UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
LARISSA DE OLIVEIRA SILVEIRA
ANÁLISE DAS RECIDIVAS APÓS OSTECTOMIA PERIFÉRICA E USO DA
SOLUÇÃO DE CARNOY COMO TERAPIAS ADJUNTAS NO TRATAMENTO
DE CERATOCISTO ODONTOGÊNICO
NATAL/RN
2018
LARISSA DE OLIVEIRA SILVEIRA
ANÁLISE DAS RECIDIVAS APÓS OSTECTOMIA PERIFÉRICA E USO DA
SOLUÇÃO DE CARNOY COMO TERAPIAS ADJUNTAS NO TRATAMENTO DE
CERATOCISTO ODONTOGÊNICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Graduação em Odontologia, do
Departamento de Odontologia, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como requisito
para a para obtenção do título de cirurgião-
dentista.
Orientador: Prof. Dr. Adriano Rocha Germano
NATAL/RN
2018
Catalogação da publicação na fonte. UFRN / Departamento de Odontologia Biblioteca
Setorial “Prof. Alberto Moreira Campos”
Silveira, Larissa de Oliveira.
Análise das recidivas após ostectomia periférica e uso da solução de carnoy
como terapia adjunta no tratamento de ceratocisto odontogênico / Larissa de
Oliveira Silveira. - 2018.
42 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de
Odontologia, Natal, 2018.
Orientadora: Prof. Dr. Adriano Rocha Germano.
1. Tumores odontogênicos – Trabalho de conclusão de curso. 2. Tratamento
conservador - Trabalho de conclusão de curso. 3. Recidiva - Trabalho de conclusão
de curso. I. Germano, Adriano Rocha. II. Título.
RN/UF/BSO BLACK D793
LARISSA DE OLIVEIRA SILVEIRA
ANÁLISE DAS RECIDIVAS APÓS OSTECTOMIA PERIFÉRICA E USO DA
SOLUÇÃO DE CARNOY COMO TERAPIA ADJUNTA NO TRATAMENTO DE
CERATOCISTO ODONTOGÊNICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação
em Odontologia, do Departamento de Odontologia, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a para obtenção
do título de cirurgião-dentista.
Aprovado em: 19/06/2018
BANCA EXAMINADORA
Adriano Rocha Germano
Orientador
UFRN
Wagner Rainer Maciel Dantas
Membro
UFRN
Germano de Lelis Bezerra Júnior
Membro
UFRN
DEDICATÓRIA
Eu dedico esse trabalho de conclusão de curso muito mais do que apenas à uma pessoa,
dedico a todos aqueles que militam pelo simples direito de estudar e que não podem.
Que esse TCC possa ser dedicado aqueles que buscam conhecimento e por preconceitos
e intolerância não tem a real oportunidade de tê-lo. Que ainda haja esperança, pois eles
podem tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podem impedir as nossas mentes
de pensar!
AGRADECIMENTOS
Não teria como começar a agradecer se não fosse agradecendo a Deus. Ele me
sustentou, me motivou, acalentou, me ouviu, instruiu e me lembrou todos os dias qual
era a minha essência até mesmo quando eu não conseguia mais lembrar. Obrigada,
Deus.
Minha família é incomum comparada ao mundo que vivemos. Em casa é o lugar
que mais encontro paz. Obrigada pai, mãe, vovó e Jéssica por viverem o real significado
de família. Obrigada por me inspirarem todos os dias. Ao meu namorado, muito
obrigada por me acompanhar desde a escola, por atravessar essa etapa comigo e por me
sustentar em todas as fases, você me cativou a cada momento e me ajudou a passar por
mais esse desafio!
Aos meus mestres, meus sinceros agradecimentos por serem incansáveis, por
serem excelentes e ainda assim me ensinarem a servir com presteza, humanidade e
complacência.
Aos funcionários, muito obrigada por tornarem meus fardos mais leves com a
gentiliza ao servir! O carinho e alegria no serviço me ensinaram mais do que muitas
aulas.
Meus queridos amigos, acredito que o homem sozinho pode conseguir muitas
coisas, pode chegar de forma brilhante ao final do caminho, mas também acredito que o
homem que tem amigos, bons amigos, é feliz durante todo o caminho! Obrigada pelo
caminho que percorri com vocês.
Minha querida Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi um prazer
fazer parte dessa casa, construir um pedaço dessa história, obrigada por me acolher tão
bem, até breve!
“Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo.”
Malala Yousafzai
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................... 9
2 OBJETIVOS............................................................................... 10
2.1 OBJETIVOS GERAIS................................................................. 10
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS......................................................... 10
3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................... 11
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.......................................... 11
3.2 POPULAÇÃO.............................................................................. 11
3.3 AMOSTRA.................................................................................. 12
3.3.1 Amostragem................................................................................ 12
3.3.2 Critérios de inclusão................................................................... 12
3.3.3 Critérios de exclusão.................................................................. 12
3.4 LOCAL DE ESTUDO................................................................. 13
3.5 VARIÁVEIS................................................................................ 13
3.6 AVALIAÇÕES E COLETA DE DADOS................................... 14
3.6.1 Primeira etapa............................................................................ 14
3.6.2 Segunda etapa............................................................................. 15
3.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS................................................. 16
3.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS...................................................... 16
3.9 PROTOCOLO CIRÚRGICO ...................................................... 16
4 RESULTADOS........................................................................... 17
5 DISCUSSÃO............................................................................... 20
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................... 24
REFERÊNCIAS......................................................................... 25
APÊNDICE................................................................................. 28
ANEXOS..................................................................................... 32
7
Análise das recidivas após ostectomia periférica e uso da solução de Carnoy como
terapias adjuntas no tratamento de ceratocisto odontogênico
Analysis of recurrences after peripheral ostectomy and use of Carnoy's solution as
adjunctive therapies in the treatment of odontogenic keratocysts
Larissa de Oliveira Silveira1 | Danielle Clarisse Barbosa Costa2 | Bruno Bezerra de
Souza3 | Adriano Rocha Germano4
RESUMO
Terapias adjuvantes após enucleação de lesões agressivas, tipo o ceratocisto
odontogênico, tem se mostrado promissoras na comunidade científica, pois
diversos estudos mostram a redução da recidiva dessas lesões. O objetivo
desse trabalho foi avaliar a prevalência da recidiva e alguns fatores
associados a esta, quando se realizou o tratamento cirúrgico do ceratocisto
odontogênico, por meio de enucleação, seguido de ostectomia periférica e
uso da solução de Carnoy. Foi realizado um estudo clínico do tipo seccional onde
foram catalogados todos os pacientes que foram submetidos ao tratamento
de lesão tipo ceratocisto odontogênico na área de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial da UFRN, no período de 2009 a 2018 por essa técnica.
O estudo teve duas fases, sendo a primeira representada pel a coleta de dados
dos prontuários, e a segunda exames clínicos e radiográficos, que exigiram
o retorno dos pacientes. Foram realizadas análises descritivas e estatísticas
utilizando o programa SPSS (Statistical Package for Social Science version 21.0,
Chicago Illinois, USA). Utilizou-se o teste exato de Fisher, o teste Qui-quadrado e o
teste de Mann-Whitney, adotando-se p<0,05. A amostra totalizou 22 pacientes. A
1 Acadêmica do curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2 Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pelo Departamento de
Odontologia/Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN 3 Residente em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pelo Departamento de
Odontologia/Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN 4 Professor Associado III da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Responsável pelo do Serviço
de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Departamento Odontologia e Hospital Universitário
Onofre Lopes/UFRN
8
maioria das lesões acometeu a mandíbula posterior (90,9%). A recidiva acometeu sete
pacientes (31,8%), com o tempo médio para a recidiva de 24,23 meses. Não houve
diferença estatística entre os fatores associados avaliados e o desenvolvimento de
recidivas. A prevalência de recidivas, por meio da enucleação, seguida da ostectomia
periférica e a solução de Carnoy apresentou resultados comparados ao que outros
trabalhos na literatura com técnicas semelhantes, entretanto foi uma terapia que
possibilitou tratar muitos casos sem que houvesse a ressecção de grandes segmentos
ósseos, minimizando a morbidade operatória e diminuindo as sequelas pós-operatórias.
A maior parte das recidivas foram localizadas e o acompanhamento contínuo as
identificaram precocemente, favorecendo a manutenção de terapias mais conservadoras.
Palavras-Chave: Tumores odontogênicos. Tratamento Conservador. Recidiva.
ABSTRACT
Adjuvant therapies after enucleation of aggressive lesions, such as odontogenic
keratocysts, have been shown to be promising in the middle of the scientific
community, since several studies show a reduction in the relapse of these lesions. The
objective of this study was to evaluate the prevalence of relapse and some factors
associated with this, when the surgical treatment of odontogenic keratocyst was
performed by enucleation, followed by peripheral ostectomy and Carnoy's solution. A
clinical study of the sectional type was carried out in which all the patients who were
submitted to odontogenic keratocyst lesion treatment in the area of Oral and Maxillo
Facial Surgery and Traumatology of UFRN from 2009 to 2018 were cataloged by this
technique. The study had two phases, the first one represented by the data collection of
the medical records, and the second clinical and radiographic exams, which required
patients to return. Descriptive and statistical analyzes were performed using the SPSS
program (Statistical Package for Social Science version 21.0, Chicago Illinois, USA).
Fisher's exact test, Chi-square test and Mann-Whitney test were used, with p <0.05. The
sample totaled 22 patients. Most of the lesions affected the posterior mandible (90.9%).
The relapse affected seven patients (31.8%), with the mean time to relapse of 24.23
months. There was no statistical difference between the associated factors evaluated and
the development of relapses. The prevalence of relapses, through enucleation, followed
by peripheral ostectomy and the Carnoy's solution presented results compared to other
9
studies in the literature with similar techniques, however it was a therapy that made it
possible to treat many cases without resection of large bony segments, minimizing
operative morbidity and reducing postoperative sequelae. Most relapses were localized
and continuous follow-up identified them early, favoring the maintenance of more
conservative therapies.
Keywords: Odontogenic tumors. Conservative treatment. Relapse.
1 INTRODUÇÃO
O termo Ceratocisto Odontogênico (CO) foi introduzido por Philipsen em 1956
e referia-se a qualquer cisto dos maxilares que apresentasse formação de ceratina
representativa1,2. Porém, em 1962, Pindborg, Philipsen e Henriksen estabeleceram
critérios histológicos e caracterizaram um comportamento clínico específico para esta
lesão em particular, que seria diferente dos demais cistos dos maxilares1.
A prevalência dessa espécie de cisto varia de 10 a 12% dos cistos odontogênicos
e pode ser encontrado em uma ampla faixa etária, mais comumente em pessoas do sexo
masculino, localizando-se, com maior frequência, na região dos molares inferiores e no
ramo da mandíbula, porém, como afirmam Santos e Yurgel (1999), essas características
não são patognomônicas 3
A Organização Mundial da Saúde, em 2017, reorganizou a classificação dos
cistos e tumores odontogênicos, como o Ceratocisto. Em 2005, na 3ª edição, o
ceratocisto foi classificado como Tumor Odontogênico Ceratocisto, baseando-se em seu
crescimento agressivo e recorrência após o tratamento. Na 4ª edição em 2017, o mesmo
volta a ser classificado como Cisto.4
Várias modalidades de tratamento têm sido descritas para o ceratocisto, desde
tratamentos conservadores a agressivos, e a taxa de recorrência após marsupialização
(28,7-32,3%) e enucleação (22,5%-23,1%) é mais provável quando comparados a
enucleação associado a solução de Carnoy (5,3%-11,5%) ou ressecção
marginal/segmentar (2,2%-8,4%)5,6. A ressecção radical permanece como opção certa
para obter a menor recorrência do CO, sendo reservada principalmente para lesões
recorrentes e casos possivelmente sindrômicos, mas a baixa recorrência da enucleação
associada a aplicação da Solução de Carnoy torna essa terapêutica a primeira linha de
tratamento em CO primários.5
10
O CO está associado a altas taxas de recorrência. Acredita-se que isso seja
devido a cápsula fina e friável e que, dessa forma, facilmente fragmenta durante a
enucleação, a presença de cistos satélites que podem permanecer além da área do cisto
enucleado, principalmente em lesões multiloculares, e também do desenvolvimento de
novos cistos que podem originar-se de ilhas epiteliais ou microcistos que permaneceram
na mucosa adjacente ao cisto. Ilhas epiteliais e microcistos estão presentes na maioria
dos CO, especialmente no trígono retromolar, ramo ascendente e maxila posterior ou
através de fenestrações ósseas 7,8.
Nesse contexto, por volta de 1884 a solução de Carnoy surge como
um método químico para tratamento de lesões recidivantes. Após esse
período a solução foi aperfeiçoada tendo como base de composição química
3 mL de clorofórmio, 6mL de álcool absoluto, 1mL de ácido glacial acético e 1g de
clorito férrico. A mesma vem sendo amplamente utilizada por promover necrose
química e dessa forma evitar a recidiva da lesão9.
Muitos trabalhos demonstram menor recidiva quando se utilizou as terapias adjuvantes
após a enucleação de lesões benignas agressivas, como a ostectomia periférica ou o uso da
solução de Carnoy, mas são extremamente escassas publicações que houve a associação das
duas no mesmo procedimento cirúrgico9. Esse estudo representa um instrumento de verificação
da efetividade desta associação por meio de um protocolo que vem sendo utilizado para tratar
Ceratocistos Odontogênicos desde 2009.
A compreensão de como essas recidivas se apresentam, seja sua prevalência, bem como
o comportamento destas, é de extrema relevância para traçar estratégias que possam garantir
ainda mais efetividade no tratamento ou modificar condutas. Assim pretende-se avaliar se esta
associação foi benéfica e apresentou resultados comparados a outras modalidades de tratamento
relatadas na literatura, bem como se há algum fator associado que favoreceu um maior número
de recidiva.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a ocorrência de recidivas, e os fatores relacionados a esta, no
tratamento do ceratocisto odontogênico por meio de enucleação, associado a terapia
adjuvante com ostectomia periférica associada a solução de Carnoy.
11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Verificar a taxa de recidiva dos ceratocistos odontogênicos após o tratamento
com ostectomia periférica e solução de Carnoy;
- Verificar o tempo para o desenvolvimento da recidiva;
-Verificar se a idade influencia o desenvolvimento de recidiva após o
tratamento com ostectomia periférica e solução de Carnoy;
- Verificar se a extensão da lesão influencia o desenvolvimento de recidiva após
o tratamento com ostectomia periférica e solução de Carnoy;
- Verificar se a locularidade da lesão influencia o desenvolvimento de recidiva
após o tratamento com ostectomia periférica e solução de Carnoy;
- Verificar se a localização anatômica da lesão influencia o desenvolvimento de
recidiva após o tratamento com ostectomia periférica e solução de Carnoy;
- Verificar se a presença de dentes na área da lesão influencia o
desenvolvimento de recidiva após o tratamento com a solução de Carnoy;
- Verificar se a permanência de dentes na área da lesão após o procedimento
cirúrgico influencia o desenvolvimento de recidiva após o tratamento
ostectomia periférica e solução de Carnoy;
- Verificar a frequência e os tipos de complicações pós-operatórias após
ostectomia periférica e solução de Carnoy.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo clínico do tipo seccional, a
partir do momento em que será realizado uma observação direta de determinada
quantidade planejada de indivíduos em uma única oportunidade.10
3.2 POPULAÇÃO
A população da pesquisa é fixa e composta pelos pacientes submetidos a
terapêutica cirúrgica de enucleação, seguida de ostectomia periférica associada a
12
Solução de Carnoy para manejo do Ceratocisto Odontogênico na área de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
3.3 AMOSTRA
3.3.1 Amostragem
A técnica de amostragem foi não probabilística de conveniência,
tendo sido incluindo 22 pacientes que foram tratados na área de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial no período de 2008 a 2018.
3.3.2 Critérios de inclusão
Foram incluídos na amostra:
Pacientes diagnosticados e operados pela área de cirurgia com
diagnóstico de ceratocisto odontogênico;
Pacientes tratados com ostectomia periférica e solução de
Carnoy como terapia adjuvante.
3.3.3 Critérios de exclusão
Foram excluídos na amostra:
Pacientes tratados antes de 2008;
Pacientes diagnosticados e tratados com outras lesões
odontogênicas;
Pacientes portadores da síndrome de Gorlin com múltiplos
ceratocistos;
Pacientes que não foram tratados com a associação de
ostectomia periférica e solução de Carnoy como terapia
adjuvante;
Pacientes que não compareceram para os exames de acompanhamento da
pesquisa.
13
3.4 LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi realizado na área de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial,
da Universidade federal do Rio Grande do Norte.
3.5 VARIÁVEIS
As variáveis de pendentes e independestes estão apresentadas no quadro 1:
Quadro 1 – Variáveis coletadas.
VARIÁVEIS DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA
CLASSIFICAÇÃO
ESTATÍSTICA
CATEGORIAS/
ESCALAS DE
MEDIDA
Gênero Discriminação
quanto ao sexo Independente Categórica nominal
Masculino
Feminino
Idade
Tempo decorrido
desde o
nascimento
Independente Quantitativa discreta Anos
Localização
anatômica
Localização da
lesão nos
maxilares
Independente Categórica nominal
Anterior de
maxila
Anterior de
mandíbula
Posterior de
maxila
Posterior de
mandíbula
Tamanho da lesão Comprimento x
largura em cm² Independente Quantitativa contínua Cm²
Tamanho
anteroposterior
Tamanho
horizontal em mm Independente Quantitativa contínua mm
Tamanho vertical Tamanho vertical
em mm Independente Quantitativa contínua mm
Característica
radiográfica da
lesão
Padrão de
locularidade Independente Categórica nominal
Unilocular
Multilocular
Dentes na área da
lesão (Dentes pré)
Dentes adjacentes
ou incluídos pela
lesão
Independente Categórica nominal Sim
Não
Permanência de Permanência de Independente Categórica nominal Sim
14
dentes na área da
lesão (Dentes pós)
dentes adjacentes
a lesão após a
cirurgia
Não
Deiscência da
ferida
Abertura de
suturas e/ou
separação das
bordas da ferida
Dependente Categórica nominal Sim
Não
Parestesia
Sintoma sensorial
alterado como
formigamento ou
ardência
Dependente Categórica nominal Sim
Não
Infecção
Febre, aumento de
volume, rubor,
drenagem de
secreção
purulenta e/ou
presença de fístula
Dependente Categórica nominal Sim
Não
Tempo de
recidiva
Período de
acompanhamento
em que é
verificado sinais
de recidiva da
lesão
Dependente Quantitativa discreta Meses
Tempo de
acompanhamento
Período total de
acompanhamento
do paciente,
mesmo após o
tratamento
cirúrgico da
recidiva
Dependente Quantitativa discreta Meses
3.6 AVALIAÇÃO E COLETA DE DADOS
O estudo foi composto por dois momentos, onde inicialmente foi realizado a
obtenção de dados nos prontuários, seguido posteriormente da necessidade de um
retorno por parte dos pacientes, para atualizar sua avaliação clínica e imaginológica.
3.6.1 Primeira etapa
O prontuário foi utilizado para analisar de forma detalhada de informações
referentes as características pré-operatórias da lesão, aos procedimentos cirúrgicos
15
realizados, bem como as complicações pós-operatórias. Nessa etapa foram coletados
idade e sexo do paciente; as características clínicas e de imagem das lesões iniciais; a
localização das lesões; a data de realização da cirurgia; o diagnóstico final; as
complicações pós-operatórias, como distúrbios neurosensoriais, infecção ou deiscência;
bem como todo o histórico do paciente a fim de verificar se houve recidivas da lesão e,
se sim, em que tempo após o tratamento cirúrgico.
Nas lesões em mandíbula, verificou-se o tamanho anteroposterior e vertical da
lesão em milímetros, e a área da lesão na radiografia panorâmica em centímetros
quadrados. Como o auxílio de um negatoscópio e um paquímetro digital verificou-se, na
radiografia panorâmica impressa, a maior distância acometida pela lesão nos sentidos
vertical e horizontal, bem como a área, representada pelo comprimento vezes a largura
da lesão. Todas essas medidas foram realizadas considerando a magnificação de 1,2
vezes da radiografia panorâmica. Para a maxila, todas as avaliações foram realizadas
por meio da tomografia computadorizada e as medições foram realizadas no software
InVesalius 3.0. Em mandíbula as lesões foram analisadas em radiografias panorâmicas
pois os pacientes apresentavam esse exame de imagem como exame prévio a primeira
cirurgia. Os casos que acometeram a maxila, por se tornar inviável a medição em
radiografias panorâmicas, foram solicitadas tomografias computadorizadas.
3.6.2 Segunda etapa
Na segunda etapa realizaram-se os exames clínicos na área de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da UFRN, com leitura detalhada e assinatura do
TCLE. Após avaliação clínica, os pacientes foram encaminhados para realizar
radiografias panorâmicas e/ou tomografias computadorizadas para verificar sinais de
recidiva da lesão. Nos casos de recidivas, os pacientes foram submetidos a um novo
procedimento cirúrgico, sendo todos pela mesma técnica (enucleação seguida de
ostectomia periférica e uso de solução de Carnoy). A recorrência foi confirmada por
meio do exame histopatológico após o retratamento, ou nos laudos que estavam nos
prontuários.
16
3.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS (Statistical Package for
Social Science version 21.0, Chicago Illinois, USA). Inicialmente realizou-se análise
descritiva de todos os dados por meio das frequências absolutas e relativas. Além disso,
foram testadas associações entre as recidivas observadas e as variáveis de interesse
utilizando o teste exato de Fisher, o teste Qui-quadrado e o teste de Mann-Whitney,
com respectivos intervalos com 95% de confiança e adotando-se p<0,05.
3.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
A pesquisa foi submetida a apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa em Seres
Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e recebeu o parecer
favorável sob o número 2.361.371. (Anexo 1)
3.9 PROTOCOLO CIRÚRGICO
Todos os casos foram operados utilizando o mesmo protocolo cirúrgico, que
consistiu inicialmente de uma biopsia incisional para confirmar se a lesão se tratava
realmente de um ceratocisto odontogênico e posteriormente em centro cirúrgico sob
anestesia geral, a região foi abordada e realizada a técnica da enucleação da lesão com
auxílio de tesouras e curetas. Posteriormente sob irrigação intensa com solução salina
estéril, foi realizada a ostectomia sob baixa rotação (1.500 RPM) utilizando brocas de
desgaste ósseo em toda extensão da cavidade e excisão de tecido mole nas áreas de
fenestração. Após ambas as etapas, gazes foram instaladas na cavidade óssea,
denominada de loja cirúrgica, preenchendo-a completamente. Nesse momento a
Solução de Carnoy (30% de clorofórmio + 20 mL de álcool absoluto + 10% de ácido
glacial acético + 10% de ferro cloreto) foi aspirada em uma seringa de 20 mL e levada
até a loja cirúrgica, que era totalmente umedecida e lá permanecia por 5 minutos. Após
os 5 minutos de ação da substância, as gazes foram removidas e a loja cirúrgica foi
irrigada abundantemente com solução salina.11 Quando a loja cirúrgica estava
completamente preenchida por sangue a sutura foi iniciada.
17
4 RESULTADOS
A amostra totalizou 22 pacientes. A média de idade foi de 39,82 anos
(39,82±18,207), sendo a idade mínima de 12 anos e máxima de 77 anos. Nove pacientes
eram do gênero masculino (40,9%) e treze do gênero feminino (59,1%). A maioria das
lesões acometeu a maxila e mandíbula posteriores (90,9%), sendo desses 18 casos em
mandíbula (81,8%) e 2 em maxila (9,1%) posteriores, e em 2 dos casos na mandíbula
anterior (9,1%).
Como complicações, 05 casos apresentaram deiscência (22,7%) e nos outros 17
casos, as feridas cicatrizaram adequadamente sem quaisquer intercorrências (77,3%).
Apenas 01 paciente apresentou infecção na ferida cirúrgica que foi controlada com
antibióticos e lavagem da ferida (4,5%). Foi observado 5 casos com parestesia (22,7%)
que ainda estavam presentes durante a segunda fase.
Quanto as características observadas no exame de imagem pré-operatório, 13
lesões eram uniloculares (59,1%) e 09 eram multiloculares (40,9%); o tamanho médio
das lesões no sentido anteroposterior foi de 35,0757mm, no sentido vertical de
35,2333mm e a área da lesão de 12,9168cm² (tabela 1). Elementos dentários estavam
incluídos e/ou encontravam-se em áreas adjacentes a lesão em 14 casos (63,6%).
Tabela 1 - Características imagenológicas dos ceratocistos odontogênicos. Natal-RN, 2018.
Tamanho n Mínimo Máximo Média DP
Anteroposterior (mm) 22 6,60 64,17 35,0757 17,00982
Vertical (mm) 22 9,19 64,50 35,2333 15,28052
Tamanho total (cm²) 22 0,83 29,20 12,9168 7,90736
n: número de casos; DP: desvio padrão
As características da amostra e as respectivas análises estatísticas encontram-se
agrupadas nas tabelas 2 e 3. Não foi possível verificar diferenças estatisticamente
significativas entre as variáveis de interesse e o desenvolvimento de recidivas.
18
Tabela 2 - Análise das variáveis categóricas segundo a recidiva. Natal-RN, 2018.
Recidiva
Variáveis categóricas Não Sim
p n % n %
Gênero Masculino 5 55,6 4 44,4 0,292
Feminino
10 73,9 3 23,1
Localização
Mand posterior 13 72,2 5 27,8 0,703
Maxila posterior 1 50 1 50
Mand anterior 1 50 1 50
Maxila anterior 0 0 0 0
Locularidade
Unilocular 9 69,2 4 30,8 0,899
Multilocular 6 66,7 3 33,3
Dentes pré Sim 9 64,3 5 35,7 0,600
Não
6 75 2 25
Dentes pós Sim 5 50 5 50 0,092
Não 10 83,3 2 16,7
n: número de casos; %: porcentagem
A recidiva acometeu sete pacientes (23,3%), com o tempo médio para a recidiva
de 24,86 meses, o tempo mínimo de 12 meses e máximo de 34 meses (24,86±7,79).
Podemos verificar que pessoas do gênero feminino foram menos acometidas do que
pessoas do gênero masculino. Não houve diferença estatística entre a lesão ser uni ou
multilocular, sendo o padrão multilocular ligeiramente mais propenso a recidiva. Dentes
presentes na linha da lesão no pré-operatório apontam para maiores casos de recidiva,
no estudo. Observamos que dentes na linha da lesão no pós-operatório indica ser um
forte fator para recidiva, sendo 50% dos casos que apresentavam dentes na linha da
lesão no pós-operatório também apresentavam recidiva e apenas 16,7% não
apresentavam. 40% dos casos que apresentaram deiscência também apresentaram
recidiva. Nenhum caso com infecção recidivou. 20% dos casos onde houve parestesia
recidivaram, contra 35,3% que não tiveram parestesia que recidivaram. As regiões de
maxila posterior e mandíbula posterior apresentaram um maior percentual de recidiva.
19
Tabela 3 - Análise das variáveis idade, tamanho anteroposterior, tamanho vertical e tamanho total da lesão
segundo a recidiva. Natal-RN, 2018.
Variável Recidiva Média Mediana Q25 Q75 Ranks p
Idade Não 42,33 39 27 60 12,37 0,359
Sim 34,43 33 20 53 9,64
Anteroposterior (mm) Não 34,82 31,11 20,83 46,91 11,40
0,916
Sim 35,62 40,00 20,83 46,66 11,71
Vertical (mm) Não 32,44 32,33 20,00 42,08 10,47 0,274
Sim 41,21 34,75 25,00 62,50 13,71
Total (cm²) Não 12,02 10,52 5,51 16,04 10,67 0,378
Sim 14,81 12,50 7,28 21,53 13,29
Q25: quartil 25; Q75: quartil 75
Tanto a idade, medida anteroposterior, vertical, como a total, não puderam ser
relacionadas com a recidiva. Essas variáveis não são fatores de risco, portanto, para
recidiva.
Tabela 4 – Características clínicas, imaginológicas e tempo de recidiva dos pacientes que apresentaram
recidiva durante a pesquisa. Natal-RN, 2018.
P G I Local Locul D pré D pós Tam
AP
Tam
V Área
Temp
recidiva
1 F 56 MandP Uni N N 34,2 30,8 125 32
2 M 20 MandP Multi S S 40,3 64 215,3 25
3 M 53 MandP Multi N N 46,7 62,5 252,8 34
4 M 36 MandP Uni S S 20,8 34,8 72,8 12
5 F 31 MaxP Uni S S 18,3 25 66 29
6 F 12 MandA Uni S S 60,8 25 182,5 18
7 M 33 MandP Multi S S 40,0 46,4 122,8 24
P: paciente; G: gênero; I: idade; Local: localização da lesão; MandP: mandíbula posterior;
MaxP: maxila posterior; MandA: mandíbula anterior; Locul: locularidade; Uni: unilocular;
Multi: multilocular; D pré: dentes pré; D pós: dentes pós; S: sim; N: não; Tam AP: tamanho
20
anteroposterior em mm; Tam V: tamanho vertical em mm; Área: tamanho da lesão em mm²;
Temp recidiva: tempo da primeira recidiva em meses.
5 DISCUSSÃO
Desde a década de 80, o emprego da solução de Carnoy e o da criocirurgia tem
sido amplamente advogados como sendo terapias complementares distintas aos
tratamentos cirúrgicos empregados, sobretudo para tratar lesões benignas agressivas, na
qual se inclui os ceratocistos odontogênico 12. Alguns trabalhos têm demonstrado que o
uso da solução de Carnoy é relativamente seguro, tendo sido amplamente utilizada por
Stoelinga PJ 11 e outros autores para complementar o tratamento após excisão cirúrgica
desses ceratocistos, como também por Leung e colaborados em 2016.13 De fato, nos 22
casos por nós tratados, não houve complicações significativas, observou-se um índice
de infecção baixa, restringindo a apenas 01 caso, que foi controlado facilmente com
antibióticos sistêmicos e irrigação da ferida com clorexidina 0,12%. Ribeiro Junior e
colaboradores em 201214 apresentaram resultados semelhantes no que refere as
complicações. Dos vinte e dois ceratocistos odontogênicos tratados com solução de
Carnoy combinada com ostectomia periférica, houve apenas 4,5% de recidiva, já o
nosso estudo apresentou 31,8%. A deiscência (22,7%) e a infecção da ferida cirúrgica
(4,5%) foram semelhantes, já a parestesia (18,2%), ligeiramente menor. A deiscência foi
influenciada pela marsupialização (P <0,05), e a parestesia foi observada
exclusivamente nos casos de fenestração do canal mandibular (P <0,01). Os autores
concluíram que o tratamento complementar com solução de Carnoy e ostectomia
periférica parece fornecer um tratamento eficiente para os ceratocistos
odontogênicos. As complicações decorrentes do uso da solução são menos frequentes e
menos graves que as complicações associadas à crioterapia.14
Na nossa amostra, diferentemente de Ribeiro Jr. et al.14, nenhum caso foi tratado
por marsupialização inicialmente, e os casos de deiscência estão provavelmente mais
relacionados ao defeito ósseo que foi gerado após enucleação e ostectomia periférica, do
que ao uso da solução. No que se refere a parestesia, é muito difícil atribuir esse evento
isoladamente ao uso da solução de Carnoy, já que a ostectomia periférica e a própria
manipulação do feixe durante a exérese da lesão também podem influenciar na
parestesia pós-operatória.14
21
A presença do Clorofórmio é um tópico que vem sendo discutido ao longo dos
anos em formulações farmacêuticas. Desde 2000 a Administração para Alimentos e
Drogas dos Estados Unidos vetou o seu uso em produtos cosméticos devido à sua
carcinogenicidade observada em estudos animais e risco provável para a saúde
humana.15 Em 1985, Voorsmit16 realizou um estudo no qual observou que essa solução
agia através de cauterização química e que, quando aplicada durante 5 minutos sobre
superfícies ósseas, era capaz de promover necrose superficial com profundidade
aproximada de 1,5mm.16 No entanto, Hellsteinet et. al., em 200715, realizaram um
trabalho avaliando o grau de penetração tecidual em 20 peças contendo osso, tecido
conjuntivo e amostras de mucosa, utilizando a solução de Carnoy sem clorofórmio e,
em seguida, comparou os efeitos teciduais com a formulação original15. Tal estudo
revelou valores de penetração muito semelhantes para todos os tipos de tecido, com
pouco ou nenhum benefício observado quando do uso do clorofórmio. A versão sem
clorofórmio foi usada também em 15 pacientes com uma taxa de recidiva semelhante à
solução de Carnoy modificada, concluindo que o clorofórmio é um componente
desnecessário15.
Entretanto em um estudo mais recente, publicado por Dashow e Edwards em
201317, avaliou-se clinicamente o efeito de ambas as formulações sobre o índice de
recorrência do tumor odontogênico ceratocisto em uma amostra de 75 pacientes17. As
cirurgias consistiram da enucleação, seguidas de curetagem e aplicação da solução de
Carnoy nos grupos com ou sem a presença de clorofórmio. Ao final dessa pesquisa, foi
observado que a solução sem a adição do clorofórmio demonstrou uma recorrência de
19,2% com tempo médio para a recorrência de 30 meses. Já a solução de Carnoy com
clorofórmio apresentou uma taxa de recorrência em 8,3% dos casos, com o tempo
médio para recorrência de 41,5 meses. Os autores concluíram que a utilização do
clorofórmio apresentou resultados melhores do que quando empregada a solução de
Carnoy sem o mesmo17,18, por meio da microespectroscopia, pela técnica da
espectrofotometria UV/Visível, evidenciaram que a solução de Carnoy por apresentar
PH ácido e, quando da presença do clorofórmio, esta torna-se levemente mais ácida,
conferindo maior viscosidade e assim favorece a penetração da solução nos tecidos.
Desta forma nosso protocolo, têm sugerido a manutenção do clorofórmio, mesmo que
experimentalmente em animais possam ter apresentado um caráter carcinogênico,
entretanto as circunstâncias utilizadas na loja cirúrgica é completamente diferente, já
que a solução permanece apenas por 5 minutos e na sequência é totalmente removida
22
com uso de solução salina estéril, ou seja, o seu tempo de permanência da solução é
muito restrito, daí o seu potencial carcinogênico se realmente existir, também
provavelmente será limitado. Atualmente desconhecemos relatos de casos publicados
que associem o uso da solução de Carnoy e um eventual desenvolvimento de lesões
malignas.
O emprego de um tratamento conservador sem qualquer tratamento da loja
cirúrgica pode gerar altas taxas de recorrência como relatado nos trabalhos de Martin
Gosau et.al., 2010.19, enquanto que uma abordagem radical pode acarretar desordens
estético-funcionais5 Essam Ahmed Al-Moraissi et. al., 2017. Eventualmente tratamentos
radicais, como ressecções, serão necessários principalmente em casos de recidivas em
áreas de difícil acesso ou quando essas lesões apresentam extensas dimensões,
sobretudo com invasão dos tecidos moles, que geralmente acabam ocorrendo nos casos
de longo tempo de evolução que tiveram seu diagnóstico retardado. A ostectomia
periférica e/ou o uso solução de Carnoy, isoladamente ou em associação enquanto
terapia complementar ao tratamento cirúrgico, tem sido descrito na literatura com o
propósito de reduzir as taxas de recorrências dessas lesões, além de minimizar danos
decorrentes de um tratamento cirúrgico agressivo. Trabalhos como de Essam Ahmed
Al-Moraissi et. al., 20175, demonstraram uma taxa de recidiva com uso da solução de
Carnoy de (11,5%) quando comparado a outros tratamentos como marsupialização
(32,3%), enucleação com curetagem (17,4%) ou enucleação isolada (23,1%.) Já o uso
da ostectomia periférica também demonstrou percentuais de recidivas menores, como
descrito por Ophir Ribeiro Júnior et. AL., em 20079. Todos esses trabalhos na literatura
nos fizeram encorajar para criar o nosso próprio protocolo, visando diminuir o número
de casos de recidiva e também a necessidade de ressecções quando no manejo de
ceratocistos odontogênicos. Optamos em eleger a enucleação, seguida de ostectomia
periférica e aplicação da solução de Carnoy, pois essa combinação agregaria ainda mais
margem de segurança a algum remanescente que pudesse gerar recidivas. A taxa de
31,8% de recidivas no nosso estudo foi inferior aos relatos de Essam Ahmed Al-
Moraissi et. al., 20175 que não deram nenhum tratamento a loja cirúrgica, mas foi
superior aos descritos por Kiran Rao e SudeshKumar em 201420, embora tenham tido
tempos de acompanhamento menores que o nosso trabalho. Um outro fator que chama a
atenção para os nossos casos, é que mesmo diante de grandes lesões, foi possível manter
grande parte da estrutura óssea e mesmo recidivando, essas foram detectadas ainda com
pequenas dimensões de forma precoce, determinando tratamentos com baixa
23
morbidade. Portanto, acreditamos que seja um protocolo interessante no tratamento
dessas lesões, mas devemos aumentar a amostra e o tempo de acompanhamento para
uma conclusão mais definitiva.
Mesmo diante de uma amostra não muito significativa (22 pacientes), pois foi
utilizada uma amostragem por conveniência, verificou-se que pontualmente ocorreu
uma relação da recidiva com a manutenção do dente na área da lesão ou próximo a ela.
Essa característica se torna relevante, porém não representou o marco amostral, tendo
apresentado 5 pacientes que tiveram os dentes mantidos na linha da lesão que
recidivaram e 5 pacientes que não recidivaram, em contrapartida tivemos 10 pacientes
que não tiveram os dentes na linha da lesão mantidos que não recidivaram e apenas 2
que recidivaram. A manutenção do dente no momento do tratamento pode aumentar as
chances de recidiva, isto porque torna-se extremamente difícil eliminar os restos
celulares próximos aos dentes ou nas raízes dentárias. Aconselhamos que as exodontias
possam prevenir essas recidivas e talvez tenham sido um dos fatores fundamentais,
juntamente com a não padronização das equipes cirúrgicas para uma taxa de recidiva
maior no nosso trabalho.
A técnica da enucleação associada a ostectomia periférica, seguida do uso da
solução de Carnoy no tratamento de ceratocistos odontogênicos, demonstrou taxas de
recorrências menores a que vem sendo apresentada na literatura científica até o
momento quando não se utiliza de tratamentos adjuvantes da loja cirúrgica, devendo-se
ter bastante atenção com a manutenção de dentes próximo a lesão, como sendo um
provável fator de risco para recidivas, entretanto uma amostra ainda maior e com mais
tempo de acompanhamento tornará essa opção de tratamento mais consistente.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verifica-se que o ceratocisto odontogênico, apesar de ser uma lesão benigna,
pode atingir grandes proporções e ser altamente recidivante. Por isso, o tratamento do
ceratocisto odontogênico precisa ser estudado para que o paciente possa receber um
tratamento efetivo a longo prazo. A associação entre o tratamento físico e químico tem
se mostrada efetiva, sendo o nosso estudo, mais um estudo que aponta para essa
característica. Também pode-se concluir que existem fortes evidências em relação a
recidiva com o fato dos dentes na linha da lesão no pós-operatório, necessitando, no
entanto, maior amostra para fundamentar os resultados da pesquisa.
24
REFERÊNCIAS
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histológicas paraceratinizada e ortoceratinizada. Rev Odonto Ciênc. 1999; 14(27):61-
86.
2. Amorim RFB, Godoy GP, Figueiredo CRLV, Pinto LP. Ceratocisto Odontogênico:
estudo epidemiológico de 26 casos. Rev. Odonto Ciênc. 2003; 18(39):23-30.
3. Marques JAF, Neves JL, Alencar DA, Lemos IM, Marques LC. Ceratocisto
odontogênico: relato de caso. Sitientibus. 2006; (34):59-69.
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Classification of Head and Neck Tumours: Odontogenic and Maxillofacial Bone
Tumors. Head Neck Pathol. 2017; 11(1):68-77.
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of keratocystic odontogenic tumor?: A large systematic review and meta-analysis. J
Cranio-Maxillo-Fac Surg. 2017; 45(1):131-144
6. Chrcanovic BR, Gomez RS. Recurrence probability for keratocystic odontogenic
tumors: An analysis of 6427 cases. J Cranio-Maxillo-Fac Surg. 2017; 45 (2):244-251
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odontogenic keratocyst. J Oral Maxillofac Surg. 2004; 62(6):651–6.
8. Al-Moraissi EA, Pogrel MA, Ellis E. Does the Excision of Overlying Oral Mucosa
Reduce the Recurrence Rate in the Treatment of the Keratocystic
Odontogenic Tumor? A Systematic Review and Meta-Analysis. Oral Maxillofac Surg.
2016; 74(10):1974-1982.
9. Ribeiro Júnior O, Borba AM, Alves CAF, Guimarães Júnior J. Complications of
Carnoy solution in the treatment of odontogenic tumors. RGO. 2007; 55(3):263-266.
25
10. Medronho RA. Epidemiologia. 2 ed. São Paulo: Atheneu; 2008.
11. Stoelinga PJW. The treatment of odontogenic keratocysts by excision of the
overlying, attached mucosa, enucleation, and treatment of the bony defect with carnoy
solution. J Oral Maxillofac Surg. 2005; 63(11):1662-6.
12. Costa FWG, Brito GAC, Pessoa RMA, Studart-Soares EC. Histomorphometric
assessment of bone necrosis produced by two cryosurgery protocols using liquid
nitrogen: an experimental study on rat femurs. J Appl Oral Sci. 2011; 19(6):604-609.
13. Leung YY, Lau SL, Tsoi KYY, Ma HL, Ng CL. results of the treatment of
keratocystic odontogenic tumours using enucleation and treatment of the residual bony
defect with carnoy’s solution. int. j. oral maxillofac.surg. 2016; 45(9): 1154– 1158
14. Ribeiro Junior O, Borba AMJ, Alves CA, Gouveia MM, Coracin FL, Guimarães
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complications assessment. Oral Dis. 2012; 18(6):548–557.
15. Hellstein J, Hopkins T, Morgan T. The history and mystery of Carnoy solution: an
assessment of the need for chloroform. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol
Endod. 2007; 103(4):24.
16. Voorsmit RA, Stoelinga PJ, van Haelst UJ. The management of keratocysts. J
Maxillofac Surg. 1981; 9(4):228-36.
17. Dashow J, McHugh JB, Braun TM, Edwards Sp, Helman JI, Ward BB. Keratocystic
odontogenic tumor recurrence rates with enucleation and curettage using Carnoy’s
versus modified Carnoy’s solution. J Oral Maxillofac Surg. 2013; 71(9):e4-5.
18. Cals FL, Bakker Schut TC, Hardillo JA, Baatenburg de Jong RJ, Koljenovic S,
Puppels GJ. Investigation of the potential of Raman spectroscopy for oral cancer
detection in surgical margins. Lab Invest. 2015; 95(10):1186-96.
26
19. Gosau M, Draenert FG, Müller S, Frerich B, Bürgers R, Reichert TE et.al. Two
modifications in the treatment of keratocystic odontogenic tumors (KCOT) and the use
of Carnoy’s solution (CS)—a retrospective study lasting between 2 and 10 years. Clin
Oral Invest. 2010; 14:27–34.
20. RAO K, KUMAR S. The Use of Enucleation and Chemical Cauterization
(Carnoy’s) in the Management of Odontogenic Keratocyst of the Jaws. Indian J
Otolaryngol Head Neck .2014; 66(1):8–12.
27
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Odontologia
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa “Efetividade da Solução de
Carnoy como terapia adjunta no tratamento das lesões odontogênicas benignas
agressivas” que é coordenada pelo professor Dr. Adriano Rocha Germano em parceria
com a pesquisadora Danielle Clarisse Barbosa Costa. Sua participação é voluntária, o
que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu
consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Essa pesquisa pretende verificar a efetividade da Solução de Carnoy, ou melhor,
se essa substância química é confiável para o tratamento das lesões dos maxilares. O
motivo que nos leva a fazer esse estudo é a necessidade de conhecer a taxa de recidiva,
ou melhor, o reaparecimento da doença após o tratamento cirúrgico associado ao uso da
Solução de Carnoy, e as complicações após a cirurgia.
Caso você decida participar, você deverá ser submetido(a) aos seguintes
procedimentos: exames clínicos dentro e fora da boca e radiografia odontológica.
Durante a realização desses procedimentos a previsão de riscos é mínima, ou seja, o
risco que você corre é semelhante àquele sentido em um exame clínico ou psicológico
de rotina. Você não sentirá desconforto ou dor durante os exames e a radiografia que
será realizada (radiografia panorâmica) é o exame complementar, ou melhor, o exame
usado para confirmar a doença, mais utilizado na odontologia. Nesse exame a exposição
à radiação é mínima e única. Não haverá desconforto durante os procedimentos e você
terá como benefício de ver como está a sua cirurgia e tirar dúvidas. Caso seja verificada
alguma alteração no exame clínico ou radiográfico, você terá a vantagem de receber
tratamento gratuito no setor de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da UFRN.
__________________ (rubrica do Participante/Responsável legal)
28
___________________ (rubrica do Pesquisador)
Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa,
você terá direito a assistência gratuita prestada pelo Departamento de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da UFRN através do coordenador da pesquisa prof.
Dr. Adriano Rocha Germano e da pesquisadora Danielle Clarisse Barbosa Costa.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para
o prof. Dr. Adriano Rocha Germano ou pesquisadora responsável Danielle Clarisse
Barbosa Costa no telefone 3215-4130 ou no endereço Departamento de Odontologia,
Av. Senador Salgado Filho 1787, Lagoa Nova, 59056-000-Natal, RN-Brasil.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum
dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em
local seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você
será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-
3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com
o coordenador da pesquisa Prof. Dr. Adriano Rocha Germano.
__________________ (rubrica do Participante/Responsável legal)
___________________ (rubrica do Pesquisador)
29
1ª VIA
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os
dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo
em participar da pesquisa “Efetividade da Solução de Carnoy como terapia adjunta no
tratamento das lesões odontogênicas benignas agressivas”, e autorizo a divulgação das
informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que
nenhum dado possa me identificar.
Natal, ___/___/___.
Participante da pesquisa:
Nome:
__________________________________________________________ Impressão datiloscópica
Assinatura
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo “Efetividade da Solução de Carnoy
como terapia adjunta no tratamento das lesões odontogênicas benignas agressivas”,
declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante
desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do
mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido
estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, ___/___/___
Pesquisador responsável:
Nome: Prof. Dr. Adriano Rocha Germano
_______________________________________________________________
30
Assinatura
2ª VIA
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os
dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo
em participar da pesquisa “Efetividade da Solução de Carnoy como terapia adjunta no
tratamento das lesões odontogênicas benignas agressivas”, e autorizo a divulgação das
informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que
nenhum dado possa me identificar.
Natal, ___/___/___.
Participante da pesquisa:
Nome:
__________________________________________________________ Impressão datiloscópica
Assinatura
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo “Efetividade da Solução de Carnoy
como terapia adjunta no tratamento das lesões odontogênicas benignas agressivas”,
declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante
desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do
mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido
estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, ___/___/___
Pesquisador responsável:
Nome: Prof. Dr. Adriano Rocha Germano
Assinatura
31
ANEXO 01 – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA
32
33
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35
36
37
ANEXOS 02 – Normas da Revista
Normas da revista: Br Jomes – FOP/UPE
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Objetivo e política editorial Orientações para publicação Declaração de responsabilidade Encaminhamento de originais
Objetivo e política editorial
1. INTRODUÇÃO
A revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
da Faculdade de Odontologia da Universidade de
Pernambuco, destina-se à publicação de trabalhos
relevantes para a educação, orientação e ciência da
prática acadêmica de cirurgia e áreas afins, visando a
promoção e intercâmbio do conhecimento entre a
comunidade universitária e os profissionais da área de
saúde.
2. INSTRUÇÕES NORMATIVAS GERAIS
2.1- A categoria dos trabalhos abrange artigos originais
e/ou inéditos, revisão sistemática, ensaios clínicos, relato
de casos, dentre outros.
2.2 -Os artigos encaminhados à Revista serão apreciados
pela Comissão Editorial, que decidirá sobre sua
aceitação.
2.3 -As opiniões e os conceitos emitidos são de inteira
responsabilidade dos autores.
2.4 -Os originais aceitos ou não para publicação, não
serão devolvidos aos autores.
2.5 -É reservado à Revista os direitos autorais do artigo
publicado, permitindo sua reprodução parcial, ou total,
desde que citada a fonte.
2.6 -Nas pesquisas desenvolvidas em seres humanos,
deverá constar o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa,
conforme a resolução 196/96 e suas complementares do
Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde.
Nota: Para fins de publicação, os artigos não poderão ter sido divulgados em periódicos anteriores.
38
2.7 -A revista aceita trabalhos em português e espanhol.
Orientações para publicação
3. PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS
3. 1.Carta de Encaminhamento: Na carta de
encaminhamento, deverá ser mencionado: a) a seção
a qual se destina o artigo apresentado; b) que o artigo
não foi publicado antes; c) que não foi encaminhado
para outra Revista. A carta deverá ser assinada pelo
autor e por todos os co-autores.
3. 2.Apresentação Geral: Os trabalhos deverão ser
apresentados em três vias, sendo 1 original com o
nome dos autores e 2 cópias sem identificação,
digitados no processador de texto Microsoft Word, em
caracteres da fonte Times New Roman, tamanho 12,
em papel branco, tamanho A4 (21,2x29,7 cm) com
margens mínimas de 2,5 cm. A numeração das
páginas deverá ser consecutiva, começando da página
título e ser localizada no canto superior direito. A
gravação deverá ser realizada em CD com
arquivo Word para textos e arquivos Excel para
gráficos, ficando 1 em posse do autor. Na etiqueta,
deverá constar nomes dos arquivos, respectivos
programas e nome do autor principal. Poderá
também ser enviado via e-mail como arquivo em
anexo de no máximo 1 Mb e até 5 figuras ao e-
3. 3. Estilo: Os artigos deverão ser redigidos de modo
conciso, claro e correto, em linguagem formal, sem
expressões coloquiais. A versão em inglês deverá ser
a mais fiel possível à escrita em português. Na
preparação dos originais, solicita-se a leitura e a
observância completa das Normas de Publicação.
3. 4. Número de Páginas: Os artigos enviados para
publicação deverão ter, no máximo, 15 páginas de
texto, número este que inclui a página título ou página
rosto, a página Resumo e as Referências
Bibliográficas. Tabelas, Quadros e Legendas de
Figuras (ilustrações: fotos, mapas, gráficos, desenhos
etc.) deverão vir em páginas separadas e numeradas
no final do texto, em algarismos arábicos, na ordem
em que forem citadas no texto. Os autores deverão
certificar-se de que todas as tabelas, quadros e
figuras estão citados no texto e na seqüência correta.
3. 5. Página Título: Esta página deverá conter somente:
39
a) título do artigo nas línguas portuguesa e inglesa, o
qual deverá ser o mais informativo possível e ser
composto por, no máximo, oito palavras; b) nome
completo sem abreviaturas dos autores, com o mais
alto grau acadêmico de cada um; c) nome do
Departamento, Instituto ou Instituição de vínculo dos
autores; d) nome da Instituição onde foi realizado o
trabalho; e) endereço completo do primeiro autor para
correspondência com os editores; f) endereço
completo do autor principal para correspondência com
os leitores; g) nome ou sigla das agências
financiadoras, se houver; h) E-mail, de preferência do
primeiro autor.
3.6. As ilustrações (gráficos, desenhos etc. ) deverão ser
limitadas até 5 figuras, construída preferencialmente,
em programas apropriadoscomo Excel, Harvard
Graphics ou outro, fornecidas em formato digital
apresentados no texto, e em arquivo conjuntamente
em folhas separadas (papel) e numeradas,
consecutivamente em algarismos arábicos. As
fotografias deverão ser fornecidas na forma digital de
alta resolução (JPEG). As respectivas
legendas deverão ser claras, concisas e localizadas
abaixo das ilustrações ou das fotos e procedidas
danumeração correspondente. Deverão ser indicados
os locais aproximados no texto no qual as imagens
serão intercaladas como figuras. As tabelas e os
quadros deverão ser numerados consecutivamente em
algarismos arábicos. A legenda será colocada na parte
superior dos mesmos. No texto, a referência será feita
pelos algarismos arábicos.
3.7. Resumo: O Resumo com Descritores e o Abstract
com Descriptors deverão vir na 2ª página de suas
respectivas versões, e o restante do texto, a partir da
3ª. página. Nos casos de artigos em espanhol, é
obrigatório o resumo em português e inglês.
3.8. O artigo deverá obedecer à seguinte ordem:
a) Título e seu correspondente em inglês;
b) Nome do autor e dos colaboradores, por
extenso, com as respectivas chamadas ao pé
da página, contendo as credenciais
(qualificação, títulos);
c) Resumo (com até 200 palavras), descritores
(até 5 palavras-chave para identificação do
conteúdo do trabalho, retiradas do DeCS -
Descritores em Ciências da Saúde,
disponível no site da BIREME, em
http://www.bireme.br, link terminologia em
saúde) e Abstract, em inglês, com unitermos
40
(descritores) em inglês;
d) Texto: o texto propriamente dito deverá
apresentar introdução, desenvolvimento e
conclusão (ou considerações finais). O
exemplo, a seguir, serve como estruturação de
um artigo, relato de uma pesquisa:
- Introdução: exposição geral do tema,
devendo conter os objetivos e a revisão da
literatura;
- Desenvolvimento: núcleo do trabalho,
com exposição e demonstração do assunto, que
deverá incluir a metodologia, os resultados e a
discussão;
- Conclusão: parte final do trabalho
baseada nas evidências disponíveis e pertinentes ao
objeto do estudo;
EX:
1) TRABALHO DE PESQUISA (ARTIGO
ORIGINAL)
Título (Português/Inglês)
Resumo/Descritores
Abstract/Descriptors
Introdução (Introd.
+ proposição)
Metodologia
Resultados
Discussão
Conclusões
Referências
Bibliográficas (20 referências máximo - ordem de
citação no texto)
NOTA: Máximo 5 figuras
41
2) RELATO DE CASO
Título (Português/Inglês)
Resumo/Descritores
Abstract/Descriptors
Introdução (Intro.
+ proposição)
Relato de Caso
Discussão
Considerações Finais
Referência Bibliográfica (10
referências máximo - ordem de citação no texto)
NOTA: Máximo 3 figuras
3.9. As citações e referências bibliográficas devem seguir
as normas de Vancouver. Exemplo: O tratamento das
fraturas dependem também do grau de deslocamento
dos segmentos.4
3.9.1 As citações deverão seguir o sistema de numeração
progressiva no corpo do texto.
3.92. Referência igual a PubMed.
Autor (res). J Oral Maxillofac Surg. 2009 Dec;67(12):2599-
604.
Declaração de Responsabilidade
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
A assinatura da declaração de responsabilidade é
obrigatória. Sugerimos o texto abaixo:
42
Certifico(amos) que o artigo enviado à Revista de
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de
Odontologia (FOP/UPE) é um trabalho original, sendo que seu
conteúdo não foi ou está sendo considerado para publicação
em outra revista, quer seja no formato impresso ou
eletrônico.
Datar
e assinar
Observações: Os co-autores, juntamente com o
autor principal, devem assinar a declaração de
responsabilidade acima, configurando, também, a mesma
concordância dos autores do texto enviado e de sua
publicação, se aceito pela Revista de Traumatologia Buco-
Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia (FOP/UPE).
Encaminhamento de Originais
Comissão Editorial da Revista de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial
Universidade de Pernambuco
Faculdade de Odontologia de Pernambuco
Av. Gal. Newton Cavalcanti,1.650. Tabatinga, Camaragibe -
Pernambuco - Brasil
CEP 54753-220 - Fone: ++55-81-31847652 - FAX: ++55-81-
31847686
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