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Consumo consciente – um panorama favorável aos pequenos negócios Relatório de Inteligência Analítico - agosto 2013 Sustentabilidade

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Consumo consciente – um panorama favorável aos pequenos negócios

Relatório de Inteligência Analítico - agosto 2013

Sustentabilidade

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A produção e o consumo são a base do modelo

produtivo que vivemos hoje e esse modelo, no

entanto, ao longo do tempo, acarretou a exploração

excessiva dos recursos naturais em um ritmo

preocupante diante das limitação físicas da Terra.

Esse relatório destaca que produzir e consumir de

forma em que a sustentabilidade seja levada como

base, leva a uma redução de custos e proporciona

o aumento na eficiência no uso de matérias-primas,

água, energia, além de reaproveitando materiais,

em que se elimina desperdícios.

Diversas formas de atuar sobre a reversão dos

impactos ambientais têm entrado em pauta nos

setores da economia.

A Produção Mais Limpa e o consumo consciente

são ferramentas de aplicação prática para empresas

e pessoas, como mostra esse documento. O

consumidor tem um papel importante na forma de

modificação do modelo de produção. Isso porque,

podem escolher produtos que, em parte ou em todo

o ciclo produtivo, diminuíram o uso de recursos

naturais.

Essa forma de consumo, também, leva em

conta questões sociais e reforçam a importância

de empresas se preocuparem com as pessoas que

trabalharam na produção.

Confira nesse relatório como o consumo

consciente é importante para o planejamento dos

pequenos negócios, pois já existem certas demandas

de mercado em virtude do consumo consciente.

Resumo Executivo

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Sumário

Introdução

Produção e consumo sustentável

Consumo consciente

Consumo consciente e pequenos negócios

Considerações finais

Fontes

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Produção

INTRODUÇÃO

A expectativa de vida tem aumentado signifi-

cativamente ao longo dos últimos três séculos. Em

1885, por exemplo, de cada 1 milhão de pessoas

nascidas na Inglaterra, o país mais desenvolvido na

época, apenas metade (502 mil) alcançavam a mar-

ca dos 45 anos de idade, sendo que aos 75 anos

somente 161 mil pessoas conseguiam chegar.

A cada 1 milhão de habitantes apenas 46 mil

não alcançarão os 45 anos de idade e cada três em

cinco chegarão aos 75 anos de idade. Em 1967, a

expectativa de vida no mundo era de 53 anos de

idade passando para 67 nos dias de hoje (GIANNET-

TI, 2005).

O acesso a certos recursos como água trata-

da, esgoto e o aumento do consumo estão ligados

ao crescimento da expectativa de vida (FREITAS,

[200?]).

Quanto maior a população e mais tempo ela vi-

ver, maior a demanda por recursos naturais, traduzi-

dos em alimentação, vestuário, remédios, utensílios

tecnológicos entre outros recursos. Em decorrência

do contínuo aumento das pressões humanas sobre

os sistemas terrestres, diversos limites estão ou já

foram ultrapassados.

Os ecossistemas, uma vez rompido a capacida-

de de se restabelecer após perturbações, deixam de

manter sua estrutura e funções essenciais ao bem

estar humano (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS

PARA O MEIO AMBIENTE, 2012).

Seremos 9,6 bilhões de humanos na Terra daqui

a quarenta anos, um salto de 2,6 bilhões de pessoas

em curto período de tempo (DIA MUNDIAL..., 2013).

A estimativa, entretanto, tendo em vista o cres-

cimento da população mundial, principalmente nos

países em desenvolvimento, é que haverá um au-

mento de três vezes na demanda por recursos na-

turais.

Atualmente, nos países desenvolvidos uma pes-

soa consome, em média, dezesseis toneladas por

ano de recursos como combustíveis fósseis (gasoli-

na e diesel), minérios (metais) e biomassa (alimen-

Gráfico 1: Crescimento da população Mundial em bilhões de habitantes. Fonte: Quantas..., ([2013]).

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Consumo sustentável

tos ou madeira). Esse número é três vezes menor

em países em desenvolvimento, com quatro tonela-

das, como a Índia, por exemplo. “Chegou o momen-

to de reconhecer os limites dos recursos naturais

disponíveis para apoiar o desenvolvimento humano

e o crescimento econômico”, afirma Achin Steiner,

diretor executivo do Programa das Nações Unida-

des para o Meio Ambiente (PNUMA). O diretor afirma

que é preciso saber fazer mais com menos, e que

a economia, as políticas públicas e os padrões de

consumo devem fomentar um sistema financeiro

que seja gerador de renda e emprego decente e a

erradicação da pobreza, dentro das capacidades do

planeta (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O

MEIO AMBIENTE, 2012).

A forma como se desenvolvem as atividades do

ser humano na Terra não estão em harmonia com a

natureza que as provém.

A exploração dos recursos naturais está além da

capacidade de renovação natural e, em alguns anos,

decorrente do aumento das populações, a demanda

será equivalente à dois planetas Terra (O QUE É...,

[200?]).

PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEL

A mudança para padrões de produção e consu-

mo sustentáveis é imprescindível. (CASTRO e OLI-

VEIRA, [2006]). Para Ladislau Dowbor (2011), dou-

tor em Ciências Econômicas pela Escola Central de

Planejamento e Estatística de Varsóvia na Polônia e

professor titular do departamento de pós-gradução

de PUC de São Paulo na áreas de Economia e Admi-

nistração, a produção não atende ao que as pessoas

precisam e isso é acarretador da crise social e am-

biental. Segundo o professor, a crise ambiental está

ligada à produção desnecessária de bens, minimi-

zando iniciativas que atenderiam as necessidades

locais. Quando a produção em massa suprime as

criações voltadas aos mais diversos anseios reais

das pessoas, utiliza-se enormes quantidade de re-

cursos naturais “o perfil do que produzimos não é

inteligente, não se produz o que é necessário para

quem efetivamente precisa”. Ainda, segundo pro-

fessor Ladislau, há uma estimativa de que existam

quatro bilhões de pessoas economicamente margi-

nalizadas no mundo (DOWBOR, 2011).

Isso significa que, enquanto a produção mundial

de alimentos bate recordes a cada ano, existe ainda

um bilhão de pessoas passando fome e vinte mil

crianças morrendo de desnutrição antes dos cinco

anos todos os dias. Além disso, atualmente um terço

da produção de alimentos é perdida no mundo (DIA

MUNDIAL..., 2013). É urgente a demanda de repen-

sar o modelo de produção em que vivemos, em que

20% da população mundial consome 80% do que

é produzido, buscando um consumo sustentável

(COSTA e IGNÁCIO, [2013]).

A produção e o consumo sustentável são

destaque dentre as iniciativas de gestão ambiental,

uma vez que agregam aspectos essenciais capazes

de fazerem a diferença no uso dos recursos natu-

rais. Produzir e consumir de maneira sustentável

pode contribuir para redução de custos, aumen-

tando a eficiência no consumo de matérias-primas,

água, energia, reaproveitando materiais e eliminan-

do desperdícios (PRODUÇÃO..., [200?]).

O Plano de Ação Brasileiro de Produção e Consu-

mo Sustentável, debatido desde o ano de 2007, foi

aprovado em 2010 (Figura 1). O documento apre-

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senta diversas ações que visam tornar a economia

do Brasil mais sustentável e menos impactante ao

meio ambiente. Entre as ações prioritárias, estão

previstos o aumento da reciclagem, educação para

o consumo sustentável, compras públicas susten-

táveis, varejo sustentável e a Agenda Ambiental da

Administração Pública (A3P) (PLANO..., 2012).

A produção sustentável é a inclusão de ações

de prevenção de maneira integrada, que se aplica a

processos, produtos e serviços como forma de am-

pliar a eficiência geral e reduzir impactos negativos

Figura 1: Processo de aprovação do Plano de Produção e Consumo sustentável. Fonte: Plano..., (2012).

na saúde humana e meio ambiente (PRODUÇÃO...,

[20-?]). A ecoeficiência, as legislações com enfoque

específico, como a Política Nacional de Resíduos Só-

lidos (PNRS), normas técnicas e Produção Mais Lim-

pa (P+L), por exemplo, são ferramentas da produ-

ção sustentável, que visam integrar aos processos

e produtos maior eficiência econômica, ambiental

e tecnológica. A P+L preocupa-se com o processo

produtivo, mas especialmente com as matérias-

-primas, que são, água e energia, que ingressarão

no processo produtivo (PRODUÇÃO..., [2011]).

A necessidade da implantação de tecnologias

limpas nos processos produtivos já vem sendo tra-

tado desde a Conferência da ONU em Estocolmo,

Suécia (1972) com os objetivos de diminuir a po-

luição, a exploração sobre os recursos naturais e a

geração de resíduos (CASTRO e OLIVEIRA, [2006]).

Por outro lado, o consumo também tem uma re-

Figura 2: Modelo de atuação em P+L. Fonte: Produção..., ([2008]).

Produção

2007Adesão do Brasil ao Processo de MarrakechMobilização

2008Instituída a Portaria nº 44/2008 que nomeia o Comitê Gestor Nacional de Produção e Consumo Sustentáveis1º versão do Plano de Ação de PCS

2009

Revisão do Plano de Ação, com inclusão de novas priori-dades, pelo Comitê GestorRevisão técnica de cada uma das prioridades do Plano de Ação por parte da equipe do MMA e parceiros

2010Projeto de Cooperação Internacional - PNUMAConsulta PúblicaAprovação do Plano pelo Comitê Gestor e publicação

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lação direta na proteção ambiental, além de interfe-

rir também na questão social. Segundo (FAP [2006]

apud GIANSANTI, 1999) a mudança de hábitos e cul-

tura relacionada ao consumo é parte fundamental

para solução do problema da escassez dos recursos

naturais. Desta forma, fica a critério da sociedade

aplicar práticas de consumo sustentáveis capazes

de interferir de maneira positiva no meio ambiente

e que estejam dentro do que é necessário, eximindo

bens e serviços supérfluos.

O consumo sustentável parte da escolha de pro-

dutos que, em parte ou em todo o ciclo produtivo,

diminuíram o uso de recursos naturais. Além disso,

o consumo sustentável contempla questões sociais

que se preocupam com as pessoas que trabalha-

ram na produção, tendo em vista as condições do

trabalho.

CONSUMO CONSCIENTE

O consumo consciente, consumo verde e con-

sumo responsável são “nuances” do consumo sus-

tentável, tendo cada um desses um foco no ato de

consumir. O consumo consciente, entretanto, seria

o conceito mais amplo em que o consumidor está

atento aos diversos fatores envolvidos na produção:

a responsabilidade socioambiental da empresa, os

desperdícios, design ecológico (que irá contribuir no

descarte responsável do resíduo) entre outros pon-

tos que são importantes para este consumidor (O

QUE É... [200?]).

O consumidor consciente, a partir da criteriosida-

de de suas escolhas, acaba por alertar os fabricantes

sobre o tipo de produto que deseja ser ofertado (O

QUE É... [200?]). Essa “pressão” que o consumidor

consciente pode exercer ainda é tímida no Brasil.

Segundo os resultados de uma pesquisa realizada

pelo Instituto Akatu sobre as práticas sustentáveis

dos jovens Brasileiros. Em que foram realizadas en-

trevistas com mil jovens das regiões metropolitanas

do Brasil mais o Distrito Federal. Foi identificado

que a maioria dos jovens não incorporaram ações

sustentáveis em seu cotidiano, no entanto, demons-

tram abertura para adotá-las e a percepção sobre as

questões ambientais que envolvem as mudanças no

clima e os impactos do lixo aumentaram (INSTITUTO

AKATU, 2009).

Em outra pesquisa do Akatu, de mesmo teor reali-

zada em 2013, intitulada Assimilação e Perspectivas

do Consumo Consciente no Brasil – Percepção da

Responsabilidade Social Empresarial pelo Consumi-

dor Brasileiro, retrata que a maioria dos consumido-

res tem baixa disposição de compra para empresas

que geram impactos ambientais e sociais negati-

vos. Em “teste do consumo consciente” realizado

na pesquisa, são analisados 13 comportamentos

enquadrados em quatro critérios sendo eles: eco-

nomia (não desperdício de recursos), planejamento

(uso racional de recursos por serem planejados de

forma antecipada), reciclagem (práticas direcio-

nadas ao descarte, reuso e reaproveitamento de

materiais) e compras sustentáveis (relacionada as

causas de sustentabilidade com forte ligação direta

ao consumo consciente). Os critérios foram compa-

rados entre pesquisas realizadas em 2006 e 2010.

O Gráfico 2 mostra a comparação entre os anos e

as porcentagens dos grupos classificados de acordo

com os resultados das pesquisas. Apenas 5%, es-

tão entre o grupo consciente, aqueles que adotam

Consumo sustentável

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de fato ações de consumo consciente, seguidos por

uma média de 24% de pessoas consideradas enga-

jadas, tendendo a estar cada vez mais próximo dos

conscientes.

Algumas ações podem ser atribuídas ao consu-

midor consciente (O QUE É..., [200?]):

•Atribuir importância à manutenção do meio

ambiente equilibrado;

•Preocupação com a saúde humana e ani-

mal;

•Buscar relações justas de trabalho;

•Selecionar de forma rigorosa o preço e a

marca dos produtos que consome;

•Reconhecer o consumo individual como in-

fluenciador na sociedade;

•Buscar equilíbrio entre a própria satisfação

Gráfico 2: Assimilação do consumo consciente. Fonte: Instituto Akatu (2013).

pessoal e as questões de sustentabilidade;

•Disseminar práticas e conceitos que envol-

vem o consumo consciente;

•Valorizar ações de responsabilidade

empresarial das empresas com a sociedade;

•Preocupar-se com o descarte dos resíduos

pós-consumo dando preferência aos produtos eco-

lógicos e duráveis ao invés dos descartáveis ou com

curta duração;

•Comprometer-se com a sociedade, prezan-

do a sustentabilidade e a qualidade de vida.

Desta forma, o consumidor consciente se des-

taca entre os outros por sua principal característica

que é a análise crítica que realiza no momento da

compra, buscando o equilíbrio entre as necessida-

des pessoais e da coletividade.

O consumo consciente vem sendo difundido

em grande escala com o uso das mídia sociais.

A utilização da ferramenta virtual de maneira

colaborativa contribui para mobilização e educação

dos consumidores.

A educação a distância com o uso da internet é

o método utilizado para a realização do “Curso de

Produção

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8Disponível em: http://bit.ly/WRGSDL

Engajados + Conscientes = “Mais conscientes”Indiferentes + Iniciantes = “Menos conscientes”

Vários aspectos nos chamam a aten-ção neste gráfico:A distribuição dos consumidores entre os vários segmentos é prati-camente estável entre 2010 e 2012, com variação muito pequena – den-tro da margem de erro da pesquisa – nas categorias Iniciantes e Engaja-dos, que compõem mais da metade do público. Ou seja, o cenário em 2012 é essencialmente o mesmo que em 2010 para essas duas cate-gorias.Essa estabilidade se contrapõe à va-

riação bem mais significativa obser-vada entre 2006 e 2010 nessas mes-mas categorias e que foi discutida amplamente na publicação Pesquisa Akatu 2010 8. O trabalho levantou hipóteses para esta variação rela-cionadas, principalmente, ao bom momento da economia brasileira, na época pouco impactada pela cri-se de 2008 e experimentando forte crescimento da renda e expansão do consumo, especialmente entre os setores mais pobres da população.Coerentemente com esse cenário

econômico e em linha com o que se comentou anteriormente, vê-se que, entre 2010 a 2012, há um aumento percentual na categoria Indiferentes (ainda dentro da margem de erro da pesquisa e, por isso, não signi-ficativo), possivelmente decorrente de consumidores que adotavam as práticas pesquisadas (especialmen-te da categoria Economia) não por consciência no consumo, mas por contingência financeira. É como se, com maior disponibilidade de renda e orçamentos um pouco mais folga-

Percentual de respondentes por segmento

Agrupamento conforme metodologia baseada no grau de adesão aos comportamentos indicadores de consumo consciente.

Gráfico 3: Perfil de assimilação do consumo consciente (2006, 2010 e 2012)

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Consumo Consciente” promovido pela Ministério da

Justiça por meio da Escola Nacional de Defesa do

Consumidor (ENDC). O curso visa contribuir com a

formação de conscientes ambientalmente e é for-

mado por módulos, divididos em temáticas que são:

saúde, educação financeira e mídias sociais. O curso

acontecerá entre os meses de setembro e novembro

de 2013 e atenderá até mil pessoas (MINISTÉRIO DA

JUSTIÇA..., 2013).

O site www.swu.com.br (SWU significa Starts

With You em inglês e em português Começa Com

Você) também pode ser um exemplo de como difun-

dir aspectos de sustentabilidade voltados ao consu-

mo consciente na internet.

No site, o internauta pode encontrar informações

que contribuem para um planeta mais sustentável

e compartilhar atitudes conscientes. O site traz in-

formações, por exemplo, para quem quer construir

ou reformar a casa de maneira menos impactante

ao meio ambiente, buscando um destino ambien-

talmente adequado para os diferentes tipos de resí-

duos, indicando onde obter painéis de energia solar,

entre outras dicas (SWU, [201?]).

CONSUMO CONSCIENTE E PEQUENOS NEGÓCIOS

Os pequenos negócios têm oportunidades de

garantir a confiança do consumidor consciente,

utilizando linhas de crédito específicas para o in-

vestimento em sustentabilidade, o que permite a

redução de custos e ganhos em produtividade. A

eficiência energética e a gestão de resíduos lideram

os projetos nesta perspectiva de investimento (SER-

VIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS, 2012).

Negócios como a produção de alimentos sem

aditivos químicos, mercados locais e cooperativas

são consideradas boas oportunidades de inves-

timento em consumo consciente. Empresas que

fornecem tecnologias limpas, como a energia solar,

ou que realizam análise de informações ambientais

que irão contribuir para maior eficiência e economia

de recursos também são valorizadas (ZUINI, 2012).

O empresário Ramon Simões, dono do restau-

rante Armazén do Reino, na Bahia, investiu em sus-

tentabilidade como um diferencial no negócio. Seus

clientes podem ver os alimentos que vão consumir

ainda frescos na horta do restaurante. Além disso,

buscou alternativas com outros estabelecimentos

para a questão do descarte de resíduos e utiliza

equipamentos elétricos com selo verde em con-

sumo de energia. Cuidar da saúde e proporcionar

bem-estar ao cliente é uma diretriz do negócio. O

dono relata que o objetivo é fornecer um alimento

de qualidade que faça bem ao corpo e aos senti-

dos do consumidor, envolvendo-o na culinária e em

práticas simples de qualidade de vida (PEQUENOS

NEGÓCIOS..., 2013).

No Brasil, os órgãos do governo estão se mobi-

lizando para incrementarem o volume de compras

de produtos e serviços de produção socialmente

justa e ambientalmente adequada. As licitações

sustentáveis, como são chamadas as licitações do

governo para a aquisição de bens e serviços base-

adas em critérios de sustentabilidade, tem ampla

e crescente participação dos pequenos negócios e

apresenta tendência positiva de crescimento1. Esses

empreendimentos já lideram as vendas de produtos

sustentáveis ao governo. Com a prevista ampliação

1 - Confira no SIS o relatório do Setor de Sustentabilidade que aborda o tema: Compras Públicas Sustentáveis (IABRUDE, 2013).

Consumo sustentável

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e regulamentação crescente dessa modalidade de

compras, há uma perspectiva de gerar negócios

interessantes para os empresários que vislumbram

um direcionamento de sustentabilidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sociedade como um todo - empresários, es-

tudantes, trabalhadores, professores, agricultores,

entre outros - deverão realizar esforços para esta-

belecer uma economia de baixo impacto ambiental.

As diversas técnicas existentes para a produ-

ção e consumo sustentáveis se mostram eficientes

quando aplicadas, caracterizando como um desafio

torná-la mais abrangentes. O Plano de Ação para a

Produção e o Consumo Sustentável (PPCS) do Brasil

tem como uma das diretrizes a difusão estruturada

e qualificada dos conceitos e práticas de produção e

consumo sustentável.

Dessa forma, o consumo consciente é um impor-

tante aliado da sustentabilidade, em que o consumi-

dor tem baixo impacto no consumo do país. Estima-

-se que o número de consumidores com esse perfil

irá aumentar, devido ao ganho de percepções sobre

os problemas ambientais e suas causas.

Esse panorama de incertezas sobre a capacida-

de de reversão da degradação ambiental têm im-

pulsionado pequenos negócios que atuam de forma

sustentável a destacaram-se competitivamente. A

economia de recursos, como a energia e água nas

empresas, pode contribuir na redução de custos e

na construção de uma boa reputação no mercado

para o empresário, contribuindo também para me-

lhorar a qualidade de vida da sociedade.

Produção

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Texte

Fontes

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Texte

Fontes

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Coordenadora: Suênia SousaConteudista: Alex Iabrude

A produção deste relatório é realizada em parceria com o Centro Sebrae de Sustentabilidade.