27 Otimismo é pouco em relação produtor está animado à ... · ções brasileiras diminuíram...

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DCIA G R O N E G Ó C I O S | Sexta-feira, 27 de julho de 2012B10

O tempo

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Notas

S U ST E N TA B I L I DA D E

Programa abc e m p re s t ar$ 1,5 bilhão na safra

S OJA

cna estima safra de 27

milhões de hectares eprodutor está animado

são paulo

A comercialização de insumosno Brasil, em especial de fertili-zantes, sinaliza que a área plan-tada de soja na safra 2012/2013,que começa a ser cultivada emmeados desetembro, seráde 27milhões de hectares, com au-mento de dois milhões de hec-tares em relação à safra anterior.

A avaliação é da Confedera-çãodaAgricultura ePecuáriadoBrasil (CNA),que estimacolhei-ta de 82 milhões de toneladas desoja no ano-safra. “O cenário ex-terno favorável em termos depreços e as medidas de apoioanunciadas pelo governo fede-ral estimularão o plantio”, afir-ma a presidente da CNA, sena-dora Kátia Abreu. Ela alerta, noentanto, a quea confirmação daprevisão depende das condi-ções climáticas durante o perío-dode plantio,desenvolvimentoe colheita das lavouras.

Os agricultores estão anima-dos com os bons prognósticospara o plantio da soja na safraatual. Muito desse cenário sedeveaopreço, quenuncaestevetão alto. Na semana passada, opreço do grão chegou a US$17,57 por bushel (27,2155 kg) naBolsa deChicago, umavaloriza-ção de 15% desde o início domês, quando uma forte secaatingiu as lavouras nos EstadosUnidos, a pior desde 1988.

No caso da soja, relatório dodia 10de julhodo Departamen-to de Agricultura americanoaponta uma quebra de 7% daprodução, ou seja, os EstadosUnidos deixariam de colher 4,5milhões de toneladas (t), de

uma safra estimada em 87 mi-lhões de toneladas. Entretanto,a situação das lavouras ameri-canasvem piorandoe acolheitaseguramente será menor. Porisso, os preços explodiram.

Na avaliação doassessor eco-nômico da Secretariade PolíticaAgrícola (SPA) do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa), Sávio Pereira,esse cenário impactará no au-mento da safra 2012/13 de soja.Segundoele,o Paíscaminhapa-raplantara maiorsafradetodosos tempos, o que pode levar oBrasil a superar os Estados Uni-dose setornaro maiorprodutorde soja do mundo.

Dados do décimo levanta-mento divulgado pela Compa-nhia Nacionalde Abastecimen-to (Conab), no início deste mês,mostram que a área de sojaplantada no Brasil foi de 25 mi-lhões dehectares e aprodução éestimada em 66 milhões de to-neladas. Se não tivesse havido aquebra dasafra, porconta daes-tiagem nas regiões produtoras,a produção certamente chega-ria a 78 milhões de toneladas,calcula Pereira.

Em meio ao otimismo, osagricultores brasileiros se pre-param para o início do plantioda próxima safra. Condiçõespara isso são disponibilizadaspelo governo através do acesso acrédito mais barato para custeioe investimento, por exemplo, ede maior recurso. O Plano Agrí-cola e Pecuário 2012/13 prevêrecursos de R$ 115 bilhões paraa agricultura empresarial.

ag ê n c i a s

M U LT I N AC I O N A I S

Dow e Bunge faturammenos no 2º trimestresão paulo

As multinacionais The Dow Che-mical Company e Bunge tiveramperdas de 10% e 13%, respectiva-mente, no segundo trimestre emrelação ao período de abril a ju-nho de 2011. A primeira compa-nhia registrou vendas de US$ 14,5bilhões e a outra lucrou US$ 274milhões,de acordocombalançosdivulgados ontem pelas próprias.

“O tempo é sempre uma variá-vel importante nas indústrias deagronegócio e alimentos, mas es-te ano representa um fator parti-cularmentesignificativo. Osesto-ques mundiais de milho e soja jáestão apertados, e a seca extremanos Estados Unidos reduziu asexpectativas de reposição daoferta neste outono e elevou ospreços futuros de commodities aníveis recordes”, destacou o presi-dente da Bunge, Alberto Weisser.

A companhia compra e vende,armazena e transporta oleagino-sas pelo mundo, além de produzirsementes e fertilizantes.

“As incertezas constantes daeconomia mundial continuam aapresentar um ambiente opera-cional desafiador, e neste trimes-tre não foi diferente”, afirmou opresidente global da The DowChemical Company, Andrew Li-veris. “Temos um conjunto demedidas de eficiência e reduçãode custos para gerenciar nossasoperações a fim de gerar melho-rias de fluxo de caixa. Continua-mos focados em maximizar nos-sa liderança global, incrementarnosso portfólio integrado, asse-gurando que nossos investimen-tos sejam aplicados de maneirasustentável, considerando o atualcenário econômico mundial.”

No trimestre, a Dow apresen-tou ganhos de US$ 0,55 por ação,anteUS$0,84 poraçãonomesmoperíodo do ano passado. A dívidalíquida da Companhia diminuiupara 40,4% neste período, man-tendo-se na meta estabelecidapara o ano de 2012.

ag ê n c i a s

são paulo

As contratações de financiamen-to registradas por meio do Pro-grama ABC, que incentiva a ado-ção de boas práticas pelos agri-cultores brasileiros, somaram R$1,5 bilhão, entre julho de 2011 ejunho deste ano.

Os produtores da Região Su-deste foram os que mais busca-ram os recursos disponibilizadospelo governo, com juros mais ba-ratos, para financiar a lavoura, emum total de R$ 611,28 milhões.

Na sequência, estão a RegiãoSul, com R$ 401,1 milhões, e aCentro-oeste, com R$ 348,2 mi-lhões. Os dadosforam divulgados

nesta quarta-feira, dia25 de julho,pelo Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (Ma-pa) e referem-se ao mês de junho.

No sudeste, São Paulo lidera ora n k i n g dos estados com um totalde mil contratos firmados juntoàs instituições financeiras e R$314,2 milhões de desembolsos.

Depois de São Paulo, os desta-ques são Minas Gerais, com R$256 milhões, Paraná, com R$188,9 milhões e 849 contratos,Goiás, com R$ 172,9 milhões e 473contratos, e Rio Grande do Sul,com desembolsos de R$ 168,21milhões e 685 contratos.

ag ê n c i a s

CAFÉ

Colheita do robusta capixabase encerra com valorização

vitória // A colheita de robusta no Espírito Santo estáavançada, restando poucas áreas para que os trabalhossejam concluídos. O clima tem se mantido favorável des-de o início da colheita da variedade, em maio. A safra2012/13 de robusta capixaba deve ser recorde, previstaem 9,35 milhões de sacas de 60 kg, conforme divulgaçãofeita em maio pela Conab. Ainda assim, o que vem sen-do observado é um movimento de valorização do grão,devido à boa procura de torrefadores nacionais. Na mé-dia parcial de julho (até o dia 25), o Indicador Ce-pea/Esalq do robusta tipo 6 peneira 13 acima referente alotes da safra nova está em R$ 272,29 por saca de 60 kg— a retirar no Espírito Santo. Este valor é 7,9% maiorque a média de junho e está 24,6% superior à de julhode 2011. O tipo 7/8 bica corrida também está em alta,com média de R$ 264,20 por saca na parcial do mês.

PA R A S I TA S

Embrapa lança a primeiracultivar contra o nematoide

curitiba // Entre os muitos desafios que a cafeicultura pa-ranaense tem pela frente está o combate ao nematoide,parasita que afeta toda a região cafeeira do estado. Paracontrolá-lo, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar),instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, lan-çou a IPR-100, a primeira cultivar de café arábica resis-tente ao nematoide M. paranaensis sem a necessidadede enxertia. As pesquisas que resultaram na nova cultivarcontaram com recursos do Consórcio Pesquisa Café, cujoprograma de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café,unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa). A novidade faz parte dos esforços de criartécnicas de controle sem uso dos caros agroquímicos.

ag ê n c i a s

EMBARGO

Otimismo é pouco em relaçãoà missão russa que visita o PaísEm suínos, prejuízo foide US$ 127 milhões, emexportações que nãoforam feitas nos dozemeses após o bloqueiosanitário. “O embargofoi a gênese da crise dasuinoc ultura”, diz ABCS.

são paulo

Era início de rotina no frigoríficoFrinal, em Garibaldi (RS), na ma-nhã de quarta-feira, quando trêsrussos, acompanhados deum in-térprete, bateram à porta. Iriamvistoriar o complexo industrial.

“Uma equipe muito acessível,exigente e criteriosa” rondou asinstalações do abatedouro avíco-la até as 17h, segundo o diretorLuís Fernando Ross, o Zico.

Imposto em junho de 2011, oembargo da Rússia às carnes doBrasil impossibilitou cerca de 5%dos embarques do Frinal àquelepaís. “Passamos a exportar paraoutros mercados — árabes, Áfri-ca, América Central”, conta Zico.

Agora, com a missão do Servi-ço Federalde FiscalizaçãoSanitá-ria da Rússia (Rosselkhoznadzor)— programada para percorrer 21frigoríficos de suínos,aves e bovi-nos, no Paraná, Mato Grosso e RioGrandedo Sul,atéodia 3deagos-to —, o empresário está confianteem retomar as vendas ao territó-rio mais extenso do planeta.

Mas o mesmo não se pode di-zer da totalidade dos segmentospecuários, cujo otimismo é auto-contido, na voz de representan-tes, em relação à visita fiscal.

Perdas e danos“Essamissão, atéque saiaalgumacoisa, não anima o setor produti-vo. É mais uma de várias”, afirma odiretor-executivo da AssociaçãoBrasileira dos Criadores de Suí-nos (ABCS), Fabiano Coser.

Certamente, a suinocultura foia maior prejudicada pelas restri-ções. Estima-se que, em um ano,cinquentamil toneladasdecarnedeixaram de embarcar e US$ 127milhões, de serem faturados.

Coseratribui oembargo àcriseque osegmento enfrenta,com al-tos custos de produção e baixospreços. “O embargo foi a gêneseda crise da suinocultura”, diz.

Feito dominó, depoisda impo-siçãocomercial russaosestoquesse acumularam, a cadeia produti-va não reagiu atempo e os preçosdespencaram, segundo Coser.

No ramo avícola, as exporta-ções brasileiras diminuíram 14%no primeiro semestre: de 43,1 miltoneladas, em 2011, para 36,9 miltoneladas neste ano.

“A Rússia é um mercado com-plexo. Nós temos que trabalhá-locom delicadeza”, observa o dire-tor de Mercados da União Brasi-leira de Avicultura (Ubabef), Ri-cardo Santin.

Até a metade do ano passado,cerca de quinze abatedouros defrangos estavam aptos a exportarao país — dentre estes, o Frinal.Atualmente, são quatro.

Na cidade de Garibaldi, quar-ta-feira, os fiscais do Rosselkhoz-nadzor fizeram exigências como:1)reduzir atemperatura dassalasde resfriamento, e, 2) adicionarmenoscloro àágua industrial,se-gundo Zico, o diretor.

“Os russos entenderam que tí-nhamos divergências de inter-pretação — nunca descumpri-m e n t o”, resume Santin. “As açõesdo governo brasileiro tiraram asdúvidas. Agora, elesvieram com amissão para resolver isso aí.”

AmbivalênciaO diretor da Associação Brasileiradas Indústrias Exportadoras deCarnes (Abiec), Fernando Sam-paio, pontua que não há equiva-lência, nas instâncias da Organi-zação Mundial do Comércio(OMC),entreas regrasbrasileiraerussa para a produção de carnes.

Representado por Sampaio, osegmento bovino foio que menossofreu as consequências do em-bargo.Perderam-se 2,5%dovolu-me de exportações no primeirosemestre, em relação ao mesmoperíodo de 2011, “mas isso teveinfluência de outros fatores”.

Há mais de 50 abatedouros deboi habilitados a exportar para aRússia, hoje, no Brasil. Os queperderam esse direito encontra-ram mercados substitutos, porexemplo, no Oriente Médio.

O gaúcho Zico dirigiu o Frinalpara o mesmo caminho, depoisdo bloqueio,passando aexportarao Japão e a Hong Kong. Ele teveboa impressão da visita que rece-beu nesta semana. Três russos,acompanhados de um intérpre-te. “Saíram bastante satisfeitos,mas não deram resposta.”

bruno cirillo

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