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O jornal do Cursinho da Poli agosto/2014

Pela primeira vez, ao longo de sua existência, o Sistema Cantareira, que abastece cerca de nove milhões de habitantes na região metropolitana de São Paulo, chegou a um nível abaixo de 8,2% de sua capacidade, passando a extrair água do chamado volume morto - água das represas que fica abaixo do nível de captação das comportas.

Para entender essa crise, é preciso antes conhecer um pouco do sistema, que é composto por seis reservatórios formados pelos rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras. Juntos, formam um complexo sistema de túneis e canais que captam e desviam a água dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) para a Bacia do Alto Tietê, de onde, no reservatório de Paiva Castro, as águas são bombeadas para o reservatório de Águas Claras, que atende à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

A falta de chuva não é o único motivo da crise de abastecimento do sistema Cantareira, fatores como o crescimento desordenado, a expansão industrial e agrícola somados à falta de planejamento e à precariedade das instalações subterrâneas do nosso sistema, recheado de vazamentos invisíveis agravam a situação.

A população que pouco faz para mudar seus hábitos e tornar o consumo mais consciente também tem sua parcela de responsabilidade. Segundo dados da Sabesp, um morador da Grande SP consome, em média, 175 litros de água por dia, 65 a mais do que o recomendado pela Organização das Nações Unidas. Para estimular as pessoas a economizar, o governo oferece bônus de 30% para quem economiza 20% de água.

A captação do volume morto fez recuar para 26,7% o nível no Sistema Cantareira, garantindo o abastecimento até novembro, segundo a Agência Nacional de Águas. É uma medida inédita e emergencial que não deve ser repetida.

A crise está instalada e mais que superá-la, é preciso que os organismos responsáveis pelo gerenciamento e abastecimento de água aprendam com ela, remodelando o gerenciamento e distribuição, modernizando as instalações e promovendo campanhas de conscientização para evitar que situações como essa voltem a se repetir.

Em focoeditorialJá estamos quase no mês de setembro e, daqui até dezembro, o caminho começa a estreitar cada vez mais. A organização dos estudos já não é uma opção, mas um dever, pois é uma vitória ter chegado até aqui, e é hora de ter foco e perseverar em meio aos obstáculos. Para ajudá-los nesse processo, neste mês teremos nossa tradicional Jornada de Trajetórias Profissionais (JTP), que, como em todos os anos, mostrará a vocês a rotina de quem escolheu uma profissão e lida todos os dias com seus desafios específicos.

Para ser um bom profissional, você precisa aprender a estudar, a romper as barreiras do medo e se permitir adquirir o conhecimento necessário que o ajudará não só a passar no vestibular, mas também a ter segurança para lidar com o que for preciso. O fato é: você é responsável por suas escolhas, e ter determinação e força de vontade é primordial para seguir adiante rumo ao alvo de entrar numa universidade pública e de qualidade.

Acreditamos em vocês e estamos juntos nesta busca. Além de jovens estudantes, vocês são cidadãos e agentes transformadores da sociedade, mas, para que haja transformação, tem que haver preparação – e esta vem pela educação.

Grande abraço!

Curiosidades: invenções popularizadas graças à Primeira e à segunda Guerra Mundial Pág. 3

É tempo de se organizar Vai ter água? Entenda a crise de abastecimento do Sistema Cantareira

Saiba mais > em nosso site

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PASSEI

Nesta edição, trazemos um pouquinho da história da ex-aluna Lais Bento Cazelato, que estudou na unidade Lapa no ano passado.

Hoje, ela cursa Engenharia de Minas na Escola Politécnica (USP) e conta como chegou ao Cursinho da Poli e como foi escolhida para fazer um intercâmbio no Havaí.

Vox: Como foi sua trajetória no ensino médio?Fiz o ensino médio na primeira turma do Etec de minha região, junto com um curso técnico na

área de química. Na época, por gostar de ajudar meus colegas nas matérias em que eu tinha facilidade, ganhei uma medalha do CRQ – Conselho Regional de Química –, em reconhecimento a meu esforço e aprendizado. Por causa disso, também ganhei um intercâmbio do Centro Paula Souza e fiquei um mês no Havaí, no ano passado. Foi uma experiência incrível e uma grande oportunidade de que jamais me esquecerei.

Vox: Como conheceu o Cursinho da Poli?Quando eu estava na escola, soube do Cursinho por minha mãe, que é professora. Além disso, já tinha ouvido falar por colegas de sala, que também conheciam o Cursinho da Poli. Me matriculei na turma de março, mas, como surgiu a oportunidade do intercâmbio, eu tive que parar e consegui voltar na turma de agosto. Como o tempo era curto, eu tive que me esforçar ainda mais e sou muito grata a todos os professores e plantonistas, que sempre tiraram

minhas dúvidas e me ajudaram em todas as dificuldades.

Vox: O que mais marcou você no Cursinho da Poli?Com certeza a didática dos professores, pois o aprendizado para mim se tornou muito mais fácil! No Cursinho, eu comecei a assistir jornais e acompanhar os noticiários sobre o Brasil e o mundo. As atividades extras também foram importantes. Gostei muito do Sarau dos Refugiados, porque pude perceber o quanto o brasileiro também é preconceituoso e precisa aprender a respeitar os estrangeiros que vieram para cá em busca de novas oportunidades.

Vox: Que mensagem você deixa para quem está estudando para entrar numa universidade?Não desistam. A educação é certamente o melhor caminho, e nenhum esforço nosso é em vão quando temos um sonho. Eu consegui e vocês também conseguirão.

Estudar também é compartilhar o conhecimento

O que rolou Curso de Permacultura ensina técnicas sustentáveis Usar os recursos da natureza sem lhe causar prejuízo é o que prega a permacultura, tema do curso iniciado no dia 18 de agosto, na unidade Lapa. No primeiro encontro, a atividade reuniu cerca de 45 alunos, que discutiram o conceito de permacultura e algumas técnicas de convivência. Nesse curso, o Prof. Dr. Eduardo Bonzatto nos convida a conhecer e buscar soluções que certos problemas vêm demandando, inclusive no que tange a questões ambientais.

Cursinho da Poli e Adus promovem segundo encontro com refugiadosEvento contou com debates, sarau, danças e comidas típicasNo domingo, dia 27 de julho, cerca de 250 alunos se reuniram com refugiados sírios, na sede do Cursinho da Poli, para um dia de atividades extracurriculares. Os refugiados conversaram e trocaram experiências com os alunos e professores em rodas de conversa, e na pauta de discussão estavam os motivos pelos quais o Brasil foi escolhido por esses refugiados e a realidade que viviam em seu país de origem.

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As guerras sempre causam muito sofrimento. Além das mortes em campos de batalha, elas

disseminam a miséria e fazem muitas vítimas

indiretas. Por outro lado, também fomentam a indústria

tecnológica, criando máquinas e serviços que acabam sendo incorporados à vida civil e, anos ou décadas mais tarde, ainda são importantes no mundo moderno. Atualmente, a evolução tecnológica não depende exclusivamente de batalhas militares, mas ainda é bastante comum surgirem coisas a partir da necessidade de defesa, segurança ou auxílio a algum país. Cem anos após o início da Primeira Guerra Mundial, conheça algumas das invenções que resultaram desses conflitos.

Zíper

Desde meados do século XIX, muitos vinham usando combinações de colchetes, fivelas e fechos. Para simplificar a forma de fechar roupas, o sueco Gideon Sundback achou a solução e criou o “fecho sem ganchos”. A partir daí, os militares estadunidenses passaram a usar o zíper em uniformes e botas.

Relógio de pulso

O relógio de pulso, inventado por Santos Dumont, não foi especificamente feito para a Primeira Guerra Mundial, mas alí seu uso se alastrou dramaticamente. Para sincronizar ações militares, era essencial saber a hora, e, assim, desenvolveram-se relógios que permitiam ao usuário ter as duas mãos livres durante as batalhas e ao pilotar aviões: os relógios de pulso.

Aço inoxidável

Com o calor e a fricção produzidos pela passagem das balas, os canos das armas enferrujavam. Na tentativa de elaborar um metal mais adequado, Brearley experimentou adicionar cromo ao aço e, diz a lenda, jogou fora algumas amostras que não tinham dado certo. O material ficou ali atirado até Brearley se dar conta de que as amostras não tinham enferrujado. Ele havia descoberto o segredo do aço inoxidável. Na Guerra, o material foi usado em motores e tornou-se indispensável na fabricação de facas, talheres e instrumentos hospitalares.

Absorvente íntimo

Em 1917, ano em que os EUA entraram na Guerra, a empresa Kimberly Clark passou a usar o recém-criado cellucotton na fabricação de curativos cirúrgicos. O material era cinco vezes mais absorvente do que o algodão, e logo as enfermeiras da Cruz Vermelha perceberam sua utilidade na higiene íntima. Em 1920, chegou às lojas estadunidenses o primeiro absorvente íntimo da história.

Lenços de papel

Vender absorventes íntimos não era fácil, porque as mulheres ficavam constrangidas em comprar o produto de vendedores homens. As vendas caíram e a Kimberly-Clark procurou outras utilidades para o material. Depois de alguns experimentos, lançou-se, em 1924, o lenço de papel.

Salsicha vegetariana

É criação de Konrad Adenauer que, anos mais tarde, tornou-se o primeiro chanceler da Alemanha pós-Segunda Guerra. Sob o bloqueio britânico, os alimentos foram escasseando e Adenauer decidiu procurar um novo tipo de salsicha, sem carne, também em falta. A salsicha de soja foi batizada de Friedenswurst, ou “salsicha da paz”.

Chá em saquinho

Em 1908, um mercador de chá estadunidense passou a enviar o produto embalado em saquinhos. Por acidente ou não, os compradores mergulharam os saquinhos na água. Durante a Guerra, uma companhia alemã levou a ideia adiante e passou a fornecer chá em saquinhos de algodão para as tropas. Eles foram batizados de “bombas de chá”.

E vários outros produtos como: rádio sem fio, detergente, tanque de guerra, criptografia, ultrassonografia, surgiram em meio a conflitos e até hoje estão incorporados ao dia a dia.

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Fala ProfessorCuriosidades: invenções popularizadas graças à Primeira e à segunda Guerra Mundial

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Expediente:Esta é uma publicação gratuita do Cursinho da PoliDiretores: Gilberto Alvarez e Fabio SatoProjeto: Ex-Libris Comunicação Integrada (11) 3266 6088Jornalista Responsável: Jayme Brener [MTB: 19.289]Reportagem: Lúcio Morais, Jussara Moreira Projeto gráfico e diagramação: Ricardo Villar MartinsContato: Cursinho da Poli (11) 2145-7654 / [email protected] cursinhodapoli.org.br4

Confira a programação completa nos murais ou em nosso site (www.cursinhodapoli.org.br)

o que vai rolar...16, 23 e 30 de agosto – Palestras e Exposição sobre as Guerras MundiaisLembrando os 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial, o Cursinho da Poli realiza a Exposição 1914-1945: uma guerra de 31 anos. Cartas, medalhas, cartazes, fotos e outros documentos farão parte da exposição inédita, na unidade Lapa. Além disso, para complementar, haverá palestras com os professores Elias Feitosa, de história, e Kevork Soghomonian, responsável pela coleção, nas três unidades. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na Secretaria de Alunos.

24 de agosto – XVI Jornada de Trajetórias ProfissionaisSua oportunidade de tirar dúvidas sobre carreira, profissões e mercado de trabalho. Palestras com profissionais de diversas áreas, que darão informações sobre a base salarial de cada profissão, o mercado de trabalho, o perfil mais adequado etc. Inscrições gratuitas em nosso site ou na Secretaria de Alunos.

31 de agosto – Módulo de FísicaNo domingo, das 9h às 16h30, você terá a oportunidade de estudar ainda mais os conteúdos de física, com ênfase em proporcionalidade, grandezas físicas e unidades de medida, potenciação e notação científica, noções sobre funções e análises gráficas. O evento é aberto a alunos e não alunos, com custo de R$ 35,00 e vagas limitadas. As inscrições podem ser feitas na Recepção.

7 e 9 de setembro – Rodas de LeituraBaseadas no livro Estudo Orientado, produzido pelos próprios professores do Cursinho da Poli, as Rodas de Leitura são aulas voltadas exclusivamente para as obras da Fuvest e da Unicamp. Dicas e observações sobre os autores e seus livros, trechos das histórias, citações dos personagens e características estéticas são apresentadas de forma a aproximar o aluno da linguagem literária. As inscrições podem ser feitas na Recepção. É necessário ter ou adquirir o livro para participar da atividade.

21 de setembro – Simulado de Múltipla EscolhaSe você tivesse que fazer um vestibular hoje, como acha que se sairia?O ideal seria avaliar seu desempenho, não é mesmo? No mês de setembro, você terá essa oportunidade no primeiro Simulado de Múltipla Escolha. São provas desenvolvidas por uma equipe de professores do Cursinho da Poli que simulam a situação de um exame real, inclusive com o fechamento dos portões no horário estipulado. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na Secretaria de Alunos.