UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS - PPgEPG
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE
PETRÓLEO E GÁS - MPEPG
FRANCISCO IGO LEITE SOARES
UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL
NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM MOSSORÓ/RN COM BASE NA
ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)
MOSSORÓ/RN 2013
FRANCISCO IGO LEITE SOARES
UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL NA
INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM MOSSORÓ/RN COM BASE NA ANÁLISE
ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Petróleo e Gás da Universidade Potiguar – Unp, como exigência para obtenção do título de Mestre. Área de Concentração: Tecnologias Ambientais. Linha de Pesquisa: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na Indústria de Petróleo. Orientadora: Profa. PhD. Sandra Maria Campos Alves.
MOSSORÓ/RN 2013
FRANCISCO IGO LEITE SOARES
UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL NA
INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM MOSSORÓ/RN, COM BASE NA ANÁLISE
ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA).
Dissertação apresentada como parte dos
requisistos necessários para obtenção do
título de Mestre ao Programa de Mestrado
Profissional em Engenharia de Petróleo e
Gás, na Universidade Potiguar – UnP,
defendida e aprovada pela comissão
examinadora.
__________________________________________
Profa. Sandra Maria Campos Alves, PhD. Orientador – UnP
_____________________________________
Prof. Jean Prost Moscardi, Dr. Membro Interno – UnP
_______________________________________
Profª. Iêda Maria Araújo Chaves Freitas, Drª. Membro Externo – UERN
______________________________________
Profª. Regina Célia Pereira Marques, Drª. Membro Interno – UnP (Suplente)
Aprovado em ____ de _______________ de _______
DEDICATÓRIA
A Deus, por pressupor que nossa existência emana de outra infinitamente
maior...
A minha filha Isadora Lunna de Paiva Leite, por me impulsionar a enfrentar os
desafios cotidianos;
A minha companheira de todas as horas, Ítala Maria por me dar total suporte
na busca dos meus (nossos) ideais;
Aos meus pais/avós Maura (Cabocla) e Rubens in memorian, pelo exemplo
de vida e dedicação em minha criação... A eles devo absolutamente tudo o que sou;
A meus avós Zezito e Maria pelo crédito (atenção, respeito, admiração, afeto)
que me tem concedido diariamente;
A meu pai José Leite, que mesmo sem haver sido alfabetizado e não
entender a conjuntura acadêmica sempre me tem incentivado;
Aos meus raros, mas verdadeiros amigos que mesmo na ausência estão
sempre presentes em espírito: Júlio César, Renato/Juliana, Diêgo/Gleik,
Samuel/Zuri, Júnior/Míria, Edson/Vaguinha, Eliabe, Hercules, Henrique, Danilo,
Sales/Lindalice...
Aos incentivadores e principalmente aos subestimadores;
Aos inocentes que não sentem ódio e não guardam rancor;
Aos que não tiveram oportunidade e principalmente aos que buscaram, assim
como eu;
Aos mestres que muito contribuíram, para que cada vez mais eu me
redescobrisse em meu ofício docente;
Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para que eu pudesse
transpor mais um dos muitos desafios vindouros da minha vida acadêmica, o meu
MUITO OBRIGADO!
AGRADECIMENTOS
A Universidade Potiguar – UnP, pelo apoio em todos os sentidos...
A compreensão da minha esposa, nas horas da ausência e durante o árduo
processo de cumprimento dos créditos, e principalmente durante o desenvolvimento
deste trabalho (alta tensão);
A minha pequena Isadora Lunna, “Estrela da manhã”;
Agradeço aos meus colegas de mestrado, em especial a Cacilda Alves, pela
partilha, apoio, colo, confiança, e por todas as vivencias dentro e fora da sala de
aula;
Ao Educador, Poeta, Pesquisador, Folclorista, (Prof. da minha graduação) Zé
Bezerra, pelas contribuições na revisão deste trabalho e palavras de incentivo;
Aos professores do programa, M.Sc. Pablo de Castro Santos, M.Sc. Júlio
César de Aquino, Dr. Franklin Mendes, Dr. Jean Prost Moscardi, que peculiarmente
trouxeram enorme contribuição ao ínfimo que hoje represento.
Em especial a minha orientadora, Profa. PhD. Sandra Alves, que muito
contribuiu para a realização deste trabalho!
“A busca pela sustentabilidade ambiental deve partir, primeiramente, da sensibilidade dos seres humanos em relação ao impacto que seus hábitos causam
ao Planeta; só depois disso é que diferentes soluções conjugadas poderão contribuir para sanar o problema global”.
- Autor desconhecido
RESUMO
As atividades da cadeia produtiva do petróleo, sempre foram toleradas, e seus impactos no meio ambiente justificados em nome do desenvolvimento. Porém, as crescentes pressões por uma gestão que possa agregar em seu crescimento, aspectos ambientais, sociais e econômicos tem permeado o cotidiano das empresas potencialmente causadoras de impactos. O objetivo deste estudo foi desenvolver uma concepção de avaliação de desempenho ambiental para a indústria de Petróleo para auxiliar os gestores na diminuição dos impactos ambientais, tomando-se como referência os índices de eficiência ambiental utilizando o DEA-BCC. Utilizou-se para isso um banco de dados do cadastro industrial da FIERN, com todas as empresas do ramo de Extração de Petróleo e Gás em Mossoró-RN referente ao ano de 2012. Os resultados revelaram que apenas 21,1% das empresas pesquisadas são ineficientes do ponto de vista ambiental, e que as variáveis, dentre as escolhidas, que mais influenciaram para consolidação da eficiência ambiental, foram a quantidade de energia, água e resíduos sólidos gerados. Os índices de performance ambiental mostraram-se satisfatórios, no entanto, a busca pelo equilíbrio entre desenvolvimento econômico e o meio ambiente, deve ser o principal desafio desse setor nos próximos anos.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Eficiência Ambiental; DEA/BCC.
ABSTRACT
The activities of the oil production chain have always been tolerated, and its impacts on the environment justified in the name of development. However, increasing pressures for an administration that can aggregate in their growth, environmental, social and economic has permeated the everyday business potential and impacts. The aim of this study was to develop a design of environmental performance evaluation for the Oil industry to assist managers in reducing environmental impacts, taking as reference the environmental efficiency index using the DEA-BCC. We use it for a database collected from the companies in the Oil and Gas Exploration in Mossoró-RN for the year 2012. The results revealed that only 21.1% of companies surveyed are inefficient from an environmental standpoint, and that variables that most influence for consolidating environmental efficiency are in ascending order; the amount of solid waste generated, number of employees, amount of water used, and energy. The indexes of environmental performance were satisfactory, however, the search for balance between economic development also environment should be the main challenge of this sector in the coming years.
Keywords: Sustainability, Environmental Efficiency; DEA/BCC
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Vazamento de Óleo em área do Alagamar - Adutora da EIA/AP do OP-
CAM ................................................................................................................. 33
Figura 2 - Área Remediada do Alagamar – Vazamento da Adutora da EIA/AP do OP-
CAM ................................................................................................................. 33
Figura 3 - Margem do rio Apodi-Mossoró, próximo aos Unidades de Bombeio.
(Junho, 2005) ................................................................................................... 34
Figura 4 - Mapa da localização geográfica do município de Mossoró-RN ....... 50
Figura 5 - Fronteira de Produção ..................................................................... 53
Figura 6 - Concepção do Processo Produtivo .................................................. 54
Figura 7 - Retornos à Escala Constante .......................................................... 56
Figura 8 - Retornos à Escala Crescentes ......................................................... 57
Figura 9 - Retornos à Escala Decrescentes ..................................................... 57
Figura 10 - Modelo Básico de CCR, com Orientação para Inputs e Outputs ... 59
Figura 11- Modelo DEA: Orientação CCR Vs. BCC ......................................... 62
Figura 12 - Etapas da Pesquisa ....................................................................... 65
Figura 13 - Insumos e Produtos Selecionados ................................................. 70
Figura 14 – Peso das Variáveis........................................................................ 75
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Repasse de Royalties da Petrobrás para os Municípios Produtores do Rio
Grande do Norte ........................................................................................................ 16
Tabela 2 - Relação dos maiores produtores de petróleo no mundo (Jan/2012) ........ 23
Tabela 3 - Principais Ocorrências Ambientais de 1967 a 2010 ................................. 30
Tabela 4 - Família de Normas NBR ISO 14000 ........................................................ 42
Tabela 5 - Exemplificação de Indicadores para ADA – NBR 14031 .......................... 44
Tabela 6 - Distribuição da Produção de Petróleo e Gás Natural por Estado ............. 52
Tabela 7 - Campo Amostral (Empresas de Exploração e Produção) ........................ 66
Tabela 8 - Variáveis (insumos/produtos) .................................................................. 68
Tabela 9 - Resultados utilizando o modelo BCC, orientação output ........................ 74
Tabela 10 - Benchmarkings do Modelo .................................................................... 77
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Projeção de aumento na Produção de Petróleo entre 2008 e 2030 –
Principais países ....................................................................................................... 26
Gráfico 2 - Função de Produção ............................................................................... 55
Gráfico 3 - Dispersão dos Índices de Desempenho Ambiental ................................. 75
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES
AAE Avaliação Ambiental Estratégica
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADA Avaliação de Desempenho Ambiental
AEMA Agência Europeia de Meio Ambiente
AIA Avaliação de Impactos Ambientais
API Americam Petroleum Institute
BA Bahia
BCC Banker, Charners e Cooper
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento
CCR Charnes, Cooper e Rohoders
CEE Comunidade Econômica Europeia
Cel. Coronel
CGPEG Coordenação Geral de Petróleo e Gás
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CNP Conselho Nacional do Petróleo
DEA Data Envelopment Analysis
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
DMU Decision Making Units
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EPA Environmental Protecion Agency
EUA Estados Unidos da América
FIERN Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte
GNV Gás Natural Veicular
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICA Indicador de Condição Ambiental
IDA Indicador de Desempenho Ambiental
IDG Indicador de Desempenho Gerencial
IDO Indicador de Desempenho Operacional
IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
IPIECA International Petroleum Industry Environmental Conservation
Association
ISSO International Organization For Standardization
ITOPF International Tanker Owners Pollution Federation
MMA Ministério do Meio Ambiente
OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico
P & G Petróleo e Gás
PPP Políticas, Planos e Programas
RIMA Relatório de Impactos Sobre o Meio Ambiente
RN Rio Grande do Norte
SQA Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos
Humanos
UnP Universidade Potiguar
VRS Variable Returns to Scale
WBCSD Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ...................................................................... 15
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 17
1.3 PROBLEMÁTICA ................................................................................................ 19
1.4 HIPÓTESE ......................................................................................................... 19
1.5 OBJETIVOS ........................................................................................................ 20
CAPÍTULO 2 – ATIVIDADE PETROLÍFERA E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS .............. 21
2.1. O CENÁRIO DA ATIVIDADE PETROLÍFERA NO BRASIL E NO MUNDO ....... 21
2.2.1. Maiores Ocorrências da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás no Brasil e no
Mundo ....................................................................................................................... 29
2.2.2. Impactos ambientais na região de Mossoró-RN .............................................. 31
2.3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL SOBRE A ATIVIDADE PETROLÍFERA ................. 35
CAPÍTULO 3: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL........................................... 36
3.1. SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO ................................... 37
3.2. INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL E SUA APLICABILIDADE ... 39
3.2.1 As Normas ISO 14.000 ................................................................................... 42
3.3. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL – AIA ................................................. 45
3.4. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA – AAE ........................................... 47
CAPÍTULO 4 - BASE TEÓRICA DA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO ....................................... 49
4.1. ENFOQUE SISTÊMICO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM MOSSORÓ-RN 49
4.2. ASPECTOS CONCEITUAIS DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS – DEA . 52
4.2.1 Modelo CCR .................................................................................................... 58
4.2.2 Modelo BCC .................................................................................................... 60
CAPÍTULO 5 - METODOLOGIA.......................................................................................... 63
5.1. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA .................................................................... 63
5.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL NAS EMPRESAS DE
EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL .................................................. 70
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 72
6.1 DISCUSSÕES ..................................................................................................... 72
6.2 FRAGILIDADES E LIMITAÇÕES ........................................................................ 78
6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 80
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 82
APÊNDICES ....................................................................................................................... 94
15
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Este capítulo inicial tem por finalidade evidenciar, de forma geral, a
proposição deste trabalho dissertativo, justificando a relevância do estudo e a
exposição da problemática a ser discutida. Além desses pontos, são definidos: a
hipótese de pesquisa, o objetivo geral, e os objetivos específicos, bem como, a
metodologia que norteia a consecução do trabalho.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
Ribeiro e Morelli (2009), afirmam que a busca pelo crescimento econômico
sem que houvesse um planejamento sustentável, fez com que as questões
ambientais viessem à tona somente nas últimas décadas do século XX. Em
decorrência disso, a procura por soluções que busquem diminuir os impactos
ambientais ocasionados pelo homem vem se multiplicando dia a dia.
De acordo com Figueiredo e Farias Filho (2009), especialmente nos últimos
20 anos, a partir do Relatório de Brundtland, publicado em 1987 pelas Nações
Unidas, vários movimentos pressionaram as empresas, – em especial a indústria do
petróleo -, a adotarem uma postura diferenciada em relação aos aspectos
ambientais, tornando-se, dessa forma, mais vulneráveis às exigências dos diversos
públicos que de algum modo manifestam interesses na organização.
Além do gerenciamento dos seus impactos econômicos, ambientais e sociais,
a indústria do petróleo vem sendo forçada a enfrentar vários entraves no
desenvolvimento de suas atividades; dentre os quais: o acesso às reservas por
limitações regulatórias ou tecnológicas; queda da demanda por petróleo; grandes
oscilações no preço do barril; e, o alto custo de exploração. Figueiredo e Farias Filho
op. cit.
Esses desafios devem ser transpostos, em virtude da relevância do petróleo
como uma das principais matrizes energéticas do mundo, e ainda seus derivados
servirem de matéria prima para a manufatura de inúmeros bens de consumo
utilizados diariamente (MARIANO, 2007).
Para Oliveira e Santos (2007), o município de Mossoró-RN, cidade polo do
oeste Potiguar, possui grande representatividade econômica em âmbito regional,
16
estadual, e até nacional, pela sua produção de sal, pelo desenvolvimento da
fruticultura irrigada para exportação, produção ceramista e calcária, e
principalmente, pela exploração de petróleo e gás natural.
A concentração de exploração, na Bacia Potiguar abrange as áreas dos
municípios localizados na porção noroeste do estado, e compõe-se dos municípios
de Alto do Rodrigues, Areia Branca, Assu, Apodi, Caraúbas, Carnaubais, Felipe
Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Grossos, Guamaré, Macau, Mossoró,
Pendências, Porto do Mangue, Serra do Mel, Tibau e Upanema (CARVALHO; et al.
2011).
Conforme Coutinho et. al (2011), entre os municípios que mais produzem e
recebem royalties, descritos na Tabela 1, estão as cidades de Macau, Guamaré,
Mossoró e Alto do Rodrigues.
Tabela 1: Repasse de Royalties da Petrobrás para os Municípios Produtores do Rio Grande do Norte
Fonte: InfoRoyalties, Agência Nacional do Petróleo e IBGE (2012)
Mesmo com a renda gerada pela exploração do petróleo, através dos
royalties, recebidos da Petrobrás, os municípios produtores, convivem com diversos
problemas de ordem socioambiental. Pois, os impactos causados pela atividade,
interferem diretamente na vida dos moradores que residem nas proximidades dos
polos de produção, seja pela influência direta dos impactos ambientais em sua
qualidade de vida, ou ainda pela ausência na obtenção de benefícios diretos, como
geração de empregos, visto que, essa indústria requer uma mão de obra altamente
qualificada, devido a sua complexidade e valorização mundial (CAMPOS, et al.,
2007).
POSIÇÃO (2012)
MUNICÍPIO VALOR REAL (R$)
1a MACAU R$ 34.894.031,66
2a GUAMARÉ R$ 32.619.621,74
3a MOSSORÓ R$ 31.413.785,39
4a ALTO DO RODRIGUES R$ 29.427.396,15
5a PENDENCIAS R$ 29.251.069,43
6a GOAININHA R$ 14.554.188,90
7a IELMO MARINHO R$ 14.554.187,86
8a AREIA BRANCA R$ 11.447.082,09
9a APODI R$ 6.250.500,33
10a ASSU R$ 5.570.368,55
17
1.2 JUSTIFICATIVA
A proteção ambiental torna-se o fator central para o desenvolvimento
sustentável, pois nos dias atuais, surgem várias categorias de públicos interessados
em conhecer o desempenho ambiental das empresas, incluindo os consumidores,
acionistas, reguladores, credores, gestores de fundos, grupos ambientais e partes
interessadas (XIE, HAYASE, 2007).
De acordo com Vieira (2008), a previsibilidade da exaustão dos recursos
naturais, e à crescente desigualdade social, denotam que não é mais possível
continuar um processo de desenvolvimento, sem se levar em consideração aspectos
como o meio ambiente e a sociedade. Tal situação se apresenta, como o grande
desafio a ser enfrentado pelas organizações produtivas, que buscam a
competitividade e a sustentabilidade paralelamente.
Diante dessa conjuntura, as organizações terão que estar preparadas para
trabalhar além da eco eficiência, novos modelos de planejamento e gestão que
possibilitem a evolução do ponto de vista ambiental. Este embate se apresenta
ainda maior em atividades altamente impactantes, tanto ao meio natural, quanto ao
humano, como por exemplo, as da cadeia produtiva de petróleo. op. cit
Portanto, face às discussões em torno da temática, vem surgindo a demanda
pela criação de uma forma de aferir o desempenho ambiental das organizações.
Sendo assim, uma série de fatores, construtos e variáveis devem ser observados,
para que interagindo entre si, permitam uma visualização do comportamento e do
impacto dos indicadores ambientais na formatação de um índice, que represente o
desempenho ambiental. (CASTRO, et al. 2005)
Para Bansal e Roth (2000), existem quatro aspectos que conduzem as
organizações a introduzirem os princípios de sustentabilidade em seu processo
decisorial, são eles: a) a legislação – penalidades, custos legais, multas; b) as
pressões dos agentes internos e externos à organização, tais como, consumidores,
fornecedores, grupos ecológicos, acionistas, governo; c) as oportunidades
econômicas – por meio da venda de resíduos de produtos; e d) a por fim, a ética.
Partidário (2000), afirma que no mundo político que compomos, os
indicadores surgem como um instrumento de monitoração e avaliação dos objetivos
e alvos a serem perseguidos. Pois, além de servirem como referenciais de medidas
18
e de acompanharem a execução das políticas, os indicadores podem também tornar
as metas e objetivos mais específicos.
Vieiras et al. (2005), revelam que são muitas as definições do que vem a ser
um indicador de desempenho ambiental. Em uma delas, a Agência Europeia de
Meio Ambiente – AEMA destaca que, um indicador é um valor representativo de um
fenômeno, que evidencia uma informação quantificada, mediante a agregação de
diferentes dados (informações). Portanto, os indicadores tem a função de simplificar
a informação, de modo, a descrever e valorar fenômenos mais complexos.
Kokubu et al. (2002), indicam que a informação divulgada por várias
empresas é bastante diferente em termos de conteúdo, estrutura, e complexidade.
Portanto, não é fácil para as partes interessadas avaliarem o seu real desempenho
ambiental e entenderem o que estão fazendo em termos comparativos - de melhor
ou pior - para proteger o meio ambiente, com base nas informações desses
indicadores.
Na visão de Deponti et al. (2002), para se chegar a um indicador que seja
capaz de mensurar processos não sustentáveis de desenvolvimento é necessário
estabelecer uma gama de critérios objetivos, como por exemplo, a sua significância
para a avaliação do sistema; ter validade e consistência; ter coerência; ser flexível a
mudanças no tempo e no sistema; ser de fácil mensuração; atender a diversos
interessados; possuir baixo custo e permitir estabelecer relação com outros
indicadores.
Com base nestas implicações, é possível afirmar que existem diversos
modelos de medição dos resultados ambientais, que não deixam claro sua
adequabilidade aos diferentes contextos, existentes entre os meios onde as
empresas estão situadas; variações estas, que dependem da localização geográfica,
de fatores socioeconômicos, dos níveis de poluição aceitos pelos órgãos ambientais,
dentre outros (CASTRO, et al. 2005).
.
19
1.3 PROBLEMÁTICA
Os constantes movimentos em torno da responsabilidade social corporativa
vêm exigindo das organizações uma postura proativa em relação aos desafios
ambientais causados pelas mudanças climáticas, geográficas, e até mesmo sociais.
Portanto, uma empresa que deseja atuar em consonância com um padrão de
sustentabilidade, deve considerar as áreas econômica, social e ambiental de forma
integrada, pois adequar-se a esse novo cenário é uma questão de sobrevivência, em
especial para indústria do petróleo (Vieira, et al, 2008).
De acordo com Paiva (2008), algumas empresas pensam a sustentabilidade
simplesmente com um ato de filantropia, ou de manterem suas fábricas limpas, por
exemplo. No entanto, essa visão tem sido combatida, uma vez que, a
sustentabilidade deverá ser entendida como uma agenda global, onde as mudanças
econômicas e políticas possam ser realizadas em benefício da sociedade, do meio
ambiente, e com base na modelagem de um novo mercado.
Assim sendo, busca-se desenvolver um modelo matemático não paramétrico,
que permita avaliar o desempenho ambiental das empresas do ramo de extração de
petróleo e gás natural, frente aos parâmetros de sustentabilidade requeridos, de
forma a identificar quais variáveis, de acordo com as escolhidas, expressam maior
relevância no processo de atenuação ou mitigação de impactos no meio ambiente.
1.4 HIPOTESE
A Análise Envoltória de Dados (DEA) constitui um instrumento capaz de
avaliar o desempenho (eficiência) ambiental na indústria do Petróleo.
20
1.5 OBJETIVOS
Como Objetivo Geral, pretende-se: Desenvolver um modelo matemático de
avaliação de desempenho ambiental na Indústria petrolífera de Mossoró, para
auxílio gerencial na diminuição ou mitigação de impactos ambientais.
Os específicos são:
Discorrer sobre a estrutura dos indicadores de avaliação de desempenho
ambiental;
Evidenciar a eficiência ou ineficiência ambiental a partir do confronto de
variáveis (insumos/produtos) ambientais;
Identificar as principais variáveis a partir das escolhidas que influenciam
positiva ou negativamente na eficiência ambiental.
21
CAPÍTULO 2 – ATIVIDADE PETROLÍFERA E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS
Este capítulo contém um referencial teórico sobre o contexto da indústria do
petróleo, e seus vieses, econômicos, de produção e ambiental, que deram base à
consecução deste trabalho. Na primeira seção, é apresentado o cenário da indústria
de petróleo no Brasil e no Mundo; na segunda seção são descritos os principais
impactos decorrentes de sua produção e exploração, no Brasil, no Mundo e na
Região de Mossoró/RN.
2.1. O CENÁRIO DA ATIVIDADE PETROLÍFERA NO BRASIL E NO MUNDO
De acordo com Aleixo et al. (2007) e as definições técnicas brasileiras,
consoante a Lei no 9.478, de 06-08-1997, seção II, Art. 6o , “o petróleo é definido
como todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural”. É formado
basicamente de misturas complexas de hidrocarbonetos, com diversos pesos
moleculares e estruturas que variam de gases leves a pesados, e, sobretudo, de
hidrogênio e carbono, que são elementos prevalecentes, alcançado até 98% em
alguns óleos crus.
Estudos apontam que a utilização do petróleo na vida humana recorre aos
tempos remotos. De acordo com Thomas (2004), na antiga babilônia, por exemplo,
os tijolos eram assentados com asfalto e o betume era amplamente utilizado pelos
fenícios na calafetação de embarcações, fato recorrente até dias atuais. Para os
egípcios o recurso era utilizado, na pavimentação de estradas, foi usado na
construção das pirâmides, e também para embalsamar mortos; já os gregos e os
romanos, o utilizavam para fins bélicos.
Na atualidade o petróleo constitui-se a principal matriz energética do mundo,
e, portanto, uma das molas propulsoras do desenvolvimento econômico mundial.
Neste sentido, Salvador e Marques (2004), revelam que o petróleo, o gás e o carvão
continuarão sendo os principais meios para suprir essa demanda
desenvolvimentista, representando 90% da energia consumida no mundo.
22
Além de se revelar como o principal combustível utilizado nos meios de
transporte, o petróleo é também matéria prima essencial, para produção de
plásticos, fertilizantes, asfalto, lubrificantes, dentre outros produtos muito utilizados
em nosso cotidiano.
No entanto, a afirmação do produto na sociedade „contemporânea‟ data de
1859, quando se deu o início das explorações com fins comerciais, nos Estados
Unidos, posteriormente a descoberta do Cel. Drake, na Pensilvânia. De acordo, com
Melo (2006), o poço possuía 21 metros de profundidade, perfurado com um sistema
de percussão movido a vapor, e uma produção insipiente de dois metros cúbicos por
dia de óleo. Naquela época, a indústria do setor quase não crescia, e era
impulsionada basicamente pela demanda por querosene e óleo para iluminação.
Após os primeiros conflitos e crises do setor no mundo, sendo o primeiro
deles, conforme Kinzer (2004), desencadeado com a nacionalização das instalações
da Anglo-Iranian, em 1951, surge nesse contexto de fortalecimento dos Estados
Nacionais, a Comunidade Econômica Européia – CEE, em 1958 e a Organização
dos países Exportadores de Petróleo – OPEP, em 1960.
A década de 1970 teve como característica principal grandes elevações nos
preços do petróleo, fato que tornou economicamente viável a exploração das
descobertas no Mar do Norte e no México. Assim sendo, enquanto os Estados
Unidos passava por uma exaustão substancial em suas reservas, restando-lhes
apenas aprimorar seus métodos de pesquisa para localizar as reservas de menor
porte, outras grandes descobertas eram reveladas em países sul americanos e
comunistas, como a China, por exemplo, (THOMAS, 2004).
Já as décadas de 80 e 90, foram marcadas por grandes avanços
tecnológicos na área de produção e exploração, que culminavam com uma
considerável redução de custos. Conforme, Thomas op. cit., em 1996, as reservas
mundiais provadas, ou seja, quanto do produto ainda está disponível para
exploração, levando-se em conta fatores como, tecnologia, viabilidade financeira e
legislação, eram 60% maiores quem em 1980, e os custos médios de prospecção e
produção eram 60% mais baratos, neste mesmo período.
Embora evidentemente, os maiores produtores mundiais, conforme Tabela 2,
concentrem as maiores reservas, alguns não são autossuficientes e precisam
importar o produto para complementar sua produção (como é o caso dos Estados
Unidos e da China) ou necessitam de óleos com características diferentes para a
23
sua indústria e, com isso, exportam o excedente de um tipo de óleo e importam o
óleo que lhes é escasso - exemplo da Rússia. MARTINS, et al. (2012).
Tabela 2: Relação dos maiores produtores de petróleo no mundo (Jan/2012)
PAÍS Milhões de barris diários
1o Rússia 10,1
2o Arábia Saudita 9,7
3o Estados Unidos 9
4o Irã 4,1
5o China 3,9
6o Canadá 3,2
7o México 3
8o Emirados Árabes 2,8
9o Brasil 2,51
10o Kuwait 2,5
Fonte: CIA World Factbook (2012)
No Brasil, os primeiros estudos de viabilidade técnica em busca do petróleo,
tiveram início na última década do século XIX. De acordo com Thomas (2004), em
1897, foi perfurado o primeiro poço, por Eugênio Ferreira Camargo, no município de
Bofete, no estado de São Paulo. O mesmo atingiu a profundidade de 488 metros e,
segundo relatos da época, produziu 0,5 m3 de óleo.
Em 1930, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio Bastos toma conhecimento
de que os moradores de Lobato (BA) usavam uma „lama preta‟ e oleosa, para
iluminar suas residências. Desde então, o engenheiro começa a realizar várias
pesquisas e coletas de amostras do que viria a ser o petróleo no Brasil (THOMAS,
2004).
A partir daí, a questão da nacionalização dos recursos no subsolo entra na
pauta de discussões, e toda atividade de exploração passa ser obrigatoriamente
realizada por brasileiro. Como consequência desse imperativo, em 1938 foi criado o
Conselho Nacional do Petróleo – CNP, e do Departamento Nacional de Produção
Mineral - DNPM.
Estima-se que ao final de 1939, aproximadamente 80 poços tenham sido
perfurados. No entanto, o primeiro campo com intuito comercial, foi descoberto
somente em 1941, em Candeias, Bahia.
24
Seguindo essas sucessivas descobertas e a necessidade imperiosa pelo
recurso, em outubro de 1953, foi criada a Petrobras, que viria se tornar a maior
empresa do ramo no país (Farias, 2003; Lessa, 2005).
O monopólio estatal do petróleo sinalizado após a Constituição de 1937, em
seu artigo 143, e a consequente criação da Petrobrás, revelou a importância
estratégica dessa indústria durante o governo Vargas, cujo controle foi designado ao
exército. Neste sentido, a busca pelo petróleo em território nacional, não
representava apenas uma necessidade econômica, mas uma afirmação de
nacionalidade, objetivando desenvolver e dinamizar a economia brasileira (SANTOS
et al., 2010).
Para Thomas (2004), a produção de Petróleo no Brasil passou de 750m3/dia
na época da instituição da Petrobrás para mais de 182.000 m3/dia no final dos anos
90. Acredita-se que esse ‘boom’ na produção, se deva aos contínuos avanços
tecnológicos de perfuração e produção na plataforma continental.
A partir de 2003 A Petrobrás passa a participar dos leilões da Agência
Nacional de Petróleo – ANP, e passa de 58 para 138 blocos para exploração. A
maior parte destes situados no mar, nos blocos de elevado potencial, onde a
empresa obteve seus melhores resultados em termos econômicos e tecnológicos
(SANTOS et al., 2010).
De acordo com Melo (2006), entendendo que as matrizes energéticas eram
essenciais para o desenvolvimento econômico, a atenção volta-se para a
estruturação tecnológica, com vistas, a desenvolver técnicas de exploração
marítimas, por entenderem que havia grande possibilidade de encontrar petróleo em
escala comercial. A primeira descoberta no mar se deu no campo de Guaricema, no
estado de Sergipe, em 1968.
Desde sua descoberta, o petróleo vem provocando transformações
significativas na economia e no contexto social do país; em especial nas últimas
quatro décadas, gerando divisas, energia, matérias primas imprescindíveis para o
processo de industrialização (Monié, 2003), e inclusive problemas de ordem
ambientais.
Consoante Sant‟Anna (2010), o crescimento dos investimentos na área
resultou num expressivo incremento na produção nacional de petróleo e gás entre
1998 e 2008. O Brasil foi o quinto país com maior aumento na produção de petróleo,
nesse período. Entre os países que produzem mais de um milhão de barris/dia, o
25
Brasil aparece com a quarta maior taxa de crescimento – 6,6% a.a., atrás apenas de
Cazaquistão (11,2% a.a.), Angola (9,9% a.a.) e Qatar (7,0% a.a.).
Na percepção de Martins et al. (2012), as descobertas de hidrocarbonetos na
camada de pré-sal na costa brasileira, devem modificar drasticamente a conjuntura
da atividade petroleira, colocando o Brasil numa posição destaque como matriz
energética mundial. Dessa forma, de acordo com projeções realizadas pela
Petrobrás, em 2020, o nível de produção será cerca de 50% do volume atual, fato
que inevitavelmente nos aproximaria da produção chinesa na atualidade, que ocupa
a quinta colocação no ranking mundial.
Segundo, dados divulgados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES, os investimentos na área de Petróleo e Gás no
Brasil, podem chegar a R$ 378 bilhões nos próximos três anos, nas atividades de
exploração, produção, refino, transportes, gás e energia. A perspectiva de
investimentos na indústria até 2014 é da ordem de R$ 614 bilhões nos setores de
petróleo e gás, extrativa mineral, siderurgia, química, papel e celulose, veículos,
eletroeletrônica e têxtil/confecções. Porém, o destaque do estudo é o segmento de
petróleo e gás (inclui extração e refino de petróleo), com R$ 378 bilhões, que
representa 62% do mapeamento. op. cit.
Por conseguinte, projeções da U.S. Energy Information Administration (2010),
agência do governo norte-americano, apontam que o Brasil será o país que mais
contribuirá para o crescimento da produção de petróleo no mundo, entre 2008 e
2030, conforme Gráfico 1.
26
Gráfico 1: Projeção de aumento na Produção de Petróleo entre 2008 e 2030 – Principais países Fonte: Sant‟anna (2010) apud U. S. Energy Information Administration (2010)
2.2. DANOS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS
Embora a preocupação com temas referentes a questões ambientais date do
século XIX, somente no século XX especificamente, nos anos 70, é que a temática
passou a ter maior repercussão social, com a disseminação de que os danos
ocasionados por qualquer atividade, não poderia ter responsabilidade localizada
(DIAS, 2011).
Sendo assim, o ambiente dos negócios vem sendo conduzido ao
enfrentamento de profundas mudanças, exigindo das organizações um maior
racionalismo em seus moldes de produção, com vistas à maximização dos
resultados e diminuição dos impactos produzidos no meio.
A Resolução CONAMA n0 01 em seu artigo 10, define que “impacto ambiental
é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetam: a) a saúde, a segurança e
o bem estar da população; b) as atividades sociais e econômicas; c) a biota; d) as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e) a qualidade dos recursos
ambientais” (RESOLUÇÃO CONAMA n0 01/86).
27
Moura (2008) corrobora, ao mencionar que impactos ambientais são
quaisquer modificações no meio ambiente (adversas ou benéficas), que resultem
dos aspectos ambientais da organização.
De acordo com Cardoso (2005), toda e qualquer atividade que resulte no
descarte de algum tipo de resíduo no ambiente e que este não possa processar,
sejam resíduos sólidos, líquidos ou emissões atmosféricas, são consideradas
atividades poluidoras ou potencialmente poluidoras.
Neste sentido, objetivando coibir ou diminuir os impactos causados por
setores econômicos com essas características, alguns mecanismos legais vêm
sendo criados, como por exemplo, o Princípio do Poluidor Pagador (Princípio no16
da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento), que
segundo Barbieri (2007) consiste na cobrança de tributos ambientais cujo objetivo é
internalizar os custos ambientais pelos particulares.
Conforme Couto (2012), especificamente para ramo de Petróleo e Gás, dois
instrumentos normativos merecem destaque, quais sejam: a Lei 9.966/00 (Lei do
Petróleo), que estabelece em seu Art. 2º, XIV., o conceito de incidente, como
“qualquer descarga de substância nociva ou perigosa, decorrente de fato ou ação
intencional ou acidental que ocasione risco potencial, dano ao meio ambiente ou à
saúde humana.”, e a Resolução ANP 44/09 que versa “sobre o procedimento para
comunicação de incidentes, a ser adotado pelos concessionários e empresas
autorizadas pela ANP a exercer as atividades da indústria do petróleo e gás (...)”.
Spalding-Fecher, et al. (2003), revelam que as matrizes energéticas, são
fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico no mundo, no entanto,
dependendo de seus aspectos produtivos, logísticos e de comercialização, podem
causar impactos tanto positivos, como por exemplo os de ordem econômica, como
negativos, referindo a questões ambientais.
Luporini (1996) revela que depois de identificado o campo de petróleo,
existe a possibilidade que cerca de um milhão de tonelada de óleo escape do poço,
antes que ele seja perfurado, vedado e explorado.
Nesse caso, os principais impactos da atividade petrolífera estão relacionados
ao risco de acidentes e derramamento de óleo; vazamentos; desastre ecológico;
poluição ambiental; degradação ambiental; desmatamento; impacto sobre
ecossistemas marinhos e terrestres; alteração dos ecossistemas vizinhos; poluição
28
de praias, de costões rochosos, de manguezais, de águas oceânicas, dos rios;
poluição do ar; estresse ambiental, dentre outros. (SILVA, 2008).
Gonçalves, et al. (2003) infere que em quase toda sua cadeia produtiva, a
indústria do petróleo tem um expressivo potencial de degradação ao meio ambiente,
em diferentes níveis, a saber: no solo, na água, no ar e, podendo, portanto, atingir
todos os seres vivos.
Segundo a Environmental Protection Agency - EPA, a poluição ambiental por
óleo causa efeitos a curto e em longo prazo, trazendo prejuízos à saúde humana e
às suas atividades socioeconômicas, aos animais e plantas e à própria natureza nos
territórios atingidos (EPA, 2006).
Dados estimativos, revelam que cada barril de petróleo extraído, produz cerca
de 436 quilos de CO2, fato que coloca esse setor produtivo como uma das maiores
emissoras de CO2 na atmosfera. Além disso, a queima de combustível de origem
fóssil é a maior fonte de emissão antropogênica de CO2, perdendo somente para a
produção de cimento, e outras atividades industriais (FARIAS FILHO et al., 2009).
Vilardo (2007) discorre que na atividade sísmica marinha, os principais
impactos ambientais relacionados, são a emissão sonora do navio, dos canhões de
ar, lançamento de substancias no mar e o risco de acidentes, que provocam à
interferência em comportamentos biológicos, como acasalamento e desova de
peixes, cetáceos e quelônios, e a interferência na pesca artesanal e comercial.
Durante o ano de 2009, as atividades de pesquisa sísmica marítima,
perfuração de poços e produção, escoamento de petróleo e gás natural – offshore,
fora da costa - foram responsáveis pela geração de 44.437 toneladas de resíduos
sólidos. Desse total, mais de 54%, desses resíduos são classificados como
perigosos - Classe I, conforme classificação da ABNT/2004 (CGPEG/IBAMA, 2011).
Em relação à fase de produção, além dos problemas de segurança dos
colaboradores, há problemas ambientais com a liberação de gases tóxicos (CO,
SOx, NOx, etc.) e particulados, uso de grande quantidade de água que é liberada
carregando produtos prejudiciais (fenóis, amônia, etc.) e liberação de CO2. Estima-
se que para cada litro de petróleo processado é liberado 0,412 g de CO2 (MOURA,
2008).
Para Cardoso (2005), outra atividade altamente impactante é o transporte de
cargas no setor, de forma que este segmento requer atenção especial no
29
cumprimento de normas preestabelecidas. De acordo com Li (2001) 46% do óleo
introduzido no mar, é proveniente de atividades logísticas.
Seguindo esse contexto, no elenco das maiores contaminadoras da indústria
do petróleo, as plataformas marítimas aparecem como as que mais causam
impactos, pois além de prejudicar a atividade pesqueira como relatado
anteriormente, as comunidades em seu entorno, o turismo e a economia local,
contaminam as praias, os manguezais e grande parte da biota marinha. Cardoso, op
cit.
No que diz respeito à contaminação da areia pelo vazamento ou derrame de
petróleo, Campos (2003), afirma que esta, pode ser biorremediada, pela reprodução
de microrganismos – fungos e bactérias específicas -, capazes de decompor a
composição oleosa.
Spiro e Stigliane (2009) mencionam que as bactérias que metabolizam os
hidrocarbonetos são onipresentes na natureza, porque são continuamente liberados
por plantas e algas. Porém, os grumos mais consistentes dessa mistura, e,
sobretudo o petróleo já resinificado, permanece durante anos sem sofrer alterações.
Essa mesma tendência é observável, no material vegetal e animal que tiveram
contato com o líquido, a exemplo, pode-se citar aves cobertas de petróleo,
encontradas após um ano depois da contaminação, encontradas mumificadas.
2.2.1 Maiores Ocorrências da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás no Brasil e
no Mundo
Com base nos circuitos de debates sobre a temática, o petróleo é o recurso
natural que melhor caracteriza as discussões sobre o meio ambiente e os meios de
preservação. Pois, apesar de sua relevância para desenvolvimento dos países, por
ser um combustível e uma matéria prima ainda não superada, é tida como uma fonte
exponencial de poluição de toda biosfera (CARDOSO, 2005).
A primeira grande incidência que se tem conhecimento, ocorreu em 1967,
próximo à costa da Inglaterra, com o encalhe do petroleiro Torrey Canyon, liberando
aproximadamente 123.000 toneladas de petróleo. E mais recentemente em 2010, o
acidente da plataforma Deep Horizon controlado pela empresa britânica BP, que foi
considerado o pior acidente ocorrido da exploração de petróleo no mundo. Estima-se
30
que este vazamento que durou 85 dias no Golfo do México, despejou 4,9 milhões de
barris de petróleo no mar, contaminando praias, manguezais, ecossistemas
estuarinos, ocasionando prejuízos aos pescadores e comunidades costeiras que
sobrevivem da pesca.
Conforme o International Tanker Owners Pollution Federation – ITOPF, as
principais ocorrências de 1967 a 2010 estão dispostas na Tabela 3.
Tabela 3: Principais Ocorrências Ambientais de 1967 a 2010
NO ANO LOCAL OCORRÊNCIA Vol. Vazado
(m3)
01 1967 Inglaterra Petroleiro Torrey Canyon 119 mil
02 1972 Golfo de Oman Petroleiro Sea Star 115 mil
03 1973 Porto Rico Petroleiro Zoe Colocotroni 5 mil
04 1974 Chile Petroleiro Metula 51 mil
05 1975 Portugal Petroleiro Jacob Maersk 85 mil
06 1978 França Petroleiro Amoco Cadiz 230 mil
07 1978 Brasil Petroleiro Brazilian Marina 6 mil
08 1979 Caribe Petroleiro Atlantic Empress 287 mil
09 1983 África do Sul Petroleiro Castillo de Belver 252 mil
10 1988 Mar do Norte Petroleiro Piper Alpha 670 mil
11 1989 Alasca, EUA Petroleiro Exxon Valdez 40 mil
12 1989 Espanha Petroleiro Khark 5 70 mil
13 1991 Angola Petroleiro ABT Summer 260 mil
14 1991 Italia Petroleiro Haven 144 mil
15 1999 França Petroleiro Erika 20 mil
16 2002 Espanha Petroleiro Prestige 63 mil
17 2003 Paquistão Petroleiro Tasman Spirit 30 mil
18 2004 Brasil Navio químico Vicuña 5 mil
19 2007 Coréia Petroleiro Hebei Spirit 10,5 mil
20 2007 Inglaterra Navio Conteineiro Napoli 200 mil
21 2010 EUA Plataforma Deepwater
Horizon
779 mil
Fonte: Adaptado do International Tanker Owners Pollution Federation – ITOPF
31
De acordo com, Sant‟anna (2010), nos últimos anos, o Brasil vem
aumentando significativamente o seu potencial de exploração de petróleo e gás,
especialmente com a descoberta do Pré sal na Bacia de Santos e Campos. Com a
abertura desse mercado, e a concessão a empresas estrangeiras através de
licitações para a exploração desses recursos, a segurança da costa brasileira tem se
mostrado muito vulnerável a ocorrências ambientais.
Os últimos acidentes graves em oleodutos da Petrobrás no ano 2000
causaram vazamentos da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, onde um milhão e
trezentos mil litros de óleo atingiram uma extensa área de manguezais; e no Paraná,
na Refinaria de Presidente Vargas, o derramamento que atingiu o Rio Birigui foi
ainda maior, estima-se que cerca de 4 milhões de litros de óleo tenham vazado
(ALEIXO, et al. 2007).
Segundo Rodrigues (2011), a empresa americana Crevron, no mês de
novembro de 2011, provocou um dos maiores derrames de óleo no mar do Brasil,
com danos não dimensionados ao meio ambiente. Porém, o então Ministro do Meio
Ambiente, da época, Carlos Minc, estima-se que pode ter vazado em torno de 25 mil
a 30 mil barris de petróleo. As imagens de satélite feitas pelo INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), podem revelar um dado muito maior, visto que,
essas podem detectar a presença do óleo, um metro abaixo da linha d‟água.
Ordoñez (2011), que esse acidente deveria servir de alerta para que o
governo Federal possa repensar as concessões para exploração de Petróleo. Pois,
sendo o Campo de Frade um dos maiores em produção no país, e se o vazamento
realmente se deu por uma falha geológica, essa possibilidade deveria estar prevista
no Estudo de Impactos Ambientais - EIA.
2.2.2. Impactos ambientais na região de Mossoró-RN
Logo após a instalação da Petrobrás em 1979, a cidade de Mossoró, no
Estado do Rio Grande do Norte, ganhou notoriedade no contexto da produção de
petróleo, por haver se tornado, em pouco tempo, a segunda maior área produtora do
País. Atualmente, o campo que concentra o maior número de poços em produção é
Canto do Amaro (BR-110 Mossoró - Areia Branca), localizado no município de
32
Mossoró, Bacia Potiguar, com 1.113 poços, em funcionamento desde 1986
(PORTAL BRASIL, 2012).
Com base em estimativas, a cidade recebe em média, R$ 2 milhões de reais
por mês de royalties, sendo a maioria proveniente da Petrobrás, que de acordo com
Souza e Mendes (2012), seu percentual de produção e exploração de petróleo e gás
natural, chega a 91,7%.
Dessa forma, mesmo considerando o dinamismo econômico que atividade
petrolífera gera para o município de Mossoró e seu entorno, não se pode esquecer
que essa cadeia produtiva é extremamente impactante, e que as discussões acerca
do planejamento ambiental, devem ser conduzidas por um conjunto de decisões
técnicas que visem atenuar cada vez mais o impacto sobre o meio.
Consubstanciado em Oliveira e Santos (2007), os principais problemas de
ordem ambiental no município – onshore -, está relacionado: a) à abertura de
estradas, picadas e clareiras; b) danos ao solo, à vegetação e a fauna, em
decorrência da construção de instalações auxiliares; c) interferência nos recursos
hídricos subterrâneos; d) levantamentos geofísicos com possibilidade de geração de
ruídos; e) explosões; f) vazamento de combustíveis; g) explosões de dutos; h)
perfuração de poços para pesquisa e preparação da lavra, com a possibilidade de
prejuízo à flora, às águas subterrâneas, ao solo, e à i) segurança das comunidades
circunvizinhas.
Petta et al. (2007), consideram que a exploração intensiva pela Petrobrás tem
ocasionado desmatamentos, vazamentos de óleo, conforme Figura 1, enterro de
refugos sem o menor cuidado ambiental e lançamento de dejetos no Rio Mossoró,
fato que tem contribuído para a contaminação de grandes áreas, a degradação do
ambiente estuarino e favorecendo, sobretudo, com o processo de desertificação.
33
Figura 1: Vazamento de Óleo em área do Alagamar - Adutora da EIA/AP do OP-CAM Fonte: Severino Pereira de Lima (2008)
Figura 2: Área Remediada do Alagamar – Vazamento da Adutora da EIA/AP do OP-CAM
Fonte: Severino Pereira de Lima (2008)
Bento et al. (2012), discorrem que nas etapas de instalação de
empreendimentos para perfuração de poços de petróleo onshore, a retirada da
cobertura vegetal, além de provocar a desertificação, pode, oferecer o risco de
agravamento de uma desertificação preexistente em uma região onde se faz a
exploração.
34
A convivência com exploração onshore, observado na Figura 3, juntamente
com outras atividades como a salineira e a carcinicultura, vem desencadeando um
problema bastante discutido nos últimos meses; a contaminação do estuário do Rio
Apodi-Mossoró, que abrange a área rural do município de Mossoró, bem como, os
municípios de Areia Branca e Grossos e o litoral de Serra do Mel. Possui uma área
de 244 km2 e grande importância econômica para a região (CLAUDINO, et al. 2011).
Dentre os maiores impactos ambientais que afetam o estuário do rio Apodi-
Mossoró, tornando a área um ambiente susceptível à degradação, pode-se compilar:
a) o desmatamento da vegetação da caatinga, comprometendo a qualidade dos
solos; b) vazamentos de óleo, que podem entrar em contato as águas do estuário; c)
falta de um gerenciamento adequado dos resíduos provenientes da atividade; e d)
poluição das águas do rio Mossoró (CAMPOS, et al., 2007).
Figura 3:Margem do rio Apodi-Mossoró, próximo aos Unidades de Bombeio. (Junho, 2005)
Fonte: Rocha, F. A.
Dessa forma, fica evidente que a cadeia produtiva de petróleo é nociva ao
meio ambiente, e que apesar do desenvolvimento de novos métodos e técnicas,
considerados menos agressivos, ainda são grandes os desafios a esse setor
produtivo. Contudo, a responsabilidade não deve se restringir aos órgãos oficiais e
35
as organizações, mas a todos aqueles que de alguma forma se envolve com a
organização.
2.3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL SOBRE A ATIVIDADE PETROLÍFERA
Após a quebra do monopólio da Petrobras, e a abertura do mercado a
investimentos de empresas privadas do setor petrolífero, em 6 de agosto de 1997
através da Lei nº 9.487 foi instituída a Agência Nacional de Petróleo (ANP), que
passou a ser o órgão incumbido de promover a regulação, contratação e a
fiscalização das atividades econômicas decorrentes desse setor (MACHADO, 2002).
Nesse contexto, Galdino et al. (2003), discorre que os contratos de concessão
para exploração e produção de petróleo da ANP, constituem um instrumento legal
que contem normas referentes ao controle ambiental, e as responsabilidades acerca
de danos causados ao meio ambiente e a terceiros. Sendo assim, cabe a ANP
apenas esclarecer sobre as responsabilidades e obrigações das concessionárias por
qualquer dano causado ao meio ambiente e as pessoas.
É importante ressaltar que, a outorga da concessão não dispensa o
licenciamento ambiental, conforme prescreve o Art. 10 da Lei no 6.938/81 (redação
dada pela Lei nº. 7.804/89). Deste modo, o processo decisório da ANP não substitui
os procedimentos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), previsto na Constituição
de 1988 (HABITEC ENGENHARIA AMBIENTAL, 2011).
Assim, cabe ao poder público, à condução do licenciamento ambiental, que
constitui um procedimento administrativo e um instrumento de gestão ambiental, que
visa aferir o grau de lesividade das atividades, e exercer o controle sobre suas
interferências nas condições ambientais (MILARÉ, 2005).
A Resolução CONAMA n0 237/97, discorre que o licenciamento ambiental é
um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente observa
alguns aspectos como localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadores de recursos naturais considerados
efetivos ou potencialmente poluidores ou que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental (BRASIL, 1997).
36
Segundo Pimenta (2010), e conforme o art. 40 da Resolução CONAMA
237/97, é de competência do IBAMA o licenciamento ambiental das atividades
petrolíferas no mar (off shore), com base na localização do empreendimento e no
alcance de seu impacto ambiental. Enquanto que, na atividade de exploração e
produção em terra (onshore), essa responsabilidade recai sobre os órgãos estaduais
de meio ambiente.
Em se tratando do Estado do Rio Grande do Norte, o licenciamento ambiental
toma como referencia a Política Estadual do Meio Ambiente (PEMA), estabelecida
pela Lei Complementar Estadual n0 272/2004 e pela Lei Complementar n0 336/2006.
A LC Estadual n0 272/2004, trata de aspectos sobre a Política e o sistema
estadual do meio ambiente, as infrações e sanções administrativas ambientais, as
unidades estaduais de conservação da natureza, e institui medidas compensatórias
ambientais; enquanto que, a LC n0 336/2006 altera a redação de alguns artigos da
LC n0 272/2004, atribuído significados importantes, tais como, de compensação
ambiental, empreendimentos e atividades de significativo impacto ambiental, dentre
outras questões que não foram contempladas de forma clara e objetiva.
37
CAPÍTULO 3: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL
Este capítulo discorre sobre a avaliação de desempenho ambiental, e seus
vários enfoques. Na primeira seção, serão expostos os parâmetros requeridos de
sustentabilidade na indústria de Petróleo e Gás; na segunda seção, constarão
alguns dos principais mecanismos de avaliação de desempenho ambiental,
objetivando, relacioná-los ao modelo proposto por esta dissertação.
3.1. SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
Algumas concepções sobre meio ambiente, vem ganhando consistência nos
circuitos de debates. A principal delas põe em evidência a eventual exaustão
mundial das reservas do petróleo, impactando desde o século passado, tanto a
economia, como o meio ambiente. Este e outros fatores do gênero tem permeado
um ambiente de incertezas, porém, de novas oportunidades de negócios, que
deveriam nortear as grandes decisões estratégicas tanto das empresas, quanto dos
governos (BRAÑA, 2008).
Embora haja um crescimento perceptível da mobilização em torno da
sustentabilidade, ela ainda está mais centrada no ambiente interno das
organizações, e mais especificamente nos processos e produtos. No entanto,
Schmidheiny (1992), afirma que o mundo se move em direção à desregulação, às
iniciativas privadas e aos mercados globais. Tal circunstancia, faz com que as
empresas assumam maior responsabilidade social, econômica e ambiental ao definir
seus papeis e ações.
Cavalcanti (2004) expõe que, uma alternativa de desenvolvimento sustentável
viável, deve se coadunar a uma proposta em que haja desenvolvimento e progresso
material, paralelamente à preservação dos limites ambientais. Dessa forma, o
desejável é que haja uma interação limítrofe, entre o bem estar social, o crescimento
econômico e a preservação dos ecossistemas.
Em outro posicionamento, Baroni (1992), afirma que o desenvolvimento
sustentável implica o uso de recursos renováveis naturais de maneira a não
38
degradá-los, eliminá-los, ou diminuir sua utilidade para as gerações futuras. Implica
usar os recursos minerais não renováveis de maneira tal que não necessariamente
se destrua o acesso a eles pelas gerações futuras.
O World Business Council for Sustainable Development – WBCSD (2001)
corrobora que para atingir a sustentabilidade é necessário o desenvolvimento de
inovações, que tornem a produção industrial eficiente no uso dos recursos naturais.
Portanto, frente à complexidade dos mercados, exige-se cada vez mais a
necessidade da criação de um novo padrão de desenvolvimento. Pois, um
crescimento econômico independente, que deixa à margem as discussões éticas,
políticas e socioambientais, traz em si o risco de evoluir em uma direção que carrega
efeitos negativos inaceitáveis. Essa mudança nos mecanismos do atual modelo
(mercado, concorrência, produtividade etc.), sugere ampliar seus propósitos para
melhor definir seus valores e convencer os líderes a participarem de uma
transformação orgânica e ajustada (WOOT, 2007).
Para Dias (2011), a inserção do conceito de desenvolvimento sustentável no
meio empresarial tem se pautado mais como um modo das empresas assumirem
formas de gestão mais eficientes, como práticas identificadas com a ecoeficiência e
a produção mais limpa, do que uma elevação do nível de consciência do
empresariado em torno de uma perspectiva de um desenvolvimento econômico mais
sustentável.
Sendo assim, a indústria de petróleo e gás, reconhecendo sua importância no
contexto econômico mundial, bem como, os impactos que ocasiona ao meio
ambiente, tem buscado por intermédio de suas organizações de classe, como a
IPIECA (International Petroleum Industry Environmental Conservation Association) e
a API (American Petroleum Institute), apresentar através de relatórios, aos
interessados seus indicadores de sustentabilidade, financeiros e não financeiros e,
ainda, fomentado diversas audiências públicas no sentido de discutir medidas
atenuação e mitigação de impactos.
De acordo com IPIECA, o maior desafio desse setor ao elaborar seus
relatórios de sustentabilidade é a determinação de como selecionar, e definir os
indicadores apropriados, e medir seu desempenho.
Em âmbito nacional, com a descoberta de petróleo na camada Pré Sal, o
Brasil entra no rol dos grandes produtores mundiais; porém, em consequência, é
provável um aumento significativo na geração de gases de efeito estufa, no aumento
39
das estatísticas dos acidentes ambientais, e, sobretudo, as instalações existentes
para o tratamento de resíduos e efluentes, podem não comportar o volume de
produção (RODRIGUES, 2011).
Com base nessas constatações, para que a sustentabilidade se efetive, em
suas dimensões econômicas, sociais, ambientais, se faz necessário o fortalecimento
de parcerias com Organizações Não Governamentais – ONG´s, e todas as partes
interessadas, bem como, o desenvolvimento de estudos com o intuito de
compatibilizar os objetivos mundiais de redução de gases de efeito estufa, avaliação
de acidentes ambientais e de trabalho, e a reestruturação e ampliação das
instalações para tratamento de efluentes e resíduos (DIAS, 2012).
3.2. INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL E SUA APLICABILIDADE
Até 1991, a avaliação ambiental era empregada, quase exclusivamente, para
a aprovação de projetos de desenvolvimento, excetuando-se algumas tentativas de
aplicação a decisões estratégicas setoriais (WARD, 2000).
No entanto, em decorrência da disseminação de novos modelos de gestão,
vários mecanismos vem sendo propostos para o atingimento de objetivos em
matéria ambiental. Nesse contexto, a auditoria ambiental, os estudos de impactos
ambientais, a avaliação de desempenho, o gerenciamento de riscos, o
estabelecimento de variáveis, e a educação ambiental empresarial são alguns
dentre muitos instrumentos que as organizações vem fazendo uso constante.
Bursztyn (1994) apud Canchumani (2008) evidencia que a constante busca
por meios que promovessem a incorporação de fatores ambientais à tomada de
decisão resultou no estabelecimento de políticas específicas e fez surgir uma série
de instrumentos para execução dessas políticas.
Como um exemplo desses instrumentos, surgem os indicadores de
ambientais e de sustentabilidade, que podem possuir um caráter tanto quantitativo,
como qualitativo. Essas ferramentas possibilitam a análise das mudanças ao mesmo
tempo em que mensura e comunica o avanço em direção ao uso e ao
gerenciamento sustentável dos recursos econômicos, sociais e ambientais.
Para Veleva e Ellenbecker (2001), “o indicador é uma representação
operacional do atributo, seja qualidade, característica ou propriedade, de um
40
sistema". Tachizawa (2011) sugere que existe uma relação direta entre um indicador
e uma meta; uma visualização gráfica que se baseie em dados de uma série
histórica; um valor de refência, ou seja, de padrão para efeito de comparação por
meio de um benchmarking.
Barcellos (2002) referencia que os indicadores ambientais, dão forma aos
objetivos e metas estabelecidas e atuam como uma compilação de informações que
apoiam no auxílio da explicação de como os fenômenos sofrem alterações ao longo
do tempo. Portanto, a aplicabilidade prática desses indicadores para a gestão
ambiental, consiste no desenvolvimento de diretrizes e serem seguida.
Na concepção de Besserman (2003 apud RODRIGUES; FARIA FILHO, 2008)
diferentemente de informações estatísticas e de indicadores econômicos, cuja
amplitude e a sofisticação são muitas vezes inquestionáveis, as estatísticas
ambientais e os indicadores de desempenho ambiental ainda são considerados
precários e imprecisos.
Alinhando-se na mesma vertente, Rutherford (1997), prescreve que sua
utilidade é limitada quando se trata da previsão de problemas ou do desenho de um
futuro sustentável. Para isso devemos trabalhar com o desenvolvimento de modelos
complexos. Besserman (2003) afirma que o „descrédito‟ em relação a esses
indicadores é atribuído às mudanças na percepção da dimensão dos impactos, e a
recente (ou tardia) conscientização que o crescimento humano e econômico gera
agressões significativas aos ecossistemas.
Dessa forma, a escolha adequada dos indicadores ambientais constitui fator
essencial para a sua posterior aplicação. Sendo assim, quaisquer indicadores,
segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE
(1993, apud. ALMEIDA e BRITO, 2002), devem possuir como características
básicas:
Relevância: deve ser representativo, de fácil compreensão e permitir
comparações;
Consistência: ser embasado em termos técnicos, científicos e de
consenso internacional;
Mensurabilidade: apresentar facilidade de mensuração, possibilitar
monitaramento regular e não representar altos custos.
41
De acordo com Tam et al. (2002), as principais dificuldades para a realização
da ADA, diz respeito a mudança na política e nas práticas ambientais da empresa, o
que certamente pode gerar a necessidade de mudança dos objetivo e metas.
Young e Welford (1998) prescrevem, quatro métodos possíveis para aferir o
desempenho ambiental no âmbito empresarial, a saber:
Modelos conceituais para selecionar indicadores: onde são selecionados
indicadores, de acordo com um modelo conceitual;
Diferentes tipos de indicadores: são selecionados diferentes tipos de
indicadores, isto é, são utilizadas medidas físicas de volume e massa,
medidas de eficiência, medidas para os clientes, entre outras;
Modelos conceituais para medir o desempenho: utilizam modelos conceituais
para medir o desempenho, uma vez que, contêm diferentes tipos de
indicadores;
Modelos matemáticos para medir o desempenho: estes métodos poderão
apresentar complexidade em sua implementação e interpretação dos
resultados pelos órgãos de gestão.
Em suma, os indicadores de desempenho ambiental visam demonstrar as
práticas organizacionais com vistas a minimização dos impactos ao meio ambiente
decorrentes de suas atividades. Esses indicadores referem-se ao uso de recursos
naturais demonstrados em valores físicos ou monetários de quantidade ou consumo,
considerando também as iniciativas de gerenciamento ambiental, os impactos
relevantes relacionados ao setor da atividade e as respectivas ações de
minimização (GASPARINI, 2003).
Portanto, o instrumento de Avaliação de Desempenho Ambiental – ADA
promove uma constante avaliação do desempenho da estrutura ambiental. O
procedimento avaliativo se dá de forma, cíclica e respectiva, através da seleção dos
indicadores, da coleta e análise dos dados, do confronto da informação com os
parâmetros de desempenho ambiental preestabelecidos, da comunicação dos
resultados aos interessados, revisão periódica, e melhoria contínua de todo o
processo.
Soledade et al. (2007), afirmam que um dos meios de se promover essa
avaliação, é a análise documental da série ISO 14000, pois apesar de permitir
42
observar um alto grau de subjetividade, e de não estabelecem requisitos absolutos
para o desempenho ambiental e para o controle dos impactos das atividades
desenvolvidas pelas organizações, constituem uma importante diretriz na formulação
de suas políticas e objetivos ambientais.
3.2.1 As Normas ISO 14.000
As normas ISO são padrões desenvolvidos pela International Organization for
Stardartization - ISO, organismo internacional não governamental com sede em
Genebra, na Suíça. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é a
entidade responsável por representar o país junto a ISO. Já o Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO é a instituição de
certificação para o Brasil, ligado à ABNT (MOURA, 2008).
O INMETRO é a entidade responsável para determinar as diretrizes que os
Organismos Credenciados de Certificação – OCCs seguem, ao emitir certificados
ISO para as organizações (MARIANI, 2006).
Tibor e Feldman (1996) prescrevem que as normas da Série ISO não ditam à
empresa qual o desempenho ambiental elas devem alcançar, por conseguinte,
revelam os elementos construtores de um sistema que as ajudará a atingir suas
próprias metas, possibilitando a organização controlar, reduzir ou mitigar o impacto
ambiental de suas atividades.
No que diz respeito, as normas ISO 14000, conforme Tabela 4, constituem
uma família de normas que visam estabelecer ferramentas e sistemas para a
administração ambiental em uma organização. Pode ser concebida como, uma
forma abrangente de administrar o meio ambiente com base em regulamentos,
prevenção/conservação de recursos naturais e proteção ambiental (UPADHYAY,
apud HARINGTON; KNIGHT, 2001, p. 21).
Tabela 4: Família de Normas NBR ISO 14000
ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental – Especificação e Diretrizes para Uso
ISO 14004 Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais sobre Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio
ISO 14010 Guias para Auditoria Ambiental – Diretrizes Gerais (revogado)
ISO 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Procedimentos para
43
Auditorias (revogado)
ISO 14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de Qualificação para Auditores Ambientais (revogado)
ISO 14020 Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Básicos
ISO 14021 Auto Declarações Ambientais (Rótulo Ambiental Tipo II, 1999)
ISO 14022 Rotulagem Ambiental – Simbologia para Rótulos
ISO 14023 Rotulagem Ambiental – Testes e Metodologias de Verificação
ISO 14024 Rótulo Ambiental Tipo I (de terceira parte, 1999)
ISO 14031 Avaliação da Desempenho Ambiental
ISO 14032 Exemplos de Avaliação de Desempenho Ambiental
ISO 14040 Análise do Ciclo de Vida – Princípios Gerais
ISO 14041 Análise do Ciclo de Vida – Inventário
ISO 14042 Análise do Ciclo de Vida – Análise dos Impactos
ISO 14043 Análise do Ciclo de Vida – Migração dos Impactos
ISO 14048 Avaliação de Ciclo de Vida – Formato da Apresentação de Dados
ISO TR 14047 Avaliação do Ciclo de Vida – Exemplos para a Aplicação da ISO 14042 (2002)
ISO TR 14049 Avaliação do Ciclo de Vida – Exemplos de Aplicação da ISO 14041 para a definição de Escopo e Análise de Inventário (2000).
Fonte: Adaptado de Lemos (2013)
Para Dias (2012), essas normas ambientais tem como centralidade a norma
ISO 14001, que prescreve os requisitos necessários para a implantação de um
Sistema de Gestão Ambiental (SGA), e tem como intuito conduzir a organização
dentro de SGA certificável, estruturado e integrado à atividade geral de gestão,
especificando os requisitos que deve apresentar.
3.2.1.1 NBR ISO 14.031
A ABNT NBR ISO 14031 trata especificamente, das diretrizes para a
avaliação do desempenho ambiental através da adoção de indicadores. Esta norma
propõe duas categorias gerais de indicadores, a serem considerados na condução
da Avaliação de Desempenho Ambiental – ADA, a saber: o Indicador de Condição
Ambiental (ICA) e o Indicador de Desempenho Ambiental (IDA) (MOURA, 2008).
44
Para Silva (2011), os Indicadores de Condição Ambiental – ICA prestam
informações que podem auxiliar a organização, a compreender melhor o impacto
ambiental do ponto de vista potencial e de mensuração, e assim auxiliar no
planejamento de suas ações.
Quanto aos Indicadores de Desempenho Ambiental – IDA fornecem
informações, sobre o desempenho ambiental de uma organização, e podem ser
classificados em: a) indicadores de Desempenho Gerencial - IDG; b) indicadores de
Desempenho Operacional - IDO. Silva, op. cit.
Os Indicadores de Desempenho Gerencial (IDG) revelam as informações
referentes a todos os esforços de gestão da empresa que influenciam positivamente
no seu desempenho ambiental, enquanto que, os Indicadores de Desempenho
Operacional (IDO), evidenciam informações relacionadas às operações do processo
produtivo da empresa com reflexos no seu desempenho ambiental, tais como o
consumo de água, energia ou matéria-prima. (MOURA, 2008)
A Tabela 5 traz alguns exemplos de indicadores para Avaliação de
Desempenho Ambiental, de acordo a NBR ISO 14031.
Tabela 5: Exemplificação de Indicadores para ADA – NBR 14031
Categoria Tipo Exemplos
IDA
IDG
- Custos (operacional e de capital) que são associados com os aspectos ambientais de um processo ou produtos; - Número de objetivos e metas ambientais atingidos.
IDO
- Quantidade de água reutilizada; - Volume de efluente gerado por unidade de produto.
ICA
ICA
- Oxigênio dissolvido em corpos receptores; - Concentração de contaminantes, no ar, em locais selecionados para monitoramento.
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14031, 2004 apud Silva (2011)
Segundo Ramos (2004), na norma ISO 14031 a ADA é apresentada como um
processo interno de gestão e uma ferramenta concebida para fornecer aos gestores
informação fiável e verificável, numa base contínua, de forma a determinar se o
desempenho ambiental de uma organização está a cumprir os critérios
estabelecidos pela gestão.
45
A NBR ISO 14031 propõe um modelo gerencial PDCA, com vistas à efetiva
medição, comparação e análise do desempenho ambiental, tomando-se como base
a utilização de indicadores. As etapas deste processo contínuo são: a) Planejar: fase
do planejamento e seleção dos indicadores para ADA; b) Fazer: Coleta, tratamento,
avaliação, relato e comunicação das informações que descrevam o desempenho
ambiental da organização; e c) Checar e agir: análise crítica e melhoria da ADA
(SILVA, 2011).
Com base, nessas inferências é possível observar que a norma mantém
basicamente um foco nos procedimentos e técnicas de como realizar a Avaliação de
Desempenho Ambiental – ADA, no entanto, não procura estabelecer padrões de
desempenho ambiental.
Segundo Ramos (2004) apud. Martinho (2006), no âmbito da ADA deverá ser
levado em consideração às expectativas, os anseios e as preocupações dos
diferentes agentes interessados ou partes interessadas, em face da atividade
desenvolvida pela organização, ou seja, deve-se desenvolver um processo amplo e
participativo de avaliação de impactos ambientais.
3.3. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL – AIA
Para Dias (2011), o impacto ambiental pode ser definido como a alteração no
meio ambiente, em consequência da ação humana. Nesse sentido, há impactos
ambientais de ordem, desde os menores, que não modificam substancialmente o
meio ambiente natural, até os que não só afetam profundamente a natureza, como
desencadeiam irreversíveis problemas para o ser humano, como a poluição do ar,
das águas e do solo.
Numa visão mais corporativa, Moura (2008), prescreve que os impactos
ambientais decorrem de quaisquer modificações que ocorrem no meio ambiente em
decorrência das atividades da organização, ou seja, modificações em suas
propriedades químicas, físicas e biológicas dos elementos constitutivos dos
ecossistemas.
Nesse contexto, a Avaliação de Impacto Ambiental – AIA vem sendo
considerada, uma importante técnica de identificação de riscos e um instrumento de
prevenção de danos ambientais. Para Moreira (2002), o processo de AIA é um
46
instrumento de política ambiental formado por um conjunto de procedimentos capaz
de garantir desde o início do processo, um exame sistemático dos impactos
ambientais de uma ação proposta (Projeto, Programa, Plano ou Política) e de suas
alternativas.
Segundo Souza (2010), em decorrência da insatisfação de alguns setores da
sociedade após acidentes de grande repercussão, a AIA surgiu no início da década
de 70, paralelamente a outros mecanismos legais, e regulamentos sobre segurança
industrial e controle ambiental, nos principais países industrializados, a partir da
política nacional de meio ambiente dos EUA (National Environmental Policy
Act/Nepa). No Brasil, o processo de AIA foi Institucionalizado pela Lei 6.938/81.
Na visão de Sanchéz (2006), a AIA pode ser concebida, tanto como um
processo, quanto como um método. Como processo, é um conjunto de
procedimentos organizados de maneira lógica, com a finalidade de analisar a
viabilidade ambiental de projetos, planos e programas, e, por conseguinte,
fundamentar uma decisão a respeito. Enquanto que, em sua roupagem como
método, é um mecanismo estruturado destinado a coletar, analisar, comparar,
organizar e apresentar as informações e os dados sobre os prováveis impactos
ambientais de uma atividade.
De acordo com Souza (2010), e consequentemente conflitando com a
Resolução CONAMA, o objetivo da AIA não é induzir o tomador de decisão a
escolher a alternativa de projeto que menos impacta o ambiente, mas, sim, incutir a
variável ambiental desde a fase conceitual de um projeto de engenharia.
O processo de Avaliação de Impacto Ambiental constitui-se numa forma de
motivar a participação popular sobre as questões ambientais, pois são previstas na
legislação (Resolução CONAMA 237, de 19/12/97, artigo 2o) a divulgação e a
publicidade do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Relatório de Impactos Sobre
o Meio Ambiente – RIMA, e ainda a realização de uma audiência pública de
avaliação e discussão do documento (DIAS, 2011).
Numa conjectura mais ampla, a Avaliação Ambiental Estratégica - AAE, de
acordo com o MMA/SQA (2002), surge como um instrumento de política ambiental
que tem por objetivo auxiliar, antecipadamente, os tomadores de decisões no
processo de identificação e avaliação dos impactos e efeitos, maximizando os
positivos e minimizando os negativos.
47
3.4. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA – AAE
A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) é o nome que se dá a todas as
formas de avaliação de impacto, de ações mais abrangentes, em detrimento a
projetos individuais. Referem-se à avaliação das consequências ambientais de
políticas, planos e programas (PPP‟s), geralmente no âmbito de iniciativas
governamentais, embora possa também ser aplicada em organizações privadas
(SÀNCHEZ, 2008).
De acordo com Egler (2001), a avaliação ambiental estratégica, consiste em
uma avaliação sistemática das consequências ambientais de uma política, plano ou
programa, com vistas a garantir que elas sejam incluídas e apropriadamente
consideradas em seu estágio inicial, juntamente com questões de ordem
econômicas e sociais. Souza (2010), sugere, que AAE, é um instrumento utilizado
universalmente na prevenção de novos impactos.
Partidário (1999) esclarece que, AAE deve ser um procedimento sistêmico e
contínuo de avaliação da qualidade do meio ambiente e de suas interações
ambientais, a partir de percepções alternativas de desenvolvimento, com base na
formulação de políticas, planos e programas – PPP´s, visando assegurar a
integração dos aspectos biofísicos, econômicos, sociais e políticos, o mais cedo
possível, aos processos públicos de planejamento e tomada de decisão.
Evidentemente os Estudos de Impactos Ambientais – EIA´s, não contemplam
essa percepção múltipla de alternativas, portanto, Sànchez (2008), afirma que a
AAE surgiu exatamente em função dessas limitações naturais. Pois, por mais
arrojado que seja um EIA, não são considerados satisfatoriamente os impactos
cumulativos, os indiretos e os de grande abrangência espacial.
Acerca disso, Teixeira (2008), esclarece que é possível identificar o intuito da
AAE como um novo mecanismo da gestão ambiental, que essencialmente possui
alguns fundamentos da AIA, porém está mais atrelado à natureza estratégica das
decisões, à natureza contínua do processo de decisão e ao valor opcional
decorrente das múltiplas alternativas de um processo estratégico.
Na atualidade a AAE vem sendo tratada como um importante instrumento de
política ambiental, que tem por objetivo auxiliar, antecipadamente, os tomadores de
48
decisões no processo de identificação e avaliação dos impactos e dos seus efeitos,
maximizando os positivos e minimizando os negativos (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2002).
Para Oberling (2008), apesar das iniciativas e da avaliação ambiental
estratégica ser bastante utilizada no Brasil, ainda não foi regulamentada por lei.
Atualmente, as iniciativas ocorrem em função da inclinação individual dos gestores,
públicos ou privados, no poder e na eficiência do instrumento como facilitador da
tomada de decisão. As iniciativas dos estudos são lideradas pelo setor
governamental (federal ou estadual), mas também se verificam alguns casos na
iniciativa privada e no terceiro setor.
Sendo assim, a avaliação ambiental estratégica pode dar a sua contribuição,
no sentido de que as decisões públicas e privadas tenham consistência e sejam
compromissadas com um futuro sustentável. Dessa forma, a medida do sucesso da
AAE será sua capacidade de embasar as decisões sob uma perspectiva de
sustentabilidade e não a confecção de relatórios vultosos ou bem ilustrados
(SÀNCHEZ, 2008).
49
CAPÍTULO 4 - BASE TEÓRICA DA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO
Este capítulo trata da fundamentação teórica da Análise Envoltória Dados –
DEA, que constitui base essencial para a consecução dos objetivos desta
dissertação. Na primeira seção, é exposta a contextualização da exploração de
Petróleo na Bacia Potiguar, com ênfase na área de estudo, cidade Mossoró-RN; na
segunda, são dispostos os aspectos conceituais, os modelos e metodologias de
aplicação da DEA.
4.1. ENFOQUE SISTÊMICO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM MOSSORÓ-RN
O município de Mossoró foi instituído, pela Lei nº 246 de 15/03/1852, ocasião
em que foi desmembrado do município de Assú-RN. Situa-se na Microrregião
Homogênea de Mossoró e na Zona de Planejamento Mossoroense, ficando a uma
distância de 285 km da capital do Estado, Natal. Limita-se ao Norte com os
municípios de Grossos e Tibau, ao Sul Governador Dix-Sept Rosado e Upanema, a
Leste Serra do Mel, Areia Branca, Assu e Grossos e a Oeste com Baraúna e
Governador Dix-Sept Rosado. (IBGE, 2010)
Está localizado no oeste do estado do Rio Grande do Norte, 5° 11′ 16″ S, 37°
20′ 38″ W. Possui uma área de 2.099 km2 e, segundo o censo do IBGE (2010), tem
uma população de 259.886 habitantes. Sendo que desse total, 199.081 residem na
área urbana e apenas 14.760 na zona rural. Estimativas da Prefeitura Municipal
mostram que a cidade, recebe uma população flutuante (diária) de trinta mil pessoas
provindas de outros municípios. IBGE, op. cit.
50
Figura 4: Mapa da localização geográfica do município de Mossoró-RN Fonte: Santos (2009)
Com base na Figura 5, pode-se perceber que Mossoró-RN possui localização
geográfica estratégica, por estar situado entre duas importantes capitais do Nordeste
(Natal e Fortaleza). Concentra uma área de 2.110,21 km2, o equivalente a 3,96% da
superfície estadual, e sua sede municipal está a uma altitude de 16 metros.
Em relação a seus aspectos geológicos, a cidade situa-se em área de
abrangência da bacia Potiguar e do Grupo Barreiras, caracterizados pela presença
de calcarenitos e calcilutitos bioclásticos, cinza claros a amarelados, com níveis
evaporíticos na base, depositados em extensa planície de maré e numa plataforma
rasa, da Formação Jandaíra (Bacia Potiguar) de Idade do Cretáceo, 80 milhões de
anos (IDEMA-RN, 2000). Essa característica geológica é extramente favorável à
formação de petróleo e gás natural.
Com base nessas características e em sucessivas descobertas, a exploração
petrolífera, desde a década de 1970, vem provocando profundas transformações no
bojo produtivo do estado do Rio Grande do Norte, e principalmente na cidade de
Mossoró-RN.
Para Bento et al. (2012), o Rio Grande do Norte apresenta condições
promissoras à indústria do petróleo, pois, contingente considerável de seu território
51
faz parte da Bacia Potiguar, que abrange, uma pequena porção do estado do Ceará,
e é composta de uma parte submersa e outra emersa. Tendo em vista que o
potencial petrolífero de determinada região está diretamente relacionado aos
terrenos sedimentares, e a características como extensão e espessura deste “pacote
sedimentar”, bem como, a eminente exploração da bacia Potiguar, é possível
reafirmar esse potencial.
Os maiores produtores da bacia Potiguar são os municípios de Assu, Alto do
Rodrigues, Areia Branca, Macau e Mossoró. Já no mar destacam-se os campos
Agulha, Arabaiana, Pescada e Ubarana operando com 27 plataformas marítimas de
produção (COUTINHO et al., 2010).
Assim, tomando-se como referência vultosos investimentos que vêm sendo
realizados no setor, dados revelam, que no período compreendido entre 1983 e
2008 o estado recebeu investimentos para fomento da exploração e produção da
Petrobrás, que possibilitou a ampliação, manutenção e otimização dos campos
terrestres e marítimos. A cerca da destinação dos recursos, o polo industrial da
Petrobrás na cidade Guamaré-RN, recebeu até então um montante de investimentos
de 1,65 bilhões de dólares (PETROBRAS – FATOS E DADOS, 2009).
De acordo com Bento et al. (2012), os municípios de Mossoró e Guamaré, se
destacam pela sua representatividade produtiva e por participarem ativamente das
atividades desenvolvidas pela indústria do petróleo no Rio Grande do Norte.
No Pólo industrial de Guamaré-RN, é recebida toda produção dos campos –
em terra e mar – do estado. É lá onde são tratados, estocados e processados, em
suas várias unidades industriais, o óleo e o gás natural obtido. São produzidos,
ainda o gás de cozinha (Gás Liquefeito de Petróleo), óleo diesel, gás natural veicular
(GNV), querosene de aviação e gasolina, subprodutos que abastecem o próprio
estado (CARVALHO et al., 2011).
Já o município de Mossoró, por conseguinte, abriga o Campo Canto do
Amaro, em operação desde o ano de 1986, com 1.113 poços em funcionamento,
fruto dos primeiros investimentos do setor no estado por parte da Petrobrás. Este
campo é o primeiro em produção (terrestre) de petróleo no RN, revelando a
importância de Mossoró para o setor petrolífero potiguar (ANP, 2011).
Segundo, o boletim da produção de petróleo e gás natural de Maio de 2012,
Tabela 6, publicado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, a produção do Rio Grande do Norte foi de 60.523 barris de
52
petróleo por dia. Tal circunstância, garante ao Rio Grande do Norte a terceira maior
participação no setor, perdendo apenas para os estados do Rio de Janeiro e Espírito
Santo (ANP, 2012).
Tabela 6: Distribuição da Produção de Petróleo e Gás Natural por Estado
ESTADO PETRÓLEO
(bbl/d)
GÁS NATURAL
(Mm3 /d)
PRODUÇÃO
TOTAL
(boe/d)
Rio de Janeiro 1.524.427 27.265 1.695.926
Espírito Santo 306.544 9.963 369.209
Rio Grande do Norte 60.523 1.613 70.668
Bahia 43.712 9.122 101.092
Sergipe 41.183 2.829 58.978
Amazonas 33.357 11.671 106.767
São Paulo 27.753 4.462 55.817
Ceará 5.546 59 5.915
Alagoas 4.718 1.418 13.636
Fonte: Adaptado de ANP/SDP/SIGEP (2012)
4.2. ASPECTOS CONCEITUAIS DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS – DEA
Os primeiros estudos de medidas de eficiência, com base em técnicas não
paramétricas foram propostos por Farrel (1957), através de um modelo empírico,
capaz de combinar medidas de múltiplos insumos, com vistas, a criar um único
indicador de eficiência.
Tendo esse evento como difusor, a Análise Envoltória de Dados (Data
Envelopment Analysis – DEA), vem sendo utilizada, em muitos casos para classificar
as empresas como eficientes, comparando cada firma com a melhor firma, dado um
determinado universo.
De acordo, com Angulo Meza et al. (2005), o objetivo da DEA consiste em
comparar um determinado número de Decision Making Units – DMU´s, que realizam
atividades produtivas semelhantes e se diferenciam nas quantidades de insumos
que utilizam e de produtos que geram.
53
Além do índice que mede a eficiência, é possível calcular o peso de cada
variável do modelo em relação à DMU correspondente definindo, também, os
benchmarks, as unidades a serem seguidas e os alvos para que as DMU´s
ineficientes alcancem o índice de eficiência desejado.
A abordagem por Análise de Envoltória de Dados – DEA propõe um meio
eficaz de estabelecer comparações, pois permite ordená-las segundo um índice de
eficiência multidimensional (Gomes et al., 2003). Nesse contexto, as simulações de
cenários propostos pelo DEA possibilitam identificar as soluções eficientes das não
eficientes.
Para Pimenta et al. (2003), essa técnica permite analisar a eficiência de
unidades produtivas - DMUs, com múltiplos insumos (inputs) e produtos (outputs),
tomando-se como referência a construção de uma fronteira de eficiência. Dessa
forma, as empresas que possuírem uma melhor relação "produto/insumo" serão
consideradas mais eficientes e estarão situadas sobre esta fronteira e, as menos
eficientes ficarão numa região inferior a essa fronteira.
Com base na Figura 5, apesar das Unidades 1 e 2, empregarem as mesmas
quantidades de insumos, as quantidades de produtos gerados são diferentes.
Contudo, a produtividade da Unidade 2, que está situada na fronteira, mostra-se
superior à Unidade 1, que aparece abaixo da curva, e, portanto, ineficiente por estar
inferior a essa fronteira.
Figura 5: Fronteira de Produção Fonte: Souza (2001) apud Carvalho (2012)
54
Na utilização dessa técnica, o processo produtivo é evidenciado a partir da
relação estabelecida entre insumos e produtos. De acordo com a Figura 7, os
termos Inputs são utilizados para designar (entradas, recursos, insumos ou fatores
de produção), e Outputs para referenciar (saídas, bens/serviços).
Não existe a necessidade de converter os inputs e os outputs – variáveis que
dão origem ao resultado - para unidades monetárias (GOMES, et al., 2003), pois o
DEA possibilita o trabalho com múltiplos insumos e produtos, todos utilizando
unidades e escalas diferentes, ou seja, é invariante com relação a escala. Por isso, a
técnica é tida como um modelo não paramétrico.
INSUMOS (Inputs) Recursos, Fatores de Produção, etc.
PROCESSO DE
PRODUÇÃO
PRODUTOS (outputs) Saídas
(bens/serviços)
Figura 6: Concepção do Processo Produtivo
Fonte: Adaptado de Varian (1999)
Segundo Oliveira (2008), a Função de Produção para qualquer produto pode
ser representada por uma equação, tabela ou gráfico capaz de revelar a quantidade
(máxima) que pode ser produzida na unidade de tempo, para cada conjunto de
insumos alternativos, quando a melhor técnica de produção disponível é utilizada.
Numa linha convergente, Varian (1999), afirma que a função de produção é a
representação da quantidade máxima produzida com base em uma determinada
quantidade de insumos e com o emprego de determinado aparato tecnológico. No
entanto, Ferreira e Gomes (2009) apud Carvalho (2012), preceitua que a
produtividade está relacionada à forma de como os recursos são utilizados para
realizar a produção.
Conforme Silva e Azevedo (2004), e o Gráfico 2, a função de produção pode
ser expressa da seguinte forma:
Y = f(X) (Eq. 1)
Onde, Y=(y1,y2,...,yk)T - vetor de produtos obtidos e X=(x1,x2,...,xn)T vetor de
insumos e T é a transposta.
55
Gráfico 2: Função de Produção
Fonte: Varian (1999)
Desse modo, Oliveira e Gomes (2003), fundamentam que o uso da técnica
DEA, permite inferir que se uma determinada firma A é capaz de produzir Y(A)
unidades de produtos, utilizando-se X(A) unidades de insumos; para serem
consideradas eficientes outras firmas deveriam manter o mesmo desempenho, do
contrário, seriam ineficientes.
Oliveira (2008), afirma que uma DMU eficiente não possui possibilidade de
melhora (supondo que a amostra observada é representativa para a população),
enquanto DMU´s ineficientes têm escores de eficiência refletindo o potencial de
melhoria baseado no desempenho de DMU´s eficientes.
Portela (2002) apud Carvalho (2012), afirma que a diferença entre função de
produção e processo de produção é que o primeiro conceito trata o processo
produtivo como o mais eficiente possível, ou seja, está se utilizando a melhor
combinação de insumos para a produção de um determinado item. Portanto,
considera-se que não ocorre desperdício de fatores produtivos, com base no qual
não será possível melhorar o molde produtivo; surge, então, o conceito de eficiência
de Pareto.
De acordo com Gomes (2004), os Problemas de Programação Linear (PPLs)
de DEA otimizam individualmente as observações com o intuito de calcular uma
fronteira de eficiência, determinada pelas unidades que são pareto-eficientes.
56
Para Portela (2002), outro conceito que deve ser observado é o de escala de
produção e está relacionada a uma média das combinações de insumos na
confecção de produtos. Representa basicamente, a variação dos produtos
originários dos insumos deste processo produtivo.
A ideia do conceito de retornos de escala está relacionada à forma como os
produtos ou insumos responde à variação dos insumos ou produtos, e se referem,
portanto, ao tamanho (escala) das operações de uma DMU (Shimonishi, 2005), ou
seja, se é possível ou não esperar aumento proporcional de produtos com aumento
arbitrário de insumos.
Geralmente, os modelos de medida de eficiência, utilizam, conforme Souza
(2007) a seguinte classificação:
Retornos à escala constantes: Conforme Figura 8, pressupõe que um
aumento proporcional em todos os insumos no mesmo aumento proporcional
da produção.
f(ax) = f (ax1, ax2, ax3,..., axp ) = af (x1, x2, x3, ..., xp), para a > 1 (Eq. 2)
Figura 7: Retornos à Escala Constante
Fonte: Figueiredo (2005)
Retornos à escala crescentes: aumento proporcional em todos os insumos
resulta em um aumento mais que proporcional na produção;
f ax = f (ax1, ax2, ax3,..., axp ) > af (x1, x2, x3, ..., xp), para a > 1 (Eq. 3)
57
Figura 8: Retornos à Escala Crescentes Fonte: Figueiredo (2005)
Retornos à escala decrescentes: ocorrem quando um aumento proporcional
em todos os insumos exige aumento menor nos produtos para manter
eficiência, assim dobrando-se a quantidade de insumos, os produtos menores
que o dobro é suficiente para manter eficiência.
f(ax) = f (ax1, ax2, ax3,..., axp ) < af (x1, x2, x3, ..., xp), para a > 1 (Eq. 4)
Figura 9: Retornos à Escala Decrescentes Fonte: Figueiredo (2005)
Para Abel (2000), existem múltiplos conceitos sobre eficiência, no entanto, os
mais difundidos fazem referência a sua acepção técnica. Neste sentido, a eficiência
técnica é concebida como a correlação da conversão de insumos físicos em
produtos, utilizando-se da melhor prática (teórica ou observada).
58
Corroborando com a mesma tendência, Ferreira e Gomes (2009), discorrem
que no estudo da Análise Envoltória de Dados, o conceito de eficiência, pode se
apresentar sobre três perspectivas, a saber:
• Eficiência técnica – diz respeito à habilidade de uma DMU obter a máxima
produção a partir de um conjunto de insumos.
• Eficiência alocativa – reflete a capacidade de uma DMU utilizar os insumos em
proporções ótimas, dados os seus respectivos preços, com vistas a minimizar os
custos/despesas.
• Eficiência econômica total – é o produto do relacionamento das eficiências técnica
e alocativa.
França (2005) apud Carvalho (2012), afirma que a eficiência refere-se a um
estado da produção em que a produtividade é máxima. Sua avaliação é feita com
base em medidas definidas sobre os planos operacionais, desenvolvidos nas
organizações, com base, em determinado sistema econômico, de modo que revelem
a habilidade dos gestores da produção em executar àqueles de máxima
produtividade. O conjunto desses planos é denominado de fronteira de eficiência ou
fronteira de melhores práticas.
Conforme Cooper et al. (2007), há na literatura dois modelos clássicos: o
Modelo CCR (Charnes, Cooper e Rhodes, 1978), que considera retornos de escala
constantes, e o Modelo BCC (Banker, Charnes e Cooper, 1984), que considera
retornos variáveis de escala e não assume proporcionalidade entre inputs e outputs.
Cada um destes modelos faz suposições implícitas no que se refere aos retornos de
escala associada com cada tipo de superfície.
Segundo Paiva (2000), ambos os modelos revelam fronteiras de eficiência
díspares, pois fazem uso de diferentes tipos de tecnologia. Dessa forma, o primeiro
supõe o retorno de escala constante e o último supõe o retorno de escala variável.
4.2.1 Modelo CCR
Utiliza-se o modelo CCR (Charnes, Cooper e Rhodes, 1978) ou Constant
Returns to Scale – CRS, quando o estudo prescreve que as DMU´s em análise,
59
operam com Retornos Constantes de Escala, ou seja, que existe um aumento
proporcional de todos os insumos no mesmo aumento proporcional da produção.
(OLIVEIRA, 2008).
Quanto à orientação e aplicação, os modelos podem sem classificados em
orientação insumo (cujo objetivo é maximizar os insumos), orientação produto (com
vistas a maximizar os produtos) e aditivo (insumos e produtos são minimizados e
maximizados, respectivamente), baseados na direção da projeção da DMU até à
fronteira. No entanto, não existe um melhor modelo, e sim contextos em que dada à
situação, revela um resultado mais consistente. Oliveira op. cit.
Guerreiro (2006) apresenta, através da Figura 10, a representação gráfica dos
modelos com orientação para inputs e outputs.
Minimização de Inputs – CCR – I Maximização de Outputs – CCR – O
Max Eff0 =
r
i
ii
s
j
jj
xv
yu
1
0
1
0
Sujeito a:
nK
xv
yu
r
i
iki
s
j
jkj
,...,2,1,1
1
1
uj,e vi ≥ 0; j e i
Max Eff0 =
s
j
jkj
r
i
iki
yu
xv
1
1
Sujeito a:
s
j
jkj
r
i
iki
yu
xv
1
1 1, K = 1,2,..., n
uj,e vi ≥ 0; j e i
Figura 10: Modelo Básico de CCR, com Orientação para Inputs e Outputs Fonte: Guerreiro (2006)
Para Charnes et al. (1978), o modelo CCR, constrói uma superfície linear por
partes, não paramétrica, envolvendo os dados. Trabalha com retornos constantes de
escala, isto é, qualquer variação nas entradas (inputs) produz variação proporcional
nas saídas (outputs). Esse modelo é igualmente conhecido como modelo CRS –
Constant Returns to Scale.
60
Conforme Mello (2006), nos modelos CCR a unidade será eficiente quando
apresenta o melhor quociente de outputs em relação aos inputs, ou seja,
aproveitando melhor os inputs sem considerar a escala de operação da DMU.
Segundo Ferreira e Gomes (2009), este modelo é capaz de determinar a
eficiência, através da divisão entre a soma ponderada das saídas (outputs) e a soma
ponderada das entradas (inputs). Tal propositura permite que cada DMU escolha os
pesos para cada variável (entrada ou saída), da forma que lhe for mais conveniente,
desde que os pesos aplicados às outras DMUs não gerem uma razão superior a 1
(um).
Nesse caso, o escore de eficiência é determinado mantendo-se os produtos
constantes e avaliando até que ponto os insumos precisam ser diminuídos para uma
DMU ser considerada eficiente (VASCONCELLOS, et al. 2006).
Max Eff0 =
r
i
m
j
viXio
ujYjo
1
1
St:
r
i
m
j
viXio
ujYjo
1
1 ≤ 1, k
uj, vi ≥ o; j e i
Com base nessa equação, “uj” e “vi” representam os pesos atribuídos aos
outputs e inputs, respectivamente, e as variáveis “Y” e “X” correspondem às
variáveis de cada DMU.
4.2.2 Modelo BCC
Para Gomes e Mangabeira (2004), o modelo BCC (Banker, Charnes e
Cooper, 1984), ou RVS (Variable Return Scale), considera retornos variáveis de
escala, crescentes ou decrescentes, bem com retornos constantes, ou seja, substitui
o axioma da proporcionalidade pelo axioma da convexibilidade.
Na concepção de Figueiredo (2005), o modelo BCC considera que um
aumento nos inputs poderá promover um aumento nos outputs, não
61
necessariamente na mesma proporção; e ainda que o aumento nos inputs pode
ocasionar ainda uma variação negativa nos outputs.
De acordo com Mello (2006) apud Carvalho (2012) nos modelos BCC uma
DMU será considerada eficiente, se a mesma estiver operando em uma escala que
aproveita a melhor combinação de inputs de que dispõe. Neste contexto, não deve
ser considerada a proporcionalidade entre inputs e outputs.
Segundo Ferreira e Gomes (2009), a modelagem para retornos variáveis de
escala é descrito da seguinte forma:
Max Ef0 = uoujYjom
j 1
St:
11 viXior
i
kouoviXikujYjk r
i
m
j ,11
uj, vi ;o j e i
No modelo CCR (CRS) os escores de eficiência são os mesmos para ambas
as orientações. Enquanto que, no modelo BCC (VRS), esses escores dependem da
orientação. O modelo CCR (CRS), que assume retornos constantes de escala é
apropriado em situações quando as DMUs se assemelham quanto ao volume de
produção. Porém, é mais restritivo que o modelo BCC (VRS), pois apresenta um
menor número de DMUs eficientes e, diminui os escores de eficiência entre todas as
DMUs. (OLIVEIRA, 2008).
Através da utilização desses modelos, é possível detectar a eficiência das
DMUs, construindo, sobretudo, a fronteira de produção com as unidades que
atingirem o máximo de produtividade, ou seja, os benchmarks.
Em um modelo CCR todas as DMUs, são visualizadas em retornos
constantes de escala, enquanto que, no modelo BCC o desempenho das unidades
pode sofrer uma variação positiva, em decorrência da possibilidade de variação em
sua escala de produção. Em síntese, de acordo com a Figura 11, as unidades que
62
são eficientes no modelo CCR também serão eficientes no modelo BCC, porém, o
inverso não ocorre na mesma proporção. (CARVALHO, 2012)
Figura 11: Modelo DEA: Orientação CCR Vs. BCC Fonte: Mello (2005)
63
CAPÍTULO 5 - METODOLOGIA
Este capítulo apresenta através o arcabouço metodológico que será aplicado
neste estudo, para que o objetivo proposto seja alcançado. Para tanto, consta o
detalhamento metodológico, a descrição das etapas da pesquisa e os instrumentos
utilizados.
5.1. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa aplicada, com base em um estudo de caso na
Indústria de Petróleo em Mossoró-RN, especificamente nas empresas do Ramo de
Extração de Petróleo e Gás Natural, listadas no Cadastro Industrial do Sistema –
FIERN.
Quanto à abordagem, é quantitativa, pois utiliza-se de um método
matemático-estatístico não paramétrico para a avaliação de desempenho (eficiência)
ambiental das empresas desse escopo industrial petrolífero.
No que diz respeito aos objetivos, pode ser caracterizada como uma pesquisa
exploratória, com base em um levantamento bibliográfico e a análise do estudo de
caso proposto. De acordo com Gil (2008) a pesquisa exploratória é aquela que têm
como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.
A base de dados do trabalho foi extraída do Cadastro de Indústrias do
Sistema FIERN, e o tomou como universo de pesquisa todas as empresas do ramo
de exploração de Petróleo e Gás, totalizando 19 (dezenove). As empresas foram
selecionadas de modo intencional, por entender que na cadeia produtiva do
petróleo, esse é um dos ramos que mais impacta o meio ambiente, e possuem
determinado grau de peculiaridades por serem do mesmo ramo de atividade.
Os dados foram coletados a partir de uma entrevista semi estruturada, que de
acordo com, Appolinário (2006) uma entrevista, é considerada semi estruturada
quando há um roteiro previamente estabelecido, porém, existem elementos flexíveis
para elucidação de informações que surgem de forma imprevista ou espontâneas
dadas pelo entrevistado.
64
O objetivo geral deste trabalho de dissertação é desenvolver um modelo de
avaliação de desempenho ambiental, com base em modelo não paramétrico, que
sirva de embasamento nas decisões ambientais sobre a minimização ou mitigação
de impactos.
Neste sentido, a avaliação de desempenho ambiental através do DEA, pode
se constituir um importante instrumento, na busca da efetividade da sustentabilidade
na indústria petroleira. Pois, a maioria dos modelos de avaliação ambiental, tem
como proposta finalística, a exposição de valores monetários com gastos ou percas
ambientais, enquanto que, o que está sendo apresentado, visa classificar dentro de
um universo, com unidades de medidas diversas, e segundo um benchmarking¸ se a
organização é ou não eficiente ambientalmente.
Para Calasans (2005) na última década do século XX, começaram a ser
delineadas novas metodologias ou sistemas de avaliação de desempenho
envolvendo outros aspectos, além do financeiro, tais como desempenho dos
processos, qualidade dos processos e produtos, satisfação dos clientes, motivação
dos colaboradores e questões ambientais.
Acerca disso, Melo e Pegado (2006) afirmam que existem duas abordagens
complementares para mensuração de desempenho ambiental: uma através de
indicadores de impacto ambiental e a outra, por indicadores de pressão ambiental.
Onde, o impacto ambiental é o efeito ou mudança causada no estado do ambiente
por uma atividade antrópica, e a pressão ambiental, expressa pela intensidade ou
potencial da atividade em causar o impacto.
Portanto, com base nessas abordagens, na cadeia produtiva de Petróleo, e
no próprio ramo objeto da pesquisa – Exploração de Petróleo e Gás buscou-se,
estabelecer de forma criteriosa, quais os mecanismos (variáveis) poderiam ser
escolhidos, de modo que, a avaliação de desempenho ambiental, refletisse
informações úteis no processo de tomada de decisão dessas empresas.
Assim sendo, a metodologia desse trabalho dissertativo foi agrupada em seis
etapas, conforme Figura 12, a saber:
65
Figura 12 - Etapas da Pesqquisa Figura 132: Etapas da Pesquisa
Fonte: Elaboração Própria
Etapa 1 - Análise de Impactos Ambientais Causados pelo Setor de Produção de
Petróleo e Gás
Nesta etapa foi realizado um levantamento dos moldes produtivos da extração
de Petróleo e Gás, com o intuito de verificar quais foram os danos que essa
atividade causou ao meio ambiente. Esse levantamento se deu, através de
referencial teórico constante nos Capítulos 2, 3,4, construído a partir de livros,
revistas, e artigos publicados em sítios da internet.
Inicialmente, buscou-se conhecer alguns aspectos da cadeia produtiva, com
ênfase no ramo de extração de Petróleo e Gás – no Brasil e no mundo -, para
posteriormente relacioná-lo aos principais impactos da atividade. Após essa
ETAPA 1 - Análise de Impactos Ambientais Causados pelo Setor de Extração de Petróleo e Gás
ETAPA 2 - Estruturação da Base de Dados da FIERN – Relação de Empresas
ETAPA 3 - Seleção de Variáveis do Modelo – DEA
ETAPA 4 - Coleta de Dados
ETAPA 5 - Aplicação do Modelo de Avaliação de Desempenho – DEA
ETAPA 6 - Análise dos Resultados
66
inferência, o foco passou a ser a atuação, e o consequente impacto ambiental
dessas empresas na cidade de Mossoró-RN.
Portanto, objetivando embasar o processo de escolha das variáveis, foram
analisadas características socioeconômicas, técnicas, e ambientais, buscando-se
conhecer de forma ampliada as características e implicações dessa atividade no
cotidiano das empresas e das pessoas.
Etapa 2 - Estruturação da Base de Dados da FIERN – Relação de Empresas
Nessa fase, foram selecionadas todas (dezenove) as empresas do ramo de
Extração de Petróleo e Gás, através do Cadastro Industrial da FIERN, referente ao
ano de 2012. O critério de seleção partiu de uma análise da cadeia de petróleo e
gás, focada em um ramo específico – Extração de Petróleo e Gás Natural -, para
facilitar a comparação e não tendenciar os resultados da pesquisa.
Tabela 7: Campo Amostral (Empresas de Exploração e Produção)
N0 CNPJ NOME DE FANTASIA 01 08.270.816/0001-47 ALLPETRO EXPLORACAO E COMERCIO DE
PETROLEO
02 06.357.907/0002-70 AURIZONIA PETRÓLEO S.A.
03 52.127.214/0003-99 CENTRAL RESOURCES DO BRASIL
PRODUCAO DE PETROLEO LTDA.
04 01.617.668/0001-45 EMPERCOM
05 04.981.605/0001-61 EMPERCOM PERFURACAO
06 01.582.083/0001-37 GENESIS 2.000 EXPLORACAO E
PRODUCAO DE HIDROCARBONETOS LTDA
07 66.745.472/0006-96 LEQUIP IMPORTACAO E EXPORTACAO DE
MAQUINAS
08 05.002.889/0002-40 PARTEX DO BRASIL LTDA
09 03.571.723/0002-10 PETROGAL DO BRASIL LTDA
10 33.000.167/0009-69 PETROBRAS
11 33.000.167/1086-54 PETROBRAS
12 33.000.167/1049-00 PETROBRAS
13 03.951.809/0002-78 PETROSYNERGY LTDA
14 05.273.431/0002-26 POTIÓLEO S/A
15 06.349.839/0001-16 QUANTRA PETROLEO S.A
16 30.521.090/0010-18 QUEIROZ GALVAO OLEO E GAS S/A
67
Fonte: FIERN (2012) Disponível em < http://cadindustrial.fiern.org.br/consulta.php
Esse número de Unidades Tomadoras de Decisões – DMU‟s (empresas) é
considerado suficiente, pois a ideia central da dissertação não é estabelecer
comparativos de performances ambientais, e sim propor o desenvolvimento de um
mecanismo capaz de aferir o grau de eficiência relativa das empresas em relação à
diminuição ou mitigação dos impactos ambientais.
É possível que um grande número de DMU‟s reduza a capacidade da DEA
em evidenciar as unidades eficientes de ineficientes. Sendo assim, deve-se procurar
um ponto de equilíbrio na quantidade de variáveis e DMU‟s escolhidas, visando
aumentar o poder discriminatório dessa técnica (LINS; MOREIRA, 1999).
Etapa 3 - Seleção de Variáveis do Modelo – DEA
A seleção das variáveis constitui uma das etapas mais criteriosas e
importantes da utilização do DEA, pois é com base nessas que a técnica afere os
escores de (in) eficiência, daquilo que se pretende avaliar.
De acordo com Melo et al. (2005), a escolha das variáveis de entrada (inputs)
e saídas (outputs) deve ser feita levando-se em consideração uma ampla lista de
possíveis variáveis ligadas ao modelo. Esta listagem deve ter a capacidade de
permitir um conhecimento amplo sobre as unidades a serem avaliadas.
Para Gomes e Mangabeira (2004), na construção do Modelo DEA, deve-se
verificar inicialmente quais variáveis, serão consideradas inputs e quais serão
consideradas outputs. Desse modo, um modelo com um grande número de
variáveis, pode revelar muitos resultados 100% (cem por cento) eficientes. Existe
uma recomendação empírica que o número de DMU‟s, seja pelo menos duas vezes
maior que o número de variáveis.
Com base na atividade e levando-se em conta aspectos de sustentabilidade,
foram preliminarmente destacadas as variáveis: Número de ocorrências ambientais,
17 15.676.893/0017-24 SAN ANTONIO INTERNACIONAL DO
BRASIL SERVICOS DE PETROLEO LTDA
18 03.347.723/0004-00 SONANGOL STARFISH OIL & GAS S.A.
19 03.605.739/0003-87 UNOPASO EXPLORACAO E PRODUCAO DE
PETROLEO E GAS LTDA.
68
Quantidade de engenheiros ambientais, Lucro, Receitas, Ativos Ambientais,
Passivos Ambientais, Quantidade de resíduos sólidos, Quantidade de água utilizada,
Quantidade de Energia utilizada, Numero de funcionários, Número de horas de
capacitação e qualificação na área de meio ambiente, e Quantidade de Projetos e
ações de mitigação de impactos ambientais.
No entanto, em decorrência da particularidade da atividade – Extração de
Petróleo e Gás -, da técnica de avaliação, e dos impactos decorrentes do processo
produtivo, foram selecionados os seguintes construtos, conforme a Tabela 8.
Sugere-se que a determinação das variáveis, leve em consideração as
informações contidas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), no Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA), Relatório de Controle Ambiental (RCA), dentre outros
documentos e relatórios que sejam capazes de evidenciar os pontos críticos de
degradação ambiental na atividade produtiva.
Tabela 8: Variáveis (insumos/produtos)
VARIÁVEIS INSUMOS/PRODUTOS
Kg de Resíduos Sólidos Gerados Produto
Água Utilizada (R$) Insumo
Energia Utilizada (R$) Insumo
Número de Funcionários Insumo
Receitas Produto
Lucro Produto
Total de Ativos Ambientais Produto
Fonte: Elaboração Própria
Etapa 4 – Coleta de Dados
A coleta de dados se deu através de um questionário com perguntas semi
estruturadas, sobre as variáveis estabelecidas (aspecto qualitativo) e as unidades de
medidas (aspecto quantitativo) nas empresas objeto de estudo. Ver Apêndice 1.
É importante destacar que não existe correspondência entre o nome da
empresa listada na Tabela 7, e as letras que as representam na Tabela 9. Tal
69
circunstância se deve a questões éticas e de preservação de identidade das
organizações objeto do estudo.
Etapa 5 – Aplicação do Modelo de Avaliação de Desempenho - DEA
A operacionalização do sistema para a avaliação de desempenho ambiental
das empresas do ramo de Petróleo em Mossoró-RN, foi realizada pelo software livre
SIAD V.3.0 - Sistema Integrado de Apoio a Decisão V.3.0, desenvolvido pelo Grupo
de Apoio a Decisão da Universidade Federal Fluminense (ÂNGULO MEZA, et al.,
2005)
Segundo Santana et al. (2006), a DEA permite que os resultados sejam
analisados sob duas orientações, quais sejam, para os inputs e para os outputs.
Para fins, da consecução desta dissertação, foi adotada a orientação para outputs,
ou seja, para as saídas (resultados).
Para essa proposta, foi utilizado modelo o BCC, uma vez que as DMUs
apresentam tamanhos e estruturas diferentes entre si e que não há linearidade
comprovada entre os inputs e os outputs.
A partir da utilização de DEA, foi possível estabelecer uma comparação das
empresas do ramo de extração de petróleo e gás, no que concerne, a aspectos que
promovem eficiência ambiental, e ainda, permitiu compreender as diferentes
realidades, identificando a situação atual do seu desempenho e os fatores que mais
impactam o seu desempenho ambiental.
Etapa 6 – Análise dos Resultados
Nesta fase foram discutidos os resultados obtidos, sobre a conjuntura da
performance ambiental das empresas (eficiências ou ineficiências), conforme o
modelo DEA, destacando proposições de atuação para a efetividade de melhorias
em suas ações e metas ambientais.
70
5.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL NAS EMPRESAS DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL
A principal proposta, para a condução desta dissertação foi o
desenvolvimento de um mecanismo de avaliação de desempenho ambiental, com
bases não paramétricas. Portanto, o procedimento de análise do desempenho
ambiental nas empresas do ramo de Extração de Petróleo e Gás, se deu a partir das
relações entre os insumos e produtos (variáveis), que foram selecionados, levando-
se em conta sua relevância para atividade e o seu potencial de poluição.
Preliminarmente foram definidas como variáveis de acordo, com a Figura 13,
os itens Número de funcionários, Água utilizada (R$), e Energia utilizada (R$),
representando os insumos; e Kg de Resíduos sólidos gerados, Receitas, Lucros e
Ativos Ambientais, designando os produtos.
A escolha das variáveis deve ser procedida, inicialmente observando-se os
aspectos legais, que se coadunam com os construtos sócio/econômico/ambientais
mais utilizados nos processos produtivos da organização.
Figura 143: Insumos e Produtos Selecionados Fonte: Elaboração Própria
O banco de dados foi construído através de uma pesquisa de campo, sobre
aspectos ambientais e econômicos, junto ás empresas do ramo de Extração de
Petróleo e Gás, tomando-se como referencia informações do ano de 2012.
INSUMOS
- Número de Funcionários;
- Água Utilizada (R$);
- Energia Utilizada (R$)
PRODUTOS
- Resíduos Sólidos Gerados;
- Receitas;
- Lucros;
- Ativos Ambientais
71
Quanto as variáveis ambientais, foi possível observar, que quase todas as
organizações mantinham informações sistematizadas sobre ações de minimização
de impactos. Por outro lado, as informações sobre variáveis econômicas, como
receitas, lucros e ativos ambientais, foram obtidas com base em estimativas, pois
algumas dessas empresas não são obrigadas por Lei a elaborarem ou publicarem
suas demonstrações financeiras.
Assim sendo, através da Análise Envoltória de Dados (DEA), foi possível
definir um índice de eficiência ambiental dentro de um conjunto de Unidades de
Tomada de Decisão - DMU´s, visando possibilitar uma melhor comparação e o
estabelecimento de um benchmarking.
A utilização da técnica não estabelece um padrão de eficiência externo, ou
seja, a eficiência será medida, em relação aos dados provenientes do conjunto de
DMU´s estudado. Portanto, não foi criada uma unidade ótima pelo método e, sim,
alguns parâmetros a partir de comparações entre as unidades do grupo, definindo
àquelas que desenvolvem as melhores práticas de diminuição de impactos
ambientais.
Os principais produtos, dentro da combinação de variáveis, que foi
determinante para a eficiência ambiental dessas empresas, foram à quantidade de
Energia e Água utilizada, e a quantidade de resíduos sólidos gerados. Deste modo,
quanto menos energia e água forem consumidos, e resíduos sólidos gerados, mais
eficientes são as DMU´s.
Na concepção convencional de utilização da DEA, a Eficiência Técnica é
mensurada, através da equação, ET= produtos
insumos; onde, a eficiência é obtida quando
essa relação evidencia um índice igual a 1,0 ou 100%, ou seja, quanto mais distante
de um, menos eficiente é a DMU.
Contudo, no referido estudo, a presente modelagem utilizou o output indesejável
referente à Quantidade de Resíduos Sólidos como um output, medido em toneladas
e sendo convertido através da equação, RS = RSQnt.
1, por se tratar de uma variável
negativa, ou seja, quanto menos energia e água consumida (inputs), e resíduos
sólido, mais eficiente do ponto de vista ambiental é a organização.
72
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo, serão relatados os resultados obtidos com base na pesquisa
realizada, enfocando seus aspectos mais relevantes, e ainda suas eventuais
limitações, decorrentes de algum procedimento que possa provocar alguma
tendência nos resultados.
6.1 DISCUSSÕES
Com base no exposto, foi possível observar, além da importância econômica
exercida pela atividade petrolífera no Estado do Rio Grande do Norte,- em especial
para a cidade de Mossoró, que apesar dos impactos gerados, essa cadeia
produtiva, tem buscado inserir em seu cotidiano, a preocupação com questões
socioambientais e a promoção da sustentabilidade em seus moldes produtivos.
Portanto, o objetivo geral deste trabalho, consistiu em desenvolver um
mecanismo de avaliação de desempenho ambiental na indústria petrolífera da
cidade de Mossoró, com o intuito de auxiliar os gestores na busca de soluções ou
alternativas na atenuação ou mitigação de impactos ao meio ambiente. O
atingimento desse objetivo pode ser melhor observado no Capítulo 5, que trata da
técnica utilizada – Análise Envoltória de Dados (DEA), baseando-se em um modelo
BCC – Produto (negativo), que qualificou as organizações conforme um parâmetro
de eficiência.
Vale salientar de acordo com Lobo et al. (2011), a primeira publicação sobre
avaliação de eficiência através da DEA foi realizada em unidades de saúde, nos
Estados Unidos em 1983, que tratou da comparação de serviços de enfermagem, no
entanto, nos últimos anos, inúmeros outros setores vem utilizando a técnica como
uma forma de aferir seu desempenho.
Entre alguns protótipos de avaliação ambiental, temos o trabalho
desenvolvido por Ramanathan (2005) que utilizou a DEA para avaliar a eficiência
operacional e de emissão de gás de efeito estufa do transporte de passageiros e
cargas nos modos rodoviários e ferroviários na Índia, estabelecendo como variável
73
de entrada (inputs), a energia utilizada e como variáveis de saída (outputs)
passageiro/km e toneladas/km.
Como desdobramento do objetivo geral, o primeiro objetivo específico, visou
discorrer sobre a estrutura dos indicadores de avaliação de desempenho ambiental.
Essa proposição foi atendida, conforme descrição no referencial teórico do Capítulo
3, que evidenciou as principais metodologias de avaliação, e os critérios para a
criação e o desenvolvimento de indicadores ambientais.
O segundo objetivo específico, tratou sobre a eficiência ou ineficiência
ambiental das empresas de Extração de Petróleo e Gás, com base nas variáveis
criteriosamente selecionadas e processadas pelo software SIAD V.3.0. Esse objetivo
foi alcançado no Capítulo 6, que traz na Tabela 9 os escores de eficiência obtidos.
O terceiro objetivo específico foi identificar as principais variáveis escolhidas
que influenciam positiva ou negativamente na eficiência ambiental; o qual, foi
contemplado também neste capítulo.
Gabriele et al. (2013), em um estudo sobre a eficiência ambiental dos modos
de transporte rodoviário e ferroviário no mundo, estabeleceram como produto
indesejado do processo produtivo as emissões de gases de CO2, sendo tratado pela
modelagem em DEA como output indesejável.
Nesta mesma tendência a quantidade de resíduos sólidos foi empregada
como produto indesejado, junto a outros, tais como Receitas, Lucros e Ativos
Ambientais, constantes na Figura 13. Portanto, a escolha das variáveis deve ensejar
os componentes mais utilizados no processo produtivo, consoante à legislação
vigente e aqueles que causam mais impactos no meio ambiente.
A pesquisa partiu da hipótese preliminar, que dada à relevância da atividade
petrolífera para a cidade de Mossoró-RN, e os imperativos da Legislação em vigor, a
maioria das empresas de Extração de Petróleo e Gás, desenvolvem políticas
socioambientais, que se coadunam com os princípios básicos da sustentabilidade.
A medida de eficiência em DEA foi realizada por programação linear,
mediante a comparação de um conjunto de unidades semelhantes, que consomem
os mesmos inputs (recursos) para produzir os mesmos outputs (produtos),
diferenciando-se basicamente nas quantidades consumidas e produzidas. Partindo
do pressuposto, de que a produção deriva um processo, onde recursos são
utilizados para gerar produtos, a fronteira de produtividade pode ser definida como a
74
máxima quantidade de outputs obtida a partir dos inputs utilizados, desde que
nenhuma DMU tenha eficiência superior a 1,00 ou 100% (LOBO, et al. 2011).
Para Banker et at. (1984) apud Lobo et al. (2011) essa definição representa o
modelo dos multiplicadores, onde as variáveis obtidas passam a ser representadas
com pesos que influenciam diretamente nos resultados. Contudo, uma das
limitações da estrutura matemática desse modelo é que, na busca da solução ótima,
podem ser gerados pesos nulos para variáveis importantes e, portanto, resultados
que condizem com a realidade.
Em situações como esta, e no caso da variável ser tratada como essencial, ou
de existir a necessidade de uma relação numérica lógica entre as variáveis, o
modelo pode ser alterado com a introdução de restrições aos pesos (ALLEN et al.,
1997). Apesar de não apresentar restrição ao peso, a variável Resíduo Sólido, foi
convertida através da equação RS = RSQnt.
1, para representar a ideia inversa na
obtenção do índice 1,0, ou seja, quanto menos resíduo sólido, mais eficiente.
Neste sentido, a tabela 9 mostra as informações sobre os escores de
eficiência ambiental das empresas, que por questões de confidencialidade, estão
representadas através de letras e não mantém correspondência com a Tabela 7.
Tabela 9: Resultados utilizando o modelo BCC, orientação output
DMU PADRÃO
(Eficiência)
A 0,843228
B 1,000000
C 1,000000
D 1,000000
E 0,679121
F 1,000000
G 1,000000
H 1,000000
I 1,000000
J 1,000000
L 1,000000
75
M 0,581831
N 1,000000
O 1,000000
P 1,000000
Q 1,000000
R 1,000000
S 1,000000
T 0,832715
Fonte: Elaboração própria
Com base na tabela 9, a hipótese pôde ser confirmada, pois 78,9% das
empresas apresentaram índices de eficiência ambiental 1,0 (um), revelando dessa
forma, que dentro desse agrupamento de DMU´s, apenas 21,1 % não são eficientes.
É importante destacar que alguns trabalhos sobre a temática não utilizam a
DEA como forma de mensuração direta de eficiência ambiental, acerca disso Silva e
Sampaio (2009), afirmam que a relação entre eficiência técnica e o impacto no meio
ambiente devem ser vistos com prudência.
Outra forma de evidenciação conforme o Gráfico 3, revela que apenas quatro
DMU´s, (A, T, E e M) foram ineficientes. As empresas A e T apresentaram índices
superiores a 0,8, o que teoricamente não é resultado insatisfatório, enquanto que, as
empresas E e M, influenciadas possivelmente pelo consumo de água e energia,
quantidade de resíduos sólidos geradas, número de funcionários, revelaram índices
de 0,65 e 0,58 respectivamente; ou seja, bem abaixo do benchmarking.
Gráfico 3: Dispersão dos Índices de Desempenho Ambiental
Fonte: Elaboração Própria
76
De acordo com a Figura 14, e o Apêndice 3, foi possível observar as variáveis
mais relevantes na obtenção dos resultados. Sendo assim, a quantidade de
Energia/Água consumida, e Resíduos Sólidos Gerados, foram as variáveis com
maior peso, e, por conseguinte, as variáveis econômicas como Receitas, Lucros e
Ativos ambientais, e a quantidade de funcionários, provocaram influência mínima,
configurando um fato positivo, em virtude dessas informações, não expressarem
confiabilidade.
Pode-se inferir que o apontamento da quantidade de energia e água consumida,
e de Resíduos Sólidos Gerados, como principais construtos dos escores, se dá pela
necessidade de otimização dos processos produtivos, e diminuição de rejeitos.
Figura 154: Peso das Variáveis Fonte: Elaboração Própria
A desqualificação das variáveis econômicas como Receitas, que são todos os
recursos provenientes da venda de mercadorias ou da prestação de serviços; dos
Lucros, que representam o resíduo derivado do confronto entre as receitas e os
custos/despesas; e dos Ativos Ambientais, entendido como as aplicações em meios
patrimoniais utilizados para a recuperação ou preservação do meio ambiente; pode
ser concebida pelo fato não representarem uma relação direta com o formato
estrutural de um indicador ambiental, e além do mais, por apresentarem certa
discrepância do contexto vivendo pelas organizações.
Ainda, como parte integrante, dos resultados processados pelo software
SIAD. 3.0, foram expostos os benchmarks do modelo, na Tabela 10, que são as
77
unidades eficientes e consequentemente, os parâmetros a serem seguidos pelas
unidades ineficientes. Dessa forma, uma unidade eficiente pode ser referência para
várias ineficientes, bem como, uma unidade ineficiente pode ter mais de uma
eficiente como referência.
De acordo com Silva e Sampaio (2009) que utilizaram a ferramenta DEA para
aferição da eficiência técnica na criação de camarão em estuários do Rio Grande do
Norte, a ineficiência técnica traz implicações diretas no meio ambiente, pois
consome recursos desproporcionais, afetando a produtividade e consequentemente
impactando o meio ambiente.
Acerca disso Martinez-Cordero e Leung (2004) em um estudo similar, também
sobre a criação de camarões e utilizando-se da DEA, verificaram que o manejo
inadequado da ração em criatórios no período pós-larva, além do desperdício,
provoca sérias implicações ao meio ambiente, visto que, é responsável por 76% das
emissões de nitrogênio no ambiente.
Portanto, para alcançar a eficiência, deve-se buscar reavaliar a alocação de
insumos, sempre objetivando maximizar os resultados. Sendo assim, no que diz
respeito à proposta de avaliação de desempenho ambiental na indústria petrolífera,
como a quantidade de resíduos sólidos, é um produto negativo, a eficiência é
representada pela redução das quantidades e não no seu aumento. Em suma, as
unidades que precisam refazer seu processo alocativo de insumos/produtos, devem
seguir as práticas ambientais das unidades eficientes de forma proporcional,
levando-se em consideração as variáveis que mais influenciam no resultado.
Tabela 10: Benchmarkings do Modelo
DMU
Ineficiente
BENCHMARKS
A P
E O
M P
T O
Fonte: Elaboração Própria
78
De acordo com a supracitada e o Apêndice 2, é possível sugerir que as
DMU´s ineficientes A e M, devem tomar como referência a função de produção da
DMU P, que dentre todas as unidades foi a que apresentou os melhores índices,
sendo 0,76073763 e 0,72402361, respectivamente. A DMU A, apresentou o maior
escore de desempenho ambiental, em relação as unidades ineficientes, porém, a
DMU M, logrou o pior resultado, conforme Tabela 9. Contudo, as DMU´s E e T, tem
como benchmarking, igualmente a DMU O, que apresentou índice de 0,08743219
em relação a E, e em outro extremo, 0,32507973 para a DMU T.
6.3 FRAGILIDADES E LIMITAÇÕES
Mediante a realização deste trabalho, foram percebidos alguns fatores que
podem de certo modo, provocar alguma fragilidade ou limitação na obtenção dos
resultados. Esses aspectos podem variar, desde a fidedignidade das informações
fornecidas pelas empresas, até o manuseio incorreto do software, por exemplo.
Sendo assim, a utilização da técnica DEA, prescrevemos uma fragilidade,
consoante com Lopes e Toyshima (2008), que o número de variáveis deve ser bem
inferior ao número de unidades produtivas, pois, uma relação de muita equidade
pode provocar a tendência de muitas unidades se situarem sobre a fronteira, ou
seja, obterem a máxima eficiência, como ocorreu no caso deste trabalho.
Para Gomes et al. (2004) existe uma recomendação empírica que o número
de DMU´s, seja pelo menos o dobro ou o triplo do número de variáveis. Em se
tratando, do caso proposto, o número de variáveis foi de pouco mais do dobro, visto,
terem sido avaliadas 19 (dezenove) DMU´s e serem selecionados 07 (variáveis)
entre insumos e produtos. Porém, essa circunstância não deve exprimir tanta
importância, uma vez que, o objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho
ambiental da indústria de Petróleo, através da Análise Envoltória de Dados – DEA, e
não ranquear essas empresas como eficientes e não eficientes.
Ainda, acerca do número de variáveis, González Araya (2003), afirmam que
essa relação deve ser ainda maior (4 a 5 vezes); principalmente, se além dos
índices de eficiência, objetiva-se analisar os benchmarks das unidades avaliadas.
79
Outra limitação observada no estudo, diz respeito à definição do benchmark,
que segundo Bowersox e Closs apud Novaes (2004) são procedimentos
sistemáticos aproveitados com vistas, a identificar as melhores práticas, num
determinado sistema, buscando modificar a atuação de uma unidade qual seja, de
forma a atingir um nível de desempenho superior.
Contudo, a medida de eficiência do benchmarking é obtida dentro de um dado
universo, ou seja, não são considerados padrões, que estejam fora da abrangência
do estudo. Assim sendo, corre-se o risco de existirem DMU´s mais eficientes do que
as avaliadas, e não serem contempladas pela pesquisa.
Figueiredo (2009) revela que uma desvantagem da DEA, é não se poder
testar os resultados com o rigor estatístico dos métodos paramétricos; podendo,
dessa forma, haver a possibilidade da ocorrência de erro referente à estimação da
fronteira, pois os insumos e produtos são variáveis aleatórias.
Em se tratando dos dados coletados, uma fragilidade observada, diz respeito
às informações de cunho econômico, cujo teor, denota a percepção de que alguns
valores das receitas, lucros ou ativos ambientais, podem estar super ou
subfaturados (ver apêndice 1). Essa circunstância aduz o motivo, pela qual, essas
variáveis não representaram quase nenhuma relevância nos resultados
apresentados pelo sistema de informação.
80
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta da avaliação de desempenho na indústria de Petróleo e Gás tem
como premissa básica, identificar pontos de ineficiência e, a partir deles, buscar e
desenvolver alternativas para a diminuição dos impactos que essa atividade
ocasiona ao meio ambiente.
Contudo, apesar da obtenção de um parâmetro de mensuração de eficiência,
se faz necessário analisar uma diversidade de contextos, que permeia o cotidiano
dessas organizações. Portanto, é importante destacar, que qualquer alteração
sistêmica, como a alocação de uma nova unidade no campo amostral, de inclusão
ou exclusão de uma variável, os índices podem sofrer alterações, em relação à
in(eficiência) ambiental.
Entretanto, convém realizar um estudo qualitativo mais aprofundado com
vistas a entender os principais aspectos que contribuem para a eficiência dessas
organizações, bem como as estratégias adotadas em parte da cadeia analisada –
Extração de Petróleo e Gás - que podem ter contribuído para estes resultados.
Outros estudos futuros podem ser sugeridos, como por exemplo, a realização
de uma análise com a utilização da técnica de avaliação de desempenho ambiental
em outras componentes da cadeia produtiva do Petróleo com características mais
homogêneas, com maior rigor estratégico na definição de variáveis e com maior
abrangência territorial a fim de maximizar o número de unidades tomadoras de
decisão.
Pressupõe-se com base nos resultados obtidos, que fatores como a redução
da quantidade energia e água em seus processos produtivos, são fundamentais
para a melhoria do desempenho ambiental de toda e qualquer organização. No que
diz respeito à quantidade e composição dos resíduos, se faz necessário que as
empresas do ramo de Extração de Petróleo e Gás em Mossoró/RN, desenvolvam
um sistema de gerenciamento ou promovam mudanças em seus processos
objetivando reduzir os resíduos sólidos gerados.
Pois, fatores como estes trazem implicações diretas, para os resultados
econômicos e financeiros dessas empresas, considerando que sua armazenagem,
transporte e destinação demandam custos elevados implicando na lucratividade.
81
Com base no exposto, espera-se que dado o desenvolvimento de novas
tecnologias e o desenvolvimento de métodos de atuação na cadeia produtiva do
Petróleo, a utilização de recursos naturais, materiais e financeiros, seja cada vez
menor, na busca da maximização dos resultados, e no incremento da
sustentabilidade ambiental, como uma política permanente na estrutura dos
negócios deste setor.
82
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APENDICE 1 – BANCO DE DADOS (REFERÊNCIA MENSAL)
DMU
INSUMOS PRODUTOS
FUN.
(Qnt.)
AP.
(R$)
EP.
(R$)
RS.
(Kg)
REC.
(R$)
LUC.
(R$)
ATA.
(R$)
A 40 13850 19680,3 0,000454545 900000 480000 11000000
B 650 27430,12 13731,97 0,000833333 300000 120000 25000000
C 22 22730 18340,8 0,000333333 4500000 2400000 15000
D 4 14202,16 11308,1 0,00125 750000 1200000 4000000
E 128 41800 29570,1 0,00025 4000000 2000000 10000000
F 4 13008 17300 0,001666667 3000000 1200000 5800000
G 4 8400 5200 0,001 1500000 800000 4000000
H 5 7200 6100 0,001666667 1000000 400000 5000000
I 14 31000 29600 0,0005 1436704 330749 13922451
J 9 28890 32532 0,000133333 6000000 632700 12000000
L 4 25400 28700 0,000333333 4000000 450000 7500000
M 16 19000 16000 0,0002 2000000 480000 8000000
N 952 18540,13 27890,3 0,000125 9609001 3500000 17000000
O 80 32000 28500 0,000166667 8000000 3900000 15000000
P 6 13500 11800 0,00025 5000000 530000 14000000
Q 3 8000 10300 0,001 2000000 300000 5000000
R 3 6000 8000 0,0005 1000000 350000 6000000
S 829 28785,17 21902,08 0,000142857 8458900 2171308 18500000
T 349 23906,17 21855,26 0,0002 5260820 1800000 14000000
Legenda: FUN = Número de Funcionários; AP = Água Utilizada nos Processos; EP
= Energia Utilizada; RS = Quantidade Resíduos Sólidos Gerados; REC = Receitas;
LUC = Lucros; e ATA = Ativos Ambientais.
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APENDICE 2 - TABELA DE BENCHMARKING
DMU
DMU´s Eficientes (Benchmarking)
B C D F G H I J L
A 0,053196 0 0 0,11493493 0 0,066356 0 0,004776 0
B 1 0 0 0 0 0 0 0 0
C 0 1 0 0 0 0 0 0 0
D 0 0 1 0 0 0 0 0 0
E 0,106969 0 0,11609467 0 0 0 0 0,062869 0
F 0 0 0 1 0 0 0 0 0
G 0 0 0 0 1 0 0 0 0
H 0 0 0 0 0 1 0 0 0
I 0 0 0 0 0 0 1 0 0
J 0 0 0 0 0 0 0 1 0
L 0 0 0 0 0 0 0 0 1
M 0,003888 0 0 0,04508264 0 0 0 0,139574 0
N 0 0 0 0 0 0 0 0 0
O 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Q 0 0 0 0 0 0 0 0 0
R 0 0 0 0 0 0 0 0 0
S 0 0 0 0 0 0 0 0 0
T 0,141376 0 0 0 0 0 0 0 0
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DMU
DMU´s Eficientes (Benchmarking)
N O P Q R S
A 0 0 0,760738 0 0 0
B 0 0 0 0 0 0
C 0 0 0 0 0 0
D 0 0 0 0 0 0
E 0 0,714067 0 0 0 0
F 0 0 0 0 0 0
G 0 0 0 0 0 0
H 0 0 0 0 0 0
I 0 0 0 0 0 0
J 0 0 0 0 0 0
L 0 0 0 0 0 0
M 0 0,087432 0,724024 0 0 0
N 1 0 0 0 0 0
O 0 1 0 0 0 0
P 0 0 1 0 0 0
Q 0 0 0 1 0 0
R 0 0 0 0 1 0
S 0 0 0 0 0 1
T 0,144455 0,32508 0,278222 0 0 0,110867
97
APÊNDICE 3 – PESO DAS VARIÁVEIS
DMU Peso FUN Peso AP Peso EP Peso RS Peso REC Peso LUC Peso ATA
A 0,00155311 0,00000426 410,45867 0,00000004
0,00000007
0,00000006 1,04455590
B 0,00068323 0,00000234 533,33319 521,26682
0,00000014
0,00000002 1,0000000
C 0,01711629 0,00002729 470,17285 0,00000042
0,00000047 - 0,00000003 1,0000000
D 0,18479608 0,00002306 0,00002319 0,00000058
0,00000008
0,00000005 0,0000000
E 0,00157937 487,94481 487,94481 0,00000005
0,00000005
0,00000008 1,14381280
F 0,16235765 0,00002026 0,00002075 0,00000051
0,00000007 - 0,00000003 0,00000000
G 0,25840166 0,00004806 0,00000053 0,00000073
0,00000010 - 0,00000002 -0,86587660
H 0,21916431 0,00022222 1.268,08 0,00000024
0,00000008 - 0,00000024 0,35917216
I 0,00132761 356,97899 0,00000002 -0,00000008
0,00000007
0,00000007 0,84774042
J 0,31582352 0,00000819 0,00000015 0,0000004
0,00000018
0,00000011 0,98141341
L 0,00228588 0,00000627 604,1177 0,00000006
0,00000058
0,00000011 0,00000000
M 0,00004722 0,00000259 0,0000087 0,00000009
0,00000004
0,00000001 1,58180530
N 0,00004925 0 0,00000019 0,0000001
0,00000004 - 0,00000005 1,58180530
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T
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