10 o aprendiz desapontado

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História de hoje:

Baseado no livro “Alvorada Cristã”

Capítulo 24

(Adaptado)

O “Aprendiz Desapontado” traz uma importante lição sobre a colaboração, a bondade e o respeito às obras da Criação, como formas de crescimento e evolução espiritual.

Era uma vez um menino que desejava muito ir morar no Céu...

Em uma linda manhã, quando ele se encontrava no meio do campo, caminhando tranquilamente junto da natureza, acompanhado por um pequeno burro, recebeu a visita de um Espírito iluminado, muito parecido com um anjo.

Pela beleza luminosa de sua roupa, pela calma de seu olhar e pela bondade de seu sorriso, logo percebeu que se tratava, com certeza, de um enviado de Deus.

O garoto, muito surpreso com esta aparição, não perdeu tempo e perguntou ao visitante:

- Querido amigo, já que você é um mensageiro divino, por favor, diga-me uma coisa:

- “O que é que a gente precisa fazer para poder entrar no Céu?”

O Espírito bondoso respondeu com gentileza:

- Meu amigo, para entrar no Céu, o primeiro passo é aprender a ter obediência.

- Em segundo lugar, aqueles que desejam entrar no Céu, precisam também aprender a trabalhar.

- No reino de Deus, até os anjos trabalham!

- Observe que eu mesmo venho à Terra, todos os dias, para auxiliar a natureza, que tantas coisas boas tem dado aos homens, sem nada cobrar e sem algo a reclamar...

Vendo que o espírito amigo falava em obediência e trabalho, o menino ficou pensativo e algo confuso...

E o Espírito bondoso, aproveitando o momento, fez para ele, com uma voz mansa e bonita, um convite muito especial:

- Você não gostaria de me ajudar a limpar o chão, carregando estas pedras, para um outro lugar?

O menino, pego de surpresa, disse algo aturdido:

- Ah!, eu não posso fazer isso, agora não!...

Vendo que o pequeno rapaz não se animava a ajudá-lo, o emissário celeste não desanimou e, então, pediu ajuda ao pequeno burro, que estava junto ao moço.

Disse o amigo celestial:

- Senhor burro, você não poderia me ajudar a limpar o chão?

E o burro, também surpreso, usando a linguagem que somente os burros e os anjos entendem, concordou de imediato...

O animal, pacientemente, transportou tudo que o novo amigo pedia, sem reclamar e sem desanimar.

O espírito bondoso passou, então, a orientar:

- Vamos abrir um pequeno caminho? E o burro concordava em fazer tudo o que o anjo pedia.

O orientador celestial, vendo o moço descansando, não desistiu de lhe fazer novos convites...

- Vamos lá meu amigo, vamos retirar mais pedras, vamos limpar o terreno, ajude-me a mover o arado...

O menino, que tanto desejava chegar ao Céu, recusava-se a contribuir com a sua ajuda. Entretanto, o pequeno burro ia obedecendo as ordens dadas, sem reclamar e em total silêncio.

Estando a terra já preparada pelo trabalho do arado, o amigo celestial ainda fez outro convite, pedindo agora que o rapaz o auxiliasse, pelo menos, a colocar as sementes no lugar certo.

Mas, o menino, preferia ficar descansando, enquanto o burro trabalhava, sem desanimar.

Entretanto, sem desistir de sua tarefa junto à natureza, o anjo bom começou a semear a terra, tendo sempre a ajuda do bom e fiel burro.

O menino, cheio de saúde, vendo o progresso do trabalho, ficou num canto admirando a paisagem, mas começou a sentir dentro do coração um certo vazio e já estava se sentindo cansado de nada fazer...

Durante o plantio da terra, o garoto repousava, enquanto o burro trabalhava...

Finalmente, cansando-se de ficar olhar o trabalho dos outros, resolveu tirar uma soneca e com isso perdeu, mais uma vez, a chance de ser útil.

No final do dia, graças ao trabalho do espírito amigo e do burro obediente, o campo estava mais lindo do que nunca, cheio de vida, refletindo a bondade de Deus entre os homens.

Alguns canteiros bem desenhados surgiram, aqui e ali, ao centro de bonito jardim, rodeados por fios de água benfeitora, que saciavam a sede da terra e dos animais.

Até as árvores mais velhas pareciam orgulhosas de proteger os novos canteiros, reconhecendo o valor do trabalho coletivo para o embelezamento do campo.

O próprio vento parecia comemorar o resultado final, acariciando suavemente, com um sopro divino, a relva que estava por perto...

Por fim, chegou a noite e a lua surgiu no horizonte, completando o quadro de magnífica beleza....

O espírito amigo, vendo o resultado do esforço conjunto, abraçou o obediente animal, fez muitos carinhos e disse, com muita ternura, perto de sua orelha:

- Querido companheiro, Deus o abençoe pela sua contribuição. Sem sua ajuda o trabalho não estaria completo.

No outro dia, vendo que o anjo estava se despedindo do burro, para poder voltar para sua casa, lá no Céu, o menino resolveu se aproximar...

E vendo que o mensageiro celestial já estava se preparando para ir embora, gritou ansioso:

- Espírito querido, não se esqueça que eu quero seguir você em direção ao Céu! Por favor, leve-me consigo...

Mas o espírito bondoso, já elevado alguns metros do chão, olhou para o rapaz e disse com muita tristeza no olhar:

- Ah! Meu querido amigo, o paraíso não foi feito para gente preguiçosa, que foge do trabalho e não sabe obedecer com presteza...

- Se você deseja ir para o Céu, aprenda primeiramente a obedecer como este burro, que soube receber as tarefas solicitadas sob o clima da disciplina e com o valor da educação.

E assim, o bom Espírito partiu em direção às estrelas, deixando o garoto muito desapontado mas mais esclarecido sobre o seu futuro, consciente de que para entrar na casa de Deus é necessário trabalhar com alegria e obedecer com sinceridade.

Fim