Post on 14-Dec-2015
TRICOSCOPIA Os achados dermatoscópicos das
doenças do cabelo
de Lencastre
andre.lencastre@gmail.com
Interno de Dermatovenereologia, Serviço de Dermatologia do
Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de
Lisboa Central,
Portugal
Lamas, A
draanapaulalamas@yahoo.com.br
Dermatologia, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia,
Brasil
Sá, D.
sa-coelho@ig.com.br
Dermatologista, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia,
Brasil
Tosti, A.
antonella.tosti@unibo.it
Dermatologist, Department of Dermatology and Cutaneous Surgery,
Miller School of Medicine, University of Miami, Florida
Italia- USA
INTRODUÇÃO
A dermatoscopia vem crescentemente sendo usada no diagnóstico
das patologias do cabelo e couro cabeludo. (1) Quando usada com
este propósito é conhecida como Tricoscopia e pode ser realizada
com auxílio de um videodermatoscópio ou com um dermatoscópio
portátil. (2,3,4,5) Quando se usa o videodermatoscópio,
conseguem.se ampliações de 20-70 vezes, enquanto com o portátil
tem um aumento da imagem de 10 vezes. A Tricoscopia permite
identificação de alterações da haste do cabelo sem a necessidade
colher amostras. Características como a espessura da haste,
número de cabelos por unidade pilo-sebáceos, razão de cabelos
terminais para vellus podem ser obtidas. (6) As desordens capilares
podem ser congênitas ou adquiridas, podendo ser categorizadas
em distrofias com ou sem fragilidade da haste. As doenças do couro
cabeludo também podem ser congênitas ou adquiridas, sendo
subdivididas em alopécias cicatriciais e não cicaticiais, e doenças
inflamatórias ou infecciosas.(3)
DERMATOSCOPIA NORMAL DO COURO CABELUDO
A Tricoscopia pode ser realizada com ou sem solução de interface.
(7) A dermatoscopia a seco é util para observar estruturas terciárias
da superficie cutânea como cabelos, escamas e hiperqueratoses
foliculares. Já a que utiliza solução de interface (álcool, água termal)
é preferida quando se deseja analizar padrões vasculres e
foliculares. (8)
O escalpo normal mostra na Tricoscopia laços (loops) vermelhos
interfoliculares simples e linhas vermelhas arboriformes que
representam os padrões vasculares normais. Os laços
interfoliculares são múltiplas estruturas finas, avermelhadas, em
forma de grampo de cabelos que correspondem aos capilares da
papila dérmica. As linhas vermelhas arboriformes correspondem a
vasos de maior calibre (do plexo subpapilar). Pigmento em padrão
de favo de mel pode ser vistos em áreas expostas ao sol de
indivíduos com fototipo mais elevado. (9,10,11) As unidades
foliculares contêm normalmente 1 a 4 cabelos. (9) Pontos sujos
(dirty dots) são sinais dermatoscópicos de partículas de poeira no
escalpo e são geralmente vistos em crianças. (12) Pontos brancos
interfoliculares são pequenas estruturas esbranquiçadas,
geralmente vistas no couro cabeludo exposto ao sol em individuos
de fototipos III e IV e no couro cabeludo normal de indivíduos de
fototipos V e VI. Estas estruturas foram associadas a aberturas
foliculares e do acrossiríngio. (11)
ALOPÉCIAS NÃO CICATRICIAIS
A) Alopécias Não Cicatriciais com alterações do cic lo do
cabelo
1-Eflúvio Telógeno (ET)
No efluvio telógeno o cabelo cai difusamente do couro cabeludo
após 2-4 meses do evento desencadeante. Usualmente é uma
disordem auto-limitada e o cabelo volta a crescer normalmente. Em
alguns pacientes o ET pode se extender e se tornar crônico quando
pode ser confundido com Alopécia Androgenética. (13) O papel
mais importante da dermatoscopia no efluvio é excluir AAG pela
presenca de menos de 20% variabilidade capilar. Nesses casos a
tricoscopia deve ser realizada em áreas sensiveis aos androgênios
(topo da cabeça) e comparadas com áreas não sensíveis a estes
hormônios como a região occipital. (4,14) Alguns achados
dermatoscópicos de ET incluem folículos vazios e numerosos
cabelos curtos nascendo com espessura normal (0,03mm). Em
alguns casos, podem coexistir estas duas condições (ET agudo e
Alopécia Androgenética).
2- Alopécia Areata (AA)
As lesões da Alopécia Areata são facilmente diagnosticadas como
áreas circulares, bem delimitadas com ausencias de pêlos. Em
alguns pacientes, a AA pode manifestar-se como perda difusa de
cabelos podendo ser confundida com Alopécia Androgenética.
Nestes casos, a dermatoscopia pode ser muito útil na diferenciação
diagnóstica, detectando os pequenos cabelos característicos da
Alopécia Areata e os cabelos em crescimento. Geralmente a
Tricoscopia é realizada utilizando gel ou óleo de imersão para se
evitar a reflecção da superfície cutânea. No entanto, a
dermatoscopia a seco pode ser usada quando se deseja visualizar
outras estruturas da superficie cutânea como vellus, sulcos e cristas
da pele. (15)
Os achados dermatoscópicos da AA têm sido amplamente
estudados ao longo dos anos. Os achados tricoscópicos
característicos são os pontos pretos (black dots), pontos de
exclamação, cabelos dobráveis, cabelos quebradiços, pontos
amarelos e pequenos vellus. (9,16) Alguns destes achados como os
pontos de exclamação e os pontos pretos sao considerados sinais
patognomônicos de Alopécia Areata. Os pontos pretos estão
relacionados com atividade e gravidade da doenca. (17)
Os pontos de exclamação correspondem a uma rápida
transformação do pêlo de anágeno para catágeno e também se
correlacionam com a atividade da doença. (18) Estes cabelos
afetados aparecem como cabelos normais com afinamento na parte
proximal e que se fraturam com facilidade sendo por isso curtos. Os
pontos amarelos estão presentes no escalpo afetado e
correapondem a hastes de cabelos imaturas e sebo preenchendo
os óstios foliculares. (9,16) Alguns autores sugerem que eles
tambem possam estar associados a atividade e gravidade da
doença. (17) Em 2011, Ardigo M et al. estudaram pacientes com AA
atraves de microscopia confocal. Este estudo revelou uma redução
das estruturas foliculares anexiais ao nível da camada espinhosa e
lumens anexiais vazios preenchidos com material altamente
birrefringente os quais correspondem aos pontos amarelos vistos na
dermatoscopia. Nenhuma célula inflamatória foi vista. Um estudos
dermatopatológico identificou que os pontos amarelos
correspondem aos infundíbulos dilatados dos folículos anágenos e
telógenos. (19)
Embora muito sensíveis como marcadores diagnosticos, os pontos
amarelos também podem estar associados a outras doenças, por
isso não são considerados marcadores específicos para a Alopécia
Areata. (17) Inui et al. demonstraram que estes pontos e pêlos
vellus curtos foram os marcadores mais sensíveis para o
diagnóstico de AA, enquanto os pontos pretos, os pontos em
exclamação e os cabelos quebrados foram os mais específicos.
(17)
Cabelos dobráveis (coudability hairs) aparecem como cabelos
normais que podem facilmente ser dobrados (efeito de cotovelo).
Estes cabelos têm comprimento normal com estreitamento da
porção proximal da haste. São usualmente vistos na periferia da
área afetada e também indicam atividade de doença, gerando um
teste de tração (pull-test) positivo na AA.
Como dito anteriormente, o achado característico da AA são as
superfícies arredondadas, bem-definidas com ausência de pêlos.
Em alguns pacientes esta doença pode manfestar-se como uma
perda difusa aguda e afinamento progressivo severo em poucos
meses – Alopécia Areata Incognita (AAI). Este tipo de Alopécia
Areata é mais comum em mulheres e pode muitas vezes imitar um
Eflúvio Telógeno (sem a presença dos fatores desencadeantes
desta última) tornado muito difícil a diferenciação clinica de outros
tipos de alopécia. Nestes casos a Tricoscopia tem um importante
papel, mostrando os minúsculos cabelos caracteristicos da AA. (20)
Rebora et al. identificaram que a AAI afeta principalmente aqueles
pacientes com uma alta proporção de cabelos telógenos no
escalpo. Existem varios pontos amarelos e cabelos curtos nascendo
que podem ser visualizados pela dermatoscopia. Achados
histopatológicos incluem altas percentagens de cabelos telógenos e
cabelos miniaturizados, com ou sem infiltrado linfocítico peribulbar.
(21) Em estados agudos e subagudos da AAI, a densidade folicular
esta preservada, enquanto em estados crônicos a densidade pode
diminuir. (22).
Figura 1 – Alopecia Areata: Numerosos cabelos circulares e pontos amarelos. Hastes
capilares quebradas e pontos pretos tambem podem ser observados. A figura indica
fase aguda.
Figura 2 – Alopecia Areata Totalis: pontos amarelos.
Figura 3 – Alopécia Areata: Dois pontos em exclamação e numerosos pontos pretos.
Figura 4 – Alopecia Areata: Notar a parte proximal da haste afinada (coudability). Este
sinal pode ser visto na periferia da lesoes. O couro cabeludo tambem mostra vasos
arboriformes e alguns pontos amarelos.
B) Perda Capilar hormônio-mediada
1- Alopécia Androgenética (AAG)
Os achados dermatoscópicos da AAG são caracterizados por uma
variabilidade no diâmetro capilar maior que 20%, correspondendo à
transformação em pêlo vellus. Esta variabilidade é muito importante
e útil no diagnóstico dos estados iniciais de Alopécia Androgenética.
Pontos amarelos e sinais peri-pilares (halo acastanhado de
aproximadamente 1mm), os quais correspondem a pigmentação
peri-folicular, são outros achados dermatoscópicos, sendo
visualizados em estados mais avancados de AAG.(23,24) A
pigmentação em padrão de favo de mel é um sinal de exposição
solar crônica do couro cabeludo.
Num estudo recente, Rakowska et al. criaram novos criterios
dermatoscópicos para o diagnóstico de AAG, com alta
especificidade. Os critérios major foram: (1) mais que 4 pontos
amarelos/4 imagens (70x amplificação) na area frontal; (2) baixa
espessura capilar média na região frontal comparada com a região
occipital; (3) mais que 10% de cabelos finos (<0,03mm) na região
frontal. Os criterios minor são: (1) aumento da razão fronto-occipital
de unidades pilossebáceas com único pêlo; (2) pêlos vellus; (3)
discolorações perifoliculares. A presença de 2 critérios major ou 1
critério major e 2 minor faz o diagnóstico de AAG com 98% de
especificidade. (14)
Figura 5 – Alopecia Androgenética: notar mais de 20% de variabilidade da haste
capilar com cabelos de diferentes comprimentos e espessura. O couro cabeludo
tambem apresenta vasos arboriformes podendo indicar a associaçãocom dermatite
seborreica.
C) Tricotilomania
A Trichotilomania é uma doença caracterizada pela remoção
compulsiva de cabelos que afeta predominantemente crianças do
género feminino. As crianças geralmente negam que puxam os
cabelos. (25) Os achados clínicos incluêm áreas de alopécia
assimétricas, particularmente na região frontal e na região do
vértex, cabelos fraturados de vários comprimentos e pêlos vellus
com teste de tração negativo. Estas hastes fraturadas são
sugestivas de tricotilomania. Áreas com sinais de arranhões e
hemorragia também podem ser encontradas. Às vezes, este
distúrbio pode ser confundido com AA. Pode até ter achados
dermatoscópicos semelhantes aos dos pêlos vellus, cabelos
distróficos e pontos pretos e amarelos. (17) No entanto, a presença
de cabelos em ponto de exclamação é bastante específico para AA.
(9,17) Outras doenças compulsivas podem estar presentes
simultâneamente.
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO ESCALPO
1- Dermatite Seborreica
Psoríase e dermatite seborreica são doenças inflamatórias
relativamente comuns que se apresentam com áreas de eritema e
descamção bem definidas. Geralmente não há nenhuma dificuldade
em distinguir esses dois transtornos com base nos achados
clínicos. Às vezes, essas doenças apresentam apenas alterações
no couro cabeludo, sem outros sinais noutros lugares, sendo difícil
distinguir uma da outra. (26) Nestes casos, a dermatoscopia pode
ser útil em distinguir dermatite seborreica de psoríase do couro
cabeludo. Na dermatite seborreica os padrões dermatoscópicos
mais comuns são vasos aborizados e vasos vermelhos atípicos
com ausência de pontos vermelhos e glóbulos (1,26) Os vasos
arborizados atípicos e os vasos vermelhos observados indicam
marcadamente capilares dilatados em cristas epiteliais hiperplásicas
na histopatologia. (27,28) Na psoríase, pontos vermelhos e glóbulos
são descritos (mais comummente), como laços avermelhados e
vasos glomerulares. (28) Às vezes existe uma verdadeira
sobreposição entre as duas doenças, onde os laços avermelhados
interfoliculares difusos são vistos. (4,10,26)
2- Psoríase
A dermatoscopia é muito útil para o diagnóstico de psoríase do
couro cabeludo. Laços torcidos interfoliculares avermelhados,
pontos vermelhos, glóbulos e vasos glomerulares podem ser vistos
e pensa-se que correspondam aos capilares tortuosos na derme
papilar. (26) No entanto não são vistos exclusivamente nesta
diença, porém o achado de inúmeros desses loops é bastante
sugestivo. A dermatoscopia é útil também no seguimento da
psoríase no escalpo, quando é visto um decréscimo no número dos
laços torcidos após o tratamento. (10)
Figura 6 – Psoríase: vasos espiralados e escamas esbranquiçadas.
DOENÇAS INFECCIOSAS DO ESCALPO
1 - Tinea capitis
Os marcadores dermatoscópicos da tinea capitis são "cabelos em
vírgula" (ligeiramente curvados, fios de cabelo fraturados). Cabelos
em saca-rolhas, cabelos quebrados e distróficos também podem ser
vistos em pacientes com tinea capitis. (29,30,31,32) Estes
resultados podem ser encontrados em infecções por Microsporum e
Trichophyton. (31,32)
2 – Infestações - Pediculosis Capitis
A dermatoscopia pode ser útil no diagnóstico de pediculose capitis,
especialmente quando há dúvida diagnóstica. (33,34) Pode ser
diferenciada da piedra branca, pseudo-lêndeas (gel ou spray de
cabelo) e dos cilindros peripilares. (34) A dermatoscopia é também
útil no acompanhamento após o tratamento,onde se podem
visualizar as lêndeas vazias. (33)
ALOPÉCIA CICATRICIAL
Na avaliação dermatoscópica, a perda dos óstios foliculares é a
característica em comum das Alopécias Cicatriciais. No couro
cabeludo de pacientes de pele negra, a avaliação torna-se mais
difícil, já que tanto os óstios do acrossiríngio como os foliculares
aparecem como pontos brancos, podendo levar a confusão
diagnóstica com uma Alopécia Não Cicatricial. (1,10)
Lupus Eritematoso Discóide (LED)
Além da perda dos óstios foliculares, os achados dermatoscópicos
no LED são: placas brancas, descamação variável, grandes pontos
amarelos, descoloração castanho-escura cicatricial, rede pigmentar,
pontos azul-acinzentados em um padrão salpicado, capilares
arboriformes, tampões queratósicos e pontos vermelhos. (35,36,37)
As placas brancas são também vistas no líquen plano pilar e
correspondem histologicamente a fibrose tecidual. Grandes pontos
amarelos com vasos arboriformes radiais emergindo dos pontos são
característicos do LED. (38) Tampões foliculares correlacionam-se
com a hiperqueratose e plugs de queratina no óstio folicular e
podem ser vistos tanto nas lesões recentes e ativas quanto nas
crônicas. (39) O padrão salpicado é semelhante ao salpicado
(peppering) observado nas lesões de melanoma. Rede pigmentada
com o padrão em favo de mel está presente nas áreas de alopécia
expostas ao sol, mas ausente nalgumas regiões atróficas. Os
pontos vermelhos são estruturas policíclicas, concêntricas,
distribuídas regularmente em volta dos óstios foliculares,
correspondendo histologicamente à presença de infundíbulo
dilatado rodeado por vasos dilatados com eritrócitos extravasados.
A presença de pontos vermelhos é sinal de doença ativa. (35,36)
Figura 7 – Lupus Eritematoso Discóide: Note área branca de alopecia cicatricial, perda
dos óstios foliculares, tampões foliculares e eritema perifolicular (pontos vermelhos).
Líquen Plano Pilar (LPP)
As principais características dermatoscópicas no LPP são: escamas
perifoliculares, perda dos óstios foliculares e pontos brancos.
Pontos azul-acinzentados também podem ser vistos, mas num
padrão em alvo ao redor dos óstios foliculares, diferindo do
observado no LED. (10,35) Cabelos em tufos podem ser vistos com
dois a três cabelos emergindo do mesmo óstio, mas isto também
pode estar presente no lúpus discóide. Um pili torti irregular pode
ser notado dentro ou nas bordas das áreas cicatriciais. (40)
Figura 8 – Líquen Plano Pilar: Vasos enovelados e escamas brancas. Dermatoscopia
sem fluido de interface permite visualização das escamas perfifoliculares e perda dos
óstios foliculares.
Alopécia Fibrosante Frontal
Os achados característicos nesta variante de LPP são eritema
perifolicular, descamação perifolicular discreta e predomínio dos
óstios foliculares com apenas um fio. Nas sobrancelhas, pontos
vermelhos ou cinzas regularmente distribuídos são vistos e alguma
perda dos óstios foliculares está presente apenas nos estados
avançados. (35,38,41,42)
Alopécia Cicatricial Centrífuga Central (ACCC)
Na ACCC, a dermatoscopia mostra redução na densidade capilar,
variabilidade na espessura dos fios, pequenos pontos brancos,
cabelos isolados ou em grupos de dois com halo perifolicular
branco-acinzentado, máculas pigmentadas tipo asterisco com
escassos cabelos terminais e tipo vellus. (10,39)
Figura 9 – Alopecia cicatricial centrífuga central: Presença de numerosos pontos
brancos pequenos dificulta a diferenciação entre alopecia cicatricial e não cicatricial.
Halos branco-acinzentados em volta dos óstios foliculares, alguns com escamas
perifoliculares, outros com fios miniaturizados únicos ou múltiplos.
Foliculite Decalvante
O achado característico da foliculite descalvante na avaliação
dermatoscópica é a presença de um tufo com 6 ou mais fios
emergindo do mesmo óstio (cabelos de boneca), rodeado por
escamas branco-amareladas, geralmente encontrado em estados
avançados. (10,39) Pústulas e eritema perfoliculares também
podem ser vistos nas áreas acometidas. (40) Escamas brancas
espessas estão presentes na região interfolicular e mais
proeminentes em volta dos folículos num arranjo concêntrico que
pode ser observado com dermatoscopia a seco. (10)
Vasos espiralados centrados nos folículos afetados são observados
na foliculite descalvante aguda, podendo ser vistos com solução de
interface. A distribuição difere do padrão difuso encontrado na
psoríase e na dermattite seborréica. (9)
Casos avançados podem exibir pontos brancos perifoliculares e um
padrão de pigmentação em favo de mel. (4)
Figura 10 – Foliculite em tufos: Escamas espessas inter e perifoliculares, envolvendo
tufo em cabelo de boneca.
Alopécia de Tração
Em pacientes com alopécia de tração, a Tricoscopia mostra
redução da densidade capilar, perda das aberturas foliculares,
hastes fraturadas e cilindros capilares. Os cilindros capilares são
sinais de tração contínua e significam progressão da alopécia. (41)
São estruturas cilíndricas que envolvem a haste proximal, mas não
aderentes. (42) Não é fácil distinguí-los a olho nu, sendo útil a
dermatoscopia, evidenciando estruturas brancas a acastanhadas
que circundam a haste capilar proximal.
Alopécia Cicatricial Marginal
Esta entidade recentemente descrita pode ser difícil de diferenciar
das Alopécias Não Cicatriciais apenas com a avaliação clínica. A
Tricoscopia mostra sinais de Alopécia Cicatricial como baixa
densidade capilar e perda dos óstios foliculares. Também é
marcado pela ausência de sinais inflamatórios ou de tração. (43,44)
Celulite Dissecante
A Tricoscopia na Celulite Dissecante mostra óstios foliculares
amarelos vazios e pontos pretos, mas sem cabelos tipo ponto de
exclamação, diferindo da Alopécia Areata. (10)
Sarcoidose
A Alopécia Cicatricial é uma manifestação rara de sarcoidose.
Achados da Tricoscopia desta doença foram recentemente
descritos em relato de dois casos que mostraram telangiectasias
proeminentes, pêlos distróficos e escamas perifoliculares. Os
cabelos distróficos podem estar associados à atividade de doença.
Pontos laranjas foram vistos num paciente e descoloração laranja
difusa noutro. Os pontos laranjas não correspondem aos óstios
foliculares e são maiores que os pontos amarelos na Alopécia
Areata. (45) Estes pontos laranjas foram previamente descritos
como sinal de Sarcoidose cutânea. (46)
DOENÇAS DA HASTE CAPILAR
Estas doenças referem-se a um grupo de entidades que causam
alterações estruturais da haste capilar. A maioria são doenças
congénitas incomunes, mas o clínico deve ter presente as
alterações capilares identificáveis que também podem ser
adquiridas (e.g. aquelas que estão em relação com técnicas
agressivas de penteado). O aumento da fragilidade capilar daí
resultande pode, nalgumas destas doenças, levar à rarefacção
capilar difusa.
O diagnóstico pode ser difícil do ponto de vista clínico, e dessa
forma exigir preparação para observação microscópica do cabelo.
(47) Para evitar o desconforto de colheitas de cabelo (por vezes
repetidas), a Tricoscopia foi promovida como um substituto prático e
não agressivo, que pode ser usado para examinar todo o cabelo de
uma criança colaborante. No entanto, embora o uso da Tricoscopia
para o diagnóstico das causas mais comuns de Alopécia esteja a
ganhar rápida aceitação, nas doenças da haste capilar esta técnica
ainda está a dar os seus primeiros passos. O dermatologista deve
ter a noção que a tricoscopia pode ter de ser realizada a uma
ampliação de 20-70 vezes (por vezes 160 vezes) para
correctamente identificar as por vezes discretas alterações
estruturais, que mimetizam aquelas que podem ser observadas por
microscopia óptica. (47)
Tricorrexis Nodosa (TN)
Esta é a mais comum das adoenças da haste capilar. (4) Pode ser
congenital (e.g. crianças com acidúria argninosuccínica) ou
adquirida (e.g. consequência de técnicas de penteado). Pode atingir
todo o couro cabeludo ou apenas focalmente, e o pêlo noutras
localizações. Os achados tricoscópicos possíveis são os seguintes:
1) “Duas escovas” – Em baixa ampliação apenas lacunas ou
nódulos brancos são observáveis ao longo das hastes. Numa
maior ampliação a marca da TN é observável como uma
quebra longitudinal da haste capilar, pulverizando-a em
múltiplas fibrilhas minúsculas, lembrando as extremidades de
duas escovas alinhadas uma para a outra. (48,49)
2) “Extremidades tipo escova” – Correspondem apenas aos
locais de fractura da haste capilar nas lacunas previamente
descritas, deixando a ponta capilar remanescente com esta
aparência. (4,48)
3) Fractura (49)
4) Outros sinais de dano capilar adquirido incluem a tricosquízia
e a tricoptilose.
Figura 12 – Tricorrexis Nodosa: Típicas extremidades tipo escova.
Tricorrexis Invaginata – (Síndrome de Netherton)
A Síndrome de Netherton é uma doença autossómica dominante
que pode ser caracteriza por ictiose (ictiose eritrodérmica congénita,
ictiose linea circumflexa localizada), elevação da IgE com
manifestações de atopia e alterações capilares. (50) Os achados
tricoscópicos possíveis (no couro cabeludo ou supracílios) são os
seguintes:
1) Tricorrexis Invaginata – Esta alteração, também conhecida por
“Cabelo Bambú”, é patognomónica da Síndrome de
Netherston. Observa-se com a aparência de uma “bola-em-
taça” (“ball-and-socket”) do cabelo distal invaginando-se para
a porção proximal. (47,4,48,51)
2) Extremidades tipo “Pino de Golfe” – Espessamento nodular da
extremidade distal de hastes capilares quebradas, que se
observam como pontas em concha irregulares. (47,48)
Apenas poucos cabelos podem demonstrar as referidas alterações.
Estes observam-se mais facilmente nos supracílios, local que
favorece um método útil e não-invasivo como a Tricoscopia.
(47,48,51) Pili Torti, Tricorrexis Nodosa e Cabelo Helicoidal podem
também ser observados na Síndrome de Netherton Syndrome, mas
desconhecemos publicações que relatem a sua observação sob
Tricoscopia.
Moniletrix (cabelo em colar)
A palavra Moniletrixis deriva tanto do Latino monile (colar) e Grego
thrix (cabelo). É uma doença autossómica dominante de expressão
variável caracterizada por alteração capilar típica. Pode afectar
supracílios, pestanas, pêlo axillar e raramente as unhas (mais
frequentemenete com coiloníquia). (52,53) Os achados
tricoscópicos possíveis são os seguintes:
1) “O sinal do laço regularmente dobrado” – Aparência
moniliforme ou em feitio de rosário da haste capular com
nodos elípticos e constrições intermidentes em locais
regulares. A haste é regularmente dobrada em múltiplos locais
e exibe uma tendênia a curvar em diferentes direcções. Estes
achados são mais evidentes nas áreas occipitais e temporais.
(47,53,54)
2) Pápulas queratóticas foliculares – observáveis tanto
clínicamente como dermatoscópicamente. (53)
Síndrome do Cabelo Lanudo (SCL)
A SCL é uma doença congenital que pode ser herdada de forma
autossómica ou recessiva. Caracteriza-se por áreas difusas ou
isoladas (Nevo de Cabelo Lanudo) com cabelo mais ondulado,
francamente distinto do restante couro cabeludo. (52) Os achados
tricoscópicos possíveis são os seguintes:
1) Aparência em “cobra rastejante”– Rakowska et al.
compararam o cabelo de dois doentes com SCL confirmado
por microscopia com doentes com cabelo ondulado normal.
Relatam a observação de hastes capilares que exibem curtos
ciclos de ondulações apertadas. (47)
2) Fractura. (47)
Pili Annulati (“cabelo anelado”)
Pili Annulati é uma doença autossómica dominante caracterizada
por agrupamentos de cavidades anromais cheias de ar no interior
da haste capilar dando ao cabelo uma aparência brilhante. A haste
capilar é mais facilmente danificada, no entanto não se relata com
frequência quebra ou outras complicações. (55) Os achados
tricoscópicos possíveis são os seguintes:
1) Bandas espessas, brancas e regulares – Correspondem às
cavidades cheias de ar mencionadas acima. Observam-se
como segmentos brancos com extremidades mal definidas e
são habituamente mais curtas que a restante haste de cor
normal. (47,48)
2) Finos segmentos intermitentes de medula podem ser vistos
habitualmente em cabelo normal, mais espesso, e facilmente
confundidos com pili annulati. Estes segmentos são inferiores
a 50% da espessura do cabelo. (47)
Pili Torti
Pili Torti é uma alteração rara da haste capilar que pode estar
associada a síndromes genéticas que cursam com anormalidades
ectodérmicas (queratose pilar, distrofia ungueal, alterações
dentárias), hipoacúsia sensorioneural e outras alterações
neurológicas, como parte de síndromes genéticas mais complexas
(Síndrome de Menkes, de Bjornstad). (52) Pili Torti globais têm
também sido descritos após retinóides orais e formas localizadas
após traumatismo ou alopécia cicatricial. (47) Em Tricoscopia de
baixa ampliação, a haste capilar está irregularmente dobrada em
ângulos agudos de diferentes aberturas. Numa maior ampliação,
podem ser observadas as torceduras regulares de cabelo achatado
que caracterizam esta doença. (47,4)
Tricotiodistrofia
Esta doença autossómica recessive caracteriza-se por uma
deficiência do cabelo em enxofre. Os achados clínicos cariam entre
uma doença capilar isolada ou uma consteação de diferentes
características patológicas que incluem a fotosensibilidade, ictiose,
cabelo frágil e quebradiço, atraso neuro-intelectual, reduzida
feritilidade e baixa estatura. Os achados tricoscópicos são
inespecíficos e insuficientes para o diagnóstico mas incluem uma
estrutura não-homogénea da haste capilar que se assemelha à
presença grãos de areia no interior da haste e um contorno
ligeiramente ondulado. Num contexto clínico apropriado poderá
favorecer uma pesquisa diagnóstica complementar mais
aprofundada quando se suspeira de tricotiodistrofia. (47)
Síndrome do Cabelo Impenteável (Cabelo de Vidro Fiado, Pili
Trianguli et Canaliculi)
Anomalia rara da haste capilar que resulta num padrão capilar
desorganizado e indomável e que é impossível de alisar ao pentear.
A maioria dos casos é herdada de forma autossómica dominante
com penetração completa ou incompleta. Os achados tricoscópicos
possíveis são os seguintes:
1) Mesmo em baixa ampliaçao (x10), a tricoscopia pode exibir
crescimento capilar multi-direccional, cabelo prateado e com o
sulco longitudinal característico ao longo das hastes capilares.
(56)
2) Um exame minucioso da haste capilar sob microscopia óptica
pode ajudar a visualizer este sulco longitudinal, mas a
microscopia electronica é o único exame capaz de observer
tanto esta característica como a secção (de corte) triangular
da haste capilar. (56)
Conclusão
Wallace e de Berker realizaram um estudo comparativo entre
microscopia óptica e dermatoscopia manual, constatando que o
exame tricoscópico é tão útil como a microscopia em todos os
casos acima mencionados, com excepção da Tricotiodistrofia. (3)
Deve-se salientar, todavia, que a tricoscopia manual foi realizada ex
vivo em amostras de cabelo, sendo que a observação tricoscópica
minuciosa do couro cabeludo não foi realizada em comparação com
a tricografia.
Partilhamos a opinião dos autores mencionados. Os “Cabelos em
Pino de Golfe” são também observáveis à videodermatoscopia e
acrescentamos que, para Dermatoscopia no geral, a técnica
provavelmente não dá qualquer informação nos casos de
Tricotiodistrofia, mas também nos casos de Síndrome dos Cabelos
Anagénicos Frouxos, Síndrome dos Cabelos Anagénicos Curtos e
Pili Bifurcati (57). Pili Gemini ou Multigemini são potencialmente
visíveis a olho nu, no entanto são provavelmente mais facilmente
discerníveis com a Dermatoscopia. Em todas as doenças a
Dermatoscopia tem um valor imenso quer pela identificação de
doenças capilares concomitantes e também no diagnóstico
diferencial entre elas.
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