oscar araripe
Viver de Cores
Revolução em Pintura é pintar um
novo jarro de flores.
A Pintura é uma arte extremamente difícil que se deve fazer com muita
facilidade.
Pretensiosa pretensão.
Desvairada arte.
São apenas jarros de flores,
de flores apenas.
Síntese:
Fazer de tudo,
de tudo fazer,
para depois só flores pintar.
Prefiro
os jarros que não são flores, as flores de arte e a arte que cria as flores.
Balas de
Laranja.
Lembrança,
sabor.
Infância,
rosa-de-
meninice.
Frutas,
flores nos
quintais dos
gozos
repostos.
Falasse eu de flores. Mas não. Falo de borboletas. As flores não valem nada.
Farfalhas, papalotes, papillons, mariposas, butterflies,
borboletas são farfalas, papalotes, papillons, mariposas, butterflies. Psyche. Nada mais.
Olhai, amados Senhores e Senhoras estas novas toalhas de mesa. Vejam
este vermelho de fogo, este dourado digno da tenda de Saladino. Este
preto de pó preto, que mal vejo, e que é feito de osso cremado. Azul. Azul é
obra do amarelo, grande senhor do Sol, o melhor amigo de meus ombros.
Nada mais justo,
nada melhor que uma “natureza morta”, bem vivida e pintada.
Receber com flores.
Nada melhor. Nada Maior.
Olho o jardim do céu,
e pinto flores - flores
são mais flores
quando já não o são.
Pintor,
ouso dizer:
... as cores não existem.
Existe a arte
e a arte faz a vida
e a vida as cores.
Sem vida não é cor,
é tinta.
Cores, tintas.
Umas não existem,
outras
não valem nada.
Eu pinto flores
para viver de cores e morrer alegre.
oscar araripe
Viver deCores
Imagens e texto: Oscar Araripe - www.oscarararipe.com.br
Criação e formatação: Marcela Merli - [email protected]
Música: Chopin / Concerto Nº 2 em Fá menor para Piano: 2 - Larghetto2010/04
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