Post on 06-Dec-2018
1 - APRESENTAÇÃOEsta unidade didática pretende constituir-se como um instrumento de
trabalho para os professores do ensino fundamental da Escola Estadual
República Oriental do Uruguai.
O objetivo principal é propor atividades relacionadas com a problemática
dos resíduos sólidos urbanos, que podem ser desenvolvidas pela comunidade
escolar de forma a auxiliá-la na compreensão do processo como um todo,
desde a fase de concepção de um produto até o seu consumo, aliado as
reflexões de natureza ambiental, social, cultural, política e econômica.
A Unidade está organizada da seguinte forma: nas primeiras páginas é
feita uma breve introdução sobre os resíduos sólidos urbanos. Nas páginas
seguintes são apresentados textos e atividades práticas que podem ser
realizadas com os alunos. Em cada atividade há uma explicação sobre os
objetivos que se pretende atingir, o material necessário, o local onde a mesma
poderá ser realizada e a duração prevista, bem como sugestões de como
promover um debate sobre a temática.
A Unidade também tem como sugestão alguns vídeos sobre a
problemática dos resíduos sólidos urbanos que poderão ser utilizados pelos
professores. Essa temática é referenciada em outros materiais didáticos como
o da professora Ninon Rose Mayer Godoy que fornece subsídios para o ensino
da educação ambiental, utilizando a TV multimídia.
A sugestão é de que a proposta passe a servir como uma ferramenta
para abrir novos caminhos, podendo ser alterada, adequando-se ao nível de
ensino e circunstâncias específicas presentes em cada universo escolar.
Esse material será reformulado de acordo com os resultados após a
implementação do projeto no ano de 2009, na Escola Estadual República
Oriental do Uruguai com os alunos de 6ª série do ensino fundamental.
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2 - RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOSOs resíduos sólidos urbanos (RSU), mais conhecidos como lixo,
constituem-se uma enorme preocupação nos grandes centros urbanos. O
aumento na geração de RSU é um problema crescente e intimamente
relacionado com o crescimento populacional e que suscita uma maior
demanda por serviços de coleta pública e se não coletados e tratados
adequadamente, provocam efeitos diretos e indiretos na saúde humana, além
da grande degradação ambiental. Esse aumento na geração dos RSU é
conseqüência da prática cultural de uma sociedade que estimula o
consumismo, negligenciando valores humanos, onde a tônica que prevalece é
a de que o mais importante é ter do que ser, onde o meio ambiente é o
primeiro a sofrer as conseqüências catastróficas dessa ação antrópica.
A humanidade vivencia os efeitos do uso abusivo dos recursos naturais,
na medida em que aumenta o consumo e a desigualdade social, a produção
dos resíduos sólidos se transforma num grande problema presente também no
espaço escolar. Portanto, faz-se necessário a contribuição da escola na
construção da consciência ambiental para que ocorram mudanças de
comportamento.
A palavra lixo é definida no dicionário como sujeira, imundice, coisa ou
coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de
resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas atividades
humanas, podendo ser de diversas origens: industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de limpeza de vias públicas e outras (RODRIGUES e
CAVINATTO, 1997).
O processo de urbanização acelerado de muitas cidades brasileiras
trouxe novas questões e desafios para aqueles que nelas vivem. As cidades
nem sempre estiveram preparadas para receber tanta gente, carros, ruídos e
especialmente todo lixo produzido. Cresce a cada dia a preocupação dos
moradores com a melhoria de sua qualidade de vida. A maior parte das
cidades brasileiras lança seus resíduos sólidos nos lixões causando sérios
impactos ambientais. Se esses resíduos fossem tratados de forma integrada,
reduziríamos a ocorrência de doenças, os níveis de poluição e a demanda por
áreas para o depósito do mesmo.
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O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera
desperdícios, contribui de forma importante à manutenção das desigualdades
sociais, constitui ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação
ambiental comprometendo a qualidade de vida das populações, especialmente
nos centros urbanos de médio e grande porte. A situação evidencia a urgência
em se adotar um sistema de conscientização educacional adequado para o
manejo dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o gerenciamento,
que assegure a melhoria continuada do nível de qualidade de vida, promova
ações práticas recomendadas para a saúde pública e proteja o meio ambiente
(VESPA e GALBIATTI, 2000).
O capítulo da Agenda 21 dedicado aos resíduos sólidos e questões
relacionadas com o esgoto (cap. 21) estabelece que o manejo ambientalmente
saudável desses não deva se limitar a sua simples disposição ou
aproveitamento por métodos seguros, mas sim, ao ataque à causa
fundamental do problema: os padrões insustentáveis de produção e consumo.
A partir dessa reflexão, são propostas algumas diretrizes para esse
manejo: redução do consumo, reutilização e a reciclagem de materiais. Muitos
educadores ambientais e ambientalistas referem-se a essas diretrizes como o
principio dos “3 Rs”. A redução dos resíduos deve vir em primeiro plano,
seguida do aumento máximo da reutilização e, por último, a reciclagem de
materiais. Essa seqüência obedece à noção de que a redução da geração de
lixo traz menos impactos ambientais do que a reutilização e reciclagem de
materiais e, assim, deve ser priorizada. A promoção da disposição e
tratamento ambientalmente saudável dos resíduos e a ampliação do alcance
dos serviços que deles se ocupem são entendidas como etapas obrigatórias.
Segundo o IDEC (2002), Reduzir significa consumir menos produtos e
preferir aqueles que oferecem menor potencial de geração de resíduos,
tenham maior durabilidade e ocupem menos espaço; Reutilizar é usar
novamente as embalagens, evitando que estas se transformem em resíduos.
Exemplo: as caixas plásticas de sorvetes usadas atualmente sempre servem
para guardar alguma coisa. Reciclar é fabricar um produto a partir de material
usado, diminuído o impacto sobre o ambiente, pois se evita a saturação dos
depósitos de resíduos e por outro lado colabora com a diminuição da
exploração de matéria-prima na natureza.
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A questão dos resíduos sólidos urbanos vem sendo apontada pelos
ambientalistas como um dos mais graves problemas ambientais urbanos da
atualidade, a ponto de ter se tornado objeto de proposições técnicas para seu
enfrentamento e alvo privilegiado de programas de educação ambiental na
escola brasileira. A compreensão da necessidade do gerenciamento integrado
dos resíduos sólidos propiciou a formulação da chamada Política ou
Pedagogia dos 3R’s, que inspira técnica e pedagogicamente os meios de
enfrentamento da questão do lixo.
No entanto, apesar da complexidade do tema, muitos programas de
educação ambiental na escola são implementados com uma visão puramente
instrumentalista ou tecnicista do conhecimento, com todos os seus
reducionismos inerentes, em função da reciclagem, desenvolvendo apenas a
coleta seletiva de lixo, em detrimento de uma reflexão crítica e abrangente a
respeito dos valores culturais da sociedade de consumo, do consumismo, do
industrialismo, do modo de produção capitalista e dos aspectos políticos e
econômicos da questão do lixo.
E a despeito dessa tendência pragmática, pouco esforço tem sido
dedicado à análise do significado ideológico da reciclagem e suas implicações
para a educação ambiental reducionista, mais preocupada com a promoção de
uma mudança comportamental sobre a técnica da disposição domiciliar do lixo
(coleta convencional x coleta seletiva) do que com a reflexão sobre a mudança
dos valores culturais que sustentam o estilo de produção e consumo da
sociedade moderna (LAYRARGUES, 2002).
A educação ambiental que incorpora a perspectiva dos sujeitos sociais
permite estabelecer uma prática pedagógica contextualizada e crítica, que
explicita os problemas estruturais de nossa sociedade, as causas do baixo
padrão qualitativo da vida que levamos e da utilização do patrimônio natural
como uma mercadoria e uma externalidade em relação a nós. É por meio da
atuação coletiva e individual, intervindo no funcionamento excludente e
desigual das economias capitalistas que os grupos sociais hoje vulneráveis
podem ampliar a democracia e a cidadania.
Dessa forma, invertem o processo de exclusão social e de degradação
das bases vitais do planeta, com novos padrões culturais cujos valores
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propiciem repensarmo-nos na natureza e nos realizarmos em sociedade
(GOULD, 2004).
O que nos parece indiscutível é que, se pretendemos a libertação dos
homens não podemos começar por aliená-los ou mantê-los alienados. A
libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que
se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis,
que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo
(FREIRE, 1988).
Em relação à educação ambiental é importante trabalhá-la de forma
mais reflexiva, desenvolvendo o espírito crítico.
A produção excessiva do lixo também se evidencia no espaço escolar e
sendo a escola um espaço de transformação, deve-se utilizar esse espaço
para trabalhar a mudança de comportamento, provocando no educando uma
reflexão sobre nossa sociedade industrial consumista e as conseqüências
ambientais advindas da sua crescente necessidade de utilização dos recursos
naturais, como a problemática dos resíduos sólidos, nas formas de coleta e
destino do mesmo, na reciclagem, nos comportamentos responsáveis de
produção e destino do lixo, na escola, casa e espaços comuns.
Embalagens plásticas na Usina de Reciclagem
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Fonte:Flickr
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O que são resíduos?Os resíduos são substâncias, materiais ou objetos de que o detentor se desfaz ou tem
intenção ou obrigação de eliminar.
Onde são produzidos?Os resíduos são produzidos em todos os passos do ciclo de vida de um produto: na
extração das matérias-primas, durante a produção, embalamento, utilização e deposição
final. Assim, os hábitos (as escolhas) de um consumidor afetam diretamente a
quantidade de resíduos produzidos dentro e fora de um país.Fonte: Caderno de apoio ao professor – Resíduos sólidos - Prevenção e Solução
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOSQuanto á origem- Resíduos sólidos urbanos – Lixo doméstico e ainda outros resíduos com
características semelhantes gerados em atividade em que a produção não excede 1100
litros por produtor.
- Resíduos industriais – Resíduos provenientes do setor industrial e da produção e da
distribuição de eletricidade, gás e água.
- Resíduos hospitalares – Resíduos produzidos em unidades de saúde e de
investigação médica ou veterinária.
Quanto à periculosidade- Não perigosos – Os resíduos que, pela composição e quantidade, não têm impacto
negativo na saúde e ambiente.
- Perigosos - Os resíduos que apresentam toxicidade para a saúde e/ou ambiente.Fonte: Caderno de apoio ao professor – Resíduos sólidos - Prevenção e Solução
3- OS IMPACTOS NEGATIVOS DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOSPerda de recursos naturais – Os recursos naturais são materiais
valiosos de que os seres vivos dependem para sobreviver, como o solo, ar,
água, metais, flora, fauna e combustíveis fósseis. Todos os produtos criados
pela sociedade derivam de um ou mais recursos naturais, o que faz com que
nossa qualidade de vida esteja diretamente relacionada com a sua
abundância, disponibilidade e qualidade. Os recursos naturais podem ser
classificados como renováveis (recursos que podem ser restaurados em curto
prazo se geridos corretamente como, por exemplo, as árvores de que se faz o
papel) e não renováveis (recursos que vão se esgotar definitivamente, como
por exemplo, o petróleo e o carvão). Alguns recursos renováveis, como o solo
fértil, podem transformar-se em recursos não renováveis se permitir uma
utilização descuidada e esbanjadora. Apesar disso, atualmente não existe uma
utilização consciente e eficiente dos recursos naturais, nem a prevenção de
desperdícios (resíduos), continuando-se a extrair e transformar recursos
limitados em produtos que são logo descartados após uma curta utilização. A
natureza, que funciona sem chaminés nem esgotos, está bem mais evoluída
tecnologicamente: há muito que aprendeu a funcionar em circuito fechado,
mantendo os materiais em constante recirculação.
Fonte: Portal dia a dia educação
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Poluição do meio envolvente – Os resíduos são um perigo para o
ambiente, como também uma ameaça cada vez maior para a saúde e para o
atual modo de vida. Os metais pesados, pesticidas, tintas, solventes e demais
e demais tóxicos fazem parte dos resíduos sólidos. Estes poluentes infiltram-se
nas linhas de água, nos solos adjacentes e também contaminam a atmosfera.
Alguns dos venenos mais perigosos acabam por entrar para a cadeia
alimentar e vão se concentrando cada vez mais: herbívoros, carnívoros até a
população humana, que está no topo da cadeia alimentar, e apresenta por
vezes elevadas concentrações de substâncias químicas perigosas nos seus
tecidos e células.
Como diminuir o impacto negativo dos resíduos?Em primeiro lugar, é necessário cada indivíduo tornar-se um consumidor
responsável e informado:
- Reduzir o consumo de recursos comprando menos produtos
descartáveis, especialmente aqueles derivados de recursos não renováveis.
Optar sempre por produtos com embalagens reutilizáveis ou recicláveis ou
simplesmente sem embalagem.
- Fazer a separação doméstica dos resíduos, tendo em vista a sua
reciclagem posterior.
- Entregar os resíduos perigosos nos locais adequados.
- Compostar os restos de comida e de jardim.
- Tirar todo o partido de ecopontos e ecocentros.
Embalagens de garrafas pet na Usina de Reciclagem
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4- SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
Um sistema de ação integrada de resíduos investe mais na recirculação
dos materiais do que na deposição de resíduos, procurando maximizar a
recuperação do lixo e torná-lo de novo em recurso. Assim, um sistema eficaz
tem por base a prevenção e a reutilização, depois a reciclagem e a
compostagem, e só então se apóia na deposição de resíduos, sendo essa
deposição final vista como uma medida aplicar apenas a uma fração de
resíduos, e apenas enquanto a tecnologia ainda não está suficientemente
desenvolvida para permitir sua reciclagem.
Prevenção – Inclui os esforços de redução e reutilização e procura
evitar a produção de resíduos. Estratégias de prevenção passam por eliminar
embalagens, aumentar a durabilidade dos produtos e promover a reutilização
generalizada de materiais e produtos. A prevenção diminui os custos de
fabrico, tratamento e deposição, o consumo de recursos naturais e emissão de
gases de estufa.
Embalagens plásticas na Usina de Reciclagem
Reciclagem e compostagem – A reciclagem é um processo que
envolve, a recolha seletiva (porta a porta ou por outros ecopontos) de
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determinados materiais (vidro, plástico, metal, papel, etc) para reintegração no
circuito positivo e assim permitir a produção de novos materiais e produtos. A
fração orgânica dos resíduos, ricas em nutrientes, pode ser utilizada para
melhorar os solos através da reciclagem orgânica (compostagem) que permite
a síntese de um fertilizante natural e muito útil (desde que não se utilize
matéria orgânica contaminada por substâncias tóxicas). A reciclagem e a
compostagem têm muitos benefícios econômicos e ambientais associados,
visto fomentarem emprego e riqueza, fornecerem matéria-prima valiosa à
indústria, conduzirem à fertilização dos solos e reduzirem o número de aterros
e incineradoras e a emissão de gases de estufa.
Fonte: Portal dia a dia educação
Deposição (aterro e incineração) – Estas atividades são utilizadas
para gerir os resíduos que ainda não podem ser evitados nem reciclados. Os
resíduos colocados num aterro (mesmo se bem projetado, construído e gerido)
não desaparecem e demoram centenas de anos a degradar-se, sendo
necessário a monitorização e tratamento dos lixiviados e gases produzidos ao
longo do tempo. O processo de incineração de resíduos reduz o volume e
produz energia, mas implica a destruição de materiais que, para serem
repostos, obrigarão a um consumo ainda maior de energia. Além disso, a
melhor tecnologia de queima existente não consegue impedir a criação de
novos resíduos perigosos e a emissão de gases altamente tóxicos (como as
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dioxinas e o mercúrio) para vastas áreas circulantes. Finalmente, a incineração
impede a expansão dos programas de reciclagem, visto competir com os
mesmos materiais.
Fonte: portal dia a dia educação
5- PARA REFLETIR: Os três Rs: através da redução, reutilização e da reciclagem diminui-se
a necessidade de extrair recursos virgens. Poupa-se assim no que as
gerações futuras vão precisar para a sua sobrevivência.
Reduzir o desperdício, Reutilizar sempre que for possível antes de jogar
fora e Reciclar, ou melhor, separar para a reciclagem, pois, na verdade, o
indivíduo não recicla (a não ser os artesãos de papel reciclado).
O termo reciclagem, tecnicamente falando, não corresponde ao uso que
fazemos dessa palavra, pois reciclar é transformar algo usado, em algo igual,
só que novo. Por exemplo, uma lata de alumínio, pós-consumo, é
transformada, através do processo industrial, em uma lata nova.
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Problemas associados aos aterros e incineradores enquanto destinos finais aos resíduos- contaminação de água e solo- propagação de pragas- emissão de gases com efeito de estufa- elevado custo de constrição e manutenção- ocupação de grande extensão de solo- produção de um resíduo particularmente perigoso (cinzas) que requer acondicionamento especial (problema específico das incineradoras)Fonte: Caderno de apoio ao professor – Resíduos sólidos - Prevenção e Solução
Quando transformamos uma coisa em outra coisa, isso é reutilização. O
que nós, como indivíduos, podemos fazer, é praticar os dois primeiros R’s:
reduzir e reutilizar. Quanto à reciclagem, o que nós devemos fazer, é separar o
lixo que produzimos e pesquisar as alternativas de destinação, ecologicamente
corretas, mais próximas (IDEC).
Telhas fabricadas com tubo de creme dental e caixas tetra park
6- O PROFESSOR E A PRÁTICA REFLEXIVAO conceito de prática reflexiva surge como um modo possível dos
professores interrogarem as suas práticas de ensino. A reflexão fornece
oportunidades para voltar atrás e rever acontecimentos e práticas.
A expressão “prática reflexiva” aparece muitas vezes associada à
investigação sobre as práticas. Uma prática reflexiva confere poder aos
professores e proporciona oportunidades para o seu desenvolvimento.
Segundo Alarcão, 2002, professor reflexivo:
É aquele que pensa no que faz, que é comprometido com
a profissão e se sente autônomo, capaz de tomar
decisões e ter opiniões. Ele é, sobretudo, uma pessoa que
atende aos contextos em que trabalha, os interpreta e
adapta a própria atuação a eles. Os contextos
educacionais são extremamente complexos e não há um
igual a outro. Eu posso ser obrigado a, numa mesma
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escola e até numa mesma turma, utilizar práticas
diferentes de acordo com o grupo. Portanto, se eu não
tiver capacidade de analisar, vou me tornar um tecnocrata.
(Entrevista a Denise Pellegrini na Revista Nova Escola, nº
154 de agosto de 2002).
.
A idéia de reflexão surge associada ao modo como se lida com
problemas da prática profissional, à possibilidade da pessoa aceitar um estado
de incerteza e estar aberta a novas hipóteses dando, assim, forma a esses
problemas, descobrindo novos caminhos, construindo e concretizando
soluções. Este processo envolve, pois, um equacionar e reequacionar de uma
situação problemática. Num primeiro tempo há o reconhecimento de um
problema e a identificação do contexto em que ele surge e, num segundo
tempo, a conversação com o “repertório de imagens, teorias, compreensões e
ações” (Schön, 1987) por forma a criar uma nova maneira de o ver. A
reconstrução de algumas ações pode resultar de novas compreensões da
situação.
O tema meio ambiente é muito trabalhado nas escolas de ensino
fundamental, principalmente a questão dos resíduos sólidos urbanos (lixo),
pois é reconhecido como um grave problema ambiental. Entretanto o
equacionamento da problemática dos resíduos sólidos tem sido enfocado
apenas na reciclagem, a qual tem a capacidade de produzir um efeito ilusório,
tranqüilizante na consciência dos indivíduos, que podem passar a consumir
mais produtos, sobretudo descartáveis, sem constrangimento algum, pois
agora são recicláveis e, portanto, ecológicos. As indústrias que utilizam
símbolos referentes à reciclabilidade nos rótulos de seus produtos criam a
suposição da reciclabilidade garantida e infinita, além da suposição de que a
embalagem é inerentemente ecológica, quando na verdade o próprio símbolo
torna-se um componente estimulador da descartabilidade, reforçando a
ideologia do consumismo ( BLAUTH apud LAYRARGUES).
Na década de 90, iniciou-se no Brasil a reciclagem da lata de alumínio,
de modo sistematizado através do Projeto Escola, que consiste no
estabelecimento de parcerias de desenvolvimento de programas de educação
ambiental e na troca de latas de alumínio vazias, limpas e prensadas por
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equipamentos como ventiladores de teto, computadores, bebedouros e
máquinas copiadoras (CEMPRE, 2000).
A conjuntura da reciclagem da lata de alumínio insere-se na guerra
mercadológica das embalagens. O apelo à reciclagem do alumínio significa a
transformação da lata de alumínio vazia em mercadoria, a qual, de acordo com
Ramos (1982), compete com o aço, o vidro, o papel e o plástico na produção
de embalagens.
A reciclagem cumpre historicamente no Brasil uma relevante função
social, na medida em que para o grupo dos catadores, era uma oportunidade
única de geração de renda, mesmo que no mercado informal. É bem verdade
que o atual estímulo fornecido pela reciclagem confere maior visibilidade ao
processo, contudo, esse fato traz outras conseqüências: na medida em que a
reciclagem se torna manifestação de uma consciência ecológica, é o próprio
consumidor que agora elimina o catador do processo, pois passa a separar em
sua residência os materiais recicláveis destinados diretamente à indústria. O
discurso ecológico oficial valorizou o R da reciclagem em detrimento dos
demais para torná-la um ato ecológico, retirando de cena sua função social.
Procedendo dessa forma, ele garante ao mesmo tempo em que as latas
de alumínio retornem à indústria, sem passarem pelas mãos dos catadores,
pois firma um pacto oculto com o consumidor através de sua adesão voluntária
à Coleta Seletiva. O consumidor não sabe, mas ao assumir a reciclagem como
um ato ecológico, aprofunda um problema social (LAYRARGUES, 1998).
A reciclagem pode mesmo ser o traço de união entre produção e
consumo, mas é também a alienação do consumismo como fator de
degradação ambiental e engrenagem dos mecanismos sociais de acumulação
de capital e concentração de renda. O ato de reciclar, atualmente, ainda
significa muito pouco em relação à melhoria ambiental, mas isso não quer
dizer que a idéia da reciclagem deva ser abandonada; ao contrário, essa
constatação evidencia o tamanho do desafio que há pela frente. Enfim, essas
considerações também nos permitem enfatizar que o enfrentamento da
questão do lixo requer medidas tanto técnicas como políticas, estas últimas
essenciais para acelerar o ritmo do metabolismo industrial e para evitar a
continuidade da exploração do trabalho pelo capital (LAYRARGUES, 1998).
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Segundo Zaneti (1997), "para reduzir o impacto no meio ambiente, tanto
na acumulação do lixo, como no esgotamento das fontes de recursos naturais,
começam os processos de reciclagem. Mas de nada adiantam campanhas
para reciclar e programas de Coleta Seletiva de Lixo, se não fizermos um
trabalho de internalização de novos hábitos e de atitudes para que, num futuro
próximo, não haja mais lixo excessivo e a sua causa, o consumo desmedido,
tenha sido controlada." (p. 14). Ainda de acordo com a autora, "a reciclagem
vai reduzir, em parte, a crise, mas não vai eliminá-la." (p. 15).
É verdade que, de acordo com Kligerman (2000), deve-se educar a
sociedade, pois, teoricamente, ela orienta a demanda. No entanto, é
necessário avançar esse raciocínio e questionar o educador e o que se ensina;
do contrário, a prática educativa poderá ser alvo da manipulação ideológica, a
exemplo do que é possível verificar quando a própria autora afirma que "temos
que ajudar a natureza e a nós mesmos, separando o lixo em nossa casa,
fazendo a coleta seletiva" (p. 101).
Acredita-se ser apropriada a abordagem de temas ambientais na
perspectiva reflexiva pela possibilidade de (re)significá-los. Isso porque a
discussão em torno desses assuntos encerra-se em sua qualificação como
problemas ambientais globais, Mas, contraditoriamente, atitudes que apontam
para um saber-lidar com estas questões, ou mesmo que vislumbram suas
soluções, parecem estar fora do alcance da maioria das pessoas (ALLAIN e
WAKISAKA,1999).
Geralmente quando é trabalhado na escola o tema “lixo”, logo surge as
idéias de oficinas para aproveitar o lixo, oficinas de dobraduras, trabalhos
artísticos, sem objetivo, apenas no ativismo sem sentido. Mayer (1998) discute
que esse ativismo pode ser uma armadilha, se é considerado um fim em si
mesmo, quando só se preocupa com resultados e soluções. Não se pode
esquecer que "as iniciativas nas escolas são um meio, um instrumento para
construir uma consciência ecológica que é feita de reflexões sobre as práticas
e os valores e não somente ações" (p.220).
Wals (1992) citado em Ballantyne e Packer (1996) propõe categorias de
pensamento sobre a questão ambiental. Dentre elas está a visão politizada,
que encararia os problemas ambientais como questões globais (que
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representam conflitos de interesses), escolhas e valores que somente podem
ser resolvidos a partir da mudança de estilo de vida.
Não há como realizar um trabalho de Educação ambiental se não forem
desenvolvidos laços afetivos entre os seres humanos e a natureza. Entretanto,
o trabalho de modificação da relação com a natureza através do processo
educacional é lento e cansativo. Além disso, existem comportamentos
supostamente “corretos” em relação ao meio ambiente, que contribuem para
criar uma postura de proteção ao ambiente “natural” e degradação do meio
ambiente em que vivemos. Outro fator complicador é a relação de exploração
milenar da natureza pelo homem (ALLAIN e WAKISAKA,1999).
É preciso enfatizar que o processo educacional transcende qualquer
tema imediato, pragmático. No caso do lixo, seria um equívoco dizer que a
educação ambiental resolve os problemas: ela é, evidentemente, um elemento
necessário, indispensável mesmo. Mas não é suficiente.
Não se pode reduzir a educação ambiental direcionando-a estritamente
para assuntos relacionados com o lixo: isso não seria eficaz nem responsável.
Para alguém mudar a maneira de encarar o tema “lixo” e passar a lidar
com ele de modo desejado, em todos os seus aspectos e nas diversas
circunstâncias em que precisar se comportar diante da questão precisará ter
percebido todo o contexto atual de uso de recursos naturais, o tipo de modelo
de desenvolvimento e consumo que gera desperdícios, os limites naturais e
sociais da atividade humana, os ciclos naturais da vida etc. Além disso, a
pessoa deverá estar sensibilizada para entender e adotar posturas éticas, de
solidariedade, inclusive dispondo-se a informar e sensibilizar outras pessoas
para que também se comportem de um modo responsável.
Na prática, a educação ambiental visa provocar uma mudança básica
de comportamento através da sensibilização pessoal, do conhecimento de
fatos, da compreensão de que a sociedade precisa da colaboração de todos
para que seja possível melhorar a qualidade de vida de cada um, efetivamente
traduzindo essa colaboração em procedimentos práticos. Quando estão sendo
propostos programas locais, como os relativos ao lixo, associam-se às
reflexões de caráter mais abrangente explicações precisas sobre os
programas: porque foram criados, qual a proposta tecnológica, o que se
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espera deles, quais vantagens trarão e, finalmente, qual o papel de cada setor
da sociedade, como na prática cada pessoa pode colaborar.
Separação de resíduos na Usina de Reciclagem
7 - PROPOSTAS DE ATIVIDADES1) OLHAR PARA ALÉM DO PRODUTOObjetivos- Auxiliar os alunos na formação de uma consciência ambiental que
permita que os mesmos compreendam que todos os produtos de consumo
humano do nosso dia a dia são produzidos com recursos a matérias-primas
(recursos naturais);
- Identificar os recursos naturais mais comuns utilizados na manufatura
dos produtos do cotidiano;
- Promover a sensibilização e percepção ambiental (ver além do objeto);
- Incentivar a realização de atividades colaborativas que promovam o
espírito de equipe e de construção de consensos;
- Promover momentos de reflexão e debates.
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MaterialProdutos de consumo humano facilmente encontrado no cotidiano da
escola (exemplos: caneta, garrafa, pasta de arquivo, pacote de leite entre
outros) juntamente com outros objetos presentes no cotidiano extra-escolar
(peças de mobiliários, carros, eletrodomésticos e outros) que podem ser
ilustrados com recortes de revistas, vídeos.
Duração da atividade1 hora
DesenvolvimentoOs alunos devem ser divididos em grupos de três a quatro indivíduos.
O professor disponibilizará alguns objetos em cada grupo.
Os alunos devem observar os objetos e descrever numa ficha de
trabalho quais os materiais que os constituem e de onde são obtidos esses
materiais na natureza. O grupo é estimulado ao debate com o objetivo de se
atingir uma compreensão mais abrangente quanto à constituição e origem dos
componentes. O grupo pode preparar uma apresentação esquemática da
origem dos produtos utilizando cartolinas e marcadores coloridos. Cada grupo
apresenta os seus resultados à turma onde neste momento o debate pode ser
intensificado. O professor será o mediador.
No final do debate o professor deverá fazer uma síntese e chamar a
atenção para o fato de que todos os produtos do nosso cotidiano têm como
matérias-primas os recursos naturais e que é necessária água e energia na
produção.
2) REPENSAR OS OBJETOS DO DIA A DIAObjetivosEstimular a criatividade;
Promover a busca de soluções mais ecológicas para objetos
convencionais;
Incentivar a observação crítica das nossas reais necessidades.
MaterialPapel e lápis
Lista de objetos
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Duração da atividadeVariável
DesenvolvimentoO professor deve dar aos alunos uma lista de objetos do dia a dia (ex.
livro, jornal, rádio, carro entre outros). Cada aluno deverá escolher um ou dois
objetos e identificar formas alternativas de fazer, usar e descartar esses
objetos. O professor pode auxiliar a reflexão sugerindo idéias quanto às
alternativas possíveis.
3) A AÇÃO DO SER HUMANO NO AMBIENTEObjetivos-Aprofundar reflexões sobre a degradação ambiental e a necessidade
humana de transformar o ambiente para utilizar os recursos naturais,
-- Reconhecer que o consumismo é incentivado pela mídia e que isso
contribui para a geração de resíduos.
- Levar o aluno a refletir que todo produto origina-se dos recursos
naturais.
Material Revistas;
Jornais;
Papel-cartaz;
Canetas
TV Pendrive
Pendrive
Duração da atividadeVariável
DesenvolvimentoSolicitar aos alunos que tragam para a sala de aula imagens que
mostrem poluição, lixo e degradação ambiental. Converse com os estudantes
sobre o assunto, questionando:
- O que as imagens estão mostrando?
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- Que seres vivos agem dessa forma no ambiente?
- No lugar onde vocês vivem, existem situações como essas?
- Quais as conseqüências desses atos para a natureza, onde se inclui
os seres humanos?
- O que podemos fazer para cuidar melhor do ambiente onde vivemos?
Separe os estudantes em grupos e solicite que eles busquem, em
revistas e jornais, imagens de degradação ambiental das cidades. Peça que as
colem-nas no caderno ou em folhas de papel-cartaz e escrevam as respectivas
legendas.
Solicite que os grupos listem vantagens e desvantagens que o uso dos
recursos naturais pelos seres humanos trouxe para o ambiente e para a vida
humana.
Para enriquecimento da atividade, faça a projeção do filme “A história das coisas”
Resenha:A história das coisas é uma versão brasileira do documentário The
Story of Stuff, de Annie Leonard.
O documentário é baseado no nosso padrão de consumo. Mostra passo
a passo todas as etapas de um produto. Da extração e produção até a venda,
consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam comunidades
em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos.
A história das coisas revela as conexões entre diversos problemas
ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência de se criar um mundo mais
sustentável e justo.
-Reúna os estudantes em equipes e proponha um debate sobre o
consumismo.
4) A RECICLAGEM ORGÂNICAObjetivos
- Iniciar e manter o processo de compostagem doméstica.
- Descobrir a importância da compostagem doméstica no sistema de
gestão de resíduos.
Material - Compostor, materiais verdes e castanhos, pá, regador ou mangueira,
balde, amostra de composto maduro.
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Duração da atividade Variável
Desenvolvimento É crucial envolver os alunos em toda a preparação da pilha (incluindo
na recolha dos materiais) e posteriormente na manutenção da pilha,
remexendo, regando e adicionando novos materiais.
1- Escolher um local exterior para o compostor.
2- Colocar recipientes identificados em locais estratégicos da escola
para recolher os restos de comida (verdes). Organizar a recolha e o
armazenamento dos restos de jardim e da horta (castanhos) e sensibilizar a
comunidade escolar para a recolha seletiva dos restos orgânicos.
3- O enchimento progressivo do compostor envolve no arranque (única
vez) cobrir o fundo do compostor com ramos (para evitar futura compactação e
falta de arejamento) e depois colocar uma camada de castanhos (folhas ou
relva seca). Os verdes (restos de comida) provenientes da recolha diária
devem ser colocados dentro do compostor em camadas alternadas com
castanhos (cada camada não deve excender a 10 cm de altura). A última
camada deve ser sempre de castanhos.
4- Para a manutenção deve-se:
- regar quando for necessário (teste da umidade); e
- revirar a pilha quando o processo parar (a pilha deixou de diminuir em altura)
ou quando ocorrer a libertação de maus cheiros.
Outras atividades similares ou formas de exploração Os princípios básicos de compostagem e regras empregadas na
construção da pilha podem ser revistos na elaboração de um folheto para
sensibilizar a comunidade escolar.
Procurar na internet exemplos de escolas que já desenvolvem o
processo de compostagem doméstica e trocar experiência.
5) Os resíduos sólidos da escola Objetivos - Identificar os principais resíduos da escola e sua composição
- Fazer um levantamento qualitativo e quantitativo dos resíduos sólidos
urbanos produzidos na escola.
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Material - Sacos de plásticos, baldes, balança, luvas
Duração da atividade Variável
Desenvolvimento 1- Listar todos os resíduos sólidos produzidos na escola. Categorizar
os RS identificados segundo as matérias-primas componentes.
2- Identificar os destinos de cada categoria de RS.
3- Quantificar a média de RS produzidos por pessoa, durante uma
semana de funcionamento normal. Registrar os principais locais de produção
na escola.
4- Apresentar os dados do levantamento à população escolar com
idéias para melhorar a situação.
5- Sugerir à comunidade escolar a substituição de produtos
descartáveis pelos seus equivalentes reutilizáveis.
6) O passado, o presente e o futuro dos resíduos Objetivo - Aprofundar os conhecimentos sobre a problemática dos resíduos
Material - Computadores com acesso a internet, bibliografia
Duração da atividade Variável
Desenvolvimento 1- Realizar uma busca sobre resíduos sólidos urbanos, poluição,
recursos naturais e tentar identificar a sua evolução ao longo dos tempos.
7) A reutilização como arte Objetivo - Reutilizar objetos e materiais para criar artesanato
Material Bibliografia, diferentes tipos de resíduos limpos, computador com acesso
a internet
Duração da atividade Variável
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Desenvolvimento 1- Pesquisar informações sobre materiais utilizados em peças de arte.
2- Produzir trabalhos com resíduos nas aulas de arte.
3- Realizar uma exposição dos trabalhos.
8) Refletindo sobre o filme “Ilha das Flores” Resenha:
O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado produzido em 1989,
é um retrato da realidade da sociedade brasileira, onde seres humanos lutam
pela sua sobrevivência. Os habitantes da Ilha das Flores buscam alimentos
num lixão, onde eles só podem entrar depois que são retirados os alimentos
para os porcos.
Esse documentário inicia de um modo cômico e irônico, explorando o
significado formal de termos como “ser humano”, “lixo”, “porcos”, “judeus”,
“liberdade” etc. Acompanha toda a trajetória de um tomate, desde a plantação
até ser jogado fora, mostrando o processo de geração de riqueza e as
desigualdades sociais.
O principal objetivo do filme é mostrar a desigualdade social gerada pela
sociedade de consumo, colocando em pauta a discussão acerca da pobreza,
da fome e da exclusão social.
Objetivo: -Instigar o surgimento de dúvidas, no sentido de estimular a reflexão
sobre os problemas causados pelos resíduos sólidos urbanos e a
responsabilidade da sociedade pela geração destes.
Duração: Variável
Desenvolvimento: Antes de iniciar a projeção do filme “Ilha das Flores”, deve-se estimular a
curiosidade dos alunos, propondo algo como:
- O que há em comum entre tomates, porcos e seres humanos?
Ao final, buscar as diferenças e semelhanças entre tomates, porcos e
seres humanos, resgatar as respostas iniciais, confrontando-as.
- Qual o propósito do diretor ao avisar, antes do início da história:
* Este filme não é de ficção?
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* Esta não é a sua vida?
* Deus não existe
- Identificar os questionamentos que estão por trás da trajetória do
tomate, do momento em que é plantado até chegar ao lixo.
- Diferentemente do porco, o ser humano não possui dono, portanto é
“livre”, mas até que ponto essa liberdade é vantajosa para o ser humano?
- Abordar com os alunos a questão ambiental, do desperdício, dos lixões,
do saneamento e a importância da reciclagem (mesmo como fonte de renda
para as famílias pobres).
Dicas de Vídeos:
- De onde vem o plástico?- http://br.youtube.com/watch?v=6uoMT5VtslQ- De onde vem o vidro?- http://br.youtube.com/watch?v=6w2Qho8-frg- De onde vem o papel?- http://br.youtube.com/watch?v=MBFnEWBnyBI- Ilha das flores Parte1 - http://br.youtube.com/watch?v=Zfo4Uyf5sgg Parte2 - http://br.youtube.com/watch?v=6IrGibVoBME- A história das coisas - http://br.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E
8 – REFERÊNCIASALLAIN. L. R., WAKISAKA. M.L.Y. Como tratar temas ambientais: O “lixo”
numa abordagem reflexiva. Ciência & Ensino nº 7 – Dezembro de 99.
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SISINNO, C.L.S. & OLIVEIRA, R.M. de. (Orgs.) Resíduos sólidos, ambiente e
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LAYRARGUES, Philipe. O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da reciclagem e suas implicações para a educação ambiental. LOUREIRO,
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Links:http://www.agenda21.org.br/
http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/
http://www.flickr.com/
http://www.youtube.com.br/
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