Post on 18-Jul-2015
O REGRESSO ÀS MINAS
Desde a década de 60 que o setor mineiro não conhecia tanta agitação como agora…
Minas de cobre em Neves Corvo, no Alentejo (capitais canadianos) – investimento de130 milhões de euros
Mina de ouro perto de Montemor, a céu aberto (pois foram recolhidas amostras de ouro a 10 metros de profundidade, também, capitais canadianos) – investimento de 50 milhões de euros
“1 000 maiores”, Edição 2012, Expresso,
(adaptado)
O regresso às minas contribuirá para …
Reindustrializar o País.
Criar milhares de postos de trabalho
Contribuir para o aumento das exportações.
Aumentar as receitas fiscais.
Ajudar a atenuar algumas assimetrias entre o Interior e o Litoral.
As explorações mineiras são projetos com duração superior a 20 anos.
Surgem, regra geral, em áreas do Interior do País.
Trata-se de um setor dinâmico a curto, a médio e longo prazo.
Dado que …
Exportações de minérios metálicos aumentam
17% em 2011 (face a 2010)
Minérios metálicos não ferrosos:
Aumento de 17,82%
Minérios metálicos:
Aumento de 48,23% no estanho
Aumento de 26% no cobre
Aumento de 14,28% no zinco
valores que revelam o potencial geológico de Portugal no
contexto mundial
Principais países de destino destes minérios: Suécia,
Alemanha, Finlândia, Espanha e Brasil.
Portugal pode retomar produção de ouro em
2016
A valorização do ouro tem atraído a Portugal investidores
interessados em tentar extrair o metal de minas que foram
há muito abandonadas «Estamos a retomar um sector que
acabou nos anos 90. Desde então, houve um período em
que a produção de ouro [em Portugal] adormeceu», … a
subida do preço do ouro - as cotações duplicaram nos
últimos três anos e quintuplicaram desde 1999 - foi o
principal fator para o interesse de várias empresas
internacionais.
21 de Abril, 2012
http://sol.sapo.pt/pesquisa/default.aspx?search=exploração mineira&domain=pt
“Um setor que representa mais de mil
milhões de euros”– Associação Nacional da Indústria Extrativa e
Transformadora, em País Positivo (entrevistas a vários intervenientes)
Há três subsetores: o das rochas industriais, o das rochas ornamentais e as minas.
O subsetor das rochas industriais tem sido influenciado pela crise na construção civil e obras públicas.
O subsetor das rochas ornamentais tem uma enorme importância nas exportações do país (cerca de 1,5%), um dos 10 principais produtores de rochas ornamentais do mundo.
O subsetor mineiro, com mais de 400 milhões de euros de exportações no ano de 2013, mantém, apenas, em atividade as 3 grandes minas: Aljustrel, Neves-Corvo e Panasqueira
“Um setor que representa mais de mil
milhões de euros” (continuação).
Tem-se verificado um aumento dos níveis de produção nas minas em atividade
Houve um acréscimo significativo das concessões de prospeção e pesquisa nos últimos anos
Contudo a evolução do setor continua a estar sujeita à procura do mercado internacional
Atualmente o contexto europeu é favorável à indústria mineira
Portugal tem recursos geológicos, mão de obra qualificada e boas infra-estruturas e grandes possibilidades de aumentar o peso deste setor na economia nacional
“Um setor que representa mais de mil
milhões de euros” (continuação).
As minas de Aljustrel, Neves-Corvo e Panasqueira, de
minerais metálicos, exportam a totalidade da sua
produção
Em julho de 2014, prova do reconhecimento da
importância do setor, o Governo anunciou o Plano de
Fomento Mineiro 2014-2020 e o projeto da nova Lei de
Bases dos Recursos Geológicos.
Plano de Fomento Mineiro 2014-2020
incluído no
Compromisso para o Crescimento
Verde
http://www.crescimentoverde.gov.pt/pagina-inicial/missao-e-objetivos/
Portugal é um país com inúmeras potencialidades
insuficientemente exploradas ou exploradas de forma não
sustentável … assiste-se a um significativo dinamismo no
setor, tendo sido atribuídos mais de 130 contratos de
prospeção e pesquisa e de concessão de exploração de
recursos minerais, hidrocarbonetos e hidrominerais.
Recentemente, facto que não ocorria há mais de 30 anos,
foi assinada a concessão de uma nova área mineira –
Semblana – adjacente a Neves Corvo.
O fomento mineiro, desde que devidamente articulado
com a preservação dos valores ambientais e patrimoniais,
representa uma oportunidade de crescimento, emprego e
coesão territorial, contribuindo para o combate ao
despovoamento do interior.
http://www.crescimentoverde.gov.pt/compromisso/areas-tematicas/industria/
Para as indústrias extrativas e transformadora, o
Compromisso para o Crescimento Verde aponta 9 iniciativas:
6. Desenvolvimento de uma ferramenta de dados
georeferenciados que permita … localizar os recursos
geológicos e as condicionantes ambientais e patrimoniais …;
7. Rever o modelo de licenciamento mineiro tornando
obrigatória a consulta … aos municípios e às entidades
competentes na área da preservação ambiental e
patrimonial, da gestão territorial e da conservação da
natureza;
8. Divulgar e internacionalizar o setor mineiro,
acompanhando de uma forma muito próxima os investidores
através de um Balcão Único Mineiro;
9. Desenvolver a indústria extrativa de hidrocarbonetos
assente nas melhores práticas de Health, Safety and
Environment.http://www.crescimentoverde.gov.pt/compromisso/areas-tematicas/industria/
Recursos Minerais
Substâncias naturais formadas por processos geológicos que, ocorrendo na crusta terrestre com uma concentração
superior à média, podem ser economicamente exploráveis.
Energéticos
Recursos minerais utilizados para a produção de energia
elétrica, calorífica
Ex: petróleo, carvão, gás, urânio
Não Metálicos
Também designados por minerais e rochas industriais, constituem um grupo muito
diversificado, usados na construção civil e em processos industriais.
Rochas ornamentais
Ex: calcário, mármore, granito, …
Rochas e Minerais Industriais
Ex: areia, argila, quartzo, …
Metálicos
Recursos minerais explorados para a obtenção
de um determinado elemento metálico que faz parte da sua constituição.
Ex: ouro, prata, cobre, alumínio, ferro, …
Depósitos Minerais , o que são?
Ocorrências minerais existentes em território nacional e
nos fundos marinhos da ZEE (Zona Económica Exclusiva)
que, pela sua raridade, alto valor específico ou importância
na aplicação em processos industriais das substâncias
nelas contidas, se apresentam com especial interesse para
a economia nacional.
Ex: substâncias radioativas, carvões, grafites, pirites,
fosfatos, amiantos, talco, caulino, quartzo, feldspato, pedras
preciosas e semipreciosas.
Corresponde a
uma resina
petrificada de
coníferas
mesozóicas e
cenozóicas
Pedra preciosa;
Fabrico de
objetos de arte;
Joias facetadas
Hidrotermal;
Sedimentar;
Metamórfica;
Ótica; Fabrico de
cimento;
Construção civil;
Metalurgia;
Vidraria; Material
de decoração;
Objetos de arte.
Secundária
(resultado da
alteração de
feldspatos e
outros minerais
silicatados ricos
em alumínio)
Cerâmica;
Papelaria;
Corantes;
Indústria da
borracha
Génese:
Metamórfica;
Magmática;
Secundária
(produto de
alteração de
outros minerais)
Material de
isolamento;
Indústria elétrica;
Cerâmica; Vidros
resistentes a
altas
temperaturas
Génese:
Magmática;
Metamórfica;
Hidrotermal;
Sedimentar
Fabrico de ácido
sulfúrico; Fonte
de cobre,
cobalto, ouro,
selénio
Génese:
Magmática;
Pegmatítica;
Hidrotermal;
Metamórfica;
Sedimentar
(crostas de
alteração)
Cerâmica;
Vidraria;
Construção;
Metalurgia;
Eletrotecnia;
Ótica; Gemas
Massas Minerais (Pedreiras)
Recursos geológicos do domínio privado cujo
aproveitamento legal passa obrigatoriamente pela
obtenção prévia duma licença de exploração.
Ex: todos os tipos de rochas ornamentais, as rochas
industriais destinadas às indústrias da construção civil e
obras públicas, tais como calcários, granitos e rochas
similares, areias e seixos, e ainda outros recursos
destinados à indústria transformadora, tais como as
argilas vermelhas e as especiais, (exceto caulino), o
calcário para cal e cimento, o gesso, etc.
MÁRMORE cinzento de
grão médio a grosseiro,
com forte venado irregular
cinzento-escuro.
CALCÁRIO cristalino
escuro
Rochas Metamórficas
Entrada para as minas de
ferro de Torre de Moncorvo
MTI investe 3,6 milhões nas
Minas de Moncorvo
A MTI – Ferro de Moncorvo,
SA, reuniu com a Câmara
de Torre de Moncorvo para
apresentar os projetos da
empresa para os próximos
quatro anos no que respeita
à exploração mineira
naquele concelho
transmontano
24 janeiro 2013
Mina de sal-gema de
Campina de Cima -
Loulé, Algarve
Pedaços de sal-gema
Dezenas de galerias, dois
poços verticais, ausência
de água de aquífero no
seu interior, temperaturas
que rondam sempre os
23/24º durante todo o
ano, e uma acústica
invejável, o interior das
minas faz acreditar em
vários cenários a explorar.
Escassez verificada nos stocks de sal no Norte do país
não está ligada à mina louletana.
O frio vivido a Norte tem reflexos positivos a Sul. «Este
ano, devemos superar os nossos objetivos em larga
medida, no target do sal para degelo, na ordem dos 30
por cento. Também temos boas previsões para 2011»,
revelou o diretor das minas de sal-gema de Loulé.
Sal-gema algarvio:
uma das armas
utilizadas para
combater os efeitos
do tempo frio em
Portugal e noutros
países europeus.
fotografia de Mário Martins
O desenvolvimento de uma mina … na região vai permitir
empregar mais de 1.000 pessoas (…) a decisão de investir
um montante tão elevado justifica-se com a procura deste
metal … a mina ficará enterrada na montanha e por cima,
nos terrenos, a Colt pretende dar continuidade à produção
de vinho, cerejas e azeite.
30 novembro 2011
A empresa canadiana
Colt já deu pôr
terminadas as
prospeções de
tungsténio - também
conhecido por
volfrâmio - em
Tabuaço.
O Sistema Solar terá tido início numa enorme
explosão há milhares de milhões de anos – o Big-Bang.
Desde então, o Sol continua a “queimar” o seu combustível – hidrogénio e hélio – tal como um verdadeiro reator de fissão nuclear.
Pela força de atração solar mantiveram-se em órbita os Planetas.
Alguns destes, pelo seu volume:
Impediram a saída de gases para o espaço levando à formação de uma camada gasosa à sua volta
Atraíram planetas secundários – luas, caso da Terra com a sua Lua.
Após o Big-Bang, a TERRA, iniciou um processo de
arrefecimento à superfície que originou:
As primeiras rochas – rochas MAGMÁTICAS
A primeira ATMOSFERA (contínua atividade vulcânica, libertação de gases e permanência destes junto à superfície)
Chuvas abundantes e persistentes
As primeiras rochas SEDIMENTARES
O grande oceano – PANTALASSA - que banhava um único Continente – PANGEA
Os primeiros enrugamentos de estratos sedimentares – primeiras cadeias montanhosas
Constantes movimentos telúricos, muitíssimos lentos, fruto da deslocação das PLACAS TECTÓNICAS.
A formação geológica da Terra é um trabalho
incessante das forças …
EROSIVAS que desgastam, transportam e acumulam
sedimentos
TELÚRICAS que atuam de modo extremamente lento
no interior da CRUSTA terrestre dando origem a
ENRUGAMENTOS quando os materiais são ainda
suficientemente PLÁSTICOS
FRACTURAS e FALHAS quando os materiais são
duros e resistem à atuação das forças laterais
SISMOS OU VULCÕES de atuação rápida
Movimentos naturais que influenciam a formação dos
diferentes tipos de rochas
CICLO DAS ROCHAS: uma evolução contínua
http://ciencias3c.cvg.com.pt/ciclo_das_rochas.htm
Os recursos
do subsolo
estão
relacionados
com a
composição
geológica do
território
(rochas e
minerais)
Mapa
geológico
Unidades geológicas
Evolução da estrutura e relevo da península
ibérica – traços gerais
PALEOZÓICO – ocorrem movimentos na crusta terrestre
-– enrugamento Hercínico, de orientação NW-SE – que
estiveram na origem do MACIÇO ANTIGO, a parte
central do atual território peninsular, um escudo duro e
resistente constituído principalmente por rochas
cristalinas – granitos – e rochas metamórficas, tais como
xistos.
Era geológica - espaço de tempo de milhares de anos. Designação adotada pelos
geólogos para datarem e caraterizarem as diversas fases da história geológica da Terra
desde que teve origem há 4,5 milhares de milhões de anos.
Originalmente, consideravam-se cinco eras geológicas: Primitiva, Primário, Secundário,
Terciário e Quaternário. Atualmente, as designações são Précâmbrico, Paleozóico,
Mesozóico e Cenozóico. Cada era geológica compreende Períodos e, no caso do
Cenozóico, os períodos são o Terciário e o Quaternário (marcado pelo aparecimento do
Homem.
ERAS GEOLÓGICAS
http://jovenscientistas7.blogspot.pt/2013/12/as-eras-geologicas-da-terra.html
MESOZÓICO – regista-se uma prolongada acalmia
orogénica que possibilita a atuação dos agentes erosivos,
com o desgaste do Maciço Antigo e a formação de um
extenso relevo aplanado - MESETA IBÉRICA. Nos mares à
volta do maciço antigo, a deposição dos sedimentos
origina os estratos que, mais tarde, surgirão do mar.
CENOZÓICO – ocorrem intensos movimentos orogénicos
- enrugamento Alpino, de orientação E-W, NE-SW, ENE-
SSW,- responsáveis pelos Pirenéus, Montanhas Bascas,
Cordilheiras Catalã, Ibérica e Bética, em território
espanhol, e, em Portugal, pelas ORLAS MESO-
CENOZÓICAS, Ocidental e Meridional, com predomínio de
rochas sedimentares. A Meseta Ibérica, pela resistência
aos movimentos alpinos, sofre fraturas e falhas que dão
origem a relevos rejuvenescidos: Cordilheira Cantábrica,
Cordilheira Central, Montes de Toledo e Sª Morena.
CENOZÓICO – após a turbulência do período
TERCIÁRIO, o período QUATERNÁRO está a ser marcado
pelos agentes erosivos que esculpem o relevo e são
responsáveis pela atual morfologia peninsular.
Resultado desta evolução:
A rede hidrográfica peninsular é jovem (o movimento de
báscula para Oeste sofrido pela Meseta, aquando do
enrugamento alpino, obrigou os rios a escavar novos leitos
para desaguarem no seu novo nível de base, o Oceano
Atlântico).
Os aluviões depositados nas depressões litorais
transportados pelos rios e pelo mar originam, assim, as
BACIAS SEDIMENTARES DO TEJO E DO SADO
constituídas essencialmente por areias.
Soco ibérico
Paleozóico Cenozóico - Terciário
Cenozóico - Quaternário
Evolução geológica da península ibérica
A leitura do mapa diz-nos que, o território peninsular é
marcado por:
Relevo acidentado - altitude média de 600 metros
Montanhas de fratura e falha (geologia paleozoica e morfologia terciária)
Raras altas montanhas – nenhum dos cumes
ultrapassa os 3 500 metros
Poucas planícies - localizadas perifericamente e de
pequena extensão (cenozoicas e quaternárias)
Relevo que, em Portugal, diminui de altitude e desce
em degraus sucessivos para o mar, acompanhando os
vales dos rios que desaguam no Atlântico (geologia paleozoica e
morfologia terciária).
Pela sua antiguidade de formação, pela sua constituição
geológica e riqueza mineralógica, o Maciço Antigo é a parte
do território nacional mais rica e diversificada em termos
minerais e rochosos.
Relevo de Portugal
A grande maioria das Serras do
Centro e Norte do País são
relevos jovens, embora
geologicamente pertençam ao
Maciço Antigo.
A Sª da Estrela, a parte mais
ocidental da Cordilheira Central,
separa a Meseta setentrional, de
montanhas e planaltos elevados,
da Meseta meridional, de relevo
aplanado – PENEPLANÍCIE –
como é o caso do Alentejo.
Montejunto, Maciço Calcário
Estremenho e Arrábida são serras
localizadas na Orla ocidental.
Esquematização de falhas
geológicas
Sempre que as rochas são
constituídas por materiais de
grande dureza, pela sua
constituição mineralógica e idade
de formação, quando sujeitas à
atuação de forças laterais, não se
deixam enrugar mas acabam por
fraturar. Posteriormente, os blocos
fraturados podem deslizar,
originando, FALHAS.
Algo semelhante ocorreu com as
serras de Portugal localizadas no
Maciço Antigo.
Falha
normal
Fatores que condicionam a exploração dos
recursos mineralógicos num qualquer território:
Tecnologia disponível
Facilidades de transporte
Possibilidades financeiras
Visão desenvolvimentista prevalecente no momento
Carácter não renovável
Impacte ecológico provocado pela extração
Concorrência de outros locais com jazidas mais ricas
e/ou de maior facilidade de operação
Instabilidade das cotações nos mercados
internacionais,