Post on 28-Jul-2020
Preco 1$00 Quinta [eire, 4 de Abril de 1957 Ano II - N.° 108
nana
R A.O uM C c uA Á
| 0 senhor Presidente daI , • '• ‘ " J ‘ ‘ j
Repúblico vai ao BrasilE M V I S I T A O F I C I A L
J .4 convite do sr. Kubitschek de Oliveira, ilustre Presidente j da Republica do Brasil, visita em Junho próximo a Nação I Irmã o sr. General Craveiro Lopes, não menos ilustre Presidente da Republica Portuguesa.
Esse honroso convite, que abrange no seu significado não jsó o venerando Chefe do | Estado como também todo o ) Povo Português, è mais uma j clara prova da muita estima ) que o Brasil nos dedica e | servirá para estreitar cada j vez mais os laços fraternos j que unem as duas Pátrias. j
>1 viagem do sr. General ) Craveiro Lopes a terras de Santa Cruz vai constituir, c e r t ame nt e , um acontecimento histórico, da maior projecção; e, se Por t ugal ainda recentemente teve motivos para elevar a sua gratidão pela activí/tade nobre e desassombrada do representante brasileiro na U. N.O., mais devedor se vai sentir ainda pelas altas demonstrações de civismo e de acrisolada consideração que vão ser dispensadas ao supremo Magistrado da nossa República.
Saudamos o Brasil e o seu povo !
Sabemos que, através do At l ânt i co , os dois paises amigos encurtarão por alguns dias, com essa viagem, a distância que separao bater sinciònico dos corações dos dois povos.
Ii os dois povos, sintetizados nas figuras ilustres dos seus magnos representantes, viverão nesses momentos na mesma epopeia dá História e dos seus ideais.
F i a l h o d e A l m e i d a
Proprietária, Àdminitirflil&r e ídilor
V . S . M O T T A P I N T O
REDACÇÃO E ADMIN1STRAÇÀO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467M O N T I J O --------
COMPOSIÇÃO B IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TEI iEF. 026 236 — MONTIJO
E s t á - s e c o m e m o r a n d o o c e n t e n á r i o d o n a s c i m e n t o d o g r a n d e e s c r i t o r F i a l h o d e A l m e i d a .
O f a c t o t e m p r o v o c a d o j á v á r i a s m a n i f e s t a ç õ e s c u l t u r a i s , b e m j u s t i f i c a d a s e b e m m e r e c i d a s , p o r q u a n t o o t a l e n t o d o g é n i a l h o m e m d e l e t r a s o c u p o u n a l i t e r a t u r a p o r t u g u e s a l u g a r d e r e l e v o .
À I m p r e n s a c o m p e t e a s s i n a l a r a d a t a e d a r a o a c o n t e c i m e n t o t o d a a d i s t i n ç ã o , d a d o q u e F i a l h o f o i t a m b é m u m b r i l h a n t e j o r n a l i s t a , e m c u j a f a c e t a s e d e s t a c o u e d e m o n s t r o u e x c e p c i o n a l v a l o r .
« A P r p v í n c i a » a s s i m o e n t e n d e . A s s o c i a - s e a t o d a s a s h o m e n a g e n s e v i n c u l a n a s s u a s c o l u n a s a m o d e s t a h o m e n a g e m d a s u a m u i t a a d m i r a ç ã o p e l o a l t o e s p í r i t o d o p o r t u g u ê s i l u s t r e .
N ã o é p o s s í v e l , n u m s i m p l e s a r t i g o d e j o r n a l p r o v i n c i a n o , e s c r e v e r q u a n t o m e r e c i a a e v o c a ç ã o d e s t e n o m e s u p e r i o r d a s l e t r a s p á t r i a s ; h a v e r á q u e r e s t r i n g i r a p r o s a e d a r a o l e i t o r , q u e o d e s c o n h e c e o u m a l c o n h e c e , a p á l i d a i m p r e s s ã o d u m a b i o g r a f i a a p r e s s a d a . N o e n t r e t a n t o , c a b e - n o s o d e v e r d e j u n t a r a n o s s a d é b i l v o z j o r n a l í s t i c a à c o n s a g r a ç ã o d o m o m e n t o q u e s e a p r o x i m a .
J o s é V a l e n t i m F i a l h o d e
B E J A
A l m e i d a , q u e n a s c e u e m V i l a d e F r a d e s a b s 7 d e M a i o d e 1 8 5 7 e f a l e c e u e m C u b a a o s 4 d e M a r ç o d e 1 9 1 1 , c o m c i n q u e n t a e q u a t r o a n o s
-— — P o r--------Á L V A R O V A L E N T E
a p e n a s , f e z p a r t e d e s s a g a l e r i a d e n e v r ó t i c o s i l u m i n a d o s a c u j a c a b e ç a d e v e m o s c o l o c a r s e m p r e a f i g u r a h o m é r i c a d e C a m i l o , — s e u c o n t e m p o r â n e o . '
A s u a o b r a f r a g m e n t á r i a , p l e n a d e c o n t r a s t e s , d e s c o n e x a e d e s i g u a l , e x s u d a t a l e n t o p o r t o d e ^ o s i n t e r s t í c i o s , d e s t i l a a m a r g o r e a z e d u m e , m a s b r i l h a e f u l g u r a c o m o e s t r e l a i n a p a g á v e l r i o s c é u s d a n o s s a l i t e r a t u r a d e p í f i a e r e s t r i t a a m p l i d ã o .
E l a r e f l e c t e a c a d a p a s s o a v i d a t o r t u r a d a - d o i n s i g n e e s c r i t o r , a s s u a s a v e n t u r a s e p r i v a ç õ e s p o r e s c o l a s e b o t i c a s , a t é s e f o r m a r e m m e d i c i n a « à c u s t a d e m i l s a c r i f í c i o s » . N a o b r a e s t á , p o i s . a s u a m e l h o r b i o g r a f i a , n à o h a v e n d o n e c e s s i d a d e d e o u v i r b i ó g r a f o s , n e m c o m e n t a d o r e s , q u e m u i t a s v e z e s d e a m b u l a m p e l o s m u n d o s d e f a n t a s i a .
D e s s a v i d a á s p e r a e d e s t r a m b e l h a d a r e s u l t o u a q u e l a p r o s a v i r i l e r e v o l t a d a q u e f e z d e F i a l h o u m d o s n o s s o s m a i o r e s p a n f l e t á r i o s , s e n ã o o m a i o r !
f r a n c ê s , e d a t a m d e 1 6 6 9 ,
q u a n d o M a r i a n a A l c o f o r a d o
t i n h a 2 9 a n o s d e i d a d e .
E e m V i r t u d e d e s s a s c a r t a s ,
o C o n v e n t o d a C o n c e i ç ã o
a d q u i r i u m a i o r c e l e
b r i d a d e , p a r a s e j u n
t a r à a d m i r a ç ã o q u e
a s s u a s a r c a r i a s , b a l a u s
t r a d a s , e t o r r e c i m e i r a
p r o v o c a m a o V i s i t a n t e .
É u m e s c r í n i o d e b e
l e z a s a r q u i t e c t ó n i c a s a
f o r m o s a c i d a d e a l e n t e
j a n a , — a P a x J ú l i a
d o s r o m a n o s , a B e j a
d o s p o r t u g u e s e s !
N O P R O X I M O N Ú M E R O :P O R T U G A L P IT O R E S C O
B e ja m o n u m e n t a l
A' Dr.1 Jovita de Carvalho, educadora e médica distinta e brilhante poetisa
C o n t e i p o r m i l a s g r a ç a s d a F i g u e i r a N o d i a e m q u e a c o r d e i e n a m o r a d o D e s t a d o n a g e n t i l , d o m a r s a l g a d o E d a s e r r a p l a n t a d a à s u a b e i r a .
G r a ç a s ? 1 . . . F e i t i ç o ? ! A i , l i n d a e f e i t i c e i r a P r a i a d a C l a r i d a d e e s o l d o i r a d o l . . .P o r q u e m i s t é r i o j u i e u c o n q u i s t a d o P a r a p r e n d e i - m e a t i d e t a l m a n e i r a ?
S e r á q u e t e n h a a c u l p a d e s t e a p e ^ o O s o r r i s o t r a n q u i l o d o M o n d e g o T r o v a n d o m a d r i g a i s n o t e u r e g a ç o ? • « • • • • • • • • » # »
. . . 7 ' a l v e z s e j a a c a n ç ã o d a s t u a s á g u a s D i l u i n d o o a m a r g o r d a s m i n h a s m á g o a s ,E a c i n g i r - t e n a l u z d o s e u a b r a ç o ! . . .
Figueira da Foz — 1956 Orlando de Sousa Branca
l i v r o d e t o m o , — « O s C o n t o s » — , a p a r e c i d o e m 1 8 8 1 , a t é « E s t â n c i a s d e A r t e e d e S a u d a d e » , a p a r e c i d o e m 1 9 2 1 , r i n d o e c h o r a n d o , a r r e m e t e n d o e p r a g u e j a n d o , d e m o l i n d o e a r r a s a n d o , s a r c á s t i c o e a z e d o , s e n t i m e n t a l e r o m â n t i c o , e l e e s c r e v e u e d e i x o u a o s p ó s t e r o s u m a g l o r i o s a e p o p e i a p o r t u g e s a , d e c r í t i c a e d e b e l e z a , q u e n ã o t e m i g u a l p e l a s u a o r i -
(Continua na p á g i n a 5)
P u b l i c a m o s h o j e u m a f o t o g r a f i a d o C o n v e n t o d a C o n - c e i ç ã o , c o m o f a z e n d o p a r t e d e B e j a m o n u m e n t a l .
A l é m d o a p r a z í v e l l o c a l o n d e e s t á s i t u a d o , h á q u e a d m i r a r a s u a a r q u i t e c t u r a ( e s t i l o g ó t i c o ) d e s l u m b r a n t e .
S e r v e h o j e d e m u s e u , c o m a C a s a d o C a p í t u l o ,— c o m p a r t i m e n t o h i s t ó r i c o d o C o n v e n t o .
O u t r o f a c t o o t o r n a , p o r é m , a i n d a m a i s n o t á v e l .
A í e s t e V e i n t e r n a d a c o m o f r e i r a , e a í v i v e u a t é o s 8 5 a n o s d e i d a d e , M a r i a n a A l c o f o r a d o , — a a u t o r a d a s c é l e b r e s c a r t a s a m o r o s a s , t ã o
d i s c u t i d a s e q u e t a n t a c e
l e u m a t ê m l e v a n t a d o e n t r e
escritores e i n v e s t i g a d o r e s .
Ainda h o j e s e i n d i c a a o
T e n d o c o m e ç a d o p e l a c o l a b o r a ç ã o a v u l s a e m « p e q u e n a s f o l h a s l i t e r á r i a s » , e m j o r n a i s d a p r o v í n c i a , p r i n c i p a l m e n t e d e L e i r i a e V i s e u , e m b r e v e o s e u t a l e n t o e x u b e r a n t e e x p l o d i u p o r f o l h e t o s e l i v r o s q u e o e l e v a r a m d e f i n i t i v a m e n t e à c a t e g o r i a d o s g r a n d e s n o m e s q u e f i c a m i m o r t a i s .
E d e s d e o s e u p r i m e i r o
V i s i t a n t e u m a j a n e l a d e g r a d e s , c o m o s e n d o a q u e l a d o n d e a f r e i r a v i a o c a p i t ã o C h a - m i l l y , d o r e g i m e n t o d e c a v a l a r i a d e B r i q u e m a u l t , e n t ã o e s t a c i o n a d o n a c i d a d e .
Convento da Conceição
D i z e m os i r n d i t o s q u e á a
«Varanda donde se Vêem as
p o r t a s d e M é r t o l a » .
A s d i s c u t i d a s c a r t a s f o r a m
p u b l i c a d a s p o r u m e d i í o r
A PROVINCIA 4-4-957
V i D A '
PROFISSIONALMédicos
D r . A v e l i n o R o c h a B a r b o s e
D a s 1 5 à s 2 0 h .R . A l m i r a n t e R e i s , 6 8 , 1 . °
T e l e f . . 0262 4 5 - M O N T I J OConsultas em Sarilhos Grandes,
às 9 horas, todos os dias, excepto ás sextas feiras.
D r . f a u s t o N e i v a
L a r g o da Igreja, 11 Das i o ás 13 e das 15 às 18 h .
T e l e f . 0 2 6 2 5 6 — M O N T I J O
D r ] . S o u s a C o r r e i aCLÍNICA DENTARIA
Dentes artificiais e consertos Consultas todos os dias
das 11 às 13 e das 15 às 17 horas Hua Bulhão Pato, M - MONTIJO
Médicos VeterináriosD r , C r i s t i a n o d a S i l v a M e n d o n ç aAv. Luís de Camões - M O N T IJ O Telef.8 026 502 - 026465 - 026012
D r . * I s a b e l G o m e s P i r e s
Ex-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.
Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras
K. Almirante Keis, 68-1.°-Montijo Todos os dias
Rua Morais Soares, 116-1.° LISBOA Telef. 4 8649
Parteirasf e l i s b e l a V i c t ó r i a P i n a
Parteira - Enfermeira Partos, injecções e tratamentos
Rua Sacadura Cabral, n.° 50 TELEF. 026487 - M O N T I J O
A u g u s t a M a r q . C h a r n e i r a M o r e i r a
Parteira-Enfermeira Diplomada pela Faculdade de
Medicina de Coimbra Rus Tenente Valadim, 29-1,°
M O N T I J O
A r m o n d a L a g o s
Parteira-Enfermeira PARTO SEM DOR
Ex-estagiária das Maternidades de Paris e de Strasbourg.
De dia - R. Almirante Reis, 72 Telef. 026038
De noite - R. Machado Santos, 28 MONTIJO
Organizações = = P r o g r e s s oOiçam todas as 3.as feiras às 13 horas, através do Clube Radiofónico de P o r tu g a l, o programa « REVISTA DESPORTIVA», uma produção de Fernando de Sousa, com o
patrocínio deste jornal.
R E V I S T A D E S P O R T I V A
15 minutos em que se fala do desporto ea favor do desporto. Brevemente no ar o programa TOUROS, T O U R E IR O S , E TOURADAS — um programa ein que se diz a verdade sobre Festa Brava. Para a sua publicidade consulte
O r g a n i z a ç õ e s P r o g r e s s o
Trav. da Bica aos Anjos,’'27-1.® T elef. 731315 L I S B O A
M O N T/
A faceta cultural da nossa terraaíteneu r()ôpulut de Mantijo
V a m o s t e r m i n a r e s t a r e p o r t a g e m a c e r c a d o A t e n e u ;
N i n g u é m n o - l a p e d i u . É e s p o n t â n e a e f i l h a d o d e s e j o i n c o m e n s u r á v e l d e v e r e s s a i n s t i t u i ç ã o p r o g r e d i r , p a r a q u e o p r o b l e m a d a c u l t u r a l o c a l s e g u i s s e a c a m i n h o d u m a s o l u ç ã o m e l h o r e m a i s r á p i d a .
N ã o t e m o s g r a n d e s i l u s õ e s . S a b e m o s q u e s e r á a i n i c i a t i v a p a r t i c u l a r a m a i o r f o r ç a p a r a o c o n s e g u i r .
C o n t u d o , c o n t i n u a r e m o s a a g i t a r o p r o b l e m a , c o m a c o n s c i ê n c i a d e q u e s e t r a t a d u m d o s a s s u n t o s m a i s i m p o r t a n t e s p a r a a v i d a p r o g r e s s i v a d e M o n t i j o .
A l g u n s j u l g a r ã o q u e b a s t a h a v e r u m c i n e m a n o v o , u m « m e r c a d o » n o v o , u m p a l á c i o d e j u s t i ç a n o v o , u m a c a d e i a c o m a r c a n o v a , m u i t o s e d i f í c i o s n o v o s , m u i t a s h a b i t a ç õ e s n o v a s ; m a s t u d o i s s o n ã o b a s t a e n a d a t e m c o m a c u l t u r a p o p u l a r .
Q u a n t o m a i s o j a r d i m s e d e s e n v o l v e r , m a i s h á q u e c u i d a r d a s f l o r e s .
E t o d a e á s a p a r t e m a t e r i a l d a v i d a , p o u c a , r e p e r c u s s ã o t e r á s e n ã o h o u v e r a a c o m p a n h á - l a c e r t a e l e v a ç ã o d o e s p í r i t o , m a i s i n s t r u ç ã o e m a i s e d u c a ç ã o d a p a r t e d e q u a n t o s e s t i v e r e m a u s u f r u í - l a .
É p r e c i s o q u e a u m a c o r r e s p o n d a a o u t r a , n ã o s ó p a r a o s q u e v i v e m n e s t e a m b i e n t e c o m o a t é p a r a o s q u e n o s v i s i t a m o u v i s i t a r e m .
É p o r t u d o i s t o q u e a a c ç ã o d o A t e n e u P o p u l a r s e t o r n a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e n o t á v e l : l u t a n d o q u a s e s ó e s e m a m p a r o s c o n t r a a o n d a c r e s c e n t e d a i n d i f e r e n ç a .
A s u a D i r e c ç ã o a c t u a l , f o r m a d a p o r e l e m e n t o s d e d i c a d o s q u e , d e s d e a p r i m e i r a h o r a , a c o m p a n h a m e t ê m s e r v i d o a p r e s t i m o s a c o l e c t i v i d a d e , m e r e c e d e t o d o s a m a i o r c o n f i a n ç a e m u i t o h á d e l a a e s p e r a r .
E s t a m o s c o n v i c t o s d e q u e , a t é o f i m d o s e u m a n d a t o , h á - d e p r o c u r a r e n g r a n d e c e r o A t e n e u q u e r e p r e s e n t a e p r o d u z i r u m t r a b a l h o , e m b o r a s i m p l e s , h o n e s t o e s é r i o .
N à o o b s t a n t e , h á q u e a u x i l i á - l a , h á q u e p r o p o r c i o n a r - l h e o s m e i o s i n d i s p e n s á v e i s p a r a a o b r a q u e s e i m p õ e .
S ã o n e c e s s á r i o s n o v o s c u r s o s ; é p r e c i s o i n t e n s i f i c a r a f r e q u ê n c i a d o s a c t u a i s ; c o n v é m i n t e r e s s a r o s d o i s s e x o s c a d a v e z m a i s n e s s a f r e q u ê n c i a ; e a c i m a d e t u d o a n g a r i a r n o v o s s ó c i o s , n o v o s a d e p t o s q u e i m p u l s i o n e m
a s g e n e r o s a s i n i c i a t i v a s e m m a r c h a e s e p r o p o n h a m r e a l i z a r o u t r a s q u e c o n d u z a m à s f i n a l i d a d e s p r e v i s t a s .
« A P r o v í n c i a » c o n t i n u a c o m o s e m p r e a o l a d o d a p o p u l a r e ú t i l a g r e m i a ç ã o e , n o s e u p a p e l d e I m p r e n s a R e g i o n a l i s t a , c o l a b o r a r á c o m o a t é a q u i n e s s a o b r a t ã o p r e m e n t e e t ã o e l e v a d a c o m t o d o o s e u e s f o r ç o e s i m p a t i a .
T e m a s h i s t ó r i c o s
0 «Barbadõo» em Aldeia GalegaPelo Prof. José Manuel Landeiro
i i i
Se lermos com atenção toda a nossa História vemos que ela é fértil de lendas cavalheirescas, em que sobressaiem vultos de epopeia.
Já aqui tivemos ocasião de dizer ser a lenda a poesia da História. A lenda é filha da imaginação do povo. I£ este quem as cria e as põe a correr dc boca em boca, de geração em geração. Camões soube, com o seu grande engenho e arte, tirar partido patriótico incluindo, no seu imortal, «C)s Lusíadas», muitas das lendas portuguesas, com as quais enaltece o amor pátrio e outras virtudes da raça lusa ( 1).
N ão se torna necessário um conhecimento profundo de factos históricos, isto é, dos acontecimentos apurados pela História que é quem tem a faculdade de passar a «certidão da Verdade», para se saber distinguir a lenda da História. Esta é testemunhada por documentos; aquela, pela imaginação tradicional popuiar. O encontro do Barbadão com I). João 1, em Aldeia Galega, de que resultou um atentado frustrado, do Mem da Guarda contra o rei, não passa de uma autentica lenda, em que a imaginação popular põe em destaque a honra de um beirão serrano e a generosidade de um rei indulgente. Assim se criaram dois sím bolos: O Barbadão, o da honradez ; o Rei, o da generosidade e da justiça, perante o mal que havia praticado.
Quem conhecer até a que ponto os beirões sabem defender a sua honra e a dos seus, não duvidará do que, nesta lenda, se atribui ao sapateiro da Guarda, ao saber da desonra da sua linda Inez, que cremos ser a sua filha única.
Nesses tempos era notório e sabido que D. João I (e seu filho D. Duarte) gostava imenso destas terras da margem esquerda do Tejo, principalmente de A lh o s Velhos, Aldeia Galega e Alcochete. Nessa altura, Aldeia Galega era
S A N F E R O Á
S E D [ E H l A R M A Z É N S
U S B O i , Ruo de S. l u l i õ o , 4 1 > - 1 . ° I I I ( I I O A T I J O , Ruo J o Bel o Vista
À ER O M O T O R S A N F E R o moinho que resistiu ao ciclone - F E R R O S para construções, A R A M ES , A R C O S , etc.
C IM EN T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç A O de alimentos para gados
R IC IN O B E L G A para ndubo de batata, cebola, etc.C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o material para Ca
minho de FerroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M
ainda um pequeno povoado, onde havia «pequenas casas cobertas de colmo ou giesta, onde se abrigavam os «ratinhos» em ocasião de safra». Havia já salinas, que produziam sal finíssimo, e os seus campos eram povoados de matagais extensos, onde se criavam animais de caça de diversas raças e em abundância. D. João I era um apaixonado pela caça e, tanto assim, que escreveu o L iv r o da Montaria. Aqui vinha, com frequência, a caçar. O Barbadão que, nesta altura, vivia em Veiros, soube que o raptor de sua filha vinha muitas vezes a Aldeia Galega, em jornadas venatórias. Com o fim de vingar a sua honra, concebeu um atentado contra o pai dos seus neto*. E se bem o pensou,, melhor o fez. E um dia, veio dc íongada de Veiros a Aldeia Galega para pôr em prática o atentado que premeditara.
Quando o rei andava caçando, juntamente com alguns cortesãos, de que sempre se fazia acompanhar, Mem da Guarda (um dos nomes por que era também conhecido em Veiros) lobrigou-o e chegou-se à distância de lhe poder «desfechar um tiro cie besta, mas não o atingiu '.
Há quem diga que o liarbadão, para consumar o atentado, se serviu de uma faca. O atentado, a dar-se (2). nunca poderia ter sido com fa ca porque o rei andava acompanhado, e os da «companha» não consentiriam que qualquer pessoa estranha se chegasse junto deles e principalmente do monarca, sem licença e sem ser identificado. Felizmente q u e o crime não fora consumado, (acreditando no real atentado), pois a morte de D. João I, como temos ocasião de ver através do seu governo e pela «ínclita geração» que deu à Pátria, seria a maior calamida- deda Casa Lusitana que nessa altura consolidava a independência da Pátria Portuguesa e Sagres de D. Henrique iniciava os descobrimentos de outros mundos.
Nessa mesma ocasião — diz a lenda - Barbadão e o rei fizeram as pazes. O Mestre legitimou os filhos e Mem da Guarda recebeu de el- -rei grandes mercês.
Este facto, como dissemos, não passa de uma lenda, pois não há documento algum que lhe garanta autenticidade de histórica.
D. João I devia, certamente, ter assistido ao casamento de seu filho, D. Afonso, com a filha de D. Nuno Alvares Pereira, também beiião de gema, o qual se efectuou na então vila de Leiria, nas margens do Lis, onde foi criado (1442) o ducado de Bragança, de que D. Afonso foi primeiro titular.
Entre Aldeia Galega e a Beira encontram-se, através da História, relacionados muitos factos, a que
b e l i s c õ e s
F u i o n t e m a t è à p r a ç a A c o m p a n h a r a m u l h e r ,Q u e i a c o m p r a r a l i m e n t o s
p a r a a f a m í l i a c o m e r . . . N u n c a v i m a i o r d e s g r a ç a ! N u n c a v i t a n t o s t o r m e n t o s ! P a r ^ o a d e s a s s e i s e s c u d o s ,E p e s c a d a a v i n t e e o i t o ;O t a l c a r a p a u d o g a t o A d o s e e s c u d o s o q u i l o ;F o s v e n d e d o r e s « . v e l u d o s » , d i s t r i b u i n d o o s b i s c o i t o s C o m m u i d e l i c a d o t r a t o E s o r r i s o m u i t r a n q u i l o !
A s f r u t a s e a s h o r t a l i ç a s M e s m o p i a h o r a d a m o r t e . O s c h o u r i ç o s e l i n g u i ç a s S ó p r ó s q u e v i v e m c o m s o r t e . T u d o o m a i s d a m e s m a f o r m a T u d o o m a i s p a r a e s c a l d a r . E o s d a l e i c o m a m e s m a
n o r m a ,V ã o v e n d o o p o v o e s f o l a r . . .
F u i - m e e m b o r a e s p a v o r i d o , D e i x r i a m u l h e r s o z i n h a , S o l t a n d o c a d a g e m i d o d e m e t e r d ó — p o b r e z i n h a !
T r o u x e d o i s n a b o s p a r a c a s a , A r e i a , e u m t e r ç o d o p e s o ! V i n h a p i o r q u e u m a b r a s a , C o m g u e l r a s d e c o n t r a p e s o . . .
E d o s c e m e s c u d o s q u e d e i , P a r a a s c o m p r a s d e s s e d a , F i c o u a d e v e r , — e u s e i ! M a i s d e v i n t e à b o a g e n t e - . .
M a s q u e t r e m e n d a s a n g r i a ! Q u e t o s q u i a n o p a c i e n t e !
E v i v a a m o r a l i d a d e D e s t a b e l a s o c i e d a d e !
H o m e m a o m a r
nos referiremos em ocasiões oportunas.
1) Entre estas lendas nós queremos aqui, ainda que, em nota, distinguir a do milagre de Ouri- que, que afirma ter Jesus Cristo aparecido ao no so rei, antes da batalha de Ourique. a prometer- -lhe vitória sobre os infiéis e á confirmar-lhe o ceptro de um império. O documento a p a re c id o sobre este «milagre» é, como já o demonstraram alguns dos nossos historiadores, c o m o Alexandre Herculano, o actual Cardeal Patriarca e Mons. Miguel de Oliveira, apócrifo. A lenda deste aparecimento urdiu-se pelo paralelismo que a imaginaçõo popular encontrou entre 1). Afonso Henriques e o imperador Constantino, filho de Santa Helena.
Esta lenda e outros factos rei >- cionados com I). Afonso I levaram grandes de Portugal a rogar a canonização deste nosso rei, mas a que a Santa Sé, sempre dotada de uma criteriosidade escrupulosa, nestes actos, negou provimento.
Não ser Ela assistida do Espírito Santo!
A lenda de Ourique teve tão grande reflexo nas realidades históricas, que Camões a soube aproveitar para provar que Deus protegia Portugal, — o Portugal conquistador, navegador e missionário.
O povo português é, entre os modernos, o único que tem uma epopeia nacional, não se conforma também com os historiadores que atribuem a sua independência à «simples ambição de um conde francês, de uma infanta espanhola e de seu filho (D. Rafael Ata- mira). E têm razão, diz Mons. Miguel de Oliveira.
A alma nacional está dentro da verdade quando se volta para o Céu e contempla aquele Deus «em cujas mãos reside o supremo império dos homens e dos reinos», como rezavam os magos antigos. Dizem que os cinco escudetes do brazão nacional significam, heràl- dicamente, as cinco chagas de Cristo em memória das cinco chagas de Jesus Crucificado, qué
(Continua na p â g id a 3)
4 -4 -9 5 7 A PROVINCIA
A GE ND AIi
ELEGANTE
A n i v e r s à r i o sMARÇO
— No dia 29, completou o seu 33.0 aniversário a sr.a I), Celeste Cas- tanheira, esposa do nosso prezado amigo e assinante, sr. Luís Jesus Kufino.
ABRIL— No dia 1, a menina Maria
Albertina Pinto da Silva, filha da nossa estimada assinante sr.* D. Albertina das Dores Pinto.
No dia 1. a sr.* D. Maria das Dores Machado Ferreira, priina da nossa dedicada assinante sr.* D. Margarida Ferreira.
— No dia 2, a menina Maria de Fátima Marinho de Oliveira, filha do nosso prezado assinante sr. Álvaro Maria de Oliveira.
— No dia 3, a menina Ana Maria Ribeiro Cercal Martins, filha da sr.* I). Maria Leonor Ribeiro Martins, e neta do nosso dedicado assinante em Lisboa, sr. Mário Henrique Ribeiro.
— No dia 4, o sr. António Joaquim Marques da Silva, filho do nosso dedicado assinante sr. António Gonçalves Silva.
— No dia 4, completa o seu 8.° aniversário o menino Alvaro Manuel Dias d*í Carvalho, neto do do nosso estimado assinante, sr. João Nunes de Carvalho.
— No dia 4, completou o ss-u 43.° aniversário a sr.* D. Eraa dos Santos Cola, esposa do nosso dedicado assinante, sr. Francisco Conceição Cola, residente em Saca vém.
O « Barbadão» em Àldeia Galega
(Continuação da página 2)
D. Afonso Henriques viu em Ourique, antes da Batalha. Puro engano! Estes escudetes representam cinco feridas de alfange que o nosso rei conquistador trouxe da referida batalha, em que venceu 5 grandes nobres filhos de Ma- foma.
Com o tempo, baseada na verdade histórica, a ciência concordará connosco.. .
2) A dar-se o atentado, é caso único na nossa história em tal circunstância e com a posição social do atingido; como lenda é muito interessante este facto, que merece ser arq u ivad o!...
Próximo artigo: Nosssa Senhora de Miléu, da Guarda.
P. S. — Já depois de escrito esta série de artigos sobre o Barbadao, leraos em «Amigo da Veidade» da Guarda, que conta muitos milhares de assinaturas, as seguintes notas que, sobre a Rainha Isabel II, recortamos do jornal referido, por as acharmos deveras interessantes:
Sabendo (a Rainha Isabel II) que os seus ascendentes eram da Guarda, fez logo tenção de vir por çá prestar-lhei homenagem e por isso pediu ao duque de Norforlk, que é também descendente do Mestre de Aviz, que lhe arranjasse uma rota, a que se chamou a rota púrpura, pela qual partindo de Vilar Formoso, passando pelo Cró, direito a Coruche e Montijo, sobrevoou primeiro que quaisquer outros, os concelhos de Almeida, Sabugal e Guarda.
E mais esta:Como o Amigo da Verdade
de há muito tinha revelado, quase todos os jornais confirmam que a Kainha lsa*bel 11 descende de portugueses.
E digam aos da Guarda que o Barbadão não nasceu na ci lade mais alta da P en ín su la!...
P ro f , J o s é M a n u e l L a n d e ir o
Perdeu-se— COLAR de coral. Trajecto da
*"ua Alexandre Herculano ao Parque.
Daa -se alvíssaras a quem o entregar nesta Redacção.
M O N TFestas Populares de R e la tó rio d a C â m a r a M . de M o n tijo
S, Pedro G E R Ê N C I A D E 1 9 S 6Continuam no mesmo ritmo
progressivo os trabalhos da Comissão das nossas Festas.
Começam chegando notícias da organização de excursões que nesses dias de 27 de Junho a 2 de Julho se deslocam a Montijo, como tem sido hábito nos anos anteriores.
A Comissão de Iniciativa e Festas do Ateneu Artístico Vilafranquense reali/a 110 Domingo, 20 de Junho, uma grandiosa excursão acompanhada pela Banda do Ateneu que, nesse mesmo dia, vem colaborar, mais unia vez, nas Festas Populares de S. Pedro.
Serão recebidos como amigos de sempre, tudo se preparando para que a recepção deste ano seja bem expressiva dos sentimentos de fraternidade e gratidão que une as duas populações.
Outras excursões estão também em perspectiva, das quais daremos oportunas comunicações.
E tudo deuioastra o entusiasmo que já se vai notando, dentro e fora da nossa terra, pelas ira.licio nais festividades.
É difícil, senão quase impossível, realizar por intermédio dum modesto e pequeno jornal régio- nalista a análise circunstanciada dum documento desta importância local.
Começaremos p o r salientar a foi ma desassombrada e sincera cumo todo o relatório está elaborado.
Todo ele ressuma processos honestos de trabalho, desejos claros e precisos de produzir m ais e melhor a favor do Município e, por conseguinte, dos munícipes.
Na verdade, é assim que a administração municipal se impõe, ao demonstrar os propósitos firmes das suas actividades.
Com a devida vénia, para justificação destas ligeiras considerações, respigamos do preâmbul » os seguintes períodos :
Não é possível, evidentemente, uma resenha completa das actividades exercidas, dos esforços dis- pendidos e até das arrelias e desi- luções colhidas, mas, o que se segue, permite, no entanto, fazer-
Sociedade filarmónica 1/_de DezembroM a i s u m a g íó r ia
No dia 29 do passado mê3 de Março a Direcção desta centenária colectividade montijense deslocou-se a Lisboa, onde, em sessão solene que se realizou na sede da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio, lhe foi entregue pelo Sr. Ministro da Educação Nacional o diploma da Medalha de Instrução e Arte com que a Sociedade Filarmónica l."d e Oezembro foi condecorada.
O acto foi revestido da maior solenidade e o diploma referido já se acha em Montijo, na sede e ein poder da Direcção.
Cumprimentamos efusivamente a Direcção pela justa homenagem prestada à Sociedade Filarmónica,
a qual, além do preito superior dos poderes públicos aos apreciáveis sei viços dedicados ao país, constitui mais uma glória a regi tar nos seus anais.
Para que não esqueça, repetimos que no próximo Domingo, 7 do corrente, se realiza nesta prestimosa colectividade o tradicional «Baile da Pinha», o qual será abrilhantado pela Orquestra «Os Cubanos», da Moita do Ribatejo.
Vai ser uma noite esplêndida, como se p r e v ê d o s elementos agora rep etid os... para que não haja esquecimentos imperdoáveis.
Da Comissão Pró-Praca de Toiros de»
M O N T I J O recebemos o seguinte comunicada que publicamos com grande regozijo:
Começaram as obras de construção da Praça de loiros de
M O N T I J O
Foi celebrado o contrato entre esta Comissão e a Empresa de Construções e Edificações Lda., de Lisboa, para a construção total da Praça de Toiros, estando prevista a sua inauguração, ainda este ano, em princípios do tnSs de Setembro.
Já estão em movimento t idos os serviços técnicos da referida Casa Construtora, pessoal dirigente e especializadò para a Obra, e já se encontram no local dos trabalhos as máquinas e ferramentas que serão utilizadas na fase inicial dos trabalhos, havendo já grande acti vidade dos operários que formarão o primeiro turno do pessoal admitido, sendo aumentado este número de trabalhadores, com o andamento e organização normal dos alicerces e desaterros que anteciparão o levantamento do majestoso tauródromo, que será erguido a bem da portnguezíssima «Festa de Toiros».
As Sub-Comissões Angariado- ras já começaram a recolha das inscrições das generosas ofertas de donativos e trateriais a favor da construção da Praça, e esperam do
laborioso Povo de Montijo, e de toda a «Aficioh* Portuguesa, a contribuição entusiástica e substancial para levar a cabo o grande empreendimento que honrará Montijo e que paderá enfileirar ao lado doutras grandes realizações que engrandecerão esta Terra R ibatejana, de tradições bsrn vincadas.
Esta Comissão lamenta não poder satisfazer as aspirações do Povo de Montijo para ligar este acontecimento à realização das imponentes e grandiosas Festas de S. Pedro, mas tudo fará, para que a Inauguração se revista do mesmo esplendor e grandeza.
A Comissão
José Salgado d’OHveira, Dr. Manuel Nepomuceno Leite da Cruz, Amadeu Augusto dos Santos, José Júlio da Veiga Marques, António Rodrigues Tavares Jor., Izidoro Maria d’01iveira, Domingos Tavares, António Maria Ramos Rasteiro,1 >ão Euclides Rosa Carneiro, Ma- n -1 Cândido da Costa, António Júlio Canarim Nepomuceno.
-se u m a ideia, quanto possível aproximada, de como decorreu a vida do Município durante o período a que me reporto.
Para já, se adianta que a actividade municipal, naquele sector importantíssimo que respeita a obras, não colheu os resultados que todos desejávamos e que a Câmara honeslamente julgara, se não realizar pelo menos iniciar, pois para isso está preparada sob todos os aspectos.
Sem pretender encontrar desculpas, nâo podemos no entanto esconder que o sistema de comparticipações do Estado atravessa uma crise, por motivos certamente ju stificados mas que escapam à nos*a apreciação, que emperra as actividades dos Municípios.
No noaso caso, há na verdade a lamentai- que por falta da necessária comparticipação não tenha sido possível a realização de obras de grande valor para a nossa terra e que julgamos ao alcance das nossas possibilidades.
Noutros campos da actividade camarária surgiram-nos também obstáculos, que vencemos, depois de estudos ponderados, que nos permitiram encontrar s o lu ç õ e s adequadas e, sobretudo, baseadas em rigorosa honestidade de processos, o que, não 1 aro, acar: eta demoias que, caso contrário, não se verificariam.
E assim com estas palavras es- clai ecedoras, entra-se na apreciação das «receitas e despesas*.
Compulsando os r e s p e c t iv o s mapas e os desenvolvidos pormenores, conclui-se que o saldo real das r e c e i t a s computa-se em 1 .93Q.261160, denotando um aumento de 71.248$80 em relação ao ano de 1955.
Num desses pormenores, salien- ta-se que «a Câmara Municipal de Montijo tem necessidade de proceder à revisão dos seus rendimentos, com vista a obter o seu aumento», e ainda que «a lei autoriza a cobrança de impostos vários, que se têm evitado; mas os encargos previstos impõem inevitàvel- mente que, em altura oportuna, este assunto seja considerado devidamente».
Quanto às despesas, afirma-se que foram muito inferiores às do ano anterior, o que não foi ocasionado por qualquer restrição mas lim pela aquisição de material de elevado custo e admissão de pessoal, o que originou despesas que foram divididas pelo triénio de 53 a 55. Cessando estas causas, o cômputo das despesas para 1956 diminuiu como consequência.
(Continua)
Concurso H o r a F e l i z
O relógio deste concurso, esta semana quando o deslacrámos, en- contrárao-lo parado nas :
2 3 h o r a s m 59 m in u to sEstr- concurso, que tem como
organizadora a grande Relojoaria e Ourivesaria Contramestre, na Praça 1.® de Maio, em MontijQ, fez premiar a sr.* D. Maria José da Silva, Campo de Tiro, - a qual tinha o cartão com a hora exacta.
Vamos toefos, pois, tentar a sorte neste CONCURSO 1IORA FELIZ !
À g r a d e c i m e n t oAmélia, de Jesus
Rozendo Correia e sua mulher Margarida Rosa Carvalheira, Maria Rosa Correia, e mais família, vêm por este meio agradecer a iodas as pessoas que se dignaram acompanhar à última morada a sua chorada mãe e sogra. Para todos, o maior reconhecimento.
| AGENDA f UTILITÁRIA
formadas ds Serviço
5.‘ ~ fe ira , 4 - D i o g o6,* - fe ira , 5 — Gi r a 1 d e a S á b a d o , 6 — M o n t e p i o Domingo, 7 — M o d e r n a £*• fe ira , 8 — D i o g o í.* - fe ira , 9 — G i r a l d e s4,“ --fsde-a, 1 0 — M o n t e p i o
B o l e t i m R e l i g i o s o
C u lto C a tó licoMISSAS
5,*-feira — às 8,30 e 9 horas.6,*-feira— às 9 e 18 horas. Sábado — às 8,30 e 9 horas. D om ingo— às 8, 9, 10, 11,30;
11,30 (Atalaia); 18 (Montijo).
Espectáculos
CINE PO PU L A R
5.* feira, 4; (18 anos) O filme em Cinemascópio e Eastmancolor, «A Castelã do Líbano», com Jean Claude Pascal e Gianna Maria Ca- nale. No programa, complementas curtos e Metro-Jornal.
6 .a feira, 5; (18 anos) Uma obra poderosa de impressionante realismo, «Juventude em Perigo» com James Withmore e Virgínia Gregy. Em complemento, Fern*n- del em «Padeiro de Valorgue».
Sábado, (*; (6 anos) Uma vez mais o enternecedor filme, «Marcelino, Pão e Vinho», com Pablito Calvo. No programa, complementos curtos e Imagens de Portugal.
Domingo, 7 e 2.* feira, 8 ; (18 anos) O filme português, «Perdeu-se um Marido». No programa, complementos curtos.
4.* feira, 10; Um filme Metro, «Sombrero».
CINEMA 1.® DE DEZEMBRO
5.* feira, 4; (Para 18 anos) O assombroso filme em Cinemascópio. com Gary Cooper, «Conselho de Guerra».
Sábado, 6 ; (Para 13 anos) Um drama de aventuras e lutas, em Cinemascópio, <Uma Estranha na Cidade».
Domingo, 7 e 2.* feira, 8 ; (Para 13 anos) Um filme de aventuras na Selva, em Cinemascópio, com Victor Mature, «Safari*. No programa, lindos complementos.
3.“ feira, 9; (Para 18 anos) A pedido, a cópia nova do maravilhoso filme que deslumbrou o mundo, «Duelo ao Sol».
4.* feira, 10; (Para 18 anos) O filme das Mil e Uma Noites e mil e uma aventuras, «Prisioneiros da Casbah» ; e a linda comédia, «Companheiros da Folia».
Vendem-se- MÁQUINAS DE COSTURA,
desde 800$00, afiançadas por 10 anos. Rua da Cruz, 23 — Montijo.
— Duas PROPRIEDADES pegadas, no sítio das Cheiras, às Barreiras, uma denominada Vale das Cheiras, e outra Serrado. Têm muito barro e servem para qualquer fábrica. Aceito propostas J. B. Figueirôa — Rua Serpa Pinto, 9 - 2.*.
Precisa-se— APRENDIZ de torneiro,l.até
15 anos e sem prática.Informa — R, da Barrosa, 39
— Montijo,
Garagem pequtnaPRECISA-SE. Resposta ao N.®
72 deste Jornal.
4 APROVINCIA 4 -4 -5 5 7
R O V I W C
D O S
P E Q U E N I N O S-------------- ------ ----------- -------------------- 1 ! | | — MllWIlW II 11 mi
O s n o s s o s c o n c u r s o s
a A M O S S A P Á G I N ABe tempos a tempos, cá estamos.Desejaríamos vir mais amiúde ao convívio dos nossos
camaradas; mas as exigências naturais do nosso jornal nem sempre o permitem.
Assim mesríio, gostaríamos também de ver um maior interesse por esta página, da parte daqueles que com ela mais têm a ganhar.
Se o interesse fosse maior, a página dos pequeninos apareceria mais vezes.
No' entanto, também não queremos dizer que nâo houvesse quem se interessasse. Queríamos mais, ora ai está. E queríamos também qua nos comunicassem a recepção dos prémios que temos enviado. Não é preciso agradecer. Basta que nos digam que receberam, para nosso descanso.
E esperamos que esta página de hoje desperte mais interesse ainda, que haja mais concorrentes ainda, que correspondam mais ainda às nossas intenções.
J o s é Á lv a r o
Passatempo
Q u e s tio n á rio1.‘ — Qual é a terra portuguesa
que é rapazinho ?2.a — Qual é a que dá entrada
nas casas ?3.a — Qual é a que é africana ?4.!l — Qual é a que nunca está
no mesmo lugar ?5.a — Qual é a terra francesa que
tem o nome duma ave de rapina?6.a — Quais são os dois número<
que. somados, dão 14.65, sabendo- -se que o maior excede o nyjiuir em 2,17 ?
7.a — Quais os nomes modernos de Cristiania, Mesopotàmia, Abissínia, e Constantinopla ?
— Entre os que acertarem em cinco respostas, será sorteado um livro regional, de 300 páginas.
Um conto dalguém que principia . . .
Sonho que não viviÉ t a r d e ! O S o l c o m e ç a a
b a i x a r n o h o r i z o n t e . S e n t a d a n o p e q u e n o t e r r a ç o d a m i n h a c a s a , Vou s o n h a n d o . A s f l o r e s e s p a l h a d a s p e l o s Vasos V ã o e m p r e s t a n d o a o a r s u a v e e c a l m o o s e u o l o r m a v i o s o . T u d o é b e l e z a e m m e u r e d o r ! E n c o s t o - m e a o p a r a p e i t o , p a r a m e l h o r a s p i r a r o p e r f u m e d a s f l o r e s q u e a t é e l e s o b e m . L a n g u i d a m e n t e , o m e i g o b i c h a n o , d e l o n g o p e l o s e d o s o e m a c i o , e s p r e g u i ç a - s e , a b a n d o n a n d o - s e t o d o à c a r í c i a d o s m e u s d e dos, e n q u a n t o Vai e n c h e n d o o a r c o m o s s e u s « r o m - r o n s » d e s a t i s f a ç ã o .
A l é m , c o r t a n d o o e s p a ç o , u m a a n d o r i n h a s i n g r a l i g e i r a . A o V ê - l a , m e u s o l h o s q u e b r a m - s e m u d o s d e e s p a n t o . Q u e l i g e i r e z a ! — q u e g r a c i o s i d a d e , m e u D e u s ! . . . S i g o o s e u v o o m a r a v i l h o s o .
C o m o e u g o s t a v a d e t e p o d e r a c o m p a n h a r , q u e r i d a a m i g a , d o c e i r m ã . . . M a i s a l é m , s o b r e u m f i o e m r i g o r o s o a l i n h a m e n t o , p o u s a m a l g u m a s c o m p a n h e i r a s , q u a i s d e v o t a s f r e i r i n h a s e m m í s t i c o r e c o l h i m e n t o . O s s i n o s t o c a m . . S ã o a s T r i n d a d e s . Re- c o l h o - m e p o r m o m e n t o s ; m a s s e m c o n t u d o d e i x a r de f i t a r a q u e l a s a n d o r i n h a s t ã o m e i g a s , t ã o s i n g e l a s . . .
E n t ã o , — m i l a g r e d o s m i l a g r e s , d o c e V i s ã o q u e m e t o r n a s t e t ã o f e l i z — ; t i v e a s e n s a ç ã o d e e s t a r o u v i n d o o a m i g á v e l e i n t e r e s s a n t e c o l ó q u i o d a s m e n s a g e i r a s d a P r i m a v e r a , , d a A m i z a d e e d o A m o r .
C o m o a s u a l i n g u a g e m m e p a r e c i a s i m p l e s e e l e v a d a a u m t e m p o ! N e s s a c o n v e r s a n a d a h a v i a d e m a l e d i c e n t e . F a l a v a m d a s s u a s i r m ã s m a i s d e s p r o t e g i d a s d a s o r t e , d o s h a b i t a n t e s d o s e u m u n d o . M a s , a s s u a s p a l a v r a s e r a m c o m o q u e u m b á l s a m o b e n
d i t o . F o r j a v a m p l a n o s d e a u x í l i o m ú t u o . S o n h e i o u v i - l a s e m t o d a a s u a p l e n i t u d e d e b o n d a d e . U m h i n o d e l o u v o r e e n t u s i a s m o d e u p o r t e r m i n a d a a p i e d o s a r e u n i ã o . C a d a u m a d e b a n d o u p a r a o s e u n i n h o . M a s i a m f e l i z e s , c o n t e n t e s c o n s i g o p r ó p r i a s .
C o m o e u a m b i c i o n a v a v i v e r n a q u e l e m u n d o , l o n g e d a s i n t r i g a s , d a s i l u s õ e s d e s t a v i d a . C o m o s e r i a b o m q u e m u i t o s h o m e n s o u v i s s e m a s m e n s a g e i r a s d a p a z e d o A m o r . T u d o s e r i a b e l o , p o r c e r t o ! T u d o m u d a r i a , s e a h u m a n i d a d e p u d e s s e o u v i r a q u e l a l i ç ã o d e h u m i l d a d e . C o m o é b o m s o n h a r a s s i m ! M a s , a o l o n g e o « d l i m - d l ã o » d e m u i t a s c a m p a i n h a s ; q u e s e r á ? É u m r e b a n h o q u e p a s s a a c a m i n h o d o a p r i s c o . Q u e e n c a n t o ! O s o l d e c a i u . A s s o m b r a s d a n o i t e , q u e c o m e ç a a e n v o l v e r t u d o n o s e u m a n t o c i n z e n t o , a d e n s a m - s e c a d a Vez m a i s .
U m a b r i s a l i g e i r a v e m b e i j a r - m e o r o s t o e s q u e c i d o ; o s c a b e l o s s o l t o s s o b r e o s o m b r o s a g i t a m - s e f r e n é t i c o s : S ã o h o r a s d e a c o r d a r d a i l u s ã o m a r a v i l h o s a - U m s u s p i r o m u i t o f u n d o f a z e s t r e m e c e r t o d o o m e u c o r p o ;
Problemas a premia.i.°
Num cofre que continha certa q u a n t i a depositaram-se m a i s 174$60. Fizeram-se vários pagamentos num total de 486$50 e <> cofre ficou com 658$20.
Qual a primitiva quantia qua estava no cofre ?
2.°
Qual é o número dígito que repetido 10 vezes dá a soma de 11106?
Entre os que acertarem, será sorteado um lindo prémio oferecido pelo jornal «A Pi ovinci»».
d u a s l á g r i m a s d e s l i z a m p e l a s f a c e s . E ’ q u e , m e u D e u s , t e n h o s a u d a d e s . S a u d a d e s ? d e q u ê ? — p e r g u n t a a b r i s a , a o p a s s a r b r i n c a n d o n a r o m a g e m v e r d e e m a j e s t o s a d a s á r v o r e s c i r c u n d a n t e s .
— D u m s o n h o , . . . q u e s o n h e i e n ã o v i v i !
L ír io d o M o n te
CURIOSIDADE— A girafa, que tem um pescoço
tão comprido, apenas possui sete vértebras, metade das que possui um beijaflor.
— O chá foi introduzido na Europa pelos holandeses no ano de 1610.
— O canal de Suez teve como antecessor o canal dos Heis, com 30 metros de largura e 3 de profundidade. Foi o faraó Rhamsés que o mandou abrir entre o Nilo e o Mar Vermelho, e tinha 150 quilómetros de comprimento. O califa Abassides 1'ê-lo entulhar em 875.
— A árvore que tem as folhas mais compridas é a palmeira «inaji, que vive perto do rio Amazonas. Algumas dessas folhas chegam a atingir 12 metros de comprimento por 3 metros de largo.
— A escola mais antiga que existe é o University College, de Oxford, que foi fundada em 1050.
— A primeira máquina de escrever foi inventada pelo austríaco Knauss, em 1760.
— Qual é palavra portuguesa com quatro sílabas que tem 24 letras? É fácil.
É a palavra Alfabeto.
Respostasao questionário do n.° 94
1.° — No ano d e l 186.2.° — Lacobricenses.3.° — Sardão (concelho de Ague
da).4.° — Algoz (Silves).5.° — Pedro Nunes.6.° — Canal de Corinto.7.° — 24 cabeças de gado.
No Concurso, que era o Convento da Conceição, em B e j a , acertaram 38 concorrentes, e o prémio coube ao menino Júlio Benevides Pereira, do C a m p o Grande, Lisboa.
O prémio, — um lindo cesto fili- granado com amêndoas — , coube á menina Maria de Lourdes Pereira, da rua da Cedofeita — Porto.
No Questionário contaram-se 18 concorrentes certos em 5 respostas.
À moralidade do conto, ninguém acertou. Era bem fácil: «Nem tudo que luz é oiro».
A gravura que hoje publicamos, representa uma igreja situada numa linda cidade portuguesa.
Onde estará ?Em Eivas, em Tavira, em Viana do Castelo, em Faro,
ou em A rouca ?E como se chama ?— Será sorteado outro livro monográfico entre os
que acertarem.
A N E D O TA S IN FA N TISi
O PAI: — Carlos, não sejas assim tão porquinho. Sab<*s o que é um porquinho, não é verdade?
C A R L O S : — Sei tuuito bem, paizinho. Os porquinhos são os filhos dos porcos m aiores,..
I I
A tia rabujenta para o sobrinho José:
— Então Zèzito, estás muito contente por me ve r?
— Não me importa; o pai disse
há pouco que a tia não se dem o rava muito na sua v is ita ...
I I I
O João está todo absorvido na solução duma equação «levada da breca», qualido e n t r a a criada muito aflita:
— Ai menino João, que o seu mano engoliu uma moeda de doW tostões! Não sei o que hei-de fa ze r ...
E o João, a toda a pressa:— Tome lá outra e deixe-me era
paz, mulher 1
P e l aI M P R E N S A
— O j o r n a l * C i d a d e d ? T o m a r a , d e q u e é D i r e c t o r
M a n u e l T o r r e s * a C a m p o s , c o m p l e t o u 22 a n o s d e e x i s t ê n c i a c o m s e u N . ° 1 1 3 5 .
F e l i c i t a m o s a f e c t u o s a m e n t e e f a z e m o s a r d e n t e s v o t o s p o r p r o l o n g a d a v i d a d e p r o s p e r i d a d e s .
— O « S e s i m b r e n s e » , q u e s e p u b l i c a e m S e s i m b r a , t r a n s c r e v e u n o s e u N . ° 2 7 3 , o a r t i g o « M u l h e r e s c é l e b r e s » q u e p u b l i c á m o s n a ú l t i m a P á g i n a F e m i n i n a .
M u i t o g r a t o s p e l a d i s t i n ç ã o e g e n t i l e z a .
— « E c o d o E i i n c h a l » c o m p l e t o u 1 4 a n o s d e e x i s t ê n c i a j o r n a l í s t i c a .
E n v i a m o s o s n o s s o s c u m p r i m e n t o s p e l o f a c t o , d e s e j a n d o ' q u e e s s e a n i v e r s á r i o s e r e p i t a p o r a n o s i n f i n i t o s , c o m as m a i o r e s p r o s p e r i dades.
CA LEN D Á RIO S
D o s S e r v i ç o s A g r o n ó m i c o s d a C o m p a n h i a U n i â o F a b r i l , e d a f i r m a F e r n a n d o F e r r e i r a & C . a d e M o n t i j o , r e c e b e m o s d o i s i n t e r e s s a n t e s e v i s t o s o s c a l e n d á r i o s p a r a o a n o c o r r e n t e , a c o i r - p a n h a d o s p o r o u t r o c a l e n d á r i o p o r t á t i l « d a u t i l i z a ç ã o d e p r o d u t o s p a r a a A g r i c u l t u r a . »
A c o m p l e t a r a a m a b i l i d a d e , a i n d a u m c a r t ã o d e c u m p r i m e n t o s .
A g r a d e c e m o s , m u i t o p e n h o r a d o s , a s g e n t i l e z a s q u e d i s p e n s a r a m a o n o s s o j o r n a l e r e t r i b u i m o s e s s e s c u m p r i m e n t o s c o m a m a i o r s a t i s f a ç ã o .
E s te n ú m e r o d e « A P r o
v in c ia » fo i v is a d o p e la
C E N S U R A
4 -4 -9 5 7 A PROVINCIA 5
O M E U D I Á R I OExclusivo para «A Província»
M a rra d o pela jo v e m a c triz c in e m a to q rá fic a
J U a i ia O )nletII partida - 0$ primeiros contactos com a fspanha prometedora
8
Fialbode Almeida( C o n t i n u a ç ã o d a
O d i a 3 d e M a i o d e 1951 n a o f o i p a r a m i m i g u a l a o s o u t r o s d i a s d a t n i n h a e x i s t ê n c i a , a t é e n t ã o . E r a a v é s p e r a d a m i n h a ’ a b a l a d a p a r a t e r r a s d e E s p a n h a , a c u m p r i r o m e u p r i m e i r o c o n t r a c t o i n t e r n a c i o n a l . A v i d a s o r r i a - m e , e c o m o a p e n a s c o n h e c i a o p a í s v i z i n h o d a s n a r r a t i v a s d o s a u t o r e s e s p a n h ó i s q u e e u l e r a , i m a g i n a v a d i f e r e n t e m e n t e a E s p a n h a q u e f u i e n c o n t r a r , q u a n d o l á c h e g u e i .
Q u a n d o e m m e u e s p í r i t o e u e v o c a v a o n o m e d o r e i n o d e C a s t e l a , l o g o n u m t r o p e l a c o r r i a m à m i n h a i m a g i n a ç ã o p o v o a d a d e t o d a s a s h i s t ó r i a s e l e n d a s c a s t e l h a n a s c o m m i l e u m D o n Q u i - x o t e s s e g u i d o s d e o u t r o s t a n t o s S a n c h o s P a n ç a s , d e r r o t a n d o m o i n h o s a q u i e a l é m . A s s i m , q u a n d o d e s e m b a r q u e i e m M a d r i d , e d e p o i s , m a i s t a r d e p e r c o r r i u m a p a r t e d o p a í s , a c o i m e i - - m e i n t i m a m e n t e d e i n f a n t i l . D o n Q u i x o t e e S a n c h o P a n ç a h a v i a m j á h á m u i t o p e r e c i d o , e q u a n t o a m o i n h o s . . . n i h a b l a r . E m c o n t r a p a r t i d a , h a v i a a s g r a n d e s c b o i t e s » — o « A l a z a n » o « P a - ç a P o g a » , e r u a s l i n d a s c o m o a G r a n V i a , p r i n c i p e s c a , p o v o a d a d o s s e u s m i l h e n t o s c i n e m a s , q u e s e r i a m , a l g u n s m e s e s v o l v i d o s s o b r e a m i n h a c h e g a d a a M a d r i d , o u t r a s t a n t a s c a i x i n h a s d e s u r p r e s a s o n d e a m i n h a i m a g e m i r i a p r o j e c t a r - s e p a r a r e c r e i o e a d m i r a ç ã o d o p o v o e s p a n h o l . C o n t u d o , s ó u m a c o i s a a g o r a m e p r e o c u p a v a : o m e u c o n t r a c t o , q u e e u i a c u m p r i r c o r a a A s p a F i l m e s , n a i n t e r p r e t a ç ã o d o p a p e l d e « J a c i n t a » , a p e r s o n a g e m d a m i r a c u l a d a e m a l o g r a d a p a s t o r i n h a d a C o v a d a I r i a 1
V e n c i d a s t o d a s a s d i f i c u l
d a d e s s u r g i d a s c o m o s m e u s n o v o s d i r e c t o r e s , q u e a p e n a s m e c o n h e c i a m a t r a v é s d u m a s p o u c a s f o t o g r a f i a s e e s c a s s o s m e t r o s d e f i l m e , l a r g u e i d e L i s b o a n a n o i t e d e q u a t r o d e M a i o p e l o L u s i t â n i a E x p r e s s o , t e n d o c o m o ú n i c a g a r â n t i a p a r a D . R a f a é l G i l , o r e a l i z a d o r q u e í a f a z e r o d r a m a d e F á t i m a , a i n f o r m a ç ã o d e A n í b a l C o n t r e i r a s . E d u r a n t e a q u e l a n o i t e d e v i a g e m , r e c o s t a d a n o í c o n f o r t á v e l c o c h e - c a m a , e n t r e t i v e - m e a a f a z e r p a s s a r e m m e u e s p í r i t o , c o m o n u m c a l e i d o s c ó p i o ,1 a p l a t e i a t r a n s b o r - d a n t e d o E d e n T e a t r o d u r a n t e o s p a s s a t e m p o s A P A , a q u a l , e m a p l a u s o s f r e n é t i c o s m e s o l i c i t a v a m a i s
e m a i s p o e m a s . « F r e i L u í s d e S o u s a » e m b o r a t e n h a s i d o e c o n t i n u e a s e r p a r a m i m , p e r a n t e o p o v o p o r t u g u ê s « a m i n h a b o a e s t r e l a » , j á n ã o é m a i s d o q u e u m a s o , n b r a q u e s e e s v a i , q u e f i c a p a r a a l é m d a f r o n t e i r a p o r t u g u e s a , e m b o r a e u c o n s e r v e t u d o i s s o — o m e u p r i m e i r o f i l t n e i n t e r p r e t a d o e m P o r t u g a l e o m e u a m o r p e l a m i n h a P á t r i a p e r e n e s
E s c r ito p o r
Aníbal Anjose m m e u c o r a ç ã o — c o m o u m a c h a m a i n e x t i n g u í v e l q u e m e h á - d e a c o m p a n h a r d u r a n t e a m i n h a c a r r e i r a a r t í s t i c a . E c o m o d e r r a d e i r a s i m a g e n s d o m e u q u e r i d o P o r t u g a l , q u e a s v i c i s s i t u d e s d a m i n h a v i d a d e a r t i s t a m e o b r i g a m a a b a n d o n a r , e u r e v e j o o m o v i m e n t o i n t e n s o d a E s t a ç ã o d o R o s s i o à p a r t i d a d o L u s i t â n i a E x p r e s s o e o s i n ú m e r o s l o - t ó g r a l o s d a s r e v i s t a s c i n e m a t o g r á f i c a s q u e v i e r a m a s s e s t a r a s s u a s c â m a r a s , n u m g e s t o s i m p á t i c o , à « e s t r e l i n h a » c i n e m a t o g r á f i c a q u e p a r t e , q u a l e s t r e l a c a d e n t e n a e s c u r i d ã o d a q u e l a n o i t e m e m o r á v e l q u e a i n d a e r a u m a i n c e r t e z a . D e n t r e t o d o s e s s e s c a ç a d o r e s d e i m a g e n s n ã o f a l t a r a m o s d a s s e m p r e a m á v e i s r e v i s t a s c i n e m a t o g r á f i c a s « P l a t e i a » e « F l a m a » , à s q u a i s p o s t e r i o r m e n t e t e n h o d e v i d o a a m á v e l d e f e r ê n c i a d e e v i d e n c i a r e m a m i n h a m o d e s t a p e s s o a . ;?
D e p o i s , f o i a p a r t i d a . O r e l ó g i o d a g a r e m a r c a d e - s a n o v e h o r a s e c i n q u e n t a m i n u t o s ; s e g u i r a m - s e o s i n e v i t á v e i s b e i j o s e a b r a ç o s e a s n ã o m e n o s i n e v i t á v e i s l á g r i m a s . E f o i n e s t a m e d i t a ç ã o e m q u e a s i d e i a s s e s o b r e p u n h a m c o m o n u m a c a l v a g a d a d e l i r a n t e , n o m e u c é r e b r o , q u e a d o r m e c i , v e n c i d a p e l a f a d i g a c a u s a d a p e l a s m i l h e n t a s v o l t a s q u e e u f i z e r a , n o m e u a d e u s a L i s b o a !
* **
Q u a n d o c h e g á m o s a M a - d r i d a g u a r d a v a m - m e n a G a r e d a s D e l í c i a s o s D i r e c t o r e s d o s E s t ú d i o s d a C E A , q u e m e t r a n s p o r t a r a m e a m e u s p a i s a o H o t e l A l i - c a n t e , q u e f i c a n o N . ° 16 d a C a l l e A r e n a l .
S e b e m q u e o a u t o m ó : ' t i v e s s e a t r a v e s s a d o M a d n a t o d a a b r i d a , e s s e t r a j e •
r e l â m p a g o d e u - m e a o p o r t u n i d a d e d e f a z e r u m a i d e i a , p e l o m e n o s d a d i f e r e n ç a e x i s t e n t e e n t r e a m i n h a q u e r i d a L i s b o a e a b u l i ç o s a c a p i t a l e s p a n h o l a , c u j o m o v i m e n t o é t a m b é m b a s t a n t e i n t e n s o .
A p ó s o a l m o ç o p e r c o r r e m o s M a d r i d n u m a e s p é c i e d e v i s i t a d e c o r t e z i a , c o m o q u e p a r a m e a p r e s e n t a r . P e l a s s u a s c a l l e s p a s s e i a m r a p a z e s e r a p a r i g a s e s p a n h o l a s q u e , e m t u d o , s ã o b e m d i f e r e n t e s d o s r a p a z e s e d a s r a p a r i g a s p o r t u g u e s a s . F a l a m a l e g r e m e n t e , c h a l a c e i a m ; e l e s d i z e m - l h e s p i - r o p o s a o s q u a i s e l a s c o n t e s t a m c o m u m g r á c i a s c h e i o | d u m c h i s t e m u i t o p a r t i c u l a r . 1 N a q u e l e p o v o n ã o h á t r i s - I t e z a s n e m a r r e l i a s , p e l o m e n o s a p a r e n t e m e n t e . I T n s a m i g o s q u e e n c o n t r o i n f o r m a m - m e q u e a q u i o s c i n e m a s f u n c i o n a m d e s d e a s d e z h o r a s d a m a n h ã a t é d e p o i s d a u m a d a , m a d r u g a d a e e s s a p a r t i c u l a r i d a d e a d m i r a - m e . A n o i t e , t e n n i - n o - a n o c o n f o r t o d o h o t e l , p o r q u e a v i a g e m , s e b e m q u e n ã o m a t e , p e l o m e n o s s e m p r e m ó i o s o s s o s .
P a s s a r a m a l g u n s d i a s e f i n a l m e n t e c h e g o u A n í b a l C o n t r e i r a s , q u e f o m o s e s p e r a r a o a e r o p o r t o d e B a r a - j a s , c o m o s r e a l i z a d o r e s e s p a n h ó i s e o s f o t ó g r a f o s . C o n v e r s á m o s d e m o r a d a m e n t e s o b r e a s s u n t o s d e c i n e m a , e , à n o i t e , f u i c o m o c i n e a s t a p o r t u g u ê s e m e u s p a i s a s s i s t i r à e x i b i ç ã o d a p e l í c u l a d e g r a n d e s u c e s s o « B a l a r r a z a » , q u e m u i t o m e a g r a d o u , ” t a n t o p e l a i n t e r p r e t a ç ã o , c o m o p e l a t é c n i c a d a p r ó p r i a p e l í c u l a . P o r e s t a p e q u e n a a m o s t r a , s e b e m q u e s e t r a t e d e u r n a g r a n d e p r o d u ç ã o , s e p o d e a v a l i a r d a i n t e n s i d a d e d a p r o d u ç ã o e s p a n h o l a , “ e m c u j o s e s t ú d i o s m a d r i l e n o s s e c h e g a m a r o d a r d e z a s s e t e p e l í c u l a s s i m u l t a n e a m e n t e .
A s e g u i r : N o s E s t ú d i o s d e M a d r i d — « L a S e n h o r a d a F á t i m a » .
A n ib a l A n jo s
^ ô l ô filiNe jí r o b a i h o f p e r a a m a d o r e i
f o t o g r a f i a ; d ' f l r f «
A p a r e l h o s Foto<|rá{icn<
R e p o r ta g e m F o t o g r á f ic a
Rua Bul hão P a t o , 1 1 • M O N I I j O
g i n a l i d a d e e m o r b i d e z a c r u e l .
D e t o d a e l a h á q u e d e s t a c a r « O s g a t o s » , — e s s a c o l e c t â n e a d e c r ó n i c a s f u r i b u n d a s , d e a r r e m e s s o s f e r o z e s , e s c a v a c a n d o u m a é p o c a a t r a b i l i á r i a c o m d e n o d o e p r o f u n d a o b s e r v a ç ã o .
E e m b o r a a o d i a n t e v i e s s e a c o n d e n á - l a p o r s u a p r ó p r i a p e n a , e l a s e r á s e m p r e a h i s t ó r i a f a c u n d a e m o r d e n t e d u m a f a s e n a c i o n a l q u e a l i s e e s t u d a e c o m p r e e n d e .
D e p o i s « A C i d a d e d o V í c i o » , « A V i d a I r ó n i c a » , « O P a í s d a s U v a s » , « À ^ E s q u i n a » , « S a i b a m Q u a n t o s . . • » , « A v e s M i g r a d o i r a s » , « P a s q u i n a d a s » , e m c o n j u n t o c o m « O s g a t o s » e p o u c o m a i s , f o r m a m a p u j a n t e e d i a b ó l i c a o b r a q u e m a r c o u u r n a g e r a ç ã o e u m e s c r i t o r .
E n t r e m e a d a d e g a l i c i s m o s , b a r b a r i s m o s e n e o l o g i s m o s , a n f r a c t u o s a , s i l e n t e , d e s c o n e x a , m e s m o ' a s s i m c o n s e g u i u a t i n g i r 0 a l t o d o m o n u m e n t o q u e i m o r t a l i z a , e n q u a n t o n o p e d e s t a l e s c a b u - j a m a s n u l i d a d e s e a s v a g a s t e n t a t i v a s q u e f r a c a s s a m p e r a n t e a P o s t e r i d a d e j u l g a d o r a .
A l í n g u a l h e d e v e s e r v i ç o s r e l e v a n t e s , p o r q u e a e n r i q u e c e u , a f o r t a l e c e u , a e n f e i t o u d e n o v o s v o c á b u l o s e n o v o s c a m i n h o s f l o r i d o s , t o r n a n d o - a m a i s b e l a e m a i s f u l g u r a n t e .
O d i s c u l i d o v o c a b u l á r i o f i a l h i a n o m o s t r a a c h a m a q u e i n s p i r a v a 0 a u t o r , c r i a d o r d e b e l e z a e s p i r i t u a l , a o s « s o l a v a n c o s l o u c o s » , c o m o é p r ó p r i o d o s g é n i o s .
E m « O s g a t o s » e n c o n - t r a m - s e a m i u d e p a l a v r a s n o v a s - n o s s e i s v o l u m e s ; n o s o u t r o s l i v r o s , i m a g e n s c o n t u n d e n t e s , v o c á b u l o s o r i g i n a i s , a d v é r b i o s t r a n s f o r m a d o s e m s u r p e r l a t i v o s i n v e n t a d o s , n o m e s f e i t o s a d v é r b i o s , n o m e s f e i t o s s u b s t a n t i v o s , n o m e s f e i t o s a d j e c t i v o s , v e r b o s f e i t o s a d j e c t i v o s , a n t e c i p a ç ã o d e s u f i x o s , m i s t u r a d e p r e f i x o s e s u f i x o s , b r i n c a n d o c o m a g r a m á t i c a e a s r e g r a s n o s e u s o n h o d e m a i o r p e r f e i ç ã o .
E 0 c e r t o é q u e a l í n g u a t o m o u e l a s t i c i d a d e , p a s s o u a d o c u m e n t a r e a i m p r e s s i o n a r c o m o g e r m e s v i r u l e n t o s q u e i n f e s t a s s e m u m o r g a n i s m o a p á t i c o e l h e t r a n s f u n d i s s e m m a i s v i d a , m a i s d i n a m i s m o , m a i o r e x p r e s s ã o .
A o b r a d e ' F i a l h o é e s t r a n h a , d i v e r s a d e t o d a a l i t e r a t u r a c o n t e m p o r â n e a , m u i t o s u a e m u i t o d e l e , s u b i n d o c o m 0 r i s o , s u b i n d o c o m a l á g r i m a , s u b i n d o c o m a v e r - r i n a , s u b i n d o c o m a s t i n t a s e s q u i s i t a s d a s u a p a l e t a m á g i c a . P o i , p o r v e z e s , i n j u s t o e i n f e l i z n o t r a ç o d o s a s s u n t o s e n a a n á l i s e d o s f a c t o s ; m a s , a t é n e s s e s d e c l i v e s , i n c o n f u n d í v e l e f e n o m e n a l , s e m p r e e r g u i d a p a r a s u p e r i o r e s a s p i r a ç õ e s . T i n h a , a l é m d a s n e v r o s e s ; a f o b i a d o « m a i s b e l o » , c o m o B e e t h o v e n c o m s u a m ú s i c a .
A e s p a ç o s s o b r e v i n h a m - - l h e p a r a g e n s b r u s c a s e n e u -
p r i m e i r a p á g i n a )
r a s t é n i c a s . O g é n i o e n v e r e d a v a p o r s o m b r i a s h e c a t o m - b e s e d e s u n i m o s , e p a r e c i a q u e i r i a l i q u i d a r d e s a s t r o s a m e n t e n u m a p a g a d o s i l ê n c i o d e a u s ê n c i a i n t e l e c t u a l .
E m b r e v e , p o r é m , v o l t a v a à l u t a , m a i s e n c a r n i ç a d o , m a i s f e r i n o ; e , c o m a s p e c t o s d e d e u s v i n g a d o r , d e m o l i a , d e s f a z i a e m p e d a ç o s o s q u a d r o s r i d í c u l o s d o s e u t e m p o .
T o d a v i a , q u a n d o n o s e m b r e n h a m o s 11a s u a p r o s a r i c a e c o l o r i d a , d e p a r a m - s e - n o s t r e c h o s p e r t u r b a n t e s , « e p i - l é c t i c o s d e s o m e c o r » , v e r d a d e i r a s e e m o t i v a s o b r a s p r i m a s q u e e l e v a m a n o s s a l i t e r a t u r a a o s p i n á c u l o s o n d e r e p o u s a m o s a s t r o s d e i n a t i n g í v e l g r a n d e z a .
O c o n t o « O s c e i f e i r o s » , « A M a d o n a d o C a m p o S a n t o > , « O e n t e r r o d e D . L u í s * , « O v i o l o n c e l i s t a S é r g i o » , « O s p o b r e s * , « O i d í l i o t r i s t e » , e t a n t a s e t a n t a s p á g i n a s m a g i s t r a i s , s ã o p é r o l a s q u e n o u t r a s g r i n a l d a s e s t r a n g e i r a s s e r i a m m a i s q u e s u f i c i e n t e s p a r a a c a n o n i z a ç ã o l i t e r á r i a d o s e u s u p e r t a l e n t o .
F i l h o d u m p r o f e s s o r p r i m á r i o , e s c r a v o d e p o n t a p é s q u e 0 D e s t i n o l h e p r o d i g a l i z o u , e r r a n t e p o r b o t i c a d a s e m e d i c i n a s i n g r a t a s , f a l h a d o d e m e i o s e d e i n t e r e s s e s , e m p u r r a d o p a r a a s l e t r a s p o r u m a p e n a « d o n d e c o n t i n u a m e n t e e s p i r r a v a m r e v o l t a s » , a u t o d i d a t a e s f o m e a d o e s ô f r e g o , t e r m i n o u n u m « m i s a n t r o p o n o s t a l g i z a d o e m a l d e o t a s s e l v a g e n s d a p l a n í c i e b e j e n s e » .
D a q u i r e s u l t a v a m r í s p i d a s z a r g u n c h a d a s n o e s t i l o , p o r v e n t u r a l i c e n c i o s a s e e s c a b r o s a s , — v á l v u l a s d e e s c a p e i r r e v e r e n t e s c o m o 0 « c a n s a d o c a n a s t r o » d o s o l i t á r i o d e V i l a d e F r a d e s .
A í s e i s o l a n o s ú l t i m o s a n o s d a v i d a á s p e r a , c h e i a d e a l t o s e b a i x o s , s o f r e n d o a s « h e r a n ç a s m ó r b i d a s » e a t r a g é d i a d o s e u g é n i o d o e n t i o . '
E u m d i a , — a o s 4 d e M a r ç o d e 1 9 1 1 — p a r t e d a t e r r a p a r a C u b a n o c a r r o a l e n t e j a n o e r e g i o n a l i s t a , p o r c a u s a d u m a i n j e c ç ã o m i s t e r i o s a , e n o c a m i n h o g r i t a a o c a r r e i r o : — « T o c a a s b e s t a s q u e i s t o e s t á p o r p o u c o » .
E m a i s a d i a n t e , b a t e n d o n a c a b e ç a , g r i t a a i n d a : — « A h , q u e g r a n d e b r u t o ! » , p a r a m o r r e r s o b r e a s t á b u a s d u m a c a r r e t a , e m p l e n a e s t r a d a , e m p l e n a p a i s a g e m m o n ó t o n a d e s s e A l e n t e j o q u e t a n t o a m o u e e n a l t e c e u !
S e j a q u a l f o r a o p i n i ã o e 0 c r i t é r i o d a c r í t i c a e d o s h o m e n s q u e l ê e m , F i a l h o f i c a r á p a r a s e m p r e n a s l e t r a s d o s e u p a í s c o m o u m c o l o s s o h e r c ú l e o o n d e a l u z , a c h i s p a , 0 r e v é r b e r o d u m i n t e l e c t o p r i v i l e g i a d o c h e g o u p a r a a p a g a r d e f e i t o s e o i n t r o d u z i r n o p a n t e ã o d o s i m o r t a i s e s c r i t o r e s p o r t u g u e s e s .
- E s t a c o n s a g r a ç ã o d o c e n t e n á r i o d o s e u n a s c i m e n t o ,— p e q u e n a s p e d r a s q u e o
(Continua n a p á g in a 7)
Álvaro Valenta
6 APROVINCIA 4 4 957
C a m p e o n a t o N a c i o
n a l d a 2 . a D i v i s ã o
( F a s e F i n a l )
M o n t i jo , O - B r a g a , 1EQUIPAS:D. DE MONTIJO : - K e d o 1;
Caixeirinha e Manuel Luís ; .Neto, Barragon e Santana; Barriga. Veredas, Serralha, Mora e Ernesto.
S . DE BBAGA : — Cesário; A ntunes e José Maria II ; Pa^ssos, José Maria I e Arm ando; Costa, Ferreirinha, Jorge Mendonça, Fernando Mendonça e Sílvio.
ÁRBITRO — Mário Mendonça, de Evora.
CAMPO — «Luís Almeida F id a lg o , Montijo.
A derrota do Desportivo de Montijo, em frente ao marcador, não é nada espectacular para quem vinha precedido duma fama espaventosa.
Estamos até em dizer que o empate seria o mais natural, se não fossem os factores que perseguiram a nossa turma. Vejamos alguns desses factores:
A sorte esteve sempre no «contra», — como dizem os brasileiros. Kite factor concorre muitas vezes para resultados inesperados, e não seria de admirar se tivesse favorecido um pouco os montijenses e lhes desse, ao menos, esse natural empate.
Assim não aconteceu... e está visto que noi foi adversa em muitas ocasiões.
A falta de apoio por parte da assistência também bastante concorreu para o destecho. Inexplicavelmente. houve um silêncio e uma indiferença de pasm ar! Só no fim, depois da derrota, quando n ão tinha qualquer cabimento <?sse silêncio e essa indiferença se quebraram para dar lugar a cenas nada edificantes.. .
De notar, neste capítulo, uma pequena falange de Braga q u e desde o princípio sempre encorajou * animou os da sua equipa, correcta e desportivamente.
Certos deslizes do árbitro, bem disfarçados, a que alguns chamaram falta de visão e outros denominaram erro s...
A ausência de João Mário, digam
BASQUETEBOLTeve o efeito desejado o «alvi
tre» por nós lançado no penúltimo número da «Província».
A comissão de Basquetebol do C. D. M. agiu em conformidade com o que então escrevemos e segundo depois apurámos já tinha em mente realizar.
Congratulamo-nos em ter colaborado com aquela simpática secção do C. D. M. na divulgação da ideia que, cremos, tal como esta, terá sido de extrema utilidade.
O total verificado na distribuição dos bilhetes especiais ao jogo com o Sporting de Braga cifrou-se na quantia de 1.371$00, Bonita soma, não há dúvida.
Se nos enganámos nos números, tínhamos c a l c u l a d o cerca de ã.000$00, não nos enganámos, porém, no significado que eles irão representar:
Para a construção do novo campo de Basquetebol 1
Pena será que se interrompam outras iniciativas no género.
Era nosso desejo que elas tivessem a continuidade merecida, con tudo, os dirigentes mandam..
Deslocou-se no passado sábado dia 30/3, a Setúbal a equipa de ju niores do C. D. M. para defrontar a mesma categoria do Clube Naval Setubalense, tenho saído derrotada pela marca de 28 pontos contra 24.
L u c ia n o M o c h o
Adelaide MartinsCABELEIREIRA
Convida todas as suas clientes e amigas a visitarem as suas instalações, onde executa todos os trabalhos referentes à sua
arte.I.intéiia IWrijvti Pineafcl, 20-2.-I.
M O N T I J O
o que disserem, que também devia ter concorrido para o «quebranto» da segunda parte. Enfim, tudo isto e ainda o vento e um desfalecimento claro nessa segunda parte, conduziram ao resultado conhecido.
Poderíamos fazer um relato desenvolvido do jogo. Enganam-se os que supõem que pouco percebemos da técnica. Estão iludidos. Nasceram-nos os dentes nos campos de futebol, e sabemos tanto como os que fazem essa afirmativa, ou mais.
Nada ganhamos, porém, nas dissertações sobre jogo razo, jogo elevado, e outras minúcias desle encontro.
O facto principal é que perdemos «em casa», — o que ioi novidade. — e que o adversário, embora longe da fama, chegava bem para nos atormentar.
E ficámos em último lugar, com 2 pontos, enquanto o Vitória de Guimarães vai à cabeça com 8.
Todavia, é preciso saber perder. Já não alimentamos esperanças; mas devemos cumprir até ao final o nosso dever desportivo.
Algum dia e alguma vez será.Tem acontecido o mesmo a
muito gente boa, e nem por isso se abandonam os clubes e se insultam os jogadores.. . — os bodes expiatórios quando se perde, os heróis máximos quando se ganha.
J o ã o d i c á
Não lamentamos.Condenamos ! . .
No passado domingo, quando no final do encontro que o C. D. M. disputou com o Sporting de Braga, o resultado era negativo para as cores auri-verdes, grande decepção revestia o pensamento dos desportistas montijenses, por verem ruir. não só as melhores esperanças duma posição cimeira, como a lenda de que em sua casa o clube local era invencível, mas ainda pela medíocre, senão paupérrima exibição da «turma» montijense, a que faltou aquela garra e ânsia de ganhar que nos habituámos a ver e admirar, no decorrer da presente época.
Sem vislumbre de vaidade, presumimos sintetizar no período
Sociedade Comercia! Cafeeira o Cortiço, Limitada«A Provincia» — n.° 108_4/j/lj57
Para os devidos efeitos se anuncia que por escritura de 15 do corrente mês, lavrada nas notas do Cartório Notarial de Moita, entre José Eusébio de Brito Caiado, Vitor Brito de Sousa, Custódio Bernardo Nunes, Joaquim Pires Ros.i, Henrique Fernando Nascimento Sancho, João Chagas Guerreiro Serro, João Martins Carvalho Júnior, Victor de Sousa Eusébio, liafael Dias Sancho Júnior e António Correia Dias Sancho, foi constituída uma Sociedade comercial por cotas, de responsabilidade limitada, nos termos dos artigos seguintes :
Art. 1.°A sociedade adopta a denomina
ção «SOCIEDADE COMERCIAL C AFEEI RA O CORTIÇO. LIMITADA» e fica com a sua »ede em Alhos Vedros.
Atr. 2.°A sua duração é por tempo in
determinado e tem o seu inicio nesta data :
Art. 3.°O seu objecto consiste na mon
tagem. instalação e exploração de cafés;
Art. 4.°O capital social é de 50.000$00,
integralmente realizado em dinheiro que deu entrada na Caixa Social e corresponde à soma das cotas de todos os sócios, no valor de 5.000$00 cada um a:
Art. 5.°Não serão exigidas prestações
suplementares;Art. fi.*
Se a sociedade carecer de fundos para o exercício do seu comércio serão eles fornecidos em aumento de capital ou em conta de suprimentos pelos sócios, conforme se resolver em assembleia geral por maioria de votos de todo o capital.
§ únicoA assembleia geral determinará
se os suprimentos vencerão juro* e no caso afirmativo, qual a sua taxa.
Art. ti.° AFica proibida a divisão das cotas,
exceptuada a que se prevê no parágrafo 3.° do art. 1.*.
Art. 7.°E proibida a cessão de cotas a
estranhos sem consentimento da sociedade à qual é, em todo o caso, reservado o direito de preferência.
S 1.°O sócio que quiser ceder a sua
cota a estranhos assim o comunicará à sociedade por carta registada, declarando o nome do adquirente, o preço e demais condições da cessão :
§ 2.°A assembleia geral deverá reu
nir dentro de 8 dias e deliberará se a sociedade consente ou não na cessão e, no caso afirmativo,, se deve ou não optar;
S 3.°Se a sociedade náo desejar usar
do direito de preferência será ele atribuído aos sócios; se mais de um sócio quiser adquirir a cola, será ela dividida pelos que a quiserem na proporção das suas cotas.
Art. 8.°A Sociedade reserva-se o direito
de amortizar a cota de qualquer
dos sócios que não cumprir a deliberação da assembleia geral sobre os suprimentos que cada um dos sócios deverá fornecer à sociedade nos termos do art.0 6.° e seu parágrafo.
§ 1.“O valor da cota será apurado de
harmonia c >m o que se dispõe no art.
§ 2.“O preço da amortização será
pago em quatro prestações semestrais e iguais. A primeira prestação pagar-se-á no acto da amortização. As que hajam de ser pagas posteriormente vencerão juros à taxa igual à do desconto do Banco de Portugal.
§ 3.*C onsiderar-se-á r e a l i z a d a a
amortização quer pela outorgada respectiva escritura, quer pelo pagamento ou consignação em depósito do preço ou da sua primeira prestação ;
Art. 9.°A sociedade será representada
por uma gerência composta por irês sócios que vierem a ser eleitos pela assembleia geral da sociedade.
§ L°O mandato dos gerentes tem a
duração de um ano e será exercido sem remuneração e sem caução, salvo se outra coisa for deliberada em assembleia geral;
§ 2.°E permitida a reeleição dos
gerentes;§3.«
As atribuições especiais de cada um dos gerentes serão determinadas em reunião da gerência;
Art. 10.°A gerência tem os mais amplos
poderes para a gestão dos negócios sociais e representação da sociedade era juizo e fora dele, activa e passivamente;
S 1.°Para a sociedade ficar obrigada
é, porém, necessário que os res- pectivosactos ou documentos sejam em nome dela assinada por dois gerentes;
§ 2."Para os actos de mero expediente
bastará a assinatura de um só dos gerentes; '~
Art. 11.°Em caso algum os gerentes po
derão o b r i g a r a sociedade em quaisquer actos ou contratos que respeitem a negócios estranhos à sociedade, designadamente, letras de favor, fianças, abonações e actos semelhantes ou para assumir obrigações ou responsabilidades estranhas aos interesses sociais;
§ únicoO gerente que infringir o dis
posto neste artigo responde para com a sociedade pelos prejuízos que lhe causar e perde o direito aos lucros referentes ao ano em que se der a infracção, bem como a quaisquer retribuições que lhe devessem ser atribuídas;
Art. 12.*As assembleias gerais, quando a
lei não determinar formalidades especiais, serão convocadas por cartas registadas dirigidas aos sócios com a antecedência mínima de oito dias ;
Art. 13.°Os lucros da sociedade serão di
vididos pelos sócios na proporção das cotas, prèviamente que seja
5°/»retirada a percentagem de para o fundo de reserva legal;
S L°Na proporção da divisão dos lu
cros serão suportados os prejuíso-;§ 2.°
A entrega aos sócios far-se-á no fim de cada ann, em seguida à aprovação dos balanços, salvo se outra coisa for deliberada;
Art. 14.“A sociedade não se dissolve pela
interdição ou morte de qualquer sócio e continuará com os restantes e com o representante ou herdeiros do sócio interdito ou falecido, salvo se a sociedade resolver proceder à amortização da cota, o que lhe fica permitido durante os trinta dias imediatamente seguintes à interdição ou ao óbito;
§ únicoEnquanto a cota do sócio fale
cido estiver indivisa ou não for adjudicada a um único herdeiro, sòmente poderão os respectivos direitos ser exercidos por um dos representantes do lalecido q u e fstes entre si escolherem ;
Art. 15.°A sociedade tem o direito de
adquirir cotas e bem assim as poderá amortizar nos casos previstos nos artigos oitavo, décimo quarto e décimo nono, e ainda nos seguintes:
t .8Por acordo com os respectivos
proprietários ;2.a
Quando se haja feito penhora ou arresto sobre uma cota ou quando, por qualquer outra circunstância, deva proceder-se à sua arrematação ou adjudicação ju d icia l;
Art. lti.”Em qualquer caso de amortiza
ção será esta feita pela importância que o sócio haja desembolsado, acrescida da correspondente parte no fundo de reserva e dos ganhos relativos ao tempo de-corrido desde o último balanço, calculados pelos do ano a que esse mesmo último balanço respeitar;
§ 1 .»No caso de falecimento de algum
dos sócios, o preço da amortização será o que se determinar por balanço especialmente feito para esse fim, com referência à data do falecimento ;
§ 2.*O preço da amortização será
feito em qualquer caso, pago de harmonia com o que se dispõe nos parágrafos segundo e terceiro do artigo oitavo ;
Art. 17.°A sociedade dissolve-sé nos ea-
sos determinados na lei;Art. 18.°
Dissolvida a sociedade proceder- -se-á à liquidação e partilha como se deliberar, salvo se algum dos sócios quiser ficar com o estabelecimento social, isto é, com todo o activo e passivo da sociedade, caso em que lhe será feita a adjudicação pelo valor em que acordarem ;
§ únicoSe dois ou mais sócios preten
derem o estabelecimento, haverá licitação entre eles e será preferido o que mais vantagens oferecer;
Art. 19.°Nenhum sócio poderá exercer,
por si ou por interposta pessoa, ou associado com outrem, o mesmo
acima, a maneira de sentir de todos os montijenses que «vivem» os problemas do desporto local.
Em todo o tempo se verificou que, onde haja contenda a derimir por duas partes, uma será vencedora, se o resultado não for nulo.
Isto diria, também, o Amigo Banana.
Por vezes, senão sempre e neste caso, há que contar cora o temperamento ou o grau educacional do indivíduo, a derrota tem laivos de amargura que custa saborear. É lógico e natural.
Estes pensamentos, porém, não justificam os factos verificados no fim do espectáculo já referido e que, exclusivamente, servem para denegrir e malconceituar a terra onde se v e r i f i c a m , e ainda para -dar lugar aos «moralistas» do futebol expandirem a sua doutrina, falseando a verdade e negando os sãos princípios deste Desporto (?) tão cheio de beleza, vigor atlético e arte.
Não sabemos conio o conflito começou, nem de tal curamos.
Sabemos apenas aquilo que estupefactos presenciámos, mudos e quedos no lugar onde estivéramos, remomerando os belos momentos que u Desporto-Rei já nos oferecera, os quais eram o ínfimo, comparados com a degradante cena que admirávamos, tristonhos e envergonhados.
E porque não d ize-lo :— Sentimos ganas de não voltar ali.
Revoltámo-nos contra nós próprios, pelo tempo que desperdiçámos, em tentar ajudar a construir o castelo do sonhos do C. D. M..0 nosso trabalho resultou inglório, pois sempre aparecem irresponsáveis, que em gestos e atitudes irreflectidas, conseguem deitar por terra aquilo que os bem intencionados logram erguer.
A data não sabemos as sanções disciplinares que possam ser promovidas contra o Clube Desportivo de Montijo, mas desde já pronunciamos os causadores de tais desacatos, acusando-os de inimigos da Colectividade, a que ju lgam prestar bom serviço e de indesejáveis para a terra onde vivem e que não sabem honrar como burgo honesto e pacato que é, permitindo que além-região se possa difamar o seu nome, o que bastante nos faz sofrer, Jquando «in loco», somos auditores“de tais desaforos.
Apelando para as suas consciências, rogamos que se penitenciem!
Quanta alegria não sentiríamos, ao poder enaltecer aqui as virtudes dos desportistas locais, se numa lição de civismo aplaudissem o v e n c e d o r que. meritòriamente, conseguiu impor a sua melhor técnica e capacidade futebolística, obtendo uma vitória que lhe acenta muito bem.
Poucos seriam os louvores se, em vez da desordenada e irrequieta manifestação promovida ao inábil juiz da partida, lhe demonstrasse mos o nosso desacordo com uma profunda manifestação de silêncio que, respeitador, exprime o desacordo. senão a indiferença, para não dizer desprezo, que nos merece o critério dum homem que, accionado pela vontade alheia, trai os princípios natos do Homem que Deus criou para conviver em boa harmonia com o seu seine-1 hante.
Proclamando o nosso desabafo, fazemos votos para que não voltemos a ser testemunhas do triste espectáculo de Domingo, e apelamos para a compreensão das pessoas dc boa vontade, de modo a nos ajudarem ua repressão dos díscolos.
M s n u o l L in o
ramo de negócio que a sociedade exerce, no concelho a que pertence a sede da sociedade;
§ únicoA sociedade poderá amortizar a
cota do sócio que infringir o disposto no corpo deste artigo;
Art. 20.°
Em todo o omisso regulai ão as disposições da lei de 11 de Abril de 1901 e mais legislação aplicável.
Moita, 28 de Dezembro de 195o.
Maria Mad. de Azevedo R^a
4 -4 -9 5 7 A PROVINCIA t
D O M i n h o a o G u a d i a n a
fstremozO r q u e s t r a T í p i c a A l e n t e j a n a
d e E s t r e m o z . V a i f e s t e j a r o s e u 2 . * a n i v e r s á r i o
E s t e simpático agrupamento musical da nossa terra, passa o seu 2.° aniversário no dia 30 do corrente, organizando os seus directores um grande e extraordinário espectáculo na noite de 31, que terá lugar no magnífico Teatro Bernardino Ribeiro, desta cidade.
Neste espectáculo, como comemoração da data, será inaugurado o novo Éstan • darte da Orquestra, com a" apresentação da sua madrinha a E x .ma Sr.a D. Maria Antónia Pinheiro C r e s p o Assis e Santos, que nele colocará uma fita comemorativa.
A Orquestra Típica, sob a regência do Maestro J o ã o Veiga, apresentará novos números do seu vasto repor- tório e da sua a u t o r i a ,— música genuinamente típica e popular.
A Orquestra Típica Alentejana, com a sua ainda curta existência, apenas dois anos, tem tido uma actuação extraordinariamente digna de registo, pois com o actual espectáculo faz 20 exibições observadas por 50 mil pessoas, facto para que todos os Estremocenses se sintam orgulhosos pela sua Orquestra Típica.
«A Província» associa-se à data comemorativa da Orquestra Típica Alentejana, desejando-lhe longos anos de existência e de prosperidades. — (C .)
B a ix a da Banheira( A l l i o s V e d r o s )
Para fa to s b em fe ilo s , e de pur a 13, aó ua a lfa ia ta
r ia de
ffRNANDO LOURfHCO*I. Imbuía d; iliueida MIH11 ] 8
— I n t e r e s s e s locais — Como é do conhecimento dos nossos leitores, esta importante povoação é atravessada pela Estrada Nacional, junto da qual funcionam dois postos escolares, cuja existência não é assinalada por qualquer placa ou sinal indicativo, o que, de um momento para o outro, pode dar lugar a desastres graves! Chamamos por este motivo, a atenção da Ex ™ Junta Autónoma das Estradas.
À Administraçâo-Geral da C P. lembramos também a Velha aspiração do humilde e ordeiro povo desta terra, que é a criação de um apea~ deiro. Quanto à passagem de nível sem guardas, mantém-se u situação anterior, o que já tem dado origem a algumas dezenas de acidentes mortais. Continuamos também a pedir urgentes providências!
— Clube União Banheirense « O Chinquilho» — Na noite de 16 de Fevereiro findo, realizou-se um animadíssimo baile, abrilhantado pelo C. M. «Ideal Ritmo», nosso dedicado assinante em Lavra lio.
Também nesta colectividade, com o sen vasto salão de f e s t a s lindamente decorado a serpentinas e balões, o carnaval foi assim festejado: — Sábado gordo, às 21,30, início de um grandioso baile, abrilhantado pelo apreciado acordeonista alentejano, sr. Hermenegildo Joaquim Rodrigues, do Sítio das NeVes (Beja), que pela primeira Vez e com grande êxito, nesta colectividade se fez ouvir com a apresentação da seu Vasto reportório — Domingo gordo, às 21, início de novo baile; às 25 h., con
curso de mascarados, com esta classificação : — Senhoras— l.a, Maria Ivone; 2.a, Diamantina M a r q u e s ; 5.a, Nazaré-Bui; 4.a, Cúria da Silva; 5.a, Leonilde Sequeira; e G.a, Tereza da Costa. — Homens — 1.°, Manuel da Silva; 2.°, António Pires; 5.°, Ferrer Trindade; e 4.°, Artur Ferreira Às 0,30 h., os populares amadores do fado srs. Manuel Afonso, na letra «O meu Alentejo», e Victor Ribeiro na l e t r a «Maria Clara»,^ sendo muito aplaudidos. Às 2 da madrugada, fim do baile. — Segunda feira gorda, às 22 h , novamente baile e outras diversões, até; cerca da 1,15 da madrugada.— Terça feira de Carnaval, às 21 h., e já com o salão totalmente, repleto, abertura do baile. À s 25,50, tambéin o popular amador do fado sr. José Francisco Caeiro, na letra « F a d o Hilário», sendo muito aplaudido. Com excepção do baile de sábado, os restantes foram abrilhantados por um elenco musical para este fim organizado e intitulado C. M. «Clube União Banheirense» e assim composto: Acordeonista já referido (contratado) Alfredo da Silva, Alberto de Oliveira, Daniel Martins, e outros, que tiveram a gentileza de prestar a sua Valiosa colaboração graciosamente, motivo porque sinceramente os felicitamos.
— G i n á s i o A t l é t i c o Chibe— No p. p. dia 16 de Fevereiro último, e abrilhantado pelo sempre muito apreciado C. M. «Estrelas do Oriente», do Barreiro, e que se compõe de 10 elementos, realizou se nesta colectividade um con- corridíssimo baile, que durou até de madrugada.
Também nesta colectivi-
IN T E R E S S A À V I T I C U L T U R AE A T O D A A L A V O U R A . . .
Á A S U L F A - S U P R A
f N X Q f R t M O L H Á V U
ULTRA FINO, COLOIDAL 9 5 %
Fabricado pela N. V. Aagrunot-Fabi iek Chemische — Holanda
O AASULFA-SUPRA. — é um produto de alta qualidade, incomparável nos tratamentos nas Vinhas, nos Pomares, nas Hortas, etc., conlra os Oídios, o Pedrado, o Crivado, a Lepia, a Podridão, etc.
O AASULFA-SUPRA — contém um poderoso agente de dispersão, e devido à graude finura das suas partículas é extremamente aderente e de acção contínua, resistindo à chuva.
O AASULFA-SUPRA — é muito mais económico do que os enxofres vulgares e os seus efeitos têm um maior campo de acção. Pode misturar-se com HIPER-COBRE ou qualquer outro produto cúprico, com o D. D. T , com Lindade, Nicotina, e Arseniato de Chumbo.
O A SSU LFA -SU P R A — Vende-se em embalagens de 200 gramas, 1 quilo e 20 quilos.Pedidos aos distribuidores locais ou ao importador exclusivo:
E R N E S T O F, D ’ O U V E I R À
L I S B O A P O R T ORua dos Sapateiros, 115, 1.° R. Mousinho da Silveira, 19õ, 1.°
Telefones 22478-22484 | Telefone 22031
dade, mesmo abrilhantado com música de «Discos», o carnaval foi largamente concorrido e festejado. Em 16 de Março, também na mesma se realizou um animadíssimo baile, abrilhantado pelo C. M. «Os RiVa- listas», um dos principais da Moita do Ribatejo.
JiladiinkaEscreve-nos o sr. Jú lio Ro
drigues Moreno, internado no Sanatório Sousa Martins, s e r v i ç o 6 — c a m a 2 q — Guarda, para solicitarmos das nossas leitoras uma «madrinha espiritual» que lhe leve. um pouco de conforto â. sua infelicidade.
Aqu i fica o pedido, com a esperança de que algum coração generoso, de mu
lher e de altruista, se condoa do triste doente.
Fialho de Almeida(Continuação da página õ)
mundo intelectual de agora depõe no pedestal do monumento à sua memória — , é, pois, a grata demonstração de quantos se sentem obrigados, pela consciência e pela justiça, a prestar-lhe a homenagem que o seu talento e o seu génio mereciam há muito.
O «mundo jovial, de guarda sol aberto» parou, finalmente, para em tudo reparar e para, nuns instantes de concentração, lhe tributar o remorso das gerações anteriores como preito transfigurado.
Â’lvaro Valente
N." 50 Folhetim de «A Provínci> 4-4-957
ia d o ff ív e s s oc P O c c Á l v a r o Q 5 a l e n t e
E adeus tamancos, cintas, barretes, pés ao laréu, cravo na orelha, mangas de cam isa!
Urna zangarilhada que deu cabo de tudo!Mas, desde que vieram estas obras, inda pior, trinta mil vezes pior!
Anda tudo maluco! Elas tiram à barriga pró luxo. E o bocado da broa, duas sardinhas sevelhas e podres, tarraçadas de água, e disse. Só conversam nos homens, --este é isto, falou-me assim, balha assado, aquele é aquilo, prometeu-me «mundos^ fundos», no sábado vai balhar comigo, eu sei lá! — ; e se adregam de foguear o caso, já pensam na «casa e pucarinho». Quantas já estão pràí amigadas e perdidas !
Eles fizeram-se calaceiros, deitam-se às horas de levantar, — picanços não faltam ! — , passam os dias num remancho que mete pilhas de raiva, e com as ciumeiras e aramanhas esmurram-se pias azinhagas quando as noites escurecem.
Anda tudo desapernado, que lo digo eu !Bonito, não é ?Foi o que cá veio fazer a grande obra, com o sr. Engenheiro, com o
tel sr. Morais, e com a tropa malina que os acompanha!— Má mês os consuma a todos!O engenheiro escutava interessado. Achava o velho muito «sabido»,
IT>uito curioso, com aquelas expressões características que lhe davam sabó- res pujantes de observação e de filosofia barata.
Tranquilamente, aventou :— Ouvi as suas araviadas, embora não saiba porque m fivo as tinha
que ouvir . ., Mas, enfim,.. O que tenho eu com a vida p i . .....uar dos que
trabalham sob a minha direcção, e ainda mais dos que vivem na aldeia? Concordo com alguinas das suas reflexões; mas sou partidário decidido da Civilização e do Progresso. O Homem não podia ficar eternamente na caverna, olhando o mundo como um imbecil, —a menos que não lhe tivessem dado cérebro para pensar e raciocinar. Pensou, raciocinou, levou séculos na luta contra os elementos, e instintivamente foi procurando sempre melhorar a vida. É claro que, com as conquistas dessa luta, vieram outros hábitos, outros costumes, e depois os defeitos e os vícios .. Mas é indiscutível que, se não fosse o Progresso, ainda hoje seria preciso bater duas pedras para fazer lume e o Homem andaria de tanga, sujeito às intempéries várias. \
— Sr. Engenheiro, sr. Engenheiro! — interrompeu o velho, tomando calor. Náo vamos pra esse lado. Vossoria está a fugir com o rabo à seringa ,— como se diz por aqui. Não se trata da vida particular de cada um, nem de condenar os fósforos e as casimiras. Não nego que o Progresso nos trague vanta^es más sabidas e conhecidas, ainda que podia prèguníar a vossoria porque nào descobriram até hoje a cura da tísica e da cancra... O que eu confirmei e arrepito, foi que era melhor a vida antiga deste «povo» antes de cá aparecer esta «cambada», do que esta de agora com tanta pouca vergonha! Quem pôs isto neste estado? Foi o Progresso? Não foi o Progresso? Cá pra mim foi esta fábrica e os venenos que troisse com ela. E daqui nào saio! Agora o sr. Engenheiro tem lá oitra maneira de ver as coisas e ’stá no seu direito.
O Engenheiro analisava o filosofo enquanto ele palrava. Via-lhe no rosto as rugas do passado tempestuoso, — talvez com foines e misérias— , aquele olhar vivaz, de pobre que levou muito trambulhão e se habituou a espreitar as sombras suspeitas, e concluia por se dispor a escutá-lo com paciência e mais curiosidade.
— Bem vê, meu amigo, qualquer onda progressiva traz sempre a sua convulsão natural. E a novidade que faz desorientações, a ânsia de proveito que provoca desequilíbrios.
( C O N T I /V U A )
8 A PROVINCIA 4-4-957
N o s e n s a i o sS á b a d o à t a r d e . . .N o M a r i a V i t ó r i a e n s a i a - s e a n o v a r e v i s t a c o m o s
m e s m o s e l e m e n t o s q u e c o l a b o r a r a m n o « R e b o l i ç o » .N o p a l c o , e m m e i a d ú z i a d e c a d e i r a s , a r t i s t a s , « g i r l s » ,
p o n t o , c o n t r a - r e g r a , e a p e n a s u m a l â m p a d a n o p r o s c é n i o .S e n t a d a s a o f u n d o d o p a l c o a s i m p á t i c a T e r e z a G o
m e s , a j o v e m A n i t a G u e r r e i r o , G u i d a d e C a r i o e a m o r e n a b r a s i l e i r a G l ó r i a M a y , a s s i s t e m a o d i á l o g o e n t r e A n t ó n i o S i l v a e B e a t r i z C o s t a . T a n t o u m a c o r n o o u t r o t è m u m a d i c ç ã o e s p l ê n d i d a , a l i a d a a o h u m o r c a r a c t e r í s t i c o d e a m b o s .
O j o r n a l i s t a , e m c o n t i n u a ç ã o d a s u a r o n d a p e l o s t e a t r o s e p e l o s a r t i s t a s q u e n e l e s t r a b a l h a m , e n t r e v i s t a p a r a i A P r o v i n c i a » a l g u m a s « e s t r e l a s » p r e s e n t e s e a l g u n s v a l o r e s m a s c u l i n o s .
E e n q u a n t o 0 e n s a i o p r o s s e g u e , v a i o u v i n d o e i n t e r r o g a n d o , e m c u r t a s e r á p i d a s t r o c a s d e i m p r e s s õ e s , e m c u r i o s a s c o n f i d e n c i a s d e m o m e n t o .
N o p a l c o a c e r t a m - s e c e n a s , a f i n a m - e e p a s s a g e n s , r e p e t e m - s e n ú m e r o s m u s i c a d o s ; e , n x s u a f a i n a h a b i t u a l e c o r r e n t e , 0 j o r n a l i s t a a b o r d a o s a r t i s t a s e v a i c o n j u g a n d o o s e l e m e n t o s i n d i s p e n s á v e i s a o s e u l a b o r .
T r ê s , q u a t r o p e r g u n t a s s a c r a m e n t a i s e a e n t r e v i s t a r e s u l t a e s p o n t â n e a e e x p r e s s i v a .
E t a l c o m o a s s e n s a ç õ e s , q u a n t o m a i s c u r t a s m a i s v i b r a n t e s , a s s i m a s r e s p o s t a s v ã o e n f i l e i r a n d o p a r a a r e p o r t a g e m , i n c i s i v a s , s i m p l e s , s e m a l a r d e s d e s p r o p o s i t a . d o s , n e m d i v a g a ç õ e s d e s n e c e s s á r i a s .
O s a r t i s t a s d o « M a r i a V i t ó r i a » s ã o v e r d a d e i r a s s i m p a t i a s . P r o n t i f i c a m - s e g e n t i l m e n t e a o s i n t e r r o g a t ó r i o s , s e m e s f o r ç o n e m c o n t r a r i e d a d e , e p õ e m n a s s u a s d e c l a r a ç õ e s a q u e l a « s e m c e r i m ó n i a » q u e c a t i v a , a q u e l a « c a m a r a d a g e m » q u e s e d u z .
A q u i v i n c u l a m o s 0 n o s s o a g r a d e c i m e n t o p e l a a t e n ç ã o d i s p e n s a d a e p e l a a m a b i l i d a d e c o m q u e n o s r e c e b e r a m e d i s t i n g u i r a m .
Ouvindo a actriz brasileiraGlória May, que é uma brasileira
gentilissima e uma artista de reais qualidades, encontra-se em Lisboa actuando no «Maria Victória».
Todo o público, que há meses vem esgotando as lotações do popular teatro do Parque Mayer, é unânime em considerar a gentil Glória May como uma das melhores frtistas brasileiras’ que têm actuado em Portugal, e aplaude-a, sempre, com raro entusiasmo.
Por sua vez, a simpática brasileira está encantada com o nosso público e com o ambiente dc boa camaradagem que encontrou na Companhia do «Maria Vitória».
Maria da Glória Meireles (Glória May) nasceu 110 Rio de Janeiro e conta apenas 24 anos.
Estreou-se no Teatro Madureira, 110 Rio, com a revista «Trem de Luxo» em 1952. Três meses depois foi actuar para Copacabana no Teatro Folies, ao lado de Renata Fronzi.
Veio para Portugal em 1955, a tim de actuar no Variedades, na
"revista «Abril em Portugal». No «Reboliço» desempenhou diversos papéis. ,Iá foi televizionada para a Rádio Televisão Portuguesa. Numa entrevista que nos concedeu, durante o ensaio da revista «Toca a Música», a popularíssima brasileira disse-nos que o público português é. de facto, um público dilerentc, que sabe escolher o que é bom.
— Qual a profissão que desejaria t<:r, se não fosse artista?
— Advogada. Náo sei porquê, tenho uma certa queda para defender e acusar... Talvez um dia... venha a desempenhar essa profissão liberal no p a lco ...
— Como ingressou no teatro?
— Desde pequena que sempre live uma certa queda para o teatro, tendo representado num teatro de amadores. Um dia, de repente, sou contratada e, num abrir e fechar (le olhos, «fiquei profissional».
Antes de nos despedirmos, Glória May entrega-nos uma fogogra- fia com a seguinte legenda: «Ao simpático Luís B o n i f á c i o , um abraço bem brasileiro da Glória May». GLORIA M AY
35=
Humberto MadeiraH u m b e r t o M a d e i r a , u m
a r t i s t a q u e f o i d a R á d i o
p a r a o T e a t r o , o n d e c o n q u i s
t o u , r á p i d a m e n t e u m a p o
s i ç ã o d e n o t á v e l d e s t a q u e ,
é h o j e , t a m b é m , u m d o s
a r t i s t a s m a i s p o p u l a r e s e
q u e r i d o s d o C i n e m a N a c i o
n a l .
I m p a g á v e l d e g r a ç a , H u m
b e r t o M a d e i r a é u m a r t i s t a
c h e i o d e p e r s o n a l i d a d e , q u e
F i c h a t e a t r a l
N o m e : M a r g a r i d a F e r n a n d a ( G u i d a d e C a r i o ) ,
E s t r e i a : 6 d e M a i o d e
1 9 5 ° . n o T e a t r o M a r i a V i c t ó r i a , n a r e v i s t a : « P a r a d a d a A l e g r i a » . A c t u o u d e p o i s e m ; « P a p ã o , v a i - t e e m b o r a » , « C a n t i g a s , Ó R o s a » , « O h R o s a a r r e d o n d a a s a i a » , « S a i a s C u r t a s » , « C o m o é o T e m p o » , « F e s t a é f e s t a » ,
P Á G I N A D E
TE A TROPor L U Í S B O N I F Á C I O
p õ e s e m p r e , n a s s u a s i n t e r
p r e t a ç õ e s d o T e a t r o o u d o
C i n e m a , m u i t o d o s e u e s p í
r i t o d e a c t o r m o d e r n o d e
c o m i c i d a d e .
H u m b e r t o M a d e i r a , f o i
e s c o l h i d o p o r R a y M i l l a n d
p a r a i n t e r p r e t a r u m d o s
p a p é i s d o s e u f i l m e « L i s
b o a » . E , p r e s e n t e m e n t e , u m
d o s p r i n c i p a i s e l e m e n t o s d a
C o m p a n h i a d e S a l v a d o r .
s e s o b r e p õ e m 0 a f e c t o p e l a d i r e c t o r a e 0 r e s p e i t o p o r si p r ó p r i a .
L e v a d o p e l o l o u v á v e l i n t u i t o d e e n g r a n d e c e r 0 m é t o d o e d u c a t i v o , h u m a n o e r a c i o n a l , p e r a n t e 0 m é t o d o d a p u n i ç ã o e d a v i o l ê n c i a , M o g u y s e r v i u - s e t a m b é m d o s c o n t r a s t e s o b j e c t i v o s , q u e n e m s e m p r e r e s u l t a r a m ,
GUIDA DE CARLOSósia de ivone de Cario — Desejaria ser aviadora
« F o n t e L u m i n o s a » , « R e b o l i ç o » e « T o c a a M ú s i c a » .
R á d i o ' . T r a b a l h o u n a R á d i o p o r d i v e r s a s v e z e s .
E n t r e v i s t a '.
— C o m o i n g r e s s o u n o t e a t r o ?
— E m p e q u e n a b r i n c a v a m u i t o a o s t e a t r i n h o s , à s e s c o n d i d a s d e m i n h a m ã e . U m d i a , u m a p e s s o a d e f a m í l i a l e v o u - m e a t ê à p r e s e n ç a d e A n í b a l N a z a r é , t e n d o t e m p o d e p o i s t i r a d o a c a r t e i r a d e a r t i s t a . D e v o e m p a r t e a m i n h a e n t r a d a n o t e a t r o a o M á r i o N o b r e .
— G o s t a d o l a r ?
— I m e n s o , A d o r o o s t r a b a l h o s c a s e i r o s . C r e i o m e s m o q u e « t e n h o a v o c a ç ã o e r r a d a » . A g o r a j á é u m p o u c o t a r d e , p o i s t r a b a l h o c o m m u i t o p r a z e r p a , r a o t e a t r o e , d i g o - l h e c o m a m á x i m a f r a n q u e z a , q u e v i v o o q u e r e p r e s e n t o . C r e i o q u e é u m a q u a l i d a d e . E s t u d o b a s t a n t e e g o s t o i m e n s o d o s m e u s c o l e g a s .
c m Srisão Sem Srades
. .GUIDA DE CARLO
E n t r e o s a r t i s t a s c ó m i c o s d o n o s s o T e a t r o l i g e i r o , T e r e z a G o m e s o c u p a u m l u g a r i n c o n f u n d í v e l .
E o s s e u s a m i g o s e a d m i r a d o r e s , q u e t a n t o s s ã o , s ó d e s e j a m q u e a i n d a , p o r m u i t o s a n o s , p o s s a m a p l a u d i r a « R a i n h a d a S i m p a t i a » d o n o s s o T e a t r o M u s i c a d o .
H á b a s t a n t e t e m p o q u e a « T e r e z i n h a » f a z p a r t e d o e l e n c o d a E m p r e s a E u g ê n i o S a l v a d o r & R u i M a r t i n s , q u e e x p l o r a 0 T e a t r o M a r i a Vitória, e t e m , t a m b é m , a p r e s e n t a d o g r a n d e s e s p e c t á c u l o s n o C o l i s e u d o s R e c r e i o s .
P r e s e n t e m e n t e , é u m a f i g u r a d a s p r i n c i p a i s d o
O c i n e m a f r a n c ê s é p o u c o c o n h e c i d o e n t r e n ó s , m a s c o n t a c o m a f r a n c a a c t i v i d a d e d e c i n e a s t a s c o m o D u - v i v i e r e J e a n R e n o i r . E m « P r i s ã o s e m G r a d e s » r e v e -
l a - n o s m a i s u m v a l o r : L é o - n i d e M o g u y . E m f a c e d e a s s u n t o d e l i c a d o e d i f í c i l , e s t e r e a l i z a d o r h o u v e - s e d e m a n e i r a h o n r o s a , f a c t o q u e
«RAÍNHA DA
S I M P A T I A »
e l e n c o q u e , n o T e a t r o M a r i a V i t ó r i a , e s t á i n t e r p r e t a n d o r e v i s t a .
A r t i s t a d o t a d a d e r a r a s q u a l i d a d e s , c o m u m s e n t i d o c ó m i c o o p o r t u n í s s i m o , a « T e r e z i n h a » é q u e r i d a d o p ú b l i c o e d o s c o l e g a s , e a s u a e n t r a d a e m c e n a é s e m p r e s u b l i n h a d a c o m a q u e l e r u m o r d e p l a t e i a q u e m a r c a
, a p r e s e n ç a d o s g r a n d e s a r t i s t a s .
S ã o i n ú m e r a s a s p e ç a s e m q u e T e r e z a G o m e s t e m e v i d e n c i a d o a s s u a s r e a i s q u a l i d a d e s . A s u a g r a ç a v a i d i r e i t i n h a à s p l a t e i a s , e c a d a n ú m e r o s e u d e s p e r t a s e m p r e e s p o n t â n e a s g a r g a l h a d a s .
l h e v a l e u u m p r é m i o d a B i e n a l d e V e n e z a , j u s t í s s i m o , q u a n t o a n ó s .
A a c ç ã o d e « P r i s ã o S e m G r a d e s » d e c o r r e n u m a c a s a d e c o r r e c ç ã o d e r a p a r i g a s ,
P O R
M a n u e l A z e v e d o
p o n d o e m c o n f r o n t o d o i s m é t o d o s , — r o p u n i t i v o e 0 e d u c a t i v o . É a r e a c ç ã o d e s t e s d o i s m é t o d o s n o e s p í r i t o d o s a d o l e s c e n t e s a p r e o c u p a ç ã o c e n t r a l d o f i l m e .E , a s s i m , 0 q u e a o b r a p e r d e e m a c ç ã o e m o v i m e n t o g a n h a e m e s t u d o p s i c o l ó g i c o .
É n o t á v e l , p o r q u e j u s t o e v e r d a d e i r o , 0 m o d o c o m o e s t á t r a t a d a a f i g u r a p r i n c i p a l , N e l l y , u m a j o v e m d e 1 7 a n o s . E n c o n t r a - s e n u m a i d a d e p e r i g o s a , e m . p l e n a c r i s e d e a d o l e s c ê n c i a . L é o n i d e M o g u y d e u m u i t o b e m , p o r v e z e s c o m r i q u e z a d e p o r m e n o r e s , a s r e v o l t a s ' s u r d a s q u e r e b e n t a m e m g r i t o s h i s t é r i c o s , o s a n s e i o s m a l d e f i n i d o s , a n e c e s s i d a d e d e c a r i n h o s p r ó p r i o s d e s s a c r i s e , q u e e m N e l l y s e r e s o l v e p e l o s a c r i f í c i o , p e l a r e n ú n c i a a o a m o r d o m é d i c o d a C a s a d e C o r r e c ç ã o , p o r q u e a e l e
s o b r e t u d o q u a n d o f o r ç o u a v i o l ê n c i a d e s t e ú l t i m o .
O u t r o s p r o b l e m a s e s t ã o p o s t o s n e s t e f i l m e , a l g u n s c o m a s u b t i l e z a , q u e 0 a s s u n t o r e q u e r i a . É f á c i l p r e v ê - l o s , n u m a m b i e n t e d e r a p a r i g a s i s o l a d a s d a v i d a , m u i t a s d e l a s v i n d a s d o s p i o r e s m e i o s , d o s m e s t e r e s m a i s v a r i a d o s .
A i n t e r p r e t a ç ã o v a i a l é m d o q u e s e p o d e r i a e s p e r a r . O p a p e l d a a d o l e s c e n t e N e l l y f o i c o n f i a d o a C o r i n n e L u c h a i s e , q u e f e z u m a c r i a ç ã o n o t á v e l a o l a d o d e A n n i e D u c a u x , q u e i n t e r p r e t o u a f i g u r a d e n o v a d i r e c t o r a c o m s u p e r i o r i n t u i ç ã o .
N o s e u c o n j u n t o , « P r i s ã o s e m G r a d e s » é u m a ' o b r a s é r i a , a t i n g i n d o p o r v e z e s g r a n d e e m o ç ã o , c o m b e l o s p e d a ç o s d e p o e s i a , m u i t o e m b o r a h a j a a l i ' i n t e n ç ã o e v i d e n t e d e d e f e n d e r u m a t e s e . S e e s t e f i l m e , p o n d o v á r i o s p r o b l e m a s , o s n ã o r e s o l v e c o m p l e t a m e n t e é, p e l o m e n o s , u m a c a n ç ã o o p t i m i s t a — u m g r i t o c o n f i a n t e n o f u t u r o e n o p o d e r d o H o m e m .
T ele fo n e O jg jT j
rPara haai CfMoqxafiai
F o t o M o n t i j e n s e