UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS AERÓBIO CONTÍNUO E INTERVALADO
NA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ADULTOS
JOVENS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO.
PEDRO IVO DE SOUZA PINHEIRO
NATAL
2015
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS AERÓBIO CONTÍNUO E INTERVALADO
NA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ADULTOS
JOVENS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO.
PEDRO IVO DE SOUZA PINHEIRO
Dissertação apresentada à
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – Programa de pós-
graduação em Fisioterapia, para a
obtenção do título de Mestre em
Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Fernando
Augusto Lavezzo Dias
NATAL
2015
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Prof. Dr. ALVARO CAMPOS CAVALCANTI MACIEL
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS AERÓBIO CONTÍNUO E INTERVALADO
NA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ADULTOS
JOVENS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Fernando Augusto Lavezzo Dias - Departamento de fisiologia/UFPR
Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Junior - UNOPAR
Profa. Dra Lucien Peroni Gualdi
Aprovada em 27/05/2015
v
Dedicatória
Dedico este trabalho a todos meus familiares em especial Márcio, Lúcia, Felipe,
João Pedro e vovô Tota.
vi
Agradecimentos
Á vida e a Deus pela grandeza da simplicidade.
Aos meus pais Chico Márcio e Lúcia Margareth pelo amor e carinho
incondicional, ao meu irmão pela irmandade e ao meu filho João Pedro por
todo amor e exemplo.
À todos os meus amigos, os presentes e os ausentes, meu muito obrigado pela
amizade sincera.
À Kahena por ter acompanhado essa trajetória sempre com carinho,
companheirismo, compreensão e suporte nos momentos difíceis.
Ao professor Fernando Dias pela confiança no meu potencial e exemplo ético
de educador, fisioterapeuta e pesquisador. Você é o cara
Aos amigos do mestrado Diego, Gabi, Clécio, Rafael e Nicole percorrer esse
caminho foi mais prazeroso tendo vocês ao lado.
Ao professor Rubens e a professora Lucien, pela generosidade, altruísmo e
educação na qualificação e defesa.
Aos colegas do GPEACE, em especial ao professor Eduardo Caldas e aos
colegas Cris Dantas, Victor Oliveira e Luiz Jr.
Ao professor Guilherme, professora Selma e a professora Vanessa Resqueti e
demais colegas do laboratório 6.
Aos participantes dessa pesquisa.
vii
SUMÁRIO
Dedicatória ........................................................................................... v
Agradecimentos ................................................................................... vi
Lista de Figuras .................................................................................... ix
Lista de Quadros .................................................................................. x
Lista de e Tabelas ................................................................................ xi
RESUMO ............................................................................................ xii
ABSTRACT ........................................................................................ xiv
1.INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
1.1. ATIVIDADE FÍSICA ....................................................................... 2
1.2. TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE ......... 3
1.3. VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ......................... 4
2. OBJETIVOS ....................................................................................... 11
3. HIPÓTESE ......................................................................................... 13
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................. 15
4.1 DESENHOS DO ESTUDO ........................................................... 16
4.2 PRINCÍPIOS ÉTICOS .................................................................. 16
4.3 AMOSTRA ................................................................................... 16
4.4 AMOSTRAGEM E ALOCAÇÃO DOS INDIVÍDUOS ..................... 17
4.5 AVALIAÇÃO CLÍNICA E INTERVENÇÃO .................................... 17
4.5.1 Intervenção por exercício ...................................................... 19
4.6 Aquisição e análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca .... 20
viii
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................... 22
6. RESULTADOS .................................................................................. 24
7. DISCUSSÃO ...................................................................................... 34
8. CONCLUSÃO .................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 41
ANEXOS ................................................................................................ 52
APÊNDICE
ix
Lista de Figuras
Figura 1: Controle do sistema nervoso autônomo na transição do repouso para
o exercício. Diminuição da atividade parassimpática e progressivo aumento da
atividade simpática.
Figura 2: Representação dos intervalos R-R.
Figura 3: Exemplo de tacograma.
Figura 4: Exemplo de análise pelo domínio frequência quantificada pelo
programa KubiusHRV.
Figura 5: Fluxograma das etapas do estudo e número de participantes.
Figura 6: Frequência cardíaca (FC) e variabilidade da frequência cardíaca
(VFC) analisada no domínio tempo, avaliadas durante as 24 horas e analisadas
hora a hora.
Figura 7: Distribuição das variáveis no domínio frequência ao longo das 24
horas após a realização dos diferentes tipos de exercício.
Figura 8: Distribuição das variáveis na análise não linear ao longo das 24 horas
após a realização dos diferentes tipos de exercício.
x
Lista de Quadros
Quadro 1 - Definição dos índices no domínio do tempo da variabilidade da
frequência cardíaca.
xi
Lista de e Tabelas
Tabela 1: Dados clínicos e antropométricos da população estudada.
Tabela 2: VFC durante o período de vigília na população estudada.
Tabela 3: Descrição da média e desvio padrão da FC durante às 24 horas de
monitoramento.
Tabela 4: Descrição da média e desvio padrão do intervalo RR durante às 24
horas de monitoramento.
Tabela 5: Descrição da média e desvio padrão do RMSSD durante às 24 horas
de monitoramento.
Tabela 6: Descrição da média e desvio padrão do SDNN durante às 24 horas
de monitoramento.
Tabela 7: Descrição da média e desvio padrão do LFn durante às 24 horas de
monitoramento.
Tabela 8: Descrição da média e desvio padrão do HFn durante às 24 horas de
monitoramento.
Tabela 9: Descrição da média e desvio padrão do LF/HF durante às 24 horas
de monitoramento.
Tabela 10: Descrição da média e desvio padrão do LF durante às 24 horas de
monitoramento.
Tabela 11: Descrição da média e desvio padrão do HF durante às 24 horas de
monitoramento.
Tabela 12: Descrição da média e desvio padrão de SD1 durante às 24 horas
de monitoramento.
Tabela 13: Descrição da média e desvio padrão de SD2 durante às 24 horas de
monitoramento.
Tabela 14: Descrição da média e desvio padrão da Entropia de Shannon
durante às 24 horas de monitoramento.
xii
RESUMO
INTRODUÇÃO: O exercício intervalado de alta intensidade tem sido
apontado como opção para o aumento da prática da atividade física além de
ser sugerido no manejo terapêutico de diversas patologiascomo diabetes
mellitus e insuficiência cardíaca. Contudo, o conhecimento pleno das suas
repercussões fisiológicas e dos parâmetros que possam trazer maior
segurança quanto à sua prescrição; em especial os efeitos a curto e médio
prazo (24 horas após o exercício) sobre a recuperação do exercício,
necessitam ser esclarecidos. METODOLOGIA: O objetivo do presente trabalho
foi avaliar a repercussão de uma sessão de exercício aeróbico contínuo e
intervalado no controle autonômico cardíaco imediato e em médio prazo (24
horas), por meio da avaliação da variabilidade da frequência cardíaca (VFC).
Trata-se de um ensaio clínico aleatorizado do tipo crossover onde indivíduos
jovens saudáveis e com baixo nível de atividade física (Idade 23,3 ± 3,74 anos
e IMC 22,9 ± 2,06 kg/m2) tiveram a VFC de 24 horas mensurada através de
frequencímetro e acelerômetro portátil (eMotion HRV 3D, Kuopio, Finlândia)
antes e após sessão de exercício aeróbio contínuo (60-70% FCmax, 21min.) e
intervalado (ciclo 1 min. a 80-90% FCmax, 2 min. a 50-60% FCmax, duração
21 min.). A VFC foi avaliada nos domínio tempo e frequência e o balanço
simpatovagal determinado pela razão LF/HF. Avaliação não linear foi calculada
pela entropia de Shannon. RESULTADOS: Os dados demonstraram retardo na
recuperação imediata da frequência cardíaca pós exercício e menor FC 24
horas comparados a valores pré intervenção, principalmente no exercício
intervalado. Houve tendência à maior predomínio e valores de índices
representantes da estimulação simpática durante o dia no grupo de exercício
xiii
intervalado; contudo, sem significância estatística. CONCLUSÃO: Os
resultados do estudo auxiliam no esclarecimento das repercussões do
exercício intervalado nas 24 horas que sucedem a intervenção permitindo
parâmetros para prescrição e futura avaliação de grupos de indivíduos com
patologias metabólicas e cardiovasculares.
xiv
ABSTRACT
The high-intensity interval exercise has been described as an option for
increasing physical activity and its use also being suggested in the therapeutic
management of many conditions such as diabetes mellitus and heart failure.
However, the knowledge of its physiological effects and parameters that can
assure greater safety for interval exercise prescription; especially its effect on
short- and medium-term (24 hours after exercise) exercise recovery, need to be
clarified. This study objective was to evaluate the effect of continuous and
interval aerobic exercise on the cardiac autonomic control immediate and
medium term (24 hours), by assessing heart rate variability (HRV). The present
study is a randomized crossover clinical trial in which healthy young individuals
with low level of physical activity had the VFC 24 hours measured by a heart
rate sensor and portable accelerometer (3D eMotion HRV, Kuopio, Finland)
before and after continuous aerobic exercise (60-70% HR max, 21 min.) and
interval exercise (cycle 1 min. 80-90% HR max, 2 min. at 50-60% HR max,
duration 21 min.). HRV was measured in the time and frequency domain and
the sympathovagal balance determined by the ratio LF / HF. Nonlinear
evaluation was calculated by Shannon entropy. The data demonstrated delayed
heart rate recovery immediate after exercise and lower HR after 24 hours
compared to pre intervention values, especially in the interval exercise group.
There was a tendency to higher predominance and representatives index
values of sympathetic stimulation during the day in interval exercise group;
however, without statistical significance. The study results help to clarify the
effects of interval exercise on the 24 hours following interval exercise, setting
parameters for prescription and for further evaluation of groups with metabolic
and cardiovascular diseases.
2
1.1. ATIVIDADE FÍSICA
Dentre as diversas mudanças no comportamento sociocultural ocorridas ao
longo da história da humanidade, as evidenciadas no século passado chamam
a atenção pela velocidade, intensidade e consequências nas relações entre os
seres humanos e entre estes e seu meio. Em especial a industrialização e a
urbanização propiciaram ambientes e comportamentos pouco saudáveis
(Chobanian et al., 2003; Reiners et al., 2008).
Uma das consequências dessas mudanças é a crescente prevalência
de “doenças crônicas não transmissíveis” (DCNT) (Ministério Da Saúde;
Organização Mundial De Saúde, 2010). Nesse grupo estão inclusas as
doenças cardiovasculares, neoplasias, respiratórias crônicas e diabetes
mellitus dentre outras (Ministério Da Saúde; Reiners et al., 2008).
Essas doenças constituem o problema de saúde de maior magnitude e
correspondem a cerca de 72% das causas de mortes, atingindo fortemente
camadas pobres da população e grupos mais vulneráveis, como a população
de baixa escolaridade e renda. Em 2007, a taxa de mortalidade por DCNT no
Brasil foi de 540 óbitos por 100 mil habitantes (Ministério Da Saúde; Schmidt et
al.).
Dentre as estratégias adotadas pelo ministério da saúde para combater
as DCNTs, destacamos a promoção de saúde através da prática de atividade
física regular (Ministério Da Saúde). Outras entidades como a Organização
Mundial de Saúde (OMS) (Organização Mundial De Saúde, 2010), o American
College of Sports Medicine (ACSM) (American College of Sports Medicine,
2011) e diversas Sociedades de Cardiologia (Committee of the American
College of Physicians, 2012) também apontam a prática regular de atividade
física como uma das principais formas de prevenção e combate às DCNTs.
Também é conhecido que um balanço energético estável e o controle do peso
são fatores importantes no processo de promoção da saúde, sendo a atividade
física regular uma forma efetiva de alcançá-los e, por consequência, capaz de
reduzir o risco de DCNTs (Sociedade Brasileira De Medicina Do Esporte, 1996;
Organização Mundial De Saúde, 2009; 2010; American College of Sports
Medicine, 2011; Committee of the American College of Physicians, 2012). Além
3
disso, deve-se mencionar os comprovados efeitos benéficos que a prática dos
exercícios pode proporcionar considerando aspectos psicobiológicos (Mello et
al., 2005) e metabólicos (prevenção de diabetes mellitus, controle do colesterol)
(Klavestrand e Vingård, 2009; Boutcher, 2011; Kelley e Kelley, 2012; Kelley et
al., 2012).
Para alcançar os diversos benefícios da prática regular da atividade
física a OMS(Organização Mundial De Saúde, 2010) e a ACSM(American
College of Sports Medicine, 2011) preconizam algumas diretrizes gerais que
determinam a execução de treinos aeróbios, anaeróbios, treinamento de força,
treino de equilíbrio e neuromotor, variando a intensidade e o volume de cada
modalidade de acordo com as características do indivíduo, respeitando os
princípios da individualidade e da especificidade. Para o treino aeróbio, de uma
forma geral, é indicado que indivíduos com idades entre 18-64 anos realizem
pelo menos 150 minutos de atividade moderada durante a semana ou pelo
menos 75 minutos de intensidade vigorosa, ou ainda, uma combinação entre
atividade moderada e vigorosa (Organização Mundial De Saúde, 2010;
American College of Sports Medicine, 2011).
Embora comprovada e estabelecida sua eficácia, a prática da atividade
física não vem sendo executada de forma efetiva. Segundo alguns estudos em
indivíduos saudáveis e não saudáveis, a falta de tempo gerada pelo padrão de
vida atual e o desconforto gerado pela prática desportiva são as principais
causas da não execução da atividade física regular (Reiners et al., 2008;
Tahara et al., 2008; Raposo, 2009; Boas et al., 2011; Santos et al., 2012).
Consequentemente, há uma necessidade de se buscar práticas alternativas ou
envolvimento dos indivíduos em programas de exercício que busquem adesão
ou uma sensação mais prazerosa na realização de exercícios físicos.
1.2. TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE
Dentre as opções de exercícios físicos, o treinamento intervalado de alta
intensidade (High intensity interval training, HIIT) é descrito como um exercício
físico que alterna curtos momentos de atividade vigorosa com intervalos de
4
descanso ou atividade de baixa intensidade, que dependendo do protocolo
utilizado totaliza um baixo volume de treinamento (Boutcher, 2011; Gibala et
al., 2012). Esse tipo de treinamento tem sido apontado como uma possível
opção para o aumento da prática do exercício físico, visto que é um treino de
volume relativamente curto e promove um alto gasto energético, perda de
peso(Perry et al., 2008; Boutcher, 2011) aumento da força, melhora da função
cardiovascular (Ramos et al., 2015), biogênese mitocondrial (Little et al., 2010),
melhora na composição corporal (Gremeaux et al., 2012), melhora na
capacidade funcional e redução dos fatores de risco cardiovasculares
(Smart et al.; Wisløff et al., 2007; Burgomaster et al., 2008; Ciolac et al., 2010;
Guiraud et al., 2010; Little et al., 2010; Alexander e Mier, 2011; Boutcher, 2011;
Gibala et al., 2012; Gremeaux et al., 2012; Heydari et al., 2013) e em alguns
estudos sendo superior ao exercício aeróbio continuo (Smart et al.; Wisløff et
al., 2007; Ciolac et al., 2010; Cardozo et al., 2015; Ramos et al., 2015). Além
disso, o HIIT tem sido constantemente citado em protocolos de reabilitação
cardíaca (Guiraud et al., 2012), mesmo sem o conhecimento aprofundado das
suas repercussões fisiológicas e dos parâmetros que possam trazer maior
segurança quanto à sua prescrição; principalmente, no que diz respeito à
duração, monitoramento e efeitos a curto e médio prazo (24 horas após o
exercício) sobre a recuperação do exercício (Carvalho et al., 2004; Vaz et al.,
2014).
1.3. VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
Um importante parâmetro para o monitoramento das repercussões
fisiológicas do exercício sobre o débito cardíaco e controle autonômico
cardíaco é a frequência cardíaca (FC). A FC pode ser regulada pelo controle
intrínseco do coração, por fatores humorais e pela ação do sistema nervoso
autônomo (SNA). Esse controle autonômico é dado pelo balanço entre a
atividade simpática e parassimpática (vagal) que atuam na automaticidade do
nódulo sinusal, havendo predominância do parassimpático durante o repouso e
progressiva inibição durante o exercício, dando lugar a uma maior atividade
simpática (figura 1).
5
O controle autonômico cardíaco é fundamental não apenas para o
controle da FC, mas também da contratilidade cardíaca e da resistência
vascular periférica; portanto, influenciando sobre o controle do débito cardíaco
e da pressão arterial média nas diversas situações de esforço cardiovascular
(Electrophysiology Task Force of the European Society of Cardiology the North
American Society of Pacing, 1996; Perini e Veicsteinas, 2003; Stauss, 2003;
Rajendra Acharya et al., 2006; Vanderlei et al., 2009).
Figura 1: Controle do sistema nervoso autônomo na transição do repouso para o
exercício. Diminuição da atividade parassimpática e progressivo aumento da atividade
simpática. Adaptado de Almeida e Araújo, 2003 (Almeida e Araújo, 2003).
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é representada pelas
oscilações dos intervalos entre os batimentos cardíacos normais consecutivos
representados pelos intervalos entre ondas R de um eletrocardiograma (figura
2), plotadas de forma a constituir um tacograma (figura 3)
Figura 2: Representação dos intervalos R-R adaptado de Colugnati e colaboradores, 2005
(Colugnati et al., 2005)
6
Figura 3: Exemplo de tacograma adaptado do ESC/NASPE TASK FORCE, 1996
(Electrophysiology Task Force of the European Society of Cardiology the North American
Society of Pacing, 1996)
O padrão da VFC reflete a respostas fisiológicas do SNA e tem servido
como uma medida não invasiva de avaliação da modulação autonômica
cardíaca em indivíduos saudáveis, atletas ou portadores de doenças,
principalmente cardiopatas e diabéticos(Pumprla et al.; Electrophysiology Task
Force of the European Society of Cardiology the North American Society of
Pacing, 1996; Aubert et al., 2003).
Em jovens saudáveis, a VFC é normalmente alta, indicando integridade
dos mecanismos de controle fisiológicos. Como regra geral, maiores valores de
VFC são associados a um mecanismo de controle autonômico cardíaco mais
eficiente. Com a progredir da idade ou doença, o intervalo do ciclo cardíaco
torna-se mais regular e com uma perda acentuada de variabilidade
(Electrophysiology Task Force of the European Society of Cardiology the North
American Society of Pacing, 1996; Terziotti et al., 2001; Stauss, 2003; Rajendra
Acharya et al., 2006; Lewis e Short, 2010). Existem situações clínicas, como o
diabetes melito, onde a VFC auxilia na identificação de neuropatia autonômica
cardíaca e variações na VFC são preditores da mortalidade cardiovascular
neste grupo de indivíduos (Gerritsen et al., 2001).
7
A análise da VFC é feita através de modelos matemáticos, sendo dessa
forma, um método relativamente, fácil, barato, versátil e não invasivo para
avaliar o controle autonômico do sistema cardiovascular em diferentes
situações e patologias. Estes métodos incluem estatísticas simples tais como o
desvio padrão da frequência cardíaca ou do intervalo do RR. A relação entre o
SNA e mortalidade por cardiopatias tem sido amplamente investigada, sendo a
análise da VFC reconhecida como um dos marcadores mais sensíveis dessa
relação (Electrophysiology Task Force of the European Society of Cardiology
the North American Society of Pacing, 1996).
No domínio tempo são utilizados métodos estatísticos ou geométricos
para a análise dos intervalos R-R, podendo avaliar curtos intervalos de tempo
(representando rápidas mudanças na FC) ou avaliações mais longas (24
horas). A análise da frequência (análise espectral) é feita através da
decomposição dos intervalos R-R em diferentes amplitudes e frequências,
através do algoritmo de transformação rápida de Fourier, sendo analisada por
meio do espectro da frequência em Hz. Essas metodologias fornecem
diferentes informações sobre o controle neural e outras vias fisiológicas que
modulam o ciclo cardíaco (Electrophysiology Task Force of the European
Society of Cardiology the North American Society of Pacing, 1996; Vanderlei et
al., 2009)
Dentre as formas de analisar a VFC temos o método linear que é
realizado nos domínios do tempo e da frequência, com protocolos específicos
para cada domínio, podendo avaliar de forma isolada o tônus vagal cardíaco
(ramo parassimpático) na transição entre o repouso e o exercício dinâmico e na
retomada vagal após o exercício (Electrophysiology Task Force of the
European Society of Cardiology the North American Society of Pacing, 1996;
Almeida e Araújo, 2003; Casonatto e Polito, 2009; Vanderlei et al., 2009).
A análise no domínio do tempo é conseguida através do cálculo da
dispersão em torno da média da frequência cardíaca analisada num período
prolongado. As medidas no domínio do tempo são índices obtidos num registro
contínuo de eletrocardiograma (ou cardiofrequencímetros) a partir do qual se
determina a dispersão da duração dos intervalos entre complexos QRS
normais (ou intervalos RR). Estes índices usados para medir a variação da
8
frequência cardíaca no domínio tempo podem ser derivados de cálculos
aritméticos, estatísticos ou geométricos(Vanderlei et al., 2009).
O quadro 1 apresenta alguns dos índices e suas medidas estatísticas.
Esses índices são adquiridos utilizando-se períodos de análise mais longos.
Nessa análise são utilizados apenas os intervalos RR normais.
Quadro 1 - Definição dos índices no domínio do tempo da variabilidade da
frequência cardíaca.
Variáveis Medidas Estatísticas
RR
médio
Média de todos os intervalos RR normais.
SDNN Desvio padrão de todos os intervalos RR normais.
RMSSD
Raiz quadrada da soma das diferenças sucessivas entre intervalos
RR normais adjacentes ao quadrado.
Adaptado de: Task Force of the European Society of Cardiology,
1996.(Electrophysiology Task Force of the European Society of Cardiology the
North American Society of Pacing, 1996)
A análise não invasiva da potência espectral nos intervalos RR tem sido
muito usada para estudar o sistema nervoso autónomo mesmo quando
submetido as mais distintas condições.
A potência do espectro é quantificada pela medida da área abaixo da
banda de duas frequências: Componente de alta frequência (High frequency
HF), com variação de 0,15 a 0,4Hz, que corresponde à modulação respiratória
e é um indicador da atuação do nervo vago sobre o coração; componente de
baixa frequência (Low Frequency -LF), com variação entre 0,04 e 0,15Hz, que
9
é decorrente da ação conjunta dos componentes vagal e simpático sobre o
coração, com predominância do simpático; componentes de muito baixa
frequência (Very Low Frequency- VLF) e ultrabaixa frequência (Ultra Low
Frequency- ULF) Índices menos utilizados cuja explicação fisiológica não está
bem estabelecida e parece estar relacionada ao sistema renina-angiotensina-
aldosterona, à termorregulação e ao tônus vasomotor periférico. A relação
LF/HF reflete as alterações absolutas e relativas entre os componentes
simpático e parassimpático do SNA, caracterizando o balanço simpatovagal
sobre o coração (Electrophysiology Task Force of the European Society of
Cardiology the North American Society of Pacing, 1996; Almeida e Araújo,
2003; Aubert et al., 2003; Vanderlei et al., 2009).
O domínio da frequência relaciona-se com a análise da densidade
espectral, que estuda como a potência (variância) se distribui em função da
frequência, a análise da densidade espectral é feita utilizando as propriedades
de algoritmos matemáticos, como a Transformada rápida de Fourier, conforme
apresentado na figura 4 (Electrophysiology Task Force of the European Society
of Cardiology the North American Society of Pacing, 1996; Almeida e Araújo,
2003; Aubert et al., 2003; Vanderlei et al., 2009).
Figura 4: Exemplo de análise pelo domínio frequência quantificada pelo programa
KubiusHRV. Fonte: O autor
10
Quanto à VFC que sucede o exercício, observa-se que a retomada vagal
pós-exercício varia de acordo com a intensidade, volume, tipo de exercício e
população considerada, por isso, ainda não há consenso sobre a melhor
prescrição de exercício para cada população. (Casonatto e Polito, 2009).
Adicionalmente, os efeitos de uma intervenção por exercício são avaliados nos
primeiros minutos pós esforço e não é dada devida atenção aos demais
momentos do dia onde diferentes estresses cardiovasculares cotidianos são
impostos aos indivíduos.
Estudos sobre VFC foram realizados em várias populações: jovens,
atletas (Martinelli et al., 2005), idosos, pacientes pós-infarto do miocárdio.
(Rajendra Acharya et al., 2006), esses estudos demostram que, geralmente, a
redução do tônus parassimpático, principalmente no período pós-infarto do
miocárdio, e o relativo aumento do tônus simpático aumenta o risco de
arritmias ventriculares malignas, além de diminuir a VFC, sendo considerado
um forte preditor de mortalidade (Smart et al.; Savin et al., 1982;
Electrophysiology Task Force of the European Society of Cardiology the North
American Society of Pacing, 1996; Meyer et al., 1996; Reis et al., 1998; Cole et
al., 1999; Terziotti et al., 2001; Almeida e Araújo, 2003; Stauss, 2003; Martinelli
et al., 2005; Minati et al., 2006; Rajendra Acharya et al., 2006; Golombek e
Rosenstein, 2010; Lewis e Short, 2010; American College of Sports Medicine,
2011; Heydari et al., 2013).
Vaz et al, 2014 (Vaz et al., 2014) realizou um estudo sobre os efeitos do
exercício intervalado na VFC de remadores e encontrou que o exercício
intervalado, em um período de curto prazo, provocou uma redução na
variabilidade cardíaca dos remadores
Baseado nestas observações, o presente estudo pretende esclarecer os
efeitos de uma sessão de exercício intervalado, comparado ao exercício
aeróbio contínuo, nas alterações do controle autonômico cardíaco durante 24
horas em indivíduos adultos jovens saudáveis e assim, contribuir para o melhor
entendimento do comportamento da VFC após o HIIT, analisando o
comportamento da variabilidade da FC e atividade do SNA em jovens
saudáveis. Poderá ainda servir de base para a futura avaliação científica e
prescrição segura destes exercícios em populações saudáveis e especiais.
12
Geral:
Avaliar o efeito do exercício aeróbio contínuo e intervalado sobre a
variabilidade da frequência cardíaca em adultos jovens saudáveis.
Objetivos específicos:
Avaliar a VFC de 24 horas em indivíduos adultos jovens saudáveis com
nível de atividade física baixo a moderado;
Comparar as alterações nos parâmetros de VFC obtidos nas primeiras
24 horas subsequentes ao exercício físico submáximo contínuo e
intervalado.
14
H0: O treino intervalado não difere do continuo submáximo quando
avaliada a VFC total e o balanço simpático-vagal no período de recuperação
pós-exercício (24 horas);
H1: O treino intervalado difere do continuo submáximo quando avaliada
a VFC total e o balanço simpático-vagal no período de recuperação pós-
exercício (24 horas).
16
4.1 DESENHOS DO ESTUDO
O estudo é um ensaio clínico aleatório do tipo crossover, desenvolvido
nas dependências do Departamento de Fisioterapia e Educação Física da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
4.2 PRINCÍPIOS ÉTICOS
Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da UFRN (CEP-UFRN) parecer 787.263. Os sujeitos que atenderam aos
critérios de inclusão e desejaram participar do estudo assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido de acordo com a Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde (anexo I).
4.3 AMOSTRA
O número amostral foi baseado estimando a diferença entre as médias
da primeira hora pós exercício na razão LF/HF igual à 0,6, desvio padrão de
0,5, poder do teste 80% e significância 5%, apontando um número amostral
mínimo de 9 indivíduos, estimando uma perda amostral de 10%, foi acrescido
um sujeito no número amostral. Com o intuito de minimizar os efeitos das
variações hormonais inerentes ao ciclo menstrual foram selecionados apenas
homens (De Jonge, 2003).
Os voluntários foram universitários do sexo masculino, saudáveis, faixa
etária entre 18 e 28 anos, IMC entre 18,5 e 25 Kg/m2, sendo classificados no
segundo nível do questionário internacional de atividade física (IPAQ) (Matsudo
et al., 2001) (anexo II).
Para inclusão no estudo os indivíduos não poderiam relatar problemas
endócrinos, cardiovasculares, ortopédicos (que limitassem a execução dos
testes) ou neurológicos, assim como ser tabagistas ou usuários de recursos
ergogênicos que poderiam alterar a pressão arterial em repouso ou
anormalmente durante o exercício.
Foram excluídos do estudo os sujeitos que se recusaram ou não
completaram a realização dos protocolos do estudo, ou ainda, os que
requereram exclusão voluntária do estudo por outros motivos.
17
4.4 AMOSTRAGEM E ALOCAÇÃO DOS INDIVÍDUOS
Os indivíduos foram recrutados de forma não probabilística e a alocação
para a sequência de intervenções do estudo foi de forma aleatória a partir do
sitio eletrônico www.radomization.com. A aleatorização foi feita em dois grupos
o de exercício aeróbio contínuo (EAC) e de exercício aeróbio intervalado (EAI)
correspondendo; respectivamente, ao treinamento aeróbio contínuo e ao
treinamento intervalado de alta intensidade, que serão descritos
posteriormente. A randomização correspondia à primeira intervenção a ser
realizada. Como o estudo foi do tipo crossover, o voluntário realizava a
segunda modalidade de exercício correspondente depois do período de wash
out de efeitos da primeira intervenção como será descrito adiante.
4.5 AVALIAÇÃO CLÍNICA E INTERVENÇÃO
Os participantes que atenderam aos critérios de inclusão e desejaram
participar do estudo assinaram o TCLE, conforme estabelecido pelo comitê de
ética em pesquisa do HUOL-UFRN (protocolo 466/12), agendaram as datas
para as avaliações iniciais e intervenções, além de receberem neste momento
as orientações para realização das avaliações conseguintes que abordavam:
vestimentas adequadas para realização de cada procedimento, orientações
alimentícias (evitar alimentos e bebidas que continham cafeína em período de
12 horas que antecederiam as avaliações) e orientações gerais, como evitar
atividades físicas extenuantes e manter um padrão de sono de pelo menos 8
horas nas noites que precediam as etapas do estudo.
Na primeira etapa do estudo, esses sujeitos passaram por uma
avaliação antropométrica, responderam os questionários IPAQ e PAH e em
seguida ficaram 10 minutos em repouso para a colocação do
cardiofrequencímetro (eMotion HRV 3D, Mega eletronics, Kupio, Finland). O
índice de massa corpórea (IMC) foi obtido através do cálculo da razão do peso
corporal, em quilogramas (Kg), pelo valor da altura, em metros (m), ao
quadrado, e a classificação foi realizada de acordo com os valores de
referência publicados na I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da
Síndrome Metabólica (Ministério Da Saúde, 2005). Em seguida, eram liberados
para passar 24 horas sendo monitorados pelo aparelho. Na manhã seguinte,
18
ao completar 24 horas de coleta, os voluntários voltavam ao laboratório,
passavam 10 minutos em repouso em posição ortostática, sem dialogar e
mantendo a respiração espontânea com o intuito de minimizar as alterações
decorrentes dos diferentes meios de locomoção ao laboratório (motocicleta,
carro, ônibus) (Heydari et al., 2013).
Para que os padrões de atividade física diária fossem mantidos o mais
semelhante possível, e para realização do efeito wash out, os participantes
realizavam as intervenções sempre no mesmo dia da semana com um intervalo
de sete dias entre elas.
Na segunda etapa os sujeitos foram alocados em um dos grupos de
intervenção conforme a aleatorização. O cardiofrequencímetro era posicionado
no indivíduo e a VFC basal era coletada por 10 minutos na posição ortostática
sem movimentação, locomoção ou fonação. Após isso, era realizada uma das
intervenções, EAC ou EAI e em seguida os voluntários eram liberados para
passar 24 horas sendo monitorados conforme a primeira etapa do estudo.
Novamente, após um intervalo de sete dias, os sujeitos voltavam ao
laboratório para a realização da terceira etapa, que foi realizada seguindo os
mesmos padrões da segunda etapa, porém alternando a intervenção realizada.
Os sujeitos que realizaram o EAC na segunda etapa fizeram o EAI na terceira
etapa, e os que fizeram EAI na segunda realizaram o EAC na terceira
caracterizando assim o modelo crossover.
Todas as avaliações foram realizadas no período da manhã para
minimizar o impacto das alterações circadianas da VFC na análise estatística
(Minati et al., 2006).
19
4.5.1 Intervenção por exercício
Todos os exercícios foram precedidos e encerrados (aquecimento e
resfriamento) com uma caminhada/corrida de 5 minutos a uma intensidade
50% da FC máxima prevista pela fórmula de Tanaka.
Recrutamento da amostra -
Avaliação inicial (coleta basal)
10 voluntários
Aleatorização
n=10
Exécicio contínuo
5 Sujeitos
Exécicio intervalado
5 Sujeitos
Exécicio intervalado
5 sujeitos
Exécicio contínuo
5 sujeitos
20
A intervenção EAC realizou uma corrida durante 21 minutos, com
intensidade próxima ao limiar de lactato (60-70% da FC máxima prevista pela
fórmula de Tanaka), já a intervenção EAI alternou na proporção de cada um
minuto de corrida com intensidade próxima ao ponto de compensação
respiratória (80-90% da FC máxima prevista pela fórmula de Tanaka) dois
minutos de corrida abaixo do limiar de lactato (50-60% da FC máxima prevista
pela formula de Tanaka), totalizando 21 minutos de intervenção, dessa forma
os exercícios foram isovolumétricos. Ambas intervenções foram controladas
pelo uso de um cardiofrequencímetro (Polar ® RS800CX, Polar Electro Oy,
Kempele, Finlândia) e da escala de Percepção subjetiva de esforço (Escala de
Borg). O exercício foi realizado em esteira ergométrica da marca (Imbramed
Millenium Super ATL, Porto Alegre, Brasil). O protocolo de treinamento foi
baseado em estudo prévio de Ciolac et al (Ciolac et al., 2010).
4.6 Aquisição e análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca
Os dados para a análise da variabilidade da frequência cardíaca e a
acelerometria foram monitoradas através do
cardiofrequencímetro/acelerômetro (eMotion HRV 3D, Mega eletronics, Kupio,
Finland)(Heikkinen, 2011), neste dispositivo, eletrodos autocolantes de
superfície (Eletrodo Meditrace 200 – Adulto) , foram posicionados no tórax do
avaliado (o eletrodo negativo na fossa infraclavicular direita logo abaixo da
clavícula e o eletrodo positivo fica abaixo do peitoral maior, no quinto espaço
intercostal, na altura da linha axilar anterior esquerda), captando os sinais
elétricos do coração e os transmitindo ao monitor. A frequência de aquisição de
sinais foi de 1000 Hz. O sinal captado foi inicialmente analisado pelo software
“eMotionLab”. A filtragem e análises complementares dos dados foram
realizadas no software Kubios HRV.
Para o domínio tempo, foram calculados: a frequência cardíaca, a média
dos intervalos R-R, a raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre
os intervalos R-R normais adjacentes (RMSSD); desvio padrão de todos os
intervalos RR normais gravados em um intervalo de tempo (SDNN); grau de
complexidade dos intervalos RR expresso pelo SD1 e SD2, onde SD1
representa um índice de registro instantâneo da variabilidade batimento a
21
batimento; definido pela dispersão dos pontos perpendiculares à linha de
identidade do plot de Poincaré, e o SD2 que representa a dispersão dos pontos
ao longo da linha de identidade do plot de Poincaré (Electrophysiology Task
Force of the European Society of Cardiology the North American Society of
Pacing, 1996; Vanderlei et al., 2009).
Para o domínio frequência, utilizamos a transformada Rápida de Fourier
(FFT), método que, durante fases estacionárias do registro é capaz de obter
uma estimativa de potência espectral da VFC, visando as comparações entre
os resultados de estudos. Dessa forma, analisamos os seguintes parâmetros
do domínio frequência: baixa frequência (LF), alta frequência (HF), a razão
LF/HF e as variáveis LF e HF normalizadas (LFn e HFn) (Electrophysiology
Task Force of the European Society of Cardiology the North American Society
of Pacing, 1996; Vanderlei et al., 2009).
Para a análise basal de valores de VFC antes da intervenção, foram
extraídos os dados no período da colocação do aparelho até o período em que
o voluntário se recolhe para dormir, esse período foi denominado “Vigília”, foi
controlado pelo acelerômetro acoplado ao aparelho.
Nos períodos de intervenção foram registrados os 10 minutos que
precediam o aquecimento (estabilização do sinal) e eram analisados apenas os
últimos 5 minutos estabilizados desse registro, também foi registrado o
aquecimento, a intervenção, o resfriamento e as 24 horas após o exercício,
totalizando 28 registros para cada intervenção.
Na analise de cada hora eram registrados o máximo de minutos
possíveis, sem ruídos ou perda de sinal. Quando havia perda de sinal ou ruídos
que não fossem retirados por filtragem automática do software Kubios HRV, a
análise da hora deveria conter pelo menos 30 minutos.
23
A análise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico
Graphpad Prism 6. A normalidade dos dados foi testada através do teste de
Shapiro Wilk. Para comparação entre as intervenções (aeróbio contínuo e
intervalado) ao longo do tempo foi utilizado o teste ANOVA de medidas
repetitivas de dois fatores (tipo de intervenção e tempo) com pós teste de
Bonferroni. O critério para a significância estatística foi o valor de P 0,05.
25
Trinta e nove homens jovens foram contatados pessoalmente para a
participação no projeto, dentre os que atendiam os critérios de inclusão dez
deles tinham disponibilidade de horário e não planejavam começar a prática de
atividade física regular no período que os dados foram coletados (Figura 5).
Figura 5: Fluxograma das etapas do estudo e número de participantes.
Recrutamento da amostra -
39 sujeitos abordados para
participar do estudo
Avaliação inicial (coleta basal)
10 voluntários
Aleatorização
n=10
Treino contínuo
5 Sujeitos
Treino intervalado
5 Sujeitos
Treino intervalado
4 sujeitos
Treino contínuo
4 sujeitos
Perda amostral N=1
1 sujeito - Iniciou um programa de atividade física
26
Os dados clínicos e antropométricos dos voluntários com estão descritos
na tabela 1.
Variável Média ± Desvio padrão
Idade (anos) 23,3 ± 3,74
Peso (Kg) 70,2 ± 8,19
Altura (cm) 174,9 ± 4,86
IMC (Kg/m²) 22,9 ± 2,06
PAS(mmHg) 117,8 ± 5,70
PAD (mmHg) 73,8 ± 5,14
Tabela 1: Dados clínicos e antropométricos da população estudada.
Apesar de ter declarado não ter a intenção de iniciar um programa de
atividade física regular, um dos participantes da pesquisa informou ter ganhado
peso na semana após a avaliação inicial e que iria começar um programa de
atividade física e requereu a exclusão voluntária do projeto de pesquisa.
A VFC de um dia típico dos indivíduos avaliados, referentes ao cálculo
das variáveis de maneira contínua durante o período de vigília antes dos
protocolos de intervenção por exercício estão sumarizados na tabela 2.
27
Média ± SD
FC (bpm) 76,94 ± 5,96
R-R (ms) 803,00 ± 70,94
RMSSD (ms) 115,39 ± 26,35
SDNN (ms) 30,98 ± 15,99
LF (ms²) 1239,89 ± 644,78
HF (ms²) 540,11 ± 711,68
LF/HF 4,39 ± 2,64
LF (n.u.) 76,34 ± 12,77
HF (n.u.) 23,63 ± 12,79
SD1 (ms) 22,31 ± 12,02
SD2 (ms) 165,00 ± 37,26
ShannonEN 3,79 ±0,15
Tabela 2: VFC durante o período de vigília na população estudada. FC – Média da frequência
cardíaca. R-R – Média de todos os intervalos RR normais. SDNN – Desvio padrão dos
intervalos RR normais. RMSSD Raiz quadrada da soma das diferenças sucessivas entre
intervalos RR normais adjacentes ao quadrado. LF - componente de baixa frequência. HF-
componente de alta frequência. LF/HF – Razão entre os componentes de baixa e alta
frequência. LFn- Componentes de baixa frequência normalizados. HFn – Componentes de alta
frequência normalizados. SD1 - Dispersão dos pontos perpendiculares à linha de identidade do
plot de Poincaré. SD2 Dispersão dos pontos ao longo da linha de identidade do plot de
Poincaré. ShannonEN – Entropia de Shannon
Os dados de FC e VFC analisados hora a hora, durante as 24 horas,
estão apresentados nas figuras 6 a 8. A figura 6 e as tabelas 3, 4, 5 e 6 do
Apêndice apresentam os valores da FC e das variáveis de VFC analisadas no
domínio tempo. Como se pode observar, houve diferença significativa entre os
grupos na recuperação imediata da FC após o exercício. A recuperação da FC
foi mais lenta no EAI em comparação ao EAC. Consequentemente, menores
valores médios de intervalos RR foram encontrados neste momento no grupo
EAI. A variabilidade total representada pelo índice SDNN, apresentou maiores
valores no final da tarde no grupo EAC comparado ao EAI indicando tendência
à menor VFC neste último grupo.
29
Figura 6: Frequência cardíaca (FC) e variabilidade da frequência cardíaca (VFC) analisada no domínio tempo, avaliadas durante as 24 horas e analisadas hora a hora. A) FC. B) Intervalos R-R médios. C) RMSSD, D) SDNN. Símbolos: * Diferença estatística entre os grupos; # Diferença estatística quando comparados aos demais períodos de tempo avaliados
(intragrupo); § Difere da medida pré-exercício (intragrupo); Diferente do período de exercício (intragrupo). Obs.: Símbolos de indicação estatística acima dos símbolos de média e erro da média indicam comparações dentro do grupo exercício contínuo e abaixo dos símbolos de média e erro da média indicam comparações no grupo exercício intervalado.
A figura 7 e as tabelas 7, 8 e 9 do Apêndice apresentam os valores da
VFC analisadas no domínio frequência e as tabelas 10 e 11 apresentam os
valores absolutos do LF e HF. Analisando o comportamento dos gráficos pode-
se observar, uma tendência à maiores valores de LFn e do balanço
simpatovagal com predomínio simpático no grupo EAI durante o dia;
contudo,não há diferença estatística na recuperação do balanço simpatovagal
entre os grupos após o exercício.
31
Figura 7: Distribuição das variáveis no domínio frequência ao longo das 24 horas após a
realização dos diferentes tipos de exercício. A) LFn, B) HFn, C) LF/HF. Símbolos: § Difere
da medida pré-exercício (intragrupo) Obs.: Símbolos de indicação estatística acima dos
símbolos de média e erro da média indicam comparações dentro do grupo exercício contínuo e
abaixo dos símbolos de média e erro da média indicam comparações no grupo exercício
intervalado.
A figura 8 e as tabelas 12, 13 e 14 do Apêndice apresentam os valores
das variáveis de VFC analisadas pelo método não linear. Podemos observar
que apenas a variabilidade em curto prazo representada pelo índice SD1 se
alterou com o exercício físico. A VFC em longo prazo representada pelo índice
SD2 diferiu de valores basais apenas no grupo EAI ao redor da sétima hora,
assim como para os valores SDNN. Não houve diferença significativa entre os
grupos quando a entropia de Shannon foi calculada.
33
Figura 8: Distribuição das variáveis na análise não linear ao longo das 24 horas
após a realização dos diferentes tipos de exercício. A) SD1, B) SD2 C) Entropia de
Shannon. Símbolos: # Diferença estatística quando comparados aos demais períodos de
tempo avaliados (intragrupo); § Diferente da medida pré-exercício (intragrupo); Diferente do
período de exercício (intragrupo). Obs.: Símbolos de indicação estatística acima dos símbolos
de média e erro da média indicam comparações dentro do grupo exercício contínuo e abaixo
dos símbolos de média e erro da média indicam comparações no grupo exercício intervalado
35
O presente estudo, dentro do conhecimento dos pesquisadores, é o
primeiro a investigar as alterações de variabilidade da frequência cardíaca
induzida por uma única intervenção de exercício intervalado, comparado ao
contínuo, hora a hora durante as 24 horas que sucede o exercício.
Previamente, houve a investigação de efeitos agudos (dentro da primeira hora),
24 e 48 horas pós exercício (Mourot et al., 2004)(contudo, não através de
monitoração contínua como no presente estudo). Os dados demonstraram
retardo na recuperação imediata da frequência cardíaca pós exercício e menor
FC após 24 horas quando comparados a valores pré intervenção,
principalmente no exercício intervalado. Houve tendência à maior predomínio
simpático durante o dia no grupo de exercício intervalado; contudo, sem
significância estatística.
Pode-se observar que a recuperação imediata da FC foi mais lenta após
o exercício intervalado; contudo, medidas de FC 24 horas pós exercício
demonstraram serem menores aos valores pré-exercícios em relação ao dia
anterior apenas no grupo EAI. Valores de VFC demonstraram que houve uma
recuperação transiente na VFC (representada pelos índices SD2 e SDNN)
apenas no grupo EAC comparado ao intervalado nas primeiras 6-7 horas pós
exercício e embora houvesse uma tendência à maiores valores de LF e
menores de HF ao longo do dia no grupo EAI, não houve diferença estatística
nestes valores ou no balanço simpato-vagal representado pelo índice LF/HF.
Ekblom e Hermansen (Ekblom e Hermansen, 1968) descreveram que a
FC é controlada principalmente pela atividade do sistema nervoso autônomo
através de ações dos ramos simpático e parassimpático sobre a
automaticidade do nódulo sinusal, havendo uma maior atividade vagal,
especialmente no repouso (parassimpático), que é progressivamente inibida
uma vez que o exercício inicia, dando lugar a uma ação simpática proporcional
à intensidade do exercício (Ekblom e Hermansen, 1968; Almeida e Araújo,
2003).
Ao final do exercício físico deve haver atenção especial ao
comportamento da FC, pois sua redução em menos de 12 bpm, no retorno
ativo (Cole et al., 1999), ou 18 no passivo (Watanabe et al., 2001), no primeiro
36
minuto de recuperação após um teste de exercício máximo, representa um
prognóstico desfavorável em termos de risco relativo de mortalidade
cardiovascular em indivíduos assintomáticos e em cardiopatas (Cole et al.,
1999; Watanabe et al., 2001; Almeida e Araújo, 2003; Stauss, 2003; Rajendra
Acharya et al., 2006)
Porém, na literatura há divergências em relação ao tempo necessário
para o retorno aos níveis basais, visto que isso irá depender da interação entre
as funções autonômicas, da intensidade do exercício e do nível de
condicionamento físico. Dessa forma a recuperação pode levar de uma hora
após exercício leve ou moderado (Terziotti et al., 2001), até 24 horas após um
exercício intenso ou máximo (Furlan et al., 1993).
A recuperação da frequência cardíaca decorre, como observado pela
maioria dos estudos, da interação conjunta de reativação parassimpática e
retirada do simpático, com reativação parassimpática ocorrendo mais
rapidamente e, portanto, desempenhando o papel mais importante na
desaceleração precoce da frequência cardíaca (Javorka et al., 2002;
Kannankeril e Goldberger, 2002; Borresen e Lambert, 2008). Kannankeril et al.
demonstraram que a reativação parassimpática ocorreu rapidamente no
primeiro minuto da recuperação e o estímulo parassimpático, em seguida,
aumentou até o quarto minuto e manteve-se relativamente constante até 10
minutos após o exercício (Kannankeril e Goldberger, 2002).
A recuperação da FC após exercícios intensos é mais lenta do que após
o exercício submáximo em indivíduos saudáveis, isso é atribuído à ação
simpática que é mais acionada durante os exercícios próximos ao máximo.
Pierpont et al. (Pierpont et al., 2000) descobriram que o decaimento da FC não
ocorre de forma semelhante quando comparados exercícios máximos e
submáximos, além disso, sugerem que após exercícios submáximos, quando
não há grande estimulo do sistema nervoso simpático, a recuperação da FC,
que é regida principalmente pela reativação do sistema parassimpático, pode
seguir uma curva exponencial de primeira ordem. No entanto, depois de altos
níveis de exercício durante o qual a estimulação simpática domina, o drive
simpático pode continuar atuando na fase de recuperação e contribuir para um
37
aumento na FC apesar da reativação do sistema parassimpático. Isto
modificaria a recuperação da FC após os diferentes tipos de exercício (Pierpont
et al., 2000).
Relacionando os nossos achados com os dados de Pierpont et al
(Pierpont et al., 2000). Podemos inferir que a diferença na recuperação da FC
após os diferentes tipos de exercício (figura 3 A) pode ser devido ao maior
estimulo simpático consequente ao exercício intervalado de alta intensidade.
Embora este seja um fator tolerável, sem maiores consequências para a
população jovem saudável, deve-se levar em consideração que em condições
especiais como em coronariopatas, cardiopatas e em diabéticos, este fator
pode ser determinante na indução de eventos cardíacos pós exercício como
disritmias. Uma melhor compreensão da intensidade e duração do exercício
intervalado deve ser investigada para maior segurança de sua prescrição
quando se considera esta situação.
Outro achado importante do nosso estudo é que a FC no EAI após 24
horas é diferente do pré exercício, o que não ocorreu com o EAC. Estes dados
parecem indicar uma maior proteção cardiovascular tardia consequente ao EAI
talvez induzindo maior ativação parassimpáriva tardia; contudo, como a análise
terminou nas 24 horas esta afirmação não pode ser avaliada.
Vaz et al (Vaz et al., 2014), realizou um estudo comparando a VFC de
remadores submetidos a diferentes treinamentos intervalados e encontrou
achados semelhantes aos nossos. Os valores registrados 24 horas após a
realização dos exercícios ficaram próximos aos níveis pré exercício, assim
como no estudo de Carter et al (Carter et al., 2003). Então, considerando um
programa de treinamento diário e analisando apenas a FC, o tempo de
recuperação pode ser considerado suficiente entre as sessões de treinamento
para a recuperação, independentemente do exercício realizado. A redução da
VFC durante os exercícios mostra que os esforços com cargas mais altas,
mesmo que por curtos momentos, são suficientes para promover mudanças em
relação ao repouso e, possivelmente, levar à adaptações crônicas do
treinamento físico, como é mostrado em outros trabalhos (Burgomaster et al.,
38
2008; Ciolac et al., 2010; Little et al., 2010; Boutcher, 2011; Gibala et al., 2012;
Gremeaux et al., 2012).
As modificações em relação à atividade simpática e parassimpática são
dependentes da intensidade do exercício. Embora o treinamento aeróbio
contínuo em intensidades mais baixas e volume de treinamento mais longo
seja interessante para o aprimoramento técnico tanto na reabilitação (ortopedia
e neurologia, por exemplo) como no treinamento desportivo, os esforços de alta
intensidade realizados durante sessões de EAI promovem maior estresse
bioquímico (Perry et al., 2008; Logan et al., 2014) e fisiológicos (como
observado no estudo) que poderiam induzir adaptações fisiológicas mais
intensas à este tipo de treinamento.
Embora os efeitos benéficos do exercício sejam comprovados e
recomendados, demonstrou-se que o risco de morte súbita é significativamente
aumentada durante e imediatamente após o exercício em comparação com os
períodos de inatividade (Albert et al., 2000; Sundaram et al., 2008). Existem
diversos mecanismos possíveis para este aumento do risco de morte súbita
cardíaca, podendo estar relacionado com as alterações agudas no tônus
autonômico que acompanham o exercício (Sundaram et al., 2008). Portanto,
baseado em nossos achados seria prudente avaliar com maior detalhamento
os efeitos sobre a VFC em 24 horas que sucedem o EAI em populações
especiais como cardiopatas e diabéticos, especialmente aqueles que
apresentam neuropatia autonômica cardíaca. Apesar das precauções que
parecem ser necessárias para prescrição deste tipo de exercício em
populações especiais, recentemente, tem sido descrito o benefício deste tipo
de intervenção, embora sem superioridade ao treinamento contínuo, na
insuficiência cardíaca (Koufaki et al., 2014) em coronariopatas (Munk et al.;
Warburton et al.), com aparente segurança.
40
O presente estudo demonstrou que o exercício aeróbio intervalado
esta associado à menor redução na FC durante a recuperação imediata de
exercício e à menor valor de FC após 24 horas, comparado com valores pré-
exercício. Não houve diferença entre as modalidades de exercício no balanço
autonômico durante a fase de recuperação; exceto variação em índices de
variabilidade global ao redor da 6-7 horas pós exercício, sendo estes maiores
no grupo EAC.
42
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ANEXO IV – Ficha de avaliação
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
Efeitos do exercício aeróbio contínuo e intervalado na
variabilidade da frequência cardíaca em 24 horas em adultos
jovens saudáveis.
Data da Avaliação: _____/_____/____
Identificação do voluntário: _____________
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:____________________________________________________
Data de Nascimento: _______/______/____Idade: ___________anos
Estado Civil: ___________________
Naturalidade: ____________________
Escolaridade: _____________Profissão: _______________
Anos estudo: ____________ Religião: ______________________
59
Endereço:__________________________________________________
_______________________________________________________________
Cidade: _________________ Estado: _______
Telefone: ( )_________________e-mail:_____________________________
Antecedentes patológicos e hábitos de vida:
Antecedentes patológicos pessoais:__________________________________
Antecedentes patológicos familiares:__________________________________
_______________________________________________________________
Etilismo:_____Obs:________________________________________________
Uso de medicamentos:______Obs:___________________________________
Hábitos alimentares:_______________________________________________
AVALIAÇÃO FÍSICA:
Peso:___________Kg Altura::___________m IMC:___________Kg/m2
Circunferência abdominal:______________
Relação cintura-quadril: ________________
FCrepouso:_____bpm. PArepouso:_____x_____mmHg.
ANEXOS:
i. Registro do base-line e do ECG de repouso.
a. Registro da primeira intervenção.
ii. Registro da segunda intervenção.
iii. IPAQ.
iv. PAH.
61
Tabela 3: Descrição da média e desvio padrão da FC durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
pré 84,91 5,91 84,57 6,43
Aquecimento 107,52 15,85 98,04 17,43
Exercício 126,54 18,92 137,21 9,35
Resfriamento 100,74 13,42 117,10 8,05
1 98,08 19,01 96,59 14,44
2 94,45 20,24 92,32 11,29
3 92,98 10,45 91,65 10,18
4 86,20 7,44 87,27 10,88
5 84,20 4,97 85,75 9,89
6 82,17 8,59 84,54 5,06
7 73,89 7,49 83,20 6,98
8 78,76 13,04 83,64 6,49
9 79,63 12,37 82,85 5,23
10 82,21 12,25 79,89 8,29
11 82,61 12,23 81,96 10,13
12 75,63 4,19 78,45 7,49
13 74,04 4,05 70,61 5,92
14 70,31 4,61 70,13 6,10
15 67,67 4,99 67,73 7,92
16 63,86 2,77 64,95 9,05
17 62,43 2,84 64,44 9,83
18 65,58 8,03 62,76 8,58
19 71,09 16,23 65,94 13,82
20 76,17 18,03 66,60 13,09
21 73,91 15,66 66,14 8,58
22 76,13 13,36 68,07 11,78
23 80,79 12,47 72,07 13,74
24 82,52 13,08 75,52 7,54
IntervaladoContínuo
FC
62
Tabela 4: Descrição da média e desvio padrão do intervalo RR durante
às 24 horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 717,56 50,16 721,17 55,66
Aquecimento 570,30 69,51 629,06 88,90
Exercício 491,43 79,56 445,73 30,48
Resfriamento 612,46 84,08 465,99 160,10
1 642,70 125,78 644,71 107,39
2 670,30 137,25 673,56 100,68
3 661,52 75,92 675,98 93,34
4 709,38 59,80 708,40 103,15
5 722,99 42,35 718,63 85,04
6 749,22 79,84 722,13 44,16
7 834,12 80,82 734,27 57,26
8 794,78 130,03 730,24 56,48
9 779,68 121,09 734,16 44,37
10 753,61 110,52 766,07 79,70
11 749,69 104,53 752,48 87,76
12 805,31 44,47 782,64 73,67
13 823,16 45,42 862,17 76,36
14 867,52 55,65 872,91 68,32
15 902,47 55,82 905,31 88,33
16 948,84 40,11 947,07 118,60
17 973,49 42,86 958,64 135,52
18 942,91 88,08 980,38 118,46
19 893,41 169,60 952,27 147,88
20 837,69 193,85 940,49 149,10
21 858,22 174,90 935,29 110,78
22 825,71 148,06 916,02 140,86
23 775,61 135,08 871,71 147,88
24 759,56 147,35 818,88 82,20
IntervaladoContínuo
RR
63
Tabela 5: Descrição da média e desvio padrão do RMSSD durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 29,00 7,04 25,60 8,21
Aquecimento 15,68 8,26 16,94 9,47
Exercício 10,96 8,91 8,13 3,62
Resfriamento 16,80 8,77 17,46 15,06
1 20,59 7,67 21,18 11,05
2 21,56 7,62 24,18 10,13
3 23,90 6,17 23,29 7,36
4 27,60 4,45 24,71 8,51
5 25,62 3,39 26,24 7,70
6 30,26 10,33 24,98 5,42
7 38,87 11,77 26,29 4,26
8 32,60 11,67 27,02 6,84
9 28,54 11,81 25,37 5,90
10 25,44 7,14 28,18 10,33
11 26,74 8,30 27,02 9,46
12 29,34 8,54 29,42 11,61
13 30,12 13,79 31,62 13,41
14 33,70 17,30 34,26 11,81
15 35,66 13,01 36,22 14,36
16 38,00 13,23 38,57 15,02
17 43,11 15,47 36,97 12,26
18 45,38 16,82 40,46 13,67
19 40,96 19,90 42,60 16,52
20 31,08 13,18 37,82 9,98
21 35,73 16,09 37,07 8,72
22 35,64 12,68 37,94 12,25
23 29,72 13,25 36,88 14,12
24 28,07 13,26 32,12 12,24
IntervaladoContínuo
RMSSD
64
Tabela 6: Descrição da média e desvio padrão do SDNN durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 72,58 16,49 71,52 19,85
Aquecimento 39,63 20,07 43,77 6,93
Exercício 52,47 38,92 54,38 10,16
Resfriamento 61,19 31,12 34,92 16,79
1 77,92 25,47 77,52 30,38
2 78,26 20,50 87,29 33,74
3 74,66 18,52 85,32 26,92
4 76,94 6,64 76,93 23,23
5 74,84 13,95 82,67 22,41
6 89,71 16,52 82,51 6,58
7 103,22 23,84 78,31 8,41
8 98,26 26,46 77,56 11,74
9 83,50 35,13 71,63 16,52
10 80,62 25,62 75,02 18,49
11 82,63 13,58 84,88 17,24
12 85,83 10,55 88,02 19,52
13 88,63 14,34 72,72 21,78
14 90,71 17,56 95,27 30,44
15 94,52 24,68 89,17 28,27
16 80,04 16,41 82,86 30,70
17 91,81 23,66 83,11 27,03
18 112,43 44,07 92,29 20,87
19 102,99 44,95 106,36 34,81
20 83,17 23,00 101,69 33,06
21 101,08 22,79 110,16 16,69
22 106,16 20,68 99,41 15,37
23 99,12 39,33 104,70 23,01
24 86,61 25,18 109,01 39,51
IntervaladoContínuo
SDNN
65
Tabela 7: Descrição da média e desvio padrão do LFn durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 83,81 9,56 82,18 7,65
Aquecimento 83,44 5,05 78,29 9,48
Exercício 80,17 10,96 80,97 6,13
Resfriamento 86,02 6,58 81,14 6,10
1 84,28 3,64 87,11 7,39
2 84,28 5,26 85,10 8,51
3 84,12 10,27 85,72 5,82
4 83,83 6,67 83,58 7,62
5 84,52 8,02 84,67 5,54
6 83,87 7,32 85,80 4,91
7 80,61 10,64 86,39 4,19
8 78,59 15,10 86,63 5,47
9 80,28 10,46 86,62 4,98
10 82,11 6,03 85,04 6,56
11 80,40 10,96 84,54 6,40
12 76,88 11,54 79,82 12,64
13 76,74 10,28 79,06 10,36
14 74,39 12,73 78,02 7,54
15 75,50 8,53 73,04 12,09
16 69,63 9,86 67,88 11,99
17 65,92 13,35 67,87 10,63
18 65,81 11,47 70,79 9,25
19 72,91 13,23 69,23 8,62
20 76,46 15,75 73,50 8,40
21 77,61 14,77 75,19 8,70
22 80,22 11,50 74,51 15,69
23 82,14 11,76 76,38 15,19
24 85,03 8,73 83,17 13,03
IntervaladoContínuo
LFn
66
Tabela 8: Descrição da média e desvio padrão do HFn durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 16,16 9,57 17,78 7,66
Aquecimento 16,32 4,91 21,66 9,45
Exercício 19,76 10,91 18,94 6,15
Resfriamento 13,88 6,58 18,74 6,07
1 15,69 3,62 12,87 7,40
2 15,70 5,27 14,88 8,50
3 15,83 10,29 14,26 5,80
4 16,11 6,69 16,38 7,64
5 15,43 8,03 15,31 5,53
6 16,08 7,32 14,17 4,89
7 19,36 10,63 13,56 4,17
8 21,37 15,08 13,33 5,45
9 19,69 10,45 13,37 4,95
10 17,84 5,98 14,93 6,57
11 19,53 10,93 15,41 6,41
12 23,10 11,54 20,14 12,65
13 23,22 10,30 20,92 10,37
14 25,59 12,71 21,91 7,53
15 24,48 8,54 26,91 12,08
16 30,32 9,85 32,09 12,01
17 34,04 13,33 32,09 10,63
18 34,16 11,49 29,20 9,26
19 27,06 13,23 30,74 8,65
20 23,49 15,74 26,46 8,39
21 22,36 14,74 24,79 8,71
22 19,74 11,50 25,47 15,71
23 17,83 11,72 23,60 15,20
24 14,94 8,70 16,81 13,04
IntervaladoContínuo
HFn
67
Tabela 9: Descrição da média e desvio padrão do LF/HF durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 7,28 4,53 5,25 1,70
Aquecimento 5,60 1,85 4,25 1,84
Exercício 5,80 5,01 4,90 2,14
Resfriamento 7,16 2,32 4,92 2,22
1 5,65 1,37 8,93 4,64
2 6,13 2,62 7,17 3,09
3 6,92 3,30 6,89 2,55
4 5,74 1,49 6,26 3,27
5 6,38 2,07 6,25 2,30
6 6,15 2,41 6,68 2,15
7 5,14 2,01 7,02 2,41
8 5,43 3,09 7,59 3,10
9 5,26 2,67 7,45 3,13
10 5,18 1,99 6,86 3,09
11 5,13 2,24 6,66 3,42
12 4,02 1,78 4,88 1,76
13 4,07 2,08 4,60 1,94
14 3,73 2,08 4,09 1,84
15 3,75 2,30 3,28 1,48
16 2,74 1,58 2,58 1,41
17 2,63 2,06 2,37 0,95
18 2,39 1,64 2,75 1,20
19 3,97 3,28 2,51 1,04
20 4,93 2,97 3,18 1,53
21 4,67 2,13 3,61 1,93
22 5,36 2,67 4,46 3,25
23 6,23 3,25 5,37 4,32
24 7,12 2,82 7,30 4,25
IntervaladoContínuo
LF/HF
68
Tabela 10: Descrição da média e desvio padrão do LF durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 1662,89 1149,81 1038,00 543,44
Aquecimento 231,44 148,85 326,00 163,48
Exercício 159,78 256,44 53,11 21,21
Resfriamento 576,22 720,59 287,78 441,44
1 765,89 379,94 1014,11 522,28
2 1001,44 552,61 1070,78 306,90
3 1139,00 332,92 1117,44 271,81
4 1317,11 464,86 1101,22 322,56
5 1202,00 362,21 1316,22 380,31
6 1365,89 391,23 1290,89 359,08
7 2390,00 1443,21 1396,56 288,80
8 1500,33 1010,65 1491,11 276,03
9 1015,00 345,62 1356,44 354,52
10 897,11 215,89 1478,00 523,49
11 874,67 298,55 1249,67 374,39
12 973,89 261,17 1182,22 461,55
13 1024,56 335,87 1235,00 565,71
14 1162,67 411,54 1425,89 703,51
15 1370,44 588,34 1357,44 710,18
16 1242,56 614,01 1254,89 783,85
17 1353,56 597,85 1134,67 711,04
18 1774,56 1027,00 1565,56 903,28
19 1699,00 1191,75 1617,89 957,44
20 1305,56 718,42 1552,67 831,08
21 1518,67 559,42 1488,67 620,36
22 1760,56 484,12 1632,78 761,13
23 1299,11 533,54 1612,67 598,33
24 1252,00 456,57 1639,33 488,89
IntervaladoContínuo
LF
69
Tabela 11: Descrição da média e desvio padrão do HF durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 257,22 141,88 222,11 127,88
Aquecimento 46,78 33,70 112,44 144,45
Exercício 41,78 65,52 12,00 6,22
Resfriamento 89,44 94,84 70,11 112,06
1 144,44 83,59 189,11 216,08
2 175,00 94,43 224,44 235,13
3 222,67 158,75 195,67 120,95
4 250,33 111,49 236,67 187,57
5 200,00 55,78 257,33 165,05
6 301,67 261,09 214,67 90,49
7 559,78 352,25 220,67 88,06
8 406,67 338,41 237,00 121,99
9 311,44 300,17 206,22 94,99
10 209,00 125,33 280,11 200,80
11 237,11 194,65 253,56 183,65
12 315,33 234,47 384,67 474,29
13 381,44 420,05 416,78 437,91
14 543,22 579,49 482,78 394,02
15 522,67 344,77 645,67 621,46
16 647,67 404,80 734,11 687,23
17 884,22 598,77 564,11 411,32
18 1011,56 820,57 683,33 558,92
19 792,11 710,95 835,11 800,43
20 382,89 359,19 498,22 263,00
21 521,00 532,42 498,22 286,80
22 495,22 462,52 572,67 425,09
23 354,00 427,79 550,11 497,54
24 279,44 387,07 393,89 453,15
IntervaladoContínuo
HF
70
Tabela 12: Descrição da média e desvio padrão de SD1 durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 20,57 5,01 18,12 5,82
Aquecimento 11,10 5,86 11,99 6,70
Exercício 7,76 6,30 5,77 2,57
Resfriamento 11,89 6,20 8,74 6,18
1 14,56 5,45 14,96 7,83
2 15,23 5,39 17,09 7,14
3 16,92 4,34 16,47 5,22
4 19,52 3,16 17,46 6,01
5 18,11 2,41 18,53 5,45
6 21,38 7,30 17,63 3,83
7 27,48 8,34 18,59 3,02
8 23,07 8,25 19,10 4,85
9 20,18 8,36 17,93 4,16
10 18,00 5,05 19,94 7,30
11 18,90 5,88 19,10 6,71
12 20,77 6,05 20,82 8,22
13 21,30 9,75 22,37 9,51
14 23,83 12,22 24,22 8,37
15 25,21 9,21 25,61 10,14
16 26,86 9,37 27,28 10,62
17 30,49 10,97 26,14 8,67
18 32,07 11,91 28,61 9,67
19 28,96 14,06 30,12 11,69
20 21,98 9,31 26,76 7,05
21 25,28 11,37 26,21 6,16
22 25,21 8,98 26,83 8,65
23 21,00 9,37 26,09 9,97
24 19,88 9,40 22,70 8,65
IntervaladoContínuo
SD1
71
Tabela 13: Descrição da média e desvio padrão de SD2 durante às 24
horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 100,29 23,33 98,90 27,79
Aquecimento 54,63 28,29 60,11 9,58
Exercício 73,47 54,79 76,59 14,38
Resfriamento 85,53 43,73 49,57 22,03
1 109,19 35,73 108,53 42,48
2 109,57 28,68 121,91 47,97
3 104,19 25,89 119,37 38,29
4 107,01 9,34 107,22 32,84
5 104,21 19,87 115,38 31,39
6 124,84 23,42 115,26 9,53
7 143,09 33,95 109,14 11,97
8 136,73 37,62 107,93 16,26
9 116,23 49,27 99,67 23,22
10 112,43 36,29 104,11 25,45
11 115,18 19,31 118,32 24,43
12 119,48 14,48 122,59 27,13
13 123,34 19,33 100,29 29,68
14 125,52 24,82 132,43 42,58
15 131,04 34,67 123,32 39,12
16 109,86 22,05 113,87 42,28
17 126,09 32,24 114,42 37,76
18 155,40 62,02 127,26 28,37
19 142,63 62,28 147,26 48,28
20 115,34 31,92 141,03 46,95
21 140,51 31,12 153,21 24,82
22 147,74 29,06 137,57 23,16
23 138,33 55,50 145,32 32,60
24 120,54 35,71 152,01 56,57
IntervaladoContínuo
SD2
72
Tabela 14: Descrição da média e desvio padrão da Entropia de Shannon
durante às 24 horas de monitoramento.
Momento
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Pré atividade 3,54 0,54 3,80 0,58
Aquecimento 3,82 0,49 3,84 0,59
Exercício 4,68 0,50 4,81 0,28
Resfriamento 4,05 0,32 4,24 0,31
1 3,90 0,10 3,88 0,24
2 3,87 0,21 3,78 0,22
3 3,74 0,12 3,79 0,15
4 3,67 0,19 3,69 0,18
5 3,59 0,17 3,70 0,18
6 3,72 0,28 3,78 0,11
7 3,60 0,26 3,66 0,20
8 3,84 0,15 3,63 0,19
9 3,84 0,26 3,55 0,25
10 3,83 0,35 3,55 0,12
11 3,79 0,22 3,64 0,20
12 3,74 0,30 3,76 0,14
13 3,82 0,27 3,60 0,27
14 3,87 0,32 3,74 0,21
15 3,80 0,24 3,66 0,14
16 3,87 0,30 3,76 0,34
17 3,99 0,25 3,74 0,25
18 3,79 0,17 3,77 0,27
19 3,78 0,16 3,80 0,34
20 3,75 0,39 3,87 0,32
21 3,86 0,29 3,87 0,34
22 3,77 0,27 3,71 0,32
23 3,90 0,36 3,81 0,33
24 3,80 0,33 3,76 0,38
IntervaladoContínuo
Entropia de Shannon
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