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1. INTRODUÇÃO
As condições climáticas constituem-se em agente modificador dos inúmeros
geossistemas que compõem o planeta Terra. Desta maneira, embora o clima não
seja componente materializável e visível na superfície terrestre, é perceptível e
contribui significativamente para se sentir e perceber as paisagens
(CHRISTOFOLETTI, 1999).
Segundo Santos (2000), a condição climática é considerada elemento condicionador
na dinâmica ambiental, por fornecer calor e umidade, principalmente, por ser
responsável pelo desencadeamento de uma série de processos, como à formação
de Solos, das estruturas e formas de relevo, dos recursos hídricos, do crescimento,
desenvolvimento e distribuição das plantas e animais, chegando a refletir nas
atividades econômicas, sobretudo na agricultura e na sociedade.
De acordo com Moreira (1990), entre os elementos do meio ecológico, o clima talvez
seja aquele de presença mais constante na vida do homem. A começar pela
necessidade que o homem tem de se abrigar do frio, de se proteger da chuva e
superar os efeitos de um calor demasiado. Por isso, o homem sempre se preocupou
com a influência do clima.
Mendonça (2000), afirma que num primeiro momento da Modernidade, o clima
aparecia como um dos componentes fundamentais do meio natural, e era muito
fracamente tomado em consideração quando se tratava do meio social. As
correlações estabelecidas entre estes dois meios prendiam-se na maioria das vezes
à perspectiva determinista fato que, com a revolução tecnológica e à expressiva
urbano-industrialização em momento mais recente, abriu-se para uma perspectiva
fortemente eivada de relativismo.
Alguns dos mais importantes fenômenos que contribuíram para a eclosão da
questão ambiental na atualidade estão diretamente relacionados ao clima, ou seja, à
interação negativa estabelecida entre este e à sociedade. Nesta mesma perspectiva
encontram-se os graves e alarmantes problemas da humanidade na fase
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contemporânea ligados diretamente ao aquecimento global da atmosfera (efeito-
estufa planetário), aos impactos do ElNiño/La Nina, aos ciclones tropicais, às
inundações, às secas, etc. (MENDONÇA, 2000).
Os debates atuais relacionados à problemática sócio-ambiental, evidenciaram com
muita pertinência e relevância, o papel do clima como um dos principais elementos
de interação entre a natureza e a sociedade, sobretudo devido à importância e
magnitude dos riscos e impactos ambientais concernentes à atmosfera.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Realizar a caracterização morfológica ambiental e climática dos municípios da
Região Serrana do Estado do Espírito Santo por meio de consultas a materiais
bibliográficos e com a ajuda de um Sistema de Informações Geográficas e
Sensoriamento Remoto.
2.2. Objetivos Específicos
- Caracterização morfológica e ambiental dos municípios da Região Serrana
- Caracterização Climática dos municípios da Região Serrana
- Quantificação das entradas de frentes frias
- Criação de mapas temáticos referentes ao clima e ao relevo da Região
correlacionando-os com o estudo sobre as entradas de frentes frias na região
Serrana.
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3. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
O estudo do relevo e do clima é de fundamental importância para os municípios da
Região Serrana, pois o bem-estar econômico e social das pessoas que aí vivem
está diretamente relacionado ao clima.
A atividade econômica da Região é basicamente focada na agricultura, com
destaque para cafeicultura, além da agropecuária, principalmente leiteira, a
produção de hortifrutigranjeiros (verduras, frutas, aves e suínos) e a exploração
turística, representada pelo agroturismo, atividade em plena expansão.
A existência de tais culturas é proporcionada, além do clima, pela topografia
acidentada haja visto a predominância de montanhas o mesmo ocorrendo com o
turismo, voltado principalmente para os atrativos climatológicos e ambientais.
Os atributos naturais da região e a infra-estrutura existente potencializam a
especulação imobiliária, sendo visível o crescimento populacional e
consequentemente aumento no consumo de água, ocasionando redução
significativa desta. A poluição dos manancias e o uso inadequado do Solo
contribuem para a diminuição da água sendo que em períodos secos a situação se
agrava ocorrendo um aumento desordenado de poços semiartesianos para
abastecimento das propriedades rurais.
A Região praticamente não apresenta áreas sujeitas à alagamentos ou
encharcamentos e assoreamento de corpos hídricos em decorrência do relevo
escarpado, embora a planície do Rio Jucu Braço Norte possa constituir em futura
área favorável ao encharcamento e assoreamento de seu leito durante estação
chuvosa.
Outro problema ambiental que pode ser agravado pela ação da chuva é a
instabilização de taludes, causado por ações antrópicas, como; construções de
estradas, extração mineral e retirada de material argiloso ou arenoso.
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As condições atmosféricas desempenham, então, forte influência sobre a Região
Serrana, sendo de fundamental importância o conhecimento desta dinâmica para o
agricultor e para os órgãos governamentais e intergovernamentais na busca de um
desenvolvimento econômico respaldado na preservação do meio ambiente.
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4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. Caracterização ambiental, morfológica e climát ica do Estado do Espírito
Santo.
Uma análise dos ambientes do Espírito Santo permite perceber que há uma grande
diversidade de ambientes em seu território. Isto pode ser visualizado no estudo
realizado por Feitoza et al. (2001), que estratifica o Estado em unidades naturais,
com o emprego de critérios que selecionam informações de clima e Solos
associadas com características de importância ecológica e desenvolvimento
socioeconômico do Estado.
Assim, em conformidade com esta metodologia, o Estado apresenta 31,20% de
terras quentes, acidentadas e secas (Zona 6); 16,20% de terras quentes, planas e
secas (Zona 9) ;11,80% de terras de temperaturas amenas, acidentadas e chuvosas
(Zona 2); 11,20% de terras quentes, planas e transição chuvosa/seca (Zona 8);
8,70% de terras frias, acidentadas e chuvosas (Zona 1);6,90% de terras terras de
temperaturas amenas, acidentadas e chuvosa/seca (Zona 3); 6,70% de terras
quentes, acidentadas e transição chuvosa/seca (Zona 5); 4,10% de terras quentes,
acidentadas e secas (zona 4); 3,20% de terras quentes, planas e chuvosas (Zona 7)
que configuram, juntas, os ambientes do Espírito Santo.
É possível identificar três macroformas distintas (Região Serrana, Planícies
Costeiras e Tabuleiros) que caracterizam os principais ambientes do Estado, embora
ocorram variações dentro de cada zona, Cepemar 1 (2004).
De acordo com Cepemar 1 (apud ANTUNES et al, 1985), o Estado do Espírito Santo
é cortado no sentido Norte-Sul por uma faixa de escarpas e maciços modelados em
rocha cristalina, correspondente ao Escudo Brasileiro Atlântico, que constitui o seu
principal substrato geológico (Figura 1). Sua composição é basicamente relacionada
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42°30'0"W
42°0'0"W
42°0'0"W
41°30'0"W
41°30'0"W
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40°30'0"W
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µ
Fonte de Dados: IBGE, 2002 Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr.Alexandre Rosa dos Santos
0 50.00025.000m
Legenda:
Limite Municipal
Municípios da Região Serrana
Classificação Geológica
Rochas gnáissicas de origem magmática e/ou sedimentar de médio grau metamórfico e rochas graníticas desenvolvidas durante o tectonismo
Rochas magmáticas de composição félsica e máfica
Sedimentos arenosos e argilo-carbonáticos de grau metamórfico fraco a médio
Sedimentos arenosos e argilosos, podendo incluir níveis carbonosos do Terciário
Sedimentos relativos a aluviões atuais e terraços mais antigos do Holoceno
Sequências metamórficas de origem sedimentar de médio a baixo grau metamórfico
Figura 1: Mapa de Geologia do Espírito Santo
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a terrenos cristalinos muito antigos (arqueozóicos e proterozóicos), sendo dominada
pelas províncias geológicas relacionadas aos escudos e núcleos do complexo
cristalino e aos sedimentos antigos, primários e secundários. Os terrenos mais
antigos do Brasil e, conseqüentemente os tectonicamente mais estáveis atualmente,
são formados por três grandes crátons, que conSolidaram-se há mais de 1,7 bilhões
de anos. Estes crátons estão envolvidos por cinturões móveis, formados entre 0,5 e
1,7 bilhões de anos, destacando-se o Cinturão Móvel Costeiro, que margeia a
porção oriental do Craton de São Francisco, sobre o qual se encontra grande parte
do Estado do Espírito Santo (CEPEMAR 1, apud ALMEIDA, 1981).
Segundo Cepemar 2 (2005), o relevo do Estado é composto em parte pelo Planalto
Atlântico, caracterizado como áreas peneplanizadas, com morros em forma de
“meia-laranja” (“mamelonares” ou “mares de morros”), com altitudes entre 10 a 20 m
e 1.100 a 1.300 m e também por Planície Costeira (Figura 2). A faixa de Planície
corresponde a 40% da área total do Estado, constituídas por terras baixas de
acumulação marinha, na presença de baixadas com terrenos alagadiços, praias,
lagoas, restingas e tabuleiros.
De acordo com Cepemar 1 (2005), a floresta tropical está presente nas escarpas
terminais e setores serranos “mamelonizados” dos planaltos acidentados. Em
regiões de altitudes mais elevadas ocorrem enclaves de bosques de araucária; em
planaltos interiores, surgem manchas de cerrados, onde são perceptíveis cuestas,
topografias “ruiniformes” e setores de vales com esporões sucessivos e
escalonados. É expressiva a presença das zonas de transição com domínio do
cerrado (domínio dos chapadões intertropicais interiores com cerrados e florestas-
galerias), da araucária (domínio dos planaltos subtropicais com araucárias) e da
caatinga (domínio das depressões intermontanas e interplanálticas semi-áridas).
A região do Estado do Espírito Santo é litorânea, portanto sofre pressões de ventos
como o anticiclone semifixo do Atlântico Sul e o anticiclone polar móvel. Segundo a
classificação de Koppen, o clima é Aw – quente e úmido (tropical chuvoso), com
chuvas no verão e seca no inverno (sub-seca no mês de agosto), (Figura 3). A
temperatura média mensal varia entre 18 e 24°C, cor respondendo a uma amplitude
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42°30'0"W
42°0'0"W
42°0'0"W
41°30'0"W
41°30'0"W
41°0'0"W
41°0'0"W
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40°30'0"W
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µ
Fonte de Dados: IBGE, 2002 Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr.Alexandre Rosa dos Santos
0 50.00025.000m
Legenda:Limite Municipal
Municípios da Região Serrana
Classificação Morfológica:Chapadas, Planaltos e Patamares dos Rios Jequitinhonha/Pardo
Depressão do Rio Doce
Depressão do Rio Paraíba do Sul
Escarpas e Reversos da Serra da Mantiqueira
Planícies Fluviais e/ou Fluviolacustres
Planícies Marinhas, Fluviomarinhas e/ou Fluviolacustres
Tabuleiros Costeiros
Figura 2: Mapa de Geomorfologia do Espírito Santo
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42°30'0"W
42°0'0"W
42°0'0"W
41°30'0"W
41°30'0"W
41°0'0"W
41°0'0"W
40°30'0"W
40°30'0"W
40°0'0"W
40°0'0"W
39°30'0"W
39°30'0"W
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20°3
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19°3
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18°3
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18°3
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S
18°0
'0"S
18°0
'0"S
21°3
0'0"
S
µLegenda:
Limite Municipal
Municípios da Região Serrana
Classificação Climática
Semi-Úmido
Super-Úmido
Úmido
Fonte de Dados: IBGE, 2002 Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr.Alexandre Rosa dos Santos
0 50.00025.000m
Figura 3: Mapa de Climas do Espírito Santo
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de aproximadamente 6 °C e os índices pluviométricos médios anuais encontram-se
em faixas de até 1000 mm e de 1000 a 2000 mm, situação também registrada no
Estado (CEPEMAR 3, 2005).
A interferência da orografia sobre o fator regional (mecanismo atmosférico),
determina uma série de variedades climáticas, tanto no que se refere à temperatura
quanto à precipitação. Devido a isto a diversificação climática é grande, porém o
Estado possui uma unidade climatológica específica, pois se encontra sob uma zona
onde frequentemente o choque entre o sistema de altas tropicais e o sistema de
altas polares se dá em equilíbrio dinâmico. O Estado é bem regado por chuvas, no
entanto a distribuição deste fenômeno se faz de modo muito desigual ao longo do
espaço territorial e ao longo do ano (CEPEMAR 3, 2005).
4.2. Caracterização morfológica, ambiental e climát ica da Região Serrana do
Estado do Espírito Santo.
4.2.1. Caracterização morfológica e ambiental da Re gião Serrana
De acordo com Vale (2004), o Projeto RadamBrasil (IBGE, 1983) insere a Região
Serrana nas Folhas SE.24 Rio Doce e SF.23/24 Rio de janeiro/Vitória. A Região foi
denominada de cinturão Ribeira (BRASIL, 1987) em conformidade com Almeida
(1973), bem como de Província Estrutural Mantiqueira (Brasil, 1987), também
baseada em Almeida (1967), ou simplesmente de embasamento retrabalhado. Vale
divide a Região Serrana em duas unidades morfoestruturais; os dobramentos
remobilizados e os maciços plutônicos (Tabela 1).
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Tabela 1: Unidades Geomorfológicas da Região Serrana.
1° NÍVEL
ZONAS
FITOGEOGRÁFICAS
2° NÍVEL
UNIDADES
MORFORESTRUTURAIS
3° NÍVEL
UNIDADES
MORFOESCULTURAIS
PADRÕES FISIONÔMICOS DAS FORMAS
FORMAS DE
RELEVO LITOLOGIA SOLOS
COBERTURA
VEGETAL/USO
ASPECTOS MORFODIÂ
MICOS
1 DOMÍNIO FITOCLIMÁTI
CO TROPICAL ÚMIDO –
MATA ATLÂNTICA
Estruturas Dobradas Remobilizadas
Planaltos Dissecados de
Altitudes Médias
Formas de Relevo em morros com topos convexos vertentes
inclinadas e vales estreitos e bem entalhados com declividade acima de 20% - Alt. 200 – 600m
Biotita-xistos,
Quartizitos e Quartzo-
biotita, xistos e filitos
LatosSolo Vermelho-Amarelos álicos distróficos, argilosos a muito argilosos
Floresta Ombrófila
Densa Montana
Alta densidade de canais de drenagem, vertentes muito inclinadas, vales estreitos, Solos profundos e bem drenados.
Muito suscetível à erosão laminar e em Sulcos face à elevadas declividades. Ocorrência de deslizamentos de terra.
Maciços Plutônicos Planaltos e Serras
de Cimeira Regional
Formas de Relevo em morros altos e serras com topos aguçados e/ou convexizados.
Vertentes longas e íngremes vales muito entalhados, com declividade de 30 a 40% - Alt. 800 – 900m
Gnaissesbandeados e
migmatitos e granitos
porfiríticos
LatosSolos Vermelho-Amarelos álicos distróficos, argilosos a muito argilosos e ArgisSolos Vermelho-Amarelos eutróficos
CambisSolos hísticos distróficos
Floresta Alto
Montana
Relevos fortemente dissecados com vales muitos estreitos e entalhados, vertentes longas e muito inclinadas. Solos rasos associados a profundos médios. Muito suscetível à erosão laminar e em Sulcos, bem como aos deslizamentos de terra e rolamento de blocos rochosos.
De acordo com Cepemar 1 (2004), o domínio morfoestrutural representado pela
Faixa de Dobramentos Remobilizados na região geomorfológica denominada de
Mantiqueira Setentrional, possui unidade geomorfológica caracterizada como
Patamares Escalonados do Sul Capixaba. Este domínio morfoestrutural se estende
por uma ampla região no Sul do Estado do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo
e Rio de Janeiro, sendo dividido em várias regiões geomorfológicas, e estas, por
sua vez, subdivididas em unidades geomorfológicas distintas (Figuras 4 e 5).
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FIGURA 4: Carta SF24 Rio de Janeiro/Vitória. Classificação Geomorfológica
FIGURA 5: Carta SE23 Rio Doce. Classificação Geomorfológico
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Segundo Cepemar 3 (2005), a unidade geomorfológica da Região Serrana é
denominada de Patamares Escalonados do Sul Capixaba, e recebeu esta
denominação por constituir conjuntos de relevos que funcionam como degraus de
acesso aos seus diferentes níveis topográficos, distinguindo-se três compartimentos
morfológicos distintos, que compreendem o patamar ocidental, o topo do planalto e
o patamar oriental.
O patamar oriental é caracterizado por um elevado bloco basculado para leste, com
presença pronunciada de Sulcos estruturais, orientados no sentido aproximado
Norte-Sul, e falhas menores intercruzadas. Os pontões rochosos constituem feição
notável dos modelados diferenciais deste setor, onde os rios possuem orientação
nitidamente estrutural com vales encaixados em forma de “V”, geralmente com
leitos pedregosos e encachoeirados. O relevo, portanto é acidentado, fortemente
declivoso, apresentando muitas vezes afloramentos rochosos, sendo visíveis os
sinais de escorregamento de terra e intensos ravinamentos proporcionados pelas
formações superficiais e pela devastação da vegetação florestal primária,
substituída principalmente por pastagens e lavouras (CEPEMAR 1, 2005).
Segundo Cepemar 4 (2004), o do topo do planalto e o patamar ocidental
apresentam-se com dissecação mais homogênea, sendo este último mais uniforme,
com relevos dissecados em formas colinosas. O setor correspondente ao Topo do
Planalto possui formas mais alongadas, as encostas retilíneas ou convexas e os
topos assumem feições convexizadas. Os fundos de vales são geralmente
colmatados por material vindo das encostas, formando alvéolos de pequena
extensão lateral por onde correm pequenos rios meandrantes. O setor
correspondente ao Patamar Ocidental tem um aspecto mais uniforme e o relevo é
menos acidentado. A existência de ravinamentos é perceptível e associa-se
inclusive às características texturais finas e arenosas dos colúvios que recobrem os
relevos. É muito comum, em escala ampla, a presença de vales abertos e
colmatados, possuindo às vezes trechos de gradiente suaves e sinuosos, cortados
por uma drenagem ao que tudo indica muito recente já que a origem desses
depósitos localiza-se nos ravinamentos das encostas.
28
De acordo com Azevedo et al. (1978), uma boa forma de se complementar o estudo
do relevo da Região Serrana do Estado do Espírito Santo é dando uma idéia da
variação da altitude, o que se consegue, traçando-se uma reta do oceano à divisa
com o Estado de Minas Gerais e esquematizando as altitudes. A representação da
variação de altitude na Região Serrana foi feita a partir de uma reta que vai da
Ponta da Fruta passando por Domingos Martins até Afonso Cláudio (Figura 6). A
faixa litorânea com altitudes menores que 200 metros é de aproximadamente 15
Km, a partir daí a altitude se eleva rapidamente e nas proximidades de Domingos
Martins, a 35 Km do oceano, ultrapassa os 500 metros e continua em ascensão até
pouco mais de 800 metros onde encontra o leito do Braço Norte do Rio Jucu. A
ascensão da altitude continua rápida até aproximadamente 75 Km do oceano onde
atinge mais de 1000 metros de altitude no divisor de águas entre a Bacia do Rio
Jucu à leste, e a Bacia do Rio Guandu, afluente do Rio Doce, à oeste. A altitude
diminui chegando a 400 metros no Município de Afonso Cláudio e se eleva
novamente até chegar à divisa de Minas Gerais.
Figura 6: Perfil Esquemático do Relevo e Altitude da Região Serrana.
29
No âmbito da geologia, na porção centro-Sul do Estado do Espírito Santo, afloraram
as rochas proterozóicas e fanerozóicas do cinturão móvel costeiro (CEPEMAR 1,
2005).
A Tabela 2, apresenta a coluna geológica para a região de estudo, onde são
identificados o período geológico, a unidade litoestratigráfica e suas respectivas
litologias principais.
Tabela 2: Coluna Geológica da Região Serrana. Fonte: Cepemar,2005
COLUNA GEOLÓGICA DA REGIÃO DO PARQUE DE PEDRA AZUL
ERA PERÍODO UNIDADE
LITOESTRATIGRÁFICA PRINCIPAIS
LITOLOGIAS
CENOZÓICA QUATERNÁRIO DEPÓSITOS ALUVIONARES E
COLUVIONARES SEDIMENTOS FLUVIAIS ARENOSOS E
ARGILOSOS
PALEOZÓICA CAMBRIANO MACIÇO ARACÊ OU DIÁPIRO GRANÍTICO
DE PEDRA AZUL
GRANITOS E ROCHAS DERIVADAS: DIORITO, SIENOGRANITO, MONZOGRANITO
PRÉ-CAMBRIANO PRÉ-CAMBRIANO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL BIOTITA-ANFIBÓLIO GNAISSES E
QUARTZITOS
De acordo com Cepemar 1 (2005), o Complexo Paraíba do Sul foi submetido a
eventos tectonotermais ao longo de todo o Pré-Cambriano e constitui o
embasamento do Cinturão Móvel Atlântico. Devido à tectônica, grande parte das
rochas que o compõem encontram-se intimamente imbricadas com o embasamento.
O Maciço Aracê é denominado de pluton granítico situado na região de Pedra Azul,
e equivale, geologicamente, à definição de Diápiro Granítico de Pedra Azul. Os
Depósitos Quaternários são constituídos de finas camadas de material arenoso
inconsolidado que assentam diretamente sobre a rocha nos fundos de vales.
Litologicamente, os depósitos quaternários da região são constituídos por
sedimentos arenosos recentes, mal selecionados, que são trazidos pelos rios que
drenam a região.
30
4.2.2. Caracterização Climática da Região Serrana
Fatores como a latitude, relevo, entre outros agem sobre o clima de determinada
região em interação com os sistemas regionais de circulação atmosférica. Portanto,
para caracterizar a climatologia da Região Serrana é necessário analisar tanto os
fatores estáticos quanto dinâmicos (CEPEMAR 5, 2005).
O fator estático que influencia diretamente a climatologia da área de estudo é a sua
posição geográfica haja visto um relevo montanhoso com altitudes que podem
ultrapassar a 1000 metros e a sua latitude, considerando que a área encontra-se em
latitudes tropicais.
Segundo Feitoza et al, as zonas naturais que comportam a macroforma da região
serrana são distribuídas da seguinte forma: predomínio da zona natural 1 (terras
frias, acidentadas e chuvosas); seguida pela zona 3 (terras de temperaturas
amenas, acidentadas e transição chuvosa/seca); zona 2 (terras de temperaturas
amenas, acidentadas e chuvosas); zona 6 (terras quentes, acidentadas e secas);
zona 4 (terras quentes, acidentadas e chuvosas); zona 5 (terras quentes
acidentadas e transição chuvosa/seca). Esta distribuição pode ser observada na
Figura 7.
De acordo com Gomes et al. (1978), na maior parte do Estado do Espírito Santo a
temperatura é elevada durante todo ano, fato que não ocorre na zona serrana onde
o clima é ameno. As isotermas anuais caracterizam-se pelos contrastes
condicionados pelo relevo. As chuvas também estão condicionadas ao relevo; os
valores crescem do litoral para o interior (1000 até 1750 mm) chegando em alguns
pontos até 2000 mm atingindo o seu máximo na linha de crista da zona serrana.
31
Conceição do Castelo Venda Nova do
Imigrante
Domingos Martins
Afonso Cláudio
Brejetuba
Laranja da Terra
Itaguaçú
São Roque do Canaã
Santa Tereza
Itarana
Santa Maria de Jetibá
Santa Leopodina
Marechal Floriano
41°20'0"W
41°20'0"W
41°0'0"W
41°0'0"W
40°40'0"W
40°40'0"W
40°20'0"W
40°20'0"W
20°20'0"S20°20'0"S
20°0'0"S20°0'0"S
19°40'0"S19°40'0"S
20°40'0"S
µ0 20.00010.000
m
Legenda:
Zona Naturais
Zona 6:Terras quentes, acidentadas e secas
Zona 3:Terras de temperaturas amenas,acidentas, chuvosa/seca
Zona 2:Terras de temperaturas amenas,acidentas e chuvosas
Zona 1:Terras frias, acidentadas e chuvosas
Zona 4:Terras quentes, acidentadas e chuvosas
Municípios da Região Serrana
Fonte: EMCAPA/NETPUT (1999) Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr. Alexandre Rosa dos Santos
Figura 7: Zonas Naturais da Região Serrana.
32
De acordo com Vale (2004), pode-se identificar três tipos climáticos na Região
Serrana segundo a classificação de Koopen (Figura 8):
� Cfa: Clima Mesotérmico úmido, sem estiagem em que a temperatura média do
mês mais quente é maior que 22ºC, apresentando o mês mais seco mais de 60 mm
de chuva. Gomes et al. (1978), afirma que este clima ocorre nas encostas da zona
serrana voltadas para o litoral em altitudes entre 300 a 650 metros.
� Cfb: Clima mesotérmico úmido, sem estiagem em que a temperatura média do
mês mais quente não atinge 22ºC. Segundo Vale (2004), o clima mesotérmico da
região serrana é devido à altitude, com temperatura média de 20ºC e mínima de
13ºC. Outro fator que influencia a moderação da temperatura é a localização
geográfica, próxima à encosta, que intercepta os ventos do litoral, provocando as
chamadas chuvas orográficas, especialmente no verão, mas também freqüentes no
inverno.
� Cwa: Clima mesotérmico de inverno seco em que a temperatura média do mês
mais frio é inferior a 18ºC e a do mês mais quente ultrapassa 22ºC.
De acordo com Gomes et al. (1978), o clima é relativamente fresco devido à altitude,
apesar de cessar a influência da serra no aumento das precipitações.
O fator dinâmico, ou as circulações atmosféricas que atuam na área de estudo é
baseado na ação de centros de alta pressão, ou anticiclônicos, e de baixa pressão,
ou ciclônicos. De um modo geral, os anticiclones são fonte de dispersão de ventos,
determinando tempo estável, e os ciclones são fonte de atração de vento
(CEPEMAR 5, 2005).
De acordo com Cepemar 3 (2005), a região do Estado do Espírito Santo é litorânea,
portanto sofre pressões de ventos como o anticiclone semifixo do Atlântico Sul e o
anticiclone polar móvel. O anticiclone semifixo do Atlântico Sul é responsável pelas
condições de bom tempo como insolação, altas temperaturas e ventos alísios (o
encontro dos ventos dos dois hemisférios) que ocorrem na Costa Leste do Brasil.
33
Conceição do Castelo Venda Nova do
Imigrante
Domingos Martins
Afonso Cláudio
Brejetuba
Laranja da Terra
Itaguaçú
São Roque do Canaã
Santa Tereza
Itarana
Santa Maria de Jetibá
Santa Leopodina
Marechal Floriano
Cwa
Aw
Cfa
Cfb
Am
Aw
Am
41°20'0"W
41°20'0"W
41°0'0"W
41°0'0"W
40°40'0"W
40°40'0"W
40°20'0"W
40°20'0"W
20°20'0"S20°20'0"S
20°0'0"S20°0'0"S
19°40'0"S19°40'0"S
µ
0 10.000m
Fonte: Moraes,1974 apud Cáudia Vale,2004 Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr. Alexandre Rosa dos Santos
Mapa climático da Região Serrana segundoclassificação de Köppen
Legenda:
Municípios da Região Serrana
Classificação Climática:
Am - Quente/Sem Seca/Encosta Úmida
Aw - Quente/Com Seca/Baixada
Cwa - Com Seca/Verão Quente
Cfb - Sem Seca/Verão Brando
Cfa - Sem Seca/Verão Quente
TROPICAL
MESOTÉRMICO
Figura 8: Mapa da classificação Climática da Região Serrana.
34
O anticiclone polar móvel é o centro de pressão responsável pelas intrusões das
frentes frias, provenientes do extremo Sul do continente (nebulosidade, baixas
temperaturas e ventos do quadrante Sul), (Figura 9).
Figura 9: Mapa das zonas de alta e baixa pressão. Fonte: Cepemar, 2005.
De acordo com Cepemar 5 (2005), na Região Sudeste prevalecem três tipos de
Sistemas de Circulação Instáveis ou Perturbadas: Frentes Polares (FP), as
Instabilidades Tropicais (IT) e as ondas de Leste (EW). As frentes polares são
oriundas do Anticiclone Polar Marítimo da América do Sul e estão associadas a
freqüentes instabilidades e chuvas provocadas pelas frentes frias que duram dois ou
mais dias. As Instabilidades Tropicais (IT) são outras correntes perturbadas, sendo
formadas principalmente entre a primavera e o outono, e são formadas a partir dos
avanços das frentes polares que provocam as chuvas de verão, que duram poucos
minutos. As ondas de leste (EW) não são tão comuns no Estado, mas podem ocorrer
principalmente no inverno. São correntes perturbadas que ocorrem na origem dos
anticiclones tropicais e formam chuvas abundantes durante sua passagem.
35
Nimer (1979), afirma que as Instabilidades Tropicais (IT) são correntes perturbadas,
formadas principalmente entre a primavera e o outono, especialmente no verão,
quando grande parte do Brasil é invadida por ventos de W a NW. As ITs são
formadas a partir dos avanços das frentes polares, onde convergem ventos do
quadrante N, que em contato com ar frio polar dão origem a ciclones dos quais
surgem as ITs, praticamente normais às frentes polares.
De acordo com o INPE (2005), outro fator climático que pode afetar a Região Sudeste,
porém em menor freqüência, é o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS),
caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Pacífico Equatorial
Oriental. Na região sudeste brasileira, durante o ENOS, há um moderado aumento
das temperaturas médias, inclusive no inverno, e chuvas acima da média.
O sistema de baixa pressão em superfície conhecido como Baixa do Chaco localizado
sobre o Paraguai também influencia o clima da Região Sudeste, as frentes frias ao
ingressarem no Sul do país, associam-se a ele e intensificam-se. Neste período,
freqüentemente ficam semi-estacionados no litoral do Sudeste, devido à presença de
vórtices ciclônicos em altos níveis na Região Nordeste (INPE, 2005).
4.3. Aspectos sócio - econômicos da Região Serrana
Segundo o IBGE, a população total da Região Serrana é 347.524 habitantes, ou
seja, 11.2 % da população total do Estado.
De acordo com o Instituto Jones Santos Neves (IPES), na região Serrana, o setor
agropecuário é de grande importância para a economia, pois é uma das atividades
que mais gera renda e postos de trabalho, sendo o café (principalmente o arábica),
olerícolas e hortículas os produtos mais cultivados. A maior concentração da
produção está em altitudes entre 600 e 1.200m, onde predominam agricultores de
origens alemã e italiana, em terras frias, ou de temperaturas amenas, acidentadas e
chuvosas. A existência de tais culturas é proporcionada, além do clima, pela
topografia acidentada haja visto a predominância de montanhas.
36
A produção é realizada em pequenas áreas com uso intensivo de adubos,
fertilizantes, além de microtratores, devido às características do relevo. A atividade
holerícula está em franca expansão, ocupando antigas pastagens e caracterizando-
se pela dominância de pequenas propriedades, de mão-de-obra de base familiar e
de localização próxima ao mercado consumidor da Grande Vitória. Ressalta-se a
prática de uso do fogo para a derrubada de vegetação e posterior ocupação com
culturas agrícolas (IPES, 2005).
A atividade mineral de extração de rochas ornamentais, exploração de granito e
áreas de empréstimo também é expressiva, destacando-se nessa atividade os
municípios de Venda Nova do Imigrante e Conceição do Castelo. O turismo é
também uma atividade importante para a região. Trata-se de um turismo de
montanha, especificamente o agroturismo, voltado para atrativos climatológicos,
ambientais e todo bucolismo do mundo rural e suas raízes da colonização européia.
Os atributos naturais da região e a infra-estrutura existente potencializam a
especulação imobiliária que muitas vezes é prejudicial pela reduzida capacidade
atual de esgotamento sanitário e de controle da poluição ambiental (CEPEMAR 1,
2005).
4.4. Elementos Meteorológicos
De acordo com Vianello et al. (1991), os elementos climáticos são grandezas
meteorológicas que comunicam ao meio atmosférico suas propriedades e
características peculiares. Os principais elementos são: temperatura, umidade,
chuva, vento, nebulosidade, pressão atmosférica e radiação Solar.
37
4.4.1. Temperatura
Segundo Vianello et al. (1991), temperatura é definida como sendo a quantidade de
energia absorvida pela atmosfera após a propagação do calor absorvido pelo
planeta nas porções sólidas e líquidas.
Ometto (1981), afirma que o balanço de radiação na superfície do Solo começa a
ser positiva quando o ar em contato com o Solo começa a ser aquecido por
condução e a partir daí, expande-se, eleva-se e é substituído por ar de maior
densidade. As células de circulação fazem com que o ar como um todo tenha sua
temperatura aumentada continuamente sendo que o ar de junto do Solo aquece
mais rápido e intensamente.
Ometto também afirma que após a temperatura máxima (balanço da radiação
positivo), a temperatura do ar diminui como conseqüência da diminuição da
temperatura do Solo. Quando o balanço de radiação torna-se negativo, estabelece-
se um fluxo de calor por condução do ar para a superfície, logo as diversas camadas
tendem a se acamar. O processo se intensifica continuamente no correr da noite até
a nova inversão no balanço de radiação.
38
4.4.2. Precipitação Pluvial
A precipitação é o resultado final, já em retorno ao Solo, do vapor d’água que se
condensou e se transformou em gotas de dimensões suficientes para quebrar a
tensão de suporte, e cair. Essa água em trânsito entre nuvem e Solo, chamada
chuva, tem aparentemente regular seu aspecto quantitativo para cada local no
globo, mas sua distribuição, durante o ciclo anual é declaradamente irregular
(OMETTO, 1981).
Santos (2002), afirma que a precipitação é máxima na região equatorial e decresce
com o aumento da latitude em direção aos pólos, porém as isoietas de mapas de
precipitação anual mostram que outros fatores, além do geográfico, têm grande
influência sobre a distribuição da precipitação, são eles: latitude, distância do mar ou
de outras fontes de água, altitude, orientação das encostas e vegetação.
Ometto (1981), afirma que na natureza a precipitação pode ser a mais variável
possível, desde minúsculas gotículas, com massa somente suficiente para
desequilibrar as forças de sustentação, como violentas tormentas. Os diferentes
tipos de precipitações diferem quanto às suas origens, destacando-se:
� Chuvas Leves; ocorrem geralmente por processos associados de injeção de vapor
d’agua em uma superfície umidecida com maior energia, com o ar menos energético
situado acima, e posterior acréscimo de resfriamento dessa massa de ar.
� Chuvas Intensas; resultam dos movimentos convectivos de origem térmica,
ocasionando às chamadas chuvas locais.
� Chuvas Frontais; resultam do encontro de diferentes massas de ar. As massas de
ar mais efetivas na promoção de chuvas são as chamadas massas frias, ou “frentes
frias”. Elas se originam nos pólos terrestres, possuem baixa energia interna e alta
densidade. São chamadas de alta pressão, pois se assemelham a densos fluidos
caminhando dos pólos em direção ao equador terrestre.
39
� Chuvas Orográficas; ocorrem quando uma massa de ar quente e úmida, em seu
movimento advectivo encontra-se com uma montanha, e é forçada a se elevar. Ao
elevar-se a massa de ar resfria-se adiabaticamente havendo condensação do vapor,
formação de nuvens e ocorrência de chuvas convectivas. Quando os ventos
conseguem ultrapassar a barreira montanhosa, do lado oposto projeta-se a sombra
pluviométrica, dando lugar a áreas secas ou semi-áridas causadas pelo ar seco, já
que a umidade foi descarregada na encosta oposta. As chuvas geralmente são de
pequenas intensidades, mas grande duração.
� Chuva Convectiva; São chamadas de chuvas de verão e ocorrem quando há
brusca ascensão local de ar menos denso que atinge seu nível de condensação com
formação de nuvens e, muitas vezes, precipitações. São geralmente, chuvas de
grande intensidade e de pequena duração, restritas a áreas pequenas.
4.4.3. Umidade Relativa
De acordo com Tucci (2001), a umidade atmosférica é um elemento essencial do
ciclo hidrológico. Ela é a fonte de todas as precipitações e controla enormemente a
taxa de evaporação do Solo e reservatórios, como também a transpiração dos
vegetais. A umidade do ar refere-se unicamente ao vapor de água contido na
atmosfera, não levando em consideração a água nos estados líquido e sólido.
Segundo Vianello et al. (1981), as variações da umidade relativa do ar, estão
diretamente relacionadas a pressão de vapor d’água e com a temperatura. Para uma
temperatura constante, a umidade relativa aumenta com a pressão de vapor,
entretanto quando a umidade relativa sofre influências simultâneas de temperatura e
da pressão de vapor, a relação direta entre a umidade relativa e a pressão é
sobrepujada pela relação inversa entre a temperatura e a umidade relativa.
Vianello ressalta também a importância da umidade relativa do ar sobre as diversas
atividades do homem e sobre a sua própria saúde. Tanto o excesso como a baixa
40
umidade causam problemas diversificados para a agricultura e para saúde humana,
como as doenças respiratórias.
4.4.4. Evapotranspiração
A evapotranspiração é o processo conjugado da transpiração vegetal e da
evaporação que a vegetação apresenta. A transpiração vegetal ocorre através dos
estômatos e da cutícula das plantas, utilizando a água que o seu sistema radicular
absorveu ao longo do perfil de Solo explorado. A evaporação corresponde a perda
da água depositada na superfície vegetal e da água contida no Solo (Tubelis, 1992).
O termo evapotranspiração é empregado para exprimir a transferência de vapor
d’água para a atmosfera, proveniente de superfícies vegetadas. A evapotranspiração
engloba duas contribuições: a evaporação da umidade existente no substrato (Solo
e água) e a transpiração resultante da atividade biológica dos seres vivos que o
habitam (SILVA, 2005).
4.4.5. Velocidade do Vento
De acordo com Ometto (1981), o aquecimento diferencial da terra possibilita haver
sobre as regiões mais aquecidas ar atmosférico com menor densidade. Por sua vez,
regiões mais frias, possuem sobre si, ar atmosférico mais denso. A força resultante
da necessidade do equilíbrio das diferentes densidades do ar atmosférico
estabelece variações na pressão atmosférica, propiciando o aparecimento de
gradientes de pressão de características horizontais. Esse gradiente de pressão
estabelece o aparecimento de uma quantidade de movimento (Momentum) na
massa de ar e essa quantidade de movimento, tanto é maior, quanto maior for o
gradiente de pressão. O momentum da massa de ar é o vento, e ele possui a
característica de se transferir parcialmente a todo obstáculo que lhe oferece,
41
dependendo do obstáculo e da intensidade do processo de transferência, ele pode
vir a ser altamente danoso.
4.4.6. Pressão Atmosférica
Denomina-se pressão atmosférica, o peso exercido por uma coluna de ar, com
secção reta de área unitária, que se encontra acima do observador, em um dado
instante e local. Fisicamente, representa o peso que a atmosfera exerce por unidade
de área (SILVA, 2005).
Segundo Vianello et al. (1991), a pressão atmosférica acha-se sujeita a influência de
inúmeros fatores, daí variar também em diversas circunstâncias, apresentando
variações verticais, horizontais, diárias e anuais. A pressão varia com a aceleração
gravitacional, com a densidade do ar e, consequentemente, com a temperatura.
4.4.7. Radiação Solar
O Sol é a fonte primária de toda a energia disponível aos processos naturais,
ocorrentes na superfície da terra. A produção de energia pelo Sol é um fator
constante, mas a que alcança a superfície do Solo em um local qualquer não o é,
devido à inclinação do eixo da terra em relação ao equador Solar e a posição
relativa terra-Sol alterada a cada instante. Portanto, um mesmo local sobre o globo
terrestre, recebe durante o ano, quantidades diferentes de energia Solar (OMETTO,
1981).
Ometto (1981), também afirma que a energia recebida pela terra (radiação Solar) se
dá na forma de ondas eletromagnéticas, provenientes do Sol. Ela é a fonte primária
42
de energia que o globo terrestre dispõe, e a sua distribuição variável é a geratriz de
todos os processos atmosféricos.
4.4.8. Balanço Hídrico
Segundo Tubelis (1992), o balanço hídrico é um método de se calcular a
disponibilidade de água no Solo para as comunidades vegetais. Contabiliza a
precipitação perante a evapotranspiração potencial, levando em consideração a
capacidade de armazenamento de água no Solo. O excedente hídrico representa a
quantidade de água das precipitações que não teve possibilidade energética de ser
utilizada. A deficiência hídrica representa a fração da evapotranspiração potencial
que não foi utilizada por limitação de disponibilidade hídrica.
Vianello et al. (1991), afirma que a limitação da classificação climática de Köppen,
apesar de sua ampla utilização, é a falta de base racional na seleção de valores de
temperaturas e de chuvas para diferentes zonas climáticas. Em 1948, Thornthwaite
propôs superar essa dificuldade, introduzindo um Balanço Hídrico em sua
classificação. A classificação climática proposta por Thornthwaite torna-se
indispensável estimar a evapotranspiração potencial. A partir deste parâmetro e da
precipitação pluvial medida na mesma região, estimam-se inúmeros outros
parâmetros, inclusive o excesso e a deficiência hídrica.
4.5. Massas de Ar e Frentes
De acordo com Silva (2005), a expressão massa de ar é usada especificamente para
designar uma grande porção da atmosfera, cobrindo milhares de quilômetros da
superfície terrestre e que apresenta uma distribuição vertical aproximadamente
uniforme, tanto de temperatura, como da umidade. Ela é formada quando uma
considerável porção da atmosfera estabelece um prolongado contato com uma vasta
região, cuja superfície possui características aproximadamente homogêneas
(oceanos, grandes florestas, extensos desertos, amplos campos de gelo).
43
Frente é uma zona de transição entre duas massas de ar de densidades diferentes.
Geralmente, uma massa de ar é mais quente e úmida do que a outra. Massas de ar
estendem-se horizontalmente e verticalmente; consequentemente, a extensão de uma
frente é chamada de superfície frontal ou zona frontal. (SANTOS, 2002, p.62).
Quando ocorre o encontro entre duas massas de ar, de diferentes características, elas
não se misturam imediatamente. Ao invés disso, a massa mais quente, menos densa,
sobrepõe-se à massa menos quente, mais densa. (VIANELLO et al., 1991, pg. 316).
A classificação das frentes é de acordo com as características térmicas das massas
de ar que as seguem, em quentes e frias. Uma frente é dita fria quando sua passagem
por um determinado local da superfície terrestre provoca a substituição do ar quente
que ali existia por ar frio. Já a passagem de uma frente quente por um determinado
local da superfície, acarreta a substituição de ar frio por ar quente (SILVA, 2005).
4.6. Sistemas de Informações Geográficas
De acordo com ASPIAZÚ e BRITES (1989), os sistemas de informações geográficas
são técnicas empregadas na integração e análise de dados provenientes das mais
diversas fontes, como imagens fornecidas por satélites terrestres, mapas, cartas
climatológicas, censos, e outros.
O SIG se estende além das capacidades técnicas de codificar, armazenar e
recuperar dados espaciais e/ou geográficos. Em sentido mais amplo, os dados em
um ambiente de geoprocessamento (aspectos da superfície terrestre) representam o
mundo real, físico onde cada aspecto, variável, característica e/ou propriedade deste
mundo real é representado por um único mapa (plano ou camada de informação)
formando um conjunto (BURROUGH, 1998).
Segundo Rocha (2002), SIG é um conjunto poderoso de ferramentas para coletar,
armazenar, recuperar, transformar e visualizar dados sobre o mundo real para um
44
objetivo específico. Esta definição enfatiza as ferramentas de SIG: hardwares,
softwares, banco de dados e Sistemas de Gerência de Bancos de Dados.
Seguindo esta abordagem Teixeira et al. (1992), consideram como informação
geográfica o conjunto de dados cujo significado contém associações ou relações de
natureza espacial. Esses dados podem ser representados em forma gráfica (pontos,
linhas, polígonos), numérica (caracteres numéricos) ou alfanumérica (combinação
de letras e números).
O SIG, possui a capacidade de analisar as relações taxonômicas e topológicas entre
variáveis e entre localidades constantes da sua base atualizável de dados
georreferenciados. Os SIGs permitem, assim, uma visão holística do ambiente e,
através de análises sinópticas ou particularizadas, propiciam a aplicação de
procedimentos heurísticos à massa de dados ambientais sob investigação (ROCHA,
2002).
4.7. Sensoriamento Remoto
Santos (1989), afirma que Sensoriamento Remoto consiste na utilização conjunta de
modernos instrumentos (sensores), equipamentos para processamento e
transmissão de dados e plataformas (aéreas ou espaciais) para carregar tais
instrumentos e equipamentos, com o objetivo de estudar o ambiente terrestre
através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e
as substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas
manifestações.
Santos também afirma que o sensoriamento remoto retrata a obtenção e análise de
informações sobre materiais (naturais ou não), objetos ou fenômenos que ocorrem
na superfície dos planetas, utilizando a energia eletromagnética refletida e/ou
emitida dos materiais estudados que são registrados por dispositivos situados à
distância dos mesmos (sensores).Os sensores podem ser passivos ou ativos, sendo
45
que os passivos utilizam fonte de energia externa, como a luz Solar e os ativos
fornecem energia para imagear, como é o caso do Radar.
O sensor é um dispositivo capaz de responder à radiação eletromagnética em
determinada faixa do espectro eletromagnético, registrá-la e gerar um produto numa
forma adequada para ser interpretada pelo usuário (SANTOS, apud ROSA, 1992).
4.7.1. Satélites Meteorológicos
Rocha (2000), afirma que os satélites meteorológicos são de órbitas
geoestacionárias, localizados em órbitas altas (36.000 Km acima da Terra) no plano
do Equador, deslocando-se com a mesma velocidade angular e direção do
movimento de rotação da Terra.
De acordo com Moreira (2003), os satélites meteorológicos são equipados com
radiômetros infravermelhos que lhes permitem operar mesmo sobre a face escura da
Terra. Além da função de coletar dados meteorológicos, esses satélites ainda são
utilizados para comunicar, através de radielétrico, com uma série de plataformas
(balões,bóias,balizas,etc.) encarregadas de coletarem na alta atmosfera, no mar e
em regiões continentais dados de parâmetros meteorológicos, como pressão
atmosférica, temperatura, velocidade dos ventos, entre outros.
De acordo com a EMPRAPA, o satélite GOES é operado pela empresa NOAA e
possui um sistema de imageamento fundamental para a meteorologia mundial, dado
seu posicionamento privilegiado. A América do Sul e a maior parte do Oceano
Atlântico são monitoradas pelo GOES-East, responsável pela geração, a cada
quinze minutos, de imagens meteorológicas, disponibilizadas diariamente na Internet
pelo CPTEC/INPE.
46
Ainda de acordo com a EMBRAPA, o satélite METEOSAT iniciou suas atividades em
1977 como resultado de uma iniciativa da Agência Espacial Européia (ESA) para a
produção de dados primários relacionados à previsão de tempo e condições
meteorológicas. Atualmente é mantido pelo EUMETSAT, organização
intergovernamental que agrega dezoito países europeus e junto com os satélites da
série GOES, o METEOSAT completa a rede internacional de observação
meteorológica da Terra.
As Figuras 10 e 11 mostram um exemplo de imagens enviadas pelo satélite GOES e
METEOSAT.
Figura 10: Imagem do Satélite GOES, Ciclone Catarina, Fonte: CPTEC, INPE, 2004.
47
Figura 11: Satélite METEOSAT, Imagem do Brasil, Fonte: CPTEC, INPE, 2004
48
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Área de Estudo
A área de estudo limitar-se-á a Região Serrana do Estado do Espírito Santo
localizada entre as latitudes 19º 30’S e 20º 24’S e as longitudes 41º 24’W e 40º 30’W
(Figura 12).
De acordo com o IPES, a Região Serrana é formada por duas microrregiões
administrativas; Sudoeste Serrana (municípios de Afonso Cláudio, Brejetuba,
Conceição do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e
Venda Nova do Imigrante) e a Central Serrana (municípios de Itaguaçu, Itarana,
Santa Tereza, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e São Roque do Canaã).
Estas duas regiões estão inseridas na Macrorregião Metropolitana criada pela lei
complementar nº 318 de 18 de janeiro de 2005, que reestrutura a Região
Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), (Tabela 3).
5.2. Caracterização morfológica ambiental da Região Serrana
A caracterização morfológica ambiental da Região Serrana constou de uma etapa
inicial de levantamento bibliográfico com consultas a vários documentos,
destacando-se o Levantamento de Recursos Naturais do projeto RADAMBRASIL
(IBGE Ministério das Minas e Energia, 1983).
A segunda etapa é relativa à construção dos mapas de hipsometria, declividade,
aspecto do terreno e modelo sombreado do terreno a partir do Modelo Numérico do
Terreno (MNT). Por meio de download no site do IBGE, obteve-se as Cartas
Topográficas do Mapeamento Sistemático em meio digital no formato dgn
49
4
8 76
9
2
1
13
5
11
3
12
10
42°30'0"W
42°30'0"W
42°0'0"W
42°0'0"W
41°30'0"W
41°30'0"W
41°0'0"W
41°0'0"W
40°30'0"W
40°30'0"W
40°0'0"W
40°0'0"W
39°30'0"W
39°30'0"W 39°0'0"W
39°0'0"W
21°0
'0"S
21°0
'0"S
20°3
0'0"
S
20°3
0'0"
S
20°0
'0"S
20°0
'0"S
19°3
0'0"
S
19°3
0'0"
S
19°0
'0"S
19°0
'0"S
18°3
0'0"
S
18°3
0'0"
S
18°0
'0"S
18°0
'0"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
µ
FONTE: IBGE, ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva OR IENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 07/ 11/2005
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
0 30.000m
Figura 12: Mapa de Localização da Região Serrana
50
Tabela 3: Divisão em Macrorregiões de Planejamento do Estado do Espírito Santo, Fonte: IPES,
2005.
acrorregiões de Planejamento
Microrregiões Administrativas de Gestão Municípios
1 Metropolitana
1 - Metropolitana Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória.
2 - Pólo Linhares Aracruz, Ibiraçu, João Neiva, Linhares, Rio Bananal e Sooretama.
3 - Metrópole Expandida Sul Alfredo Chaves, Anchieta, Iconha, Itapemirim, Marataízes e Piúma.
4 - Sudoeste Serrana Afonso Cláudio, Brejetuba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante.
5 - Central Serrana Itaguaçu, Itarana, Santa Tereza, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e São Roque do Canaã.
2 Norte
6 - Litoral Norte Conceição da Barra, Jaguaré, Pedro Canário e São Mateus. 7 - Extremo Norte Montanha, Mucurici, Pinheiros e Ponto Belo. 8 - Pólo Colatina Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Colatina, Marilândia, Pancas
e Governador Lindenberg.
3 Noroeste
9 - Noroeste I Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Ecoporanga, Mantenópolis e Vila Pavão.
10 - Noroeste II Águia Branca, Boa Esperança, Nova Venécia, São Gabriel da Palha, São Domingos do Norte e Vila Valério.
4 Sul
11 - Pólo Cachoeiro Apiacá, Atílio Vivácqua, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Jerônimo Monteiro, Mimoso do Sul, Muqui, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul e Vargem Alta.
12 - Caparaó Alegre, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Muniz Freire e São José do Calçado.
(MicroStation). Dos diversos layers que contêm as Cartas Topográficas apenas as
curvas de nível foram utilizadas.
A base de curvas de nível foi convertida em shapefile (ESRI) e suas coordenadas
transformadas de quilômetros para metros através do SIG ArcGis 9.0 da ESRI. As
curvas de nível são de 20 metros e nelas foram inseridas manualmente cotas de
elevação, possibilitando assim, a criação do MNT.
O MNT é uma representação matemática computacional da distribuição de um
fenômeno espacial que ocorre dentro de uma região da superfície terrestre. A
estrutura de dados do MNT pode ser utilizada a partir de dois modelos: os modelos
de grade regular e os modelos de malha triangular (TIN), sendo que este último foi o
escolhido.
51
5.2.1. Mapa de Hipsometria
Para se criar o mapa de hipsometria foi necessário transformar o MNT (modelo TIN)
que estava no formato vetorial para formato raster ou matricial. Assim foi possível
reclassificar o MNT em intervalos de curvas de nível de 20 em 20 metros.
O mapa de hipsometria possui 94 classes e intervalos de 20 metros de altitude. A
classe inicial foi definida com os valores de 20 a 40 metros e a última com valores de
1880 a 1900 metros.
5.2.2. Mapa de Declividade
O MNT foi utilizado como imagem de entrada para a geração do mapa de
declividade. Esta imagem foi fatiada e, as classes de declividades discriminadas em
seis intervalos distintos sugeridos pela EMBRAPA (1979): 0-3% (relevo plano), 3-
8% (relevo suavemente ondulado), 8-20% (relevo ondulado), 20-45% (relevo
fortemente ondulado), 45-75% (relevo montanhoso), e, > 75% (relevo fortemente
montanhoso). Esta operação foi realizada utilizando a técnica de reclassificação com
base numa Tabela ASCII gerada para este propósito (Tabela 4).
Tabela 4: Classes de Declividade da Região Serrana
0 – 3 1 3 – 8 2
8 – 20 3
20 – 45 4
45 – 75 5
> 75 6
52
5.2.3. Mapa de Exposição do terreno
O cálculo da orientação do terreno foi realizado utilizando como imagem de entrada
o modelo numérico do terreno sendo que a grade de exposição do terreno gerada foi
do tipo contínua, sendo a mesma fatiada em 8 classes, conforme Figura 13 e
usando a técnica de reclassificação, de acordo com a Tabela 5.
0-360° (N)
90° (E)270° (W)
180° (S)
45°
135°215°
315°
Figura 13: Representação esquemática das classes de exposição do terreno.
Tabela 5: Classes de Exposição do Terreno da Região Serrana
0 – 45 1 45 – 90 2
90 – 135 3 135 – 180 4 180 – 225 5 225 – 270 6 270 – 315 7 315 – 360 8
53
5.2.4. Mapa do Modelo Sombreado Terreno
O mapa do sombreamento ou iluminação do relevo foi realizado a partir de uma
variável representada pela simulação do nível de luz (ou de sombra) refletida pelo
relevo ao ser iluminado pelo Sol situado numa posição geográfica determinada. As
áreas de maior declividade, que se encontram expostas ao Sol, refletirão muita luz e
serão portanto, muito visíveis; aquelas áreas que se encontram nas encostas não
iluminadas diretamente pelo Sol, não refletirão luz e aparecerão escuras no modelo.
Na representação do terreno utilizou-se ângulo azimutal de 315 graus, ângulo de
elevação do Sol de 45 graus e o modelo numérico do terreno.
5.3. Caracterização climática da Região Serrana
Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se um amplo estudo a materiais
bibliográficos referente ao clima do Estado do Espírito Santo e da Região Serrana.
Utilizou-se também meios técnicos metodológicos, como: observação, análise e
dedução para organização e manipulação dos dados relativos aos elementos
meteorológicos.
Os dados meteorológicos referentes à Temperatura, Precipitação,
Evapotranspiração, Excedente e Deficiência Hídrica foram coletados de Estações
Climatológicas inseridas nos municípios que compreendem a área de estudo. Eles
foram fornecidos pelo INCAPER, INMET e pela ANA (HIDROWEB) com série
história de mais de 30 anos (1969 a 2005) e organizados em planilhas no aplicativo
computacional Microsoft Excel. Foram acrescentadas à Tabela duas colunas; uma
com coordenadas x e outra com coordenadas y (coordenadas UTM) para cada
Estação Climatológica, para que os dados pudessem ser georreferenciados no SIG
ArcGis 9.0. (Figura 14).
Para a compatibilização dos dados no SIG, a Tabela foi exportada em formato dbf.
54
A extensão 3D Analyst do Arcmap (aplicativo computacional que compõe o ambiente
ArcGis 9.0) foi utilizada para a interpolação dos dados pontuais dos elementos
meteorológicos a partir das funções de ponderação pelo método do inverso do
quadrado da distância (IQD). Este método de interpolação de grades regulares
retangulares é um procedimento matemático de ajuste de uma função à pontos não
amostrados, baseando-se em valores obtidos em pontos amostrados. Ele cria uma
interpolação da superfície raster, dos dados pontuais onde cada valor da célula
raster é baseado na influência e distância dos vizinhos amostrais.
Fórmula do Inverso do quadrado da distância:
∑
∑
=
=
+
+=
n
i ij
n
i ij
h
h
Zi
Z
1
1
)(1
)(
β
β
δ
δ
Em que: Z = medida da interpolação; Zi = vizinho do ponto a ser interpolado; hij = medida de distância; β = fator de ponderação
= parâmetro de suavização. δ
55
Figura 14: Distribuição Espacial das Estações Climatológicas
5.4. Quantificação das entradas de frentes frias na Região Serrana
A quantificação das entradas de frentes frias na região Serrana foi feita através da
visualização de imagens do satélite GOES e Meteosat que se encontram disponíveis
no site do INPE. As imagens foram analisadas em um período histórico de dez anos
(1995 a outubro de 2005), todos os dias às 12:00 horas.
56
Foi usado o aplicativo computacional Excel para a criação de uma Tabela para a
contabilização das entradas de frentes frias. Criou-se dois campos na Tabela, um
para especificar o dia, mês e ano e o outro para especificar a ocorrência das
entradas de frentes frias. Foi estabelecido que para ocorrência de entrada de frente
fria na região Serrana indicava-se o número um e a não entrada o número zero.
Após a finalização da Tabela obteve-se a média mensal das entradas de frentes
frias para cada ano da série histórica e uma média mensal de todos os anos.
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1. Caracterização morfológica e ambiental da Regi ão Serrana
6.1.1. Mapa de Hipsometria
O relevo da Região Serrana possui uma variação de altitude grande com classes de
20 a 40 metros até classes que vão de 1880 a 1900 metros (Figura 15). Os
Municípios de Domingos Martins e Santa Leopoldina possuem na parte Leste uma
área menos elevada devido à proximidade com a planície litorânea, mas à medida
que se encaminha para o interior as altitudes começam a se elevar. As maiores
altitudes da Região Serrana encontram-se no município de Domingos Martins,
devido ao Maciço de Aracê no qual encontra-se o Pico da Pedra Azul com 1822 m e
Pedra das Flores com 1909 m. Esta área de altitude mais elevada possui relevos
com pontões rochosos e serras com topos aguçados onde os rios que
compreendem a Bacia do Rio Jucu possuem leitos pedregosos e encachoeirados.
Os municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Conceição do
Castelo, Santa Maria de Jetibá, Santa Tereza e Brejetuba também possuem
altitudes elevadas podendo atingir mais de 1000 metros. O relevo é acidentado
apresentando muitas vezes afloramentos roochosos com formas colinosas e
alongadas. A partir do divisor de águas entre as Bacias do Rio Jucu a leste, e a
57
Bacia do Rio Guandu, a oeste, a altitude começa a diminuir chegando a 400 metros
nos municípios de Afonso Cláudio e Laranja da Terra. Os municípios de Itarana,
Itaguaçu e São Roque do Canaã também possuem altitudes menores. O relevo
desses municípios são menos acidentados e as encostas são longas e uniformes.
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
MAPA DE HIPSOMETRIA
µ0 3015
km
1
2 34
5
678
910
11 12
13
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Legenda:
Hidrografia
Hipsometria
20 - 100 m
100 - 200 m
200 - 300 m
300 - 400 m
400 - 500 m
500 - 600 m
600 - 700 m
700 - 800 m
800 - 900 m
900 - 1000 m
1000 - 1100 m
1100 - 1200 m
1200 - 1300 m
1300 - 1400 m
1400 - 1500 m
1500 - 1600 m
1600 - 1700 m
1700 - 1800 m
1800 - 1900 m
Figura 15: Mapa de Hipsometria dos município da Região Serrana.
6.1.2. Mapa de Declividade
Na Figura 16, verifica-se que em poucas áreas o relevo é maior que 75%
(fortemente montanhoso). Na maior parte da área Sul do mapa o relevo é ondulado
a fortemente ondulado com declividade de 8 a 20 % e 20 a 45 % respectivamente,
embora em algumas áreas o relevo seja montanhoso com declividade de 45 a 75%.
Esta região compreende os Municípios de Marechal Floriano, Domingos Martins,
58
Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Brejetuba, Afonso Cláudio, Santa
Maria de Jetibá e Santa Leopoldina. Nessa região, os modelados estruturais são
representados por cristas de topos aguçados, pães-de-açúcar, morros, pontões,
escarpas sub-paralelas e festonadas e patamares escalonados, sendo visíveis os
sinais de escorregamento de terra e intensos ravinamentos proporcionados pelas
formações superficiais e pela devastação da vegetação florestal primária, substituída
principalmente por pastagens e lavouras.
Na região Norte (municípios de Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itarana, Santa
Tereza, Itaguaçu e São Roque do Canaã), verifica-se menor declividade onde o
relevo torna-se plano a suavemente ondulado embora em alguns locais a
declividade seja maior. O desenvolvimento de processos morfogenéticos vai desde a
desagregação mecânica até processos superficiais de escoamento difuso e
concentrado originando Sulcos, ravinas e voçorocas além de movimento de massa.
Ocorre um desequilíbrio morfodinâmico resultante da intensa utilização das encostas
com declividades acentuadas com pastagens.
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
MAPA DE DECLIVIDADE
µ0 15
km
1
2 34
5
678
910
11 12
13
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Declividade:
0 - 3 % (Relevo Plano)3 - 8 % (Relevo Suavemente Ondulado)8 - 20 % (Relevo Ondulado)20 - 45 % (Relevo Fortemente Ondulado)45 - 75 % (Relevo Montanhoso)> 75 % (Relevo Fortementente Montanhoso)
Figura 16: Mapa de Declividade dos municípios da Região Serrana.
59
6.1.3. Mapa de Exposição do Terreno
O mapa de exposição do terreno (Figura 17), mostra a orientação do relevo que
varia de 0 a 360 graus. Pode-se verificar que na parte Sul do mapa a exposição do
terreno varia, com classes de 90 -135 graus a 315 - 360 graus. O relevo é
caracterizado por um elevado bloco basculado para leste, com presença
pronunciada de Sulcos estruturais, orientados no sentido aproximado Norte-Sul, e
falhas menores intercruzadas, apresentando conseqüentemente maiores extensões
de formas diferenciais, contrariando o aspecto preferencialmente homogêneo que
prevalece em toda a unidade.
Na região Norte do mapa a classe que mais se destaca é a de 0 - 45 graus. A
dissecação do relevo é mais homogênea do que as outras áreas. O relevo é menos
acidentado e as encostas são retilíneas ou convexas com topos convexizados. Os
vales são abertos e colmatados, possuindo às vezes trechos de gradiente suaves e
sinuosos por onde correm pequenos rios meandrantes.
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
MAPA DE EXPOSIÇÃO DO TERRENO
µ0 15
km
1
2 34
5
678
910
11 12
13
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
Exposição do Terreno:
0 - 45 graus45 - 90 graus90 - 135 graus135 - 180 graus
180 - 225 graus225 - 270 graus270 - 315 graus315 - 360 graus
Figura 17: Mapa de Exposição do Terreno dos municípios da Região Serrana.
60
6.1.4. Mapa do Modelo Sombreado do Terreno
Na Figura 18, verifica-se algumas discrepâncias em relação a iluminação do terreno.
No município de Itaguaçu, por exemplo, verifica-se uma área bastante escura. Esta
área provavelmente encontra-se no sopé de uma encosta, dificultando assim, a
iluminação do terreno pelo Sol. Nas outras áreas do mapa a iluminação do terreno
tende pra alta, ou seja, estão mais expostas ao Sol. Na parte central do mapa
verifica-se um faixa de Norte a Sul bastante iluminada, caracterizando uma área de
declividade alta no qual a exposição ao Sol é intensa.
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S 20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
MAPA DE ILUMINAÇÃO DO TERRENO
µ0 3015
km
1
2 34
5
678
910
11 12
13
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Iluminação do Terreno:
> Luminosidade
< Luminosidade
Figura 18: Mapa de Modelo Sombreado do Terreno dos municípios da Região Serrana.
61
6.2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA REGIÃO SERRANA
6.2.1. Mapa Precipitação
De acordo com o mapa (Figura 19), a região que mais chove é a do município de
Marechal Floriano com pluviometria que varia de 1200 a 1700 mm. Esta região está
localizada próximo à encosta da Região Serrana (voltada para o litoral) e intercepta
os ventos vindos do litoral, ocasionando as chuvas orográficas. De acordo com a
HIDROWEB a precipitação média no município de Marechal Floriano é de 1.572,2
mm. O município de Santa Leopoldina também possui um índice pluviométrico
elevado devido às influências citadas acima.
Os municípios de Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo e Santa Tereza
com áreas mais elevadas, também possuem índice de precipitação alto devido à
influência das Serras. O índice pluviométrico varia de 1200 a 1500 mm. Já nos
municípios de Santa Maria de Jetibá e Brejetuba o índice pluviométrico é menor e
varia de 1100 a 1350 mm.
Nos municípios de São Roque do Canaã, Itaguaçu, Laranja da Terra e parte de
Itarana o índice pluviométrico diminui ainda mais chegando a 950 mm. Estes
municípios possuem relevo com altitudes menores e não sofrem influência das
Serras no aumento das precipitações. Os gráficos abaixo, Figuras 20 e 21
respectivamente, mostram as médias das precipitações no município de Domingos
Martins e Itarana entre os anos de 1976 a 2004. Pode-se perceber que a média do
município de Domingos Martins é de 1349 mm enquanto a de Itarana é de 1088 mm.
62
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CLASSES DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICAANUAL ENTRE 1969 E 2005
0 30 6015
km
1
2 34
5
678
910
11 12
13
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Precipitação pluviométrica
950 - 1000 mmm
1000 - 1050 mm
1050 - 1100 mm
1100 - 1150 mm
1150 - 1200 mm
1200 - 1250 mm
1200 - 1300 mm
1300 - 1350 mm
1350 - 1400 mm
1400 - 1450 mm
1450 - 1500 mm
1500 - 1550 mm
1550 - 1600 mm
1600 - 1650 mm
1650 - 1700 mm
Figura 19: Mapa de Precipitação dos municípios da Região Serrana.
1349
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Precipitação Anual Precipitação Média
Figura 20: Gráfico de Precipitação Média do Município de Domingos Martins.
63
1088
0
300
600
900
1200
1500
1800
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Precipitação Anual Média 1976/2004
Figura 21: Gráfico de Precipitação Média do Município de Itarana.
A Figura 22, representa a precipitação média de alguns municípios da região
Serrana. Verifica-se uma diferença grande nas médias de precipitações desses
municípios, sendo que se dividirmos o mapa ao meio veremos que a parte Sul;
municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins,
Santa Tereza, etc. possuem a média de temperatura bem maior que os municípios
da parte Norte do mapa, como os de Afonso Cláudio, Itarana e Laranja da Terra.
Precipitação Média (1976 a 2004)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Afons
o Cláu
dio
Conce
ição
do C
aste
lo
Domind
os M
artin
s
Itara
na
Lara
nja d
a Ter
ra
Mar
echa
l Flor
iano
Santa
Leo
poldi
na
Santa
Ter
eza
Venda
Nov
a
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Figura 22: Gráfico das Precipitações Médias de alguns municípios da Região Serrana.
64
As Figuras 23 e 24 representam a quantidade de chuva precipitada para cada mês
do ano com médias dos anos de 1976 a 2004, 2004 e 2005 nos municípios de
Venda nova do Imigrante e Itarana. Percebe-se que o município de Venda Nova do
Imigrante, o período de maior quantidade de chuva precipitada ocorre no verão
sendo que no inverno ela pode a chegar a menos de 50 mm. No município de
Itarana ocorre o mesmo, com verão chuvoso e inverso seco, embora em menor
quantidade que a do município de Venda Nova.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 23: Média da Quantidade de chuva precipitada no Município de Venda Nova do Imigrante.
0
50
100
150
200
250
300
350
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 24: Média da Quantidade de chuva precipitada do Município de Itarana.
65
As Figuras 25 e 26, mostram a média do número de dias chuvosos do município de
Venda Nova do Imigrante e Itarana para cada mês dos anos de 1976 a 2004, do ano
de 2004 e de 2005. Verifica-se que os municípios de Venda Nova e Itarana possuem
maior quantidade de chuva no verão, nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e
março, embora a quantidade de chuva precipitada no município de Itarana seja
menor que a de Venda Nova.
02468
1012141618
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Dia
s ch
uvos
os
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 25: Dias Chuvosos no Município de Venda Nova do Imigrante.
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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Dia
s ch
uvos
os
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 26: Dias Chuvosos no Município de Itarana.
66
6.2.2. Mapa de Temperatura
De acordo com o mapa (Figura 27), os municípios que possuem temperaturas mais
amenas são; Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Santa
Maria de Jetibá e Conceição do Castelo. O clima está diretamente relacionado à
altitude do relevo dessas regiões. Segundo a classificação de Köppen o clima é
temperado com temperaturas médias do mês mais quente inferior a 22ºC e pelo
menos durante quatro meses a temperatura é superior a 10ºC. Os municípios de
Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Santa Tereza
possuem uma amplitude térmica grande devido à proximidade com o litoral. As
entradas de massas de ar quentes vindas do litoral influenciam no clima desses
municípios principalmente no verão ocasionando maiores precipitações
pluviométricas, inSolação, altas temperaturas e ventos alísios embora as elevadas
altitudes contribua para amenizar o clima. Os municípios da região Norte do mapa
são os que possuem temperaturas mais elevadas como é o caso de Afonso Cláudio,
Laranja da Terra, Itaguaçu, São Roque do Canaã e Itarana. De acordo com a
classificação de Köppen este clima é Mesotérmico seco em que a temperatura
média do mês mais frio é inferior a 18ºC e a do mês mais quente ultrapassa 22ºC.
Esses municípios possuem altitudes menos elevadas e sofrem menos influência das
massas de ar vindas do litoral.
67
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CLASSES DE TEMPERATURA MÉDIAMENSAL ENTRE 1969 E 2005
0 30 6015
km
Temperatura
17,0 - 17,5 °C
17,5 - 18,0 °C
18,0 - 18,5 °C
18,5 - 19,0 °C
19,0 - 19,5 °C
19,5 - 20,0 °C
20,0 - 20,5 °C
20,5 - 21,0 °C
21,0 - 21,5 °C
21,5 - 22,0 °C
22,0 - 22,5 °C
22,5 - 23,0 °C
23,0 - 23,5 °C
23,5 - 24,0 °C
24,0 - 24,5 °C
1
2 34
5
678
910
11 12
13
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Figura 27: Mapa de Temperatura dos municípios da Região Serrana.
As Figuras 28 e 29 representam a média das temperaturas máximas e mínimas do
município de Venda Nova do Imigrante. As temperaturas mínimas no verão chegam
a 18°C enquanto no inverno podem chegar a menos de 10°C. As temperaturas
máximas no verão podem chegar a mais de 29°C e 21°C no inverno.
8
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Tem
pera
tura
Mín
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(oC
)
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 28: Temperatura Mínima no Município de Venda Nova do Imigrante.
68
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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Tem
pera
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Máx
ima
(oC
)
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 29: Temperatura Máxima no Município de Venda Nova do Imigrante.
As Figuras 30 e 31 representam a média das temperaturas máximas e mínimas do
município de Itarana. As temperaturas mínimas no verão chegam a mais de 22°C
enquanto no inverno podem chegar a menos de 16°C. A s temperaturas máximas no
verão podem chegar a 33°C e menos de 27°C no invern o.
10
13
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19
22
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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Tem
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Mín
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(oC
)
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 30: Temperatura Mínima no Município de Itarana.
69
21
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31
33
35
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Tem
pera
tura
Máx
ima
(oC
)
Média 1976/2004 2004 2005
Figura 31: Temperatura Máxima no Município de Itarana.
6.2.3. Mapa de Evapotranspiração
No mapa de evapotranspiração (Figura 32), as áreas com menor índice de
evapotranspiração real são as que possuem temperaturas mais amenas sendo que
o município de Domingos Martins possui o menor índice (650 a 750 mm),
principalmente na região do maciço de Aracê onde a altitude do relevo é elevada.
Verifica-se que os municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante,
Conceição do Castelo, Brejetuba e Santa Maria de Jetibá também possuem índice
de evapotranspiração baixo podendo variar entre 650 a 1050 mm. O índice de
evapotranspiração desses municípios está diretamente relacionado à temperatura
da região que é mais amena embora a precipitação pluviométrica seja elevada.
Na região Norte do mapa, os municípios de Afonso Cláudio, Laranja da Terra,
Itaguaçu e São Roque do Canaã possuem índice de evapotranspiração maior,
variando entre 1100 a 1700 mm. As temperaturas nesses municípios são mais
elevadas e a precipitação pluviométrica menor.
70
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CLASSES DE EVAPOTRANSPIRAÇÃOREAL ANUAL ENTRE 1969 E 2005
0 30 6015
km
1
2 34
5
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1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell'Orto e Si lva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/ 10/2005
Evapotranspiração real
650 - 700 mm
700 - 750 mm
750 - 800 mm
800 - 850 mm
850 - 900 mm
900 - 950 mm
950 - 1000 mm
1000 - 1050 mm
1050 - 1100 mm
1100 - 1150 mm
1150 - 1200 mm
1200 - 1250 mm
1250 - 1300 mm
1300 - 1350 mm
Figura 32: Mapa de Evapotranspiração dos municípios da Região Serrana.
Ao analisar as Figuras 33 e 34, percebe-se que os gráficos de evapotranspiração
dos municípios de Domingos Martins e Itarana são bem diferentes. Em Domingos
Martins o índice de evapotranspiração é um pouco maior que 100 mm, enquanto que
no município de Itarana o índice é maior que 150 mm. Estes índices aumentam no
verão.
71
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
P e
ET
0 (m
m)
Série2 Série1
Figura 33: Gráfico de Evapotranspiração no município de Domingos Martins.
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
P e
ET
0 (m
m)
Série2 Série1
Figura 34: Gráfico de Evapotranspiração no município de Itarana.
6.2.4. Mapa de Excedente Hídrico
Analisando o mapa de Excedente Hídrico (Figura 35), verifica-se que os municípios
com menor índice de disponibilidade hídrica são; Afonso Cláudio, Laranja da Terra,
Itaguaçu, São Roque do Canaã, Itarana e Santa Tereza (50 a 200 mm). O cálculo de
balanço hídrico proposto por Thornthwaite contabiliza a precipitação perante a
72
evapotranspiração real, logo se remetermos aos mapas de precipitação e
evapotranspiração (Figuras 19 e 32) veremos que os índices de precipitação são
baixos e os de evapotranspiração real altos se comparados com os demais
municípios da Região.
Os municípios de Brejetuba, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina possuem um
excedente hídrico maior (150 a 450 mm), devido aos altos índices pluviométricos
(Figura 19) e as baixas taxas de evapotranspiração (Figura 32).
Os municípios de Domingos Martins, Conceição do Castelo, Venda Nova do
Imigrante e Marechal Floriano são os que possuem maior índice de excedente
hídrico em relação aos demais municípios da Região, variando entre 300 a 650 mm.
Destaca-se entre estes municípios o de Marechal Floriano que possui o maior índice
de evapotranspiração chegando a 700 mm.
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S 20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CLASSES DE EXCEDENTE HÍDRICOANUAL ENTRE 1969 E 2005
0 30 6015
km
1
2 34
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1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Excedente hídrico
50 - 100 mm
100 - 150 mm
150 - 200 mm
200 - 250 mm
250 - 300 mm
300 - 350 mm
350 - 400 mm
400 - 450 mm
450 - 500 mm
500 - 550 mm
550 - 600 mm
600 - 650 mm
650 - 700 mm
Figura 35: Mapa de Excedente Hídrico dos municípios da Região Serrana.
73
6.2.5. Mapa de Deficiência Hídrica
A Figura 36, indica que os municípios de Marechal Floriano, Domingos Martins,
Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Santa Leopoldina, Santa Maria de
Jetibá possuem baixo índice de deficiência hídrica sendo que alguns destes
municípios ela pode chegar a zero. Os municípios de Brejetuba, Afonso Cláudio,
Itarana e Santa Tereza possuem deficiência hídrica variando de 50 a 300 mm.
Os municípios de Laranja da Terra, Itaguaçu, São Roque do Canaã são os que
apresentam maior taxa de deficiência hídrica variando de 200 a 400 mm. Esses
municípios possuem as maiores taxas de evapotranspiração da região Serrana
(Figura 32) e os menores índices de precipitação pluviométrica (Figura 19).
Domingos Martins
Itaguaçú
Afonso Cláudio
Santa Tereza
Itarana
Santa LeopodinaBrejetuba
Santa Maria de Jetibá
Laranja da Terra
Conceição do Castelo
São Roque do Canaã
Marechal Floriano
Venda Nova do Imigrante
41°13'30"W
41°13'30"W
40°43'0"W
40°43'0"W
20°21'30"S20°21'30"S
19°51'0"S19°51'0"S
42°44'30"W
42°44'30"W
41°14'0"W
41°14'0"W
39°43'30"W
39°43'30"W
20°37'0"S20°37'0"S
19°6'30"S 19°6'30"S
MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CLASSES DE DEFICIÊNCIA HÍDRICAANUAL ENTRE 1969 E 2005
0 30 6015
km
1
2 34
5
678
910
11 12
13
1: Brejetuba
Municípios
2: Conceição do Castelo3: Venda Nova do Imigrante4: Domingos Martins5: Marechal Floriano6: Santa Leopoldina7: Santa Maria de Jetibá
8: Afonso Cláudio9: Laranja da Terra
10: Itarana11: Itaguaçú12: São Roque do Canaã13: Santa Tereza
FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell' Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos S antos DATA: 21/10/2005
Deficiência hídrica
0 - 50 mm
50 - 100 mm
100 - 150 mm
150 - 200 mm
200 - 250 mm
250 - 300 mm
300 - 350 mm
350 - 400 mm
Figura 36: Mapa de Deficiência Hídrica dos municípios da Região Serrana.
74
6.3. ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NA REGIÃO SERRANA
As circulações atmosféricas, que atuam na área de estudo são baseadas na ação de
centros de alta pressão, ou anticiclônicos, e de baixa pressão, ou ciclônicos.
Durante todo ano predominam as influências do Anticiclone Semipermanente do
Atlântico Sul, sendo que ele é mais fraco no verão e mais forte no inverno. A massa
de ar tropical originada deste ciclone é produzida sobre os oceanos tropicais e
possui temperaturas elevadas ou amenas, constante inversão de temperatura e forte
umidade específica conduzindo calor e vapor d’água na direção dos pólos.
As frentes polares oriundas do Anticiclone Polar Marítimo da América do Sul atuam
também na Região e estão associadas a freqüentes instabilidades e chuvas
provocadas pelas frentes frias. As ITs são formadas principalmente entre a
primavera e o outono, especialmente no verão a partir dos avanços das frentes
polares, onde convergem ventos do quadrante N, que em contato com ar frio polar
dão origem a ciclones dos quais surgem as ITs, praticamente normais às frentes
polares.
O sistema de baixa pressão em superfície conhecido como Baixa do Chaco
localizado sobre o Paraguai também influencia o clima da Região, pois as frentes
frias ao ingressarem no Sul do país, associam-se a ele e intensificam-se. Outro fator
que pode afetar a região deste estudo, porém em menor freqüência, é o fenômeno
El Niño-Oscilação Sul (ENOS), ocasionando um moderado aumento das
temperaturas médias, inclusive no inverno, e chuvas acima da média.
No estudo relativo às entradas de frentes frias na Região Serrana entre os anos de
1995 a outubro de 2005, verificou-se que no período chuvoso ocorrem maior entrada
de frente fria com média de 3 a 2 e no período seco (meados de março a meados de
outubro) o número de frentes diminui com média de 1 a 2. Ao comparar as figuras 23
e 24 que representam a média mensal da quantidade de chuva precipitada nos
municípios de Venda Nova do Imigrante e Itarana respectivamente, com o gráfico
75
das entradas de frentes frias nos anos de 1995 a outubro de 2005, percebe-se que
os meses mais chuvosos; outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março,
são os que recebem maior número de entradas de frentes frias.
As invasões de frentes frias têm períodos que duram aproximadamente 4 a 5 dias no
período chuvoso e 3 dias no período seco.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS: 1995 - 2005
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Figura 37: Entrada de Frente Fria na Região Serrana nos anos de 1995 a 2005
As Figuras 38 a 48, representam o número de entradas de frentes frias por mês para
cada ano do período estudado (1995 a outubro de 2005). A figura 38 é referente ao
ano de 1995 e indica que os meses com maior entrada de frente fria são os do
período chuvoso com média de 2 frentes. No inverno a média é de 1.
76
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1995
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FR
IA
Figura 38: Entrada de frentes frias no ano de 1995.
A figura 39 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 1996. No
período chuvoso o número de entradas é de 2 enquanto que no período chuvoso a
média é de 1.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1996
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Figura 39: Entrada de frentes frias no ano de 1996
77
A figura 40 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 1997. A
média das entradas de frentes frias tanto para o período chuvoso como para o
período seco variaram de 1 a 2 frentes.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1997
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Figura 40: Entrada de frentes frias no ano de 1997
A figura 41 representa o número de entrada de frente fria no ano de 1998. A média
das entradas de frentes frias é a mesma que as dos anos de 1995 e 1996; 2 para o
período chuvoso e 1 para o período seco.
78
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1998
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Figura 41: Entrada de frentes frias no ano de 1998
A figura 42 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 1999. No
período chuvoso o número de entradas é de 2 e no período seco a média é de 1.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1999
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Figura 42: Entrada de frentes frias no ano de 1999
79
A figura 43 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2000. No
período chuvoso a média de entradas é de 3 e no período seco varia de 1 a 2
frentes.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2000
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RE
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Figura 43: Entrada de frentes frias no ano de 2000
A figura 43 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2001. A
média é a mesma que a do ano de 2000; 3 entradas no período chuvoso e 1 a 2
entradas no período seco.
80
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2001
0
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Figura 44: Entrada de frentes frias no ano de 2001
A figura 45 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2002. No
período chuvoso a média é de 3 entradas e no período seco a média é de 1.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2002
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
janeir
o
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reiro
mar
çoab
rilm
aiojun
hojul
ho
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to
sete
mbr
o
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bro
nove
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Figura 45: Entrada de frentes frias no ano de 2002
81
A figura 46 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2003. No
período chuvoso a média de entradas é de 3 no período seco a média varia de 2.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2003
0
1
2
3
4
5
6
janeir
o
feve
reiro
mar
ço abril
maio
junho
julho
agos
to
sete
mbr
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outu
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nove
mbr
o
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mbr
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Figura 46: Entrada de frentes frias no ano de 2003
A figura 47 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2004. No
período chuvoso a média é de entradas é de 3 e no período seco a média é de 2.
82
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2004
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
janeir
o
feve
reiro
mar
ço abril
maio
junho
julho
agos
to
sete
mbr
o
outu
bro
nove
mbr
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Figura 47: Entrada de frentes frias no ano de 2004
A figura 48 representa o número de entradas de frentes frias de janeiro a outubro de
2005. Nos meses de Janeiro a meados de março a média de entrada de frente fria é
3 e no período seco (meados de março a meados de outubro) a média é de 3. Este
ano é o que apresentou maior entrada de frente fria da série história estudada.
ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2005
0
1
2
3
4
5
6
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro
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Figura 48: Entrada de frentes frias no ano de 2005
83
7. CONCLUSÃO
Conclui-se que a Região Serrana possui áreas bem distintas no que se refere à
climatologia e ao relevo.
O relevo classificado de acordo com o projeto RadamBrasil, enquadra a Região na
unidade geomorfológica denominada de Patamares Escalonados do Sul Capixaba.
Dentro desta classificação pode-se dividir em outras três: patamar ocidental, o topo
do planalto e o patamar oriental.
O planalto oriental é caracterizado por pontões rochosos, relevo bastante declivoso
e áreas com mais de 1000 metros de altitude. O topo do planalto possui relevos
dissecados em formas colinosas com altitudes menos elevadas. O patamar ocidental
tem um aspecto mais uniforme, o relevo é menos acidentado e declivoso com
altitudes que podem chegar a menos 400 metros.
Parte dos municípios de Domingos Martins e Santa Leopoldina possuem clima mais
quente e índice elevado de precipitação devido, principalmente às influências das
massas de ar vindas do litoral. Na parte Sul da região; municípios de Venda Nova do
Imigrante, Marechal Floriano, Conceição do Castelo, Santa Maria de Jetibá, Santa
Tereza e parte dos municípios de Santa Leopoldina e Domingos Martins o clima é
mais ameno com índices elevados de precipitação. Nesses municípios a taxa de
evapotranspiração é pequena e o índice de deficiência hídrica também, chegando a
zero em alguns municípios.
A parte Norte da Região, nos municípios de Afonso Cláudio, Itarana, Itaguaçu e São
Roque do Canaã o clima difere dos demais municípios com temperaturas mais
elevadas e menor índice de precipitação. É atribuído a essas condições climáticas o
fator topográfico haja visto que as altitudes são bem menores que as dos demais
municípios da Região e sofrem menos influência das massas de ar vindas do litoral
devido a barreira formada pelas Serras. A taxa de evapotranspiração é maior e os
índices de deficiência hídrica são os maiores de toda a Região.
84
As entradas de frentes frias na Região Serrana ocorrem em maior intensidade na
primavera e verão (período chuvoso), com média de 2 a 3 entradas e no outono e
inverno (período seco), o número de entradas varia de 1 a 2.
Estas frentes frias são oriundas do Anticiclone Polar Marítimo da América do Sul e
estão associadas a freqüentes instabilidades e chuvas que duram dois ou mais dias.
As instabilidades são formadas principalmente entre a primavera e o outono,
especialmente no verão a partir dos avanços das frentes polares, onde convergem
ventos do quadrante N, que em contato com ar frio polar dão origem a ciclones dos
quais surgem as ITs, praticamente normais às frentes polares. As invasões de
frentes frias têm períodos que duram aproximadamente 4 a 5 dias no período
chuvoso e 3 dias no período seco.
85
8. RECOMENDAÇÕES
Sugere-se uma continuidade e desenvolvimento do trabalho no que se refere ao
estudo das entradas de frentes frias na Região Serrana, usando uma série temporal
maior que dez anos para consolidar as informações obtidas.
É necessário também um maior número de estações climatológicas para a
interpolação dos dados referentes aos elementos meteorológicos haja visto que a
maioria das informações coletadas foram obtidas por meio do orgão INCAPER,
sendo interessante criar uma rede de informação integrada entre as estações da
ANA, INMET e INCAPER.
86
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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