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NO SURREALISMO DO IMAGINÁRIO NÃO-COLECTIVO
– SOMOS DUAS – por Myriam Jubilot
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1970 - Capa do primeiro livro de sempre de ‘História de Moçambique’ editado por moçambicanos, no exílio anti-colonial, em Tanzania. Capa e layout de Mphumo João Craveirinha. Impressão e acabamento no Instituto Moçambicano – Kurasini - Temeke – Dar es Salaam.
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VuJONGA – significado.
VuJONGA significa ORIENTE, e também por analogia,
povo vaJonga do ‘Sol Nascente’– em língua Jonga.
ORIENTE – ponto cardeal
de uma das quatro direcções principais da rosa-dos-ventos
[Sul – Norte; Ocidente – Oriente]
ShiJonga ou ‘O Jonga’ é um idioma africano que tem a sua origem
milenar no idioma kiKongo, com sede em Bandundu no ‘Congo-
Kinshassa.’ Daí sairiam migrações cíclicas do povo (ba)Kongo, rumo à
África Austral, tomando rumos diferentes a partir do rio Zambeze, a sul
e a norte.
Posteriormente, em fusão genético-cultural, originou outras
variantes idiomáticas, tais como as dos povos Nhandja (Niassa), Guigóne
(Inhambane), Jonga (Móputso), e ainda outras variantes posteriores tais
como ShiSuate (Suazilândia), Zulo (Natal), Shengane (Gaza), ShiTsua
(Inhambane).
A língua Jonga é, pois, um idioma muito antigo da cultura baNto da
capital de Moçambique. Sofreu várias influências linguísticas no decurso
do tempo. Estas são o registo cultural de épocas em que navegadores
europeus e asiáticos circularam pela costa marítima moçambicana, aí
desenvolvendo relações comerciais – mais pacíficas – umas, e outras
mais conflituosas.
Este idioma, shiJonga, encontra-se actualmente em processo de
extinção, devido a imposições ideológicas do poder político
estabelecido desde 1975.■ MJC.
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1º Esboço de Mapa Etno-Etimológico
da região vaJonga - séculos XVI-XIX
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Caro Leitor,
Quando por vezes as pessoas se referem à S'tora Myriam Jubilot, surgem duas coisas a
considerar. Já o tenho explicado, mas a Amizade e o Carinho de que me vejo rodeada, fazem
esquecer esta realidade:
1º A Drª Myriam Jubilot não existe:
Esta Myriam, poetisa: é de gestação espontânea, não teve nem pai nem mãe, nem frequentou
nenhum curso; porque ninguém ensina ninguém a ser Artista. Pode alguém estudar umas
coisas, e estas poderão até ser muito, muitíssimo valiosas... Mas, ensinar alguém a ser
“artista”? É como diria o grande António Aleixo, que era semi-analfabeto:
«A arte é força imanente,
não se ensina, não se aprende,
não se compra, não se vende,
nasce e morre com a gente.
Um poeta de verdade
se se souber compreender,
não deve de ter vaidade
de o ser, porque o é sem qu`rer»
Claro que aqui não estamos a tomar em consideração aspecto algum de vaidade. Eu é que
adoro estas duas quadras.
2º A S'tora, de facto, é a Fátima Domingues, formada em Filologia Românica, e não em
Estudos Interculturais, como ela teria adorado... Mas no tempo juvenil da dita cuja nem tal
coisa existia... E os estudos em Literatura Comparada são muito posteriores à minha formação
académica, uma vez que sou mais velha que a Saragoça...
– SOMOS DUAS –
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3º Esta Myriam, para desespero de muita gente, é, como podes compreender, uma fantasia
criada por esta tua amiga: habita do lado da Fantasia. É uma entidade que teve de adoptar o
pseudónimo de Myriam Jubilot de Carvalho, para conseguir soltar, libertar, e deixar voar a voz
da alma da Poetisa... Foi um processo, para muitos, demasiado esquisito, mas o único que
encontrei para ir além das envolvências familiares, onde se dizia - “Artista? As pessoas vão
perguntar-se quem é este pássaro bisnau que se diz “artista”...
4º Eu sou Eu e não sou Eu – quem conhece a Myriam talvez, até, conheça a Outra. Mas quem
conhece só a Outra, não conhece a Myriam.
E no entanto, sou muito mais que a Myriam – essa que foi rejeitada.
Esta que sou Eu, com nome de baptismo, é que tem sido a personagem montada para
sobreviver no circo da vida.
Porque para a Myriam, não há circo nem teatro – a realidade da Myriam vive no jogo das
palavras, as herdadas, as criadas, e aquelas de que estamos sempre à procura...
Bem hajas, lírio do monte,
Bem hajas, onda da praia,
No dia em que te encontre,
vou subir àquela maia
que me ornou a infância
e vive na minha lembrança
como eterna e louca aliança
– Eterna, porque não morre
e louca, porque é livre
e indiferente ao peso das censuras
que à nossa volta se tecem...
–E essa, oh, sim, a maldita da censura
é que é eterna, e sem cura
5º- PORLOTANTO, rigorosamente, deveria ser assim: COMO SE FÔSSEMOS DUAS!
S'tora Fátima Domingues de Português, Filologista de Ciências Românicas, professora de
Francês e de Português, Mulher e Dona-De-Casa
Myriam Jubilot de Carvalho, Pássaro Bisnau Sem Género, Nem Sexo. Poetisa e Cronista
Apesar-De-Tudo.
6º E tudo isto, PORQUÊ?
PORQUE "Mulheres que escrevem, vivem perigosamente"
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et violà! 'Eurêká!
Saiu uma cró-ni-cah!!!! Ah, ah, ah!!!!
7º Fica então assente que tudo se passa como neste Poema Sobre a Escrita, dos meus anos
80:
Escrevo como quem respira, como quem come, como quem trabalha
Escrevo como quem
ama
Nada sei de pompas nem uso grinaldas
Nada sei de técnicas e recuso as regras,
Não compro nem vendo nem faço negócios –
Mas nunca durmo nem descanso os olhos
Só sei que sou
No grande altar da Vida
uma gota de água num Oceano que não abarco
Com o Sol me evaporo
com o Frio me condenso
Se umas vezes sopro e outras vezes choro,
Com os rios corro, com as aves voo e canto –
E deste vai-e-vem
nunca me canso, nunca me satisfaço
Somente por intermédio desta caneta – riscando, riscando
no papel branco – sei falar. A caneta é o meu balão
de vidro, as cartas do meu tarot.
A fumaça irritante do meu bistrot
Quem escreve não tem sexo
Não tem nexo
Não faz falta
Quem escreve só precisa
da plétora da maré-alta
8º Caríssimo Leitor, ou Leitora, com
toda a ternura, e candura –
Saúde! e Beijinhos!
9º Post Scriptum: Se for preciso, um dia ainda arranjo outro pseudónimo.
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2016 - Última publicação de Myriam Jubilot de Carvalho
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‘O Reino, a Colônia e
o Poder: o governo
Lorena na capitania
de São Paulo – 1788-
1797’ de
Adelto Gonçalves , com
Prefácio de
Kenneth Maxwell,
texto de apresentação
de
Carlos Guilherme
Mota
e fotos de
Luiz Nascimento. São Paulo: Imprensa
Oficial do Estado de São
Paulo, 408 páginas,
R$ 70,00, 2019.
Site: www.imprensaoficial.com.br
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(*) Adelto Gonçalves é doutor em Letras na área de Literatura
Portuguesa pela Universidade de São Paulo – USP (Brasil) e entre
outras obras, autor de:
2019 - O Reino, a Colônia e o Poder: o governo Lorena na
capitania de São Paulo 1788-1797 (Imprensa Oficial do Estado
de São Paulo, 2019);
2015 - Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo
Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015);
2015 - Os Vira-latas da Madrugada (Taubaté-SP, Letra
Selvagem, 2015);
2012 - Tomás Antônio Gonzaga (Imprensa Oficial do Estado de
São Paulo/Academia Brasileira de Letras, 2012);
2003 - Bocage - o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho, 2003);
2002 - Barcelona Brasileira (São Paulo, Publisher Brasil, 2002);
1999 - Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999);
1999 - Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1999);
1981 - Os Vira-latas da Madrugada (Rio de Janeiro, Livraria José
Olympio Editora, 1981).
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A Psicoterapia é para pessoas fortes ou para pessoas fracas?
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Nunca houve tanto conhecimento como aquele que
temos agora e nunca o acesso à informação foi tão fácil, e
rápido.
O contexto psicoterapêutico surgiu, numa fase inicial,
relacionado com o tratamento de perturbações psicológicas
graves, mas rapidamente se descobriu que os seus
benefícios eram evidentes e inequívocos em vários âmbitos.
Por outro lado, e no que diz respeito às emoções – a
ciência e a investigação, muito têm contribuído para o
reconhecimento da importância do cuidado a ter com a
saúde mental.
Talvez por isso, ainda me surpreenda e fique atónita
quando oiço certas afirmações e proposições!
Afirmar que a psicoterapia é para pessoas fracas de
espírito ou para pessoas loucas não só é errado como é
precisamente o oposto daquilo que é vivido nas sessões de
psicoterapia. ■ Fanisse Craveirinha© psicóloga clínica
1. A Ciência e a Investigação, muito têm
contribuído para a Saúde Mental.
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http://catalogo.bnportugal.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1D751458Y26M7.434322&menu=search&aspect=subtab11&npp=20&ipp=20&spp=20&profile=bn&ri=&te
rm=Silvya+Gallanni+Fragr%C3%A2ncias+Po%C3%A9ticas&index=.GW&x=15&y=11&aspect=subtab11
HAIKAI: FRAGRÂNCIAS POÉTICAS = POETIC FRAGANCES / SILVYA GALLANNI
COLEÇÃO: Cadernos literários - VuJonga; 2.
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2017 - Última publicação de Mphumo Kraveirinya
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