1 Chafariz da Praça da RepúblicaSéc. XVI
Foi construído, ou pelo menos concluído em 1559, sendo obra do mestre canteiro João Lopes “o velho”, o mesmo que alguns anos antes executara o chafariz de Caminha e, muito provavelmente, alguns dos chafari-zes semelhantes que podemos encontrar em cidades galegas como Pontevedra. Foi durante vários séculos o ponto de abastecimento de água potável da população vianense e, pela sua monumentalidade e localização, uma das referências urbanas do burgo.
2 Antigos Paços do ConcelhoSéc. XVI
Depois que o antigo lugar de reunião do concelho foi ocupado pela igreja de Santa Maria Maior (hoje Sé), foi construída fora de portas esta Casa da Câmara logo no princípio do século XVI. É, como tantas outras cons-truções similares do Noroeste hispânico, um edifício sobradado, tendo no andar nobre a “Câmara” onde reu-nia a vereação e no piso térreo uma arcada para abrigo das pessoas e de escribas que aqui redigiam, para os iletrados, requerimentos e outros documentos ende-reçados à Câmara.
3 Edifício da Misericórdia e Igreja Séc. XVI
Tendo sido criada em 1520, a confraria da Misericórdia de Viana, desenvolveu-se de tal forma que, no início do segundo quartel do século XVI a mesa resolveu cons-truir a chamada “Casa das Varandas”. Este edifício, da-tado de 1589, é um exemplar único da arquitectura de inspiração renascença e maneirista, com influências italianas e flamengas. Em 1716 iniciaram-se as obras de remodelação da igreja, entregues ao engenheiro militar vianense Manuel Pinto de Vilalobos. Apresenta no seu interior uma grande riqueza decorativa, bem ao gosto da época, quer pela talha em estilo nacional da autoria de Ambrósio Coelho, quer pelos belos revestimentos em azulejo, pintados por Policarpo de Oliveira Bernardes, quer ainda pelos frescos do tecto da autoria de Manuel Gomes. É, sem dúvida, um dos melhores exemplares bar-rocos de todo o país.
5 Igreja MatrizSéc. XV
A Sé de Viana, embora apresente uma estrutura maciça bem ao gosto da arquitectura românica, é sem dúvida uma obra influenciada pela estética gótica, tendo a sua construção sido iniciada nos alvores do século XV. O portal apresenta um arco ogivado recortado por três arquivoltas profusamente decoradas, que são suporta-das por seis esculturas que representam outros tantos apóstolos (S. Pedro, S. Paulo, S. João, S. Bartolomeu, Santiago e Santo André). Este portal, tanto a nível es-trutural como temático, denota certas afinidades com os portais galegos, nomeadamente com o da igreja de S. Martin de Noya.
Foi a primeira Matriz de Viana, até à construção da actual Sé Catedral dentro do perímetro muralhado em meados do século XV. Conhecida tradicionalmente por Matriz Velha, passou a chamar-se Capela das Almas pelo facto de o seu adro ter sido local de enterramento desde o tem-po de D. Afonso III até finais do século XIX. Da estrutura primitiva do século XIII, reedificada e acrescentada em 1719, por acção do cónego Domingos de Campos Soares, restam um arco-sólio na parede sul do templo e a cruz de cabeceira, sendo no restante um edifício típico dos pe-quenos templos do barroco setecentista.
4 Capela das AlmasSéc. XIII/XVIII7
6 Museu do TrajeSéc. XX
Situado em pleno centro histórico da cidade, o edifício do antigo Banco de Portugal, alberga, desde 2004, o Museu do Traje que dá a conhecer, a riqueza etnográfi-ca dos tradicionais trajes vianenses. O espólio exposto compreende, igualmente, os utensílios utilizados para a confecção artesanal de peças de vestuário, além das exposições permanentes “ A lã e o linho no traje do Alto Minho”, “Traje à Vianesa” e “Oficina do Ouro”. O Museu do Traje realiza inúmeras exposições temporárias ten-do como tema o traje e etnografia Vianenses.
8 Casa dos NichosNúcleo Museológico de ArqueologiaSéc. XV
Implantada sensivelmente a meio da Rua de Via-na, antiga Rua do Cais, pode admirar-se a chamada “Casa dos Nichos”, que embora tenha sofrido grandes remodelações, principalmente ao nível das portas e janelas, apresenta ainda duas belíssimas esculturas góticas, encimadas por dosseletes que representam a cena da Anunciação.
10 Capela das MalheirasSéc. XVIII
A chamada Capela das Malheiras (por alusão à famí-lia proprietária - os Malheiro Reimão), é um dos mais belos exemplares da arquitectura rocócó portuguesa, mandada edificar por D. António do Desterro (Malhei-ro), na altura Bispo do Rio de Janeiro. Para além da elegante fachada, para alguns autores obra de Nicolau Nasoni ou da sua escola, esta Capela apresenta um no-tável retábulo em talha policromada, segundo Robert Smith um dos melhores exemplares de talha minhota em estilo rocócó.
11 Casa dos Abreu Távora“dos Condes da Carreira”Séc. XVI/XVIII
Construído em meados do século XVI o Palácio dos Abreu Távora, mais tarde denominado dos Condes da Carreira, é uma das mais belas casas senhoriais da cidade, onde se destacam as janelas e portas “manue-linas”, às quais as alterações e os acrescentos posterio-res vieram, mais do que preservar, realçar e valorizar. Neste edifício funciona, desde 1972, a Câmara Munici-pal de Viana do Castelo.
14 Casa dos Melo AlvimSéc. XVI
Construído nos inícios do século XVI, é considerado o solar mais antigo da cidade. Ostenta ainda janelas e ameias em estilo manuelino, sendo visíveis alguns acrescentos já dos finais do século XVI. No interior são perceptíveis elementos dos séculos XVI e XVII, nomea-damente a escada monumental em granito. Foi alvo de um meritório trabalho de restauro na década 90 para a instalação de uma Estalagem.
12 Igreja da Caridade Convento de Sant’AnaSéc. XVI/XX
Igreja do antigo Convento de Santa Ana, de freiras be-neditinas, mandado edificar pela nobreza local com o apoio da Câmara, para albergar as filhas dos nobres vianenses que eventualmente não casassem. O con-vento primitivo, de raíz gótica, foi obra de Pero Gale-go, morador em Caminha, onde nos alvores do século XVI dirigiu a segunda fase das obras na igreja Matriz. Depois de algumas obras de ampliação realizadas no início do século XVIII, foi entre 1897 e 1905 que se exe-cutaram as principais obras de reformulação do edifí-cio conventual, daí resultando um grandioso conjunto arquitectónico que preservou o frontispício da igreja setecentista em estilo “barroco joanino” e que reapro-veitou na torre o magnifico coruchéu manuelino.
15 Museu Municipal“Palacete dos Barbosa Maciel”Séc. XVIII
Instalado numa distinta mansão senhorial do século XVIII, o Museu Municipal de Viana do Castelo possui uma das mais importantes e valiosas colecções de faian-ça antiga portuguesa dos séculos XVII a XIX, que inclui diversas peças da famosa Fábrica de Louça de Viana. Para além de um importante acervo de pintura, desenho e peças de arte sacra, destaca-se a bela colecção de mo-biliário indo-português do século XVIII. Neste espaço, é possível ainda descobrir um espólio de azulejaria portu-guesa e hispano-árabe, único na sua variedade e riqueza.
13 Teatro Municipal Sá de MirandaSéc. XIX
Teatro “Italiano” dos finais do século XIX, segundo pla-no do arquitecto João Marques Sardinha. É um edifício sóbrio, com alguns elementos neoclássicos, onde se destaca o tecto abobadado com uma belíssima pintura a fresco da autoria de João Baptista Rio. Possui ainda o pano de boca original, idealizado pelo cenógrafo Italia-no Manini e executado por Hercole Lambertini.
16 Igreja da Senhora da AgoniaSéc. XVIII
O edifício actual da Igreja de Nª Srª d’Agonia data de meados do século XVIII e é o resultado da reconstru-ção de uma antiga capela terminal de uma via-sacra. Neste exemplar do barroco final, onde é possível de-tectar algumas influências do barroco luso-brasileiro, destacam-se os retábulos dos altares decorados em “talha gorda”, com especial relevo para o cenotáfio da Paixão desenhado por André Soares. A torre, que data de 1868, foi construída deslocada do corpo do edifício, para não impedir as tradicionais voltas da romagem em torno da Igreja.
17 Forte ou Castelo de São Tiago da BarraSéc. XV/XVII
Pensa-se que datará do reinado de D. Afonso III, a primeira fortificação colocada na barra da Foz do rio Lima, embora a mais antiga data segura seja já do século XV, quando ali foi construída uma fortaleza, que teria sido concluída já duran-te o reinado de D. Manuel I, como sugerem alguns elementos arquitectónicos manuelinos, nomeadamente a chamada “Torre da Roqueta”, situada no bastião sudoeste da actual fortaleza. Nos finais do século XVI, a fortaleza foi alvo de su-cessivas obras de beneficiação, tendo sido já sob a dominação espanhola, durante o reinado de Filipe II (Filipe I de Portu-gal), que foi edificada a actual fortaleza de planta poligonal, a partir de um projecto da autoria de Filippo de Terzi, o mais famoso projectista de edificações militares dessa época.
19 O Navio Gil EannesSéc. XX
O navio-hospital Gil Eannes, construído em Viana do Castelo, em 1955, apoiou, durante décadas, a frota ba-calhoeira portuguesa que actuava nos bancos da Terra Nova e Gronelândia. O projecto de reconversão trans-formou-o em Núcleo Museológico e Centro de Mar, proporcionando aos seus visitantes uma experiência inesquecível. Hoje, assume-se como pólo de atractivida-de para Viana do Castelo.
21 Estátua de VianaSéc. XVIII
Mandada construir em 1774 pelo Conde da Bobadela, José António Freire de Andrade, Governador de Armas da província do Minho é, paralelamente ao Templo--Monumento de Santa Luzia, um dos ex-libris da cida-de. A figura feminina de vestes ondulantes, segurando uma caravela, em estilo rococó, que domina todo o con-junto, simboliza Viana e a sua vocação marinheira. Os quatro bustos que rematam as esquinas do pedestal, simbolizam os continentes europeu, asiático, africano e americano, como alusão aos “quatro cantos do mundo” e à tradição mareante e mercadora dos vianenses.
22 Igreja de São DomingosSéc. XVI
A Igreja de S. Domingos, que subsiste do antigo convento de Santa Cruz fundado pelo Dominicano D. Frei Bartolomeu dos Mártires, o Arcebispo Santo, beatificado pelo Papa João Paulo II, célebre pela sua participação no Concílio de Trento, é um templo quinhentista, edificado entre 1566 e 1576, sob risco do dominicano Frei Julião Romero, o mes-mo que já traçara a igreja de S. Gonçalo de Amarante. No interior podem admirar-se vários altares de belíssima talha dourada, com destaque para o grandioso retábulo do braço norte do transepto, em “talha gorda”, entalhado pelo mestre bracarense José Alvares de Araújo, a partir do de-senho encomendado pela confraria do Rosário, em 1760, ao mestre André Soares e que recebeu do prestigiado es-pecialista Robert Smith a classificação de “obra-prima do estilo rocaille de toda a Europa”.
28 Casa dos LunaSéc. XVI 29 Casa dos Alpuins
Séc. XVI / XVII
25 26 Casa de SáSoutomaiorSéc. XVI
27 Casa dos Arcos“Casa dos Velhos”Séc. XV / XVI
23 Casa dos Costa BarrosSéc. XVI
Casa senhorial da época dos descobrimentos onde se destaca a janela monumental central de inspiração renascentista com motivos decorativos “manuelinos” e “platerescos”. Construída em meados do século XVI é, sem dúvida, a mais bela e imponente janela quinhentista da cidade.
24 Fortim da AreosaSéc. XVII / XVIII
Este interessante exemplar da arquitectura militar seiscentista, foi construído para suster possíveis ata-ques espanhóis durante as guerras da Restauração (1640-1668). Fazia parte de uma linha defensiva estra-tegicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da Costa Atlântica, conseguida através da remo-delação de antigas fortificações, casos dos Castelos de Valença, Vila Nova de Cerveira e Santiago da Barra (V. do Castelo), ou da edificação de novos fortes, como os de Lobelhe (V.N.Cerveira), Ínsua (Caminha) e Paçô (Car-reço), entre outros. Algumas destas fortalezas tiveram um papel importante, não só na guerra da Restauração, como também durante as invasões napoleónicas, tendo sido por vezes reactivada a sua função militar estraté-gica nas lutas liberais do século XIX.
VIANA DO CASTELO
Guia da Cidade
Hospital VelhoSéc. XV/XVII4
Antiga pousada de acolhimento dos peregrinos de Santiago, fundada por João Paes “o velho” em 1468 e restaurada no século XVI. A fachada é fruto da re-construção do século XVI, sendo visíveis as janelas de recorte manuelino e a inscrição, transcrita do original (uma vez que os algarismos árabes não eram ainda utilizados em 1468), sendo que a pedra de ar-mas e o nicho sobre a porta são já do século XVII. Também quinhentista é o pátio interior, ao qual se acede através de três arcos muito largos e abatidos de aresta chanfrada.
18 Basílica de Santa Luzia Séc. XX
O templo do Sagrado Coração de Jesus edificado no esporão poente da montanha de Santa Luzia, de onde domina e “aben-çoa” a cidade de Viana do Castelo, é sem dúvida um dos monu-mentos mais conhecidos e mais emblemáticos do País. É um excelente exemplo de arquitectura revivalista congregan-do de uma forma monumental mas harmoniosa elementos neo-romanicos, neobizantinos e neogóticos, da autoria de um dos arquitectos de maior projecção nacional e interna-cional na época, o Arquitecto alto-minhoto Miguel Ventura Terra (1866 - 1919), autor, por exemplo, da remodelação do Palácio de S. Bento, actual Assembleia da Republica. Embora o projecto date de 1898, a obra só foi iniciada nos primeiros anos do século XX, tendo sido o templo aberto ao culto em 22 de Agosto de 1926, já depois da morte do seu autor, sendo ape-nas concluído em 1943, quase meia década depois.
30 Casa dos WerneckSéc. XIX
34 Biblioteca Municipal Séc. XXI
31 Igreja de S. BentoSéc. XVI 32 Convento e Igreja
de Santo AntónioSéc. XVII / XVIII
33 Igrela e Conventoda Ordem 3.ª deS. FranciscoSéc. XVIII
Estação dosCaminhos-de-FerrosSéc. XIX
Projeto da autoria do arquiteto Álvaro Siza Vieira
Projeto da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura
20 Citânia de Santa LuziaPovoado castrejo romanizado
A Citânia de Santa Luzia, conhecida localmente por “Ci-dade Velha”, é um dos Castros mais conhecidos do Norte de Portugal e sem dúvida um dos mais importantes para o estudo da Proto-História e da Romanização do Alto Minho. A sua localização estratégica, permitia-lhe não só dominar vastas áreas da zona litoral ribeirinha, como também e muito especialmente, controlar o movimento de entradas e saídas na foz do Rio Lima, que na antigui-dade clássica seria navegável em grande parte do seu curso. O Povoado apresenta características muito pró-prias, principalmente ao nível das estruturas arquitec-tónicas, com destaque para o aparelho poligonal, utili-zado em algumas das casas, que apresentam uma planta circular com um vestíbulo ou átrio, que em alguns casos albergavam fornos de cozer pão.
Inaugurada em 30 de Junho de 1878, em plena época da arquitectura do ferro, sob o risco e os cálculos da prestigiada Casa Eiffel, a ponte metálica sobre o rio Lima veio não só permitir o tráfego ferroviário, como também substituir a velha ponte de madeira que ligava o terreiro de São Bento em Viana à margem esquerda do rio Lima (Darque). Com quinhentos e sessenta e três metros de cumprimento e seis de largura, foram neces-sários mais de 2.000.000 Kilos de ferro para a constru-ção dos tabuleiros que assentam em nove pilares em cantaria de granito, cujas fundações chegam a atingir os 22 metros.
Ponte EiffelSéc. XIX9
35 Centro Cultural Séc. XXI
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DeSCoBRIRVIANA DO CASTELO
“Quem gosta vem, quem ama fica”
é o mote da campanha que invadiu
a cidade e o concelho, apelando já
para tudo o que tem de mais signi-
ficativo e memorável: a paisagem
e a história, as praias e o mar, as
tradições e a gastronomia.
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