UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS,
SOCIAIS E DA NATUREZA – PPGEN
LUCIANA IDALGO DA SILVA
O USO DO FACEBOOK NO CONTEXTO ESCOLAR: OS GÊNEROS
MEME E FOTOPOEMA PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL EM LÍNGUA
INGLESA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Londrina
2016
LUCIANA IDALGO DA SILVA
O USO DO FACEBOOK NO CONTEXTO ESCOLAR: OS GÊNEROS
MEME E FOTOPOEMA PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL EM LÍNGUA
INGLESA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre. Área de Concentração: Ensino, Ciências e Novas Tecnologias. Orientadora: Prof.ª Dra. Alessandra Dutra.
Londrina
2016
TERMO DE LICENCIAMENTO
Esta Dissertação e o seu respectivo Produto Educacional estão licenciados sob uma
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4.0 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite o endereço
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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências
Humanas, Sociais e da Natureza.
PPGEN
TERMO DE APROVAÇÃO
O USO DO FACEBOOK NO CONTEXTO ESCOLAR: OS GÊNEROS
MEME E FOTOPOEMA PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL EM LÍNGUA
INGLESA
por
LUCIANA IDALGO DA SILVA
Dissertação de Mestrado apresentada no dia 10 de dezembro de 2016 como requisito
parcial para a obtenção do título de MESTRE EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS,
SOCIAIS E DA NATUREZA pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências
Humanas, Sociais e da Natureza – PPGEN, Câmpus Londrina, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. A mestranda foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos
professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o
trabalho APROVADO. (Aprovado ou Reprovado).
Profa. Dra. Alessandra Dutra (UTFPR)
Orientadora
Prof. Dr. Givan José Ferreira dos Santos (UNIOESTE)
Membro Titular
Profa. Dra. Michele Salles El Kadri (UEL)
Membro Titular
Profa. Dra. Alessandra Dutra Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ensino de
Ciências Humanas, Sociais e da Natureza – PPGEN. A FOLHA DE APROVAÇÃO ASSINADA ENCONTRA-SE ARQUIVADA NA SECRETARIA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E DA NATUREZA – PPGEN.
Dedico este trabalho à minha família, por todo apoio, incentivo e amor dispensados a este período tão importante de minha vida. Por sempre estarem ao meu lado mesmo com a distância, me amparando desde o processo de seleção até a banca de defesa.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por ter colocado
pessoas especiais no meu caminho profissional, as quais me guiaram e
incentivaram a aperfeiçoar a minha carreira acadêmica.
À minha família, que sempre me apoiou e me incentivou a ter forças e nunca
desistir de lutar. Que sempre estive ao meu lado, me dedicando amor, agindo com
paciência até nos momentos mais difíceis. Que representam a minha maior
motivação e que são a base da minha vida e da pessoa que eu sou.
Aos meus amigos que sempre me apoiaram e que estiveram ao meu lado
durante todo este percurso. Que comemoraram comigo quando fui aprovada na
seleção e que agora comemorarão mais essa conquista em minha vida.
Aos professores do Mestrado em Ensino, da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, por compartilharem seus conhecimentos, e me proporcionarem a
oportunidade de aprender com cada um de deles.
Sou grata a todos que, direta ou indiretamente, participaram da minha vida
de mestranda, que foi árdua, intensa e muito gratificante!
IDALGO, Luciana. O uso do Facebook no contexto escolar: os gêneros meme e fotopoema para a produção textual em Língua Inglesa. 2016. 62 fls. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina. 2016.
RESUMO As novas tecnologias estão sendo disponibilizadas no contexto escolar com grande variedade de recursos e meios de interação, os quais envolvem tanto os alunos quanto os professores. No entanto, essas novidades tecnológicas estão fazendo com que algumas escolas criem certa resistência aos meios digitais, por se tratar de um ambiente tradicionalmente conservador. Sendo assim, esta pesquisa tem por objetivos despertar o interesse dos alunos para o ensino de língua estrangeira por meio da utilização das TIC; criar uma página do Facebook, para a prática da habilidade de Writing, no tocante a produção dos gêneros digitais meme e fotopoema; aprofundar as técnicas de Writing dos alunos por meio do uso de diferentes métodos de interação como o Facebook e o WhatsApp; e apresentar e analisar a aplicação do Produto Educacional elaborado pela pesquisadora. Para isso, a pesquisa se baseia nos pressupostos de alguns estudiosos como Araújo e Leffa (2016); Phillips, Baird e Fogg (2012); e Marcuschi e Xavier (2004; 2010 e 2011), os quais discutem assuntos como a leitura e a produção textual na era digital e o ensino de línguas com uso das novas tecnologias. Como procedimentos metodológicos foram utilizadas as pesquisas descritiva, bibliográfica, analítica, experimental, de campo e pesquisa-ação. Para obterem-se os dados, analisaram-se os resultados das produções dos gêneros meme e fotopoema com base em alguns critérios, sendo eles: em termos de engajamento dos alunos, de uso da Língua Inglesa, de pontos positivos levantados pelos alunos e de apropriação das características dos gêneros propostos. Acredita-se que as atividades propostas atenderam aos escopos e apresentaram pontos positivos, visto que houve a criação da página do Facebook, foi possível trabalhar a habilidade de Writing, os alunos produziram, de modo satisfatório e criativo, os gêneros meme e fotopoema, e suas produções textuais foram publicadas na rede social Facebook. Espera-se oferecer uma contribuição ao campo educacional, mais especificamente à área de ensino de Língua Inglesa. Palavras-chave: Novas Tecnologias. Ensino. Língua Inglesa. Produção Textual. Writing.
IDALGO, Luciana. The use of Facebook in the school context: the genres meme and fotopoema for the textual production in English Language. 2016. 62 pgs. Dissertation (Professional Master's Program in Teaching of Human Science, Social and Nature) - Federal Technological University of Paraná. Londrina, 2016.
ABSTRACT
The new technologies are being made available in the school context with a variety of resources and means of interaction, which involve both the students and the teachers. However, these technological innovations are doing some schools to create certain resistance to digital media, for this is a traditionally conservative environment. Thus, this research aims to arouse the interest of students to foreign language teaching through the use of ICT; to create a Facebook page, to practice the Writing skills, in relation to the production of the digital genres meme and photopoem; to deepen Writing techniques through the use of different methods of interaction such as Facebook and WhatsApp; and to present and analyze the educational product developed by the researcher. For this, the research is based on the assumptions of some authors like Araújo and Leffa (2016); Phillips, Baird and Fogg (2012); and Marcuschi and Xavier (2004; 2010 e 2011), which discuss issues such as reading and textual production in digital age and language teaching based on new technologies. As methodological procedures were used the descriptive research, literature, analytical, experimental, field and action research. To obtain the data, were analyzed the results of the productions of the genres meme and photopoema based on some criteria, being: in terms of engagement of the students, use of the English Language, positive points raised by the students and appropriation of the characteristics of the proposed genres. It is believed that the proposed activities met the scopes and presented positive points, since there was the creation of the Facebook page, it was possible to work on Writing's skills, the students produced, in a satisfactory and creative way, the genres meme and photopoem, and their textual productions were published on the social network Facebook. It is expected to offer a contribution to the educational field, specifically to the English Language teaching area.
Keywords: New Technologies. Teaching. English Language. Textual Productions. Writing.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E NOVAS TECNOLOGIAS ............................ 11
2.1 O Facebook como ferramenta para o ensino e aprendizagem de Língua
Inglesa......... ............................................................................................................. 15
2.2 Linguagem digital .............................................................................................. 23
2.3 O gênero meme ................................................................................................. 26
2.4 O gênero fotopoema ......................................................................................... 30
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 33
3.1 Tipos de pesquisa ............................................................................................. 33
3.2 O contexto da pesquisa .................................................................................... 35
3.3 Os participantes da pesquisa ........................................................................... 36
3.4 A elaboração do produto educacional ............................................................ 37
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 45
4.1 Produção dos memes ....................................................................................... 45
4.2 Produção dos fotopoemas ............................................................................... 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
8
1 INTRODUÇÃO
O contexto escolar encontra-se marcado pelo constante avanço tecnológico
na sociedade e a Internet constitui-se importante recurso no processo de ensino e
aprendizagem. Tal conjuntura exige maior atenção em relação à formação inicial
dos novos professores, bem como na formação continuada daqueles que já exercem
a profissão, uma vez que, atualmente, torna-se indispensável o letramento
tecnológico para a capacitação docente.
Devido a esse avanço, é importante que o professor adquira conhecimentos
tecnológicos e seja receptivo às mudanças sociais. Nessa linha de pensamento,
Cope e Kalantziz (2000) observam que a sociedade encontra-se em transformação e
que as relações de trabalho também mudam e passam a exigir profissionais com
iniciativa e pensamento crítico. Dessa maneira, o docente precisa estar em
constante busca para acompanhar as inovações tecnológicas presentes na
sociedade.
O educando está inserido desde muito pequeno no mundo digital e tais
inovações no ensino e aprendizagem estão desenhando um novo paradigma na
educação brasileira, o que muitas vezes resulta em desafios enfrentados pelos
professores e pela escola. No entanto, é por meio dessas novas tecnologias que
estão sendo disponibilizadas grandes variedades de recursos e de meios de
interação, e dentre eles está a rede social Facebook.
Conscientes das características desta atual sociedade tecnológica, na qual a
linguagem constitui o mecanismo mais importante de relação entre as sociedades,
percebe-se a importância que a tecnologia tem para o ensino de língua estrangeira,
como recurso que complementa as propostas de ensino. Desse modo, de que forma
o uso das novas tecnologias, com orientação e direcionamento, podem contribuir
para o ensino de Língua Inglesa no Ensino Médio?
Tendo em vista o cenário das novas tecnologias e pensando no uso do
Facebook como ferramenta de ensino, surgiu o interesse em saber como poderia ser
realizado o trabalho de produção textual na disciplina de Língua Inglesa por meio do
uso de uma página no Facebook, bem como em saber qual é a linguagem utilizada
nessa ferramenta. Conforme Marcuschi (2010), todos os textos se manifestam em
algum gênero textual e são reflexos do ambiente em que são produzidos. Ou seja,
9
para o autor, as comunicações efetuadas por meio de gêneros textuais existentes no
espaço virtual podem também ser chamadas de gêneros digitais.
Segundo Dudeney e Hockly (2007), as situações nas quais os professores
utilizam a tecnologia podem variar vastamente. A não disponibilidade de acesso aos
computadores, o receio às novas tecnologias e a falta de conhecimento e/ou
formação sobre o uso de recursos tecnológicos podem comprometer a utilização
dessas ferramentas em sala de aula. Dessa forma, a justificativa desta pesquisa
consiste em considerar o uso das novas tecnologias no ambiente escolar, para que,
por meio delas e juntamente com um trabalho organizado e sistemático, seja
possível utilizá-las para aprimorar o ensino de Língua Inglesa.
O interesse pelo tema surgiu de uma observação da pesquisadora em seu
contexto de trabalho, no qual sentia-se a falta de atividades voltadas para a
produção textual dos alunos, visto que o material adotado pela escola não
contemplava tal habilidade da Língua Inglesa. Para atender ao desenvolvimento
dessa competência linguística e ir ao encontro do interesse dos estudantes do
Ensino Médio, foram selecionados os gêneros meme e fotopoema, por se tratarem
de gêneros curtos e que possibilitam o exercício do potencial criativo, pertinentes
para iniciar o trabalho de Writing com os discentes. Devido à falta de tempo em sala
de aula para efetivar essa proposta, buscou-se realizar as produções fora do
ambiente escolar, utilizando ferramentas tecnológicas de fácil acesso e presentes na
vida desses estudantes.
Diante disso, esta pesquisa tem por objetivos despertar o interesse dos
alunos para o ensino de língua estrangeira por meio da utilização das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC); criar uma página do Facebook para a prática
da habilidade de Writing, no tocante a produção dos gêneros digitais meme e
fotopoema; aprofundar as técnicas de Writing dos alunos por meio do uso de
diferentes meios de interação como o Facebook e o WhatsApp; e apresentar e
analisar a aplicação do Produto Educacional elaborado pela pesquisadora.
A partir das reflexões sobre a importância de se utilizar as TIC no ambiente
escolar, o atual estudo tem por hipótese de que o uso da rede social Facebook no
Ensino Médio para trabalhar a produção textual em inglês pode contribuir para o
desenvolvimento da habilidade escrita de forma mais eficaz. Outra hipótese é a de
que o trabalho com a produção textual, pautado na utilização de recursos
10
tecnológicos conhecidos pelos alunos, seja mais dinâmico e motivador, trazendo
melhorias no que diz respeito ao ensino e aprendizagem da Língua Inglesa.
Dito isto, a primeira seção deste trabalho expõe o aporte teórico da pesquisa,
o qual foi subdividido em quatro partes, que contemplam as temáticas ligadas à
pesquisa e que abrangem o elemento central de investigação deste estudo. O
primeiro item diz respeito ao Facebook como ferramenta para o ensino e
aprendizagem de Língua Inglesa, e em seguida, é discutida a linguagem utilizada
nos ambientes virtuais, a linguagem digital. No terceiro item apresenta-se o gênero
meme e, na sequência, o gênero fotopoema. Entre os principais autores que
baseiam a pesquisa, estão Araújo e Leffa (2016); Phillips, Baird e Fogg (2012); e
Marcuschi e Xavier (2004; 2010 e 2011), os quais discutem assuntos como a leitura
e a produção textual na era digital e o ensino de línguas com o uso das novas
tecnologias.
Posteriormente, segue a seção referente aos procedimentos metodológicos
empregados neste estudo, no qual são descritos os tipos de pesquisa, o contexto e
os participantes da pesquisa, e a elaboração e aplicação das atividades contidas no
produto educacional. A seguir, exibe-se o capítulo de apresentação e análise dos
resultados obtidos a partir das produções textuais dos gêneros meme e fotopoemas,
realizadas com uma turma de primeiro ano do Ensino Médio de uma escola privada
situada ao norte do Paraná. As considerações finais retomam a pergunta de
pesquisa, os objetivos e os principais resultados alcançados, elencando as
dificuldades encontradas durante a realização deste estudo, bem como as
possibilidades de trabalhos futuros.
11
2 O ENSINO DE LINGUA INGLESA E NOVAS TECNOLOGIAS
As novas tecnologias vêm crescendo, tomando espaço nas mais variadas
esferas da sociedade, inclusive no ambiente escolar. No entanto, muitas vezes
algumas escolas criam certa resistência aos meios digitais, por se tratar de um
ambiente tradicionalmente conservador. Adotar novas técnicas de ensino é um
desafio que, de maneira inevitável, resultará em mudanças tanto na rotina dos
alunos quanto na dos professores, e mudar pode constituir um processo complexo
de assimilação, embora aprimorar a metodologia de ensino seja imprescindível para
a construção de novos conhecimentos.
Atualmente, faz-se indispensável pensar em transformações e melhorias para
o ensino, e para que seja possível a utilização favorável das Tecnologias de
Informação e Comunicação, que se fazem tão presentes na realidade dos alunos, os
professores necessitam promover novas técnicas de ensino, despertando, assim, o
interesse desses discentes. As inovações no ensino e aprendizagem estão criando
um novo paradigma na educação brasileira, pois por meio dessas novas tecnologias
estão sendo disponibilizadas grandes variedades de recursos e meios de interação
que fazem parte da realidade do aluno. Olson (1976) destaca que:
A invenção de aparelhos, instrumentos e tecnologias da cultura que incluem formas simbólicas inventadas, tais como a linguagem oral, os sistemas de escrita, sistemas numéricos, recursos icônicos e as produções musicais permitem e exigem novas formas de experiências que requerem novos tipos de habilidades ou competências (OLSON, 1976, p. 18).
O autor já havia previsto na década de setenta as atuais mudanças que se
propagavam principalmente no que diz respeito ao ensino, visto que nos dias de
hoje é indicado às escolas sugestões para incluir as TIC em seus planos
pedagógicos. Essas propostas demoraram certo tempo para se efetivarem, porém,
hoje pode-se notar salas de aulas equipadas com computadores, TV pen drive,
projetor multimídia, lousa digital, tablets, entre outros recursos.
Com base nesta afirmação, o documento Diretrizes Para o Uso de
Tecnologias Educacionais, elaborado em 2010 pela Secretaria de Estado da
Educação, propõe o uso de tecnologias de informação e comunicação nas escolas
públicas estaduais de educação básica do Paraná, na tentativa de diminuir a
12
distância entre tecnologia e sua utilização concreta no contexto educacional público,
buscando a inclusão digital. Dessa forma, para dar apoio a essa política de inclusão
digital e universalização de acesso ao uso de tecnologias, “apresentou-se a Política
Pública denominada Paraná Digital, com vistas à implantação de 2.100 laboratórios
de informática e conectividade a todas as escolas públicas estaduais do Paraná, 22
mil televisores multimídia, mais de 2.100 kit de sintonia da TV Paulo Freire”
(PARANÁ, 2010, p. 8). Entretanto, em muitas dessas instituições ainda não são
utilizados esses equipamentos da maneira que poderiam, pois muitos professores
relatam dificuldades ao fazê-lo.
Ventromille-Castro e Ferreira (2016) observam que na atualidade,
[o] alcance das TICs na sociedade assume proporções ‘epidêmicas’. Nos mais diversos recantos, os indivíduos procuram ou são impelidos a utilizar recursos tecnológicos para desempenhar práticas sociais variadas, como fazer compras, movimentar contas bancárias, telefonar e ‘até’ aprender. Esse fato não somente deixou de ser novidade há algum tempo, como também potencializou o caráter comunicativo do ensino de línguas (VENTROMILLE-CASTRO; FERREIRA, 2016, p. 157).
Tendo em vista essa característica tecnológica da sociedade, pode-se
defender a importância que tais recursos têm para o ensino de língua estrangeira,
como ferramentas que podem complementar as propostas de ensino. Pois, além
desses recursos tecnológicos proporcionarem o contato com uma segunda Língua,
oferecem também uma importante via de aprendizagem, despertando o interesse
dos alunos e motivando-os com essa nova forma de ensino.
No contexto escolar, as TIC têm se qualificado como aliadas às práticas
pedagógicas visto que “[...] trazem para os estudiosos da linguagem muitas
perspectivas de pesquisa” (ARAÚJO; LEFFA, 2016, p. 9). Do mesmo modo, as
novas tecnologias podem auxiliar o trabalho do professor na preparação de
atividades, permitir a interação em sala de aula e fora dela, aproximar pessoas e
partilhar conhecimentos. Além disso, ensinar por meio das tecnologias proporciona o
vasto acesso às informações, bem como maior envolvimento e engajamento dos
estudantes nos exercícios propostos pelos docentes.
Moran (2013, p. 13) destaca que estas mudanças no âmbito de ensino
abrangendo as TIC, muitas vezes, não ocorrem em razão de que “[...] as tecnologias
móveis, que chegam às mãos de alunos e professores, trazem desafios imensos de
como organizar esses processos de forma interessante, atraente e eficiente dentro e
13
fora da sala de aula, aproveitando o melhor de cada ambiente, presencial e digital”.
Ou seja, é possível e necessário melhorar a metodologia de ensino existente, de
modo que possa compreender as novas tecnologias, contudo, não é uma tarefa fácil.
Buscando aproximar a prática pedagógica do contexto atual dos alunos, a
instituição escolar deve compreender as TIC enquanto aliadas e incentivar os
docentes a utilizá-las com o propósito de promover o aprendizado crítico, a co-
construção de conhecimento e a reflexão do que foi acessado e aprendido.
Ventromille-Castro e Ferreira (2016, p.157) destacam que “tratar academicamente
os aspectos que circundam a inserção das TIC na educação e na aprendizagem de
línguas é um compromisso dos cursos de formação de professores”. Portanto, além
da ferramenta apropriada, é imprescindível que o educador esteja preparado para
utilizar a tecnologia a seu favor.
O professor deve estar ciente de que os diversos recursos tecnológicos
disponíveis para o uso no ambiente escolar englobam diferentes gêneros textuais,
que podem ser trabalhados de modo contextualizado em sala de aula. Nesta
conjuntura, vale mencionar a definição de gênero textual dada por Bonini (2011, p.
688), ao dizer que gênero é uma “[...] unidade da interação linguageira que se
caracteriza por uma organização composicional, um modo característico de
recepção e um modo característico de produção. Pode ser de natureza verbal,
imagética, gestual, etc.”, por exemplo: editorial, reportagem, notícia, romance, entre
outros.
Marcuschi (2004) afirma que gêneros virtuais ou digitais constituem o nome
dado às novas modalidades de gêneros textuais surgidas com o aparecimento da
Internet. Tais gêneros permitem, dentre outras funções, a comunicação entre duas
ou mais pessoas mediadas pelo computador. Conforme o autor, a Comunicação
Mediada por Computador (CMC), como é conhecida, corresponde à maneira de
interação caracterizada basicamente pela centralidade da escrita e pela variedade
de semioses: imagens, sons, texto escrito.
De acordo com Brydon (2011), o crescimento na utilização da Internet está
levando a uma chamada para os multiletramentos, ou letramentos digitais. Tal termo
passou a existir como uma precisão de se indicar o grau de competência de um
usuário em meios eletrônico-digitais. Conforme Soares (2009), esse vocábulo
corresponde à maneira como um indivíduo se apropria efetivamente da leitura e da
14
escrita em um espaço virtual. Os multiletramentos, segundo Baladeli (2011),
consentem ao usuário digital:
[...] a compreensão dos novos modos de representação da linguagem verbal e não verbal que se materializam em diferentes gêneros textuais, digitais veiculados na Internet, domínio discursivo em crescente evolução [...] e a habilidade de interpretar a língua(gem) em suas diferentes representações (BALADELI, 2011, p. 9).
A fim de que os professores se adequem às atuais transformações, a
dedicação e o investimento em uma formação continuada que envolva essas
mudanças estabelecem um passo importante para que seja realizado um trabalho
ligado às transformações que se apresentam. Singhal (1997) adverte que os
professores de línguas devem utilizar a Internet como uma experiência de
aprendizado para si mesmos. Dessa maneira, um dos objetivos da formação
docente atual precisa ser o de fazer com que os recursos oferecidos pelas novas
tecnologias “contribuam para a reflexão e o desenvolvimento do espírito crítico do
professor, quebrando as barreiras entre o espaço escolar e o mundo exterior,
integrando-os de forma consciente e enriquecedora” (AMARAL, 2003, p. 59-60).
Segundo Marcuschi e Xavier (2010, p. 148), em razão desse universo
tecnológico “a internet tem se tornado um dos meios de difusão de mensagens mais
acessíveis e, desse modo, sua linguagem também se propagou e se tornou
globalizada”, ou seja, essa mudança no léxico da língua exige uma padronização,
visto que é resultado da necessidade de uma linguagem mais social e técnica, uma
vez que o crescimento e o uso da Internet acabaram produzindo uma linguagem
própria. Os autores destacam ainda que,
O aparecimento de uma linguagem universal, no seu sentido mais amplo, é um dos aspectos mais importantes da globalização. Assim, o inglês acabou fixando-se nessa linguagem, envolvendo, também, a padronização das palavras e dos conceitos sociais (MARCUSCHI; XAVIER, 2010, p. 150).
Os autores observam ainda que, boa parte dos avanços tecnológicos
encontra-se no processo evolutivo da comunicação, caminhando para uma maior
democratização da informação e, por conseguinte, do saber. Dessa forma, pode-se
dizer que a Internet é um meio de comunicação que se encaixa no dispositivo ‘Todos
e Todos’, pois “proporciona a interação entre locutor e interlocutor, uma vez que, na
rede, qualquer elemento adquire a possibilidade de interação [...]” (MARCUSCHI;
15
XAVIER, 2010, p. 152). Os autores enfatizam ainda que a Internet inclui e condensa
nela diversos recursos de variadas maneiras de comunicação, e que isso ocorre
devido ao fato de que, além de proporcionar múltiplas funções de gêneros como o
jornal, ela constitui um meio de comunicação interativo.
Além disso, há também a questão do hipertexto que, diferente dos gêneros
impressos, está em constante movimento. Para Levy (1993, p. 33), “[...] um
hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões”. Segundo o autor, esses nós
podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos, entre outros. Sabe-se que
hipertexto está ligado às novas tecnologias e que com ele surgiram também novos
gêneros textuais, e que tanto o hipertexto quanto as novas tecnologias estão
indiscutivelmente ligados às nossas atividades cotidianas, o que permite o acesso a
uma verdadeira gama de conteúdos ao mesmo tempo.
2.1 O FACEBOOK COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM
DE LÍNGUA INGLESA
Estabelecido em 2004 por Mark Zuckerberg, o Facebook tornou-se uma
ampla rede mundial de informação e de comunicação, contendo, em 2012, cerca de
um bilhão de usuários ativos, que, de acordo com os termos de uso, devem ter no
mínimo 13 anos de idade. No que diz respeito ao universo educativo, Alves e Araújo
(2013) afirmam que o Facebook oferece potencial significativo, o que permite aos
alunos a prática de trabalhos em grupo, admite o compartilhar interativo sobre as
aulas, favorece o crescimento da curiosidade e da motivação a propósito dos temas
abordados, além de disponibilizar links para textos, vídeos e outros sites de
interesse grupal. Ou seja, segundo os autores, o Facebook constitui um espaço que
favorece a construção colaborativa do conhecimento, o compartilhamento de
informações e a cocriação de ideias.
Conforme Patrício e Gonçalves (2012), o Facebook é uma ferramenta
popular, de fácil acesso, que não carece de desenvolvimento interno ou de obtenção
de software, sendo benéfica para alunos, professores e funcionários, além de
comportar a integração de múltiplos recursos (RSS feeds, blogs, twitter, entre
outros), e que por esses motivos não pode ser ignorada.
16
Não obstante, o próprio Facebook criou uma página específica para
educadores (http://www.facebook.com/education), de maneira que eles possam
conhecer mais acerca desta rede social e a utilizar como ferramenta para o ensino e
aprendizagem.
Segundo Rabello e Haguenauer (2011), dentre as oito experiências relatadas
na pesquisa deles, uma delas aborda as potencialidades e limitações do Facebook,
demonstrando que tal rede social proporciona possibilidades de aprendizagem e
trabalho colaborativo. Estes autores ressaltam que essa ferramenta:
(a) promove uma cultura comunitária virtual e aprendizado social; (b) oferece suporte para abordagens de aprendizagem inovadoras; (c) motiva os alunos; (d) permite a apresentação de conteúdo significante por meio de materiais autênticos; e (e) oferece comunicação síncrona e assíncrona. (RABELLO; HAGUENAUER, 2011, p. 13).
Dessa forma, o Facebook pode proporcionar ampla interatividade e potencial
pedagógico, facilitando e aperfeiçoando as metodologias de ensino. Para Rabello e
Haguenauer (2011), as redes sociais são sites na Internet que permitem a interação
e a comunicação entre pessoas de diferentes grupos sociais. Assim, pensando em
utilizar a rede social Facebook para promover interação no contexto escolar, partiu-
se de alguns princípios que norteiam a atividade mediadora do professor para a
realização deste trabalho.
Os estudiosos Phillips, Baird e Fogg (2012) criaram um guia com sete
maneiras com que os educadores podem usar o Facebook para ensinar e aprender,
sendo elas:
1. Ajudar a desenvolver e seguir a política da escola sobre o Facebook. 2. Incentivar os alunos a seguir as diretrizes do Facebook. 3. Permanecer atualizado sobre as configurações de segurança e privacidade no Facebook. 4. Promover a boa cidadania no mundo digital. 5. Usar as páginas e os recursos de grupos do Facebook para se comunicar com alunos e pais. 6. Adotar os estilos de aprendizagem digital, social, móvel e “sempre ligado” dos alunos do século 21. 7. Usar o Facebook como recurso de desenvolvimento profissional
(PHILLIPS, BAIRD, FOGG, 2012, p. 2).
O tópico de número seis oferece suporte para a pesquisa em questão, pois
trata-se de propor um novo estilo de aprendizagem utilizando a rede social
Facebook. Para Phillips, Baird e Fogg (2012), a propagação de tecnologias digitais,
17
sociais e móveis instituiu uma cultura em que a juventude participa mais da
concepção e do compartilhamento de conteúdo, transformando intensamente o
modo como os alunos se comunicam, interagem e aprendem. Segundo os autores,
“em muitos casos, os alunos passam a mesma quantidade de tempo (ou mais) on-
line em um ambiente de aprendizagem informal interagindo com colegas e
recebendo comentários do que passam com seus professores na sala de aula
tradicional” (PHILLIPS; BAIRD; FOGG, 2012, p. 03).
A respeito das páginas do Facebook, Phillips, Baird e Fogg (2012) acreditam
que elas são boas para promover a interação aberta, transparente e segura entre
alunos e professores. Os autores afirmam que os recursos de páginas comportam a
ampliação do ensino além da sala de aula, posto que elas podem oferecer novas
oportunidades de ensino e aprendizagem.
Por serem criados no mundo “sempre ligado” da mídia interativa, da Internet e
das tecnologias de mídia social, atualmente, os alunos apresentam perspectivas e
estilos de aprendizagem distintos das gerações anteriores. Segundo Phillips, Baird e
Fogg (2012), o vasto uso de tecnologias sociais e móveis propicia aos adolescentes
uma oportunidade única de utilizar ferramentas como o Facebook para instituir
grupos de aprendizagem auto-organizados ou redes de aprendizagem pessoal
(PLN).
Os autores propõem uma descrição geral desses novos atributos de
aprendizagem e destaques a respeito de como usar o Facebook pode induzir esses
elementos para o ambiente de aprendizagem:
• Interativo: alunos que criam seu próprio conteúdo e interagem por mídia social podem expressar sua identidade e criatividade. • Centrado no aluno: transfere a responsabilidade pela aprendizagem para o aluno, exigindo que os alunos desempenhem um papel mais ativo em seu próprio processo de aprendizagem e fazendo com que os professores os auxiliem caso surjam dificuldades. • Autêntico: os professores devem encontrar maneiras de reconciliar o uso da mídia social em sala de aula com a maneira autêntica com que os adolescentes a usam fora da sala de aula. O uso da mídia social e da tecnologia deve estar atrelado a uma meta ou atividade de aprendizagem específica. • Colaborativo: a aprendizagem é uma atividade social e muitos alunos aprendem a trabalhar melhor com um grupo de colegas. Essa colaboração e os comentários dos colegas podem ser de forma virtual ou pessoalmente. • Sob demanda: o conteúdo do curso deve ser disponibilizado “sob demanda” para que o aluno possa ver os materiais do curso quando, onde e como quiser, seja em um computador, telefone celular ou outro dispositivo móvel. (PHILLIPS, BAIRD, FOGG, 2012, p. 13).
18
Quando associadas de maneira sensata, essas comunidades de
aprendizagem com base na Web do Facebook podem proporcionar suporte a um
novo nível de troca e interação social que, por sua vez, originará e impulsionará a
motivação dos alunos. “Tecnologias sociais, como o Facebook, podem ajudar os
alunos a comparar seu entendimento do tópico atual do curso com seus colegas”
(PHILLIPS; BAIRD; FOGG, 2012, p. 14).
No campo internacional, Llorens e Cadpferro (2001), por exemplo, frisam o
potencial do Facebook como ferramenta de aprendizagem colaborativa online e
alegam como características deste SRS1 que auxiliam o trabalho colaborativo:
(1) sua facilidade para a criação e administração de um grupo de trabalho; (2) sua interface simples, que descomplica a utilização de suas ferramentas básicas e próprias; (3) a possibilidade de bate-papo, troca de mensagens e marcação em fotos ou imagens; (4) seu alto grau de conectividade externa (com conteúdos externos); (5) sua capacidade interna de expansão, por exemplo, através da instalação de módulos; (6) seu poderoso suporte para aprendizagem móvel. (LLORENS;
CADPFERRO, 2001, p. 202).
Em contrapartida, Llorens e Cadpferro (2011) assinalam como fraquezas
deste SRS para a colaboratividade:
(1) a presença de muitos elementos distrativos; (2) a organização e dinâmica do “feed” de notícias ou comentários que podem dificultar a visualização de informações; (3) a falta de um verdadeiro sistema ou ferramenta mais eficiente para a marcação, filtragem, busca e organização de informações; (4) o fato de que as páginas de grupo são simples e não possuem funções que facilitam o trabalho em grupo; (5) a impossibilidade de instalação de aplicativos para um grupo como um todo (cada integrante deve fazê-lo individualmente); (6) a limitação de ações de grupo a um administrador; (7) o fato de o Facebook não possuir ferramentas de videoconferência que permitam a interação via vídeo e áudio de forma síncrona. (LLORENS; CADPFERRO, 2001, p. 202).
A análise de Llorens e Cadpferro (2011) elucida que há vantagens e
desvantagens no uso do Facebook para o ensino colaborativo, porém as
insuficiências apontadas pelos autores podem ser providas pelo trabalho docente ou
1 SRS – Sites de redes sociais.
19
por outras ferramentas tecnológicas, possibilitando a utilização desse SRS como
instrumento pedagógico significativo.
Allegrette et al. (2012) aludem que o Facebook apresenta diversas vantagens
pedagógicas, tais como a facilidade de conversação, o amparo na diminuição das
relações hierárquicas de poder entre professor e alunos, a melhora do grau de
relacionamento, o suporte à interação entre estudantes, pondo fim ao discurso
limitado professor-aluno e a viabilidade de suprir sistemas de gerenciamento de
aprendizagem formais como o moodle e Blackboard. Além dessas características
comunicacionais e de interatividade, Allegrette et al. (2012) indicam a possibilidade
de o Facebook ser utilizado em uma aprendizagem com currículo flexível, destruindo
os muros da escola, ultrapassando o tempo e o espaço formais, proporcionando
novas maneiras de tratar o conhecimento no contexto escolar num modelo de escola
expandida.
Igualmente Allegrette et al. (2012) acreditam que o Facebook condiz com o
modelo de cibercultura proposto por Lévy (1999), no qual a percepção do
conhecimento é uma construção simultaneamente individual e coletiva, visto que a
aprendizagem é participativa, a autoria é partilhada e a chance de integração de
tecnologias digitais amplia o padrão escolar tradicional.
Weissheimer e Leandro (2016, p.124) advertem que em meio às diversas
redes sociais existentes o Facebook merece destaque. Segundo eles, “o potencial
pedagógico do FB recai sobre o fato de ele ser um espaço altamente interativo, no
qual aparentemente as pessoas se sentem mais livres para dizer o que pensam e
mais dispostas a construir juntas o conhecimento, seja sobre o que for”.
Os estudiosos Wilson, Gosling e Graham (2014), na área de psicologia,
realizaram uma revisão de literatura acerca do Facebook e identificaram 412 artigos
relevantes em periódicos acadêmicos, textos em anais com avaliação de
pareceristas e relatos de pesquisas empíricas, todos publicados até janeiro de 2012,
ficando de fora teses e dissertações. Os autores notaram que os textos abordavam
temas que podiam ser analisados em cinco categorias: análise descritiva de
usuários; motivações para o uso do Facebook; apresentação de identidade; papel do
Facebook nas interações sociais e privacidade e divulgação de informação.
Segundo Paiva (2016),
20
O FB tornou-se objeto de pesquisa em várias áreas e, a cada dia, aparecem mais estudos sobre essa fascinante rede social. Em 2 de maio de 2014, o sistema de busca do Portal da Capes registrava 181.528 textos nos quais constava a palavra Facebook e em 11 de abril de 2015, 217.818, o que demonstra o alto interesse pelo tema (PAIVA, 2016, p.66).
Nota-se que a cada ano que passa o número de estudos envolvendo a rede
social Facebook vem crescendo em diversas áreas do conhecimento, trazendo
novas perspectivas para o campo da educação e do ensino de línguas. Tal
observação elucida que não se pode ignorar o potencial dessa ferramenta no âmbito
educacional, devido às diversas possibilidades de interação que ela proporciona aos
aprendizes.
Aragão e Dias (2016) frisam que:
Estudos sobre o FB têm aumentado. Em um levantamento no banco de teses e dissertações da Capes feito em junho de 2014, foram encontrados 91 registros de trabalhos cujo tema é o FB: 76 dissertações de mestrado e quinze teses de doutorado. Dessas produções, seis são de 2011 e 85 são de 2012. O maior número de trabalhos está voltado para a compreensão do uso do FB como estratégia de marketing, especialmente, de propaganda política, totalizando 24 trabalhos. Em segundo lugar, temos trabalhos que focam a comunicação institucional através do FB, com dezenove trabalhos. Logo em seguida, temos catorze trabalhos cujo tema são as relações pessoais construídas pelo FB e o tema de violência e bullying tem destaque em quatro trabalhos. Em quarto lugar, temos oito trabalhos sobre engenharia de sistemas, computação e FB. Em quinto lugar, temos o tema da educação superior e o uso do FB com seis trabalhos. Em quinto lugar, temos o tema da língua/linguagem com apenas três trabalhos. Finalmente, jornalismo e outros temas ficam com doze trabalhos. Observamos ainda poucos trabalhos com o foco na interface entre o FB e ensino/aprendizagem (ARAGÃO; DIAS, 2016, p. 116).
Os autores observam que o número de estudos incluindo Facebook e o
ensino de línguas ainda é escasso, porém tal índice vem crescendo, e segundo os
estudiosos “estudos indicam que estudantes de ensino superior avaliam
positivamente a aprendizagem de inglês a partir do uso de SRS [...]” (ARAGÃO;
DIAS, 2016, p. 116). Ressaltam ainda que outros autores têm relacionado o uso de
SRS à motivação dos alunos com o aprendizado de línguas.
Finardi e Pimentel (2013, p. 250) observam em seu estudo a respeito das
crenças de professores de inglês sobre o uso do Facebook que ele “é visto como um
suporte extra que pode ajudar na interação aluno-professor, mas ainda não é
reconhecido como uma ferramenta relevante de suporte ao ensino em geral e ao
ensino da Língua Inglesa especificamente”. Finardi et. al. (2013) também avaliaram
21
o potencial do Facebook para a prática significativa do inglês, comparando algumas
das possibilidades de uso dessa rede social com teorias, metodologias e noções de
aquisição de língua adicional.
Finardi et. al. (2013) apontam que o Facebook apresenta muitas opções de
interação, admitindo ao aprendiz utilizar as estruturas sintáticas e lexicais da língua
adicional de modo contextualizado, negociando significados para receber, notar e
produzir insumo linguístico compreensível. Os autores comparam ainda as
possibilidades do Facebook com a abordagem comunicativa, apontando que essa
rede social se encaixa como uma ferramenta relevante nessa abordagem, tendo em
vista que permite a comunicação em situações reais e autênticas. Os autores
concluíram que o Facebook é uma ferramenta significativa de prática do inglês como
língua adicional, cujo potencial pedagógico ainda é pouco explorado no âmbito em
que ele foi investigado.
Finardi e Veronez (2013) realizaram um estudo com alunos e professores
universitários a respeito do uso do Facebook como ferramenta de comunicação
entre eles, observando que os docentes veem o uso do Facebook de um modo
positivamente refletido em seus relacionamentos em sala de aula, no entanto
reconhecem que mesmo apresentando um potencial pedagógico acentuado, a rede
social ainda é pouco explorada. Desse modo, o estudo conclui que o Facebook pode
configurar ferramenta relevante de comunicação entre professores e alunos como
suporte ao ensino e aprendizagem de inglês e que os professores estão cientes de
como o Facebook pode ser usado como ferramenta de comunicação com alunos,
mesmo que não o usem como tal, ainda apreensivos com a necessidade de
conservar sua autoridade e privacidade.
Ainda no âmbito do ensino e da aprendizagem de inglês, Faria (2010)
realizou uma pesquisa em uma turma de Graduação em Letras, visando ao ensino
de inglês por meio de tarefas colaborativas, utilizando uma rede social. Além de
outros pontos levantados pelo autor, sua pesquisa sugere também que o uso de
SRS pode estabelecer um fator motivador da aprendizagem de Língua Inglesa, uma
vez que os alunos são familiarizados com o uso dos SRS à interação com falantes
do inglês.
Santos (2014) analisou o número de páginas do Facebook pautadas na
prática e aprendizagem de inglês como língua adicional usando as palavras English,
practice, learning and teaching para realizar a busca. O autor utilizou alguns critérios
22
de avaliação e, após a seleção, foram encontradas mais de 3 mil páginas. O
expressivo número de páginas encontradas para ensinar inglês indica que muitos
aprendizes usam o Facebook com objetivos pedagógicos, confirmando parcialmente
a observação de Finardi e Veronez (2013), ressaltando que o escasso uso dessa
rede como ferramenta pedagógica possa estar mais ligada ao uso feito pelos
professores de que pelos alunos.
A respeito disso, Finardi e Porcino (2016) ressalvam que,
Se, por um lado, os aprendizes estão usando mais e mais a internet e o FB para aprender de forma autônoma e, por outro, temos o pouco uso dessas ferramentas por professores, parece-nos haver uma lacuna de comunicação e objetivos entre alunos e professores que pode ser explicada, em parte, pela falta de investimento na educação inicial e continuada de professores para o uso de TICs na educação (FINARDI; PORCINO, 2016, p. 108).
Weissheimer e Leandro (2016), em seu estudo sobre Facebook e
aprendizagem híbrida de inglês na universidade, observam que as análises feitas
por eles os levam a defender o uso pedagógico do Facebook na aprendizagem de
inglês como L2, visto que:
[...] tal rede social parece ter potencial para desenvolver a autonomia colaborativa dos aprendizes. Da mesma forma, os aprendizes, que já utilizam a ferramenta para outros fins, parecem não ter restrições a utilizá-la academicamente. Por meio de sites como o FB podemos permitir que a aprendizagem ocorra em outros espaços além da sala de aula. Não é possível ensinar tudo que os aprendizes necessitam saber apenas em sala de aula, daí o benefício trazido por aplicativos da Web 2.0 para o ensino-aprendizagem inclusive de L2. (WEISSHEIMER; LEANDRO, 2016, p. 136).
A respeito da autonomia desenvolvida pelo uso de SRS pelos estudantes,
Weissheimer e Leandro (2016) dizem que a aprendizagem autônoma colaborativa
pode acontecer quando os estudantes de inglês interagem por meio de um grupo no
Facebook em um ambiente híbrido de aprendizagem, no qual podem “debater
questões, compartilhar informações e materiais e, assim, construir
colaborativamente o conhecimento acerca da língua-alvo, ao mesmo tempo em que
aumentam substancialmente o grau de exposição a essa língua” (WEISSHEIMER;
LEANDRO, 2016, p. 127).
Acredita-se que tal situação contribui para o desenvolvimento da autonomia
do aluno em razão de que o ambiente virtual pareça ser menos intimidante que a
23
sala de aula e demanda mais envolvimento individual do discente. Nesta conjuntura,
Aragão e Dias (2016) ressaltam também que:
A aprendizagem de inglês não deve se restringir ao tempo limitado de aula. A autonomia é imprescindível. Os encontros com os estudantes devem ser usados para que eles queiram também buscar outras experiências com a língua e também para proporcioná-las àqueles que não têm acesso a equipamentos e práticas de uso de inglês por meio de ferramentas digitais (ARAGÃO E DIAS, 2016. p. 116-117).
Além da autonomia que o trabalho realizado com redes sociais de maneira
sistemática pode desenvolver, Gomes (2016, p.82) ressalta que “no meio digital, os
alunos acabam produzindo gêneros textuais não privilegiados na escola, utilizando,
em algumas situações, formas de escrita não convencionais e linguagens não
escolarizadas, como a audiovisual ou multimídia, por exemplo”. Com base nisto, a
proposta buscou trazer esses gêneros para o contexto escolar, proporcionando o
contato com ferramentas digitais, visando aprimorar a habilidade de Writing dos
alunos.
2.2 LINGUAGEM DIGITAL
Muitas pessoas utilizam a Internet por necessidade de comunicação e/ou para
diversão, e uma considerável parcela delas compreende o sentido das palavras
inglesas que aparecem nos sites. Mesmo que às vezes tenham dificuldade em
defini-las, isso não impede que consigam entender as mensagens que são
transmitidas. O fato da maioria dos sites serem de fácil acesso contribui para a
compreensão sobre o que se diz naquele ambiente. Mas afinal, como é a linguagem
utilizada pelos ambientes virtuais?
O desenvolvimento da Internet está resultando em um novo arquétipo de
comunicação, constituindo uma linguagem acessível cujos termos estão sendo
transpostos para o contexto social, sendo noticiados como uma linguagem global.
Porém, Orlandi (2000, p. 101) afirma que o escritor precisa se atentar ao uso da
linguagem, uma vez que “não é só quem escreve que significa; quem lê também
produz sentidos”.
24
Para Bakhtin (1981, p. 76), a “linguagem é um fenômeno eminentemente
social que se processa na e pela interação entre dois ou mais interlocutores”, ou
seja, toda a interação acontece por meio de um discurso cuja tipologia muda de
acordo com a intimidade dos interlocutores e com a maneira que a interação ocorre.
Assim, pode-se entender que a linguagem produzida na Internet acontece de
maneira diferente da produzida em sala de aula, por se tratar de um contexto
diferente, no qual os interlocutores também interagem de modo distinto.
Segundo Marcuschi e Xavier (2010), o homem utiliza diversos recursos para
criar meios de suprir suas necessidades de comunicação, interagir com o mundo e
expandir seus conhecimentos, formando assim um conjunto de linguagens técnicas.
Desse modo, cada tipo de linguagem apresenta diferentes tipos de elementos
intralinguísticos e extralinguísticos, expondo características específicas. A linguagem
virtual não é diferente, uma vez que apresenta características próprias de uma área
técnica (Internet).
Para Cabré (1993), há uma relação de intersecção entre a língua geral e
linguagem de especialidade, visto que a primeira constitui o código que unifica as
pessoas e a segunda é o que as diversifica. Marcuschi e Xavier (2010) observam
que essa intersecção também acontece na linguagem virtual, uma vez que a
linguagem utilizada nos sites em inglês leva à globalização, e a dos sites em
português aponta a individualidade do conhecimento e da cultura de uma nação.
Dessa maneira, a linguagem virtual permite que o indivíduo participe e inteire-
se dos acontecimentos sociais e universais, pois encontra-se em contato com uma
linguagem globalizada, conhecida por variadas culturas. Laface (1998) afirma que se
trata de uma unificação e disseminação de conhecimentos, a fim de que haja
linguagem universal e comunicativa, ponderando que o homem encontrar-se-á
construindo a sua própria história.
Apesar da grande variedade de linguagens (informal, formal, técnica, literária,
acadêmica), e sabendo que cada uma corresponde aos fins específicos das diversas
situações de comunicação, faz-se importante que todo falante tenha acesso a tais
linguagens, como meio de participar ativa e criticamente na sociedade.
De acordo com Marcuschi e Xavier (2010), essa linguagem surgiu da
necessidade de denominar esses códigos criados para a comunicação em um
contexto específico, que se originam a partir da língua geral, resultando na criação
lexical no discurso da Internet. Essas expressões de criação lexical provêm da
25
Língua Inglesa, visto que a maioria são termos importados do inglês, com
adaptações para a Língua Portuguesa, ou até mesmo com a forma original.
Marcuschi e Xavier (2010) ressaltam que:
[...] toda criação lexical passa por duas fases. A primeira refere-se ao aparecimento do neologismo em um determinado quadro enunciativo; a segunda acontece na ocasião em que ele é apreendido, aceito e registrado pelos falantes do grupo social. Ao passar da primeira fase para a segunda, o neologismo deixa de pertencer ao campo da fala e passa a referir-se à classe de neologismo da língua. A partir de sua verdadeira aceitação, a unidade deixa seu caráter neológico e une-se às demais unidades lexicais. Contudo, só é considerada definitiva ao ser dicionarizada, deixando de ser um neologismo, passando a ser vocábulo de uso da língua (MARCUSCHI; XAVIER, 2010, p. 158).
Essas novas criações e inserções lexicais são possíveis, pois o léxico é uma
esfera aberta e ilimitada, a qual permite alterações de significado, empréstimos e
criações de caráter neológico, sendo esse o resultado da necessidade de se nomear
os avanços tecnológicos e as novas conquistas humanas. Marcuschi e Xavier (2010)
explicam que a formação do léxico da Internet passa pela criação, pela aceitação e
pela vulgarização e/ou banalização, uma vez que alguém o cria, a fim de situar a
comunidade que, ao aceitar e popularizar o termo, passa a utilizá-lo constantemente.
Os autores observam ainda que “ao considerarmos a linguagem da internet como
sendo globalizada, devemos esclarecer dois fatores importantes: a necessidade de
normalização da terminologia e o processo de banalização dos termos”
(MARCUSCHI; XAVIER, 2010, p. 159).
Para Barbosa (1996), apesar dos termos banalização, vulgarização e
popularização serem utilizados como sinônimos, por meio de uma análise semântica
é possível notar que se tratam de ações distintas. Nesta pesquisa, utiliza-se a
concepção de banalização/vulgarização no sentido de propagação de
conhecimentos técnicos e científicos, uma vez que esse processo promove
facilitação na comunicação entre especialistas e leigos.
Atualmente, os termos utilizados na Internet já se encontram incorporados na
linguagem cotidiana, não existindo mais estranheza por parte dos interlocutores. No
entanto, alguns ainda têm dificuldades para compreender tal linguagem,
especialmente para aqueles que não detêm conhecimento em Língua Inglesa, uma
vez que a maioria dos termos é de origem inglesa.
26
Pelo fato de ser difícil impedir a disseminação dessas expressões
estrangeiras na área da Internet, uma vez que elas se encontram em quase toda
tecnologia existente, decidiu-se aproveitar essa linguagem e trazê-la ainda mais
para o dia-a-dia dos alunos, criando um ambiente virtual (página do Facebook) no
qual seja possível promover a interação entre os interlocutores por meio de
produções textuais em Língua Inglesa.
2.3 O GÊNERO MEME
Hoje em dia, a sociedade encontra-se constantemente rodeada por um
elevado número de informações, e a internet constitui-se excelente meio para a
divulgação dessas informações, sejam elas por meio de imagens, textos escritos,
vídeos, músicas, e outros gêneros digitais, como os memes, por exemplo. Isso
comumente acontece nas redes sociais, ambiente em que a maioria dos alunos está
inserida. Os memes têm a capacidade de alcançar milhares de pessoas em poucos
minutos, pois além de apresentarem uma linguagem informal, são criados a partir de
imagens icônicas. O trabalho com os memes contribui para diversos fatores, uma
vez que enriquece a compreensão de contexto, compreensão de formas de uso da
escrita (como a ironia) e adaptação à imagem.
O conceito de meme surgiu no contexto da proposta revolucionária de
Richard Dawkins, em sua obra O gene egoísta, publicada originalmente em 1976.
De origem grega, meme é a abreviação de mimeme, que significa imitação.
Segundo o autor, assim como o gene, que é uma representação biológica e natural
do ser humano, o meme seria seu correspondente meramente cultural, pois é uma
unidade de informação com capacidade de se multiplicar, por meio das ideias e
informações que se propagam de indivíduo para indivíduo.
De acordo com Dawkins (2007):
Exemplos de memes são melodias, ideias, slogans, as modas no vestuário, as maneiras de fazer potes ou de construir arcos. Tal como os genes se propagam no pool gênico saltando de corpo para corpo através dos espermatozoides ou dos óvulos, os memes também se propagam no pool de memes saltando de cérebro para cérebro (Grifo do autor) (DAWKINS, 2007, p.330).
27
Blackmore (1999) é outra grande defensora desse novo gênero, e para a
pesquisadora:
[...] quando você imita alguma outra pessoa, algo é passado adiante. Este ‘algo’ pode então ser passado adiante novamente, e de novo, e assim ganhar vida própria. Podemos chamar esta coisa de uma ideia, uma instrução, um comportamento, uma informação... Mas se nós vamos estudá-la precisamos dar a ela um nome. Felizmente, há um nome. É o ‘meme’. (Tradução da autora) (BLACKMORE, 1999, p. 04).
Entretanto, para os memes, a variação não é dada em cópias perfeitas, mas
sim a partir de alterações que aumentam a chance de a ideia conservar-se viva,
mesmo que modificada, conforme sintetizado no esquema a seguir:
Desse modo, há um texto original que é a base para os demais textos (que
ocasionarão outros, seguindo uma cadeia criativa). Sua produção incide a partir do
processamento desse primeiro texto, e tem seu desfecho na reprodução. Todavia, é
importante lembrar que este gênero não tem uma finalização como proposta, posto
que sua intenção é ser variável, e sofrer várias interferências. Conforme Marcuschi
(2011):
O gênero é essencialmente flexível e variável, tal como seu componente crucial, a linguagem. Pois, assim como a língua varia, também os gêneros variam, adaptam-se, renovam-se e multiplicam-se. Em suma, hoje, a tendência é observar os gêneros pelo seu lado dinâmico, processual, social, interativo, cognitivo, evitando a classificação e a postura estruturais (MARCUSCHI, 2011, p.19).
Quando esse gênero é empregado no estudo da comunicação e
especialmente na atualidade, com a análise da dinâmica da Internet, faz-se
28
indispensável uma análise mais elaborada. Dessa maneira, Dawkins (2007)
reconhece que:
Ao que parece, a palavra “meme” está se mostrando, ela própria, um bom meme. É bastante usada hoje em dia e entrou, em 1988 na lista oficial de palavras a serem consideradas para as edições futuras do Oxford English dictionary. Isso aumenta ainda mais a minha preocupação em reafirmar que as minhas pretensões de discutir a cultura humana eram quase inexistentes, de tão modestas. As minhas verdadeiras pretensões – elas são reconhecidamente grandes - vão numa direção completamente diferente. Quero reivindicar um poder quase ilimitado para as entidades auto-replicadoras ligeiramente imperfeitas que surgirem em qualquer parte do universo (DAWKINS, 2007, p. 506).
A tabela a seguir mostra a classificação dos memes com relação à fidelidade
(capacidade de gerar cópias com maior semelhança ao meme original), fecundidade
(capacidade do meme de gerar cópias), e longevidade (capacidade do meme de
permanecer no tempo), e que Dawkins (2007) e Blackmore (1999) apontam como
características essenciais dos memes para a sua sobrevivência:
FIDELIDADE FECUNDIDADE LONGEVIDADE ALCANCE
Replicadores Epidêmico Persistentes Globais
Metamórficos Fecundos Voláteis Locais
Miméticos - - -
Fonte: RECUERO (2007, p. 27).
A difusão dos memes é cíclica e nem sempre alude à reprodução fiel da ideia
original. Inversamente, as mudanças e transformações são frequentes e
comparadas, em sua abordagem, às mutações genéticas: indispensáveis para a
sobrevivência do meme. De tal modo, as diferenças por meio das quais os
indivíduos repetem as ideias são, por definição, parte do meme. Segundo Gunders e
Brown (2010, p.04), “um meme é uma expressão cultural que é passada adiante de
uma pessoa ou grupo para outra pessoa ou grupo” (tradução da autora).
Pode-se dizer que tal gênero está ligado à cultura que é comparada ao gene,
que transmite informações e que resulta em uma maneira de evolução. Como
descreve Dawkins (2007):
A maior parte daquilo que o homem tem de pouco usual pode ser resumida numa palavra: “cultura”. A transmissão cultural é análoga à transmissão
29
genética, no sentido de que, apesar de ser essencialmente conservadora, pode dar origem a uma forma de evolução (DAWKINS, 2007, p. 325).
A seguir, com base nos estudos de Santos (2013), expõe-se um quadro-
síntese com traços característicos do gênero meme:
TRAÇOS CARACTERÍSTICOS GÊNERO TEXTUAL
1- Nome específico Meme
2- Contexto de produção e recepção:
a) autor
b) leitor preferencial
c) suporte
d) tempo de produção
e) local de produção
f) evento deflagrador da produção
a) internautas escolares ou não
escolares.
b) internautas em geral / pessoas que
interagem pelas redes sociais digitais.
c) Internet; computador; smartphones e
tablets
d) momento anterior à publicação.
e) bastante flexível, provavelmente a
residência do autor.
f) existem diversos, por exemplo, uma
ação espontânea, ou um cumprimento
de atividade escolar.
3- Tema/conteúdo Admite assuntos de diferentes áreas,
por exemplo, política, educação, cultura,
economia, saúde, entre outros.
4- Função/objetivo Imitar pessoas, animais e/ou outros
seres com a intenção de humor, ironia,
autopropaganda, crítica, mudança de
comportamento, demonstração de
criatividade, entre outras.
5- Organização básica/estrutura: Pode apresentar ou não palavra,
expressão ou enunciado/frase na
margem superior; normalmente contém
uma foto chamativa, colorida ou em
preto e branco, como primeiro plano;
30
pode apresentar ou não uma palavra,
expressão ou enunciado/frase na
margem inferior, referente à imagem e
ao texto escrito na margem superior.
6- Linguagem/estilo: Linguagem mista (imagens e palavras)
com predomínio da escrita informal,
clara, coerente, coesa, concisa,
normalmente empregada em 1º pessoa,
com um grau elevado de autoria.
Fonte: A autora da pesquisa
2.4 O GÊNERO FOTOPOEMA
Antigamente, buscava-se algo que expressasse facilmente a beleza e a
simplicidade da vida, das experiências vividas e do que se enxergava. Desse modo,
compreendeu-se que só se era possível elucidar todas estas coisas de maneira
única, por meio da poesia, porquanto igualmente falava Cesário Verde2, um
respeitável poeta Português que retratava o que via por meio da poesia, e dizia que
pintava quadros com palavras. E realmente pintava, suas poesias entornavam
coloração, surrealismo, verdade, aflição, agonia, alegria, liberdade e grandiosidade.
Assim, a poesia foi criada com o anseio de conseguir "pintar com palavras".
Já a fotografia é tudo que abrange técnicas de um conceito mínimo de
estética. Pode ser o desejo de transmitir uma ideia de maneira rápida e precisa, sem
a obrigação de um desenho prévio ou de escrever um texto. Conforme destaca
Flusser (1985, p.13), “imagens são superfícies que pretendem representar algo”, e a
fotografia permite que mesmo um indivíduo pouco alfabetizado possa compreender
o objeto, a cena, a situação retratada e extrair dali uma interpretação, ou seja,
qualquer indivíduo pode “ler” uma imagem, e tentar compreender o que a imagem
representa.
2 José Joaquim Cesário Verde (1855-1886), respeitável poeta português, visto como um dos
predecessores e grande influência do estilo poético realizado no século XX em Portugal.
31
De acordo com Flusser (1985), a imagem é um código aberto, indefinido e
suscetível às diversas interpretações que dependem do preparo cultural de cada
leitor, entretanto, a existência de um discurso fotográfico ou uma linguagem
fotográfica delimita, de certo modo, a pretendida abertura ou liberdade desmesurada
de leitura da imagem pelos receptores, sobretudo para aqueles principiados na área,
que apreciam a linguagem fotográfica, ainda que se saiba que a imagem é sempre
conotativa, pois utiliza símbolos “conotativos”.
Dessa maneira, o fotopoema constitui-se da junção da poesia em si e da
fotografia. Nele encontra-se um poema sob uma imagem, o que muitas vezes já fala
por si, causando um maior impacto no leitor.
Rodella (2009) observa que
A fotografia poética por sua vez nasce do interesse do artista em manifestar algo, em representar a natureza ou de intervir nesta natureza com elementos que despertem uma manifestação qualquer. A foto poética é livre enquanto depende da criatividade sem limites do artista. A intencionalidade do autor deste tipo de imagem é produzir sensações, leituras muito mais nos campos estéticos e sensíveis do que do informativo, e muitas vezes estas imagens são produzidas sem intencionalidade, já que o artista tem uma postura menos “racional” frente à sua obra - o que importa na maioria dos casos é a criatividade, a intuição a sensibilidade, menos que o raciocínio articulado do repórter fotográfico (RODELLA, 2009, p. 02).
De acordo com Camargo (1999), as imagens expressivas ou poéticas
encontram referência na cultura e no repertório coletivo, “dando a estas imagens
uma existência autônoma que não se restringe aos seus usos funcionais ou
documentais, mas sim às suas potencialidades expressivas e, portanto, estéticas”
(CAMARGO, 1999, p. 27).
O artista enquanto enunciador provoca os argumentos e dispositivos que
serão contemplados, compreendidos pelos leitores de sua obra, traçando de
maneira intencional ou intuitiva as narrativas possíveis, determinando o tema, o
assunto, os elementos significantes que podem não ter uma coerência, como no
movimento surrealista, mas que podem ser percebidos por quem contempla a obra.
A seguir, com base nos estudos de Santos (2013), expõe-se um quadro-
síntese com traços característicos do gênero fotopoema:
TRAÇOS CARACTERÍSTICOS GÊNERO TEXTUAL
1- Nome específico Fotopoema
32
2- Contexto de produção e recepção:
a) autor
b) leitor preferencial
c) suporte
d) tempo de produção
e) local de produção
f) evento deflagrador da produção
a) internautas escolares ou não
escolares e poetas amadores ou
profissionais.
b) pessoas que interagem pelas redes
sociais digitais e que gostam de poesia.
c) Internet; computador; smartphones,
tablets e livros.
d) momento anterior à publicação.
e) provavelmente a residência do autor
ou a escola/academia.
f) existem diversos, por exemplo, uma
ação espontânea, ou um cumprimento
de atividade escolar.
3- Tema/conteúdo Normalmente envolve assuntos
relacionados aos sentimentos, como
amor, saudade, entre outros.
4- Função/objetivo Associar a poesia à fotografia, com a
intenção de despertar emoção,
sentimentos.
5- Organização básica/estrutura: Apresenta uma foto colorida ou em preto
e branco, como primeiro plano, e um
poema disposto sob ela, referente ou
não à imagem.
6- Linguagem/estilo: Linguagem mista (imagens e palavras)
com predomínio da escrita formal, clara,
coerente, coesa, concisa, normalmente
empregada em 1º pessoa, com um grau
elevado de autoria.
Fonte: A autora da pesquisa
33
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta seção apresenta a metodologia utilizada para a execução deste estudo.
Nela descrevem-se os tipos de pesquisa, os instrumentos empregados para a coleta
de dados, os tipos de estudo, o contexto e os participantes da pesquisa, para
posteriormente serem relatados os procedimentos usados para gerar os resultados,
as formas de análise, a participação dos envolvidos e as etapas da aplicação do
produto. Por fim, abordar-se-ão as potencialidades originárias da interação entre os
alunos e as ferramentas tecnológicas utilizadas por eles para o aprimoramento da
habilidade de Writing, por meio da mediação da professora-pesquisadora.
3.1 TIPOS DE PESQUISA
Os tipos de pesquisa utilizados nesse estudo são descritiva, bibliográfica, de
campo, experimental, pesquisa-ação e analítica. A pesquisa é descritiva, pois
descreve todos os passos do estudo em questão, e segundo Gil (2002), esse tipo de
pesquisa tem como objetivo principal a descrição das características de
determinadas populações ou fenômenos, tendo como característica a utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação
sistemática. Barros e Lehfeld (2007) destacam ainda que na pesquisa descritiva
realizam-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo
físico sem a interferência do pesquisador. Ou seja, ela tem por finalidade observar,
registrar e descrever os fenômenos. Neste estudo, houve descrição dos traços
enunciativos característicos dos gêneros meme e fotopoema, por exemplo.
É bibliográfica, uma vez que é baseada na busca de informações relevantes
ao tema do estudo, e do levantamento da literatura correspondente a esse tema.
Realizaram-se pesquisas bibliográficas para fundamentar o estudo e dar suporte à
criação do produto educacional. De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos.
34
É também pesquisa de campo, uma vez que ela é concretizada no ambiente
escolar, no qual são realizados o levantamento de dados e a aplicação das
atividades contidas no produto educacional. Conforme observa Tozoni-Reis (2009,
p. 28), “a pesquisa de campo em educação, portanto, caracteriza-se pela ida do
pesquisador ao campo, aos espaços educativos para coleta de dados, com o
objetivo de compreender os fenômenos que nele ocorre”. Para Gil (2002), este tipo
de pesquisa é basicamente realizado por meio da observação direta das atividades
do grupo que constitui o objeto de estudo, e de entrevistas com informantes para
captar as explicações e interpretações do que incide naquela realidade.
Ela também é experimental, uma vez que se criou uma página no Facebook
para aperfeiçoar a habilidade de Writing dos alunos participantes da pesquisa, em
que eles puderam utilizar diferentes recursos tecnológicos para realizarem suas
produções textuais, os quais foram testados previamente pela professora-
pesquisadora. Gil (2002) observa que,
A pesquisa experimental constitui o delineamento mais prestigiado nos meios científicos. Consiste essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes de influenciá-lo e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Trata-se de uma pesquisa em que o pesquisador é um agente ativo, e não um observador passivo (GIL, 2002, p. 48).
É pesquisa-ação uma vez que corresponde, segundo Thiollent (1986, p. 14),
“a um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita
associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os
pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão
envolvidos de modo cooperativo ou participativo”. Em outras palavras, a pesquisa-
ação é qualificada assim quando há uma ação por parte das pessoas envolvidas no
processo de investigação, visando solucionar problemas coletivos agindo ativamente
no meio em que está sendo inserida. Tal metodologia corresponde à pesquisa em
questão visto que houve uma investigação para solucionar um problema presente no
contexto educacional da pesquisadora, ou seja, para sanar a lacuna referente à
habilidade de Writing dos alunos.
Por fim, a pesquisa é também analítica, pois analisa e interpreta o processo
de criação e de aplicação do produto educacional, ou seja, analisa os resultados
alcançados. Este tipo de pesquisa envolve o estudo e a avaliação das informações
obtidas na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno. O pesquisador vai além
35
da descrição das características, analisando e explicando porque os fatos
aconteceram de tal modo.
3.2 O CONTEXTO DA PESQUISA
Para a efetivação da pesquisa, inicialmente, apresentou-se a proposta à
direção e à coordenação do ambiente escolar no qual seria desenvolvida a aplicação
do produto. Posteriormente, entregou-se um termo de autorização aos alunos
participantes da pesquisa para que fosse assinado pelos pais ou responsáveis, em
razão de que os nomes seriam expostos na página do Facebook destinada à
publicação das produções textuais. Em seguida, analisaram-se quais seriam os
recursos utilizados para a execução de cada produção e nos temas que seriam
viáveis à turma. Por fim, explicou-se aos participantes como e porquê ocorreriam tais
atividades, e qual era o objetivo da elaboração deste produto educacional.
A aplicação das atividades contidas no produto educacional realizou-se em
uma escola particular situada ao Norte do Paraná. Para a explanação dos temas e
gêneros textuais, encontraram-se alguns obstáculos, uma vez que na escola em
questão não havia sala de informática. Assim, sempre que se precisou explicar ou
mostrar algo aos alunos, utilizou-se o notebook pessoal da professora-pesquisadora.
Por outro lado, todos os participantes da pesquisa contavam com
smartphones, computadores e Internet em seu ambiente familiar, o que não constitui
um empecilho para realizar as produções solicitadas extrassala. Até mesmo no
espaço escolar, sempre que foi necessário levar o notebook para as aulas
explicativas, liberou-se a Internet para tal finalidade.
A escolha da escola e da turma deu-se pelo fato do material didático utilizado
pela instituição trazer em sua maioria apenas textos para interpretação, com
questões objetivas e quase nunca dissertativas. Com relação às produções textuais
em Língua Inglesa, elas não eram contempladas em nenhum momento no material
didático.
Trabalhar tal habilidade como algo complementar ao material também
constituía um desafio, pois o material era extenso e cobrava-se do professor finalizá-
lo até o final do bimestre. Alegava-se por parte da instituição que quem cobrava
36
eram os pais, por estarem pagando pelo material, e que dessa forma, esperava-se
que fosse concluído ao final de cada bimestre, não importando se estavam sendo
contempladas as quatro habilidades da Língua Inglesa: Speaking, Reading,
Listening e Writing.
Entretanto, um dos fatores motivadores para a elaboração desta proposta de
pesquisa foi a possibilidade de se criar um ambiente em que os alunos pudessem
realizar produções textuais em Língua Inglesa, reconhecer sua capacidade e serem
reconhecidos. Já que, além de produzirem utilizando ferramentas digitais, suas
produções ficariam acessíveis a um público bem amplo e diversificado, o que
poderia motivar os alunos a realizar boas produções textuais.
3.3 OS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Os 19 participantes selecionados correspondem a uma turma de 1º ano do
Ensino Médio. Escolheu-se essa classe pelo fato de a professora-pesquisadora ter
ministrado a disciplina de Inglês a esses alunos desde o Ensino Fundamental,
notando uma lacuna no que diz respeito à habilidade de Writing. Via, portanto, uma
chance de prepará-los melhor para as demais séries do Ensino Médio, o que
resultaria posteriormente numa melhor preparação para o vestibular, o que constitui
uma cobrança por parte da direção e coordenação de escolas particulares.
Os alunos não apresentaram resistência nem para conhecer a proposta, nem
para realizarem as produções que lhes foram solicitadas. Entretanto no princípio,
existiu receio por parte de alguns, que diziam que não conseguiriam escrever
absolutamente nada em inglês. No entanto, ao realizar uma dinâmica com a turma
para avaliar a quantidade de palavras que conheciam em Língua Inglesa, o
resultado os deixou mais confiantes.
O período selecionado para a aplicação foi o quarto bimestre do ano de 2015,
no qual intercalou-se material didático, explicações e direcionamentos a respeito da
aplicação do produto, avaliações e recuperações mensais e bimestrais. Importante
destacar que a falta de tempo em sala de aula para se trabalhar a habilidade de
Writing constitui outro ponto motivador para a criação desse produto, que visa à
37
produção dos alunos fora do ambiente escolar, utilizando ferramentas tecnológicas
de fácil acesso e presente na vida deles.
Por fim, ressalta-se que, para que realmente houvesse participação dos
alunos nas atividades propostas, houve atribuição de nota para cada produção. Até
mesmo porque tal proposta constituía parte do planejamento escolar, no qual os
conteúdos abordados revisavam assuntos como verbo To Be, Wh-Questions,
Personal Pronous, entre outros.
3.4 A ELABORAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL
O processo de elaboração e aplicação do produto educacional deu-se
inicialmente com a criação da página do Facebook, intitulada Improving Your Writing
Skills3, apresentada aos alunos, seguida da explicação do processo que seria
desenvolvido para a realização das produções textuais. Criou-se também um grupo
no WhatsApp para facilitar a comunicação fora do contexto escolar, tanto para tirar
dúvidas, quanto para a correção das produções antes de postá-las na página.
3 Disponível em: <https://www.facebook.com/improvingyourwritingskills/?ref=aymt_homepage_panel>
38
Figura 1- Página do Facebook “Improving Your Writing Skills” Fonte: A autora
O produto educacional elaborado diz respeito a um site, no qual estão
contidas as atividades que foram desenvolvidas com os alunos participantes da
pesquisa, o site intitulado Teacher’s Guide4 traz o passo a passo seguido para a
efetivação da proposta, podendo ser acessado por outros profissionais interessados
em realizar a mesma atividade. Foi necessária a criação deste site, visto que a rede
social Facebook não pode ser considerada um produto educacional por ser uma
plataforma já existente, desse modo, será considerada suporte para o trabalho com
a produção textual em Língua Inglesa e de divulgação dos gêneros produzidos pelos
alunos.
A aplicação teve carga horária de 12 h/aulas presenciais e a maior parte da
carga horária efetivou-se fora da sala de aula, uma vez que não havia possibilidade
de desenvolver a atividade durante as aulas, devido ao material didático adotado
pela escola não contemplar essa habilidade da Língua Inglesa. A respeito disso,
Phillips, Baird e Fogg (2011, p.02) destacam que “o Facebook pode aprimorar a
aprendizagem dentro e fora da sala de aula”.
4 Disponível em: http://luhidalgo.wixsite.com/iyws
39
O primeiro encontro foi realizado no dia 13 de outubro de 2015 das 9h10min
às 11h05min. Os 19 alunos estavam presentes, e como todos possuíam conta no
Facebook, apresentou-se a página no Facebook intitulada Improving Your Writing
Skills, que já havia sido criada previamente, convidando-os a segui-la. No dia em
questão, a professora-pesquisadora levou seu notebook para a aula, para que por
meio dele fosse possível apresentar a página aos alunos.
Explicou-se a eles qual era o objetivo das atividades e como surgira a ideia de
desenvolver a proposta, explanou-se também como ela seria desenvolvida e
analisada. Entregou-se aos alunos o termo de responsabilidade para que fosse
assinado pelos pais, autorizando a publicação das produções textuais na página
com o nome dos filhos, visto que eram menores de idade.
Os alunos participantes receberam bem a proposta e concordaram em
participar da aplicação do produto, ressaltando que seria interessante estudar
Língua Inglesa utilizando um material diferente da apostila, principalmente por se
tratar de uma ferramenta digital.
Após a explicação da atividade, expôs-se à turma qual seria o tema da
primeira produção, o gênero meme, elucidando-se no que consistia o gênero e o que
era esperado que fizessem. Foi disponibilizado a eles no quadro de giz e também no
grupo do WhatsApp um site5 para a criação dos memes, com diversas imagens e
espaço adequado para a inserção dos textos.
Como critérios para a criação dos memes, a turma deveria acessar o site
disponibilizado a eles, escolher um meme de seu interesse, que incitasse sua
imaginação, e por fim escrever um pequeno texto com o objetivo de justificar a
escolha da imagem e provocar humor a quem o lesse. Após, deveriam salvar o
meme e enviar a imagem para a professora por meio do grupo do WhatsApp. Quem
tivesse dúvidas quanto ao vocabulário poderia recorrer ao grupo do WhatsApp para
pedir subsídio à professora antes de enviar sua versão final.
Para auxiliar os estudantes na escrita das produções, utilizou-se como
referência o capítulo 5 - Decisões preliminares sobre o texto a produzir - da obra
Técnicas de Redação – O que é preciso saber para bem escrever, de Garcez
(2004). Antes de realizarem as produções, foram questionados com algumas
perguntas, tais como:
5 Disponível em: <http://geradormemes.com/>
40
Quais os objetivos do texto que vou produzir?
Que informações quero transmitir?
Qual o gênero de texto mais adequado aos meus objetivos?
Que estruturas de linguagem devo usar? (GARCEZ, 2004, p. 61).
Essas questões foram traduzidas para a Língua Inglesa e postadas também
na página do Facebook para serem lembrete constante aos alunos, não apenas para
as produções que deveriam realizar no momento da aplicação do produto, como
também para todas as outras que tiverem que realizar durante o percurso escolar e
para servir de auxílio para o público que acessasse a página.
Quanto ao gênero, todos os alunos o conheciam e todos alegaram ter acesso
aos memes constantemente nas redes sociais, visto que se trata de um gênero que
emergiu na Internet e que se propagou rapidamente por ela. Alguns alunos
ressaltaram que foi um gênero muito legal de se trabalhar e que se sentiram
motivados a criá-los, e uma aluna até compartilhou que estava produzindo outros
memes por conta própria, apenas para praticar a Língua Inglesa. O prazo para a
realização da primeira produção foi de uma semana apenas, o que não ocasionou
grandes entraves, por se tratar de um gênero que não exige textos longos em sua
composição.
No segundo encontro, discutiu-se a respeito da primeira produção, cujo prazo
para entrega fora o dia anterior, comentando-se a respeito das facilidades e
dificuldades encontradas pelos alunos durante a produção, que de acordo com o
feedback dado por eles em um debate realizado em sala de aula, foi uma
experiência tranquila, na qual não encontraram muitas dificuldades em utilizar o site
disponibilizado para a criação dos memes, nem na linguagem utilizada por eles na
escrita. Apenas alguns alunos consultaram a professora-pesquisadora para sanar
dúvidas quanto à escrita e ao vocabulário.
Dos 19 alunos da turma, apenas 1 não entregou a produção, dizendo que não
teve tempo para realizá-la e que teve dificuldade em escrever seu texto. Esse aluno
não procurou a ajuda nem da professora nem dos colegas de classe, apenas não se
manifestou a respeito e no prazo final para a entrega, alegou o que foi dito acima.
Em casa, postaram-se todos os memes na página do Facebook, e solicitou-se aos
41
estudantes que a visitassem para observar as produções dos colegas, os quais
curtiram e comentaram os memes na página.
No terceiro encontro, solicitou-se que os alunos realizassem a 2º produção,
um fotopoema, elucidando-se em que incidia o gênero, e o que era esperado que
fizessem: definir a imagem que seria usada como inspiração para o poema; delimitar
o tema do poema; escrever o poema propriamente dito, pensando no que gostariam
de dizer ao leitor do fotopoema, para em seguida escrevê-lo em inglês; inserir o
texto na imagem, finalizando o fotopoema.
Além da explicação em sala, disponibilizou-se a eles no grupo privado da
turma no Facebook uma apresentação de slides sobre o gênero, que havia sido
preparada para ser passada na sala de vídeo, que no dia estava sendo utilizada pelo
professor de música, e um vídeo tutorial6 explicando passo a passo para a criação
do fotopoema. Segundo Phillips, Baird e Fogg (2011, p.11), “ao usar um grupo do
Facebook para complementar o que você ensina na sala de aula, você fornece aos
alunos oportunidades de aprendizagem sob demanda”.
Postou-se a apresentação de slides no grupo da turma no Facebook,
podendo ter conhecimento de quem havia visualizado a postagem ou não. Abaixo
segue o Print Screen7 da postagem:
6 Disponível em: <http://www.screencast.com/users/LuIdalgo/folders/Default/media/437e530a-30bb-
4c33-9b51-b67c6785d3c5> 7 O Print Screen é uma tecla comum nos teclados de computador. No Windows, quando a tecla é
pressionada, captura em forma de imagem tudo o que está presente na tela e copia para a Área de
Transferência.
42
Como um dos encontros destinou-se apenas para sanar as dúvidas a respeito
da produção e do vocabulário que deveria ser utilizado, a professora-pesquisadora
criou um vídeo tutorial fazendo seu próprio fotopoema, utilizando o aplicativo Paint
para editar a foto selecionada, e o Microsoft Office Word para editar o texto que seria
inserido na foto.
O link do vídeo tutorial foi enviado no grupo do WhatsApp, que também
estava sendo utilizado para mediar a realização do fotopoema e auxiliar na
realização das produções, no qual poucos alunos se manifestaram para tirar dúvidas
ou buscar esclarecimentos. O link do vídeo tutorial também foi disponibilizado no
grupo fechado da turma no Facebook, para que todos tivessem acesso. Abaixo
segue o Print Screen da postagem do link do vídeo tutorial:
43
Utilizaram-se alguns minutos da aula para comentar sobre o gênero da 2º
produção e explicar como fariam o seu fotopoema, bem como para ressaltar que
teriam de gravar a produção, em razão de que a escola em questão não possuía
sala de informática para que produzissem no ambiente escolar permitindo que a
professora pudesse filmar e comprovar a aplicação de seu produto. O prazo para
essa produção foi de duas semanas.
No quinto encontro, discutiu-se a respeito da 2º produção e solicitou-se que
os alunos comentassem sobre a experiência. A 2º produção foi entregue apenas por
7 alunos. Mesmo atribuindo nota, os demais justificaram dizendo que, como estavam
em semana de provas, o prazo para a entrega da produção foi pequeno demais,
ainda mais por terem que filmar, muitos alegaram não terem alguém para os
ajudarem com a filmagem. As produções foram postadas na página do Facebook,
assim como a primeira produção, e infelizmente o prazo para os demais não pode
ser estendido, uma vez que o bimestre estava acabando e era necessário ainda
aplicar as provas e recuperações finais.
44
Nesse último encontro, recebeu-se o feedback dos alunos por meio de
diálogo em sala de aula em que toda a turma estava presente, o que foi de extrema
importância para a pesquisa. Por meio desta conversa os alunos puderam
compartilhar suas impressões a respeito da realização das produções, as
dificuldades e facilidades encontradas durante este percurso e sua experiência em
realizar atividades que fugissem um pouco da utilização apenas do material didático.
Infelizmente, não foi possível realizar a refacção dos gêneros devido à falta de
tempo, no entanto, houve conexão gramatical com os assuntos que deveriam ser
trabalhados no bimestre, ou seja, as produções cumpriram com os conteúdos da
ementa. A seguir, serão discutidas todas estas percepções, bem como apresentadas
a análise e discussão dos resultados obtidos com a aplicação desta proposta.
45
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Nesta seção apresentam-se os resultados da aplicação do produto
educacional Improving Your Writing Skills ao primeiro ano do Ensino Médio de uma
escola particular da cidade de Santa Mariana – PR. Primeiramente, serão
apresentados os resultados obtidos com a produção dos memes, na sequência, dos
fotopoemas. Ambos foram analisados em termos de engajamento, de uso da língua,
de pontos positivos levantados pelos alunos e da apropriação das características
dos gêneros e, ao decorrer de toda aplicação, tomou-se notas de campo por parte
da pesquisadora, com o propósito de utilizá-las durante a análise.
4.1 PRODUÇÃO DOS MEMES
Os resultados da primeira produção mostram que apenas 1 dos 19 alunos
não realizou a atividade, ou seja, em termos de engajamento, 95% dos alunos
concluíram a primeira parte da aplicação do produto. O gráfico abaixo exibe a
porcentagem de alunos que realizaram a 1º produção:
Gráfico 1- Alunos que realizaram a 1º produção Fonte: A autora da pesquisa
Em termos de uso da língua houve poucas inadequações com relação à
gramática, tais como o uso do verbo auxiliar na terceira pessoa do Simple Present
(Does) por um aluno, e o uso inadequado dos Personal Pronouns (object form) por
95%
5%
Fizeram
Não fizeram
46
outros dois alunos, o que não interferiu no entendimento do meme criado por eles.
Alguns alunos enviaram o meme com antecedência para a correção gramatical no
grupo do WhatsApp, no entanto, outros alunos deixaram para realizar a produção no
último momento possível e só entregaram a versão final.
No que diz respeito aos pontos positivos levantados pelos alunos, todos
relataram que a flexibilidade quanto à escolha do meme, devido à variedade de
temas e situações para se inspirarem, constituiu um ponto motivador para a
realização das produções. Nesta conjuntura, Aragão e dias (2016) destacam que os
SRS contribuem para a motivação dos alunos na realização das tarefas propostas
pelo docente.
Com base nos traços característicos do gênero meme, percebeu-se, ao
analisar as produções, que os alunos se apropriaram do gênero, pois conseguiram
produzir e atingir o objetivo comunicativo, cumprindo com as características ligadas
à linguagem, estrutura e função do gênero em questão. Acredita-se que o fato de os
alunos conhecerem bem o meme e terem contato com o gênero o tempo todo na
Internet contribuiu para atingirem o objetivo da proposta com êxito.
Mesmo sabendo que fariam uma produção que ficaria disponível na página do
Facebook com seus nomes, e que qualquer pessoa poderia visualizá-la, esse fato
pareceu não interferir no desempenho da classe, já que nenhum aluno se opôs a
publicar seu meme na página, nem em se apresentar como autor da produção. Os
alunos participantes da pesquisa em nenhum momento mostraram-se incomodados
com as publicações, o que constitui um ponto positivo, uma vez que a finalidade
consistia em divulgar a página e o trabalho realizado pela turma.
A respeito desse fato, Cerda e Planas (2011) discorrem sobre os aspectos
pedagógicos de se utilizar o Facebook para a aprendizagem. Segundo eles,
participar de um grupo no Facebook motiva os alunos, além de consentir que
conteúdos significativos sejam apresentados por meio de materiais autênticos,
oferecendo base para a comunicação síncrona e assíncrona.
Phillips, Baird e Fogg (2012, p. 14) ressalvam que “o uso do Facebook como
ambiente de aprendizagem móvel deve ser desenvolvido para abranger os melhores
aspectos da sala de aula tradicional juntamente com os benefícios da tecnologia em
tempo real e móvel”. Segundo os autores, uma plataforma de aprendizagem móvel
provê à turma oportunidades sob demanda para aprofundar a participação e
reflexão, dizendo ainda que “essa abordagem também proporciona aos alunos a
47
liberdade de usar a tecnologia da maneira mais adequada aos seus estilos
individuais de aprendizagem” (PHILLIPS, BAIRD; FOGG, 2012, p. 14).
Por conta da escassez de espaço, a seguir serão dispostas algumas das
produções textuais do gênero meme elaboradas pelos alunos participantes desta
pesquisa. Escolheram-se as mais significativas de acordo com os temas e que
apresentavam diferentes imagens em sua composição:
Aluna: AL. Aluna: BD.
Aluna: JM. Aluno: GB.
48
Aluno: JJ. Aluna: PF.
Acredita-se que a primeira parte da aplicação do produto educacional
alcançou os objetivos pretendidos, que consistiam principalmente em despertar o
interesse dos alunos para o ensino de língua estrangeira por meio da utilização das
TIC, bem como em aperfeiçoar as técnicas de Writing dos alunos pelo uso do
Facebook e do WhatsApp, uma vez que 95% da turma a realizou e apresentou
feedbacks positivos durante os debates em sala de aula sobre a experiência de se
utilizar ferramentas tecnológicas para o ensino de Língua Inglesa e para a prática
escrita do idioma. Araújo e Leffa (2016) observam que:
Ainda que os SRS e aplicativos sociais como o Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp não tenham sido criados com propósitos educacionais, seus potenciais como espaços de ensinagem se revelam ao analisarmos suas possibilidades de socialização, interação e comunicação que, quando feitas em outra língua, evidenciam também o potencial dos SRS para a ensinagem de línguas adicionais (LA) [...] (ARAÚJO; LEFFA, 2016, p. 95).
Nota-se que, ao analisarem-se as potencialidades das redes sociais
emergentes, há diversas possibilidades de uso para fins educativos, que favorecem
a socialização, a interação e a comunicação dos alunos. Conforme destaca Bastos
(1997), a educação no mundo de hoje tende a ser tecnológica, ou seja, exige o
entendimento e interpretação de tecnologias, que é tão importante, como se nós já
fizéssemos parte dela e vice-versa.
49
4.2 PRODUÇÃO DOS FOTOPOEMAS
Os resultados obtidos com a elaboração dos fotopoemas não foram tão
satisfatórios quanto os obtidos com a produção dos memes. Dentre os fatores que,
segundo os alunos, contribuíram para isto, estão o fim do bimestre, as provas
mensais e bimestrais, os trabalhos avaliativos (não só da disciplina de Língua
Inglesa, como também das demais), e o curto prazo para a entrega. Assim, em
termos de engajamento, apenas 7 dos 19 alunos entregaram a produção do gênero
fotopoema, constituindo 37% da turma. O gráfico abaixo exibe a porcentagem de
alunos que realizaram a 2º produção:
Gráfico 2- Alunos que realizaram a 2º produção Fonte: A autora da pesquisa
Em termos de uso da língua, as dificuldades em produzir o fotopoema foram
maiores que na produção anterior, pois os alunos não conheciam bem o gênero,
mesmo quando associado à junção do gênero poesia com a fotografia.
Após a realização da atividade, foi proposto um momento na aula seguinte
para que os alunos comentassem sobre a experiência, e no que diz respeito aos
pontos positivos levantados pelos alunos, todos alegaram que fora mais fácil criar
um meme, dado que o objetivo consistia em provocar o humor, e agora o objetivo de
provocar diferentes emoções nos leitores era demasiadamente complicado.
No que diz respeito aos traços característicos do gênero fotopoema,
percebeu-se, ao analisar as produções, que mesmo tendo certa dificuldade na
produção deste gênero os alunos também conseguiram atingir o objetivo
comunicativo, cumprindo com as características ligadas à linguagem, à estrutura e à
função do gênero em questão. Diferentemente do meme, o fotopoema não é um
37%
63%
Fizeram
Não fizeram
50
gênero com o qual os alunos têm contato constantemente, e acredita-se que devido
a esse fato tenha havido uma adesão maior do gênero meme pelos discentes.
Assim como na produção dos memes, os fotopoemas foram postados na
página da rede social Facebook. O prazo não pôde ser estendido, pois o bimestre
estava acabando e a professora-pesquisadora precisava aplicar suas provas e
recuperações finais.
Acerca de se utilizar essa rede social no contexto escolar, Phillips, Baird e
Fogg (2012) analisam que:
Ao considerar o uso do Facebook para criar oportunidades de aprendizagem móvel (mLearning), também é essencial que os educadores tenham um entendimento melhor de como a juventude menor de idade urbana se conecta e interage na Web para que possam criar experiências digitais mais inclusivas (PHILLIPS; BAIRD; FOGG, 2012, p. 14).
A respeito disso, Rabello e Haguenauer (2011) destacam que o aprendizado
eletrônico (e-Learning), assim como a aprendizagem móvel (mLearning), estão
transformando de forma significativa os ambientes e contextos de aprendizagem. Ou
seja, é preciso realmente que os professores se atentem a essas novas tecnologias
que vêm crescendo cada vez mais dentro do próprio ambiente escolar, para usá-la
em seu benefício.
No último encontro presencial, pôde-se discutir a respeito da aplicação do
produto educacional, sendo que 85% da turma observou que a iniciativa de propor
novos métodos para se ensinar Língua Inglesa, que vão além da apostila, assim
como a utilização de ferramentas tecnológicas e de redes sociais, foi motivadora, os
outros 15% consideraram a proposta inovadora, no entanto alegaram que
encontraram algumas dificuldades por se tratar de algo novo, e por terem que
produzir os gêneros fora do ambiente escolar sem o auxílio da professora.
Abaixo seguem algumas das produções textuais do gênero fotopoema
realizadas pelos alunos participantes desta pesquisa:
51
Aluna: JM.
Aluna: BD.
52
Aluna: JF.
Aluno: GB.
Embora apenas 37% da turma tenha realizado a segunda produção, os
pontos positivos obtidos com esse trabalho foram significativos, em razão de que os
53
alunos puderam utilizar dispositivos móveis para aprimorar a habilidade de Writing,
como uma nova proposta metodológica. Eles dedicaram também tempo extraclasse
para a realização dessas atividades; foram pesquisadores e protagonistas de sua
própria aprendizagem; e puderam tornar públicas suas produções, contando com o
reconhecimento da direção e coordenação da escola e demais colegas.
Buscar a autonomia do aluno é muito importante para a construção de um
conhecimento significativo, e sabe-se que a autonomia no aprendizado é
considerada uma característica da educação pós-moderna (GRADDOL, 2006).
Tendo em vista que o foco da pesquisa consiste em aprimorar a Língua Inglesa dos
alunos utilizando recursos digitais, reconhece-se que grande parte da informação
circula em inglês (GRADDOL, 2006) e na Internet (FINARDI, PREBIANCA E MOMM,
2013), podendo-se considerar assim o Facebook como “um importante espaço de
acesso, prática e produção de informação nessa língua” (ARAÚJO; LEFFA, 2016, p.
101).
Segundo Blos e Nicolaides (2011), a autonomia está mais relacionada à
atitude do professor e dos alunos do que com a metodologia ou com um estágio a
ser alcançado. As autoras asseguram que a “autonomia é uma capacidade do
indivíduo que precisa ser estimulada e, nesse sentido, o papel do sistema de
educação formal pode ser fundamentalmente significativo” (BLOS; NICOLAIDES,
2011, p. 16).
Cerda e Planas (2011, p. 199) afirmam que o “Facebook (…) tem um
potencial enorme no campo da educação, a despeito do fato de que ele não foi
desenhado para construir e gerenciar experiências de aprendizagem”. Embora essa
rede social não tenha sido designada com o objetivo de ser utilizada como uma
ferramenta pedagógica, fica claro que sua potencialidade para esse fim é
considerável e que existem muitas maneiras de o professor utilizá-la com esse
escopo.
Pode-se notar que, entre as dificuldades com que os alunos se depararam no
decorrer das produções, encontra-se a insegurança, por ser a primeira vez que
tiveram a tarefa de escrever em Língua Inglesa sem ter o auxílio da professora o
tempo todo, estando fora do ambiente escolar, embora o uso de ferramentas digitais
e redes sociais para a prática da Língua Inglesa contribuísse para esta prática.
Phillips, Baird e Fogg (2012) observam que trazer o Facebook para a sala de
aula:
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[...] pode fornecer aos alunos a oportunidade de apresentar suas ideias, conduzir discussões on-line e colaborar de forma efetiva. Além disso, o Facebook pode ajudar você, como educador, a se familiarizar com os estilos de aprendizagem digital dos seus alunos. Por exemplo, isso pode facilitar a colaboração entre os alunos e fornecer maneiras inovadoras para você envolver os alunos em sua matéria (PHILLIPS; BAIRD; FOGG, 2012, p. 03).
Os resultados mostram que se o professor planejar sistematicamente suas
aulas, com a inclusão de tecnologia, por exemplo, utilizando produtivamente
dispositivos móveis em suas atividades, os alunos podem se sentir mais motivados e
empenhados em participar das aulas. Além do mais, eles precisam estar preparados
para trabalhar com as redes sociais e com os dispositivos móveis, os quais vêm
crescendo cada dia mais e tomando conta de nossas vidas e da vida dos alunos,
porquanto “ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-
temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processo mais abertos de
pesquisa e de comunicação” (MORAN, 2000, p. 29).
Por fim, Cerda e Planas (2011) afirmam que, no que diz respeito aos aspectos
pedagógicos, o Facebook proporciona uma cultura de comunidade virtual e
aprendizagem social, na qual a finalidade consiste em criar uma experiência
compartilhada e não somente uma experiência que é compartilhada. Garantem
também que o Facebook sustenta abordagens inovadoras de aprendizagem,
oferecendo uma aprendizagem informal e colaborativa, possibilitando que os
membros continuem em contato uns com os outros depois de finalizar a ação
educativa.
55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa mostram que o uso da rede social Facebook nas
aulas de Língua Inglesa estimulou os alunos, e salientam também que a formação
apropriada por parte do professor contribui para a eficácia de atividades como
essas. Ademais, os estudantes tiveram contato não só com o Facebook, mas
também com outros recursos, como o WhatsApp, por exemplo, além dos diversos
gêneros textuais englobados por essas ferramentas, o que contribui ainda mais para
a prática escrita em inglês.
Uma vez que os objetivos da pesquisa consistiam em despertar o interesse
dos alunos para o ensino de língua estrangeira por meio da utilização das TIC; criar
uma página do Facebook para a prática da habilidade de Writing, no tocante a
produção dos gêneros digitais meme e fotopoema; e aprofundar as técnicas desta
habilidade por meio do uso de diferentes meios de interação como o Facebook e o
WhatsApp, acredita-se que as atividades propostas atenderam a tais escopos. Com
a criação da página do Facebook, foi possível trabalhar a habilidade de Writing e
divulgar as produções textuais elaboradas pelos discentes participantes da
pesquisa.
Com relação à pergunta de pesquisa que incidia em investigar de que forma
o uso das novas tecnologias, com orientação e direcionamento, poderia contribuir
para o ensino de Língua Inglesa no Ensino Médio, nota-se que o trabalho realizado
incluindo a rede social Facebook proporcionou aos estudantes o contato direto com
os recursos digitais e com a Língua Inglesa por meio das produções textuais
realizadas e divulgadas com o auxílio de ferramentas tecnológicas.
Em vista dos aspectos observados, ressalta-se que um fator considerado
limitante para pesquisa refere-se à carga horária de aulas de Língua Inglesa, que
correspondem a apenas duas aulas semanais, assim como as exigências do
contexto de se trabalhar todo material didático. Desse modo, tendo que cumprir a
apostila e utilizar parte da aula para explicar como funcionaria a aplicação da
proposta constituiu um desafio, tanto para a professora-pesquisadora, quanto para
os alunos participantes.
As reflexões resultantes deste estudo levam à ideia de que a Internet pode
auxiliar o docente a aprimorar métodos e técnicas de ensino, e para isso, além de
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preparação, ele deve contar com a disponibilidade de recursos tecnológicos tanto na
escola, quanto fora dela, para que o acesso possa ser proporcionado a todos de
maneira igualitária. Em pesquisas futuras, pretende-se produzir outros gêneros
textuais, com outras faixas etárias e continuar postando-os na página do Facebook,
uma vez que a página alcançou outros públicos. Dessa forma, durante a aplicação,
esteve-se atento às percepções dos alunos, com vista a identificar suas expectativas
e dúvidas em relação ao uso da tecnologia nas aulas de Língua Inglesa, bem como
os benefícios de se utilizar as ferramentas digitais para aprimorar a habilidade de
Writing.
Por fim, o educador pode fazer uso da tecnologia de maneira que ela contribua
para ampliar conteúdos, com o propósito de problematizar e criar condições para
que os alunos se vejam no foco do processo de ensino e aprendizagem. O objetivo é
promover o gosto pela escrita, fazer com que cada produção seja vista como uma
nova experiência, em que poderão ampliar seus conhecimentos, e não encarar esse
trabalho como apenas uma cobrança estabelecida pelo professor.
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