UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Caio Antonio Nunes de Souza
A INTER-RELAÇÃO ENTRE A RADIOLOGIA E A CIRURGIA ORA L
CURITIBA
2011
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Caio Antonio Nunes de Souza
A INTER-RELAÇÃO ENTRE A RADIOLOGIA E A CIRURGIA ORA L
Monografia apresentada ao curso de Odontologia, da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como registro parcial para a obtenção grau de Especialista em Radiologia e Imaginologia Odontológica.
Orientadora: Lígia Aracema Borsato.
CURITIBA
2011
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TERMO DE APROVAÇÃO
Caio Antonio Nunes de Souza
A INTER-RELAÇÃO ENTRE A RADIOLOGIA E A CIRURGIA ORA L
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Especialista em Radiologia e Imaginologia
no Curso de Pós Graduação da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 17 de junho de 2011.
_____________________________________________________________
Curso de Odontologia Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: Profª. Ligia Aracema Borsato Universidade Tuiuti do Paraná Profº. _______________________ Universidade Tuiuti do Paraná Profº. _______________________ Universidade Tuiuti do Paraná
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SUMÁRIO
1 RESUMO ................................................................................................................10
2 INTRODUÇÃO........................................................................................................12
3 OBJETIVOS........................................ ....................................................................15
4 REVISÃO DE LITERATURA............................ ......................................................16
5 DISCUSSÃO...........................................................................................................39
6 CONCLUSÃO........................................ .................................................................43
7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................... ................................................44
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RESUMO
No presente trabalho, foi discutido a inter-relação entre a radiologia e a
cirurgia oral, por meio de uma revisão de literatura. Nos dias atuais muitas são as
possibilidades e variações nos exames imaginológicos, como a radiologia
convencional, radiologia digital, tomografia computadorizada, ultrassonografia, e
também a ressonância magnética. Estes que se apresentam em constante evolução.
Desta forma, a imaginologia, cada dia mais vem contribuindo com as inovações
técnicas e possibilidades terapêuticas na área da cirurgia oral.
Palavras-chave: Radiologia, cirurgia oral, recursos imaginológicos.
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ABSTRACT
In the present work, was discussed the relationship between the radiology and
the oral surgery through an a literature revision. On the present days, many are the
possibilities and modification on imaging exams, like the conventional and digital
radiology, computadorized tomography, magnetic resonance, and ultrassonography,
that appearance in constant evolutions. This way, the imaginologic resources, every
day more, comes to contribut with the technical innovations and therapeutics
possibilities of oral surgery.
Key words: Radiology, oral surgery, imaginologic resources
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INTRODUÇÃO
Em uma época na qual as mudanças da tecnologia para o diagnóstico por
imagens ocorrem de uma forma acelerada, as incidências radiográficas
convencionais têm sido relegadas a um segundo plano, sendo cada vez maior a
tendência a priorizar os exames mais sofisticados, como a tomografia
computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), entre outros (Vasconcelos
et al. 2003).
O cirurgião-dentista deve possuir conhecimentos suficientes a cerca dos
exames por imagens disponíveis para indicar corretamente o tipo de exame para o
diagnóstico correto e melhor forma de tratamento para o paciente (Santos et al.
2009).
A face abriga estruturas ósseas complexas que estão diretamente
relacionados com vários órgãos como os da respiração, visão, audição e fonação. A
presença de um trauma de face pode ocasionar a perda de continuidade anatômica,
resultando em lesões de tecidos moles e fratura dos ossos da face. Os traumatismos
têm grande importância para o cirurgião-dentista não só pela incidência de casos,
mas também pelo fato de que se não forem reparados de maneira adequada, podem
evoluir para importantes seqüelas estéticas e funcionais para o paciente (Mota et al.
2001).
O principal fator que diferencia os profissionais da saúde é a obtenção de
diagnósticos precisos. Na área odontológica, o exame radiográfico extra bucal tem
sido utilizado pelo cirurgião-dentista como método auxiliar no diagnóstico das
afecções bucais. Dentre estes métodos destaca-se a radiografia panorâmica (Souza
et al. 2004).
13
A radiografia panorâmica tem vasta aplicação clínica em todas as
especialidades da Odontologia, sendo uma técnica popular e largamente aceita,
fornecendo uma visão das varias estruturas faciais em um único filme. As
radiografias panorâmicas proporcionam subsidio adequados para a maioria dos
procedimentos de cirurgia bucal, avaliação do progresso em tratamentos
ortodônticos, informações sobre o crescimento e o desenvolvimento de crianças e os
levantamentos de saúde bucal de uma dada população (Carvalho et al 2007, Vicci e
Capelozza, 2002).
Apesar de comumente utilizadas as radiografias periapicais são geralmente
inadequadas para a avaliação radiográfica de terceiros molares inclusos, sendo a
radiografia panorâmica a técnica imaginológica de escolha para tal procedimento
(Santos et al. 2009).
A maior parte das lesões que acometem a área óssea do complexo
estomatognático são casos assintomáticos sendo descobertos em exames
radiográficos de rotina. A maioria dessas lesões pode ser diferenciada pela
combinação dos achados clínicos e radiográficos. Com a capacidade de captar toda
a área óssea e dentada do complexo maxilo-mandibular, a radiografia panorâmica
representa uma alternativa para realizar tal avaliação, sendo indicada como rotina no
consultório odontológico (Noia et al. 2008, Schwengber et al 2008, Noleto et al.
2007).
O índice de confiança da radiografia panorâmica é limitado devido à distorção
das imagens, inerente a técnica, causados por vários motivos como: erro no
posicionamento do paciente, variação nos fatores de ampliação e os fatores
geométricos de formação de imagem (Carvalho et al. 2007).
14
Existem hoje várias formas e métodos para auxiliar o profissional a
diagnosticar e detectar as fraturas radiculares. Dentre eles a radiografia periapical
utilizando filme radiográfico convencional, radiografias digitais e seus recursos até a
tomografia computadorizada (Borba et al. 2003).
O uso de implantes na substituição de dentes perdidos tem sido uma prática
convencional na Odontologia dos tempos modernos. O planejamento deve ser feito
através de técnicas radiográficas exatas, que permitam avaliar claramente a região
de interesse para o implante dentário. As radiografias periapicais, oclusais e
panorâmicas são usadas em procedimentos pré-operatórios para a avaliação da
região receptadora, mas devido a baixa resolução de imagem não possibilitam a
medida da densidade óssea. A tomografia computadorizada por raios X fornece a
imagem de estruturas vásculo-nervosas e ósseas com alta resolução tornando-a o
método mais preciso na pratica implantodológica (Oliveira et al. 2006).
Objetiva-se com o presente trabalho levantar as informações pertinentes na
literatura científica sobre a importante relação entre a radiologia e imaginologia
odontológica e a cirurgia oral.
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OBJETIVOS
Objetivo Geral:
- Realizar uma revisão de literatura a respeito da inter-relação entre a cirurgia oral e a radiologia odontológica e imaginologia.
Objetivo Específico:
- Descrever as diversas modalidades de exames por imagens utilizados nos dias
atuais, suas variações técnicas e as diferentes modalidades e opcções cirúrgicas utilizadas
no odontologia.
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REVISÃO DE LITERATURA
Blaschke e Sanders (1979) objetivaram em seu trabalho, descrever a
importância da avaliação radiográfica das injúrias por arma de fogo na região crânio-
facial, as principais técnicas utilizadas e uma seqüência para a avaliação
radiográfica. A avaliação da região bucomaxilofacial é de suma importância, devido
ao risco de dano de estruturas muito nobres, intra e extra-cranianas, como cérebro e
plexos vasculares cervicais. Antes de encaminhar o paciente ao serviço de
radiologia, suas funções vitais devem ser verificadas, como: vias aéreas liberadas,
presença de hemorragia, excessivo edema, funções cerebrais alteradas ou choque,
o que altera a ordem dos procedimentos, caso paciente deva ser encaminhado à
cirurgia emergencial. Para avaliação radiográfica da região crânio-facial, uma série
de tomadas podem ser realizadas como crânio e coluna cervical, e projeções
convencionais como lateral, submento vertex, Waters, reversa de Towne e póstero-
anterior. Na avaliação destas radiografias podemos observar: dano ao esqueleto
maxilofacial, localização dos fragmentos ósseos e projéteis, envolvimento dos seios
paranasais e comprometimento do espaço aéreo naso-faríngeo. Os autores
sugeriram uma técnica radiográfica que complemente a outra para a otimização do
diagnóstico. Também foi citada a utilização da TC em casos que o edema facial
possa interferir no contraste e detalhe da radiografia comum, quando há a presença
de inúmeros fragmentos ósseos e para se isolar em cortes tomográficos os projéteis.
Hodgkinson et al. (1994), realizaram um trabalho a respeito do manejo de
pacientes com traumatismos faciais seguindo a requisição, interpretação e inter-
relação dos achados clínicos com radiografias da região maxilofacial. Segundo os
autores é de fundamental importância o conhecimento da anatomia normal e
17
radiológica para que possamos interpretar radiografias da face. Também é citado
que a identificação do tipo de traumatismo (qualidade de energia transferida ao
esqueleto) é fundamental para se identificar a região afetada e correta requisição da
tomada radiográfica. Desta forma é requerido radiografias de boa qualidade e
correto posicionamento, e se tratando de pacientes traumatizados, devemos
observar atentamente se o paciente não possui uma suspeita de lesão cervical,
devido ao posicionamento das radiografias extraorais.
REGIÃO ANATÔMICA
ACHADOS CLÍNICOS
TÉCNICA
RADIOGRÁFICA
TERÇO SUPERIOR
NASOETMÓIDE
Hematoma periorbital,
epistaxe, posicionamentos
dos ossos faciais, desvio do
septo nasal, rinorréia do fluido
cérebroespinhal.
Occiptofrontal e lateral.
ÓRBITA
Diplopia, exoftalmia, proptose,
restrição dos movimentos
oculares.
Occiptofrontal e lateral
TERÇO MÉDIO
COMPLEXO
ZIGOMÁTICO
Edema periorbital, hematoma,
anestesia infraorbital,
assimetria facial,edema da
bochecha.
Occiptomental 45º.
ARCO ZIGOMÁTICO
Depressões sobre o arco,
restrições dos movimentos
mandibulares.
Submento vertical.
MAXILA
LEFORT I
Edema e inchaço de lábio
superior e bochechas,
mobilidade da maxila, dentes
posicionados posteriormente.
Occiptomental e lateral.
LEFORT II E III
Severo edema facial,
hematoma periorbital, face
Occiptomental 45º e
18
aparenta estar mais longa,
mobilidade da maxila, dentes
posicionados posteriormente.
lateral.
TERÇO INFERIOR
MANDÍBULA
Contusões, inchaço,
sangramento bucal, do ouvido
ou ambos, parestesia do lábio
inferior, crepitação ou fratura
com mobilidade, maloclusão,
impossibilidade de fechar a
boca ou ocluir os dentes.
Panorâmica e póstero-
anterior, projeção reversa
de Towne, lateral e oblíqua
e P.A.
ABSCESSO
PERIAPICAL
Dor facial e edema. Panorâmica e radiografia
intraoral.
SINUSITE
Dor facial, edema , descarga
nasal.
Occiptomental 45º -
maxila,
Occiptofrontal –
frontal/etmóide.
SIALODENITE
Dor aguda após comer,
inchaço das glândulas
salivares,
P.A., lateral oblíqua.
Hodgkinson et al. (1994).
Frederiksen N.L. (1995) realizou um trabalho a respeito da utilização da
imaginologia diagnostica na implantologia, através de uma revisão de literatura. O
propósito foi de avaliar diferentes técnicas radiografias, a morfologia do sítio de
implantação, a qualidade e quantidade óssea, presença de patologias, a inclinação
do processo alveolar e a relação com estruturas anatômicas descritos na literatura.
Radiografia intra-oral – as técnicas periapical e oclusal fornecem uma imagem rica
em detalhes, de fácil obtenção e custo reduzido. Elas são utilizadas para uma
avaliação inicial do paciente. Por ela fornecer uma imagem da parte do todo se
devem realizar outras radiografias complementares.
19
Radiografia cefalométrica – é possível observar a inclinação do processo alveolar,
também podendo ser utilizada para mensurar a relação maxilo mandibular e
posterior espaço protético. A posição do forame mentoniano é observada juntamente
com a borda inferior da mandíbula.
Radiografia panorâmica (RP) – vem sendo amplamente utilizada para diagnóstico da
região oral e maxilofacial, porem deve ser observada cautelosamente devido a
magnificação de imagem. Ela apresenta a altura do processo alveolar, dentes,
estruturas anatômicas, porem, para avaliação vestíbulo-lingual deve-se associar
uma outra técnica radiográfica.
Oliveira et al.(2006), objetivaram com seu trabalho analisar as estruturas da
região maxilar de interesse da implantodontia por meio de imagem de tomografia
computadorizada, buscando uma avaliação qualitativa e quantitativa da densidade
óssea. Para a realização deste experimento, foram utilizadas 31 tomografias
computadorizadas, e a delimitação das regiões de interesse na maxila foi utilizado
um programa de domínio publico Image J. As regiões avaliadas foram o seio
maxilar, fossas nasais, tuberosidade maxilar e forame nasoalveolar. Através das
ferramentas de mensuração do programa, foram calculadas as diferenças de
densidades dos tecidos. Os resultados obtidos foram que as regiões pneumáticas,
seio maxilar e fossas nasais são semelhantes. Já a tuberosidade é constituída de
osso alveolar de densidade heterogênea, possuindo uma média de densidade maior
que o forame nasoalveolar.
Mota, et al. (2001) realizaram um estudo a respeito dos pacientes vítimas de
trauma de face atendidos por alunos da especialização de cirurgia e traumatologia
buco-maxilo-facial, da Universidade Federal de Minas Gerais, no Pronto Socorro do
20
hospital Municipal Odilon Behrens. A pesquisa constitui avaliar no paciente de
trauma de face, o sexo, idade, fator etiológico e tipo de lesão observada. Desta
forma, puderam concluir que o maior número de pacientes são do sexo masculino e
se encontram na faixa etária de maior atividade no dia-a-dia (20-30 anos), sendo os
fatores etiológicos mais encontrados àqueles decorrentes da violência dos centros
urbanos e da imprudência no trânsito. A respeito das estruturas anatômicas, as mais
envolvidas são aquelas que se localizam na região anterior do processo alveolar
(fratura alvéolo dentária e de mandíbula).
Em seu trabalho, Vicci e Capelozza (2002) pretenderam determinar a
ocorrência de lesões dentárias e ósseas em pacientes atendidos nas clínicas da
universidade do Sagrado Coração, utilizando RP. A partir do arquivo de
documentação dos pacientes do curso de odontologia, foram selecionadas 471
radiografias (com máxima nitidez), de pacientes dentados e desdentados,
considerando sexo e faixa etária. A interpretação foi sempre em um mesmo
negatoscópio, com intensidade de luz adequada. As imagens sugestivas de
anormalidade para este estudo foram : 1-atrofia óssea por desuso; 2- cisto de
retenção do seio maxilar; 3- dilaceração radicular; 4- displasia cementária periapical;
5- osteíte condensante; 6- hipercementose; 7- lateroversào; 8- lesão cariosa; 9- raiz
residual. Seus resultados obtidos foram que a distribuição das anomalias foi maior
no sexo feminino; e a frequencia das anomalias se deu em: 25.2% tratamento
endodôntico; 13,2% com lesão apical; 12% atrofia óssea; 12% lateroversão; 6%
esclerose óssea; 6% tratamento endodôntico com lesão periapical; 4.9% dilaceração
radicular; 4.3% raiz residual; 4.2% hipercementose; 2.5% espessamento periapical;
1.8% displasia cementária periapical, 1% lesão cariosa. A ocorrência das anomalias
entre as diferentes faixas etárias, observou-se que: 10-20 anos – prevalência de
21
lateroversão; 21-20 anos- lesões cariosas; 31-40 anos- microdontia; 41-50 anos-
tratamento endodôntico com lesão periapical; 51-60 anos- raiz residual; 61-70 anos-
desdentados totais
Através da avaliação de radiografias panorâmicas, Faria et al.(2003)
realizaram uma pesquisa com o objetivo de estimar a prevalência de dentes inclusos
em uma amostra de pacientes atendidos na disciplina de cirurgia do curso de
Odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana. Foram utilizados 88
prontuários de pacientes que se submeteram a cirurgia de remoção de dentes
inclusos.Através de análises estatísticas, os resultados obtidos foram que a média
da faixa etária da amostra foi de 24,5 anos e com um total de 209 dentes avaliados,
04 (1,9%) incisivos, 08 (3,8%) caninos superiores, 03 (1,4%) pré-molares superiores,
77 (36,9%) terceiros molares superiores, 103 (49,3%) terceiros molares inferiores e
14 (6,7%) supranumerários. Concluindo que o dente incluso com maior freqüência
foi o terceiro molar inferior.
Branco et al.(2003) relataram através de um caso clínico a ocorrência de
sialolitíase do conduto de Wharton. Baseados em vossa revisão de literatura, os
autores discutiram os aspectos clínicos e radiográficos desta lesão. A sialolitíase
caracteriza-se pela formação de cálculos nos ductos das glândulas salivares, sendo
seu diagnóstico clínico e por imagens, podendo-se utilizar radiografias panorâmicas
e oclusais, sialografia, cintilografia e ultrassonografia. Radiograficamente
apresentam-se como massas radiopacas. As radiografias oclusais são mais bem
indicadas que as panorâmicas e periapicais, devido estas apresentarem
sobreposições. Nem sempre é possível a visualização do cálculo através de RX
convencional, o que está relacionado com o grau de mineralização, preconizando o
22
uso de ultrassonografia nestes casos. O tratamento optado foi excisão cirúrgica do
cálculo.
Vasconcelos et al.(2003), realizaram um trabalho apresentando um caso
clinico a respeito do diagnóstico das fraturas zigomático-orbitárias por tomografia
computadorizada ou radiografias convencionais. É citado que em pacientes recém
traumatizados, o diagnóstico é mais obscuro e difícil devido a condição clínica,
sendo de fundamental importância a obtenção de exames por imagem, para o
auxílio no diagnóstico e planejamento do tratamento. O cirurgião buco-maxilo-facial
pode lançar mão das radiografias extra-orais convencionais, Waters, Hirtz e perfil da
face, e tomografias computadorizadas para obter o diagnóstico de fraturas da região
zigomático-orbitária. Porém, a incidência de Waters demonstrou-se mais bem
indicada no diagnóstico de fraturas das seguintes regiões anatômicas: assoalho
orbitário, corpo do zigomático, ossos nasais, parede medial da órbita, borda infra-
orbitária, sutura fronto-zigomática e sutura zigomático-maxilar. Apesar da excelência
na qualidade da imagem, a tomografia computadorizada apresenta algumas
desvantagens como: pequenas alterações na existência de restaurações metálicas
ou material endodôntico, técnica e equipamento de difícil acesso com altos custos.
Desta forma concluíram baseados na literatura, a superioridade da tomografia
computadorizada sobre radiografias convencionais no diagnóstico das fraturas
zigomático-orbitária. E adicionam que na ausência de um tomógrafo, a radiografia
convencional deve ser utilizada e que as fraturas devem ser documentadas a
radiografia convencional, em ao menos dois ângulos diferentes, devido a limitação
da bidimensionalidade.
Após a análise de 530 ortopantomografias, Vasconcelos et al.(2003)
objetivaram apresentar a incidência de dentes impactados (retidos) em pacientes do
23
gênero masculino e feminino, com idade entre 21 e 25 anos. Foram diagnosticados
663 dentes impactados. O critério para seleção das radiografias foi a idade e, como
método de pesquisa, foram utilizados os laudos radiográficas emitidos pelos
radiologistas odontológicos, considerando-se impactados os elementos dentários
que não se apresentaram irrompidos nas radiografias. Após a análise dos dados
foram encontrados 280 pacientes portadores de dentes impactados (52,83%), sendo
os dentes mais afetados, pela ordem, terceiros molares inferiores, terceiros molares
superiores, supranumerários, caninos superiores, segundo pré-molares superiores,
segundo molares superiores, incisivos centrais superiores, segundos pré-molares
inferiores, segundo molares inferiores. Não ocorreram retenções em primeiros
molares superiores, primeiros molares inferiores, primeiros pré-molares superiores e
inferiores, caninos inferiores, incisivos laterais superiores e inferiores e incisivos
centrais inferiores. Foram encontrados 13 dentes supranumerários (1,96%). Com
relação aos arcos dentários ocorreu uma predominância da arco inferior, e em
relação ao sexo, pelo masculino. Os terceiros molares impactados somados (627)
foram expressivamente mais freqüentes que os demais grupos (36).
Segundo Curcio et al.(2004), as fraturas mandibulares, sobretudo dos
processos condilares, apresentam relativa dificuldade de serem diagnosticadas, em
especial, as fraturas altas do côndilo e desta forma, eles discutem por meio de relato
de caso, a eficácia da tomografia computadorizada e das radiografias convencionais
no diagnóstico e planejamento terapêutico das fraturas dos processos condilares.
Para a conclusão diagnóstica, é requerida a história pregressa deste paciente, bem
como a história do traumatismo, exame clínico e exames complementares de
imagem. Assim foi indagada a eficácia dos métodos radiológicos (no caso P.A de
Towne) pela sobreposição de estruturas anatômicas (processo mastóide e osso
24
zigomático) em detrimento da tomografia, concluindo que o corte coronal da
tomografia é diagnóstico e conclusivo nas fraturas de côndilo, o mesmo não
ocorrendo com exames radiológicos convencionais.
De Sá et al.(2004) realizaram um trabalho baseados em dois casos clínicos a
respeito do alongamento do processo estilóide (síndrome de Eagle). A síndrome de
Eagle corresponde a um agregado de sintomas incluindo dor facial recorrente,
sensação de corpo estranho e disfagia, estando diretamente relacionado ao
alongamento do processo estilóide ou a calcificação do ligamento estilohioideo. O
diagnóstico dessa entidade pode ser confirmado clinicamente com a palpação
cuidadosa da fossa tonsilar, com relato de dor pelo paciente, associado ao encontro
dos sinais radiológicos sugestivos. O processo estilóide alongado pode ser visto nos
métodos de imagem em incidências radiográficas da face em perfil, ântero-
posteriores e obliquas. A radiografia panorâmica também fornece importantes
informações. Porém, a TC é considerada o método de escolha para a avaliação, por
permitir a aquisição de imagens nos planos axial e coronal, a realização de
reconstruções multiplanares e 3D, demonstrando não somente as estruturas ósseas
e os componentes calcificados, como também a relação destas com as demais
estruturas anatômicas adjacentes, superando a radiologia convencional.
Aguiar et al. (2004) realizaram um trabalho sobre o atendimento emergencial
do paciente com trauma de face, com finalidade didática, baseados em uma revisão
bibliográfica. De acordo com os autores, os primeiros cuidados conferidos pelo
profissional da saúde ao politraumatizado de face, exercem caráter decisivo em
relação ao prognóstico. O diagnóstico pode ser alcançado no meio da análise
conjunta do exame clínico, radiográfico, avaliação neurológica do paciente e exames
complementares. Ao exame radiográfico, este assume grande importância, pois o
25
edema e os hematomas dificultam a avaliação ao exame clínico.
Souza et al.(2004) propuseram através da análise de literatura e relato de
dois casos clínicos, salientar a importância da radiografia panorâmica na detecção
precoce de ateromas em artéria carótida. Nas radiografias panorâmicas, as placas
ateromatosas calcificadas da bifurcação da artéria carótida possuem localização e
aparência característica que as distinguem das demais radiopacidades da região. A
aparência destes ateromas são calcificações irregulares, heterogêneas podendo ser
única ou com vários nódulos lineares verticais difusos, localizados freqüentemente
entre as vértebras cervicais 3 e 4. O clínico deve ser capaz de realizar o diagnóstico
diferencial entre as calcificações de carótida e estruturas radiopacas anatômicas
normais, como o osso hióide, a epiglote, o processo estilóide, ou as que se
encontram em estado patológico, como na glândula submandibular ou tiróide
calcificadas, os nódulos de calcificação linfáticos e as calcificações nos ligamentos
estilohioideo e estilomandibular. A possibilidade do cirurgião-dentista realizar um
diagnóstico de um ateroma em ateria carótida através da analise da radiografia
panorâmica é de extrema relevância para a saúde do indivíduo.
Martins et al. (2005) descreveram em seu trabalho, através de relatos de
casos clínicos, a importância da exata localização de corpos estranhos através da
modificação das técnicas radiográficas para o sucesso cirúrgico da remoção destes
objetos indesejados. É comentado que não é necessário apenas o conhecimento da
radiologia, mas também a localização anatômica, tipo de acesso cirúrgico, o tipo de
anestesia e a capacidade profissional do cirurgião para a exata localização do corpo
estranho. Desta forma, é necessário que se combinem técnicas radiográficas intra e
extra-bucais, com variações de ângulos e incidências, a qualidade dos raios X e
modificações na posição do filme. Os autores afirmam que é necessário criatividade
26
e improviso para se modificar as técnicas convencionais, também conhecimento nos
fundamentos da radiologia para um profissional que deseja trabalhar com
emergências maxilofaciais.
Silveira et al.(2005) objetivaram com seu trabalho apresentar um caso de
múltiplos sialolitos em glândula submandibular. Foram discutidos métodos de
diagnóstico como inspeção, palpação, verificação da quantidade e qualidade de
saliva secretada, exames radiográficos, sialografia, ultrassonografia, tomografia
computadorizada, cintilografia, ressonância magnética e endoscopia. É relatada a
utilização de uma radiografia oclusal, sendo suficiente para a localização do cálculo.
Já as radiografias panorâmicas, laterais obliquas de mandíbula, P.A de crânio, além
das tangenciais para exame dos tecidos moles da bochecha, são indicadas para a
pesquisa de calcificações nas glândulas parótidas. A mandíbula por sua vez, pode
exigir a utilização do método de dissociação de imagens, de maneira a deslocar as
estruturas sobrepostas. A tomada radiográfica com intuito de pesquisa de
calcificações em tecidos moles deve ser realizada com ³/4 do tempo de exposição
tradicional. No caso de cálculos radiotransparentes, pode-se empregar o uso de
tomografia computadorizada ou de ressonância magnética, excelentes métodos para
a visualização das glândulas salivares e dos tecidos circundantes, porém são pouco
utilizadas devido ao seu alto custo, uma vez que o diagnóstico é possível de ser
realizado por meio de radiografias planas e ultrassonagrafias, obtendo-se grande
precisão e custo reduzido. Neste caso o tratamento escolhido foi cirúrgico.
De acordo com Segundo e Vasconcelos, (2005) entende-se por fratura de
côndilo mandibular o surgimento de solução de continuidade no tecido ósseo no
nível dos processos condilares da mandíbula, com o diagnóstico baseado em um
exame clínico criterioso associado a um exame de imagem específico. Quanto ao
27
diagnóstico por imagem, as incidências radiográficas utilizadas na pesquisas das
fraturas são a projeção reversa de Towne e a radiografia panorâmica, além da
tomografia computadorizada. Porém, a interpretação adequada das radiografias
exige um profundo conhecimento da anatomia radiográfica da região estudada.
Ferreira e Freitas (2006) realizaram uma revisão de literatura com intuito de
contribuir para uma maior divulgação da ultrassonografia (US) como recurso
imaginológico aplicado a Odontologia, suas aplicações clínicas, vantagens e
limitações. As US é um método imaginológico barato, indolor, de fácil
reprodutividade, que não causa efeitos deletérios conhecidos até os dias atuais,
podendo ser realizado em crianças e gestantes, e é um método rápido. A US tem
maior aplicação clínica na avaliação dos tecidos moles, sendo capaz de delimitar,
detectar e avaliar o conteúdo interno do complexo dento-maxilo-cervico-facial (com
limitação de profundidade). Tem ampla aplicação na avaliação das glândulas
salivares, dos linfonódos cervicais e em especial no campo da cirurgia e
estomatologia. As limitações estavam em ser um exame operador-dependente,
onde a experiência do examinador se faz valiosa, e a impossibilidade de observação
em planos profundos.
Os autores Pozza et al. (2005), discutiram exames complementares por
imagens no diagnóstico e no tratamento de patologias das glândulas salivares.
Aproximadamente 10-20% dos sialolitos não são radiopacos, o que dificulta sua
visualização em radiografias convencionais. Sialolitos menores que 3mm geralmente
não são visualizados em ultrassonografias.
Radiografias – geralmente é o primeiro exame complementar a ser realizado, devido
a praticidade, facilidade técnica, baixo custo e aparelhagem disponível. Porém, com
28
o advento de novas técnicas de diagnóstico, este recurso tem caído em desuso.
Tipicamente os sialolitos aparecem como massas radiopacas.
Sialografia – tem sido utilizada para examinar o sistema de ductos das glândulas
salivares maiores. É realizada através da injeção de contraste e posterior exposição
à radiação. Ela também pode ser usada como técnica terapêutica (dilatação sistema
de ductos). A sialografia está contra-indicada nos casos de sialodenites agudas, pela
possibilidade de exarcebar e disseminar o processo infeccioso.
Cintilografia – consiste na injeção intravenosa de isótopo radioativo (contraste), que
se distribui pelo corpo, sendo que as glândulas salivares e a tireóide têm a
habilidade de reter e concentrar o contrate. Esta característica permite a
visualização direta do parênquima glandular e até mesmo a avaliação do fluxo
sanguíneo.
Ultrassonagrafia – ela está indicada para avaliar o tamanho das glândulas salivares,
distinguir doença difusa de focal, avaliar a vascularização glandular e as estruturas
vasculares adjacentes, também distinguir lesões sólidas de lesões císticas,
facilitando a aspiração por agulha.
Imagem e cirurgia – na cirurgia para remoção de sialolitos há um desejo de se
evitar os procedimentos mais invasivos. É neste contexto que os recursos de
exames por imagem, além de complementarem o diagnóstico, servem para facilitar a
localização dos cálculos salivares, permitindo ao cirurgião uma maior precisão
técnica
Existem hoje vários métodos e formas para auxiliar o profissional a
diagnosticar e detectar as fraturas radiculares. Dentre eles, a radiografia periapical,
as radiografias digitais e seus recursos até a tomografia computadorizada. Assim,
29
Borba et al.(2007), objetivaram com vosso trabalho, levantar informações pertinentes
na literatura científica sobre o diagnóstico radiográfico para fraturas verticais e
horizontais. Para que aconteça o diagnóstico radiográfico, deve haver uma
coincidência do feixe de raios X com o plano de fratura, muitas vezes fazendo-se
necessário a variação da angulação horizontal para detecção de fraturas verticais.
Devem também ser analisados outros sinais radiográficos como auxiliares no
diagnóstico, são eles: espessamento do ligamento periodontal, linhas radiolúcidas
nos traços de fratura, áreas radiopacas representando a superposição das paredes
fraturadas e presença de deslocamento dentário, além da associação do exame
clínico.
Noleto et al. (2007) enfocaram em seu trabalho avaliar os principais aspectos
radiográficos e epidemiológicos do granuloma central de células gigantes (GCCG).
Os autores utilizaram uma amostra de 26 lesões diagnosticadas em 22 pacientes. O
GCCG é uma lesão não-neoplásica dos maxilares, podendo apresentar formas
radiográficas variadas, como pequenas lesões radiolucidas uniloculares até
extensas áreas radiolucidas multiloculares. Geralmente é bem delimitado, muitas
vezes com um limite festonado. As lesões podem apresentar halo radiopaco cortical
e causar afastamento e reabsorções radiculares. Os resultados obtidos foram que
com relação ao sexo predominância pelo sexo feminino (72%), a faixa etária media
de 27 anos, a localização mais comum foi a mandíbula com 75% localizada no corpo
mandibular. As características radiográficas apresentadas em todas as lesões como
imagem radiolucidas de contornos bem delimitados. Destas lesões 42% eram
uniloculares e 58% multiloculares. Todas as lesões causaram expansão de pelo
menos uma das corticais ósseas, 50% causaram deslocamento dentário e 15%
reabsorções.
30
No referido trabalho, Vieira et. al. (2007). , tiveram por objetivo relatar através
de um caso clínico, a importância da tomografia computadorizada para o diagnóstico
e aplicação da terapêutica adequada no caso de um tumor odontogênico
queratocístico em seio maxilar. Também é citado que vários são os métodos de
exame por imagem utilizados na odontologia para o diagnóstico de tumores, em
especial a radiografia panorâmica, seguido da tomografia computadorizada,
somando-se a estes, a ressonância magnética, ultrassonografia e radiografia
convencional. Entretanto, a tomografia computadorizada fornece alta qualidade de
imagem com boa resolução anatômica, podendo avaliar alterações dos tecidos
moles e ósseos, extensões de lesões, neoplasias e fraturas não registrados por
raios X convencional. Desta forma os autores concluíram que a TC supera a RP
como método auxiliar de diagnóstico, sendo o exame tomográfico essencial para o
planejamento cirúrgico.
Aquilino et al. (2006) objetivaram descrever através de um caso clínico a
ocorrência de um cisto nasolabial, apresentando suas características em imagens
por ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC). Devido ser
uma lesão de partes moles, não é detectada na radiografia simples, a não ser que
cause uma erosão óssea importante no osso maxilar. Radiograficamente, a lesão
pode abaular a parede lateral da fossa nasal, sendo evidenciado em uma radiografia
oclusal total da maxila. A lesão pode acometer o seio maxilar. Meios de diagnóstico
como a TC e a RM possibilitam mostrar com maior nitidez e confiabilidade a
natureza cística da lesão e sua relação com o osso maxilar, facilitando a hipótese
diagnóstica. Os autores concluíram que a RM evidenciou o conteúdo da lesão de
forma mais elucidativa que a TC, e que a hipótese de diagnóstico de um cisto
nasolabial deve ser baseada realizando exames clínicos e por imagens.
31
Grempel et al. (2000) realizaram um trabalho com o objetivo de apresentar
alguns recursos imaginológicos que podem ser utilizados para o diagnóstico de
neoplasias ósseas malignas. Os autores afirmam que o diagnóstico e plano de
tratamento das neoplasias malignas deve estar intimamente ligado a um exame
clínico minucioso, anamnese detalhada, bom conhecimento da semiologia de cada
neoplasia e exame imaginológico satisfatório que seja ao mesmo tempo acessível.
Radiograficamente as neoplasias ósseas malignas apresentam, geralmente,
margens irregulares e destruição óssea sem remodelação, entretanto, estas
características não podem ser utilizadas como diagnóstico final sendo indispensável
a realização de uma biopsia. Foram citadas as características da TC, RM e
radiografia convencional, concluindo os autores que a TC parece ser o recurso
imaginológico mais indicado para avaliação das neoplasias ósseas do complexo
bucal e maxilofacial, sendo um exame de valor relevante para o diagnóstico,
estadiamento e planejamento cirúrgico. As desvantagens da TC ainda são o alto
custo e grande exposição do paciente a radiação ionizante.
Carvalho et al. (2007) realizaram um trabalho com o propósito de medir a
angulação de terceiros molares inferiores inclusos em relação ao segundo molar
adjacente, comparando os mesmos dentes em radiografias panorâmicas e
periapicais. Segundo os autores, o índice de confiança da radiografia panorâmica é
limitado devido à distorção das imagens, ocasionados por variados fatores: erro no
posicionamento do paciente, variação nos fatores de ampliação e fatores
geométricos de formação da imagem. A inclinação dos terceiros molares em relação
aos segundos molares adjacentes é muito importante para o planejamento de sua
remoção cirúrgica. Para que fosse realizado este trabalho, foram selecionados 37
dentes inclusos, em posição horizontal ou mesioangular (na classificação de Winter),
32
de 25 pessoas atendidas na clínica de cirurgia da Faculdade de Odontologia de
Araçatuba. Na mensuração da angulação, foi traçada uma linha passando pelo
meio da superfície oclusal do terceiro molar e pela bifurcação do segundo molar e
terceiro molar, formando um ângulo pela intersecção dos longos eixos,
demonstrando a inclinação relativa do terceiro molar em relação ao segundo molar.
Os resultados obtidos foram que 25 dentes apresentavam maior angulação na
radiografia periapical, 6 dentes apresentavam maior angulação na radiografia
panorâmica e 6 dentes não apresentavam diferença de inclinação. Desta forma
puderam concluir que os valores obtidos nas radiografias panorâmicas foram
menores que nas radiografias periapicais na maioria dos casos.
Godoy et al. (2008) relatam através de um caso clínico a associação de um
cisto dentígero a um tumor odontogênico adenomatóide (TOA), discutindo aspectos
como seus comportamentos biológicos, características radiográficas e curso clínico.
Os cistos dentígeros apresentam-se por uma lesão radiolúcida unilocular, com
margens escleróticas bem definidas, associados à coroa de um dente não irrompido.
Enquanto o TOA pode apresentar-se totalmente radiotransparente, ocasionalmente
apresentando calcificações em seu interior. No presente trabalho, a enucleação
cirúrgica e curetagem foram os tratamentos de escolha, com excelente prognóstico.
Schwengbrer et al.(2008) realizaram um estudo com o objetivo de determinar
a localização anatômica mais comum das periapicopatias nos maxilares e
determinar a prevalência de lesões periapicais em relação as arcadas dentárias.
Neste estudo foram utilizadas 256 radiografias panorâmicas pertencentes ao arquivo
de pacientes da disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, da
faculdade de odontologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O critério
de diagnóstico utilizado para determinar a presença de lesões periapicais baseou-se
33
em imagem radiolúcida no ápice radicular de cada elemento dentário associado ao
rompimento da lâmina dura. A amostra constituinte de 6364 dentes, sendo 3075
superiores e 3289 inferiores. Na arcada superior, 137 dentes, ou seja, 4, 45%,
apresentaram lesões periapicais, sendo 1246 anteriores, com 89 dentes (7,14%)
apresentaram lesão e 1829 posteriores, com 48 (2,62%) apresentando lesões. Na
mandíbula, 103 (3,13%) dentes apresentavam lesões periapicais, sendo 1450 na
região anterior, com um total de dentes com lesão de 31 (2,09%) e 1736 posteriores,
com 72 (3,98%) com lesão. A prevalência de lesão periapical em indivíduos na faixa
etária de 25 a 50 anos sendo os dentes mais envolvidos, os incisivos laterais
superiores e primeiros molares inferiores.
Nóia et al. (2008) apresentaram através de um caso clínico e revisão de
literatura descrever a importância de um correto diagnóstico e tratamento para a
resolução de um odontoma composto. No referido trabalho foram abordados os
sinais mais comuns, sua localização e a idade mais acometida, enfatizando suas
características radiográficas, que se apresentam como vários e ocasionalmente
dezenas de dentes maduros num único aglomerado entre as raízes ou sobre a coroa
de um dente retido, circundado por uma estreita zona radiotransparente. Os
odontomas complexos aparecem nas mesmas regiões, porém como massas opacas
amorfas também envolvidas por uma zona radiotransparente. A importância de um
diagnóstico precoce se dá afim de evitar maiores complicações, sendo que
usualmente estes são descobertos por raios X de rotina, devido ao fato de a maioria
dos casos ocorrerem assintomáticos. O tratamento desse tipo de lesão é
invariavelmente cirúrgico.
Santos et al. (2009) desenvolveram um trabalho com o objetivo de avaliar a
topografia anatômica do canal mandibular em relação aos ápices dos terceiros
34
molares através de imagens tomográficas de 25 humanos de um banco de dados ,
bem como a relação do ápice radicular do terceiro molar inferior com a cortical
superior do canal mandibular. A identificação da posição do nervo mandibular
através dos exames de imagens é crítica para diversos procedimentos, incluindo
instalação de implantes exérese de terceiros molares e cirurgia ortognática
(osteotomia sagital). O presente trabalho tem sua relevância ressaltada, pois foi
realizado por meio de tecnologia de obtenção de imagem com proporção de 1:1, não
havendo distorções. A média da distância do ápice do terceiro molar em relação ao
canal mandibular foi de 1,24mm. Desta forma, concluíram que as tomografias de
feixe volumétrico foram eficientes para realizar as mensurações propostas no
presente trabalho.
Muito tem se debatido a respeito do diagnóstico de fraturas faciais em
pacientes traumatizados. Jodas et al.(2009) elaboraram um artigo com o objetivo de
determinar o índice de concordância intra e inter observadores na detecção de
fraturas da face por meio da tomografia computadorizada de pacientes vítimas de
traumatismos faciais. A maioria das fraturas faciais é detectada no exame clínico,
mas em alguns casos, este pode ser dificultado por alterações neurológicas,
lacerações, dor, edema, sangramento e efisema, sendo nestes casos, quando os
exames por imagens assumem papel importante no diagnóstico final das alterações,
quantificando e qualificando as lesões (o que é impossível ao exame clínico). Para a
realização deste, foram utilizadas 40 tomografias computadorizadas de 40 pacientes
atendidos no Hospital Heliópolis, e estas apresentadas a dois observadores
(radiologista e cirurgião buco-maxilo-facial) em duas películas, com cortes coronais e
axiais de fraturas faciais em dois intervalos diferentes. Para análise da concordância
35
foi utilizado o índice Kappa. Eles puderam concluir que o mesmo observador
diagnostica fraturas faciais no mesmo exame de tomografia computadorizada da
mesma maneira em intervalos diferentes. Na análise inter-observadora confirmou-se
que há concordância entre os dois observadores.
Nascimento et al. (2009) descreveram, por meio de um caso clínico, a
ocorrência de um tumor odontogênico epitelial calcificante de maxila (TOEC). O
TOEC, também conhecido como tumor de Pindborg, é uma neoplasia benigna rara,
com predileção pela região posterior da mandíbula. Sua apresentação radiográfica
se dá por uma lesão radiotransparente uni ou multilocular, com margens mal
definidas, podendo apresentar estruturas calcificadas em seu interior,
assemelhando-se a flocos de neve. O tratamento constitui na ressecção cirúrgica
radical. Diferente da localização mais comum descrita pela literatura, este caso de
tumor de Pindborg se apresentou na maxila, com crescimento de apenas 06 meses.
Desta forma este trabalho mostra-se de grande valor, demonstrando que não há
uma regra geral a todos os casos.
Oliveira et al.(2009) realizaram um estudo com o propósito de destacar as
possíveis seqüelas na ATM causadas por traumas ocorridos na infância e os
exames radiográficos pertinentes para o correto diagnóstico.Os traumatismos na
ATM de crianças estão associados principalmente, a quedas, acidentes
automobilísticos e acidentes em atividades esportivas. As principais seqüelas
citadas são assimetria facial, micrognatia, anquilose da ATM, mordida aberta e
problemas funcionais e psicológicos. Para a avaliação radiográfica, são citados
vários recursos, dentre eles a radiografia convencional, como: tomadas
transcranianas, panorâmica, técnica de Towne, técnica de Hirtz, tomografia
36
convencional, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Os autores
concluíram que os exames por imagem e um apurado exame clínico, são
fundamentais no auxilio do correto diagnóstico e planejamento do tratamento,
ressaltando a tomografia computadorizada para a visualização das estruturas
ósseas e ressonância magnética para tecidos moles como os exames de escolha.
Jacome e Abdo (2010) apresentaram através de uma revisão de literatura os
aspectos radiográficos das calcificações em tecido mole da região bucomaxilofacial,
com o objetivo de auxiliar o cirurgião-dentista na identificação e interpretação destas.
É descrito que estas calcificações ocorrem em aproximadamente 4% dos pacientes.
Calcificação da artéria carótida / ateroma de carótida – ateromas são placas
gordurosas fibrosas calcificadas localizadas no interior das artérias. Em radiografias
panorâmicas essas calcificações apresentam-se como imagens radiopacas
nodulares únicas ou múltiplas, não contínuas, na altura da junção intervertebral C3 e
C4, cerca de 1 a 2,5cm infero-posterior ao ângulo da mandíbula. Esta calcificação
também pode ser visualizada em radiografias cefalométricas laterais.
Flebolitos – são calcificações idiopáticas de trombos. Na região de cabeça e
pescoço estão freqüentemente associados a lesões vasculares como hemangiomas
e mal formações vasculares. Estes podem ser visualizados em radiografias
panorâmicas e P.A. apresentam-se como múltiplos corpos laminados circulares ou
ovais com aspecto de “alvo”, radiopacos na periferia e radioluscidos no centro.
Sialolitos – são calcificações no interior dos ductos das glândulas salivares,
aparecendo tipicamente como placas radiopacas ovóides ou alongadas ao exame
radiográfico. Cálculos das glândulas submandibulares são mais bem visualizadas
em radiografias oclusais, os sialolitos da glândula parótida são mais difíceis de
37
serem visualizados, podendo lançar mão da ultrassonografia ou tomografia
computadorizada.
Calcificações de nódulos linfáticos – são calcificações distróficas presentes em
nódulos com processo inflamatório crônico. Os nódulos mais acometidos são os
submandibulares, os digástricos e os cervicais. Radiograficamente aparecem como
massas radiopacas ovóides únicas ou múltiplas distribuídas ao longo das cadeias
ganglionares, possuem bordos mal definidos com aspecto de couve-flor. Podem
aparecer em panorâmicas ou telerradioigrafias.
Tonsilolitos – são raras calcificações distróficas nas tonsilas palatinas, devido a
infecções crônicas ou bacteremia. Em radiografias panorâmicas podem aparecer
como massas radiopacas sobrepostas ao ramo ascendente da mandíbula, ou como
pequenas radiopacidades múltiplas, e também podendo ser descobertas em
telerradiografias.
Antrolitos – são massas calcáreas presentes nos seios maxilares. Se estiverem nas
fossas nasais, serão chamados de rinolitos. Podem ser avaliados com combinações
de técnicas radiográficas como periapicais, oclusais, panorâmicas e P.A. As lesões
produzem imagem de forma irregular e mal definida, podendo aparecer como
radiopacidades densas e homogenias ou apresentar anéis concêntricos
radioluscidos.
Calcificação do complexo estilohioideo – o alongamento, mineralização ou
ossificação dos ligamentos estilohioideos e estilomandibular são comuns, sendo
geralmente assintomáticos, representando achados radiográficos em radiografias
panorâmicas. Casos assintomáticos são descritos como síndrome de “Eagle”.
38
DISCUSSÃO
Para que o cirurgião possa interferir, é de fundamental importância o
conhecimento da anatomia normal, para que haja distinção da patológica, sendo os
exames de imagens responsáveis por boa parte de tal avaliação.
Segundo Frederiksen et al. (1995) , as radiografias intra-orais, oclusal e
periapicais, são ricas em detalhes, de fácil obtenção e custo reduzidos, porém, por
fornecerem parte de todo devem ser realizadas outras radiografias complementares.
Hodgkinson et al. (1994) , indicaram de forma positiva a utilização de radiografias
periapicais nos casos de abscessos periapicais, assim como Martins et al. (2005) ,
que também ressaltaram a importância do conhecimento da radiologia para
possíveis variações técnicas radiográficas intra-bucais para a localização de corpos
estranhos na região maxilo-facial. Jacome e Abdo (2010) salientaram a utilização de
radiografias intra-orais para detecção de calcificações em glândulas salivares, bem
como Silveira et al. (2005) , Pozza et al. (2003) e Branco et al. (2003) , todavia,
esses autores preconizam também a utilização de outros exames por imagens no
auxílio ao diagnóstico, como: radiografia panorâmica, sialografia, cintilografia,
ultrassonografia e endoscopia.
Diversos autores enfatizaram a importância e a contribuição da radiografia
panorâmica para a radiologia e cirurgia oral, como: Hodgkinson et al. (1994) , nos
casos de trauma facial para a avaliação do terço inferior da face do paciente,
Frederiksen et al (1995) , na avaliação da possibilidade de instalação de implantes
ósseointegráveis (visualização da altura do processo alveolar), entretanto cuidando
com a magnificação de imagem. Buscando a excelência em tratamentos
odontológicos, Oliveira et al. (2005) , realizaram um estudo analisando as estruturas
39
de interesse na implantodontia por imagens de tomografia computadorizada,
avaliando quantidade e qualidade óssea, altura e espessura óssea, demonstrando a
superioridade da tomografia computadorizada em relação a radiografia panorâmica.
Vicci e Capelozza (2002) , Schwengbrer et al. (2008) , utilizaram radiografias
panorâmicas para determinar a ocorrência de lesões dentárias e ósseas,
confirmando a boa utilização desta técnica para a avaliação do complexo maxilo-
mandibular como um todo, entretanto Vieira et al (2007) e Aquilino et al (2009) ,
comentam o uso de tomografia computadorizada e ressonância magnética para a
avaliação de patologias e lesões ressaltando a clara superioridade em localização,
avaliação do conteúdo e dimensões das lesões.
Faria et al. (2003) e Vasconcelos et al. (2003) , determinaram a ocorrência de
dentes inclusos utilizando radiografias panorâmicas para tal avaliação.
Branco et al. (2003) fez uso da radiografia panorâmica para observar a
ocorrência de um sialolito no conduto de Wharton em um relato de caso clinico.
De Sa et al. (2004) e Jacome e Abdo (2010), comentaram sobre o uso da
radiografia panorâmica para visualização do prolongamento do processo estilóide,
porém, segundo De Sa et al. (2004) , a tomografia computadorizada é o método de
escolha para a visualização e conclusão do diagnóstico.
Souza et al. (2004) , prepuseram salientar a importância da radiografia
panorâmica na detecção precoce de ateromas em artéria carótida, bem como
Jacome e Abdo (2010) .
Oliveira et al. (2009) , citaram a radiografia panorâmica como recurso
imaginológico para avaliação da articulação têmporomandibular, mas para uma
40
melhor avaliação deve-se incluir exames radiográficos extra-orais complementares
e até mesmo a ressonância magnética.
Em se tratando de técnicas radiográficas extra-orais, Blaschke e Sanders
(1979), descreveram a importância da avaliação radiográfica das injúrias por arma
de fogo na região crânio-facial citando como as principais técnicas utilizadas: raios X
de crânio, coluna cervical. Dentre as projeções convencionais: projeção lateral Hirtz,
Waters, Towne reversa e póstero-anterior.
Hodgkinson et al. (1994), idealizaram um trabalho a respeito do manejo de
pacientes com traumatismos faciais sugerindo as principais técnicas radiográficas
para cada região da face. São elas: traumatismos no terço superior da face – técnica
occiptofrontal e lateral. Para o terço médio da face – técnica occiptomental 45º e
submento vertical. Para a maxila – técnica occiptomental, occiptomental 45º e
lateral. Para a mandíbula radiografia panorâmica, P.A, A.P de Towne, lateral e
oblíqua de mandibula.
Salientando a idéia dos autores acima, Segundo e Vasconcelos (2005) ,
também indicaram as radiografias panorâmica e A.P de Towne, alem da tomografia
computadorizada para as investigações de fraturas mandibulares, em especial do
côndilo. Neste mesmo raciocínio Curcio et al. (2004) , focalizaram a dificuldade de
se diagnosticar fraturas altas do côndilo e em seu trabalho compararam a radiologia
convencional (A.P de Towne) com a tomografia computadorizada, podendo eles
concluir que o corte coronal da tomografia computadorizada é diagnóstico e
conclusivo por não apresentar sobreposições de imagens.
Vasconcelos et al. (2003) , compararam em vosso trabalho o diagnóstico de
fraturas zigomático-orbitárias por tomografia computadorizada versus radiografias
41
convencionais. As técnicas convencionais indicadas foram Waters, Hirtz, perfil da
face. Apesar da excelência de imagem da tomografia computadorizada ela possui
algumas desvantagens como, pequenas alterações na presença de restaurações
metálicas ou material obturador endodôntico, técnica e equipamento de difícil acesso
e custo elevado. Porém, concluíram que a tomografia computadorizada é superior
no diagnóstico.
Na presença de um paciente traumatizado, devemos sempre verificar suas
funções vitais e limitações antes de encaminharmos o mesmo para o serviço de
radiologia. Segundo Aguiar et al. (2004) , os primeiros cuidados conferidos pelo
profissional da saúde ao politramatizado de face, exercem caráter decisivo em
relação ao prognóstico.
Com o ideal de divulgar outros métodos de exames por imagem utilizados na
odontologia, Ferreira e Freitas (2006) , realizaram um trabalho a respeito da
ultrassonografia. A aplicação clínica desta técnica se dá na avaliação dos tecidos
moles, como as glândulas salivares e linfonódos cervicais, atuando em especial no
campo da estomatologia e cirurgia. Algumas vantagens da ultrassonografia são,
baixo custo, indolor, sem efeitos deletérios e a desvantagem é de ser um exame
operador dependente.
42
CONCLUSÃO
A radiologia é sem dúvida de suma importância para a cirurgia oral,
sendo fundamental que o profissional, mesmo que generalista, possua
conhecimento das possibilidades dos exames por imagens disponíveis na
Odontologia nos dias atuais, para que este possa lançar mão das novas tecnologias
a seu favor, servindo-lhe de auxilio. Os exames por imagens, possuem enorme valor
na avaliação das regiões anatômicas normais e também nas patológicas, com o
intuito de que o cirurgião possa intervir de maneira segura, confiante, e tranqüila,
sempre almejando o melhor ao seu paciente. Mas o diagnóstico de lesões orais não
devem se limitar somente a radiografia ou exames imaginológicos, devem-se
sempre associar o histórico do caso e os sinais clínicos para a conclusão do
diagnóstico.
43
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