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A operação de cimentação consiste em um trabalho de extrema importância para as fases de perfuração e completação de poços de petróleo e tem um grande impacto sobre a produtividade do poço.
A cimentação basicamente consiste no preenchimento do espaço anular entre os tubos e a parede da formação e tem como principal finalidade a união da tubulação de revestimento com a parede do poço, além do objetivo de formar um tampão de selo no fundo do poço ou para corrigir desvios do furo durante a perfuração.
Cimentação
Histórico• O primeiro uso de cimento em poço de petróleo ocorreu
na Califórnia em 1883, mas só em 1902 se deu início ao do cimento Portland em processo manual de mistura. Em 1910 Almond A. Perkins patenteou o método de bombeamento onde a pasta é deslocada para o poço através de vapor, água ou fluido de perfuração.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
possibilidades operacionais. Devido a este fato, diversasaadotar
aprática
de cimentar oscompanhiaspassaramrevestimentos.
• Em 1922, Erle P. Halliburton patenteou o Jet Mixer, ummisturador automático com jatos,
ampliandoassim as
Histórico
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
A partir de 1923, fabricantes americanos e europeus de cimento passaram a fabricar cimentos especiais para a indústria de petróleo, onde certas propriedades da pasta de cimento foram trabalhadas ao longo do tempo. Até então, aguardava-se de 7 a 28 dias para o endurecimento do cimento, mas com o advento dos aditivos químicos, o tempo de pega foi sendo paulatinamente reduzido (72 horas até 1946 e posteriormente de 24 a 36 horas). Hoje, as pastas podem se manter fluidas a alta temperatura e pressão por cerca de 4 horas, em geral, permitindo seu deslocamento em poços profundos. A partir deste tempo, a pasta endurece rapidamente e as atividades no poço só podem ser retomadas de 6 a 8 horas após a cimentação.
Tipos de Cimentação1- Cimentação Primária
• Denomina-se cimentação primária à cimentação principal da coluna de revestimento. Seu objetivo básico é colocar a pasta de cimento não contaminada (pasta de cimento sem contato com o fluido de perfuração) em uma posição pré-determinada do espaço anular entre o poço e a coluna de revestimento, de modo a se obter fixação e vedação eficiente e permanente deste anular. Estas operações são previstas no programa de perfuração e executadas em todas as fases do poço.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
1 – Montagem das linhas de cimentação; 2 - Circulação para condicionamento do poço e preparação do colchão de
lavagem; 3 – Bombeio do colchão de lavagem; 4 – Teste de pressão das linhas de cimentação, onde são feitos testes
até uma pressão superior à máxima prevista durante a operação; 5 – Lançamento do tampão de fundo (opcional); 6 – Mistura da pasta mais leve, devendo cobrir o intervalo programado; 7 – Mistura da pasta mais densa e mais resistente à compressão; 8 – Lançamento do tampão de topo; 9 – Deslocamento com fluido de perfuração; 10 – Pressurização do revestimento para teste de vedação do tampão de
topo.
Seqüência Operacional de Uma CimentaçãoPrimária
Tipos de Cimentação2- Cimentação Secundária
As cimentações secundárias são classificadas como:
Tampão de cimento: Consiste no bombeamento
de determinado volume de pasta para o poço,
visando tamponar um trecho deste. É aplicado nos
casos de perda de circulação, abandono (total ou
parcial) do poço, como base para desvios, etc.
Tipos de Cimentação2- Cimentação Secundária
Recimentação: É a correção da cimentação primária,quando o cimento não alcança a altura desejada no anular. O revestimento é canhoneado em dois pontos com profundidades distintas. A recimentação só é feita quando se consegue circulação pelo anular, através destes canhoneios (perfuração realizada no revestimento). Para possibilitar a circulação com retorno, a pasta é bombeada através de coluna de perfuração, dotada de obturador (Packer) que permite a pressurização necessária para a movimentação de pasta pelo anular.
Tipos de Cimentação2- Cimentação Secundária
Compressão de cimento ou Squeeze: Consiste na injeção forçada de cimento sob pressão, visando corrigir localmente a cimentação primária, sanar vazamentos no revestimento ou impedir a produção de zonas que passaram a produzir água.
O CimentoOs principais componentes do cimento Portland são: óxido de cálcio, alumina e ferro, que combinados formam os seguintes compostos (Gouvêa, Paulo C. V. M. 1983):
3CaO.SiO – Silicato tricálcio ou Alita, representado por C3S. 2CaO.SiO2 – Silicato dicálcico ou Belita, representado por C2S 3CaO.Al2O3 – Aluminato tricálcico ou Celita, representado por C3A 4CaO.Al2O3.Fe2O3 – Ferro aluminato tetracálcio ou Ferrita, representado por C4AF.
A proporção destes compostos no cimentodetermina
suaspropriedades, como resistência inicial, retardamento, velocidade de hidratação, resistência aos sulfatos, etc.
Classificação dos CimentosA classificação dos cimentos foi estabelecida pelo API
(American Petroleum Institute), visto que as condições
às quais os cimentos estão expostos nos poços podem
variar radicalmente. Os processos de fabricação
e
composição química do cimento foram padronizados
em 8 classes, de A a H, cujas quais estão arranjadas de
acordo com a profundidade, temperatura e
pressão aos quais estão expostos na aplicação do
cimento.
Classificação dos CimentosClasse A – É utilizada desde a superfície até 6000 pés (1830 metros), quando propriedades especiais não são requeridas. Disponível somente no tipo ordinário.Classe B – É utilizada desde a superfície até 6000 pés (1830 metros), quando é necessária moderada à alta resistência ao sulfato.Classe C – É utilizada desde a superfície até 6000 pés (1830 metros), quando as condições exigem pega rápida e grande resistênciacompressiva. Esta classe está disponível em todos os graus de resistênciaao sulfato.Classe D – É utilizada de 6000 pés (1830 metros) até 10000 pés (3050 metros), sob condições de moderadas temperaturas e pressões. Está disponível nos tipos de média e alta resistência ao sulfato.
Classificação dos CimentosClasse E – É utilizada de 10000 pés (3050 metros) até
14000 pés (4270 metros), sob condições de
altas temperaturas e pressões. Está disponível nos
tipos de média e alta resistência ao sulfato.
Classe F – É utilizada de 14000 pés (4270 metros)
até 16000 pés (4880 metros), sob condições de
extremamente altas temperaturas e pressões. Está
disponível nos tipos de média e alta resistência ao sulfato.
Classificação dos CimentosClasse G e H – São utilizadas sem aditivos químicos da superfície até 8000 pés (2440 metros), ou com aceleradores e retardadores para cobrir umgrande intervalo de pressões e temperaturas. Nenhum outro aditivo que não seja sulfato decálcioou água, ou ambos, devemser misturadosdurante a manufatura destas classes de cimento. Estão disponíveis nos tipos de média e alta resistência ao sulfato. A composição química dos cimentos classes G e H são essencialmente as mesmas. A principal diferença está na área superficial.
Classificação dos CimentosAs classes D, E e F são conhecidas como cimento
retardados, para utilização em grandes
profundidades. A retardação é acompanhada por
significante redução da quantidade de fases de
hidratações mais rápidas (C3S e C3A), e pelo aumento
do tamanho dos grãos de cimento. Desde que estas
classes começaram a ser fabricadas, a tecnologia
de retardadores químicos sofreu grande melhoria.
Classificação dos Cimentos
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
As classes G e H foram desenvolvidas em resposta
ao incremento de tecnologia na aceleração e
retardo da pasta por meio químico. Os
fabricantes estão proibidos de adicionar químicas
especiais, tais como glicol ou acetatos. Estas
químicas aumentam a eficiência de moagem,
mas interferem com vários aditivos dos cimentos.
Estas classes são de longe as mais comuns utilizadas
na indústria do petróleo.
Classificação dos CimentosA tabela a seguir especifica as propriedades físicas das diferentes classes de cimento.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Aditivos para Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Denominam-se aditivos os compostosquímicos
adicionados à pasta de cimento visando sua adequação àsnecessidades
determinadas
do poço. Suas
concentrações são por testes
de laboratórios. Os aditivospodem ser fornecidos em pó ou líquido. Quando em
pó, sua dosagem é dada em percentagem do peso do
cimento, enquanto os líquidos são dosados por volume,
usualmente em galões/pé de cimento.
Aditivos para CimentaçãoA depender de sua aplicação, os aditivossão classificados como:
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Aceleradores – Visam diminuir o tempo de
espessamento e aumentar a resistência compressiva
inicial da pasta. O mais comum é o cloreto de cálcio
(CaCl2), em proporção de 0,5 a 2%. O sal comum (NaCl)
também é acelerador a baixas concentrações (até 6%).
Aditivos para Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Retardadores – Permitem o retardamento do início da
pega da pasta para permitir o deslocamento da
pasta quando a temperatura e a pressão são muito altas
para o uso do cimento sem aditivos. Os
retardadores são fabricados à base de
lignossulfonatos e seus derivados, ácidos orgânicos,
derivados de celulose e derivados de glicose. Agem
por absorção superficial ou por formações de
precipitados superficiais impermeáveis que retardam o
processo de hidratação.
Aditivos para Cimentação
pastas excepcionalmente leves.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Extendedores – Permitem obter maior rendimento da
pasta, resultando em pastas mais leves,
possibilitando maiores alturas de pasta por causarem
menor pressão hidrostática. Podem funcionar por
absorção de água (argilas, como a bentonita, ou
produtos químicos, como silicatos) ou pela adição de
agregados de baixa densidade (pozolana, perlita,
gilsonita). Em casos especiais pode-se usar nitrogênio
ou microesferas cerâmicas para criar
Aditivos para Cimentação
reológicos a serem definidos são: Viscosidade e limites deescoamento.
Redutores de fricção (ou dispersantes) – Permitem oafinamento da pasta, como isto permitindo adoção de maiores vazões com menores perdas de carga, causando melhor remoção do fluido de perfuração e um menor risco de fratura de formações. São usados secundariamente como um meio de obter pastas mais pesadas, compensando a viscosificação que ocorre com a diminuição do teor de água da pasta. A dispersão é obtida quebrando mecanicamente a suspensão ou pela modificação química das interações eletrostáticas, produzindo partículas carregadas eletricamente, que se repelem, por terem a mesma carga. Os parâmetros
Aditivos para Cimentação
viscosificação da água intersticial da pasta.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Controladores de filtrado – Visam evitar a desidratação
prematura da pasta frente às zonas
permeáveis, mantendo a bombeabilidade e impedindo
que se cause danos à formação produtora. Como um
dos fatores que afeta o controle de filtrado da
pasta é seu grau de dispersão, os controladores de
filtrado são sempre usados simultaneamente com os
dispersantes. Os mecanismos de atuação são a melhoria
da distribuição das partículas e a
Aditivos para Cimentação
ºF).AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Outros – Além dos aditivos citados, podem ser também
usados outros aditivos como os antiespumantes,para
evitar aeração da pasta, os adensantes, os controladoresradioativos
de perda de circulação, os descontaminantes, os
a
docimento
e corantes para se
detectar e as
areias de
granulometria
traçadores
presença
controlada (sílica flúor, sílica coarse) para evitar a
degradação do cimento a altas temperaturas (mais de 230
Laboratório de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Os ensaios realizados no Laboratório de Cimentação
englobam determinações de propriedades de pastas
de cimento, tais como densidade, tempo de
espessamento, tempo de pega, parâmetros reológicos,
perda de filtrado, água livre, estabilidade, resistência
compressiva e de bloqueio ao gás. Tais
determinações têm por principal propósito subsidiar
os projetos de pastas de cimento, tanto para
cimentações primárias quanto para compressão
de cimento (squeeze), como exemplos.
Teste Laboratoriais
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
São realizados com duas finalidades:
• Verificação das propriedadesbásicas
e das
condições do cimento antes do envio da fábrica
para o campo, visando a aprovação das
bateladas (cimentos).
•Como simulação da operação, visando adequação
do sistema da pasta pelo ajuste da concentração
dos aditivos em função da interpretação dos
resultados.
Teste LaboratoriaisOs principais testes que podem ser realizados emum laboratório de cimentação são:
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Finura – Determina a granulometria do cimento, expressa em função da superfície específica dos grãos de cimento da amostra. É realizado como verificação da fábrica. Pode ser feito por dois métodos, um deles com base na permeabilidade ao ar (Teste de Blaine) e outro com base na velocidade de sedimentação das partículas em solução de querosene (Teste de Wagner). Só é realizado antes da liberação da batelada.
Teste Laboratoriais
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Água Livre – Visa determinar a quantidade de água que
tenderá a migrar através da pasta. Este valor deve ser limitadoprincipalmente
cimentação,
para
evitar
em poços
canalizações
direcionais
de gás
após a e
para
evitar
diferenciamento do endurecimento da água acumulada acima
da pasta após deixá-la em repouso em proveta graduada
de 250 ml. O teor de água livre é limitado pelo API em 3,5
ml, o que equivale a uma porcentagem de 1,4% de
água, em relação ao peso do cimento.
Teste Laboratoriais
natureza da operação.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Resistência à compressão – São testes que medem o esforço necessário para romper corpos de prova moldados em condições que simulem as do fundo do poço. Os corpos de prova são preparados em moldes padronizados e deixados em câmara de cura. Os testes são realizados com tempos padronizados de 8, 24, 48 e 72 horas. A variação da temperatura e da pressão na câmara de cura são controladas segundo “schedules” ou listagens em função do tempo. A resistência à compressão mínima, em 8 horas de cura, varia de 300 a 1500 psi para o cimento classe G, a depender da
Teste Laboratoriais
Para uso em compressões de cimento deve ser limitado a50 ml / 30 min.
Perda de fluido – Visa determinar o grau de filtração da água da pasta, cujas conseqüências principais são a desidratação da pasta com obstrução do anular e o dano à formação pelo fluido filtrado. O teste consiste em confinar certo volume de pasta em um cilindro (filtro prensa) em cuja base é colocada uma tela metálica. A pressão aplicada (100 ou 1000 psi) faz com que o filtrado escoe pela tela metálica. O tempo padrão do teste é de 30 minutos, após o que se mede o volume do filtrado e a pressão padrão é a de100 psi. Para testes a 1000 psi, deve-se multiplicar oresultado obtido por 2.O filtrado deve ser menor que 200 ml / 30 min em geral.
Teste LaboratoriaisReologia – Consiste na obtenção das leituras em viscosímetros
rotativos, a partir das quais é feito o estudo do regime de fluxo edo modeloreológicoContrariamente aoque
a adotar para o
deslocamento. acontece
durante a
perfuração
propriamente dita, onde não se deseja perturbar a parede
do poço, criando ali um reboco protetor, durante a
cimentação deseja-se obter um efeito cisalhante que
permita a remoção deste reboco para melhor aderência do
cimento à formação, daí ser desejável o escoamento em fluxo
turbulento.
Teste Laboratoriais
influência de bolhas de ar retidas na amostra.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Densidade e peso específico – São determinados com uso
da balança pressurizada, que consiste em um
copo pressurizável para colocação da pasta, ligado a
uma haste horizontal com apoio fixo, um nível de
bolha e um peso móvel. A leitura é feita nas escalas
impressas na haste, em função da posição que o peso
fique quando se consegue nivelar a haste. A pasta é
pressurizada por meio de uma seringa, previamente
cheia de pasta, para eliminar a
Teste Laboratoriais
deformação desta mola.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Tempo de espessamento – É o teste mais importante, por indicar o tempo em que a pasta tem consistência que permite ser movimentada em condições de fundo de poço. O teste é feito em um aparelho denominado consistômetro pressurizado, que permite o aumento gradual da temperatura e pressão ao mesmo tempo em que simula omovimento da pasta, pelo giro de umrotativo, dentro do qual existe um
copo paleta
cilíndrico metálica
estacionária, apoiada por pino pontiagudo no fundo do copo e ligada a uma mola espiral que evita seu giro. Quanto mais espessa se torna a pasta, maior o torque transmitido à mola. A consistência da pasta é associada à quantidade de
Equipamentos de Cimentação
operam a baixa pressão (cerca de 30 psi), quando da
descarga do cimento.
Para que seja realizada uma cimentação são necessários diversos equipamentos, para armazenagem, preparação e transporte do cimento. Os principais deles são:
Silos de cimento – Para as operações de perfuração
em terra, em geral o cimento é estocado na base da
companhia de cimentação, em grandes silos, sendo
enviados para a sonda por meio de carretas
apropriadas. Nas plataformas marítimas são disponíveis
materiais a granel. Estes silos
Equipamentos de CimentaçãoUnidades de cimentação – Montadas em caminhões para operações em terra ou sobre skids em sondas marítimas, as unidades de cimentação constam geralmente de dois motores para fornecer energia, dois tanques de 10 bbl cada, para a água e aditivos, duas bombas triplex, dois conversores para converter movimento rotativos dos motores no movimento alternativo das bombas, bombas, centrífugas auxiliares e um sistema de mistura de pasta, onde a água de mistura (água e aditivos) é bombeada sob pressão por pequenos orifícios, fluindo em jatos sob um funil por onde chega o cimento. A proporção da água injetada determinará a densidade da pasta e é controlada pelo operador. A pasta resultante é acumulada em um tanque ou cuba para homogeneização e medidores de fluxo, sendo feito o registro de uma carta circular onde estes valores são traçados, permitindo análise posterior.
Equipamentos de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Linhas de cimentação – A ligação entre a unidade
de cimentação e o poço é feita por tubulação de alta
pressão, formada por uma série de tubos curtos
interligados por meio de conexões móveis
(chicksam) dotadas de rolamento para possibilitar
montagem até qualquer posição que fique o topo do
revestimento. Atualmente, existe a tendência de
utilização de mangueiras especiais de borracha, mais
práticas.
Equipamentos de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Cabeça de cimentação – Conectada ao topo da coluna de
revestimento, recebe a linha de cimentação,
podendo abrigar em seu interior os tampões de
borracha que separam a pasta do fluido de perfuração.
Um mecanismo de travamento retém estes tampões
até o instante próprio de sua liberação. Pode ter
entrada para até 3 linhas, rolamento para permitir
o giro da coluna de revestimento e sistema e
conexão especial para maior rapidez de instalação.
Acessórios de CimentaçãoSapata – Colocada na extremidade da coluna, a sapata servede guia de introdução no poço, podendo receber em seu interior um mecanismo de vedação, para evitar que a pasta, por ser mais pesada que o fluido de perfuração, retorne ao interior do revestimento após seu deslocamento. O tipo mais comum é a sapata flutuante, com válvula que impede fluxo para o interior da coluna, exigindo que esta seja preenchida com fluido de perfuração e intervalos regulares durante a descida, para evitar o colapso da tubulação. Para evitar este preenchimento pode-se usar a sapata diferencial, que passagem de fluido nos dois sentidos, até que uma esfera é lançada da superfície bloqueando o fluxo do anular para o interior da coluna, passando a funcionar como a sapata flutuante.
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Colar – Posicionado 2 a 3 tubos acima da sapata, o colar serve para reter os tampões de cimentação, podendo conter mecanismos de vedação (flutuante ou diferencial) como os da sapata. Normalmente usado como colar flutuante. Caso não tenha mecanismo de vedação é denominado colar retentor. Tem em suas extremidades roscas do mesmo tipo usadas na coluna, sendo previamente conectado a um tubo de revestimento, para maior rapidez da operação. Deve ser colado ao tubo por meio de adesivo especial para evitar seu desgarramento durante seu corte ao se perfurar adiante o poço.
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Tampão de fundo – É um tampão de borracha com
uma membrana de baixa resistência em sua parte
central . Lançado na coluna à frente da pasta de cimento,
é por esta empurrado até que toque no colar retentor (ou
flutuante), quando a membrana se rompe permitindo a
passagem da pasta. Visa raspar o filme de sólidos
do fluido de perfuração que se adere à parede do
revestimento, evitando a contaminação da pasta.
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Tampão de topo – É um tampão rígido deborracha,lançado após a pasta, separando-a do
perfuração que a deslocará, para
fluidode
evitar suacontaminação. É retido pelo colar, causando um
aumento de pressão que indica o término do
deslocamento, permitindo a realização do teste de
estanqueidade da coluna.
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Colar de estágio – Posicionado em algum
ponto intermediário da coluna, o colar de estágio
permite que a cimentação seja feita em mais de uma
etapa ou estágio, quando o trecho a cimentar é muito
extenso ou quando existam zonas críticas muito
acima da sapata. Possui orifícios em seu corpo,
originalmente tamponados por um mandril de aço para a
realização do 1º estágio, referente à cimentação do trecho
próximo à sapata.
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
•Concluída a cimentação do 1º estágio, é lançado um tampão de abertura ou torpedo que se apóia no topo do mandril, deslocando-o por ação de pressão da superfície, comunicando o interior com o anular, permitindo a cimentação do 2º estágio. Quando esta é concluída, outro tampão (de fechamento) é lançado, apoiando-se no topo de outro mandril, externo ao anterior, que deslocado de estágio e sua vedação.
•É possível fazer uma cimentação com 3 estágios, sendo que neste caso as dimensões dos mandris e tampões do 2º estágio devem ser diferenciados do 3º estágio, pois os tampões para abertura e fechamento do colar do 2º estágio dever paras pelo colar do 3º estágio, posicionado mais acima.
Acessórios de CimentaçãoCentralizadores – São peças compostas de um jogo de lâminascurvas de aço, que são afixados externamente à coluna de revestimento, visando centralizá-lo e causar um afastamento mínimo da parede do poço, para garantir a distribuição do cimento no anular e evitar a prisão da coluna por diferencial de pressão. Em poços direcionais pode-se usar centralizadores rígidos (Stand- off bands ou SOB), devido a possibilidade de achatamento total das lâminas do centralizador comum. As extremidades das lâminas são encaixadas em anéis bipartidos para facilitar sua instalação, sendo fechados em volta dos tubos por meio de pinos que unem os anéis. A fixação dos centralizadores é feita com o emprego de stop rings que são presos ao tubo para evitar o escorregamento dos centralizadores. Quando a conexão possui luvas, procura-se coincidir os centralizadores com as luvas, dispensando os stop rings.
Acessórios de CimentaçãoArranhadores – Tem a função de remover mecanicamente o reboco que se forma na parede do poço. Tal remoção é feita através dos movimentos verticais (reciprocações) ou de rotação da coluna, empregando-se para cada caso o tipo de arranhador apropriado.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Obturador externo de revestimento (ECP) – O obturador externo de revestimento ou ECP é um tipo de revestimento para promover a obstrução do espaço anular em pontos críticos. Um de seus principais usos é para proteger zonas fracas, sensíveis ou de interesse, da atuação da pressão hidrostática do cimento, sendo usualmente posicionado logo acima de tais zonas. É também comum seu uso logo abaixo do colar de estágio, garantindo assim que o cimento do 2º estágio não desça pelo anular, mesmo no caso de haver zonas de perdas expostas.
Acessórios de CimentaçãoO ECP é composto de um tubo curto de revestimentointernamente, com uma câmara inflável formada por lâminas de aço recobertas por borracha, externamente. De atuação hidráulica, é inflado após o término da cimentação, pela aplicação de pressão na superfície. O fluido de perfuração expande a câmara tão logo o diferencial de pressão interior anular supere o limite de resistência de um pino de cisalhamento protetor. Estes são disponíveis para atuação a 750, 1000, 1600, 2000 ou 2600 psi de diferencial de pressão. O pino de cisalhamento é colocado em um sistema de válvulas, que protege-o ECP durante a descida da coluna e a cimentação, evitando assentamento prematuro, e mantém a pressão confinada na câmara, após sua atuação.
Acessórios de Cimentação
Colchões de Lavagem e Espaçadores – São bombeados
à frente da pasta visando evitar contaminação desta
pelo fluido de perfuração e vice-versa e auxiliar na
remoção do
reboco das paredes do poço possibilitando melhor
aderência de cimento.
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Acessórios de CimentaçãoOs colchões de lavagem ou lavadores são volumes de fluido
(10 a 40 bbl) pouco viscosos, compatíveis com a pasta e com o
fluido de perfuração, atuando por meio de lavagem química e
ação mecânica na diluição e remoção do reboco.
Contém materiais dispersantes (ou afinantes do fluido de
perfuração), detergente e, quando necessário, aditivo
para inibir inchamento de argila e redutores de filtrado.
Quando usados com lama a base de óleo, contém ainda
surfactantes para inverter a molhabilidade do revestimento e
formação.
Acessórios de Cimentação
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Os espaçadores são geralmente viscosos e de
densidade ajustável, com ação mecânica de remoção do
reboco, sendo de preparação mais trabalhosa e uso
típico em situações
onde se deseje evitar canalização de gás pela aplicação de
pressão hidrostática.
Conclusão
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Para se obter sucesso numa operação de perfuração depoços de petróleo, é de essencial importância que nenhuma das etapas inerentes ao processo sejam negligenciadas. Entre estas etapas está a operação de cimentação, que tem um impacto direto sobre a produtividade futura do poço, onde um pequeno erro pode ocasionar uma comunicação não desejada dentro do reservatório ou até algum tipo de dano ao meio ambiente, como a mistura de um aqüífero com um reservatório de petróleo. A integridade das pastas de cimento a serem utilizadas é garantida pelos ensaios realizados nos laboratórios de cimentação.
Conclusão
AULA 15 – CIMENTAÇÃO
Considerando ainda, os altos custos
empregados nessas operações, um pequeno
sacrifício no processo de cimentação (como por
exemplo, a tentativa de diminuir o tempo de
perfuração e os custos com a lama), pode
acarretar na necessidade de trabalhos posteriores
muito mais dispendiosos e trabalhosos.