Post on 13-Jun-2020
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_______________________ ¹ Pós – graduando em Ergonomia: Produto e processo ² Fisioterapeuta, Pós Graduado em Cardiopulmonar
Análise de aspectos ergonômicos de motoristas de ônibus urbanos
James Marinho Farias1
jamesmarinho2@gmail.com
Flaviano Gonçalves Lopes de Souza²
Pós-graduação em Ergonomia: produto e processo – Faculdade Faserra
Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica dos aspectos ergonômicos dos motoristas de ônibus urbanos e a necessidade da implementação da ergonomia, a revisão bibliográfica visa evidenciar os aspectos mais relevantes e assim demonstrar como o motorista de ônibus possui em sua atividade riscos ergonômicos que podem gerar e agravar sua saúde física e mental. Os dados obtidos em publicações visam demonstrar que somente com a implantação e adequação das medidas ergonômicas, após avaliação dos aspectos ergonômicos poderá evitar as doenças e agravos decorrentes da profissão. Diversos autores evidenciam em suas publicações após o levantamento dos aspectos ergonômicos que a falta de ergonomia ou a aplicação de forma inadequada pode gerar danos à saúde física e mental do motorista urbano. Após análise das bibliografias que evidenciaram uma série de problemas enfrentados pelos motoristas de ônibus urbanos, é evidente que os aspectos ergonômicos têm grande relevância a profissão dos motoristas de ônibus urbano, a análise dos aspectos ergonômicos tem papel crucial para evitar distúrbios físicos, mental e metabólicos inerentes da falta ou da má implementação da ergonomia e com isso diminuir o índice de absenteísmo relacionado aos aspectos ergonômicos. Palavras chave: analise ergonômica em motoristas de ônibus, aspectos ergonômicos, saúde ocupacional.
1. Introdução
Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Segundo ele,
sempre o homem se adapta ao trabalho, e não ao contrário, por isso a ergonomia é
importante, pois ela parte do conhecimento do homem para fazer o projeto de trabalho
de acordo com as limitações e capacidades do ser humano¹.
Vários são os tipos de trabalhadores que se submetem a sobrecargas e
constrangimentos posturais, entre eles atribuem-se os motoristas de ônibus, que
assumem posturas inadequadas em virtude da fadiga de sua musculatura, que é
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utilizada continuamente durante longos períodos, sobrecargas maiores principalmente
sobre a coluna vertebral, podendo provocar desequilíbrios musculares².
Os motoristas tendem a dirigir durante longas horas sem descanso, além do
mais, muitos motoristas são remunerados por tarefas, então procuram trabalhar o
máximo possível¹. Para ² a duração do trabalho até oito horas tende a diminuir o índice
de acidentes, contudo a partir de oito horas, o risco de acidentes começa a aumentar
significativamente. O trabalho dos motoristas de ônibus também tem muitos aspectos
inconvenientes, devido ao mau projeto dos locais de trabalho e as longas jornadas de
trabalho¹.
Este trabalho tem como objetivo mostrar quais os aspectos ergonômicos são
analisados para promover o bom desempenho da função evitando assim os agravos
à saúde em motoristas de ônibus urbanos, tais como alterações física e mental.
2. Referencial Teórico
Uma das maiores causas de absenteísmo nas empresas de transporte urbano
é a questão ergonômica sendo está uma preocupação constante, pois as
consequências desses afastamentos, além da geração de custos diretos e indiretos
elevados, contribuírem para o declínio da qualidade de vida dos trabalhadores
lesionados, uma vez que bem conhecidos os efeitos psicológicos e sociais dos
acometidos por doenças causadas pela adequabilidade dos postos de trabalho e dos
processos produtivos, que impõem ritmos repetitivos, emprego de força, posições
antiergonômicas, entre outros fatores múltiplos de potenciais riscos4.
Constata-se que a saúde física e mental do motorista é indubitavelmente o
reflexo das condições de trabalho a que esta categoria é submetida. Tais condições
geram consequências não somente para a vida dos condutores (distúrbios físicos e
emocionais), como também promovem impactos negativos no plano organizacional
da empresa e em toda a sociedade4.
A questão ergonômica e o motorista
O trabalho do motorista de ônibus urbano consiste em fazer contínuos
deslocamentos levando e trazendo pessoas aos destinos pré-determinados. Nenhum
3
outro profissional sofre tanto as pressões do ambiente viário quanto os motoristas,
pois possui um “macro” local de trabalho que é o trânsito, e um “micro”, que é o
ônibus³.
A questão ergonômica passou a ser uma preocupação constante das
empresas, a partir do momento em que foi identificada como uma das maiores causas
de absenteísmo. As consequências desses afastamentos, além da geração de custos
diretos e indiretos elevados, têm contribuído para a queda da qualidade de vida dos
trabalhadores lesionados, já que são bem conhecidos os efeitos psicológicos e sociais
dos acometidos por doenças causadas pela inadequabilidade dos postos de trabalho
e dos processos produtivos, que impõem ritmos repetitivos, emprego de força,
posições antiergonômicas, entre outros múltiplos fatores de riscos potenciais4.
As condições de trabalho devem ser consideradas, para efeitos ergonômicos,
adequadas as particularidades das atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho,
para cada posto de trabalho em específico, sendo as posturas do corpo dependentes
das exigências, físicas e psicológicas, feitas pela atividade, considerando os objetivos
do trabalho. Algumas pesquisas com motoristas de ônibus urbano demonstraram os
relatos de funcionários sobre sinais de dor, fraqueza nos membros superiores e coluna
vertebral, dores de cabeça e irritação5.
Segundo Nascimento (2007)5 observou, através de amostras independentes
de motoristas, que o “estresse e a agressividade eram devido às tensões, estado de
alerta e concentração elevada durante o trabalho”.
Na profissão de motorista as exigências do trabalho fazem com que esse
profissional fique muito tempo sentado e isolado, para garantir segurança na viagem.
Estes cuidados são marcantes quando se conduzem passageiros. A manutenção da
postura em equipamentos (bancos), que facultam com as condições ergonômicas
necessárias, a poluição, o estresse no trânsito, discordâncias com o público
(passageiros) e muitos outros, favorecem a caracterização de um emprego
altivamente exaustivo6.
Acrescido a estes fatores mencionados acima, o motorista está exposto a
temperaturas elevadas, vibrações e ruídos. Embora pratiquem a mesma ação, possui
mudanças nas exigências psicomotoras na categoria profissional de motorista,
principalmente relacionado ao tipo de veículo (ônibus ou caminhão), ano de
fabricação, vínculo de trabalho (particular ou empresa), tipo de transporte (cargas ou
passageiros) e o local que desenvolve seu trabalho (rodoviário, transporte urbano ou
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semiurbano). Os veículos recentes, ao contrário dos mais velhos, têm maior conforto,
as oscilações e os atritos são menores e, suas peças ainda novas, com pouco esforço,
permitem fácil manejo6.
Assim é importante lembrar que diversos estudos brasileiros e estrangeiros,
onde tem demonstrado que o trabalho de motorista de ônibus, a obra de dirigir é um
serviço grandemente estressante, porque são vários fatores que facultam em afetar a
sua função como: altas temperaturas ambientais, carga horária irregular, altos níveis
de ruído tanto dentro como fora do veículo, insegurança (expostos à assalto), más
condições das vias, exigência da empresa, risco de acidente e a necessidade de lidar
com os passageiros e o público, entre outros7.
Aspectos ergonômicos
Postura (danos a coluna cervical)
A profissão de motoristas de ônibus exige um longo período na posição
sentada, o que poderá acarretar alguns desarranjos biomecânicos, dores, alterações
posturais e das curvaturas da coluna vertebral, sem contar nos encurtamentos
musculares e alterações de tensões ligamentares. Fatores estes que podem contribuir
para uma má qualidade de vida desses trabalhadores8.
Segundo Moraes (2010)9 e Abraão (2009)10 afirmam que, o condutor de
ônibus, além do pouco espaço que possui, com a realização de seus movimentos
corporais, permanece sentado grande parte de sua jornada de trabalho, necessitando
de atenção constante aos manejos, controles e mostradores para as ações básicas
de conduzir adequadamente o veículo, requerendo exigências motoras específicas e
de maneira coordenada de seu corpo, que incluem cabeça, tronco e membros
superiores e inferiores durante a realização das atividades.
Um segmento corporal extremamente exigido durante o cotidiano dos
motoristas e cobradores do transporte coletivo é a coluna vertebral, que está propensa
ao aparecimento de quadros dolorosos. Neste contexto, os distúrbios
musculoesqueléticos mostram-se como uma das principais causas de incapacidade
que vêm rápida e progressivamente crescendo e, acarretando múltiplos impactos nas
áreas médica, econômica e social11.
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O problema das dores nos motoristas e cobradores de ônibus urbano pode
estar relacionado às longas e exaustivas jornadas de trabalho na posição sentada e à
desorganização do tráfego urbano, que costuma ser congestionado, barulhento e
agressivo, aproximadamente 37% dos trabalhadores do transporte coletivo urbano
sentem dores na região dorsal, sendo que a maioria indica desconforto na região
lombar. Além disso, também são comuns, nesses trabalhadores, dores nos outros
segmentos da coluna vertebral, como o cervical e torácico, bem como dores nos
membros superiores e inferiores12.
Os distúrbios do sistema osteomuscular relacionados ao trabalho têm-se
constituído em grande problema da saúde pública em muitos países. Somado à
dificuldade de manter o ritmo de produção, o trabalhador enfrenta o afastamento do
trabalho, o que significa perda econômica e afastamento do círculo que lhe é habitual
e no qual tem um papel social definido12.
Medidas antropométricas cada vez mais detalhadas e confiáveis são
essenciais para assegurar o dimensionamento adequado na concepção de espaço,
máquinas e dispositivos mais adequados e seguros às medidas corporais do condutor,
proporcionando maior conforto, segurança e bem-estar e consequentemente maior
desempenho e produtividade13.
A coluna vertebral suporta a compressão exercida por sobrecarga de
vibrações e trancos, como também a ação da força da gravidade; rotações da cabeça
e do tronco são solicitadas constantemente. Todas essas exigências são prejudiciais
à coluna, ombros e pescoço por serem realizadas frequentemente9.
14
O motorista mantém uma postura adequada na poltrona (ereta) num ângulo
de 90º, sendo que os membros inferiores trabalham coordenadamente durante as
manobras de apertar e soltar o acelerador e a embreagem. Os movimentos realizados
nos membros inferiores exigem uma total coordenação e dinamismo do motorista. São
eles a semi-flexão e semi-extensão dos joelhos, juntamente com o trabalho das
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articulações do pé tais como dorsi-flexão e flexão plantar na articulação do tornozelo,
e, após um determinado tempo, começa-se a desenvolver no pé direito (que é usado
no acelerador do veículo) uma semi-inversão na articulação médiotárcica do mesmo5.
O membro superior direito trabalha em total coordenação com o membro
inferior esquerdo durante os movimentos de mudanças de marcha. Estes movimentos,
inerentes a atividade, ocasionam nos profissionais desconforto e dormências nos
membros inferiores e superiores, em articulações de ombro, punho quadril, joelho e
tornozelo5.
De fato, os acometimentos posturais mais importantes que acometem os
motoristas devem-se ao mau posicionamento do indivíduo em relação aos pedais, o
assento e o encosto15. Considerando a disposição do assento, as alterações ocorrem
quando o mesmo posiciona – se baixo em relação ao assoalho o que predispõe uma
extensão mantida do joelho, acentua a tração dos músculos sobre a pelve, sua
retroversão e por consequência o aumento da cifose lombar16. Quando a posição do
assento não permite que os pés encontrem o chão, acarreta-se uma pressão
demasiada na região posterior do membro inferior com grande desconforto. Nesta
posição, o motorista tende a deslizar para frente do assento, inutilizando a região do
encosto que suporta a coluna vertebral17.
Ruídos e vibrações
O ruído pode ocasionar em distúrbios como irritação e dificuldades de
concentração, dores de cabeça, aumento da pressão arterial, problemas digestivos e
cardiovasculares, decorrentes do estresse e, até mesmo, a perda auditiva18.
O ruído é um dos fatores de risco laborais mais comuns, sendo os níveis de
ruído perigosos à saúde facilmente identificáveis. Sendo assim, na maioria dos casos
é tecnicamente viável controlar o excesso de ruído aplicando a tecnologia existente.
Contudo, nota-se a ausência de programas preventivos, o que, para o autor, deve-se
ao fato de que o ruído é normalmente aceito como um "mal necessário" e, embora
seja capaz de provocar danos à saúde não é, literalmente visível, não traz ferimento
e, quando o trabalhador é capaz de suportar as primeiras semanas de trabalho
exposto ao ruído, tem a sensação de haver-se "acostumado"3.
Quanto a cronicidade dos efeitos do ruído são necessários vários anos para
induzir a surdez e a dificuldade de estabelecer correlações diretas com outras
7
doenças, entre elas hipertensão, estresse, aumento do número de acidentes fazem
do ruído um agente reconhecível, mas com repercussões pouco visíveis3.
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é conceituada como perda
auditiva relacionada ao trabalho, com diminuição gradual da acuidade auditiva
decorrente da exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora e a Norma
Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978
estabelece os limites de exposição a ruído contínuo19.
Síndrome de Vibração diz respeito a um conjunto de sintomas vasculares,
neurológicos e musculoesqueléticos. Sensação de dormência ou formigamento, e
episódios vasculares nas mãos e dedos (Síndrome dos Dedos Brancos ou Fenômeno
de Raynauld) estão associados às operações com ferramentas vibratórias durante o
trabalho20. Há indícios de que vibração localizada em membros superiores esteja
relacionada à disfunção no sistema nervoso autônomo21. Trabalhadores expostos à
vibração de corpo inteiro têm mais chance de aumento da pressão arterial do que os
controles22.
Estudos experimentais confirmam que a exposição à vibração pode elevar a
pressão arterial. Estudos epidemiológicos sobre fatores de risco para infarto agudo do
miocárdio identificaram elevada incidência de hipertensão arterial (HA), quando
compararam controles e casos expostos a vibração. Tais resultados justificam as
indagações quanto à exposição à vibração e às morbidades cardiovasculares em
trabalhadores do transporte, sabidamente mais expostos a esse agente, juntamente
com os metalúrgicos e trabalhadores da indústria extrativista vegetal, quando
comparados aos outros grupos ocupacionais 3.
Temperatura e ventilação
Picaluga (1993)24 argumenta que mesmo que não se manifeste estados
patológicos de imediato nos trabalhadores, estando estes submetido
continuadamente a uma carga térmica excessiva, este pode, a longo prazo, prejudicar
a saúde e acarretar: prostração térmica, distúrbios circulatórios, internação ou
insolação, distúrbio do centro termorregulador, câimbras de calor, desidratação e
erupção na pele. Além disso, o calor excessivo pode levar a irritabilidade do motorista,
levando-o a buzinar com maior frequência, ultrapassagem perigosa e, com isso, a um
aumento na taxa de acidentes de trânsito.
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Zanelato e Oliveira (2003)25, encontrou grande insatisfação dos motoristas
quanto ao calor excessivo, que apontaram ser insuportável devido também ao calor
que sai do motor dianteiro dos ônibus. Esse fato também foi evidenciado por 26
afirmando que a temperatura no posto de trabalho de motoristas de ônibus urbano
deve estar a 27ºC para encontrar-se em uma situação de bem-estar; mas, no verão,
a temperatura dentro de um veículo lotado chega a 50ºC.
Poluição
Os ônibus que possuem motores dianteiros e internos sem devida
conservação e manutenção, podem exalar gás no interior do veículo. Os ônibus
exalam expressivas cargas de monóxido de carbono o que pode gerar distúrbios
respiratórios 27.
Atualmente as empresas de transporte urbanos da cidade de Manaus, veem
debatendo a tomada de medidas como a compra de veículos com motores traseiros
e ônibus com ar condicionado para minimizar com contato com a poluição, mas são
medidas discretas, comparadas com o tamanho da frota.
3. Metodologia
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica onde objetivamos mostrar
como a profissão de motorista de transporte coletivo urbano possui agravantes para
a saúde física e mental, tais como: exposição a fatores nocivos à saúde física e mental
e veículos com condições inadequadas quanto à ergonomia. Foram pesquisados
artigos em revistas e em sites de busca como onde foram encontrados 27 referencias:
SciELO, MedLine, Bireme e PubMed. Além de livros nas áreas de Ergonomia,
Medicina do Trabalho, Segurança 5 do Trabalho, CLT’s e Normas Regulamentadora
(NR).
Os descritores utilizados foram: abordagem ergonômica, analise ergonômica
em motoristas de ônibus e saúde ocupacional. As publicações seguiram os seguintes
critérios de inclusão: ser estudo em livros da área, ser artigo de pesquisa em periódico
nacional indexados em bases de dados informatizados; e ter sido publicado no período
de 1990 a 2015. A coleta de dados aconteceu em março de 2017 a agosto de 2017 e
9
após a busca e seleção das publicações, que atendiam aos critérios de inclusão, os
trabalhos selecionados foram recuperados na íntegra e analisados em profundidade
4. Resultados e Discussões.
A avaliação dos aspectos ergonômico são cruciais para detectar distúrbios
físicos, mentais e biológicos nos motoristas do transporte urbano. Vários são os tipos
de trabalhadores que se submetem a sobrecargas e constrangimentos posturais, entre
eles atribuem-se os motoristas de ônibus, que assumem posturas inadequadas em
virtude da fadiga de sua musculatura, que é utilizada continuamente durante longos
períodos, sobrecargas maiores principalmente sobre a coluna vertebral, podendo
provocar desequilíbrios musculares².
As condições de trabalho devem ser consideradas, para efeitos ergonômicos,
adequadas as particularidades das atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho,
para cada posto de trabalho em específico, sendo as posturas do corpo dependentes
das exigências, físicas e psicológicas, feitas pela atividade, considerando os objetivos
do trabalho. Algumas pesquisas com motoristas de ônibus urbano demonstraram os
relatos de funcionários sobre sinais de dor, fraqueza nos membros superiores e coluna
vertebral, dores de cabeça e irritação5.
Algumas pesquisas com motoristas de ônibus urbano demonstraram os
relatos de funcionários sobre sinais de dor, fraqueza nos membros superiores e coluna
vertebral, dores de cabeça e irritação5. A obra de dirigir é um serviço grandemente
estressante, porque são vários fatores que facultam em afetar a sua função como:
altas temperaturas ambientais, carga horária irregular, altos níveis de ruído tanto
dentro como fora do veículo, insegurança (expostos à assalto), más condições das
vias, exigência da empresa, risco de acidente e a necessidade de lidar com os
passageiros e o público, entre outros7.
Medidas antropométricas cada vez mais detalhadas e confiáveis são
essenciais para assegurar o dimensionamento adequado na concepção de espaço,
máquinas e dispositivos mais adequados e seguros às medidas corporais do condutor,
proporcionando maior conforto, segurança e bem-estar e consequentemente maior
desempenho e produtividade13. O ruído é um dos fatores de risco laborais mais
comuns, sendo os níveis de ruído perigosos à saúde facilmente identificáveis. Sendo
10
assim, na maioria dos casos é tecnicamente viável controlar o excesso de ruído
aplicando a tecnologia existente3.
Picalunga (1993) argumenta que mesmo que não se manifeste estados
patológicos de imediato nos trabalhadores, estando estes submetido
continuadamente a uma carga térmica excessiva, este pode, a longo prazo, prejudicar
a saúde e acarretar: prostração térmica, distúrbios circulatórios, internação ou
insolação, distúrbio do centro termorregulador, câimbras de calor, desidratação e
erupção na pele. Os ônibus que possuem motores dianteiros e internos sem devida
conservação e manutenção, podem exalar gás no interior do veículo. Os ônibus
exalam expressivas cargas de monóxido de carbono o que pode gerar distúrbios
respiratórios 27.
CONCLUSÃO
A ergonomia é uma das grandes preocupações das empresas, que ainda não
é executada de forma adequada, devido à grande demanda de absenteísmo as
empresas veem se preocupando em estabelecer analises ergonômicas mais
adequadas.
A grande demanda de afastamento gera elevadas perdas financeiras diretas
ou indiretas para as empresas e isso foi um alerta, além da diminuição em muitos
casos da qualidade de vida dos trabalhadores, já estão comprovados os efeitos
causados devido à falta de implantação de ferramentas ergonômicas para adequação
de postos de trabalho ocasionando no cunho social e psicológico dos trabalhadores
lesionados, diante disso é crucial que os serviços de segurança e medicina do trabalho
atuem de forma objetiva, através das análises ergonômicas visando evitar e diminuir
as doenças e agravos relacionados à falta ou a inadequação ergonômica dos
motoristas urbanos.
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