LIGA INDEPENDENTE DAS ESCOLAS DE SAMBA DE ENREDO

CADERNO DE JULGAMENTOCARNAVAL 2017.1

CONJUNTONome do julgador: Luciano Breitenbach

Para conceder notas de 8 a 10, fracionadas em 0,1 décimo o jurado deve analisar:

O desenvolvimento do enredo, levando em consideração se o mesmo facilitou a compreensão das ideais exploradas.

Observa-se se o enredo tem embasamento para sustentar um desfile de Escola de Samba em todas as suas formas de expressão.

Considera-se a relevância histórica, cultural, social ou artística do enredo.

Espera-se que o desenvolvimento do enredo em sua ideia principal e nuances sejam exploradas de forma original e/ou criativa.

O décimo extra é um requisito de desempate e só poderá ser concedido para escolher uma entre as agremiações de cada grupo que tiraram nota 10,0. Caso não haja nota 10,0, o bônus não deve ser concedido.

MAPA DE NOTAS QUESITO: CARNAVALIZAÇÃO

QUINTA-FEIRA – 20/07/2017

ORDEM DO DESFILE NOTA NOTA POR EXTENSO

GRESV Soberanas do Nilo 9,9 Nove virgula nove

GRESE Estação do Império 8,6 Oito virgula seis

Sociedade Tupynamba 9,4 Nove virgula quatro

GRESV Império da Formiga 9,0 Nove virgula zero

JUSTIFICATIVAS

GRESV Soberanas do Nilo GRESE Estação do Império Sociedade Tupynamba

Interessante a temática e bom desenvolvimento do enredo. A abordagem é clara, explicativa, com contextualização correta, mesmo que algumas referências são repetitivas e desnecessárias. Atento que: o projeto perde o fôlego da década de 60 em diante, ficando as fundamentações teóricas superficiais, sem uma contextualização mais “profunda” (não despontuo por isso por não comprometer a leitura do enredo). Contudo, existe um equívoco de concepção de fantasia na ala 09 que compromete a leitura. A mesma refere-se a refugiados, mas a proposta artística é de prisioneiro. Há diferença: o refugiado busca abrigo em algum lugar seguro, já o prisioneiro é privado da liberdade. Ainda, identifico problema cronológico na ala 13 (que inclusive está com numeração incorreta no organograma) com o carro

Primeiramente, a temática do enredo não é clara, bem como não vai ao encontro da abordagem histórica que está sendo tratada. O próprio título (As fases da águia na mística do povo brasileiro) não define o que foi proposto no desfile. Misticismo está relacionado a práticas e doutrinas religiosas e o desenvolvimento do enredo abrange muitos fatos, que não se enquadram com a questão mística (como tropicalismo e carnaval).Ainda, não existe nenhuma explanação concisa que correlacione a águia com as abordagens escolhidas. Na introdução há referência de que será apresentado conquistas do povo brasileiro, mas isso não se vê. A começar, o desenvolvimento já inicia com uma passagem bíblica do oriente (Egito), sendo que não existe nenhuma explicação que justifique a presença disso no enredo.

Fantástica temática. O desenvolvimento do enredo se deu de forma simples, clara e objetiva, apresentando o que foi proposto na sinopse. Parabéns.

Contudo, uma pena que não houve descrição das propostas de fantasia, o que implica na perda de pontuação, pois não foi possível realizar a leitura artística. Já as alegorias, trouxeram algumas informações, suficientes para contemplar a proposta, mas mesmo assim, sugiro a descrição mais ampla, a fim de compreender a ideia plástica mais detalhada. (-0,6)

3. Ambos se referem a mesma temática e estão separados por outras alas. O mesmo acontece entre a ala 20 e o carro 4, onde também há uma ala no meio deslocada, o que implica no entendimento. (-0,1)

Em suma, o enredo não se sustenta. Não existe uma construção linear e coerente. Cabe ressaltar, mesmo não sendo ponderado nesta avaliação, que a sinopse foi copiada da Wikipedia quase que na totalidade. (-0,6)

Quanto a plástica do desfile, não foi possível realizar a leitura, pois não existem descrições das fantasias e alegorias (há referência apenas na alegoria 3 e de forma simplória). (0,8)

JUSTIFICATIVAS

GRESV Império da Formiga

Gosto muito da temática escolhida, mas o desenvolvimento é problemático. Primeiramente, na sinopse falta um embasamento que explique a proposta, que é de falar sobre o folclore da cidade de Florianópolis a partir dos estudos e pesquisas de Cascaes (essa que na minha opinião deveria ser a única abordagem no enredo)Ainda, a ideia que se tem ao ler a sinopse é de que será um desfile folclórico do início ao fim, mas no transcorrer do projeto percebe-se que é retratado o nascimento de Cascaes, obras do mesmo (segundo descrição do setor 5, mas que não são abordadas) e a atualidade (ponte, festas, esporte) e que isso não está contemplado na sinopse e também deixa o enredo confuso e de difícil leitura.Em grande parte não existe

informações explicativas que sustentem o proposto. Muitas descrições são simplórias, sem uma fundamentação que justifique aquela ala ou alegoria e algumas nem trazem explicação (exemplo: ala 1, 9, 12, 16... abre-alas, carro 3...). Também, a excesso de repetições desnecessárias, como bruxas, lobisomens, boitatá (inclusive em setores diferentes). (-0,6)

Quanto a criação artística nas alas, as descrições de proposta visual são simplórias, em algumas não há e outras trazem imagens (essas que não devem ser julgadas). Referências como: vários peixes coloridos, capitão gancho, uma volta de boitatá, cavalos com suas crinas e caldas,... são superficiais, não exprimem a ideia plástica e de carnavalização. Também, proposta de alas diferentes com a mesma fantasia (lobisomem) não é justificável. Já as alegorias propiciam uma leitura visual mais clara, porém percebe-se excesso de informações nas mesmas e concepções exageradas, sem justificativa ou necessidade. (-0,4)

MAPA DE NOTAS

SEXTA-FEIRA – 21/07/2017

ORDEM DO DESFILE NOTA NOTA POR EXTENSO

GRESE Caprichosos da Alegria 8,9 Oito virgula nove

GRESE Esposas Revoltadas 9,9 Nove virgula nove

GRESV Rainha das Rosas 9,6 Nove virgula seis

GRESE São Paulo Zona Norte 9,6 Nove virgula seis

JUSTIFICATIVAS

GRESE Caprichosos da Alegria GRESE Esposas Revoltadas GRESV Rainha das Rosas

O primeiro problema do desfile é que não foi explorada a temática, percebe-se que não houve uma pesquisa satisfatória que pudesse resultar na construção de um enredo conciso. A sinopse traz poucas informações, compreendendo basicamente 7 aspectos (Mangueira, Caprichosos, Vila Isabel, Tuiuti, nascimento dos filhos, morte da mãe e um projeto no qual ela faz parte), sendo que nem todos foram contemplados no organograma. É um projeto com grandes problemas conceituais, que propõe uma homenagem a uma “personalidade” do carnaval, o que não acontece, tornando-o de difícil entendimento e leitura. Muitas escolhas das representações das alas não trazem nenhum embasamento que correlacione com a “Mel Brito” (exemplo ala 2, 3, 4, 7, 8, 9 e 10) e outras trazem de forma muito

Parabenizo a temática escolhida e proposta do enredo que é criativa. Não aprecio algumas escolhas no desenvolvimento, há algumas abordagens desnecessárias, mas por se tratar de gosto pessoal e por entender que essas não comprometem a leitura do enredo, nem as refiro, tão pouco despontuo por isso. Apenas atento, na minha opinião, que se o setor 3 estivesse com sequência cronológica dos acontecimentos, o entendimento seria mais rápido (essa referência sequencial sobre fatos do carnaval para quem acompanha essa festividade se daria de forma instantânea). O enredo é correto, de fácil leitura, com boa proposta plástica. Contudo, entendo que existe um erro grave no desenvolvimento, a última alegoria. A proposta (as mulheres invadem a Liese) não correlaciona com a temática e com o enredo, mesmo que se perceba essa

Primeiramente refiro que sou um grande admirador do carnaval de São Paulo, acompanho a muito tempo e foi muito bom ver um enredo sobre a Mocidade Alegre, pois é uma escola que gosto muito e admiro por conta de vários bons carnavais que fez. Entendo que o enredo é claro, não existem fatores que comprometem sua leitura, porém ele é extenso, com muitas referências históricas de desfiles da escola homenageada, o que torna o enredo cansativo. Nesse sentido pontuo que faltou um recorte que tornasse ele mais conciso, atraente, talvez compreendendo os principais momentos da agremiação. A exemplo, o segundo e terceiro setor tem a mesma proposta, não há diferenciação que justifique a separação desses e são setores extensos, onde nem tudo contido ali é relevante.

simplória, bem como as alegorias que pouco compreendem uma defesa que justifiquem essas escolhas. Parece que o enredo é uma homenagem a Mangueira, Caprichosos e Tuiuti, pois há mais referências delas do que da homenageada. (-0,6)

Quanto ao desenvolvimento plástico, é muito simplório o contido no projeto e as poucas descrições que têm dão a impressão de criações sem carnavalização. Assim, as propostas de fantasias e alegorias não permitem uma visão artística do trabalho, um conjunto da obra, comprometendo a leitura do enredo. (-0,5)

tentativa na descrição da sinopse. Por todas as referências históricas contidas no projeto serem reais (acontecimentos e eventos na Marquês de Sapucaí), não cabe uma inserção de uma escola virtual. (-0,1)Mas reitero meus parabéns. Uma abordagem interessante, bem estruturada e com boa fundamentação teórica do início ao fim. Um dos projetos com melhor formatação e redação.

Eu não estou julgando as escolhas, pois o autor do projeto tem essa autonomia e liberdade, mas eu avalio que o enredo necessita se “sustentar” do início ao fim. Desconsiderando isso, é um projeto bom. (-0,1)Também pondero que a sinopse é bastante simplória, não despontuo por isso, pois não prejudica o projeto, mas ela necessitava obrigatoriamente compreender de forma mais ampla o enredo.

Quanto a proposta plástica, me incomoda as concepções das alegorias. Todas elas trazem muitas informações que acabam por tornar o trabalho poluído. Nota-se que foi tirado vários elementos dos desfiles oficiais e agrupados no carro, sem necessidade, pois um ou dois elementos já poderiam simplificar o significado e correlacionar com o desfile ao qual referia-se. Um exemplo é o último carro, tem cigana, orixás, Chico Xavier, anjo, buda, é uma mistura de referências desnecessárias. (-0,1)

Já as fantasias, no meu entendimento são criações simplórias que carecem na

maioria de carnavalização. Um pouco mais de cuidado na concepção e consequentemente na descrição (de um costeiro, um adereço da cabeça, uma explanação mesmo que superficial do formato da vestimenta) ajudaria na leitura. (-0,2)

JUSTIFICATIVAS

GRESE São Paulo Zona Norte

Fantástica a forma de abordagem da temática. Existe uma proposta criativa, interessante, que resultou em um belíssimo enredo. Parabéns. Primoroso a sinopse e organograma (simples e funcional). A escola encerrou os desfiles do grupo de acesso com “chave de ouro”.

Contudo, observa-se que faltou uma descrição mais completa da concepção de alegorias e fantasias. Ainda que vago, o pouco descrito propicia uma leitura da proposta, mas mesmo assim faltam elementos para se ter uma ideia da plástica do desfile. O contido já indica um caminho correto, mas fica comprometido. (-0,4)