Urbanismo e planejamento urbano A Cidade do Século XIX
Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Curso de Arquitetura e Urbanismo Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III – TH3 Profa. Ana Paula de Oliveira Zimmermann
Planejamento Urbano
• O centro de ação do planejamento urbano é a organização e o desenho de assentamentos humanos, desde as menores vilas até as maiores cidades.
• É também o planejamento de uma nova área urbana em uma dada região;
• É o processo de criação e desenvolvimento de programas que buscam melhorar ou revitalizar certos aspectos como a qualidade de vida da população.
• Precisam prever o futuro e os possíveis impactos, positivos e negativos, causados por um plano de desenvolvimento urbano.
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Planejamento Urbano e Urbanismo
• Tanto o planejamento urbano quanto o urbanismo são entendidos como o estudo do fenônemo urbano, mas diferem no tocante às formas de atuação no espaço urbano.
• URBANISMO – trabalha com o desenho urbano e o projeto das cidades, em termos genéricos.
• Urbanismo, segundo o dicionário Larousse, é “ciencia e teoria da localização urbana”; de caráter reflexivo e crítico, caracteriza uma nova ciência.
• PLANEJAMENTO URBANO – antes de agir diretamente no ordenamento físico das cidades, trabalha com os processos que a constroem. 3
História do Planejamento Urbano
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• O planejamento urbano nasceu em resposta aos problemas enfrentados pelas cidades, tanto os não resolvidos pelo urbanismo moderno quanto aqueles causados por ele.
• Essa expressão vem da Inglaterra e dos Estados Unidos. (1850)
• Nessa visão o fenômeno urbano foi reconhecido como algo dinâmico – onde a cidade é vista como resultado de sua própria história e que evolui no tempo.
• A cidade não é mais um modelo ideal a ser concebido pelos urbanistas.
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• A cidade real passa a ser o foco, ao invés da cidade ideal, a ênfase passa da busca pelo modelo de cidade ideal para a solução de problemas concretos, buscando estabelecer mecanismos de controle dos processos urbanos ao longo do tempo.
• Outra mudança é a participação de profissionais de diversas áreas do conhecimento, cada um com a sua visão sobre os problemas da cidade.
• Até o final do séc XIX, o planejamento urbano era de responsabilidade de arquitetos.
• Mas o crescimento dos problemas urbanos forçou muitos países a participarem mais ativamente no processo de planejamento urbano.
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Evolução Urbana • A cidade finita, com limites precisos e cercada por
muralhas foi transformada
• Motivos: produção de trilhos de ferro; semeadeira mecânica para plantio em linha, sistema de 4 colheitas; indústria textil, máquina de fiar – tear; nova infraestrutura de transporte suburbios extra-muros
• Revoluções sociais trazem paz obsolescencia militar, politica e econômica levam a demolição das muralhas e extensão das cidades ao suburbio.
• CONCENTRAÇÃO URBANA • Inicio Rev. Ind. 1/5 população inglesa está nas cidades
• 1830 população urbana é igual à rural
• Século XX 4/5 população inglesa é urbana 7
Origens da Urbanística Moderna
• O Século XIX é marcado por grandes mudanças políticas e econômicas:
• Instalação de governos liberais em vários países europeus (Bélgica-1830, Itália-1831, Inglaterra-1832)
• A distribuição do poder político é adaptada à do poder econômico
• Sistema administrativo urbano é representativo
• Na Inglaterra a Lei Eleitoral de 1832 abole os burgos (rurais) e institui representação política em termos econômicos
• Em termos sociais uma lei trabalhista de 1833 traz modernidade: limite de horas de trabalho nas fábricas (48h - crianças até 13 anos, 65h para demais); intervalos para refeições; inspeção pública nas fábricas.
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• 1835 são instituídas as administrações municipais eletivas, ou seja, cada cidade tem uma autoridade democrática
• A esta autoridade cabe: intervir em assuntos de construções, viabilidade e melhoramento urbano.
• Neste contexto surge a urbanística moderna: “A convivência dos homens na cidade industrial coloca novos problemas de organização: os antigos instrumentos de intervenção revelam-se inadequados e são elaborados novos, adaptados às condições modificadas.” Leonardo Benevolo
• A especulação imobiliária dá nova forma às cidades: forte densidade de construções, crescimento em anéis concêntricos em torno dos velhos centros ou dos locais de trabalho, falta de espaços livres.
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Construção Tower Bridge 2ª metade século XIX
• Transformação de velhos bairros em áreas miseráveis
• Construção de moradias baratas e cortiços
• Consequências sociais:
• Habitações com condições inadequadas de luz e ventilação
• Carência de espaços abertos
• Péssimas instalações sanitárias
• Despejos de lixo contíguos às áreas habitacionais
• Escoamento precário
• SURTOS DE TUBERCULOSE EPIDEMIAS LEVAM A
• SURTOS DE CÓLERA (1840) REFORMAS SANITÁRIAS 11
• Os métodos da urbanística moderna partem de dois fatos principais: a natureza vinculante das novas realizações técnicas (ferrovias – bitola, expropriação, traçado) e as medidas higienistas a fim de serem remediadas as carências sanitárias das instalações industriais.
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• 1837 – Entra em vigor uma lei sobre registros de nascimento, casamentos e mortes, que permite classificar os óbitos de acordo com as causas.
• Na década de 1830 a saúde publica é investigada em Londres, buscando as causas das epidemias relatório publicado em 1842
• Inglaterra (Public Health Act) 1848 - Lei da Saúde Pública, torna as autoridades da cidade responsáveis pelo esgoto, coleta de lixo, fornecimento de água, vias publicas, inspeção de matadouros e enterro dos mortos.
• Partindo das exigências sanitárias chega-se a um programa urbanístico completo.
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• 1851 – primeiras leis sobre construções populares subvencionadas
• 1890 – unificação das leis sanitárias e sobre construções populares
• 1893 – Conselho Municipal de Londres começa a construir apartamentos para operários; procuram adaptar o Arts and Crafts para prédios de 6 andares.
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• Ex: Millbank Estate
• Iniciado em 1897, reformado na década de 30 devido a inundações.
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A Cidade do Século XIX
• Pereira (2010) considera a cidade como o resultado de um conjunto de edificações que dão forma e qualificam o urbanismo. Estas formas, junto às funções urbanas, geram uma nova complexidade.
• Quanto mais complexa a sociedade maior a tipologia edificatória.
• A complexidade das funções urbanas é abordada com os mesmos tipos (limitados) que constituíam o repertório histórico tradicional.
• A sua limitação e a diferenciação progressiva de novas necessidades geram o aparecimento de novas propostas tipológicas específicas. 16
• Estações ferroviárias são entendidas como portas da cidade
• Símbolos urbanos e imagens monumentais adquirem dimensão urbana e significado simbólico
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Estação Kings Cross 1850
• Edifícios públicos: símbolos do poder civil
• Grandes equipamentos urbanos retratam as novidades e os males da nova sociedade industrial liberal
• Edificação pública é decisiva na cidade do séc. XIX
• Define espaços, gera bairros independentes.
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Cidade Utopia • Utopia tem como significado mais comum a ideia de
civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregos οὐ, “não” e τόπος, “lugar”, portanto, o “não-lugar” ou “lugar que não existe”.
• Utopia é um termo inventado por Thomas Morus que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de 1516. Segundo a versão de vários historiadores, Morus se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespúcio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503. Morus decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.
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• O “utopismo” consiste na ideia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo absurdamente otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.
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• Essa ideia de utopia surge com a decadência do Papel do cristianismo e faz uma crítica a sociedade industrial, mostrando os efeitos negativos causados por ela, como por exemplo: Escassez do solo, divisão do trabalho, degradação do homem, etc. As cidades utópicas deveriam ser socialmente sustentáveis e contar com soluções espaciais alternativas a metrópole.
• Nesta época florescem uma série de tentativas para solucionar problemas como os enfrentados por Londres e Paris. Socialmente, leis trabalhistas são revisadas, surgem as leis sanitaristas e novos modelos urbanísticos são formulados.
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Próximas aulas Tony Garnier
Ebenezer Howard
Arturo Soria
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Referências
• FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo. Martins Fontes. 2008
• PEREIRA, José Ramon Alonso. Introdução à História da Arquitetura. Porto Alegre. Bookman. 2010.
• BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Perspectiva, 2012.
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