, rasa, constituída por
sedimento escuro, friável e argila
compacta
Estruturas próximas: ocorrem os
enterramentos 88 e 91, pa -
ralelos a este, constituindo um dos conjuntos funerários mais interessantes
desta área do sítio. Próximo ao crânio
do esq. 90, evidenciou-se um buraco ligeiramente oval (14x11 cm) com cerca
de 20 cm de profundidade.
95 Cam IV
160
cm
LA –
15
(3)
nº 95
–A
M 25 / 35
anos
Posição: decúbito lateral D
Orientação: S / N
Direção da face: para L
Articulação: conexão parcial
Em boas condições
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Resíduos de material corante impregnando a
terra que envolve os esqueletos.
Junto ao crânio do esqueleto 95 – A coletou-se
uma ponta óssea
Cova: larga, rasa,
parcialmente delimitada,
preenchida por sedimento
friável. Não ocorreram
estruturas próximas
nº 95
– B
C 8 / 10
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão estreita
Em más condições, incompleto
(veja 95 – A)
(a mesma)
nº 95
– C
C
_
(Conjunto de ossos fragmentados
infantis, em más condições de
preservação)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
135
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 13
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
96 Cam IV
170
cm
LA –
15
(3)
nº 96
– A
F 25 / 35
anos
O enterramento é constituído pelos
restos ósseos não articulados,
fragmentados e incompletos, em
más condições de preservação, de
(não há acompanhamento)
A cova funerária não
apresentou contornos
definidos e não houve
evidências de reagrupamento
homogê -
nº 96
– B
C 1 / 3
anos
um adulto e duas crianças.
(SECUNDÁRIO)
(não há acompanhamento)
neo dos ossos, tratando-se de
um depósito misturado, sem
acompanhamento funerário.
Estruturas próximas:
nº 96
– C
C 2 / 4
anos
(o mesmo conjunto)
(não há acompanhamento)
concentração de areia
branca junto aos restos
ósseos. Foram localizados os
enterramentos 112 e 114
97 Cam
IV
190
cm
LA –
15
(1)
nº 97
C 9 / 10
anos
Posição: decúbito lateral D, membros superiores
distendidos. Orientação: N / S Direção da face: para O
Articulação: sim, conexão estreita
Em condições regulares PRIMÁRIO, SIMPLES
Material corante, em maior quantidade junto ao
crânio e formando uma linha em volta do
esqueleto
Cova: ovalada, irregular, revestida
de concreções argilosas
Estruturas próximas: os
sepultamentos 98, 100, 101 e 102
98 Cam
IV
190
cm
LA –
15
(2)
nº 98
– A
M + 35
anos
Posição: decúbito lateral D, com ossos do braço D inclinados sobre a bacia e tíbia cruzadas
Orientação: S / N Direção da face: L
Articulação: sim, conexão estreita Em boas condições. (PRIMÁRIO, COM
DEPÓSITO DE OSSOS HUMANOS [sec.)
(Na pág. 166 consta corante)
Cova: parte de uma cova ovalada,
com base e contorno de concreções
argilosas
Estruturas próximas: os
sepultamentos 97, 100 101 e 102
136
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 14
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
98- B
_
Adulto (Coletou-se, associado ao
esqueleto 98- A, o ramo E da
mandíbula de um adulto, de idade e
sexo indeterminados)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
100 Cam IV
190
cm
LA –
15
(1)
nº
100
F 43
anos
Posição: decúbito dorsal. Tíbias ligeiramente
flexionadas (160º c/ eixo do torso) Orientação: N / S Direção da face:
indeterminada.
Articulação: sim, conexão estreita. Preservação: regular, crânio fragmentado.
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
Material corante em torno do esqueleto.
Cova: pouco aparente, com
evidências de argila
endurecida. Estruturas
próximas: os sepultamentos
97, 98, 101e 102
101 Cam
IV
190
cm
LA –
15
(1)
nº
101-
A
M 20 / 23
anos
Posição: indeterminada
Orientação: S/N Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão parcial – do osso coxal D
e dos membros inferiores. Em más condições
incompleto PRIMÁRIO, COM DEPÓSITO ASSOCIADO
DE OSSOS HUMANOS.
Material corante em torno do esqueleto.
Cova: irregular, rasa, de base
parcialmente argilosa
Estruturas próximas: os
sepultamentos 97, 98,100 e
102.
(Associado ao 101 – A, encontrou-se parte
de um osso coxal, cujas características
indicam o sexo masculino e idade
indeterminada, identificado como 101 – A)
102 Cam IV
190
cm
LA –
15
(1)
nº
102
M 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal, com os ossos do braço
e da mão E sobre a região pubiana.
Orientação: L/O Direção da face: para cima
Articulação: conexão parcial, membros
superiores E e parte da coluna vertebral. Em más condições, incompleto, fragmentado
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
(não ocorreu)
Cova: tendência ovalada e
base argilosa, rasa
Estruturas próximas: os
sepultamentos 97,98,100 e
101.
137
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 15
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
103 Cam IV
200
cm
LA –
15
(5)
nº 103
– A
F + 35
anos
Posição: decúbito lateral D
Orientação: NE / SO
Direção da face: indeterminada (o crânio não foi
encontrado)
Articulação: conexão parcial Em más condições, incompleto, fragmentado
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Material corante em torno do esqueleto Cova: não aparente. O solo
onde estavam depositados os
esqueletos era constituído de
areia friável
nº
103 –
B
C 7 / 8
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, membros inferiores
Em más condições, incompleto e
fragmentado
(veja 103 – A )
(Refere corante [p. 166])
e argila compacta com
abundantes resíduos de
carvão em torno dos ossos
Estruturas próximas: não
nº
103 –
C
F 20 / 21
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão parcial – coluna
vertebral e costelas. Em más condições,
ossos friáveis e fragmentados.
(veja 103 – A ) ocorreram
nº
103 –
D
C 2 / 3
anos
Posição: indeterminada
Orientação: L / O
Direção da face: para baixo
Articulação: não
Em más condições, incompleto e
fragmentado
(veja 103 – A )
(a mesma)
nº
103 –
E
C 1 / 2
anos
Posição, orientação e direção da
face: indeterminadas
Articulação: não.
Em más condições, incompleto,
perturbado
(veja 103 – A )
(a mesma)
138
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 16
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
104 Cam IV
225
cm
LA -
15
(7)
nº
104 –
A
M 35 / 45
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: O / L
Direção da face: SO
Articulação: parcial
Em más condições, fragmentado,
incompleto (PRIMÁRIO, MULTPLO)
Grande quantidade de material corante vermelho,
impregnando a terra que envolvia os esqueletos.
Próximo à porção posterior do crânio, coletou-se
um artefato lítico (polidor)
Cova: ovalada, irregular,
com dimensão média de
200/120 cm, constituída de
argila endurecida e terra
escura impregnada
nº
104 –
B
M 19
anos
Posição: decúbito lateral D; braços distendidos e
fêmures cruzados Orientação:NE / SO Direção da face: O
Articulação: conexão estreita
Crânio e mandíbula em boas condições, ossos longos extremamente friáveis
Material corante
de material corante
vermelho. Sobre os
esqueletos articulados,
localizaram-se aglomerados
de ossos infantis,
nº
104-
C
M 25 / 26
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NE / SO
Direção da face: para cima
Articulação: conexão parcial, cintura
pélvica e membros inferiores. Ossos em
boas condições. Perturbado
Grande quantidade de material corante
avermelhado
envolvidos por lentes de
areia branca, rosada e
amarelada
Estruturas próximas:
próximo ao crânio 104-B
nº
104-
D
C 3 / 4
anos
(Apenas o crânio e a mandíbula de
uma criança orientados no sentido
NE / SO, com a face voltada para
baixo)
(não há referência a acompanhamento)
foi assinalada uma pequena
fogueira situada sobre argila
calcinada e areia. Junto à
extremidade inferior do
Nº
104-
E
M 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão parcial – parte dos
ossos pélvicos e membros inferiores
Em más condições
Veja 104 - B esqueleto pós-craniano,
ocorreram dois buracos de
pequenas dimensões,
contendo restos alimentares.
139
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 17
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
104-
F
C 6 / 7
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SO / NE
Direção da face: para L
Articulação: parcial
Em más condições
(veja 104 –C)
(a mesma)
nº
104-
G
M
(?)
_
Posição e orientação indeterminadas
(Coletaram-se escassos restos ósseos de
um indivíduo cujas características sugerem
o sexo masculino. A idade biológica não
pôde ser estimada.)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
nº 104-H
104-I 104-J
104-K
C
de 0 a
1 ano
(Esqueletos infantis depositados sobre os
enterramentos descritos)
Posição 104-I e 104-K: indeterminada;
104—H e 104 –J: ossos da mão D sobro o
ílio.
Orientação: indeterminada
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
105 Cam IV
225 cm LA-
15/LA-
16
(7)
nº
105-
A
M
26
anos
Posição: decúbito lateral E, membros superiores
distendidos, mão E sobre o fêmur Orientação: N / S Direção da face: p/ L
Articulação: conexão estreita
Preservação: -
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Material corante vermelho e amarelo impregnando a
terra em torno dos ossos.
1 seixo pintado (raspador)
(Em MACHADO, p. 166, o seixo é associado a todo o
enterramento)
Cova: alongada no sentido N
/ S, parcialmente delimitada,
contendo terra escura e base
de areia clara. Esqueletos
nº
105-
B
F
17 / 18
anos
Posição: indeterminada
Orientação: N / S
Direção da face: para cima
Articulação: não
Más condições, incompleto.
Material corante depositados paralelamente,
justapostos ou parcialmente
sobrepostos.
(continua)
140
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 18
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
Nº
105-
B2
C
1 ano
e 6
meses
(Trata-se de remanescentes de
ossos infantis)
(não há referência a acompanhamento)
Estruturas próximas: uma
fogueira de forma oval com
área de 100x80 cm e 20 cm
de espessura entre os setores
LA-15 / LA-14.
Nº
105-
C1
C
4 / 5
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: para cima
Articulação: conexão parcial
Em más condições
Material corante Localizou-se o sepultamento
115.
Nº
105-
C2
C
3 / 5
anos
(Trata-se do úmero E, fêmures e
tíbia E de uma criança)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
Nº
105-
D
F
+ 30
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NO / SE
Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão parcial dos membros
inferiores. Em más condições, ossos
friáveis e fragmentados.
Material corante
(a mesma)
Nº
105-
E
C
6
meses
/ 1 ano
(Restos ósseos infantis)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
141
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 19
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
106 Cam II
40 cm
NB –
15
(3)
nº
106-
A
F
-
Posição: decúbito dorsal, com o braço D sobre a
pelve Orientação: NO / SE
Direção da face: para SO
Articulação: conexão parcial
Em más condições, perturbado por raízes (PRIMÁRIO, COM DEPÓSITO DE OSSOS
HUMANOS [sec.] )
8 artefatos ósseos dispostos em torno do
esqueleto;
6 dentes de felino, com perfurações na raíz e
1 dente humano perfurado.
Cova: ovalada, orientada no
sentido NO / SE, constituída
de argila calcinada e
endurecida
Estruturas próximas:
nº
106-
B
C
6
meses
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NO / SE
Direção da face: para O
Articulação: parcial
Em más condições
(não há referência a acompanhamento)
não ocorreram.
nº
106-
C
C
Recém-
nascido
(No mesmo contexto, coletaram-se
fragmentos de um crânio infantil,
cujas características sugerem um
recém-nascido)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
107 Cam II
50 cm
NB –
15
(1)
nº
107
M
+ 40
anos
Posição: decúbito dorsal, ossos do braço E
distendidos, o D inclinado sobre a pelve e mão sobre a região pubiana, tíbias e fíbulas cruz adas
Orientação: SE/NO Direção da face: para cima
Articulação: sim, em conexão estreita Em más condições, ossos fragmentados
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
Resíduos de corante vermelho ao longo da porção E; seixo de
quartzo / batedor, junto ao úmero E, 5 dentes de felino, com
perfurações nas raízes, junto ao crânio; 1 artefato de concha
(gastrópode – Megalobulinus sp) e 1 adorno de concha
(Macrocalista maculata)
Cova: ovalada, argilosa
Estruturas próximas: o
enterramento 106, em nível
superior e o 108, 109 e 110 em área
próxima
108 Cam II
50 cm
NB –
15 / NB
– 14
(1)
nº
108
M
35 / 45
anos
Posição: decúbito lateral D, membros superiores
flexionados em direção ao crânio e tíbia D
cruzada sobre a E
Orientação: NO / SE Direção da face: O
Articulação: sim Preservação: -
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
1 dente perfurado de cachorro do mato
(Procyonidae); impregnações de corante vermelho
em torno do esqueleto
Cova: ovalada, com concreções
argilosas no interior
Estruturas próximas: sepultamentos
107, 109, 110. Próximo à ulna D do nº
108, foi assinalada uma possível marca de estaca c/om10 cm de diâmmetro e 20
cm de profundidade.
142
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 20
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
109 Cam II
50 cm
NB-15
/
NA-15
(1)
nº
109
F + 35
anos
Posição: decúbito dorsal, membros superiores
flexionados sobre a mandíbula
Orientação: NO / SE
Direção da face: para O
Articulação: sim, conexão estreita Em más condições, ossos fragmentados
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
Impregnações de corante vermelho ao longo
do esqueleto
Cova: parcialmente evidenciada,
tendência oval, concreções
argilosas em torno do esqueleto
Estruturas próximas: os
sepultamentos 107,108,110.
110 Cam II
50 cm NB-15
/
NB-16
(3)
nº
110-
A
C 6
meses
/ 1 ano
(Trata-se de um crânio
fragmentado e ossos dos esqueletos
pós-cranianos – úmero, rádio e ula
E – desarticulados)
Impregnações de material corante na terra que
envolvia o esqueleto. Sobre o crânio infantil,
coletaram-se 13 dentes de felino com uma
perfuração na raíz e 1 ponta óssea fragmentada
Cova: não delimitada,
concreções argilosas em
torno dos ossos
Estruturas próximas: os
sepultamentos 107,108 e 109
Nº
110-
B
C 3
meses
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NE / SE (sic.)
Direção da face: para cima
Articulação: conexão parcial,
perturbado. Em más condições.
Material corante
(a mesma)
Nº
110-
C
C
_
(Trata-se de um aglomerado de
ossos infantis, muito
fragmentados)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
111 Cam I
20 cm
NJ-
15
(1)
nº
111
C 2 / 3
anos
Posição, orientação e direção da face:
indeterminadas
Articulação: não, perturbado
Em más condições, devido à localização
quase superficial
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
Resíduos de material corante vermelho e amarelo;
sobre os remanescentes ósseos, 3 dentes de felino,
com perfurações nas raízes, 1 artefato de concha
(Macrocalista maculata )
Cova: não
Estruturas próximas: não
ocorreram
143
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 21
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
112 Cam IV
170 cm
LA-15 /
LA-14
(1)
nº
112
F + 35
anos
Posição: indeterminada
Orientação: L / O
Direção da face: para baixo
Articulação: não
Em boas condições (crânio)
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
O crânio estava envolvido em areia misturada a
material corante
Cova: delimitação parcial,
ovalada
Estruturas próximas:
sepultamentos 96 e 114
113 Cam IV
180 cm LA-15
/
LA-14
(1)
nº
113
M 25 / 35
anos
Posição: decúbito lateral D
Orientação: N / S
Direção da face: para L
Articulação: parcial
Em boas condições (crânio)
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
Resíduos de corante vermelho, impregnando a
areia que envolve os ossos
Cova: ovalada, preenchida
de areia clara
Estruturas próximas: não
ocorreram
114 Cam IV
170 cm
LA-15 /
LB-15
(1)
nº
114
C
_
(esqueleto infantil)
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
(ver Sepultura – indicações) Cova: tendência ovalada. O esqueleto infantil estava
envolvido por lentes de areia
rosada, branca e amarelada.
A análise das
amostras dos vários tipos de areia
indicou serem areias de dunas
trazidas de outros locais, segundo o
prof. Gelson Rangel, geomorfólogo
do IBGE
115 Cam IV
225 cm
LA-15 /
LB-15
(3)
nº
115-
A
M 25 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal, ossos do braço E sobre
a bacia
Orientação: S/N Direção da face: indeterminada
Articulação: conexão parcial, coluna vertebral e
parte dos membros inferiores Em más condições, incompleto
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Material corante vermelho e amarelado Cova: contornos pouco
definidos, arenosa
Estruturas próximas: o
sepultamento 105
144
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 22
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
115-
B
C 0 / 6
meses
(Constituído por escassos restos
ósseos infantis cuja observação
sugere a idade biológica do
nascimento a 6 meses)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
nº
115-
C
F
(?)
45 / 50
anos
(Aglomerado de ossos sem posição
ou orientação definidas, cujas
características sugerem o sexo
feminino)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
116 Cam IV
245 cm
LA-15 /
LA-14
(3)
nº
116-
A
M 18
anos
Posição: indeterminada
Orientação: N / S
Direção da face: para baixo
Articulação: não
Em boas condições (crânio)
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
(não ocorreu)
Cova: não definida. Os
esqueletos estavam
depositados na base arenosa
do sítio
Estruturas próximas:
Nº
116-
B
M + 50
anos
Posição: fletida no sentido lateral D, com
os fêmures formando um ângulo menor
que 180º com o eixo do tronco e as tíbias e
fíbulas fortemente flexionadas, formando
um ângulo de 10º em relação aos
Material corante, avermelhado, inclusive
impregnando os ossos, como o esterno, o rádio e a
ulna D.
uma estrutura de habitação
constituída por um piso de
argila endurecida e nove
marcas de estacas formando
fêmures. Os ossos dos braços estavam
distendidos.
Orientação: S / N
Direção da face: para O
Em boas condições
um semi-círculo em torno da
área onde foram depositados
os esqueletos.
145
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 23
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
116-
C
C Recém-
nascido (Próximo ao 116 – B, coletaram-se
os fragmentos de ossos de um
crânio infantil, possivelmente um
recém-nascido)
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
117 Cam IV
240 cm LA-15 /
LA-16
(1)
nº
117
M 19 / 25
anos
Posição: fletida no sentido lateral E, com
os fêmures formando um ângulo menor do
que 90º com o eixo do tronco
Orientação: N / S
Direção da face: L
(não ocorreu)
Cova: não definida. O esqueleto
estava depositado na base arenosa
do sítio
Estruturas próximas: o
sepultamento 116. O sepultamento
117.
Articulação: sim, em conexão estreita.
Em boas condições, embora incompleto localizava-se fora de uma
estrutura de habitação (piso de
argila e 9 buracos em semi-
círculo)
118 Cam III
95 cm
LA-15
/ LA-16
(2)
nº
118-
A
C 0 a 1
ano
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: para cima
Articulação: conexão parcial
Em más condições, incompleto.,
fragmentado. (PRIMÁRO, DUPLO)
Grande quantidade de resíduos de corante
vermelho em torno dos ossos; junto ao crânio
localizaram-se 25 dentes humanos de indivíduos
adultos, com perfurações nas raízes, além de 35
dentes de animais de várias espécies, também
Cova: parcialmente destruída. Base
de argila compacta. Sobre o
sepultamento localizou-se um
acúmulo de areia clara impregnada
de material corante avermelhado
perfurados que, pela disposição em que foram
encontrados, caracterizam-se como adorno
(colar).
com 25 cm de espessura, a 80 cm
do marco LB – 16
146
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 24
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
nº
118-
B
C 6
meses
(Fragmentos de crânio, mandíbula,
clavícula D, ulna E e fíbula, com
posição e orientação
indeterminadas
(não há referência a acompanhamento)
(a mesma)
120 Cam I
20 cm
NA-12
(1)
nº
120
F 30 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal, com os ossos do braço
D sob a bacia Orientação: O / L Direção da face: p/ S
Articulação: conexão parcial, perturbado por
raízes. Em más condições, ossos friáveis e quebradiços
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
1 artefato lítico e um seixo pintado, ambos
utilizados como raspadores. Fragmentos de
material corante vermelho e amarelo ao longo
do esqueleto, de ambos os lados.
Cova: ovalada, concreções
argilosas na base
Estruturas próximas: encontrou-se
um piso de argila compacta no lado
esquerdo do esqueleto 120, que
envolve
XXX
XXX
parcialmente o de nº 122 no nível
inferior. Foi assinalado um buraco
circular (5 cm de diâmetro e cerca
de 15 cm de profundidade)
contendo terra preta
121 Cam II
40 cm
NB –
12
(1)
nº
121
F 35 / 45
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: para cima
Articulação: sim, conexão parcial
Em más condições
(PRIMÁRIO)
(não ocorreu)
Cova: com contorno pouco
aparente, apresentava base
argilosa
Estruturas: não ocorreram
122 Cam II
40 cm
LA-12
/
NA-12
(1)
nº
122
F 30 / 35
anos
Posição: decúbito lateral D com as pernas
flexionadas formando um ângulo de 120º com o
eixo do torso
Orientação: L / O Direção da face: N
Articulação: sim, conexão estreita Em más condições, fragmentados
(PRIMÁRIO, SIMPLES)
Poucas evidências de corante vermelho.
No lado D do esqueleto: 1 seixo pintado / raspador; 2
dentes perfurados de seláquios, impregnados de
corante; duas vértebras de peixe polidas e perfuradas;
(continua)
Cova: pouco definida, base argilosa
Estruturas próximas: um piso de
argila endurecida circundando o
esqueleto; blocos de argila branca
muito
(continua)
147
SÍTIO : CORONDÓ Folha : 25
FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1983) (referência complementar)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
XXX
e 1 artefato malacológico (este não é mencionado em
CARVALHO 1984).
compacta junto ao crânio e parte
superior da coluna vertebral.
Ocorreram dois buracos à esquerda
da porção cervical da coluna ver-
tebral (diâmetro médio de 5 cm),
pouco profundos.
123 Cam II 50 cm
LB-12
/ LC-12
(10
nº
123
_
+ 25
anos
Posição: indeterminada
Orientação: L / O
Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, perturbado
Em más condições, fragmentado,
incompleto. PRIMÁRIO, SIMPLES)
Seixo achatado de gnaiss; 1 ponta óssea fragmentada; 3
vértebras de peixe, polidas e com perfuração central,
apresentando uma canaleta ao longo das peças; 1 dente
humano com perfuração numa das raízes (primeiro molar),
superior D).
Restos de palha calcinada
Cova: não definida
Estruturas próximas: junto aos
restos ósseos ocorreu um buraco de
forma circular e profundidade
média de 20 cm com sedimento
escuro no interior
124 Cam I
20 cm
LC –
12
(1)
nº
124
_
15 / 18
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: O / L
Direção da face: indeterminada
Articulação: parcial, perturbado
Em más condições, incompleto,
fragmentado. (PRIMÁRIO)
Resíduos de corante amarelo e avermelhado Cova: não definida
Estruturas: não ocorreram
125 Cam I
20 cm
LA –
11
(1)
nº
125
F
(?)
+ 25
anos
(Restos ósseos de um indivíduo
adulto, possivelmente do sexo
feminino. Quase à superfície, em
área perturbada)
5 vértebras de peixe perfuradas
(MACHADO 1984, p. 166)
_
148
SÍTIO : FORTE Folha : 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1977)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1 C. I
0,30m
_
_
_
Completamente destruído, sendo
impossível identificar sua posição
1 vértebra de peixe polida e sem perfuração
(Em solo de coloração negra)
2 C. I
0,60
m
_
_
_
Totalmente fragmentado 1 vértebra de peixe polida e sem perfuração
(A poucos centímetros do
sepultamento 1, em solo de
coloração negra).
3 C. I
0,60
m
_
_
_
Totalmente fragmentado, sendo
impossível identificar sua posição
2 vértebras de peixe polidas e sem perfuração (A alguns metros do
sepultamento 2, em solo de
coloração negra).
4 C. II
1,30
m
_
_
_
Membros infs. em decúbito lateral
esq., mão esq. sobre a bacia, pernas
e pés fletidos(os membros
superiores foram levados pelo
barranco)
1 lâmina de machado polida
3 exemplares de Megalobulinus oblongus
1 valva de Anadara notabilis
(Em solo de coloração
marrom avermelhada, quase
no contato da camada de
areia e carvão)
5 C. II
1,10
m
_
_
_
Corpo em decúbito dorsal
Crânio no sentido SE / NO
(os membros inferiores foram
levados pelo barranco)
Dentes de guariba (Alouatta) perfurados,
dispostos em forma de colar sobre o tórax e
contornando o pescoço do esqueleto
(Em solo de coloração marrom
avermelhada tendo como leito a
camada de coloração cinza;
encontrava-se a 1,00/1,50 m do
sepultamento 4)
149
SÍTIO : FORTE Folha : 2
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1977)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
6 C. I
0,90
m
_
_
_
Esqueleto incompleto e totalmente
fragmentado, apesar da ausência de
perturbação nas camadas
-
(Em solo de coloração negra)
7
C. I
0,80
m
_
M adulto Corpo em dec. lat. esq., perna D
fletida, perna E estendida, braço D
alongado sobre a perna fletida e braço
E alongado sob a perna fletida. Crânio
no sentido SO/NE
Almofariz, lâmina de machado polida,
seixos com evidências de uso, vértebras de peixe
polidas e perfuradas – 2 com perfuração, 2 sem
perfuração – enfileiradas sob o pé da perna D, duas
mandíbulas do réptil Tupinambas sp (teiú)
(Em solo de coloração negra)
8
C. I
0,90
m
_
_
_
Esqueleto fragmentado e
incompleto, apesar de não ter sido
observada perturbação nas
camadas
-
(Em solo de coloração negra,
a alguns centímetros abaixo
do sepultamento 7)
9
C. I
0,90
m
_
_
_
Totalmente fragmentado e
incompleto
-
(Em solo de coloração negra,
a 0,25 m do sepultamento 8)
10
C. I
0,90
m
_
_
_
Totalmente fragmentado e
incompleto
-
(Em solo de coloração negra,
a 0,30 m do sepultamento 9)
150
SÍTIO : FORTE Folha : 3
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1977)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
11
C. I
1,10
m
1 M adulto Corpo em decúbito lateral D, com as
pernas fletidas,crânio no sentido S /
N,face voltada para L [Fig. 38
(KNEIP, 1977) refere ―Enterramento
Coletivo‖: nº 11, 12, 13 e 14).
Matéria corante amarelada, entre as costelas
(Em solo de coloração negra)
12
C. I
1,10
m
_
_
M
C
jovem
4 a 5
anos
Ambos em dec. dorsal, orientados no
sentido S / N; jovem com face para O e
criança com face para cima. Braço D do
jovem – c/ anomalia física. – sob esqueleto
da criança que tinha o braço D fletido e
apoiado sobre o tórax
Matéria corante de cor amarelada sob a
cabeça e entre as costelas do jovem.
Vértebras de peixe polidas, sem perfuração,
enfileiradas junto ao crânio do jovem
(Em solo de coloração negra,
a 0,60 m do sepultamento
11)
13
C. I
1,10
m
_
M adulto Em decúbito dorsal, crânio orientado no
sentido NE / SO, face voltada p/ L; os
braços, dobrados e apoiados no tórax,
tinham os ossos da mão superpostos; os
pés, perpendiculares ao corpo, tinham a
posição ereta
Matéria corante de coloração amarelada entre as
costelas
(Em solo de coloração negra)
14
C. I
1,10
m
_
F jovem Em decúbito dorsal, crânio
orientado no sentido N / S, face
voltada para O; os braços, semi-
fletidos, tinham as mãos apoiadas
sobre o ventre
Matéria corante de coloração amarelada junto ao
crânio; sobre este um fragmento lítico sem
vestígios de utilização
(A poucos centímetros do
sepultamento 12, em solo de
coloração negra)
15
C. II
1,80
m
_
_
_
Esqueleto incompleto, apesar de
não ser observada perturbação nas
camadas
1 seixo com evidências de uso,
4 vértebras polidas sem perfuração
(Em solo de coloração
marrom avermelhada)
151
SÍTIO : GERIBÁ I Folha : 1
FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. [s./d.]
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
II
I
_
_
Parcialmente destruído, estado de
conservação bastante precário.
Direção: -
Face: para baixo
Apoiado sobre um grande lítico.
3 artefatos ósseos na forma de ponta de projétil
trabalhadas de maneira diferente e 2 espinhas de
formato bastante peculiar;
1 artefato lítico classificado como quebra-coco,
com desgaste; 1 lasca de quartzo hialino, com
desgaste de uso como faca. (Não descritos como
―acompanhamentos‖, mas como ―próximos‖ ao
corpo)
Fogueira próxima ao
indivíduo detectada pela
presença de carvões e
conchas calcinadas, espinha
de peixe e semente com
sinais de exposição ao fogo.
O sedimento que o
circundava era composto por
restos de ouriço em profusão,
restos de peixe e carapaças
de moluscos.
_
II
II
Não foi possível determinar a
posição.
Face: para baixo
Dava a impressão de estar apoiado em dois líticos polidos.
Ossos fragmentados de peixe. Próximo à mão E havia 1
ponta óssea, diferente das demais encontradas no sítio. Na
mão D um fragmento de mandíbula de peixe.
Ainda, 2 artefatos líticos abaixo do esq., de formato
arredondado, superfície relativamente polida, com pequenas.
depressões provavelmente devido ao uso como percutor (não
diz se são os mesmos já citados).
Material malacológico sem marcas de uso intencional. Havia
ainda restos de ouriços e crustáceos.
Posicionado no interior da
camada, estava
completamente inserido na
mesma, próximo a uma
camada de pedras.
(Abaixo do Esqueleto
I).Pareceu ter sido apenas
introduzido dentro de uma
cova.
152
SÍTIO: GERIBÁ I Folha : 2
FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et.al. [s./d.]
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
II
III
Ótimo estado de conservação.
Ossos articulados.
Posição: fetal (possivelmente)
Face: para baixo
Fragmentos ósseos de peixe; 1 artefato na forma
de ponta de projétil, diferente das demais
encontradas no sítio.; 3 lascas de quartzo, uma
delas com desgaste significativo; material
malacológico dos mesmo gêneros presentes na
Camada II, com 1 Olivancillaria sp sobre o cúbito
sem marca de desgaste ou uso, mas parecendo
tratar-se de ac. Funerário. Restos de ouriço-do-
mar e crustáceos.
Localizado no final da
camada arqueológica,
cercado de sedimento
arenoso e por pedras que
foram a base do sítio.
153
SÍTIO : GUAÍBA Folha : 1
FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. (1984).
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
C
C
2
anos
_
Colar de pequenos gastrópodes perfurados
em ambas as extremidades (Olividea),
alguns se perderam pelo mau estado de
conservação. Havia numerosos exemplares
de 0,7 cm de comprimento. O colar dava
duas voltas ao pescoço, ficando um
segmento suspenso, em cuja extremidade
havia 4 dentes de porco-do-mato (Tayassu
Tajaçu).Dentes com 5,5 cm de
comprimento.
D
_
_
_
Peça trabalhada em concha (valva de
Ostrea), próxima ao pescoço, inferindo-se
que tratava-se de um colar.
Obs.: ―Concentrados no setor W [...] foram escavados 7 sepultamentos,correspondendo a 5indivíduos adultos, dentre os quais 2 masculinos e 2 femininos e um
ainda não definido e 2 crianças de aproximadamente 2 anos de idade. Um trabalho em separado, em fase de elaboração, fornecerá informação adicional.‖ (p.
18)
154
SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 1
FONTE: LIVRO DE TOMBO (de 2118 a 2131).
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações) 1 Setor
M 10
Nível
10 / 20
1 F Adulto
maduro
Posição: decúbito lateral D
Pernas em forte flexão
Orientação: E /W
Direção da face: N
Completo, fragmentado, perturbado
PRIMÁRIO SIMPLES
1 ponta óssea
1 dente perfurado
1 espinho de peixe trabalhado
Grande quantidade de corante
Evidenciada presença de
cova
7 Setor
M 6
Nível
10 / 20
7 C 9 m
(+- 3
m)
Posição: decúbito ventral
Orientação: W / E
Direção da face: indeterminada
Fragmentado, perturbado
PRIMÁRIO SIMPLES
Inexistente
_
8 Setor
K 4
Nível
10 / 20
8
(só 1
esq.
?)
? Adulto Posição: Indeterminada
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
Muito fragmentado , incompleto.
TIPO INDETERMINADO
3 seixos de quartzo
1 alisador
1 batedor de diabásio
Corante
_
9 Setor
K 4
Nível
20 / 30
9 C 12
anos
(+- 30
m)
Posição: decúbito lateral D, pernas fletidas
Orientação: Indeterminada
Direção da face: Indeterminada
Muito fragmentado , perturbado
PRIMÁRIO SIMPLES
Corante
_
2 Setor
M 9
Nível
30 / 40
2 M Adulto
jovem
20 / 30
anos
Posição: decúbito ventral, braços fletidos
sob tórax, mãos sob a face.
Orientação: E / W
Direção da face: para o solo
Incompleto, pouco fragmentado
PRIMÁRIO SIMPLES
Corante (nas costelas)
_
155
SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 2
FONTE: LIVRO DE TOMBO (de 2118 a 2131).
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
11 Setor
L 4
Nível
30 / 40
11 ? Adulto Posição: decúbito ventral com pernas
estendidas, braço D fletido, posicionado ao
longo do corpo.
Orientação: S / N
Direção da face: indeterminada
Muito fragmentado., incompleto, friável.
PRIMÁRIO SIMPLES
1 dente perfurado
1 seixo
1 bloco de quartzo
Corante
_
12 Setor
M 8
Nível
30 - 40
12
M Adulto
madu-
ro
Posição: decúbito lateral E
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
Muito fragmentado, incompleto.
PRIMÁRIO SIMPLES
1 ponta óssea
Corante
_
6 Setor I
12
Nível
30 - 40
6 F Adulto Posição: Indeterminada (perna
sobre lado E, levemente fletido) Orientação: Indeterminada
Direção da face: indeterminada
Fragmentado.
PRIMÁRIO SIMPLES (provavelmente)
Inexistente
_
3 Setor
K 10
Nível
40 - 50
3 F Adulto
jovem Posição: decúbito lateral E, pernas
fortemente fletidas.
Orientação: SW / NE
Direção da face: indeterminada
PRIMÁRIO SIMPLES
Inexistente
_
13 Setor
K 6
Nível
40 –
50
13 F Adulto Posição: decúbito lateral D, pernas fletidas
Orientação: N / S
Direção da face: SW
Fragmentado, incompleto
PRIMÁRIO SIMPLES
_
_
156
SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 3
FONTE: LIVRO DE TOMBO (de 2118 a 2131).
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
5 Setor I
10
Nível
50 - 60
5 M Adulto
madu-ro
(?)
Posição: decúbito lateral D, pernas
provavelmente fletidas
Orientação: N / S
Direção da face: W
Incompleto, pouco fragmentado PRIMÁRIO SIMPLES (com depósito associado
de ossos humanos)
Corante Cova sugerida pela concentração de
fragmentos de conchas na área do
sepultamento. No mesmo setor
restos de dois indivíduos associados
a ele, por perturbação do
sepultamento, provavelmente.
14 Setor I
10
Nível
60 - 70
14 M Adulto Posição: decúbito lateral D (pernas
levemente fletidas)
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
Muito fragmentado, incompleto.
PRIMÁRIO SIMPLES
Inexistente
-
4 Setor I
6
Nível
70 - 80
4 F
(?)
Adulto
jovem Posição: decúbito lateral E
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
Incompleto.
PRIMÁRIO SIMPLES
Inexistente (No mesmo setor foram
encontrados ossos de C, sem
associação c/ esq 4.)
10 Setor I
11
Nível
70 -80
10 M Adulto
jovem
Posição: decúbito ventral, braços ao longo
do corpo, mãos sob região pélvica, pernas
ligeiramente fletidas
Orientação: SE / NW
Direção da face: para o solo
Pouco fragmentado
PRIMÁRIO SIMPLES
1 batedor-alisador
Bloco de corante, um pouco de corante
―polvilhado‖
( Pés em posição de bailarina ao
fazer ponta)
Associação com estrutura de
carvões e argila creme logo acima
do esqueleto (indicação de cova)
Pelotas de argila creme.
X
X
X
X
X
X
X
X
157
SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 4
FONTE: (DADOS DE RASCUNHO)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
15 Setor J
7
Nível
80 (?)
_
_
_
(Área perturbada)
(as anotações não estão claras)
_
16 Setor J
10
Nível
80 - 90
B4 M 35 / 40
PRIMÁRIO
Ostréa junto ao crânio
2 fragmentos ósseos faunísticos
1 semente (?)
_
17 Setor J
10
Nível
30 - 40
B3 M Adulto
jovem
(19 – 20
anos)
Incompleto, fragmentado
material associado: 1 caco de telha
39 fragmentos ósseos faunísticos
15 fragmento malacológicos
2 fragmentos de carvão
1 fragmento de quartzo, 3 caramujos terrestres
_
18 Setor
L 7
Nível
?
B1 M
(?)
?
Fragmentado, incompleto
1 fragmento de quartzo
1 lítico
1 fragmento ósseo faunístico
_
19 Setor
L4 / K
4
Nível
50 - 60
B2 M
(?)
35 / 40
anos
Incompleto, fragmentado
_
_
158
SÍTIO: ILHA DE SANTANA Folha : 1
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
2
Sup
até
40
cm
_
M
45/50
anos
POSIÇÃO: decúbito dorsal, pernas
fletidas para o lado D e os braços
parcialmente fletidos ao lado do
corpo.
Boas condições de preservação.
Totalmente articulado.
Fêmur e parte da tíbia D ausentes. (―Confecção de artefatos? / Práticas
antropofágicas?‖)
_
Pouco acima da camada
estéril de areia branca.
Em meio a uma profusão de
restos alimentares no interior
de uma fogueira.
_
_
3
40
cm
_
_
Adulto
meia-
iadade
Perturbado por raízes.
(Foram encontrados, nas proximidades deste
sepultamento, 19 dentes avulsos, com padrão de
abrasão total. Diferente do padrão dos ind. da I.
de Santana [...] bastante semelhante ao encontrado
em sambaquis. [...] Uma das hipóteses para
explicá-los é a possibilidade de se tratarem de
troféus, trazidos do contato com outras
populações.‖)
_
_
4
_
F
(?)
Início
da
idade
adulta
Danificado por raízes.
Quase completo.
Precárias condições de preservação.
_
159
SÍTIO: ILHA DE SANTANA Folha : 2
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
5
1
C
recém-
nascida
Quase completo.
Em posição fetal.
_
160
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 1
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
N=
nível
40
cm
1
M
(robusto)
35 / 45
anos
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Fletida lateral E
Preservação: -
PRIMÁRIO
Líticos: estilha, núcleo
Ósseos: T4 (1), T8 (1), T27 (4)
(T27: colar com quatro dentes de felídeos com
quatro furos)
Cova. Cercado de sedimento
limpo.
Obs.: cova com placas de
chão batido (argila
compactada)
S1
N
190
cm
2
?
(robusto)
?
Orientação face: N
Orientação corpo: W / E
Preservação: -
Fletida lateral D
PRIMÁRIO DUPLO
Ósseos: T27 (4) (sem descrição)
Camada acima: óssea./Solo
abaixo: areia e conchas.
Estrutura associada: fogueira.
Enterramento duplo, o outro
não foi retirado.
S2
N
30-
40
cm
3
?
(robusto)
?
Orientação face: W
Orientação corpo: N / S
Preservação: -
Fletida lateral E
PRIMÁRIO
Líticos: pingentes, seixos
Ósseos: T1 (1) T2 (1) T8 (x), artefato ímpar
(T27: 3 dentes de mamíferos)
Pontas T2 entre as vértebras.
Cova. Cercado de sedimento
limpo.
Estrutura associada: bolsão
ósseo.
S2
N
40-
50
cm
4
M
(robusto)
21-23
anos
Orientação face: -
Orientação corpo: NW
Preservação: -
Fletida lateral esquerdo
PRIMÁRIO
Líticos: seixos
Ósseos: T1 (7) T2 (x) T27 (3) (sem descrição)
Pontas T2 entre as vértebras
Cova. Cercado de sedimento
limpo. Fogueira associada.
S5
N
30-
50
cm
5
?
(robusto)
?
Orientação face: N
Orientação corpo: E / W
Fletida lateral direito
Preservação: -
Tipo INDETERMINADO
Ósseos: T27 (1) (dente de porco do mato
perfurado)
Pontas T2 entre as vértebras.
Cova. Cercado de sedimento
limpo.
Camada acima: óssea
Obs.: os artefatos ósseos identificados de T1 a T22, T25 e T26 são de diversos tipos, feitos sobre espinho de peixe, osso de mamífero etc; T23 é confeccionado
sobre esporão de raia; T24 trata-se de vértebra de peixe perfurada; T27 trata-se de dente.
161
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 2
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
S5
N
30-
50
cm
6
F
(robusto)
18-20
anos
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Preservação: -
Posição: -
PRIMÁRIO
Líticos: pingentes
Ósseos: T27 (1) (sem descrição)
Crânio cercado de
sedimento limpo.
Camada acima:
concentração de ossinhos.
Obs.: junto da rocha.
S6
N
60
cm
7
C
(robusto)
?
Orientação face: NE
Orientação corpo: N / S
Posição: -
Preservação: -
PRIMÁRIO
Ósseos: T1 (3)
Restos de fauna: capivara, peixe e tartaruga.
Impregnado de sedimento escuro e
restos de concha. Cercado de sedimento limpo. Junto da rocha.
Estrutura associada: fogueira, conchas
e bolsão ósseo. Cama acima: material esparso.
S7
N
40
cm
8
M
(robusto)
15-17
anos
Orientação face: NW
Orientação corpo: N / S
Fletida decúbito lateral D,
mãos cruzadas sobre o peito. Crânio e
parte do corpo sobre ?
SECUNDÁRIO (PRIMÁRIO )
Líticos: lâmina de machado, lápides.
Ósseos: T1 (12) T2 (1) T15 (1), artefato ímpar
(―canutilho‖) (1).
(T 27: 2 de tubarão)
Restos de fauna: peixe e macaco.
Crânio coberto de conchas.
Camada acima;
malacológica
S8
N
60-
70
cm
9
?
(robusto)
Adulto
jovem
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: -
SECUNDÁRIO
Ossos articulados de golfinho.
Ósseos: T1 (8) T26 (1) T27 (2)
Artefato malacológico (x)
Restos de fauna: conchas trituradas e vértebras
de peixe.
Sob fogueira. Conchas sobre
fêmur, crânio e tórax. Ocre e
mancha de argila de 20 x 20 cm
sobre pélvis. Ossos tingidos de
amarelo – camada estéril. Camada
acima: bolsão misto.
S9
N
60-
70
cm
10
?
(robusto)
Adolescente
Orientação face: -
Orientação corpo: N / S
Preservação: -
Posição: -
Tipo: INDETERMINADO
Ósseos: T1 (1) T4 (1) T8 (1) T27 (1)
(T27: 4 dentes de boto e 4 dentes de felinos
perfurados). Resto de fauna: ossos de golfinho,
tartaruga, tubarão e mamífero.
Ossada de golfinho sobre o
esqueleto.
Camada acima: material
esparso
162
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 3
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
S10
N 40
cm
11
?
(robusto)
?
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: -
SECUNDÁRIO
Líticos: lâmina de machado.
Ósseos: T1 (8) T21 (1) T27 (2), artefato ímpar
(ponta pingente) (1) (T27: 1 dente de tubarão e
1 dente de macaco). / Ostrea. / Restos de fauna:
ossos de golfinho, tartaruga e conchas.
Cercado de sedimento
limpo.
Camada acima: bolsão
malacológico
Obs.: 2 indivíduos ?
S9
N 60
– 70
cm
12
?
(robusto)
Adolescente
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Ósseo: T27 (1) (dentes de boto).
Restos de fauna: ossos de peixe.
Camada acima:
malacológica
S3
N
40 –
50
cm
13
?
(robusto)
?
Orientação face: N
Orientação corpo: W / E
Fletido lateral D
Preservação: ruim
Tipo: INDETERMINADO
Ósseo: T1 (5) T2 (1) T4 (1) T23 (1) T27 (x)
(Tubarão).
Ostréa.
Restos de fauna: ossos de golfinho.
Cercado de sedimento
limpo.
Camada acima: material
esparso.
S4
N
50
cm
14
?
(robusto)
?
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: ruim
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: polidores.
Ósseos: T27 (1) (sem descrição)
Cercado de sedimento
limpo.
Camada acima: óssea
A1
N
60 –
90
cm
15
?
(robusto)
?
Orientação face: N
Orientação corpo: E / W
Posição: -
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: lápides
Ósseos: T1 (x) T24 (x)
Cova. Cercada de sedimento
limpo. Estrutura associada.: 4
buracos de estaca, camada de
conchas compactadas. Junto à
grande rocha.
Camada acima: material esparso.
163
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 4
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
A2
N
70 –
90
CM
16
M
(robusto)
20-35
anos
Orientação face: NW
Orientação corpo: N / S
Fletido decúbito lateral D
Preservação: ruim (articulado)
PRIMÁRIO
Líticos: seixos, lápides
Ósseos: T1 (13), T24 (1)
CORANTE
Restos de fauna: ossos de boto
Cercado de sedimento
limpo. Parte superior sob
lápide.
Camada acima: ossinhos
fragmentados.
A3
N
70 –
80
cm
17
?
(robusto)
?
Orientação face: -
Orientação corpo: N / S
Posição: -
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: seixos.
Ósseos: T1 (2) T27 (2) (1 tubarão e 1 boto
perfurado.
Restos de fauna: peixes e paca
Crânio sob lápide.
Camada acima:
malacológica
A4
N
90 –
100
cm
18
M
(robusto)
35-50
anos
Orientação face: W
Orientação corpo: N / S
Posição: Fletido
Preservação: ruim
Tipo: INDETERMINADO
Mamífero marinho.
Líticos: lascas. / Ósseos: T1 (54) T2 (1) T4 (4) T11 (1) T12
(2) T27 (6) (2 caninos onça, 1 de boto, 1 de tubarão, 1 de
macaco, 1 de tubarão perfurados). / Restos de fauna:
mamífero, peixes (cocoroca e elasmobrânqueos).
Marcas de queima dentro do
crânio.
Remexido e a 10 cm de A2.
Camada acima: bolsão
malacológico.
A5
N
90 –
110
cm
19
M
(robusto)
25-35
anos
Orientação face: W / Orientação corpo: N / S Fletido torcido (mãos sob crânio) / Preservação:
ruim.
PRIMÁRIO (Segundo Lahr , presença de foramens parietais
bem definidos semelhantes aos só encontrados
na Patagônia e em Fueginos.)
Líticos: lápides, lascas
Ósseos: T1 (65) T2 (4) T11 (1) T27 (6) (2 de
tubarão e 4 de onça perfurados).
Restos de fauna: cocoroca, tartaruga e aves
Camada acima: óssea
A5
N
100-
110
cm
20
M
(robusto)
25-30
anos
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: fletido
Preservação: ruim
PRIMÁRIO
Líticos: lascas.
Ósseos: T1 (18) T2 (1) T4 (1) T15 (1) T27 (6)
(colar de dentes de cação perfurada e primata
com desgaste circular nas laterais da raiz). Restos
de fauna: enchova.
Carvão .
Seixo grande cobrindo a
cabeça
Camada acima: óssea.
164
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 5
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
A6
N
90 –
120
cm
21
M
(robusto)
-
Orientação face: --
Orientação corpo: S / N (?)
Posição: Fletido
Preservação: ruim
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: lâmina de machado, lascas. / Ósseos: T1 (30) T4 (1)
T27 (x) (cação e boto perfurados). / CORANTE. / Restos de
fauna: ossos de teleósteos e de elasmobrânqueos. Obs.: 2
pontas T1 junto às costelas e outra por baixo do úmero D,
dente de primata trabalhado junto às costelas
Carvão.
Camada acima:
malacológica
A6
N
100-
110
CM
22
M
(robusto)
Criança
6 anos
Orientação face: --
Orientação corpo: --
Posição: um parecia ter sido colocado
sentado fletido
Preservação: ruim (articulado)
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: lascas
Ósseos: T1 (58) T4 (1) T 27 (2) (cação)
CORANTE
Cercado de sedimento
limpo. Carvão.
Ossos presentes: só crânio.
Camada acima:
malacológica
A7
N
50-
60
cm
23
M
(robusto)
35-50
anos
Orientação face: SW
Orientação corpo: S / N
Fletido decúbito lateral D
Preservação: -
PRIMÁRIO
Líticos: polidores, seixos, lápides./ Ósseos: T27
(x) (colar de dentes de cação).
Artefatos. malacológicos (x). / Restos de fauna:
peixes, golfinho, mamíferos terrestres.
Ossos misturados com os
do enterramento A4.
Camada acima: estéril
A8
N
100-
110
cm
24
?
(robusto)
-
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Ósseo: T26 (1) T27 (x) (sem descrição). /
Artefatos malacológicos (x).
CORANTE
Obs.: Crânio sobre lápide, concha sobre fêmur,
ocre sobre pélvis.
Cercado de sedimento
limpo.
Coberto por sedimento
estéril
B1
N
110-
120
cm
25
M
(robusto)
45-55
anos
Orientação face: SE
Orientação corpo: S / N
Semifletido decúbito lateral D
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: 2 lâminas de machado; lápides.
Ósseos: T1 (1) CORANTE
Obs.: só foi retirado parte do enterramento
(―membros superiores, será o B5?‖)
Cercado de sedimento limpo.
Estrutura associada: grandes
pedras sobre as pernas, bolsão.
Solo abaixo: argiloso semi-estéril.
Camada acima: malacológica.
165
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 6
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
B2
N
70-
80
cm
26
?
(robusto)
-
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Fletido em decúbito lateral E
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: lâmina de machado. / Ósseos: T1 (6) T4 (1)
T12 (1) (T27: 3 caninos de felinos, 1 de cação,
golfinho, macaco perfurados)./Restos fauna: cação,
tartaruga, robalo, macaco, muitos ossos
de (?)
Carvão. / Obs.1: esq. colocado
sobre lage, cercado e coberto por
pedras grandes e rodeado ou
tampado por conchas e ossos.
Machado quebrado cravado nas
costelas. Pedra
XX
XX
XX
XX
XX
XX
XX
Obs. 2: camada malacológica
mais misturada sobre o
enterramento e muita pedra.
Solo abaixo: bolsão ósseo.
Camada acima: malacológica.
B3
N
90-
100
cm
27
?
(robusto)
-
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: ruim
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: seixos.
Ósseos: T27 (6) (sem descrição)
CORANTE
Cercado de sedimento
limpo.
Obs.: enterramento não foi
todo retirado por estar dentro
da parede leste.
B4
N
110-
120
cm
28
?
(robusto)
-
Orientação face: -
Orientação corpo: N / W
Fletido decúbito lateral E
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Mamífero marinho, argila.
Líticos: polidores, quebra-cocos, lâmina de
machado, seixos, lápides.
Restos de fauna: golfinho vértebras articuladas
Obs.1: o esq. não foi todo retirado
pois está dentro da parede N.
Obs. 2: enterramento fora da área
de refugo c/ baleia encima cercado
de fogueira
B5
N
110-
120
cm
29
?
(robusto)
-
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: boa
Tipo: INDETERMINADO
Mamífero marinho articulado.
Líticos: seixos, lápides.
Ósseos: (T27 (golfinho, tubarão e macaco
perfurados. / Restos de fauna: golfinho com
vértebras articuladas
Obs.1: esq. não retirado pois está
dentro da p. N.
Obs.2: enterramento fora da área de
refugo com baleia encima cercado de
fog. Solo abaixo: argiloso semi-estéril. Camada acima: bolsão malacológico.
166
SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 7
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
B6
N
120-
130
cm
30
?
(robusto)
-
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: ?
Tipo: INDETERMINADO
Ósseos: T27 (3) (sem descrição)
Cercado de sedimento limpo. Obs.1: o esq. não foi retirado por estar
dentro da parede N.
Obs.2: pode ser o E8 ou o E1. .Em camada estéril fora da área de refugo.
Solo abaixo: argiloso. Camada acima:
material esparso.
D1
N
130-
150
cm
31
F
(robusto)
30-45
anos
Orientação face: NE
Orientação corpo: S / N
Fletido decúbito lateral D
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: lâmina de machado
Cercado de sedimento limpo
Estrutura associada: fogueira /
concreção avermelhada
Obs.: esqueleto não retirado por
estar dentro da parede NE.
D2
N
130-
140
cm
32
M
(robusto)
20-34
anos
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: -
Tipo: INDETERMINADO
Crânio cercado por polidores e seixos junto ao
tórax (?)
Líticos: polidores, seixos.
Ósseos: T27 (golfinho perfurado)
Cercado de sedimento de limpo. / Estrutura associada: fogueira, buraco
de estaca.
Obs.1: membros superiores cercado por sedimento limpo.
Obs.2: machado sobre o joelho e
buraco de estaca.
E1
N
140-
150
cm
33
M
(robusto)
20-34
anos
Orientação face: -
Orientação corpo: -
Posição: -
Preservação: ?
Tipo: INDETERMINADO
Líticos: lápides
Ósseos: T27 (1) (sem descrição)
Restos de fauna: craca de baleia
Cova. Cercado de sedimento
limpo.
Obs.: crânio cercado por seixos.
Solo abaixo: argiloso, estéril.
Camada acima: malacológica mista
167
SÍTIO : ITAÚNAS Folha : 1
FONTE: BARBOSA, Márcia (2007)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
1
(1 A)
M
+ 20
anos
POSIÇÃO: decúbito ventral
ORIENTAÇÃO: -
FACE: O
Membros inferiores e superiores
estendidos. PRIMÁRIO TRIPLO
2 pontas ósseas junto às costelas do lado D
1 placa óssea perfurada (adorno)
Todos os indivíduos deste
sepultamento estavam cobertos por
sedimento arenoso avermelhado,
que impregnou não só os ossos,
mas, também, os objetos e a fauna
vertebrada e invertebrada da
parafernália ritual.
O sepultamento se iniciou com uma
fogueira de aproximadamente 25
cm de diâmetro, assentada sobre a
camada arenosa basal do sambaqui,
composta de raros vestígios de
fauna vertebrada e invertebrada e
que encontrava-se localizada
abaixo dos pés do indivíduo 3.
Todos os três indivíduos tinham
oferenda alimentar(peixes e valvas
de moluscos). Os indivíduos foram
cobertos por sedimentos argilo-
arenosos avermelhados, seguido de
camada arenosa de coloração preta
composta por conchas
fragmentadas e ossos faunísticos. O
sepultamento foi delimitado por
estacas, dispostas ao redor da área
funerária acompanhando a mancha
avermelhada. Possivelmente as
estacas deveriam suportar uma
estrutura leve. (p. 164)
2
(1 B)
M
20
anos
POSIÇÃO: decúbito dorsal
ORIENTAÇÃO: -
FACE: L
Membros inferiores e superiores
estendidos
1 seixo polido entre os membros inferiores
1 seixo polido na altura da mão D
2 valvas de Lucina pectinata posicionadas sobre
cada órbita da face
3
(1 C)
F
30
anos
POSIÇÃO: decúbito dorsal
ORIENTAÇÃO: -
FACE: p/ cima
Membros inferiores e superiores
estendidos
Todos os três encontravam-se
orientados na mesma direção (Ver
ilustração na seção Cenários).
2 valvas de Lucina pectinata posicionadas sobre
cada órbita da face
1 ponta óssea sobre o fêmur D
168
SÍTIO : ITAÚNAS Folha : 2
FONTE: BARBOSA, Márcia (2007)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
2
1
jovem
12/15
anos
POSIÇÃO: decúbito ventral
ORIENTAÇÃO: -
FACE: O
Membros inferiores e superiores
estendidos
PRIMÁRIO SIMPLES
Obs.: a orientação do sepultamento
é a mesma do sepultamento triplo
anterior.
1 seixo polido posicionado acima da cabeça
O sepultamento se iniciou com
duas fogueiras assentadas
diretamente sobre a camada
arenosa basal do sambaqui.
Parte da bacia do indivíduo foi
posicionada próxima a uma das
fogueiras, sendo a cabeça
disposta próxima à outra.
Oferenda alimentar e alguns
objetos [não especificados]
também faziam parte da
parefernália ritual. Após o
posicionamento do corpo e das
oferendas, o indivíduo foi então,
coberto com sedimento arenoso
preto seguido de uma camada
preta composta de restos
faunísticos fragmentados.
Estacas foram posicionadas a
sua volta e, para individualizá-
lo do sepultamento 1, foi
espargida uma tênue e estreita
faixa de areia branca na borda
do sepultamento.
169
SÍTIO : MAJOR Folha : 1
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
Ossos dispersos e desconectados.
Foram isolados, pela mandíbula,
um total de 4 adultos, um jovem
(entre 12 e 15 anos) e 3 crianças
(duas entre 3 e 5 anos e uma entre
5 e 7 anos)
170
SÍTIO : MANITIBA I Folha : 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria (Org.) (2001)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1 VII 1 M 40 / 45
anos
Posição: decúbito ventral (braços
distendidos sob os ossos coxais)
Orientação: L / O (crânio para L)
Direção da face: S (direção do oceano)
Em péssimo estado de conservação
Corante vermelho em forma de sedimentos
_
2 VI 2 F 20 / 22
anos
Posição: decúbito ventral (braços estendidos, ossos das mãos sobre os coxais)
Orientação: S / N (crânio para S)
Direção da face: O Fêmures estendidos e ossos da perna D cruzados
sobre a E
Corante vermelho na forma de concreções entre
os fêmures (dois fragmentos) e junto ao crânio
(dois fragmentos)
Fogueira Tipo 1 sob os ossos dos
pés (anterior ao evento funerário)
Fogueira Tipo 2 sobre região do
tórax (fez parte do evento
funerário)
171
SÍTIO : MASSAMBABA Folha : 1
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; PONS, Eulália; SILVA, Laura (1989b)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
Próx
à
Sup.
M
35/40a
Posição: decúbito ventral
Orientação: L/O
Face: para baixo
PRIMÁRIO, ARTICULADO
(o mais completo)
4 lascas de quartzo (2 raspadores, 2 facas), ao
longo da região toráxica;1 espátula óssea
(perfurador) e corante avermelhado logo abaixo
dos ossos da mão D.
A proximidade da superfície
ocasionou a fragmentação
e/ou decomposição dos
ossos.
De modo geral, apresentaram
péssimas condições de
preservação.
Os enterramentos
encontravam-se paralelos ou
justapostos, em profundidade
variando de 25 a 40cm em
relação à superfície do sítio.
A situação estratigráfica dos
esqueletos sugere uma certa
contemporaneidade.
2
25
cm
M
30/35
a
Posição: decúbito ventral
Orientação: L/O
Face: ligeiramente para N
PRIMÁRIO, PARCIALMENTE
ARTICULADO
Lascas de quartzo (sem especificação de função)
próximo ao crânio; na altura dos ossos das mãos a
areia apresentava manchas de coloração
avermelhada.
3
_
F
?
Posição: decúbito ventral
Orientação: NE/SO
Face: ligeiramente para baixo
PRIMÁRIO, ARTICULADO
1 pendente de pedra perfurado, polido;
1 adorno de concha c/ duas perfuradas, paralelas
na porção superior (conus sp).
4
15
cm
F
35a
Posição: NE/SO
Orientação: -
Face: L
PRIMÁRIO, PARCIALMENTE
ARTICULADO (perturbado)
_
5
_
M
+25a
Posição: possivelmente fletido
Orientação: -
Face: -
PRIMÁRIO, ARTICULADO
PARCIALMENTE
_
172
SÍTIO : MASSAMBABA Folha : 2
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; PONS, Eulália; SILVA, Laura (1989 b)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
6
_
M
adulto Posição: -
Orientação: NE (do crânio)
Face: para baixo
PRIMÁRIO, ARTICULAÇÃO
PARCIAL
_
As mesmas observações
anteriores.
7
_
M
+30a
Posição: -
Orientação: N (crânio)
Face: para baixo
PRIMÁRIO DUPLO (perturbado)
Fragmentos de corante vermelho
7a
_
_
(Trata-se de ossos esparsos)
Fragmentos de corante vermelho
8
_
F
+50a
Posição: -
Orientação: -
Face: - (crânio fragmentado)
PRIMÁRIO
Lascas de arenito, gnaisse e quartzito
(―materiais associados‖)
9/
10/
11
_ F
C
Adulto
30/35a
7/8a
jovem
(Trata-se de três conjuntos ósseos,
com posição e orientação
indeterminados)
_
173
SÍTIO : MOA Folha: 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1 I 1 M 30 / 35
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO)
2 lâminas de machado lascadas e polidas, de
diabásio (10,5x5,1x3,0; 7,4x6,7x1,5 cm)
_
2 I 2 F 20 /
22
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, DUPLO)
_
_
2 I 2a M 25 / 30
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NE / SO
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, DUPLO)
1 seixo pintado;
sedimento e concreção vermelhos
_
3 I 3 M 22 / 25
anos
Posição: -
Orientação: S / N
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
2 valvas de Lyropectem nodosus impregnadas de
corante vermelho envolvendo ossos
_
4 I 4 M 21 / 22
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos
_
174
SÍTIO : MOA Folha: 2
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
4 I 4a M 25 / 30
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
_
_
4 I 4b C 6 / 12
meses
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
_
_
4 I 4c C 2 / 3
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)
_
_
5 I 5 M 39 / 44
anos
Posição: decúbito, dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho cobrindo parte dos ossos
longos
_
6 I 6 F 35 / 45
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: SE /NO
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos
_
175
SÍTIO : MOA Folha : 3
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
24 I 24 F 21 / 22
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: S / N
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Sedimento e concreção vermelhos envolvendo
ossos
_
25 I 25 C 1 / 1,5
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: O
(PRIMÁRIO DUPLO)
1 almofariz de diabásio (40,0x15,0x9,5 cm)
próximo aos pés;
3 vértebras perfuradas, enfileiradas de Alopias sp;
sedimento vermelho envolvendo ossos
_
25 I 25a C 0 / 6
meses
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO DUPLO)
_
_
15 II 15 F 30 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: NO / SE
Direção da face: N
(PRIMÁRIO)
1 almofariz de diabásio (32,0x22,0x10,0 cm) sob
o crânio, lado esquerdo;
sedimento vermelho envolvendo ossos
_
16 II 16 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: L / O
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
1 dente de Tayassu sp (―porco do mato‖) entre os
úmeros; sedimento vermelho envolvendo ossos
Cavidades dispostas junto ao
sepultamento, em área de
sedimento vermelho
176
SÍTIO : MOA Folha: 4
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
17 II 17 M + 25
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio
(19,2x10,5x3,0 cm) entre os úmeros
_
18 II 18 F 30 / 35
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: L / O
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio
( 13,0x5,0x2,4 cm) sob vértebras lombares;
sedimento vermelho envolvendo ossos
_
21 II 21 M 35 / 45
anos
Posição: -
Orientação: N / S
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
1 ―quebra-coquinho‖ de quartzo sobre ossos dos
pés
_
23 II 23 F Adulto Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: para cima
(PRIMÁRIO)
Sedimento e corante vermelho
_
19 II 19
_
Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
_
_
177
SÍTIO : MOA Folha: 5
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
20 II 20 F 18 / 19
anos
Posição: semi-fletido lateral direito
Orientação: SE / NO
Direção da face: N
(PRIMÁRIO)
2 seixos pintados próximos ao fêmur E e ossos
dos pés;
sedimento vermelho no lado direito do esqueleto
(Em área perturbada)
22 II 22 M Adulto Posição: -
Orientação: SE / NO
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos
(Em área perturbada)
7 II 7 F 20 / 22
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: SE / NO
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos exceto
membros inferiores
_
8 II 8 M 25 / 35
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: L / O
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Concreção vermelha sobre membros superiores e
inferiores
_
9 II 9 F 45 / 50
anos
Posição: semi-fletido dorsal
Orientação: SE / NO
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
Sedimento vermelho envolvendo ossos e raspador
de Amiantis purpurata
_
178
SÍTIO : MOA Folha: 6
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
10 II 10 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: NO / SE
Direção da face: -
(PRIMÁRIO)
2 lâminas de machado lascada / polida e polida
de diabásio (9,6x3,9x1,0 cm; 12,5x7,0x2,5 cm);
sedimento vermelho envolvendo ossos
_
11 II 11 M 27 / 30
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: L / O
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO)
Sedimento e concreção vermelhos sobre o
esqueleto
_
12 II 12 F 40 / 50
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: N / S
Direção da face: para cima
(PRIMÁRIO)
1 lâmina de machado polida
_
13 II 13 F + 40
anos
Posição: decúbito ventral
Orientação: NO / SE
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO TRIPLO)
_
Associado a uma estrutura de
combustão Tipo 1
(enterramento anterior à
fogueira)
13 II 13a C 0 / 6
meses
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO TRIPLO)
_
_
179
SÍTIO : MOA Folha: 7
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
13 II 13b C 1,5 /
2,5
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO TRIPLO)
_
_
14 II 14 F 17 / 18
anos
Posição: decúbito dorsal
Orientação: S / N
Direção da face: L
(PRIMÁRIO DUPLO)
Sedimento e concreção vermelhos envolvendo
ossos
_
14 II 14a
jovem
15 / 16
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO DUPLO)
_
_
180
SÍTIO : PERI Folha : 1
FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
M
(?)
+ 45
anos
Encontrado na base do sítio, no
contato com a rocha
(―Junto a esse sepultamento foram encontrados
dois artefatos em concha com orifício na porção
central.‖ (pág. 365). Não são referidas como
acompanhamento.
181
SÍTIO: PONTA DO LESTE Folha: 1
FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esq. Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
N
35
cm
34
M
(robusto)
35
anos
Orientação face: --
Orientação corpo: E / W
Fletida em decúbito lateral D
Preservação: -- (articulado)
PRIMÁRIO
Areia tingida de vermelho.
Cova. Estrutura associada:
fogueira.
Esqueleto c/ marcas de queima
ao lado de grande pedra, com a
fogueira embaixo.
182
SÍTIO : PONTINHA Folha: 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
2a I 2a C 3 / 4
anos
Posição: fletido
Orientação: -
Direção da face: N
(PRIMÁRIO,
NÃO CREMADO)
_
_
3 I 3 M 30 / 35
anos
Posição: fletido dorsal
Orientação: NE / SO
Direção da face: para cima
(PRIMÁRIO, NÃO CREMADO)
1 ponta simples de osso Chelonidae (5,0x3,5x0,1
cm);
concreção vermelha entre as costelas
_
1 II 1 F + 35
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: para baixo
(SECUNDÁRIO, CREMADO)
2 ossos cremados de ―baleia‖
_
4 II 4 M 30 / 35
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO, CREMADO)
_
_
5 II 5 F Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO, CREMADO)
1 ponta simples cremada (2,5x1,0x0,4 cm);
1 osso cremado trabalhado de mamífero terrestre
_
183
SÍTIO : PONTINHA Folha: 2
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
6 II 6
_
Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO, CREMADO na
própria cova)
_
_
7 II 7 F
(inf. na
pág. 8)
Adulto Posição: decúbito ventral
Orientação: L / O
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, NÃO CREMADO)
_
_
8 II 8 M + 25
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, CREMADO na
própria cova)
_
Cova: 40x23x15 cm
9 II 9 M + 25
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, CREMADO na
própria cova)
_
Cova: 40x23x15 cm
1a III 1a F + 35
anos
Posição: fletido
Orientação: -
Direção da face: L
(PRIMÁRIO, CREMADO)
_
_
184
SÍTIO : PONTINHA Folha: 3
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
10 III 10 M 30 / 35
anos
Posição: -
Orientação: -
DireÇÃo da face: -
(SECUNDÁRIO, CREMADO)
_
Cova com as dimensões
aproximadas de 30x10x15
cm. Cavidades implantadas
na argila, junto ao
sepultamento
11 III 11 M Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, CREMADO)
1 ponta simples cremada de osso de cabeça de
Bagre sp(2,0x1,0x0,3 cm)
1 ponta simples cremada de osso de mamífero
terrestre (2,0x1,0x0,4 cm)
Cova de 60x45x35 cm,
associada à estrutura de
combustão Tipo 1
12 III 12
_
Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO, CREMADO)
_
Cova com a dimensão
aproximada de 30x10x15 cm
13 III 13 M + 25
anos
Posição: semi-fletido dorsal
Orientação: -
Direção da face: para cima
(PRIMÁRIO, CREMADO)
_
Cova de 50x45x20 cm,
associada à estrutura de
combustão Tipo 1.Cavidades
implantadas na argila, junto
ao sepultamento.
2 IV 2 M Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: para baixo
(PRIMÁRIO, CREMADO)
_
_
185
SÍTIO : PONTINHA Folha: 4
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
14 IV 14
_
Adulto Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, CREMADO)
2 pontas simples de osso de cabeça de Genidens
genidens;
1 ossos seccionado e 1 peça não identificada,
cremados, de mamíferos terrestres
_
15 IV 15 M 35 / 40
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(PRIMÁRIO, CREMADO, em
posição fetal)
_
Cova com 65x50x20 cm.
Fogueira acesa sobre a cova
16 IV 16 F 20 / 25
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(SECUNDÁRIO, CREMADO)
_
Processo crematório em cova
aberta no local, em ossos
desarticulados e já
descarnados
17 IV 17 F + 35
anos
Posição: semi-fletido
Orientação: O / L
Direção da face: S
(PRIMÁRIO, NÃO CREMADO)
_
_
186
SÍTIO : SALINAS PEROANO Folha : 1
FONTE: FRANCO, Teresa Cristina; GASPAR, Maria Dulce [s/d]
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
_
_
_
Alguns ossos humanos de 1
indivíduo.
_
_
187
SÍTIO: SAQUAREMA Folha : 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1995); KNEIP, Lina Maria (1995); KNEIP, Lina Maria (Org.) (2001)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1 III
(área
de
quad)
_
F 30
anos
Posição: fletida, decúbito lateral E
Orientação: -
Direção da face: S (oceano)
Articulado, parcialmente preservado
PRIMÁRIO
Ponta de esporão de ―raia‖ junto aos ossos
das mãos
5 vértebras de tubarão enfileiradas, sem
perfuração, junto aos ossos dos pés.
_
2
1,10
m
_
3 M
2 F
(2A-F;
2B-M)
1F:+40
1M:
30/35 a.
3 adultos
(2 M, 1F)
Posição: -
Orientação: - Direção da face: -
Ossos incompletos, fragmentados, mal
conservados, com perda de conteúdo mineral (SECUNDÁRIO, MÚLTIPLO)
_
(Onze ossos humanos de dois
indivíduos adultos – M e F –
intencionalmente preparados para o
segundo estágio de sepultamento)
3
1,10
m
_
F 40 / 45
anos
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
Perturbado
(PRIMÁRIO)
_
_
4
80 /
90
cm
_
F
M
30 / 35
anos
Adulto
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(Más condições de preservação)
_
_
188
SÍTIO : SERNAMBETIBA Folha : 1
FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. (1978)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
0,15
cm
_
_
_
(1 indivíduo)
2 lâminas de machados perfeitamente definidas, 1
lâmina maior de forma mais irregular; 1 almofariz
(uma pedra com ampla depressão); outras pedras
sem trabalho; 2 vértebras de peixe trabalhadas sem
perfuração; 1 ponta óssea com ambas as
extremidades aguçadas, sob o crânio
Obs.: Encontrados 5 sepultamentos, só 1com mobiliário funerário. Não foram feitas covas (corpos abandonados e cobertos superficialmente com os restos de
comida). Ossos desordenados.
189
SÍTIO: TARIOBA Folha : 1
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esq. Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
IVa
Setor
4/5
0/30 cm
1
C
1 ano a
1 ano e
meio
( Ossos desconectados.)
(Ossos desconectados.)
(Remanescentes ósseos
incompletos)
SECUNDÁRIO TRIPLO
Um conjunto de 8 dentes perfurados de
mamíferos (felinos, primatas) identificado
possivelmente como um colar, localizado junto
aos fragmentos de crânios e mandíbulas infantis.
Enterramento localizado
acima de área de fogueira
composta por camada de
argila concrecionada
esbranquiçada.
No espaço habitacional.
1 A
C
recém-
nascido
1 B
M
25/30
anos
2
IVa
Setor
1/2
40/80cm
_
M
35/40
anos
Orientação: NO/SE (crânio e
mandíbula para NO)
Face: -
Em conexão estreita.
Dec. dorsal, inclinado para D.
Fêmures articulados à pélvis,
cruzados nos joelhos, tíbias e fíbulas
sobrepostas estendidas sobre o coxal
D.
Esqueleto quase completo.
PRIMÁRIO
Coletados restos faunísticos ósseos e
malacológicos, pigmentos, artefatos líticos e
ósseos (não referidos no texto como
acompanhamentos)
artefatos ósseos (pontas) acompanham o
enterramento 2, junto aos fêmures cruzados.
Cova alongada (1,70x60x50
cm) de argila e sedimento
friável escuro. Grande
fogueira a partir de 40 cm de
profundidade, com 30 cm
espessura, que não afetou o
enterramento. ―Marca de
estaca‖ no lado D do
esqueleto.
190
SÍTIO : TARIOBA Folha : 2
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esq. Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
3
IV a
Setor
1/2
20/40cm
M
35/45
anos
Posição: decúbito lateral E
Orientação: N/S
Face: - (crânio fora da posição
original)
Membros inferiores semi-fletidos em
ângulo de 90º. Úmero D inclinado
sobre o tórax.
Em conexão estreita e razoáveis
condições de preservação.
Quase completo.
PRIMÁRIO INDIVIDUAL
1 fragmento de seixo de quartzo manchado de
pigmento vermelho (6,0x4,5x4,5 cm),
1 seixo inteiro de quartzo sem evidência de uso
(6,6x4,6x2,1 cm)
1 fragmento de bloco de quartzo (6,6x5,5x4,2
cm)
artefato ósseo (ponta) entre os membros
inferiores flexionados
Cova ovalada de
composição argilosa
(1,50x80x40 cm)
4
IV b
Setor:
superf.ície
0/10 cm
C
0 a 3
meses
Orientação: -
Posição: -
Perturbado por raízes
PRIMÁRIO INDIVIDUAL
1 batedor bipolar em seixo inteiro de quartzo
(8,9x6,1x3,8 cm), 1 batedor bipolar em seixo
de quartzo fragmentado (8,2x4,9x2,6 cm), 1
mó dupla em seixo de gnaisse fragmentada
(18,0x9,5x4,4 cm), 1 batedor bipolar em
seixo de quartzo fragmentado (8,9x7,0x4,8
cm), 2 fragmentos. de seixo de quartzo, 1
seixo inteiro de quartzo, 1 fragmento de
bloco de quartzo, 1 seixo fragmentado de
quartzo, 2 pequenos seixos inteiros, 1 lasca
bipolar em quartzo e 1 fragmento de bloco de
quartzo.
_
191
SÍTIO: TARIOBA Folha : 3
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
5
IV b
corte-
teste/área
B
0/10
5
M
Até 25
anos
Ossos desarticulados de no
mínimo 3 indivíduos
SECUNDÁRIO TRIPLO
1 seixo inteiro de quartzo manchado de
pigmento vermelho (5,0x4,1x2,4 cm);
1 batedor unipolar inteiro em seixo de
quartzo (5,8x4,9x2,9 cm),
1 batedor unipolar/bipolar duplo em seixo de
quartzo fragmentado (7,5x6,3x2,7 cm);
1 batedor unipolar/bipolar duplo/moedor em
seixo de quartzo fragmentado (6,6x7,4x3,1
cm)
1 lâmina de machado inteira em rocha ígnea
(lascada/polida) (10,7x5,8x2,8 cm)
_
5 A
F
30/35
anos
5 B
C
2/3
anos
_
Superfície
_
M
25/35
anos
Conjuntos esparsos:
2 indivíduos
_
_
_
Superfície
_
F
20
anos
_
_
192
SÍTIO: TARIOBA Folha : 4
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
Transect
2.
20/30cm
_
M
+ de 35
anos
_
_
_
_
Setor 1
100/120
cm
_
F
25/30
anos
_
_
_
_
Setor 3
40/50
cm
_
C
9
meses/1
ano
_
_
_
_
Setor 3
120/130
cm
_
C
6/9
meses
_
_
_
_
Setor 4
110/120
cm
_
C
Recém-
nascida
_
_
_
193
SÍTIO: TARIOBA Folha : 5
FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
_
Setor
5
40/50
cm
_
C
6
meses
_
_
_
194
SÍTIO: ZÉ ESPINHO (sambaqui ―A‖) Folha: 1
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1
93
I-II
Setor
T-1
1 a M 21 / 25
anos
Posição: indeterminada
Orientação: Leste/Oeste
Direção da face: indeterminada
PRIMÁRIO TRIPLO
1 Tonna galea
2 gastrópodes marinhos perfurados
1 ponta de esporão de raia (entre a 1ª e a 2ª costela
esquerda)
Estruturas: alimentar
1 I-II
Setor
T-1
1 b M 25 /
30
anos
Posição: indeterminada
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar
1 I-II
Setor
T-1
1 c F 18 / 22
anos
Posição: indeterinada
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar
2 I
Setor
E-8
E-9
2 C 6 / 7
anos
Posição: decúbito lateral D, fletido
Orientação: Norte/Sul
Direção da face: Baixo
PRIMÁRIO TRIPLO (C/ 3 e 6)
(sem acompanhamento) Em cova
Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
3 I
Setor
E-9
3 C 4 / 5
anos
Posição: decúbito lateral D, fletido
Orientação: Norte / Sul
Direção da face: SE
PRIMÁRIO TRIPLO (C/2 e 6)
(sem acompanhamento) Em cova
Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
195
SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―A‖) Folha: 2
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
4 I
Setor
barraco
4 M 25 / 30
anos
Posição: fletido
Orientação: NE / SO
Direção da face: Leste
PRIMÁRIO SIMPLES
(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar
5 I
Setor
barraco
5 M 25 /
30
anos
Posição: indeterminado
Orientação: NO/ SE
Direção da face: indeterminada
PRIMÁRIO SIMPLES
(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar
6 I-II
Setor
E-9
6 M 20 / 25
anos
Posição: decúbito lateral D,
hiperfletido
Orientação: Leste / Oeste
Direção da face: baixo
PRIMÁRIO TRIPLO (com 2 e3)
1 Tonna galea
1 lâmina de machado polida com corante
1 polidor-percutor
3 pontas duplas de osso
Em cova
Estruturas: de combustão
tipo 1, alimentar
7 III
Setor
A-9, A-
10
B-9,
B-10
7 F 25 / 30
anos
Posição: sentado, hiperfletido
Orientação: indeterminada
Direção da face: Leste
PRIMÁRIO SIMPLES
1 Tonna galea Estruturas: alimentar
8 III
Setor
C-7, C-8
D-7,
D-8
8 F 18 / 20
anos
Posição: decúbito lateral D,
hiperfletido
Orientação: Leste / Oeste
Direção da face: baixo
PRIMÁRIO SIMPLES
15 Lucina pectinata arrumadas junto ao
crânio,sem trabalho ou utilização
Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
196
SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―A‖) Folha:3
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
9 III
Setor
F-8,
F-9
9 M 20 / 25
anos
Posição: sentado, hiperfletido
Orientação: indeterminada
Direção da face: baixo
PRIMÁRIO SIMPLES
Fragmentos de material calcáreo de origem
animal (?)
Em cova
Estruturas: alimentar
10 III
Setor
E-8,
E-9
10 F 25 / 30
anos
Posição: decúbito lateral D,
hiperfletido
Orientação: NO / SE
Direção da face: Sul
PRIMÁRIO SIMPLES
1 percutor-polidor com corante
2 lâminas pontiagudas polidas de osso
1 ponta dupla
Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
197
SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―D‖) Folha: 4
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
1 I-II
Setor
C-9
C-10
1 M 22 / 25
anos
Posição: decúbito lateral D,
hiperfletido
Orientação: Leste / Oeste
Direção da face: Norte
PRIMÁRIO SIMPLES
Sedimento amarelo Em cova
Estruturas: alimentar
2 I-II
Setor
B-7
2 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito lateral D,
hiperfletido
Orientação: Leste / Oeste
Direção da face: Norte
PRIMÁRIO SIMPLES
2 pontas duplas de osso Em cova
Estruturas: alimentar
3 I-II
Setor
D-8
3 M 18 / 22
anos
Posição: decúbito lateral D,
semifletido
Orientação: Norte / Sul
Direção da face: SO
PRIMÁRIO SIMPLES
(sem acompanhamento) Em cova
Estruturas: alimentar
4 I-II
SetorC-
10
4 F 35 / 45
anos
Posição: decúbito lateral D
Hiperfletido
Orientação: Norte / Sul
Direção da face: Oeste
PRIMÁRIO SIMPLES
2 percutores líticos Em cova
Estruturas: alimentar
5 II
Setor
C-8
5 M 15 / 18
anos
Posição: sentado, hiperfletido
Orientação: Leste / Oeste
Direção da face: Baixo
PRIMÁRIO TRIPLO (com 6 e 7)
(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
198
SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―D‖) Folha : 5
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)
Nº do
S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
6 II
Setor
D-7
6 F 13 / 15
anos
Posição: sentado, hiperfletido
Orientação: Leste / Oeste
Direção da face: Sul
PRIMÁRIO TRIPLO (com 5 e 7)
(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
7 II
Setor
D-8
7 M 30 / 35
anos
Posição: decúbito lateral E,
hiperfletido
Orientação: indeterminada
Direção da face: Sul
PRIMÁRIO TRIPLO (com 5 e 6 )
(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
8 II
Setor
A-8
B-9
8 F
(?)
15 / 17
anos
Posição: (desarticulado )
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
PRIMÁRIO SIMPLES
(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão
Tipo 1, alimentar
9 III
Setor
E-10
9 M 40 / 45
anos
Posição: indeterminada
Orientação: indeterminada
Direção da face: Baixo
INDETERMINADO
(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar
10 III
Setor
F-8
10 M Adulto Posição: indeterminada
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
INDETERMINADO
Tartaruga
Mamífero (?)
Estruturas: de combustão
Tipo 4, alimentar
199
SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaquis ―D‖e ―C‖) Folha:6
FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)
Nº
do S
Cam
Esq. Sexo Idade Estado de conservação
e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura
(indicações)
11
(D)
II
SetorD-
7
11 (?) Adolescente Posição: (desarticulado)
Orientação: indeterminada
Direção da face: indeterminada
PRIMÁRIO SIMPLES
(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar
1
Posição: -
Orientação: -
Direção da face: -
(sambaqui C)
Bloco de pedra
_
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